casa híbrida: o real e o digital/o concreto e o virtual - marcelo aquino braga
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A Casa Híbrida é um projeto de pesquisa do aluno Marcelo Aquino Braga que tem como objetivo explorar soluções inovadoras e sustentáveis no processo de projeto no desenvolvimento de novas habitações. Buscando entender o atual panorama da habitação contemporânea, suas novas demandas e usos, além de compreender como os usuários ocupam a sua atual moradia e quais seus novos hábitos, considerando a tecnologia presente cada dia mais no cotidiano das pessoas. Analisando as tecnologias de informação e comunicação e a sua relação com o homem moderno, que agora além do morar físico habita também em instâncias virtuais. Para inferir e até mesmo vislumbrar futuros possíveis de um modelo da casa híbrida - de matéria física e digital, que atenda a nova realidade do homem cada dia mais conectado.TRANSCRIPT
casa híbrida
Plano de trabalho
Autor: Marcelo Aquino Braga
Orientadora: Raquel Blumenschein
o r e a l e o d i g i t a l - o c o n c r e t o e o v i r t u a l
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casa híbrida
casa híbridao r e a l e o d i g i t a l - o c o n c r e t o e o v i r t u a l
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Casa Híbrida: o real e o digital - o concreto e o virtual
Autor: Marcelo Aquino Braga
Orientadora: Raquel Naves Blumenschein
Brasília, 2015
Plano de trabalho desenvolvido na disciplina de Introdução a Trabalho
final, do departamento de Projeto e representação, da faculdade de
arquitetura e urbanismo da universidade de Brasília
1. habitação 2. inovação 3. sustentabilidade 4. tecnologia 5. ciberespaço
casa híbridao r e a l e o d i g i t a l - o c o n c r e t o e o v i r t u a l
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Resumo: Este projeto de pesquisa que tem como objetivo explorar soluções
inovadoras e sustentáveis no processo de projeto no desenvolvimento de novas
habitações. Buscando entender o atual panorama da habitação contemporânea,
suas novas demandas e usos, além de compreender como os usuários ocupam
a sua atual moradia e quais seus novos hábitos, considerando a tecnologia
presente cada dia mais no cotidiano das pessoas. Analisando as tecnologias
de informação e comunicação e a sua relação com o homem moderno, que
agora além do morar físico habita também em instâncias virtuais. Para inferir
e até mesmo vislumbrar futuros possíveis de um modelo da casa híbrida - de
matéria física e digital, que atenda a nova realidade do homem cada dia mais
conectado.
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casa híbrida
Abstract: This research project aims to explore innovative and sustainable
solutions in the design process in the development of new housing. It seeks to
understand the current context of contemporary housing, their new demands and
uses. In addition to understanding how users occupy their current houses and what
are their new habits, considering that technology is being more and more present
in the daily life. The project also analyse the information and communication
technologies and their relationship to the modern man, who now live beyond the
physical, living also in virtual instances. To infer and even envision possible futures
of a model of the hybrid house - of physical and digital matter, that meets the new
reality of man every day more connected.
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Agradecimentos
A minha orientadora Raquel Blumenschein, que acreditou no meu tema e teve paciência e carinho
comigo durante tanto tempo;
Ao arquiteto, chefe e amigo Ricardo Reis, que me ajudou desde o início do curso e me ensinou muito
do que sei hoje;
A Ana Carolina Moreth, que me deu a luz do tema e despertou o meu interesse nesse assunto que deu
vida ao trabalho, em nossas conversas e devaneios pelas ruas de Roma;
A minha família, que me deu suporte enquanto ficava trancado por dias no quarto trabalhando;
Aos professores e amigos que deram suporte de todas as maneiras no trabalho e durante a vida.
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casa híbrida
Se a família mudou, se os hábitos mudaram, seu espaço de morar deve acompanhar tais transformações, em busca de conforto e melhor qualidade de vida.
(REQUENA, 2007, p. 44)
6 sumário
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casa híbridaINTRODUÇÃO
O ontem | Contexto histórico
O hoje | Justificativa
O amanhã | Objetivos
CONDICIONANTES E DETERMINANTES
O homem e o ciberespaço | Espacialidade virtual
TIC no Brasil | Panorama atual
O Breeam | Building Research Establishment Environmental Assessment Metodology
NBR 15.575/2013 | Norma de desempenho
PARTICULARIDADES
Método moderno de construção | MMC
Novas tecnologias | Reiventando o existente
LOCALIZAÇÃO
CEPAC | O terreno
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Espaço multiuso | Uma nova estrutura
REFERÊNCIAS
Diogene | Renzo Piano
Casa APH80 | Abaton Arquictetura
Studio Brasília 27 | Fabio Cherman
Apartamento Modelo | Graham Hill
My Micro NY | nARCHITECTS
CONCEITOS
Flexibilidade
Inovação
Sustentabilidade
BIBLIOGRAFIA
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introdução
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O ontem | Contexto histórico
Graças as casas mais primitivas a espécie humana foi capaz de se perpetuar. Elas fizeram o homem
um ser mais adaptável e capaz de resistir as intempéries. As casas foram uma importante criação para
a evolução.
No paleolítico inferior deu-se início ao uso de cavernas ou grutas como habitações pelos nossos
ancestrais, com o intuito de se abrigarem de intempéries ou inimigos. Estes abrigos exibiam porém,
certas dificuldades como serem imutáveis, mal situados e apresentarem problemas com humidade.
Uma realidade no entanto que não era favorável para o homem que caçava.
Normalmente se entende que a casa surge como elemento fundamental da constituição da vida humana
no momento em que o ser humano abandona o nomadismo e passa a abrigar-se em sítios específicos. O
desenvolvimento do conceito de casa, assim como o da sua diferenciação do simples conceito de abrigo,
ocorre paralelo à definição por parte do homem de conceitos como território, lugar e paisagem: a casa,
como propriedade, estabelece relações entre indivíduos e entre grupos sociais, passando eventualmente
a ser identificada com a ideia de poder. […] o desenvolvimento do conceito de casa é fruto de um processo
sócio-cultural, de tal forma que em diferentes locais do mundo e em diferentes sociedades ele evoluiu de
maneiras diversas. (MASSARA, 2002)
Pode ser encontrado no mesolítico, as habitações semi subterrâneas mais antigas que eram feitas de
madeira, enquanto no neolítico encontra-se construções com técnicas de adobe ou palha trançada. As
moradias eram coletivas e constituíram as primeiras aldeias.
Até então a casa não tinha seu caráter de propriedade privada de um indivíduo ou de sua família. Essa
ideia foi se desenvolvendo com a evolução da antiguidade, e com a democracia na Grécia foi quando
se estabeleceu de fato. A cidade grega estabeleceu modelos urbanos e de relação entre as casas que
permaneceram vivos na sociedade contemporânea ocidental.
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A casa na Grécia voltou-se para um pátio interno
independente do seu tamanho - que variaram
entre 150 e 250 m2, com um ou dois pavimentos
e ocupava todo o espaço possível, além de
apresentar um acesso direto a rua,
Já no período romano, diferente do grego, as
casas variaram em seu formato e tamanho. Nelas
encontravam-se dois pátios, sendo que um deles
era restrito aos homens. Havia também dois
modelos que foram disseminados, as insulae,
que eram basicamente edifícios de diversos
pavimentos usualmente atribuído as classes
mais pobres. Já o outro modelo, as domus, eram
situadas em pontos mais altos, eram maiores,
unifamiliares e destinadas as classes mais
ricas. Foi também os romanos que criaram o
conceito da villa, que eram residências rurais. No
Renascimento este modelo foi retomado.
Durante o período medieval as questões de
higiene e soluções arquitetônicas sofreram um
regresso. O tamanho das residências ainda era
ligado as classes sociais, embora a estrutura
básica fosse um único espaço, onde todas as
atividades eram realizadas. O principal item
era uma fogueira ou lareira e o mobiliário foi
praticamente extinto dessa residência, foram
reduzidos ao mínimo. Segundo Zabalbeascoa
► Ilustração homens da caverna Fonte: https://ericwedwards.wordpress.com/category/anthropology/
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casa híbrida(2013), deu lugar ao móvel polivalente - a arca,
por exemplo era usada como banco, cama e até
mesmo mesa. O adorno também desapareceu.
