aula voltametria
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VOLTAMETRIA
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Métodos VoltamétricosDentre o grupo de técnicas que se baseiam na aplicação de um programa de potencial aplicado aos eletrodos e a corrente faradaica que resulta neste processo, destacam-se:
PolarografiaPolarografia de pulso normal Polarografia de pulso diferencialVoltametria de redissolução anódicaVoltametria de onda quadrada Voltametria cíclica
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BREVE HISTÓRICO:
- Século VI a.c. – Gregos: âmbar atritado em peles gerava carga eletrostática
- Século XVI – Gilbert – Verificou também que outros sólidos acumulam cargas eletrostáticas
- 1747 – Franklin (EUA) e Watson (Inglaterra): Todos os sólidos tem “fluído elétrico”
- 1752 – Franklin comprova que os raios correspondem a descargas elétricas
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Um dos primeiros relatos que envolve um experimento eletroquímico foi descrito por Luigi Galvani em 1791:
“Havia dessecado uma rã, que fora colocada sobre uma mesa, próximo a uma “máquina elétrica”. Um dos assistentes colocou em contato o terminal da
máquina com os nervos da rã, ocorrendo uma pronta contração dos músculos das pernas.
Galvani concluiu: “...there is a profound connection between biological and electrochemical events”
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Em 1800, a pilha de Volta é descrita.
Em 1834, Michael Faraday estabeleceu as leis que regem os princípios dos processos voltamétricos:
- A passagem de uma determinada quantidade de corrente, deposita uma determinada massa de um
dado elemento.
- A mesma corrente deposita igual número de mols de material diferente, cujo processo envolva
igual número de elétrons.
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Em 1859 Planté apresenta as primeiras baterias chumbo/ácido sulfúrico, que foram utilizadas na Telefonia.
Em 1880 foi iniciada a fabricação de baterias comerciais.
E a eletroquímica? Não evoluiu como poderia, por conta do domínio da termodinâmica no final do século 19 e início do século 20. A cinética dos processos havia sido esquecida....
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POLAROGRAFIA
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A polarografia se enquadra dentro da voltametria. (Koltoff e Laitinen)
Em 1922, Jaromir Heyrowsky (Nobel 1959) apresentou pela primeira vez a polarografia.
Inicialmente, uma célula de dois eletrodos (indicador ou de trabalho e referência) era
utilizada. O potencial era variado linearmente entre o potencial inicial e o final e a corrente
que fluía entre os dois eletrodos era monitorada.
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Célula Polarográfica em “H”(adaptada para FIA, com um eletrodo de Pt em lugar do EGHg)
a
b
c
de
f
g
hii
j k
l
m
n
op
q
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Polarógrafo construido por Heirowski e Shikata
EGHg
chem.ch.huji.ac.il/~eugeniik/instruments/
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Na célula com dois eletrodos, o processo eletroquímico que ocorre sobre o eletrodo de trabalho, requer uma reação complementar no
compartimento do eletrodo de referência.
Assim, se no eletrodo de mercúrio estiver sendo reduzido chumbo, no eletrodo de referência o
mercúrio metálico é oxidado a Hg+, que rapidamente será precipitado na forma de Hg2Cl2 (calomelano).
Se a reação principal for uma oxidação, no eletrodo de referência Hg2Cl2 é que será reduzido (a Hgo).
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Pelo fato de haver um eletrodo de Hg muito pequeno - área máxima da ordem de poucos mm2
ao passo que o eletrodo de referência tem área de muitos cm2 - o fluxo de corrente por unidade de
área é baixo e pouco afeta o seu potencial.
Nos anos 50/60, surgiram os potenciostatos, que utilizam células de três eletrodos, sendo que a corrente flui entre o eletrodo de trabalho e o
auxiliar, ao passo que o potencial é medido entre o eletrodo de trabalho e o de referência.
Medições muito mais precisas e bem mais rápidas podem ser feitas desta maneira.
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Típico polarograma obtido para a reduçãode um metal com eletrodo gotejante de mercúrio
Sinal registrado para a oxidação de um analito utilizando um eletrodo rotatório ou microeletrodo
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Vantagens da utilização do eletrodo de mercúrio:- Eletrodo é renovável- Eletrodo com excelente reprodutibilidade- Superfície extremamente lisa e uniforme- Metal: pode ser purificado (99,99999%)- Apresenta elevada sobretensão à redução de H+
Desvantagens:- O metal é tóxico - A faixa de trabalho na região anódica é estreita
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A princípio, a corrente registrada em um polarograma, é a soma de diversas componentes.
a) Corrente residual: É a corrente presente em todos os polarogramas, e se constitui na soma da corrente faradaica, provinda de processos redox de impurezas da solução (traços de espécies eletro-ativas e ainda do oxigênio dissolvido) e de corrente capacitiva, provinda do processo de carga da dupla camada elétrica.
