boletim covid 08fonte boa 85 0,4 483 4 0,3 4,7 22,7 jutaí 52 0,3 363 5 0,4 9,6 34,9 santo antônio...
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1º caso de
COVID-19
no Mundo
(Wuhan/China)
Identificação
do Novo
Coronavírus
Emergência
Internacional
ESPII
Emergência
Nacional
ESPIN
1º caso de
COVID-19
no Brasil 1º óbito por
COVID-19 no
Amazonas
(Parintins)
1º caso de
COVID-19
no Interior
(Parintins)
1º caso suspeito
de COVID-19
no Amazonas
(descartado)
1º caso
confirmado
de COVID-19
no Amazonas
(Manaus)Transmissão
comunitária
da COVID-19
em Manaus
100 casos de
COVID-19 no
Amazonas
1000 casos de
COVID-19 no
Amazonas
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COVID-19 no
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A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2, um novo �po de coronavírus. Os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. No entanto, alguns coronavírus podem causar quadros clínicos graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A maioria das infecções por SRAG é de e�ologia viral. Os principais vírus causadores de SRAG são: Coronavírus, vírus Influenza A e B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Adenovírus, Parainfluenza e o Metapneumovírus.
Os primeiros casos da COVID-19 foram iden�ficados em Wuhan, Hubei, China, em 1º dezembro de 2019, a par�r de um grupo de pessoas com pneumonia de causa desconhecida, ligadas principalmente a vendedores ambulantes que trabalhavam no Mercado de Frutos do Mar de Huanan. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia (Figura 1). Segundo a OMS, até 17 de maio de 2020, foram confirmados no mundo 4.525.497 casos de COVID19 e 307.395 óbitos. Nesta data, o Ministério da Saúde do Brasil, havia confirmado no país, 241.080 casos e 16.118 óbitos, com letalidade de 6,7%. No Amazonas, o primeiro caso de COVID-19 foi registrado em 13 de março de 2020.
I. INTRODUÇÃO
CORONAVÍRUSFUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
ANO 1 | Nº 08 18 de Maio de 2020
Situação Epidemiológica de COVID-19 e da Síndrome Respiratória Aguda Grave no Estado do Amazonas, 2020
Figura 1. Marcos da COVID-19 no mundo, no Brasil e no estado do Amazonas
Fonte: OMS e GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Este bole�m tem o obje�vo de descrever a situação epidemiológica, o padrão de distribuição espacial e temporal da COVID-19 e dos casos de SRAG causados por outros vírus respiratórios, no estado do Amazonas. Foram analisados os dados dos casos no�ficados até 16 de maio de 2020. As fontes de dados consultadas foram o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), o Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), dados do e-SUS no�fica, do Formulário de No�ficação Diária dos Municípios (Google Forms), do RedCap Ministério da Saúde, do RedCap da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (SEMULSP), do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Amazonas (CIEVS/FVS-AM) e da Coordenação Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde (CECISS).
II. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA COVID-19 NO AMAZONAS
Até a semana epidemiológica (SE) 20, foram confirmados 19.677 casos da COVID-19 no estado do Amazonas. A evolução temporal dos casos mostra que a epidemia está em fase de progressão, no entanto, há diferenças no incremento de casos na capital em relação ao interior. Enquanto na capital o ritmo de aumento de casos mostra desaceleração, nos municípios do interior do estado, o número de casos novos aumenta a cada dia. Nas úl�mas semanas houve aumento da proporção de casos nos municípios do interior do estado (Figura 2). Destaca-se que, do total de casos confirmados no estado, 47,7% (9.380/19.677) são de residentes do interior.
02
FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
Figura 2. Casos novos e óbitos de COVID-19 por semana epidemiológica da data de confirmação. Amazonas, 2020, até SE 20
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Até a SE 13, a ocorrência de COVID-19 estava restrita à capital e 4 municípios. Nas semanas seguintes, houve propagação da doença para outros municípios, a�ngindo, principalmente, as regionais Entorno de Manaus e Rio Negro e Alto Solimões. Atualmente, há casos confirmados de COVID-19 em 60 (96,7%) municípios do estado do Amazonas. Santo Antônio do Içá (1.833 casos/100 mil hab.) e Amaturá (1.456 casos/100 mil hab.) são os municípios com maiores taxas de incidência da doença no estado (Figura 3).
