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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS EXPERIMENTAL DE ITAPEVA CARLOS JOSÉ VESPÚCIO BALLONI CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA MADEIRA DE Pinus elliottii Itapeva – SP 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA

FILHO” CAMPUS EXPERIMENTAL DE ITAPEVA

CARLOS JOSÉ VESPÚCIO BALLONI

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA MADEIRA

DE Pinus elliottii

Itapeva – SP

2009

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CARLOS JOSÉ VESPÚCIO BALLONI

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA MADEIRA

DE Pinus elliottii

Trabalho de Graduação apresentado no Campus Experimental de Itapeva - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como requisito para a conclusão do curso de Engenharia Industrial Madeireira. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Marques Barreiros

Itapeva – SP

2009

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Balloni, Carlos José Vespúcio

B193c Caracterização física e química da madeira de Pinus elliottii / Carlos José Vespúcio Balloni. - - Itapeva, 2009. 41 f.: il. 30 cm

Trabalho de Graduação do Curso Engenharia Industrial Madeireira apresentado ao Campus Experimental de Itapeva – UNESP, 2009

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Marques Barreiros Banca examinadora: Prof. Dr. José Claudio Caraschi, Prof. Msc.

Francisco de Almeida Filho Inclui bibliografia 1. Madeira. 2. Madeira - Química. 3. Pinus elliottii. I. Título. II. Itapeva - Curso de Engenharia Industrial Madeireira.

CDD 674.13

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNESP – Campus Experimental de Itapeva.

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RESUMO

De acordo com a Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS, 2007), a produção de

madeira serrada atingiu 23,8 milhões m³, sendo o pinus responsável por mais de 38% deste

total. O consumo em 2006 no mercado interno totalizou 21 milhões m³ (88,4% da produção

nacional) e as exportações brasileiras totalizaram cerca de 2,9 milhões m³ para o mesmo ano.

Desse modo o conhecimento das propriedades químicas e físicas da madeira de pinus é um

fator indispensável para a busca de melhores aplicações da espécie e o emprego correto em

diferentes situações do mercado madeireiro. O presente trabalho teve como objetivo

caracterizar a madeira de Pinus elliottii quanto às propriedades físicas e químicas. O material

utilizado para o estudo foi a madeira de duas árvores de Pinus elliottii extraída do Campus

Experimental da UNESP em Itapeva/SP com as coordenadas geográficas latitude 28º 58’ 53”

S e longitude de 48º 52’ 34” O. As árvores analisadas possuem a idade estimada de 22 anos,

densidade básica média de 0,470 g/cm3 , coeficiente de anisotropia de 1,33 e inchamento

volumétrico de 10,89%. O teor de extrativos totais da madeira foi de 2,98% e o teor de cinzas

obtido foi de 0,41%. O teor de lignina solúvel e insolúvel da espécie analisada foi de 0,22% e

28,00% respectivamente. O poder calorífico foi de 4.323 Kcal/Kg.

Palavras chaves: Madeira, propriedades químicas, propriedades físicas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa das regiões potencialmente aptas para o cultivo de Pinus taeda e

P.elliotti no Brasil (KRONKA et al., 2005) ............................................................................. 10

Figura 2 - Aspecto macroscópico da madeira de Pinus elliottii...................................... 14

Figura 3 - Modelo da estrutura celular de traqueídes de coníferas e fibras libriformes de

folhosas. LM = lamela média, P = parede primária, S1 = camada 1 da parede secundária, S2 =

camada 2 da parede secundária, S3 = camada 3 da parede secundária ou parede terciária

segundo alguns autores, W= camada verrugosa (warts) (BURGER; RITCHER, 1991) ......... 15

Figura 4 - Estruturas do caule (KRONKA et al., 2005) .................................................. 16

Figura 5 - Madeira juvenil e madeira adulta em Pinus elliottii....................................... 17

Figura 6 - Vista entre-plantas e entre-linhas do espaçamento......................................... 21

Figura 7 - Galho do Pinus elliottii .................................................................................. 21

Figura 8 - Disco da base do tronco mostrando os anéis de crescimento ......................... 22

Figura 9 - Serragem para análise química ....................................................................... 22

Figura 10 - Corpos-de-prova para a análise física .......................................................... 23

Figura 11 - Moinho tipo Willey ...................................................................................... 23

Figura 12 - Aparelho vibratório com as peneiras ............................................................ 24

Figura 13 - Soxhlet utilizado determinação do teor de extrativos da madeira ................ 26

Figura 14 - Bomba à vácuo ............................................................................................. 27

Figura 15 – Espectrofotômetro UV visível ..................................................................... 28

Figura 16 - Amostra da madeira submersa em água para saturação ............................... 28

Figura 17 - Amostras utilizadas para o cálculo da densidade básica .............................. 29

Figura 18 - Balança hidrostática ..................................................................................... 29

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição química média da madeira de coníferas e folhosas ................... 11

Tabela 2 - Coeficiente de anisotropia, qualidade e uso da madeira ................................ 20

Tabela 3 - Caracterização química da madeira de Pinus elliottii .................................... 32

Tabela 4 - Caracterização física da madeira de Pinus elliottii ........................................ 33

Tabela 5 – Resultados da caracterização química da madeira de Pinus elliottii ............. 40

Tabela 6 – Resultados da caracterização física da madeira de Pinus elliottii ................. 41

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 10

2.1. Composição química da madeira ................................................................................... 11

2.1.1. Celulose ................................................................................................................... 12

2.1.2. Hemiceluloses ......................................................................................................... 12

2.1.3. Lignina .................................................................................................................... 13

2.1.4. Extrativos ................................................................................................................ 13

2.2. Anatomia das Coníferas ................................................................................................. 14

2.2.1. Estrutura da parede celular ...................................................................................... 14

2.2.2. Estrutura Macroscópica da madeira ............................................................................ 15

2.2.3. Anéis de crescimento .............................................................................................. 16

2.2.4. Madeira juvenil e madeira adulta ............................................................................ 17

2.3. Propriedades físicas da madeira ..................................................................................... 18

