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Autor: César de Souza Rodrigues Orientador: Prof. Cícero Murta Diniz Starling Monografia “AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS – UMA ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA NORMA NBR 14.653 POR PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA” Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 2006

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Autor: César de Souza Rodrigues

Orientador: Prof. Cícero Murta Diniz Starling

Monografia

“AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS – UMA ANÁLISE CRÍTICA DA

APLICAÇÃO DA NORMA NBR 14.653 POR PROFISSIONAIS DE

ENGENHARIA”

Belo Horizonte

Escola de Engenharia da UFMG

2006

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Autor: César de Souza Rodrigues

“AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS – UMA ANÁLISE CRÍTICA DA

APLICAÇÃO DA NORMA NBR 14.653 POR PROFISSIONAIS DE

ENGENHARIA”

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil da

Escola de Engenharia UFMG

Ênfase: Avaliações e Perícias

Orientador: Prof. Cícero Murta Diniz Starling

Belo Horizonte

Escola de Engenharia da UFMG

2006

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RESUMO

Este trabalho teve o objetivo de demonstrar a importância do atendimento à

norma de avaliações de bens NBR 14.653 partes 1 (Procedimentos gerais) e 2

(Imóveis urbanos), através da análise crítica de 8 (oito) laudos de avaliação

executados por profissionais da área de engenharia contratados por determinada

instituição financeira. Após o estudo dos casos, foi constatado que os laudos

apresentam não conformidade com as regulamentações do normativo. Foi

proposto no final do trabalho um “check list” dos pressupostos da norma, com a

intenção de facilitar ao avaliador a observância, durante a execução do trabalho,

do atendimento à referida norma.

Palavras-chave: avaliações de bens, avaliações imóveis urbanos.

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ABSTRACT

This research had the objective to demonstrate the value of following the rules of

assets appraisal NBR 14.653 part 1 – General procedures and part 2 – Appraisal

of urban real estate, through a critic evaluation of 8 (eight) cases of assets

appraisal made by engineers hired by a bank. The critic evaluation shown that the

cases were not in conformity to the rules of assets appraisal. At the end, the

research came with a proposal which is a check list of the rules procedures, in

order to simplify the job of the engineer, during the assets appraisal and to make

sure that it had the observance of the rules of assets appraisal NBR 14.653, parts

1 and 2.

Key-words: assets appraisal, appraisal of urban real estate

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 9

1.1 Apresentação do tema e do problema 9

1.2 Estruturação do trabalho 11

2. OBJETIVO GERAL E RELEVÂNCIA 13

2.1 Objetivo geral 13

2.2 Relevância do trabalho 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14

3.1 Apresentação do laudo de avaliação completo 14

3.1.1 Identificação do solicitante 15

3.1.2 Finalidade do laudo 15

3.1.3 Objetivo da avaliação 15

3.1.4 Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes 15

3.1.5 Identificação e caracterização do imóvel avaliando 15

3.1.6 Diagnóstico de mercado 16

3.1.7 Indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s) 17

3.1.8 Especificações das avaliações 18

3.1.9 Tratamento dos dados e identificação do resultado 20

3.1.10 Resultado da avaliação e sua data de referência 21

3.1.11 Qualificação legal 21

3.2 Método comparativo direto de dados de mercado 22

3.2.1 Planejamento da pesquisa 22

3.2.2 Identificação das variáveis do modelo 22

3.2.2.1 Variáveis quantitativas 23

3.2.2.2 Variáveis qualitativas 24

3.2.3 Levantamento de dados de mercado 30

3.2.4 Tratamento de dados 30

3.3 Conceitos científicos 31

3.3.1 Inferência Estatística Aplicada 31

3.3.2 Procedimentos para utilização modelos de regressão linear 33

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3.3.2.1 Micronumerosidade 34

3.3.2.2 Linearidade 35

3.3.2.3 Normalidade 38

3.3.2.4 Homocedasticidade 40

3.3.2.5 Não autocorrelação 42

3.3.2.6 Multicolinearidade 44

3.3.2.7 Pontos influenciantes ou outliers 46

3.3.2.8 Significância dos regressores 48

3.3.2.9 Poder de explicação 52

3.3.2.10 Intervalo de confiança 56

3.3.2.11 Campo de arbítrio 56

3.3.2.12 Códigos alocados 56

4. METODOLOGIA 58

4.1 Procedimentos metodológicos 58

5. ESTUDOS DE CASOS 60

5.1 Apresentação dos casos 60

5.2 Análise dos casos 89

6. PROPOSTA DE “CHECK LIST” 103

7. CONCLUSÃO 106

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 108

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1: Variável Dicotômica .................................................................... 25

Figura 3.2: Variável Qualitativa: Padrão de Acabamento x Valor Unitário.... 27

Figura 3.3: Variável Qualitativa Adequada .................................................... 28

Figura 3.4: Gráfico da equação de regressão y=A+Bx .................................. 36

Figura 3.5: Gráfico da Equação de Regressão Y= A + Bz ............................ 37

Figura 3.6: Histograma dos resíduos ............................................................ 39

Figura 3.7: Gráfico dos resíduos padronizados versus valores ajustados ... 39

Figura 3.8: Modelo homocedástico ............................................................... 41

Figura 3.9: Modelo heterocedástico .............................................................. 41

Figura 3.10: Estatística de Durbin-Watson ................................................... 43

Figura 3.11 Outlier ........................................................................................ 47

Figura 3.12: Pontos influenciantes ............................................................... 48

Figura 3.13: Gráfico dos resíduos x variável ................................................ 48

Figura 3.14: Teste bilateral ........................................................................... 50

Figura 3.15: Teste unilateral ......................................................................... 51

Figura 3.16: Caso 08: Gráfico Valor Unitário x Área Total ........................... 93

Figura 3.17: Caso 08: Gráfico Valor Unitário x Área Total (transformadas) . 94

Figura 3.18: Caso 06: Normalidade dos resíduos ........................................ 94

Figura 3.19: Caso 06: Distribuição de freqüência ......................................... 95

Figura 3.20: Caso 06: Gráfico resíduos padronizados X valores ajustados .. 95

Figura 3.21: Caso 01: Verificação da homocedasticidade ............................. 96

Figura 3.22: Caso 08: Gráfico resíduos cotejados com valores ajustados .... 97

Figura 3.23: Caso 08: Matriz das correlações ................................................ 97

Figura 3.24: Caso 05: Presença de outlier e ponto influenciante ................... 99

Figura 3.25: Caso 08: Equação de regressão na forma inversa ................... 102

Figura 3.26: Caso 08: Gráfico de preços observados x valores estimados ... 102

Figura 6.1: “Check list” para os pressupostos básicos .................................. 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1: Graus de fundamentação no caso de utilização de mo-

delos de regressão linear ...................................................... 18

Tabela 3.2: Enquadramento dos laudos segundo seu grau de funda-

mentação no caso de utilização de modelos de regres-

são linear ............................................................................... 19

Tabela 3.3: Grau de precisão da estimativa do valor no caso de

utilização de modelos de regressão linear ............................ 20

Tabela 3.4: Tabela Anova ........................................................................ 50

Tabela 3.5: Parâmetros indicativos para o coeficiente de correlação ...... 53

Tabela 3.6: Caso 05: Significância dos regressores ................................ 99

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 3.1: Razão de Von Neumann ........................................................ 42

Equação 3.2: Teste das hipóteses ............................................................... 49

Equação 3.3: Teste t de Student .................................................................. 49

Equação 3.4: Teste t de Student .................................................................. 49

Equação 3.5: Hipótese nula dos regressores ............................................... 51

Equação 3.6: Equação de Fc ......................................................................... 51

Equação 3.7: Equação do coeficiente de correlação .................................... 52

Equação 3.8: Equação do coeficiente de determinação ajustado ................ 55

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do tema e do problema

A avaliação imobiliária é hoje, nas instituições financeiras e empresas em geral,

uma grande ferramenta no auxílio, por exemplo, à efetivação de negócios ligados

à locação de bens imóveis para uso próprio, à aceitação de bens em garantia, à

alienação de imóveis não de uso e recebidos em dação em pagamento, dentre

outros.

Nas instituições financeiras as avaliações imobiliárias são, em sua grande

maioria, efetuadas por engenheiros avaliadores previamente cadastrados junto às

mesmas e contratados por estas. Tais avaliações são homologadas por analistas

técnicos da instituição financeira, os quais devem validar as apresentações e os

resultados dos engenheiros avaliadores em conformidade com as instruções

técnicas vigentes.

A avaliação de bens é regida pela NBR (Norma Brasileira) 14653, que é

constituída pelas seguintes partes, sob o título geral “Avaliações de bens”:

• Parte 1: Procedimentos gerais;

• Parte 2: Imóveis urbanos;

As demais partes da norma se referem a outros tipos de avaliações de bens que

não serão tratados neste trabalho:

• Parte 3: Imóveis rurais;

• Parte 4: Empreendimentos;

• Parte 5: Máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral;

(em fase conclusiva)

• Parte 6: Recursos naturais e ambientais; (em fase conclusiva)

• Parte 7: Patrimônios históricos.

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A parte 1 da NBR 14653 (homologada no ano de 2001) apresenta diretrizes para

os procedimentos de excelência relativos ao exercício profissional e é exigível em

todas as manifestações técnicas escritas vinculadas às atividades de engenharia

de avaliações.

A parte 2 da NBR 14.653 (homologada no ano de 2004) tem a validade desde o

dia primeiro de julho de 2004 e traz um grande número de informações, bem

como conceitos novos. Mais ainda, a referida norma abre espaço para outras

ferramentas de análise de dados (além de “tratamento por fatores” e da

“inferência estatística”), como redes neurais, regressão espacial e análise de

envoltória de dados. Esta parte da norma, portanto, visa complementar os

conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos de

avaliação de imóveis urbanos.

Deve-se ressaltar que a utilização da Norma é relevante na medida em que

possibilita uma maior compreensão dos laudos e serviços técnicos elaborados,

posto que impõe um padrão técnico a ser seguido. Além disso, não se pode

olvidar que o uso e a obediência às normas técnicas na área de engenharia de

avaliações implicam em respeito à norma legal especifica que regula o direito dos

consumidores, conforme será demonstrado a seguir.

A Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990 (a qual instituiu o Código de Defesa do

Consumidor - CDC) prevê em sua seção IV (Das Práticas Abusivas), artigo 39,

inciso VIII:

"Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentreoutras práticas abusivas:...VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviçoem desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiaiscompetentes ou, se normas específicas não existirem, pelaAssociação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidadecredenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização eQualidade Industrial- CONMETRO;...”

(os grifos não são do original)

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Observa-se da leitura do artigo acima transcrito que há uma preocupação do

legislador nacional em estabelecer para o prestador de serviço a obrigatoriedade

de colocar no mercado de consumo somente serviços (o que corresponderia na

situação em análise aos laudos de avaliação) que estejam em conformidade com

as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, na ausência destas,

pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Tal assertiva corrobora a importância da utilização, conhecimento e correto

emprego das Normas da ABNT. Desatender à regulamentação do setor ou,

noutro giro de raciocínio, emitir laudos de avaliação de bens em desacordo com o

CDC, implica, em termos jurídicos, em nulidade de pleno direito do trabalho

realizado e, em última análise, em desrespeito à lei.

Diante do exposto até o momento e devido à multiplicidade de características dos

imóveis a serem avaliados, bem ainda à complexidade da NBR 14.653, partes 1 e

2, os resultados dos trabalhos técnicos apresentados pelos engenheiros

avaliadores, se não fundamentados estritamente na Norma, podem gerar

dificuldades para validações pelos contratantes.

Como dito, o não atendimento ao preconizado na Norma pode, então, gerar

obstáculos na compreensão dos termos expostos e também imprecisão do

resultado obtido no trabalho técnico realizado. Em última análise, o desrespeito à

regulamentação em comento pode implicar em descumprimento de prazos

contratuais pré-estabelecidos e até em prejuízos materiais para os contratantes,

posto que os laudos de avaliação de bens muitas vezes se prestam a

fundamentar arrematação em hasta pública, liberação de financiamento, escolha

de imóveis para utilização própria, renovação de locação com terceiros,

negociação com devedores, dentre outros.

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1.2 Estruturação do trabalho

O capítulo 1 do presente trabalho trata da apresentação do mesmo, seguindo a

estrutura tradicional de apresentação de trabalhos científicos.

O capítulo 2 apresenta o objetivo geral e a relevância do trabalho.

O capítulo 3 apresenta uma revisão da literatura. Para efeitos didáticos o citado

capítulo foi subdividido em 3 partes. A primeira trata da apresentação do laudo

completo segundo a NBR 14.653 partes 1 e 2, a segunda parte aborda sobre o

Método Comparativo direto de dados de mercado e a terceira parte trata dos

conceitos científicos presentes no anexo A da referida norma.

O capítulo 4 dispõe sobre a metodologia do trabalho, com o devido detalhamento.

Já o capítulo 5 apresenta os estudos de caso, com análise ao atendimento dos

procedimentos solicitados na norma 14.653, para a execução de laudo completo

de avaliação de imóveis urbanos.

Finalizando do trabalho, o capítulo 6 apresenta as conclusões e recomendações

do autor para utilização de um modelo de laudo para garantir o atendimento à

normas de avaliação de imóveis urbanos.

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2. OBJETIVO GERAL E RELEVÂNCIA

2.1 Objetivo geral

O objetivo geral da dissertação é demonstrar a importância do atendimento à

Norma técnica, através da análise crítica de 8 (oito) laudos de avaliação

apresentados por profissionais da área de engenharia contratados por

determinada instituição financeira, a partir de 30.06.2004 - data em que entra em

vigor a NBR 14.653, parte 2, que rege a Avaliação de Bens Imóveis Urbanos -

verificando o atendimento à integralidade da NBR 14.653, partes 1 e 2,

especificamente no tocante a bens imóveis urbanos.

Além disso, objetiva-se, com base na citada NBR 14.653, formular proposições,

as quais resultem em melhoria e facilitação na execução e validação de laudos de

avaliação de bens imóveis urbanos por engenheiros avaliadores contratados e por

analistas técnicos, respectivamente.

2.2 Relevância do trabalho

A relevância do presente trabalho justifica-se na expectativa de se disseminar o

conteúdo da NBR 14.653 e, conseqüentemente, aumentar a qualidade dos

trabalhos de avaliação de imóveis urbanos executados pelos profissionais

especializados. Em última instância, a melhoria gerada nos trabalhos técnicos

ocasionará uma maior celeridade no cumprimento de prazos contratuais junto a

instituições financeiras e empresas em geral.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem o objetivo de apresentar os quesitos normalizados que regem

os trabalhos de avaliação de imóvel urbano, e o conhecimento científico existente

sobre os tratamentos estatísticos utilizados para a execução dos trabalhos, como

inferência estatística e regressão linear, e para isso foi estruturado em três seções

A primeira seção mostra como deve ser a apresentação do laudo de avaliação

completo, segundo a NBR 14.653 partes 1 e 2.

A segunda seção discorre sobre o Método Comparativo Direto de Dados de

Mercado.

A terceira seção trata dos conceitos científicos e procedimentos para a utilização

de modelos de regressão linear das normas referidas no parágrafo anterior.

3.1 Apresentação do laudo de avaliação completo

Para o início das atividades de avaliação, recomenda-se o esclarecimento de

aspectos essenciais para a definição do método avaliatório, tais como níveis de

fundamentação e precisão, finalidade, objetivo, prazo para a apresentação do

laudo e condições a serem utilizadas, no caso de laudos de uso restrito.

Recomenda-se consultar as legislações municipais, estaduais e federais, inclusive

passivo ambiental, ou incentivos que possam influenciar no valor de imóvel.

Segundo a NBR 14.653, partes 1 e 2, o laudo de avaliação completo é aquele que

contém todas as informações necessárias e suficientes para ser auto-explicável,

devendo conter no mínimo os seguintes itens para imóveis urbanos:

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3.1.1 Identificação do solicitante

No laudo de avaliação deve ser apresentado o nome da pessoa física ou jurídica

que contratou o trabalho de avaliação.

3.1.2 Finalidade do laudo

Explicitar a finalidade do laudo de avaliação. Dentre as finalidades, destacam-se:

locação, alienação, aquisição, dação em pagamento, garantia, arrematação.

3.1.3 Objetivo da avaliação

No laudo de avaliação deve estar indicado o seu objetivo. Dentre os objetivos de

um laudo de avaliação, destacam-se: determinação do valor de mercado,

determinação do custo de reedição, valor de desmonte, valor patrimonial.

3.1.4 Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes

A primeira providência do engenheiro de avaliações deve ser tomar conhecimento

da documentação disponível. Quando não for fornecida toda a documentação

necessária ou não houver esclarecimentos de eventuais incoerências, o

engenheiro de avaliações deverá julgar sobre a possibilidade de elaborar a

avaliação. Em caso positivo, deverá deixar claramente expressas as ressalvas

relativas à insuficiência ou incoerência da informação, bem como os pressupostos

assumidos em função dessas condições.

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3.1.5 Identificação e caracterização do imóvel avaliando

Nenhuma avaliação poderá prescindir da vistoria.

A vistoria deve ser efetuada pelo engenheiro de avaliações com o objetivo de

conhecer e caracterizar o bem avaliando, dando condições para orientação da

coleta de dados.

É recomendável que o avaliador faça a caracterização da região, do terreno, das

edificações e benfeitorias, levantando os aspectos gerais quanto à localização,

infra-estrutura, condições de ocupação, aspectos físicos, e outros.

