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 Apostila de Redação

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Apostila de

Redação

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RedaçãoÚltimos artigos

y  - Texto Dissertativoy  - Resenha Críticay  - Intertextoy  - Discurso na Publicidadey  - Manifestoy  - Revisor de Textosy  - Narrativay  - Metonímiay  - Comparação ou Símiley  - Metáforay  - Textoy 

- Redação Técnicay  - Redação no ENEMy  - Versos, Rimas e Estrofesy  - Introdução, Desenvolvimento e Conclusão

Artigos

  Argumentação  Campos lexicais e semânticos  Carta  Coerência Textual  Comparação ou Símile  Contexto  Conto  Crônica Literária  Descrição  Dicas para redação no Vestibular 

Discurso na Publicidade  Dissertação  Enredo  Estruturalismo (linguística)  Fábula, Parábola e Apólogo  Funções da Linguagem  Gênero Narrativo  Informatividade e o Senso-comum no Texto Argumentativo-Dissertativo  Intertexto

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  Intertextualidade: Paráfrase e Paródia  Introdução, Desenvolvimento e Conclusão  Licença Poética  Linguagem Publicitária  Linguagem Verbal e Não-Verbal  Lugar Comum (clichê)

  Manifesto  Metáfora  Metonímia  Mito ou Lenda?

  Narração  Narrativa  Normas da ABNT para trabalhos acadêmicos  Notícia  Ordem na Dissertação: Indução e Dedução  Rascunho  Redação no ENEM  Redação Publicitária  Redação Técnica  Reportagem  Resenha  Resenha Crítica

  Resumo  Revisor de Textos  Romance  Tabelas  Texto  Texto Dissertativo  Textos Jornalísticos  Tipos de Discursos  Tipos de Narradores  Tipos de textos narrativos  Tópico Frasal  Variantes Linguísticas

  Versos, Rimas e Estrofes  Vícios de Linguagem

  

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  Texto Dissertativo

Por Ana Lucia Santana 

  A dissertação é um texto de natureza teórica que visa exporminuciosamente um tema, desdobrando-o em todos os seus aspectos.Através desta estruturação lógica e ordenada das concepções iniciais, oautor propõe reflexões, incrementa uma forma de pensar, defende umponto de vista, discorre sobre uma ideia, cria polêmicas, propõe debates,insere raciocínios dos quais extrai consequências, introduzquestionamentos que abalam as certezas absolutas.

  Sua principal qualidade é o corpo teórico que desperta profundasmeditações. Dissertar passa pelo encadeamento de causas e efeitos; seucriador pode e deve oferecer exemplificações, buscar conclusões, masnão impor suas ideias, nem mesmo se esforçar para convencer, aqualquer custo, seus interlocutores. Acima de tudo ele precisa ter aconsciência de que vai tão somente propagar um novo saber.

  As obras dissertativas enquadram-se na categoria dos escritosexpositivos, ao lado dos textos científicos, dos pareceres, das produçõesdidáticas, dos verbetes que compõem as enciclopédias. Elas apresentamcaracterísticas essencialmente informativas. Normalmente os trabalhosdesta natureza são elaborados no fim das pós-graduaçõesou dos

mestrados.

  O objetivo é testar e preparar os alunos para investigações científicasmais profundas. Neste contexto os textos devem conter cerca de 100páginas, nas quais eles vão desenvolver os conhecimentos adquiridos.Nos mestrados a dissertação é o trabalho de conclusão das pesquisasapós a frequência dos cursos e créditos necessários, sob a supervisão deum orientador da academia. Ela é defendida perante uma bancacomposta por três ou mais doutores.

  Nestas produções do mestrado o estudante deve expressar igualmente oquanto está ciente do método empregado em suas investigaçõesacadêmicas e mencionar qual a metodologia usada em seu trabalho. Éalgo semelhante à produção de uma tese, a qual é desenvolvida duranteo estágio do doutorado.

  O texto dissertativo pode ser expositivo ou argumentativo. Em nenhumadas duas modalidades há lugar para a opinião. Na expositiva o estudante

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expõe um conceito, uma teoria e o seu ponto de vista sobre o assunto,além de expressar a visão alheia. Normalmente ele expande a concepçãonuclear, revelando sua essência, os precedentes, razões imediatas oudistantes, efeitos ou exemplificações.

  Na monografia argumentativa o criador deseja mais que tudo comprovar

a exatidão ou a falsidade dos conceitos discutidos no texto; o autor querpersuadir o interlocutor, e por esta razão ele apela ao seu intelecto pormeio de raciocínios, indícios claros e testemunhos.

  As produções mais objetivas conferem um tom nada pessoal à obra, esão tecidas por argumentos racionais que vão da esfera geral à singular.As subjetivas são direcionadas não apenas à mente do outro, mastambém as suas emoções; nelas estão presentes elementos como asatitudes sarcásticas e zombeteiras. Não podem faltar nos textos

dissertativos a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Resenha Crítica

Toda resenha é uma descrição detalhada a respeito de determinado conjuntode fatos. A resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra. O resenhista é aquele que escreve resenha e que possui a capacidade de redigirum resumo a respeito da leitura, formulando um conceito de valor de

determinada obra literária.A resenha crítica apresenta determinado nível de julgamento sobre a obraliterária e sobre uma peça teatral, um roteiro de cinema e TV, descrição demétodo científico, entre outras categorias de obras. O resenhista crítico deveescrever de maneira impessoal, sem demonstrar sarcasmo ou comicidade emsua opinião. 

