c 45 -4 -operações psicológicas

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    3 Edio

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    C 45-4

    MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    OPERAES PSICOLGICAS

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    MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    OPERAES PSICOLGICAS

    3 Edio1999

    C 45-4

    CARGA

    EM.................

    Preo: R$

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    PORTARIA N 070-EME, DE 26 DE AGOSTO DE 1999

    Aprova o Manual de Campanha C 45-4 -Operaes Psicolgicas, 3 Edio, 1999.

    O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXRCITO, no uso da atribuioque lhe confere o artigo 91 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NO MINIS-TRIO DO EXRCITO, aprovadas pela Portaria Ministerial N 433, de 24 deagosto de 1994, resolve:

    Art. 1 Aprovar o Manual de Campanha C 45-4 - OPERAESPSICOLGICAS, 3 Edio, 1999.

    Art. 2 Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicao.

    Art. 3 Revogar o Manual de Campanha C 33-1 - OPERAESPSICOLGICAS, 2 Edio, 1977, aprovado pela Portaria N 078-EME, de 24de novembro de 1977 e a MODIFICAO C 33-1 - OPERAES PSICOL-

    GICAS (M1), 2 Edio, 1985, aprovado pela Portaria N 067-EME, de 07 denovembro de 1985.

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    NOTA

    Solicita-se aos usurios deste manual a apresentao de sugestesque tenham por objetivo aperfeio-lo ou que se destinem supresso deeventuais incorrees.

    As observaes apresentadas, mencionando a pgina, o pargrafoe a linha do texto a que se referem, devem conter comentrios apropriadospara seu entendimento ou sua justificao.

    A correspondncia deve ser enviada diretamente ao EME, deacordo com o artigo 78 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NOMINISTRIO DO EXRCITO, utilizando-se a carta-resposta constante dofinal desta publicao.

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    Prf Pag

    CAPTULO 4 - PLANEJAMENTO DAS OP PSICO

    ARTIGO I - Introduo ................................................. 4-1 a 4-3 4-1

    ARTIGO II - Plano de Op Psico .................................... 4-4 e 4-5 4-3

    ARTIGO III - Levantamento de rea para Op Psico...... 4-6 a 4-8 4-4

    ARTIGO IV - Planejamento das campanhas.................. 4-9 a 4-12 4-5

    CAPTULO 5 - EMPREGO DAS OPERAES PSICOLGICAS

    ARTIGO I - Op Psico em tempo de paz ...................... 5-1 e 5-2 5-1ARTIGO II - Op Psico em combate .............................. 5-3 a 5-6 5-3

    ARTIGO III - Fundamentos do Apoio de Op Psico ........ 5-7 a 5-10 5-7

    ARTIGO IV - As Op Psico em Apoio s Operaes Mili-tares .......................................................... 5-11 a 5-21 5-9

    ANEXOS

    ANEXO A - CAMPANHAS PSICOLGICAS HIST-RICAS ....................................................... A-1

    ANEXO B - FATORES PSICOLGICOS ................... B-1 a B-3 B-1

    ANEXO C - MEMENTO DA PROPAGANDA .............. C-1

    ANEXO D - MEMENTO DA CONTRA-PROPAGANDA D-1

    ANEXO E - CONFECO E EMPREGO DE VECU-

    LOS VISUAIS ........................................... E-1 a E-5 E-1ANEXO F - EFEITOS ESPECIAIS .............................. F-1 a F-6 F-1

    ANEXO G - MEMENTO DE PLANO DE OPERAESPSICOLGICAS ...................................... G-1

    ANEXO H - MODELO DE LEVAMENTO DE REAPARA OPERAES PSICOLGICAS ... H-1

    ANEXO I - MEMENTO DE PLANEJAMENTO DASCAMPANHAS DE OPERAES PSICO-

    LGICAS ................................................. I-1

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    ANEXO J - EXEMPLO DE FICHA DE COLETA DE

    DADOS PSICOLGICAS ........................ J-1ANEXO L - FICHA PARA ANLISE DE PBLICO-

    ALVO ........................................................ L-1

    ANEXO M - FICHA PARA ANLISE DE PBLICO-ALVO (EXEMPLO DE PREENCHIMEN-TO) ........................................................... M-1

    ANEXO N - FICHA PARA SELEO DE MDIA ........ N-1

    ANEXO O - FICHA PARA DESENVOLVIMENTO DE

    PRODUTO/AO .................................... O-1

    ANEXO P - FICHA PARA DESENVOLVIMENTO DEPRODUTO/AO (EXEMPLO DE PRE-ENCHIMENTO) ........................................ P-1

    ANEXO Q - FICHA DE CONTROLE DE CAMPANHA Q-1

    ANEXO R - FICHA DE CONTROLE DE CAMPANHA(EXEMPLO DE PREENCHIMENTO) ....... R-1

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    CAPTULO 1FUNDAMENTOS DAS OPERAES PSICOLGICAS

    ARTIGO I

    INTRODUO

    1-1. FINALIDADE

    O presente manual destina-se a estabelecer as bases doutrinrias dasOperaes Psicolgicas (Op Psico) e a orientar o seu planejamento e empregoem tempo de paz ou de guerra.

    1-2. GENERALIDADES

    a. Desde que o homem aprendeu a comunicar-se, vem utilizando apersuaso e outras formas de influncia para modificar emoes, opinies,atitudes e comportamentos de grupos ou pessoas.

    b.A guerra sempre foi o confronto entre vontades. O convencimento obtidopor meio da persuaso provou ser mais eficaz do que at mesmo a completadominao pela fora.

    c. As Op Psico constituem uma parte essencial do poder. Os chefesmilitares e polticos das naes tm utilizado, quer na paz, quer na guerra, as OpPsico como forma de persuaso ao longo da histria.

    d. Caxias possua essa viso e empregou as Op Psico de modo planejadoe intencional, em apoio s operaes militares, favorecendo sua ao de comando

    e contribuindo para a pacificao nacional. No Maranho, obteve sucesso frenteaos rebelados, quebrando-lhes a unidade. Posteriormente, levou-os ciso evaleu-se de suas divergncias internas. Em So Paulo e em Minas Gerais,

    "Lutar e vencer todas as batalhas no glria

    suprema. A glria suprema consiste em quebrara resistncia do inimigo sem lutar".

    Sun Tzu

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    (1) conhecimento da administrao pblica e das normas oficiais dogoverno nacional, de modo que possam ser corretamente interpretados seusobjetivos e planos;

    (2) conhecimento das normas de ao militares e do funcionamento dos

    estados-maiores, a par de uma suficiente compreenso da arte da guerra, paraajustar a produo da propaganda s situaes militares;

    (3) conhecimento profissional de publicidade, de jornalismo (com expe-rincia no mnimo em um veculo de comunicao) ou de algum setor estreitamen-te correlato; e

    (4) compreenso profunda e de teor profissional de uma dada reageogrfica, com base em trato pessoal dos problemas, conhecimento da lngua,tradies, histria, poltica corrente e costumes.

    Alm das quatro qualificaes citadas, pode haver ainda umaquinta, para tornar perfeito o indivduo:

    (5) compreenso cientfica, de nvel profissional, da psicologia, antropo-logia, histria, cincia poltica...

    Na realidade, nunca vai existir uma pessoa com todas essasqualificaes, mas cada equipe de Op Psico pode representar um compos-to dessas capacidades.

    q. Ao longo do processo histrico, o que hoje se conhece como Op Psicotem-se constitudo em parte importante, crtica mesmo, dos conflitos. As OpPsico apresentam-se de diversas formas e tm sido chamadas por diferentesnomes, tais como Guerra Poltica, Propaganda, Guerra Psicolgica, Guerra de

    Nervos, Guerra Diplomtica, Guerra Fria, Desinformao, entre outros. O AnexoA - CAMPANHAS PSICOLGICAS HISTRICAS, apresenta exemplos de casoshistricos onde foram utilizadas Op Psico.

    r.Campanhas psicolgicas permanentes patrocinadas pelos mais variadosinteresses tm sido a marca do nosso tempo. A facilidade de acesso aos meiosde comunicao de massa, globalizados e de alta tecnologia, possibilitou agrupos de pessoas, empresas e at mesmo indivduos isolados patrocinarcampanhas psicolgicas de motivaes as mais variadas: econmicas, comerci-ais, polticas, religiosas, ideolgicas, humanitrias e ecolgicas.

    s. Independentemente da vontade dos governos e de forma incontrolvel, soveiculadas peas de propaganda e matrias habilmente editadas, a exemplo dehistrias em quadrinho e pginas na Internet, que, se isoladamente poucorepresentam, no conjunto orquestrado podem causar efeitos indesejveis.

    ARTIGO II

    CONCEITUAO BSICA

    1-3. OPERAES PSICOLGICAS

    a. o conjunto de aes de qualquer natureza, destinadas a influir nas

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    emoes, nas atitudes e nas opinies de um grupo social, com a finalidade deobter comportamentos predeterminados.

    b. Tais aes variam desde as mais simples e aparentemente banais at

    as mais complexas, como as realizadas em apoio s operaes militares,envolvendo um volume considervel de recursos humanos e materiais.

    1-4. OBJETIVOS GERAIS

    a. Apoiar a consecuo dos objetivos nacionais, explicitados na Constitui-o Brasileira.

    b. Fortalecer a vontade nacional e o moral de nossas tropas, de formapermanente.

    c. Influenciar os neutros favoravelmente aos objetivos da Nao brasileira.

    d. Enfraquecer, em caso de guerra, a vontade de grupos inimigos e o moralde suas tropas.

    e. Influenciar a opinio pblica favoravelmente imagem do Exrcito.

    1-5. NVEIS DE ATUAO

    a. H dois nveis de atuao: Estratgico e Ttico.

    b. Op Psico Estratgicas(1) Destinam-se a apoiar as aes nos diversos campos do poder

    nacional e nos nveis estratgicos nacional e militar, facilitando a consecuo dosobjetivos selecionados.

    (2) So permanentes, com resultados duradouros e a mdio/ longo prazo.

    c. Op Psico Tticas(1) Destinam-se a apoiar a execuo das operaes militares.(2) So planejadas e executadas para cada operao militar e obtm

    resultados a curto e mdio prazos.

    d. As Op Psico Estratgicas e Tticas atendem s necessidades de todosos nveis e escales, sejam eles estratgicos ou tticos.

    1-6. PBLICOS E OPINIO PBLICA

    a. Pblico - um grupo social ou um conjunto de pessoas que tminteresses comuns e que tanto podem influenciar as atividades de uma organiza-o ou instituio, como por elas serem influenciados.

    b. Pblico-alvo - o pblico ao qual so dirigidas as aes de Op Psico.

    c. Opinio Pblica - o conjunto das opinies individuais sobre ummesmo fato, composto em um determinado momento, que pode ser medidocientificamente por meio de pesquisa.

