autitoria interna x auditoria externa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI – UFPI DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADM. – DCCA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CCC DISCIPLINA: AUDITORIA I PROFESSOR: JEFERSSON AUDITORIA COMPONENTES: Ellayne Mendes Fabiana Silva Gabrielle Brasil Hugo Abreu Juliano Brito

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Trabalho auditoria

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Page 1: Autitoria Interna x Auditoria Externa

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI – UFPI

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADM. – DCCA

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CCC

DISCIPLINA: AUDITORIA I

PROFESSOR: JEFERSSON

AUDITORIA

COMPONENTES:

Ellayne Mendes

Fabiana Silva

Gabrielle Brasil

Hugo Abreu

Juliano Brito

Raysyanne Farias

Teresina (PI), 09 de julho de 2013

Page 2: Autitoria Interna x Auditoria Externa

1. INTRODUÇÃO

Com a evolução do sistema capitalista, em especial, após a revolução

industrial, a atividade empresarial, que antes era desenvolvida através de

grupos familiares, e que tinha como característica ser uma organização

fechada aos membros de uma linhagem passou a abrir seu capital social para

novos acionistas, tendo em vista a necessidade de expandir seu mercado e o

grande acirramento da concorrência.

Ademais, para as expansão do mercado seria necessário que as

empresas tivessem um capital muito maior do que o patrimônio de uma família,

tornando assim imprescindível a obtenção de recursos de terceiros,

especialmente através de empréstimos das instituições financeiras e com a

abertura do seu capital social para novos investidores.

Entretanto, para que terceiros viessem a disponibilizar recursos para

empresa, era fundamental que esses investidores conhecessem a situação

patrimonial e financeira da sociedade, e para tanto exigiam que as

demonstrações financeiras da entidade fossem analisadas por profissionais

que não tivessem relação com a mesma, ou seja, alguém independente, fato

este que gerava uma maior credibilidade e confiabilidade das opiniões

emitidas.

Em decorrência do que foi exposto surgiu o auditor externo, o qual teria

a função de avaliar as demonstrações contábeis e emite sua opinião ou

parecer sobre a posição econômica e financeira da entidade, e, considerando a

atividade que este desempenharia, deveria esse profissional ser um contador.

Ocorre que, com crescimento das empresas e expansão dos negócios,

sentiu-se a necessidade de aprimorar seus procedimentos internos, elemento

de grande importância para redução dos custos e para auxiliar o administrador

na tomada de decisões, surgindo assim o auditor interno que teria a função de

melhorar os instrumentos de controle interno, e verificar se as normas internas

estabelecidas estavam sendo seguidas pelos funcionários da empresa.

Vale mencionar que a auditora interna surgiu como uma ramificação da

auditoria externa, de tal modo que quanto melhor for o controle interno

supervisionado pelo auditor interno, menor será a amplitude dos testes

realizados pelo auditor externo.

Page 3: Autitoria Interna x Auditoria Externa

Ademais, é importante notar que a auditoria interna e a auditoria externa

apresentam inúmeros aspectos que lhe diferenciam, valendo destacar nesse

momento o ponto mais relevante que os distinguem, qual seja, maior grau de

independência que o auditor externo possui em relação ao auditor interno (que

é funcionário da empresa auditada).

No que diz respeito à verificação de erros e fraudes pelos auditores, vale

dizer que apesar do seu objetivo principal não ser o de detectar possíveis

irregularidades, esses tem a obrigação de informar fraudes e erros à

administração da entidade, além de aconselhar medidas corretivas,

comunicando sobre os possíveis efeitos em sua opinião ou parecer, caso elas

não sejam adotadas.

Por fim, independentemente de se trata de auditor interno ou auditor

externo, ambos são contadores, e como tais tem o dever profissional de balizar

suas condutas de acordo com os princípios éticos, e, em conformidade com o

Código de Ética Profissional do Contador (Resolução CFC nº 803/1996).

Page 4: Autitoria Interna x Auditoria Externa

2.DESENVOLVIMENTO

AUDITORIA INTERNA E EXTERNA

Auditoria, no conceito trazido por LIMA e CASTRO1, é um exame

analítico de determinada operação, com o objetivo de atestar sua validade.