A resenha deve apresentar um posicionamento técnico a partir de uma análisesobre a obra, expondo o resumo do conteúdo e o nível de sua importância. Em

suma, apresenta o conteúdo de uma obra com uma avaliação técnica e crítica.

O objetivo da resenha crítica é informar o leitor a respeito do assunto dedeterminado livro, a contribuição do autor, sempre de maneira objetivae educada, sem menosprezar de maneira vulgar o conteúdo analisado.Evidencia também o trabalho do autor sobre as abordagens, seu nível deconhecimento e o valor de sua teoria.

O resenhista crítico mostra as falhas presentes na obra, informaçõesdesencontradas e, quando merecido, dar elogios ponderados, sem ³rasgar a

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seda´. Apesar de sua análise técnica e equilibrada, o resenhista não possuiodireito e deturpar o conteúdo do livro e o pensamento do autor da obra.

Não pode dizer como deveria ter escrito, ressaltando suas próprias qualidades,pormenorizando o valor do autor da obra analisada. O resenhista precisa terconhecimento completo da obra, competência na matéria ( se a obra abordaassuntos médicos, por exemplo, o resenhista precisa ter domínio sobre o

assunto), capacidade de juízo de valor (utilizando visão técnica eimpessoal), independência de juízo, correção, e respeitar o pensamento doautor.

Ninguém tem tempo para ler todos os livros indicados, para não perder tempode trabalho intelectual, o melhor recurso é recorrer às resenhas das obras, queauxilia na decisão de ler ou não ler determinada obra. A resenha ajuda muitona elaboração de estudos científicos e elaboração de monografias.

Em sua estrutura a resenha deve conter a referência bibliográfica, credenciais

do autor, conhecimento sobre ideia e tema do conteúdo, conclusão do autor,método e embasamento usado pelo autor, e a apreciação a respeito do julgamento da obra.

Intertexto

A intertextualidade é uma espécie de conversa entre textos; esta interaçãopode aparecer explicitamente diante do leitor ou estar em uma camadasubentendida, nos mais diferentes gêneros textuais. Para compreender apresença deste mecanismo em um texto, é necessário que a pessoa detenhauma experiência de mundo e um nível cultural significativos.

O intertexto só funciona quando o leitor é capaz de perceber a referência doautor a outras obras ou a fragmentos identificáveis de variados textos. Esterecurso assume papéis distintos conforme a contextura na qual é inserido. A pressuposta cultura geral relacionada ao uso deste mecanismo literário deve,portanto, ser dividida entre autores e leitores. 

E não há limite para as esferas do conhecimento que podem ser acessadastanto pelo produtor do texto, quanto por seu receptor. Isto significa que ointertexto não está somente ligado ao contexto literário. Ele pode estarpresente na pintura, a qual pode interagir com uma foto produzida séculosdepois; na publicidade, quando, por exemplo, o ator que anuncia o Bom Brilestá trajado como a Mona Lisa, criada por Leonardo da Vinci.

No caso desta propaganda, o intérprete compara a forma como o µMon Bijou´ deixa a roupa bem limpa e perfumada, com a criação de uma obra-prima,

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alusão à criação de da Vinci. Seu idealizador, portanto, faz uma analogia entreo produto que deseja vender e a elaboração de uma imagem pictórica, levandoao consumidor a possibilidade de se atualizar culturalmente.

Há pelo menos sete tipos de intertextualidade. A Epígrafe é um pequeno trechode outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardandocom ela alguma relação mais ou menos oculta. A Citação é um fragmento

transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas.

A Paráfrase é a réplica de um escrito alheio, posicionado em um uma obra comas palavras de seu autor. Este deve, portanto, esclarecer que o trechoreproduzido não é de sua autoria, citando a fonte bibliográfica pesquisada, afim de não cometer plágio. A Paródia é uma distorção intencional de outrotexto, com objetivos críticos ou irônicos.

O Pastiche é a imitação rude de outros criadores ± escritores, pintores, entreoutros ± com intenção pejorativa, ou uma modalidade de colagens e

montagens de vários textos ou gêneros, compondo uma espécie de colcha deretalhos textual. A tradução se insere na esfera da intertextualidade porque otradutor recria o texto original.

A Referência é o ato de se mencionar determinadas obras, de forma direta ouindireta. A Alusão é uma figura de linguagem que se vale da referência ou dacitação de um evento ou de uma pessoa, concreta ou integrante do universoda ficção, denominada interlocutor. Ela é igualmente conhecida como µintertextualidade¶ ou µpolifonia¶.

O intertexto, portanto, não se refere apenas a textos literários, mas também amúsicas, imagens ± vídeos, filmes, todos os recursos visuais. Assim, em umacomposição musical, no lançamento cinematográfico, na animação que seassiste em casa, na publicidade, nas pinturas e outras artes plásticas, enfim,em todas as linguagens artísticas, está presente a intertextualidade.