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    ARTIGO III

    PROCESSO E INSTRUMENTOS DA COMUNICAO

    1-7. PROCESSO DA COMUNICAO

    a.As aes, de qualquer natureza, que compem as Op Psico valem-se doprocesso comunicacional para atingir o pblico-alvo selecionado. O valor dessasaes depender sempre da transmisso de uma mensagem que produza efeitoscomportamentais no pblico-alvo a que se dirige. Os efeitos psicolgicos preten-didos resultam, em ltima anlise, da percepo do pblico-alvo diante dasmensagens que recebe.

    b. Toda a comunicao humana ocorre a partir de uma fonte, emissor ou

    transmissor, que corresponde a um indivduo ou grupo, que tem um codificadorpara transformar suas idias, seus objetivos ou suas intenes em cdigo,gerando uma mensagem. Esta, conduzida por um meio ou veculo e transmitidapor um canal, chega ao alvo que a decodifica e recebe. O que se interpe noprocesso da comunicao, impedindo ou distorcendo a mensagem, chamadode rudo ou interferncia. O destinatrio ou pblico-alvo ou receptor reage mensagem recebida, realimentando a fonte e dando continuidade ao processo.

    c. O emissor e o receptor devem estar sintonizados, para que se efetive ofluxo de informaes; assim como dois aparelhos de rdio (um radiorreceptor e um

    radiotransmissor) devem estar sintonizados na mesma freqncia, tambm entrepessoas necessrio que haja sintonia, isto , uma linguagem comum, um cdigoconhecido. O emissor e o receptor precisam compartilhar de algum campo deexperincia em comum, para que a mensagem possa ser codificada pelo primeiroe interpretada pelo segundo. O processo da comunicao pode ser visualizado,de forma simples, de acordo com a Fig 1-2.

    d. Neste manual, os meios de comunicao ou canais sero, sempre quepossvel, simplesmente generalizados como veculos.

    e. Em razo de utilizarem o mesmo processo comunicacional e muitas

    vezes os mesmos meios de difuso, as Op Psico so uma das atividades doSistema de Comunicao Social do Exrcito (SISCOMSEX).

    f.A Comunicao Social no Exrcito compreende, alm da atividade de OpPsico, as atividades de Relaes Pblicas e de Informaes Pblicas, que sodesenvolvidas pelo SISCOMSEX de forma harmnica e integrada (Fig 1-3).

    g. A Comunicao Social no Exrcito, como um todo, constitui-se hoje, emfator multiplicador do poder de combate, permitindo a preveno de erros deentendimento e de percepo dos militares, o fortalecimento do moral, da coesoe do esprito de corpo das tropas, alm da formao de opinio pblica favorvel.

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    1-8. INSTRUMENTOS

    a. Propaganda - a difuso de qualquer informao, idia, doutrina ou

    apelo especial, visando gerar emoes, provocar atitudes, influenciar opinies oudirigir o comportamento de indivduos ou grupos, a fim de beneficiar, direta ouindiretamente, quem a promoveu.

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    Fig 1-3 - Funes integrantes do SISCOMSEX

    Fig 1-2 - Processo comunicacional

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    b. Contrapropaganda - a propaganda com a finalidade de rebater eneutralizar a propaganda adversa, podendo a ela se antecipar.

    c. Alm da propaganda e da contrapropaganda, outros instrumentos, que

    permitam obter efeitos psicolgicos em determinado pblico, alm de toda equalquer mensagem com caractersticas persuasivas, so utilizados no conjuntode aes que compe as Op Psico.

    d.A propaganda e a contrapropaganda valem-se dos mais variados meios,os quais atuam na percepo e na formao/cristalizao da opinio pblica,influindo no processo de tomada de decises das lideranas e do povo em geral.So exemplos desses meios: reunies; aes comunitrias; programas de ajuda;aes de cooperao humanitria; notcias veiculadas na mdia; demonstraesde tropas; representaes teatrais; filmes e vdeos; novelas e seriados deteleviso; passeatas; comcios; shows e mobilizaes sociais.

    ARTIGO IV

    PRINCPIOS DAS OPERAES PSICOLGICAS

    1-9. PRINCPIOS

    As Op Psico, em seu planejamento e na sua execuo, baseiam-se emprincpios que, bem observados, concorrero para o seu xito. Os mais importan-

    tes so os seguintes:

    a. Credibilidade - As Op Psico devem ser baseadas em fatos que levemo pblico-alvo a acreditar na mensagem, porque a credibilidade fator primordialdo seu sucesso.

    b. Oportunidade - As Op Psico devem ser desencadeadas no momentooportuno, perfeitamente entrosadas no tempo e no espao.

    c. Progressividade - As aes a realizar devem ser escalonadas notempo, segundo um ritmo adequado. Cada fase deve ter um ou mais objetivos

    definidos que contribuam para o sucesso da seguinte.d. Continuidade - As Op Psico devem ser continuadas, sempre atuantes,

    desde os tempos de paz. Uma vez desencadeadas, devem prosseguir seminterrupes at atingir seu objetivo.

    e. Coerncia - As Op Psico devem seguir uma linha coerente de atuao,visto que a percepo pelo pblico-alvo de uma quebra de coerncia pode destruirrapidamente a confiana adquirida.

    f. Antecipao - As Op Psico devem antecipar-se aos fatos, aos aconte-

    cimentos e s aes contrrias aos seus objetivos.g. Ofensiva - Em qualquer tipo de operao militar, independentemente de

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    suas caractersticas, deve-se manter o carter ofensivo das Op Psico, a fim deobter e assegurar a iniciativa, preservar a nossa liberdade de ao e impor a nossavontade.

    h. Flexibilidade - O planejamento das Op Psico e da atuao do seupessoal deve ser flexvel de modo a explorar modificaes de conjuntura, novastcnicas e possibilidades surgidas. Tambm deve responder prontamente smudanas de curso nas operaes ou s mudanas em face das avaliaespermanentemente atualizadas por meio de estudos-de-situao continuados.

    i. Eficcia - A eficcia das Op Psico deve ser buscada a todo custo. Antesdo desencadeamento de qualquer ao, devem ser analisadas ponderadamenteas suas vantagens e desvantagens, definidas em relao aos resultados deseja-dos.

    j. Unidade de Comando - A direo das Op Psico centralizada no maisalto escalo, cabendo-lhe orientar e controlar todas as aes, j que decises einterpretaes diferentes podem anular, revelar ou contrariar todo o esfororealizado.

    l. Adequabilidade - As Op Psico devem ser adequadas para o exatoentendimento do pblico a que se destinam.

    m. Objetivo - Os objetivos pretendidos devem ser identificados de formaclara e precisa, de modo a orientar o planejamento e a implementao das OpPsico e a avaliao dos resultados obtidos. Embora o planejamento deva serflexvel, os objetivos devem manter-se fixos, a menos que novas informaesprovenientes da realimentao revelem a necessidade de modific-los.

    n. Exeqibilidade - Deve-se prometer medidas ou realizaes quepossam ser concretizadas, e sugerir, ao pblico-alvo, atos realizveis, de acordocom suas possibilidades fsicas.

    ARTIGO V

    REQUISITOS FUNDAMENTAIS DAS OPERAES PSICOLGICAS

    As Op Psico compreendem aes complexas e delicadas, tanto noplanejamento como na execuo, suscetveis de provocar, quando mal conduzidas,resultados contrrios aos pretendidos. O sucesso das Op Psico depende damelhor utilizao dos requisitos fundamentais de emprego, listados a seguir.

    1-10. INTELIGNCIA

    a. Devem ser procurados e obtidos conhecimentos precisos que permitam

    visualizar os objetivos a alcanar, as ameaas existentes e em potencial, ascaractersticas e vulnerabilidades do pblico-alvo e as possibilidades de exploraros xitos obtidos anteriormente.

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    b. A Inteligncia produz conhecimentos especficos indispensveis para oplanejamento, a execuo e a conduta das aes de Op Psico.

    c. Os meios de Guerra Eletrnica, alm de se constiturem em poderosos

    instrumentos para a aplicao das Op Psico, fornecem, permanentemente,informaes para a produo de conhecimentos necessrios ao seu planejamen-to, emprego e sua realimentao.

    d. O acompanhamento e a anlise do contedo veiculado pela mdianacional e internacional de fundamental importncia para as Op Psico. O acessoaos veculos de Comunicao Social tornou-se amplo e generalizado, de formaque tem sido fcil a indivduos, grupos ou organizaes, no vinculados a governosou foras armadas, conduzirem eficientes Op Psico, com objetivos que podem ouno coincidir com os dos Estados onde residem ou tm sede.

    1-11. ESPECIALIZAO

    a. O pessoal de Op Psico, alm de possuir conhecimentos especializados,deve dispor, sempre que necessrio, de assessoramento complementar. O AnexoB - FATORES PSICOLGICOS, apresenta os fundamentos tericos bsicos dePsicologia para o emprego nas Op Psico.

    b. O estudo das Op Psico multidisciplinar, sendo de fundamentalimportncia as reas da Psicologia, Sociologia, Lingstica e ComunicaoSocial. Tcnicos e especialistas podem ser recrutados, contratados ou requisita-

    dos, particularmente os profissionais da rea civil de Comunicao Social:jornalismo; relaes-pblicas; propaganda e marketing; e pesquisa de opiniopblica.

    1-12. CARACTERIZAO DO PBLICO-ALVO

    Em Op Psico, a caracterizao do pblico-alvo de importncia fundamen-tal, pois para ele que todo o esforo dirigido. A precisa interpretao de suaspeculiaridades dir ao planejador qual a melhor maneira de desenvolver as aes.

    1-13. PLANEJAMENTO

    O sucesso das Op Psico depende de planejamento bem estruturado e dacoerncia nas campanhas a serem desenvolvidas. Portanto, dever ser centrali-zado no mais alto escalo. A execuo poder admitir algum grau dedescentralizao, porm, ainda assim, sob o controle do elemento planejador.

    1-14. DIFUSO

    a. As Op Psico s se concretizam quando as mensagens decorrentes dasdiversas aes que visam a influir nas emoes, nas atitudes e nas opinies deum grupo social so difundidas adequadamente, de modo que possam serrecebidas e interpretadas pelo pblico-alvo.

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    b. A difuso emprega os veculos previamente escolhidos, capazes detransmitir as mensagens dirigidas ao pblico-alvo.

    1-15. AVALIAO DOS RESULTADOSA permanente avaliao dos resultados das campanhas de Op Psico

    indispensvel para o estudo de situao continuado e para o planejamento dasaes futuras.

    1-16. CARTER SISTMICO

    a.As Op Psico devem funcionar integradas em um Subsistema de Op Psico(SSOP), como parte do SISCOMSEX, cujo rgo central o Centro de Comuni-

    cao Social do Exrcito (CComSEx).b. O CComSEx o rgo responsvel pelo planejamento, pela coordena-

    o, pela execuo e pelo controle das Op Psico, em tempo de paz.

    c.O SSOP vale-se da estrutura organizacional do SISCOMSEX, estenden-do-se do CComSEx at as 5 Sees dos Comandos Militares de rea (C Mil A).

    d. Os C Mil A podero contar com uma organizao militar de Op Psico,alm dos elementos especializados integrantes de suas 5 Sees. Essasorganizaes militares devem possuir uma estrutura flexvel contando inclusive

    com especialistas civis e capacidade para operar descentralizadamente pordestacamentos.

