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Artigos publicados no jornal A Voz de Chaves, pela equipa da UCC Chaves 1.

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Page 1: Artigos UCC 2012
Page 2: Artigos UCC 2012

12 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 14/12/2012

OpiniãoA Saúde Não Mente

O Município de Chaves pro-

moveu, no passado dia 6 de de-

zembro, mais umas Jornadas

de Higiene e Segurança no Tra-

balho, em parceria com a Au-

toridade para as Condições de

Trabalho, na qual estiveram

presentes cerca de uma cente-

na de pessoas, nomeadamen-

te trabalhadores da autarquia,

de outras Câmaras e empre-

sas.

Jornadas de Higiene e Segurança no Trabalho

Município de Chaves pioneiro nas questões

relacionadas com segurança e saúde no trabalho

Este é o oitavo ano consecutivoque a edilidade organiza esta ação deesclarecimento, que visa essencial-mente melhorar as condições de tra-balho. Segundo representantes dasentidades nacionais presentes nasJornadas, o Município de Chaves foidas primeiras Câmaras do país a pre-ocupar-se com as questões da se-gurança e higiene no trabalho.

A sessão de abertura contou coma presença do Presidente da Câma-ra de Chaves, que salientou a impor-tância que os serviços de higiene,segurança e saúde da autarquia têmtido para os trabalhadores. “Além deterem diminuído substancialmente osacidentes de trabalho, as condiçõesdos trabalhadores também melhora-ram muito”, referiu João Batista, des-tacando igualmente a estabilidade quehoje tem todo o corpo de trabalhado-res da Câmara.

A iniciar a sessão de trabalhos, aChefe de Divisão de Recursos Huma-nos da autarquia, Paula Cabugueira,

fez uma retrospetiva de todas as edições das jornadas. Oprimeiro painel foi dedicado à prevenção de riscos no localde trabalho, nomeadamente a prevenção de queimaduras,e incluiu uma exposição de fotografias sobre boas práticasem segurança no trabalho. Os temas foram abordados pelaCoordenadora Nacional da Agência Europeia para a Segu-rança, higiene e saúde no trabalho, Emília Telo, pela enfer-meira do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro, Isabel Seixas, e pelo Diretor do Centro Local do Douro,José Pinto Fernandes, que também fez uma abordagemsobre as irregularidades que os inspetores do trabalho en-contram em obras municipais.

O segundo painel, da parte de tarde, foi dedicado à pre-venção de riscos de incêndio na zona histórica de Chaves.Uma das técnicas do Município, Amélia Melo, fez a apre-sentação do estudo levado a cabo no centro histórico, so-bre a rede de combate a incêndios, que posteriormente foicomplementado pela intervenção do técnico do Gabinetede Proteção Civil, Sílvio Sevivas, e pelo Comandante dosBombeiros Voluntários de Salvação Pública, fazendo refe-rência ao modo de atuação e quais os procedimentos aadotar em caso de incêndio. Este segundo painel contoucom a moderação do Diretor de Departamento de Coorde-nação Geral da Câmara, Marcelo Delgado.

Redacção

Portugal é actualmente o ter-ceiro país com maior índice deobesidade infantil da Europa peloque se tem tornado um problemacada vez mais preocupante.

Entre a década de 70 e o ano2002, as crianças portuguesasaumentaram mais no peso do quea altura. Actualmente, cerca de32% das crianças entre os setee os nove anos, em Portugal, têmexcesso de peso e 10% são obe-sas, sendo que este problemaafeta principalmente as criançasdo sexo feminino. O concelho deChaves está acima da média na-cional.

De fato, embora existam mui-tos casos em que as causas daobesidade infantil são genéticase hormonais, a maioria dos ca-sos de excesso de peso resultado fato que as crianças dos nos-sos dias comem muito e exerci-tam-se pouco. Existem dois fato-res que têm contribuído muitopara esta nova tendência nos há-bitos alimentares.

O primeiro fator é que os paisque trabalham fora encontrammenos tempo e energia para pre-parar as suas refeições, acaban-do assim por recorrer cada vezmais ao consumo de fast-food. Épor isso que existem cada vezmais restaurantes especializa-dos nesse tipo de comida espa-

Filipe Ferreira

Nutricionista

Obesidade infantil nas escolas

O efeito cumulativo da di-minuição da mortalidade enatalidade, o aumento da es-perança de vida da populaçãoportuguesa, leva a um au-mento na procura de cuidadosde saúde. Isto gera situaçõesque requerem respostas no-vas e diversificadas que pro-movam a qualidade de vida eo maior número de anos pos-sível, desiderato a que se pro-põe a RNCCI.

A Equipa de CuidadosContinuados Integrados(ECCI) constitui uma das ti-pologias de resposta da RNC-CI. É uma equipa multidisci-plinar da responsabilidade doscuidados de saúde primáriose das entidades de apoio so-cial para a prestação de ser-viços domiciliários, decorren-tes da avaliação integral, decuidados médicos, de enfer-magem, de reabilitação e deapoio social, ou outros, a pes-soas em situação de depen-dência funcional, doença ter-minal ou em processo de con-valescença, com rede de su-porte social, cuja situação não

Equipas Domiciliárias

de Cuidados Continuados Integrados

A criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados(RNCCI), de acordo com o preâmbulo do Decreto-Lei nº 101/2006, de6 de Junho, procura dar resposta às carências de cuidados, decorren-tes do aumento da prevalência de pessoas com doenças crónicasincapacitantes, do aumento de pessoas idosas com dependência fun-cional, de doentes com patologia crónica múltipla e de pessoas comdoença incurável em estado avançado e em fase final de vida.

requer internamento mas que não podem deslocar-se de for-ma autónoma. Esta equipa (ECCI) está integrada na Unidadede Cuidados na Comunidade (UCC Chaves 1) no Centro deSaúde Chaves 1.

Os utentes que podem ser admitidos nas equipas domiciliári-as (ECCI) dos centros de saúde são aqueles que, independente-mente da idade, se apresentem em alguma das situações se-guintes:

·Pessoas em situação de dependência, com incapacidadepara desenvolver as atividades instrumentais e básicas da vidadiária e/ou com presença de síndromes geriátricos, nomeada-mente, desnutrição, deterioração cognitiva, problemas sensori-ais;

·Pessoas com episódios frequentes de reagudização e quenecessitam de ser seguidas e acompanhadas durante períodosde tempo mais ou menos longos, nomeadamente, doença pul-monar obstrutiva crónica, doença neurodegenerativa, insuficiên-cia cardíaca, diabetes, hepatopatia;

·Pessoas com doença grave, progressiva e incurável, sempossibilidades de resposta favorável a um tratamento específico,com sintomas intensos, múltiplos, multifatoriais e instáveis, comprognóstico de vida limitado e que provoca um grande impactoemocional ao doente e família;

·Pessoas com necessidade de continuidade de tratamentos;·Necessidade de ensino de procedimentos aos cuidadores,

de modo a garantir a continuidade de cuidados no domicílio.Assim, pode solicitar o apoio desta equipa (ECCI) no domicí-

lio, dirigindo-se à sua equipa de saúde familiar (Enfermeiro/a ouMédico/a de Família), ou em caso de internamento hospitalar, ob-tendo as informações necessárias junto da Equipa de Gestão deAltas do Hospital.

A Equipa da UCC Chaves 1

[email protected]

lhados por todo o mundo. O problema é quegeralmente esse tipo de comida tem umaelevada concentração de açúcar e de gordu-ras, sendo oferecido em irresistíveis porçõesmaiores. O segundo fator é que as pessoastêm substituído o leite e a água por refrige-rantes.

O outro problema está relacionado coma falta de atividade física. Na verdade, emmédia, uma criança com apenas três anospratica apenas cerca de vinte minutos por diade atividade física moderada a vigorosa. Estatendência sedentária deve-se principalmen-te ao fato de as crianças passarem demasi-ado tempo em frente à televisão sendo mes-mo incentivadas pelos pais a fazerem issopara que não os incomodem. Em vez disso,seria bom que os pais incentivassem os seusfilhos a fazerem coisas divertidas como jo-gar à bola ou andar de bicicleta.

Contudo a sociedade pode inverter estecenário e contribuir com políticas nutricionais,sistemas alimentares, valores sociais, mei-os de transporte e actividades de recreação,incluindo as que envolvem exercício físico,capazes de modularem o balanço energéti-co e o peso, como tão bem mostram as ex-periências recentes de muitos municípiosportugueses.

Como nutricionista não recomendo a prá-tica de dietas restritivas às crianças pois issopoderá comprometer o seu crescimento esaúde. De modo que umas das melhores es-tratégias para combater o excesso de pesonas crianças é fazer um esforço para me-lhorar a qualidade da alimentação e tambémos níveis de exercício de toda a família. Setoda a família fizer um esforço para ter hábi-tos saudáveis estes também farão parte davida dos seus filhos no futuro promovendoassim uma vida mais saudável.

A sessão foi presidida pela Pre-sidente da Comissão Administrati-va Provisória, Luísa Bandeirinha,que deu as boas vindas e agrade-ceu a presença de todos.

A palestra realizada pelo nutri-cionista Filipe Ferreira teve comoobjetivo proporcionar momentos en-riquecedores a toda a comunidadeeducativa, sensibilizar para a neces-sidade de uma alimentação saudá-vel e reforçar a importância dos nos-sos comportamentos alimentaresbem como o estilo de vida e a práti-ca de exercício que influenciam anossa saúde presente e futura. Se-gundo o nutricionista, “é fundamen-tal resgatar estas práticas bemcomo estimular a produção e o con-sumo de alimentos saudáveis regi-onais (como legumes, verduras efrutas), sempre levando em consi-deração os aspetos comportamen-

Chaves- Agrupamento de Escolas DR. António Granjo

“Alimentação saudável” em debate

O Departamento de Educação Pré-escolar do Agrupamento de Escolas Dr.

António Granjo, no âmbito do seu Plano Anual de Atividades, levou a efeito, no

dia 27 de novembro, no auditório da Escola E.B. 2,3 Dr. Francisco Gonçalves

Carneiro, uma palestra subordinada ao tema “Alimentação Saudável”.

tais e afetivos relacionados às práticas alimen-tares”.

A escola necessita, por isso, assumir a res-ponsabilidade de fomentar mudanças sócio–ambientais, para favorecer as escolhas saudá-veis ao nível individual. A responsabilidade com-partilhada entre a escola, as famílias, a socie-dade e o setor produtivo é o caminho para aconstrução de modos de vida que tenham comoobjetivo central a promoção da saúde e a pre-venção das doenças.

A escola pretendeu alertar para a importân-cia de refletir sobre a pertinên-cia de que comer bem não sig-nifica comer caro, bem comosobre as consequências doaumento da obesidade infan-til e o quão oneroso será parao futuro de toda a comunida-de.

Redacção

Page 3: Artigos UCC 2012

11 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 23/11/2012

OpiniãoA Saúde Não Mente

Celebrado todos os anos a14 de novembro, o Dia Mundialda Diabetes (DMD) é uma cam-panha lançada pela FederaçãoInternacional da Diabetes (IDF)e dos seus membros associa-dos. A iniciativa foi lançada pelaIDF e pela Organização Mundi-al de Saúde (OMS) em 1991, emresposta ao aumento da inci-dência da diabetes no mundo.Em 2007 tornou-se num dosdias oficiais das Nações Unidascujo objetivo principal é a toma-da de consciência sobre a im-portância da diabetes.O temado DMD para o período 2009-2013 é a “Educação e Preven-ção da Diabetes”. A diabetes éuma doença crónica e tem umimpacto na vida diária de 366milhões de pessoas no mundoe de suas famílias, daí ser ex-tremamente importante que re-cebam uma educação de qua-lidade adaptada às suas neces-sidades e fornecida por profis-sionais de saúde qualificados.

A diabetes tipo 2 pode serprevenida, em muitos casos,ajudando e incentivando os gru-pos de risco a vigiar o peso, teruma alimentação saudável efazer exercício regular. As prin-cipais mensagens da campa-nha são: “Conheça os riscos e

Dia mundial da Diabetes

os sinais de alerta da diabetes; saiba como reagir à diabetes e aquem recorrer; saiba como controlar a diabetes e assumir o seucontrolo.

O logotipo do DMD é o círculo azul, o símbolo global da diabe-tes que foi desenvolvido como parte da campanha “Unidos pelaDiabetes”. O logotipo foi aprovado em 2007 para marcar a apro-vação da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU)ao instautar o DMD. O significado deste símbolo não poderia sermais positivo. Em diferentes culturas, o círculo simboliza a vida ea saúde, a cor azul reflete o céu que une todas as nações e étambém a cor da bandeira das Nações Unidas. Assim o círculoazul significa a união da comunidade em resposta à pandemiada diabetes.

Sendo a diabetes uma doença crónica que atinge milhares depessoas em todo o mundo, e cerca de um milhão em Portugal, eno sentido de contrariar estas estatísticas, a Unidade de Cuida-dos na Comunidade (UCC) Chaves1 desenvolveu um projeto noâmbito do programa nacional de prevenção e controlo da diabe-tes, denominado “Viver em harmonia com a diabetes”. É um pro-grama educacional para diabéticos tipo2, que tem como objeti-vos ensinar e motivar o doente a adotar um estilo de vida saudá-vel para um melhor controlo da diabetes e assim, prevenir o apa-recimento de complicações futuras, melhorando a sua qualidadede vida.

Dividido em 8 sessões, o programa é constituído por ativida-des que visam o aconselhamento nas áreas da terapêutica, daalimentação e do exercício físico. A adoção deste programa con-fere ao doente um papel interventivo, uma vez que o poder dedecisão é partilhado através da educação e da motivação para ocombate à doença.

Se desejar integrar um grupo ou obter informações acerca doprograma, informe-se com o seu enfermeiro/médico de famíliaou dirija-se à UCC Chaves1 no Centro de Saúde Chaves1.

Equipa de saúde da UCC Chaves1

ucc.chaves1@srsvreal. min-saude.pt

A Unidade de Cuidados naComunidade do Centro de Saú-de de Chaves 2, assinalou o DiaMundial da Diabetes 2012, atra-vés de um evento comemorativorealizado com os diabéticos dafreguesia de Vale de Anta. O ob-jectivo foi destacar a importânciada educação das pessoas comdiabetes na redução do impactoda diabetes nas suas vidas esobretudo na melhoria da suaqualidade de vida. Procurou-seajudá-los a conhecer melhor adoença e tratamentos, habilitan-do-os com conhecimentos quelhes permitam tomar as decisõesno dia-a-dia de forma a obter ummelhor controlo da diabetes e di-minuírem a probabilidade de de-senvolver as complicações tardi-as que estão associadas à do-ença.

