caderno pedagogico 10.14 com titulo
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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 10
Cultura, Sociodiversidade e Cidadania.
.
2013/1
ALU
NO
(A):
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL
VOLUME 10
REITOR
Arody Cordeiro Herdy
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA
Carlos de Oliveira Varella
PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Emilio Antonio Francischetti
PRÓ-REITORA COMUNITÁRIA E DE EXTENSÃO
Sônia Regina Mendes
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
José Luiz Rosa Lordello
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
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INOVA
NÚCLEO INOVADOR Unigranrio – INOVA
Coordenadora: Maria Rita Resende Martins da Costa Braz
ESCOLA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES
Diretora: Haydéa Maria Marino de Sant´anna Reis
INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS I
Diretora: Lúcia Inês Kronemberger Andrade
INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS II
Diretor: Lindonor Gaspar de Siqueira
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NÚCLEO ALÉM DA SALA DE AULA
Benjamin Salgado Quintans
Frederico Adolfo Schiffer Junior
Haydéa Maria Marino de Sant’anna Reis
Herbert Gomes Martins
Hulda Cordeiro Herdy Carmim
José Luiz Rosa Lordello
Sonia Regina Mendes
NÚCLEO DE APOIO METODOLÓGICO - NAM
Anna Paula Soares Lemos
Carlos de Oliveira Varella
José Luiz Rosa Lordello
Lindonor Gaspar de Siqueira
Lúcia Inês Kronemberger Andrade
Maria Rita Resende Martins da Costa Braz
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
2
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
Lúcia Inês Kronemberger Andrade
Vanessa Olmo Pombo
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
Anna Paula Soares Lemos
Edeusa de Souza Pereira
Joaquim Humberto Coelho de Oliveira
Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca
Tania Maria da Silva Amaro de Almeida
NÚCLEO DE MEMÓRIA E DOCUMENTAÇÃO INSTITUCIONAL
Tania Maria da Silva Amaro de Almeida
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
2
NÚCLEO DE PRÁTICAS INCLUSIVAS
Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca
ORGANIZAÇÃO / REVISÃO / DIAGRAMAÇÃO DESTE MATERIAL:
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
Professores(as)
Anna Paula Lemos
Edeusa de Souza Pereira
Joaquim Humberto Coelho de Oliveira
Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca
Tania Maria da Silva Amaro de Almeida
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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM
Atividade:
TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I
Unidade Nº:
Dez (10/14)
Título:
Cultura, Sociodiversidade e Cidadania.
Objetivos de aprendizagem:
Entender os conceitos de diversidade cultural e cidadania.
Discutir cultura global e diferenças em comum.
Tópicos abordados:
Diversidade Cultural
Cidadania
Cultura global e diferenças em comum
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Introdução:
Você começou a ver, desde a Unidade 8, as variadas dimensões do conceito de cultura. Viu ainda
que o Plano Nacional de Cultura, criado em 2005, pelo Ministério da Cultura (In:
www.cultura.gov.br/PNC e In: http://www.cultura.gov.br/site/2011/05/26/plano-nacional-de-
cultura-21 ), levando em consideração este conjunto mais amplo de significados e tendo por
objetivo organizar uma política pública de cultura, relacionou três aspectos que caracterizam a
cultura como tridimensional: Dimensão Simbólica, Econômica e Cidadã.
Vamos relembrar a Unidade 8:
A dimensão simbólica da cultura expressa-se por meio das línguas, crenças, rituais, práticas,
relações de parentesco, trabalho e poder. Toda ação humana é socialmente construída por meio de
símbolos e, que entrelaçados, formam redes de significados que variam conforme os contextos
sociais e históricos.
Do ponto de vista econômico, a cultura pode ser compreendida de três formas:
1. Como sistema de produção, materializado em cadeias produtivas;
2. Como elemento estratégico da nova economia (economia do conhecimento);
3. Como um conjunto de valores e práticas que têm como referência a IDENTIDADE e a
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DIVERSIDADE cultural dos povos, possibilitando compatibilizar modernização e
desenvolvimento humano.
Por fim, no PNC, a dimensão cidadã da cultura entende que os bens culturais são portadores de
ideias, valores e sentidos e destinam-se a ampliar a consciência sobre o ser e o estar no mundo - um
mundo globalizado, de sociodiversidades e de consumo.
No seu ambiente virtual de aprendizagem, você vai encontrar unidades que tratam dos conceitos de
diversidade, cidadania, globalização e consumo de massa.
http://2.bp.blogspot.com/_5fixxoGgzM8/TGRBJGT3zJI/AAAAAAAAAB0/ow-mas0V5I4/s1600/manipulado.jpg
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O conceito de cultura e suas dimensões específicas perpassam todos eles.
Aqui você vai entender os conceitos de sociodiversidade e cidadania relacionados a cultura.
10.1 SOCIODIVERSIDADE E CULTURA
I) Sentido Antropológico de Sociodiversidade
O conceito de sociodiversidade tem variados sentidos, mas sua origem vem da Antropologia e tem
como inspiração as etnias indígenas. Os povos indígenas são considerados sociodiversos, no
SENTIDO ANTROPOLÓGICO, por não seguirem as regras da chamada ―sociedade dominante‖ e,
assim, estruturarem-se em uma comunidade a parte que segue suas próprias regras, suas próprias
crenças, suas leis e seus julgamentos.
