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Page 1: Até que a morte nos separe 4

Curso de extensão:

Até que a morte nos separe

Adriana Soczek Sampaio

[email protected]

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Page 3: Até que a morte nos separe 4

Aula 4

ESPIRITUALIDADE, MORTE E LUTO

Page 4: Até que a morte nos separe 4

Espiritualidade, morte e luto

1. espiritualidade, doença e morte;

2. luto: processo do paciente e dos familiares;

3. luto antecipatório, normal e patológico.

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“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça

recebestes, de graça dai” (Mateus, 10:8)

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Espiritualidade é consciência, atitude etrabalho da manifestação na existênciadiária das qualidades latentes de nossaessência. É o trabalho de estar focalizadoem nosso ser, que está além do tempo eespaço, aqui e agora. É a sensação de estarem contato com o que estamos fazendo,trazendo o céu para a terra, a terra para océu, sem discriminar o corpo, a mente, e oespírito

ESPIRITUALIDADE

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Ser humano é buscar significado em tudoque está em nós e em nossa volta, poissomos seres inacabados por natureza eestamos sempre em busca de noscompletar

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MODELO PRIMITIVO

Medicina: respeito pelo espiritual e busca de significado maior

Doença: violação de tabu ou ofensa aos deuses

Cura: restabelecimento homem-divino

Centros de cura e tratamentoeram também lugares religiosos

Os primeiros centros detratamento e de cuidado eram,na verdade, templos religiosos,como o Templo de Asclépio (odeus da medicina, curador ecuidador) na Grécia antiga

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MODELO BIOMÉDICO

Doença = desvio normal

Pesquisa substitui aobservação

Redução dos sistemas apartes menores

Corpo= conjunto desistemas relacionados,relativamenteindependentes

Foco na doença e não nodoente

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O direcionamento científico da medicinaaponta as áreas da biologia molecular,genética, farmacoterapia e acupuntura, mastambém há reconhecida tendência para oestudo da espiritualidade (Koenig, 2004).

Apesar de dois terços das escolas médicasamericanas em 2001 lecionarem cursosobrigatórios ou eletivos sobre religião,espiritualidade e medicina, poucos médicoshoje percebem as necessidades espirituaisdos seus pacientes (Barnard et al.,1995)

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Nos últimos anos, a discussão que relaciona

religião, espiritualidade e saúde tem aumentado e fez com que o bem-estar

espiritual passasse a fazer parte de uma das dimensões de avaliação

do estado de saúde, junto com as dimensões corporais, psíquicas e

sociais.

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Larson, Larson y Koening (2001), realizaramuma revisão de estudos epidemiológicos edemonstraram um amplo uso de crençasreligiosas como forma de lidar com o estrassecausado pela doença, reter o senso decontrole, manter a esperança e o senso designificado e propósito da vida.

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A reza ou prece é a mais universal e comum dasintervenções.

Quase 90% das mulheres e 85% dos homens fazempreces

80% deles o fazem com frequência semanal (Ameling,2000)

A meditação é outra opção voltada para a consciênciado corpo, relaxamentos físico e mental. A leiturabíblica ou de outros textos religiosos também podeservir a esse propósito (Shelly, 2005).

Práticas religiosas privadas foram inversamenterelacionadas às variáveis físicas, mostrando que ospacientes em pior estado tinham maior probabilidadeem se engajar às práticas, como um meio deenfrentamento da sua baixa qualidade de vida.

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EUA

95% das pessoas acreditam em Deus

77% acreditam que os médicos devemconsiderar as suas crenças espirituais

73% acreditam que devem compartilhar assuas crenças religiosas com o profissionalmédico

66% demonstram interesse de que omédico pergunte sobre sua espiritualidade

apenas 10% a 20% relataram que osmédicos discutiram a espiritualidade comelas

(Larson e Koenig, 2000; Anaya, 2002; Cowan et al., 2003).