No decorrer deste período, a casa foi sendo
deixada de lado pelos arquitetos e somente a
partir do século XX, foi quando os profissionais
retomaram seu interesse por essa edificação.
Este fato foi uma consequência da Revolução
Industrial e seus consequentes problemas
sociais e urbanos.
Na casa da revolução industrial, que é
principalmente habitada por pessoas com laços
estreitos de sangue, tem-se uma organização
tripartida em social-intimo-serviço, que vem
da habitação burguesa parisiense da segunda
metade do século XIX, divisão que também
era encontrada na villa palladiana, porém de
maneira vertical, em seus três pavimentos - de
serviços, piano mobile e apartamentos. Este
padrão tripartido é o modelo vigente até os dias
atuais.
A partir segunda metade do século XX começam
a vir a tona os novos formatos familiares. A
família nuclear deixa de ser uma hegemonia e
da espaço para casais DINKs - double income, no
kids, uniões livres, casais homossexuais, grupos ► Tirinha satirizando a evolução da casa nos últimos anos Fonte: www.quadrinhosacidos.com.br
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sem laços familiares e a própria família nuclear
se reestrutura, tornando-se num grupo onde
cada indivíduo tem mais autonomia, diferente de
outros tempos, onde o autoritarismo dos pais era
muito maior e mais rigoroso.
O modelo de família nuclearizado se firmou
no decorrer das décadas seguintes no mundo
ocidental e teve sua consolidação fortemente
amparada com a vitória dos Estados Unidos
da América na Segunda Guerra Mundial, com a
afirmação da cultura norte-americana, que se
consagrou como referência de costumes a toda a
sociedade mecanizada moderna, disseminando
mundo afora o chamado american way of life,
conforme analisa Nicolau Sevcenko (1998).
A máquina cinematográfica de Hollywood, a
partir dos anos 1940, aplicou-se em exportar
o modelo da família nuclear tradicional, assim
como seus hábitos, subúrbios, shopping centers
e automóveis e o cinema mostrou- se como meio
perfeito para divulgar tanto os produtos como
também modos de viver aos quais tais produtos
eram imprescindíveis. (REQUENA, 2007)
Junto a isso, o processo de saída dos centros:
o efeito donut - como chamado por alguns
urbanistas, priorizou a moradia nos subúrbios
e o decréscimo na população dos centros,
► Foto da família Rockefeller Fonte: http://paradigmatrix.net/sociedade/conspiracoes/rockefeller/a-familia-rockefeller-introducao-e-origem/ - 8/4 as 17h23
► Cena com o casal da série de TV americana, The New Normal Fonte: http://www.hollywood.com/tv
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casa híbrida
► Evolução do Macintosh em 31 anos - Apple de 1984 a 2015 Fonte: http://nourmalasantika.blogspot.com.br/2013/03/sejarah-dan-perkembangan-komputer.html
acarretando em problemas urbanos dos mais
diversos tipos. Já hoje a situação tende a se
reverter, com o novo panorama das famílias, já
comentado, a população mais jovem prefere
pagar mais caro por um lugar com áreas cada vez
menores, mas situadas em grandes centros em
troca dos grandes deslocamentos diários.
O hoje | Justificativa
Segundo Zabalbeascoa (2013), a história
demonstra algo de permanente na arquitetura:
a mudança. E se tratando da moradia, não é
diferente, embora ela mantenha a sua premissa
básica de abrigo, com o tempo suas funções e
usos foram alterados ou agregados, seja por
fatores culturais, sociais e/ou tecnológicos.
O entendimento de que se vive atualmente numa
constante revolução tecnológica é essencial
para o desenvolvimento deste trabalho. Hoje,
coisas banais do cotidiano, uma vez já foram
parte de uma revolução na sua devida época.
Faz-se necessário compreender onde o homem
se encontra e quais as mudanças que estão
alterando seu cotidiano, desde sua atividade
mais corriqueira até a mais excepcional.
O advento da internet e sua grande popularização
2015iMac Retina 5k
2002iMac
2004iMac G5
2006iMac Slimmer Intel
2006Novo iMac
1989Macintosh Ilci
1984Macintosh
1986Macintosh Plus
1987Macintosh II
1987Macintosh SE
1993Macintosh Centris
1989Macintosh Ilfx
1990Macintosh Classic
1990Macintosh Ilsi
1990Macintosh LC
2001iMac Patterns
1993Macintosh TV
1995Macintosh LC
1998iMac
1999iMac DV
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e expansão nos últimos anos, proporcionou que
as pessoas habitem também no espaço virtual,
mesmo sem perceber. É totalmente normal que
se faça uso deste espaço para comunicação,
socialização, acesso a serviços, pagamentos de
contas, ou seja, tarefas intrínsecas no dia-a -dia.
Augusto Requena em sua dissertação de
mestrado, Habitar Híbrido: Interatividade e
Experiência na Era da Cibercultura, diz que:
Esta condição leva-nos a refletir sobre o
surgimento recente de um habitar expandido,
já que se ampliaram as fronteiros clássicas do
sujeito psíquico que agora, além de vestimentas,
casa e cidades, habita também instâncias
virtuais. (REQUENA, 2007,p. 21)
Levando este cenário em consideração, a
principal questão é se a residência existente
atende as necessidades atuais da população.
Necessidade essa, que nem mesmo os usuários
tem consciência. Uma vez que, as pessoas estão
acomodadas ao estilo de vida atual, onde a casa
e sua estrutura física muitas vezes não acolhe
seus moradores da maneira mais eficiente.
Você poderia rearranjar o ambiente para que
pessoas se comportem de maneiras apropriadas. ► Imagem de divulgação da série de TV americana, Modern Family
Fonte: http://www.moviepilot.de/serie/modern-family/bilder/8044511
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casa híbridaComo, por exemplo … imagine que exista um rio.
E as pessoas continuam se afogando conforme
tentam cruzá-lo. A coisa certa a se fazer seria
construir uma ponte para atravessar o rio. Você
não precisaria de uma placa dizendo para as
pessoas usarem a ponte. Elas virão. Verão a
ponte e irão usá-la para cruzar o rio… Bem vi que
existiam grandes pontes a serem construídas.
(BUCKMINSTER FULLER, 1969 - tradução livre)
Sendo assim, é hora de repensar o desenho da
casa, que segue atualmente um modelo burguês
parisiense do século XIX - tripartida em social-
íntimo-serviço e o seu método de construção
arcaico e extremamente artesanal, que ocasiona
uma grande desperdício de material e tempo.
O amanhã | Objetivos
A partir desta nova compreensão, propõe-
se estudar um novo desenho residencial que
acompanhe o homem moderno e suas novas
necessidades - reconstruindo o que se entende
por casa, atualmente, sem desconstruir o que se
entende por lar.
E ao se falar de uma casa que pensa no futuro, não
poderia deixar de ser uma casa sustentável, com
possível emissão zero e o maior aproveitamento
► Ilustração Fonte: https://www.flickr.com/photos/danmountford/5239110479/
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de água e energia possível. Além de se preocupar
com uma construção limpa, pre moldada ou
até mesmo pré fabricada. Pensando em todos
os subterfúgios possíveis para amparar esse
objetivo maior. Desde uma torneira que ajude
na economia até um reservatório que armazene
agua da chuva.
Outra questão chave nesta residência é a
resiliência, ou seja, deve ser capaz de se adaptar
as mudanças climáticas e suas consequências.
Enchentes, falta de energia, excesso de calor
e assim por diante. E ao se adaptar a tudo isso,
deve se adaptar também ao seu usuário.
E quando se pensa nisso, porque não pensar
numa casa móvel, que possa ser transferida de um
local a outro, caso necessário. O movimento Tiny
Houses já propõe um padrão de casa compacta
em rodas, que repensa de maneira eficaz o trailer.