Discurso na Publicidade

Num texto específico e redigido para apresentar uma ideologia, afirmá-lae conquistar, por meio do texto, a opinião favorável do leitor, seguebasicamente os passos da argumentação, convencimento e persuasão.

Num discurso, o ato de convencer está relacionado com a razão, utilizando oraciocínio lógico e exemplos objetivos. A persuasão é um passo de caráterideológico, subjetivo e intemporal. 

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Persuadir é atingir a vontade e o sentimento do leitor, conquistando a suaadesão. Em suma, convencer é trabalhar sobre os meandros da ³mente´ e,persuadir, um ato ³emocional´.

Na arte retórica, o filósofo Aristóteles apresenta três gêneros da retórica:

y  Deliberativo;y  Judiciário;y  Demonstrativo;

O deliberativo, relacionado ao futuro, é referente ao ato de aconselhar oudesaconselhar para situação ou ação futura. O judiciário, relacionado aopassado, é utilizado para a acusação e defesa de fatos pretéritos. O gênerodemonstrativo, ligado ao tempo presente, tem o objetivo de afirmar oucensurar o estado atual das coisas.

No texto publicitário predomina o gênero deliberativo, após demonstrar o

estado atual do produto (marca, características, preço, ofertas, vantagens,etc), o texto publicitário delibera, aconselha, expressa uma ordem de consumo, sempre favorável ao consumidor.

Manifesto

Estruturalmente escrito, em muitos casos, em forma de dissertação,o Manifesto também pode aparecer mais livre de regras, contudo, énecessário manter alguns itens durante sua elaboração, como por exemplo:título, desenvolvimento e explanação da questão abordada, argumentação bemfundamentada para defesa do ponto de vista do escritor, além de data, local eassinatura do(s) idealizador(es) e apoiadores. Outra característica, mas nãouma obrigatoriedade, é a frequência com que se encontram vocativos nestegênero textual.

Ao termo manifesto é muito comum associar temas políticos. Direcionado amúltiplos receptores, é um depoimento público com fins e propósitos

determinados, que intenciona a denúncia e/ou chamar a atenção para certoassunto, e tem como princípio básico convencer os leitores/ouvintes, comalusão à convocação. Por isso, o aparecimento de verbos no imperativo eno presente do indicativo é comum, causando uma aproximação com orecebedor e também uma imposição ao cumprimento do que se idealiza. 

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Pode-se considerar o manifesto como um genêrotextual atemporal, visto que existem diversos delesde bastante tempo atrás, como por exemplo o ³Manifesto Comunista ³, que tem sua primeirapublicação datada em 1848. Mesmo com tantos anosde existência, é um documento importante, tendo emvista sua contribuição para a política e aos seguidores

do comunismo. Em contrapartida a manifestosantigos, também a elaboração de novos textosseguindo tal estrutura é um fato presente.

Assim como o exemplo citado anteriormente, porémnão tão antigo, mas completando uma década nesteano, o ³Manifesto Futurista´ também foi um marco

na época em que foi escrito e até os dias atuais é lembrado pelas influênciascausadas. Credita-se a ele o nascimento do ³Futurismo ³, movimentoartístico e

literário do século vinte. No segundo item do manifesto, evoca-se ³ A coragem,a audácia, a rebelião, serão elementos essenciais da nossa poesia ³.Exemplificando, aqui, a intenção do gênero textual em questão, que tem comofinalidade mostrar as características necessárias para compor um poema.

Revisor de Textos

O R evisor de texto é hoje uma figura cada vez mais rara nas empresas de

comunicação, que comumente o substituem por ferramentas virtuaisconhecidas como corretores de texto ou ortográficos, mas estas estão muitolonge de preencher a lacuna deixada pela ausência deste profissional.

O praticante deste ofício não realiza apenas uma mecânica correçãogramatical, mas sim uma completa intervenção no texto a ser aperfeiçoado. O revisor pode transformar desde meras palavras aqui e ali, até parágrafosinteiros, editando-os ou enriquecendo-os com a inserção de novos vocábulos. 

Nas redações ou nas editoras ele trabalha conjuntamente com os profissionais

responsáveis pela publicação dos textos revisados. É importante para o bomrevisor e seus coordenadores verificarem não apenas a gramática, mastambém a coerência discursiva, para que os escritos não se tornem confusospara o leitor.

O profissional competente está sempre ciente do que lhe resta conhecer, dastécnicas que ele necessita conquistar para se tornar ainda mais proficiente emseu campo de trabalho. Portanto, está sempre alerta para possíveis erros efalhas, constantemente em estado de aprendizado. Ele não empreende uma

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leitura como qualquer outra pessoa; o revisor praticamente radiografa aspalavras, buscando seus meandros mais íntimos e novas possibilidades earticulações que elas lhe ofereçam.