O Dia Mundial da Diabetes foicriado em 1991 pela Federação In-ternacional da Diabetes e a Or-ganização Mundial de Saúde, emresposta às crescentes preocu-pações relativamente à ameaça

Dia Mundial da Diabetes

que esta doença representa paraa saúde e aos custos elevadospara os sistemas de saúde.

A diabetes está a afetar um ele-vado número de pessoas em todoo mundo e, pelas suas complica-ções causadoras de grande mor-bilidade e mortalidade, é conside-rada a grande pandemia do séculoXXI. E os números falam por si,de acordo com o relatório do Ob-servatório Nacional da Diabetes,actualmente, Portugal tem cerca

de 1 milhão de diabéticos, o equi-valente a 12,3% da população,esta percentagem aumenta para27,1% nas pessoas entre os 20e os 79 anos. De salientar aindaque cerca de 400 mil não estãodiagnosticados.

Alteração do estilo de vida – ali-mentação saudável e prática regu-lar de exercício físico – podem con-tribuir para uma redução de 40%dos novos casos de diabetes.

Equipa da UCC Chaves2

Esta semana a rubrica de “Saúde, não Mente” realça o envelheci-mento cerebral e o treino funcional (prático).

O envelhecimento cerebral normal provoca apenas mudanças sig-nificativas no desenvolvimento cognitivo após os 50/60 anos de idade,muitas das vezes só detetáveis através de exames rigorosos. Algu-mas das vezes, as queixas de memória têm mais relação com qua-dros de ansiedade, depressão, transtorno de sono e stress do dia-a-dia do que com doenças cerebrais propriamente ditas.

Algumas pessoas, à medida que envelhecem começam a ter maisqueixas de memória mais intensas, podendo evoluírem para demên-cia. Esta demência compromete a execução e as capacidades doindivíduo em realizar as atividades habituais.

Entre o envelhecimento cerebral normal e a demência, podemosencontrar pessoas que estão entre ambos, a meio do caminho e aesta condição chama-se: o transtorno cognitivo leve.

Os indivíduos de mais idade, com transtorno cognitivo leve conti-nuam a apresentar dificuldades significativas de memória, tendo ou-tras funções preservadas sem que isto constitua um problema na re-alização das tarefas diárias. Nem todas as pessoas que apresentamtranstorno cognitivo leve apresentarão demência no futuro, mas have-rá uma grande percentagem de a virem contrair.

Já conhecemos os efeitos positivos do exercício físico sobre o fun-cionamento do nosso cérebro, as pessoas que praticam exercício físi-co regularmente e se alimentam convenientemente, conseguem man-ter-se longe dos excessos e combatem as patologias que lhes sãoprejudiciais à saúde.

No caso do transtorno cognitivo, existem exercícios indicados paraajudar a evitá-lo, como é o caso do treino funcional. Neste método detreino torna-se a performance acessível a qualquer individuo, já queeste trabalha todos os aspetos físicos do mesmo. Qualidades como aforça, a velocidade, o equilíbrio, a coordenação, a flexibilidade e a re-sistência são integradas de forma a proporcionarem ganhos significa-tivos de desempenho.

Um programa individualizado e específico, (aproveito para realçarque não traz só ganhos estéticos), proporciona benefícios para a saú-de, melhorando a sua qualidade de vida, evitando, prevenindo ou im-pedindo o aparecimento da doença. A diferença deste treino em com-paração a qualquer outro treino é que este não treina só os músculos,mas também os movimentos articulares e multi-planares, com o en-volvimento da propriocepção (a capacidade de reconhecer a localiza-ção espacial do próprio corpo), que nos exercícios convencionais nãose verifica. O mais importante é trabalhar o movimento da funcionali-dade já que é este que garante a sobrevivência em situações extre-mamente adversas no quotidiano do ser humano.

Caso ainda não tenha experimentado os benefícios do treino funci-onal, revelo-lhe quatro motivos para experimentar:

1) Grande aliado do emagrecimento, por gerar um alto gasto caló-rico, devido à ativação dos grandes grupos musculares;

2) Reeduca a postura, uma vez que ativa os grupos muscularesprofundos, responsáveis pela estabilização da coluna e manutençãoda posição;

3) Permite aproximar ao máximo o treino do gesto, por isso é umtrabalho de preparação física especifica.

4) Desenvolve grande independência funcional para realizar as ati-vidades usuais com facilidade devido à melhoria do equilíbrio, coorde-nação e da propriocepção.

Resta apenas, indicar algumas dicas para contratar um PT (per-sonal trainer), sugiro que confira as credências do profissional, poisapenas profissionais habilitados em educação física podem atuar comoPT, tente perceber se ensina a prática dos exercícios e se faz corre-ções regularmente na execução dos exercícios. Repare, ainda, se oprofissional se preocupa em mantê-lo motivado constantemente.

Está mais que comprovado e passou bastante tempo que esteprofissional era considerado um “bem de luxo”, conferindo a quem ocontratava um status social elevado. Hoje, foge da realidade, uma vezque este começa a ser visto como alguém que nos proporciona trata-mento especializado, saúde e liberdade!

Quaisquer dúvidas e questões que lhe possam surgir, ou até mes-mo alguma sugestão, não hesite e contate-nos, através [email protected]

E lembre-se, cuide do seu organismo, com ele vem o seu bem-estar, porque a saúde não mente!

Ana Mesquita –

Gerontologia Desportiva

Envelhecimento Cerebral e

treino específico

Opinião

Universidade Sénior de Rotary

Prevenção de Acidentes em pessoas idosas

Na próxima segunda-feira, dia 26 de Novembro, às 14h30, a Universidade Sénior de Chaves

levará a efeito um a palestra, subordinada ao tema da prevenção de acidentes em pessoas idosas.

A palestra será conduzida pela Drª Graça Chaves, sendo facultada a toda agente a participação

nesta acção formativa.

Page 4: Artigos UCC 2012

11 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 26/10/2012

OpiniãoA Saúde Não Mente

No âmbito da celebração doDia Mundial da Alimentação, a 16de outubro, decidimos esclarecero público sobre o que realmentemove as políticas e indústrias ali-mentares, o que não se mostrana maioria dos órgãos de comu-nicação social nacionais. É umalerta e um abrir de olhos com oobjetivo de informar e criar umamudança de atitudes e uma cons-ciência social.

Nos dias de hoje verifica-seum crescimento exponencial daprevalência de doenças crónicasnão infeciosas como doençascardiovasculares, diabetes, obe-sidade, cancro, entre outras. As-sociado a este crescimento vê-se também, por outro lado, umaumento da oferta alimentar, hojetemos disponíveis produtos quehá 50 anos as pessoas desco-nheciam ou que nem sequer exis-tiam. Esta grande oferta estimu-lou a um consumo desenfreado,não olhando à qualidade do pro-duto mas apenas à sua palatibi-lidade. O consumidor vê-se rode-ado e seduzido por uma série decampanhas de marketing e pro-moções que visam basicamenteo escoamento dos produtos ali-mentares processados.

O consumidor desconhece overdadeiro motivo que move ascompanhias alimentares e a per-versidade de marketing que visaapenas o lucro e pouco ou nadatem em conta a saúde da popu-lação. Os lucros anuais dascompanhias alimentares ascen-dem aos 1.2 triliões de dólares.Apenas 40 biliões de dólaresanuais seriam necessários paraextinguir a fome mundialmente.

Vejamos o panorama atual: osistema global alimentar não vaide encontro às necessidades ali-mentares e nutricionais mundi-ais, 1 bilião de pessoas encon-tra-se com fome enquanto 2 bili-ões de pessoas têm excesso depeso. Na Índia, por exemplo, vê-se um aumento das duas reali-dades, desde 1995 houve umaumento de 65 milhões de pes-soas desnutridas e 1 em 5 adul-tos tem excesso de peso. Tanto asobrenutrição como a subnutri-

Políticas Alimentares e Saúde Global –

A realidade escondida

“Comer é uma necessidade, mas comer de uma

maneira inteligente é uma arte” – La Rochefoucauld

ção são duas faces da malnutri-ção. Na base deste problemaencontram-se os sistemas ali-mentares implementados quenão são elaborados para comba-ter estes problemas.

As empresas alimentaressão motivadas por fatores econó-micos esquecendo-se da segu-rança alimentar, do impacto queos alimentos processados têmna saúde, da densidade nutricio-nal. Somos inundados com fal-sos alimentos ricos em açúca-res, sal, gorduras de baixa quali-dade (gorduras vegetais hidroge-nadas, gorduras trans, gordurasoxidadas) e com uma quantida-de que nunca é especificada deconservantes, estabilizantes,emulsionantes, intensificadoresde sabores que seduzem o seuconsumo diário. A produção mun-dial de alimentos processadosestá nas mãos de 5 companhiasmultinacionais: Kraft, Nestlé,Coca-Cola, Pepsi Co. e Unilever.

Até há algumas décadas osestudos baseavam-se na pre-missa que era o poder económi-co das famílias que determinavaa sua escolha alimentar e o esta-do de sub ou sobre nutrição. Atu-almente novos dados têm emer-gido demonstrando que a mani-pulação da oferta por parte dascompanhias alimentares estátambém na génese desse pro-blema. Os bens alimentares pro-cessados não saudáveis são al-tamente rentáveis pelo seu bai-xo custo de produção, longevida-de no armazenamento e elevadopreço de revenda.

Estas características do mer-cado criam um conjunto de inici-ativas perversas para a publici-dade e venda destes produtos,recorrendo muitas vezes à ima-gem de figuras públicas para se-duzir o público-alvo das várias fai-xas etárias. A produção de refri-gerantes é uma das atividadesmais lucrativas a nível mundial.O consumidor paga por água tin-gida e edulcorada com químicose açúcar sem qualquer qualida-de nutricional, pagando essenci-almente o rótulo do produto.

As políticas neoliberais, inclu-

indo a abertura dos mercados aoinvestimento estrangeiro, propor-cionam o ambiente ideal para apropagação destas companhias.Introduzem-se no mercado rapi-damente tornando os sistemasalimentares nacionais depen-dentes da importação e investi-mento externo, consequentemen-te o consumo e os hábitos alimen-tares tornam-se dependentesdas políticas de preços, disponi-bilidade e marketing que favore-cem o consumo de alimentosnão saudáveis.

Alguns países de médio e altorendimento preservaram o cres-cimento económico sem o au-mento do consumo de bens ali-mentares não saudáveis suge-rindo que a política nacional podeser crítica para a manutenção daprodução alimentar local de ali-mentos não processados. A im-plementação de políticas nacio-nais também passa pelo consu-midor e por aquilo que ele esco-lhe no ato da compra. É mais doque tempo para terminar comuma atitude de desinteresse e/ou de ignorância no ato da com-pra. É o consumidor que permiteos lucros escandalosos de em-presas que promovem produtosalimentares de baixa qualidadee o panorama atual de uma epi-demia global de malnutrição querseja a obesidade quer seja adesnutrição. Se o consumidordecidisse escolher apenas osprodutos locais e sazonais, se serecusasse a comprar produtosque são um cocktail químico, aoferta da indústria alimentar teriade se adaptar. O poder está namão de cada um.

“O Homem demasiado ocupa-

do para cuidar da sua saúde é

como um mecânico demasiado

atarefado para fazer a manuten-

ção das suas ferramentas” – Pro-

vérbio espanhol

Ana Margarida Cardoso e Cátia

Borges (Nutricionistas)

UCC Chaves 1 e 2

Esta semana responderei a algumas questões, acerca destaproblemática e explicarei como livrar-se do viagra, fazendo exercí-cio físico!

“A atividade sexual desaparece com a idade?” “A sexualidadeestá ligada à qualidade de vida?”

A sociedade evita falar do assunto, existe tabu quando abordao tema com o médico e até o próprio evita tocar no tema da suasexualidade.

O panorama sexual na terceira idade é, ainda mais, abandona-do ao conformismo e à apatia cultural. A sexualidade na velhice énegligenciada pela medicina, pouco aceite pela humanidade, pe-los próprios idosos e pelos profissionais da saúde e sociocultu-rais onde se insere o idoso.

A relação sexual tem sido considerada uma atividade exclusivade pessoas jovens, com boa saúde e fisicamente atraentes. Aideia de que as pessoas de idade mais avançada possam manterrelações não é culturalmente aceite, preferindo ignorar, fazer de-saparecer do imaginário coletivo “a sexualidade da pessoa ido-sa”.

Os idosos tendem a “esquecer-se” do seu corpo, sendo leva-dos pela imoralidade que a cultura da nossa sociedade lhes im-põe e, quando apresentam qualquer manifestação de interessesexual, são frequentemente discriminados. Apesar desta realida-de, a terceira idade conserva a necessidade psicológica de ativi-dade sexual, não havendo idade para o sexo.

A sociedade costuma confundir a prática de atividade sexualcom a reprodução, é mais que evidente, que no contexto biológico,o idoso não pode ser associado à procriação, devido às modifica-ções fisiológicas inerentes, mais atenuadas no sexo feminino.

A sexualidade é reconhecida como um aspeto importantíssimoda saúde e se for vivida de forma satisfatória é fonte de equilíbrio eharmonia, favorecendo uma atitude positiva em relação a si mes-mo e aos envolventes.

A prática de exercício físico regular é acompanhada por umamaior satisfação de vida, melhorando as capacidades funcionais,aumentando o bem-estar psicológico, reforçando a auto estima ea autoconfiança do sujeito, provocando um melhor equilíbrio como seu corpo. Verifica-se que as pessoas que se mantêm fisica-mente ativas têm uma melhor prestação sexual.

O exercício físico é a condição básica para manter uma boaaparência!

A prática de exercício, 3 a 4 vezes por semana, é o ideal, sendoexercícios ótimos as flexões e abdominais, para além de fortale-cerem os músculos dos ombros, peitorais e barriga, aumentam aresistência na parte superior do corpo (os músculos mais utiliza-dos durante o sexo). Exercícios de Kegel, excelentes para fortale-cer os músculos do pubococcígeo, que controlam a uretra, permi-tindo retardar a ejaculação, são muito simples de realizar, experi-mente interromper/largar a expulsão da urina sempre que vá àcasa de banho. Ainda, o jogging melhora a vida sexual, evitandodoenças cardíacas e contribuiu para libertação de endorfinas (hor-monas que induzem o bem estar e o prazer).

Informe-se, também, sobre o sexo tântrico e ioga, conceitosque podem ajudar na melhoria da sua vida sexual.

E porque, a saúde é o nosso maior valor, procure um profissi-onal qualificado e rejeite “habilidosos.”

