centro universitÁrio senac · 2011-01-04 · e implicaÇÕes controle remoto e design de interface...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Unidade Lapa Tito
André Renato Chiquito
A INTERFACE NA TV DIGITAL INTERATIVA: CONCEITO, RELAÇÃO
E IMPLICAÇÕES CONTROLE REMOTO E DESIGN DE INTERFACE
São Paulo 2010
2
ANDRÉ RENATO CHIQUITO
A INTERFACE NA TV DIGITAL INTERATIVA: CONCEITO, RELAÇÃO
E IMPLICAÇÕES CONTROLE REMOTO E DESIGN DE INTERFACE
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-
Graduação em Mídias Interativas,
apresentado ao Centro Universitário
Senac, Unidade Lapa Tito, como
exigência parcial para obtenção do título
de Especialização.
Orientador: Prof. Romero Tori
São Paulo 2010
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C541i Chiquito, André Renato
A interface na TV digital interativa: conceito, relação e implicações controle remoto e design de interface / André Renato Chiquito – São Paulo, 2010. 41 f. : il. color. ; 31 cm. Orientador: Prof. Romero Tori Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Senac – Unidade Lapa Tito, São Paulo, 2010. 1. Interface 2. TV digital 3. Interatividade 4. Design 5. Usabilidade 7. Controle Remoto I. Tori, Romero (Orient.) II. Título.
CDD 006.69
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ANDRÉ RENATO CHIQUITO
A INTERFACE NA TV DIGITAL INTERATIVA: CONCEITO, RELAÇÃO E IMPLICAÇÕES
CONTROLE REMOTO E DESIGN DE INTERFACE
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-
Graduação em Mídias Interativas,
apresentado ao Centro Universitário
Senac, Unidade Lapa Tito, como
exigência parcial para obtenção do título
de Especialização.
Orientador: Prof. Romero Tori
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em ___/___/______, considerou o(a) candidato(a): 1) Examinador(a) 2) Examinador(a) 3) Presidente
5
AGRADECIMENTOS
A Jesus, querido e amado mestre dos mestres. A meu Pai que sem ele não teria sido possível desenvolver esse trabalho. A minha esposa que me incentivou. Aos meus amigos de estudo, pelos laços desenvolvidos. Ao prof. Romero pela paciência e ajuda dispensada.
6
RESUMO
Vivemos atualmente em um mundo no qual a interface tem cada vez mais
um papel preponderante na relação usuário X conteúdo, indivíduo X máquina.
Vemos uma digitalização de todos os meios de acesso à informação e a
TV não ficaria de fora dessa tendência. Isso já é possível constatar com os novos
modelos digitais de transmissão, onde o que primeiramente podemos perceber é
a high quality dos programas gerados nesse novo padrão. É fato também que
esse novo sistema de transmissão, o digital, promoverá uma revolução na forma
de assistir ao conteúdo televisivo, pois os programas sofrerão mudanças bem
como a forma de acessar ao conteúdo televisivo de uma forma geral.
Sobre esse ponto de vista a interface e o controle remoto têm uma enorme
importância e relevância no contexto dessa relação de acesso ao conteúdo seja
ele vídeos, textos, jogos etc.
Dessa forma, utilizando de argumentos embasados nas teorias de design
de multimídia, design de interfaces, ergodesign e arquitetura da informação,
buscando levantar subsídio para levantamento de dados e análise teórica da
relação humano computador, além de análises de exemplos de interfaces usadas
por operadoras de TV brasileiras selecionadas bem como seus respectivos
controles remoto este estudo reforça a necessidade de conscientização, por parte
dos produtores de conteúdo, da importância de criar interfaces com critérios que
se inter-relacionem, visando atingir maior número de usuários facilitando seu uso
e sua absorção cognitiva.
Palavras-Chave: interface; TV digital; interatividade; design; arquitetura da informação; usabilidade; interação; controle remoto.
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ABSTRACT
Currently the world is going through major revolutions in the media and the
interface has an increasingly important role in the relationship user X content,
individual X machine.