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b) Corrente de migração: Provém da oxidação ou redução da parcela de analito que alcança a superfície do eletrodo por efeito da atração eletrostática. É “eliminada” pela adição de ~50 ou 100 vezes mais eletrólito suporte.
c) Corrente de difusão : Provém da oxidação ou redução de material eletroativo que alcança a superfície do eletrodo apenas por difusão.
Minimizadas as correntes residual e de migração, Ilkovic pode derivar a equação da polarografia:
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Id= 607 n D1/2 m2/3 t1/6 C
Onde:607: inclui o Faraday, densidade Hg e outros fatoresn = Número de elétrons envolvidos no processoD = Coeficiente de difusão da esp. reagente (cm2s)m = Velocidade de escoamento do mercúrio (mg/s)t = Tempo de vida da gota (s)C = Concentração do reagente
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As técnicas polarográficas tiveram grande importância na primeira metade do século 20 por
permitirem a quantificação de dezenas de metais, na faixa de concentração típica de 10-3 a 10-5 mol/L.
A metalurgia, a mineração e muitas outras atividades foram beneficiadas com esta técnica.
Em meados da década de 50, surge a absorção atômica e a polarografia perde terreno...
Houve até quem considerasse a técnica “morta”.
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Com o advento dos potenciostatos, novas técnicas puderam ser implementadas.
As técnicas de pulso e o desenvolvimento de eletrodos com destacamento sincronizado de gotas e de eletrodos de gota estática permitiram minimizar a contribuição da corrente capacitiva.
Os limites de quantificação alcançaram a faixa de 10-7 a 10-9 mol/L, superando em muitos casos a absorção atômica, com as vantagens adicionais de:- Permitir a especiação de elementos - Quantificar múltiplos elementos num experimento
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TÉCNICAS DE PULSO
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Com o desenvolvimento dos potenciostatos, modernos, surgiu a possibilidade de controlar
de forma mais adequada a aplicação do potencial e a realização das medidas em
condição mais favoráveis.
Passou-se então a aplicar degraus de potencial e a realizar as medições de corrente no tempo mais favorável, onde a corrente capacitiva já
estava reduzida significativamente, como pode ser visto na figura que segue.
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Polarografia de pulso normal (PPN)
corr
ente
i capacitivai faradaica
16,6ms
56,6ms
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As medidas de corrente passaram a ser realizadas no final do pulso de potencial,
condição onde a corrente capacitiva já decaiu significativamente, ao passo que acorrente
faradaica é menor, mas ainda é significativa.
Adicionalmente, o experimento é feito no final da vida da gota, condição onde a área do
eletrodo é maior e a corrente capacitiva é proporcionalmente menor.
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A Polarografia de Pulso Normal permitiu que os limites de detecção, anteriormente situados na
faixa de 10-5 mol/L, passasse à faixa de 5 x 10-7
mol/L.
Considerando a época em que esta condição foi atingida, significou um grande avanço para a
quantificação de diversas espécies químicas, em particular os metais pesados.
Na década de 70, estava apenas nascendo a consciência ecológica
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Polarografia de Pulso Diferencial (PPD)
Segunda amostragem de corrente
Primeira amostragem de corrente
Inícioda gota
T = 0.5 a 5 s
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A polarografia de pulso diferencial veio a melhorar ainda mais o desempenho das técnicas de pulso.
Nesta técnica, todos os pulsos tem a mesma magnitude e a corrente é medida antes da aplicação
do pulso e no final do período de cada pulso.
A primeira corrente é subtraída da segunda, o que gera uma curva derivativa, em “forma de sino”.
Os limites de detecção passaram a alcançar a faixa de 10-8
mol/L com EGHg ou 5 x 10-7 para eletrodos sólidos.
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Voltametria de onda quadrada
∆E
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A voltametria de onda quadrada é uma técnica que permite varreduras rápidas com excelente discriminação entre a corrente capacitiva e a
faradaica.