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http://2.bp.blogspot.com/_e474nPXsrqU/SYio-20An9I/AAAAAAAAA8M/2tCEPJVuits/s400/ScreenHunter_4266.jpg
a) A sociodiversidade indígena
Em entrevista ao O Globo, indicada no nosso conteúdo, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha,
autora da coletânea de ensaios, “Índios no Brasil: História, direitos e cidadania” (Companhia das
Letras), discorda de quem considera atrasada a cultura dos índios. Muito pelo contrário, acredita
que ela pode ser uma alternativa para o Brasil, que muito pode aprender com seus saberes e com
seu modo de se relacionar com o meio ambiente.
O conhecimento das diversas sociedades indígenas pode continuar a trazer contribuições
da maior relevância para temas como previsão e adaptação a mudanças climáticas,
conservação da biodiversidade, ecologia, substâncias com atividade biológica, substâncias
com possíveis usos industriais e muitos outros.( O GLOBO, 2013)
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http://www.esquadriasprimos.com.br/portasmadeirajanelasvenezianas/biodiversidade.jpg
Por isso, Manuela Carneiro da Cunha defende um novo pacto da sociedade com as populações
indígenas. Pois, o Brasil é megadiverso tanto pela diversidade de espécies, quanto pelas sociedades
distintas que aqui convivem. Segundo o IBGE de 2010, há 305 etnias indígenas no Brasil, que
falam 274 línguas.
b) Direitos dos índios
Há muito se discute, no Brasil, sobre o direito dos índios às suas terras, sendo relevante assinalar
que esse debate se fortaleceu a partir de 1978 (em plena ditadura militar) e avançou até a
Assembleia Constituinte, de 1988.
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http://1.bp.blogspot.com/_o3tdELJ1pk4/SdbWmZQj_TI/AAAAAAAABSc/GPyuRI8DgrU/S240/indios_brasileiros.jpg
Assegurado esses direitos, discute-se sobre o que é permitido fazer em suas terras. Nesse sentido,
as questões mais difundidas nos meios de comunicação são sobre a mineração e as hidrelétricas,
como nos casos de Belo Monte e das hidrelétricas no Tapajós.
Com a Convenção da Biodiversidade de 1992, discutiu-se também os direitos intelectuais dos
povos indígenas sobre seus conhecimentos e, com a Convenção 169 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), o direito de eles serem consultados sobre projetos que lhes são relacionados.
Para a questão indígena também é importante a valorização de suas próprias identidades. Cada vez
mais os índios que moram nas cidades declaram-se como tais, o que contribui para o fortalecimento
do próprio movimento.
Hoje, ao contrário do século XIX, os índios não podem ser oficialmente vistos como primitivos.
Como nos diz a entrevistada,
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essa noção decorre da visão triunfalista de um progresso medido por indicadores como o
PIB é hoje seriamente criticada. Valores como sustentabilidade ambiental, justiça social,
desenvolvimento humano e diversidade são parte agora do modo de avaliar o verdadeiro
progresso de um país. Por outra parte, no século XIX, positivistas e evolucionistas sociais
puseram em voga a ideia de uma marcha inexorável da História: qualquer que fosse a
política, os índios estariam fadados ao desaparecimento, quando não simplesmente físico,
pelo menos social. Essa também é uma falácia que a História ela própria desmistificou: os
índios, felizmente, estão aqui para ficar. A História não se faz por si, são pessoas que
fazem a História, e seus atos têm consequências. Usa esse entulho ideológico quem carece
de argumentos. (O GLOBO, 2013)
II. Sentido Sociológico de Sociodiversidade
No SENTIDO SOCIOLÓGICO, a ideia é mais abrangente e extrapola as análises baseadas em
etnia e raça. O sentido sociológico leva em conta não apenas uma sociedade em que convivem
raças e etnias diferentes, mas estrutura um conceito de multiculturalismo inspirado em um variado
número de comunidades imigrantes dentro do território brasileiro.
A convivência pacífica entre todos os tipos de imigrantes reforça esta ideia entre os
especialistas: o Brasil é uma sociedade multicultural, tolerante quanto aos valores das
comunidades e que promove ou pelo menos tenta promover a inclusão das mesmas.
(SOCIODIVERSIDADE, 2013)
É claro que, em toda estrutura sociodiversa, há conflitos, mas quando se destaca que em algumas
estruturas sociais, como a brasileira, há uma tentativa de inclusão social e cultural, é que os
conflitos, mesmo os gerados por intolerância e preconceito, não derivam de uma política de Estado.
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Uma política de Estado que de fato defenda a inclusão, sabe que quanto mais diversificada for uma
sociedade, mais rica ela será culturalmente.