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    CAPTULO 2

    INSTRUMENTOS UTILIZADOS NAS OPERAESPSICOLGICAS

    ARTIGO I

    PROPAGANDA

    2-1. GENERALIDADES

    a. A propaganda constitui o instrumento mais poderoso para influenciar aopinio pblica.

    b. Os veculos modernos, que levam com rapidez a palavra e a imagem atodo o mundo, conferem propaganda um papel primordial nas Op Psico.

    c. Um modelo de propaganda a carta enviada por Caxias ao bravo ecompetente Maj Francisco Galvo de Barros Frana, comandante dos rebeldesque marchavam sobre PINHEIROS-SP, na Revoluo Liberal de 1842. Esta carta,

    pelo seu contedo psicolgico e pela influncia que exereceu no nimo desseOficial, merece ser transcrita em seus trechos mais importantes: "Amigo Sr.Major Galvo. Que pretende? Quer, com efeito, empunhar armas contra o governolegtimo do nosso Imperador? No o creio, porque o conheo de muito tempo,sempre trilhando a carreira do dever e da honra. Eu aqui estou, e no lhe mencionominhas foras para que no julgue que exagero. Responda-me e no se deixefascinar por vinganas alheias. Acampamento de Pinheiros, 26 de maio de 1842.Seu amigo e camarada - Baro de Caxias."

    d. Essa simples carta de Caxias constitui um precioso exemplo de Op

    Psico. O objetivo evidente influir no esprito do seu antagonista, levando-o, sepossvel, a abandonar a causa rebelde ou, no mnimo, defend-la com menormpeto. Note-se o cuidado, a sutileza, a tcnica de propaganda, com que foi

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    2-2

    elaborado esse documento. Conhecendo perfeitamente a psicologia militar,Caxias seleciona os temas do dever, da honra e do respeito autoridadelegitimamente constituda do Imperador. Apesar de estar frente a um adversriocom armas na mo, declara no acreditar que um homem correto e brioso, como

    o Major Galvo, se preste a tamanho absurdo e alerta para no servir deinstrumento de "vinganas alheias". Alm do apelo razo, toca-lhe na sensibi-lidade e, atravs da emoo, chama a ateno para as mtuas afinidades,tratando-o de "amigo e camarada", reconhecendo o seu valor profissional e osservios prestados legalidade. A parte mais importante, todavia, quando serefere ao seu efetivo: insinua que possui um grande contingente mas no o revela,deixando o adversrio corrodo de dvidas. Se o Major Galvo possusse um bomservio de inteligncia, constataria, porm, que a situao era bastante diversa.

    Ante suas tropas, descansadas, bem armadas e municiadas, estavam as deCaxias, inferiorizadas em nmero, com pouca experincia de combate e esgota-

    das por marchas foradas e noites sem dormir.

    2-2. PRINCPIOS

    Como princpios de propaganda podemos apontar:

    a. Credibilidade - A propaganda deve ser aceita pelo pblico comoverdadeira; deve ser apresentada de forma que o contedo seja baseado nacredibilidade das informaes nela contidas.

    b. Coerncia - A propaganda deve ser coerente, guardando estreita relaocom os efeitos que se pretende obter.

    c. Significncia - A propaganda deve ter significao para o pblico-alvo;deve representar alguma coisa vlida, de forma a atrair o seu interesse.

    d. Positividade - A propaganda deve evidenciar uma inteno positiva,sugerindo solues ou destacando fatos favorveis origem.

    e. Permanncia - A propaganda deve ter continuidade, enquanto foremnecessrios seus efeitos.

    f. Adequabilidade - A propaganda deve ser assimilvel pelo pblico-alvo.Para isso, deve considerar suas caractersticas especficas (intelectual, social,etc.).

    g. Oportunidade - A propaganda deve considerar o momento, o contextoe a situao que envolve o pblico-alvo.

    2-3. ELEMENTOS ESSENCIAIS DA PROPAGANDA

    So elementos essenciais da propaganda a idia-fora, o tema, a frase-

    sntese (slogan) e o smbolo.

    a. Idia-fora

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    (1) um valor ou conceito abrangente, de natureza racional, emocional,ou ambas, que constitui forte apelo capaz de conduzir consecuo do objetivodas aes de Op Psico.

    (2) capaz de atingir camadas considerveis de indivduos. Por isso

    mesmo, ela diz respeito, sempre, a alguma coisa que, de certa forma, aceita oudesejada por todos. Nascida das motivaes existentes, consegue mais espon-taneamente adeso voluntria do pblico-alvo, levando-o a agir em direo a umobjetivo que corresponde, simultaneamente, aos seus sentimentos e aos desg-nios de quem a emprega.

    (3) Entre as motivaes em que se forma, esto: as tradies, as crenase supersties; as aspiraes e desejos; os costumes; e os ressentimentos.

    (4) As idias-fora permanecem mais ou menos estveis dentro de umadada sociedade, como, por exemplo: a igualdade, o progresso, o patriotismo, a

    justia, a liberdade e a independncia.

    (5) O que d fora a uma idia, capaz de torn-la uma idia-fora, no propriamente a idia em si, mas a sua carga de apelo, sua capacidade decapitalizar, num dado local e num dado momento, reaes psicolgicas favor-veis.

    (6) Como exemplos, para a consecuo do objetivo de enfraquecer onimo combativo do inimigo poder-se-ia considerar como idia-fora o estabe-lecimento da paz e, para a misso de induzir a populao do territrio inimigoocupado a cooperar com a fora de ocupao, poder-se-ia adotar como idia-foraa da reconstruo do pas.

    (7) Na propaganda, a idia-fora expressa por meio de temas. O tema

    , portanto, a particularizao de uma idia-fora.b. Tema

    (1) o assunto ou a proposio que serve para orientar as aes de OpPsico destinadas a concretizar uma idia-fora.

    (2) Difere da idia-fora pela finalidade. Enquanto a idia-fora visa a criarum estado de esprito no pblico-alvo, o tema visa a orientar as aes de Op Psicopara criar tal estado de esprito.

    (3) A relao entre idia-fora e tema pode ser melhor compreendida pormeio de exemplos a seguir expostos.

    (a) Para concretizar a idia-fora de restabelecimento da paz,podem ser considerados os seguintes temas:1) absurdo da continuao da guerra e proximidade de seu

    trmino;2) inutilidade do sacrifcio de vidas diante da inevitabilidade

    da derrota;3) injustia da causa inimiga; e4) bom tratamento dado por nossas foras aos prisioneiros

    de guerra.(b) Para concretizar a idia-fora de reconstruo do pas, podem

    ser considerados os seguintes temas:1) necessidade de segurana para a populao;2) eficincia do governo de ocupao;

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    3) transitoriedade da ocupao militar diante da amizadeentre os povos; e

    4) preservao das obras pblicas e do patrimnio culturale artstico da regio.

    c. Frase-sntese (slogan)(1) O slogan uma pequena frase, ou mesmo uma s palavra, que

    resume e expressa um tema, com a finalidade de permitir a sua difuso ampla ea formao de condicionamentos psquicos que facilitem a aceitao da idia pelopblico-alvo.

    (2) O slogan deve ser expressivo e incisivo. Escolhido de modo a atuarsobre as motivaes que mais interessem exacerbar e explorar, seu empregocaracteriza-se pela repetio freqente, capaz de provocar condicionamentospsquicos e reaes desejadas do pblico-alvo.

    (3) O nmero de slogans deve ser o menor possvel, podendo limitar-sea um nico para uma idia-fora.(4) Slogans utilizados na Operao Rio (participao episdica do

    Exrcito em aes de Segurana Pblica na cidade do Rio de Janeiro):(a) Operao Rio. Paz de Cidade Maravilhosa; e(b) Operao Rio. O Rio quer viver em Paz.

    d. Smbolo(1) O smbolo uma sntese, visual ou auditiva, destinada a transmitir

    uma idia-fora, guardando com esta uma relao de identidade conhecida,facilmente identificado por todos, como, por exemplo, a cruz crist, a sustica

    nazista, a foice e o martelo comunistas.(2) Em virtude de sua simplificao e progressiva familiaridade com o

    pblico-alvo, atua rpida e instintivamente, originando predisposies que podemconduzir ao estado de esprito ou comportamento pretendido.

    (3) O smbolo constitui um veculo simples e eficaz de transmitir uma idiaou emoo e particularmente adequado para a comunicao com pessoas debaixo nvel cultural (Fig 2-1).

    (4) O smbolo deve possuir as seguintes caractersticas:(a) Simplicidade - O grau de aceitao de um smbolo depende,

    freqentemente, da maior ou menor facilidade com que possa ser representado ou

    compreendido. Qualquer pessoa pode, por exemplo, traar, com um pedao degiz, uma cruz na parede ou fazer, com os dedos, o V da vitria.

    (b) Sugestionabilidade - A eficcia do smbolo diretamente propor-cional sua sugestionabilidade. Essa eficcia, que medida pela facilidade comque transmite a idia, depende do valor em que se baseia o smbolo. Emoes,como amor, dio, medo, patriotismo, etc., bem como religies e ideologias, tmservido de base a muitos smbolos populares.

    (c) Inalterabilidade - O smbolo no se deve prestar a alteraes quepossam ridiculariz-lo ou favorecer a quem o altera.

    (d) Popularidade - O smbolo deve ser popular junto ao pblico-alvo.

    (5) Cuidados especiais devem ser tomados, pois um smbolo escolhidoe amplamente divulgado para atender um determinado pblico-alvo pode tersignificado contrrio, ofensivo ou at mesmo pornogrfico para outro pblicodistinto, provocando neste alteraes comportamentais no desejadas.

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    2-4. MENSAGEM

    a. Generalidades(1) A mensagem destina-se a despertar a ateno do pblico-alvo sobre

    determinado assunto, criar necessidades correlatas e indicar solues paraessas necessidades.

    (2) A mensagem deve ser preparada em torno de um tema e difundidapelos veculos mais adequados disponveis.

    (3) Na conduta de uma campanha de propaganda, devem ser considera-dos o preparo da mensagem e a escolha dos veculos para sua difuso.

    b. Preparo da Mensagem - No preparo da mensagem, devem serconsiderados os aspectos referentes ao seu contedo e os referentes sua forma.

    (1) Contedo da Mensagem - So os seguintes os principais fatores aserem considerados, no que diz respeito ao contedo da mensagem:

    (a) Coerncia - Toda mensagem deve ser coerente com as outras

    mensagens j utilizadas e com os objetivos visados pelas Op Psico em que amesma est inserida.(b) Credibilidade - essencial que a mensagem baseie-se em

    fatos, que visem a obter a mxima credibilidade por parte do pblico-alvo, pois aausncia desta poder redundar em fracasso da propaganda.

    (c) Abordagem - A mensagem, embora possa basear-se emargumentos racionais, deve, preferencialmente, abordar o tema sob os ngulosemocionais que proporcionem os apelos mais fortes capazes de sensibilizar opblico-alvo.