2.4. Poder calorífico da madeira ........................................................................................... 20

3. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 20

3.1. Material .......................................................................................................................... 20

3.2. Métodos ......................................................................................................................... 21

3.2.1. Amostragem do material e preparação das amostras para análise .......................... 21

3.2.2. Caracterização química ........................................................................................... 24

3.2.2.1. Teor de absolutamente seco ................................................................... 24

3.2.2.2. Teor de cinzas ........................................................................................ 24

3.2.2.3. Teor de extrativos totais ......................................................................... 25

3.2.2.4. Teor de holocelulose .............................................................................. 26

3.2.2.5. Teor de lignina Klason insolúvel ........................................................... 26

3.2.2.6. Teor de lignina Klason solúvel .............................................................. 27

3.2.3. Caracterização física ............................................................................................... 28

3.2.3.1. Densidade básica .................................................................................... 28

3.2.3.2. Inchamento Volumétrico ........................................................................ 30

3.2.3.3. Retração Volumétrica............................................................................. 30

3.2.3.4. Retração tangencial/radial ...................................................................... 31

3.2.3.5. Coeficiente de Anisotropia (CA) ........................................................... 31

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3.2.3.6. Poder calorífico ...................................................................................... 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 32

5. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 34

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 35

ANEXO A ................................................................................................................................ 40

ANEXO B ................................................................................................................................ 41

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1. INTRODUÇÃO

As florestas nativas brasileiras durante muito tempo supriram a demanda

dos segmentos consumidores de madeira, sobretudo aqueles ligados à produção dos

produtos de madeira roliça “round timber”. Tais produtos são empregados como lenha

ou, então, de forma temporária, em escoramentos de lajes (pontaletes) e construção de

andaimes e, de forma permanente, como elementos de maior diâmetro e resistência, nos

postes de distribuição de energia elétrica e em colunas. São freqüentes os seus usos em

estruturas de telhado e outros componentes construtivos em construções rurais.

Foi a partir de 1967 que as plantações comerciais começaram a florescer

como negócio, quando o governo federal instituiu incentivos fiscais para

reflorestamento com bons descontos no imposto de renda, aliadas à crescente demanda

de madeira e extinção quase que completa das matas de Araucaria angustifolia. Nessa

época, além do pinus, também começou no Brasil a plantação em massa de eucalipto.

Muitas das espécies de pinus foram trazidas pelos imigrantes europeus

como curiosidade, para fins ornamentais e para produção de madeira. As primeiras

introduções de que se tem notícia foram de Pinus canariensis, proveniente das Ilhas

Canárias, no Rio Grande do Sul, por volta de 1880. Essa grande diversidade de espécies

e raças geográficas testadas, provenientes não só dos Estados Unidos, mas também do

México, da América Central, das ilhas caribenhas e da Ásia foi de grande importância

para que se pudesse traçar um perfil das características de desenvolvimento de cada

espécie e assim viabilizar plantios comerciais nos mais variados sítios ecológicos

existentes no país. Dentre as inúmeras espécies introduzidas, o P. elliottii e o P. taeda

foram as duas espécies que mais se destacaram pela facilidade nos tratos culturais,

rápido crescimento e reprodução intensa no Sul e Sudeste do Brasil.

O principal uso de P. elliottii no Brasil é a produção de madeira para

processamento mecânico e a extração de resina. A resina extraída de árvores de Pinus

elliottii possibilitou a criação de uma atividade econômica muito importante no setor

florestal que é a produção, processamento e exportação de resina. Até 1989 o Brasil era

importador da resina de pinus, hoje a situação é outra. O setor faturou US$ 30 milhões

no ano de 2005, entre mercado interno e exportação.

Visto essa grande demanda pela madeira de pinus, observa-se a importância

desse estudo que tem como objetivo caracterizar a madeira de Pinus elliottii quanto as

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propriedades físicas e químicas.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As plantações de pinus, atingiram em 2007 cerca de 1,82 milhões de

hectares e o (SBS, 2007). A Figura 1 mostra a localização das regiões potencialmente

aptas para o cultivo de Pinus taeda e P.elliotti no Brasil (KRONKA et al., 2005).

Figura 1 - Mapa das regiões potencialmente aptas para o cultivo de Pinus taeda e

P.elliotti no Brasil (KRONKA et al., 2005)

A produção dessas florestas teve por objetivo o suprimento das necessidades

de celulose e papel, carvão e, posteriormente, madeira sólida (HERNANDEZ;

SHIMABUKURO, 1978).

Segundo a SBS (2007), em média 70% da madeira maciça utilizada pela

indústria moveleira era proveniente de plantios florestais. O pinus e o eucalipto vêm se

consolidando no segmento de camas e de salas de jantar e estruturas de móveis

estofados e, mais recentemente, na fabricação de móveis de jardim para exportação. As

exportações brasileiras de móveis de madeira totalizaram US$ 1,048 bilhão em 2006.

O gênero Pinus é composto de, aproximadamente, 100 espécies e é

originário de regiões temperadas e tropicais. Macroscopicamente, a cor de sua madeira

pode ser classificada em branca, vermelha e amarela (USDA FOREST SERVICE,

2002).

Pinus elliottii é uma conífera pertencente à família Pinaceae de

gimnospermas, característica pela produção de resina em todos os seus gêneros. Nativa

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do sudeste dos EUA essa espécie amplamente cultivada em plantações subtropicais do

Brasil, Índia e China é usada na produção de resina e na indústria moveleira. A

produção de oleoresina (uma complexa mistura de mono, sesqui, e diterpenos) por

espécies de coníferas é uma resposta de defesa contra ataque por insetos e

microorganismos patogênicos. A extração de oleoresina de Pinus elliottii é também uma

importante atividade econômica, pois seus derivativos voláteis, terebintina e breu,

encontram diversas aplicações na indústria química e farmacêutica.