3.1.6 Diagnóstico de mercado

O engenheiro de avaliações, conforme a finalidade da avaliação, deve analisar o

mercado onde se situa o bem avaliando indicando a liquidez deste bem e, tanto

quanto possível, relatar a estrutura, a conduta e o desempenho do mercado.

Segundo Saboya (1996), para caracterizar a estrutura do mercado devem ser

analisados os seguintes aspectos:

a) grau de concentração dos vendedores - descrito pelo número e distribuição

dos mesmos, no mercado;

b) perfil do universo de compradores - caracterização da população de

possíveis compradores, inclusive do seu grau de concentração (se tal

aspecto for relevante), ou do nível de pulverização, classes de renda,

estratos sociais, em condições de participarem do mercado;

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c) grau de diferenciação do produto - no elenco dos diversos produtos,

oferecidos pelos vendedores, diferenciados sob a ótica dos compradores;

d) condições de entrada - identificação das facilidades e dificuldades de

entrada no mercado por vendedores e compradores.

Com respeito à conduta do mercado, são aspectos relevantes observar:

a) as políticas de preços dos vendedores, se atuando isoladamente, ou em

cartel, ou de ambas as formas - os objetivos perseguidos e métodos

empregados, estabelecendo que preços e formas de pagamento adotam,

que novos produtos oferecem, que alterações introduzem nos novos

produtos, que custos absorvem em campanhas promocionais.

b) os processos e mecanismos de interação e coordenação das políticas de

vendedores competindo e interagindo-se em qualquer mercado.

O desempenho de mercado deve ser observado identificando-se as tendências do

mesmo, levando-se em conta as etapas e resultados finais que os vendedores

vêm alcançando, pela sucessão de condutas adotadas, medidas em razão dos

níveis de preços praticados e evolução das próprias condutas, implantação de

novos empreendimentos, velocidade de ocupação do solo urbano, controles sobre

a liquidez (velocidade de vendas), implementação de infra-estrutura e de

equipamentos urbanos, dinâmica dos mercados decorrentes de

empreendimentos, de programas implantados e de mercados subjacentes.

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3.1.7 Indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s)

A escolha da metodologia é em função da natureza do bem avaliando, da

finalidade da avaliação e dos dados de mercado disponíveis. Segundo a norma

NBR 14.653-1 (2001) recomenda-se, sempre que possível, preferir o método

comparativo de dados de mercado. A metodologia utilizada deve ser justificada,

atendo-se ao estabelecido na norma, com o objetivo de retratar o comportamento

do mercado por meio de modelos que suportem racionalmente o convencimento

do valor.

Os métodos para identificar o valor de um bem, de seus frutos e direitos são:

comparativo direto de dados de mercado, involutivo, evolutivo, capitalização da

renda.

Os métodos para identificar o custo de um bem são: comparativo direto de custo,

quantificação de custo e métodos para identificar indicadores de viabilidade da

utilização econômica de um empreendimento.

Neste trabalho será abordado posteriormente apenas o Método Comparativo

Direto de Dados de Mercado, por ser esta a metodologia utilizada nos laudos que

serão objeto de estudo.

3.1.8 Especificações das avaliações

O empenho do engenheiro de avaliações, o mercado e as informações que

possam ser dele extraídas são os fatores que estão relacionados com a

especificação de uma avaliação.

Para o método comparativo direto de dados de mercado, os graus de

fundamentação e precisão no caso de utilização de modelos de regressão linear,

extraídos na norma 14.653-2 (2004), são mostrados na tabela 3.1:

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Tabela 3.1: Graus de fundamentação no caso de utilização de modelos de regressão linear

GrauItem Descrição

III II I

1Caracterização do imóvel

avaliando

Completa quanto atodas as variáveis

analisadas

Completa quanto àsvariáveis utilizadas no

modelo

Adoção de situaçãoparadigma

2 Coleta de dados de mercadoCaracterísticas

conferidas pelo autor dolaudo

Característicasconferidas por

profissionalcredenciado pelo autor

do laudo

Podem ser utilizadascaracterísticas

fornecidas por terceiros

3Quantidade mínima de dados demercado, efetivamente utilizados

6 (k+1), onde k é onúmero de variáveis

independentes

4 (k+1), onde k é onúmero de variáveis

independentes

3 (k+1), onde k é onúmero de variáveis

independentes

4Identificação dos dados de

mercado

Apresentação deinformações relativas a

todos os dados evariáveis analisados namodelagem, com foto

Apresentação deinformações relativasaos dados e variáveis

efetivamente utilizadosno modelo

Apresentação deinformações relativasaos dados e variáveis

efetivamente utilizadosno modelo

5 Extrapolação Não admitida

Admitida para apenasuma variável, desde

que:a) as medidas dascaracterísticas do

imóvel avaliando nãosejam superiores a

100% do limiteamostral superior, neminferiores à metade dolimite amostral inferiorb) o valor estimado nãoultrapasse 10% do valorcalculado no limite da

fronteira amostral, paraa referida variável

Admitida, desde que:a) as medidas dascaracterísticas do

imóvel avaliando nãosejam superiores a

100% do limiteamostral superior, neminferiores à metade dolimite amostral inferiorb) o valor estimado nãoultrapasse 10% do valorcalculado no limite da

fronteira amostral, paraas referidas variáveis,

simultaneamente

6

Nível de significânciaα (somatório do valor das duascaudas) máximo para a rejeição

da hipótese nula de cadaregressor (teste bicaudal)

10% 20% 30%

7Nível de significância máximo

admitido nos demais testesestatísticos realizados

1% 5% 10%

Nota: Observar 9.1 a 9.3 desta Norma.

Para atingir o grau III, são obrigatórias a apresentação do laudo na modalidade

completa; discussão do modelo, verificadas a coerência da variação das variáveis

em relação ao mercado, bem como suas elasticidades no ponto de estimação.

A utilização de códigos alocados no modelo de regressão implica a obtenção, no

máximo, de Grau II de fundamentação. O conceito de código alocado será

tratado na segunda seção deste capítulo.

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20

A utilização de tratamento prévio por fatores de homogeneização, para a

transformação de variáveis em modelos de regressão, implica a obtenção, no

máximo, de Grau II de fundamentação.

Para fins de enquadramento global do laudo em graus de fundamentação, devem

ser considerados os seguintes critérios:

• na tabela 1, identificam-se três campos (graus III, II e I) e sete itens;

• o atendimento a cada exigência do grau I terá um ponto; do grau II,

dois pontos; e do grau III, três pontos;

• o enquadramento global do laudo deve considerar a soma de pontos

obtidos para o conjunto de itens, atendendo à tabela 3.2.

Tabela 3.2: Enquadramento dos laudos segundo seu grau de fundamentação no caso de

utilização de modelos de regressão linear

Graus III II IPontos Mínimos 18 11 7

Itens obrigatórios no graucorrespondente

3, 5, 6 e 7, com osdemais no mínimo

no grau II

3, 5, 6 e 7 no mínimo nograu II

Todos, no mínimono grau I

Quanto ao grau de precisão, este depende exclusivamente das características do

mercado e da amostra coletada, pois está diretamente relacionado com a

amplitude do intervalo de confiança em torno do valor central da estimativa. A

tabela 3.3 demonstra os tipos de graus de precisão:

Tabela 3.3 - Grau de precisão da estimativa do valor no caso de utilizaçãode modelos de regressão linear

GrauDescrição

III II IAmplitude do intervalo de confiança de 80% em torno

do valor central da estimativa ≤30% 30%-50% >50%

Nota: Observar 9.1 a 9.3 desta Norma.

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21

A norma define que utilização de códigos alocados no modelo de regressão

implica na obtenção, no máximo, de grau II de precisão.

3.1.9 Tratamento dos dados e identificação do resultado

Nesse item, segundo a norma ABNT 14.653-2 (2004), os cálculos efetuados e o

campo de arbítrio devem ser explicitados e o resultado adotado deve ser

justificado.

A norma 14.653-2 recomenda, preliminarmente, a sumarização das informações

obtidas sob a forma de gráficos que mostrem as distribuições de freqüência para

cada uma das variáveis, bem como as relações entre elas. Nesta etapa,

verificam-se o equilíbrio da amostra, a influência das possíveis variáveis-chave

sobre os preços e a forma de variação, possíveis dependências entre elas,

identificação de pontos atípicos, entre outros. Assim, pode-se confrontar as

respostas obtidas no mercado com as crenças a priori do engenheiro de

avaliações, bem como permitir a formulação de novas hipóteses.

No tratamento dos dados pode ser utilizado o tratamento científico para tratar as

evidências empíricas pelo uso de metodologia científica que leve à indução de

modelo validado para o comportamento do mercado.

Segundo a norma, deve-se levar em conta que qualquer modelo é uma

representação simplificada do mercado, uma vez que não considera todas as

suas informações. Por isso, precisam ser tomados cuidados científicos na sua

elaboração, desde a preparação da pesquisa e o trabalho de campo, até o exame

final dos resultados.

O gráfico de preços observados versus valores estimados pelo modelo deve ser

apresentado no laudo, conforme é solicitado na norma, demonstrando a

proximidade dos pontos em relação à bissetriz do primeiro quadrante.

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De acordo com a norma, deverão ser devidamente explicitados e testados os

pressupostos dos modelos utilizados para inferir o comportamento do mercado e

formação de valores.

No caso de utilização de modelos de regressão linear, a norma solicita observar o

anexo A, que se tratado na terceira seção deste capítulo.

3.1.10 Resultado da avaliação e sua data de referência

Apresentar o resultado obtido em conformidade com a norma 14.653, e colocar a

data do laudo de avaliação.

3.1.11 Qualificação legal

O engenheiro avaliador responsável pela avaliação deve demonstrar a

qualificação legal completa, anexando a ART referente ao trabalho realizado,

assinando o laudo de avaliação.

3.2 Método comparativo direto de dados de mercado

3.2.1 Planejamento da pesquisa

Segundo a norma ABNT 14.653-1 (2001) e 14.653-2 (2004), deve-se executar um

planejamento de pesquisa com o objetivo de compor uma amostra representativa

de dados de mercado. É recomendável buscar a maior quantidade de dados de

mercado com atributos comparáveis ou semelhantes aos do bem avaliando.

Deve-se caracterizar e delimitar o mercado em análise, com o auxílio de teorias e

conceitos existentes ou hipóteses advindas de experiências sobre a formação do

valor.

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Na fase de pesquisa, são eleitas as variáveis que, em princípio, são relevantes

para explicar a formação do valor.

3.2.2 Identificação das variáveis do modelo

Para especificação da variável dependente é necessária uma investigação no

mercado em relação à sua conduta e às formas de expressão dos preços, bem

como observar a homogeneidade nas unidades de medida.

As características físicas, de localização e econômicas são inseridas no modelo

pelas variáveis independentes e devendo-se, após a pesquisa, verificar as suas

relevâncias para uma correta escolha das variáveis mais importantes.

Segundo a norma ABNT 14.653-2 (2004), recomenda-se a adoção de variáveis

quantitativas. As diferenças qualitativas dos imóveis podem ser especificadas na

seguinte ordem de prioridade: uso de variáveis dicotômicas, variáveis Proxy e por

meio de códigos alocados.

Segundo Silva (2005), quando o pesquisador busca a amostra no mercado

imobiliário ele obtém um conjunto de dados bastante heterogêneo, dada à

indisponibilidade de amostras homogêneas nas diversas tipologias investigadas

neste mercado. Este fato aumenta a complexidade do trabalho investigatório, uma

vez que, além do levantamento completo das características intrínsecas e

extrínsecas de cada dado que participa da amostra, será necessária a

identificação das principais diferenças entre os mesmos, que elevam a variação

dos valores em torno da sua média. Estas diferenças entre os dados da amostra

são identificadas como variáveis do Modelo de Regressão.

As variáveis classificam-se nas seguintes categorias:

• Quantitativas;

• Qualitativas;

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3.2.2.1 Variáveis quantitativas

Variáveis quantitativas são valores que representam as diferenças que podem ser

medidas diretamente em cada elemento da amostra, tais como: área, frente, n° de

dormitórios, etc. São aquelas que apresentam certa continuidade de valor, ou

seja, não são controláveis, podendo assumir qualquer valor dentro do campo dos

Números Reais.

Segundo Silva (2005), é importante que a amostra contenha dados com amplitude

e variação dos valores destas variáveis, dentro de limites aceitáveis, nos

conceitos consagrados em análises das diversas tipologias imobiliárias, evitando-

se mistura de dados de populações diferentes em uma mesma amostra. Assim,

uma amostra de terrenos que apresente amplitude de Áreas entre 200,00 m2 e

100.000,00 m2, possivelmente contém dados pertencente à população terrenos,

misturados com dados da população Glebas urbanizáveis. Estas duas populações

apresentam demandas completamente diferentes, em conseqüência, devem ser

estudadas separadamente.

Da mesma forma, se esta amostra contivesse dados com áreas variando entre

200,00 m2 e 220,00 m2, dificilmente comprovaria a influência desta variável na

variação dos valores de mercado, a não ser em casos muito específicos, ou por

transformações da escala de análise, decorrente de artifícios matemáticos, tais

como potenciação em níveis elevados, sem muita fundamentação neste caso.

3.2.2.2 Variáveis qualitativas

As variáveis qualitativas representam conceitos ou qualidades aos quais se

podem associar valores numéricos que possibilitam medir a diferença entre os

dados, para o conceito ou qualidade em estudo, tais como: padrão construtivo,

atratividade, estado de conservação, localização na malha urbana, etc.

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Para a quantificação das variáveis qualitativas, faz-se necessário estabelecer uma

codificação numérica. Em algumas situações são atribuídas às variáveis apenas

duas opções, com respostas do tipo sim ou não, ausência ou presença de

determinado atributo, tais como: oferta ou transação, bairro comercial ou

residencial, avenida A ou avenida B. Estas variáveis são chamadas de binárias,

dicotômicas ou ainda dummies.

Exemplificando uma variável dicotômica, tem-se:

Supondo que uma equação de regressão expressa por: Valor = A + B1 x Área,

representa os valores médios praticados nas transações de lotes em determinado

loteamento, e indique uma capacidade limitada de previsão do valor de mercado.

Durante a coleta de informações no mercado, constata-se que os imóveis com

possibilidade de exploração de visual paisagístico privilegiado, em futuro projeto

residencial, mostram certo incremento nos valores praticados, em relação aos

imóveis que não apresentam este potencial. Na tentativa de aumentar o poder de

explicação daquela equação, podemos incluir uma terceira variável na sua

composição, chamada “Vista”, definida da seguinte forma:

• Vista = O (zero) imóvel sem potencial de exploração paisagístico;

• Vista = 1 (um) imóvel passível de exploração de visual paisagístico.

O novo modelo inferido terá a seguinte forma: Valor = A + B1 * Área + B2 * Vista

Para imóveis sem potencial paisagístico, a variável “Vista” assume o valor O

(zero), portanto, o modelo matemático que representa esta situação volta à sua

forma original:

Valor = A + B1*Área

Para os imóveis com potencial paisagístico, a variável Vista assume o valor 1

(um). Neste caso o modelo matemático torna-se:

Valor = (A + B2) + B1 * Área

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Representando de forma simplificada estas funções no plano, supondo que B2>0,

uma vez que imóveis com vista devem apresentar valores superiores, tem-se

(figura 3.1):

Figura 3.1: Variável Dicotômica

Ou seja, o Valor obtido no modelo original, será acrescido do parâmetro B2,

calculado de acordo com os dados da amostra analisada (a situação inversa,

onde com vista = O; sem vista = 1 - não modifica o processo, apenas o parâmetro

B2, inverte o sinal).

As variáveis dicotômicas representam importante instrumento de análise,

possibilitando aferir cientificamente a influência de diversos fatores na dinâmica

do mercado imobiliário, tais como:

• oferta/venda;

• esquina;

• frente para o mar;

• ocupação;

• elevador;

• garagem; etc.

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Entretanto, existem algumas variáveis qualitativas que podem assumir três ou

mais situações bem definidas, como por exemplo o padrão construtivo (baixo,

normal, alto); conservação (ruim, regular, boa), fluxo de pedestres (baixo, médio,

alto). Neste caso, pode-se atribuir pesos (1, 2, 3...), crescendo o peso no sentido

da situação menos favorável para a mais favorável.

Sem dúvida, esta categoria de variável tem se constituído um dos maiores

desafios ao processo de análise científica do comportamento do mercado

imobiliário, uma vez que ela trata de fatores essencialmente subjetivos. De fato,

ao interagir com o meio que o cerca, o pesquisador adquire expectativas próprias,

das quais dificilmente consegue abstrair-se ao formular um conceito sobre a

qualidade de determinado produto imobiliário.

Ao procurar explicações para o aumento da variação dos valores em torno da

média de determinada amostra, nas diferenças de qualidade entre os seus

elementos, o pesquisador deve identificar aquilo que o mercado em geral (oferta e

demanda), entende como "melhor" ou ''pior'' qualidade, e não o que ele próprio

define como melhor ou pior qualidade nos imóveis, como se fosse o único

comprador e vendedor no mercado.

É exatamente a influência de expectativas próprias que confunde o pesquisador,

dificultando a elaboração de escala numérica adequada às verdadeiras

expectativas do mercado. Quando as variáveis qualitativas apresentam escalas

pautadas em valores detectados durante o processo de pesquisa, com absoluta

isenção do pesquisador, o modelo resultante mostra com maior precisão o

comportamento do mercado analisado.