Segundo as Normas Internacionais de Auditoria, a auditoria das

demonstrações contábeis tem por objetivo habilitar o profissional a expressar

opinião sobre se as demonstrações contábeis foram apresentadas de acordo

com a estrutura conceitual identificada para relatórios contábeis, ou seja, com

as adequações e aderência ás diretrizes e normas da organização, aos

Princípios Fundamentais de Contabilidade e às normas usuais de auditoria,

proporcionando credibilidade à Contabilidade.

Os trabalhos de auditoria serão realizados pelo auditor, profissional que,

no caso de auditoria de Demonstrações contábeis, deve ser formado no curso

de Ciências Contábeis.

Dentre outras diferenças, a relação do auditor com a empresa auditada é

o que caracteriza a auditoria como interna ou externa. Caso seja realizada por

um funcionário da empresa, será auditoria interna, se for por terceiro

contratado para tal fim, considera-se auditoria externa.

De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna é idêntico

aquele executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos

utilizando-se das mesmas técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção

voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e

formulam sugestões de melhorias para as deficiências encontradas, ambas

modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas observações e a

eficiência dos sistemas contábeis e de controles internos existentes.

Neste ponto, pode-se destacar o alcance da auditoria, que consiste

exatamente nos procedimentos necessários para atingir os objetivos propostos,

que devem ser determinados pelo próprio auditor em observância às leis,

1 LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbison Gonçalves de. Fundamentos da auditoria

governamental e empresarial. 2.ed. Editora Atlas: 2009, p.02.

Page 5: Autitoria Interna x Auditoria Externa

regulamentos, organizações profissionais pertinentes e, quando apropriados,

aos termos da contratação da auditoria e exigências de relatórios.2

Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos

têm suas diferenças básicas. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em

seu pronunciamento NBC-T-12 define a auditoria interna como “... o conjunto

de procedimentos técnicos que têm por objetivo examinar a integridade,

adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas,

contábeis, financeiras e operacionais da entidade”.

A auditoria interna é feita por um auditor que fica constantemente na

empresa e, normalmente, trabalha junto à diretoria executiva ou à presidência.

A importância desse tipo de auditoria se dá na administração e averiguação de

todos os procedimentos internos e políticas definidas pela empresa. Ou seja,

por meio desta, é possível perceber se os sistemas contábeis e de controles

internos estão sendo efetivos e realizados dentro dos critérios. O auditor

interno é um empregado da empresa, porém não deve estar subordinado a

nenhuma área cujo trabalho examina. Além disso, não deve desenvolver

atividades que ele próprio possa um dia vir a examinar.

Com o mesmo intuito, funciona a auditoria externa ou auditoria

independente, porém, em extensões diferentes. Segundo o CFC a auditoria

externa compreende “...o conjunto de procedimentos técnicos que têm por

objetivo a emissão de um parecer sobre sua adequação, consoante os

Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC´s) e às Normas Brasileiras de

Contabilidade (NBC´s) e no que for pertinente, à legislação específica”.

O auditor externo trabalha de forma independente, sem vínculo

empregatício com a empresa. Ele também trabalha em parceria com o auditor

interno, para testar a eficiência dos sistemas utilizados. Normalmente, o auditor

externo funciona como um consultor e tem sua atenção voltada para a

confiabilidade dos registros contábeis. Portanto, cabe outra comparação com a

auditoria interna. No caso de auditoria interna, o objetivo é a emissão de

relatório sobre os controles internos. Já na auditoria externa, o objetivo é a

emissão de parecer.

2 Idem

Page 6: Autitoria Interna x Auditoria Externa

Essas duas funções, normalmente ligadas ao campo contábil, possuem

interesses comuns e grande conexão entre seus trabalhos. Usualmente, a

auditoria interna trabalha mais como uma coordenação dentro da empresa,

enquanto a auditoria externa busca comprovar as demonstrações financeiras e

se utiliza, muitas vezes, dos resultados da auditoria interna para tanto. Dessa

forma, estas duas áreas devem buscar unir seus trabalhos para que não

existam repetições na execução das tarefas.

