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ABSTRACT A STUDY OF EMPLOYEES’ PERCEPTION OF SERVANT LEADERSHIP PRACTICES AS A CONTRIBUTION TO THE ORGANIZATIONAL HEALTH OF HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE by Maurício Pinto Lima Chair: José Assan Alaby

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ABSTRACT

A  STUDY  OF  EMPLOYEES’ PERCEPTION OF SERVANT LEADERSHIP PRACTICES AS A CONTRIBUTION TO

THE ORGANIZATIONAL HEALTH OF HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE

by

Maurício Pinto Lima

Chair: José Assan Alaby

ABSTRACT OF GRADUATE STUDENT RESEARCH

Thesis

Andrews University

School of Education

Title: A STUDY OF EMPLOYEES’ PERCEPTION OF SERVANT LEADERSHIP PRACTICES AS A CONTRIBUTION TO THE ORGANIZATIONAL HEALTH OF HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE

Name of researcher: Maurício Pinto Lima Name and degree of faculty chair: José Assan Alaby, Ph.D. Date completed: August 2013

Problem

The Hospital Adventista Silvestre was very successful and excelled for nearly

three decades (from 1962 to 1987). During this period it grew fast and was recognized

and praised in the state of Rio de Janeiro as in all Brazil. However, since then, the

hospital has been undergoing a decline. It is clear that the Hospital Adventista Silvestre is

not experiencing the same success as in its glory years.

Since the hospital´s decline, how are the leadership practices and styles related to

its organizational health and the level of commitment by its employees regarding servant

leadership? This study seeks to identify the level of organizational health, mainly in six

key areas of organizational health (value people, develop people, build community,

display authenticity, provide leadership, and share leadership).

Method

An online quantitative survey tool, Organizational Leadership Assessment (OLA),

was used with 66 questions to evaluate the six key areas of leadership among main

leadership, management, and workforce. Three hundred and sixteen questionnaires were

analyzed, where the participants were employees from different departments of the

Hospital Adventista Silvestre, representing 39% of all employees.

Results

This study identified that Hospital Adventista Silvestre has a limited level for the

organizational health level (on a scale of toxic, poor, limited, moderate, great, and

excellent). It also revealed a considerable difference between the main leadership

assessement, which was more optimistic, and the workforce, which was more pessimistic.

It also suggests a low level of shared awareness and low level of open communication.

General Conclusion

The conclusion is that the satisfaction level among the employees of Hospital

Adventista Silvestre is 3,99 (on a scale of 1 to 6). Employees enjoy working in the

organization, believe that they are working at a high level of productivity, feel good about

their contribution to the organization, and acknowledge being part of the organization’s

accomplishments. However, while they see the value of their personal work, employees

have doubts about the overall health of the organization. They seek more responsibility

and authority to perform their work. This indicates an uneasy tension in the workplace

and can result in good employees seeking employment elsewhere. It was also found that

among the six key areas of organizational health, which summarize the characteristics of

servant leadership, the highest scores were in the areas of build community and provide

leadership, and the lowest scores were in the areas of develop people and share

leadership.

RESUMO

UM ESTUDO DAS PERCEPÇÕES DOS COLABORADORES SOBRE A PRÁTICA DA LIDERANÇA SERVIDORA COMO CONTRIBUIÇÃO

PARA A SAÚDE ORGANIZACIONAL DO HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE NO RIO DE JANEIRO

por

Maurício Pinto Lima

Orientador: José Assan Alaby

RESUMO DE PESQUISA DE ESTUDANTE DE MESTRADO

Tese

Andrews University

School of Education

Título: UM ESTUDO DAS PERCEPÇÕES DOS COLABORADORES SOBRE A PRÁTICA DA LIDERANÇA SERVIDORA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A SAÚDE ORGANIZACIONAL DO HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE NO RIO DE JANEIRO

Nome do pesquisador: Maurício Pinto Lima Nome e titulação do orientador: José Assan Alaby, Ph.D. Data de conclusão: Agosto de 2013

Problema

O Hospital Adventista Silvestre cresceu rapidamente e viveu de 1962 a 1987 três

décadas de ouro. Nesse período ele foi reconhecido e aclamado no estado do Rio de

Janeiro e em todo o Brasil. Porém, do final da década de 1980 em diante, o hospital vem

passando por um declínio. É fato, e fato visível, que o Hospital Adventista Silvestre vive

hoje uma situação bem diferente da que viveu nos seus anos de glória do passado.

Em face do declínio do HAS, como as práticas e estilo de liderança, estão

relacionadas à sua saúde organizacional, e ao grau de comprometimento de seus

colaboradores com a Liderança servidora? É um estudo que procura identificar o grau de

saúde organizacional, constatado pelas seis áreas-chave de saúde organizacional

(valorização de pessoas, desenvolvimento de pessoas, construção de comunidade,

demonstração de autenticidade, provisão de liderança e liderança compartilhada).

Método

Foi realizada uma pesquisa quantitativa de sessenta e seis questões, utilizando-se

o instrumento de estudo OLA (Avaliação de Liderança Organizacional) para avaliação

das seis áreas chaves da liderança entre as categorias de liderança principal, gerência e

força de trabalho. A população desta pesquisa foi constituída de trezentos e dezesseis

colaboradores do Hospital Adventista Sivestre, representando 39% de todos os servidores

desta organização.

Resultados

Este estudo identificou que o Hospital Adventista Silvestre possui um nível de

saúde organizacional limitado, (numa escala de tóxico, pobre, limitado, moderado, ótimo,

excelente). Revelou também uma diferença considerável entre a avaliação da liderança

principal, que foi mais otimista, e a força de trabalho, mais pessimista. Isto sugere um

baixo nível de consciência comum e baixo nível de comunicação aberta.

Conclusão Geral

A conclusão é que o Hospital Adventista Silvestre está no nível 3,99 (numa escala

de 1 a 6). Os trabalhadores acreditam que estão trabalhando em alto nível de

produtividade, sentem-se bem sobre sua contribuição para a organização, acham seu

trabalho importante para o sucesso da organização, gostam de trabalhar na organização.

No entanto, enquanto eles vêem o valor do seu trabalho pessoal, os trabalhadores têm

dúvidas sobre a saúde global da organização. Os funcionários estão em busca de mais

responsabilidade e autoridade para realizarem seu trabalho. Isto pode criar uma difícil

tensão no local de trabalho e pode resultar em melhores trabalhadores que procuram

emprego em outro lugar. Também foi identificado que dentre as seis áreas-chave de

saúde organizacional, que resumem as características da liderança servidora, os maiores

índices foram em construção de comunidade e provisão de liderança e os menores foram

desenvolvimento de pessoas e liderança compartilhada.

Andrews University

School of Education

A  STUDY  OF  EMPLOYEES’ PERCEPTION OF SERVANT LEADERSHIP PRACTICES AS A CONTRIBUTION TO

THE ORGANIZATIONAL HEALTH OF HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE

A Thesis

Presented in Partial Fulfillment

of the Requirements for the Degree

Master of Arts

by

Maurício Pinto Lima

August 2013

© Copyright by Maurício Pinto Lima 2013 All Rights Reserved

A STUDY OF EMPLOYEES’ PERCEPTION OF SERVANT LEADERSHIP PRACTICES AS A CONTRIBUTION TO

THE ORGANIZATIONAL HEALTH OF HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE

A thesis presented in partial fulfillment

of the requirements for the degree Master of Arts

by

Maurício Pinto Lima

APPROVAL BY THE COMMITTEE: ________________________________________ José Assan Alaby, Ph.D., Chair ________________________________________ Afonso Cardoso, Dr. ________________________________________ Sylvia Gonzalez, Ph.D. ________________________________________ ________________________ Erick Baumgartner, Ph.D. Date approved

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................................v LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... vi Capítulo I. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................1 Contexto do Estudo ............................................................................................1 Declaração do Problema ....................................................................................4 Questões de Pesquisa .........................................................................................5 Propósito do Estudo ou Objetivo Geral .............................................................5 Objetivos Específicos.........................................................................................5 Significado e Importância do Estudo .................................................................6 II. PESQUISA NA LITERATURA ...............................................................................8 Introdução ..........................................................................................................8 Conceitos de Liderança ......................................................................................8 Teorias de Liderança ..........................................................................................9 Teoria dos Traços .........................................................................................9 Teorias Comportamentais ..........................................................................10 Teoria da Grade Gerencial .........................................................................11 Teorias Situacionais ou Contingenciais .....................................................14 Teorias da Liderança Situacional (Hersey & Blanchard) ..........................15 Teoria Transacional x Teoria Transformacional ........................................15 Teoria da Liderança Servidora ...................................................................16 Estilos de Liderança .........................................................................................20 Satisfação no Trabalho .....................................................................................21 Liderança e Mudança .......................................................................................22 Áreas de Saúde Organizacional .......................................................................24 Valorização das Pessoas ............................................................................24 Desenvolvimento de Pessoas .....................................................................26 Construção de Comunidade .......................................................................28 Demonstração de Autenticidade ................................................................30 Provisão de Liderança ................................................................................31 Liderança Compartilhada ...........................................................................32

iv

III. MÉTODO ..............................................................................................................34 População .........................................................................................................34 Coleta de Dados ...............................................................................................34 Instrumento ......................................................................................................35 Análise de Dados .............................................................................................36 Delimitações ....................................................................................................36 Limitações ........................................................................................................37 IV. RESULTADO DA PESQUISA .............................................................................38 V. CONCLUSÕES ......................................................................................................48 Resposta às Questões da Pesquisa ...................................................................49 Recomendações e Sugestões para Estudos Futuros .........................................56 Apêndices QUESTIONÁRIO OLA...................................................................................58

RESULTADO DO QUESTIONÁRIO OLA ...................................................65

LISTA DE REFERÊNCIAS ..............................................................................................92

v

LISTA DE FIGURAS

1. Grade Gerencial ........................................................................................................12

2. Nível de Saúde Organizacional das Áreas-Chave do Hospital Adventista Silvestre...............................................................................................................42 3. Áreas-Chave de Saúde Organizacional por Categoria ..............................................44

4. Escala de Satisfação no Trabalho do Hospital Adventista Silvestre por Categoria .............................................................................................................46 5. Prontidão para a Mudança na Correlação Entre o Nível de Saúde da Organização e a Capacidade de Percepção da Força de Trabalho ...........................................47

vi

LISTA DE TABELAS

1. Características do Líder Transacional e Transformador ...........................................16

2. Número e Percentual de Respondentes do Hospital Adventista Silvestre ................39

3. Nível de Saúde Organizacional do Hospital Adventista Silvestre ............................40

4. Áreas-Chave de Maior e Menor Índice de Avaliação do Hospital Adventista Silvestre ..............................................................................................................41

5. Índice das Áreas-Chave de Saúde Organizacional do Hospital Adventista Silvestre...............................................................................................................41 6. Índice de Saúde Organizacional, Nível da Organização e Estilo de Liderança .......45

7. Índice de Satisfação do Trabalho por Categoria e Geral no Hospital Adventista Silvestre...............................................................................................................45

1

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento global da economia e da tecnologia, bem como o nível de

consciência e exigência da sociedade impõe às organizações novos padrões de

comportamento para que se mantenham vivas e expectantes. Por isso, buscam

constantemente inovações em seus serviços e a melhoria de sua competitividade no

mercado, buscando satisfazer, da melhor maneira possível, as necessidades e anseios de

seus clientes internos e externos (Renesch, 1994). Para Covey (2007), uma nova era

clama por grandeza. Para extrair o máximo da genialidade e motivação humanas são

necessários líderes com uma nova mentalidade, novas habilidades e novas ferramentas.

Segundo o autor, é vital que as organizações avaliem seu comportamento e práticas de

liderança e notem a que distância estão das mais modernas e completas teorias sobre

liderança.

Contexto do Estudo

Blanchard e os sócios fundadores e consultores associados das Empresas Ken

Blanchard (2007) lembram que liderar é ter destino certo. Se você e sua equipe não

souberem para onde vão, sua liderança não fará a diferença. Para ele a falta de uma visão

compartilhada faz com que as pessoas sejam atropeladas por múltiplas prioridades,

2

duplicação de esforços, tentativas abortadas e energia desperdiçada. O autor argumenta

que quando o líder cria a comunidade da visão, ela construirá confiança, cooperação,

interdependência, motivação e responsabilidade mútua pelo sucesso.