O envelhecimento e

a atividade sexual

Ana Mesquita - Gerontologia

Desportiva

[email protected]

Montalegre

Workshop sobre a doença de Alzheimer

Como gerir a doença deAlzheimer? Que papel desem-penha o cuidador? Eis algumasquestões que irão ser debati-das, este sábado, a partir das15h30, em Paredes do Rio, al-

Apoiado pela Câmara Municipal de Montalegre, realiza-se este sábado,

27 de Outubro,um workshop sobre a doença de Alzheimer.

deia do concelho de Montalegre,num workshop organizado pela As-sociação Social e Cultural de Pa-redes do Rio. As inscrições nestainiciativa, cujo valor de participaçãoé de 10 euros, podem ser feitas jun-

to dos números276565050 e 969127351(assistente social) oue

[email protected].

Picaxu é uma menina de porte mé-dio. Muito meiga e simpática. Adoramimos e brincar!

Está a crescer no abrigo, mas o queela realmente merece é um lar quenti-nho, principalmente agora que se apro-xima o inverno. Alguém se encanta poreste docinho??? Vai fazer as delíciasde todos lá por casa…

Ajude a AAAC a ajudar, adote um ani-mal, apadrinhe ou faça-se sócio!!

Contactos: 965596595 / 935660181

Page 5: Artigos UCC 2012

9 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 12/10/2012

Opinião

O Sonambulismo é uma patologia do sono classificada comouma parassónia. As parassónias representam um conjunto de do-enças em que se verificam alterações comportamentais durante osono.

Os episódios de sonambulismo ocorrem durante o sono não-REM, especialmente no sono profundo, e é durante as primeirashoras de sono que se relatam a maioria dos episódios. A incidênciada doença é maior nas crianças e pré-adolescentes.

Desde um simples caminhar no quarto a ruidosas, agitadas epreocupantes corridas pela casa caracterizam um episódio de so-nambulismo. Os olhos estão frequentemente abertos, as respos-tas a ordens não existem ou são lentas e é raro recordarem-se dosucedido. Os estudos físicos e neurológicos são normais.

As causas do sonambulismo podem ser genéticas; a probabili-dade de sonambulismo é 10x maior se existir algum familiar próxi-mo com história de sonambulismo. Privação de sono, horários desono irregulares, febre, alimentação deficiente em magnésio, into-xicação de drogas/medicação são factores de risco que podemdesencadear parassónias.

A descrição detalhada dos eventos, a avaliação da condição dodoente e a história familiar habitualmente são suficientes para di-agnosticar a doença. No entanto, o diagnóstico diferencial com epi-lepsia ou doenças psiquiátricas deverá ser realizado.

A polissonografia pode ser utilizada para esclarecer casos emque a anamnese, informação clínica recolhida, e a análise físicanão são suficientes para o diagnóstico de sonambulismo. No so-nambulismo, será esperado que o estudo poligráfico do sono noc-turno registe alterações comportamentais durante o sono profun-do, microdespertares frequentes e sono desfragmentado.

Numa primeira abordagem, deve salientar-se que são eventosde natureza benigna e que, na maioria dos casos, desaparecemposteriormente. Se forem identificados factores ambientais, osmesmos deverão ser eliminados. Assegurar uma correcta higienede sono é fundamental. Os familiares deverão tomar medidas desegurança: trancar janelas e portas, retirar objectos perigosos doquarto. A tentativa de acordar alguém durante o evento pode prolon-gá-lo ou desencadear um despertar violento; o ideal será encami-nhar a pessoa para a cama gentilmente.

O tratamento farmacológico com antidepressivo tricíclicos oubenzodiazepinas é utilizado se o risco de lesão for real, ou se osepisódios forem recorrentes e interferirem significativamente navida do paciente e familiares.

Crianças que sofrem de sonambulismo não apresentam se-quelas a longo prazo, apesar da preocupação inicial dos pais efamiliares. No entanto, é necessário compreender a doença e sa-ber quais os procedimentos adequados a realizar durante os epi-sódios.

Se identifica com alguns destes sintomas, converse com o seumédico para o correcto diagnóstico e respectivo tratamento.

Esteja atento aos sinais e sintomas do seu corpo, que a saúdenão mente. Qualquer dúvida, questão, esclarecimento, por favor,contacte-nos através de [email protected].

Cristiana Pires Alves

Neurofisiologia

Idade antiga - O alimento lei-te humano está presente desdeo início da raça humana. Os es-tudos sobre os seus componen-tes são recentes e os efeitos dasua falta para o ser humanoconstituem ainda motivo de mui-tas dúvidas. O processo deamamentar é uma prática biolo-gicamente determinada, porémsocialmente condicionada. Mes-mo antes de Hipócrates já sesabia que a boa alimentaçãoevitava doenças. Os povos daBabilónia (2500 AC) e do Egipto(1500 AC) tinham por normaamamentar as crianças por umperíodo aproximado de 2 a 3anos. Já entre os gregos e ro-manos, a amamentação pelamãe não era tão frequente e ti-nham por hábito a utilização dasamas-de-leite para nutrir os re-cém-nascidos. Hipócrates foium dos primeiros a reconhecere a escrever sobre os benefíci-os da amamentação como die-ta higiénica, pois já observara amaior mortalidade entre bebésque não eram amamentados.

Era cristã - Com o apareci-mento do cristianismo, a prote-ção às crianças aumentou, in-clusive com incentivo à práticada amamentação, tornando-sebastante evidente nas épocas deConstantino (315 DC), de Car-los Magno, de Inocêncio III (1198DC), que incentivavam a práticada amamentação. Com o des-cobrimento das Américas cha-mava a atenção dos europeusque os povos nativos dessasregiões tinham por hábito ama-mentar as crianças por um perí-odo de 3 a 4 anos.

Idade moderna e contempo-

rânea - No século 18, a práticade amamentar não era mais vis-ta pelas pessoas da elite euro-peia com admiração. Devido aodesmame precoce a mortalida-de infantil nesta ocasião aumen-tou muito, alcançando a cifra de99,6% nas crianças em Dublin,onde não havia a opção da ama-de-leite. Em Paris e em Londreseste índice chegou a 80% e 56%,respectivamente, mesmo com

ALEITAMENTO MATERNO

Este ano comemorou-se a Semana Mundial do Aleitamento Materno de 1 a 7 de

outubro, subordinada ao tema “Entendendo o passado, planeando o Futuro”. Para

melhor compreensão do tema, passa-se a descrever a Resenha histórica.

amamentação feita pelas amas-de-leite. Na Inglaterra, um índicemenor se deveu ao trabalho deCadogan que proferia: “Se eupudesse mandar, nenhuma cri-ança deveria ser (...) alimentadacom qualquer dieta engenhosanos primeiros três meses; elanão está habilitada a digerir e as-similar outros alimentos precoce-mente…”. Com esta teoria deamamentar e introduzir mais tar-diamente os alimentos, conse-guiu salvar muitas vidas.

No Século 19, nos EstadosUnidos da América (EUA), 25%das crianças morriam antes decompletarem o seu primeiro anode vida, devido à desnutrição ediarreia infeciosa, decorrentes demás condições de saneamento,que predominavam nas regiõesde imigrantes pobres. Até ao finaldo século 19 a amamentação erauma opção que determinava avida e a morte. Neste período osavanços da ciência conduziram aperceções novas sobre as neces-sidades nutricionais das popula-ções (Europa e EUA).

Século 20 - A industrialização,a urbanização, o trabalho externoda mulher, a redução da impor-tância social da maternidade, adescoberta das fórmulas de leiteem pó, o impacto da publicidadecomercial e o desinteresse geraldos profissionais da área de saú-de (a separação mãe-filho era fre-quente, especialmente quando acriança tinha que permanecerhospitalizada) foram os principaisresponsáveis pela diminuição doaleitamento materno no século20, com repercussões desastro-sas para a saúde das crianças e,também, para as mulheres. Nosanos 70 a amamentação passa,então, a ser incentivada comoimportante ação pública de saú-de, pelos organismos internaci-onais, passando a ser universal-mente aceite que o leite humanonessa etapa da vida é importantee desejável. Isto requer superarvários obstáculos como normase rotinas hospitalares, muitascontrárias às recomendações daOrganização Mundial da Saúde

(OMS) e da UNICEF. O desma-me precoce das crianças, emregiões pobres, cuja situaçãomédico-sanitária é precária,leva a um aumento da morbili-dade por gastroenterites repeti-das e desnutrição, com aumen-to da mortalidade. É importantesalientar que são muito poucosos recém-nascidos que, nasmaternidades, realmente ne-cessitam de substitutos do lei-te humano. Como afirmaramMalloy e Graubard: “...o uso doleite humano possibilita prevermenor risco de hospitalizaçãono decorrer do primeiro ano devida das crianças. Uma alimen-tação que mantenha um supor-te nutricional adequado e quepossa manter uma qualidadede vida satisfatória é o objetivoprincipal”. Nas comunidadesmais abastadas as criançasamamentadas têm uma inci-dência menor de otite média,doença celíaca, doença de Cro-hn, diabetes e cancro; além denão apresentarem problemasdecorrentes da própria sucçãode leite artificial como defeitosortodônticos. Os prematuros,com baixo peso ao nascer ouinfetados; os latentes com aler-gia às proteínas do leite devaca, com deficiências imuno-lógicas e com diarreia protraídanecessitam de forma prioritáriado leite materno. Mais de 90%destas crianças nascem nospaíses em desenvolvimento eapresentam necessidades nu-tricionais especiais, sendo oleite da própria mãe o mais in-dicado.

Por todas estas razões cadavez mais é necessário que to-dos nós sejamos incentivado-res do Aleitamento Materno con-tribuindo para a prevenção dedoenças na infância ou crónicasno futuro adulto, pois o leite

materno é a “vacina” gratuita

ao alcance de todos.

Unidades de Cuidados na

Comunidade do ACES

Alto Tâmega e Barroso

Para comemorar o dia osutentes do Resort Sénior da Fla-vicórdia visitaram o Castelo deChaves, onde se destaca a Tor-re de Menagem, onde participa-ram numa caça ao Tesouro.

Um dia diferente para mais

Chaves

Utentes do Resort Sénior comemoram Dia Nacional dos Castelos

Comemora-se a 7 de Outubro o Dia Nacional dos

Castelos, sendo variadas, em todo o país, as iniciati-

vas em que os castelos e fortificações se abrem gra-

tuitamente ao público afim de divulgar e valorizar esse

importante património histórico.

de uma dezena de utentes, que fi-caram satisfeitos por visitar umdos monumentos mais emblemá-ticos da cidade flaviense.

O Dia Nacional dos Castelosfoi instituído em 1984. Embora ini-cialmente estabelecido o primeiro

sábado de Outubro como a datade comemoração, em 2003 adata foi fixada no dia 7 de Outu-bro e assim tem permanecido.

Desde essa altura, a data temvindo a ser comemorada em vá-rios locais do país, mormenteaqueles que possuam castelose fortalezas. O objectivo é a im-plementação de uma comemo-ração a nível nacional, que reali-ze iniciativas em todo o país, vi-sando uma reflexão sobre o nos-so património fortificado.

CM

A saúde não menteSaúde

Page 6: Artigos UCC 2012

12 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 21/09/2012

Segundo a Direção Ge-ral da Saúde, há estudosque comprovam que o exer-cício físico e a boa formaaumentam a longevidade.Ajuda na proteção contra odesenvolvimento da cardi-opatia isquémica, da obe-sidade, da diabetes melli-tus tipo 2, da osteoporose,entre outros.

A prática de exercício fí-sico melhora o humor, evi-ta a depressão, regula ospadrões de sono, melhoraa digestão e os hábitos in-testinais. A sua prática re-gular mantém os múscu-los exercitados para o diaa dia evitando assim doresmusculares, ósseas e dasarticulações, permitindoainda melhor tolerância àstemperaturas extremas e àdor.

Além de tudo isto, o exer-

Semana Europeia

da Mobilidade

cício físico regular atua sobre os fatores de risco cardiovasculares, tornando o perfillipídico mais favorável, a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose mais aceitá-veis, quer em pessoas saudáveis quer em diabéticos, e contribui também para umadiminuição dos valores da pressão arterial e da acumulação de gorduras de predomí-nio abdominal.

No entanto, recomenda-se que o exercício seja seguro (deve-se ter em conta ascontra-indicações), agradável (a pessoa deve sentir-se satisfeita e de preferênciarealizada), conveniente (devem ser fomentadas atividades que se possam incluirnas atividades diárias, como por exemplo, andar a pé, evitar elevadores e automóveisem deslocações curtas, sair do autocarro uma ou duas paragens antes…), realista

(no início os objetivos devem ser mínimos e ir aumentando progressivamente a inten-sidade, a frequência e a duração do exercício), e estruturado (deverá ser elaboradoum programa pré-estabelecido e suficientemente flexível para evitar a perda de inte-resse).

Concomitantemente ao exercício físico regular é também muito importante adotaruma alimentação saudável, rica em legumes/hortaliças, leguminosas, carnes bran-cas e peixe, frutas e ingerir muitos líquidos diariamente, principalmente água (cercade um litro e meio por dia), chás e sumos naturais de frutas, evitando alimentoscalóricos e ricos em gorduras como fritos e alimentos pré-confecionados.

É muito importante ecolher uma atividade que nos dê prazer para que os resulta-dos sejam mais positivos e eficazes. No entanto, é importante começar a fazer exercí-cio físico gradualmente e ir aumentando a intensidade para que o organismo sepossa adaptar aos exercícios. Andar a pé ou correr são exercícios muito indicadospois, além de relaxar, também contribuem para melhorar o equilíbrio, principalmenteo equilíbrio psicológico.

O sedentarismo é muito prejudicial para a saúde. Se não pratica nenhum exercíciofísico é importante começar o mais rápido possível de uma forma regular, e antes deiniciar deve aconselhar-se com o seu médico/enfermeiro de família para adaptá-lo àsua condição física e/ou doenças associadas.

A equipa de saúde da UCC Chaves 1

[email protected]

Opinião

O Rotary Club de Cha-ves tem por fim a presta-ção voluntária de serviçosde natureza social, huma-nitária e cultural, propondo-se neste âmbito produzir,para além da toponímia docentro histórico da cidadede Chaves, várias peças deartesanato destinadas aserem comercializadaspela Associação ChavesSocial, cujos dividendos re-verterão, na totalidade, parafins sociais.