2.1. Composição química da madeira

Segundo Wehr (1991), para que se estabeleça os parâmetros do processo de

produção de celulose, tais como o consumo de reagentes, rendimento em celulose e

quantidade de sólidos gerados no licor negro é de grande valia o conhecimento da

composição química da matéria-prima utilizada.

Os componentes químicos da madeira podem ser compreendidos em dois grandes

grupos: componentes de alta massa molecular que são a celulose, as hemiceluloses e a

lignina, e os componentes de baixa massa molecular que são os extrativos e as cinzas

(PANSHIN; ZEEUW, 1970). As proporções e composição química diferem em

coníferas e folhosas. A Tabela 1 mostra a composição química média da madeira de

coníferas e folhosas.

Tabela 1 - Composição química média da madeira de coníferas e folhosas

Constituinte Coníferas (%) Folhosas (%)

Celulose 42 ± 2 45 ± 2

Hemicelulose 27 ± 2 30 ± 5

Lignina 28 ± 2 20 ± 4

Extrativos 5 ± 3 3 ± 2

FONTE: (FENGEL; WEGENER, 1989)

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2.1.1. Celulose

A celulose é o componente mais importante da parede celular da madeira

em termos de massa e efeitos nas características da madeira. É o componente

majoritário, perfazendo aproximadamente a metade das madeiras tanto de coníferas,

como de folhosas.

De acordo com D’almeida (1988), citado por Barreiros (2006), a celulose é

conceituada como um sacarídeo que se apresenta como um polímero de cadeia linear de

suficiente comprimento para ser insolúvel em água, solventes orgânicos neutros, ácidos

hidróxidos diluídos, todos à temperatura ambiente, consistindo de unidades β-D-

anidroglicopiranose ligadas através de ligações glicosídicas entre carbonos 1 e 4 e

possuindo uma estrutura organizada e parcialmente cristalina.

Segundo Nichols (1971), o rendimento da celulose está associado à

composição química da madeira, e a qualidade da celulose aos fatores anatômicos,

como comprimento e espessura das paredes das fibras.

2.1.2. Hemiceluloses

De acordo com Panshin e Zeeuw (1970), as hemiceluloses constituem uma

fração dos polissacarídeos totais da madeira, dos quais a maior parte é solúvel em

soluções alcalinas diluídas e se hidrolisam facilmente em ácidos diluídos para açúcares.

Constituem de 20% a 35% da massa seca da madeira. As cadeias moleculares das

hemiceluloses são muito mais curtas que a de celulose, podendo existir grupos laterais e

ramificações em alguns casos. De acordo com Sansígolo (1994) a fração de

hemiceluloses é composta, principalmente, por duas classes de substâncias: as xilanas

que são moléculas formadas por polimerização de formas anidro de pentoses (típica de

madeiras de folhosas) e as glucomananas, as quais são formadas pela polimerização de

formas anidro de hexoses (típicas da madeira de coníferas).

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2.1.3. Lignina

De acordo com Abreu e Oertel (1999), citado por Rosa (2003), a lignina é

uma substância complexa, macromolécula tridimensional de origem fenilpropanóica.

Constituídas de unidades básicas de p-hidroxifenilpropano, guaiacilpropano e

siringilpropano, encontradas na maioria das plantas superiores em maior concentração

na lamela média do que nas subcamadas da parede secundária dos traqueídeos, vasos,

fibras, etc.

Segundo Glasser e Kelly (1987), a quantidade de lignina total da madeira

depende dos requerimentos físicos e mecânicos da árvore, e pode ser alterada durante o

seu desenvolvimento, variando a quantidade dos precursores ou micronutrientes

específicos.

2.1.4. Extrativos

De acordo com Barreiros (2006), os extrativos da madeira compreendem um

grande número de componentes, os quais, ao contrário da maioria dos polissacarídeos e

da lignina, podem ser extraídos da madeira por meio de solventes orgânicos tais como

etanol, acetona, diclorometano, éter etílico e tetracloreto de carbono.

Segundo esse mesmo autor, os extrativos mais importantes em termos de

quantidade, ocorrência natural e importância econômica são as resinas da madeira e os

polifenóis. Relata também que a resina da madeira contém cerca de 25% de compostos

voláteis conhecidos como terebintina e 75% de um resíduo não volátil denominado

breu, e ainda que os polifenóis ocorrem tanto em madeiras de coníferas quanto em

folhosas e incluem vários compostos de importância como os taninos, os flavonóides, as

ligninas e fenóis simples.

De acordo com Sansígolo (1994), citado por Barreiros (2006), os extrativos

influenciam em algumas propriedades das madeiras. O odor e a coloração típica de

muitas madeiras se devem aos extrativos, e estes também influenciam no consumo de

reagentes nos processos químicos de utilização da madeira e na permeabilidade.

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2.2. Anatomia das Coníferas

A estrutura celular das coníferas é relativamente simples, apresentando

somente dois tipos, as traqueídes axiais (90-95%) e as células de raio (5-10%). Em geral

o comprimento médio das traqueídes em coníferas está em torno de 3,5 a 4,0 mm. O

comprimento, de forma grosseira, é cerca de 100 vezes sua largura. Entretanto, os

traqueídes variam grandemente em comprimento em diferentes partes da mesma árvore

(SJÖSTRÖM, 1993).

O sentido e arranjo das células podem ser reconhecidos nas seções dos três

principais planos de corte utilizados na caracterização anatômica da madeira:

• Transversal;

• Tangencial e

• Radial.

A Figura 2 mostra a madeira de Pinus elliottii sob o aspecto macroscópico.

Figura 2 - Aspecto macroscópico da madeira de Pinus elliottii

2.2.1. Estrutura da parede celular

No processo de divisão celular, a primeira membrana de separação a

aparecer entre o par de novas células é a lamela média. Sobre esta membrana

acumulam-se posteriormente no interior da célula microfibrilas de celulose, formando

uma trama irregular, que constituí a parede primária, dotada de grande elasticidade.