Apresenta sensibilidade um pouco superior que a obtida na polarografia de pulso diferencial, com a
vantagem adicional de permitir medições com altas velocidades.
Em muitos casos, a interferência do O2 dissolvido é pouco significativa em medidas com SWV.
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Paralelamente aos avanços instrumentais, os eletrodos de mercúrio também foram
modernizados.
Em 1980 a PAR lançou o HMDE (Hanging mercury drop electrode) e em 1983 a
Metrohm lançou o seu SMDE (pressurizado).
Tais eletrodos significaram um grande avanço para as técnicas de pulso, mas forma de
fundamental importância para os processos envolvendo pré-concentração por adsorção
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ELETRODO DE GOTA PENDENTE DE MERCÚRIO FABRICADO PELA EMPRESA PAR
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IMAGEM DE UMA CÉLULA POLARO-GRÁFICA
GOTA EM EGHg
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Eletrodo de mercúrio desenvolvido no IQ-USP, cujo desempenho é superior ao dos eletrodos comerciais.
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Pré-concentração
Os novos eletrodos de mercúrio de gota pendente permitiram que se passasse a explorar longos períodos de “coleta” do analito de interesse, denominada de etapa de pré-concentração.
Após este período, através de uma varredura rápida (de poucos segundos) todo o material
coletado é re-oxidado para a solução (stripping).
Isto possibilitou que se alcançasse limites ainda menores de concentração.
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Stripping anódico
Mn+Mn+Mn+Mn+
t
-E
E1/2 CuE1/2 Hg
+ E
I
Mn+ + ne- M0
M 0
M n++ ne-
REDUÇÃOPRÉ-CONCENTRAÇÃO
Cu Hg
RE-OXIDAÇÃODETERMINAÇÃO
+E
-E
M0
Mn+Mn+Mn+Mn+
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Stripping Catódico
Xn- + M MX + ne-MX +
n e-
M + X
n-
t
-E
I
E1/2
Oxidação Redução+E
MX
X-X-X-X-
X-
X- X-X-
+E
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Metal ASV AAS ETAAS ICP-MSAl 0,03* 45 0,15 0.16Cd < 0,0002 0,7 0,006 0,03Co < 0,005* 9 0,15 0,01Cr 0,02 3 0,06 0,01Cu 0,002 1,5 1,5 0,02Fe < 0,04 7,5 0,06 0,20Hg 0,005 300 1,2 0,02Mn 40 1,5 0,03 0,03Ni 0,001* 6 0,3 0,04Pb 0,001 15 0,15 0,01Sn < 0,03* 30 0,6 0,06Ti 100 75 1,2 0,32V 100 60 0,6 0,03Zn 0,02 1,5 0,03 0,01
* Stripping voltamétrico de adsorção
Limites de detecção para metais (µg.L-1)
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Métodos de “Stripping”
Os métodos de stripping anódico com EGPM baseiam se na formação de amálgamas dos metais a serem
determinados, dentre os quais, Cu, Pb, Cd, Zn, Tl...
Já os processos catódicos baseiam-se na formação de filmes insolúveis de HgX, dentre os quais cloreto,
brometo, iodeto, sulfeto...
Em suma, pouco mais de duas dezenas de metais e espécies que formam sais insolúveis com Hg+ ou
Hg++ podem ser determinados por stripping.Os eletrodos sólidos passam a ser utilizados para stripping a seguir.
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Pré-concentração por adsorção
Diversas espécies orgânicas tem grande afinidade por adsorver sobre eletrodos de mercúrio.
Esta propriedade pode ser explorada para a determinação direta de baixíssimas concentrações
de tais compostos.
Alternativamente, ligantes que não são eletroativos, também foram explorados para
complexar e pré-concentrar metais sobre eletrodos de mercúrio.
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Pré-concentração por adsorção de moléculas orgânicas
Molécula Eletrodo L.D./mol.L-1
Tiouréia Hg 2. 10-11
Bilirubina Hg 5. 10-10
Digoxina Hg 2. 10-10
Digitoxina Hg 2. 10-10
Testosterona Hg 2. 10-10
Progesterona Hg 2.10-10
Pesticidas c/ nitrogrupos Hg 5. 10-10
Cloropromazina Pasta de carbono 5. 10-9
Diazepam Nitrazepam Hg 5. 10-9
Cimetina Hg 4. 10-9
Dopamina Pt/Au 5.10-8
Adriamicina Pasta de carbono 10-8
Codeína/Cocaína Hg 10-8
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Associação de pré-concentração por adsorção com processos catalíticos
Limites ainda menores puderam ser alcançados quando uma reação catalítica pode ser associado
ao processo em questão.