    (d) Motivaes - As mensagens devem ser adequadas s motiva-

    es que se desejam despertar no pblico-alvo.(e) Aspectos ticos - As mensagens devem levar em conta osaspectos ticos geralmente aceitos pelo pblico-alvo, a fim de evitar que fatores

    Fig 2-1. Exemplos de smbolos

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    no essenciais ao tema criem inibies para a aceitao das idias a seremtransmitidas (Fig 2-2). Em particular devem ser evitados:

    1) Exaltao de personalidades.2) Ofensas, entre outras, moral, s crenas e dignidade do

    pblico-alvo, bem como s tendncias fundamentais que se julgue existentes nomesmo.

    (f)Linguagem - A linguagem utilizada no preparo de uma mensagemdeve ser a usada pelo pblico-alvo a que se queira atingir.

    (2) Forma da Mensagem(a) Textos - As mensagens devem ser redigidas de maneira a serem

    facilmente compreendidas e a apresentarem a forma mais agradvel e atrativa parao pblico-alvo. Entre outros aspectos, devem ser considerados os seguintes:

    1) O texto deve ser, preferentemente, apresentado na formaafirmativa.

    2) Os assuntos devem ser apresentados, de preferncia, sob osngulos agradveis.

    3) A idia central da mensagem deve ser, se possvel, uma nica,apresentada com um nico ngulo.

    4) Os recursos estilsticos devem ser adequados ao nvel dopblico-alvo e utilizados de modo a obter nesse pblico o maior impactopsicolgico.

    5) O texto deve ser analisado em profundidade, antes de seradotado, a fim de evitar que, por meio de pequenas modificaes introduzidas peloadversrio, possa ter o seu sentido deturpado.

    (b) Imagens - As imagens que no sejam exclusivamente textos,como desenhos, fotografias, filmes e vdeos, devem ser preparadas, segundo astcnicas aplicveis, de modo a obter ao mximo os seguintes efeitos no pblico-alvo:

    1) Compreenso de seu significado e das solues indicadas.2) Interesse em sua observao, obtido pela boa apresentao,

    beleza, perfeio e outros fatores correlatos que agradem ao observador.3) Atrao para o tema focalizado pela mensagem, por meio de

    recursos especiais como o apelo aos instintos (fome, sexo...), o humorismo, etc.(c) Sons - As mensagens sonoras devem ser preparadas segundo as

    tcnicas aplicveis, de modo a serem facilmente compreendidas pelo pblico-alvoe a provocarem o mximo de atrativos e o mnimo de desagrado na sua recepo.Entre as principais tcnicas utilizadas nas mensagens sonoras est a associaocom temas musicais agradveis e populares para o pblico-alvo. Por outro lado,devem ser evitados sons desagradveis, ridculos ou associados com temasrepulsivos para o pblico-alvo.

    c. Difuso da Mensagem - Na difuso da mensagem, devem ser conside-rados, principalmente, os seguintes aspectos:

    (1) Escolha do veculo de difuso

    (a) O veculo a ser utilizado deve ser, antes de tudo, capaz de atingiro pblico-alvo na situao considerada. Por exemplo, o cinema no poder serutilizado, caso no estejam disponveis locais para a projeo de filmes; jornais

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    Fig 2-2. O panfleto de rendio acima foi elaborado pelos norte-americanos,durante a 2 Guerra Mundial, e lanado sobre a tropas japonesas. Essemodelo substituiu outro que tivera pouco efeito por empregar a palavra"rendio", humilhante para os japoneses (no detalhe). No lugar de"rendio" utilizou-se "Eu Cesso a Resistncia", com bons resultados.

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    no podero ser utilizados se no puderem ser distribudos ou, por motivo deidioma, no puderem ser lidos pelo pblico-alvo.

    (b) Devero ser consideradas as potencialidades especficas de cadaveculo, em relao ao tipo de mensagem a transmitir. Assim, jornais so menos

    eficientes do que revistas para transmitir fotografias; cartazes so mais eficientesdo que panfletos para transmitir desenhos; etc.

    (c) Os aspectos de economia relacionados com a difuso pretendidainfluem tambm na escolha do veculo. Muitas vezes, embora menos intrinseca-mente eficiente, um veculo pode ser escolhido pela possibilidade de sua utilizaomais intensa, que poder conduzir a melhores resultados.

    (d) O efeito de persistncia do veculo, na difuso da mensagem, devetambm ser levado na devida conta. Assim, as mensagens transmitidas pelaimprensa, de um modo geral, so superiores, nesse particular, s transmitidaspela televiso ou pelo rdio, e os cartazes, normalmente, so superiores prpria

    imprensa.(2) Oportunidade - As mensagens devem atingir o pblico-alvo na

    oportunidade mais adequada a produzir os efeitos pretendidos com as mesmas.Assim, devem ser preferidos os veculos que melhor assegurem a difuso oportunae ao mesmo tempo assegurem flexibilidade suficiente para atender a eventuaismudanas das ocasies que se julgue serem as mais oportunas.

    (3) Freqncia - A freqncia com que as mensagens so transmitidasdeve ser cuidadosamente estabelecida, tendo em vista, de um lado, assegurar asua necessria divulgao e os efeitos de persistncia desejados, e de outro,evitar a saturao do pblico-alvo e o conseqente desinteresse ou mesmo

    averso pelo tema que se pretende transmitir com a mensagem.

    2-5. TCNICAS USADAS NA PROPAGANDA

    a. Generalidades(1) Fixados a linha de ao e os temas, ser escolhida a tcnica de

    persuaso, devendo-se levar em conta as atitudes do pblico-alvo e os objetivospsicolgicos da campanha de propaganda (Fig 2-3 e 2-4).

    (2) Podem ser utilizadas na propaganda, entre outras, as tcnicas dasgeneralizaes brilhantes, do testemunho, da simplificao, do quadro familiar, daadeso maioria, da derivao, da sugesto e insinuao, da incitao, darepetio e orquestrao, da ampliao e desfigurao dos fatos, da inverso deatitude, do boato, da acusao de atrocidades, da inflao hiperblica dos riscos,da polarizao, da alegao da sano divina, do ataque pessoal, da aceitaoe do endemoniamento e/ou desumanizao do adversrio.

    (3) importante que se frise que o propagandista explora, na maioria dasoportunidades, duas ou mais dessas tcnicas na mesma pea ou campanha,obviamente sem estar preocupado com suas respectivas titulaes. O que lheimporta, na verdade, a adequada utilizao dos recursos comunicativos emfuno das motivaes do pblico-alvo. Assim, bastante comum nos deparar-mos com mltiplas tcnicas em uma mesma pea ou campanha. As diversastcnicas que podem ser utilizadas na persuaso no substituem, entretanto, asistemtica do processo de planejamento de uma campanha de propaganda.

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    Fig 2-3. Propaganda utilizada pelos norte-americanos em territrio chins, durantea 2 Guerra Mundial. Tradicionalmente, os chineses exibiam, nos portaisde suas casas, cartazes coloridos com figuras do panteo chins.

    Aproveitando-se desse costume, foram distribudos cartazes representandoaviadores norte-americanos, familiarizando assim os camposenes chinesescom as insgnias dos Estados Unidos e pregando a cooperao interaliada.

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    Fig 2-4. Cartaz sovitico comemorativo da Revoluo Comunista de 1917. interessante notar a associao do soldado do Exrcito Vermelho comSo Jorge, em razo da tradio religiosa do povo eslavo.

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    b. Generalizaes brilhantes(1) Tcnica que consiste na utilizao de exageros e palavras com alta

    conotao emotiva, como paz, honra e liberdade, intimamente associadas comidias de uso comum, sem que haja necessidade de clara definio desses

    conceitos na mente do pblico. Essa tcnica explora emoes, como o amor aolar, o sentido de honra, a generosidade, o desejo de liberdade e a nsia defelicidade, ou imagens culturais e histricas que despertem generalizadasafeies populares.

    (2) As generalizaes brilhantes so deliberadamente sem sentido, a fimde que o pblico-alvo lhes d sua prpria interpretao. A inteno emocionaro pblico-alvo com frases indefinidas, sem explicaes ou pormenores. As frasese palavras usadas devem ser vagas e ambguas, de modo a poderem sugerirdiferentes idias a diferentes pessoas. As expresses generalizantes oferecemrespostas superficiais a complicados problemas sociais, polticos ou econmi-

    cos.c. Testemunho

    (1) o recurso de utilizar-se do testemunho de alguma personalidaderespeitada e aceita pelo pblico-alvo, com o intuito de dar cunho oficial ou prestgiopara a mensagem da propaganda. fundamental que o testemunho sejaapresentado por perito ou pessoa reconhecidamente gabaritada em relao aoobjeto da propaganda.

    (2) O testemunho deve parecer plausvel ao pblico-alvo. Ainda que estetenha muita estima pela personalidade, isto no transformar um testemunho

    implausvel em uma mensagem de propaganda eficiente. contra-indicado o usodo falso testemunho pela carncia de autenticidade e por ser vulnervel.

    d. Simplificao(1) o modo pelo qual um tema de propaganda apresentado de forma

    clara, concisa, reduzida e simples para o pblico-alvo. Usa-se para transformartemas complexos em temas simples e fceis de entender, oferecendo umainterpretao simplificada dos fatos, das idias e das personalidades. Expressescomo quase ou mais ou menos no so usadas na simplificao. Asdeclaraes devem ser firmes e positivas.

    (2) H indivduos que so demasiadamente preguiosos ou indiferentespara analisar, por si mesmos, os problemas. Aceitam, por conseguinte, substitu-tos que lhes paream convincentes.

    e. Quadro familiar(1) Trata-se da utilizao de cenas ou expresses que evoquem no

    pblico-alvo as lembranas familiares. Tem larga aplicao em quase todos ostipos de propaganda, criando uma imediata identificao entre o pblico-alvo e otema da pea. A naturalidade das situaes criadas fator importante, devendoser explorados termos caractersticos de pronncias e hbitos regionais.

    (2) As palavras familiares e comuns, tais como lar, filhos e famlia,

    produzem reao emocional favorvel naqueles que as ouvem ou lem, motivandouma onda de simpatia em favor da mensagem e despertando sentimentosnostlgicos. Esses sentimentos podem criar, na populao civil, o desejo de que

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    a guerra termine e que se retorne vida pacfica. Podem ainda minar o moral dossoldados na guerra, exaltando os prazeres de que foram afastados, particularmen-te o convvio familiar (Fig 2-5).

    f. Adeso maioria - O desejo de se sentir como parte do grupo deriva doinstinto associativo da natureza humana, que impele o indivduo a alienar-se,adotando pontos de vista e atitudes da maioria. Portanto, uma linha de ao ouuma opinio particular, que so compartilhadas por uma maioria esmagadora,obtm mais facilmente o consenso do grupo. geralmente usado para convencero pblico-alvo de que a campanha expresso do mpeto irresistvel da massa oudo processo histrico.

    g. Derivao - Consiste em criar uma nova corrente psicolgica favorvel causa defendida pela propaganda, a partir de uma corrente de opinio pblica

    j existente ou previamente provocada, que desviada pela referida propaganda.Trata-se, portanto, de captar e aproveitar, em benefcio de um determinadoprograma, sentimentos, tendncias e atitudes incrustadas na opinio pblica.

    h. Sugesto e insinuao(1) A sugesto consiste em apontar idias sem, explicitamente, tentar

    imp-las, deixando a cada um a tarefa de tirar suas prprias concluses. Essatcnica baseia-se no fato de, psicologicamente, ser mais eficaz sugerir do queteimar em convencer: O homem prefere acreditar que pensou por si mesmo emvez de admitir que lhe foi imposto um pensamento.