Concluído este processo, depositam-se junto à membrana primária microfibrilas de

celulose, obedecendo a certa orientação, que destaca três camadas distintas,

constituintes da parede secundária da célula: S1, S2 e S3. Em muitas células, revestindo

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o lume, observa-se ainda uma camada verrucosa atribuída a aderência de restos do

protoplasma. Uma observação minuciosa de seus detalhes estruturais só pode ser feita

com microscópio eletrônico, conforme ilustra a Figura 3 (BURGER; RITCHER, 1991).

Figura 3 - Modelo da estrutura celular de traqueídes de coníferas e fibras

libriformes de folhosas. LM = lamela média, P = parede primária, S1 = camada 1 da

parede secundária, S2 = camada 2 da parede secundária, S3 = camada 3 da parede

secundária ou parede terciária segundo alguns autores, W= camada verrugosa (warts)

(BURGER; RITCHER, 1991)

2.2.2. Estrutura Macroscópica da madeira

A madeira é um conjunto heterogêneo de diferentes tipos de células com

propriedades específicas para desempenharem as funções vitais abaixo mencionadas:

• Condução de líquidos

• Transformação, armazenamento e transporte de substâncias nutritivas; e

• Sustentação do vegetal.

Macroscopicamente, o caule de uma árvore de Pinus, conforme mostra a

Figura 4, apresenta mais superficialmente, a casca externa, que é a proteção da árvore

contra as agressões do ambiente, sendo constantemente renovada, evita o excesso de

umidade durante as chuvas e a sua perda, quando o ambiente está seco, também

isolando contra o frio e calor excessivos e protegendo contra insetos. A seguir,

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encontra-se a casca interna ou floema, sendo o sistema de tubos pelos quais o alimento é

transportado das folhas para o resto da árvore. O floema tem vida breve, transformando-

se em cortiça e tornando-se parte da casca externa. A terceira camada é a do câmbio,

onde ocorre o crescimento do tronco, produzindo ao mesmo tempo, casca e madeira

novas. O alburno é o sistema tubular que transporta água das raízes para as folhas. O

alburno é madeira nova, enquanto são produzidos novos anéis de alburno na parte

externa do tronco, as células de suas partes mais internas se transformam em cerne. O

cerne é o cilindro central que dá sustentação à árvore, sendo formado por um sistema de

fibras celulósicas tubulares unidas por lignina (KRONKA et al., 2005).

Figura 4 - Estruturas do caule (KRONKA et al., 2005)

2.2.3. Anéis de crescimento

Em regiões caracterizadas por clima temperado, os anéis de crescimento

representam habitualmente o incremento anual da árvore. A cada ano é acrescentado um

novo anel ao tronco, razão por que são também denominados anéis anuais, cuja

contagem permite conhecer a idade do indivíduo.

Em um anel de crescimento típico distinguem-se normalmente duas partes:

• Lenho inicial (lenho primaveril)

• Lenho tardio (lenho outonal ou estival)

O lenho inicial corresponde ao crescimento da árvore no início do período

vegetativo, normalmente primavera, quando as plantas despertam do período de

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dormência em que se encontravam, reassumindo suas atividades fisiológicas com todo

vigor. As células da madeira formadas nesta ocasião caracterizam-se por suas paredes

finas e lumes grandes que lhes conferem em conjunto uma coloração clara. Com a

aproximação do fim do período vegetativo, normalmente outono, as células vão

diminuindo paulatinamente sua atividade fisiológica. Em conseqüência deste fato, suas

paredes vão tornando-se gradualmente mais espessas e seus lume menores,

distinguindo-se do lenho anterior por apresentarem em conjunto uma tonalidade mais

escura. É esta alternância de cores que evidencia os anéis de crescimento de muitas

espécies, em especial das gimnospermas, conhecidas como coníferas (BURGER;

RITCHER, 1991).

2.2.4. Madeira juvenil e madeira adulta

O corte transversal de um fuste de conífera apresenta, normalmente, duas

regiões distintas. Segundo Zobel (1980), não existe um ponto específico de transição

entre madeira juvenil e adulta, devido ao fato de que tal transição ocorre ao longo de

vários anos e de forma lenta. A Figura 5 ilustra a representação esquemática das regiões

de madeira juvenil, adulta e de transição da madeira de Pinus elliottii. A primeira,

próxima à medula, corresponde à madeira juvenil, e a segunda, mais próxima da casca,

constituí a madeira adulta (PANSHIN; ZEEUW, 1980). Na madeira juvenil podem-se

observar anéis de crescimento graduais e difusos.

Figura 5 - Madeira juvenil e madeira adulta em Pinus elliottii

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Visualmente, a região de madeira juvenil é identificável pela presença de

anéis de crescimento mais largos, em contraposição aos observáveis na região de

madeira adulta, mais estreitas e com largura relativamente mais uniforme. Este período

varia conforme a espécie e pode ser afetado pelos fatores silviculturais, de manejo, da

plantação, ou fatores genéticos, “As proporções relativas entre madeira juvenil e

madeira adulta variam de acordo com a idade da árvore” (BENJAMIN, 2002). Segundo

Panshin e Zeeuw (1980) a localização da madeira juvenil no fuste é discutida por muitos

pesquisadores, estimando-se que está compreendida em uma faixa entre a medula até o

vigésimo anel anual de crescimento.

2.3. Propriedades físicas da madeira

As propriedades físicas mais empregadas na caracterização da madeira são a

densidade, o teor de umidade e as alterações dimensionais promovidas pela perda ou

ganho de água, notadamente a retratibilidade.

Segundo Shimoyama e Barrichelo (1989), um dos mais importantes índices

para avaliar a qualidade da madeira é a densidade básica. É um parâmetro quantitativo

resultante das características anatômicas e composição química da madeira. É definida

como sendo a relação entre o peso de madeira seca em estufa e o seu volume obtido

acima do ponto de saturação das fibras. Sua importância é verificada em todos os

setores florestais. Segundo esses mesmos autores, as principais propriedades físicas da

madeira são a densidade básica e a aparente, a umidade e a estabilidade dimensional

(contração), sendo a primeira a que melhor expressa a qualidade da madeira, pela fácil

determinação e por apresentar correlação com outras características do produto. Na

tecnologia está diretamente ligada às características do produto final como rendimento

em celulose, resistências físico-mecânicas do papel, produção e qualidade de carvão,

etc.