This scan can be seen in all means of access to information and the TV
would not be out of this trend. This is already possible to see with new digital
models of transmission, where what we see is the first high quality of the programs
generated in this new standard. It is also a fact that this new transmission system,
digital, promote a revolution in the way of watching television content, because
programs will change as well as how to access the television content in general.
On this point of view the interface and remote control have a great
importance and relevance in the context of the relationship of access to content
whether it be video, text, games etc.
Thus, using arguments grounded in the theories of multimedia design,
interface design, information architecture and ergodesign, seeking to raise
allowance for data collection and theoretical analysis of human-computer
relationship, and analyzes examples of interfaces used by operators selected
Brazilian TV and their remote controls this study reinforces the need for
awareness by producers of content, the importance of creating interfaces with
criteria that are inter-related in order to reach more users by facilitating their use
and cognitive absorption .
Keywords: interface; digital TV; interativity; design; archictetury of information; usability; interaction, remote control.
8
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Elementos da Interação Humano-Computador....................................15
Figura 2 – Exemplos de TV Expandida..................................................................17
Figura 3 – Exemplos de TV Ativa...........................................................................18
Figura 4 – Exemplos de Infra-estrutura..................................................................18
Figura 5 – Arquitetura básica de um set top box....................................................22
Figura 6 – Middleware como uma plataforma de programação de aplicações......23
Figura 7 – Tripé da Arquitetura da Informação e que forma a base de apoio da
usabilidade..............................................................................................................30
Figura 8 – Exemplo de interfaces Sky e Telefonica................................................32
Figura 9 – Interfaces de aplicações veiculadas pela SKY interativa Brasil e TV
Telefonica Digital Brasil..........................................................................................34
Figura 10 – Controle remoto Sky e Telefonica.......................................................36
9
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 – Recomendações para cada plataforma............................................. 31
Tabela 2 – Princípios de design de interface e cruzamento de dados entre TV
SKY e TV Telefonica............................................................................................ 35
Tabela 3 – Comparação controles remoto Sky e Telefonica............................... 37
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................11
2 OBJETIVOS.....................................................................................................12
2.1 Geral ........................................................................................................12
2.2 Específicos........................................................................................................12
3 JUSTIFICATIVA ..............................................................................................12
4 METODOLOGIA ..............................................................................................13
4.1 Análise da Pesquisa.............................................................................13
5 IHC – INTERAÇÃO HUMANO COMPUTADOR...............................................14
6 TELEVISÃO X TV DIGITAL.............................................................................16 6.1 Fundamentação...................................................................................16
6.2 TV Interativa.........................................................................................17
6.3 Concepção dos serviços e aplicações interativas................................19
6.4 Arquitetura de set top boxes e middlewares.........................................21
6.5 Desenvolvimento de aplicações para TV digital...................................23
6.6 Limitações e diferenças web TV e TV digital........................................24 7. DESENVOLVIMENTO. ...................................................................................26
7.1 A interface na TV digital...........................................................................26
7.2 Usabilidade ..............................................................................................28
7.3 Análise das Interfaces...............................................................................30
7.3.1 Aspectos gráficos......................................................................31
7.4 Análise dos dispositivos de interação.......................................................36
8 CONCLUSÃO...................................................................................................38
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................39
11
1 INTRODUÇÃO
A interface tem um papel preponderante na relação usuário X conteúdo, indivíduo X máquina. O estudo dessa relação é denominado IHC.
“Os objetivos de IHC são: desenvolver ou melhorar segurança, utilidade, efetividade, eficiência e usabilidade de sistemas que incluem computadores”. [Interacting with Computers, 89 p.3] apud [PREECE,94]
É fato que a digitalização total nos processos de transmissão broadcasting
oferece oportunidade de incorporar novos mecanismos de acessibilidade. Assistir
a uma programação de TV poderá exigir muito mais atitude, visto que a grade
possivelmente oferecerá, além dos conteúdos convencionais, acesso a um
variado universo de informações e possibilidades interativas.