Para exemplificar as dificuldades na montagem de escalas qualitativas, observe a

figura 3.2, onde os valores da variável Padrão de Acabamento (PA), da tipologia

tipo Apartamentos foi definida da seguinte forma:

• Baixo Padrão: PA = 1;

• Padrão Normal: PA = 2;

• Alto Padrão: PA = 3.

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Figura 3.2: Variável Qualitativa: Padrão de Acabamento x Valor Unitário

Observa-se que a escala está inadequada à distribuição dos dados da amostra,

principalmente no que se refere aos Padrões Normal e Alto. A alteração da escala

inicial para os valores abaixo, adequados aos elementos representativos da

amostra vai tornar o modelo resultante mais consistente para estimativas

populacionais, conforme mostrado na figura 3.3:

• Baixo Padrão: PA = 1;

• Padrão Normal: PA = 3;

• Alto Padrão: PA = 7.

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Figura 3.3: Variável Qualitativa Adequada

De acordo com a Norma 14.653-2, essa alteração da escala não deve ser feita,

pois se tolera a utilização de códigos alocados quando são utilizados números

naturais em ordem crescente das características possíveis, com valor inicial igual

a 1 e sem a utilização de transformações.

No caso acima, a norma recomenda a utilização preferencialmente da variável

dicotômica, pois esta solução oferece informações mais precisas. Ao indicar que

uma situação exclui a possibilidade da ocorrência da outra, o processo permite

inferir a diferença entre três ou mais situações, onde as n situações serão

analisadas por n-1 variáveis dicotômicas, conforme o seguinte exemplo:

Numa coleta de dados para compor amostra de lotes, foram pesquisados 3 (três)

bairros distintos - Bairro A; Bairro B e Bairro C. Para inferir a diferença entre o

valor médio praticado em cada bairro, pode-se analisar estas três situações (n=3),

através de duas (n-1) variáveis dicotômicas, ou seja:

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Bairro A = 1 (um) imóvel localizado no Bairro A;

= 0 (zero) imóvel localizado em outro bairro;

Bairro B = 1 (um) imóvel localizado no Bairro B;

= 0 (zero) imóvel localizado em outro bairro;

Como vemos, não será necessária a inclusão de outra variável para identificar o

Bairro C, pois este bairro estará identificado nos dados em que tanto a variável

Bairro A como a variável Bairro B apresentam valor zero:

Bairro A = 0 e Bairro B = 0

Verifica-se, através dos exemplos expostos, que inúmeras situações detectadas

intuitivamente no processo de pesquisa e análise do mercado imobiliário, podem

ser explicadas cientificamente, desde que tenhamos dados suficientes. Neste

particular, convém ressaltar a importância de uma quantidade relativa de dados

para representar cada uma das características dicotômicas, evitando-se assim a

micronumerosidade (este tópico será abordado na próxima seção)

É importante ressaltar que, quanto mais reduzido o grau de subjetividade do

trabalho avaliatório, maior sua aplicabilidade às diversas ocorrências de mercado,

qualificando os resultados obtidos. A redução do grau de subjetividade inserida no

processamento das informações colhidas no mercado está diretamente

relacionada ao critério utilizado para definição da escala de valores das variáveis

qualitativas.

Concluindo, quanto menor o controle do pesquisador sobre o valor das variáveis

qualitativas, menor a subjetividade inserida no trabalho desenvolvido. Isto significa

que, seja qual for o critério utilizado para definição destas variáveis, ele deve ser

claro, consistente e "auditável", isto é, deve permitir que outro pesquisador possa

refazer o processo de investigação nos mesmos dados da amostra, encontrando

os mesmos resultados numéricos para as variáveis qualitativas, para o critério

estabelecido no trabalho.

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3.2.3 Levantamento de dados de mercado

Deve-se identificar e diversificar as fontes de informação, cruzando as

informações, tanto quanto possível, com objetivo de aumentar a confiabilidade

dos dados de mercado; identificar e descrever as características relevantes dos

dados de mercado; buscar dados de mercado de preferência contemporâneos

com a data de referência da avaliação.

A situação mercadológica deve ser verificada na coleta de dados de mercado,

sendo que no caso de ofertas é recomendável buscar informações sobre o tempo

de exposição no mercado e, no caso de transações, verificar a forma de

pagamento praticada e a data em que ocorreram.

Na amostragem recomenda-se visitar cada imóvel tomado como referência, com

o intuito de verificar, tanto quanto possível, todas as informações de interesse.

3.2.4 Tratamento de dados

A norma ABNT 14.653-2 (2004) recomenda, preliminarmente, verificar o equilíbrio

da amostra, a influência das variáveis-chave sobre os preços e a forma de

variação, as possíveis dependências entre elas, identificando os pontos atípicos e

confrontando as respostas com as suposições dadas pelo avaliador inicialmente.

Em função da qualidade e da quantidade de dados e informações disponíveis, a

norma prevê os seguintes tratamentos dos dados levantados: tratamento por

fatores e o tratamento científico. Neste trabalho, será abordado apenas o

tratamento científico utilizado nos estudos de caso.

O tratamento por fatores deve ser utilizado quando os fatores são indicados pelas

entidades técnicas regionais reconhecidas ou quando adotados fatores de

homogeneização medidos no mercado.

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De acordo com a norma ABNT 14.653-2 (2004), no tratamento científico os

modelos utilizados para inferir o comportamento do mercado e formação dos

valores, devem ter seus pressupostos devidamente explicitados e testados. No

caso de utilização do modelo de regressão linear, deve ser observado o anexo A

da referida norma.

3.3 Conceitos científicos

Serão apresentados nesta seção, alguns conceitos científicos para melhor

entendimento do anexo A da norma 14.653-2, que cita os procedimentos para a

utilização de modelos de regressão linear.

3.3.1 Inferência Estatística Aplicada

Inferir estatisticamente significa tirar conclusões com base em medidas

estatísticas. Em Engenharia de Avaliações o que se pretende é explicar o

comportamento do mercado que se analisa, com base em alguns dados

levantados no mesmo. Neste caso a inferência estatística é fundamental para

solucionar a questão, pois se conhecendo apenas uma parte do mercado pode-se

concluir sobre o seu comportamento geral, com determinado grau de confiança.

A seguir apresentam-se algumas definições básicas para um melhor

entendimento do tema:

População

Entende-se por população todas as observações possíveis de serem levantadas

no segmento do mercado que se pretende analisar.

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Amostra

Em geral é impraticável a obtenção de todos os dados que formam o segmento

de mercado que se deseja estudar; seja porque o número de elementos é

demasiado grande, os custos muito elevados ou também limitação de tempo para

realização de um trabalho avaliatório. Assim, trabalha-se com um subconjunto de

observações desta população, denominado amostra.

Parâmetros

As características numéricas de uma população são denominadas de parâmetros,

geralmente representados por uma letra grega ou por uma letra latina maiúscula

(por exemplo θ ou B). Os parâmetros mais importantes de uma população são a

média e o desvio padrão. A média indica a tendência central; enquanto que o

desvio-padrão a dispersão com que os dados estão dispostos em tomo da média.

A média da população é geralmente indicada pela letra grega µ e o desvio-padrão

por σ.

Estatísticas ou Parâmetros Estimados

As características numéricas de uma amostra são denominadas de estatísticas ou

mais usualmente conhecidas como parâmetros estimados. Isto é, uma amostra

fornece os parâmetros estimados correspondentes à população de onde foi

extraída. Geralmente são representados por uma letra grega com circunflexo ou

por uma letra latina minúscula.

Estimador

Um estimador é uma fórmula que descreve o modo de calcular a estimativa de

determinado parâmetro.

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Estimação

É o processo pelo qual se obtém um estimador. Existem vários métodos de

estimação, sendo os mais conhecidos o método dos mínimos quadrados e o da

máxima verossimilhança.

Estimativa

O valor específico de um estimador é denominado de estimativa.

Propriedade dos estimadores

As propriedades desejáveis dos estimadores são: não tendenciosidade, eficiência

e consistência, sendo:

a) Não tendenciosidade: Um estimador é não tendencioso quando a sua

distribuição amostral possui média igual ao parâmetro a ser estimado.

b) Eficiência: Não existe uma definição exata para a eficiência, contudo

admite-se que para dois estimadores não tendenciosos de determinado

parâmetro, aquele de menor variância é denominado de estimador

eficiente.

c) Consistência: se o estimador aproximar do verdadeiro valor do parâmetro,

na medida em que a amostra cresce, então se pode afirmar que o mesmo

é consistente.

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3.3.2 Procedimentos para a utilização de modelos de regressão linear

No anexo A da norma 14.653-2 é ressaltada a necessidade, quando se usam

modelos de regressão, de observar os seus pressupostos básicos, que serão

apresentados nos próximos subtítulos, com o objetivo de obter avaliações não-

tendenciosas, eficientes e consistentes.

3.3.2.1 Micronumerosidade

Micronumerosidade é a utilização de um número reduzido de elementos

amostrais.

Para evitar a micronumerosidade, o número mínimo de dados efetivamente

utilizados (n) no modelo deve obedecer aos seguintes critérios com respeito ao

número de variáveis independentes (k):

n ≥ 3 (k+1)

Essa é a quantidade mínima de elementos amostrais para enquadramento no

grau de fundamentação I.

Mas a norma vai além e conceitua ni , como segue:

ni ≥ 5, até duas variáveis dicotômicas ou três códigos alocados para a mesma

característica;

ni ≥ 3, para 3 ou mais variáveis dicotômicas ou quatro ou mais códigos alocados

para a mesma característica;

(onde ni é o número de dados de mesma característica, no caso de utilização de

variáveis dicotômicas ou de códigos alocados, ou número de valores observados

distintos para cada uma das variáveis quantitativas).

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A utilização do ni adequado para amostras com pequeno número de elementos

contribui para o equilíbrio da amostra, o que é de fundamental importância. Isto é,

o equilíbrio entre os dados no sentido de que diferentes características dos

mesmos possam aparecer na amostra de forma equilibrada.

3.3.2.2 Linearidade

No modelo linear para representar o mercado, a variável dependente é expressa

por uma combinação linear das variáveis independentes, em escala original ou

transformadas, e respectivas estimativas dos parâmetros populacionais, acrescida

de erro aleatório, oriundo de variações do comportamento, imperfeições

acidentais de observação ou de medida e efeitos de variáveis irrelevantes não

incluídas no modelo.

Segundo Pelli Neto (2004), busca-se reduzir a dispersão em torno do valor

médio, através do uso de um Valor Médio variável, ou seja, o valor médio de

um imóvel, vai depender de suas características, conforme a função linear

representada pela equação de regressão.

Por outro lado, para que o modelo de regressão mostre-se consistente, enquanto

representativo dos valores médios praticados para imóveis com características

diferentes, torna-se necessário que a dispersão dos pontos em torno da equação

de regressão apresente-se o mais homogênea possível. Significando assim, que

a amostra colhida é aleatória, não apresentando distorções tendenciosas.

Em alguns casos, a relação entre as variáveis mostra dispersão de forma não

linear. Neste caso, pode-se utilizar, como artifício, algumas transformações

matemáticas nas variáveis, as quais poderão linearizar esta relação.

Observa-se claramente que, mesmo que o Coeficiente de Determinação (conceito

que será visto adiante) do modelo apresente valores próximos de 1,00, indicando

boa aderência dos dados à equação de regressão e reduzindo a variação total em

torno do valor médio da amostra, a dispersão destes dados em torno da equação

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37

de regressão mostra-se heterogênea, indicando trechos em que o valor médio

representativo está acima de todos os imóveis da amostra, e vice-versa.

Para contornar esta situação, utiliza-se, como artifício, transformação matemática

nas variáveis, no intuito de linearizar a dispersão. Neste caso, uma nova variável,

com dependência matemática da variável transformada, é trazida ao processo de

análise. A transformação logarítmica é a preferida quando se procura ajustar

modelos a dados de valores imobiliários. É bastante coerente a sua utilização,

uma vez que as variáveis explicadas, possuindo valores no campo dos reais

positivos, garantem que o campo de variação dos valores ajustados

correspondentes também serão reais positivos.

Exemplo da figura 3.4:

Figura 3.4: Gráfico da equação de regressão y=A+Bx

No exemplo da figura 3.4 a tentativa de linearização será através da inversão da

variável x, na forma: z = 1/ x, a qual deve resultar na seguinte dispersão de y por z

figura 3.5 obtém-se agora, uma dispersão homogênea dos valores da amostra,

em torno da equação representativa da média (y = A + Bz), sinalizando uma

amostragem aleatória, sem tendenciosidade.

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38

Figura 3.5: Gráfico da Equação de Regressão Y= A + Bz

Da mesma forma, calculando-se o Coeficiente de Determinação do modelo de

regressão nesta nova formatação, pode-se compará-lo com o mesmo coeficiente,

calculado originalmente. A equação que apresenta maior Coeficiente de

Determinação, mostra-se mais aderente aos dados, na forma matemática em que

os mesmos estão considerados.

Para Pelli Neto (2004), este raciocínio amplia significativamente as alternativas de

cálculo de uma equação representativa da média, pois, através da combinação de

transformações nas variáveis, calcula-se o Coeficiente de Determinação para

cada situação diferente. Dentre todos, aquele que se apresenta mais próximo de

1,00, é o mais aderente à dispersão de pontos que representa.

Para a verificação da linearidade, a norma define:

“Deve ser analisado, primeiramente, o comportamento gráfico da variável

dependente em relação a cada variável independente, em escala original. Isto

pode orientar o avaliador na transformação a adotar.

As transformações utilizadas para linearizar o modelo devem, tanto quanto

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39

possível, refletir o comportamento do mercado, com preferência pelas

transformações mais simples de variáveis, que resultem em modelo satisfatório.

Após as transformações realizadas, se houver, examina-se a linearidade do

modelo, pela construção de gráficos dos valores observados para a variável

dependente versus cada variável independente, com as respectivas

transformações.”

3.3.2.3 Normalidade

Considera-se que a distribuição normal é a distribuição mais útil para modelos

matemáticos. Sua importância se dá ao fato de que à medida que o tamanho da

amostra cresce, independendo da distribuição da população original, a

distribuição amostral das médias tendem à distribuição normal. A distribuição

normal espelha, acuradamente, diversos fenômenos. Falando de maneira geral,

pode-se medir altura, peso, nível de inteligência, e assim por diante, de uma

população, e essas medidas irão se assemelhar enormemente à distribuição

normal.

Os erros devem possuir distribuição normal. Segundo Dantas e Rocha (2001) um

problema comum que pode ocorrer com o termo erro é a respeito da falta de

Normalidade. Desta forma é imprescindível que se faça a verificação de anomalia

desta natureza. A verificação da normalidade pode ser feita observando se o

intervalo abrangido pelos resíduos padronizados, encontrados dividindo-se cada

resíduo pelo desvio padrão estimado do termo do erro, uma vez que, em uma

distribuição normal, 68% destes resíduos estão no intervalo [-1;+1], 90% entre [-

1,64;+1,64] e 95% entre [-1,96;+1,96 ]. Um histograma dos resíduos

apresentando simetria e formato parecido com o da curva normal, é um indicador

a favor da hipótese de normalidade do erro, conforme demonstrado na figura 3.6.

Um gráfico dos resíduos padronizados versus valores ajustados com pontos

dispostos aleatoriamente, com a grande maioria situados no intervalo [-2;+2 ] é

também outro indicador favorável à hipótese, conforme demonstrado na figura

3.7. E também pelo exame do gráfico normal dos resíduos ordenados

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padronizados versus quantis da distribuição normal padronizada, que deve se

aproximar da bissetriz do primeiro quadrante.

Figura 3.6 – Histograma dos resíduos

Figura 3.7 – Gráfico dos resíduos padronizados versus valores ajustados

Caso não esteja ocorrendo a normalidade dos resíduos da amostra, deve-se

aumentar o número de dados da amostra, na tentativa de corrigir as distorções

apresentadas.

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41

3.3.2.4 Homocedasticidade

O termo homocedasticidade quer dizer igual (homo ), dispersão ( cedasticidade),

ou igual variância. Os erros devem ser variáveis aleatórias com variância

constante.

A homocedasticidade é a hipótese de variância constante, base de toda a teoria

de inferência.

Segundo a Norma 14.653-2, a homocedasticidade poderá ser verificada, entre

outros, por meio dos seguintes processos:

1) análise gráfica dos resíduos versus valores ajustados, que devem apresentar

pontos dispostos aleatoriamente, sem nenhum padrão definido;

2) pelos testes de Park e de White. Por não ser um teste muito utilizado, não será

abordado neste trabalho. Sugere-se como referência de estudo a bibliografia

Montgomery e Peck 1982 – John Wiley & Sons

Um gráfico dos resíduos (e) versus os valores ajustados pelo modelo de

regressão (Y), apresentando pontos distribuídos aleatoriamente em torno de uma

reta horizontal que passa na origem, sem nenhum padrão definido, com o formato

da figura 3.8, é um indicador favorável à aceitação da hipótese de variância

constante para o erro; em caso contrário, se os pontos apresentarem alguma

tendência, como os da figura 3.9 , pode-se concluir que a variância do erro não é

constante. No primeiro caso o modelo é dito homocedástico e no segundo

heterocedástico.