10.2 CIDADANIA E DIVERSIDADE CULTURAL
Como já foi visto, a cidadania engloba uma série de direitos e, agora, cabe dizer que ela também
contém o direito à cultura.
http://www.iatec.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/04/cultura-popular-do-brasil-3.jpg
E, o que vem a ser este direito? Segundo o vídeo indicado no conteúdo, “Cultura e Cidadania”, a
cultura é um direito porque o Estado tem o dever de promover o seu acesso a todos os membros de
uma comunidade. O Estado também deve proteger os patrimônios e bens culturais dos grupos que
estão menos bem posicionados no mercado. Com isso, podemos pensar a política de cultura como
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um dos eixos centrais do desenvolvimento, portanto, como um índice da riqueza de cada país.
Além disso, a cultura pode ser utilizada para promover mudanças em nossas vidas, alterando as
nossas disposições para melhor apreciar e conviver com as diversidades das escolhas culturais.
Associa-se, assim, a cultura com a ética da valorização das escolhas livres.
Por isso, será preciso entender a sociodiversidade nem só como uma homogeneização das culturas
liderada pelo imperialismo americano, nem só como a emergência de uma cultura global limpa e
informatizada na qual os povos e indivíduos beneficiam-se das maravilhas da técnica.
http://imagenes.sebuscaimagenes.com/img/graficos/imagenes/n/ninos_del_mundo-6800.jpg
O olhar cidadão entende a interação entre elas, entendendo a força cultural de regiões consideradas
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periféricas e a força cultural que há na diversidade. Vejamos o que diz Marcos Augusto Gonçalves,
em artigo da Folha de São Paulo, que consta na sua ficha de conteúdos:
Realmente, nenhum olhar poderá apreender as transformações por que passa o mundo sem
ver o papel desempenhado pela informática, pela robótica, pelas comunicações por satélite,
pela Internet e pelos modernos meios de transporte.
Por outro lado, não são menos simplificadoras algumas evidências recorrentes de que a
cultura norte-americana impõe-se ao mundo para moldá-lo à sua imagem e semelhança.
Um dos exemplos mais corriqueiros da inexorabilidade dessa americanização em escala
mundial é a rede de lanchonetes McDonald's, embora a difusão da pizza italiana e da
comida chinesa alcancem as mesmas proporções livres, no entanto, da acusação de destruir
hábitos alimentares autóctones e autênticos [...]
Talvez nunca as nações ocidentais tenham-se visto, como hoje, na contingência de
conviver com a diversidade cultural no interior de suas próprias fronteiras. Se a "invasão
americana" é um tema importante na pauta da esquerda das periferias, a "invasão do
Terceiro Mundo" também o é para a direita dos países centrais. (FOLHA DE SÃO
PAULO, 2013)
I) Avenidas Brasis
No link http://www.youtube.com/watch?v=W-IRFjIYxNY&feature=youtu.be , você poderá assistir
à entrevista do antropólogo Roberto da Matta, concedida para o Blog de Formação Geral / INOVA,
da Unigranrio.
Nessa entrevista, ele comenta a novela que foi ao ar, Avenida Brasil. Para o entrevistado, ela nos
remete, desde o seu título, a uma via onde segmentos sociais comunicam-se. Mas, também, temos
corredores em nossas casas, que são verdadeiras avenidas brasis. Isto é, somos misturas sociais que
transitam por essas vias comuns.
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Por esses corredores ainda transitam heranças da escravidão, encarnadas na figura da empregada
doméstica. Na novela, a vingadora traveste-se como emprega para ter acesso aos corredores que a
levarão até a sua patroa e madrasta.
A novela ainda traz outros traços do jeito brasileiro se ser: o espaço da cozinha, como
representação da confraternização familiar em torno das refeições; e a ambiguidade dos
sentimentos de vingança e de redenção, que nos aproxima de quem mais odiamos.
Vamos pensar?
Ao tratar dos direitos humanos, Amartya Sen, no artigo “Direitos humanos e diversidade cultural”
que consta no seu conteúdo, diz que o conceito de direitos humanos é unificador. Leia:
https://encryptedtbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRc6_znwaEGTkXnxJf64uKAS2fl5Avf-d3IILe-
oefLE77V7XdC
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O conceito de direitos humanos universais é uma ideia unificadora, algo que torna cada um de nós
importante (pouco importa onde vivamos e a que país pertençamos), algo que podemos todos
partilhar (apesar da diversidade dos sistemas jurídicos dos nossos respectivos países). E, no entanto, o
tema dos direitos humanos frequentemente degenera em campo de batalha no qual se defrontam
diversas crenças e reivindicações. Nos debates políticos, pode surgir como tema de diferenciação,
mais que como ideia unitária. Tais oposições têm por vezes sido consideradas "choques de
civilizações" ou "batalhas entre culturas". (SEN, 2013)
Em seguida, as perguntas a serem elaboradas e argumentadas no texto são: ―Existirão efetivamente
diferenças irredutíveis entre as tradições culturais e as crenças políticas do mundo? Será esta
divisão incontornável quando se trata de direitos humanos?‖.
Você encontrará material para pensar sobre estes assuntos, nesta unidade.