A relação entre audiência e veículo torna-se conseqüentemente mais
complexa. A interface, contexto de ação entre esses dois pontos, desenhada sob
novas ordens de “usabilidade” e evidenciada, através de estruturas renovadas de
simulação, poderá, ou não, tornar o conteúdo mais acessível ao telespectador,
agora percebido como usuário.
Qual a relevância do design interface na TV nesse universo? Qual sua
importância? Suas implicações? Qual a importância do controle remoto para uma
experiência agradável e viável?
Norman oferece-nos uma informação que reflete a nossa intenção bem
como os problemas que enfrentamos na análise e na produção de interfaces
interativas: ‘O problema real com a interface é que ela é uma interface. Interfaces estão no
meio do caminho. E eu não quero concentrar minha energia na interface. Eu quero
concentrar-me em meu trabalho. Minha ferramenta deve ser algo que me auxilie,
algo que não me impeça o caminho, e acima de tudo, algo que não necessite de
minha atenção e energia. Quando eu uso meu computador estou com objetivo de
ter um trabalho feito: eu não quero pensar em como usar o computador, eu quero
pensar em fazer meu trabalho.’ (NORMAN, 1990, p. 210)”.
12
Essas questões serão agora abordadas na tentativa de oferecermos
algumas análises que possibilitem uma maior facilidade na compreensão desses
importantes aspectos.
2 OBJETIVOS 2.1 Geral
Analisar os aspectos do design da informação e sua implicação na
construção do conteúdo e das interfaces para a TV Digital oferecendo uma
relação humano-máquina amigável e de fácil assimilação e interação, ampliando
visões e implicações no seu processo de desenvolvimento.
2.2 Específicos a) Analisar as atuais interfaces de interação disponíveis de duas grandes
provedoras de TV Digital no Brasil, focalizando o design e arquitetura da
informação.
b) Analisar seus respectivos controles remotos, focalizando as suas
limitações, possibilidades e sua relação direta com a interface gráfica da TV
Digital.
3 JUSTIFICATIVA
Hoje a interação passou a ser ponto fundamental em quase tudo que se
determina como objeto de consumo e a televisão não ficou fora desse contexto.
Com o passar dos anos a TV evoluiu e agora entra numa fase onde deve também
oferecer tal interação. A sobrevivência da televisão passa pela necessidade de se
encontrar uma nova abordagem que não permaneça apenas na contemplação
passiva de assistir o conteúdo transmitido, mas também interagir com o mesmo e,
é nesse contexto que a que a TV digital interativa aparece. A interface é o meio
onde oferece ao usuário essa possibilidade de interatividade lendo-se o termo a
13
sua significação máxima. Dessa forma as maneiras de como criar esse
relacionamento passarão pela interface e as tecnologias que embasam tal
desenvolvimento.
No Brasil a presença da TV é algo marcante, fato constatado pelas
pesquisas realizadas pelo IBGE, fato que esse de grande relevância, pois sendo a
TV o eletrodoméstico mais presente no cotidiano da população brasileira é
fundamental que a construção de mecanismos que implementem a relação entre
o antigo telespectador, agora denominado usuário, possibilite uma interação mais
ampliada.
O controle remoto é o objeto que oferece hoje as possibilidades de acesso
do usuário com a TV e pode ser ampliado seu uso para além de somente oferecer
a mudança de canais e verificação de grade de programação, visto que as novas
possibilidades da TV Digital virão a oferecer no quesito usabilidade e
interatividade.
D. Kerckhove é instigante especialmente quando diz que: “Toda a nossa cultura faz a aprendizagem da interação [eu diria da interatividade], isto é, ela aprende a projetar extensões sensoriais no universo da tecnologia externa por diferentes interfaces dentre as quais a primeira é o humilde controle remoto.” (KERCKHOVE, 1993).
Diante disso fica evidente que ao analisarmos a interface para TV Digital
Interativa o controle remoto com certeza é fator determinante nesse processo de
interação juntamente com a interface gráfica do conteúdo televisivo.