O quadro3 abaixo mostra algumas das diferenças entre ambos:

 Auditoria Interna

 Auditoria Externa

 A auditoria é realizada por um funcionário da empresa

 A auditoria é realizada através de contratação de um profissional independente

 O objetivo principal é atender as necessidades da administração

 O objetivo principal é atender as necessidades de terceiros no que diz respeito à fidedignidade das informações financeiras

 A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizado para desenvolver aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de políticas e normas, sem estar restrito aos assuntos financeiros

 A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizado para determinar a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras

 O trabalho é subdividido em relação às áreas operacionais e às linhas de responsabilidade administrativa

 O trabalho é subdividido em relação às contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado

 O auditor diretamente se preocupa com a detecção e prevenção de fraude

 O auditor incidentalmente se preocupa com a detecção e prevenção fraudes, a não ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstrações financeiras

 O auditor deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele examina, porém subordinado às necessidades e desejos da alta administração

 O auditor deve ser independente em relação à administração, de fato e de atitude mental

 A revisão das atividades da empresa é

 O exame das informações

3 FONTE: < http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/auditoriainterna_diferencasbasicasentreauditoria.htm >

Page 7: Autitoria Interna x Auditoria Externa

contínua comprobatórias das demonstrações financeiras é periódica, geralmente semestral ou anual.

Neste ponto, pode-se dissertar sobre as diferenças a seguir:

a) Propósito do trabalho: A auditoria interna e operacional visa elaborar

sugestões para o aprimoramento da gestão operacional, salvaguardar os ativos

da empresa e tornar mais eficientes os controles internos. Na auditoria externa

independente, sua preocupação é verificar se as demonstrações contábeis

condizem com os princípios fundamentais da contabilidade e se os saldos das

contas refletem com propriedade a posição patrimonial e financeira do cliente.

b) Parâmetros para a execução dos trabalhos: O auditor interno

fundamenta-se nas normas e políticas elaboradas pela empresa para a

realização e emissão de seus relatórios. Já o auditor externo utiliza-se dos

princípios fundamentais de contabilidade para suportar sua opinião. Os órgãos

normativos e orientadores da atividade emitem e discutem, com frequência,

padrões que devem ser obedecidos pela categoria. O auditor independente não

pode desobedecer a tais padrões de trabalho.

c) Nível de preocupação com os controles internos: A preocupação do

auditor interno é com eficiência do funcionamento dos controles; esse aspecto

é de fundamental importância para seus trabalhos. Já a auditoria externa

verifica se possíveis falhas nos controles internos podem produzir efeitos

relevantes nas demonstrações contábeis.

d) Dependência profissional: O auditor interno, por ser funcionário da

empresa e dependente do emprego, pode sofrer restrições para a emissão de

relatórios com críticas às práticas empresariais ou decisões do alto escalão.

Para diminuir o grau de dependência, o auditor interno deve ocupar um cargo

de nível hierárquico superior, de preferência subordinado ao alto escalão de

comando da empresa. Portanto, o trabalho do auditor interno necessita de

suporte da direção da empresa, ou seja, somente a direção pode delegar à

auditoria a autoridade necessária para desempenhar suas funções. Já a

Page 8: Autitoria Interna x Auditoria Externa

auditoria externa, sofre menos restrições, justamente por ser independente e

tem maior autonomia para emitir suas críticas e opiniões.

e) Formato do relatório: O relatório de auditoria interna não é padronizado,

podendo variar de empresa para empresa, ou mesmo depende do responsável,

pelo gerenciamento do departamento. O relatório do auditor externo não pode

fugir aos modelos padronizados dos órgãos normativos da atividade como

Conselho Federal de Contabilidade, IBRACON, Banco Central, Comissão de

Valores Mobiliários, etc.

f) Usuários dos trabalhos e dos relatórios de auditoria: Os relatórios da

auditoria interna destinam-se aos gestores da empresa: normalmente é restrita

sua circulação. Os relatórios da auditoria externa têm como principais usuários

o público externo ao cliente, tais como acionistas, investidores no mercado de

capitais e credores.