Este protocolo visa pro-

Chaves

Autarquia estabelece

protocolo com Rotary

Club e Chaves Social

mover o reforço da coope-ração entre instituiçõesque, no âmbito das suasatividades estatutárias, têmpreocupações de interes-se social. No âmbito doacordo, a autarquia flavien-se irá ceder uma mufla,que se encontra atualmen-te inativa, fornecendo tam-bém azulejos e tintas ne-cessárias à execução deplacas de toponímia e pro-dutos cerâmicos.

Redacção

Na reunião camarária do dia 17 de Setem-

bro, a Câmara Municipal de Chaves delibe-

rou estabelecer um protocolo de colaboração

com a Associação Rotary Club de Chaves e a

Associação Chaves Social – Associação de

Solidariedade Social, permitindo a criação de

uma estratégia de cooperação conjunta rela-

cionada com a produção de produtos cerâmi-

cos.

Page 7: Artigos UCC 2012

8 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 6/07/2012

O coro harmonioso do grupoCanto Alegre e a música tradicio-nal da Tuna Académica da Uni-versidade Sénior deram o tom àpartilha e ao convívio que marca-ram a cerimónia anual de Trans-missão de Tarefas do Rotary Clubde Chaves, na passada sexta-fei-

ra 29 de Junho. No salão do For-te de São Francisco Hotel, MárioCarmo passou o testemunho dapresidência dos rotários flavien-ses a Francisco Peixeiro, profes-sor no Agrupamento de EscolasNadir Afonso.

Contando com a presença dovice-presidente da Câmara Muni-cipal de Chaves, António Cabe-leira, e dos presidentes dos Ro-tary Club de Valpaços e Vila Real,Francisco Peixeiro apresentou olema rotário que durante o próxi-mo ano “enfatizará o mais altonível do voluntariado”: “Paz atra-vés do servir”. “Somos indepen-dentes e apartidários nas nossasmissões e colaboramos com aCâmara que estiver no poder. Aju-dar a tornar esta cidade melhor éaquilo que nos move”, assumiuo novo presidente, em entrevistaà Voz de Chaves.

“Saio confiante que cumpri omeu dever”, assegurou, por suavez, o presidente cessante, MárioCarmo, considerando positivo obalanço de um ano marcado pelaatribuição de prémios de méritoescolar e uma “doação significa-

Chaves

Francisco Peixeiro toma posse como

presidente do Rotary Club de Chaves

Na transmissão de ta-

refas anual, Mário Carmo

entregou a presidência do

Rotary Club de Chaves a

Francisco Peixeiro, que

inicia um novo ano rotário

sob o lema “Paz através

do Servir”. Projectos e

ideias não faltam ao novo

presidente, como um pro-

tocolo já assinado com a

autarquia para lançar a as-

sociação online “Flavien-

ses pelo Mundo” e a am-

bição de atrair 200 alunos

para a face mais visível

dos rotários: a Universida-

de Sénior.tiva” à Conferência S. Vicente dePaulo. Reafirmando o apoio domunicípio à causa rotária, o vice-presidente flaviense António Ca-beleira destacou o Club como “ainstituição que mais mérito e di-nâmica cultural e social trouxe aChaves nos últimos anos”, sen-do que a autarquia conta com asua ajuda “neste momento difí-cil”.

“Tornar Chaves do tamanho

do mundo” com associação na

Internet

O fortalecimento do RotaryClub, a Universidade Sénior e acidade serão os três pilares fun-damentais deste novo mandato,apontou Francisco Peixeiro, quegarante querer “continuar a serinterventivo e ajudar quem preci-sa a tornar a cidade cada vezmelhor”. Enquanto que no Club,já com 19 anos de existência e39 associados, “serão organiza-das iniciativas internas para for-talecer os laços de amizade e decompanheirismo entre a famíliarotária”, a Universidade Séniorserá potenciada “no sentido de atornar mais autónoma, com maisalunos e que sirva a cidade comprojectos próprios”. O objectivodo Club é atingir 200 alunos uni-versitários, um número essenci-al para garantir a auto-sustenta-bilidade do edifício cedido pelaautarquia, mas remodelado a ex-pensas do Rotary Club e que fun-ciona com professores em regi-me de voluntariado. Nesse senti-do, a instituição tem vindo a pro-mover cursos para pessoas emidade activa, como advogados eexecutivos.

Outro projecto que irá ser con-cretizado durante o mandato deFrancisco Peixeiro é a associa-ção “Flavienses pelo Mundo”,cujo protocolo já foi estabelecidocom a Câmara Municipal e quepretende ser “um pólo aglutina-dor de conhecimentos, saberes,artes, cultura e oportunidades denegócio para os flavienses eempresas locais via web”, ouseja, “uma associação vanguar-

dista que tornará Chaves do ta-manho do mundo”.

Promover a região flaviense nopaís rotário com a realização da IRota do Presunto de Chaves éoutra iniciativa que irá ser concre-tizada já em Novembro. “Temosuma rede de contactos vastíssi-ma e vamos convidar os clubesrotários do país inteiro a partici-par nesta rota, que vai ser um diacom actividades ligadas ao pre-sunto”, que é “uma porta mediáti-ca conhecida lá fora” que deve serpotenciada para atrair turistas,avançou Francisco Peixeiro.

Renovar a toponímia da cida-

de e ajudar candidatura do Cen-

tro Histórico a Património Mun-

dial

Na sua intervenção, o novopresidente lembrou ainda que oRotary Club quer dar corpo aoprojecto, já apresentado à Câma-ra Municipal, de remodelação dasplacas de toponímia do CentroHistórico de Chaves. “Apesar dasdificuldades económicas, esta-mos dispostos a encontrar umaplataforma de entendimento coma Câmara, os artistas plásticos ea Universidade Sénior para queo centro da cidade seja mais qua-lificado, não só em termos visu-ais e estéticos, como ao nível in-formativo, histórico e cultural, umavez que as referidas placas se-rão um livro aberto da história dasruas e praças e da própria cida-de”, explicou.

Além de debates sobre a ci-dade e o lançamento da loiça daUniversidade Sénior para poten-ciar o artesanato da região, oRotary Club quer também serparceiro da Candidatura do Cen-tro Histórico de Chaves a Patri-mónio da Humanidade, pois “sócom a disponibilidade e o envol-vimento das principais forças vi-vas da cidade isso será uma rea-lidade”, rematou Francisco Pei-xeiro, que promete mais ideias nacalha.

Sandra Pereira

“Somos indepen-

dentes e apartidários

nas nossas missões e

colaboramos com a

Câmara que estiver

no poder. Ajudar a

tornar esta cidade

melhor é aquilo que

nos move”

Com a chegada do Verão, chegam as temperaturas altas e,com elas, as férias na praia ou simplesmente a vontade de sairde casa e gozar do pouco tempo de calor que esta estação doano nos oferece.

É sabido que o sol tem propriedades benéficas para o orga-nismo, quer pela sua capacidade em ajudar a pele a sintetizar avitamina D, indispensável para a fixação de cálcio, muito impor-tante na fase de crescimento e na prevenção da osteoporose,como também pelo facto de ajudar a prevenir depressões, tãocomuns no início da Primavera.

No entanto, não podemos esquecer ou menosprezar as con-sequências que uma proteção pouco adequada ou uma exposi-ção excessiva ao sol podem acarretar logo após a mesma, asaber, as cãibras, a desidratação, o esgotamento e os golpes decalor. Neste sentido, são sobretudo as crianças mais pequenas,os idosos e os portadores de doenças crónicas os que integramo grupo de risco relativamente ao qual os cuidados devem serredobrados.

Assim, deixamos aqui alguns conselhos para a populaçãoem geral e, sobretudo, para os elementos dos grupos acimareferidos:

-Evite a exposição ao sol nas horas de maior calor (das 11 às17 horas)

-Use chapéu de abas largas, roupa clara e leve, e óculos desol

-Aumente a ingestão de água e evite bebidas alcoólicas eaçucaradas

-Use protetor solar nas zonas do corpo expostas, especial-mente se estiver na praia, e renove-o a cada 2 horas ou sempreque se molhar

-Evite esforços físicos nas horas de maior calor-Não deixe crianças e idosos dentro de um carro exposto ao

solSobretudo, não se deixe enganar pelos dias mais acinzenta-

dos, pois mesmo quando o sol apenas espreita por entre asnuvens, o índice de raios ultravioletas pode ser elevado, poden-do também, de forma mais camuflada, ser responsável pelasqueimaduras solares, pelo envelhecimento e alergias da pele epela maior predisposição ao aparecimento do cancro de pele.

Quanto às idas à praia, desengane-se se pensa que ficardebaixo do guarda-sol é suficiente, já que a areia e a água domar refletem as radiações solares na pele.

Na realidade, a única solução eficaz para evitar problemascom o sol passa pelo respeito de duas regras de ouro: utilizar umprotetor solar com um índice de proteção adequado à pele eevitar a exposição solar nas horas em que o índice de raios ultra-violetas é mais elevado.

Equipa de saúde da UCC Chaves1

[email protected]

Cuidados

com o Sol

Opinião

As isenções parciais das por-tagens para os concelhos servi-dos pelas antigas SCUT, que de-veriam terminar no passado sá-bado, 30 de Junho, vão prolon-gar-se por mais três meses,anunciou o Governo. Em comu-nicado, o Ministério da Economiae do Emprego adiantou aindaque, “após este período, seráaprovado e aplicado um regimede descontos e/ou taxas nestasvias que obedeça a critérios deaplicação e montante que este-jam em conformidade com o dis-

Isenções nas antigas SCUT

prolongadas até final de Setembro

posto na legislação europeia eque garanta e salvaguarde que,da aplicação do regime de co-brança de taxas de portagens,não resulte a discriminação dosutilizadores destas auto-estra-das”. A isenção do pagamento detaxas de portagem contempla asprimeiras 10 viagens mensaisefectuadas na respectiva auto-estrada e no desconto de 15 porcento no valor das taxas de porta-gem nas restantes viagens.

Redacção

Page 8: Artigos UCC 2012

12 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 01/06/2012

Saúde - OpiniãoA Saúde Não Mente

Os cuidados paliativos constituem uma res-posta organizada do Serviço Nacional de Saúdeà necessidade de tratar, cuidar e apoiar ativamen-te doentes na fase final da vida.

São prestados a doentes em situação de in-tenso sofrimento decorrente de uma doença in-curável, de fase avançada e rápida progressão etêm como objectivos promover, tanto quanto pos-sível e até ao fim, o bem-estar e a qualidade devida dos doentes.

São cuidados ativos, coordenados e globais,que incluem o apoio à família, prestados por equi-pas específicas e formadas, em internamento ouno domicílio, segundo níveis de diferenciação etêm como componentes essenciais o alívio dossintomas, o apoio psicológico, espiritual e emo-cional do doente, o apoio à família mesmo du-rante o luto, o que implica o envolvimento de umaequipa interdisciplinar de estruturas diferencia-das. Estas equipas fazem parte de unidades deinternamento em cuidados paliativos e de unida-des que desenvolvem a sua atividade na comu-nidade (UCC), no domicílio do doente.

É preciso não confundir ação paliativa comcuidados paliativos. A ação paliativa é qualquermedida terapêutica, sem intuito curativo, que visa

CUIDADOS PALIATIVOS

minorar, em internamento ou no domicílio, as re-percussões negativas da doença sobre o bem-estar geral do doente. Faz parte integrante da prá-tica profissional, qualquer que seja a doença oufase de evolução, e pode ser prestada nos hospi-tais, centros de saúde e na rede de cuidados con-tinuados, nomeadamente em situações de condi-ção irreversível ou de doença crónica progressiva.

Os cuidados paliativos não são determinadospelo diagnóstico das doenças, mas pela situaçãoe pelas necessidades do doente, no entanto, do-enças como o cancro, a sida e doenças neurológi-cas graves e rapidamente progressivas implicamfrequentemente a necessidade de cuidados pali-ativos. Estes dirigem-se prioritariamente à fase fi-nal da vida, mas não se destinam, apenas, aosdoentes agónicos. Muitos necessitam de ser acom-panhados durante semanas, meses ou, excecio-nalmente, antes da morte.

Os cuidados paliativos proporcionam aos do-entes que vão morrer a possibilidade de recebe-rem cuidados num ambiente apropriado, que pro-movam a proteção da dignidade do doente incurá-vel na fase final da vida.

Equipa da UCC Chaves 1

[email protected]

Opinião

Neste âmbito, participam noprojeto inovador de cooperaçãotransfronteiriço ibérico denomina-do “TUBERCONTROL”, financia-do pelo Fundo Europeu de Desen-volvimento Regional e pelo Pro-grama de Cooperação Transfron-teiriço Espanha-Portugal, envol-

CHTMAD e UTAD participam em projeto

transfronteiriço – TUBERCONTROLNo que concerne à aplicação de novas ferramentas para o diagnóstico molecular da Tuberculose, o

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD, E.P.E), em estreita colaboração científica e

técnica com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), desenvolvem esforços conjuntos, no

sentido de colmatar as lacunas atualmente existentes.

vendo as zonas do Norte de Por-tugal e da Galiza (Espanha).

O principal objetivo desta co-laboração relaciona-se com odesenvolvimento de estratégiasnormalizadas com o intuito de umfranco progresso nas metodolo-gias de diagnóstico clínico da tu-

berculose (TB). Pretende-se, emúltima análise, controlar a doen-ça em Portugal e Espanha e criarum sistema de vigilância susten-tado.

Para mais informações podervisitar a página webwww.tubercontrol.org.

Outro dos temas abordadosneste mini curso foi o recurso àschamadas “dietas loucas”. A pre-ocupação em estar com o corpoem forma para o Verão começa aaumentar e toda a gente quer cor-rer atrás do prejuízo causado nosmeses de frio. Com ela vem tam-bém o excesso de anúncios depublicidade sobre estas dietas,muitas vezes prejudiciais à saú-de.

Salada de Primavera, crostinide favas, pãezinhos de milho comlegumes, sopa de alface com er-vilhas, hamburgers de fava, sé-samo e amêndoas e sorvete demaçã, lima e menta foram algu-mas das receitas apresentadas.

Cada workshop tem o valor de8€ e inclui a degustação de vári-os pratos, nomeadamente osconfecionados no local, referen-tes ao tema explorado. Esta

Termas de Chaves

Workshop ensina a preparar refeições saudá-

veis e económicas com alimentos da épocaApostando na imaginação, é possível preparar refeições saudáveis e económicas, com

muita cor, cheiros e sabor. Foi com este mote que as Termas de Chaves – Spa do Imperador

promoveram mais um workshop, na passada sexta-feira, sobre “Receitas de Primavera”,

que ensinou a misturar e experimentar ingredientes de primavera, que, por serem da épo-

ca, são mais económicos e acessíveis.