O revisor atua normalmente nas empresas jornalísticas e nas editoras,preparando o texto até que ele setransforme em sua versão final, pronta paraser publicada. Mas ele também pode realizar a revisão de pesquisas

acadêmicas, complementando a revisão inicial do próprio autor do trabalho, oqual quase sempre faz uma autorrevisão antes de transferi-lo para esteprofissional, pois normalmente o criador do texto está muito ligado a ele e,portanto, mais propenso a erros. Na etapa final, porém, o escritor fará umaúltima análise das intervenções do revisor, para captar se o objetivo de seutrabalho foi alcançado.

A revisão se processa em várias fases. A primeira delas é conhecida comorevisão primária, que às vezes é difícil de distinguir da etapa do copidesque ±burilamento textual que pode ser elaborado igualmente por um redator ± ou dapreparação de texto ± sua ordenação em parágrafos, capítulos, de forma aganhar o formato final que será consumido pelo leitor. Este trabalho de revisãose atém mais aos aspectos ortográficos e sintáticos. Nas pesquisas oriundas deinstituições de ensino é também realizada, neste momento, a adequação aosparâmetros da ABNT ± Associação Brasileira de Normas Técnicas ± ou a outrosórgãos similares.

Na Revisão Secundária são enfocadas as expressões verbais, os exageros nouso da eufonia ± busca de sons harmoniosos na combinação das palavras -, a

linguagem coloquial, a inteligibilidade textual, a sintaxe e a explanação dasidéias. Todos os aspectos do idioma são profundamente observados. A Revisãode Provas é elaborada quando o livro já está disposto visualmente no formatoda página; portanto todos os detalhes relacionados a esta diagramação devemser verificados.

Finalmente, na R evisão final, é empreendida uma leitura derradeira doescrito, quando então se observam as mínimas miudezas que podem terrestado. Lapidam-se as últimas arestas, antes que soe o momento da entregado texto para publicação. E, claro, sempre restarão detalhes a serem

conferidos enquanto for realizada uma nova busca. Daí o leitor normalmenteainda encontrar pequenos lapsos no momento do consumo do texto.

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Narrativa

Um escritor, ao narrar, na verdade tece e entretece histórias, criando um textoque flui no imaginário do leitor, introduzindo-o a um universo paralelo, o qual,por mais que busque retratar o real, sempre estará permeado por elementos

fictícios. O autor guia os que se aventuram pelas páginas geradas pela suaimaginação, por uma esfera que transcende a realidade, muitas vezes atravésde uma dimensão intencionalmente mágica.

Narrar inclui compor tramas, elaborar personagens mais ou menos complexos,mesclar fantasia e realidade, elementos oníricos e concretos, temporalidadese paisagens distintas, culturas variadas, mitos e sabedorias das mais diferentesascendências. A boa narrativa consegue transportar o leitor para outrasesferas, levando-o inclusive a se sentir na pele dos personagens bemcompostos. 

A narrativa devolve à aridez do mundo real o perdido encantamento dostempos antigos, a magia e o mistério do desconhecido, o poder de redescobrirnovas possibilidades na existência hoje tão previsível. O Homem, desde erasancestrais, desenvolve continuamente sua capacidade de criar histórias e,através delas, melhor compreender o mundo em que vive.

Mais que isso, como a inesquecível personagem das 1001 Noites, o narradororganiza a psique humana, e cura as feridas nela presentes, como as do

sultão, carregado de ódio, que teve suas emoções reequilibradas pelo dom decontar histórias da sua amada Sherazade. Até hoje, no mundo cético em quevivemos, é reconhecido o potencial balsâmico da Narrativa.

A literatura narrativa pode ser mais ou menos perpassada pelo tom poético,constituindo o que se chama de prosa poética. O estilo narrativo é compostopor cinco elementos básicos ± o narrador, as personagens, a ação, tempo eespaço. Os personagens podem ser conhecidos através de seus elementosfísicos e também por suas características psicológicas.

Os personagens são apresentados ao leitor através da técnica descritiva, daí adescrição e a narrativa estarem sempre tão próximas, pois muitas vezes, paranarrar uma história, é preciso transmitir dados sobre algo ou alguém. Alémdisso, eles podem ser introduzidos por meio do discurso direto ± sendoconhecidos por seus atributos ± ou através do indireto ± a partir de seucomportamento, suas atitudes.

A ação de uma história está relacionada ao enredo ou trama, correspondenteao roteiro cinematográfico ou televisivo. É nele que os acontecimentos fluem,compondo uma rede de eventos, aventuras, contextos e situações vivenciadas

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pelos personagens, em um dado tempo ± ou em múltiplas temporalidades ± ouespaço, que também pode se desdobrar em várias paisagens determinantes.Construir o enredo é o próprio ato de edificar a narrativa.

O narrador, aquele que conta a história, pode estar travestido como umpersonagem que narra a trama da qual ele mesmo é o principal partícipe,transmitindo a narrativa na primeira pessoa. Ou ser o narrador-observador,

atuando apenas como testemunha dos fatos que se sucedem; ele só temconhecimento do que vê, e assim a narra na terceira pessoa, passando para oleitor o seu ponto de vista.

Já o narrador onisciente tem conhecimento de tudo que se passa na trama,sendo capaz de narrar não só o que observa, mas o que sabe sobre cadapersonagem, seus meandros mais íntimos, suas reflexões, sua mente, aprópria alma dele. Ele decifra seus mistérios mais profundos e recônditos, atémesmo o que está escondido no inconsciente. Normalmente ele utiliza em suasnarrativas o discurso indireto livre.