    (2) A insinuao uma forma indireta de sugesto, portadora, em

    princpio, de idias ou sentimentos de carter negativo, em que as idias sugeridasprocuram criar e manter a desconfiana do meio visado. Pode ser conduzida demaneiras diversas, tais como: afirmaes tendenciosas; ampliao de determina-dos pormenores de fotografias e de fotomontagens; pausas significativas de umlocutor, inflexes da voz, etc.

    i. Incitao(1) Tcnica comumente usada para conduzir o pblico-alvo contra idias

    ou pessoas. So ataques diretos reputao e credibilidade de figuras,instituies e filosofias. Se bem sucedida, imprimir no alvo um grau de hostilidade

    que s poder ser removido com considervel dificuldade. Essa tcnica apresentao risco de que o alvo da propaganda seja visto como uma vtima, provocandoressentimentos contra quem a gerou.

    (2) O cartaz publicado no incio da 2 GM (Fig 2-6), na revista oficialamericana "EM GUARDA", editada em lngua portuguesa para a Amrica Latina,utilizou as tcnicas da simplificao, da adeso maioria e da incitao.

    j. Repetio e Orquestrao(1) A repetio consiste na apresentao continuada da mesma mensa-

    gem at que esta seja definitivamente aceita pelo pblico-alvo. A mensagemrepetida e no aceita leva saturao, podendo produzir efeitos contraproducen-tes. A mentira, quando repetida sistematicamente, pode at ser confundida comoverdade.

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    (2) A orquestrao consiste, basicamente, em variar a forma, a oportu-nidade e os veculos utilizados na apresentao das mensagens, tendo em vistaobter o mximo de coordenao e convergncia das idias e dos sentimentos atransmitir.

    l. Ampliao e desfigurao dos fatos(1) Um dos fundamentos da propaganda a capacidade de tirar o mximo

    proveito dos fatos favorveis, ampliando-os e at mesmo sublimando-os, quandofor o caso e, por outro lado, reduzir ou desfigurar os efeitos dos fatos desfavorveis.

    (2) O simples aumento das dimenses dos ttulos de certos artigos dejornais uma aplicao dessa tcnica.

    m. Inverso de atitude - Tcnica empenhada em ganhar a confiana e acredibilidade, quando a propaganda insere argumentos geralmente julgadosembaraosos para o propagandista. Desse modo, a propaganda deve emprestarum ar de imparcialidade ao propagandista e a seu material, induzindo o pblico-alvo a aceit-los.

    n. Boato(1) Generalidades

    (a) O boato uma mensagem cuja autenticidade questionvel ecuja origem de difcil verificao. Sua velocidade e extenso de propagaodependem da importncia do assunto para o pblico-alvo e da falta ou deficinciade informaes sobre o assunto.

    (b) O boato pode ser criado, deliberadamente, por pessoas interes-

    sadas em explorar os seus efeitos ou surgir, espontaneamente, em decorrnciada falta ou da impreciso das informaes.

    (c) O boato pode tornar-se um recurso de influenciao psicolgicade grande eficincia. As condies de guerra, com suas inmeras tenses,incertezas e inseguranas, preparam o ambiente ideal para a circulao deboatos.

    (d) O valor do boato, como tcnica de propaganda, reside, principal-mente, no fato de que sua fonte real dificilmente pode ser identificada.

    (2) Motivos para ocorrncia de boatos(a) Suprimir a falta de informaes sobre assuntos polmicos e de

    interesse da coletividade.(b) Justificar aes e atitudes.(c) Proporcionar alvio para emoes, pois o indivduo, ao espalhar um

    boato sobre determinado grupo a quem receia ou odeia, sente-se inconsciente-mente aliviado.

    (d) Conceder sentimento de importncia a quem o propaga, pois, emocasies de dvida e confuso, quem capaz de fornecer informaes v seuprestgio aumentado.

    (3) Forma de difuso - A forma usual de difuso do boato a conversapessoal, o que o torna mais aceitvel do que os instrumentos normais de

    propaganda. Isso no exclui, no entanto, a possibilidade de difuso de boatos pormeio de noticirios escritos ou falados.

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    (4) Riscos do uso de boatos - O boato pode ser uma arma vlida e efetivade Op Psico, mas seu uso pode gerar certos riscos, que devem ser totalmenteavaliados antes do incio de uma campanha. Entre os principais riscos decorrentesdos boatos, constam:

    (a) Alteraes - Dado que os boatos colocados em circulao soconfiados memria e interpretao dos membros do pblico-alvo, podem fugirdo controle de quem os promoveu e sofrer um progressivo processo de distoroat assumir formas e contedos no mais favorveis ao propagandista.

    (b) Atribuio - Se o boato for rastreado de volta at sua origem, acredibilidade do responsvel pela informao ser prejudicada seriamente.

    (c) Efeitos secundrios - Existe a possibilidade real de que os boatoscirculantes, em um determinado pblico-alvo, possam alcanar outros grupos,graas sua capacidade de superar barreiras polticas, culturais e psicolgicas.

    (d) Longevidade - Uma vez estabelecidos, alguns boatos tm uma

    extraordinria longevidade, podendo tornar-se folclricos. Sendo assim, torna-seimpossvel elimin-los, podendo criar embaraos no futuro.

    (5) Neutralizao do boato (Fig 2-7 e 2-8) - O boato pode ser neutralizadopor meio das seguintes medidas:

    (a) orientao do pessoal, visando sua imunizao contra possveisboatos;

    (b) oferecimento de respostas satisfatrias a questes importantes;(c) caracterizao do boato como informao falsa e imprecisa;(d) identificao da origem do boato e desmoralizao da pessoa ou

    fonte que o promoveu;

    (e) aplicao do princpio de chefia que recomenda manter a tropabem informada pelo comandante;

    (f) uso da ao de comando pelos comandantes em todos os nveis;(g) esclarecimentos dirigidos populao e s foras militares,

    dando-lhes base para alicerarem objetivamente a sua opinio; e(h) informao como medida preventiva, destinada a aumentar a

    resistncia ao boato.

    o. Acusao de atrocidades(1) Consiste em imputar erros, crimes, barbaridades e crueldades,

    mesmo que no sejam verdades, ao adversrio.(2) Na Guerra do Golfo, uma jovem de quinze anos deps diante da mdiainternacional e do congresso de uma grande nao estrangeira, dizendo quesoldados inimigos estavam matando bebs prematuros e roubando as incubado-ras de seu pas. Ela tocou muitos coraes. Porm, o mundo no foi informadode que ela era filha do embaixador daquela nao e ainda, que seu depoimentohavia sido orientado por uma agncia de relaes pblicas.

    p. Inflao hiperblica dos riscos(1) Consiste em informar aos soldados e civis, envolvidos numa batalha

    ou numa guerra, de que tudo aquilo que lhes caro est em jogo.(2) Com seu pas envolvido em conflito no Oriente Mdio, o presidente de

    uma grande nao, para convencer a opinio pblica do seu pas e internacional,caracterizou a Guerra do Golfo como a campanha por uma nova e melhor ordem

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    Fig 2-8. Outro exemplo de cartaz de combate ao boato derrotista, elaborado pelospaulistas durante a Revoluo Constitucionalista de 1932. O "bandeirante"

    diabolicamente no d crdito notcia "So Paulo um Estadovencido".

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    mundial. Na realidade, estava em jogo a proteo da oferta mundial de petrleo.Por outro lado, o mais alto mandatrio da nao oponente declarava que a guerradizia respeito ao futuro da "nao rabe".

    q. Polarizao - Consiste em atrair o apoio da opinio pblica e de aliadospara a causa defendida. "Quem no est do nosso lado est contra ns".

    r. Alegao da sano divina(1) Consiste em invocar o apoio de Deus e de atribuir um carter divino

    s campanhas.(2) Lderes de pases em guerra costumam invocar o apoio de Deus. Em

    torno disso, so criadas frases encantatrias do tipo "Deus est conosco!", "Deusapia nossa causa!", entre outras, sendo amplamente difundidas pela mdiadessas naes. Os lderes adversrios e/ou inimigos so apontados comomaterialistas e ateus, bem como os povos que estes representam. Portanto, todasas aes desencadeadas, com intuito de enfrentar aquela nao "sem Deus",tero o apoio divino.

    s. Ataque pessoal - Trata-se da atribuio de aspectos pejorativos,difamatrios ou sarcsticos a pessoas, idias e instituies, com o fito de criarou estimular dios, descrenas ou preconceitos. A ridicularizao, acaricaturizao, o sarcasmo, a ironia e a obscenidade so normalmente utilizadosna aplicao dessa tcnica.

    t. Aceitao

    (1) Consiste em criar e manter durante uma ao de propaganda, umambiente de agrado que seja capaz de provocar no pblico-alvo um estado deesprito favorvel recepo das idias a difundir; por outras palavras, consiste emseduzir para obter melhor adeso do referido veculo.

    (2) Pode conseguir-se por meio de instalaes adequadas e cmodas,msica, clima de otimismo, etc., e, da parte dos indivduos que fazem apropaganda, por boa presena, vozes agradveis, sentido de humor e apelo aossentimentos do pblico-alvo. , afinal, para os referidos indivduos, uma ao desimpatia que requer, muitas vezes, um pouco de arte dramtica.

    (3) tambm essa tcnica que aconselha a dar uma apresentao

    agradvel e artstica aos anncios, cartazes, etc.u. Endemoniamento e/ou desumanizao do adversrio

    (1) Consiste em identificar os chefes polticos e militares adversrioscomo pessoas desumanas (Fig 2-9).

    (2) Na Guerra do Golfo, por exemplo, os pases em conflito apontavam oslderes adversrios como encarnaes do diabo na terra: "Grande Sat", "Dem-nio"...

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    2-6. CICLO DA PROPAGANDA

    a. Generalidades - O ciclo da propaganda (Fig 2-10) a visualizao daseqncia de todas as atividades da propaganda, de forma a assegurar que osobjetivos das Op Psico sejam atingidos. Compreende as seguintes fases:

    (1) conhecimento da misso.(2) estudo de situao e deciso.(3) preparo da propaganda.(4) divulgao.(5) acompanhamento e avaliao.

    b. Fases

    (1) 1 Fase - Conhecimento da misso - Nessa fase, o oficial de OpPsico toma conhecimento da operao a apoiar e dos objetivos fixados pelocomandante para as Op Psico.

    Fig 2-9. Chefe de Estado (pas fictcio) em festa enquanto o povo morre de fome.

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    (2) 2 Fase - Estudo de situao e deciso - Nessa fase, so realizadoso Levantamento da rea para Operaes Psicolgicas (LAOP) necessrio aoestabelecimento e escolha da ou das linhas de ao a serem adotadas para arealizao da propaganda. Para a realizao desse estudo necessrio que asinformaes estejam atualizadas, inclusive com os dados de realimentaoobtidos em decorrncia da propaganda anteriormente realizada. Devem serdevidamente identificados os pblicos-alvo, suas caractersticas e vulnerabilidades;as oportunidades para a realizao da propaganda; os efeitos da propaganda

    adversa e, ao final, selecionados as idias-fora e os temas a serem adotados.(3) 3 Fase - Preparo da propaganda - Essa fase compreende a

    montagem da propaganda e sua produo.