“aula” também dá a oportunida-de aos participantes de porem asmãos “na massa”, ajudando naconfeção de algumas receitas.

As receitas dos pratos, bemcomo algumas curiosidades dotema escolhido são sempre dis-ponibilizadas aos participantes.Os workshops são realizados às

sextas-feiras, a partir das 19h00,pelo nutricionista das Termas deChaves, Filipe Ferreira.

O próximo realizar-se-á no dia29 de junho e explorará o tema“Party-food”, isto é, a elaboraçãode pratos festivos mais saudá-veis e equilibrados.

Redacção

Atualmente proliferam novos problemas e mais distúrbios,que ameaçam a saúde da sociedade moderna. A populaçãodeve portanto, manter-se em alerta, uma vez que tem de prepa-rar-se constantemente para combater novas ameaças, uma vezque uma patologia do hoje, pode nunca ter existido na históriado homem. É o caso do ruído, um problema que se alastra portodos os ambientes, casa, trabalho, locais de lazer, etc.

Diariamente, há um grande número de pessoas expostas aníveis elevados de ruído, e a todos os riscos daí provenientes.Um estudo sobre o impacto da poluição sonora na Europa, di-vulgado pela Comissão Europeia revela que o ruído rouba ummilhão de anos de vida saudável por ano, ou seja, a OMS con-clui que um em cada três europeus sente-se perturbado pelobarulho durante o dia e um quinto tem dificuldades em dormirdevido ao ruído dos carros, comboios e aviões.

Assim, o ruído ambiental deve ser considerado não só comocausador de incómodo, mas como uma preocupação de saúdepública.

Outros dados indicam e convertem o impacto do ruído emanos perdidos de vida saudável ou morte prematura. O ruídoanual na Europa rouba 61 mil anos de vida saudável com oaparecimento de doenças do coração, provoca 45 mil anos dedificuldades cognitivas nas crianças, 903 mil anos de perturba-ções do sono, 22 mil anos de zumbido nos ouvidos e 903 milanos de incómodo.

Mas afinal o que provoca a exposição ao ruído? Para alémda perda da audição, afeta os sistemas cardiovasculares e di-gestivos, já que liberta catecolaminas e aumenta a pressão ar-terial, causando stress. Os níveis elevados de ruído podemprovocar ainda transtornos do sono, irritabilidade e cansaço,assim como diminuir o nível de atenção e aumentar o tempo dereação do indivíduo frente a vários estímulos.

O ruído é medido em decibéis (dB), quanto mais alto for onúmero, mais intenso é o som. Quanto mais tempo estivermosexpostos a barulho intenso, mais provável é sofrermos dos dis-túrbios anteriormente descritos. Relativamente aos diferentesníveis de ruído pode estabelecer-se limites de intensidade, porexemplo, uma conversação normal será de 60 dB ou o aspira-dor que todos temos em casa será de 80dB. Uma média doslimites de exposição ao ruído geralmente são calculados deacordo uma média ponderada de ruído e de um determinadoperíodo de tempo, por exemplo, uma média de 87 dB por 8horas. Se uma pessoa estiver sujeita no trabalho a superior a87 dB, o período durante o qual poderá lá trabalhar deverá serinferior a 8 horas. O ouvido humano consegue suportar sonsaté 130 dB, mais do que isso será o limiar da dor.

Neste mundo moderno há coisas decerto, inevitavelmentebarulhentas, mas com o uso do bom senso e da educação,esse impacto pode ser diminuído, como é o caso da buzina docarro, por exemplo.

Há dez anos, Tóquio era a capital do ruído, por se tratar dacidade mais ruidosa do mundo. Desde então, iniciou-se umacampanha que apelava ao bom senso dos habitantes. Diaria-mente, o canal estatal de televisão advertia “Caro espetador,são 22h. Por favor diminua o volume do seu televisor para omínino!” Foi a esta, e outras medidas, que os japoneses aderi-ram de forma espantosa, passando hoje da terceira cidade commais população do mundo à décima mais barulhenta.

Felizmente a nossa cidade não é muito afetada por esteflagelo, por se tratar de uma cidade sem grandes indústrias ousem aeroportos. Contudo, não estamos livres no trabalho, porexemplo de estarmos sujeitos ao ruído, sem nos aperceber-mos. Por isso, esteja atento, tente eliminá-lo ou reduzi-lo! Por-que sua saúde e a dos seus, não mente!

Sugira temas ou esclareça dúvidas através do:[email protected]

José Mesquita

Page 9: Artigos UCC 2012

10 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 11/05/2012

Opinião

O objectivo desta nova formade interação entre Hospital e Cui-dados de Saúde Primários sur-giu da necessidade de se dar aconhecer a actividade da Unida-de Multidisciplinar de PatologiaMamária do CHTMAD E.P.E (queintegra as diversas áreas no di-agnóstico e tratamento da pato-logia maligna/benigna da Mama),

Saúde

Patologia Mamária em debateO grupo oncológico de patologia mamária do Centro Hospitalar de Trás-os-Mon-

tes e Alto Douro E.P.E reuniu-se com os médicos de família dos Centros de Saúdede Chaves, Montalegre, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena e Vila Real.

A iniciativa é destina-da a toda a população eos participantes do Pro-jecto Afectos não vão fal-tar à chamada no dia 25de Maio, sexta-feira, a par-tir das 16 horas.

A edição 2012 da Mar-cha pelo Coração, no mêsdedicado ao órgão im-prescindível do ser huma-no, que é preciso cuidartodos os dias, tem inícioa partir das 16 horas, como aquecimento com core-ografia no Jardim Público,frente à Câmara Munici-pal de Valpaços.

Valpaços

“Marcha pelo coração” é dia 25

O Projecto Afectos, em parceria com aCâmara Municipal de Valpaços, com a CruzVermelha (delegação de Valpaços) e como Centro de Saúde de Valpaços, vai levara cabo, como tem acontecido em anos an-teriores, a “Marcha pelo Coração”.

Cerca das 16h30, oprograma prevê o início daMarcha, em direcção àIgreja Matriz, onde vai sertirada a habitual “foto de fa-mília”. Depois as centenasde pessoas que são es-peradas continuam a mar-cha, com descida pela rua6 de Novembro, passa-gem na nova BibliotecaMunicipal, Av.ª Sr.ª da Saú-de, em direcção ao CentroCultural Luís Teixeira e amarcha termina no JardimPúblico.

Cátia Mata

Durante a 2ª metade do sé-

culo XX, idade da ciência, tecno-

logia e comunicação, houve uma

mudança de valores na socieda-

de ocidental. Somos uma socie-

dade que nega a morte, valoriza

a produtividade, a juventude e a

independência, e desvaloriza a

idade, a família e o cuidado interdependente. As novas tecnolo-

gias e a ciência oferecem tratamentos que até então eram des-

conhecidos. O aparecimento de novos medicamentos e terapi-

as mudaram a forma como vemos as doenças.

Hoje, o sistema de saúde luta agressivamente contra a do-

ença e a morte, procura prolongar a vida e tenta resistir à morte

a todo custo. Houve, assim, uma melhoria significativa na so-

brevida, uma longevidade que se acentua com o passar do

tempo, resultando no prolongar da vida com doenças crónicas,

alterando assim o processo de morrer.

A morte tornou-se o inimigo que deve ser combatido a todo

o custo, ou seja, “fazer tudo até o fim.” Esta, não foi conquista-

da, não foi ludibriada, logo todos nós mais cedo ou mais tarde

vamos morrer.

Cerca de 10% das pessoas vão morrer subitamente de um

enfarte do miocárdio, acidente ou algum evento inesperado e

90% de doença grave com uma fase terminal mais ou menos

curta (alguns cancro).

Os doentes com doenças crónicas, e os seus familiares,

receiam que os sintomas que apresentam os conduzam à per-

da da função e ao descontrolo da situação, razão pela qual

recorrem muitas aos vezes aos hospitais.

O sofrimento atinge diversos aspetos do ser humano como

o psicológico, espiritual, social e biológico. Os doentes com

cancro e/ou HIV apresentam vários sintomas relacionados com

a doença, tais como a dor, náuseas, vómitos, obstipação, falta

de ar, fraqueza, medo, falta de esperança, sensação de culpa-

bilidade por serem um peso para os familiares, o que lhes

provoca muita ansiedade e tristeza resultando na maioria dos

casos em depressão.

Existe ainda a preocupação de quem prestará e pagará pe-

los cuidados prestados, como será morrer e o que vem depois,

ou seja, como vamos reagir ao longo do processo, durante a

fase de agonia e após a morte? Será que vamos conseguir

lidar com a situação? Será que vamos ter forças para o fazer? O

medo que se apodera dos familiares faz com que tenham re-

ceio de assumirem o papel de cuidadores.

Cabe ao profissional de saúde encontrar estratégias capa-

zes de provocar um “volte face” nos familiares, possíveis cuida-

dores. Assim, o profissional de saúde deve agir adequadamente,

comprometendo-se a ajudar a família/doente, estar sempre

presente ainda que não seja fisicamente, deve estar disponí-

vel, contactável o máximo de horas possíveis, atendendo a que

uma pequena falha será interpretada como desinteresse e le-

vará à derrocada da relação terapêutica.

Presentemente a maioria dos doentes que morrem nos hos-

pitais de doenças cuja expetativa (desfecho ou “outcome”) é a

morte, podem perfeitamente ser cuidados em casa, porque

existem equipas de saúde habilitadas para apoiar o doente e

os familiares durante este processo, nomeadamente na Uni-

dade de Cuidados na Comunidade (UCC) Chaves1, procuran-

do proporcionar ao doente conforto, carinho, controlo da dor,

alívio de sintomas, estabilidade emocional e principalmente

devolver-lhes a dignidade humana que tanto necessitam neste

último percurso da sua vida, tendo em conta que o melhor local

para morrer será no domicílio da pessoa, na sua cama e rode-

ado dos familiares e amigos (se possível).

“Nascemos seres humanos, vivemos como tal e temos o

direito a morrer como somos”

(Continua numa próxima edição)

Equipa da UCC Chaves [email protected]

CUIDADOS PALIATIVOSMORRER NO DOMICÍLIO

À CONVERSA COM A SAÚDE

bem como sensibilizar os médi-cos de família para uma maior ar-ticulação entre hospital e centrosde saúde, sempre com o objecti-vo de prestar os melhores cuida-dos de saúde à população.

Desta reunião surgiu um es-paço de debate, partilha de idei-as e experiências onde se cons-tatou a mais-valia nesta nova

aposta comunicacional e quecertamente será para continuar.Estão previstas, muito brevemen-te, novas reuniões do grupo on-cológico de patologia mamária emédicos dos centros de saúdena restante área de influência doCHTMAD E.P.E.

Redacção

CaminhadaSolidáriacontra

o cancro da mamaNo sábado, 19 de Maio, o

Centro Social Paroquial de Cha-ves promove uma Corrida/Cami-nhada Solidária em prol da lutacontra o cancro da mama. Aconcentração está marcadapara as 9h30, junto ao super-mercado Mini Preço de Chaves,com tiro de partida às 10 horas.

Chegados ao Largo das Frei-ras, os participantes poderãousufruir de aulas de aeróbica eoutras actividades culturais. Ocusto de participação é de 2 eu-ros e a inscrição pode ser feitojunto do Centro Social e Paro-quial de Chaves.

Page 10: Artigos UCC 2012

18 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 05/04/2012

Saúde - OpiniãoA Saúde Não Mente À conversa com a saúde

A tensão alta ou a hipertensão arterial é também conhecida por

“a assassina silenciosa”, uma vez que não causa qualquer tipo de

sintoma durante muitos anos, até que um órgão vital seja afetado.

Esta doença provoca uma diminuição da esperança de vida e um

aumento da mortalidade entre homens e mulheres em todo mun-

do.

A tensão alta pode provocar rutura nos vasos sanguíneos vas-

culares cerebrais, dando origem aos acidentes vasculares cere-

brais, bem como nos vasos renais, insuficiência renal ou a vasos

de outros órgãos vitais, produzindo cegueira, surdez, ataques car-

díacos, etc.

No organismo de um hipertenso, as suas artérias ficam com-

primidas dificultando a passagem do sangue, razão pela qual o

coração precisa exercer uma maior pressão para bombeá-lo.

A hipertensão arterial é um síndrome multicausal e multifatorial

associados a distúrbios metabólicos, hormonais e hipertróficos

cardíacos e vasculares. A doença pode ser controlada, através da

mudança do estilo de vida dos hipertensos e normotensos (indiví-

duos com história familiar de doenças cardiovasculares). Algumas

destas mudanças incluem: diminuição da ingestão de sal, redução

de peso corporal e prática de exercício físico.

As recomendações para elaboração de programas de treino

para pessoas hipertensas, segundo a minha experiência e confir-

mado pelo American College of Sports Medicine de 1998, deve rea-

lizar-se um treino aeróbico praticado 3 vezes ou 5 por semana,

com a duração de 40 a 50 minutos de intensidade leve a moderada,

ou seja, de 50% a 70% de frequência cardíaca, pois auxilia na

redução da pressão arterial, que aliado a um treino resistido, visa

melhorar a resistência muscular com cargas baixas, de forma a

provocar uma carga volumétrica ao sistema cardiovascular, reali-

zando uma série de 8 a 10 exercícios para os grandes grupos mus-

culares, 2 a 3 dias por semana, com o número de repetições de 8 a

12.

Infelizmente, a prescrição de exercício nem é sempre feita cor-

retamente, e vários médicos, por desconhecerem em absoluto a

importância do exercício resistido não o recomendam. Assistimos,

então e cada vez mais, a um número crescente de caminhantes,

porque segundo estes, foi o médico que lhes recomenda caminhar

(pessoas com idades superiores aos 60 anos).

Citando Saramago “É preciso acreditar em algo e sobretudo, épreciso ter um sentido de responsabilidade colectiva pelo qual cadaum de nós é responsável pelos outros”.

Um professor de Educação Física é um especialista nas diver-

sas manifestações do movimento humano que favoreçam o de-

senvolvimento da saúde atráves da educação do corpo como um

todo.

A massa muscular humana constitui 40% a 50% do peso corpo-

ral total. As células musculares constituem de 70% a 80% das nos-

sas células e representam aproximadamente 50% das nossas

proteínas. Por este motivo, uma grande perda muscular é incompa-

tível com a vida. A perda de força muscular é o principal responsável

pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indi-

viduo que está a envelhecer.

Em resumo, pode dizer-se que durante um período de exercício

físico, o corpo sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a

fim de atender às demandas dos músculos ativos à medida que

essas adaptações, ocorrem modificações nesses músculos per-

mitindo que o organismo melhore o seu desempenho.