De acordo com Wenzl (1970), embora se saiba que a densidade básica é

uma importante propriedade da madeira, de fácil determinação, de extrema utilidade

para o meio florestal, e que, para as madeiras em geral apresenta boas correlações com

as propriedades mecânicas, para essas novas situações, ela, por si só, pode ser

insuficiente como parâmetro único de qualidade. Fatores como as características

anatômicas e a composição química, entre outros, também devem ser levados em

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19

consideração.

A retratibilidade da madeira é usualmente referida por alguns autores como

contração. De acordo com Rezende et al. (1988), o termo retratibilidade volumétrica

total se refere à perda total de água desde a amostra totalmente saturada até secagem

completa em estufa a 103 ± 2°C. Segundo os autores, o ponto de saturação das fibras

(PSF) – teor de umidade com o qual a madeira começa a ter uma variação volumétrica

significativa – ocorre, no geral, para umidades em torno de 28%.

Todo material higroscópico, como a madeira e vários outros materiais

celulósicos, apresenta contração quando o seu teor de umidade do ponto de saturação

das fibras (PSF) é reduzido até à condição absolutamente seca ou anidra. A contração e

a expansão higroscópica da madeira são dois dos mais importantes problemas práticos

que ocorrem durante a sua utilização, como conseqüência da mudança do teor de

umidade. A magnitude das variações dimensionais depende de inúmeros fatores, como

o teor de umidade, a direção estrutural (radial, tangencial ou longitudinal), a posição

dentro da árvore, a densidade da madeira, a temperatura, o grau de estresse de secagem

causada pelo gradiente de umidade, entre outros (OLIVEIRA; SILVA, 2003).

A retratibilidade da madeira se dá nas três direções principais – radial,

tangencial e longitudinal. De acordo com Ballarin e Lara Palma (2003), estudando

árvores de Pinus taeda com 37 anos de idade, concluíram que: as contrações radiais,

tangenciais e volumétricas da madeira juvenil foram estatisticamente diferentes e

sempre menores que as da madeira adulta; as contrações radiais e tangenciais da

madeira juvenil apresentaram uma maior variabilidade em relação à madeira adulta; a

variação da contração radial entre a madeira juvenil e a madeira adulta foi maior do que

a variação observada na contração tangencial.

O coeficiente de anisotropia, que é a relação entre as contrações tangencial e

radial, é um parâmetro de avaliação da qualidade da madeira que considera sua variação

dimensional. A Tabela 2 mostra a relação deste coeficiente de anisotropia relacionado

com a qualidade e a utilização da madeira.

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Tabela 2 - Coeficiente de anisotropia, qualidade e uso da madeira

Coeficiente de anisotropia Qualidade da madeira Utilização indicada para a madeira

1,2 a 1,5 Excelente Móveis finos, esquadrias, barcos, aparelhos musicais, aparelhos de esporte e etc.

1,5 a 2,0 Normal Estantes, mesas, armários, enfim usos que permitam pequenos empenamentos.

Acima de 2,0 Ruim Construção civil (observadas as características mecânicas), carvão, lenha e etc.

Fonte: (NOCK et al., 1975)

O estudo do comportamento das variações dimensionais da madeira é

essencial para a sua utilização industrial e as relações existentes entre densidade,

retratibilidade e expansão volumétrica são de fundamental importância para um

aproveitamento mais eficiente dessa matéria-prima.

2.4. Poder calorífico da madeira

O poder calorífico expressa a capacidade de geração de energia de um

combustível durante a sua combustão. A unidade utilizada para combustíveis sólidos é a

kcal/kg. Para combustíveis gasosos é Kcal/m3. Sua determinação pode ser teórica pelo

conhecimento da composição química do combustível ou experimental com o auxílio da

bomba calorimétrica. (NASCIMENTO et al., 2006).

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Material

Para realização deste trabalho foi utilizado a madeira da espécie Pinus

elliotti. O material utilizado para análise localizava-se no Campus Experimental da

UNESP em Itapeva/SP. O mesmo foi retirado de um pequeno povoamento constituído

de duas linhas de árvores formando quebra- vento com espaçamento de 4x4 m,

conforme as Figuras 6 e 7, e tem como coordenadas geográficas latitude 28º 58’ 53” S e

longitude de 48º 52’ 34” O.

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Figura 6 - Vista entre-plantas e entre-linhas do espaçamento

3.2. Métodos

3.2.1. Amostragem do material e preparação das amostras para análise

Duas árvores de Pinus elliottii foram abatidas e as amostras foram extraídas

aleatoriamente ao longo dos fustes.

O reconhecimento da espécie consistiu na análise do material vegetativo,

pela Filotaxia, que é o padrão de distribuição das folhas ao longo do caule das plantas.

O material foi comparado com a literatura especializada, tais como em livros de

taxonomia de gimnospermas e consulta a especialistas. A Figura7 mostra um galho da

árvore de Pinus elliottii analisada na identificação da espécie.

Figura 7 - Galho do Pinus elliottii

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Para a determinação da idade da árvore foram contados os anéis de

crescimento de um disco da base de um dos troncos, que mediu 48 cm de diâmetro

médio sem casca e 53 cm de diâmetro médio com casca, conforme a Figura 8. Para a

contagem dos anéis foi traçado uma linha no maior diâmetro passando pela medula e

outra perpendicular a esta, sendo possível a realização de quatro contagens dos anéis.

Desta forma, a média das medições mostrou a idade de 22 anos.

Figura 8 - Disco da base do tronco mostrando os anéis de crescimento

Para a análise química a madeira de Pinus os corpos-de-prova foram

primeiramente reduzidos a serragem. A serragem foi então classificada em peneiras de

fração 40/60 mesh, a qual está ilustrada na Figura 9.