    Fig 2-10. Ciclo da Propaganda.

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    (a) Montagem da propaganda - Consiste na concepo do programadestinado execuo da ou das linhas de ao adotadas para a realizao dapropaganda. So selecionados os mais adequados veculos de difuso a empre-gar; definem-se os slogans e smbolos a utilizar; designa-se o pessoal; e adotam-

    se as medidas necessrias ao desencadeamento do programa.(b) Produo - Consiste no emprego das tcnicas e dos recursos para

    a elaborao da propaganda.(4) 4 Fase - Divulgao - Nessa fase, a propaganda transmitida ao

    pblico-alvo pelos veculos selecionados.(5) 5 Fase - Acompanhamento e avaliao - Nessa fase, os efeitosda propaganda so analisados e pesados em relao aos objetivos das

    Operaes Psicolgicas, por intermdio da realimentao de informaescolhidas junto ao pblico-alvo. O sucesso, parcial ou total, constatado indicar ascorrees a serem feitas na propaganda.

    c.O Anexo C - MEMENTO DA PROPAGANDA, apresenta uma sntese parafcil consulta sobre o tema propaganda.

    ARTIGO II

    CONTRAPROPAGANDA

    2-7. GENERALIDADES

    a. A Contrapropaganda a propaganda com a finalidade de rebater eneutralizar a propaganda adversa.

    b.Anular os efeitos de uma propaganda adversa : impedir que a mensagemda propaganda adversa produza os efeitos desejados por sua origem; fazer comque a propaganda adversa produza efeito bumerangue ; e obter do pblico-alvoum comportamento favorvel ou de aceitao s teses ou aos temas defendidosna contrapropaganda.

    c. Para obter resultados positivos, a contrapropaganda tem de analisar a

    propaganda adversa, as tcnicas utilizadas e os efeitos produzidos junto aopblico-alvo. Tem tambm de definir os seus objetivos, sendo para isso necessrioum conhecimento profundo do pblico-alvo, de suas caractersticas, seus valores,suas aspiraes, suas motivaes, seus interesses, etc.

    d. O que vai interessar realmente ao propagandista impedir que apropaganda adversa produza os resultados pretendidos ou, se j provocou esseresultado, que ele cesse o mais rapidamente possvel e os efeitos se convertamcontra o propagandista. Como ltimo recurso, caso no consiga anular os efeitos,a contrapropaganda dever, na pior das hipteses, minimizar os efeitos obtidospela propaganda adversa.

    e.A contrapropaganda segue os mesmos princpios (Prf 2-2), utiliza-se dasmesmas tcnicas (Prf 2-5) e obedece ao mesmo ciclo (Prf 2-6) da propaganda.

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    f. O Anexo D - MEMENTO DA CONTRAPROPAGANDA, apresenta umasntese para fcil consulta sobre o tema contrapropaganda.

    2-8. ANLISE DA PROPAGANDA ADVERSAa. um exame da origem e do contedo da propaganda adversa, do pblico-

    alvo a que dirigida, do veculo utilizado e do efeito alcanado. Visa a avaliaoda eficincia da propaganda adversa.

    b. Processo da anlise da propaganda adversa(1) O processo de anlise da propaganda adversa pode ser conduzido na

    seqncia dos elementos representados pela sigla OCAVE: Origem, Contedo,Audincia-alvo (pblico-alvo), Veculo e Efeito obtido. Devem ser respondidas asseguintes perguntas:

    Quem? - OrigemO qu? -ContedoPara quem ? -Audincia-alvo (pblico-alvo)Como? - VeculoPara qu? - Efeito(2) Embora feita na seqncia indicada, a anlise um processo global,

    uma vez que o conjunto desses itens que permite ao analista tirar conclusesvlidas. O principal objetivo da anlise a avaliao da eficincia da propagandaadversa pelo conhecimento de seus efeitos.

    c. Origem da propaganda adversa(1) A anlise da origem visa a identificar a verdadeira autoria dapropaganda adversa (governo, agncia, organizao, etc.) e seus apoios, se for ocaso. Visa tambm a caracterizar possveis ligaes entre as diversas origens, seexistirem, e a obter dados relativos organizao produtora da propagandaadversa e suas principais personalidades.

    (2) A identificao da origem valiosa, porque revela o grau de importn-cia que deve ser atribudo propaganda adversa, esclarece a relao entre aorigem, a mensagem e o alvo, e fornece dados para a contrapropaganda peloconhecimento das tcnicas operacionais e teorias adotadas

    (3) Em muitos casos, a origem da propaganda adversa evidente; emalguns, aparente; em outros, pode no ser identificada. Pode-se chegar verdadeira origem, pesquisando os veculos utilizados, as caractersticas, astcnicas e os objetivos da propaganda adversa.

    (4) A propaganda adversa classificada de acordo com a sua origem empropaganda branca, propaganda cinza e propaganda negra.

    (5)Apropaganda branca a propaganda adversa que no oculta a suaorigem.

    (a) Principais vantagens:1) apresentada como porta-voz da origem, trazendo consigo a

    autoridade que lhe inerente;e2) livremente divulgada.(b) Principais desvantagens:

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    ABAIXO A DITADURA(AGREMIAO PATROCINADORA)

    Fig 2-11. Exemplo de propaganda adversa branca

    LIBERDADE

    NO SE GANHA...

    E NEM SE COMPRA.

    LIBERDADE

    SE

    CONQUISTA!

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    2) tem campo de ao limitado, no s quanto aos veculos dedifuso, como pelas exigncias de segurana.

    (c) Durante o ms de dezembro de 1944, na ITLIA, o panfletoconstante da Fig 2-12 circulou entre os militares da FEB. Mais tarde, soube-se que

    o mesmo fora lanado pela artilharia inimiga, como parte das Op Psico do ExrcitoAlemo. Naquela oportunidade, os alemes estavam na defensiva, frente FEB.

    d. Contedo da propaganda adversa(1) A apreciao do contedo de uma mensagem constitui a maior parte

    do processo analtico. Visa a determinar o significado e o objetivo, claro ou oculto,de uma mensagem ou mesmo de uma campanha ou de um programa.

    (2) Por meio da anlise espera-se adquirir informaes sobre os seguin-tes pontos:

    (a) Tcnicas de propaganda - A escolha da abordagem adotada pelo

    adversrio pode indicar uma rea de interesse particular. O material impresso oua variedade dele pode sugerir o desejo de distrair a ateno do pblico-alvo de umassunto considerado embaraoso e perigoso.

    (b) Informao factual - Na sua propaganda, o adversrio pode revelaralguns detalhes reais sobre as condies da sociedade e eventos que lhe dizemrespeito. O vazamento de informaes deve ser cuidadosamente observado,considerando-se a possibilidade de que tenham sido divulgados deliberadamente.

    (c) Correlao com outras campanhas - O contedo de uma campa-nha deve ser confrontado com outros materiais de propaganda adversa, difundidosem ocasies precedentes ou concomitantes. Alteraes na abordagem podem

    revelar mudanas na poltica ou na ttica. Essas ocorrncias detectadas servemde base para uma campanha de contrapropaganda.(d) Qualidade do produto - Variaes na qualidade tcnica, como tipo

    de papel e tinta ou nvel de transmisses de rdio/televiso, podem indicarmudanas na organizao e na disponibilidade de recursos das Op Psicoadversas.

    (3) O elemento mais importante da anlise da propaganda adversa averiguar o propsito da mensagem. O estudo do contedo pode ser realizado,utilizando-se os seguintes mtodos:

    (a) Mtodo quantitativo - Consiste em confrontar o material recolhido

    com uma ou mais hipteses plausveis acerca do objetivo geral da campanhaadversa. O passo seguinte, para o analista, o da identificao das palavras-chave, dos temas e das linhas de persuaso, cuja freqncia serve para comprovaras suposies iniciais. Devem ser estabelecidas, para cada uma delas, aintensidade e a relativa cadncia de emprego. A utilizao de grficos cronolgi-cos, com as datas dos eventos polticos e militares, facilita a sua anlise,permitindo a comprovao das hipteses originais.

    (b) Mtodo qualitativo - Baseia-se no julgamento consciencioso dosperitos nas tcnicas de propaganda e poltica adversa. A subjetividade dessatarefa conduz aplicao de tcnicas prprias a cada indivduo, no podendo ser

    adotadas como modelos para serem utilizados por outros.(c) A eficcia e a convenincia do emprego dos mtodos dependemda disponibilidade de recursos tcnicos e humanos. Alguns fatores podem auxiliarna determinao da abordagem:

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    OUVE L !

    OH Z !

    DEIXA-ME DIZER-TE

    UMA COISA !

    ESCUTA:

    O que me deram foi minha demisso e um par de muletas.Agora fao parte do exrcito dos invlidos da guerra, que aumenta

    continuamente.No sirvo para nada.J no posso exercer minha profisso de ferrovirio. Talvez consiga

    uma autorizao para vender amendoim torrado. O negcio no rende muito,mas com a pequena penso que se recebe, no se pode sustentar umafamlia.

    Por essa razo digo-te o seguinte: cada gota de sangue brasileiro

    vertida na Europa, em vo! No temos nada que meter o nariz nas questesda banda de l.

    Eles que se arranjem l como querem com as suas excomungadasguerras.

    "TEM CAUTELA AMIGO E FAZ POR REGRESSAR CASA SO ESALVO...SE PUDERES"

    Fig 2-12. Panfleto alemo lanado sobre a FEB. No atingiu os resultadosesperados por seus idealizadores. O texto era incongruente. O uso de

    vocativos e a utilizao de expresses idiomticas usadas emPortugal e no no Brasil, alm dos erros gramaticais, invalidaram opanfleto junto ao pblico-alvo.

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    1) O mtodo quantitativo mais apropriado quando h um grandevolume contnuo de material, pois facilita a deteco das eventuais mudanas nalinha da propaganda adversa. A principal vantagem decorrente deste modelo que,a partir da determinao das diretrizes bsicas, vrias tarefas podem ser confiadas

    a pessoas no especializadas.2) O mtodo qualitativo mais rpido e valoriza a compreenso

    e a experincia do analista. No entanto, reduzido o volume de material com quese pode trabalhar.

    3) Devido carncia de especialistas, providos de qualidadesnecessrias para realizarem a anlise qualitativa, presumvel que apenas partedo material possa ser analisado. Desse modo, para a anlise do contedo, podemser usados os dois mtodos: a abordagem quantitativa, para detectar os aspectosbsicos, e a qualitativa, para avaliar os itens de maior importncia e interesse.