Fazendo que aquela casa sobre rodas, tenha sua
função de lar bem clara, e não apenas uma casa
de férias. A ideia deste movimento que começou
no EUA, é que um jovem possa ir aonde quer que
as oportunidades o levem, sem ter nada que o
prenda. Ou seja se tem um trabalho ele pode ir
com sua casa “na bagagem”.
Ser menor é ser mais sustentável. Você gasta ► Fotos do projeto “Tiny house, giant journey”
Fonte: www.tinyhousegiantjourney.com
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casa híbridamenos matéria prima, seja ela qual for, você
ocupa menos espaço permeável, gera menos
resíduo, consome menos energia, menos água,
tem menos manutenção. Umas das leis de Newton
diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar
no espaço, mas neste caso, podemos também
pensar que um corpo não ocupa dois espaços
distintos. Então para que uma sala de jantar,
quando na maioria das vezes ela se quer é
ocupada para sua função básica?
Chegamos ao ponto onde deveremos repensar
nossas atitudes e nossas prioridades de uma
vez por todas. No TED talk “What exactly is a ‘tiny
house’?” Amy Henion explica como essa atitude
não é algo novo, pelo contrário, cita que com a
ascensão do subúrbio as casas ficaram cada vez
maiores e segundo o US Censos Bureau (2010),
as casas americanas tem em média, 220m2. Mas
isso é muito ou pouco?
O projeto ganhador do prêmio de melhor projeto
de graduação da faculdade de arquitetura, “The
Evolving Room: Inhabiting Zero Wasted Space”
realizado por Stavros Gargaretas, do estúdio Why
Factory da TUDelft, buscou examinar a questão
da eficiência definitiva do espaço, através da
catalogação de nossas atividades diárias e da
análise de nossos movimentos corporais.
► Imagem que retrata a casa no desenho dos anos 80, “Os Jetsons” Seria esse o futuro que se encaminha? Fonte: http://freshome.com/2013/03/22/what-you-can-learn-from-the-jetsons-about-home-automation/
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Através de uma série de testes com sensores
e todo um aparato técnico, a pesquisa se
desenvolveu em três etapas, desafiando nossas
percepções do espaço arquitetônico e de nosso
contexto físico, buscando responder a questão
“Podemos viver sem desperdiçar espaço?”
Entre os resultados obtidos cita-se que em um
apartamento de 120m2, com quatro pessoas,
o espaço realmente utilizado são apenas
12m2, ou seja, apenas 10% do espaço total do
apartamento.
Os cômodos sofreram uma grande mudança. Hoje
o quarto de cada usuário de uma casa funciona
como um mini apartamento. O individuo tem
o banheiro, a tv, a escrivaninha (escritório),
e algumas vezes até mesmo utensílios como
frigobar ou cafeteira podem ser encontrados em
um único cômodo. Ou seja, muitas vezes dentro
de um único espaço são feitas múltiplas funções.
Um aspecto importante da pesquisa de
modelos novos de arquitetura é o processo de
desenvolvimento de projeto que exige cada
vez mais que os gantes e tecnologia sejam
integrados. A partir desta plataforma, é possível
ter um controle com gastos de materiais, preço,
eficiência energética e assim por diante. ► Esquemas realizados na pesquisa “The Evolving Room: Inhabiting Zero
Wasted Space” Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/761952/podemos-viver-sem-desperdicar-espaco-pesquisa-da-tudelft-aborda-o-uso-eficiente-do-espaco
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casa híbrida
Nossa civilização está passando por uma
mudança radical - de proporções similares
à revolução industrial, que criou um novo
ecossistema cultural no qual o modernismo
arquitetônico foi criado - em direção a um
mundo digital onde novas tecnologias são
desenvolvidas a taxas exponenciais.
(CHOE, 2014)
condicionantes e determinantescondicionantes edeterminantes
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casa híbrida
O homem e o ciberespaço | A espacialidade virtual
Invenções como o telégrafo, rádio, telefone, televisão, celular, computador, entre outras tantas foi o
começo de uma revolução midiática, comportamental e social. A informação nunca tinha chegado
numa velocidade tão rápido às pessoas. Essas criações foram então, facilitadoras no que diz direito a
comunicação direta ou indireta. Deste momento em diante, a comunicação nunca mais foi a mesma,
assim como as relações interpessoais.
Com a atual presença e evolução constante da tecnologia de comunicação e informação , é possível ter
acesso ao cotidiano de qualquer um, independente da distância que separe os usuários. Essa troca de
informação e comunicação, dinâmica e em tempo real, independente de como e onde esteja o espaço
físico no momento, resultou em um espaço virtual: o ciberespaço1. E quando se fala em um novo
espaço e a melhoria de seu uso, não seria o arquiteto o profissional qualificado para esse trabalho?
Pierre Lévy, filósofo e professor no departamento de Hipermídia a Universidade de Paris, diz:
Eu defino o ciberespaço como o espaço de comunicação certo pela interconexão mundial dos computadores
A palavra ciberespaço foi inventada em 1984 por William Gibeson em seu obra de ficção científica
Neuromante e das memórias do computadores. (LÉVY, 1999, P. 92)
Com o crescimento do capitalismo, esse cenário tendeu a crescer cada dia mais e dominar nossa
realidade. Hoje, independente da renda, classe, gênero ou seja qual for a distinção, é provável encontrar
este indivíduo com pelo menos um smartphone em mãos. As tecnologias portáteis e agora tecnologias
“vestíveis” (wearable technology) que já começam também a serem lançadas - o Apple Watch, da
Apple, por exemplo, um relógio, que se conecta ao celular e internet e proporciona funcionalidades,
jamais pensadas para o seu “relógio” - expandindo assim, cada vez mais, o acesso ao ciberespaço.
(...) a popularização da rede e a ampliação e diversificação de ferramentas e websites disponíveis
gratuitamente online permitem que, mesmo sem perceber, partes do habitar das pessoas se desenvolvam
1 A palavra ciberespaço foi inventada em 1984 por William Gibeson em seu obra de ficção científica Neuromante
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► Relógio dos anos 90 com calculadora Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-648402879-relogio-casio-ca-53-w-calculadora-alarme-cronmetro-_JM
► Apple Watch, o mais novo lançamento da Apple atualmente Fonte: www. apple.com
mais e mais no espaço virtual. Da criação de laços
de sociabilidade ao acesso a serviços públicos,
de transações comerciais ao desempenho de
tarefas diárias diversas, um número crescente
de atividades faz desse novo lugar eletrônico
uma extensão necessária e socialmente aceita
dos espaços físicos. (TRAMONTANO; REQUENA,
2007)
Hoje alguns serviços públicos, como bike sharing,
é inacessível caso não se tenha um smartphone,
por exemplo. Já por outro lado, segundo matéria
do site G1, cerca de 120 orelhões somem
nas ruas do país por dia. Foi uma perda de um
terço de seus aparelhos em dez anos, e para
evitar o seu desaparecimento, a peça que já
se encontrava obsoleta, começou a absorver a
tecnologia 3G e wifi. E além, num âmbito ainda
mais social, segundo reportagem da Folha de São
Paulo, o Ministério das Comunicações prepara
um projeto para levar internet com velocidade
de 25Mbps a 98% dos domicílios até 2018. Ou
seja, o acesso ao ciberespaço está se tornando
prioridade de empresas e até mesmo do poder
público, praticamente como um serviço de
infraestrutura, como água, esgoto ou energia.
Uma das preocupações de muitas pessoas, é o
distanciamento que esse novo modo de vida
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casa híbrida
► Grupo de pessoas usando smartphones Fonte: http://www.pfhub.com/year-2020-only-90-of-the-worlds-population-will-be-connected-1411/
pode trazer. Mas não seria o caso de entender
o melhor como funciona e de alguma maneira
absorver tudo isso de uma maneira saudável?