Complementando, a ideia de direitos humanos, o texto de Edgar Morin, Por uma globalização
plural, nos fala de uma sociedade-mundo.
http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/05/329_2531-alt-tirinha%20globaliza%C3%A7%C3%A3o.jpg
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Uma sociedade dispõe de um território coberto por meios de comunicação. Hoje, as novas
tecnologias recobrem o planeta. Também, dispõe de uma economia e, como já vimos, ela se
globaliza cada vez mais. E, sem dúvida, combina-se com a civilização:
Existe uma civilização mundial, saída da civilização ocidental, que desenvolve o jogo
interativo da ciência, da técnica, da indústria e do capitalismo e que comporta um certo
número de valores padronizados. Ao mesmo tempo em que comporta múltiplas culturas em
seu seio, uma sociedade também gera uma cultura própria. (MORIN, 2013)
Por isso, segundo Morin, a globalização cultural não é homogeneizadora. O jazz e o rock, por
exemplo, são artes globalizadas que se misturam e se transformam, sem perderem contato com os
seus estilos anteriores.
Em resumo, se a globalização proporciona encontros culturais que se tornam comuns e
diferenciados, conferindo uma integração planetária, para o autor, os estados nacionais bloqueiam
esse processo, impedindo o aparecimento da governança global (tema debatido na unidade 3).
Como se conclui dessas suas palavras:
Podemos, enfim, dizer que a globalização da nação, que se concluiu ao final do século 20,
confere ao planeta uma característica de civilização e cultura comuns; ao mesmo tempo,
porém, o fragmenta ainda mais, e a soberania absoluta das nações cria obstáculos,
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justamente, ao surgimento da sociedade-mundo. Emancipadora e opressora, a nação torna
extremamente difícil a criação de confederações que responderiam às necessidades vitais
dos continentes e ainda mais difícil o nascimento de uma confederação planetária.
(MORIN, 2013)
Mas, não deixe de, nesse momento, parar e refletir sobre as diversas considerações que se fazem
sobre o Estado nacional em relação à globalização: se por um lado, a sua participação é reclamada
para controlar os excessos do mercado e garantir o direito à cultura, por outro, ele é visto como
obstáculo à governança global. E aí, qual a sua posição?
Conteúdo:
10.1 Conteúdo:
GONÇALVES, Marcos Augusto. Intercâmbio aproxima países e anuncia "cultura global”.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/18.html>.
Acesso em: 31 jan 2013.
MORIN, Edgar. Por uma globalização plural. Disponível em:
<http://www.globalizacion.org/biblioteca/MorinGPlural.htm> Acesso em: 31 jan 2013.
SOCIODIVERSIDADE. Disponível em:
<http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/enade/sociodiversidademulticulturalismo.pdf>. Acesso
em: 12 mar 2013.
O GLOBO. O futuro dos índios. Entrevista com Manuela Carneiro da Cunha. Disponível em :
<http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/02/16/o-futuro-dos-indios-entrevista-com-
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manuela-carneiro-da-cunha-486492.asp>. Acesso em: 12 mar 2013.
MATTA, Roberto da. Entrevista ao Núcleo de Formação Geral/Inova/Unigranrio. Disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=W-IRFjIYxNY&feature=youtu.be>. Acesso em: 04 fev
2013.
CULTURA. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/19.html> Acesso em: 05 fev
2013.
10.2 Conteúdo:
CULTURA E CIDADANIA. Disponível em :
<http://www.vivaculturaviva.org.br/index.php?p=2&v=3>. Acesso em: 31 jan 2013.
SEN, Amartya. Direitos humanos e diversidade cultural. Disponível
em:<http://www.aartedepensar.com/leit_sen.html>. Acesso em: 03 fev 2013.
Síntese:
A convivência de diversas culturas, em uma mesma sociedade, é tratada como sociodiversidade,
no seu sentido mais restrito ou antropológico, ou no seu sentido mais amplo, o sociológico. A
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globalização promove uma difusão e mistura de influências culturais, o que nos faz desconfiar
da perspectiva do isolamento e pureza cultural para tratar dessa dinâmica.
http://2.bp.blogspot.com/-xlnpBwZT-XA/Tnf7FjseaTI/AAAAAAAAACQ/X_MLPNh3Q_k/s200/Diversidade-
Brasileira.bmp
O Estado nacional, modelo de governança moderno, novamente é posto como força
emancipadora e opressora nesse processo.
Leituras complementares:
NAWAZ, Maajid. Uma cultura global para lutar contra o extremismo. Disponível em:
<http://www.veduca.com.br/play?v=5243&t=0651%20&p=direitos>.Acesso em 04 fev 2013.
ENCONTRO com Milton Santos ou o mundo globalizado visto do lado de cá (Brasil, 2006).
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Direção de Silvio Tendler.
Bibliografia recomendada:
BRANT, Leonardo. O poder da Cultura. RJ: Editora Petrópolis, 2009.
CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidadãos. RJ: Editora UFRJ, 2008.
CHAUI, Marilena e OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Filosofia e Sociologia. Volume Único. Série
Novo Ensino Médio. SP: Editora Ática, 2012.
COELHO, Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. São Paulo: Editora Iluminuras,
2004.
COELHO, Teixeira. O que é ação cultural? SP: Brasiliense, 2001.
DOS SANTOS, José Luiz. O que é cultura? SP: Brasiliense, 1999.
EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. Lisboa: Temas & Debates, 2003.
MORIN, Edgar. Cultura e barbárie européias. RJ: Bertrand Brasil, 2009.