De acordo com Laub (2005), uma visão orientada para o futuro, uma clarificação

dos objetivos e metas e tomar iniciativa são aspectos fundamentais na prática da liderança

servidora. Segundo este autor, as necessidades do momento presente em uma organização

devem estar sintonizadas com uma visão do futuro. Nesta perspectiva de liderança,

Kouzes e Posner (2007) destacam: “o  futuro não pertence somente aos líderes. Não é

somente a visão do líder que os líderes têm a responsabilidade de representar. A liderança

não envolve vender sua visão, mas sim articular a visão das pessoas”  (p.  76).

Defensores do novo paradigma de liderança como Kouzes e Posner (2008);

Wheatley (2006); Blanchard et al. (2007); e Covey (2007) advogam que o estilo de

liderança determina o sentido da organização, o clima organizacional, as crenças,

princípios e valores que se pretende implementar. Kouzes e Posner (2008) enfatizam que

as práticas de liderança vigentes em uma organização retratam a cosmovisão dos líderes,

sua forma de enxergar o mundo e seu comportamento influenciando as pessoas que os

cercam e determinando a qualidade do ambiente.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) no Brasil através de seus órgãos

educacionais, com a criação do curso de Mestrado em Liderança, tem discutido

amplamente a função do líder, seu estilo e práticas de liderança e estimulado seus

colaboradores a um estudo aprofundado deste importante tema para o desenvolvimento

das variadas instituições que compõem sua estrutura organizacional.

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Uma dessas instituições é o Hospital Adventista Silvestre (HAS), uma das

maiores instituições da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na América do Sul. Ele está

situado no alto do bairro de Santa Tereza, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, e bem abaixo

da estátua do Cristo Redentor, com uma das melhores vistas para o mesmo. Fundado em

22 de novembro de 1942, pelo missionário estadunidense Clarence Chester Schneider,

começou suas atividades com aproximadamente 25 servidores. Esse número foi

crescendo e acompanhando a surpreendente ascensão do hospital como um todo.

De 1962 a 1987, o HAS viveu seus anos de glória. Com cerca de 700 servidores,

ele ocupou reconhecidamente o lugar de melhor hospital do Rio de Janeiro.

Alguns acontecimentos desse período que comprovam essa época de ouro são:

1. Estabelecimento, em 1958, da primeira escola de Enfermagem ligada a um

hospital.

2. Lançamento do primeiro Plano de Saúde hospitalar em 1962, chamado

Garantia de Saúde.

3. Em 1968, o Dr. Edson Teixeira realizou no HAS o primeiro transplante de

pâncreas do mundo.

4. No mesmo ano, quando por ocasião da visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil, o

HAS foi escolhido para qualquer atendimento que fosse necessário à soberana rainha e à

sua comitiva.

5. Ainda em 1968, o HAS recebeu um Congresso de Cardiologia, de nível

nacional, coordenado pelo Dr. J. Zerbini.

4

6. Escolhido em 1980 por uma comitiva do Vaticano, o HAS ficou responsável

por atender o Papa João Paulo II e sua comitiva, caso necessitassem de algum

atendimento, quando por ocasião de sua visita ao Brasil.

7. Em 1981, o HAS foi responsável pela realização de aproximadamente 75% de

todas as cirurgias cardiovasculares do Estado do Rio de Janeiro.

Entretanto, no ano de 1987 o hospital começou um sensível declínio. Alguns

indicadores desse declínio são:

1. A diminuição de citações positivas na mídia.

2. A diminuição de alguns procedimentos inéditos.

3. A diminuição de procura ao hospital, por parte de pessoas renomadas e

destacadas na sociedade.

4. Um aumento progressivo de dificuldades financeiras.

Nos últimos anos, a administração do HAS tem trabalhado arduamente para

reverter esse quadro. Mas essa tão almejada reversão não tem acontecido. A insistente

busca–para levar o HAS de volta ao patamar ocupado por ele em seu período áureo – não

tem alcançado êxito. A realidade hoje é que o HAS está longe do topo da lista de

classificação dos melhores hospitais do Rio de Janeiro.

Declaração do Problema

Em face do declínio do HAS, como as práticas e estilo de liderança, estão

relacionadas à sua saúde organizacional, e ao grau de comprometimento de seus

colaboradores com a Liderança servidora?

5

Questões de Pesquisa

1. Qual o grau de saúde organizacional do Hospital Adventista Silvestre?

2. Quais as áreas-chave de saúde organizacional com maior e menor índice de

avaliação pelos colaboradores?

3. Qual o grau de interesse para a promoção de mudanças no Hospital Adventista

Silvestre?

4. Qual a percepção dos colaboradores em relação ao estilo de Liderança

Servidora?

5. Qual o nível de satisfação percebido pelos colaboradores?

6. Qual o nível de participação dos liderados nas tomadas de decisão?

Propósito do Estudo ou Objetivo Geral

Investigar a medida em que as práticas e estilo de liderança vigentes no HAS

estão relacionadas à sua saúde organizacional, bem como ao grau de comprometimento

de seus colaboradores com a Liderança Servidora para promover mudanças e incrementar

um serviço de excelência.

Objetivos Específicos

1. Investigar o grau de saúde organizacional do HAS.

2. Descobrir as áreas-chave de saúde organizacional com maior e menor índice.

3. Verificar o grau de interesse para a promoção de mudanças no HAS.

4. Identificar e analisar o estilo de liderança predominante no HAS.

5. Identificar e analisar o nível de satisfação dos colaboradores.

6. Verificar o nível de participação dos liderados nas tomadas de decisão.

6

Significado e Importância do Estudo

Esta pesquisa aborda a liderança, por considerar que esse fator tem ocupado um

lugar de destaque dentro das organizações, ajudando as pessoas a entenderem a influência

que tem sobre outras pessoas, e as maneiras de obterem sucesso com atitudes simples,

mas de grande valia, absorvendo a unidade de seus subordinados e os impulsionando para

alcançarem resultados importantes para a organização.

Para Kouzes e Posner (2008), embora haja diferenças nas lideranças,

independente dos serviços que a empresa presta, os colaboradores necessitam de um

ambiente que os desafiem a crescer enquanto sentem-se úteis à sociedade. Nesta

perspectiva Kouzes e Posner (2008, p. 20) afirmam:

A capacidade do líder para habilitar os outros a agir é essencial. Os subordinados jamais dão o máximo de si, nem permanecem por muito tempo, se seus líderes fazem com que se sintam fracos, dependentes ou alienados. Mas quando o líder faz com que seu pessoal se sinta forte e capaz–para que seus membros realizem muito mais do que se julgam capazes–ele dará o máximo de si e as pessoas ultrapassarão as próprias expectativas.

Analisar os aspectos relacionados à liderança do HAS, através de uma pesquisa,

torna-se relevante para perceber, com base em olhares históricos e vivências práticas dos

líderes e colaboradores, qual é o perfil de liderança que predomina na organização.

Entender essa temática pode ser um importante passo para solucionar problemas

administrativos e impulsionar o hospital a alcançar resultados importantes e evoluir para

um nível desejável.

Galvêas (2004) destaca as mudanças que vem ocorrendo na atual situação política

e econômica, provocando transformações profundas e radicais na forma de gerir

empresas neste início de século, especialmente no que diz respeito a todo líder dentro das

organizações. Para o autor, os líderes enfrentam um ambiente instável, incerto, cheio de

7

transformações incessantes. Dando ênfase à necessidade de mudanças, Galvêas (2004)

afirma:

O mundo está passando por um período de transição intensa e turbulenta, quando testemunhamos o fracasso dos modelos de gestão burocrática, bem como a ruína da educação bancária primitiva de massas, que marcou fortemente as origens da modernidade. E, certamente, várias instituições, que sofreram com estas mudanças, a partir do momento que eles insistem em apaixonadamente resistir às transformações, não sabendo como realizar uma transição adequada dos paradigmas mecanicistas e burocráticos do modelo atual. (p. 2)

Este estudo constitui-se em uma importante ferramenta que ajudará os líderes do

HAS a ajustarem a sua prática de liderança às características da liderança servidora.

Kouzes e Posner (2008) afirmam que é possível aos líderes fazerem coisas

espetaculares nas organizações, transformando valores em ação, um sonho em realidade,

obstáculos como uma escada para o crescimento, riscos em recompensas, faz de todas as

situações oportunidades de crescimento. Liderança vai além de colocar ordem, é a forma

de ter os colaboradores motivados, dispostos a fazerem a diferença.

Além do exposto acima, este estudo ajudará a alta liderança e os gerentes de

departamentos a reverem suas práticas e redirecionarem os caminhos percorridos na

gestão.

8

CAPÍTULO II

PESQUISA NA LITERATURA

Introdução

Este capítulo trata do referencial teórico que dará sustentação à pesquisa realizada

nesta Dissertação. Nele serão discutidos: a diversidade de conceitos que envolve o termo

liderança; as teorias de liderança que se desenvolveram ao longo do tempo com ênfase na

liderança servidora; os diferentes estilos de liderança; liderança e mudança em

organizações médicas; satisfação no trabalho e as seis áreas-chave de liderança para

alcançar a saúde organizacional ideal (Valorização das Pessoas, Desenvolvimento de

Pessoas, Construção de Comunidade, Demonstração de Autenticidade, Provisão de

Liderança e Liderança Compartilhada).

Conceitos de Liderança

Segundo Cavalcanti, Carpilovsky, Lund e Lago (2006), definir liderança não é

uma tarefa simples. Talvez seja mais fácil reconhecer quem a possui do que defini-la.

Durante muito tempo o consenso dos estudiosos é que a definição mais coerente refere-se

à capacidade de influenciar pessoas ou grupos. Autores modernos colocam que a essência

da liderança está relacionada com o desenvolvimento de pessoas, com um interesse

genuíno pelo crescimento do outro e contribuição para a busca de sentido para a vida.

9

Bergamini (1994 citado em Cavalcanti et al., 2006) afirma que a maioria das

definições sobre liderança traz dois elementos em comum: a liderança como um

fenômeno grupal e a liderança como um processo de influência exercida

intencionalmente pelo líder sobre seus seguidores.

Na visão de Hunter (2006), liderança tem tudo a ver com o caráter, já que se trata

de fazer a coisa certa e a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem

entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da

força de caráter. Nesta definição, as palavras fundamentais são habilidade, influência e

caráter, que fazem parte da perspectiva da liderança.

Ainda  na  visão  de  Hunter  (2006,  p.  20),  “liderar  significa conquistar as pessoas,

envolvê-las para que coloquem sua mente, coração, criatividade e excelência a serviço de

um  objetivo,  fazendo  com  que  se  empenhem  ao  máximo  nessa  missão.”

Teorias de Liderança

De acordo com Marinho (2006) as diferentes teorias de liderança tem proposto

inúmeras estratégias na tentativa de desvendar o mistério de qual o melhor estilo ou qual

a melhor abordagem para maximizar o desempenho de uma pessoa como líder, na busca

de obter os resultados mais eficazes e produtivos.

Os tópicos abaixo resumem algumas das principais teorias de liderança que

causaram grande impacto no desenvolvimento do conceito de liderança.

Teoria dos Traços

A teoria propõe que as características de liderança são natas, tais como carisma,

autoconfiança, autoridade e iniciativa. Segundo Robbins (2005), a procura por traços

10

sociais, físicos, intelectuais ou de personalidade que possam descrever os líderes e

diferenciá-los dos demais remonta à década de 1930. Ressalta ainda que os traços de

ambição e energia, desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança,

inteligência, elevado auto-monitoramento, e conhecimentos relevantes para o trabalho

pareciam diferenciar os líderes dos não-líderes.

Para Vergara (2007), só exerceria liderança quem tivesse os traços físicos,

intelectuais, sociais e direcionados para a tarefa. Os traços físicos estariam relacionados à

aparência, estatura, energia e força física. Os traços intelectuais estariam ligados às

características de adaptabilidade, entusiasmo, autoconfiança e elevado coeficiente

intelectual. Os traços sociais estariam relacionados aos aspectos de cooperação,

habilidades interpessoais e habilidades administrativas. E, finalmente, os traços

relacionados à tarefa referiam-se às características do impulso de realização, persistência

e iniciativa.

Teorias Comportamentais

Os estudos dos líderes baseados no modo como eles se comportam iniciaram na

década de 1940. De acordo com Robbins (2005), esses estudos foram iniciados devido a

falhas dos estudos sobre a abordagem dos traços.

Nessa etapa de estudos, segundo Bergamini (2006), procurou-se identificar o

conjunto de comportamentos que identificassem o sucesso das ações de um líder. Os

estudos pioneiros foram realizados pelas Universidades de Ohio e Michigan, que

inspiraram a maior parte dos programas de treinamento e de desenvolvimento adotados

pelas organizações, em especial pelas norte-americanas.