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Melhores indicadores de saúde mental eadaptação ao estresse em pessoas quepraticam atividades ditas religiosas(Moreira-Almeida, 2006)

fisicamente mais saudáveis, têm estilo devida mais equilibrado e usam menosserviços de saúde (Koenig, 2004)

acréscimo de 7 a 14 anos na expectativa devida (Neumann e Peeples, 2001)

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A espiritualidade, independente da

denominação religiosa, está também associada com o

promoção e manutenção da saúde, além de prover aos

pacientes esperança, significado para a doença e

um sentido para a vida.

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Médicos não tratam doenças, eles tratam pacientes e pacientes são pessoas que além

de seus corpos, possuem crenças, valores, e estão

inseridos em uma cultura e sociedade

organizadas

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“...assim como não é possível tentar a cura dos olhos sem a da cabeça, nem a da cabeça sem a do corpo, do mesmo modo não é possível tratar do corpo sem cuidar da alma...é aquela, por conseguinte, que antes de tudo precisamos tratar com muito carinho, se quisermos que a cabeça e o corpo todo fiquem em bom estado”

Sócrates

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American College of Physicians: consenso

1)A fé (religião, espiritualidade) é importantepara você nesta doença?

2) A fé já foi importante em outras épocas dasua vida?

3) Você tem alguém para discutir as questõesreligiosas?

4) Você gostaria de explorar as questõesreligiosas com alguém?

(Quill e Byock, 2000)

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GUÍA BÁSICA PARA LA EXPLORACIÓN DE NECESIDADES ESPIRITUALES

R. Bayés, X. Busquet, E. Juan, J. Maté, J.

Formular las preguntas, sentado, en un lugar protegido, en un contexto empático,con contacto ocular, y dando tiempo para una escucha activa tan prolongada comosea necesaria.

Se consideran dos niveles:

– Nivel general:

· ¿Cómo está de ánimos? ¿Bien regular, mal, o Vd. qué diría?

· ¿Hay algo que le preocupe? ¿Qué es lo que más le preocupa?

¿Hasta qué punto se le hace difícil la situación en que se encuentra? ¿Porqué?

· En general, ¿cómo se le hace el tiempo? ¿Lento, rápido o Vd. qué diría? ¿Porqué?

. En su situación actual, ¿qué es lo que más le ayuda?

· ¿Hay algo, que esté en nuestra mano, que crea podamos hacer por Vd.?

– Nivel específico:

· ¿Tiene algún tipo de creencia espiritual o religiosa?

· En caso afirmativo, ¿le ayudan sus creencias en esta situación?

· ¿Quiere que hablemos de ello?

· ¿Desearía tal vez hacerlo con alguna persona en concreto? ¿Un amigo, unsacerdote, un psicólogo…?

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“A ciência parece ter entendido que, se não fosseconsiderado o estudo da dimensão espiritual, nãohaveria a compreensão de tantos fenômenos em relaçãoà saúde”

(Vasconcellos, 1998)

Homem: unidade psicofísica que não existe sem oespiritual – Vitor Frankel

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“A fé, como experiência subjetiva, carregada de emoções, pode provocar alterações na ligação entre psique e o

sistema nervoso central, imunológico e endócrino. Pela vivência espiritual, emoções como ansiedade ou esperança

podem influenciar os resultados clínicos”

(Liberato e Macieira, 2008)

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Benefícios

Enfrentamento positivo da doença

Melhora nos níveis de estresse

Previne complicações

Traz bem-estar

Reforço de comportamentos saudáveis

Estimulação do sistema endócrino eimunológico

Fortalecimento de redes sociais de apoio

Melhora qualidade de vida

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Espiritualidade e saúde: assunto polêmico,mas precisamos começar a discutir essesassuntos, a saber identificar, abrir espaçopara a fala e ouvir o que nossos pacientestem a dizer. Estas questões fazem parteintegrante da vida das pessoas e suaexpressão precisa ser eticamente respeitadapelos cuidadores profissionais.