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42

figura 3.8 – Modelo homocedástico figura 3.9 – Modelo heterocedástico

Segundo Pelli Neto (2004), nas relações estatísticas que tratam de dados

microeconômicos, como no caso de avaliação de imóveis ou consumo e renda de

famílias" é possível a ocorrência da heterocedasticidade. Por exemplo, quando o

estudo estatístico trata sobre consumo e renda de famílias individuais. Neste

caso, o pressuposto de homocedasticidade não é muito plausível, uma vez que se

espera menor variação de consumo para famílias de mais baixa renda que para

famílias de renda alta. A níveis baixos de renda, o nível médio do consumo é

baixo e a variação em torno deste nível é restrita: o consumo não pode cair muito

abaixo do nível médio, pois levaria a inanição, e não pode subir muito acima da

média, pois o patrimônio e o crédito do interessado não o permitem. Tais

restrições não são tão válidas no caso de famílias que não possuem altas rendas.

Segundo Pelli Neto (2004), no caso de avaliações de imóveis é plausível supor

que imóveis de baixo valor tendem a apresentar variações em torno da média

maiores que os imóveis de alto valor. Se tal fato estiver presente na amostragem,

indica a presença de heterocedasticidade, o que pode ser detectado na análise

gráfica da dispersão dos dados em torno da média estimada pelo modelo para

cada dado.

Quando o modelo é heterocedástico, os estimadores de mínimos quadrados são

ainda não-tendenciosos e consistentes, porém não são mais os de menor

variância, isto é, não são eficientes.

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43

3.3.2.5 Não autocorrelação

A norma preconiza que os erros devem ser variáveis não autocorrelacionadas,

isto é, são independentes sob a condição de normalidade.

O conceito de independência dos resíduos está ligado à independência dos dados

de mercado. A situação ideal é aquela onde cada transação se realiza

independentemente da outra. Isto é, o conhecimento do preço e condições de

uma não interfira na outra.

Sua verificação pode ser feita:

1) pela análise do gráfico dos resíduos versus valores ajustados, que deve

apresentar pontos dispersos aleatoriamente, sem nenhum padrão definido;

Um gráfico apresentando essas características é um forte indicador da

distribuição aleatória de erros independentes; contudo, numa situação em que os

pontos apresentam-se dispostos com alguma tendência, pode haver indícios de

autocorrelação nos resíduos.

2) pelo Teste de Durbin-Watson, considerando o pré-ordenamento anteriormente

citado.

A existência de autocorrelação nos termos de perturbação aleatória pode ser

verificada com o auxílio da razão de Von Neumann, dada por:

(3.1)

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44

onde ei é o i-ésimo resíduo do modelo, ordenado crescentemente em relação aos

valores ajustados, considerando-se uma amostra de tamanho n.

A estatística d foi tabelada por Durbin-Watson para níveis de significância de 5%,

2,5%, e 1%, considerando ajustamentos de modelos com 15 a 100 observações,

com até seis variáveis independentes, estabelecendo limites críticos d L e d u.

- se d u < d < 4 – d u , rejeita H 0 ou seja, rejeita-se a hipótese de que os

resíduos são correlacionados em favor da hipótese de não-autocorrelação

ao nível de significância estabelecido;

- se d < d L aceita-se a hipótese de auto-regressão positiva;

- se d > 4 – d L aceita-se a hipótese de auto-regressão negativa,

- nos demais casos o teste é inconclusivo

A representação gráfica do teste pode ser visualizada pela figura 3.10

Figura 3.10 – Estatística de Durbin-Watson

Pode-se demonstrar com facilidade (Kmenta-1990) que, quando as perturbações

são auto-regressivas os estimadores de mínimos quadrados ainda são não-

tendenciosos e consistentes, porém não são mais eficientes.

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45

Segundo Dantas e Rocha (2001), a autocorrelação é mais freqüente em dados de

séries temporais.

3.3.2.6 Multicolinearidade

A norma preconiza o seguinte:

1) "Uma forte dependência linear entre duas ou mais variáveis independentes

provoca degenerações no modelo e limita a sua utilização. As variâncias das

estimativas dos parâmetros podem ser muito grandes e acarretar a aceitação da

hipótese nula e a eliminação de variáveis fundamentais.

2) Para verificação da multicolinearidade deve-se, em primeiro lugar, analisar a

matriz das correlações, que espelha as dependências lineares de primeira ordem

entre as variáveis independentes, com atenção especial para resultados

superiores a 0,80. Como também é possível ocorrer multicolinearidade, mesmo

quando a matriz de correlação apresenta coeficientes de valor baixo, recomenda-

se, também, verificar o correlacionamento de cada variável com subconjuntos de

outras variáveis independentes, por meio de regressões auxiliares.

3) Para tratar dados na presença de multicolinearidade, recomenda-se que sejam

tomadas medidas corretivas, como a ampliação da amostra ou adoção de

técnicas estatísticas mais avançadas, a exemplo do uso de regressão de

componentes principais. (Como referência para estudo cita-se Montgomery e

Peck – 1982)

4) Nos casos em que o imóvel avaliando segue os padrões estruturais do modelo,

a existência de multicolinearidade pode ser negligenciada, desde que adotada a

estimativa pontual."

A presença da colinearidade ou da multicolinearidade muitas vezes dificulta a

obtenção de resultados confiáveis para o imóvel que se pretende avaliar.

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46

Segundo Silva (2005), as correlações isoladas não apresentam um teste

conclusivo para o modelo, sendo as correlações com influência uma análise mais

consistente, pois indica a correlação entre duas variáveis na presença das demais

variáveis do modelo. Uma sugestão para análise, tanto para correlações isoladas

como com influência, entre variáveis independentes é:

• Até 0,40 - fraca

• Até 0,60 - média

• Até 0,75 – forte

• Até 0,85 – muito forte (sérias restrições de uso)

• > 0,85 - fortíssima

Conforme Dantas e Rocha (2001), em alguns modelos pode ser inevitável a

presença da correlação entre duas variáveis específicas, como frente e área, ou

coeficiente de aproveitamento e área edificável, por exemplo, pois a amostra está

mostrando uma característica da população a que pertence. Nestes casos é

conveniente que o modelo seja utilizado para avaliação de imóveis com as

mesmas características da amostra.

Algumas amostras, no entanto, apresentam colinearidade atípica à população de

que foi extraída. Tal ocorrência representa uma defecção da amostra, devendo

ser resolvida com a busca de mais dados para compor a amostra, ou a eliminação

de variável colinear pouco representativa (ex. idade e testada; frente e topografia,

etc.).

É esperada uma forte correlação entre cada variável independente e a variável

dependente, entretanto isto não é fator predominante na consistência do modelo.

Há diversas fontes de multicolinearidade, como observam Montgomery e Peck

(1982). A multicolinearidade pode ser devida aos seguintes fatores:

• Método empregado para a coleta de dados,

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47

• Restrições sobre o modelo ou a população que está sendo amostrada,

• Especificação do modelo,

• Um modelo sobredeterminado (quando o modelo tem um número de

variáveis maior que o número de observações)

Segundo Dantas e Rocha (2001), tem-se observado, na prática, que dentre as

diversas alternativas para corrigir o problema da multicolinearidade tem sido

usada a forma mais simples entre todas as citadas, ou seja, se duas variáveis são

altamente correlacionadas, o avaliador retira uma delas. Este procedimento,

contudo, pode causar erros de especificação no modelo, se a variável retirada for

importante para explicar a variabilidade dos preços.

3.3.2.7 Pontos influenciantes ou outliers

A norma cita que os possíveis pontos influenciantes, ou aglomerados deles,

devem ser investigados e sua retirada fica condicionada à apresentação de

justificativas.

A existência de pontos atípicos pode ser verificada pelo gráfico dos resíduos

versus cada variável independente, como também em relação aos valores

ajustados, ou usando técnicas estatísticas mais avançadas, como a estatística de

Cook (Montgomery e Peck – 1982) para detectar pontos influenciantes.

Segundo Dantas (1998), é importante verificar se há presença de outliers ou

pontos influenciantes, uma vez que o modelo não se ajusta bem nem ao “grosso”

dos dados, nem aos dados com o ponto atípico.

O ponto atípico deve ser analisado à parte, com bastante cuidado, pois pode ter

sido ocasionado por erro de medida, ou então por alguma mudança no

comportamento amostral. Para obter informações a respeito das suas influências

e também sobre o poder de explicação da equação de regressão, é bom que se

faça outro ajustamento excluindo-os, e comparando o novo modelo com o

anterior.

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48

Outlier é um dado que contém grande resíduo em relação aos demais que

compõem a amostra. Como sugere a norma, estes pontos podem ser detectados

com facilidade através de uma análise gráfica dos resíduos padronizados versus

os valores ajustados correspondentes. Na figura 3,11, os pontos destacados

podem ser caracterizados como outliers.

Figura 3.11: Outlier

Observe que o fato de o ponto apresentar-se com resíduo padronizado (relação

entre resíduo pelo desvio padrão) superior a 2, em módulo, não implica

necessariamente que se trata de um outlier. Esta indicação na figura é importante

para se detectar mais uma informação a respeito da normalidade dos resíduos,

uma vez que quando os dados apresentam esta característica, 95% dos seus

resíduos padronizados estão entre:,1,96 e +1,96, isto é, aproximadamente entre -

2 e +2. Assim, se a maioria dos pontos estiver entre estes limites, existe indícios

favoráveis à normalidade.

Os pontos influenciantes são aqueles com pequenos resíduos, em algumas vezes

até nulos, mas que se distanciam da massa de dados, podendo alterar

completamente as tendências naturais indicadas pelo mercado.

A presença de pontos influenciantes pode ser detectada na análise do

comportamento gráfico da variável dependente ou dos resíduos, em relação a

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49

cada variável independente. Na figura 2.8, por exemplo, um ponto com as

características do demarcado indica a presença de um ponto influenciante. Neste

caso o ponto tem resíduo zero, como pode-se observar na figura 3.13 e parece

ser o mais bem ajustado, contudo degenera completamente o modelo. Enquanto

que a tendência do mercado é a indicada pela reta 1 da figura 3.12, o ponto

influenciante desloca a tendência para a situação da reta 2 da mesma figura.

Segundo Dantas e Rocha (2001), a idéia básica de influência é verificar a

dependência do modelo estatístico sobre as várias observações ajustadas. Se a

eliminação de observações conduzir a uma mudança apreciável nas estimativas

dos parâmetros, estas observações poderão ser consideradas influentes.

Figura 3.12 : Pontos influenciantes Figura 3.13: Gráfico dos resíduos x variável

3.3.2.8 Significância dos regressores

A norma preconiza dois itens:

“1 - A significância individual dos parâmetros das variáveis do modelo deve ser

submetida ao teste t de Student, em conformidade com as hipóteses

estabelecidas quando da construção do modelo”.

A importância individual de uma variável que participa de um modelo de

regressão com K variáveis independentes é medida testando-se a hipótese nula

de que seu respectivo parâmetro é não significante, contra a hipótese alternativa

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50

de que o mesmo é significante, a um determinado nível considerado.

Formalmente, a hipótese a ser testada neste caso é

(3.2)

A estatística de teste é

(3.3)

onde bj é o estimador do parâmetro βj e onde s (bj) é o desvio padrão estimado,

correspondente ao parâmetro βj

Uma vez comprovada a condição de normalidade do erro aleatório εi, demonstra-

se que t* tem distribuição t de Student com n – k – 1 graus de liberdade.

Assim, para se fazer o teste bilateral a um nível de significância α, compara-se

(3.4)

com t (1-α/2; n – k – 1), que se encontra tabelado. Se tj* for superior a t (1-α/2; n – k – 1),

rejeita-se Ho e em caso contrário Ho não pode ser rejeitada e o parâmetro pode

não ser importante na composição do modelo. O teste bilateral pode ser

visualizado através da figura 3.14

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51

Figura 3.14: Teste bilateral

“2 - A hipótese nula do modelo deve ser submetida ao teste F de Snedecor e

rejeitada ao nível máximo de significância de 1 %.”

Para se testar a significância global de todos os parâmetros que participam de um

modelo de regressão de n preços observados sobre k variáveis independentes,

utiliza-se o teste F, que leva em conta a razão entre a variância explicada pela

variância não explicada pelo modelo. Para isto constrói-se a seguinte tabela,

conhecida como tabela de Anova (tabela 3.4):

Tabela 3.4: Tabela Anova

Uma maneira de testar a hipótese nula Ho, que considera que nenhuma variável

selecionada para a construção do modelo é importante para explicar a

variabilidade dos preços observados, contra a hipótese alternativa H1 de que pelo

menos uma variável escolhida contribui significativamente para a explicação do

fenômeno, ou seja,

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52

(3.5)

é através da estatística

(3.6)

Demonstra-se que Fc , sob a hipótese Ho , tem distribuição F de Snedecor com K

graus de liberdade no numerador e (n – k – 1) no denominador.

Assim, para se fazer um teste de significância do modelo a um nível α, basta

compara Fc com F(α; k; n – k – 1), que se encontra tabelado para vários níveis de α. Se

Fc > F com F(α; k; n – k – 1), rejeita-se a hipótese de Ho ao nível α e pelo menos um

dos parâmetros pode ser considerado significantemente diferente de zero.

O teste é unilateral e pode ser visualizado através do gráfico correspondente à

figura 3.15:

Figura 3.15: Teste unilateral

Segundo Dantas e Rocha (2001), a precisão de uma estimativa é tanto maior

quanto menor for o desvio padrão a ela relacionada. Desta forma para se testar a

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53

significância individual de um parâmetro Bj calcula-se o valor de t de Student

dividindo-se a sua estimativa bj pelo respectivo desvio padrão s(bj) indicando que

quanto maior for o resultado maior será a probabilidade de a variável

correspondente ser importante na formação dos preços de mercado. Se uma

variável apresenta valor do t muito superior as demais, pode significar que essa

variável explica quase toda variação e as demais estão dando pequena

contribuição.

A significância global do modelo é medida utilizando-se o teste F, que testa a

hipótese de que, do grupo de variáveis selecionadas, pelo menos uma é

importante para explicar a variabilidade dos preços observados no mercado. Para

aceitação desta hipótese a um nível de significância α é necessário que Fc

(resultante da razão entre a variância explicada e não explicada do modelo), seja

superior ao ponto crítico da distribuição de Snedecor,

3.3.2.9 Poder de explicação

Segundo a norma, a explicação do modelo pode ser aferida pelo seu coeficiente

de determinação, sendo recomendado também considerar o coeficiente de

determinação ajustado.

Coeficiente de correlação ( R )

O coeficiente de correlação indica a força da relação de causa e efeito entre a

variação da variável explicada (y) e a variação da variável explicativa (x), sendo

calculada por:

(3.7)

O coeficiente de correlação é uma medida estatística que varia de –1 a +1.

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54

Segundo Maia Neto (1997), embora não seja obrigatória por norma, oferece

indicação sobre a escolha dos diversos modelos testados. É desejável que o

módulo do coeficiente de correlação seja próximo da unidade, sendo que a

bibliografia sugere os seguintes parâmetros indicativos, conforme demonstrado na

tabela 3.2:

Tabela 3.5: Parâmetros indicativos para o coeficiente de correlação.

COEFICIENTE CORRELAÇÃO

| r | = 0 nula

0 < | r | ≤ 0,30 fraca

0,30 < | r | ≤ 0,70 média

0,70 < | r | ≤ 0,90 forte

0,90 < | r | ≤ 0,99 fortíssima

| r | = 1 perfeita

Sinal positivo para R estabelece que as variáveis caminham num mesmo sentido,

e o sinal negativo em sentido contrário.

Segundo Pelli Neto (2004), um coeficiente de correlação igual a zero, indica que

não há qualquer correlação entre as variáveis, quando igual a um, significa uma

correlação perfeita, isto é, toda a variação foi explicada. Neste caso, há a

presença de uma função determinística, onde cada valor da variável

independente, apresenta um único valor para a variável dependente.

Coeficiente de determinação ( R² )

O quadrado do coeficiente de correlação resulta no coeficiente de determinação,

que indica o poder de explicação do modelo, em função de variáveis

independentes consideradas.

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55

O coeficiente de determinação define o percentual da variação total dos valores

dos dados da amostra em torno da sua média aritmética, originada nas diferenças

analisadas pela equação da regressão.

Assim, no exemplo citado por Dantas (1998), se em um modelo para avaliação de

um prédio comercial, considerou-se a área como única variável para explicar a

formação dos preços e encontrou-se R²=0,90, indica que 90% da variabilidade

dos preços são devidos às variações das áreas, enquanto os outros 10% indicam

a existência de outras variáveis não testadas ou algum erro amostral.

Segundo Maia Neto (1997), deverá se alertar para a adoção de modelos onde o R

calculado seja inferior a 0,75, pois resultará num coeficiente de determinação

( R² ) próximo de 50%, onde estará se explicando apenas metade do valor.

Coeficiente de determinação ajustado

A norma preconiza: “ Em uma mesma amostra, a explicação do modelo pode ser

aferida pelo seu coeficiente de determinação. Devido ao fato de que este

coeficiente sempre cresce com o aumento do número de variáveis independentes

e não leva em conta o número de graus de liberdade perdidos a cada parâmetro

estimado, é recomendável considerar também o coeficiente de determinação

ajustado.”

Segundo Silva (2005), este item recomenda que, para cada variável

independente incorporada ao modelo estatístico, seja verificado se o

acréscimo que a mesma incorpora no Coeficiente de Determinação é

suficiente para compensar a perda de um grau de liberdade decorrente de sua

inclusão no modelo.

Para esta verificação, pode-se medir o grau de "ajustamento" no caso de

regressão múltipla por uma fórmula conhecida como Coeficiente de

determinação corrigido. Geralmente definido por R² ajustado:

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56

R² ajustado = R² - K - 1 (1- R²) , (3.8)

n - K

onde R² é o Coeficiente de Determinação, K o número de variáveis independentes

e n o número de dados da amostra.