11

Segundo Bergamini (2006), os estudiosos passaram a observar o relacionamento

entre líder e liderado e o resultado desse vínculo com base na possível influência do

primeiro sobre o segundo. Esse trabalho foi desenvolvido em ambientes reais, através de

uma metodologia mais sistemática, observando aqueles que já ocupavam postos de

chefia. Passou-se a cogitar que as pessoas poderiam ser treinadas para exercerem com

eficácia o seu papel de liderança. Bergamini  (2006)  afirma:  “Qualquer  pessoa  poderia  

tornar-se um líder, desde que participasse de ações ou programas especiais de

treinamento  e  de  desenvolvimento  de  líderes”  (p.  108).

A diferença básica entre as teorias dos traços e a comportamental é que as

primeiras pressupõem que os líderes nascem com as características de liderança, e a

segunda que esses comportamentos poderiam ser ensinados. Robbins (2005) avalia que se

essa abordagem tivesse alcançado sucesso, as implicações teriam sido diferentes daquelas

da abordagem dos traços, pois, caso tivessem sido comprovadas, teriam proporcionado

base para seleção de pessoas certas para assumir postos de liderança em organizações que

buscavam esse perfil.

Teoria da Grade Gerencial

Blake e Mouton (1989) sintetizaram cinco estilos de liderança combinados em

duas dimensões: orientação para a produção e orientação para as pessoas, demonstrados

na figura a seguir:

12

Figura 1. Grade gerencial. Extraído de O Grid Gerencial, de R. R. Blake & J. S. Mouton, 1989, São Paulo, SP: Pioneira.

Blake e Mouton (1989) apresentam as características básicas de cada estilo da

Grade Gerencial e enfatizam que o equilíbrio é a melhor proposta para uma liderança

eficaz:

Estilo (9.1) representa a preocupação máxima com a produção e mínima com as

pessoas. Caracteriza o líder que se utiliza da autoridade para alcançar resultados. Este

líder, em geral, age de maneira centralizadora e controladora. A eficiência das atividades

resulta de medidas relacionadas com as condições de trabalho no sentido de que os

elementos humanos interfiram o menos possível. O gerente que opera na posição 9.1

pode ser caracterizado como exímio executor de tarefas, ele se preocupa e age em função

da produção.

13

Estilo (1.9) neste caso a preocupação máxima é para com as pessoas e mínima

com a produção. Caracteriza o líder que busca sempre a harmonia de relacionamentos,

mesmo que tenha que sacrificar a eficiência e a eficácia do trabalho realizado. A atenção

conduz a um ambiente organizacional e a um ritmo de trabalho cordial e descontraído. As

relações humanas são importantes, o grupo é a unidade-chave da organização.

Estilo (1.1) representa a preocupação mínima com relação à produção e com

relação às pessoas. Caracteriza o líder que desempenha uma gerência empobrecida. Este

tipo de líder, em geral, adota uma postura passiva em relação ao trabalho. Pouco se

espera dele e pouco ele oferece. De acordo com os autores a abordagem 1.1 raramente é

encontrada nas organizações onde as ações não são repetitivas e onde cada situação

apresenta um conjunto de problemas a serem resolvidos. Para eles a pessoa que adota

esse estilo pode ser descrita como estando perdida entre metas, ao invés de estar

administrando pessoas.

Estilo (5.5) o meio-termo, ou seja, a orientação para a produção é tão importante

quanto a orientação para com as pessoas. Este tipo de líder procura manter o equilíbrio

entre os resultados obtidos e a disposição e ânimo no trabalho. O desempenho adequado

da organização se torna possível pelo equilíbrio entre a necessidade de realizar o trabalho

e a manutenção em nível satisfatório da disposição de ânimo das pessoas.

Estilo (9.9) estilo onde a máxima preocupação com a produção e com as

pessoas caracteriza o líder que vê no trabalho em equipe a única forma de alcançar

resultados mediante a integração na busca de objetivos comuns. Para os autores, a

diferença entre o estilo 9.9 e os demais está na fixação de objetivos e no emprego deste

14

recurso como abordagem gerencial básica para vários problemas. As pessoas devem estar

envolvidas nos objetivos da organização e no cumprimento das metas.

Segundo Cavalcanti et al. (2006), um dos méritos dessa teoria foi o de colocar

gerentes e subordinados trabalhando juntos; a questão da imagem que cada um faz de si e

da que o outro lhe faz; e a grande crítica está em propor que o mesmo estilo de liderança

funcionaria bem em qualquer situação.

Teorias Situacionais ou Contingenciais

A evolução dos estudos mostrou que prever o sucesso da liderança era mais

complexo do que isolar traços ou comportamentos e deveriam ser consideradas as

condições situacionais (Melo, 2001).

De acordo com Robbins (2005), as pesquisas sobre liderança passaram então a ter

novo enfoque. Desta vez, o estudo buscou, além da análise do comportamento dos

líderes, identificar as situações que pudessem determinar a eficácia de um líder em

relação a outro sob o mesmo contexto.

Na visão de Bergamini (1994), as teorias situacionais de liderança abandonam o

enfoque no comportamento e se concentram na eficácia do líder diante de diferentes

situações, com ênfase na interação líder-liderado. Para o autor essa teoria pretende

explicar como a situação na qual o líder se encontra tende a influenciar o uso eficaz do

seu estilo de liderança.

Robbins (2005) destaca que as teorias comportamentais obtiveram sucesso na

identificação de relações consistentes entre o comportamento de liderança e o

desempenho do grupo, porém, parece estar faltando a consideração dos fatores

situacionais que influenciam o sucesso ou o fracasso de um líder.

15

Teoria da Liderança Situacional (Hersey e Blanchard)

A essência da liderança situacional na visão de Maximiano (2000) está na

capacidade que o líder tem em ajustar-se às situações. No entanto, nenhuma das teorias

sobre liderança situacional consegue explicar a questão da eficácia do líder.

A teoria desenvolvida por Hersey e Blanchard, segundo Maximiano (2000), é uma

teoria cujo foco está voltado para os seguidores. Segundo a teoria situacional, a liderança

bem-sucedida depende do nível de preparo ou de maturidade dos seguidores. Porém, essa

maturidade deve ser analisada em relação a uma determinada tarefa, de forma que uma

pessoa jamais será totalmente imatura, pois pode dominar diferentes tarefas de forma

diferente.

Segundo Maximiano (2000), o grau de maturidade do seguidor determina o uso da

autoridade pelo líder. Assim, quanto mais maduro for o seguidor, menor o uso da

autoridade e maior a orientação para o relacionamento. Ao contrário, quanto mais

imaturo o seguidor, maior a autoridade e pouca ênfase no relacionamento.

Para Maximiano (2000), um dos pontos fortes da teoria é o reconhecimento de

que a competência e a motivação são elementos essenciais no processo de liderança e o

reconhecimento de que a maturidade não é estática. E uma das críticas ao modelo é a

impossibilidade de medir a maturidade das pessoas.

Teoria Transacional x Teoria Transformacional

Segundo Cavalcanti et al. (2006), a diferença principal entre os dois tipos de

líderes está na questão dos valores. No entender de Bennis (1996), esses líderes assumem

a responsabilidade de remodelar as práticas organizacionais, visando sua adaptação às

16

mudanças ambientais e sem essa liderança transformadora, torna-se difícil moldar o

futuro mais desejável para a nação ou para o mundo.

Para Melo (2001), a característica da liderança transacional está no estilo

orientado para a tarefa. Já o líder transformacional tem como principal característica a

orientação para a mudança. Para ele, as abordagens mais recentes retornam os estudos da

liderança à origem, pois têm se dedicado ao estudo das características pessoais dos líderes

e à efetividade da liderança, como era o foco da abordagem dos traços.

A Tabela 1, apresentada a seguir, mostra algumas características que diferenciam

esses líderes:

Tabela 1 Características do Líder Transacional e Transformador

LÍDER TRANSACIONAL LÍDER TRANSFORMADOR

Focaliza os interesses pessoais e primários dos seguidores.

Oferece recompensas em troca de desempenho.

Administra por exceções: só age quando o subordinado falha.

Focaliza os interesses dos seguidores na missão ou causa.

Cultiva a devoção, lealdade e alto desempenho por meio da inspiração.

Apela ao estímulo intelectual.

Nota. Extraído de Teoria Geral da Administração: Da Escola Científica à Competitividade na Economia Globalizada, de A. C. A. Maximiano, 2000, São Paulo, SP: Atlas.

Teoria da Liderança Servidora

Segundo Hunter (2004) o líder servidor é alguém com habilidades de identificar e

ir ao encontro das legítimas necessidades (e não desejos) dos outros, influenciando-os

para que possam contribuir completamente com seus recursos, visando às metas e ao bem

17

comum e com um caráter que inspire confiança. O autor acredita que liderar não é ser

chefe. Liderar é servir. Embora servir tenha uma conotação de fraqueza para alguns, a

liderança servidora pode ter um impacto positivo em nosso desempenho como pais,

treinadores, cônjuges, professores. Afinal, todos querem se tornar os líderes que as

pessoas precisam e merecem. Para o autor, o Líder Servidor não precisa fazer muito para

angariar e manter seguidores, simplesmente porque não se importa com isso. Aliás,

líderes servidores nem gostam de ser idolatrados. Preferem ter companheiros de jornada

que compartilham experiências, se inspiram e fazem suas partes também.

Ao abordar a diferença que os líderes servos desejam fazer na vida dos colaboradores,

Blanchard et al. (2007) comentam:

Líderes servidores entendem que seu papel é ajudar as pessoas a alcançarem suas metas. Eles estão constantemente tentando descobrir o que seu pessoal precisa para ter um bom desempenho e para colocar a visão em prática. Em vez de quererem que os colaboradores agradem seus chefes, líderes servidores querem fazer a diferença na vida dos colaboradores, e, além disso, causar um impacto positivo na organização. (p. 272)

Kouzes e Posner (2007), defendendo os princípios da Liderança Servidora,

argumentam que, em um mundo rico em diversidade, as pessoas precisam aprender a ser

mais flexível e estar motivadas para mais ações tais como ouvir, orientar, desenvolver

habilidades–o que irá criar níveis mais elevados de desempenho. Eles destacam a

importância do relacionamento como um elemento fundamental para uma liderança

eficiente. Para eles, é a qualidade de nossos relacionamentos que determinam se o nosso

legado será temporário ou duradouro. Enfatizando a importância da criação de um

ambiente de confiança e respeito mútuo, Kouzes e Posner (2007) comentam quase todas

as pesquisas que realizaram sobre este tema, mostram claramente que as pessoas

desempenham com uma eficiência significativamente maior quando seus líderes as trata

18

com dignidade e respeito, quando as ouve, as reconhece e as faz sentir importantes,

desenvolve suas habilidades e mostram confiança em relação a eles.

Covey (2002) apresenta uma proposta de liderança que está alinhada com as

características da Liderança Servidora. Ele a chamou de Liderança Baseada em

Princípios. Os princípios que estabelece a base deste modelo são a eficiência, justiça e

eficácia. Segundo este autor, as pessoas devem ser vistas sob uma ótica holística,

reconhecidas como seres espirituais, que estão dispostas a trabalhar por uma causa maior,

cujo significado é de elevar e enobrecer os outros. Ele aponta oito atitudes que

identificam os líderes que estão comprometidos com este tipo de liderança, como segue:

1. Eles estão continuamente aprendendo: Eles admitem e respeitam opiniões que

sejam diferentes, que divergem das suas. Eles sentem que precisam adquirir novas

habilidades, a fim de ampliar suas possibilidades de realização.

2. Eles estão voltados para o serviço: responsabilidades de vida deve ser encarada

como uma missão, não como uma carreira. As fontes em que se nutrem os armam e

preparam para o serviço.

3. Irradiam energia positiva: Através de sua atitude otimista, o seu entusiasmo,

satisfação e fé, eles irradiam uma influência capaz de neutralizar os pensamentos

negativos.

4. Acreditam nas outras pessoas: Eles reagem com maturidade quando

confrontados com as fraquezas humanas, respondem positivamente às críticas e não se

sentem engrandecidos ao se defrontarem com as fraquezas dos outros. Eles acreditam no

potencial das pessoas e são capazes de perdoar ofensas. Eles não carregam

19

ressentimento, recusam-se a rotular de pessoas, a estereotipar ou fazer mal a ninguém,

pelo contrário, eles procuram ajudar os seguidores no crescimento e desenvolvimento.

