bócio multinodular tóxico

4
WIKIPEDIA bócio multinodular tóxico (também conhecido como doença de Plummer) é um distúrbio relativamente freqüente, no qual existem muitos nódulos na tireóide , sendo mais comum no sexo feminino e tende a aumentar com a idade tendo pico de incidência a partir da 6ª década de vida. O seu tratamento inicial pode ser medicamentoso, porém, o tratamento definitivo, que é efetivo, baseia-se na eliminação do tecido autônomo por irradiação obtida pela administração de iodo radioativo, através de tratamento operatório com a retirada cirúrgica. Um adenoma é uma coleção de crescimentos (-oma) de origem glandular. Os adenomas podem crescer de muitos órgãos inclusive o cólon , adrenal , hipófise , tiróide , etc. Estes crescimentos são benignos, embora com o passar do tempo eles podem progredir e ficar malignos. Nesse estágio, eles são chamados adenocarcinomas. Embora os adenomas sejam benignos, eles têm o potencial para causar complicações de saúde sérias comprimindo outras estruturas (efeito de massa) e produzindo quantias grandes de hormônios de uma maneira desregulada (síndrome paraneoplástica ). Tiróide São achados nódulos tiróides solitários em aproximadamente uma em 10 pessoas. A investigação é necessária porque uma percentagem pequena destes é maligna. Biópsia normalmente confirma o crescimento para ser um adenoma, mas, às vezes, a remoção na cirurgia é necessária, especialmente quando as células achadas na biópsia forem do tipo folicular. http://veja.abril.com.br/blog/nutricao-homo-obesus/nutricao/o- bocio-multinodular-afeta-milhoes-de-pessoas/ O diagnóstico do Bócio MultinodularA simples inspeção da região cervical anterior já indica um volume aumentado, com a presença de nódulos. O exame ecográfico, isto é, pela ultrassonografia, permite visualizar e classificar estes nódulos. O exame pelo ultrassom é capaz de nos informar a possibilidade de haver um nódulo com características de malignidade. Sabemos, todavia, que esta possibilidade seria de

Upload: pinhe2

Post on 29-Jun-2015

539 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: bócio multinodular tóxico

WIKIPEDIA

bócio multinodular tóxico (também conhecido como doença de Plummer) é um distúrbio relativamente freqüente, no qual existem muitos nódulos na tireóide, sendo mais comum no sexo feminino e tende a aumentar com a idade tendo pico de incidência a partir da 6ª década de vida.

O seu tratamento inicial pode ser medicamentoso, porém, o tratamento definitivo, que é efetivo, baseia-se na eliminação do tecido autônomo por irradiação obtida pela administração de iodo radioativo, através de tratamento operatório com a retirada cirúrgica.

Um adenoma é uma coleção de crescimentos (-oma) de origem glandular. Os adenomas podem crescer de muitos órgãos inclusive o cólon, adrenal, hipófise, tiróide, etc. Estes crescimentos são benignos, embora com o passar do tempo eles podem progredir e ficar malignos. Nesse estágio, eles são chamados adenocarcinomas. Embora os adenomas sejam benignos, eles têm o potencial para causar complicações de saúde sérias comprimindo outras estruturas (efeito de massa) e produzindo quantias grandes de hormônios de uma maneira desregulada (síndrome paraneoplástica).

Tiróide

São achados nódulos tiróides solitários em aproximadamente uma em 10 pessoas. A investigação é necessária porque uma percentagem pequena destes é maligna. Biópsia normalmente confirma o crescimento para ser um adenoma, mas, às vezes, a remoção na cirurgia é necessária, especialmente quando as células achadas na biópsia forem do tipo folicular.

http://veja.abril.com.br/blog/nutricao-homo-obesus/nutricao/o-bocio-multinodular-afeta-milhoes-de-pessoas/

O diagnóstico do Bócio MultinodularA simples inspeção da região cervical anterior já indica um volume aumentado, com a presença de nódulos. O exame ecográfico, isto é, pela ultrassonografia, permite visualizar e classificar estes nódulos. O exame pelo ultrassom é capaz de nos informar a possibilidade de haver um nódulo com características de malignidade. Sabemos, todavia, que esta possibilidade seria de cerca de 10% ou menor. Isto quer dizer que mais de 90% dos Bócios Multinodulares são benignos.

Tratamento não cirúrgico do Bócio MultinodularDurante vários anos, a cirurgia

desta tireoide aumentada de volume (bócio) foi considerada como a terapêutica mais

indicada embora de custo elevado e possibilidade de haver algumas consequências

na fase pós-cirúrgica. Todavia muitos pacientes com Bócio Multinodular são idosos e

apresentam outras moléstias (cardíacas, renais, hipertensão, diabetes) que,

possivelmente, aumentam o risco cirúrgico. Por outro lado, muitos pacientes não

querem se submeter à cirurgia. 

Há cerca de 20 anos, em alguns países europeus, se iniciou o tratamento do Bócio

Page 2: bócio multinodular tóxico

Multinodular com iodo radioativo. O tratamento apresentou ótimo resultado. No

entanto as doses de radioiodo utilizadas eram elevadas com radiação total do corpo

muito além do que se poderia desejar. Além disso, o paciente teria que ficar

internado por três dias em hospital.