WILLIAMS, Raymond. Cultura. SP: Paz e Terra, 2000.
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Animação: [Animação] Declaração Universal dos Direitos Humanos
http://www.youtube.com/watch?v=UZU47s6eL5Q
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Músicas com temas de sociodiversidade e cidadania, tema deste volume:
Quer ouvir e analisar as letras? Clique no título da música e assista ao vídeo.
Brasis
Seu Jorge
Unimultiplicidade
Ana Carolina
Comida
Titãs
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POEMA
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Oswald de Andrade
Para Refletir:
Porque você acha que o Oswald de Andrade deu esse nome ao poema?
O que significa o ato de "vestir" e de "despir". Lembre-se que a forma como nos vestimos é um reflexo da sociedade a que
pertencemos. As vestes de uma população refletem seus hábitos, sua cultura. E, nesse caso de encontro, de culturas diferentes?
O que ele quis dizer sobre as condições metereológicas da chegada dos portugueses: "debaixo duma bruta chuva". As condições
externas, alheias à nossa vontade, influenciam o que acontece conosco? O que realmente representa a chuva e o sol, neste poema?
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Filme: OLGA
Olga Benário (Camila Morgado) é uma militante comunista desde jovem, que é perseguida pela polícia e foge para Moscou. Ali,
Olga faz treinamento militar e é encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes (Caco Ciocler) ao Brasil para liderar a Intentona
Comunista de 1935, apaixonando-se por ele na viagem. Com o fracasso da revolução, Olga é presa com Prestes. Grávida de 7
meses, é deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista e tem sua filha Anita Leocádia na prisão. Afastada da filha, Olga
é então enviada para o campo de concentração de Ravensbrück.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olga_%28filme%29
Quer assistir ao trailer do filme? Clique na imagem abaixo e saiba um pouco mais sobre o assunto.
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
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Diversidade Cultural Brasileira
Mestre Vitalino
Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino, nasceu em Caruaru, no Distrito de Ribeira dos Campos (10 de julho de 1909 — Caruaru, 20
de janeiro de 1963). Foi um ceramista popular brasileiro, um artesão por retratar, em seus bonecos de barro, a cultura e o folclore do povo
nordestino, especialmente do interior de Pernambuco, e a tradução do modo de vida dos sertanejos. Esta retratação ficou conhecida entre
especialistas como arte figurativa.
Clique e conheça a história:
http://www.casadomestrevitalino.com.br/casa/
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PATATIVA DO ASSARÉ: ANTONIO GONÇALVES DA SILVA
É um dos Maiores Poetas Populares do Brasil. Ninguém soube tão bem cantar, em verso e prosa, os contrastes do sertão nordestino e a
beleza de sua natureza. Descreveu como ninguém as diferenças sociais do Brasil. Para saber mais clique sobre a imagem:
http://lounge.obviousmag.org/pra_nao_dizer_que_nao_falei_das_flores/assets_c/2012/03/Patativa-do-Assare-thumb-600x598-8435.jpg
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Charge:
http://4.bp.blogspot.com/-fY4p4F8OFpw/TguaMtb8o0I/AAAAAAAAA9I/dQmLo5pBLE0/s1600/TODA+MAFALDA.jpg
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27
GONÇALVES, Marcos Augusto. Intercâmbio aproxima países e anuncia "cultura global”. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/18.html>. Acesso em: 31 jan 2013.
INTERCÂMBIO APROXIMA PAÍSES E ANUNCIA "CULTURA GLOBAL"
Marcos Augusto Gonçalves
EDITOR DE DOMINGO
Abrimos livros, jornais e revistas, ligamos a TV, vamos ao cinema, teclamos o computador ou entramos no avião: tudo nos diz que o
mundo está mudando, está menor e mais semelhante. Todos consumimos os mesmos produtos, vemos as mesmas imagens, repetimos os
mesmos comentários sobre os mesmos fatos e suas versões. Somos convocados a testemunhar o alvorecer de uma nova época, a
emergência da era da "cultura global", expressão que, de imediato, nos sugere imagens das mais prosaicas às mais mirabolantes.
Uma delas, bastante difundida, poderia ser descrita, simplificadamente, como a visão de um mundo crescentemente limpo, informatizado,
no qual os povos e os indivíduos beneficiam-se das maravilhas da técnica e cultivam a semente da consciência planetária que triunfará na
aldeia global do terceiro milênio.
TEXTO 1
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Aqui, os vertiginosos desenvolvimentos no campo da informática e das comunicações soam como trombetas de uma revolução. O futuro,
liderado pela tecnologia, reservaria à humanidade possibilidades jamais imaginadas, capazes de transformar profundamente o modo de vida
sobre a face da Terra.
Um dos indícios mais eloquentes a prenunciar tal transformação seria a Internet, da qual deriva a imagem de um mundo organizado
segundo a estrutura de uma rede. No dizer de Nicholas Negroponte, autor do eufórico "A Vida Digital", a comunidade de usuários da
Internet "vai ocupar o centro da vida cotidiana" e a demografia da rede "vai ficar cada vez mais parecida com a do próprio mundo".