5. Suas vidas são equilibradas: Eles tentam ser continuamente modernizados e

atualizados, crescendo e aprendendo. Eles são fisicamente, socialmente, intelectualmente

e espiritualmente ativos. Suas ações e atitudes são proporcionais à situação, equilibradas,

temperadas, moderadas, sábias.

6. Encaram a vida como uma aventura: Eles têm iniciativa, são criativos,

corajosos e tem força de vontade. Não rotulam as pessoas em função dos sucessos ou

fracassos e aprendem com os outros.

7. São sinérgicos: Eles não temem as mudanças que trará melhorias a qualquer

situação em torno deles. Eles apreciam o trabalho em equipe e usam a força do grupo, a

fim de compensar as fraquezas através da força dos outros. Eles se relacionam com as

pessoas de uma forma sincera, para que as pessoas ao seu redor se tornam parte de um

processo criativo.

8. Exercitam-se pela auto-renovação: Eles exercitam regularmente as quatro

dimensões da personalidade: físico, mental, emocional e espiritual, buscando a melhoria

contínua de cada uma dessas dimensões. Eles apreciam atividades físicas, exercitar a

mente através da leitura e através do desenvolvimento de idéias criativas, enriquecem a

dimensão emocional através do refinamento da paciência e ouvem as outras pessoas com

empatia real. Buscam se desenvolver espiritualmente através da oração, estudo das

Escrituras e amor genuíno ao próximo. Esses princípios de auto-renovação gradualmente

produzem um caráter forte e saudável com uma força de vontade poderosamente

disciplinada, voltada para o serviço.

20

Estilos de Liderança

Segundo Maximiano (2000), uma ideia bastante disseminada sobre os estilos de

liderança coloca dois comportamentos–autocracia e democracia–em pontos opostos de

uma escala, e que, à medida em que o estudo da liderança evoluiu, os dois

comportamentos passaram a ser caracterizados de forma diferente. De acordo com o

autor, novos nomes foram criados como liderança orientada para a tarefa e liderança

orientada para as pessoas.

Cada estilo, de acordo com Maximiano (2000), engloba diferentes

comportamentos que podem ser eficazes ou ineficazes, dependendo de cada situação.

À medida em que o estudo da liderança evoluiu, ampliaram-se e criaram-se outras

formas de se referir aos dois estilos básicos de liderança: a orientada para a tarefa e a

orientada para pessoas. Segundo Maximiano (2000), o líder orientado para a tarefa pode

apresentar os seguintes comportamentos:

1. Focaliza o trabalho do funcionário e enfatiza cumprimento de prazos, padrões

de qualidade e economia de custos.

2. Insiste na necessidade de cumprir metas, superar a concorrência e o

desempenho passado.

3. Esclarece as responsabilidades individuais e distribui as tarefas às pessoas.

Já o líder orientado para pessoas, com base no mesmo autor, pode apresentar os

seguintes comportamentos:

1. Focaliza o próprio funcionário ou grupo e enfatiza as relações humanas e o

desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe.

2. Ouve e presta atenção.

21

3. É amigável.

4. Apoia os funcionários.

Como tem observado Maximiano (2000), esses dois estilos de liderança, em

princípio, foram considerados excludentes, porém, à medida em que os estudos evoluíram

verificou-se que não devem ser considerados pólos opostos, mas limites de um mesmo

território de atuação.

Satisfação no Trabalho

De acordo com Mayo (2003), dois fatores influenciam diretamente a forma como

as pessoas manifestam a sua satisfação ou insatisfação em relação ao trabalho:

1. A cultura organizacional: relacionadas às normas de comportamento

estabelecidas para fornecer orientação para as pessoas que trabalham na instituição, bem

como as políticas e processos que a estruturam.

2. Clima organizacional: Mantido pela liderança, trabalho em equipe e ambiente

físico responsável pelo funcionamento da instituição. Clima organizacional inclui todas

as influências locais, que convivem com a cultura mais ampla. É especialmente afetado

pela equipe de trabalho e por uma liderança local.

Para Chiavenato (1997), o clima organizacional influencia o desempenho,

motivação e satisfação no trabalho humano.

De acordo com Chiavenato (2005), a motivação é um elemento essencial para a

satisfação no trabalho. Para ele, a motivação fornece orientação para as pessoas, para que

possam satisfazer os seus objetivos individuais e, ao mesmo tempo, ajuda a alcançar as

metas da instituição em que trabalham. Ele aponta quinze fatores motivacionais que

contribuem para a satisfação no trabalho:

22

1. Ter espaço para contribuição pessoal.

2. Ter liberdade para exercer a curiosidade natural.

3. Ter permissão para aprender sem medo de mostrar falta de competência.

4. Ser capaz de assumir riscos e cometer erros sem temer retaliações.

5. Receber o pagamento adequado e compatível.

6. Ter suporte para dizer a verdade sem temer retaliações.

7. Ter a oportunidade de aprender e praticar as inovações no trabalho.

8. Ter o respeito de todos e sentir-se valorizado.

9. Experimentar avanços na carreira.

10. Trabalhar em um ambiente amigável, feliz e positivo.

11. Ter um sentimento de confiança.

12. Trabalhar com colegas respeitáveis e confiáveis.

13. Ser compensado pelo aprendizado e pelas idéias e não apenas por fazer.

14. Ser capaz de controlar o seu próprio trabalho.

15. Participar no desenvolvimento da visão da organização e estratégias.

Nas pesquisas apuradas por Kouzes e Posner (2008), quando os líderes

comunicam bem sua visão, os liderados demonstram níveis significativamente maiores de

satisfação no trabalho, de motivação, compromisso, lealdade, espírito de equipe,

produtividade e lucratividade.

Liderança e Mudança

De acordo com Campos (2003), a mudança organizacional é um assunto amplo,

uma vez que é um dos maiores desafios enfrentados pelos líderes e organizações que

buscam manter a sua estabilidade no cenário econômico. Para ela, devido à constante

23

evolução em todos os setores, que inclui transformações tecnológicas, econômicas,

políticas e sociais, há um aumento no debate sobre as mudanças.

Senge (2000) afirma que, apesar de estarmos vivendo em um mundo em constante

mudança, algumas organizações parecem lutar contra qualquer alteração do status quo.

Para ele, a liderança requer mudanças fundamentais, uma vez que é a expressão de um

sistema vivo. De acordo com Senge (2006),  “é apenas mudando o nosso modo de pensar

que nos tornamos capazes de modificar políticas e práticas profundamente enraizadas” (p.

23). Portanto, para este autor, as mudanças devem ocorrer em primeiro lugar dentro de

nós. Só depois disso, elas podem acontecer dentro das organizações. Para Covey (2007),

dramáticas transformações que vêm ocorrendo no mundo científico e os avanços

revolucionários em tecnologia oferecem novos modelos de pensar sobre velhos

problemas,  exigindo  “novas  ferramentas, novos paradigmas, novas formas de pensar e

ver o mundo” (p. 46).

Para  Jaworski  (2005),  “o núcleo de uma organização que aprende não envolve

apenas o desenvolvimento de novas habilidades, mas também mudanças radicais, tanto

no indivíduo como na mentalidade  coletiva” (p. 11). Kouzes e Posner (2008) afirmam

que a liderança sem a mudança é meramente cerimonial. Não é possível gerir um

negócio, um departamento ou uma instituição para um futuro melhor, sem mudanças com

base em princípios e valores.

Collins e Porras (2000) defendem que as empresas de sucesso devem ter uma base

sólida de valores e princípios inalterados, mas as suas estratégias e práticas devem estar

em constante adaptação num mundo em mutação.

24

Áreas de Saúde Organizacional

De acordo com Laub (2005), a compreensão e a prática da liderança servidora,

que considera o bem-estar dos outros acima dos interesses do próprio líder, promovem

seis áreas-chave de saúde organizacional, distribuídos da seguinte forma: valorização de

pessoas, desenvolvimento de pessoas, construção de comunidade, demonstração de

autenticidade, provisão de liderança e liderança compartilhada.

Valorização das Pessoas

Kouzes e Posner (2007) enfatizam que as pessoas não se lembram de nós por

aquilo que fazemos por nós mesmos. Elas se lembram de nós pelo que fazemos por elas e

para elas. Segundo os autores, líderes exemplares se interessam mais pelo sucesso alheio

do que pelos seus próprios. Suas maiores realizações são os triunfos das pessoas a quem

eles servem.

Na visão de Covey (2005), a atual era do trabalhador do conhecimento se alicerça

em um novo paradigma, um paradigma totalmente oposto àquele da era industrial, em

que as pessoas eram controladas, gerenciadas e tratadas como coisas. Ele chama de

paradigma da pessoa integral. O autor coloca que há uma razão simples e abrangente pela

qual muitas pessoas estão insatisfeitas com seu trabalho: A ausência de um paradigma

completo de quem somos, promovendo uma visão equivocada da natureza humana. Com

este comportamento, ele argumenta que as empresas deixam de tirar partido dos grandes

talentos, engenhosidade e criatividade de seus colaboradores e nunca se tornam

organizações de alto nível e duradouras. Para o autor, a incapacidade dos líderes e

organizações de inspirar seu pessoal a oferecer voluntariamente seus maiores talentos e

contribuições é que as pessoas têm escolhas. Elas decidem, conscientemente ou

25

inconscientemente, o quanto de si mesmas elas dedicarão ao trabalho de acordo com a

forma como são tratadas e as oportunidades de usar todas as quatro partes de sua

natureza.  Segundo  Covey  (2005):  “A  realidade  fundamental  é  que  os  seres  humanos  não  

são coisas que precisam ser motivadas e controladas, são seres com quatro dimensões–

corpo, mente, coração  e  espírito”  (p.  22).  

Ao discorrer sobre o poder do reconhecimento e apresentar que é preciso saber

quem são os subordinados, como se sentem e o que pensam, Kouzes e Posner (2008)

citam a declaração de Daniela Maeder, do Ministério da Economia e do Trabalho da

Suíça:  “Os  diagramas  organizacionais  não  têm  a  menor  importância.  Trate  seus  

empregados  como  seres  humanos,  e  não  como  bonecos  funcionais”  (p.  273).

Ainda na visão de Covey (2005), a incapacidade dos gerentes e organizações de

inspirar seu pessoal a oferecer voluntariamente seus maiores talentos e contribuições

decorre  do  fato  de  que  as  pessoas  fazem  escolhas.  Para  Covey  (2005):  “Consciente  ou  

inconscientemente, as pessoas decidem o quanto de si mesmas dedicarão ao trabalho de

acordo com a forma como são tratadas e as oportunidades de usar todas as quatro partes

de  sua  natureza”  (p.  24).  Assim  Covey  (2005)  atesta  que  somente  alguém  que  é  

respeitado, valorizado como uma pessoa integral no ambiente de trabalho – aquele que

recebe pagamento justo, é bem tratado, é usado criativamente e tem oportunidades de

atender necessidades humanas com princípios, estão dispostos a engajar-se nos três níveis

superiores das escolhas humanas: cooperação animada, dedicação profunda e empolgação

criativa.

De diversas formas o líder pode demonstrar o valor que as pessoas possuem para a

organização. É fundamental acreditar nas pessoas, confirmar os bons resultados e reforçar

26

o desempenho positivo. Trata-se de criar um ambiente no qual as contribuições de cada

um sejam notadas e apreciadas. É mais fácil mostrar grandes resultados quando se tem

por perto pessoas capazes de apreciar a aplaudir. Nesta perspectiva, o reconhecimento

verbal, na presença dos colegas, prêmios visíveis, como certificados, placas e outros

brindes tangíveis, são de fato poderosos e praticamente ilimitados em sua aplicação.

Devem ser específicos e concedidos em estreita ligação com o comportamento que a

gerou (Kouzes & Posner, 2008).

Kouzes e Posner (2008) ampliam a compreensão deste assunto ao afirmar:

Em vez de basear-se apenas ou primordialmente em recompensas formais, o verdadeiro líder usa largamente as recompensas intrínsecas–recompensas geradas no próprio trabalho, tais como o sentimento de dever cumprido, a oportunidade de ser criativo e o próprio desafio da tarefa–todos diretamente ligados ao esforço individual. Essas recompensas são bem mais importantes do que o salário e os benefícios adicionais para aumentar a satisfação com o trabalho, o comprometimento, a atenção e o desempenho. O elogio e o treino são também formas significativas de reconhecimento. Muitas vezes, os gestos pessoais mais simples são as recompensas mais eficientes. (p. 277)

Desenvolvimento de Pessoas

Na visão de Maxwell (2004) para ser um líder de sucesso, é fundamental

desenvolver os outros líderes potenciais que estão à sua volta.