Este processo catalítico regenera rapidamente o metal junto ao eletrodo, podendo este ser
novamente oxidado (ou reduzido), o que torna o sinal analítico ainda maior.
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Exemplos de determinações envolvendo pré-concentração por adsorção +catálise
IonMetálico
Ligante +Catalisador
Limite de detecção
Cr DTPA Nitrato
5 x 10-10 mol L-1
Mo Tropolone Clorato
1 x 10-1 mol L-1
U FormiatoNitrato
8 x 10-11 Mol L-1
W VMA-OxinaClorato
2 x 10-11 mol L-1
Ti Ácido MandélicoClorato
7 x 10-12 mol L-1
Pt Formazona H+
4 x 10-13 mol L-1
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Eletrodos Sólidos
A partir de 1950, os eletrodos sólidos passaram a ser explorados, especialmente na região anódica,
região inadequada para utilizar eletrodos de mercúrio.
Dentre os eletrodos mais utilizados, encontram-se os eletrodos de metais nobres (platina, ouro, prata, irídio....) e diversas formas de carbono
(grafite pirolítico, carbono vítreo, pasta de grafite...)
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Potenciais limites (V)(vs /calomelano)
Eletrodo Anódico CatódicoPlatina 1,25 - 1,0Ouro 1,5 - 1,28
Grafite Pirolítico 1,35 - 1,61Pasta de carbono 1,30 - 1,4Carbeto de boro 1,13 - 1,7
Mercúrio 0,3 - 2,2
(Os valores acima são muito dependentes do meio de trabalho).
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Eletrodos sólidos comerciais
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Vantagens dos eletrodos sólidos (frente a Hg)- Janela de potencial mais ampla- Simplicidade de operação- Facilidade de operação- Robustez
Desvantagens- Não apresentam sobrepotencial à redução de H+
- Superfície menos reprodutível- Renovação da superfície é mais trabalhosa
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Voltametria
O termo voltametria engloba um grupo de métodos eletroanalíticos nos quais a
informação sobre o analito deriva das medidas de corrente em função do potencial aplicado,
sob condições onde o eletrodo de trabalho (ou indicador) encontra-se polarizado.
i
E(V)
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A forma mais utilizada é a varredura linear de potencial, utilizada desde os primórdios da
polarografia.A faixa de potencial é “varrida” em uma única direção, iniciando no potencial inicial (t = 0)
e terminando no potencial final (t = tf).
E
t
A figura ao lado representa o perfil de uma rampa de potencial em uma varredura linear de potencial
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Já na voltametria cíclica, a direção do potencial é invertido ao final da primeira varredura. Então,
geralmente a varredura tem a forma de um triângulo isósceles.
Este processo traz a vantagem de que o produto da reação redox que ocorreu na primeira etapa de
varredura (na ida), pode ser avaliado novamente na varredura reversa (na volta).
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A ciclovoltametria possibilita uma série de aplicações, dentre as quais:
- Avaliar o potencial formal de pares redox- Determinar processos químicos que precedem
ou sucedem reações eletroquímicas- Avaliar a cinética de transferência eletrônica - Investigar a reatividade química das mais
diferentes espécies
A voltametria cíclica é uma ferramenta muito favorável para estudos exploratórios.
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Processos reversíveis
Sistemas cujo processo redox seguem exatamente as condições previstas pela equação de Nernst, apresentam voltamogramas cujas características podem ser verificadas por:
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a) A separação entre os potenciais de pico (Epa - Epc) é igual a 57/n mV, para qualquer velocidade de varredura (n = no de eletrons).
b) O número de elétrons envolvidos em um processo reversível pode ser determinado por CV (vide ítem a).
c) A relação de correntes (ipa/ipc) é igual a 1, independente da velocidade de varredura (ν) utilizada.
d) A corrente de pico cresce linearmente em função da raiz quadrada da velocidade de varredura.
A variação de i vs raiz quadrada de ν será vista a seguir:
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CV de ferroceno carboxilato em tampão fosfato (pH = 7,0) onde destaca-se o comportamento Nernstiano (reversivel)
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Em um processos reversíveis, a corrente de pico (anódico e catódico) em função da raiz quadrada da
velocidade de varredura, é linear.