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SE 11 SE 12 SE 13 SE 14 SE 15 SE 16 SE 17 SE 18 SE 19 SE 20
Cas
os
(acu
mu
lad
os)
Data de confirmação
Capital (n = 10.297) Interior (n = 9.380)
Figura 3. Distribuição espacial da incidência* (casos/100 mil hab.) de COVID-19 por semana epidemiológica (SE 11 a SE 20) e município de residência. Amazonas, 2020, até SE 20
* Incidência calculada a partir da data do início dos sintomas
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
A taxa de incidência média de COVID-19 no estado do Amazonas é de 475 casos por 100 mil habitantes, 4 vezes superior à taxa média nacional que é de 144,7 casos por 100 mil hab. As Regionais com maiores incidências são Rio Juruá e Alto Solimões, com 775 e 692 casos por 100 mil hab., respec�vamente (Tabela 1).
Até o dia 16 de maio (SE 20), foram registrados 1.375 óbitos por COVID-19 no estado do Amazonas. Do total de óbitos, 66,9% (920/1.375) ocorreram na Capital e 33,1% (455/1.375) no interior. As regionais Entorno de Manaus e Rio Negro respondem por 73,9% (1.016/1.375) dos registros de óbito do estado. A taxa de letalidade por COVID-19 no Amazonas é de 7,0%, isto é, a cada 100 pessoas infectadas, 7 evoluem para óbito. Quanto a taxa de mortalidade por COVID-19 no Amazonas, que mede o número proporcional de óbitos na população, a taxa do estado foi de 33,2 óbitos por 100 mil hab., conforme mostra a Tabela 1.
FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
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Tabela 1. Distribuição de casos confirmados, óbitos, taxa de incidência, taxa de letalidade e taxa de mortalidade por COVID-19 segundo Regional de Saúde e município de residência. Amazonas, 2020, até SE 20
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
ALTO SOLIMÕES Amaturá 168 0,9 1456 4 0,3 2,4 34,7
Atalaia do Norte 3 0,0 15 0 0,0 0,0 0,0
Benjamin Constant 160 0,8 372 10 0,7 6,3 23,3
Fonte Boa 85 0,4 483 4 0,3 4,7 22,7
Jutaí 52 0,3 363 5 0,4 9,6 34,9
Santo Antônio do Içá 396 2,0 1833 8 0,6 2,0 37,0
São Paulo de Olivença 262 1,3 667 3 0,2 1,1 7,6
Taba�nga 495 2,5 752 46 3,3 9,3 69,9
Tonan�ns 121 0,6 645 8 0,6 6,6 42,7
Total 1.742 8,9 692 88 6,4 5,1 34,9
BAIXO AMAZONAS Barreirinha 92 0,5 287 1 0,1 1,1 3,1
Boa Vista do Ramos 36 0,2 187 0 0,0 0,0 0,0
Maués 259 1,3 405 20 1,5 7,7 31,3
Nhamundá 28 0,1 132 1 0,1 3,6 4,7
Parin�ns 633 3,2 554 40 2,9 6,3 35,0
Total 1.048 5,3 418 62 4,5 5,9 24,7
Autazes 260 1,3 657 21 1,5 8,1 53,1
Barcelos 105 0,5 382 6 0,4 5,7 21,8
Careiro 332 1,7 877 6 0,4 1,8 15,8
Careiro da Várzea 37 0,2 122 1 0,1 2,7 3,3
Iranduba 317 1,6 656 23 1,7 7,3 47,6
Manaquiri 69 0,4 215 6 0,4 8,7 18,7
Manaus 10.297 52,3 472 920 66,9 8,9 42,1
Nova Olinda do Norte 49 0,2 131 2 0,1 4,1 5,4