Ao apresentar a ideia de que as organizações não podem aumentar sua

produtividade  e  sim  as  pessoas,  Maxwell  (2004)  afirma:  “O  que  realmente  tem  valor  

dentro de qualquer organização são as pessoas. Sistemas ficam obsoletos. Prédios

deterioram-se. Máquinas desgastam-se. Mas as pessoas podem crescer, desenvolver-se e

tornar-se  mais  eficientes,  se  tiverem  um  líder  que  compreenda  seu  valor  potencial”  (p.  

12).

27

Maxwell (2004) seleciona e comenta 11 dicas especiais para aqueles que

entendem que o legado da liderança é o desenvolvimento de pessoas. São elas:

1. Crie confiança. A confiança é o fator mais importante no desenvolvimento de

relacionamentos pessoais e profissionais. As pessoas, primeiro, precisam acreditar em

você para que possam seguir sua liderança.

2. Mostre transparência. Um líder que está disposto a assumir a responsabilidade

por suas ações e ser honesto e transparente com as pessoas de sua equipe é alguém que

elas admiram, respeitam e em quem confiam. Esse líder é também alguém com quem elas

podem aprender algo.

3. Ofereça tempo. O tempo é valioso, mas o tempo dispensado com um líder em

potencial é um investimento.

4. Acredite nas pessoas. Ao acreditar nas pessoas, você as motiva e libera o

potencial delas.

5. Dê incentivo. Todos valorizam o incentivo e estão à procura dele–

principalmente quando o líder é alguém que constantemente incentiva.

6. Mostre consistência. Quando o líder é consistente, as pessoas da equipe

aprendem a confiar nele.

7. Mantenha o clima de esperança. Compete ao líder manter o clima de esperança,

instalar esperança nas pessoas que lidera. As pessoas continuarão a trabalhar, a esforçar-

se e a tentar, se tiverem esperança. A esperança levanta o moral. Melhora a auto-imagem.

Revigora as pessoas. Eleva suas expectativas.

8. Dê importância. As pessoas querem realizar trabalhos que façam a diferença.

Elas desejam fazer parte de algo que valha a pena.

28

9. Dê segurança. Os líderes estão em uma posição de oferecer aos seus seguidores

um ambiente de segurança no qual eles possam crescer e se desenvolver.

10. Recompense pela produção. É preciso dar reconhecimento positivo e

incentivo para aqueles que produzem e ter cuidado para não recompensar os ociosos.

11. Estabeleça um sistema de apoio. Nada ofende mais o moral do que pedir às

pessoas que façam algo e não lhes dar os recursos para realizar o trabalho.

Construção de Comunidade

Na visão de Wheatley (2006) vivemos num universo em que os relacionamentos

são primordiais. Nada existe independentemente dos relacionamentos que os mantém.

Nenhum de nós existe independentemente das nossas relações com os outros. O poder

nas organizações é a capacidade gerada pelos relacionamentos. Wheatley (2006) afirma

que:  “O  mundo  quântico  demoliu  o  conceito de que somos indivíduos separados. Na

vasta  teia  da  vida,  um  número  cada  vez  maior  de  relações  espera  por  nós”  (p.  60).

Para Kouzes e Posner (2008) um dos elementos que mais cooperam para a

formação de uma força de trabalho forte e resiliente, é uma cultura capaz de construir e

reforçar relacionamentos. Nesta perspectiva, os autores colocam que as comemorações

estão entre as formas mais significativas para renovar o senso de comunidade, além de

contribuir para a proclamação do respeito e gratidão e relembrar os valores e a história

que mantém unidas as organizações.

O processo de criar e manter um senso comunitário na organização leva as

pessoas a sentirem-se pertencentes a algo maior do que elas mesmas, à medida que os

líderes se valem de toda oportunidade para reafirmar o compromisso e confirmar que

29

todos estão juntos por um propósito comum, e que agem a serviço desse propósito.

(Kouzes & Posner, 2008).

Para Wheatley (2006), as organizações perdem muito tempo com planos e

cronogramas elaborados. Ao invés de gastar tanto tempo em planejamento e análises

detalhadas ela recomenda criar condições organizacionais para que as pessoas

estabeleçam um propósito claro, cheguem a um acordo como vão trabalhar juntas e então

pratiquem para se tornar melhores observadoras, aprendizes e colegas à medida que co-

criam com o seu ambiente. Wheatley (2006) diz:

Eu aprendi que grandes coisas são possíveis quando aumentamos a participação. Quero sempre contar com a presença de cada vez mais pessoas, das mais diversas funções e lugares. Sempre me surpreendo com aquilo que as pessoas são capazes de criar quando exploram as teias de relação e de cuidado que as ligam. Por fim, já não discuto com ninguém sobre o que é ou não real. Cada um de nós constrói a realidade, e, quando fico curiosa a esse respeito, aprendo muito com as outras pessoas. A minha expectativa é que elas vejam as coisas de uma maneira diferente da minha, que me surpreendam. (p. 66)

De acordo com Jaworski (2005), os seres humanos têm uma capacidade inata para

a inteligência coletiva. Podem aprender e pensar juntos, e esse pensamento colaborativo

pode levar a uma ação coordenada. O autor explora o assunto do pensamento coletivo e

comunicação e chama esse processo de diálogo. Para ele o diálogo não requer que as

pessoas concordem umas com as outras. Ao contrário disso, encoraja-as a participar de

uma corrente de significado partilhado que leva a ação alinhada. Na visão de Jaworski

(2005),  “quando  as  pessoas  se  sentam  para  dialogar  juntas,  estão  exercendo  a  liderança

como um todo. É a forma como o pensamento participa da criação, mas isso só pode ser

feito  coletivamente”  (p.  140).

30

Demonstração de Autenticidade

Kouzes e Posner (2007) enfatizam que as práticas de liderança vigentes em uma

organização retratam a cosmovisão dos líderes, sua forma de enxergar o mundo e seu

comportamento, influenciando as pessoas que os cercam e determinando a qualidade do

ambiente. Para Covey (2008), uma cultura organizacional com baixa confiança promove

um ambiente organizacional onde existem agendas ocultas, uma postura essencialmente

hierarquizada, sistemas e estruturas punitivas, empregados infelizes e inseguros, tempo

excessivo desperdiçado na defesa de posições e decisões, gestão de detalhes e burocracia,

os erros são lembrados e usados como arma, comunicação defensiva, as verdadeiras

questões não emergem nem são resolvidas eficientemente.

Na visão de Covey (2008) nada é mais gratificante do que um relacionamento de

confiança e nada possui mais influência do que uma reputação com confiança. Para ele a

confiança é como um aquífero–um enorme reservatório de água subterrâneo que alimenta

todos  os  poços  da  superfície.  Covey  (2008)  apresenta  que:  “A  confiança  é  função  de  duas  

qualidades: caráter e competência. Caráter inclui integridade, motivo, intenção com

relação às pessoas. A competência inclui conhecimentos, habilidades, antecedentes e

realizações. E ambos são importantíssimos”  (p.  29).

Na visão de Kouzes e Posner (2008) para demonstrar autenticidade você deve

seguir os princípios que considera importante. Para saber o que realmente é importante, é

necessário encontrar sua voz, sua expressão própria. É preciso ir ao fundo de si mesmo e

explorar seu território interno. Segundo Kouzes e Posner (2008):

Para agir com integridade, você tem, em primeiro lugar, de saber quem você é. É preciso ter certeza do que é fundamental para você, das coisas em que acredita e que tem mais cuidado em preservar. A clareza sobre seus valores lhe dará confiança de

31

tomar as decisões acertadas, de agir com determinação e de assumir a condução de sua própria vida. (p. 48)

Marinho  (2006)  acrescenta:  “quando  o  líder  está  aberto  sobre  sua  própria  

vulnerabilidade, as pessoas aprendem a confiar nele e respeitá-lo como um ser humano

autêntico  e  um  ser  coerente”  (p.  9). Kouzes e Posner (2007) atestam que os feedbacks

produzem importantes reflexões sobre como o lider afeta o desenvolvimento das pessoas.

Segundo eles, os melhores líderes sabem que não podem ser perfeitos, de forma que

acolhem as críticas construtivas, vindas daquelas pessoas que se importam tanto que se

dispõem a dizer a verdade a seus líderes.

Provisão de Liderança

Laub (2005), menciona três aspectos da liderança servidora que se destacam nessa

área-chave de saúde organizacional. São elas: uma visão orientada para o futuro, uma

clarificação dos objetivos e metas e tomar iniciativa. Segundo este autor, as necessidades

do momento presente em uma organização devem estar sintonizadas com uma visão do

futuro. Nesta perspectiva de liderança, Kouzes e Posner (2007)  destacam:  “o  futuro  não  

pertence somente aos líderes. Não é somente a visão do líder que os líderes têm a

responsabilidade de representar. A liderança não envolve vender sua visão, mas sim

articular  a  visão  das  pessoas”  (p.  76).  Kouzes  e  Posner  (2007)  acrescentam  que:  “ser  

orientados para o futuro e comunicar uma visão clara e comum do futuro é o que separa

os  líderes  dos  outros”  (p.  150).  Em  outra  importante  obra  Kouzes  e  Posner  (2008)  dizem:  

“para  os  líderes  mais  bem-sucedidos, não é sua visão particular do futuro que importa,

mas  as  aspirações  do  seu  pessoal”  (p.  141).

32

Para O'Toole (1998), o líder deve capacitar aqueles que são conduzidos por ele

para que possam atingir seu potencial máximo ao realizar suas tarefas. Na visão de Covey

(2005),  “liderança é comunicar o valor e o potencial das pessoas tão claramente que elas

mesmas possam vê-las  em  si”  (p.  31).

Liderança Compartilhada

Para Blanchard et al. (2007), depois de ter uma visão arrebatadora, a característica

essencial de um grande líder é a sua habilidade de mobilizar as pessoas em torno de uma

visão compartilhada. O autor adverte que na ausência de uma visão compartilhada as

organizações podem se tornar burocracias que servem a si próprias onde os líderes

concentram suas energias em obter reconhecimento, poder e status, em vez de estarem

voltados para os objetivos e propósitos maiores da organização. Sendo assim, Blanchard

et al. (2007) recomendam que:

O líder após ter esclarecido e compartilhado a visão poderá concentrar-se em servir e ser sensível as necessidades das pessoas, compreendendo que o papel da liderança é remover barreiras e ajudar as pessoas a alcançar a visão. Os maiores líderes mobilizam os outros ao unir as pessoas em torno de uma visão compartilhada. (p. 44)

Blanchard et al. (2007) lembram ainda que liderar é ter destino certo. Se você e

sua equipe não souberem para onde vão, sua liderança não fará a diferença. Para ele a

falta de uma visão compartilhada faz com que as pessoas sejam atropeladas por múltiplas

prioridades, duplicação de esforços, tentativas abortadas e energia desperdiçada. O autor

argumenta que quando o líder cria a comunidade da visão, ela construirá confiança,

cooperação, interdependência, motivação e responsabilidade mútua pelo sucesso.

De acordo com Kouzes e Posner (2007), a liderança exemplar não significa

aventurar-se sozinho na busca de uma revelação especial e depois sair anunciando sua

33

visão, provando que é um líder orientado para o futuro. Os autores entendem que as

pessoas querem sentir-se parte do processo e ver-se na paisagem do futuro que o líder

está pintando. Nesta perspectiva eles admoestam os líderes a abrirem mão da ideia de que

a visão vem de cima para baixo, ou seja, devem parar de considerar o processo um

monólogo e devem começar a envolver os outros em um diálogo coletivo sobre o futuro.

Para Blanchard et al. (2007), embora a maioria das pessoas esteja acostumada a trabalhar

sob a supervisão e o controle extremos e exposta a um modo de pensar voltado para o

comando e o controle, o empoderamento, processo de liberar o poder que existe nas

pessoas, é a chave para a criação de um ambiente organizacional que libera o

conhecimento, a experiência, a motivação inerente às pessoas e esclarece os direitos de

decisão e participação no rumo da organização.

34

CAPÍTULO III

MÉTODO

Este capítulo tem por objetivo apresentar a metodologia que foi utilizada para a

coleta de dados e análise dos resultados, bem como discorrer em detalhes sobre o

instrumento de pesquisa e suas características.

O estudo tem como propósito verificar o grau de satisfação da atual equipe do

Hospital Adventista Silvestre e sua disposição para mudanças. Terá como base uma

pesquisa de campo quantitativa visando alcançar os objetivos propostos.

População

A pesquisa foi feita no Hospital Adventista Silvestre, que tem 801 funcionários.