    4) A anlise do contedo esclarece aspectos, como: o nvel

    intelectual em que os apelos so colocados; as tcnicas utilizadas, caracterizan-do, inclusive, os temas preferidos; e as vulnerabilidades das mensagens, particu-larmente as mudanas, as incoerncias e as contradies da propagandaadversa.

    e. Audincia-alvo (Pblico-alvo) da propaganda adversa(1) A anlise da propaganda adversa visa a determinar a audincia-alvo

    e a conhecer as caractersticas dessa audincia, que pode variar desde umacategoria muito geral (o povo de uma nao) a um grupo bastante especfico.Devem ser considerados aspectos, como seus recursos econmicos, sua

    localizao geogrfica, suas caractersticas tnicas, suas convices polticas oureligiosas, sua classe social, seus costumes e tradies, a fim de que possa seravaliada a receptividade da propaganda e previstos os possveis efeitos.

    (2) O exame da audincia-alvo engloba o estudo de todos os gruposatingidos pela mensagem, especialmente aquele a quem parece, inicialmente, tersido dirigida. Deve-se examinar a penetrao que a mensagem por ter tido e osefeitos que pode ter causado em cada um desses grupos. A escolha, peloemitente, de um grupo-alvo, bastante informativa, propiciando informaopreciosa, tanto sobre sua capacidade como sobre que grupos podero necessitarde apoio psicolgico. Pode-se, desde logo, reconhecer a existncia de quatro

    grupos tpicos: o aparentemente visado (que pode, de fato, ser tambm aquelevisado), o realmente visado, um grupo possivelmente intermedirio (que teriapotencial para portar a mensagem quele realmente visado) e, finalmente, gruposatingidos eventualmente, embora no fossem visados. Novamente esse conheci-mento define o grau de tcnica utilizado e, assim, a capacidade do emitente.

    (3) O pblico-alvo extremamente importante para o contrapropagandista.Este precisa conhec-lo em profundidade, saber quais so suas principaiscaractersticas, suas motivaes e suas aspiraes, a fim de adequar suamensagem a ele e fazer com que reaja por ao ou inao, adotando ocomportamento pretendido pelo contrapropagandista e que ser, obviamente,

    contrrio aos interesses do propagandista adverso.(4) Muitas vezes o sucesso do contrapropagandista vai depender da suacapacidade em mudar drasticamente o comportamento de um pblico j influen-

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    ciado pela propaganda que se deseja combater. Para tanto, no basta o domniodas tcnicas de Comunicao Social, mas tambm necessrio o conhecimentoprofundo do pblico-alvo. Alie-se a esse conhecimento, o modo como fazer comque a contrapropaganda chegue ao destino proposto, isto , que veculo utilizar.

    f. Veculo (meio de comunicao) da propaganda adversa(1) A apreciao do veculo de comunicao pode conduzir concluso

    sobre a intensidade e a extenso dos efeitos das mensagens e sobre a adequaodo veculo ao pblico.

    (2) A utilizao de um determinado veculo de comunicao, por vezes,deriva simplesmente da falta de alternativas. No entanto, comum que seu usoseja determinado pelo grau de influncia que exerce sobre o pblico-alvo.

    (3) O conhecimento da capacidade de cobertura e penetrao dosveculos de comunicao e as afinidades entre grupos sociais particulares e

    rgos de comunicao especficos fornecem ao analista confirmao dasavaliaes anteriores ou o induzem a rev-las e a corrigi-las.

    g. Efeito da propaganda adversa(1) A anlise dos efeitos da propaganda adversa identifica o grau de

    influncia da mensagem e as mudanas de atitudes e comportamentos provoca-dos no pblico-alvo previsto e no previsto.

    (2) A apreciao dos efeitos dever avaliar at que ponto o comportamen-to do pblico-alvo est ligado ao estmulo da propaganda adversa. Raramente sepode atribuir um determinado comportamento somente ao apelo da propagandaadversa, porque muitos so os estmulos a que os indivduos e grupos estosubmetidos.

    (3) Os procedimentos para detectar os efeitos da propaganda adversapodem ser avaliados por quatro processos:

    (a) Observao direta - Sempre que possvel, deve ser realizada aobservao direta das mudanas de comportamento do pblico-alvo.

    (b) Relatos de integrantes do pblico-alvo - Os relatos de pessoas queintegravam o pblico-alvo, quando a propaganda adversa foi desencadeada, sode grande valia. Devem ser consideradas, porm, as restries decorrentes dosobjetivos, dos sentimentos, das opinies e de outros fatores, que podem ocasionardistoro da fidelidade desses relatos.

    (c) Relatos de observadores - Os testemunhos de pessoas nointegrantes do pblico-alvo so valiosos pelo fato de essas pessoas no estaremsubmetidas aos efeitos diretos da propaganda adversa e poderem apresentarobservaes sob diferentes ngulos.

    (d) Indcios indiretos - A adoo pelo adversrio de medidas destina-das a neutralizar a contrapropaganda pode revelar a intensidade dos efeitos queesto sendo obtidos. Entre essas medidas reveladoras dos efeitos, incluem-se:

    1) interferncia eletrnica;2) medidas de controle de circulao de publicaes;3) aplicao de sanes aos que forem encontrados ouvindo

    transmisses de rdio ou lendo publicaes proibidas;4) proibio do uso de aparelhos individuais de rdio e TV;5) represlias contra pessoas e grupos;

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    6) intensificao da contrapropaganda adversa e sua orientaono sentido de neutralizar a propaganda cujos efeitos esto sendo analisados; e

    7) protestos diplomticos.(4) Alm dos processos mencionados, utilizam-se entre outros os

    seguintes indicadores para a avaliao da eficincia da propaganda adversa:(a) pesquisas de opinio (inquritos, entrevistas pessoais, etc.);(b) anlise de relatrios sobre o moral da tropa; e(c) anlise de publicaes amigas.

    2-9. TCNICAS USADAS NA CONTRAPROPAGANDA

    a. Consideraes iniciais(1) A contrapropaganda pode empregar as mesmas tcnicas da propa-

    ganda. Existem algumas tcnicas prprias da contrapropaganda que podem serusadas para controlar a propaganda adversa. A seleo da tcnica a ser utilizadair depender do material psicolgico adverso a ser controlado e das vulnerabilidadesdo pblico-alvo.

    (2) Aplicam-se especialmente contrapropaganda as tcnicas dacontestao indireta, da contestao direta, diversionista, do silncio, da anteci-pao, da minimizao, da reciprocidade, do retardamento e da metapropaganda.

    b. Contestao Indireta(1) Nessa tcnica, a contrapropaganda no entra em confronto direto com

    a propaganda adversa (Fig 2-13 e 2-14).

    (2) A ttica consiste em abordar o tema utilizado pelo adversrio sem oataque ou a resposta direta. Fingindo desconhecer a propaganda adversa, ocontrapropagandista dever, coincidentemente, abordar o mesmo tema, procu-rando em uma argumentao diferente ao do propagandista, lanar dvidas econtradizer pontos escolhidos da propaganda que se combate, de forma a destruirsua credibilidade. Deve, ainda , em sua argumentao, valorizar ao mximopossvel os pontos que sejam mais favorveis aos interesses da origem dacontrapropaganda, tecendo sua argumentao de forma a minar as tesesapresentadas pelo adversrio.

    (3) Se a propaganda adversa ataca o tema "baixo nvel de vida dos

    trabalhadores", a contestao indireta, por exemplo, monta uma reportagem comdados estatsticos, mostrando que o nvel de vida daquele pblico subiu razoavel-mente nos ltimos anos, o que se tem feito e o que se far para melhorar aindamais o padro de vida dos mesmos. Deve-se, de qualquer modo, tomar muitocuidado para no fornecer mais argumentos para o propagandista adversrio.

    c. Contestao Direta(1) Essa tcnica consiste em responder item por item a propaganda

    adversa. A resposta deve ser to completa, eficaz e contundente, que no d aoadversrio margem a uma contra-argumentao. A rplica do propagandista vai

    gerar quase que necessariamente a trplica do contrapropagandista e tal fato podereforar o tema nos veculos de comunicao, ou seja, despertar um interessemaior do que o natural para o tema em debate, provocando a curiosidade do

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    Fig 2-13. Contrapropaganda propaganda adversa branca (Pag 2-25)

    COM TRABALHO

    LIBERDADE

    NO SE GANHA...

    E NEM SE COMPRA.

    LIBERDADE

    SE

    CONQUISTA!

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    pblico-alvo. Essa situao pode ser prejudicial ao contrapropagandista, quecorrer o risco de sofrer um efeito bumerangue, pois, em vez de esvaziar oassunto para torn-lo menos perceptvel pelo pblico, estar despertando aateno para o mesmo, fato que beneficia o adversrio, se a contrapropaganda no

    for extremamente eficiente.(2) considerada a tcnica mais difcil e mais perigosa de ser aplicada;

    por outro lado, ser tambm a mais eficiente das tcnicas de contrapropaganda,se for bem aplicada. Essa tcnica exige do contrapropagandista conhecimentoprofundo do tema explorado, forte poder de argumentao e grande capacidade deconvencimento.

    d. Diversionista(1) O contrapropagandista, quando utiliza essa tcnica, preocupa-se

    com os efeitos imediatos que pretende produzir no pblico-alvo. O seu objetivo

    desviar a ateno do pbico para outro tema diferente do explorado pelopropagandista adverso e que sabidamente tenha grande significncia.(2) Essa tcnica ser eficaz quando o propagandista conseguir modificar

    o interesse do pblico-alvo. O tema a ser lanado dever ser pleno de atrativos,de forma a sobrepujar o tema adverso e fazer com que este caia no esquecimento.Pode-se utilizar temas que j se revelaram eficazes em outras ocasies ouexplorar algo de importante que venha ocorrendo no momento em que sedesenvolvem os fatos. Com isso, consegue-se reduzir os efeitos pretendidos pelapropaganda adversa.

    e. Silncio(1) Tcnica utilizada quando o tema explorado pela propaganda adversa

    no se presta a uma explorao favorvel por ser muito eficiente ou, ao contrrio,no ter provocado efeitos que meream um revide por parte do contrapropagandista,visto que o tema no apresentou motivao suficiente para persuadir o pblico-alvo.

    (2) Em muitos casos, prefervel que se use o silncio e deixe que o temase dilua naturalmente nos veculos de comunicao.

    (3) Todo fato, todo assunto, todo tema tem um certo perodo de duraono tempo, que varia com o interesse despertado no pblico. Pode ocorrer que, sea contrapropaganda atacar uma propaganda poderosa ou uma propaganda dbile no o fizer com a devida eficincia, provoque um aumento de tempo de existnciado tema, devido ao interesse que poder despertar no pblico.

    (4) Caso o contrapropagandista se defronte com temas dessa natureza,dever analis-los em profundidade e concluir pela melhor tcnica. Se no se julgarcompletamente seguro para atacar a propaganda adversa, muitas vezes prefervel que se valha do silncio, deixando o tema morrer naturalmente, evitandoassim, um efeito maior em benefcio do adversrio. Por outro lado, se o tema forinexpressivo, deve, tambm, valer-se do silncio para no provocar o adversrio,que poder revidar e despertar maior ateno para suas teses.

    (5) Embora possa ser uma tcnica bem sucedida, h o perigo de que opblico-alvo perceba a falta de comentrios como uma tcita admisso de culpa.

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    f. Antecipao(1) Essa tcnica fruto de um profundo conhecimento da propaganda

    adversa que se combate, de seus objetivos, dos artifcios que utiliza, enfim, de seumodus operandi.