Dessas discussões virão mudanças para asnovas gerações que poderão melhorvivenciar o cuidar, em sua dimensão plena esagrada.

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INSCRIÇÃO PARA UM PORTÃO DE CEMITÉRIONa mesma pedra se encontram,Conforme o povo traduz,Quando se nasce - uma estrela,Quando se morre - uma cruz.Mas quantos que aqui repousamHão de emendar-nos assim:"Ponham-me a cruz no princípio...E a luz da estrela no fim!"Mario Quintana

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LUTO

“A morte não avisa a hora de sua chegada. A possibilidade sobrea iminente morte de nossa mãe não era ocultada nas conversasentre eu e minhas irmãs e por isto novas interações aconteciamentre nós, curando nossas feridas. O fato deste processo ter sidolento, e de estarmos cuidando dela com nossas próprias mãosnos dava a oportunidade da cura emocional nos relacionamentosentre todas nós: mãe e filhas”

(Ester Frankel)

A perda é o que você sente quando se separa de alguém ou dealgo que você cuidou muito. O término, a finitude é o preço quevocê paga por ter começado. E só nos damos conta do milagredo começo quando nos deparamos com a consciência da finitude.

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Pequenas mortes = preparação para a grande morte

David Boadella diferencia entre luto frio e luto quente.

O luto frio traz uma sensação de escuridão, desespero, ele nos tranca no desespero.

O luto quente contém dentro de si um temor respeitoso perante a morte, fazendo brotar da escuridão, do vazio, um sentimento de gratidão, paz e a possibilidade de cura.

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LUTO

Luto = vínculo rompido (Bromberg)

Reação psicológica diante de uma perda

Processo de elaboração de perdas

Luto: processo normal com limitação temporal cuja evoluçãoprogride até a superação

Sofrimento da perda e dor: normal e necessário

1/3 consultas Atenção Primária – origem psicológica = ¼resultado de perda

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LUTO

A necessidade de chorar a perda de umente querido é reconhecida por muitassociedades, embora as manifestaçõespela perda e o período formal de lutovariem de uma cultura para outra.

Rituais:

mecanismo organizador – falecidolembrado

marca a perda

facilita a expressão do sofrimento

ajuda o enlutado a dar sentido à perda

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LUTO - Etapas

1. Choque: fenômeno comum e protetor. Pode durar horas ou dias.Incredulidade, embotamento

2. Desorganização e desespero: período de pensamentosrepetitivos quando à perda, sentimentos apatia e desespero.

3. Saudade: sentimentos intensos de perda. A pessoa retomaatividades como comer, dormir porém com apatia. Cerca de 3semanas

4. Reorganização e recuperação: após 3 a 4 meses recupera-se oapetite, normaliza o sono, volta-se a olhar para o futuro

Tempo: até que a pessoa consiga olhar para o passado e recordar-se da pessoa perdida com carinho e sem dor. Entre 1 e 2 anos

Elizabeth Kubler-Ross: 5 fases

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“Superar não é esquecer. Significa aceitar e continuar a viver”

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CANDOMBLÉ

Significado: a vida continua por meio da força vital doindivíduo. A parte imperecível do corpo (ou "ori") nãoacaba.

Reencarnação: o "ori" volta para a mesma família, masem outro corpo.

Ritual: denominado "axexê", o rito funerário começa apóso enterro e costuma durar vários dias. Na cerimônia,algumas pessoas que têm relação com o morto sãochamadas para participar do ritual em que o espírito docorpo é encaminhado para outra terra.

Luto: a morte é uma desordem que leva tempo para sersuperada.

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CATOLICISMO

Significado: é vista como uma passagem, a porta deentrada para a ressurreição. Preparação: ter em menteque a vida é um dom divino e deve ser vivida da melhorforma possível.

Reencarnação: todos serão ressuscitados porque Cristo équem livra a pessoa do pecado, mas não existe areencarnação.