Coleta de Dados

Segundo Marconi e Lakatos (2002), esta é a etapa da pesquisa em que se inicia a

aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, com a intenção de se

efetuar a coleta dos dados previstos. É uma tarefa cansativa e toma mais tempo do que se

espera. Exige paciência do pesquisador, preparo prévio e um cuidadoso registro dos

dados. As autoras ainda abordam que são vários os procedimentos e eles variam de

acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. Entre elas encontramos

coleta documental, observação, entrevista, questionário e outras.

35

O presente estudo utilizou como técnica de pesquisa o questionário. Aconteceu

em um período de 90 dias entre os meses de outubro e dezembro de 2012. Foi dirigido

aos diretores, gerentes e colaboradores em geral do Hospital Adventista Silvestre. Foram

pesquisados homens e mulheres dos três níveis de liderança definidos pelo instrumento

OLA [Alta liderança (Liderança Principal) Gerência (supervisor, gerente) Equipes de

trabalho (funcionário, membro, trabalhador)].

A coleta de dados aconteceu eletronicamente pelo site fornecido pela entidade

OLAgroup que detém os direitos de uso do instrumento OLA, sem identificação dos

respondentes e de forma voluntária. Foram disponibilizados alguns computadores no

HAS, para aqueles que não tinham acesso à internet em seus lares. Uma explicação

criteriosa da importância da pesquisa foi dada, a fim de se obter respostas confiáveis para

as questões. Além disso, todos receberam as informações por email.

Instrumento

Foi usado para a pesquisa quantitativa o instrumento OLA (Avaliação de

Liderança Organizacional). O instrumento é dividido em três sessões e possui 66

questões alinhadas às questões de pesquisa deste estudo (ver Apêndice A).

Segundo Laub (2011), presidente do OLAgroup, este instrumento foi

desenvolvido para avaliar a saúde organizacional através de um projeto de investigação

intensiva, que produziu um modelo abrangente de liderança servidora aplicada à vida

organizacional.

O OLA, segundo Laub (2011), tem sido utilizado em várias teses de doutorado e

36

dissertações de mestrado, que prevê uma forte pesquisa de base para o instrumento. Além

da pesquisa, que também está sendo utilizado para o diagnóstico da saúde organizacional,

auxiliando as empresas na busca de maior sucesso no cumprimento de sua missão.

Análise de Dados

Esta pesquisa, servindo-se do instrumento OLA, que utiliza em seus resultados

propriedades psicométricas, testadas e confiáveis, utilizadas em centenas de dissertações

e teses em todo o mundo, analisou:

Satisfação no Trabalho

Estilo de Liderança Predominante

Áreas-chave de saúde organizacional

Prontidão para a mudança

Grau de Saúde Organizacional.

Os relatórios foram disponibilizados pelo OLAgroup eletronicamente (ver

Apêndice B).

Marconi e Lakatos (2002), esclarecem que na análise, o pesquisador entra em

mais detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico, a fim de conseguir

respostas as suas indagações, e procura estabelecer as relações necessárias entre os dados

obtidos e as hipóteses formuladas.

Delimitações

Quanto ao campo de investigação, este estudo aconteceu no Hospital Adventista

Silvestre.

37

Limitações

Segundo  Vergara  (2010,  p.  59),  “Todo  método  tem  possibilidades e limitações. É

saudável antecipar-se às críticas que o leitor poderá fazer ao trabalho, explicitando as

limitações que o método escolhido oferece, mas que ainda assim o justificam como o

mais adequado aos propósitos  da  investigação.”  

38

CAPÍTULO IV

RESULTADO DA PESQUISA

Esta pesquisa teve por objetivo estudar a relação entre as práticas e estilos de

liderança vigentes no Hospital Adventista Silvestre e sua atual classificação no cenário de

hospitais da cidade do Rio de Janeiro.

Este capítulo apresenta os resultados desse estudo e inicia apresentando as

características gerais dos respondentes e os resultados sobre o nível de saúde

organizacional da instituição pesquisada. Em seguida, ele apresenta os índices das seis

áreas-chave de saúde organizacional (valorização de pessoas, desenvolvimento de

pessoas, construção de comunidade, provisão de liderança e liderança compartilhada) da

instituição.

Na sequência estão registradas as áreas-chave com maior e menor índice de

avaliação na instituição pesquisada. O tipo de liderança predominante na instituição é

apresentado com sua devida relação com o nível de saúde organizacional, assim como

definido pelo instrumento de pesquisa utilizado. Este capítulo apresenta também a

prontidão para a mudança, demonstrada pelos colaboradores, ou seja, o grau de aptidão

para evoluir nas práticas e níveis de liderança mais desejáveis e o índice de satisfação no

trabalho por categoria de respondentes (Liderança Principal, Gerentes e demais

funcionários) na percepção dos colaboradores. Por fim o capítulo mostra a percepção dos

39

colaboradores por categoria em relação à liderança e em relação à instituição e a variação

das áreas-chave de saúde organizacional percebida pelos colaboradores por categoria de

respondente.

Para alcançar os objetivos do presente estudo, os dados foram analisados por meio

do instrumento de pesquisa chamado OLA.

O questionário composto de 66 perguntas foi respondido por 316 participantes,

num universo de 801, todos colaboradores do Hospital Adventista Silvestre.

A Tabela 2 apresenta dados gerais da instituição pesquisada referente ao número e

porcentagem dos respondentes separados por categoria de liderança.

Tabela 2

Número e Percentual de Respondentes do Hospital Adventista Silvestre

Categoria População Respondentes %

Top Liderança 6 3 50

Gerentes 55 45 82

Força de Trabalho 740 268 36

Total 801 316 39

A Tabela 2 mostra que 316 pessoas responderam esta pesquisa com destaque para

a categoria dos Gerentes, com o maior índice de participação em relação à população

possível perfazendo um total de 82% de respondentes. Em termos numéricos o maior

grupo são os funcionários da força de Trabalho com 268 respondentes. O menor índice de

respondentes está justamente nessa categoria, com 36% em relação à população segundo

40

os dados dessa tabela. Observa-se também que 39% do total dos colaboradores

responderam a pesquisa.

A Tabela 3 mostra o índice de saúde organizacional em uma escala de 1 a 5 e o

nível de saúde organizacional equivalente, em uma escala de 1 a 6 conforme definido

pelo OLAgroup.

Tabela 3 Nível de Saúde Organizacional do Hospital Adventista Silvestre

Instituição Índice Nível de Saúde Organizacional

HAS 3,12 3

A Tabela 3 apresenta o índice 3,12, que corresponde ao Nível 3 de Saúde

Organizacional, indicando que o Hospital Adventista Silvestre possui Saúde

Organizacional Limitada.

A Tabela 4 apresenta as duas áreas-chave de saúde organizacional com maior

índice no HAS e as duas áreas-chave de saúde organizacional com menor índice. Mostra

também que o HAS, na percepção dos seus colaboradores, tem um índice maior de

avaliação nas áreas-chave de Construção de Comunidade e Provisão de Liderança com

3,25 e 3,17 respectivamente e mostra que as áreas-chave de Desenvolvimento de Pessoas

e Liderança Compartilhada com 3,04 e 2,98 respectivamente, são as áreas que possuem

os menores índices na percepção dos colaboradores. Observa-se que a área-chave de

Liderança Compartilhada apresenta um índice (2,98) que corresponde ao nível de saúde

organizacional pobre (abaixo do nível de saúde limitada).

41

Tabela 4 Áreas-Chave de Maior e Menor Índice de Avaliação do Hospital Adventista Silvestre

Maior índice Menor índice

HAS 3,25 Construção de Comunidade 3,04 Desenvolvimento de Pessoas

3,17 Provisão de Liderança 2,98 Liderança Compartilhada

A Tabela 5 apresenta os índices de cada área-chave de saúde organizacional do

HAS, de acordo com o instrumento OLA.

Tabela 5

Índice das Áreas-Chave de Saúde Organizacional do Hospital Adventista Silvestre

Instituição

Val

oriz

ação

de

Pess

oas

Des

envo

lvim

ento

de P

esso

as

Con

stru

ção

de

Com

unid

ade

Dem

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raçã

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Aut

entic

idad

e

Prov

isão

de

Lide

ranç

a

Lide

ranç

a

Com

parti

lhad

a M

édia

HAS 3.13 3.04 3.25 3.16 3.17 2,98 3,12

A Tabela 5 evidencia que a área-chave que teve o maior índice foi construção de

comunidade com 3,25 e a área-chave que teve o menor índice foi liderança compartilhada

com 2,98. Se adotarmos como referência um desvio da média de 8%, constataremos que

todas as áreas-chave possuem desvios da média inferiores a 8%. Os destaques são para a

42

área-chave Construção de Comunidade com desvio positivo da média de 4,16% e a área-

chave Liderança Compartilhada com desvio negativo da média de 4,49%.

A Figura 2 mostra a pontuação da Força de Trabalho nas seis áreas-chave de

saúde organizacional, comparada com a média de pontuação de todas as organizações

que aplicaram o instrumento OLA.

Figura 2. Nível de saúde organizacional das áreas-chave do Hospital Adventista Silvestre. Extraído do “Relatório  de  Liderança  Organizacional do Hospital Adventista Silvestre”,  por  J.  Laub  (2012), p. 6.

A Figura 2 mostra que as áreas-chave de saúde organizacional mais elevadas

foram Construção de Comunidade (pontuação no nível Limitado–Org. 3) e Provisão de

Liderança (pontuação no nível Limitado–Org. 3) e as áreas-chave de saúde

organizacional mais baixas foram Desenvolvimento de Pessoas (pontuação no nível

Limitado–Org. 3) e Compartilhar Liderança (pontuação no nível Pobre–Org. 2). A figura

1 também mostra que as pontuações das seis áreas-chave de saúde organizacional na

43

percepção dos colaboradores do HAS (Org. 3–Saúde Limitada) são muito menores que as

pontuações das seis áreas-chave de todas as organizações que aplicaram o OLA (Org 4–

Saúde Moderada). É a pontuação da força de Trabalho que determina o nível de saúde

organizacional.

A distância entre os níveis é mais percebida, quando se faz uma comparação entre

elas, enquanto, no Nível Org. 6–Saúde Ideal, encontramos características como: Os

funcionários compreendem esta organização como uma organização cuja mentalidade é

voltada para o serviço caracterizado pela autenticidade, a valorização e desenvolvimento

das pessoas, construção de comunidade e o fato de proporcionar e compartilhar uma

liderança positiva. As pessoas confiam e são confiáveis. Elas são motivadas a servir aos

interesses dos outros antes de servirem aos seus próprios, e estão abertas a aprender

umas com as outras. Líderes e funcionários se vêem como parceiros trabalhando em

espírito de colaboração. No Nível de Org. 3–Saúde Limitada, se destacam as seguintes

características: Os funcionários compreendem esta organização como negativamente

paternalista (liderança paternal) caracterizada por níveis de confiança e confiabilidade que

variam de mínimo a moderado, além de uma incerteza e temor subjacentes. As pessoas

sentem que devem se autotestarem, de modo que sejam simplesmente tão boas quanto seu

último desempenho. Às vezes, os funcionários são ouvidos, mas apenas quando o que

falam condiz com os valores e prioridades dos líderes. Espera-se conformidade enquanto a

expressão do indivíduo é desencorajada. Os líderes com frequência assumem o papel de

pais críticos, enquanto os funcionários o papel da criança apreensiva.

A Figura 3 mostra a percepção dos colaboradores, por categoria, em relação às

seis áreas-chave de saúde organizacional.

44

Figura 3. Áreas-chave de saúde organizacional por categoria. Extraído  do  “Relatório  de Liderança Organizacional do Hospital Adventista Silvestre”,  por  J.  Laub  (2012), p. 9.

A Figura 3 mostra a variação da percepção das áreas-chave de saúde

organizacional pelos colaboradores por categoria pesquisada. Nesta figura pode-se

visualizar que a Top Liderança do HAS apresenta os maiores índices em todas as áreas-

chave de saúde organizacional. Por esta categoria a saúde organizacional ficaria em nível

4, ou seja, uma saúde organizacional ótima, diferente da percepção dos colaboradores que

compõem a força de trabalho, que apresentam uma percepção de saúde organizacional

mais próxima da saúde limitada. Observa-se assim que a opinião dos colaboradores da

força de trabalho sobre o grau de saúde de cada área-chave é muito menor, em todas as

áreas, que a opinião dos colaboradores da top liderança.

45

A Tabela 6 apresenta o estilo de liderança predominante na instituição na

percepção dos colaboradores do Hospital Adventista Silvestre.