    (2) Para a utilizao dessa tcnica, o trabalho de informaes e deanlise sistemtica da propaganda adversa fundamental para fornecer aocontrapropagandista os dados de que ele necessita para realizar o seu trabalho.Tal conhecimento possibilita antecipar a contrapropaganda, em relao aodesencadeamento da propaganda adversa. de natureza preventiva, apresentan-do a vantagem da iniciativa. Por outro lado, uma rpida e honesta admisso dosprprios erros no s priva o adversrio de uma propaganda vitoriosa, mas ganha,geralmente, crdito e confiana na propaganda amiga.

    g. Minimizao

    (1) Nessa tcnica, o contrapropagandista procura desvalorizar o temaexplorado pelo adversrio.(2) Isso feito dando-se nfase apenas aos aspectos favorveis em

    relao aos objetivos da contrapropaganda ou insinuando que a histria no foicontada em sua plenitude, que os fatos no ocorreram exatamente como foramnarrados, que a propaganda adversa fundamenta argumentos tendenciosos, quea fonte no teve acesso a todos os dados, que falta competncia fonte paraabordar o tema com seriedade e assim por diante. Dessa forma, a contrapropagandapoder minimizar os efeitos da propaganda adversa, lanando dvidas quanto competncia e credibilidade da fonte da propaganda adversa. Essa tcnica tem

    ainda, como caracterstica, a referncia direta ao tema abordado pelo adversrio.Contudo, a contrapropaganda conduz sua ao de modo a destacar aspectosfavorveis ao seu objetivo.

    h. Reciprocidade - Consiste em, no negando nem comentando umargumento embaraoso apresentado pela propaganda adversa, atac-lo com umargumento de natureza semelhante que lhe seja desfavorvel.

    i. Metapropaganda(1) Consiste na propaganda que desacredita a propaganda do adversrio.(2) A metapropaganda especialmente potente porque, em vez de

    contestar a veracidade de uma nica histria, pe em dvida tudo o que vem doadversrio.

    (3) Porta-vozes de um dos grupos em conflito, repetida e acuradamente,podem salientar que o lder de seus adversrios tem um controle total da mdia deseu pas, negando "a verdade" a seu povo.

    j. Retardamento - o recurso de ganhar tempo para dar uma resposta, deevitar uma confrontao inoportuna ou de fazer esquecer determinados temasembaraosos.

    2-10. REGRAS BSICAS DA CONTRAPROPAGANDA

    a. Para a seleo da(s) tcnica(s) apropriada(s) sua ao, o

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    contrapropagandista deve observar algumas regras consideradas bsicas para osucesso de seu trabalho.

    b. Desmontar a propaganda adversa

    (1) Toda propaganda eivada de apelos simblicos verbais e visuais quea tornam impressionante. Esses aspectos, somados ao contedo de umamensagem, ou mesmo isoladamente, formam o componente psicolgico, ocontedo emotivo da propaganda. Muitas vezes a argumentao apresentada pobre e se sustenta nos aspectos da pea de propaganda, ou seja, no seu apeloesttico e emotivo.

    (2) A primeira tarefa do contrapropagandista ser a de desmontar apropaganda adversa e despoj-la de todos os seus efeitos impressionantes,reduzindo-a ao seu contedo lgico. Com isso, o contrapropagandista chegar aoapelo bsico da propaganda adversa, ou seja, essncia da mensagem.

    (3) Isolados e classificados os temas, estudada a linha de raciocnio e aargumentao da propaganda adversa, possvel atac-los um por um e, sepossvel, op-los uns aos outros, explorando as contradies existentes.

    c. Atacar os pontos fracos(1) Aps estudada e analisada a propaganda adversa e catalogados os

    seus argumentos, deve-se encontrar a sua tese mais fraca e combat-laviolentamente.

    (2) Encontrar o ponto fraco do adversrio e atac-lo regra fundamentalpara o sucesso de uma contrapropaganda.

    d. Jamais atacar frontalmente uma propaganda poderosa(1) Quando a propaganda adversa for poderosa, no se deve atac-la

    perpendicularmente, ou seja, cortar abruptamente a linha de raciocnio doadversrio. Esse processo pode no surtir o efeito desejado ou at mesmo podereforar a propaganda adversa, revertendo o efeito pretendido pela contrapropaganda.

    (2) Para combater a propaganda adversa considerada poderosa, ocontrapropagandista deve partir do ponto que julgar mais adequado na argumen-tao do propagandista, conduzir uma linha de raciocnio tangencial que v seafastando das posies apresentadas pelo adversrio at voltar-se totalmentecontra ele. Se bem utilizada, essa regra tem a capacidade de solapar totalmente

    uma propaganda adversa poderosa.e. Atacar e desacreditar o adversrio - Essa regra se aplica instituio

    origem da propaganda adversa e ao prprio propagandista adverso, se necessrio.Seria o caso, por exemplo, de se procurar, no passado, atitudes e posies, daorganizao que conduz a propaganda adversa, que se contradizem s suasatitudes e condutas atuais, atacando-a por esse ngulo. Se aplicada diretamentea pessoas, essa regra de contrapropaganda tem a capacidade no s dedesacredit-las, mas tambm de coloc-las em posio de inferioridade, obrigan-do-as a se explicarem.

    f. Colocar a propaganda adversa em contradio com os fatos - Noexiste rplica mais desconcertante que a suscitada pelos fatos. Nada vale maisdo que refutar o adversrio com fatos que o desmintam. Mesmo que um nico

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    ponto venha a contradizer a argumentao da propaganda adversa, essa, emconjunto, acaba por contradizer-se. uma forma de destruir a credibilidade doadversrio.

    g. Ridicularizar a propaganda adversa - Quando uma propagandaadversa comea a ser eficiente, a ridicularizao tem o poder de minimizar os seusefeitos. Esta ridicularizao pode ir do simples gracejo ao menosprezo. Aspilhrias, se bem organizadas, podem jogar no ridculo os poderosos e tm avantagem de obter a condescendncia entre os prprios adeptos das causas dapropaganda adversa.

    h. Antecipar a contrapropaganda - O acompanhamento constante dasatividades do adversrio permite, muitas vezes, prever temas que podero serexplorados por sua propaganda. Tal conhecimento possibilita antecipar acontrapropaganda, em relao ao desencadeamento da propaganda adversa.

    i. Realizar a retaliao -A realizao de aes idnticas s do adversrio importante para a eficincia da contrapropaganda. Tais aes, como as deataque, desmoralizao ou ridicularizao, realizadas sob a forma de revidecontra o adversrio, influenciam favoravelmente o pblico-alvo para resistir propaganda adversa.

    j. Omitir a resposta -A propaganda adversa s deve ser respondida quandonecessrio e vantajoso. aconselhvel no dar resposta quando o tema dapropaganda adversa no pode ser explorado favoravelmente ou no suficiente-

    mente importante para merecer resposta direta ou indireta.l.Os recursos adotados pela contrapropaganda so os mais variados. Com

    habilidade pode-se converter os dados constantes da propaganda adversa emelementos teis para a elaborao e a execuo da contrapropaganda. Emboramuitas vezes tenha um carter defensivo, a contrapropaganda pode constituir-seem poderosa arma ofensiva, com efeitos altamente positivos.

    ARTIGO III

    OUTROS INSTRUMENTOS DE INFLUNCIA PSICOLGICA

    2-11. GENERALIDADES

    Alm da propaganda e da contrapropaganda, possvel obter efeitospsicolgicos no pblico-alvo por meio de outros instrumentos de reconhecidaeficincia e outras atividades e aes realizadas com objetivos prprios, diferen-ciados dos objetivos das Op Psico, mas com inegveis efeitos psicolgicos.

    2-12. PRINCIPAIS INSTRUMENTOSa. Relaes Pblicas.

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    b. Informaes Pblicas.

    c. Ao Comunitria.

    d. Ao de Presena (Operao Presena).

    e.Empreendimentos governamentais.

    f. Presses polticas e econmicas.

    g. Demonstraes de fora.

    h. Operaes militares.

    i. Acordos internacionais.

    2-13. CONSIDERAES SOBRE OS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS

    a. Relaes Pblicas - Sendo seu objetivo esclarecer e informar para omelhor inter-relacionamento entre as instituies e seus pblicos, as relaespblicas tm importantes efeitos psicolgicos, especialmente no que diz respeito obteno da compreenso e do apoio desses pblicos aos objetivos dainstituio. Estando as relaes pblicas inseridas dentro do contexto maisabrangente da Comunicao Social, devem tambm ser orientadas por finalidadesimpessoais e ticas, vinculadas a valores fundamentais geralmente aceitos pelopblico-alvo.

    b. Informaes Pblicas - O seu objetivo divulgar os assuntos relacio-nados Instituio para o pblico externo, em especial para os rgos civis deComunicao Social nacionais ou estrangeiros, que sero veculos de difuso dasnotcias e das aes desenvolvidas pela Instituio.

    c. Ao Comunitria(1) O Exrcito colabora com o desenvolvimento nacional e com a Defesa

    Civil, sem prejuzo da misso principal, por meio de atividades subsidirias, taiscomo: cooperao na assistncia s populaes carentes; atuao no processode desenvolvimento scio-econmico; colaborao com a proteo ambiental; e

    contribuio com as aes do Governo nas reas do ensino e da cultura.(2) Destacam-se, no contexto das atividades subsidirias, sob o ponto

    de vista das Op Psico, particularmente as aes comunitrias. Embora essasaes tenham objetivos mais amplos do que a obteno de efeitos psicolgicos,no se pode negar que, influindo na elevao do moral do pblico-alvo, inegavel-mente constituem instrumento apropriado conquista de objetivos psicolgicos.

    (3) Das atividades de ao comunitria, uma das que mais especifica-mente pode ser utilizada para a obteno de efeitos psicolgicos a Ao Cvico-Social (ACISO) (Fig 2-15).

    d. Ao de Presena(1) H dois tipos de ao de presena:(a) presena do chefe; e

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    (b) presena da tropa.(2) A presena pessoal do chefe militar, nos locais e momentos

    adequados e oportunos, poder alcanar notveis efeitos psicolgicos no pblico-alvo. Um exemplo da presena do chefe a participao pessoal de Caxias,

    influindo decisivamente na Batalha de Itoror. Acompanhando de perto o desen-rolar da peleja e percebendo que o afastamento de chefes ilustres e admirados,como Fernando Machado, Gurjo e Argolo, feridos em combate, causavadesnimo em nossas foras e estimulava o mpeto combativo do inimigo, Caxiasassume o risco calculado de intervir na batalha. Caxias sentiu que a decisodeveria ser instantnea e que s havia duas alternativas: o triunfo ou a derrota.Consciente de que era o smbolo da vitria para os seus soldados, posta-se frentedeles, ergue a espada invicta e, suplantando o peso dos seus 64 anos de idade,lana-se contra o inimigo, com a ordem de carga: "Sigam-me os que forembrasileiros". Em termos de Op Psico dificilmente encontraremos outro exemplo

    to significativo. A mensagem, reduzida expresso mais simples de um gestoe uma frase, que enco