MetonímiaLeia o poema ³A laçada´, de Oswald de Andrade.

 ³O Bento caiu como um touroNo terreiroE o médico veio de ChevroléTrazendo o prognósticoE toda a minha infância nos olhos´. 

No terceiro verso, o eu lírico, em vez de empregar a palavra ³carro´ preferiuutilizar ³Chevrolé´, mantendo entre elas uma relação de inter-dependência, jáque ³Chevrolé´ é uma marca de carro. Temos assim a metonímia, uma figuraque consiste em usar uma palavra no lugar de outra, mantendo uma relaçãode implicação mútua, nesse caso, a substituição do produto pela marca.

Observe este outro exemplo de metonímia:

 ³Trabalhava ao piano, não só Chopin como ainda os estudos de Czerny´.(Murilo Mendes)

Nesse caso, uma relação de causa-efeito permitiu que o poeta usasse a palavraChopin (compositor de uma partitura musical) para designar a própria partitura(a obra ³causada´ pelo autor).

A metonímia ocorre quando empregamos:

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1. O efeito pela causa ou vice-versa: ³Conseguiu sucesso com determinaçãoe suor´ (trabalho).

2. O nome do autor pela obra: ³Ler Guimarães R osa éum projeto desafiador´ (a obra).

3. O continente (o que está fora) pelo conteúdo (o que está dentro): ³Bebeusó dois copos e já saiu cambaleando´ (a bebida).

4. O substantivo concreto pelo abstrato: ³Tratava-se de um papo-cabeça´ 

(intelectual).5. O abstrato pelo concreto: ³Era difícil resistir aos encantos

daquela doçura´ (pessoa meiga, agradável).6. A marca pelo produto: ³Comprei uma caixa de Gilette´ (lâmina de

barbear).7. O instrumento pela pessoa: ³Quantos quilos ela come por dia?

Quilos? Não sei, mas ela é boa de garfo´ (o instrumento utilizado paracomer). (Luiz Vilela)

8. O lugar pelo produto: ³Queria tomar um Porto fervido com maçãs´ (o

vinho).9. O sinal pela coisa significada: ³O trono inglês está abalado pelasrecentes revelações sobre a família real´ (o governo exercido pelamonarquia).

10.  O singular pelo plural: ³O brasileiro tenta encontrar uma saída parasuportar a crise´ (um indivíduo por todos).

11.  A parte pelo todo: ³Enormes chaminés dominam os bairros fabrisda cidade inglesa´. (fábricas)

12.  A classe pelo indivíduo: ³Depois desse episódio, não acredito maisno Juizado brasileiro´ (os juízes).

13.  A matéria pelo objeto: ³O jantar foi servido à basede porcelanas e cristais´ (matéria de que é feito o objeto).

No cotidiano, a metonímia é também é muito empregada para orientarusuários em guias turísticos, terminais de transportes, ginásios esportivos,postos de gasolina e rodoviários, etc. Eles vêm em forma de criptogramas,imagens ou grupo de imagens que integram uma escrita sintética, resumida.

Comparação ou Símile

Assim como a metáfora, a comparação, ou símile, baseia-se numa relação desemelhança. São distintas, porém, na maneira como estabelecem essa relação.Na metáfora, ocorre de maneira implícita; na comparação, de forma explícita,através de uma partícula comparativa pra interligar os elementos emconfronto, em forma de analogia.

Vamos observar como isso ocorre nesses versos de Cecília Meireles: 

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 ³Meu coração tombou na vidatal qual uma estrela feridapela flecha de um caçador´.

Veja que o eu lírico compara o termo ³coração´ a ³estrela´, aproximando-ospela sua semelhança, de modo que podemos atribuir as características de ³estrela´ a ³coração´. Essa relação de similaridade ocorre através do elemento

comparativo ³tal qual´.

Nesses versos de Roseana Murray, encontramos comparações com o elementocomparativo ³como´:

 ³Para a florista,as flores são como beijossão como filhas,são como fadas disfarçadas´.

Aqui a comparação se dá de maneira explícita, com o intuito de descrever osentimento da florista em relação às flores, comparando-as com ³beijos´ (demonstração de afeto), ³filhas´ (instinto maternal, proteção) e com ³fadasdisfarçadas´ (mistério, fantasia).

O mesmo exemplo seria metáfora se a poetisa optasse por:

 ³Para a florista,as flores são beijossão filhas

são fadas disfarçadas´.

Comparação é, portanto, a figura de linguagem que consiste em aproximardois seres em função de alguma semelhança existente entre eles, de maneiraque seja possível atribuir as características de um a outro, e sempre por meiode um elemento comparativo explícito, que pode ser: como, que nem,semelhante a, tal qual, entre outros.

MetáforaLeia esses versos de Chico Buarque:

 ³Sua boca é um cadeadoE meu corpo é uma fogueira´. 

Observe que o eu lírico mantém uma relação de similaridade entre os termos ³boca´ e ³cadeado´, de modo que as características do ³cadeado´ (fechado)sejam atribuídas à ³boca´. O mesmo ocorre entre os termos ³corpo´ e ³fogueira´ (ambos são quentes).