Presidente Figueiredo 228 1,2 628 11 0,8 4,8 30,3
Rio Preto da Eva 309 1,6 927 7 0,5 2,3 21,0
Santa Isabel do Rio Negro 7 0,0 28 1 0,1 14,3 4,0
São Gabriel da Cachoeira 292 1,5 641 12 0,9 4,1 26,3
Total 12.302 62,5 478 1.016 73,9 8,3 39,4
Itacoa�ara 365 1,9 360 33 2,4 9,0 32,6
Itapiranga 132 0,7 1443 3 0,2 2,3 32,8
São Sebas�ão do Uatumã 18 0,1 128 0 0,0 0,0 0,0
Silves 70 0,4 763 3 0,2 4,3 32,7
Urucará 93 0,5 572 2 0,1 2,2 12,3
Urucurituba 34 0,2 147 1 0,1 2,9 4,3
Total 712 3,6 412 42 3,1 5,9 24,3
Carauari 144 0,7 509 2 0,1 1,4 7,1
Eirunepé 34 0,2 96 0 0,0 0,0 0,0
Guajará 7 0,0 42 0 0,0 0,0 0,0
Itamara� 2 0,0 25 0 0,0 0,0 0,0
Total 187 1,0 136 2 0,1 1,1 1,5
Apuí 19 0,1 86 0 0,0 0,0 0,0
Borba 86 0,4 209 9 0,7 10,5 21,9
Humaitá 13 0,1 24 0 0,0 0,0 0,0
Manicoré 29 0,1 52 2 0,1 6,9 3,6
Novo Aripuanã 48 0,2 187 3 0,2 6,3 11,7
Total 195 1,0 98 14 1,0 7,2 7,0
Anamã 35 0,2 257 0 0,0 0,0 0,0
Anori 130 0,7 619 2 0,1 1,5 9,5
Beruri 77 0,4 391 5 0,4 6,5 25,4
Caapiranga 16 0,1 122 1 0,1 6,3 7,6
Coari 572 2,9 672 35 2,5 6,1 41,1
Codajás 16 0,1 56 1 0,1 6,3 3,5
RIO NEGRO E
SOLIMÕES
ENTORNO DE
MANAUS E RIO
NEGRO
MÉDIO AMAZONAS
RIO JURUÁ
RIO MADEIRA
n % n %
Casos confirmados Taxa de incidência
(por 100 mil hab.)
Óbitos Taxa de
letalidade (%)
Taxa de mortalidade
(por 100 mil hab.)Regional de Saúde Município de residência
Boca do Acre 196 1,0 571 1 0,1 0,5 2,9
Canutama 22 0,1 141 0 0,0 0,0 0,0
Lábrea 24 0,1 52 0 0,0 0,0 0,0
Pauini 1 0,0 5 0 0,0 0,0 0,0
Tapauá 159 0,8 927 3 0,2 1,9 17,5
Total 402 2,0 303 4 0,3 1,0 3,0
Alvarães 10 0,1 62 3 0,2 30,0 18,7
Japurá 10 0,1 363 0 0,0 0,0 0,0
Juruá 1 0,0 7 0 0,0 0,0 0,0
Maraã 47 0,2 258 0 0,0 0,0 0,0
Tefé 708 3,6 1183 33 2,4 4,7 55,1
Uarini 3 0,0 22 0 0,0 0,0 0,0
Total 779 4,0 623 36 2,6 4,6 28,8
RIO PURUS
TRIÂNGULO
19.677 100,0 475 1.375 100,0 7,0 33,2Amazonas
Manacapuru 1.393 7,1 1431 63 4,6 4,5 64,7
Novo Airão 71 0,4 365 4 0,3 5,6 20,6
195 1,0 98 14 1,0 7,2 7,0
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Do total de casos confirmados de COVID-19 no Amazonas, 13,3% (2.622/19.677) desenvolveram a forma grave da doença e preencheram os critérios de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Destaca-se que, no dia 16 de maio, havia 551 pacientes internados com confirmação para COVID-19 e, destes, 34,4% (190/551) encontravam-se em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Manaus concentra o maior número de casos de SRAG confirmados para COVID-19, com 74,1% (1.943/2.622) dos pacientes internados até a SE 20. Vale destacar que a capital possui a maior parte da rede de urgência e emergência do Estado. No interior do estado, Manacapuru e Taba�nga são os municípios com maior número de casos graves, com 3,5% (92/2.622) em cada.