Segundo uma reportagem do site Tec Mundo,
o criador da rede social Facebook, Mark
Zuckerberg, respondeu algumas perguntas
enquanto visitava Bogotá para a inauguração
da ONG internet.org2, que busca levar a internet
aqueles que ainda não acesso a rede. Entre as
perguntas, quando questionado sobre sua rede
social daqui há 10 anos, acabou falando em um
panorama geral da internet, e vale destacar dois
pontos de sua resposta: primeiro, segundo ele,
haverá muito mais gente na internet; segundo, o
futuro da computação será baseado em realidade
aumentada, proporcionando comunicação sem
distrações e com a cabeça erguida.
Em uma palestra da Campus Party de fevereiro
de 2012 noticiada pelo site olhar digital, o físico
norte americano e professor da Universidade
de Nova York, Michio Kaku também fez uma
previsão para os próximos dez anos. Chegou a
ouvir 300 dos principais cientistas do mundo
para desenvolver sua pesquisa. E dentre diversas
previsões, vale destacar algumas como o fato
do computador estar em todos os lugares e ao
mesmo, em lugar nenhum - como a eletricidade,
2 Essa ONG busca levar a internet aqueles que ainda não tem acesso a rede.
24
► O personagem Tony Stark dos filmes Marvel em sua super armadura Fonte: http://shadowrun-brasil.blogspot.com.br/2012/05/realidade-aumentada.html
no chão, teto, parecer, mas não é visível.
Além disso, diz ainda sobre poder controlar
aparelhos com da mente, sobre grandes avanços
na área da medicina, sobre inteligência artificial
e o uso da internet com um piscar de olhos -
através de lentes de contato. Reforça também
a previsão de Zuckerberg sobre a realidade
aumentada:
Os computadores que conhecemos hoje
deixarão de existir, e a internet estará em tudo
- incluindo os seus óculos, que serão capazes
de reconhecer os rostos das pessoas e ver suas
biografias. Elas vão falar chinês e você vai ler as
legendas do idioma bem diante dos seus olhos
(KAKU, 2012)
Para o progresso desses fatos e tantos outros,
a internet deve suportar tal uso, coisa que não
acontece exatamente nos dias atuais. Porém já
está em discussão e elaboração a nova tecnologia
5G, com promessas de experimentação já nas
Olimpíadas de inverno de Pyeongchang, na
Coréia do Sul, em 2018. Esta nova geração de
internet dará respaldo para que essa nova onda
de inovações e transformações possa acontecer.
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casa híbrida
TIC no Brasil3 | Panorama atual
Esse capítulo busca entender o atual panorama
brasileiro no que diz respeito as pessoas, seus
domícilios e o uso das TIC’s.
O Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(Cetic.br) realiza, desde 2005, a pesquisa TIC
Domicílios com o objetivo de medir a posse, o
uso e os hábitos de uso de computador, Internet
e dispositivos móveis da população brasileira a
partir de 10 anos de idade.
Os telefones celulares se consolidam como
o tipo de equipamento TIC mais presente
nos domicílios brasileiros – com crescimento
substancial da utilização como plataforma para
o acesso à Internet. Outros aparelhos móveis,
como tablets e computadores portáteis também
estão mais presentes nos domicílios brasileiros,
reforçando a crescente tendência à mobilidade.
A presença de computador nos domicílios
segue tendência de crescimento verificada
ao longo dos últimos anos. Em 2013, quase a
metade dos domicílios brasileiros (49%) possuía
computador e 43% tinham acesso à Internet. 3 As informações contidas neste capítulo foram retiradas das pubicações encontradas no site cetic.br
26
Enquanto diminuiu a proporção de domicílios
com computadores de mesa (63% em 2013),
cresceu a proporção de computadores portáteis
(57% em 2013) e a presença de tablets (passou
de 2%, em 2011, para 12%, em 2013).
A pesquisa indica uma ampliação na proporção
de usuários de Internet. É a primeira vez que a
proporção de usuários de Internet ultrapassa a
metade da população. Contudo, há uma notável
diferença etária quanto ao perfil dos usuários.
Entre os indivíduos de 10 a 15 anos a proporção
de usuários chega a 75%. Entre os de 16 a 24
anos, ela é de 77%. Dentre as pessoas de 35 a
44 anos, 47% são usuários, enquanto entre os
indivíduos de 45 a 49 anos essa proporção é de
33%. A pesquisa mostra ainda que apenas 11%
das pessoas com mais de 60 anos são usuárias
da rede. Em números absolutos, mais de 45
milhões de pessoas de 45 anos ou mais não
usam a Internet.
Aumenta o uso da Internet pelo telefone celular.
Em 2013, a pesquisa TIC Domicílios estima 52,5
milhões de usuários de Internet pelo telefone
celular no Brasil, o que equivale a 31% da
população. Esse percentual era de 15% há dois
anos. A pesquisa aponta ainda que 30% dos
usuários de telefone celular acessaram redes
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casa híbridasociais a partir do aparelho; 26% compartilharam
fotos, vídeos ou textos; 25% acessaram e-mails;
e 23% baixaram aplicativos.
28
BREEAM4 | Building Research Establishment Environmental Assessment Metodology
Desenvolvido e lançado pelo BRE em 1990, o BREEAM é um método de avaliaçao ambiental e um
sistema de classificaçao para edificaçoes reconhecido internacionalmente. Esta ativo hoje, em mais
de 50 paises e ja certificou mais de 250 milhoes de edificios pelo mundo. Se tornou uma das medidas
mais abrangenres e amplamente reconhecidas de desempenho ambiental, definindo um padrao para
projetos, construçoes e operaçoes sustentaveis.
Utilizando a análise de critérios cientificamente embasados que abrangem uma série de questões
que avaliam: energia, uso d’água, saúde e bem-estar, poluição, transporte, materiais, resíduos, uso da
terra, ecologia e processos de gestão. A partir deles, os edifícios são classificados e certificados em
uma escala de: “Aprovado”, “Bom”, “Muito bom”, “Excelente” e “Proeminente”
Para o protótipo utilizaremos os requisitos mínimos de desempenho de uma habitação para a
classificação ”Muito bom” do BREEAM, que são: Gestão, Saúde e bem estar, Energia, Água, e Inovação.
Cada requisito mínimo possui uma série de questões que devem ser atendidas minimamente por pelo
menos um dos critérios de avaliação descritos abaixo:
R Gestão
• Sustentabilidade
Garantir a entrega de um ativo funcional e sustentável projetado e construído de acordo com as
expectativas de desempenho e de acordo com os critérios de avaliação: projeto e concepção,
construção e entrega, e pós-ocupação.
• Funcionalidade
4 As informações contidas neste capítulo foram retiradas de SILVA, Guilherme Garcia Nunes. Protótipo para habitação de interesse social: industrializada e sustentável. Brasília, 2014
29
casa híbridaProjetar, planejar e entregar edifícios funcionais inclusivos e acessíveis, de acordo com usuários atuais
e futuros da edificação de acordo com os critérios de avaliação: design inclusivo e acessível, manual
do usuário, avaliação do pós- ocupação e divulgação de informação.
R Saúde e Bem estar
• Conforto Luminoso
Iluminação natural, iluminação artificial e controles dos ocupantes são considerados na fase de
projeto para garantir desempenhos luminotécnicos melhores, práticas e conforto para os ocupantes
do edifício de acordo com os critérios de avaliação: pré-requisito (Lâmpadas fluorescentes de alto
desempenho ou LED), iluminação natural, controle de ofuscamento, iluminação externa e interna.
• Qualidade interna do ar
Reconhecer e incentivar um ambiente interno saudável através da especificação e instalação de
ventilação adequada, equipamentos e acabamentos de acordo com os critérios de avaliação: pré-
requisito (nenhum material pode conter amianto), minimizar as fontes de poluição do ar (tintas com
componentes voláteis), e potencial para ventilação natural.
• Qualidade da água
Minimizar o risco de contaminação da água em edifício de serviços e garantir o fornecimento de fontes
limpas, frescas de água para a construção de usuários de acordo com os critérios de avaliação: todos
os sistemas de água do edifício devem ser projetados de acordo com as medidas definidas nos guias
de saúde e segurança dos regulamentos nacionais relevantes para minimizar o risco de contaminação
microbiana.