Figura 9 - Serragem para análise química

Para a análise física da madeira de Pinus, os corpos-de-prova foram

retirados e cortados em blocos de 2,5 cm (face tangencial) x 2,5 cm (face radial) x 10,0

cm (longitudinal). Alguns dos corpos-de-prova para a análise física são mostrados na

Figura 10.

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Figura 10 - Corpos-de-prova para a análise física

A serragem de fração 40/60 mesh foi obtida mediante um moinho de 1500

W tipo Willey e de 4 facas, conforme mostra a Figura 11.

Figura 11 - Moinho tipo Willey

A separação na fração 40/60 mesh foi realizada através de peneiras para

classificação granulométrica em um sistema vibratório acionado por motor elétrico,

conforme mostra a Figura 12.

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Figura 12 - Aparelho vibratório com as peneiras

3.2.2. Caracterização química

Quanto à caracterização química, foi determinado o teor de absolutamente

seco (a.s.), o teor de cinzas, o teor de extrativos, o teor de holocelulose eo teor de

lignina Klason.

3.2.2.1. Teor de absolutamente seco

O teor de absolutamente seco foi determinado de acordo com a norma

TAPPI T210 OM-93 (TAPPI, 1999). Foram realizadas três repetições. A equação 1 foi

utilizada para calcular o teor de absolutamente seco na serragem de fração 40/60 mesh.

100 (%) .. ×=Mu

MssTa [1]

Onde: Ta.s.= teor de absolutamente seco (%);

Ms = massa seca (g);

Mu = massa úmida (g).

3.2.2.2. Teor de cinzas

O teor de cinzas foi calculado de acordo com a norma TAPPI T-211 om-85

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(TECHNICAL ASSOCIATION OF THE PULP AND PAPER INDUSTRY - TAPPI,

1999). A média foi obtida através da realização de três repetições. A expressão 2 foi

utilizada para calcular o teor de cinzas.

100(%) ×=P

PcC

[2]

Onde: C = teor de cinzas (%);

Pc = peso das cinzas (g);

P = peso da amostra seca em estufa (g).

3.2.2.3. Teor de extrativos totais

O teor de extrativos totais foi determinado de acordo com a norma ABTCP

M3/69 (ABTCP, 1974). A extração foi feita em tolueno/etanol e água quente. A média

foi obtida através da realização de três repetições. A expressão 3 foi utilizada para

calcular o teor de extrativos totais da madeira.

( ) 1001(%) ×−= MsText [3]

Onde: Text. = teor de extrativos (%);

Ms = massa da amostra seca (g).

A Figura 13 mostra o aparelho soxhlet utilizado para realizar a extração dos

extrativos totais da madeira.

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Figura 13 - Soxhlet utilizado determinação do teor de extrativos da madeira

3.2.2.4. Teor de holocelulose

O teor de holocelulose foi calculado pela diferença do total 100% da

madeira entre a soma de teor de extrativos com o teor de lignina, determinados

anteriormente. A expressão 4 foi utilizada para calcular o teor de holocelulose madeira.

( )LTextH +−=100(%) [4]

Onde: H = teor de holocelulose (%);

Text. = teor de extrativos (%);

L = teor de lignina (%).

3.2.2.5. Teor de lignina Klason insolúvel

O teor de lignina Klason insolúvel foi determinda conforme a norma TAPPI

T 222 om-98. O teor de lignina Klason insolúvel foi calculado de acordo com a equação

5.

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100(%) ×=

P

LLi

[5]

Onde: Li = teor de lignina Klason insolúvel (%);

L = peso a.s. da lignina (g);

P = peso a.s. da serragem inicial (g).

A Figura 14 mostra a Bomba à vácuo utilizada para a filtragem do material

analisado e assim seguir para a secagem em estufa.

Figura 14 - Bomba à vácuo

3.2.2.6. Teor de lignina Klason solúvel

O teor de lignina Klason solúvel da madeira foi determinado no filtrado da

lignina Klason insolúvel, através do método relatado por Goldschmid (1971).

Foi coletada toda a solução filtrada durante a determinação da lignina klason

insolúvel e completada com água destilada até 1 litro. esta solução foi utilizada para as

leituras das absorbâncias, em comprimento de ondas de 280 e 215 nm. A Calibração do

aparelho “Fotocolorímetro” na ultravioleta foi efetuada com uma solução de H2SO4

0,05M. O teor de lignina Klason solúvel foi calculado de acordo com a equação 6.

( )[ ] ( ){ } 9494,0280215538,4 (%) ×−×= AALs [6]

Onde: Ls = teor de lignina Klason solúvel (%);

A215, A280 = leituras em absorbância.

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A Figura 15 mostra o espectrofotômetro UV visível utilizado para

determinação do teor de lignina solúvel.

Figura 15 – Espectrofotômetro UV visível

3.2.3. Caracterização física

Quanto a caracterização física do material, foram determinados a densidade

básica, a retratibilidade, o inchamento da madeira e o coeficiente de anisotropia.

3.2.3.1. Densidade básica

A densidade básica da madeira foi determinada de acordo com o método da

balança hidrostática, norma ABTCP M 14/70 (ABTCP, 1974). O método consiste em

deixar as amostras de madeira submersas numa cuba com água por aproximadamente

30 dias até ficarem totalmente saturadas, conforme mostra a Figura 16. Desta forma foi

dividido em duas etapas:

1- Determinação do volume saturado

2- Determinação da massa da amostra seca (massa seca)

Figura 16 - Amostra da madeira submersa em água para saturação

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A Figura 17 mostra as amostras saturadas utilizadas na determinação da

densidade básica.

Figura 17 - Amostras utilizadas para o cálculo da densidade básica

A Figura 18 ilustra a balança hidrostática utilizada para determinação da

densidade básica.

Figura 18 - Balança hidrostática

A densidade básica foi calculada através da equação 7.

MiMu

MsDb

−= [7]

Onde: Db = densidade básica (g/cm3);

Ms = massa seca (g);

Mi = massa imersa saturada (g);

Mu = massa úmida (saturada) (g).