Não se esqueça, a prescrição de exercício deve ser sempre

realizada individualmente, sendo adequada de caso para caso, para

tal procure um profissional habilitado. Deixo, uma nota apenas,

para casos de hipertensos severos, deve-se, inicialmente fazer um

tratamento farmacológico antes da realização de qualquer exercí-

cio físico.

Não se esqueça, cuide do seu organismo e bem-estar, porque

a saúde não mente!

Dúvidas, sugestões ou comentários para o:[email protected]

Tratamento da hipertensãoatravés do exercício físico

A UCC Chaves 1 (Unidade de

Cuidados na Comunidade), no

âmbito dos programas modula-

res que desenvolve, com os gru-

pos vulneráveis de hipertensos

e diabéticos, realizou no dia 26

de Março a 8ª sessão dos pro-

gramas (com o tema “Exercício

físico”) com os grupos de Vila

Falar de sexualidade sem fa-

lar de afetos não faria sentido,

uma vez que dela são parte inte-

grante e indissociável. Falar de

afetos é falar de relação, visto que

condicionam as nossas atitudes

e comportamentos, são eles que

nos aproximam ou afastam dos

que nos rodeiam.

Como seres sociais o nosso

dia a dia é feito de relações pelas

quais somos afetados, porque a

relação é dar e receber, torna-nos

únicos e especiais, como seres

pensantes com sentimentos, ne-

cessidade de pertença, sendo

assim, os mais vulneráveis à face

da terra.

O afeto é algo espontâneo no

indivíduo e, ao mesmo tempo, é

sinal de extrema sensibilidade da

alma humana. As pessoas mais

insensíveis ao toque e às trocas

afetivas costumam apresentar

mais dificuldade em conquistar

um amigo. Uma das característi-

cas das pessoas que não ex-

pressam a afetividade é a amar-

gura para com a vida e o mundo.

A noção de sexualidade como

busca de prazer, descoberta das

sensações proporcionadas pelo

contacto ou toque, atração por

outras pessoas (de sexo oposto

e/ou mesmo sexo) com intuito de

obter prazer pela satisfação dos

desejos do corpo, entre outras

características, está diretamente

ligada e dependente de fatores

genéticos e principalmente cultu-

rais.

O desejo sexual evidencia-se

com a adolescência, denuncian-

EDUCAÇÃO SEXUAL EM SAÚDEESCOLAR (continuação)

do que o corpo se está a modificar, que cresceu e exige adaptações,

mudanças de relações, e de responsabilidade. Conforme vamos cres-

cendo, descobrimos também o prazer provocado pelo contacto sexu-

al, através do estímulo que originamos em nós mesmos ou com

outras pessoas.

Assim, a vivência da sexualidade na adolescência, torna-se numa

fase de crescimento conflituosa, de grandes dúvidas e incertezas em

que a educação sexual deve estar presente, pois caso contrário a

falta de informação ou busca de informação de forma desadequada

pode levar a atitudes incorretas, que podem por em causa o futuro

dos jovens alterando-o e tornando-o difícil e infeliz.

Tendo em conta as ligações da sexualidade às outras dimensões

da identidade pessoal e das relações interpessoais e a sua mediati-

zação social, a educação sexual integra um vasto conjunto de áreas

de aprendizagem, tais como os valores e os afetos, ou as questões

de género, a estrutura de personalidade, ou as competências dos

indivíduos para lidarem com a intimidade.

Nesse período, que é quando se inicia a vida sexual, o jovem

precisa de se preocupar em prevenir doenças e a gravidez precoce,

para que a etapa de adaptação às mudanças não seja ultrapassada.

No âmbito do Programa Nacional de Saúde Escolar, o programa

de educação sexual tem vindo a ser implementado por profissionais

de saúde da UCC Chaves 1, nomeadamente enfermeiros, em sala

de aula com sessões interativas, desde o 1º ciclo até ao secundário

nas escolas da sua área de abrangência.

Também está disponível a todos os alunos nas diversas escolas,

um gabinete de apoio ao aluno (GAA) com o objetivo de transmitir

conhecimentos, oferecer ajuda e apoio, na tentativa de os capacitar

nesta área, para que cada um tome as suas próprias decisões. Pro-

porciona confidencialidade das informações e respeita o direito e

escolhas de cada um, permitindo ao aluno expor as suas dúvidas

relativas à saúde em geral.

Estas atividades têm-se revelado pertinentes, uma vez que os alu-

nos apresentam dúvidas e curiosidade num tema de crucial impor-

tância do desenvolvimento pessoal e social inerente ao crescimento

do indivíduo.

Todo este trabalho não invalida o constante e importante papel

dos pais, pois a família é a primeira escola da criança e deve ter como

objetivo a busca e a prática do bem-estar físico, psicológico, social,

afetivo e moral, da criança.

Equipa de saúde da UCC Chaves [email protected]

PROGRAMAS MODULARES PARA DIABÉTICOSE HIPERTENSOS EM VILA VERDE DA RAIA

Verde da Raia. Os utentes de-

monstraram grande satisfação e

adesão elevada, não só a esta

sessão mas ao programa em

geral, que inclui 9 sessões. Es-

tes programa procuram dotar os

hipertensos e diabéticos de co-

nhecimentos que os capacitam

para uma melhor compreensão

e controlo da doença que os vai

acompanhar para o resto da vida,

prevenindo assim o aparecimen-

to das complicações resultantes

do descontrolo e uma melhor

qualidade de vida.

A Equipa da UCC Chaves 1

Ana Mesquita

Page 11: Artigos UCC 2012

8 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 02/03/2012

Opinião

Um dos grandes pro-blemas da actualidade éo envelhecimento da po-pulação mundial. Outro-ra, um individuo morriade velhice por volta dos 60anos, hoje chega aos 90com relativa facilidade eos cientistas já assegu-ram que nos próximos 10anos se chegará a pas-sar dos 100 anos.

A idade cronológica éclassificada de acordocom a data de nascimen-to, frequentemente nãocoincide com idade bio-lógica, uma vez que háuma série de condicio-nantes: maturação bioló-gica, componente gené-tica, cuidados de saúde,alegria de viver, a idadepsicológica (capacidadeindividual de adaptaçõesàs reacções e a auto-es-tima dos indivíduos àsoma de experiências ea maturação mental).

A avaliação da idadefuncional é a tentativa derelacionar as diversasconexões de idade, deter-minando assim a idadereal. Resumindo, podedescrever-se o envelheci-mento como a soma detodas as alterações bio-lógicas, psicológicas esociais que, depois de al-cançar a idade adulta e

Envelhecimento

A Saúde Não Mente

Ana Mesquita

ultrapassar a idade máxima de desempenho, leva auma redução gradual das capacidades de adapta-ções de desempenho psicofísico do indivíduo.

Com a idade, o envelhecimento dos órgãos dosistema nervoso central leva a uma redução da ca-pacidade dos órgãos dos sentidos, enrijecimento daestrutura vascular devido à hipertrofia do coração,aumento do colagénio e consequentemente enrije-cimento dos tecidos das válvulas cardíacas.

Contudo, é na musculatura que a diminuição daforça e da massa muscular é mais afectada peloenvelhecimento. O exercício físico é consideradocomo uma das melhores maneiras de manter a qua-lidade de vida durante o processo de envelhecimen-to, exercendo efeitos positivos sobre a condição fun-cional e de desempenho do organismo.

Como não existem medicamentos para evitar oenvelhecimento, o exercício físico assume um papeldeterminante.

Em reabilitação geriátrica, o mais importante éum programa de fortalecimento muscular com pe-sos e não como muitos julgam, que caminhar é acon-selhável para os idosos enfraquecidos, o que lhespode provocar quedas e fraturas graves. O que sepretende é que se fortaleça a musculatura e corrijadistúrbios posturais, estas são algumas das situa-ções que podemos melhorar com exercícios de for-ça.

Não se esqueça de procurar um profissional qua-lificado, para realizar o seu treino. O treino praticadode forma imprudente é a causa frequente de graveslesões e danos irreparáveis.

“Saúde não é tudo, mas tudo é nada sem saúde”- Shopenhaur

Não se esqueça, contribua para o seu bem-es-tar, melhore a sua qualidade de vida, porque a saú-de não mente!

Qualquer dúvida, sugestão ou esclarecimentopara: [email protected]

O programa nacional desaúde escolar (PNSE) ins-creve-se na área da melho-ria da saúde das criançase dos jovens e da restantecomunidade educativa,com propostas de ativida-des assentes em dois ei-xos: vigilância e proteção dasaúde e aquisição de co-nhecimentos, capacidadese competências em promo-ção da saúde.

Uma das áreas de in-tervenção deste programasão os estilos de vida quesão, nem mais nem menos,um conjunto de hábitos ecomportamentos de res-posta às situações do diaa dia, apreendidos atravésda socialização, ao longodo ciclo de vida.

O sucesso da saúdeescolar é o sucesso dapromoção da saúde na es-cola, neste sentido a equi-pa de saúde escolar daUCC Chaves 1 tem vindo alutar para conseguir essesucesso com o desenvol-vimento efetivo de ativida-des nas escolas orienta-das para determinantes dasaúde, como a alimenta-ção, sexualidade e os fato-res de risco, como o taba-co e o álcool, entre outros.

A intervenção na área dasexualidade tem por obje-tivo possibilitar que cadapessoa viva a sua sexuali-dade de forma saudável,feliz e responsável ao lon-go do ciclo de vida. Visauma melhoria dos relacio-namentos afetivo-sexuaisentre os jovens, a reduçãodas possíveis consequên-cias negativas dos compor-

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DOS ANIMAIS DE CHAVES

Ajude a AAAC a ajudar, faça-se sócio (12€ por ano), ouajude com ração, mantas e cobertores, todas as ajudassão bem vindas! Contactos: 935660181/ 965596595

DENUNCIE ABUSOS!GATOS:Donos que os criam para caçar ratos, alimentam-nos mal na ilusão de

que é a fome que os fará caçar. Um gato bem alimentado caça mais emelhor.

PÁSSAROS:Gaiolas pequenas causam atrofia no sistema muscular das aves, provo-

cando dores.CÃES:Amputar orelhas e rabos por motivos estéticos causa sofrimento e é

desnecessário. Na Suíça, por exemplo, isso é proibido por lei oficial.

À conversa com a saúde

EDUCAÇÃO SEXUALEM SAÚDE ESCOLAR

tamentos sexuais, tais como a gravidez não planeada eas infecções sexualmente transmissíveis (IST) e con-tribuir para a tomada de decisões conscientes e res-ponsáveis na área da educação para a saúde – educa-ção sexual.

A sexualidade é um termo amplamente abrangenteque engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixanuma definição única e absoluta.

Segundo a OMS, a sexualidade é uma energia quenos motiva a procurar amor, contacto, ternura, e intimi-dade, que se integra no modo como nos sentimos,movemos, tocamos e somos tocados, que influenciapensamentos, sentimentos, ações e interações e, porisso, influencia também a nossa saúde física e mental.

É uma necessidade de receber e expressar afeto econtacto, que todas as pessoas têm e que traz sensa-ções de prazer para cada um. Assim, sexualidade não éapenas sexo, é o toque, o abraço, o gesto, a palavra quetransmite prazer entre pessoas. É, portanto, parte inte-grante de todo ser humano, está relacionada à intimi-dade, à afetividade, ao carinho, à ternura, a uma formade sentir e expressar o amor humano através das rela-ções.

O desenvolvimento da sexualidade acontece duran-te toda a vida do indivíduo e depende da pessoa, dassuas características genéticas, das interações ambi-entais e condições sócio culturais. Pode-se dizer que éo traço mais íntimo do ser humano e como tal, manifes-ta-se diferentemente em cada indivíduo de acordo coma realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo,conhecendo diferentes etapas fisiológicas. Manifesta-se em todas as fases da vida, infância, adolescência,fase adulta e terceira idade, sem distinção de raça, cor,sexo, deficiência, etc.

A sua presença está em todos os aspetos da vidahumana desde a conceção até à morte. Acontece deum modo imprevisível, exigindo uma progressiva capa-cidade do ser humano de compreensão e aceitaçãodas mudanças, não está apenas nos aspetos genitais,mas é considerada como uma das suas formas de ex-pressão, porém nunca como forma isolada.

É imperioso reconhecer que todos os seres nas-cem como resultado de um ato de amor, sentimentoeste, que nos acompanha ao longo do nosso cresci-mento nas suas várias vertentes: amor de família, ami-gos e namorados. Nascemos, portanto, para amar eser amados.

Continua numa próxima edição.Equipa de saúdeda UCC Chaves 1

[email protected]

Agradecimento

Artur Alves(10/8/1927- 27/2/2012)

A Família, na impossibildade de o fazer pessoalmente, vem, por este meio,agradecer a todas as pessoas que estiveram presentes no funeral e na missa do7º dia do seu ente querido, bem como agradecer a todos aqueles que, de uma oude outra forma, lhe manifestaram o seu pesar, neste momento de grande dor esaudade.

Informa ainda que a missa do 30º dia realiza-se no dia 28 de Março, pelas 18horas na Igreja Matriz em Chaves. Agradecendo desde já, a todos que participemnesta Santa Eucaristia.

A família

Page 12: Artigos UCC 2012

12 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 10/02/2012

Saúde - Opinião

A Saúde Não MenteA Diabetes Mellitus é uma doença crónica muito fre-

quente que se caracteriza por uma concentração san-guínea elevada da glicose. Caso não seja controlada,pode provocar problemas agudos e graves complica-ções a longo prazo. A diabetes é uma doença silencio-sa que pode passar despercebida numa fase inicial,mas se a ignorar poderá vir a ter sérios problemas desaúde no futuro. Os principais sinais de alerta são: uri-nar em maior quantidade e mais vezes do que é normal(poliúria); sede constante e intensa (polidpsia); fomeconstante e difícil de saciar (polifagia); sensação deboca seca; fadiga; comichão no corpo (principalmentenos órgãos genitais; visão turva; dificuldade na cicatri-zação de feridas; problemas sexuais.

Para o diagnóstico da diabetes é geralmente sufici-ente a realização de análise sanguínea da glicose, feitaem jejum e num laboratório. Se o valor da glicose nosangue for igual ou superior a 126 mg/dl em duas oca-siões a diabetes confirma-se. Se a glicose estiver entre110 e 125 mg/dl considera-se um valor anormal. Abaixode 109 mg/dl considera-se normal. Uma glicemia oca-sional (valor de açúcar no sangue independentementeda última vez em que comeu) superior a 200 mg/dl indi-ca também a presença de diabetes.