Para o autor, a chamada supervia da informação já é bem mais do que um atalho para consultas à biblioteca do Congresso norte-americano:
"Ela está criando um tecido social inteiramente novo e global".
Menos entusiasmada, mais politizada (e também mais decepcionada), uma outra imagem contrapõe-se à do mundo-rede informatizado.
Aqui, a noção de cultura global é vista como resultado da extensão de uma determinada cultura aos limites do globo. Um mesmo sistema
de crenças, hábitos, comportamentos e representações expande-se sobre a Terra, suplanta as fronteiras nacionais, subjuga a heterogeneidade
e impõe-se como totalidade uniformizada.
A globalização cultural é tomada como peça ideológica de uma estratégia de domesticação em escala planetária, que resultaria na
configuração de um mundo integrado e organizado nos moldes de um gigantesco Estado-nação.
NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL
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Para que esse processo exista é necessário imaginar um centro irradiador, cuja hegemonia econômica, tecnológica e cultural poderia ser
coroada com a conquista final do planeta. Seu nome é conhecido: imperialismo capitalista.
O imperialismo, liderado no século 19 pela Inglaterra, é representado no século 20 pelos Estados Unidos da América, cuja máquina
ideológica, aliada a interesses econômicos e militares, marcharia sobre a Terra, destruindo as manifestações culturais 'àutênticas", para
impor seu domínio. Nas palavras do ex-terrorista italiano Antonio Negri: "A constituição do Império está se desenvolvendo sob nossos
olhos".
Essas duas visões do futuro mundial parecem ocupar, esquematicamente, extremos da discussão sobre a atual fase da internacionalização e
seus desdobramentos. Ambas, diga-se, fazem referência a processos reais, que não devem ser ignorados.
Realmente, nenhum olhar poderá apreender as transformações por que passa o mundo sem ver o papel desempenhado pela informática,
pela robótica, pelas comunicações por satélite, pela Internet e pelos modernos meios de transporte. Alguns fatos, porém, conspiram tanto
contra o fetiche e a apologia da técnica quanto o determinismo militante.
Como observa Renato Ortiz em seu livro "Mundialização e Cultura", o clima de euforia da literatura sobre meios de comunicação e
informática incorre em simplificações e traz de volta a atitude do homem do século 19, quando afluía às exposições universais,
"extasiando-se com as maravilhas dos inventores: fonógrafo, elevador, esteira rolante, automóvel".
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É humano que a fantasia responda a estímulos -e são muito estimulantes as novidades científicas antes de estarem concretamente
incorporadas à vida social. É também muitas vezes incontível, ante as façanhas tecnológicas, a tentação de investi-las de faculdades como
"formar um novo tipo de indivíduo", "moldar a consciência" ou "revolucionar o planeta".
Por outro lado, não são menos simplificadoras algumas evidências recorrentes de que a cultura norte-americana impõe-se ao mundo para
moldá-lo à sua imagem e semelhança.
Um dos exemplos mais corriqueiros da inexorabilidade dessa americanização em escala mundial é a rede de lanchonetes McDonald's,
embora a difusão da pizza italiana e da comida chinesa alcancem as mesmas proporções -livres, no entanto, da acusação de destruir hábitos
alimentares autóctones e autênticos.
A defesa da autenticidade cultural, subjacente ao ataque antiimperialista, é frequentemente sentimentalista e nostálgica. Traz à tona mitos
de acolhimento, calor humano e proximidade que, como ironiza Mike Featherstone, em "O Desmanche da Cultura", sugerem a segurança
mítica de uma infância deixada para trás.
É natural que nesse mundo transtornado pela internacionalização e pelo caos informativo venha à tona a nostalgia da comunidade
integrada, que ancora o indivíduo num espaço físico, afetivo e simbólico determinado. É esse lugar perdido -onde as relações sociais
baseiam-se no face a face e onde florescem formas culturais "verdadeiras"- que muitas vezes se convoca subliminarmente para demonizar a
expansão ocidental.
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Nessa modalidade de ecologia social o discurso preservacionista oscila de microculturas étnicas a grandes culturas nacionais, passando por
classismos e regionalismos. Curiosamente, entretanto, uma das características importantes do que se entende hoje por cultura global é
justamente a maior visibilidade de manifestações étnicas, regionalistas ou oriundas de sociedades "excluídas" -do cinema iraniano à
literatura africana.
Talvez nunca as nações ocidentais tenham-se visto, como hoje, na contingência de conviver com a diversidade cultural no interior de suas
próprias fronteiras. Se a "invasão americana" é um tema importante na pauta da esquerda das periferias, a "invasão do Terceiro Mundo"
também o é para a direita dos países centrais.
Tome-se o caso exemplar da "world music", modo como passou a ser designado, inicialmente nos EUA, um conjunto relativamente
heterogêneo de formas musicais originárias de diversas regiões do planeta. A rigor, essas músicas têm em comum apenas a vinculação a
situações étnicas ou localistas, ainda que possam adotar procedimentos da modernidade: é o canto árabe, é a toada brasileira, são as
misteriosas vozes búlgaras, as cantoras de Okinawa ou os batuques africanos.