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Existe aqui uma transferência da significação própria de uma palavra, no casoaqui ³cadeado´ e ³fogueira´, para outra significação quem lhe convém graças auma comparação existente no espírito do autor, ou seja, acontece de maneiraimplícita. A isso chamamos metáfora.

Veja outros exemplos de metáfora:

 ³O samba é o pai do prazerO samba é filho da dor´.

(Caetano Veloso)

Nesses versos, o poeta faz referência a duas informações inerentes ao samba.Como ³pai do prazer´, refere-se ao espírito festivo e contagiante que envolve adança; como ³filho da dor´, remete-nos a refletir sobre a origem do ritmo,dando ênfase ao sofrimento da raça negra desde o primeiro contato com ohomem branco.

Os versos a seguir, de Cecília Meireles, apresentam um tipo diferente demetáfora:

 ³Pelos vales de teus olhosde claras águas antigasmeus sonhos passando vão´.

Neste caso, ³águas´ e ³vales´ mantém uma relação de similaridade, fazendo-nos entender que os olhos de quem o eu lírico se refere estão marejados de

lágrimas. Nesse caso, a metáfora aconteceu por substituição, ou seja, ovocábulo ³águas´ foi empregado no lugar de ³vales´, evitando a repetição eadicionando mais um sentido a ela.

Em suma, metáfora é a figura de linguagem que consiste em empregar umapalavra num sentido que não lhe é comum ou próprio, numa relação desemelhança entre dois termos.

Texto

É uma forma de interação social, podem ter características faladas ou escritas,tamanhos diversificados. Por meio de um objetivo gira em torno de idéias esentidos, se expressa de forma verbal e não-verbal.

Os Textos estruturam-se de acordo com algumas regras, fatores ecaracterísticas: 

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Contexto ± como, com quem ocorrem as formas comunicativas; dadoscomuns ao emissor e ao receptor. Busca representar o ouvinte e o leitor,estabelecer o lugar que acorre a interação e quais finalidades.

Intertextualidade ± é ser capaz de observar ou fazer ligações de um textosobre outro, seja ou não do mesmo autor, porém de mesmo assunto. Quandolemos ou ouvimos um texto é necessária uma série de informações externas

para um melhor entendimento do texto.

Parágrafo ± um texto pode ser formado por diversos parágrafos, apresentadode acordo com o grupo de idéias. O parágrafo é composto de frases, é umamudança de linha. Frase é expressa sentido. As frases podem ser:interrogativas, afirmativas, negativas, exclamativas e imperativas.

Fatores na construção do texto ± o texto enseja coerência, trabalhar comcoesão.

A coerência é um fator importante para a estruturação do texto, no ponto emque não se podem contradizer as outras partes do texto. Na verdade o textodeve ser coerente em um todo.

A coesão é uma conexão interna entre as várias partes de um texto. A melhor forma de usar esta ferramenta e dispor de forma correta o usoda gramática.

Organização dos textos ± primeiro buscar uma finalidade, depois decidirsobre uma sequência. As sequências dividem-se em: narrativas, descritivas,

dissertativas, instrutivas e com diálogos.

Gêneros de textos ± são grupos de textos com características e formatosparecidos. Dividem-se em: textos científicos, textos de correspondência, textosinstrucionais, textos jornalísticos, textos literários, textos literários com o usode linguagem visual e verbal e textos publicitários.

Textos científicos ± são divulgações científicas. Podem ser lidos emperiódicos científicos, em revistas, em livrosdidáticos, em dicionários eenciclopédias.

Textos de correspondência ± com o objetivo de outra pessoa ler ouvisualizar. Podem ser divididos em: bilhete, carta, cartão-postal, e-mail etelegrama.

Textos instrucionais ± sugere a função apelativa da linguagem. Podem ser:bulas, folhetos explicativos, guias de cidades, instruções de provas, manuaisde instruções, receitas de cozinha, regras de jogos etc.

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Textos jornalísticos ± podem ser: anúncios, cartas, editorial, entrevista,notícia e reportagens.

Textos literários ± nos textos literários é usada a criatividade, o jogo deimagens e figuras. Dividem-se em: conto, crônica, fábula, novela, peça teatral,poema e romance.

Textos literários com o uso de linguagem visual e verbal ± podem ser: charge,cartum, história em quadrinhos e tira.

Textos publicitários ± o objetivo do texto é seduzir o leitor ou convencer oconsumidor de algo. Características: o uso de vários adjetivos, verbos noimperativo (apelativos), argumentativo e o uso de metáforas.

Redação TécnicaEscrever e comunicar é buscar uma resposta do receptor da mensagem, e ,sobretudo, persuadi-lo ou informá-lo sobre determinado argumento. Nocontexto comercial, a redação técnica é aquela utilizada em objetivoempresarial e oficial.

Difere da redação literária e dissertativa, que são carregadas de valorestextuais estéticos, objetivos, artísticos e até mesmo subjetivo. Em qualquer

tipo de texto que se escreva, é necessário pesquisa e domínio sobre o assuntopara um maior domínio de sua argumentação. 