SUBORDINAÇÃO NA AUDITORIA

O auditor interno, por ser funcionário da empresa, não raras vezes tem

sua autonomia questionada. Somente com um posicionamento profissional

diretamente ligado a conceitos éticos, ele poderá consolidar sua condição de

autonomia para executar suas atividades. O auditor precisa de autonomia e

credibilidade para poder revisar e avaliar políticas e planos, procedimentos,

normas, operações e registros, de maneira a contar com a absoluta confiança e

apoio dos auditados, do corpo gerencial e da alta administração.

Faz-se mister que o auditor interno, no desempenho de suas atividades,

imprima qualidade excepcional aos seus relacionamentos profissionais,

atuando como consultor, isto é, esclarecendo dúvidas à medida que elas

surgem, identificando a origem dos problemas detectados e discutindo

prontamente a solução com seu auditado, sempre agindo com lisura,

paciência, educação, respeito, criatividade e senso crítico. A adoção deste

posicionamento tornará o auditor interno um profissional mais respeitado,

consolidando sua credibilidade junto à organização.

Page 9: Autitoria Interna x Auditoria Externa

Não raras vezes, encontram-se auditores internos, ou seu departamento,

subordinados a diretores financeiros. Esta é uma deformidade em nível de

estrutura organizacional, pois subordina o auditor interno a uma chefia que

comanda uma série de departamentos da empresa, que serão alvo de seu

trabalho. Fatalmente haverá o constrangimento profissional, e a perda da

autonomia, condição indispensável à realização de um trabalho adequado.

É recomendável que o auditor interno esteja subordinado ao nível mais

elevado possível dentro da organização, como ao Presidente da entidade. Isso

refletirá diretamente sobre a qualidade do trabalho executado e sobre os

resultados que este propiciará à empresa. Outra razão para esta linha de

vinculação é que, estando o auditor vinculado a um diretor, isso poderá afetar a

credibilidade do seu trabalho, na medida em que possa ser visto pelas demais

diretorias como um membro daquela verificando transações das outras.

Consequentemente, a vinculação do auditor interno diretamente ao Presidente

ou Conselho de Administração, ou à Diretoria como Colegiado, passa a ser

condição fundamental para a aceitação da Auditoria Interna como um real

instrumento de controle e assessoria útil para a empresa.

FRAUDE X ERRO

A principal função da auditoria é emitir parecer ou relatório quanto à

veracidade das demonstrações contábeis e não a busca da fraude, porém na

atividade os auditores poderão detectar fraudes ou erros, tendo o auditor o

dever de comunicar à administração da entidade e sugerindo medidas

corretivas. Antes de continuar o estudo é importante entender o significado de

erro e fraude dentro do contexto da auditoria externa e interna.

Para Auditoria Externa fraude é um ato intencional de omissão ou

manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e

demonstrações contábeis. Já o conceito de erro para a Auditoria Externa

refere-se ao ato não intencional na elaboração de registros e demonstrações

contábeis, que resulte em incorreções desses, consistem em erros aritméticos

Page 10: Autitoria Interna x Auditoria Externa

na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis, aplicação incorreta

das normas contábeis e interpretação errada das variações patrimoniais.

Agora dentro do contexto da Auditoria Interna fraude refere-se a atos

voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração

de documentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis, tanto em

termos físicos quanto monetários. Por outro lado, erro aplica-se a atos

involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação

de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis, bem como de

transações e operações da instituição, tanto em termos físicos, quanto

monetários.

Como citado acima a fraude pode acontecer em termos físicos, como

por exemplo: retirar mercadorias, matérias primas, produtos e resíduos; e em

termos monetários, como: subtrair dinheiro, títulos, além de enganar o fisco,

não pagando os impostos devidos.

A responsabilidade de prevenção e identificação de fraudes ou erros é

da própria administração da entidade, mediante um sistema de controle interno.

Logo, o Auditor Interno deverá assessorar a administração nesse trabalho de

prevenção de erros e fraudes, obrigando-se a informa-la, de maneira

reservada, sobre quaisquer indícios verificados no decorrer de seu trabalho.

COMPORTAMENTOS ANTIÉTICOS

Para entendermos a ética é necessário falamos sobre sociedade e ordem.

Sociedade é a reunião de seres que vivem em um grupo, num conceito

mais restrito, é o conjunto de seres que vivem em determinada faixa de tempo

e espaço, seguindo normas comuns e que são unidas pelo sentimento de

consciência do grupo. Como por exemplo, a sociedade medieval e sociedade

moderna.