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R Energia
• Monitoramento da energia
Reconhecer e incentivar o monitoramento do consumo de energia operacional através de sub-medição
de acordo com os critérios de avaliação: Os principais sistemas consumidores de energia (Aquecimento
e refrigeração de ambientes, Aquecedores de água, Umidificação, Ventiladores, iluminação) devem
ser monitorados usando um sistema Building Energy Management (BEMS). Um BEMS acessíveis são
fornecidos abrangendo o fornecimento de energia a todas as área ou no caso de edifícios ocupações
individuais, por andar. Quando o edifício tem uma variada gama de funções com diferentes perfis
de consumo de energia, a medição deve cobrir o fornecimento de energia por áreas funcionais /
departamentos relevantes.
R Água
• Consumo da água
Reduzir o consumo de água potável para uso sanitário qualquer tipo de edifícios através do uso de
componentes eficientes de água e sistemas de reciclagem de água.
• Monitoramento da água
Garantir que o consumo de água possa ser monitorado e controlado e, portanto, incentivar a redução
do consumo de acordo com os critérios de avaliação: especificação de um medidor de água na
rede de abastecimento para cada edifício (Medidor Principal), locais com grande consumo de água
na construção devem ser equipados com sub-medidores ou medidores secundários (Ex: Piscinas,
lavanderia, cozinha), cada medidor (principal e secundário) deve ter a capacidade de apresentar uma
leitura instantânea do consumo.
R Inovação
Um dos objetivos do BREEAM é apoiar a inovação na indústria da construção civil. Isso é possível através
31
casa híbridade créditos adicionais disponíveis para reconhecer os benefícios relacionados à sustentabilidade ou
aos níveis de desempenho, que atualmente não são reconhecidos.
Desta forma, o BREEAM premia edifícios que vão além das melhores práticas em termos de um
determinado aspecto da sustentabilidade, ou seja, onde o edifício ou a sua gestão demonstrou
inovação. Assim, conceder créditos para a inovação permite aumentar o desempenho de seus edifícios
e, além disso, ajuda a apoiar o mercado para novas tecnologias, design ou construções inovadoras.
Há duas maneiras pelas quais o BREEAM concede créditos de inovação:
• Exemplar:
A primeira é por critérios de desempenho definidos exemplares em uma edição BREEAM existente, ou
seja, indo além dos critérios de avaliação padrão do BREEAM.
• Inovador:
A segunda é por pedido feito para a BRE pelo assessor do BREEAM, a fim de que uma determinada
tecnologia de construção ou recurso, projeto ou processo de construção seja reconhecido como
“inovador”. Se a candidatura do projeto for aprovada e o cumprimento for verificado no pós-obra, um
crédito de Inovação pode ser concedido.
Um adicional de 1% pode ser acrescido à pontuação geral de um edifício para cada crédito de inovação
alcançado. O número máximo de créditos de inovação que pode ser concedido por qualquer edifício
é de 10%.
32
NBR 15575 20135 | Norma de desempenho
A NBR 15.575/2013 foi redigida segundo modelos internacionais de normatização de desempenho,
ou seja, para cada necessidade do usuário e condição de exposição, aparece a sequência de: requisitos
de desempenho, critérios de desempenho, e respectivos métodos de avaliação. Os requisitos de
desempenho da Norma são:
R Requisitos Gerais:
• Saúde, Higiene e Qualidade do ar.
A habitação deve prover condições adequadas de salubridade aos seus usuários, dificultando o
acesso de animais e propiciando níveis aceitáveis de partículas em suspensão, micro- organismos,
bactérias, gases tóxicos e outros. O sistema de água fria deve ser preservado contra qualquer risco de
contaminações.
• Adequação Ambiental.
Em função do estado do conhecimento na área, e da própria disponibilidade de legislações específicas,
a NBR 15.575 não estabelece requisitos e critérios específicos de adequação ambiental. A norma
recomenda dispor os sistemas hidro-sanitários com aparelhos economizadores de água e estabelece
ainda, que não deve haver risco de contaminação do solo ou do lençol freático pelos sistemas prediais
de esgoto. Fica determinado também que as águas servidas provenientes dos sistemas hidro-sanitários
devem ser encaminhadas às redes públicas de coleta.
R Desempenho estrutural.
A estrutura deve atender, durante a vida útil do projeto, aos seguintes requisitos:
5 As informações contidas neste capítulo foram retiradas de SILVA, Guilherme Garcia Nunes. Protótipo para habitação de interesse social: industrializada e sustentável. Brasília, 2014
33
casa híbrida• Não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes;
• Prover segurança aos usuários sob ação de impactos, vibrações e outras solicitações decorrentes da
utilização normal da edificação, previsíveis na época do projeto;
• Não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deformações de quaisquer elementos da
edificação;
• Não repercutir em estados inaceitáveis de fissuras de vedações e acabamentos;
• Não prejudicar a manobra normal de partes móveis, tais como portas e janelas, nem repercutir no
funcionamento anormal das instalações em face das deformações dos elementos estruturais;
• Atender às disposições das normas NBR 5629, NBR 11682 e NBR 6122 relativas às interações com o
solo e com o entorno da edificação.
R Segurança contra incêndio
A norma visa, em primeiro lugar, à integridade física das pessoas e, depois, à própria segurança
patrimonial. Os critérios possuem recursos para: dificultar o início de incêndio e a sua propagação; o
Tempo Requerido de Resistência ao Fogo – TRRF de elementos e componentes da construção; as rotas
de fuga; a propagação de fumaça; os equipamentos de extinção; e também a facilidade de acesso dos
bombeiros para combate a incêndios já deflagrados.
R Segurança no uso e operação
Nesta parte da Norma ficam determinados requisitos e critérios visando a minimizar a possibilidade
de ferimentos nos usuários da habitação, choques elétricos, tropeções, quedas e queimaduras. Isso
inclui, por exemplo, a quantificação do coeficiente de atrito de pisos, a resistência mecânica de guarda-
corpos, os cuidados na manutenção de telhados entre outros.
34
R Funcionalidade e Acessibilidade
A Norma vai além dos atributos essenciais, como desempenho estrutural e segurança contra
incêndio, de modo que a habitação apresente compartimentação adequada e espaços suficientes
para a disposição de diversos utensílios domésticos como camas e armários. Além dos espaços e pé-
direito mínimos, são estabelecidos critérios regulando a acessibilidade de pessoas com necessidades
especiais, como determina a Norma de Acessibilidade NBR 9050/2004.
• Conforto Tátil e Antropodinâmico
Com base nos princípios da ergonomia, na estatura média das pessoas e na força física passível de ser
aplicada por adultos e crianças é que devem ser desenvolvidos os componentes e equipamentos da
construção. Estabelece ainda a planicidade requerida para os pisos que limitarão também as vibrações
que poderiam causar desconforto.
R Desempenho Termo-acústico-luminoso
• O adequado desempenho térmico repercute no conforto das pessoas e em condições adequadas
para o sono e atividades normais em uma habitação, contribuindo ainda para a economia de energia.
A avaliação de desempenho pode ser feita com base nas propriedades térmicas dos materiais das
fachadas e das coberturas, ou ainda por simulação computacional.
• O ruído gerado pela circulação de veículos, crianças brincando, música alta e a circulação de pessoas
ou queda de objetos no apartamento vizinho são causas de desconforto. Por isso, faz-se necessária
a adequada isolação acústica por parte de fachadas, coberturas, entrepisos e paredes de geminação.
• A Norma de desempenho 15.575 estipula níveis requeridos de iluminância natural e artificial nas
habitações, reproduzindo, neste último caso, as próprias exigências da Norma de Iluminação de
Interiores, a NBR 5413.
35
casa híbrida R Estanqueidade à água
A saúde e higiene dos moradores de uma habitação podem ser comprometidas por uma série de
fatores, sendo a umidade a fonte potencial de doenças respiratórias, formação de fungos e outros.
Além disso, a durabilidade da construção está diretamente associada à proteção de seus elementos
dos efeitos da água. A NBR 15.575 estabelece critérios para estanqueidade de fachadas, pisos de áreas
molhadas, coberturas e demais elementos da construção, incluindo as instalações hidro- sanitárias.