Tal fator é primordial na redação técnica, que se segue o ato de redigirobedecendo um conjunto de metodologias em prol de um resultado, seguindosempre uma formatação padrão no meio comercial, administrativo e jurídico.

Na prática a redação técnica abrange atas, circular, contratos, memorandos,parecer, procuração, recibo, texto de registro, relatório e currículo.

Redação no ENEM 

Além da prova objetiva, o candidato, no Exame Nacional do Ensino Médio(ENEM), é exigido a redigir um texto dissertativo-argumentativo relacionado atemas sociais, políticos, culturais e científicos.

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A prova de redação avalia cinco competências: Domínio da norma culta dalíngua escrita, compreensão da proposta da redação, interpretar e relacionarfatos, demonstrar conhecimento na língua, propor solução ao problema. 

O candidato precisa demonstrar conhecimento mínimo de regras de escrita,incluindo pontuação, regência, crase, uso verbal e demais conhecimentosgramaticais.

Deve compreender o tema proposto pela redação e desenvolvê-lo através dediversos conceitos dentro do limite dissertativo-argumentativo, não é aceitoescrever um texto no formato de um poema. É necessário ser claro e coerentena argumentação e na opinião.

É necessário saber expressar dados e opiniões realmente confirmáveis naimprensa e na opinião pública, que sejam pertinentes sem parecer inventivos.Selecionar o melhor argumento para defender a sua opinião.

O argumento e a opinião que o candidato defende devem ser expostos demaneira lógica, como por exemplo, no método causa e consequência. Alémdisso é fundamental saber usar advérbios, locuções adverbiais e conjunções damaneira correta.

Na conclusão do texto é necessário reafirmar o assunto, mas sugerir umasolução para o problema proposto no tema. A solução deve ser resultante deuma relação lógica e coerente com os argumentos e dados expostos nodesenvolvimento do texto.

Versos, Rimas e Estrofes

Verso é considerado cada linha de um poema. Pode ser apresentada comouma palavra ou segmento de palavras com um tipo de rítmica. Ocorre emsílabas longas ou breves (versos métricos), de acordo com o número de sílabas(versos silábicos), segundo a acentuação (versos rítmicos).

 ³Quem é esse viajante } VERSO Quem é esse menestrelQue espalha esperançaE transforma sal em mel?´  

(Milton Nascimento)

As sílabas para o poeta são uma forma de ritmo para as palavras.

Como fazer as contagens das sílabas:

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1. Conta-se até a última tônica do verso.Exemplo: ³ÉS/A /CLA /VE/DO /SOL,/ÉS/A /CHA /VE/DA /SOM/BRA 

ÉS/A /POM/BA E O /COR/VO./ÉS/A /CA /PA /NA /FU /FA.´ (David Mourão Ferreira)

2. Observam-se os Encontros Vocálicos:

Exemplo: ³À/MI/NHA /CA /BE/CEI/RA O /CRIS/TO /MO /RRE.´ (Sebastião da Gama)

A classificação do verso é de acordo com o número de sílabas:

* Monossílabo ± versos com uma sílaba.* Dissílabos ± versos com 2 (duas) sílabas.

* Trissílabos ± versos constituídos com 3 (três) sílabas.* Tetrassílabos ± versos constituídos com 4 (quatro) sílabas.* Pentassílabos ± versos com uma estrutura de 5 (cinco) sílabas ou chamadode redondilha menor.* Hexassílabos ± versos estruturados com 6 (seis) sílabas.* Heptassílabos ± versos constituídos de 7 (sete) sílabas ou chamado deredondilha maior.* Octossílabos ± versos constituídos com 8 (oito) sílabas.* Decassílabos ± versos estruturados em 10 (dez) sílabas.* Hendecassílabos ± versos com 11 (onze) sílabas.* Dodecassílabos ± versos constituídos em 12 (doze) sílabas ou chamado dealexandrino.* Verso bárbaro ± versos com mais de 12 (doze) sílabas.

Rima é a sucessão de sons fortes ou fracos repetidos com intervalos regularesou variados. Pode ser avaliada quanto ao valor e combinações.

Classificação quanto a rima de valor:

* Toante ± repetição de sons vocálicos.* Aliterante ± repetição de sons consonantais.* Consoante ± repetição de todas as letras e sons.* Aguda ± rimas de palavras oxítonas.* Esdrúxula ± rimas de palavras paroxítonas.* Ricas ± rimas de palavras raras.* Pobres ± rimas de palavras comuns.

Classificação quanto a rima de combinações:

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* Emparelhada ± ocorrem de duas em duas (AABB)* Alternadas ± ocorrem de forma alternada (ABAB)* Interpoladas ± ocorrem de forma opostas (ABBA)* Mistas ± tudo embaralhado (ABACDCD)

Estrofe é o conjunto de vários versos.

Classificam-se em:

* Monóstico ± só um único verso.* Dístico ± dois versos.* Terceto ± três versos.* Quadra ± quatro versos.* Quintilha ± cinco versos.* Sextilha ± seis versos.* Septilha ± sete versos.* Oitava ± oito versos.

* Nona ± nove versos.* Décima ± dez versos.