A medida relaciona a quantidade de variáveis independentes com o número de

dados da amostra. Seu objetivo é permitir comparação entre o "Grau de

ajustamento" de várias equações que podem variar com relação ao número de

variáveis independentes e ao número de observações. Note que R² ≥ R² ajustado.

Análise dos coeficientes de determinação e correlação

Segundo Pelli Neto (2004), estes coeficientes, que indicam a influência de uma

variável, ou conjunto de variáveis, sobre a variação dos valores em torno da sua

média, não permitem uma conclusão apriorística sobre a consistência do modelo

de regressão, indicando apenas que parte da variação foi explicada e que as

variáveis apresentam alguma relação de causa e efeito.

Para Pelli Neto (2004), coeficientes mais elevados, podem ser decorrentes de

uma variação excessiva dos dados em torno da média, muito comum em

amostras heterogêneas, utilizadas na justificativa da variação do Valor Total de

imóveis em torno de sua média. A variação em alguns casos é tão elevada, que

qualquer variável pode explicar boa parte dela, mesmo que mal definida. Por

outro lado, coeficientes mais modestos podem indicar uma amostragem

homogênea, com pouca variação em torno do valor médio da amostra, ocorre

freqüentemente em amostras que utilizam Valor Unitário como variável

dependente, onde os dados apresentam características muito semelhantes. Em

ambos os casos, a análise dos demais indicadores estatísticos, principalmente

aqueles que dizem respeito à dispersão dos dados em torno da média estimada,

além dos testes de hipóteses, podem indicar consistência do modelo para

previsão de valores.

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57

3.3.2.10 Intervalo de confiança

A NBR 14.653-2 exige que se determine um intervalo de confiança de 80% em

torno do valor central da estimativa, que apresenta bons indicadores da

consistência do modelo de regressão, pois quando o modelo está baseado em

amostra de pouca qualidade, com números reduzidos de dados ou ainda,

colinearidade entre as variáveis independentes, o intervalo de confiança muitas

vezes apresenta-se bastante amplo.

3.3.2.11 Campo de arbítrio

Segundo a NBR 14.653-2, o campo de arbítrio corresponde à semi-amplitude de

15% em torno da estimativa pontual adotada. Caso não seja adotada a estimativa

pontual, o engenheiro de avaliações deve justificar sua escolha.

3.3.2.12 Códigos alocados

A norma preconiza:

“Recomenda-se considerar tantas variáveis dicotômicas quantas forem

necessárias para descrever as diferenças qualitativas, em lugar da utilização de

códigos alocados, especialmente quando a quantidade de dados é abundante e

pode-se preservar os graus de liberdade necessários à modelagem estatística,

definidos nesta norma.

A utilização de códigos alocados é tolerada nos seguintes casos, na seguinte

ordem de prioridade:

a. Quando seus valores são extraídos da amostra com a utilização de variáveis

dicotômicas;

b. Quando são utilizados números naturais em ordem crescente das

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58

características possíveis, com valor inicial igual a 1, sem a utilização de

transformações, ou seja, na escala original;”

Segundo a NBR 14.653-2, nas especificações das avaliações, a utilização de

códigos alocados no modelo de regressão implica na obtenção, no máximo de

Grau II de fundamentação e de precisão.

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59

4. METODOLOGIA

4.2 Procedimentos metodológicos

Para o presente trabalho será utilizada a pesquisa qualitativa e, dentro dessa

pesquisa, será adotado o estudo de caso para diagnosticar e indicar as medidas

de aferição do atendimento à Norma NBR nº. 14653, partes 1 e 2 - referente à

avaliação de bens, no que se refere a procedimentos gerais e avaliação

propriamente dita de bens imóveis urbanos .

Serão analisados 08 (oito) laudos de avaliação de bens imóveis urbanos (cada

laudo comporá um caso), extraídos de arquivo de instituição financeira integrante

da Administração Pública indireta, a qual contratou empresas de engenharia de

avaliações cadastradas para a prestação de serviços de avaliação com

qualificação técnica comprovada.

É importante ressaltar que os laudos objeto de análise foram escolhidos

especialmente pelo critério temporal, haja vista que todos foram elaborados

alguns meses (de nove meses em diante) após a edição da parte 2 na Norma

NBR nº. 14653. Tal fato se torna relevante na medida em que os trabalhos

técnicos a serem analisados foram realizados, como dito, após certo tempo de

edição da parte 2 da Norma em comento, o que implicaria, ao menos em

princípio, em conhecimento da mesma pelos engenheiros avaliadores, dado o

período transcorrido para adaptação à nova regulamentação.

Cabe destacar também que os laudos objeto de estudo foram escolhidos

aleatoriamente, no que se refere aos profissionais que os elaboraram, a fim de

garantir a diversidade necessária de dados de pesquisa. Na mesma esteira de

raciocínio, no tocante ao critério de bens avaliados e finalidade da avaliação, é de

se mencionar que os laudos ora analisados foram cuidadosamente escolhidos

também para apresentar diversidades que enriqueçam o trabalho científico ora

pretendido.

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60

Todos os laudos escolhidos são fruto da utilização do Método Comparativo Direto

de Dados de Mercado para identificar o valor do bem avaliado. Em um dos casos,

entretanto, o profissional que elaborou o laudo utilizou o Método Evolutivo, o qual

combina o citado Método Comparativo Direto de Dados de Mercado com o

Método do Custo de Reedição da Benfeitoria. Este caso em específico (caso 6 –

seis - a ser analisado em linhas posteriores), não será objeto de análise

especificamente no que tange ao Método de Custo de Reedição da Benfeitoria, o

que, todavia, não comprometerá o resultado da pesquisa, ao contrário, permitirá a

correta manutenção da delimitação do tema abordado – conforme restará

demonstrado em tópicos seguintes.

Os laudos serão analisados sob os seguintes enfoques principais: verificação do

atendimento de quesitos da Norma NBR 14.653-2 para apresentação de um laudo

de avaliação completo, bem como dos procedimentos da Norma NBR 14.653-2

(Anexo A) para utilização de modelo de regressão linear.

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61

5. ESTUDOS DE CASOS

Neste capítulo serão analisados oito casos de laudos de avaliações de imóveis

urbanos executados por empresas de engenharia diversas, que utilizaram o

Método Comparativo Direto de Dados de Mercado para a identificação do valor do

bem.

Algumas informações dos laudos de avaliação não estão disponíveis neste

trabalho, tendo em vista que alguns dados são restritos e confidenciais. De

qualquer forma, para esclarecimento de dúvidas sobre algum trabalho, o autor

coloca-se à disposição.

Não foi demonstrada nos estudos de caso a totalidade das informações

constantes dos laudos, apesar de que todas foram verificadas pelo pesquisador e

ressaltadas apenas as partes que poderiam agregar valor a este trabalho.

5.1 Apresentação dos casos

Seguem abaixo as informações e os resultados estatísticos de cada caso:

Caso 1 : Laudo nr. 2005/0085-C

Data : 23/03/2005

Tipo do bem : UTR – Urbano Terreno Residencial

Finalidade : Arrematação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Grau de Fundamentação : I

Grau de Precisão : III

Descrição sumária do bem : Terreno residencial com área de 86,00 m² situado no

centro de Estiva (MG)

Dados coletados:

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nr. Endereço Localização Área do Terreno * Topografia Valor Unitário

1 R.Ananias F.Pereira 2 200,00 0,90 80,00

2 R.Ananias F Pereira 2 200,00 0,90 80,00

3 R.Newton de Oliveira Rosa 2 270,00 1,00 74,07

4 R.Pedro Francisco Pereira 2 330,00 1,00 60,61

5 R.Rodolfo P de Rezende 1 80,00 1,00 62,50

6 R.Caetano Borges 1 125,00 1,00 60,00

7 R.Prof.Lindolfo Sales 4 219,00 0,90 91,32

8 R.Prof.Lindolfo Sales 4 211,00 0,90 94,78

9 R.Prof.Lindolfo Sales 4 215,00 0,90 93,02

10 R.Joaquim Vicenti 3 256,00 0,90 58,59

11 R.Joaquim Vicenti 3 260,00 0,90 57,69

12 R.Joaquim Vicenti 3 260,00 0,90 57,69

13 R.Pereira 4 360,00 0,95 63,88

14 R.Domingos Soares 1 200,00 0,90 60,00

15 R.Domingos Soares 1 200,00 0,90 60,00

Descrição das variáveis:

• Valor Unitário: variável quantitativa explicada, em R$/m²

• Área do Terreno: variável quantitativa explicativa, em m²

• Localização: variável qualitativa, variando do menor interesse comercial

para o maior em escala numérica crescente, variando de 1 a 4

• Topografia: variável qualitativa medida da seguinte forma: plano=1; declive

ou aclive suave até 5%=0,95; declive ou aclive médio de 5% a 10%=0,90.

Informações complementares:

• Número de variáveis: 4

• Número de variáveis consideradas: 3

• Número de dados: 15

• Número de dados considerados: 15

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,693004

• Coeficiente de determinação: 0,480255

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,393630

• Fisher-Snedecor: 5,54

• Significância: 0,05

Não-Linear

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• Coeficiente de correlação: 0,734137

• Coeficiente de determinação: 0,538957

Normalidade dos resíduos

• 73% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Localização ln(x) 3,29 0,65

• Área do Terreno x -2,35 3,67

• Topografia

• Valor Unitário ln(y)

Dados do imóvel avaliado:

• Localização 4,00

• Área do Terreno 86,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• Valor Unitário Médio: 101,47

• Valor Unitário Mínimo: 83,77 (17,44%)

• Valor Unitário Máximo: 122,91 (21,12%)

Equação de Regressão:

Valor Unitário = 79,733749 * Localização ^ 0,290803 * e ^ (-0,001633 * Área do

Terreno )

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Localização

• Área do Terreno 59 74

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• Valor Unitário 49 69

Área do Terreno

• Valor Unitário -11 56

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP

12 57,69 71,78 -14,09 -24,42% -1,49

11 57,69 71,78 -14,09 -24,42% -1,49

10 58,59 72,25 -13,66 -23,31% -1,42

3 74,07 62,76 11,31 15,27% 1,13

2 80,00 70,36 9,64 12,05% 0,87

1 80,00 70,36 9,64 12,05% 0,87

5 62,50 69,97 -7,47 -11,95% -0,77

8 94,78 84,54 10,24 10,80% 0,78

9 93,02 83,99 9,03 9,70% 0,69

7 91,32 83,45 7,87 8,62% 0,61

6 60,00 65,01 -5,01 -8,35% -0,55

4 60,61 56,9 3,71 6,12% 0,43

15 60,00 57,52 2,48 4,14% 0,29

14 60,00 57,52 2,48 4,14% 0,29

13 63,88 66,28 -2,40 -3,76% -0,25

Caso 2 : Laudo nr. 2005/0212-C

Data : 13/07/2005

Tipo do bem : URE – Urbano Residência

Finalidade : Arrematação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Classificação : Parecer Técnico

Descrição sumária do bem : Imóvel residencial com área construída de 352,01 m²

e área de terreno de 1.406,00 m² situado na Avenida José Ferreira em

Fronteira(MG)

Dados coletados:

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nr Endereço Área Const Área do Ter Cons Ocupação Loc Valor Unitário1 Rua 2 - Vila de Furnas 64,71 203,76 2 0,31 3 231,802 Rua Projetada 1 - Pq Lago Sol 353,70 1620,00 4 0,21 1 424,083 Rua 13 - Vila de Furnas 64,71 273,00 2 0,23 3 309,014 Rua 13 - Vila de Furnas 64,71 469,36 2 0,13 3 278,165 Avenida da Matriz - Centro 60,00 270,00 3 0,22 1 466,666 Rua 6 - Vila de Furnas 84,56 267,66 3 0,31 3 295,647 Avenida 7 - Periférico 70,00 168,00 1 0,41 2 242,858 Rua 11 - Vila de Furnas 67,71 317,96 2 0,21 3 231,809 Alameda 2 - Periférico 66,77 355,00 4 0,18 2 299,53

10 Av Brasil - Vila de Furnas 64,71 318,58 2 0,20 3 200,8911 Rua 11 - Vila de Furnas 169,12 279,74 3 0,60 3 412,9012 Avenida 3 - Periférico 105,80 268,13 2 0,39 2 283,5513 Av Minas Gerais - Periférico 299,32 596,40 2 0,50 2 167,0414 R Frei Odorico Veiga - V.Furnas 84,56 377,20 3 0,22 3 342,9515 Av.da Matriz - Centro 145,00 360,00 3 0,40 2 241,3716 Rua 11 - Vila de Furnas 160,00 1000,00 3 0,16 3 437,5017 Rua 11 - Vila de Furnas 181,74 924,62 3 0,19 3 357,6518 Rua 11 - Vila de Furnas 72,00 360,00 3 0,20 2 416,6619 Av.da Matriz - Centro 256,00 360,00 3 0,71 1 312,5020 Av.da Matriz - Centro 62,55 357,65 1 0,17 2 191,84

Descrição das variáveis:

• Valor Unitário: variável explicada que corresponde ao valor unitário do

imóvel em R$/m² de área construída

• Área construída: Variável quantitativa, que corresponde à área construída

de cada elemento pesquisado e do avaliando

• Área do Terreno: variável quantitativa m² que corresponde à área do

terreno de cada elemento pesquisado e do avaliando

• Conservação: variável qualitativa que corresponde ao estado de

conservação do avaliando sendo: ruim=1; regular=2; bom=3; novo=4.

• Ocupação: variável quantitativa considerando o índice de ocupação

(AC/AT) de cada elemento pesquisado e do avaliando

• Localização: variável qualitativa, correspondendo ao setor em que o

avaliando e os elementos da pesquisa (amostra) estão localizados dentro

do contexto urbano variando de 1 a 3, sendo o imóvel com maior

pontuação está localizado em setor de maior valor comercial

Informações complementares:

• Número de variáveis: 6

• Número de variáveis consideradas: 6

• Número de dados: 20

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• Número de dados considerados: 20

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,895018

• Coeficiente de determinação: 0,801058

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,730007

• Fisher-Snedecor: 11,27

• Significância: 0,01

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,867810

• Coeficiente de determinação: 0,753095

Normalidade dos resíduos

• 70% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 95% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Area Const x 5,21 0,01

• Área do Terreno x -4,97 0,02

• Conservação 1/x 4,69 0,03

• Ocupação x -4,30 0,07

• Localização 1/x -2,40 3,09

• Valor Unitário 1/y

Dados do imóvel avaliado:

• Área Const 352,01

• Área do Terreno 1.406,00

• Conservação 2,00

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• Ocupação 0,25

• Localização 2,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• Valor Unitário Médio: 208,89

• Valor Unitário Mínimo: 176,16 (15,67%)

• Valor Unitário Máximo: 256,54 (22,81%)

Equação de Regressão:

Valor Unitário = 1 / ( 0,005186 + 0,000032 * Área Const - 0,000007 * Área do

Terreno +0,003065 * 1/Conservação - 0,010368 * Ocupação - 0,001502 *

1/Localização )

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Área Const

• Área do Terreno 72 98

• Conservação -34 66

• Ocupação 45 97

• Localização 49 51

• Valor Unitário -7 81

Área do Terreno

• Conservação -34 61

• Ocupação -26 97

• Localização 30 44

• Valor Unitário -31 80

Conservação

• Ocupação -2 60

• Localização -18 41

• Valor Unitário 59 78

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Ocupação

• Localização 28 40

• Valor Unitário 12 75

Localização

• Valor Unitário -27 54

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo Resíduo sobre DP

10 200,89 251,05 -50,16% -24,97% 1,80

18 416,66 315,91 100,75% 24,18% -1,39

15 241,37 292,04 -50,67% -20,99% 1,30

3 309,01 250,56 58,45% 18,92% -1,37

1 231,8 274,27 -42,47% -18,32% 1,21

11 412,9 340,96 71,94% 17,42% -0,93

14 342,95 286,59 56,36% 16,43% -1,04

5 466,66 407,58 59,08% 12,66% -0,56

9 299,53 334,98 -35,45% -11,83% 0,64

17 357,65 325,1 32,55% 9,10% -0,51

8 231,8 251,27 -19,47% -8,40% 0,61

19 312,5 332,7 -20,20% -6,46% 0,35

16 437,5 461,85 -24,35% -5,57% 0,22

2 424,08 446,01 -21,93% -5,17% 0,21

7 242,85 231,99 10,86% 4,47% -0,35

13 167,04 161,94 5,10% 3,05% -0,34

12 283,55 291,64 -8,09% -2,85% 0,18

6 295,64 300,98 -5,34% -1,81% 0,11

4 278,16 273,64 4,52% 1,62% -0,11

20 191,84 191,05 0,79% 0,41% -0,04

Caso 3 : Laudo nr. 2005/0060-C

Data : 07/03/2005

Tipo do bem : URE – Urbano Residência

Finalidade : Arrematação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Classificação : Parecer Técnico

Descrição sumária do bem : Imóvel residencial com área construída de 252,00 m²

e área de terreno de 300,00 m² situado na Rua Tamboril no Bairro Concórdia,

Belo Horizonte(MG)