Note-se que o rótulo, amplo para abarcar manifestações de todos os continentes, convive, nas prateleiras dos magazines, com categorias
tradicionais, de gênero ou origem, tais como bossa nova, jazz latino, pop inglês ou reggae jamaicano.
Essa sobreposição é sugestiva e ajuda a compreender o estágio atual da mundialização cultural: um processo em curso, sugerido, mas não
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concluído, no qual formas culturais nacionais ou locais entram crescentemente em contato, desterritorializam-se, geram mediações e criam
"terceiras culturas".
As "terceiras culturas", na definição de Featherstone, são um "conjunto de práticas, conhecimentos, convenções e estilos de vida que se
desenvolvem de modo a se tornar cada vez mais independentes dos Estados-Nação". Dessa forma, retornando ao exemplo da alimentação,
o sushi-bar, o ligue-pizza, o delivery chinês ou o Big Mac já não podem ser vistos a partir de seus antigos vínculos orgânicos com as
culturas de origem ou Estados-Nação. Passam a fazer parte de uma cultura culinária "fast-food", à qual pode-se recorrer com naturalidade,
na China, no Uruguai ou nos EUA. Uma culinária desterritorializada, que transita por um novo (e sobreposto) "território" -que pode ser
designado de global.
"Terceiras culturas" formam-se como mediação em diversas áreas e põem em xeque a idéia de que as vítimas periféricas da ofensiva do
Império têm apenas duas alternativas -deixar-se subjugar ou erguer fortalezas para evitar sua incorporação à modernidade ocidental.
A exposição, por exemplo, dos negros das periferias urbanas brasileiras ao contato com a cultura norte-americana não gera simplesmente a
destruição do samba 'àutêntico" e a difusão de clones domésticos de Pai Tomás. Pode engendrar, como acontece de fato, subculturas de
contestação, nas quais informações do rap ou do funk mesclam-se a referências locais e geram uma terceira forma -eis aí, por sinal, o
princípio da Antropofagia, a estratégia do modernista Oswald de Andrade para a inserção brasileira na cultura mundial.
Não se deve perder de vista que, em muitas oportunidades, a própria cultura dita autêntica torna-se, por processos internos, um simulacro
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inofensivo de autenticidade (como os desfiles das escolas de samba), revelando-se inoperante para expressar novos anseios e realidades.
Aqui, o elemento estrangeiro pode vir a ter, a depender do modo de apreensão, um papel revitalizador.
É, portanto, duvidosa a idéia de que o imperialismo cultural simplesmente suprime as culturas locais para implantar em seu lugar a face do
destruidor. Essas teorias, em comum com outras que apregoam a uniformização sem arestas da indústria cultural, imaginam a vigência de
um sistema monolítico, capaz de manipular platéias em escala planetária. Tendem também a considerar os efeitos negativos dos meios
modernos evidentes por si próprios. Seja qual for a perspectiva que se adote, o fato é que está em curso uma nova etapa da
internacionalização, embora seu futuro permaneça em aberto. Não há dúvida de que o mundo, finito e cognoscível, é cada vez mais
percebido, ele mesmo, como um lugar; não há dúvida de que, paralelamente às culturas nacionais, gera-se uma cultura "global", na qual
indivíduos dos quatro cantos do planeta podem minimamente se reconhecer; não há dúvida de que essa cultura global deriva da
intensificação dos contatos entre povos e civilizações, por sua vez vinculada à expansão econômica e técnica.
Se o mundo, entretanto, como resultado desse processo, será o território de um único grande império, se encontrará mediações para a
convivência multicultural ou se será abalado por novos cismas e cataclismas -isso, só o tempo dirá.
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Atividades para Autoavaliação
Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES
INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I
Unidade Nº: 10
Título: Cultura, Sociodiversidade e Cidadania.
QUESTÃO 1
Tópico Associado: Cultura global e diferenças em comum
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Leia o texto e assinale a alternativa correta.
―Se extraterrestres chegarem aqui, o resultado será mais ou menos como quando
Cristóvão Colombo chegou à América: nada bom para os índios.‖
(Stephen Hawking, físico, recomendando que ninguém se arrisque a buscar vida
fora da Terra. In: Revista VEJA, ed. 5 de maio de 2010, pág.70)
O físico Stephen Hawking faz referência:
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(A) à perda da cultura, pois os indígenas absorveram de bom grado os valores dos
europeus, e o mesmo poderá acontecer conosco que, em contato com alienígenas,
passaremos a ter outras maneiras de agir e de pensar.
(B) à imposição do protestantismo pelos espanhóis aos índios, que tiveram que
abandonar suas crenças e tradições. Se tivermos contatos com seres de outros
planetas, nossos valores religiosos e morais desaparecerão.
(C) ao extermínio dos indígenas por doenças até então desconhecidas por eles e
que foram trazidas pelos europeus. O contato com seres extraterrestes pode ser
fatal à raça humana, com a chegada de vírus e bactérias por nós desconhecidos.
(D) à miscigenação que ocorreu entre indígenas e brancos, o que descaracterizou a
população americana, originando uma grande mestiçagem. O físico teme, da
mesma maneira, o fim da raça humana e o surgimento de avatares.
FEEDBACK DA QUESTÃO 1
Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.