Ritual: vela-se o corpo e, além das orações populares quecostumam ser feitas durante o velório católico, como o pai-nosso e a ave-maria, um padre ou ministro faz umacelebração para encomendar a vida da pessoa para asmãos de Deus. As velas, colocadas ao lado do caixão,simbolizam a luz de Cristo ressuscitado e a vida que vai seconsumindo, mas que sempre brilha.

Luto: são feitas celebrações em memória do morto no sétimo dia, no primeiro mês e no primeiro ano.

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ESPIRITISMO

Significado: a morte não existe porque acredita-se naeternidade do espírito.

Preparação: aprende-se a agir após os estudos de livros deAllan Kardec, pai do espiritismo. Como acredita-se que omédium é intermediário entre os vivos e a alma dos mortos,isso significa que existe a possibilidade de comunicação com oespírito que já deixou aquele corpo.

Reencarnação: quando o corpo morre, o espírito se desliga efica no mundo espiritual estudando e se preparando para umanova reencarnação. As encarnações acontecem até o espíritoatingir sua evolução.

Ritual: o corpo é velado e enterrado ou cremado. As precesajudam o caminho para o mundo espiritual.

Luto: não existe porque não se acredita na morte

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ISLAMISMO

Significado: passagem desta vida para outra, eterna. "Quemfizer o bem será julgado por Deus e vai para o paraíso. Quemfizer o mal também será julgado e irá para o inferno“

Preparação: desde a infância é passada a noção de que tudoque começa tem um fim.

Reencarnação: não acredita. A alma teve tempo suficiente naterra para cumprir sua tarefa.

Ritual: o corpo é lavado pelos familiares -sempre do mesmosexo- e enrolado em três panos brancos. Depois, é colocado emum caixão para que os parentes mais próximos se despeçam elevado à mesquita. A partir daí, apenas os homens participam.

Luto: dura três dias. Quando a mulher perde o marido, o temposobe para 130 dias, período em que ela não pode sair de casa,a não ser em emergências.

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JUDAÍSMO

Significado: é o fim do corpo material. "A verdadeira pessoa,que é a alma, é eterna"

Preparação: a criança aprende desde o início que a vida é feitade mudanças.

Reencarnação: existe outro mundo, para onde as almas vão,chamado de "olam habá" (mundo vindouro). No entanto aalma pode voltar para a terra num outro corpo para completarsua missão.

Ritual: o corpo é envolvido em panos brancos, e o caixão éfechado para que ninguém mais o toque. Familiares e amigosrezam salmos. Parentes próximos cortam tecido da roupa paramostrar o luto.

Luto: na primeira semana, os parentes se reúnem para rezarem casa. Apenas o espiritual conta, por isso os espelhos dacasa, que refletem o corpo material, são cobertos. A pessoa élembrada na data de morte por todos os anos seguintes.

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PROTESTANTISMO

Significado: período de transição para outra vida

Preparação: ter fé na palavra de Deus, que julgará o destinoda pessoa no céu ou no inferno, não a partir das ações dela,mas pela sua fé.

Reencarnação: não existe. Acredita-se em uma próxima vidaem comunhão com Deus.

Ritual: velório e enterro são feitos em homenagem à famíliado morto.

Luto: não há regras.

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ZEN-BUDISMO

Significado: o corpo se transforma em elementos básicos da natureza, mas a energia das ações e das palavras continuam repercutindo na terra por muito tempo

Preparação: meditação, que possibilita a compreensão de que tudo é transitório e interligado.

Reencarnação: renascimento é a palavra mais apropriada. Acredita-se que um ser mais "verdadeiro" (mais puro) vai retornar.

Ritual: flores, velas e incenso no velório. Os parentes usam roupas escuras, e são feitas preces.

Luto: preces ou transcrições de textos sagrados durante 49 dias a cada sete dias.