No município de Manaus, foram confirmados 10.297 casos de COVID-19, distribuídos em todos os 63 bairros da cidade. Os primeiros casos confirmados da doença foram de residentes de bairros da zona oeste. Nas semanas seguintes, observou-se a dispersão da doença para os bairros adjacentes, alcançando, na SE 13, bairros populosos da região Norte da cidade (Figura 4).
Figura 4. Distribuição espacial da taxa de incidência* de casos COVID-19 por bairro de residência no município de Manaus. Amazonas, 2020, até SE 20
A análise da distribuição dos casos de COVID-19 por faixa etária, mostra que mais de 70% das no�ficações são de pessoas com idade entre 20 e 59 anos, as quais abrangem a maior parte da população economicamente a�va no estado. Possivelmente, essa maior proporção de casos em adultos se deve à baixa adesão às medidas de isolamento social. Com relação ao sexo, 50,6% dos casos são de pessoas do sexo masculino e 49,4% do feminino (Figura 5A).
Entre os casos graves de COVID-19, a maior proporção foi de pessoas do sexo masculino, que corresponde a 64,3% (1.686/2.622) dos casos. Com relação à faixa etária, 52,1% (1.365/2.622) dos pacientes internados têm idade de 60 anos ou mais (Figura 5B). Do total de casos que evoluíram para óbito, 68,7% (945/1.375) são do sexo masculino. A faixa etária com maior registro de óbitos foi a de 60 anos ou mais (Figura 5C).
* Incidência calculada a partir da data do início dos sintomas
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
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Figura 5. Distribuição dos casos confirmados, casos graves e óbitos por COVID-19 segundo sexo e faixa etária. Amazonas, 2020, até SE 20
Casos confirmados (n = 19.677)
Casos graves (n=2.622)
A
B
C
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Dos casos graves da COVID-19, observa-se que mais de 80% ocorreram na população autodeclarada como parda. Os casos graves e óbitos por COVID-19 em indígenas correspondem a 2,2% e 2,4%, respec�vamente (Figura 6). Dentre as etnias indígenas com maior número de casos confirmados estão a Ticuna (13 casos), Kocama (07 casos), Tukano (06 casos), Baré (06 casos) e Saterê-Mawé (04 casos).
Óbitos (n=1.375)
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Figura 5. Distribuição dos casos graves e óbitos por COVID-19 segundo grupo étnico. Amazonas, 2020, até SE 20
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Os sinais e sintomas mais frequentes entre os casos graves de COVID-19 foram: febre (90,4%), tosse (90,2%),
dispneia (82,8%) e desconforto respiratório (81,9%) (Figura 7).
Preta1,9%
Amarela0,5% Indígena
2,2%
Branca7,9%
Parda87,5%
Casos graves (n = 2.622)
Preta
Amarela
Indígena
Branca
Parda
Preta1,5%
Amarela0,8%
Indígena2,4%
Branca7,5%
Parda87,8%
Óbitos (n = 1.375)
Preta
Amarela
Indígena
Branca
Parda
Figura 7. Sinais e sintomas mais frequentes dos casos graves de COVID-19. Amazonas, 2020, até SE 20
0,3%1,4%
9,7%17,2%
21,0%48,3%
62,4%81,9%82,8%
90,2%90,4%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Congestão nasalCoriza
VômitoDiarreia
Outros sintomasDor de garganta
Saturação O2 < 95%
Dispneia
Desconforto Respiratório
Tosse
Febre
Sinais e Sintomas N = 2.622
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Dos 2.622 casos graves de COVID-19, 76% (1.985/2.622) possuíam pelo menos um fator de risco/comorbidade, com destaque para a proporção de idosos (≥60 anos) que foi de 69% (1.365/1.985). Em seguida, 35% (704/1.985) dos casos graves apresentavam doença cardiovascular e 31% (620/1.985) diabetes mellitus (Tabela 2). Entre os óbitos por COVID-19, 84% (1.156/1.375) apresentavam fatores de risco, sendo idosos, doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, as principais comorbidade associadas.