R Durabilidade e Manutenibilidade
A habitação é o bem mais almejado pelos seres humanos. Tem significado emblemático, que, em
muito, transcende a posse material. Particularmente nos casos de financiamentos prolongados, é
extremamente importante que a construção mantenha características aceitáveis de desempenho
durante prazo denominado na norma como “Vida Útil de Projeto”. A vida útil da edificação depende da
eficiência do projeto, da construção, das condições de agressividade do meio e dos cuidados no uso e
manutenção. A durabilidade prevista em projeto só poderá ser atingida no caso do seu uso correto e
pela adoção de eficientes processos de manutenção de acordo com o manual do usuário.
particularidades
37
casa híbrida
O método moderno de construção6 | MMC
O MMC consiste na produção de habitações em fábricas, tendo por benefícios: maior velocidade na
produção, melhoria na qualidade do produto e diminuição de gastos de energia e geração de resíduos.
Geralmente, o MMC é determinado pela execução de algumas partes da casa fora do canteiro de obra,
numa fábrica específica.
Os principais produtos do MMC são painéis e módulos. Os painéis incluem paredes, pisos e telhados
pré-fabricados, que são transportados para o canteiro e podem ser montados rapidamente. Já os
módulos, chamados de Ready-made rooms (cômodos prontos), são ambientes completos que ao
serem encaixados, assim como peças do jogo Lego, conformam a habitação no local de destino. Esses
módulos, por vezes, são agrupados na própria fábrica, saindo de lá uma moradia praticamente pronta
para habitar.
O MMC inclui uma série de métodos construtivos inovadores , como por exemplo, os painéis de
concreto. Uma gama de materiais podem ser utilizados, porém a madeira, o aço e o concreto são os
materiais mais utilizados. Em 2003, o UK Housing Corporation publicou um sistema de classificação
que foi adaptado e utilizado por outras corporações. Este sistema foi dividido em três principais
classificações: (1) a construção volumétrica, (2) a construção em painéis e (3) a construção híbrida.
R A construção volumétrica, também conhecida como construção modular, é constituída por unidades
tridimensionais produzidas inteiramente em fábrica, transportadas já prontas para o canteiro de obras
e montadas em cima da fundação. As unidades são produzidas com materiais ou métodos inovadores
como light steel frame (estrutura de aço dobrado a frio) e wood frame (estrutura de madeira). A
construção volumétrica é muito eficiente, principalmente, quando várias unidades idênticas são
produzidas em larga escala, e sendo utilizadas em pequenas residências ou flats.
R A construção em painéis é definida pela produção das partes que constituem as vedações externas
6 As informações contidas neste capítulo foram retiradas de SILVA, Guilherme Garcia Nunes. Protótipo para habitação de interesse social: industrializada e sustentável. Brasília, 2014
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► Imagem do esquema de construçao do projeto My Micro NY Fonte: www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano
e divisões internas de uma construção, sendo as
mesmas confeccionadas em fábrica para serem
encaixadas no canteiro de obra formando a
estrutura. O sistema pode incluir paredes, pisos
e telhados para criar a estrutura completa. Os
principais tipos de painel são:
• Painéis abertos: painéis entregues no canteiro
apenas com a estrutura. O isolamento, janelas,
instalações etc são colocados no local da obra.
• Painéis fechados: painéis com a mesma
estrutura do aberto, porém já vêm de fábrica com
isolamento, janela, instalações e acabamentos.
• Painéis de concreto: painéis com mesmas
características dos painéis fechados, porém sua
estrutura é feita em concreto moldado na fábrica.
R A construção híbrida, também conhecida como
semi-volumétrica, é basicamente constituída
pelas unidades volumétricas integradas
com o sistema em painéis ou com o sistema
tradicional. Ambientes com muitas instalações
e acabamentos, como banheiros e cozinhas,
podem ser construídos utilizando a construção
volumétrica, ao passo que outras partes são
executadas com o sistema em painéis.
A industrialização da construção com a utilização
de materiais e métodos inovadores, promovido
39
casa híbrida
► Impressora 3D de grandes dimensões criada pelo professor Behrokh Khoshnevis da Universidade da Califórnia do Sul Fonte: http://www.engenhariacivil.com/impressora-3d-constroi-casas
pela utilização do MMC, demanda a especialização
de toda a cadeia construtiva. Independente
da tipologia escolhida, desde a produção dos
materiais, a logística de transporte, a modulação,
a mão de obra e as fábricas especializadas até a
chegada ao canteiro de obra, a montagem final
precisa ser adaptada e estar preparada para a
utilização do método.
Sabendo do mmc e suas opções, de acordo com
o desenvolvimento do projeto, será escolhido
um método mais eficaz e condizente com a
realidade disponível. A busca poderá ir além e
propor novos métodos construtivos que possam
vir a sair desse padrão (volumétrico, painel ou
híbrido), mas não deixando perder a ideia de
termos uma obra com o mínimo de resíduos,
rápida e segura, com bons retornos enquanto
características de isolamento térmico e acústico.
40
Novas tecnologias | Reinventando o existente
A homem, sua casa e seu modo de vida mudaram.
Logo, nossos utensilios e equipamentos também
devem se adaptar aos novos tempos. Devem
ser mais sunstentaveis, eficientes, flexiveis e
praticos. O intuito deste capitulo é mostrar novas
tecnologias para equipamentos do nosso uso
cotidiano. Que possa ajudar o homem, a casa e o
meio ambiente.
R Sanitário iota, reduzindo tamanho e consumo
Este novo design de Gareth Humphreys and Elliott
Whiteley foi feito na University of Huddersfield
como projeto final.
Como solução para o grande excesso de água
utilizado no sanitários atuais e pensando
também na dificuldade em aloca-lo em
pequenos espaços, o novo desenho, além reduzir
seu consumo de água em 50% em relação ao
sanitário comum, reduziu também seu tamanho
e criou um mecanismo que permite que a bacia
seja dobrável.
► Imagens de divulgação do produto Fonte: http://www.designboom.com/wp-content/dbsub
41
casa híbrida R Reciclando a água do banho
Uma companhia australiana desenvolveu uma
ducha que é capaz de poupar até 70% de água,
além de evitar gastos com energia. O conceito
básico é a reciclagem, já que a água que escorre
pelo ralo é reaproveitada automaticamente no
próprio banho, voltando a molhar a cabeça do
usuário.
Fabricado pela CINTEP, o “chuveiro mais eficiente
do mundo”, de acordo com seus desenvolvedores,
usa apenas três litros de água limpa por banho.
A reciclagem é feita por meio de um processo
de pasteurização - sim, o mesmo utilizado em
leites. A água reciclada passa por três filtros, por
um processo de pasteurização quente, é diluída
com 30% de água potável e imediatamente
reutilizada. O processo todo leva cerca de 25
segundos.
Além de poupar cerca de 70% de água de um
banho normal, o sistema também economiza
energia, já que gasta menos eletricidade para
canalizar a água até o chuveiro e para aquecê-la
(ela se mantém em alta temperatura enquanto é
reciclada).
► Imagens de divulgação do produto Fonte: http://www.recyclingshower.com.au/residential/#.VU7bm2DF9F
42
R Powerwall - Tesla
A Tesla Motors7 apresentou recentemente a
Powerwall - uma bateria caseira de lithium
(130x86x18 cm), com um design e tecnologia
inovadores. Automatizada, compacta e com
simples instalação, garante energia para uma
casa de médio porte por algumas horas. Caso
a residência tenha uma grande demanda de
energia, podem ser utilizadas até nove peças
juntas - fornecendo até 90kWh.
A Powewall armazena a energia gerada pelo sol
através de painéis solares ou geradores eólicos,
durante todo o dia, para que possa ser usada
durante a noite e manhã, quando o consumo
a maior. Além disso, evita picos de energia e
armazena energia da rede nos horários que ha
flutuação do preço, caso necessite.
É instalada diretamente a parede, dispensando
um cômodo inteiro apenas para seu uso. Contém
todos os itens de segurança necessários e pode
ficar até mesmo numa parede externa. Vem nos
modelos de 10kWh e 7kWh, custando US$3,500
e US$3,000, respectivamente.