Tabela 6

Índice de Saúde Organizacional, Nível da Organização e Estilo de Liderança

Índ. Saúde

Org.

Nível

Saúd.Org.

Saúde

Org.

Índ.

Liderança

Nível

Liderança Estilo Liderança

HAS 3,12 3 Limitada 3,14 3

Paternalista

Negativa

A Tabela 6 mostra que a instituição pesquisada possui um nível organizacional 3

que a identifica, segundo o instrumento OLA, como uma Organização de Saúde Limitada

que corresponde ao estilo liderança Paternalista Negativa, com índice 3,14.

A Tabela 7 apresenta os índices de satisfação no trabalho apurados por categoria e

geral na instituição pesquisada.

Tabela 7

Índice de Satisfação do Trabalho por Categoria e Geral no Hospital Adventista Silvestre

Categoria Índice

Liderança Principal 4,11

Gerentes 4,17

Força de Trabalho 3,99

GERAL 3,99

46

A Tabela 7 mostra, em uma escala de 1 a 5, que o índice de satisfação no trabalho

para a categoria Liderança Principal é 4,11, superado pela categoria de Gerentes com

índice 4,17 e maior que a categoria de trabalhadores da Força de Trabalho que apresenta

índice de 3,99. A tabela 06 também evidencia o índice geral de satisfação no trabalho da

instituição, com índice de 3,99, de acordo com os dados do instrumento OLA. Ressalta-se

que para calcular o índice de Satisfação no Trabalho, de acordo com o Olagroup, usa-se

apenas os scores da Força de Trabalho, pois, normalmente, há uma lacuna entre os scores

dos principais líderes (Liderança Principal e Gerentes) e os scores dos colaboradores da

Força de Trabalho. Outra razão apresentada é que a força de Trabalho constitui

normalmente a maioria dos entrevistados.

A Figura 4 mostra o nível de satisfação no trabalho por categoria na instituição

pesquisada.

Figura 4. Escala de satisfação no trabalho do Hospital Adventista Silvestre por categoria. Extraído  do  “Relatório  de Liderança Organizacional do Hospital Adventista Silvestre”,  por J. Laub (2012), p. 11.

A Figura 4 mostra que a organização obteve um Bom Nível de satisfação no

trabalho. Observa-se que a força de trabalho, categoria utilizada para determinar o nível

de satisfação, segundo o instrumento OLA, tem a menor avaliação em relação às outras

duas categorias (Liderança Principal e Gestores/ Supervisores).

47

A Figura 5 mostra a disponibilidade que a organização possui para realizar

mudanças necessárias.

A Figura 5 mostra que o HAS possui Prontidão para a Mudança de Limitada para

Moderada, de acordo com o instrumento OLA. Este resultado está ligado ao nível de

saúde da organização, apresentado como saúde limitada e a percepção de mudança

demonstrada pelos colaboradores.

Figura 5. Prontidão para a mudança na correlação entre o nível de saúde da organização e a capacidade de percepção da força de trabalho. Extraído  do  “Relatório  de  Liderança  Organizacional  do  Hospital  Adventista  Silvestre”,  por  J.  Laub  (2012),  p.  13.

48

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES

Segundo Renesch (2003), nestes dias de mudanças constantes e profundas, faz-se

necessário um novo estilo de liderança. Essa necessidade exige que os atuais ocupantes

de cargos de liderança promovam alterações significativas na sua atitude e no seu jeito de

ser, sob pena de se tornarem parte de uma raça em extinção. As pessoas antes vistas como

subordinadas precisam, por sua vez, criar uma imagem nova de si mesmas e desenvolver

habilidades, de modo a aceitar uma responsabilidade de liderança maior do que tinham no

passado. Para Covey (2002), uma nova era clama por grandeza e exige líderes com uma

nova mentalidade e novas ferramentas. Na visão de Valley (2012), as novas exigências

para a liderança direcionam os líderes para a liderança do serviço. Negar a si mesmo para

servir ao próximo e não persuadir ou induzir os outros a servi-lo e a satisfazer seus

interesses.

Com o auxílio do instrumento OLA, esta pesquisa objetivou verificar o nível de

satisfação dos colaboradores e a sua disposição para mudanças. Para responder a esse

propósito maior, o estudo procurou investigar o grau de saúde organizacional do HAS,

descobrir as áreas-chave de saúde organizacional com maior e menor índice, identificar e

analisar o estilo de liderança predominante no HAS, identificar e analisar o nível de

49

satisfação dos colaboradores e verificar o nível de participação dos liderados nas tomadas

de decisão.

Os dados consolidados disponibilizados pelo instrumento OLA apresentaram que

a organização está operando no nível 3, numa escala de seis níveis, o que significa–

segundo referenciais / escalas do Grupo OLA–ma Saúde Organizacional Limitada. Os

funcionários compreendem esta organização como negativamente paternalista (Liderança

Paternalista Negativa) caracterizada por níveis de confiança e confiabilidade que variam

de mínimo a moderado, além de uma incerteza e temor subjacentes. Na análise da

percepção dos trabalhadores, o bom nível de satisfação no trabalho está relacionado com

o valor do trabalho pessoal, mas há dúvidas em relação à saúde global da organização.

O estudo mostrou que as áreas-chave com maior índice de saúde foram

Construção de Comunidade e Provisão de Liderança e as áreas-chave com menor índice

de saúde foram Desenvolvimento de Pessoas e Liderança Compartilhada. Os dados

revelaram que os funcionários estão em busca de mais responsabilidade e autoridade para

realizarem seu trabalho, o que indica baixa participação efetiva no processo de tomada de

decisão.

Os dados coletados através da pesquisa de campo sugerem ao pesquisador um

olhar crítico para os resultados com o objetivo de responder as questões de pesquisa que

orientaram este estudo e alcançar o propósito da pesquisa.

Resposta às Questões da Pesquisa

1ª Questão: Qual o grau de saúde organizacional do Hospital Adventista

Silvestre?

50

De acordo com as Tabelas 3 e 6, o grau de saúde organizacional da instituição

pesquisada, em uma escala de 1 a 6, foi o nível 3. A organização de nível 3 sugere uma

Saúde Organizacional Limitada. Sobre a percepção dos colaboradores, em relação à

saúde da organização, os dados da Tabela 1 mostram que a Liderança de Cúpula e a

Força de Trabalho têm uma percepção muito diferente em relação ao atual nível de saúde

organizacional. Isto sugere um baixo nível de conscientização compartilhada e baixo

nível de comunicação aberta.

Sobre este pensamento, Jaworski (2005) concorda que os seres humanos têm uma

capacidade inata para a inteligência coletiva. Podem aprender e pensar juntos e esse

pensamento colaborativo pode levar a uma ação coordenada. O autor explora o assunto

do pensamento coletivo e comunicação e chama esse processo de diálogo. Para ele o

diálogo não requer que as pessoas concordem umas com as outras. Ao contrário disso,

encoraja-as a participar de uma corrente de significado partilhado que leva a ação

alinhada, que propicia sintonia entre o que pensam os líderes e os liderados.

2ª Questão: Quais as áreas-chave de saúde organizacional com maior e menor

índice de avaliação pelos colaboradores?

Observa-se nas Tabelas 4 e 5 que as áreas-chave de saúde organizacional com

maior índice na percepção dos colaboradores foram Provisão de Liderança e Construção

de Comunidade (com índices no nível Limitado, conforme Figura 1), enquanto que as

áreas-chave de saúde organizacional com menor índice na percepção dos colaboradores

foram Desenvolvimento de Pessoas e Liderança Compartilhada (com índices no nível

limitado e pobre, respectivamente, conforme Figura 1).

Isto sugere um ambiente organizacional com as seguintes características:

51

1. Trabalhadores que são, às vezes, ouvidos, mas somente quando eles falam de

acordo com os valores e as prioridades dos líderes;

2. Os trabalhadores, em sua maioria, sentem que são mais valorizados por aquilo

que podem construir para a organização do que por quem são;

3. Quando recebem treinamento nesta organização, este é principalmente para

aumentar seu desempenho e seu valor para a empresa e não para se desenvolverem

pessoalmente.

4. As ideias dos trabalhadores são buscadas, mas raramente utilizadas, enquanto

que as importantes decisões permanecem nos níveis superiores da organização;

5. As relações tendem a ser funcionais e as tarefas da organização quase sempre

vêm em primeiro lugar;

6. Basicamente, este é um ambiente individualista. Existem alguns níveis de

atividade cooperativa, mas pouca colaboração genuína. As equipes são utilizadas, mas na

maioria das vezes são caracterizadas por um espírito competitivo improdutivo.

7. As pessoas às vezes são motivadas para servir à organização, mas não tem

certeza de que a organização esteja comprometida com eles;

8. Este é um ambiente que se caracteriza por uma liberdade controlada e vigiada;

9. Este é um ambiente onde não se pode arriscar, em que a falha não é permitida e

em que a criatividade é estimulada apenas quando ela se encaixa dentro das diretrizes

existentes na organização;

10. Em tempos de estresse na organização, haverá uma tendência de prosseguir

com um ambiente organizacional mais autocrático;

52

11. Os funcionários não têm segurança sobre como apoiar a organização e quão

abertos podem ser uns com os outros, especialmente, com os da liderança;

12. As pessoas sentem que devem se autotestar, de modo que sejam simplesmente

tão boas quanto seu último desempenho.

Kouzes e Posner (2007) confirmam este pensamento ao enfatizar que as práticas

de liderança vigentes em uma organização retratam a cosmovisão dos líderes, sua forma

de enxergar o mundo e seu comportamento, influenciando as pessoas que os cercam e

determinando a qualidade do ambiente. Covey (2008) também atesta que nada é mais

gratificante do que um relacionamento de confiança e nada possui mais influência do que

uma reputação com confiança. Para ele a confiança é como um aquífero–um enorme

reservatório de água subterrâneo que alimenta todos os poços da superfície. O autor

assegura que uma cultura organizacional com baixa confiança promove um ambiente

organizacional onde existem agendas ocultas, uma postura essencialmente hierarquizada,

sistemas e estruturas punitivas, empregados infelizes e inseguros, tempo excessivo

desperdiçado na defesa de posições e decisões, gestão de detalhes e burocracia, os erros

são lembrados e usados como arma, comunicação defensiva, as verdadeiras questões não

emergem nem são resolvidas eficientemente.

3ª Questão: Qual o grau de interesse para a promoção de mudanças no Hospital

Adventista Silvestre?

De acordo com a Figura 2 a prontidão para mudanças no HAS é de limitada para

moderada. A Figura 2 mostra que os funcionários e líderes possuem um nível de energia

baixo para buscar mudanças. Isto indica uma habilidade limitada para crescer nas seis

áreas-chave de saúde organizacional. Este contexto sugere um programa de

53

conscientização e comunicação aberta, elaboração e implementação de novas estratégias

e práticas que motivem e orientem os colaboradores e líderes na caminhada rumo ao nível

ideal de liderança, segundo o OLAgroup - Liderança Servidora–nível 6.

Isso se coaduna com o pensamento Jaworski (2005), quando diz que o êxito de

uma organização que aprende não envolve apenas o desenvolvimento de novas

habilidades, mas também mudanças radicais, tanto no indivíduo como na mentalidade

coletiva. Entretanto são os autores Collins e Porras (2000) que defendem a ideia de que as

empresas de sucesso devem ter uma base sólida de valores e princípios inalterados, mas

as suas estratégias e práticas devem estar em constante adaptação num mundo em

mutação.

4ª Questão: Qual a percepção dos colaboradores em relação ao estilo de Liderança

Servidora?

De acordo com as Tabelas 1, 3 e 6 e a Figura 1, a organização está no nível 3

(escala de 1 a 6) que a identifica com o estilo de Liderança Paternalista Negativa. De

acordo com o instrumento OLA, isto sugere que os funcionários compreendem esta

organização como negativamente paternalista, caracterizada por baixo nível de confiança,

além de uma incerteza e temor subjacentes. Os resultados sinalizam uma organização que

tende a nutrir a submissão do funcionário. Os dados indicam que os funcionários são

ouvidos, mas apenas quando o que falam condiz com os valores e prioridades dos líderes.

Nesta organização, espera-se conformidade com o pensamento dos líderes, enquanto que a

expressão do indivíduo é desencorajada. Os líderes com frequência assumem o papel de

pais críticos, enquanto os funcionários o papel da criança apreensiva.