O seu médico de família poderá fazer o diagnósticodiferencial através de análises ao sangue mais espe-cíficas: prova de tolerância oral à glicose; glicemia pósprandial às duas horas; teste da hemoglobina glicosi-lada (HbA1c).

Embora não exista, por enquanto, cura para a dia-betes o melhor tratamento é manter os níveis de glice-mia perto dos valores normais. Para alcançar este ob-jectivo é fundamental planear uma alimentação equili-brada que ajude a controlar também o seu peso e fazerexercício físico adequado que melhore a sua circula-ção, fortaleça os seus músculos e articulações e au-mente a sua resistência. A medicação (comprimidosou insulina) tomada de acordo com o esquema tera-pêutico elaborado pelo seu médico é também muitoimportante mas insuficiente para controlar a diabetes,atingir bem-estar e prevenir complicações.

Se lhe foi diagnosticada esta doença não desespe-re, procure ajuda junto da sua equipe de saúde. O seuEnfermeiro de Família e o profissional mais indicadopara apoiá-lo, aconselhá-lo e orientá-lo para outros téc-nicos de saúde mas, o verdadeiro controle depende desi. O seu empenho, determinação e as escolhas quefaz diariamente evitarão as complicações desta doen-ça e prolongarão a sua vida!

Se necessitar mais informação ou quiser partilhar asua experiência connosco… estamos [email protected]

Lucena MiguelEnfermeira

PINHÃOOs pinhões eram muito apreciados na antiguidade pelos Gregos e Romanos. As legiões romanas levavam

sempre nas suas provisões os pinhões, e em toda a Europa são utilizados como ingrediente na preparação depratos de peixe, carne, vegetais, assim como na indústria pasteleira, na confecção de chocolates e outras iguarias.

Os pinhões contêm cerca de 61% de gorduras formadas maioritariamente pelos ácidos gordos como o linoleicoe linolénico, muito importantes na formação do sistema nervoso e na descida do nível de colesterol sanguíneo. Sãotambém ricos em proteínas de elevado valor biológico assim com a tiamina, ferro e magnésio.

Na generalidade as espécies europeias são mais ricas em proteínas e têm menor quantidade de gordura doque as americanas, no entanto estas últimas fornecem mais vitaminas e minerais.

AVELÃCrê-se que a aveleira é originária da Ásia e é das mais antigas plantas cultivadas. Os antigos manuscritos

chineses com mais de 5000 anos referiam a avelã como o alimento sagrado concedido aos homens directamentepelos céus, e os antigos gregos e romanos valorizavam-na pelas suas propriedades medicinais.

A avelã é uma fonte de gordura (62%), proteínas (13%), de vitaminas B1, B6 e E, e de minerais, especialmentecálcio, fósforo, manganésio, zinco e selénio.

UVA-PASSADesde há 3000 anos que as pessoas colhem as uvas e colocam-nas ao sol a secar. As passas no Próximo

Oriente eram um precioso bem de troca, e na Roma antiga eram também altamente valorizadas (2 jarras de passaspodiam ser trocadas por um escravo) As uvas-passas são muito ricas em ferro, vitamina K, fibra (solúvel e insolú-vel) e vitaminas do complexo B.

AMEIXA SECAOs gregos e os romanos introduziram a cultura da ameixa na Europa de onde passou à América do Norte,

Argentina, Chile e Austrália. Actualmente o estado da Califórnia é um dos maiores produtores de ameixas secas.Em termos de peso as ameixas secas possuem mais fibra que a maioria das leguminosas secas, fruta e

vegetais. Mais de metade da fibra é solúvel e tem a capacidade de se ligar ao colesterol impedindo a sua absorção.As ameixas secas são também ricas em B-caroteno e são uma boa fonte de vitaminas do complexo B, ferro não-heme e potássio.

FIGOA figueira é própria da região do mediterrâneo quente e semi-árida. O figo é um dos frutos mais mencionados na

Bíblia e no jardim do Éden existia uma figueira. Os figos são mencionados no livro dos hinos babilónicos que datade 2000 a.C. Já os sumérios em 2900 a.C. usavam os figos como medicamento.

A lenda conta que foi uma deusa grega Deméter que revelou aos mortais, pela primeira vez o fruto do Outono aoqual chamariam figo. O figo era o fruto preferido de Cleópatra, e ela suicidou-se com uma serpente que lhe foitrazida numa cesta de figos.

Apesar de ser considerado um fruto, o figo é uma flor, as sementes são o verdadeiro fruto dentro do figo.Os figos praticamente não contêm gordura e são ricos em hidratos de carbono e vitaminas E, B1, B2 e B6.

Quanto aos minerais é de destacar o seu conteúdo em cálcio, ferro, magnésio, potássio, zinco, cobre e mangané-sio.

Os figos são também muito ricos em fibras, sendo a maior parte dela insolúvel. Uma dose de figos (100g)fornece cerca de 20% das necessidades diárias de fibra.

Equipa de saúde da UCC Chaves 1

À conversa com a saúde

FRUTOS SECOS E OLEAGINOSAS (continuação)

CARTÓRIO NOTARIAL ACARGO DA NOTÁRIA

ANA RITA FERNANDES SÁCHAVES

Certifico, para fins de publicação que,por escritura exarada hoje, no Cartórioa cargo da Notária Ana Rita FernandesSá, sito na Avenida Pedro Álvares Cabral,Edifício Angola, loja dez, em Chaves, nolivro de escrituras diversas n.º 81 - A, afls.66 e seguintes, AURORA DOSANJOS, solteira, maior, natural dafreguesia e concelho de Chaves, residentena Calle do Poço, n.º 19, Verin, em Espanhae CARMÉN DOS ANJOS DOSANJOS, solteira, maior, natural deEspanha, residente na Calle Longo - OPolvorin 13, Ourense, em Espanha,declaram:

Que são donas e legítimas possuidoras,com exclusão de outrem dos seguintesbens imóveis:

UM - Prédio urbano, situado no lugarde Alto da Trindade, freguesia de SantaMaria Maior, concelho de Chaves,composto de casa de habitação derés-do-chão, com a superfície cobertade setenta e dois metros quadrados elogradouro, com a área de cento e trintae oito metros quadrados, a confrontardo norte com Daniel Sevivas, nascente esul com Rodrigo Rodrigues e poente comestrada de Bustelo, inscrito na respectivamatriz sob o artigo 1158.

Este prédio estava inscrito na anteriormatriz da freguesia de Chaves (extinta)sob o artigo 1596.

DOIS - Prédio, rústico, situado nolugar de Fonte do Leite, freguesia deVale de Anta, concelho de Chaves,composto de terra de cultivo, com aárea de mil quatrocentos e quarenta edois metros quadrados, a confrontar donorte com Maria llídia Machado e ManuelAlcino Machado dos Santos, nascente esul com Município de Chaves e poente

com Maria Lourenço Vaz, Maria HelenaVaz Ribeiro e José Alberto Vaz Ribeiro,inscrito na respectiva matriz sob o artigo2587.

Estes prédios não estão descritos naConservatória do Registo Predial deChaves.

Que, não têm qualquer título formalde onde resulte pertencer-lhes o direitode propriedade dos prédios, mas iniciarama sua posse, no ano de mil novecentos eoitenta e nove, ano em que os adquiriram,por doação meramente verbal de seuspais, Zulmira dos Anjos e Diamantinodos Anjos Aires, (já falecidos), residentesque foram em Ourense, Espanha.

Que, desde aquela data, por si ou porintermédio de alguém, sempre têm usadoe fruído os prédios, habitando-o,guardando lá os seus haveres, realizandobenfeitorias e todas as obras deconservação e restauro, quanto aourbano e cultivando-o, colhendo os seusfrutos, quanto ao rústico, pagando todasas contribuições por eles devidas efazendo essa exploração com aconsciência de serem as suas únicas donas,à vista de todo e qualquer interessado,sem qualquer tipo de oposição há maisde vinte anos, o que confere à posse anatureza de pública, pacífica, contínua ede boa fé, razão pela qual adquiriram odireito de propriedade sob os prédios,por USUCAPIÃO, que expressamenteinvocam para efeitos de ingresso dosmesmos no registo predial.

Está conforme.Chaves, 8 de Fevereiro de 2012.A Colaboradora, por delegação de

poderes, nos termos do n. °1 do art. 8 do DL26/2004, de 4 de Fevereiro, devidamenteautorizada para este acto, pela notaria

Ana Maria Domingues FernandesTomaz - 282/ 1

A Voz de Chaves Nº 824- 10 de Fevereiro de 2012

Esta primeira aula, rea-lizada a 31 de Janeiro, foiparticipada por crianças ejovens que integram a Es-cola Básica Integrada de Pe-dras Salgadas, frequentadapor mais de 400 alunos do1º, 2º e 3ºciclos. Dirigentes,docentes e alunos ficarama conhecer melhor o espa-ço onde se pode praticar di-versas modalidades des-portivas.

Na visita guiada, a comi-tiva avaliou a nave desporti-

Pedras Salgadas

Primeira aula no

Gimnodesportivo MunicipalUma comitiva de forças vivas da comunidade local, composta pelo presidente da Câmara

Municipal, Domingos Dias, por autarcas do executivo e das freguesias da zona Norte do con-celho, marcou presença na primeira aula de educação física administrada por técnicos espe-cializados no novo Gimnodesportivo Municipal de Pedras Salgadas.

va principal, a área despor-tiva complementar, cincobalneários e outras áreas,tais como bancada, átrio erecepção, sanitários, e ou-tros compartimentos. Moda-lidades de futsal, basque-tebol, andebol e vólei oudanças de salão, aeróbicae ginástica podem ser aquipraticadas.

Domingos Dias subli-nhou que «o ensino come-ça com o incentivo para queos alunos tenham mente sã

em corpo são e, para isso,são essenciais umas ins-talações desportivas con-dignas». O autarca afirmouque «se queremos bons ci-dadãos, com bons hábitos,devemos começar por lhesproporcionar condiçõespara uma boa formação» eé o que «queremos com oComplexo Escolar de Pe-dras Salgadas». O gimno-desportivo vai servir de apoioà comunidade escolar e atoda a população.

O projecto deste equipa-mento foi desenvolvido pelaCâmara Municipal e execu-tado em parceria. O Gimno-desportivo de Pedras Salga-das vem acrescentar mais-valias a esta área urbanaonde se incluem a EBI dePedras Salgadas, a novaavenida da estrada nacionalao centro histórico, e aindaparte da Ecopista/Cicloviaali existente.

Redacção

Page 13: Artigos UCC 2012

10 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 03/02/2012

A diabetes mellitus é uma doença em rápida expansão. De acordo, com a Organização Mundial daSaúde (OMS), existiam cerca de 118 milhões de diabéticos em todo o mundo, em 1995. Estima-se que,em 2025, venham a ser mais de 380 milhões de pessoas. Em Portugal, actualmente, são perto de 1milhão, ou seja, em cada 10 portugueses, 1 é diabético.

Contudo, a diabetes conta, com o seu primeiro registo histórico, desde a civilização egípcia, hácerca de 3500 anos, surgindo na história até hoje. O termo diabetes teve origem no grego e significa“passar através de” ou “atravessar”, e a palavra mellitus significa “com sabor a mel”.

A diabetes é uma doença que resulta de uma deficiente capacidade de utilização pelo organismo danossa principal fonte de energia – a glucose.

Muitos dos alimentos que ingerimos são transformados em glucose no nosso aparelho digestivo,normalmente, a glucose é absorvida pelas células, que a utilizam para fornecer energia e quando nãoé utilizada, acumula-se no sangue (hiperglicemia), sendo depois expelida pela urina.

Para que a glucose possa ser usada como fonte de energia, é necessária uma hormona produzidapelo pâncreas, a insulina.

A insulina é produzida nas células dos ilhéus de Langerhans no pâncreas. A sua falta ou insuficiên-cia da sua acção leva a alterações muito importantes no aproveitamento dos açúcares, das gorduras edas proteínas que são a base de toda a alimentação e constituem as fontes de energia do nossoorganismo.

A hiperglicemia (taxa elevada de açúcar no sangue) que existe na diabetes deve-se, em algunscasos, à insuficiente produção da insulina, noutros à sua acção insuficiente e, frequentemente, àcombinação dos dois factores.

A diabetes de tipo 1, a mais rara (10%), deixa de haver produção de insulina, pois existe umadestruição das células produtoras, são chamados de insulinodependentes, uma vez que necessitamde terapia com insulina para toda a vida.

A diabetes de tipo 2, a mais frequente (90%), é chamada de não-insulino-dependentes, uma vez queadvém de uma alimentação incorrecta e de uma vida sedentária, torna o organismo resistente à acçãoda insulina, obrigando o pâncreas a trabalhar mais, até que a insulina que produz deixa de ser insufi-ciente.

O diagnóstico tem vindo a aumentar de forma progressiva e os casos não diagnosticados têmdecrescido, fruto de uma melhoria do funcionamento das estruturas e qualificação dos seus técnicos.A diabetes comporta elevados custos sociais, humanos e claro, económicos. Calcula-se, que emPortugal, entre 6 a 9% do orçamento da saúde esteja dirigido a custos directos com a diabetes. Com arecessão financeira actual, a luta contra a diabetes passa pela prevenção, pelo diagnóstico precoce epor acções integradas na educação para a saúde. Iniciativas, como o projecto levado pela UCC Chaves2 “Viver em harmonia com a diabetes” no passado mês, é fundamental na instrução da população, poisé imprescindível haver o conhecimento sobre como evitar os factores prejudiciais, o sedentarismo e aalimentação excessiva.

Não se esqueça, contribua para o seu bem-estar, melhore a sua qualidade de vida e a da saúdepública, porque a saúde não mente!

Qualquer dúvida, sugestão ou esclarecimento, envie mail para: [email protected]

José Mesquita – Saúde Pública

A saúde não mente

Opinião

José Mesquita

Organizada pelo Diretor, Pro-fessor Fernando Dias, no âmbitoda formação realizada sobre otema acima referido, a atividade-teve com principal objetivo alertar

Agrupamento De Escolas Dr. Francisco Gonçalves Carneiro

Educação Sexual Sobre

A Gravidez na Adolescência

Realizou-se no passado dia 23 de Janeiro, no auditório da Escola, maisuma atividade no âmbito da Educação Sexual, sobre o tema “A Gravidez naAdolescência”, destinada aos alunos do 7º e do 8º ano, da Escola EB 2,3 Dr.Francisco Gonçalves Carneiro.

os jovens para os problemas queuma gravidez precoce pode tra-zer no desenvolvimento da ado-lescência. A atividade incluiu a vi-sualização de três pequenos fil-

mes sobre a Gravidez na Adoles-cência, seguida de debate sobreos assuntos tratados nos filmes.Para o efeito, colaborou com estainiciativa, a convite do professorFernando Dias, o Dr. José CarlosMatos, Diretor do Serviço de Pe-diatria da Unidade de Chaves doCentro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, que salien-tou a importância dos afetos narelação entre os jovens e colocouo acento tónico na prevenção deuma gravidez indesejada. Os alu-nos deram mostras de se senti-rem pouco à vontade nestasquestões mas acabaram por par-ticipar no debate.