4 METODOLOGIA
A pesquisa para a elaboração do presente trabalho foi realizada em duas
etapas:
• Revisão bibliográfica na área de design de multimídia, design de
interfaces, ergodesign e arquitetura da informação, buscando levantar subsídios
para levantamento de dados e análise teórica da relação humano computador.
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• Análise de interfaces da programação de duas grandes provedoras
de TV Digital no Brasil e seus respectivos controles remoto.
Foram analisadas a fotos digitais dessas interfaces e uma análise
comparativa usando o embasamento teórico na área de design de interfaces.
Também foram analisados os respectivos controles remotos das
provedoras e analisado suas respectivas funções desenvolvendo um estudo de
sua relação com as interfaces abordadas.
5 IHC – INTERAÇÃO HUMANO COMPUTADOR
No processo de relacionamento entre humanos x máquinas há um conjunto
enorme de fatores de que determinam essa boa relação. O estudo desse
relacionamento foi denominado IHC. Essa linha de estudo envolve muitos ramos
de pesquisa. Diante disso, temos que os estudos e desenvolvimentos para
sistemas interativos é interdisciplinar e envolve diversas áreas, tais como:
engenharia de software, ciências cognitivas, sociologia, ergonomia, lingüística,
antropologia, arte, entre outras.
Diante das teorias para IHC o três fatores fundamentais a serem levados
em conta são: as pessoas, os computadores e as tarefas a serem realizadas
nessa interação.
O usuário, através de uma linguagem de interface, expressa seus desejos
para que a máquina efetue a partir de uma sintaxe apropriada, esperando a
interpretação, respostas que são fornecidas as execuções solicitadas.
Dessa interação humano-máquina trava-se um diálogo composto das
seguintes etapas:
• Articulação: o usuário consegue mapear sua intenção no conjunto de
estados da linguagem da máquina.
• Comando: a máquina interpreta a intenção do usuário.
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• Apresentação: a máquina responde ao usuário através dos dispositivos
de saída.
Observação: o usuário consegue mapear a saída dentro de sua
linguagem de tarefas.
Figura 1. Elementos da Interação Humano Computador.
Fonte: design de interfaces interativas aula 2 (2010)
Analisando a figura podemos concluir que sob o ponto de vista da
ergonomia de interação, as questões abordadas apresentam problemática no
campo da entrada (ação ou articulação) e saída (observação).
Normam ajuda a esclarecer essa problemática através de seus princípios
de desenho de interação:
• Fornecer um bom modelo conceitual;
o Um bom modelo conceitual permite aos usuários prever os
efeitos das suas ações, o que esperar e como reagir quando as
coisas correm mal. O modelo conceitual fornecido pelos
designers deve resultar numa imagem consistente e coerente do
sistema.
• Tornar as coisas visíveis;
o O usuário não deve ter problemas em perceber o estado do
sistema e as alternativas para ação.
• O Princípio do Mapeamento;
16
o Os usuários devem determinar claramente a relação entre as
ações e os resultados, os controles e os seus efeitos, e entre o
estado do sistema e o que é visível.
• O Princípio do Feedback;
o Os usuários devem receber feedback contínuo e informativo
sobre o resultado das suas ações.
Assim Preece define “IHC é a disciplina que se preocupa com: o design, a avaliação e a implementação de sistemas de computação interativos para o uso humano e com o estudo dos principais fenômenos que os cercam.” [ACM SIGCHI,92, p.6] apud [PREECE,94].
6 TELEVISÃO X TV DIGITAL
6.1 Fundamentação
As principais diferenças existentes entre a televisão e TV digital é
justamente o modo de acesso do ponto de vista da interatividade.
Como toda nova tecnologia a TV digital vem incorporar aos meios de
comunicação novas formas de transmitir, receber e processar informações,
oferecendo a sociedade uma abordagem ainda mais interativa na forma de se
relacionar com o conteúdo áudio-visual e textual.
Na televisão tradicional ou analógica já foi evidenciado que seu caráter
interativo é extremamente limitado, onde a possibilidade de interação limita o
telespectador apenas poder trocar os canais usando um controle remoto.