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Luto normal e luto patológico

Processo normal de luto Processo de luto patológico

Pena se expressa normalmente Pena não expressada(luto reprimido)

Duração limitada no tempo Dor expresso por longo período de tempo (luto crônico)

Após primeiros dias, retoma a rotina, com dor e apatia

Dificuldade de afastar-se do falecido (culpa, reprovações)

Incapacidade para recomeçar a vida

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Trabalhando a dor da perda

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Luto com crianças

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Luto patológico Paciente: sexo masculino, 13 anos de idade, histórico de 2

abusos sexuais com “amigos”. Difícil de manejar, nãoaceitava regras, dificuldade de se impor limites.Considerava o padrasto como seu pai. Pouco tempo depoisda separação dos pais, adoece

Diagnóstico: LLA – remissão. Após meio ano fora detratamento, recidivou – internamento por herpes zoster.Processo de dor intensa

Episódios do natal e ano novo

Liberação na semana do ano novo = dia 30 volta para ohospital

Quinta 17h = notícia de que últimos exames mostravam adoença ativa

Sexta 8h = entorpecimento

Sexta 20h = óbito

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Mãe segue em atendimento. Sai de 3 empregos em menosde 2 meses

14/9 – “Agora mesmo estou com vontade de me jogarembaixo de um carro ou que me aconteça algo de ruim praacabar tudo isso da minha vida me sinto sufocada”

“A. tenho medo do que possa me acontecer se vai sermelhor ou pior na minha vida sinto tanta raiva de mimmesma por ser assim tão inútil por não conseguir fazernada na minha vida.”

17/9 – “Se Deus levou o L. da minha vida antes de mim,porque ele também não me leva junto as vezes penso quenão foi Deus que levou ele de mim foi essa maldita doençae não Deus sei que não vou suportar muito tempo queainda vou acabar fazendo uma bobeira comigo mesma pramim não dá mais A.”

01/10 – “As pessoas só ajudam quem quer ser ajudada vcdeve achar que estou te enrolando não é A”

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“Vc tem mesmo razão A pois te digo uma coisa eu queroque eu me ferre já perdi a vontade de tudo mesmo até deviver morri quando o L se foi deixa tudo pra lá já canseide mim mesma sou uma doida varrida”

19/10 – “Dia 17 fez mais um mês sem o L me sinto cadavez pior quando chega essas datas pois já se faz 8 mesesq ele me deixou será q nunca mais vai passar essa dor emmeu coração A estou me sentindo triste estes dias só medá vontade de chorar queria tanto estar com ele agora epoder dizer q amo ele”

25/10 – “Toda essa minha tristeza só me dá vontade demorrer de acabar com essa minha dor da falta dele emminha vida já não quero mais viver só quero acabar comtudo de uma vez pra mim não dá mais não vou maissuportar essa dor obrigado por tudo e por me ouvirquando precisei A por mim e pelo L obrigado”

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07/11 – “Sabe porque ele sempre se lembrava de mimneste dia me abraçava bem forte e me dava um beijoforte e me dizia feliz aniversário mãe e agora como ficarsem ouvir ele me dizendo essas palavras tão carinhosasisso sim me dói muito em meu coração A.”

28/8 – faz agradecimento – “Vc tem razão, eu realmente devia ter ligado a vc, peço mil desculpas por não ter feito isso, vc era sim importante pra ele, ele gostava de vc e eu fiz isso com vc, me esquecer de vc, de te avisar. Ah eu mereço tudo isso na minha vida mesmo, sou ingrata”

(...)

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Terapia do perdão

Page 51: Até que a morte nos separe 4

O que é o perdão?

Em toda vida humana existe apossibilidade de ser magoadoemocionalmente pelos demais e porconsequência de magoar os outros

Abandonar o ressentimento, perdoar um insulto

É uma atitude?

Sentimento?

Decisão?

Opção?

Processo?

Desafio?

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Mitos

“Não posso perdoar porque não posso esquecer...”

“Se perdoo, terei que confiar nessa pessoa..”