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FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
Tabela 2. Distribuição dos casos graves e óbitos de COVID-19 segundo fator de risco. Amazonas, 2020, até SE 20
O tempo médio entre o início de sintomas e o óbito por COVID-19 foi de 12 dias. Do total de óbitos pela doença, 4% ocorreram nas primeiras 48 horas após a data do início de sintomas (Figura 8).
Figura 8. Percentual acumulado dos óbitos por COVID-19, em dias, do início dos primeiros sintomas até a data do óbito. Amazonas, 2020, até SE 20
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
* internados que não evoluíram para óbito até 16 de maio
Fonte: GAL/SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (SEMULSP), houve aumento no número de sepultamentos na cidade de Manaus a par�r de 08 de abril, alcançando maior número de ocorrências em 26 de abril, quando foi realizado 167 sepultamentos. A par�r do início de maio observa-se uma tendência de redução na quan�dade diária de sepultamentos realizados na capital.
Internados*Casos graves Óbitos
N=2.622 N=1.247 (40,2%) N=1.375 (45,5%)
Pelo menos 1 fator de risco 76% 66% 84%
Comorbidades
Idosos (≥ 60 anos) 69% 54% 79%
Doença cardiovascular 35% 31% 39%
Diabetes mellitus 31% 27% 34%
Hipertensão 21% 19% 22%
Pneumopa�as 6% 7% 5%
Obesidade 5% 5% 5%
Doença renal crônica 5% 3% 7%
Doença neurológica 3% 2% 3%
Imunodeficiência/Imunodepressão 3% 4% 2%
Indígena 2% 3% 2%
Gestante 2% 4% 0%
Doenças hematológicas 2% 2% 2%
Doença hepá�ca 1% 1% 1%
Criança < 1 ano 1% 3% 0%
Puérpera 1% 2% 1%
Criança de 1 a 4 anos 1% 2% 0%
Síndrome de Down 1% 1% 0%
1% 2% 4%8%
13%19%
26%32%
39%45%
50%55%
61%65%
70%74%
77%80% 83% 86% 88% 90%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
%
Dias da evolução ao óbito
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Figura 9. Sepultamentos de 1º de abril a 18 de maio. Manaus
Fonte: SEMULSP/Manaus. Acesso em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Houve aumento no número de óbitos domiciliares a par�r da segunda semana de abril, coincidindo com o aumento no número de sepultamentos. Em janeiro de 2020, ocorriam em média 3 óbitos em domicílio, no entanto, em abril, foi observado uma média de 30 óbitos domiciliares (Figura 10). Observa-se tendência de redução dos óbitos domiciliares em maio.
Figura 10. Óbitos domiciliares em Manaus. Janeiro a Maio de 2020
Fonte: SEMULSP/Manaus. Acesso em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
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Os registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) apontam que em abril de 2020 o número de óbitos (linha vermelha) ocorridos no estado do Amazonas superam o número de óbitos no�ficados em igual período de 2019 (linha azul). Não é possível afirmar que houve redução no número de óbitos em maio, pois as secretarias municipais estão alimentando o sistema de informação (Figura 11).
Casos Confirmados
Em investigação
SRAG não especificado
COVID-19
Metapneumovírus
Outros agentes etiológicos
Parainfluenza
VSR
Adenovírus
Influenza B
Influenza A(não subtipável)
Influenza A(não subtipado)
Influenza A(H1N1)pdm09
FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
09
Figura 11. Total de óbitos (todas as causas) por dia. Amazonas, 2019 e 2020
Fonte: SIM/NUSI/FVS. Acesso em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
janeiro fevereiro março abril maio
2 5 8 11 14 17 20 23 26 29 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29
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Ób
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Ano do óbito2019 2020
III. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SRAG NO AMAZONAS
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma doença respiratória infecciosa que pode levar a complicações clínicas e internações hospitalares. A maioria das infecções por SRAG é de e�ologia viral, dentre eles, Influenza A e B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Adenovírus, Parainfluenza, Coronavírus e Metapneumovírus. Estas infecções geralmente estão associadas aos períodos sazonais que variam de acordo as regiões, em temperatura e umidade. No Amazonas, a sazonalidade ocorre no período chuvoso, correspondendo aos meses de novembro a abril.