Mais recentemente, desde 2001, iniciou-se uma nova modalidade de tratamento.

Precedendo a dose de radioiodo (relativamente baixa, de 30 milicuries), o paciente

recebe duas injeções, em dois dias consecutivos, de um hormônio estimulador da

tireoide (TSH). Com este estímulo todos os nódulos do bócio recebem e absorvem o

iodo radioativo. A radiação passa a exercer o seu efeito imediatamente e após seis

meses nota-se redução do volume do bócio de 30-40%.

Ao fim de um ano do tratamento o volume da tireoide já é 60% menor do que o

inicial. Após quatro anos o volume da tireoide, praticamente, deverá estar dentro do

normal. O custo deste tratamento é bem inferior ao da cirurgia, o) paciente não

precisa ficar internado, não há efeitos colaterais graves, exceto a possibilidade de

haver hipotireoidismo.

Tal terapêutica não cirúrgica é bem tolerada e pode ser aplicada em idosos com outras co-morbidades, tem custo relativamente baixo e não necessita de internação. Essa modalidade de tratamento talvez seja a que melhor se indica para países de grande massa populacional, que não possuem cirurgiões especializados em número suficiente para operar as centenas e milhares de pacientes com Bócio Multinodular.

http://www.tireoide.org.br/um-panorama-sobre-o-bocio-multinodular/

Departamento de Tireóide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Um Panorama Sobre o Bócio Multinodular

Flavia Garcia, Gramado, RS

Por ter sintoma aparente, o bócio multinodular foi a primeira doença tireoidiana descoberta. Especialistas afirmam que os relatos iniciais do bócio estão apresentados em pinturas centenárias. Entretanto apenas 5% dos adultos possuem bócios palpáveis o que justifica a grande quantidade de estudos buscando formas de diagnóstico e tratamento dos bócios. Mas este número pode chegar a 60% com o exame de ultrassonografia, principalmente nos idosos.

A maioria dos nódulos benignos e pequenos, entre 1 e 2 cm, permanecem estáveis por muitos anos. Nestes casos, o Dr. Eduardo

Page 3: bócio multinodular tóxico

Tomimori (São Paulo, SP) sugere que não seja feito nada, apenas o acompanhamento do paciente. De 10 a 15% dos bócios tornam-se detectáveis clinicamente entre 7 e 20 anos após o início da disfunção tireoidiana. Mas a toxidade deles vai depender de sua nodularidade e tamanho.

O Dr. João Hamilton Romaldini (São Paulo, SP) afirma que o risco de malignidade é igual entre os bócios únicos e os multinodulares (MNG). A maioria dos bócios MNG são assintomáticos, menos de 5% são malignos e entre 8 e 10% desenvolvem câncer de tireóide. Em relação aos nódulos únicos, ele informou que são mais comuns em pacientes com mais de 60 anos ou menos de 30. Dentre as principais causas para o desenvolvimento do bócio está a deficiência de iodo.

A sugestão do Dr. Romaldini é que os bócios maiores de 1 cm devem ser puncionados. Ainda a respeito do tamanho do bócio, o Dr. Cláudio Albino (Maringá, PR) disse que nódulos maiores de 3 cm têm um risco de 20% de desenvolverem o hipertireoidismo, que é bem menor em nódulos até 2,5 cm. Já a Dra. Rosalinda Camargo lembrou que os conceitos mudaram nos últimos 20 anos. “Antigamente, o médico puncionava apenas os grandes nódulos, mas atualmente puncionamos qualquer um, tendo em vista os resultados apresentados na ultrassonografia. Uma vez benigno, não precisa re-puncionar todos os anos”, afirmou ela, completando que nos casos de malignidade a punção é praticamente obrigatória.

Dentre as orientações de tratamento, o Dr. Cláudio afirmou que a cirurgia é a opção brasileira para os bócios maiores e nos quais a malignidade não tenha sido descartada. Além disso, a cirurgia tem a vantagem da redução imediata e da definição do diagnóstico. Em complemento, o Dr. Romaldini afirma que a operação deve ser também a opção quando outras terapias não resolvem, além de nódulos malignos e grandes. “Não há consenso para os bócios multinodulares. A cirurgia é a opção dos latino-americanos e o tratamento com T4 é o preferido pelos americanos e europeus”, afirmou o Dr. Romaldini.

“Mas e quando o paciente se recusa, como é o caso de idosos, quando ela é contra-indicada?”, questionou o Dr. Claudio, completando que, nessas horas, o médico deve procurar as alternativas, como a iodoterapia.

A respeito das alternativas não cirúrgicas a terapia com radioiodo de mostra a mais adequada, porém 20% dos pacientes não respondem a esse tratamento. E ainda, “quanto maior o bócio, pior a resposta”, afirma o Dr. Cláudio. Outro problema citado por ele é que alguns pacientes têm baixa absorção de iodo sendo necessárias mais sessões de terapia, ficando, assim, o tratamento mais caro, além de haver uma grande possibilidade de internação. Além disso, após a terapia com iodo, o hipotireoidismo ocorre entre 22 e 58% dos pacientes.

O LATS 2009 reuniu os principais especialistas em tireóide, de 30 de abril a 3 de maio, no Hotel Serrano, em Gramado, Rio Grande do Sul (Brasil). O evento foi presidido pela Dra. Ana Luiza Maia.