“Se renuncio a minha raiva, ele (ela) ficará impune”

“As pessoas que se amam não tem que pedir perdão”

“Se peço desculpas, a outra pessoa deveria me perdoar...”

“Se perdoo, estarei indefeso e exposto”

“Não posso perdoar até que o outro tenha confessado”

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Experiências associadas ao perdão

Conexão

Abertura

Individualização

Esperança

Liberdade de ação

Alegria

Auto aceitação

Paz interior

Page 54: Até que a morte nos separe 4

Como perdoar?

Estar disposto a perdoar (decisão)

Aprender a dizer a verdade

Desprender-se do rancor

Escutar a verdade do outro

Comunicação de EU a EU

Page 55: Até que a morte nos separe 4

A quem perdoar?

Ao outro com relação

significativa

A si mesmo

Ao corpo na enfermidade

A própria mortalidade

A Deus, ao destino, à vida

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FILMES

Ensina-me a viver

Colcha de retalhos

Em busca de uma nova chance

Direito de amar

Noiva cadáver

Rei Leão

A balada de Nayarama

A Cura

A morte e vida de Charlie

A última grande lição

Amor além da vida

Invasões bárbaras

Lado a lado

Mar Adentro

Page 57: Até que a morte nos separe 4

Minha vida sem mim

Meu pai, uma lição de vida

Nossa vida sem Grace

O enigma das cartas

Para Roseanna

Guantanamera

P.S. eu te amo

Um amor para recordar

Ghost

Tomates verdes fritos

Meu primeiro amor

Um amor verdadeiro

Uma lição de vida

Uma prova de amor

Fale com ela

21 gramas

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Frases

A Morte é uma impossibilidade

que, de repente,

se torna realidade.Goethe

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Abrindo um antigo caderno

foi que eu descobri:

Antigamente eu era eterno.Paulo Leminski

Page 60: Até que a morte nos separe 4

Não que eu esteja com medo de morrer.

Apenas não queria estar lá quando

isso acontecesse.Woody Allen

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PoesiaDe manhã escureço

De dia tardo

De tarde anoiteço

De noite ardo.

A oeste a morte

Contra quem vivo

Do sul cativo

O este é meu norte.

Outros que contem

Passo por passo:

Eu morro ontem

Nasço amanhã

Ando onde há espaço:

– Meu tempo é quando.

Vinícius de Moraes

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Literatura

A morte de Ivan Ilitch – Tolstói

A garota das laranjas – Jostein Gaarder

Através do espelho – Jostein Gaarder

A culpa é das estrelas – John Green

A última grande lição – Mitch Albom

Um amor para recordar – Nicolas Sparkes

Crônica de uma morte anunciada – Gabriel GarciaMarquez

Vida e morte severina – João Cabral de Melo e Neto

Irmã morte – Justo Navarro

A casa – André Vianco

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Literatura infantil

Mas por quê??! - SCHOSSOW, PETER

O pato, a morte e a tulipa - ERLBRUCH, WOLF

Menina Nina – Ziraldo

O castelo do príncipe sapo – Joisten Gaarder

Quando seus avós morrem - RYAN, VICTORIA

Do fim ao começo - GUARNIERI, MARIA CRISTINA

Tempos de vida - MELLONIE, BRYAN

Harvey – como me tornei invisível - BOUCHARD, HERVE

Por que o Elvis não latiu? - FRIZERO, ROBERTSON

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“A morte não é algo que nos espera no fim. É companheira silenciosa que nos fala com voz branda, sem querer aterrorizar,

dizendo sempre a verdade, convidando à sabedoria”

(Alves, 2002)

2. Definição do conceito de morte e sua visão no Ocidente e no Oriente

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Não esquecer que...

“...todos ficamos menores coma morte: quando o espíritohumano parte, leva com ele asubstância vital. Então sófica o corpo inanimado, que éa menor de todas as coisasque nos fazem humanos”

(Nuland, p.81)