7 Tesla Motors, Inc. é uma marca de automóveis norte-americana, que desenvolve e vende veículos elétricos de alta performance.
► Imagens de divulgação do produto Fonte: http://www.designboom.com/wp-content/dbsub
43
casa híbrida
► Imagens de divulgação do produto Fonte: https://www.indiegogo.com/projects/jibo-the-world-s-first-social-robot-for-the-home
R Jibo - robô doméstico
Desenvolvido por pesquisadores do MIT -
Massachusetts Institute of Technology. O Jibo
ainda está em fase de protótipo e a empresa
usou o site Indiegogo - site de crowdfunding,
para arrecadar fundos. A expectativa foi muito
além do experado, arrecandando US$2.288.407,
quando o objetivo era arrecadar US$100.000.
O preço do pequeno robô varia de US$500
(aproximadamente R$1.110) para a versão
comum e US$600 (R$1.330) para a versão de
desenvolvedor.
O Jibo é capaz de se conectar na rede doméstica
e se comunicar com outros dispositivos. Algumas
das tarefas para as quais ele foi desenhado
incluem reconhecer e localizar as faces de
membros da família e identificar comandos de
voz de qualquer lugar em um cômodo.
A ideia é que funcione como um assistente
pessoal, de forma mais direta com o seu dono.
Os seus criadores o projetaram para se tornar
um membro da familia. Com uma plataforma
aberta, segundo os criadores, suas habilidades e
aplicações crescerão de maneira a ajudar de um
modo que nem eles mesmo podem imaginar.
localização
45
casa híbrida
CEPAC | O terreno8
O CEPAC é resultado de uma parceria entre
agentes públicos, privados e acadêmicos do Brasil
e do Reino Unido com o intuído de desenvolver,
testar e disseminar inovações e tecnologias na
produção e manutenção do ambiente construído.
É uma instituição com a missão de trabalhar em
rede para fomentar inovações tecnológicas, de
alto desempenho, baixo custo e sustentáveis,
atendendo a atual e futura demandas enfrentadas
pelo setor da construção no Brasil. Baseado no
modelo desenvolvido pelo Building Research
Establishement (BRE) o CEPAC é uma plataforma
que integra pesquisa ao setor produtivo, onde a
própria indústria, coletivamente, pode investir em
ciência, pesquisa e desenvolvimento, acelerando
o seu processo de evolução. Este modelo amplifica
ainda, o impacto de investimentos públicos e
oferece a oportunidade de fortalecimento do
alinhamento de políticas, metas, programas e
ações do MCTI, MEC, Mcidades, MDIC, MMA entre
outros.
As principais ações do CEPAC são:
8 As informações contidas neste capítulo foram retiradas de SILVA, Guilherme Garcia Nunes. Protótipo para habitação de interesse social: industrializada e sustentável. Brasília, 2014
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1. Atendimento a Estratégia Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação do MCTI (2012), que
entre outras estratégias, estabelece fortalecer o
desenvolvimento de inovações tecnológicas para
a evolução de projetos de cidades sustentáveis,
em especial nas áreas de habitação popular,
saneamento básico, redução das emissões de
carbono e fontes alternativas de energia;
2. Integração de redes de pesquisa nacionais
e internacionais a partir de uma demanda
específica do setor produtivo, público, privado
ou academia;
3. Desenvolvimento tecnológico de produtos
a partir de demandas específicas do setor
produtivo, público, privado ou academia;
4. Desenvolvimento de soluções tecnológicas
para melhoria de processos produtivos e
produtos no âmbito do Programa Minha Casa
Minha Vida e/ou outras Políticas de Habitação
de Interesse Social
5. Atendimento das necessidades do setor da
construção de ensaios e inspeções;
6. Teste e certificação de materiais / componentes
/ sistemas;
47
casa híbrida7. Consultorias;
8. Capacitação, treinamentos e eventos técnicos;
9. Criação de uma plataforma de geração, gestão,
integração e difusão de conhecimento, composta
e apoiada por um conjunto de instrumentos,
ações e ferramentas.
Estão previstos para a infraestrutura do CEPAC:
um edifício de laboratórios para pesquisa,
desenvolvimento e ensaios tecnológicos
visando a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e
a prestação de serviços à indústria; uma praça
de exposição de protótipos de edificações
para demonstração de materiais, tecnologias
e sistemas; um centro de estudo e pesquisa de
energia de baixo carbono; um centro de visitantes
e um edifício sede administrativo.
Por se tratar de uma unidade habitacional que
possa ser replicada e adaptada a cada terreno
em que venha ser inserida. Esse parque de
protótipos foi escolhido como terreno, por ser
um projeto em caráter de pesquisa, que visa uma
experimentação que vai além do terreno e com o
intuito de que de fato possa vir a ser construído
no futuro.
programa de necessidades
49
casa híbrida
Espaço multiuso | Uma nova estrutura
A ideia é subverter o espaço da casa. O programa de necessidades será estabelecido em questões de
medidas, instalações e equipamentos no decorrer do processo de projeto. A ideia inicial é que seja
um módulo com um espaço multiuso para o social, cozinhar/comer e o dormir, o único a parte será o
banho.
Para isso, serão utilizadas ferramentas que permitam que esse espaço se transforme e se adapte
as necessidades do determinado momento que usuário precise. Conectado a isso, ferramentas que
otimizem as funções do seu dia a dia.
Os termos flexibilidade e interação devem encontrar no projeto, um uso ainda mais expressivo, na
concepção de uma casa onde não apenas se deslocam paredes ou peças de mobiliário, mas que
compreendem uma participação ativa do morador na sua configuração
A proposta é que as pessoas tenham a sua disposição uma casa que lhes atenda em tudo aquilo que
necessitem, sem negar a cidade. A casa deve acolher, mas não deve tomar da cidade suas funções.
Uma deve completar a outra.
Será feito também um estudo para modulo adicionais para, em casos específicos, seja possível uma
adaptação. O espaço estipulado a principio para o desenvolvimento será aproximadamente 30m2.
Embora o foco seja em uma unidade, será pensado também no possível conjunto habitacional a partir
da unidade mínima.
referências
51
casa híbrida
Diogene | Renzo Piano
A ideia vem desde o tempo de estudante
do arquiteto, quando o arquiteto ja pensava no
espaço mínimo no qual uma pessoa poderia
viver. O protótipo é nomeado de Diogene, em
referência ao filosofo grego que dizem ter vivido
em um barril - Diógene de Sinope. O projeto
teve seu primeiro protótipo concebido ha um
pouco mais de 10 anos, sem um cliente em
particular, quando Piano publicou seu resultado
em Being Renzo Piano, uma monografia sobre
o seu trabalho. Apenas em 2010, quando Rolf
Fehlbaum, presidente da Vitra, depois de ja ter
visto o projeto, encontra o arquiteto enquanto
eram membros do juri do Prêmio Pritzker e
acabam concordando em desenvolver juntos o
projeto.
O projeto atual, com modestos 2,5x3
metros, é o resultado dessa colaboração. O
projeto conta com captação de agua e sistemas
energéticos, resultando numa casa inteiramente
independente e com tudo aquilo necessário para
se viver num estilo de vida simples. Construída
em madeira e revestida em alumínio, seu
interior conta com um sofá cama, mesa dobrável,
banheiro, cozinha e espaço para armazenamento.
► Cortes esquematicos e o projeto no campus da empresa Vitra Fontes: http://ideasgn.com/architecture/diogene-renzo-piano/; http://www.gizmag.com/renzo-piano-micro-home-diogene/27923/ http://ideasgn.com/architecture/diogene-renzo-piano/
52
► Imagens da Casa APH80 - Projeto de Abaton Arquictetura Fonte: http://www.detail.de/architektur/themen/kompakt-und-mobil-portable-house-aph80-024601.html
Casa APH80 | Abaton Arquictetura
A ideia desta casa é que o proprietário possa
leva-la consigo aonde quer que vá. Este projeto,
foca numa residência econômica, e bonita,
que poder ser transportada facilmente, por um
caminhão, por exemplo.