Contudo, quando analisamos a TV digital vemos que diferenças existem,
mas ainda não mudou as bases do relacionamento humano-máquina. É
fundamental conceituarmos que TV digital é um conjunto de relações entre
elementos e sua estrutura funcional e que devemos deixar claro que não se refere
a um tipo de aparelho em especial, mas sim a um tipo de sinal específico para
transmissão de dados.
17
Ainda hoje, os sinais de progresso no sistema de transmissão digital se
limitam a uma sensível melhora na qualidade de som e imagem, onde
percebemos uma qualidade bem superior. Entretanto, as possibilidades para as
possíveis aplicações interativas oferecem uma larga capacidade tendo apenas a
imaginação como limite.
Sendo assim podemos conceituar a TV digital como resultado da união de
conceitos computacionais com a TV convencional, pois busca unir aos usuários da
TV normal o acesso a novos e interativos serviços a um custo quase nulo.
6.2 TV interativa Utilizando o paradigma atual da TV ao invés de tentar modificá-lo
radicalmente a TV digital interativa estende este paradigma de uma atitude
exclusivamente passiva para uma atitude que inclui a possibilidade de escolha,
ação e diálogo.
Existem três grandes categorias de uso:
– TV Expandida (TVe): expansão do conteúdo televisivo, foco se
mantém no conteúdo do programa;
Figura 2. Exemplos de TV Expandida.
Fonte: TV Sky, 2010 - Guidelines Interface TV Telefônica, 2008
– TV Ativa: independentes do conteúdo televisivo, televisão é
apenas um novo suporte tecnológico;
18
Figura 3. Exemplos de TV Ativa.
Fonte: TV SKY, 2010
– Infra-estrutura: permitem visualizar, organizar e controlar
conteúdo;
Figura 4. Exemplos de Infra-estrutura.
Fonte: TV Sky, 2010 - Guidelines Interface TV Telefônica, 2008
A TV digital oferece opções muito superiores a TV analógica (com
circulação unidirecional da informação, conhecida atualmente) (Srivastava, 2002).
A capacidade de transmissão de dados (datacasting), que possibilita a
interatividade em diferentes níveis, traz potenciais benefícios e facilidades
atualmente disponíveis apenas na internet (WHITAKER, 2001).
Para haver interação entre o telespectador para com a emissora é
necessária à existência de um canal de retorno, que consiste na utilização de
alguma interface disponível no receptor digital que irá transmitir os dados à
emissora (MONTEZ e BECKER, 2005).
Benneton (2003) afirma que o canal de retorno não deve ser homogêneo,
cada usuário irá escolher o que se adapte as suas necessidades.
19
Montez e Becker (2005) citam algumas das tecnologias que provavelmente
poderão ser utilizadas: telefonia celular, telefonia fixa, redes de internet ADSL,
ondas de rádio, ondas de satélite e o PLC (Power Line Communication),
tecnologia que provê acesso pela rede elétrica.
O impacto que existe na distribuição da informação é fundamental para
atingir diferentes níveis da sociedade que não tem disponibilidade ao acesso a
informação devido a recursos e aparelhos que estão fora de seu contexto
financeiro.
Dessa forma essa nova tecnologia oferece possibilidade de interação com
a programação sem a necessidade de novos aparelhos ou mídias adjuntas, tais
qual o telefone ou a internet. Esse potencial oferecido se estabelece através de
um canal de interatividade e a televisão passa a ter uma nova abordagem,
transformando o telespectador em usuário, possibilitando que a TV seja encarada
como uma ferramenta para a solução as necessidades cotidianas que vão além
do entretenimento apenas (BECKER e MONTEZ, 2004).
6.3 Concepção dos serviços e aplicações interativas
Visto que uma das principais possibilidades da televisão é sua capacidade
interativa é fato que o conteúdo a ser distribuído através do sinal digital deve
passar por transformações, seja na qualidade de áudio e vídeo que já é
evidenciada pelas transmissões atuais, sejam os novos serviços e o conteúdo
informativo oferecido que deverá passar por diversas adaptações graças às
inúmeras revoluções e possibilidades que o novo meio digital da TV oferece.