54

Para Blanchard et al. (2007) embora a maioria das pessoas estejam acostumados a

trabalhar sob pressão e supervisão, o permitir que elas se expressem e utilizem sua

criatividade, é o segredo para se obter um ambiente organizacional que libera o

conhecimento, a experiência, a motivação inerente às pessoas e esclarece os direitos de

decisão e participação no rumo da organização. Blanchard et al. (2007) lembram ainda

que a falta de uma visão compartilhada faz com que as pessoas sejam atropeladas por

múltiplas prioridades, duplicação de esforços, tentativas abortadas e energia

desperdiçada.

5ª. Questão: Qual o nível de satisfação percebido pelos colaboradores?

A análise da Tabela 7 mostra que os trabalhadores acreditam que estão

trabalhando em alto nível de produtividade, sentem-se bem sobre sua contribuição

para a organização, acham seu trabalho importante para o sucesso da organização,

gostam de trabalhar na organização, sentem-se capazes de serem criativos no

trabalho e de usar seus dons e habilidades no trabalho. Contudo, ao observarem o

valor do seu trabalho pessoal, eles têm questionamentos em relação à saúde geral

da organização, o que pode criar uma tensão difícil no ambiente de trabalho, um

pobre clima organizacional e, como resultado, os melhores funcionários podem ir à

busca de empregos em outros lugares.

Estes pensamentos são defendidos por Chiavenato (1997) ao afirmar que o

clima organizacional influencia o desempenho, motivação e a satisfação no trabalho

humano. Esta abordagem é confirmada por Mayo (2003) ao argumentar que o clima

organizacional e a cultura organizacional são fatores que influenciam diretamente a

forma como as pessoas manifestam a sua satisfação ou insatisfação em relação ao

55

trabalho. Chiavenato (1997) enfatiza que a motivação fornece orientação para as

pessoas, para que possam satisfazer os seus objetivos individuais e, ao mesmo

tempo, ajuda a alcançar as metas da instituição em que trabalham.

6ª Questão: Qual o nível de participação dos liderados nas tomadas de decisão?

De acordo com as Tabelas 1, 4 e 5 e a Figura 1, liderança compartilhada é a área-

chave com menor índice na percepção dos colaboradores da Força de Trabalho. Segundo

o instrumento OLA, a área-chave Liderança Compartilhada está voltada para a criação de

uma visão compartilhada, participação na tomada de decisão, posição e privilégio em

todos os níveis da organização. De acordo com os dados da Tabela 1 e Figura 1, a

pontuação obtida para a área-chave de Liderança Compartilhada indica Saúde Pobre

(nível 2), caracterizada por uma liderança autocrática. Isto indica que os funcionários

estão em busca de mais responsabilidade e autoridade para realizarem seu trabalho.

Isto está de acordo com Blanchard et al. (2007), ao afirmar que depois de ter uma

visão arrebatadora, a característica essencial de um grande líder é a sua habilidade de

mobilizar as pessoas em torno de uma visão compartilhada. Para Blanchard et al. (2007)

liderar é ter destino certo. Se você e sua equipe não souberem para onde vão, sua

liderança não fará a diferença. Mas são Kouzes e Posner (2007) que elucidam bem o

assunto ao considerarem que a liderança exemplar não significa aventurar-se sozinho na

busca de uma revelação especial e depois sair anunciando sua visão, provando que é um

líder orientado para o futuro. Os autores entendem que as pessoas querem sentir-se parte

do processo e que de alguma maneira, são lembrados pelo seu líder. Eles aconselham

também os líderes a envolver seus liderados num diálogo coletivo sobre o futuro.

56

Recomendações e Sugestões para Estudos Futuros

Este estudo discutiu o tema da liderança servidora, de acordo com a percepção dos

colaboradores de três categorias de liderança no Hospital Adventista Silvestre. Os

resultados permitem fazer recomendações e sugestões para estudos posteriores:

1. Partilhar, refletir e conscientizar as lideranças da organização pesquisada sobre

o atual nível de saúde organizacional e o estilo de liderança identificado, através dos

resultados fornecidos pelo instrumento OLA.

2. Realizar uma pesquisa aprofundando as causas sugeridas pelo estudo a fim de

identificar em detalhes dados que possam contribuir significativamente para o

crescimento completo da organização.

3. Implementar um processo capacitador da liderança do HAS, tendo como

padrão as características preconizadas pela Teoria da Liderança Servidora a fim de elevar

o grau de saúde organizacional e operar as mudanças necessárias na cultura

organizacional.

4. Realizar um estudo semelhante nos demais Hospitais Adventistas do Brasil.

5. Fazer um estudo comparativo entre essa pesquisa, e outras que foram realizadas

em Hospitais Adventistas no Brasil, utilizando também a ferramenta OLA.

6. Discutir os resultados com os atuais líderes do HAS e apelar para  a  “memória  

histórica”  deles,  comparando  a situação anterior com a atual.

APÊNDICES

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO OLA

59

Avaliação de Liderança Organizacional

Versão Portuguesa

Instruções Gerais O propósito deste instrumento é permitir que organizações descubram como suas práticas e crenças sobre liderança causam impacto nas diferentes maneiras como as pessoas funcionam dentro da organização. Este instrumento foi projetado para ser aplicado a pessoas de todos os níveis na organização, incluindo funcionários, gerentes e a alta liderança. Ao responder às diferentes declarações, por favor, responda quanto ao que você acredita ser geralmente verdadeiro em relação à sua organização ou unidade de trabalho. Por favor, responda com os seus próprios sentimentos e crenças pessoais e não com as de outros, ou com aquelas que outros gostariam que você tivesse. Responda como as coisas são... não como poderiam ou deveriam ser. Sinta-se livre para usar o leque completo de respostas (de Discordo Fortemente até Concordo Fortemente). Você irá constatar que algumas das declarações serão fáceis de responder, enquanto outras exigirão mais esforço. Se você estiver incerto, você pode optar por responder com a sua primeira resposta intuitiva. Por favor, seja honesto e sincero. A resposta que procuramos é aquela que melhor representa seus sentimentos ou crenças em relação à declaração que está sendo considerada. Existem três sessões diferentes neste instrumento. Leia cuidadosamente as breves instruções que são dadas no início de cada sessão. Seu envolvimento nesta avaliação é anônimo e confidencial. Antes de terminar a avaliação é importante que você preencha o nome da organização ou da unidade organizacional que está sendo avaliada. Se você está avaliando uma unidade organizacional (departamento, equipe ou grupo de trabalho) e não a organização como um todo, você deve responder a todas as declarações com relação a esta unidade de trabalho.

O L A

IMPORTANTE…  por  favor,  complete  o  seguinte: Escreva o nome da organização ou da unidade organizacional (departamento, equipe

ou grupo de trabalho) que você está avaliando com este instrumento. Nome da Organização: ___________________________________ (ou Unidade Organizacional) Indique seu papel/cargo atual na organização ou unidade de trabalho. Por favor,

circule um. 1 = Alta liderança (alto nível de liderança) 2 = Gerência (supervisor, gerente) 3 = Equipe de trabalho (funcionário, membro, trabalhador) Por favor, forneça sua resposta para cada declaração colocando um X em um dos cinco quadros abaixo. 1 2 3 4 5 Discordo Fortemente

Discordo Indeciso Concordo Concordo Fortemente

Sessão 1

Nesta sessão, por favor, responda a cada declaração como você acredita que ela se aplique a toda a organização (ou unidade organizacional) incluindo funcionários, gerentes/supervisores e alta liderança.

61

Em geral, as pessoas nesta organização... 1 2 3 4 5

1 Confiam umas nas outras

2 Entendem os objetivos mais importantes da

organização

3 São sem preconceito – elas mantém uma mente

aberta

4 Respeitam-se umas às outras

5 Sabem para onde esta organização caminha no

futuro

6 Mantém altos padrões éticos

7 Trabalham bem em equipe

8 Valorizam diferenças de cultura, raça & etnia

9 Cuidam umas das outras e têm compaixão

10 Demonstram alta integridade & honestidade

11 São confiáveis

12 Relacionam-se bem umas com as outras

13 Tentam trabalhar mais umas com as outras do

que por conta própria

14 São tidas como responsáveis por atingir as metas

de trabalho

15 São conscientes das necessidades das outras

16 Permitem a individualidade de estilo e de

expressão

17 São motivadas por supervisores a participar de

decisões importantes

18 Esforçam-se para manter relações de trabalho

positivas

19 Aceitam as pessoas como são

20 Vêem conflito como uma oportunidade para

aprender e crescer

21 Sabem como se dar bem com as pessoas

62

Por favor, forneça sua resposta para cada declaração colocando um X em um dos cinco

quadros abaixo.

1 2 3 4 5 Discordo Fortemente

Discordo Indeciso Concordo Concordo Fortemente

Sessão 2 Nesta sessão, por favor, responda a cada declaração como você

acredita que ela se aplique a liderança da organização (ou unidade organizacional) incluindo gerentes/supervisores e alta liderança.

Gerentes/Supervisores e a Alta Liderança nesta

Organização...

1 2 3 4 5

22 Comunicam uma visão clara do futuro da organização

23 Estão abertos a aprender com aqueles que estão abaixo

deles na organização

24 Permitem aos funcionários ajudar a determinar para

onde esta organização caminha

25 Trabalham ao lado dos funcionários ao invés de

separados deles

26 Usam persuasão para influenciar outros ao invés de

coerção ou força

27 Não hesitam em fornecer a liderança que é necessária

28 Promovem comunicação aberta e compartilhamento de

informações

29 Dão aos funcionários o poder de tomar decisões

importantes

30 Fornecem o apoio e recursos necessários para ajudar os

funcionários a atingirem suas metas

31 Criam um ambiente que encoraja o aprendizado

32 Estão abertos a receberem críticas & desafios de outros

33 Falam o que querem dizer e falam sério

34 Encorajam cada pessoa a exercitar liderança

63

35 Admitem limitações pessoais & erros

36 Encorajam as pessoas a assumirem riscos mesmo que

possam falhar

37 Praticam o mesmo comportamento que esperam dos

outros

38 Facilitam a estruturação de comunidade & equipe

39 Não exigem reconhecimento especial por serem líderes

40 Lideram pelo exemplo, exemplificando o

comportamento adequado

41 Buscam influenciar outros através de um

relacionamento positivo ao invés de fazê-lo pela autoridade de sua posição

42 Fornecem oportunidade para todos os funcionários se

desenvolverem ao máximo de seu potencial

43 Avaliam honestamente a si próprios antes de buscar

avaliar outros

44 Usam seu poder e autoridade para beneficiar os

funcionários

45 Tomam a atitude apropriada quando necessário

Por favor, forneça sua resposta para cada declaração colocando um X em um dos

cinco quadros abaixo.

1 2 3 4 5 Discordo Fortemente

Discordo Indeciso Concordo Concordo Fortemente

Gerentes/Supervisores e a Alta Liderança

nesta Organização... 1 2 3 4

46 Constroem pessoas através de encorajamento e

afirmação

47 Encorajam os funcionários a trabalharem

juntos ao invés de competirem uns contra

os outros

48 São humildes–não promovem a si mesmos 49 Comunicam planos & objetivos claros para a

organização

50 Fornecem um relacionamento de mentor para

ajudar as pessoas a crescerem

profissionalmente

51 São tidos como responsáveis e se

responsabilizam perante os demais

52 São ouvintes receptivos

53 Não  buscam  status  especial  ou  os  “benefícios”  

da liderança

64

54 Colocam as necessidades dos funcionários acima das próprias

Sessão 3 Nesta sessão, por favor, responda a cada declaração como você acredita que ela seja verdadeira em relação a você pessoalmente e seu papel na organização (ou unidade organizacional).

Tendo em vista meu próprio papel... 1 2 3 4 5

55 Eu me sinto apreciado pelo meu supervisor pela

minha contribuição

56 Eu estou trabalhando em um alto nível de

produtividade

57 Eu sou ouvido por aqueles acima de mim na

organização

58 Eu me sinto bem quanto a minha contribuição para

com a organização

59 Eu recebo encorajamento e afirmação dos que estão

acima de mim na organização

60 Meu trabalho é importante para o sucesso desta

organização

61 Eu confio na liderança desta organização

62 Eu aprecio trabalhar nesta organização

63 Eu sou respeitado por aqueles acima de mim na

organização

64 Eu sou capaz de ser criativo no meu trabalho

65 Nesta organização o trabalho de uma pessoa é mais

valorizado do que seu cargo

66 Eu posso usar meus melhores talentos e habilidades

no meu trabalho

APÊNDICE B

RESULTADO DO QUESTIONÁRIO OLA

66

67

68

69

70

71

72

73

74

75

76

77

78

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