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QUESTÃO 2
Tópico Associado: Cultura de massa
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Observe a charge e, entre as frases a seguir, IDENTIFIQUE aquela que expressa a
principal função das propagandas em uma sociedade de consumo.
(A) Informar os consumidores acerca das virtudes dos produtos.
(B) Divulgar o produto para atingir uma demanda já existente.
(C) Esconder os problemas dos produtos.
(D) Criar a necessidade de consumo do produto, alavancando assim a demanda.
FEEDBACK DA QUESTÃO 2
Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.
QUESTÃO 3
Tópico Associado: Homogeneização cultural
Em seu livro, Jihad vs. McWorld, Benjamin Barber foi incrivelmente profético ao
descrever nosso mundo complicado, em que dois cenários aparentemente
contraditórios desenrolam-se simultaneamente: um, onde 'cultura é lançada contra
cultura, pessoas contra pessoas, tribos contra tribos' e outro, onde 'ímpeto de
forças econômicas, tecnológicas e ecológicas (...) exigem integração e
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uniformidade e (...) hipnotizam as pessoas em todo o planeta com o universo fast
de música, computador, comida (...), um McMundo unido pela comunicação,
informação, entretenimento, comércio'. (WORLDWATCH INSTITUTE. Estado
do mundo. 2004. Salvador: Uma, 2004. p. 179.)
O texto e a figura compõem um quadro que aponta para uma das contradições
socioeconômicas mais marcantes da globalização. São elementos constituintes
dessa contradição:
(A) intensa homogeneização do espaço - eliminação de culturas tradicionais.
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(B) democracia nos países ricos - autoritarismo e desorganização da sociedade
civil nas nações subdesenvolvidas.
(C) incentivo à integração econômica - fragmentação política pelo nacionalismo.
(D) poder das empresas globais - popularização dos sistemas de transportes em
massa.
FEEDBACK DA QUESTÃO 3
Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.
QUESTÃO 4
Tópico Associado: Globalização e diferenças sociais
Sobre a economia globalizada, analise as opções:
(A) Homogeneizou as culturas e reduziu as discrepâncias econômicas entre os
países.
(B) Integrou economias e possibilitou a difusão de hábitos dos lugares pelo
mundo.
(C) Deu visibilidade às minorias, a povos e culturas de recantos isolados do
mundo.
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(D) Quase anulou a xenofobia e os conflitos étnicos e religiosos em todo o
planeta.
FEEDBACK DA QUESTÃO 4
Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.
QUESTÃO 5
Tópico Associado: Cultura e cidadania
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Sobre as relações inter-raciais na atualidade, é correto afirmar:
(A) No Brasil, os negros sofrem segregação e restrições legais formalizadas na
limitação da escolha de moradias e do acesso a locais públicos.
(B) Nos Estados Unidos, existe uma harmoniosa convivência entre negros e
brancos nos diversos espaços públicos.
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(C) As diferenças entre negros e brancos, que estruturam a sociedade brasileira,
são alimentadas pelas desigualdades de classes e pelos preconceitos raciais.
(D) No Brasil, a tese da "democracia racial" está consolidada, sendo que o
preconceito e a discriminação racial restringem-se ao passado colonial.
FEEDBACK DA QUESTÃO 5
Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.
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Questão discursiva
Tópico Associado: Cultura e Sociodiversidade
(ENADE 2006 - Adaptação) Tendo em vista a construção da ideia de nação no Brasil, o
argumento da personagem expressa a afirmação da identidade regional. Teça comentários
acerca das necessárias reivindicações de positividade às diferenças culturais.
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GABARITO
FEEDBACK DA QUESTÃO 1:
Resposta certa: Letra A
FEEDBACK DA QUESTÃO 2 :
Resposta certa: Letra D
FEEDBACK DA QUESTÃO 3:
Resposta certa: Letra A
FEEDBACK DA QUESTÃO 4:
Resposta certa: Letra B
FEEDBACK DA QUESTÃO 5:
Resposta certa: Letra C
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FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA:
COMENTÁRIO: Dizer que doce de jerimum é melhor que doce de abóbora e
lembrar que ―a diferença tá na pitada cultural‖ é uma forma cordial de afirmar a
positiva particularidade de uma identidade regional, dentre outras da mesma
ordem. Essa afirmação ocorre através de uma reivindicação de positividade a uma
dada diferença cultural. Percebe-se, portanto, que o que está em foco nesta
questão é a temática da ―diversidade cultural‖. Quando falamos em ―diversidade
cultural‖, termo cada vez mais evocado para dar conta de questões identitárias nas
contemporâneas sociedades multiculturais, como a brasileira, temos que ter em
mente alguns elementos do conceito de ―cultura‖.
Cultura é um termo que vem sendo cada vez mais utilizado em nosso cotidiano
para nomear fenômenos e realidades muito variadas, como por exemplo, as
manifestações e produções consideradas artísticas. Mas, também costumamos usar
o termo cultura para designar aquilo que diferencia os grupos sociais, ou seja, para
fazer referência a diversidade cultural e remete às formas pelas quais as diferentes
nações, etnias, identidades regionais, comunidades ou outros tipos de grupos
sociais organizam e dão sentido à sua existência.
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Paulo Freire