Em 2019, o número de casos de SRAG aumentaram até a SE 9, quando a�ngiu o pico da curva epidêmica (Figura 12A). Em 2020, houve aumento no número de casos de SRAG a par�r da SE 2, permanecendo em ascensão até os dias atuais (Figura 12B). Desde a SE 12, o número de casos de SRAG no�ficados semanalmente ultrapassaram os registrados em igual período de 2019, embora nesse ano o Estado do Amazonas vivenciou a maior epidemia por vírus respiratório já registrada.
Figura 12. Evolução temporal do número de casos de SRAG, por agente e�ológico. Amazonas, (A) 2019 e (B) 2020
2019
02 04 06 08 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
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A
Casos Confirmados
Em investigação
SRAG não especificado
COVID-19
Metapneumovírus
Outros agentes etiológicos
Parainfluenza
VSR
Adenovírus
Influenza B
Influenza A(não subtipado)
Influenza A(H1N1)pdm09
FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
Figura 12. Evolução temporal do número de casos de SRAG, por agente e�ológico. Amazonas, (A) 2019 e (B) 2020
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B
Até a SE 20 de 2020 foram no�ficados 6.151 casos de SRAG, o que representa um aumento de 313% quando comparado aos registrados no mesmo período de 2019, quando foram no�ficados 1.488 casos. Desse total de casos no�ficados, 2.681 casos �veram confirmação para vírus respiratórios, sendo 2.622 (42,6%) para SARS-CoV-2. Com relação aos óbitos por SRAG, em 2020 foram registrados 2.313 óbitos, enquanto que em 2019, ocorreram 121 óbitos, o que representa um aumento de 1812% (Tabela 3).
Tabela 3. Variação proporcional e número de casos no�ficados e óbitos por SRAG, segundo classificação final e agente e�ológico, compara�vo entre os anos de 2019 e 2020, até a SE 20, no estado do Amazonas
Fonte: SIVEP-Gripe/DVE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Fonte: SIVEP-Gripe/DVE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
Casos Óbitos Casos Óbitos Casos
2019 2020Casos confirmadosClassificação final
% Variação
Óbitos
Influenza A(H1N1)pdm09 116 32 7 0 -94
Influenza A(não sub�pado) 3 0 1 0 -67
Influenza A(não sub�pável) 14 2 0 0 -100
Influenza B 0 0 11 2
Adenovírus 6 0 17 4 183
Metapneumovírus 11 0 8 1 -27
Parainfluenza 3 3 4 0 33
VSR 423 35 11 2 -97
0 0 2.622 1.375
576 72 2.681 1.384 365
3 0 8 3 167
884 48 1.647 897 86
Em inves�gação 25 1 1.815 29
Total de casos no�ficados 1.488 121 6.151 2.313 313
SRAG por influenza
SRAG não especificado
SRAG por outros agentes e�ológicos
Total (confirmados por vírus respiratórios)
COVID-19
SRAG por outro vírus
respiratório
-100
-100
-100
-94
1822
1769
1812
FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
Com relação à faixa etária, observa-se que em 2020, casos de SRAG em adultos entre 40 e 59 anos e idosos (acima de 60 anos) são as mais afetadas e que apresentaram maior variação, com aumento de 2.422% e 2.969%, respec�vamente. Esses achados apontam o possível impacto gerado pela pandemia de COVID-19 já descritos na primeira seção deste bole�m, o que corrobora com evidências publicadas na literatura cien�fica. Este padrão é diferente do encontrado em 2019, no qual as crianças menores de 1 ano apresentavam maior frequência de casos no�ficados (42,9%), o que está relacionado às caracterís�cas dos vírus circulantes naquele ano. Em relação aos óbitos, houve um aumento correspondente a 2851% nos idosos (acima de 60 anos) em 2020 (Tabela 4).
Tabela 4. Variação proporcional e número de casos no�ficados e óbitos por SRAG, segundo faixa etária, compara�vo entre os anos de 2019 e 2020, até a SE 20, no estado do Amazonas
Fonte: SIVEP-GRIPE/ASTEC-SASS/FVS-AM. Dados atualizados em 18/05/2020, sujeitos a revisão.