O dinamizador da actividadeFernando Dias

AMÊNDOAA amêndoa faz parte da ali-

mentação humana desde tem-pos imemoriais. A amendoeira jáera mencionada na bíblia e asamêndoas eram um ingredientedo pão que era servido aos fara-ós. Os Romanos atiravam amên-doas aos recém-casados comoum símbolo de sedução e de fer-tilidade. Originária do Caucaso e do Próximo Oriente, a sua culturaestende-se à Grécia e dali à Itália, França, Espanha e Portugal. NoSudoeste da Península Ibérica, onde se cultivavam as melhoresamêndoas da Europa, é tradição entre os camponeses fazer umarefeição à base de um punhado de amêndoas, pão e uma maçã.

Nutricionalmente as amêndoas caracterizam-se pela sua quan-tidade de fibras e proteínas. A quantidade de proteínas da amên-doa é bastante elevada (13,3%) e são ricas em arginina e ácidoglutómico. O ácido glutómico faz parte da glutationa ou tripeptídeoque ajuda a depurar a amónia no nosso organismo. As amêndoassão dos poucos alimentos que fornecem amigdalina, um com-posto anti-cancerígeno.

Mais de metade do peso da amêndoa é formado por gorduras,predominando os ácidos gordos mono e polinsaturados, dentrodos quais se destacam o ácido oleico e o linoleico. O ácido linolei-co é essencial na formação do sistema nervoso. As amêndoassão uma excelente fonte de vitaminas B1, B2, B6 e E, Cálcio, Fós-foro, Magnésio e Zinco.

NOZEmbora se creia que a nogueira seja procedente do centro da

Ásia, esta árvore tem-se adaptado muito bem aos países próxi-mos do Mediterrâneo. Desde há vários milénios que a noz fazparte da dieta típica mediterrânea. Existem mais de 15 variedadesde nozes, mas as mais populares são as inglesas, também cha-madas persa, e a negra. A variedade mais saborosa e com maiorimportância comercial é a noz inglesa.

Os gregos denominam-na Kara (cabeça), pela sua semelhan-ça com o crânio e cérebro humano. Esta semelhança deu origema várias crenças das propriedades curativas da noz para qualquertipo de enxaqueca.

A noz é uma das oleaginosas mais calóricas. Cerca de 3/5 doseu peso são gorduras. Entre os ácidos gordos da noz destacam-se: o ácido linoleico e o linolénico. O ácido linolénico pertence àsérie ómega-3, como aqueles que se encontram no peixe. Osácidos gordos ómega-3 ajudam a baixar os níveis de colesterol“mau” no sangue e a prevenir as doenças cardiovasculares. Asnozes também contêm esteróis, que são compostos quimicamentesemelhantes ao colesterol. Alguns esteróis não são absorvidosno tubo digestivo e bloqueiam a absorção de colesterol para acorrente sanguínea.

As nozes também são boas fontes de proteínas, vitaminas B1,B2, B3 e B6 e minerais: fósforo, potássio, cobre, manganésio ezinco. Contêm ácido elágico, um flavonóide, que se demonstrouque inibe o crescimento das células cancerígenas.

Devido ao seu elevado conteúdo em ácidos gordos, as nozessão muito susceptíveis a alterações pelo calor, luz e ao ranço de-vendo ser armazenadas preferencialmente no frigorífico.

Continua numa próxima edição.Equipa de saúde da UCC Chaves 1

OpiniãoÀ conversa com a saúde

FRUTOS SECOS e

OLEAGINOSAS OLEAGINOSAS OLEAGINOSAS OLEAGINOSAS OLEAGINOSAS (continuação)

ANÚNCIO(1ª Publicação)

Tribunal Judicial da Comarca de ChavesAcção Executiva sob a forma Processo ComumProcesso n° 514/06.9TBCHV - 2.° Juízo

Nos Autos acima identificados, encontra-sedesignado o dia 27 de Fevereiro de 2012, pelas14:00 horas, no Tribunal Judicial de Chaves, para aabertura de propostas, que sejam entregues atéesse momento, na secretaria do Tribunal, pelosinteressados na compra do direito a bem indivisodo seguinte bem Imóvel:

VERBA ÚNICAPrédio Rústico, sito em Terreiro do Monte,

composto de terra de cultivo, com a área de 1080m2, inscrito na respectiva matriz Rústica sob o

artigo 553º, da freguesia de Samaiões, descrito naConservatória do Registo Predial de Chaves sob on° 489/19931019 - Pelo preço base de 14,60€

Penhorado aos executados: Berta da ConceiçãoCaldeira de Almeida e Alexandre Tito Soares deAlmeida.

É fiel depositário, que os deve mostrar a pedidoBerta da Conceição Caldeira de Almeida, residenteno Rua Engenheiro Branco Teixeira, Rua de Angola,n.º 29, Santa Cruz Trindade, concelho de Chaves.

Nota: Os proponentes devem juntar à suaproposta, como caução, um cheque visado, à ordemda solicitadora de execução, no montante a 20%do valor base dos bens, ou garantia bancária domesmo valor (nº 1 do art. 897ª do CPC).

Chaves, 24 de Janeiro de 2012A Agente de Execução

A Voz de Chaves nº 823-3 de Fevereirode 2012

CELESTE MARQUESAgente de Execução

Cédula 3723

Page 14: Artigos UCC 2012

9 | A Voz de Chaves- Jornal do Alto Tâmega - 27/1/2012

Couto de Dornelas: Depois dadecisão favorável do tribunal,Igreja tomou conta da Casa doSanto e da festa

No Couto de Dornelas, a me-sinha de São Sebastião voltou aocupar a rua principal da aldeia,onde foram servidos cerca de 400quilos de carne, 300 de arroz e1400 broas. À primeira vista, ascentenas de visitantes não nota-ram diferença no cumprir de umatradição que remonta às Inva-sões Francesas, mas este anoum pormenor fez diferença. É quetoda a organização da festa foi en-tregue à Comissão da Fábrica daIgreja, após o diferendo com apopulação à volta da Casa doSanto ter sido resolvido pelo Tri-bunal Judicial de Boticas que atri-buiu a posse do edifício à paró-quia. (In)conformados, os antigosmordomos retiraram todos osseus pertences.

“Entrámos numa casa ape-nas com quatro paredes. Tudo ti-nha sido retirado e tivemos de ad-quirir tudo de novo: 22 potes e450 unidades de pratos e tam-bém de tigelas”, confirmou JoséFerreira, membro da comissãofabriqueira, acrescentando que foiuma “despesa avultada que teriasido escusada”. Os novos orga-nizadores ainda chegaram a pro-por a criação de uma comissãode festas mista aos antigos mor-domos, mas o “cachimbo da paz”foi recusado. A comissão fabri-queira fez então um peditório por-ta a porta pela freguesia, pediu“dinheiro adiantado” à Igreja ebeneficiou ainda de um apoio daCâmara Municipal de Boticaspara manter viva uma tradiçãoancestral do concelho, informouo representante da casa “Ferral”,esclarecendo que os “números”serão públicos “quando o PadreSilvério apresentar contas aopovo”.

Apesar de por vezes ter reina-do alguma confusão resultado dainexperiência, “desde a primeirahora”, as famílias de José Ferrei-ra, Francisco Barreto e NestorPonteira “nunca desanimaram,puseram mãos à obra e foi um

Boticas

S. Sebastião abençoou fiéis de

Dornelas e Alturas do BarrosoTanto em Vila Grande de Dornelas como Alturas do Barroso, o Santo advogado dos animais e protec-

tor de males como a peste e a fome voltou a ser honrado pelas suas gentes na passada sexta-feira 20de Janeiro. Tal como manda a tradição, nesse dia raiado pelo Sol, todos arregaçaram as mangas,cozeram as broas, puseram os potes ao lume e encheram os pratos de comida aos locais e forasteiroslá chegados em dezenas autocarros, principalmente minhotos.

sucesso, uma alegria muito gran-de e uma vitória retumbante”, con-siderou o pároco do Couto deDornelas. “O mais difícil foi esteano, cumprimos bem e agoraestamos com coragem para con-tinuar”, rematou o Padre SilvérioGuimarães, confessando que “aferida” que divide o povo de Dor-nelas “é muito profunda e aindasangra, mas um dia vai melho-rar” porque “os santos são paranos unir e não para nos separar”.

Alturas do Barroso tem maisencanto na hora da feijoada

De Dornelas avia-se caminhopara Alturas do Barroso, ondeabundam sorrisos, palavras ami-gas, generosidade e onde há co-mida até o último estômago re-sistente, o que geralmente nun-ca acontece antes da madruga-da. “Isto só fecha assim que nãohouver gente!”, garante Paulo Jor-ge Pereira, o presidente de juntada freguesia onde habitam pou-co mais de 400 almas. A 20 deJaneiro, o salão de convívio da

junta é testemunha de um amorfraterno tão precioso como raro.Aqui, são todos família, são to-dos vizinhos. Gente boa e muitounida, diz o povo e dizem os fo-rasteiros.

Manuel Fernandes, outra vezna “equipa” dos quatro mordo-mos, que este ano tocou aos daRua da Bela Vista, passou o diaa encher copos com vinho e sor-risos. “Procuramos sempre ter omelhor vinho, o mais forte quehouver!”, ri-se. “À tarde é quandovem mais gente”, certamentemais de 6000 pessoas agoracom os excursionistas, depois deum primeiro repasto abençoadoem Couto de Dornelas. Antiga-mente, o vinho só era acompa-nhado com pão e a festa tinhalugar nas vacarias, mas há 23anos, face ao aumento das visi-tas, os mordomos de então fize-ram questão de lhe acrescentara feijoada com o paladar maisgenuíno de todos graças ao sa-ber de Angelina Martins Calheno,que ainda hoje, com 76 anos, in-dica as medidas certas.

Ao todo, são 300 kg de feijão,150 kg de arroz, 86 kg de carnede vitela (sem contar com o fu-meiro), 3000 “bijous”, mais de300 broas de centeio, 26 almu-des de vinho e uma semana desuor na vida de cerca de 15 pes-soas. A feijoada começou a serpreparada às 4 horas de sexta-feira, bem antes da missa emhonra de S. Sebastião, a seguir àqual o andor do Santo desfiloupelas ruas da aldeia até ao localda festa debaixo de cânticos eorações. Chegados ao salão, ascarnes, o pão e o vinho são ben-zidos pelo padre Domingos e, àentrada, dezenas de visitantesem fila depositam a esmola jun-to à imagem do S. Sebastião an-tes de estender o prato aos mor-domos. Nas Alturas, “o dinheiro édo Santo!”, garante o presidenteda junta, explicando que, uma vezsaldadas as despesas da festa– que movimenta cerca de 8 mileuros – e adquirido algum mate-rial para a “próxima edição”, o quesobra vai para “a Igreja conservaros bens”.

Sandra Pereira

Os frutos secos, tal como a fruta, as verduras e as legu-minosas, constituem um dos alimentos característicos dadieta mediterrânea. O Inverno é a época do ano em que,por excelência, o consumo destes alimentos é maior, es-tando presentes em praticamente todas as mesas. Estesalimentos são consumidos há mais de 12.000 anos e erammuito cultivados e apreciados pelos Gregos, Romanos enativos da América do Norte caracterizando-se pela suaelevada densidade calórica e riqueza nutricional.

É costume chamar frutos secos a duas categoriasmuito diferentes de alimentos: sementes comestíveis efrutas desidratadas. As sementes comestíveis são pobresem água e ricas em óleo e amido, e estão protegidas poruma casca dura. Podem ser classificadas em: oleagino-sas e amiláceas. As sementes oleaginosas caracterizam-se por uma semente mais rica em óleo (amêndoas, no-zes, avelãs, etc.) enquanto que as sementes amiláceascontêm amido em abundância (bolotas, castanhas, entreoutros). Os frutos secos, no sentido da palavra, são maio-res fornecedores de carbohidratos e resultam da seca-gem ao sol em clima seco ou em estufa (uvas-passa,ameixa- seca, figos secos etc.)

As sementes oleaginosas têm uma composição se-melhante entre si, são ricas em gordura, mais de metadedo seu peso é constituído por ácidos gordos mono e poli-saturados, e cerca de 20% das proteínas. São boas fontesde vitaminas do complexo B e vitamina E, assim comoSelénio, Magnésio, Zinco e Cobre. Têm um elevado valorenergético fornecendo cerca de 580 a 650 Kcal por 100g.Recomenda-se cerca de 30g de oleaginosas/dia para pre-venção de doenças cardiovasculares já que o seu teor defibra, tipo de gordura e teor em nutrientes anti-oxidantesconferem-lhe propriedades protectoras da hipercolestero-lemia e hipertensão arterial. Estes alimentos rançam facil-mente, devem ser comprados com casca e armazenadosem locais frescos e arejados, sem exposição à luz.

A castanha tem uma composição muito diferente dasoleaginosas, contendo cerca de 40% do seu peso em hi-dratos de carbono e baixo teor de proteínas e gorduras,fornecendo 182 Kcal por 100g.

Os frutos secos propriamente ditos são compostos prin-cipalmente por hidratos de carbono, cerca de 55 a 65% efornecem cálcio e ferro em quantidade elevada. O seu valorcalórico é da ordem de 240 a 300 kcal por 100g. Apesar dasua elevada densidade energética e elevado teor em gor-dura, todos os frutos secos podem ser integrados numaalimentação equilibrada e saudável, podem constituir fon-tes ricas de micronutrientes e são bastante ricos em fibrasajudando a regular o trânsito intestinal.

Numa próxima edição continuaremos com informaçãomais detalhada sobre cada grupo destes alimentos e so-bre os benefícios do seu consumo na prevenção da doen-ça.

Equipa de saúde da UCC Chaves 1

OpiniãoÀ conversa com a saúde

FRUTOS SECOS e

OLEAGINOSAS

Feijoada abençoada em Alturas do Barroso

Mesinha de S. Sebastião em Couto de Dornelas

Foto de Dinis Ponteira