A reta ao lado corresponde às
correntes máximas medidas nos picos
anódicos, apresentados na figura anterior.
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Para exemplificar como a ciclovoltametria pode ser uma importante ferramenta, vamos considerar o
seguinte exemplo:
O ciclovoltamograma da fenileno-diamina realizado a 100 mV/s, mostra um pico de oxidação (a ~520
mV) e um único pico de redução a ~200 mV.
Quando o mesmo CV foi feito utilizando velocidades maiores, um segundo pico de redução
surgiu, por volta de 450 mV.
Aumentando ainda mais a velocidade, houve significativo incremento deste pico (a 450 mV).
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A explicação para tais resultados está esquematizada abaixo: Fenileno-diamina é eletroquimicamente oxidada a fenileno-di-imina. Esta, reage com H2O, gerando benzoquinona. No caso de varreduras “lentas”, toda a di-imina é quimicamente oxidada a benzoquinona, que por sua vez pode ser reduzida. Com velocidades de varredura maiores, é possível reduzir a fenileno-di-imina antes que esta reaja (completamente) com a água.
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RESUMINDO:
A ciclovoltametria é uma “ferramenta” extremamente útil para aplicações
eletroanalíticas.
Apesar de não permitir a detecção de baixíssimas correntes (lembrar que em CV a
contribuição da corrente capacitiva não é facilmente subtraída) esta técnica via de regra é utilizada para avaliar sistemas desconhecidos.
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Eletrodos modificados
A manipulação proposital e controlada das propriedades superficiais de eletrodos permitiu
que se criasse um vasto arsenal de novos sensores eletroquímicos, que apresentam características
muito diversas e atrativas.
Ao modificar um eletrodo, procura-se atribuir novas características fisico-químicas à sua superfície, visando sua utilização para uma
determinada aplicação.
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Ao modificar um eletrodo, busca-se:
- Eletrocatálise de reações
- Seletividade
- Prevenção de envenenamento
- Pré-concentração
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Eletrocatálise de Reações
Modificações de eletrodos podem favorecer a eletrocatálise de reações, gerando significativo
incremento de sinal eletroquímico e/ou antecipação (para potenciais mais favoráveis)
o(s) processo(s) redox de interesse.
Podem inclusive favorecer a ocorrência de processos redox que não acontecem sobre o
eletrodo não modificado.
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Eletrodos modificados com porfirinas: Quantificação de NADH
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Seletividade
Filmes de compostos adsorvidos (ex: tióis, lipídeos, etc) ou de polímeros com
características descriminativas (ex: náfion, acetato de celulose, polipirrol, etc) são utilizados para selecionar quais analitos
atingirão a superfície do sensor, obtendo-se assim seletividade com relação às demais
espécies presentes.
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Filme de poli-1,2-diamino benzeno sobre eletrodo de carbono. Sinais para: a) H2O2; b) ácido ascórbico; c) ácido úrico; d) cisteína; e) soro humano.
Exemplo de seletividade por filmes poliméricos
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Prevenção de envenenamento
Em diversos casos, o analito, outra espécie ou o produto da reação redox tende a acumular sobre o sensor, levando à perda de atividade deste, com
conseqüente diminuição do sinal analítico. A utilização de mediadores elimina ou diminui
tais problemas. No caso de amostras complexas, espécies não eletroativas podem também
adsorver e bloquear o eletrodo. A utilização de filmes poliméricos pode atuar na
prevenção deste envenenamento.
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Prevenção de envenenamento por exclusão de ânions
Filmes de náfion
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Pré concentração
A modificação da superfície de eletrodos com compostos capazes de adsorver fortemente e
simultaneamente induzir a adsorção da espécie a ser determinada, permite que analitos em baixas
concentrações possam ser pré-concentrados.Alternativamente, filmes (de espécies
eletroinativas) adsorvidos ou depositados sobre a superfície de eletrodos podem promover um
“ambiente” favorável para a pré-concentração do analito de interesse.
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Eletrodos de pasta de carbono
Eletrodos de pasta de carbono tornaram-se populares devido a facilidade de preparo e
simplicidade de utilização.
Basicamente, é constituído de uma mistura de pó de grafite e óleo mineral. As quantidades variam,
tipicamente utiliza-se ~60% de pó de grafite e 40% de óleo mineral (relação m/m).