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69

Dados coletados:

nr Endereço Área do Ter Área Total Idade Aparente Estado Cons Valor Unitário1 Rua Itapagipe 300,00 200,00 15 2 650,002 Rua Iguaçu 360,00 300,00 50 1 316,673 Rua Aristides Ferreira 300,00 400,00 30 2 450,004 Rua Tapira 360,00 176,00 15 3 909,095 Rua Ituverava 300,00 325,00 25 3 584,626 Rua Trindade 400,00 350,00 50 2 328,577 Av Renascença 600,00 120,00 20 3 1083,338 Rua Itapeva 400,00 200,00 40 1 460,009 Rua Ciuru 300,00 150,00 50 1 400,00

10 Rua Iguassu 360,00 180,00 10 3 916,6711 Rua Saldanha da Gama 343,00 226,00 10 3 884,9612 Rua Jundiaí 400,00 217,00 22 2 599,0813 Rua Araxá 300,00 200,00 50 1 325,0014 Rua Tamboril 295,00 250,00 55 1 260,00

Descrição das variáveis:

• Valor Unitário: variável quantitativa explicada, em R$/m²

• Área do Terreno: variável quantitativa explicativa, em m²

• Área Total: Área construída da residência (m²)

• Idade Aparente: Idade aparente do imóvel (anos)

• Estado Conservação: 1=Ruim; 2= Regular; 3=Bom

Informações complementares:

• Número de variáveis: 5

• Número de variáveis consideradas: 5

• Número de dados: 14

• Número de dados considerados: 14

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,996758

• Coeficiente de determinação: 0,993527

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,990651

• Fisher-Snedecor: 345,37

• Significância: 0,01

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70

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,996894

• Coeficiente de determinação: 0,993798

Normalidade dos resíduos

• 78% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Área do Terreno 1/x² -3,62 0,56

• Área Total 1/x 9,92 0,01

• Idade Aparente x -10,87 0,01

• Estado Cons x² 6,40 0,01

• Valor total

• Valor Unitário y½

Dados do imóvel avaliado:

• Área do Terreno 300,00

• Área Total 207,00

• Idade Aparente 50,00

• Estado Cons 2,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• Valor Unitário Médio: 381,89

• Valor Unitário Mínimo: 368,53 (3,50%)

• Valor Unitário Máximo: 395,49 (3,56%)

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71

Equação de Regressão:

Valor Unitário = ( 23,788122 - 228.378,463790 * 1/Área do Terreno² +

1.039,404389 * 1/Área Total - 0,174410 * Idade Aparente +0,497677 * Estado

Cons² ) ^ 2

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Área do Terreno

• Área Total -42 67

• Idade Aparente 25 76

• Estado Cons -32 63

• Valor Unitário -47 77

Área Total

• Idade Aparente -27 91

• Estado Cons 22 88

• Valor Unitário 56 96

Idade Aparente

• Estado Cons -83 78

• Valor Unitário -91 96

Estado Cons

• Valor Unitário 87 91

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72

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP

12 599,08 640,31 -41,23 -7% -1,56

2 316,67 298,18 18,49 6% 1,00

3 450,00 424,67 25,33 6% 1,14

6 328,57 345,99 -17,42 -5% -0,89

11 884,96 851,53 33,43 4% 1,07

8 460,00 444,33 15,67 3% 0,70

5 584,62 603,57 -18,95 -3% -0,73

1 650,00 666,78 -16,78 -3% -0,62

4 909,09 887,72 21,37 2% 0,67

13 325,00 332,14 -7,14 -2% -0,37

10 916,67 932,41 -15,74 -2% -0,49

14 260,00 263,30 -3,30 -1% -0,19

7 1083,33 1076,25 7,08 1% 0,20

9 400,00 398,29 1,71 0% 0,08

Caso 4 : Laudo nr. 2005/0065-C

Data : 02/03/2005

Tipo do bem : USL – Urbano Sala

Finalidade : Locação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Grau de Fundamentação : II

Grau de Precisão : III

Descrição sumária do bem : Uma sala de 67,16 m² no nível do 1o.subsolo,

localizado na Av.Barbacena, Santo Agostinho no município de Belo

Horizonte(MG)

Dados coletados:

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73

nr Endereço Área privativa * Valor total Tráf Ped Ent/Centro * Local Valor Unitário

1 Av dos Andradas 82 2586,68 2 2 1 31,54

2 Av do Contorno 150 1199,61 1 1 1 7,99

3 Av do Contorno 67 2731,30 2 2 1 40,76

4 Rua Goitacazes 430 8180,00 2 2 1 19,02

5 Rua Mar de Espanha 58,5 691,49 1 2 1 11,82

6 Rua Mar de Espanha 101 1204,00 1 2 1 11,92

7 Rua Mar de Espanha 95 1400,00 1 2 1 14,73

8 Rua Mar de Espanha 94 1120,68 1 2 1 11,92

9 Rua Goitacazes 150,66 4150,00 2 2 1 27,54

* 10 Av Afonso Pena 355,85 12269,65 2 2 1 34,47

11 Av. Olegario Maciel 40,8 783,27 1 2 1 19,19

12 Campus Pampulha UFMG 12,5 265,14 1 1 2 21,21

13 Campus Pampulha UFMG 48,23 906,23 1 1 2 18,78

14 Campus Pampulha UFMG 65,8 1519,03 2 1 2 23,08

15 Campus Pampulha UFMG 205,95 2811,53 2 1 2 13,65

16 Campus Pampulha UFMG 56,4 1114,98 2 1 2 19,76

* 17 Campus Pampulha UFMG 205,95 1679,24 2 1 2 8,15

18 Campus Pampulha UFMG 25 626,72 2 1 2 25,06

19 Campus Pampulha UFMG 4 104,00 1 1 2 26,00

20 Campus Pampulha UFMG 57,41 1169,30 2 1 2 20,67

* 21 Av.Alfredo Balena 293,76 2035,95 2 1 1 6,93

OBS: * Variáveis e dados desconsiderados

Descrição das variáveis:

• Área privativa: Variável independente, quantitativa, que corresponde a área

privativa pertencente ao imóvel

• Valor Total: Variável independente, quantitativa, que corresponde ao valor

de locação por imóvel

• Tráfego de pedestres: Variável independente, dicotômica, que indica a

intensidade de tráfego de pedestres. Sendo valor = 2 para maior número

de pedestres e valor = 1 baixo nr de pedestres

• Entorno/Centro: Variável independente, dicotômica, que indica se a

localização está próxima ao centro. Sendo valor =2 para localização no

entorno do centro e valor = 1 para imóveis distantes do centro ou inseridos

no centro de Belo Horizonte

• Localização: Variável independente, dicotômica, que indica se a

localização está no Campus da UFMG Pampulha sendo o valor =2 para

estes e valor =1 para os demais

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74

• Valor unitário: variável dependente, quantitativa, que indica o valor total

dividido pela área do imóvel.

Informações complementares:

• Número de variáveis: 6

• Número de variáveis consideradas: 4

• Número de dados: 21

• Número de dados considerados: 18

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,817325

• Coeficiente de determinação: 0,668020

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,596881

• Fisher-Snedecor: 9,39

• Significância: 0,01

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,817325

• Coeficiente de determinação: 0,668020

Normalidade dos resíduos

• 72% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 94% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Área privativa x½ -3,81 0,14

• Valor total

• Tráfego Ped x 4,87 0,01

• Entorno/Centro x 2,48 2,37

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75

• Localização

• Valor Unitário y

Dados do imóvel avaliado:

• Área privativa 67,16

• Tráfego Ped 2,00

• Entorno/Centro 2,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• Valor Unitário Médio: 31,03

• Valor Unitário Mínimo: 27,75 (10,57%)

• Valor Unitário Máximo: 34,31 (10,57%)

Equação de Regressão

Valor Unitário = 2,610580 - 1,310015 * Área privativa½ + 12,925390 * Tráfego

Ped + 6,653744 * Entorno/Centro

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Área privativa

• Tráfego Ped 33 74

• Entorno/Centro 36 64

• Valor Unitário -26 71

Tráfego Ped

• Entorno/Centro -11 57

• Valor Unitário 55 79

Entorno/Centro

• Valor Unitário 9 55

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76

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP

5 11,82 18,82 -7 -59,25% -1,37

8 11,92 16,14 -4,22 -35,42% -0,82

6 11,92 15,68 -3,76 -31,53% -0,73

13 18,78 13,09 5,69 30,29% 1,11

16 19,76 25,28 -5,52 -27,92% -1,08

19 26,00 19,57 6,43 24,73% 1,26

3 40,76 31,05 9,71 23,83% 1,90

4 19,02 14,6 4,42 23,22% 0,86

2 7,99 6,15 1,84 23,09% 0,36

20 20,67 25,19 -4,52 -21,86% -0,88

15 13,65 16,32 -2,67 -19,52% -0,52

12 21,21 17,56 3,65 17,22% 0,71

18 25,06 28,57 -3,51 -13,99% -0,68

7 14,73 16,08 -1,35 -9,13% -0,26

9 27,54 25,69 1,85 6,72% 0,36

11 19,19 20,48 -1,29 -6,70% -0,25

14 23,08 24,49 -1,41 -6,10% -0,28

1 31,54 29,91 1,63 5,18% 0,32

Caso 5 : Laudo nr. 2005/0079-C

Data : 23/03/2005

Tipo do bem : UPC Urbano Prédio Comercial

Finalidade : Garantia de Operações

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor Venal do Imóvel

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Grau de Fundamentação : II

Grau de Precisão : III

Descrição sumária do bem : Prédio comercial composto por três pavimentos,

situado à Av. João Pinheiro, Bairro Funcionários em Belo Horizonte(MG)

Área construída: 1.576,22 m², área do terreno: 619,74 m²

Dados coletados:

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77

nr Endereço Setor Área Total Área Tér/Área Total Tráf Ped Valor Unitário

1 Rua Tupinambás 1 340,00 0,82 2 1.000,00

2 Rua da Bahia 1 250,00 0,80 2 1.200,00

3 Rua da Bahia 1 140,00 0,50 2 1.428,57

4 Rua Guajajaras 1 440,00 1,00 1 1.227,27

5 Av Contorno 1 282,00 1,00 1 1.248,22

6 Rua Cláudio Manoel 1 280,00 1,00 1 1.035,71

7 Rua Cláudio Manoel 1 260,00 1,00 1 1.000,00

8 Rua Olegário Maciel 1 1.500,00 0,29 2 1.333,33

9 Rua Tome de Souza 2 150,00 0,50 1 1.200,00

10 Av Contorno 1 396,00 1,00 2 1.136,36

11 Rua Paraíba 2 165,00 1,00 1 1.787,87

12 Rua Bernardo Guimarães 1 220,00 1,00 1 1.000,00

13 Rua Francisco Sales 1 126,00 0,53 1 1.230,16

14 Rua Santa Rita Durão 1 130,00 1,00 1 1.230,77

15 Rua Sergipe 2 580,00 1,00 1 1.896,55

16 Rua Alagoas 2 150,00 1,00 1 1.600,00

17 Rua Gonçalves Dias 1 300,00 1,00 1 1.333,33

18 Av Contorno 1 120,00 0,66 1 1.208,33

19 Rua São Paulo 1 60,00 0,66 2 3.000,00

20 Rua Bernardo Guimarães 2 1.160,00 0,50 1 1.099,13

21 Av.Alfredo Balena 2 680,15 0,90 2 1.470,26

Descrição das variáveis:

• Setor Urbano: Variável qualitativa, com escala tratada pelo estudo da

dicotomia. Refere-se á localização do imóvel e sua atratividade no contexto

comercial da cidade, de forma crescente: local 1= menos atrativo; local 2=

mais atrativo

• Área Total: Variável quantitativa representativa da área total ocupada pelo

imóvel, medida em metros quadrados.

• Área Térreo/Total: Variável quantitativa, definida pela relação de área de

térreo em relação ao total área ocupada pelo imóvel.

• Tráfego de Pedestres e de Veículos: Variável qualitativa, com escala

tratada pelo estudo das dicotomias. Refere-se à intensidade de tráfego de

pedestres e veículos no local em que se insere o imóvel, de forma

crescente: 1= menor intensidade; 2= maior intensidade

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78

Informações complementares:

• Número de variáveis: 5

• Número de variáveis consideradas: 5

• Número de dados: 21

• Número de dados considerados: 21

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,900997

• Coeficiente de determinação: 0,811796

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,764744

• Fisher-Snedecor: 17,25

• Significância: 0,01

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,900997

• Coeficiente de determinação: 0,811796

Normalidade dos resíduos

• 80% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 90% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 95% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 1

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Setor x 3,53 0,28

• Área Total 1/x² 7,63 0,01

• Área Tér/Área Total x² 1,92 7,23

• Tráf Ped x 2,00 6,23

• Valor Unitário y

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79

Dados do imóvel avaliado:

• Setor urbano 2

• Área total 1.576,22

• Área térrea/total 0,27

• Tráfego p+v 2

Valores da Moda para 80% de confiança

• Valor Unitário Médio: 1.357,52

• Valor Unitário Mínimo: 1.155,35 (14,90%)

• Valor Unitário Máximo: 1.559,89 (14,90%)

Equação de Regressão:

Valor Unitário = 121,851305 + 384,201712 * Setor + 6.524.921,098298 * 1/Área

Total² + 302,763415 * Área Tér/Área Total² + 221,337376 * Tráf Ped

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Setor

• Área Total -16 64

• Área Tér/Área Total 0 37

• Tráf Ped -22 45

• Valor Unitário 21 66

Área Total

• Área Tér/Área Total -27 48

• Tráf Ped 19 37

• Valor Unitário 79 89

Área Tér/Área Total

• Tráf Ped -35 46

• Valor Unitário -9 43

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80

Tráf Ped

• Valor Unitário 23 45

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP

8 1.333,33 977,09 356,24 26,72% 1,65

15 1.896,55 1.433,75 462,80 24,40% 2,14

9 1.200,00 1.477,28 -277,28 -23,11% -1,28

1 1.000,00 1.208,75 -208,75 -20,87% -0,96

17 1.333,33 1.102,65 230,68 17,30% 1,07

12 1.000,00 1.164,97 -164,97 -16,50% -0,76

14 1.230,77 1.416,24 -185,47 -15,07% -0,86

10 1.136,36 1.293,10 -156,74 -13,79% -0,72

4 1.227,27 1.063,86 163,41 13,32% 0,75

7 1.000,00 1.126,68 -126,68 -12,67% -0,59

5 1.248,22 1.112,20 136,02 10,90% 0,63

18 1.208,33 1.312,39 -104,06 -8,61% -0,48

20 1.099,13 1.192,13 -93,00 -8,46% -0,43

21 1.470,26 1.592,27 -122,01 -8,30% -0,56

6 1.035,71 1.113,38 -77,67 -7,50% -0,36

11 1.787,87 1.654,02 133,85 7,49% 0,62

16 1.600,00 1.704,35 -104,35 -6,52% -0,48

3 1.428,57 1.357,32 71,25 4,99% 0,33

2 1.200,00 1.246,90 -46,90 -3,91% -0,22

19 3.000,00 2.893,09 106,91 3,56% 0,49

13 1.230,16 1.223,43 6,73 0,55% 0,03

Caso 6 : Laudo nr. 2005/0058-C

Data : 03/03/2005

Tipo do bem : UPC – Urbano Prédio Comercial

Finalidade : Alienação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Evolutivo (conjugação do Método

Comparativo Direto de Dados de Mercado e Custo de Reedição).