Com 27m2, este projeto que conta apenas
com materiais recicláveis e é praticamente
autossuficiente, tem sua fabricação concluída
em aproximadamente um mês e sua montagem
final pode ser feita em 24 horas. Sua estrutura é
de madeira certificada e revestida por cimento e
isolantes térmicos.
O atual projeto tem seus espaços divididos em
três ambientes: cozinha/sala de estar, banheiro
com água quente e um dormitório. Suas paredes
são feitas com painéis de madeira pintados de
branco.
Por hora, seu o desenho e fabricação ainda são
feitos apenas na Espanha.
53
casa híbrida
Studio Brasília 27 | Fabio Cherman
Localizado na Asa Sul, esse apartamento é a
atual residência do arquiteto Fabio Cherman. O
projeto multifuncional permite que ele durma,
cozinhe, receba amigos e até mesmo hospede
alguém em apenas 27m2.
Tudo isso devido as soluções espaciais aplicadas
ao pequeno apartamento, como uma cama que
sobrepõe, de maneira fácil o sofá. Outra solução
foi a mesa dobrável e cadeiras empilháveis que
ainda esconde uma outra cama destinada a
hospedes.
Para adicionar uma atmosfera mais acolhedora
foram adicionadas duas peças do arquiteto
Sérgio Rodrigues - a poltrona Diz e o banco
Mocho. Além disso, foi encomendado um azulejo
personalizado para o artista João Henrique, que
traz um pouco de cor para o projeto que tem
materiais e cores neutras.
► Imagens do Studio Brasilia 27 - apartamento do arquiteto Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/756524/studio-brasilia-27-fabio-cherman
54
Apartamento Modelo | Graham Hill
Criador de duas empresas que foram vendidas
por US$ 10 milhões cada, o arquiteto, designer e
ambientalista Graham Hill, resolveu não apenas
adotar as moradias compactas, como também
auxiliar no processo de sua difusão.
Projetou esse apartamento para ele, no Soho,
em Nova York, que serviu como modelo para
a empresa que criou - LifeEdited. A proposta é
difundir e auxiliar neste estilo de vida editado.
Com projetos por Las Vegas, Nova York e até
mesmo São Paulo, Hill tem a seguinte filosofia:
We can live happier, healthier and more
sustainable lives with less stuff and less space.
Nomeado pelo New York Times (2012), como
seu apartamento do futuro, o projeto com
aproximadamente 39m2, contempla um único
espaço que pode se transformar em quarto, sala
de estar e até mesmo abrir espaço para uma mesa
de jantar que acomoda 12 pessoas. Além disso
pode ser dividido por uma parede deslizante,
que abriga um quarto de hospedes para duas
pessoas. Segundo ele, em seu video do TED Talk,
“small is sexy”.
► Imagens do projeto de Hill para seu apartamento no Soho, NY Fonte: http://www.wired.co.uk/magazine/archive/2013/03/start/your-life-in-39m-squared
55
casa híbrida
My Micro NY | nARCHITECTS
Com uma lei de zoneamento atual que estipula
um mínimo de 37m2 por unidade residencial em
Nova York, o projeto do escritório nARCHITECTS
conseguiu desenvolver um exemplo com área
aproximada de 25m2, para que fosse possível
disponibilizar apartamentos com preço mais
acessível. Medida para facilitar o acesso de
jovens com orçamentos limitados, que procuram
um apartamento na cidade com um mercado
imobiliário muito inflacionado.
Essa unidades são as moradias reduzidas mais
recentes no mercado em Nova York. O projeto
encontra-se em fase de construção e suas
unidades modulares e pre fabricadas serão feitas
na industria Brooklyn Navy Yard e empilhadas
em Kips Bay ainda antes de julho deste ano.
Segundo o Archidaily (2015), seus primeiros
moradores devem ocupar as unidades até o final
do ano.
My Micro NY oferecerá 55 apartamentos
individuais distribuídos por 9 Pavimentos. Sua
planta conta com basicamente um cômodo
reversível assim como os outros projetos citados
anteriormente, seu pé-direito varia entre 2,7 a 3
metros.
► Perspectiva externa, interna e plantas do projeto My Micro NY Fonte: www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano
conceitos
57
casa híbrida
Sustentabilidade |
O conceito de sustentabilidade deverá fazer parte
de todo o processo do projeto, desde a concepção
até seu uso. Deve levar em consideração a
preocupação com o meio ambiente de maneira
direta e indireta. Pensando, por exemplo, nos
materiais utilizados, prezando por materiais que
não agridam o ambiente em seus mais diversos
aspectos - desde materia prima até o seu retorno
à natureza.
Além disso, deve-se levar em conta também,
a parte social. Pensando em como minimizar
impactos relacionados a falta de espaço
em grandes centros, por exemplo e como
proporcionar uma maior adaptabilidade ao uso
do espaço.Tudo isso deve ser feito em prol do
bem estar do usuário, que deve se sentir bem no
seu espaço de moradia. Uma casa deve ser acima
de tudo, um lar. Onde o indivíduo possa chegar e
se sentir bem, um lugar para onde queira voltar - e
pensando nisso, possibilitar que essa construção
possa ser transportada para outros lugares. Sem
prender seu dono a um lugar específicio.
Para comtemplar todos esses quesitos, dividiu-se
o projeto em 4 macro etapas onde um conceito
chave direciona cada uma delas.
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Inovação | Projeto
Para a etapa de projetação, o conceito chave
é a inovação. As todas de decisão devem
levar em consideração ideias inovadoras, que
proporcionem um maior ganho em questões
ambientais ou de aproveitamento de espaço,
por exemplo. Além do mais, está ligado
diretamente também ao fato da proposta
apresentar uma ideia de uma casa que não
seja necessariamente com os padrões atuais.
Eficiência | Construção
A eficiência diz respeito a parte que compete
a obra de fato. Que deve ser o mais limpa,
rápida, sem desperdícios e para tudo isso, um
método moderno e inteligente de construção.
Para isso, será estudado o melhor método de
construção que junto com o projeto alcance o
nível esperado de eficiência.
Flexibilidade | Utilização
O uso da casa, deve ser flexivel, desde os
móveis até a construção num sentido global.
A ideia de poder transportar a casa é outro
determinante que faz com que a casa seja
compacta e tenha que ter um o seus espaços
e aberturas de maneira adaptáveis. Outro ponto
será a possibilidade de diferentes módulos,
que possam oferecer diversas opções para as
diversas necessidades de cada um.
Aproveitamento | Desconstrução
Por último, fechando o ciclo, entra o
reaproveitamento numa futura desconstrução
dessa casa. O esperado é que o projeto quando
alcançado seu poder máximo de uso, possa ser
reaproveitado, e não simplesmente descartado.
Síntese |
Por fim tem-se então um projeto que procura
ter soluções inovadoras tranzendo novidades
e um novo conceito de morar, mais compacto,
mais efetivo, com uma construção inteligente
e eficiente, para proporcionar um uso flexível,
adaptável e transportável, que no fim possa ser
reciclado e/ou reaproveitado para dar um início a
outro ciclo. E tudo isso levando em consideração
a relação com novas tecnologias, vislumbrando
uma residência que atenda as novas demandas
que começam a surgir desde então.
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casa híbrida
inov
ação
eficiência
f lex ibil i
dade
aprove itamento
su s t e n ta b i l id a
d e
sust
entabilidadeDo termo latino innovatio, se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores.
Tem origem no termo latim efficientĭa e refere-se à
capacidade de dispor de alguém ou de algo para conseguir um
efeito determinado.
Ela vem de “a”, mais “proveito”; e esta vem do Latim provectus, “proveito, progresso”, particípio passado de proficere, “conseguir, ter progresso, ser útil”, formado por pro-, “à frente”, mais facere, “fazer”.
Do latim tardio flexibilitare, em seu sentido mais amplo,
capacidade de adaptação, seja a situações voláteis ou na
superação de obstáculos.
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casa híbrida
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