A ordem humana é artificial. O homem não recebe pronta, como herança

genética. Ele tem que inventá-la, construí-la e reconstruí-la. Por isso mesmo,

Page 11: Autitoria Interna x Auditoria Externa

na sociedade atual, a ordem é tão diferente daquela vivida pelos homes da

antiguidade.

Ordem é o conjunto de normas, regras, leis, valores e o modo de

relacionamento sejam no trabalho, na família ou entre amigos.

Ética são valores e virtudes. Valor e virtude, por sua vez, se referem a

comportamento humano. Então, o campo ético é constituído, de um lado, por

comportamento e, de outro, por juízos de valor, pela apreciação desses

comportamentos.

A reflexão ética passa por essa questão: o estabelecimento de juízos de

valor para o que está conforme ou contrário às normas de convivência dos

homens em sociedade. Daí serem tão comuns as expressões éticas e

antiéticas, quando nos referimos a certas atitudes dos indivíduos em

sociedade.

Com base no papel à atividade humana, a sociedade moderna

desenvolve uma ética do trabalho que consiste em entender essa atividade- o

trabalho- como fator fundamental à construção da identidade e da realização

pessoal e ao estabelecimento de uma ordem social, onde prevaleçam relações

fundadas na dignidade, na liberdade e na igualdade entre homens.

Conforme estes conceitos, podemos citar cinco comportamentos antiéticos

no desenvolvimento do trabalho de Auditoria.

Usar o cargo ou função para propósitos privados;

Dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e

munido de documentos;

Usar informação obtida no desempenho de suas obrigações para obter

benefício pessoal para si ou para outros;

Manter relacionamentos que envolvam riscos de corrupção ou que

possam levantar dúvidas sobre sua objetividade e independência

Aceitar presentes ou brindes que poderiam influir ou possam ser

interpretados como tentativas de influir sobre independência.

CONCEITOS BÁSICOS

Page 12: Autitoria Interna x Auditoria Externa

Pelo acima exposto, pode-se extrair o entendimento de alguns

conceitos básicos da auditoria. A seguir:

a) Alcance: corresponde aos procedimentos necessários para

atingir os objetivos propostos. O objetivo da auditoria interna é atender as

necessidades da administração, enquanto da auditoria externa é atender as

necessidades de terceiros no que diz respeito à fidedignidade das informações

financeiras. O alcance deve ser determinado pelo próprio auditor em

observância às leis, regulamentos, organizações profissionais pertinentes e,

quando apropriados, aos termos da contratação da auditoria e exigências de

relatórios.

b) Ética: é um conjunto de preceitos que norteiam a conduta

humana na sociedade sobre o que é moralmente certo ou errado. Porém, é

importante lembrar que ética é diferente de moral. Moral são costumes, regras

e convenções estabelecidas por cada sociedade.

c) Evidenciação: Na contabilidade é a demonstração da situação

econômico-financeira e patrimonial de uma empresa, realizada com base nas

informações advindas dos registros contábeis, seja através das demonstrações

obrigatórias de publicação, seja através dos mais variados tipos de relatórios

emitidos pelos contabilistas.

d) Grau de responsabilidade: A independência do profissional

auditor está relacionada à sua relação com a alta administração da empresa.

Se pertencer ao quadro de empregados, realiza trabalho de auditoria interna,

estando, portanto, subordinado ao alto escalão da instituição. Se for

profissional independente, ou seja, contratado pela empresa para

desempenhar algum serviço de auditoria, o seu grau de independência será

muito maior em relação ao auditor interno, no que diz respeito à sua vinculação

com alta gerência. Com isso, percebe-se que o elemento independência

propicia ao especialista auditor uma atuação de forma mais livre, objetiva e

imparcial na avaliação de seu planejamento, execução e emissão de

relatório/parecer.

e) Responsabilidade legal: O auditor, no desempenho de seus

trabalhos, deve atuar com total observância às normas e regulamentos

emanados pelos órgãos reguladores. No exercício da profissão, os auditores

Page 13: Autitoria Interna x Auditoria Externa

podem ser responsabilizados por erros, falhas, omissões e/ou dolo quanto à

veracidade e a forma com que realizam o trabalho e emitem a sua opinião por

intermédio do parecer de auditoria. Essa responsabilização advém da lei como

forma de limitar abusos que, porventura, poderiam vir a ser cometidos pelos

órgãos fiscalizadores da profissão ou até mesmo pelo Estado-Juiz quando o

ato praticado pelo auditor for passível de sanção penal, por exemplo.