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3.2.3.2. Inchamento Volumétrico

Foram feitos cinco corpos-de-prova, medidos inicialmente saturados e

calculado a média das duas extremidades; em seguida, foram colocados para secar em

estufa a 103,0 ± 2ºC até a estabilização da massa, onde foram resfriados em dessecador

e mensurados novamente. Todas as medidas foram feitas com paquímetro digital de

0,01 mm de precisão.

O inchamento volumétrico máximo (αVmax) foi calculado de acordo com a

expressão 8.

×

−= 100 max

Vs

VoVuVα [8]

Onde: αVmáx = máximo inchamento volumétrico (%).

Vu = volume da madeira em estado saturado (cm3);

Vs = volume da madeira em estado seco (cm3).

3.2.3.3. Retração Volumétrica

Para a retração volumétrica repetiu-se o mesmo procedimento de medição

realizado para o inchamento volumétrico, com os mesmos corpos-de-prova.

A retração volumétrica (βVmax) foi calculado de acordo com a equação 9.

×

−=Β 100 max

Vu

VoVuV [9]

Onde: βVmáx = máxima contração volumétrica (%);

Vu = volume da madeira em estado úmido (cm3);

Vo = volume da madeira em estado seco (cm3).

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3.2.3.4. Retração tangencial/radial

A retração tangencial e radial foram calculadas de acordo com a expressão

10.

100/ ×

−=

Lo

LoLurtβ [10]

Onde: βt/r = Retração dimensional tangencial ou radial (%);

Lu = Dimensão úmida (cm);

Lo = Dimensão seca (cm).

3.2.3.5. Coeficiente de Anisotropia (CA)

O coeficiente de anisotropia (CA) foi calculado de acordo com a expressão

11.

r

tCA

ββ

= [11]

Onde: CA = Coeficiente de anisotropia;

ßt = Retração dimensional tangencial (%);

ßr = Retração dimensional radial (%).

3.2.3.6. Poder calorífico

Para a determinação do poder calorífico dos componentes químicos da

madeira, foi utilizada amostra em duplicata na fração 40/60 mesh. O poder calorífico foi

determinado por meio de uma bomba calorimétrica, de acordo com a norma NBR

8633/84 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, 1984).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As Tabelas 3 e 4 mostram os resultados obtidos quanto a caracterização

química e física da madeira de Pinus elliotti.

Tabela 3 - Caracterização química da madeira de Pinus elliottii

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA

MÉDIA VALORES DA LITERATURA

TEOR DE SECO (%) 89,60 -

HOLOCELULOSE (%) 68,80 68,00

LIGNINA INSOLÚVEL (%) 28,00 25,00 - 30,00

LIGNINA SOLÚVEL (%) 0,22 -

TEOR DE EXTRATIVOS (%) 3,00 2,00 - 10,00

TEOR DE CINZAS (%) 0,41 0,10 - 1,00

PODER CALORÍFICO SUPERIOR (Kcal/Kg) 4.323,00 4.460,00

O teor de lignina insolúvel mostrou-se estar dentro da faixa para as

coníferas, com uma média de 28% para o material analisado. A madeira contém cerca

de 15 a 30% de lignina, sendo usualmente encontrados valores de 25 a 30% para

madeiras de coníferas (SANSÍGOLO, 1994).

Segundo o IPT (1998), a composição química da madeira define quais

devem ser as condições do cozimento para se obter a polpa adequada, assim as coníferas

requerem condições mais drásticas de cozimento devido ao maior teor de lignina.

Hon e Shiraishi (2000) relatam a importância do conhecimento das

propriedades químicas para a utilização da madeira. Este relato pode ser evidenciado ao

se analisar o teor de lignina do pinus, que por ser relativamente alta, a madeira não é

indicada para a celulose branqueada e sim para a polpa não branqueada. Este alto teor

de lignina também explica o alto poder calorífico obtido para a amostra de serragem de

Pinus elliotti. O poder calorífico obtido a 0% de umidade para a madeira de Pinus

elliotti foi de 4.323 Kcal/Kg. Segundo Staiss e Pereira (2001), o poder calorífico

superior está na faixa de 4.460 Kcal/Kg, para a madeira de conífera. Brito (1993) afirma

que a variação do poder calorífico superior para a madeira em geral está entre 3.500

Kcal/Kg a 5.000 Kcal/Kg.

Quanto ao teor de extrativos totais e o teor de cinzas, os mesmos

apresentaram valores similares aos obtidos em outros estudos. O teor de extrativos de

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3% obtido para a madeira de Pinus elliottii de 22 anos não é tão alto por se tratar de

uma conífera com idade avançada, o que mostra que podem ser feitos mais estudos com

árvores dessa idade. Segundo Fengel e Wegener (1984) o teor de extrativos para

madeira de conífera está na faixa de 2 a 10%. De acordo com os mesmos autores, o teor

de cinzas na madeira de coníferas está na faixa de 0,10 a 1% base madeira seca.

De acordo com Sansígolo (1994), os extrativos influenciam no consumo de

reagentes nos processos químicos de utilização da madeira e na permeabilidade. Smook

(1997) menciona que os extrativos são compostos indesejáveis no processo de polpação,

uma vez que os mesmos podem consumir reagentes químicos e provocar incrustações

(pitch) em tubulações e também causar problemas de absorção de lignina e de cargas

durante o processo de fabricação do papel. Por outro lado, por apresentar alto teor de

extrativos a madeira de Pinus elliotti é muito utilizada para a retirada de resina, esta que

possui alto valor no mercado. Por este fato que o Pinus elliotti é conhecido como pinus

resinífero. Quanto ao teor de holocelulose obtido, o mesmo foi bem próximo ao valor

encontrado por Colodette et al (1981) para Pinus caribaea var. hondurensis de 68,00%.