Introdução, Desenvolvimento e Conclusão

Uma redação é um texto formado de uma passagem escrita, de um todoindependente, em torno de uma idéia, de um sentido. Essa organizaçãoobedece a certos princípios, de modo que se crie um todo significativo,cumprindo um objetivo e uma determinada situação. Em um texto coerentetodas as partes se encaixam, na verdade se completam, não pode haver partesque destoem ou contradigam as demais partes do texto. As conexões entre aspartes internas da redação também devem ser estudadas é o que se chama decoesão textual, esta diretamente ligada às conexões gramaticais. De acordocom a finalidade gera os gêneros de texto, logo o tipo de redação.

É importante ao escrever provocar uma reação em quem lê. Escrever semdúvida é uma arte. Esta arte pode ser gradativamente evoluída em cada ser

humano com o bom hábito da leitura. Ler várias linhas de pensamento, jornais,revistas, grandes obras de literatura, tudo pode contribuir para a ampliação doponto de vista e formação de idéias. 

Existentes três tipos de redação: narração, descrição e dissertação. Cada tipode redação possui característica própria e construção diferenciada.

Narração é contar, relatar uma história sem se preocupar em ser real ouimaginário. Caracteriza-se por uma progressiva de ações; apresenta elementoscomo personagens, narrador, fato, tempo, espaço. O foco narrativo é parte

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importante já que centra no ponto de vista do narrador da história. O mesmopode estar em 1ª pessoa (eu), 3ª pessoa (ele) e narrador-onisciente.

Descrição é descrever objeto, pessoa, coisa ou lugares a que o texto se refere.Caracteriza-se por ter verbos de estado, metáforas e comparações, muitosadjetivos, uso de advérbios de lugar/tempo/modo.

Dissertação é analisar, explicar, refletir, conceituar, avaliar, expor idéias.Quando se quer defender um ponto de vista, uma opinião, uma tese, umaargumentação bem estruturada para se chegar a uma conclusão. Não se passaa dissertação no mundo extenso, mas no foro íntimo do sujeito, a dissertaçãointerpreta a realidade. Uma boa e estruturada redação dissertativa deveenglobar uma introdução (também chamado de início) chamativa; umdesenvolvimento (chamado de meio) explicativo, argumentativo e informaçãoconsistente em idéias criativas; uma conclusão (chamado de fim) calcada nasidéias que transpassa todo o texto, como um fechamento claro e preciso, semdúvidas e nem desmentindo o demais corpo do texto.

INTRODUÇÃO

É o início do texto, contendo o tema a ser desenvolvido, exposto com muitaclareza. Envolve o problema a ser analisado. Geralmente pode ser exposto emapenas um parágrafo.

Uma introdução não deve ser muito longa para não desmotivar ou ficarcansativa para o leitor. Se a redação tiver trinta linhas, aconselha-se a que o

escritor use de quatro a seis para a parte introdutória.

DEVE-SE EVITAR  EM UMA INTR ODUÇÃO - Iniciar uma idéia geral que não transpassa por todo o texto (o uso de idéiastotalmente diferentes);- Usar chavões;- Iniciar a introdução com as mesmas palavras do título;- Frequente fazer desvios do assunto principal;- Escrever período longo;- Escrever de forma pessoal, ou seja, usar a 1ª pessoa.

DESENVOLVIMENTO

É o corpo do texto, onde se organiza o pensamento. Compõem os argumentosque no caso é o posicionamento adotado. Os argumentos podem se classificarem: argumento de autoridade, argumento por ilustração, argumento dopensamento lógico, argumentação de prova concreta e argumentação decompetência linguística.

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Argumento por autoridade é a citação de frase ou pensamento de autor dotema em questão. Pode ser uma ³faca de dois gumes´, de forma positivafazendo uma intertextualidade ou negativa se for inadequado ao temaproposto. Argumento por ilustração é o uso de exemplos relativos à realidade.Argumento do pensamento lógico é uma idéia que parte do geral para oparticular ou ao contrário do particular para o geral. Argumento de provaconcreta é uma prova concreta seja de lei, dados estatísticos, fatos do

conhecimento geral, como o reforço da idéia defendida. Argumento dacompetência linguística é o uso da incorreção gramatical que gera problemasna coerência do texto.

Em uma redação de trinta linhas, a redação deverá destinar de catorze (14) adezoito (18) linhas para o corpo ou desenvolvimento da mesma.

DEVE-SE EVITAR  EM UM DESENVOLVIMENTO - Repetições;- Escrever pormenorizando;- Exemplos extremamente excessivos;- Usar de exemplos fracos e fora do contexto.

CONCLUSÃO

É a síntese do problema tratado no decorrer do texto, fechamento da redação.Se a redação está planejada para trinta linhas, a parte da conclusão deve terquatro a seis linhas.

Na conclusão, as idéias tratadas no texto propõem uma solução. O ponto devista do escritor, apesar de ter aparecido nas outras partes, adquire maiordestaque na conclusão.

DEVE-SE EVITAR  EM UMA CONCLUSÃO - O principal defeito não conseguir finalizar;- Evitar as expressões ³em resumo´, ³concluindo´, ³terminando´.