3.CONCLUSÃO

Page 14: Autitoria Interna x Auditoria Externa

A auditoria traz um significativo leque de oportunidades para a

expansão das empresas e a melhoria na prestação dos serviços atinentes aos

órgãos governamentais. Através da auditoria interna, busca-se verificar se as

normas internas da entidade estão sendo plenamente seguidas pelos

empregados, cabendo ao auditor interno propor o aprimoramento dos padrões

e quando pertinente, verificar a necessidade de elaboração de novas normas

internas. No âmbito externo, os investidores, por exemplo, são agraciados

pelas informações contidas nos pareceres/relatórios, uma vez que o auditor

externo traça considerações mais aprofundadas sobre a posição patrimonial e

financeira da empresa e se suas demonstrações contábeis estão de acordo

com os princípios fundamentais da contabilidade.

Embora a auditoria interna diferencie-se da auditoria externa no que diz

respeito ao grau de independência, é certo que o menor grau de autonomia

atribuído ao auditor interno, já que este fica subordinado, em regra, à alta

administração, não reduz em nada a importância de seus trabalhos, uma vez

que deverá atuar com isenção, equanimidade e zelo na realização dos

trabalhos e exposição de suas conclusões.

A auditoria contábil tem como objetos a comprovação, com exatidão,

dos fatos contábeis, interpretação crítica dos exames a que procedeu o auditor,

proteção contra fraudes e orientações para o governo do patrimônio.

Entretanto, para se alcançar tais objetos os auditores devem obedecer a um

rígido conjunto normativo traçado pelas principais entidades relacionadas com

os auditores, quais sejam: CVM, IBRACON, AUDIBRA, CFC, CRC e outros.

Tais órgãos são responsáveis pela elaboração e aprovação de regras a serem

observadas pelos auditores, cabendo a algumas delas, o registro e fiscalização

do exercício do profissional contabilista.

O auditor, em sua lida, não colabora apenas com o auxílio ao

administrador no que se refere à tomada de decisões, coopera ainda mais para

evidenciação do erro, fraude e omissões. Quando descobertos esses atos,

intencionais ou não, e desde que relevantes para as demonstrações contábeis,

devem ser informados à administração com as respectivas sugestões para

Page 15: Autitoria Interna x Auditoria Externa

impedir ou minorar os efeitos negativos que tais condutas trouxeram à

entidade.

A não observância por parte dos auditores quanto aos deveres éticos

que balizam suas condutas, assim como a inobservância relativa às

disposições normativas, podem sujeita-los às sanções disciplinares que vão da

multa até a suspensão do exercício profissional.

Pelo exposto, infere-se que a auditoria examina fatos em ocorrência e

aqueles que já ocorreram, cabendo ao auditor cercar-se de conhecimentos

técnicos para proferir seu relatório/parecer sem improvisações. Deduz-se, por

fim, que a auditoria não é para iniciantes, sendo efetivamente apropriada para

os já experientes na direção de escritórios e registros contábeis.

Page 16: Autitoria Interna x Auditoria Externa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Universidade da Amazônia. Auditoria interna e externa. Disponível

em < http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_cont_8mod/auditoria/pdf/

aula05(25) .pdf> Acesso em 05 jul.2013.

AUDITORIA. Portal de. Diferenças básicas entre a auditoria interna e a

auditoria externa. Disponível em <http://www.portaldeauditoria.com.br/

tematica/auditoriainterna_diferencasbasicasentreauditoria.htm> Acesso em 05

jul.2013.

LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbison Gonçalves de. Fundamentos da

auditoria governamental e empresarial. 2.ed. Editora Atlas: 2009

SÁ, Antônio Lopes de. Curso de auditoria. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

IBRACON. Código de ética da contabilidade. Disponível em:

http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detInstitucional.php?cod=7.

Acesso em: 03 de julho de 2013.