Tabela 4 - Caracterização física da madeira de Pinus elliottii

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

MÉDIA VALORES DA LITERATURA

DENSIDADE BÁSICA (g/cm3) 0,47 0,48

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA (%) 9,82 10,50

INCHAMENTO VOLUMÉTRICO (%) 10,89 -

CONTRAÇÃO TANGENCIAL (%) 5,78 6,30

CONTRAÇÃO RADIAL (%) 4,35 3,40

COEFICIENTE DE ANISOTROPIA 1,33 1,85

A densidade básica mostrou-se na faixa dos valores obtidos em outros

estudos para as árvores da família das coníferas, com uma densidade básica média de

0,470 g/cm3. Andrew e Burley (1972) observaram densidade básica média de 0,48

g/cm3 para árvores de pinus com idades variando entre 16 e 18 anos. De acordo com

Rosa (2003), a madeira mais procurada atualmente para conversão em pasta celulose é a

que apresenta uma densidade ótima, a qual se encontra entre 0,450 e 0,550 g/cm3.

Tendo em vista os baixos valores obtidos para a contração volumétrica,

contração tangencial e contração radial respectivamente de 9,82, 5,78 % e 4,35%, e

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como conseqüência o coeficiente de anisotropia de 1,33, a madeira analisada de Pinus

elliotti possui boa qualidade para usos que permitem pequenas variações dimensionais,

o que justifica a mesma ter uma diversidade alta de utilização, e isto é confirmado

devido a alta demanda por esta madeira utilizada em diversos produtos do mercado

madeireiro. De acordo com o IPT (1989), a contração volumétrica, a contração

tangencial e a contração radial para a madeira de Pinus elliotti é respectivamente de

10,50 %, 6,30 % e 3,40 %. Essa diferença pode ser explicada por serem árvores

analisadas com diferentes idades e por diferenças quanto aos fatores genéticos.

5. CONCLUSÃO

De acordo com os objetivos propostos neste trabalho e com os resultados

discutidos, pode-se concluir que:

- A madeira caracterizada constatou-se ser o Pinus elliotti, pois foi

determinada pela Filotaxia e pelo material vegetativo.

- O poder calorífico é considerável e comparativo ao das madeiras de outras

espécies; no entanto, devido ao seu bom coeficiente de anisotropia é recomendada para

usos mais nobres.

- Pode-se concluir de acordo com o coeficiente de anisotropia que a madeira

de Pinus elliottii é apropriada para aplicações onde se requer a estabilidade dimensional

da madeira, tais como para o uso da madeira em batentes, molduras, chapas de

compensado, laminas decorativas, esquadrias e móveis.

- Conclui-se que a madeira de Pinus elliottii com idade de 22 anos tem uma

densidade básica ótima para a produção de celulose, porém pelo fato de possuir alto teor

de lignina, o que gera alto consumo de reagentes, a mesma se limita para a fabricação de

polpa não branqueada.

- Desta forma considerando tudo o que foi exposto neste trabalho, conclui-

se também que a caracterização química e física da madeira serve principalmente como

base para estudos mais profundos sobre a espécie, tais como estudo das variações

genéticas entre a espécie, na qual como por exemplo, a madeira com maior extrativos

terá por conseqüência maior quantidade de resina, material com grande valor no

mercado.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO A

Tabela 5 – Resultados da caracterização química da madeira de Pinus elliottii

Caracterização Química

Caracterização Amostra Massa Inicial Massa Final Média amostra

(%) Média (%)

Teor de Secos

1 1,0062 0,9037 89,81

89,60 2 1,0015 0,8959 89,46

3 1,0026 0,8975 89,52

Teor de Cinzas

1 3,57 0,0133 0,37

0,41 2 3,53 0,0153 0,43

3 3,5 0,0148 0,42

Teor de Extrativos Totais

1 1,02 0,987 3,34

3,00 2 1,1 1,075 2,33

3 1,09 1,054 3,42

Teor de Lignina Insolúvel

1 0,3053 0,0852 27,9

28,00 2 0,3055 0,085 27,8

3 0,3003 0,085 28,3

Caracterização Amostra Leitura para 215 nm Leitura para 280 nm Média amostra

(%) Média (%)

Teor de Lignina Solúvel

1 0,073 0,118 0,20

0,22 2 0,105 0,28 0,18

3 0,085 0,108 0,26

Caracterização Amostra Teor de Lignina Total Teor de Extrativos

Totais Média amostra

(%) Média (%)

Teor de Holocelulose

1 28,11 3,3 68,6

68,80 2 28,00 2,3 69,7

3 28,57 3,4 68,0

Caracterização Amostra Valores (Kcal/Kg) Média (Kcal/Kg)

Poder Calorífico 1 4.314,85

4.323,00

2 4.330,69

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ANEXO B

Tabela 6 – Resultados da caracterização física da madeira de Pinus elliottii

Caracterização Física

Densidade básica (g/cm3)

Amostra Massa umida (g) Massa saturada (g) Massa seca (g) Média (g/cm3)

1 76,33 11,34 32,96

0,47

2 73,76 10,39 30

3 76,34 10,07 28,69

4 75,16 10,3 29,25

5 74,55 10,69 30,66

Contração Volumétrica e Inchamento Volumétrico

Material Saturado

Amostra Comp. Long. Sat.

(mm) Comp. Radial Sat.

(mm) Comp. Tang. Sat.

(mm) Contração Vol.

Máx. (%)

1 101,375 24,9 25,35

9,82

2 102,6 24,525 25,15 3 101,9 25,15 25,4 4 102 25,325 24,9 5 103,325 24,475 24,975

Material Seco

Amostra Comp. Long. Seco

(mm) Comp. Radial Seco

(mm) Comp. Tang. Seco

(mm) Inchamento Vol.

Máx. (%)

1 101,3 23,62 23,9

10,89

2 102,35 23,4 23,75

3 101,75 24,075 24,05

4 101,9 24,25 23,55

5 103,25 23,85 23,25

Amostra Contração Tang. (%) Contração Radial

(%) Contração Tang.

Média (%) Contração Radial

Média (%) Coef. de

Anisotropia

1 5,71 5,41

5,78 4,35 1,33

2 5,56 4,8

3 5,31 4,46

4 5,42 4,43

5 6,9 2,62