IV. RECOMENDAÇÕES GERAIS
Ÿ Isolamento Social como medida de prevenção;
Ÿ E�queta respiratória: reforço das orientações individuais de prevenção;
Ÿ Triagem em serviço de saúde: Recomendar que os pacientes com a forma leve da doença não procurem atendimento
nos SPAs e serviços terciários e u�lize a infraestrutura de suporte disponibilizada pela APS/ESF que trabalhará com fast-
track próprio;
Ÿ Equipamento de Proteção Individual: recomendações de uso de EPI para doentes, contatos domiciliares e profissionais
de saúde;
Ÿ Contato próximo: realizar o monitoramento dos contatos próximos e domiciliares.
Ÿ No�ficação: divulgação ampliada das definições de caso atualizadas e sensibilização da rede de saúde pública e
privada para iden�ficação;
Ÿ Comunicação: realização Campanhas de mídia para sensibilização da população sobre e�queta respiratório e auto
isolamento na presença de sintomas;
Ÿ Medicamentos de uso con�nuo: es�mular a prescrição com validade ampliada, para reduzir o trânsito desnecessário
nas unidades de saúde e farmácias.
Ÿ Seja disponibilizado locais para lavar as mãos com frequência;
Ÿ Dispenser com álcool em gel na concentração de 70%;
Ÿ Toalhas de papel descartável;
Ÿ Ampliação da frequência de limpeza de piso, corrimão, maçaneta e banheiros com álcool 70% ou solução de água
sanitária.
Serviços públicos e privados:
11
Casos % Óbitos % Casos % Óbitos % Casos Óbitos
Variação percentualFaixa etária
2019 2020
Menor 1 ano 639 42,9 20 16,5 153 2,5 11 0,8 -76% -44%
1 a 4 436 29,3 13 10,7 152 2,5 8 0,6 -65% -39%
5 a 9 109 7,3 5 4,1 58 0,9 0 0,0 -47% -100%
10 a 19 51 3,4 9 7,4 96 1,6 2 0,2 88% -75%
20 a 39 83 5,6 20 16,5 878 14,3 58 4,3 958% 192%
40 a 59 76 5,1 22 18,2 1.917 31,2 351 25,5 2422% 1494%
Acima de 60 94 6,3 32 26,4 2.885 46,9 944 68,7 2969% 2851%
Total 1.488 100 121 100 6.151 100 1.375 100 313% 1036%
FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS
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Bole�m Epidemiológico Assessoria de Análise de Situação de SaúdeFundação de Vigilância em Saúde do Amazonas
Equipe Editorial: Diretora Presidente da FVS-AM Rosemary Costa Pinto
Diretor Técnico da FVS-AMCris�ano Fernandes da Costa
Sala de Análise de Situação de Saúde (Astec/SASS)Daniel Barros de Castro, Leíse Gomes Fernandes,
Megumi Sadahiro, Vanderson Sampaio, Wagner C. Morhy Terrazas e Erian de Almeida Santos
Núcleo de Sistemas de Informações/FVSAna Alzira Cabrinha e Alexandre Coelho de Araújo
Departamento de Vigilância Epidemiológica/FVSLeila Cris�na Ferreira da Silva, Alexsandro Melo e Andréia Pires
Projeto Gráfico e Distribuição EletrônicaAssessoria de ComunicaçãoMaíra Pessoa Fragoso e Eduardo Prado
VI. EXPEDIENTE
1. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
Protocolo de tratamento de Influenza: 2017 [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
2. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
Plano de Con�ngência para Resposta às Emergências de Saúde Pública: Influenza – Preparação para a Sazonalidade e
Epidemias. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
3. Freitas, A. R.R. Impactos dos vírus Influenza e Sincicial Respiratórios na mortalidade e internações e suas implicações
para as polí�cas públicas no Brasil. Universidade Estadual de Campinas, 2014.
4. Ministério da Saúde. Painel Coronavírus. Disponível em <h�ps://covid.saude.gov.br/>
5. Organização Pan-americana de Saúde. Folha informa�va – COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus).
Disponível em <h�ps://www.paho.org/bra/index.php?op�on=com_content&view=ar�cle&id=6101:
covid19&Itemid=875>
V. BIBLIOGRAFIA