Junto à esta pasta é possível associar catalizadores, enzimas, trocadores iônicos...
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Biosensores
O desenvolvimento de biossensores teve início na década de 60 e ganhou grande popularidade
com o desenvolvimento de sensores para glicose.
Definição: É um dispositivo baseado na combinação de um componente biológico
responsável pelo reconhecimento molecular do analito de interesse com um transdutor
apropriado.
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Principais características dos biossensores:- Especificidade - Elevada sensibilidade
Desejável:-Alta durabilidade- Dimensão reduzida- Resposta rápida e reversível- Faixa dinâmica ampla- Baixo custo
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Construção de um biossensor
Eletrodo
Solução
Enzimas Filme Poroso
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Reações enzimáticas
Glicose:
Glicose + O2 H2O2 + Ácido glucônico
Glicose pode ser monitorada via:
- decréscimo de O2- pelo aparecimento de H2O2- ou ainda pela variação de pH
GOx
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Na construção de biossensores, os mais variados materiais podem ser utilizados, dentre os quais:
- Enzimas- Anticorpos- Antígenos- Fungos- Bactérias- Tecidos vegetais- Tecidos animais- DNA...
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Construção de biossensoresAs mais variadas formas de construção de
biossensores podem ser encontradas na literatura.
Desde os primeiros sensores que utilizavam papel de celofane como barreira para a retenção de enzimas, nos ~40 anos de desenvolvimento
destes sensores, muito se evoluiu.
Atualmente, dezenas de diferentes processos podem ser vistos, muitos dos quais envolvendo
altíssima tecnologia.
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![Page 78: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/78.jpg)
Microeletrodos
Quando as dimensões de um eletrodo são diminuídas da escala de cm ou mm para
micrômetros, verificam-se diversas mudanças no comportamento voltamétrico.
Apesar de as vantajosas propriedades de eletrodos tão pequenos serem conhecidas há muitos anos, pesquisas nesta área não eram freqüentes até o
início da década de 70.Os avanços na área da eletrônica e o desenvolvimento de materiais com microestruturas e novas formas de
construção impulsionaram esta área.
![Page 79: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/79.jpg)
Vantagens e aplicações de microeletrodos:Menor distorção ôhmica- Análises em meio orgânico e águas naturaisMaior densidade de correnteµ-eletrodos de 100 Å: i > 100 A/cm2
Maior resolução temporalCinética: V>106 V/s - t = sub µ-segundosMaior versatilidadeAnálises em µ-volumes (10-11 L)Estudos intra-celularesEletroquímica de gasesMapeamento de pontos de corrrosãoe muitas outras aplicações...
![Page 80: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/80.jpg)
Em solução, a rápida reposição de material à superfície do microeletrodo se deve à
contribuição da difusão não radial, que faz com que a resposta obtida seja diferente da obtida
com eletrodos de tamanho convencional.
A figura a seguir, compara respostas de eletrodos com dimensões de milímetros com a de um
microeletrodo.
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Respostas de um eletrodo convencional e de microeletrodos
![Page 82: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/82.jpg)
A busca de ferramentas para o estudo de mecanismos de reações (1970) deu início à utilização dos
microeletrodos.
No entanto, a descrição do desenvolvimento de metodologias para estudos “in vivo” (1980) chamou a atenção para este campo e impulsionou de maneira muito significativa a utilização de microeletrodos.
As vantagens de utilizar eletrodos de dimensões micrométricas permitiram que se averiguasse a
liberação de determinados neurotransmissores a nível celular, bem como a ação de fármacos.
![Page 83: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/83.jpg)
Eletrodo de fibra de carbono
![Page 84: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/84.jpg)
Microeletrodos para medição de pH no esôfago
![Page 85: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/85.jpg)
Microeletrodo cônico com menos de 1 µm de diâmetro
![Page 86: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/86.jpg)
Analytical Chemistry, 1996.
![Page 87: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/87.jpg)
![Page 88: Aula Voltametria](https://reader030.vdocuments.net/reader030/viewer/2022012309/5571f9c94979599169906f2c/html5/thumbnails/88.jpg)
Resumindo:
Nesta aula foi possível ter uma visão de alguns dos métodos voltamétricos.
As possibilidades de aplicações na área farmacêutica são muito amplas.
As pesquisas envolvendo métodos eletroquímicos e a área farmacêutica é ainda
muito limitado em nosso contexto...