Será objeto de análise apenas o Método Comparativo

Classificação : Parecer Técnico

Descrição sumária do bem : 2o.pavimento de um prédio situado no centro de

Lajinha(MG) com área construída de 555,00 m² e terreno de 2.116,00 m²

Dados coletados de lojas:

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81

nr Endereço Área const * tér/Total Setor * Pad * Est * Oi Pav * V Total V unit

1 R Nestor Vieira de Gouveia 40,00 1,00 1 2 3 1 1 270,00 6,75

2 Av Presidente Vargas 88,00 1,00 2 1 2 1 1 400,00 4,55

*3 Av Presidente Vargas 100,00 1,00 2 2 2 1 1 780,00 7,80

*4 R Dr Rubem Borichá 91,00 1,00 2 2 3 1 1 1040,00 11,43

5 R Dr Rubem Borichá 204,50 1,00 2 2 3 1 1 1020,00 4,99

6 R Dr Rubem Borichá 132,00 1,00 2 2 2 1 1 600,00 4,55

7 R Dr Rubem Borichá 54,25 0,74 2 2 2 1 1 270,00 4,98

8 R Dr Rubem Borichá 54,25 0,74 2 2 2 1 1 390,00 7,19

*9 R Dr Rubem Borichá 103,75 1,00 2 2 2 1 1 300,00 2,89

*10 R Dr Rubem Borichá 55,00 1,00 2 2 2 1 1 200,00 3,64

11 R Dr Rubem Borichá 99,00 0,00 2 2 2 1 2 300,00 3,03

12 R Nestor Vieira de Gouveia 252,00 0,50 1 2 3 1 1 750,00 2,98

13 Av Presidente Vargas 60,00 0,50 2 1 1 1 1 390,00 6,50

14 Av Presidente Vargas 69,00 1,00 2 2 3 2 1 360,00 5,22

15 Av Presidente Vargas 84,00 1,00 2 1 1 1 1 300,00 3,57

16 Av Presidente Vargas 153,75 1,00 2 2 2 1 1 700,00 4,55

*17 R Dr Rubem Borichá 30,00 1,00 2 2 1 1 1 390,00 13,00

*18 R Dr Rubem Borichá 21,00 1,00 2 2 1 1 1 390,00 18,57

*19 R Dr Rubem Borichá 21,00 1,00 2 2 1 1 1 300,00 14,29

20 R Dr Rubem Borichá 600,00 1,00 2 2 2 1 1 1700,00 2,83

21 R Dr Rubem Borichá 120,00 0,00 2 3 3 1 2 330,00 2,75

OBS: * elementos desabilitados

Descrição das variáveis:

• Área construída: área total construída em m²

• Área térreo/total: área construída do térreo / área total construída

• Setor: Setor urbano, onde: 1: pior localização; 2: melhor localização

• Padrão: Padrão de acabamento, onde: 3=médio; 2=baixo; 1=mínimo

• Estado: Estado de conservação, onde: 3=novo/reformado; 2=bom;

1=regular

• Oi: Origem da informação: 1=transação; 2=oferta

• Pavimento: Pavimento, onde: 1=imóveis situados no nível da rua;

2=imóveis situados em pavimentos superiores

• V total: Valor total do imóvel, em R$

• V unit: Valor total do imóvel dividido pela área total construída, medido em

R$/m²

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82

Informações complementares:

• Número de variáveis: 9

• Número de variáveis consideradas: 4

• Número de dados: 21

• Número de dados considerados: 14

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,871447

• Coeficiente de determinação: 0,759420

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,687246

• Fisher-Snedecor: 10,52

• Significância: 0,01

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,867627

• Coeficiente de determinação: 0,752777

Normalidade dos resíduos

• 71% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 92% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Área Const 1/x² -4,26 0,05

• setor x -1,99 6,34

• Pav x 2,96 0,88

• V unit 1/y½

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83

Dados do imóvel avaliado:

• Área Const 555,00

• setor 1,00

• Pav 2,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• V unit Médio: 2,11

• V unit Mínimo: 1,75 (17,06%)

• V unit Máximo: 2,60 (22,92%)

Equação de Regressão:

V unit = 1 / ( 0,556181 - 325,670668 * 1/Área Const² - 0,072599 * setor +

0,102846 * Pav ) ^ 2

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Área Const

• setor -37 60

• Pav -20 48

• V unit -69 80

setor

• Pav 17 43

• V unit 1 53

Pav

• V unit 56 68

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84

Resíduos

nr Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP20 2,83 3,80 -0,97 -34% 1,8415 3,57 4,57 -1,00 -28% 1,397 4,98 6,15 -1,17 -24% 1,015 4,99 3,91 1,08 22% -1,328 7,19 6,15 1,04 14% -0,68

13 6,50 5,58 0,92 14% -0,7016 4,55 4,00 0,55 12% -0,706 4,55 4,08 0,47 10% -0,59

14 5,22 5,04 0,18 3% -0,1711 3,03 2,94 0,09 3% -0,2021 2,75 2,83 -0,08 -3% 0,202 4,55 4,49 0,06 1% -0,071 6,75 6,82 -0,07 -1% 0,05

12 2,98 2,96 0,02 1% -0,05

Caso 7 : Laudo nr. 2005/0069-C

Data : 09/03/2005

Tipo do bem : ULJ – Urbano Loja Comercial

Finalidade : Locação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Grau de Fundamentação : I

Grau de Precisão : III

Descrição sumária do bem : Loja comercial com área privativa total de 397,05 m²

situada no Bairro Eldorado em Contagem(MG)

Dados coletados:

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85

nr Endereço Área eq Testada Tráfego Oferta/loc V unit

1 Av João César Oliveira 75,00 8,00 2 1 10,67

2 Av João César Oliveira 86,50 12,00 2 1 9,40

*3 Av João César Oliveira 220,00 12,00 2 1 3,63

4 Av João César Oliveira 100,00 4,50 2 1 7,50

5 Av João César Oliveira 72,00 9,00 2 1 13,88

6 Av Jose Faria da Rocha 55,00 5,00 2 1 11,14

7 Av Jose Faria da Rocha 55,00 3,50 2 2 10,91

8 Av Jose Faria da Rocha 250,00 10,00 1 2 7,60

9 Av João César Oliveira 48,00 4,00 2 2 12,50

10 R Jose Barra Nascimento 30,00 3,00 1 2 10,00

11 Av Jose Faria da Rocha 360,00 12,00 2 2 8,33

12 Av João César Oliveira 50,00 3,50 1 2 8,33

13 Av Jose Faria da Rocha 113,00 6,00 1 2 10,61

14 Av Jose Faria da Rocha 30,00 3,00 1 2 8,30

15 Av João César Oliveira 180,00 8,00 2 2 11,11

16 Av João César Oliveira 360,50 10,00 2 2 15,90

17 Av João César Oliveira 95,00 9,00 2 2 9,79

18 Av João César Oliveira 170,00 9,00 2 2 14,70

19 Av João César Oliveira 40,00 3,00 2 2 8,75

*20 Av João César Oliveira 85,00 4,00 2 2 29,41

21 Av Jose Faria da Rocha 60,00 6,00 1 2 7,50

*22 Av Jose Faria da Rocha 145,00 7,00 1 2 5,17

23 Av João César Oliveira 18,00 3,00 2 2 18,33

Descrição das variáveis:

• Área Eq: Variável quantitativa que se refere ao tamanho da área

equivalente dos imóveis avaliando e pesquisados, considerando-se um

fator de equivalência de 50% para a sobreloja e de 30% para o subsolo.

Esta variável é medida em m²

• Testada principal: Variável quantitativa que se refere à extensão da testada

principal dos imóveis avaliando e pesquisados para a via pública. Esta

variável é medida em metros.

• Tráfego de veículos: Variável dicotômica que se refere à intensidade do

tráfego de veículos na via pública, assumindo o valor “1” se estes se

encontram em vias de baixo tráfego de veículos e o valor “2” se estes se

encontram em vias de alto tráfego de veículos.

• Oferta/locação: Variável dicotômica que se refere á situação dos imóveis

no momento da pesquisa, assumindo o valor “1” se estes se encontram

locados e o valor “2” se estes se encontram em oferta no mercado

imobiliário.

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• Valor/m²: Variável explicada que se refere ao valor unitário informado para

os imóveis pesquisados e encontrado para o imóvel avaliando. Esta

variável é medida em R$/m².

Informações complementares:

• Número de variáveis: 5

• Número de variáveis consideradas: 5

• Número de dados: 23

• Número de dados considerados: 20

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,753163

• Coeficiente de determinação: 0,567254

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,451856

• Fisher-Snedecor: 4,92

• Significância: 0,02

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,753163

• Coeficiente de determinação: 0,567254

Normalidade dos resíduos

• 75% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 90% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Área eq 1/x² 3,19 0,51

• Testada 1/x² -1,95 6,69

• Tráfego x 2,45 2,47

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87

• Oferta/loc x 1,15 26,56

• V unit y

Dados do imóvel avaliado:

• Área eq 340,05

• Testada 11,50

• Tráfego 2,00

• Oferta/loc 1,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• V unit Médio: 10,56

• V unit Mínimo: 9,08 (14,11%)

• V unit Máximo: 12,05 (14,02%)

Equação de Regressão

V unit = 3,482491 + 3.318,342312 * 1/Área eq² - 36,749013 * 1/Testada² +

2,936605 * Tráfego + 1,455394 * Oferta/loc

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Área eq

• Testada 71 78

• Tráfego -7 22

• Oferta/loc 20 15

• V unit 44 64

Testada

• Tráfego -26 6

• Oferta/loc 31 25

• V unit 1 45

Tráfego

• Oferta/loc -38 42

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• V unit 46 53

Oferta/loc

• V unit 5 28

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP11 8,33 12,04 -3,71 45% -1,6816 15,90 11,92 3,98 25% 1,8017 9,79 12,18 -2,39 -24% -1,084 7,50 9,33 -1,83 -24% -0,83

21 7,50 9,23 -1,73 -23% -0,785 13,88 11,00 2,88 21% 1,31

13 10,61 8,57 2,04 19% 0,9218 14,70 11,93 2,77 19% 1,268 7,60 9,02 -1,42 -19% -0,64

19 8,75 10,26 -1,51 -17% -0,682 9,40 11,00 -1,60 -17% -0,72

10 10,00 8,93 1,07 11% 0,489 12,50 11,41 1,09 9% 0,49

12 8,33 7,66 0,67 8% 0,3014 8,30 8,93 -0,63 -8% -0,296 11,14 10,44 0,70 6% 0,32

15 11,11 11,79 -0,68 -6% -0,317 10,91 10,36 0,55 5% 0,251 10,67 10,83 -0,16 -1% -0,07

23 18,33 18,43 -0,10 -1% -0,04

Caso 8 : Laudo nr. 2006/0084-C

Data : 27/03/2006

Tipo do bem : UPC - Prédio Comercial

Finalidade : Locação

Objetivo da Avaliação : Determinação do Valor de Mercado

Metodologia : Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

Classificação : Parecer Técnico

Descrição sumária do bem : Loja Comercial de 958,00 m² localizada no centro de

Três Marias (MG)

Dados coletados:

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89

nr Endereço Padrão Testada Área Total Setor Valor unit

1 R John Kennedy 2 6,00 70,00 2 6,86

2 R John Kennedy 2 12,00 400,00 2 5,00

3 R John Kennedy 3 12,00 65,00 2 6,92

4 R Marechal da Fonseca 2 5,00 40,00 2 7,50

5 R Marechal da Fonseca 2 5,00 75,00 2 6,93

6 R Marechal da Fonseca 2 10,00 440,00 2 3,86

7 R Matozinhos 1 5,00 60,00 2 5,00

8 R Matozinhos 3 10,00 280,00 2 6,79

9 R Matozinhos 3 20,00 200,00 2 6,00

10 R Castelo Branco 2 25,00 175,00 2 8,00

11 R Castelo Branco 2 6,00 120,00 2 6,25

12 R Santos Dumont 2 7,00 115,00 1 4,78

13 R Santos Dumont 2 21,00 100,00 1 4,70

14 R Fellino Muller 3 16,00 60,00 1 5,00

15 R John Kennedy 3 14,00 70,00 2 10,00

16 R John Kennedy 1 1,20 297,00 2 3,68

Descrição das variáveis

• Valor Unit: valor unitário do imóvel por metro quadrado

• Área total: área total do imóvel medida em m²

• Setor urbano: atratividade do imóvel na região

• Testada: frente do imóvel medida em metros quadrados

• Padrão: padrão de acabamento do imóvel

Informações complementares:

• Número de variáveis: 5

• Número de variáveis consideradas: 5

• Número de dados: 16

• Número de dados considerados: 16

Resultados Estatísticos:

Linear

• Coeficiente de correlação: 0,898637

• Coeficiente de determinação: 0,807548

• Coeficiente de determinação ajustado: 0,737565

• Fisher-Snedecor: 11,54

• Significância: 0,01

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90

Não-Linear

• Coeficiente de correlação: 0,863021

• Coeficiente de determinação: 0,744805

Normalidade dos resíduos

• 68% dos resíduos situados entre -1 e +1 s

• 93% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s

• 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s

Outliers do modelo: 0

Equação

Regressores Equação T-Observado Significância

• Padrão 1/x 2,99 1,23

• Testada x -1,40 18,91

• Área Total ln(x) 4,43 0,10

• Setor x -4,15 0,16

• Valor unit 1/y

Dados do imóvel avaliado:

• Padrão 3,00

• Testada 37,00

• Área Total 438,09

• Setor 2,00

Valores da Moda para 80 % de confiança

• Valor unit Médio: 6,57

• Valor unit Mínimo: 5,24 (20,33%)

• Valor unit Máximo: 8,82 (34,25%)

Equação de Regressão

Valor unit = 1 / ( 0,075647 + 0,108753 * 1/Padrão - 0,001621 * Testada +

0,039580 * ln(Área Total) - 0,070259 * Setor )

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91

Correlações entre variáveis Isoladas Influência

Padrão

• Testada -51 9

• Área Total 8 46

• Setor 16 51

• Valor unit 54 67

Testada

• Área Total 12 45

• Setor -27 46

• Valor unit -23 39

Área Total

• Setor 21 72

• Valor unit 50 80

Setor

• Valor unit -32 78

Resíduos

Valor Observado Valor Calculado Resíduo Resíduo Relativo- Resíduo sobre DP3 6,92 8,54 -1,62 -23,36% 1,116 3,86 4,67 -0,81 -20,94% 1,83

10 8,00 6,52 1,48 18,51% -1,168 6,79 5,61 1,18 17,35% -1,26

15 10,00 8,56 1,44 14,41% -0,6914 5,00 5,63 -0,63 -12,51% 0,919 6,00 6,73 -0,73 -12,11% 0,73

12 4,78 4,23 0,55 11,44% -1,1011 6,25 5,91 0,34 5,47% -0,385 6,93 6,57 0,36 5,24% -0,324 7,50 7,85 -0,35 -4,65% 0,242 5,00 4,83 0,17 3,47% -0,29

13 4,70 4,81 -0,11 -2,29% 0,1916 3,68 3,74 -0,06 -1,66% 0,181 6,86 6,76 0,10 1,46% -0,097 5,00 5,05 -0,05 -1,10% 0,09

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92

5.2 Análise dos casos

Serão apresentadas as análises dos laudos de avaliações completos de imóveis

urbanos, elaborados segundo a NBR 14.653 parte 1 (2001) e parte 2 (2004),

conforme foi apresentado no capítulo 4:

Para melhor didática, será seguido a itemização do item 10 da norma NBR

14.653-2:

a) identificação do solicitante:

Em todos os casos houve o atendimento ao item, sendo o solicitante identificado

nos laudos.

b) finalidade do laudo:

Em todos os casos houve atendimento ao item, sendo a finalidade apresentada

nos laudos.

c) objetivo da avaliação:

Em todos os casos houve atendimento ao item, sendo o objetivo apresentado nos

laudos.

d) pressupostos, ressalvas e fatores limitantes:

Em todos os casos houve atendimento ao item, sendo que em alguns casos o

avaliador acrescentou informações que poderiam ser apresentadas em locais

específicos, definidos na norma.

Para exemplo, pode-se citar o caso 7 que apresentou a seguinte nota:

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93

“ A pesquisa de valores de locação foi efetuada junto ao mercado imobiliário local

e lojistas das imediações, sendo as informações classificadas como idôneas e

fornecidas de boa fé”.

Entende-se pela norma 14.653-2, item 10.1, que essa nota poderia ser

apresentada no subitem indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s).

e) identificação e caracterização do imóvel avaliando:

Os laudos apresentaram uma descrição atendendo as exigências da norma,

exceto no caso 7 que faltou uma caracterização da região e do terreno conforme

previsto na norma.

No caso 3, o avaliador ressalva que não consta no registro do imóvel a área

construída e foram considerados os dados do IPTU por razão do proprietário não

permitir a entrada no imóvel. Esta nota deveria constar do item anterior que se

refere a pressupostos e ressalvas.

f) diagnóstico do mercado:

Em todos os casos os engenheiros de avaliações analisaram o mercado onde se

situa o bem, indicando a sua liquidez, relatando a conduta e o desempenho do

mercado.

g) indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s)

Em todos os casos foram indicadas as metodologias empregadas, sendo que

apenas no caso 01 a escolha da metodologia não foi justificada.

No caso 07, foi utilizada a variável explicativa independente Área Equivalente,

referindo-se ao tamanho da área equivalente dos imóveis avaliando e

pesquisados, considerando-se um fator de equivalência de 50% para a sobreloja

e de 30% para o subsolo, medida em m². Como não é prevista pela norma 14.653

a utilização de fatores de homogeneização sem a devida fundamentação, o autor

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94

do laudo poderia tentar a utilização de outras variáveis que pudessem explicar a

variação do valor unitário, como: Área do térreo/Área total, Área pav.superior/Área

total. Em último caso, não conseguindo explicar o modelo e permanecendo a

variável área Equivalente, o laudo deverá ser classificado como parecer técnico.

Apenas nos casos 02 e 05 foram citados os procedimentos utilizados, como o tipo

de tratamento dos dados e programas computacionais utilizados.

h) especificação da avaliação:

Todos os casos apresentaram a especificação da avaliação, com as

demonstrações das tabelas 3.1, 3.2 e 3.3 e a pontuação atingida, exceto para os

casos onde a avaliação foi classificada como parecer técnico.

Nos casos 01 e 07, os graus de precisão atingidos conforme a tabela 3.3 foram o

grau III. Não obstante, os avaliadores deveriam classificar as avaliações com

precisão II, devido as utilizações de códigos alocados nos modelos de regressões

que, segundo a norma 14.653-2(2004), a utilização de códigos alocados implica a

obtenção de no máximo grau II de precisão.

No caso 05, houve extrapolação de duas variáveis: área total e área ter/área total.

Neste caso, a pontuação no item 05 (extrapolação) da tabela de fundamentação

será 1 (conforme demonstrado na tabela 3.1), ficando o enquadramento global do

laudo com Grau de Fundamentação I.

No caso 08, o avaliador atribuiu a nota 2 no item 5 da tabela (extrapolação),

considerando o atendimento ao descrito na norma. Verificando as condições

impostas na norma com o que foi calculado pela inferência estatística, conclui-se

que não houve atendimento ao item b, em que o valor estimado ultrapassou 10%

do valor calculado no limite da fronteira amostral, para a variável testada principal.

No caso 01, o avaliador não atentou para o nível de significância do modelo que

foi calculado em 5% e que a pontuação no item 7 da tabela de fundamentação

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(tabela 3.1) seria 2. Para atingir a pontuação 3, informada pelo avaliador, o nível

de significância deve ser de no máximo 1%.

i) tratamento dos dados e identificação do resultado:

Quanto à explicitação dos cálculos efetuados e o atendimento ao Anexo A da

norma, temos:

Micronumerosidade: Para verificação do equilíbrio das amostras com pequenos

números de elementos, em todos os casos foram observados o atendimento à

micronumerosidade, e quando não atendidos os trabalhos foram classificados

como parecer técnico, conforme os seguintes casos:

No caso 02, na variável conservação o número de dados com características 1 e

4 foram menores que 3 (ni ≥ 3), e na variável localização o número de dados com

características iguais a 1 foram menores que 5 (ni ≥ 5).

No caso 03, a variável Estado de Conservação apresentou apenas 4 vezes o

código alocado igual a 2, não atendendo ao número mínimo de 5.

No caso 06, para as variáveis setor e pavimento também ocorre a

micronumerosidade, pois o código alocado 1 aparece apenas 2 vezes e para a

variável quantitativa pavimento o número de valores observados distintos têm que

ser maior ou igual a 5.

Linearidade: Em todos os casos foram utilizadas transformações simples de

variáveis para linearizar o modelo.

No caso 08, por exemplo, analisando o comportamento gráfico da variável

dependente Valor Unitário em relação a variável independente Área Total, em

escala original, tem-se conforme a figura 3.16:

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96

figura 3.16 – Caso 08: Gráfico Valor Unitário x Área Total

Após as transformações realizadas, examina-se a linearidade do modelo, pela

construção do gráficos dos valores observados para a variável dependente versus

a variável independente, com as respectivas transformações, conforme

demonstrado na figura 3.17:

Figura 3.17– Caso 08: Gráfico Valor Unitário x Área Total (transformadas)

O coeficiente de Determinação da equação transformada está mais próximo de

1,00, mostrando-se mais aderente aos dados, na forma matemática em que os

mesmos estão considerados.

Normalidade: Apenas o caso 2 não demonstrou a verificação da normalidade

através das formas previstas na norma, não garantindo que os erros têm

distribuição normal. Nos demais casos a normalidade foi verificada pela

comparação da freqüência relativa dos resíduos amostrais padronizados nos

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intervalos de [-1;+1], [-1,64;+1,64], [-1,96;+1,96], com as probabilidades da

distribuição normal padrão nos mesmos intervalos, ou seja, 68%, 90% e 95%. Em

4 casos a verificação foi feita também pelo exame do histograma dos resíduos

amostrais padronizados, com o objetivo de verificar se sua forma guarda

semelhança com a da curva normal.

Exemplo da verificação da normalidade no caso 6 é verificada nas figura 3.18 e

3.19:

Figura 3.18 – Caso 06: Normalidade dos resíduos

Figura 3.19: Caso 06: Distribuição de freqüência

Outra forma que poderia ser apresentada seria um gráfico dos resíduos

padronizados versus valores ajustados com pontos dispostos aleatoriamente, com

a grande maioria situados no intervalo [-2;+2 ], conforme foi apresentado no caso

02, demonstrado na figura 3.20:

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Figura 3.20 – Caso 06: Gráfico dos resíduos padronizados versus valores ajustados

Homocedasticidade: Em 03 casos não houve a demonstração da verificação da

homocedasticidade, que pode ser feita pela análise gráfica dos resíduos versus

valores ajustados, que devem apresentar pontos dispostos aleatoriamente, sem

nenhum padrão definido. No caso 01, conforme demonstrado na figura 3.21,

parece que não houve a homocedasticidade, pois os valores dos resíduos

padronizados estão aumentando em relação ao eixo, à medida que aumenta o

valor unitários. O avaliador deveria, neste caso fazer uma estudo mais detalhado

para a verificação do ocorrido e se necessário, aumentar o número de amostras

para inferir sobre os resultados.

Figura 3.21– Caso 01: Verificação da homocedasticidade

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Autocorrelação: Nos casos 01 e 02 não foram feitas as verificações da

autocorrelação. No caso 07 foi verificada pelo teste Durbin-Watson:

Nos demais casos a não autocorrelação foi demonstrada pela análise do gráfico

dos resíduos cotejados com os valores ajustados, que apresentou pontos

dispersos aleatoriamente, sem nenhum padrão definido, conforme ocorrido no

caso 08 e demonstrado na figura 3.22:

Figura 3.22 – Caso 08: gráfico dos resíduos cotejados com os valores ajustados

Não foram utilizadas, em nenhum dos casos, as variáveis temporais, onde a

ocorrência da autocorrelação pode ser verificada com maior freqüência.

Colinearidade ou multicolinearidade: Nos casos 02 e 03 não foram

demonstradas as verificações da multicolinearidade, sendo que nos demais casos

a matriz das correlações foi analisada e não apresentou resultados superiores a

0,80 para as variáveis isoladas ou com influência. Segue abaixo o exemplo da

matriz do caso 08, conforme figura 3.23:

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Figura 3.23 - Caso 08: Matriz das correlações

Ao analisar a matriz de correlações do caso 02, verificamos a colinearidade e

multicolinearidade das variáveis área construída x área do terreno com grau de

correlação fortíssimo 0,98. A amostra neste caso pode estar mostrando uma

característica da população a qual pertence, pois quanto menor a área do terreno,

menor poderá ser a área construída. Neste caso, como o avaliando segue os

padrões estruturais do modelo, a existência de multicolinearidade pode ser

negligenciada, desde que adotada a estimativa pontual.

A alta correlação entre a variável ocupação com as variáveis área construída e

área do terreno, deve-se ao fato que a definição da variável ocupação é a divisão

entre as duas variáveis anteriores. Neste caso, pode-se testar a retirada de uma

das variáveis com a devida cautela, verificando a sua importância na formação do

valor.

No caso 3, existe uma correlação fortíssima entre a área total com a idade

aparente e o estado de conservação, considerando as influências das demais

variáveis e uma correlação forte entre a idade aparente e o estado de

conservação na forma isolada. Nestes casos, a norma, recomenda que sejam

tomadas medidas corretivas, como a ampliação da amostra ou adoção de

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técnicas estatísticas mais avançadas ou mesmo a eliminação de variável colinear

pouco representativa.

Pontos influenciantes ou outliers: Nos casos 02 e 03 não foram apresentadas

as verificações da existência de outliers, sendo que no caso 03 houve a

informação da não presença de outlier, sem a devida demonstração. Nos demais

casos, a existência desses pontos atípicos foi verificada pelo gráfico dos resíduos

versus cada variável independente, como também em relação aos valores

ajustados.

No caso 5, verifica-se a presença de outlier (dado 15) e de um possível ponto

influenciante (dado 19), conforme demonstrado na figura 3.24 onde suas

influências e o poder de explicação da equação podem ser verificados através de

outro ajustamento após excluí-los, e comparando o novo modelo com o anterior.

Figura 3.24 – Caso 05: Presença de outlier e ponto influenciante

Em nenhum dos casos foi citada a presença de pontos influenciantes, que devem

ser retirados com a condição de apresentação de justificativas.

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Significância dos regressores: Apenas no caso 02 a significância individual dos

parâmetros das variáveis do modelo não foram submetidas ao teste t de student.

Nos outros casos foi demonstrada a significância de cada parâmetro, conforme o

exemplo do caso 05 (tabela 3.6):

Tabela 3.6: Caso 05: Significância dos regressores

A variável área apresenta valor do t muito superior as demais, o que pode

significar que essa variável explica a maior parte da variação, depois o setor

urbano contribui com outra parte significativa e as demais estão dando pequena

contribuição.

A hipótese nula do modelo foi submetida ao teste F de Snedecor e rejeitada ao

nível máximo de significância de 1%:

Em todos os casos foram feitos os testes de hipóteses para a verificação da

significância do modelo.

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103

Poder de explicação: em todos os casos foram calculados os coeficientes de

determinação e determinação ajustado, conforme apresentados no caso 02

Neste caso, o coeficiente de correlação indica uma forte relação de causa e efeito

entre a variação da variável explicada (y) e as variações das variáveis explicativas

(x)

O coeficiente de determinação calculado indica que 80% da variabilidade dos

preços são devidos às variações das áreas construídas, áreas dos terrenos,

estados de conservação dos imóveis, índices de ocupação e localizações dos

imóveis, enquanto os outros 20% indicam a existência de outras variáveis não

testadas ou algum erro.

Caso o coeficiente de determinação ajustado diminua com o acréscimo de alguma

variável, implica que a variável incluída não é suficiente para compensar a

perda de um grau de liberdade decorrente de sua inclusão no modelo, devendo

ser retirada.

Campo de arbítrio: No caso 06 não foi adotada a estimativa pontual, e o

engenheiro de avaliações não justificou sua escolha dentro do campo de arbítrio

correspondente à semi-amplitude de 15% em torno da estimativa pontual.

No caso 03 o avaliador justifica sua escolha da seguinte forma: “Para

determinação do valor de venda do imóvel avaliando utilizamos 10% abaixo do

valor médio, tendo em vista que a variável oferta/transação não foi utilizada”.

Seria adequado o avaliador comentar nesta justificativa que a maioria dos dados

da amostra (13 dos 14) são dados em oferta no mercado e que geralmente os

imóveis são transacionados por um valor, em média, de 10% abaixo do valor

ofertado.

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Códigos alocados: O código alocado foi utilizado em 05 casos, mas em nenhum

dos casos seguiu a ordem de prioridade da norma que solicita primeiro a

utilização do código alocado quando seus valores são extraídos da amostra com

a utilização de variáveis dicotômicas. E, em segundo, a norma tolera quando são

utilizados números naturais em ordem crescente das características possíveis,

com valor inicial igual a 1, sem a utilização de transformações, ou seja, na escala

original. Em 04 casos que foram utilizados códigos alocados com os números

naturais, foram utilizadas as transformações nas variáveis, como no caso 08 em

que foi adotada a transformação 1/x para a variável padrão.

Verifica-se que, na maioria dos casos os avaliadores não estão atendendo

pressupostos da norma, no que diz respeito à utilização do código alocado.

Apresentação do modelo: Nos casos 01 e 08 não houve atendimento à norma

no que diz que a variável dependente no modelo de regressão deve ser

apresentada no laudo na forma não transformada. No caso 08 foi apresentada a

equação na forma inversa (figura 3.25):

Figura 3.25: Caso 08: Equação de regressão na forma inversa.

Gráfico de preços observados versus valores estimados pelo modelo: A

norma solicita que no caso de utilização do método comparativo direto de dados

de mercado, deve ser apresentado o gráfico de preços observados versus valores

estimados pelo modelo. Em 03 casos não foi demonstrado o gráfico solicitado

pela norma, em que os pontos no gráfico apresentam-se próximos da bissetriz do

primeiro quadrante. No caso 8, tem-se o seguinte gráfico (figura 3.26):

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105

Figura 3.26: Caso 08: gráfico de preços observados versus valores estimados

j) resultado da avaliação e sua data de referência: Todos os casos atendem ao

disposto na norma 14.653-2(2004)

k) qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is)

responsável(is) pela avaliação: Todos os casos atendem ao disposto na norma

14.653-2(2004)

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6. PROPOSTA DE “CHECK LIST”

Para auxiliar no trabalho de execução de laudo de avaliação, o autor recomenda a

utilização do “check list” proposto a seguir, visando garantir a observância dos

pressupostos básicos do anexo A da NBR 14.653-2, bem como melhorar a

qualidade dos laudos executados.

O “check list” utilizado pelo avaliador deve ser entregue em anexo ao laudo, a fim

de que o contratante possa examinar e validar o trabalho apresentado.

No caso de instituição financeira, que demanda curto prazo para a elaboração de

laudos e apresentação de resultados, o “check list” poderá auxiliar, também, o

analista da instituição, diminuindo o tempo de análise que pode se estender

devido às correções a serem efetuadas quando o laudo não atende a algum item

da norma.

Segue abaixo, a proposta de “check list” que deverá vir anexo ao laudo de

avaliação, criando um facilitador para a verificação dos procedimentos para a

utilização de modelos de regressão linear.

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CHECK LIST (anexo ao laudo)

( )O modelo atende aos itens abaixo simultaneamente?

- n ≥ 3 (k+1)

- ni ≥ 5, até duas variáveis dicotômicas ou três códigos alocados para a

mesma característica; ou ni ≥ 3, para 3 ou mais variáveis dicotômicas ou

quatro ou mais códigos alocados para a mesma característica;

Sim - Classificado com Grau de Fundamentação e Precisão

Não – Classificado como Parecer Técnico

( )A linearidade do modelo foi examinada, conforme os gráficos dos

valores observados para a variável dependente versus cada variável

independente, com as respectivas transformações, conforme apresentado

neste trabalho?

( )A verificação da normalidade foi realizada e demonstrada neste

trabalho, conforme anexo A da Norma, item A.2.2.2 letra __ (citar a

forma). (ex: letra a: pelo exame de histograma dos resíduos amostrais

padronizados, com o objetivo de verificar se sua forma guarda semelhança

com a da curva normal.

( )A verificação da homocedasticidade foi realizada e apresentada

neste trabalho, conforme anexo A da Norma, item A.2.2.3 letra __ (citar o

processo) (ex: letra a: análise dos resíduos versus valores ajustados,

que devem apresentar pontos dispostos aleatoriamente, sem nenhum padrão

definido.

( )A verificação da autocorrelação foi feita e apresentada neste

trabalho, conforme anexo A da Norma, item A.2.2.3 letra __ (citar o

processo) (ex: letra a: pela análise do gráfico dos resíduos cotejados

com os valores ajustados, que deve apresentar pontos dispersos

aleatoriamente, sem nenhum padrão definido,

( )A verificação da multicolinearidade foi feita e apresentada neste

trabalho, pela matriz das correlações, que espelha as dependências

lineares de primeira ordem entre as variáveis independentes, com atenção

especial para resultados superiores a 0,80?

( )A existência de outlier foi verificada e demonstrada pelo gráfico

dos resíduos versus cada variável independente? Foi detectado ponto

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influenciante? A sua retirada foi justificada?

( )A significância individual dos parâmetros das variáveis do modelo

foi submetida ao teste t de Student, em conformidade com as hipóteses

estabelecidas quando da construção do modelo, e os resultados foram

apresentados neste trabalho?

( )A hipótese nula do modelo foi submetida ao teste F de Snedecor e

rejeitada ao nível máximo de significância de 1 %, e os resultados foram

apresentados neste trabalho?

( )A explicação do modelo foi aferida pelo seu coeficiente de

determinação e também considerado o coeficiente de determinação ajustado,

conforme resultados demonstrados neste trabalho?

( )O engenheiro avaliador justificou a escolha do valor dentro do

campo arbítrio, caso não seja adotada a estimativa pontual?

( )Foram consideradas tantas variáveis dicotômicas quantas forem

necessárias para descrever as diferenças qualitativas, em lugar da

utilização de códigos alocados?

( )Os valores dos códigos alocados foram extraídos da amostra com a

utilização de variáveis dicotômicas?

( )Foram utilizados códigos alocados com números naturais em ordem

crescente das características possíveis, com valor inicial igual a 1, sem

a utilização de transformações, ou seja, na escala original?

( )Foram verificadas as exigências para o atendimento do Grau de

Fundamentação e Grau de Precisão quando da utilização de código alocado?

( )A variável dependente no modelo de regressão foi apresentada no

laudo na forma não transformada?

( )Foi anexado gráfico de preços observados na abscissa versus

valores estimados pelo modelo na ordenada, apresentando pontos próximos

da bissetriz do primeiro quadrante?

Figura 6.1: “Check list” para os pressupostos básicos

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109

7. CONCLUSÃO

Através da análise crítica de 8 (oito) laudos de avaliação executados por

profissionais da área de engenharia, foi possível verificar que em nenhum dos

casos houve a total observância das regulamentações da NBR 14.653 partes 1 e

2.

Verificou-se em todos os casos que algum ou alguns itens não estão em

conformidade com o normativo, devido a vários fatores que devem ser

observados: não foi seguida a estrutura de apresentação do laudo e ou não houve

o atendimento aos pressupostos básicos (ou se houve, não foi demonstrado).

Todas as informações que validam os pressupostos da norma devem estar

contidas no trabalho, tendo em vista que o laudo completo deve ser auto-

explicável.

Pressupõe-se que os principais motivos da não observância da NBR 14.653-2

sejam: o não entendimento da norma, devido a complexidade que envolve o

tratamento estatístico dos dados, e também, o pouco tempo de vigência que,

talvez, não foi suficiente para superar os vícios que a antiga norma NBR 5676

pode ter deixado nos profissionais da área de engenharia de avaliações.

O não atendimento à Norma pode gerar a não confiabilidade do resultado obtido

no trabalho técnico realizado. E nos casos em específico, o desrespeito à

regulamentação pode implicar em descumprimento de prazos contratuais pré-

estabelecidos e até em prejuízos materiais para os contratantes, posto que os

laudos de avaliação de bens muitas vezes se prestam a fundamentar

arrematação em hasta pública, liberação de financiamento, escolha de imóveis

para utilização própria, renovação de locação com terceiros, negociação com

devedores, dentre outros.

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Neste sentido, a fim de minimizar os erros, cometidos pela não observância dos

normativos, o autor propôs um check list para garantir o atendimento dos

pressupostos básicos do anexo A da NBR 14.653-2, que deverá ser utilizado pelo

engenheiro avaliador durante a execução do trabalho, e entregue em anexo ao

laudo de avaliação.

Acredita-se assim que, a inclusão deste simples procedimento, implicará em um

resultado positivo e significativo na qualidade dos laudos executados por

engenheiros avaliadores, e atender as expectativas do contratante no que tange à

confiabilidade dos resultados e cumprimento do prazo de elaboração do laudo.

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