Diante disso é fundamental uma análise aprofundada sobre o que produzir
para a TV digital interativa, afinal ainda não se sabe qual rumo tomar nem mesmo
que formato de programação desenvolver. Partindo da premissa que o estudo
prévio do target, ou seja, o usuário, torna-se o ponto de partida para formatar e
clarear as iniciativas a serem tomadas pelas emissoras no desenvolvimento dos
serviços e das aplicações interativas dentro da grade de programação.
20
Tendo por base as pesquisas que atualmente são desenvolvidas para
determinar o target onde são levados em conta faixa etária, poder aquisitivo e
formação intelectual e cultural, fica evidente que existem públicos-alvo bem
definidos e diversificados, tendo em conta a grandeza territorial, bem como a
extensa diversidade sócio-cultural brasileira. Dessa forma esses dados poderão e
deverão ser levados em consideração quando pensarmos em serviços e
aplicações para TV digital interativa no Brasil.
O desenvolvedor tanto da parte de set top boxes e middlewares e
designers e arquitetos da informação deverão se inteirar dessas particularidades.
O Sistema Brasileiro de TV Digital – SBTVD aponta que o país deverá ter uma
série de modelos de set top boxes que podem variar até na suas capacidades de
interatividade, onde alguns poderão até não conter essa opção. Assim, os
desenvolvedores deverão levar em consideração toda essa diversidade.
Dessa forma apresentamos agora algumas características fundamentais
no processo de desenvolvimento de serviços e aplicações para a TV digital
interativa:
1. Realidade brasileira – o desenvolvedor deve estar atento para o fato
que existem set top boxes com diferentes especificações e ainda a televisão pelo
sinal analógico é visualizada por um grande número de pessoas.
2. Usabilidade – visto que no Brasil apresenta boa parte de sua sociedade
com um baixo índice de alfabetização e que o acesso a computadores pessoais e
a internet é baixíssimo ter uma interface simples e intuitiva, usando a linguagem
atual da televisão, conhecida e compreendida por todos é fator fundamental.
3. Facilidade de assimilação – nas aplicações para TV Digital, o usuário
deve ter uma apreensão facilitada e uma compreensão quase imediata para que a
confusão não se estabeleça, como por exemplo, confundir um GC ou qualquer
outro recurso audiovisual. Quando a mesma for sinalizada ou aparecer na tela de
forma automática ou não, o usuário deve perceber de que se trata de uma
aplicação interativa e que ele tem a liberdade de interagir ou não.
21
4. Público alvo específico – assistir televisão é uma experiência coletiva;
interagir com a televisão é uma experiência individual. Apenas uma pessoa tem o
controle remoto na mão. Além disso, nem todo mundo que assiste à televisão
naquele momento está disposto a interagir.
5. Compreensão do público alvo – além de identificar o público alvo do
serviço ou da aplicação, é extremamente importante entender o que esse público
espera de uma aplicação interativa, e caso não espere nada ou desconheça essa
nova funcionalidade, o que o atraia à interatividade.
6. Informação com valor agregado – a aplicação interativa deve trazer
uma experiência a mais para o usuário, não possível com o simples uso do áudio
e do vídeo.
7. Relevância e pertinência – o conteúdo da aplicação deve estar
condizente com o serviço todo, acrescentando informações a este, sem destoar
do tema central apresentado pelo audiovisual.
8. Curiosidade do usuário – o usuário da televisão digital deve se sentir
incentivado a interagir, tendo certeza de que será uma experiência agradável sob
todos os aspectos. Para isso, um dos recursos muito usados é o despertar da
curiosidade no telespectador, agora usuário, que dessa forma se sente
incentivado a participar.
9. Foco no mercado – a televisão analógica brasileira é custeada pela
publicidade. Nada indica que a digital seja diferente. Portanto, a aplicação deve
ser interessante o suficiente para atrair anúncios para ela própria ou para o
serviço no qual está embutida.
10. Ineditismo – a aplicação ou o serviço não precisam totalmente
inéditos, uma vez que atingir esse grau de qualidade em todas as aplicações é
extremamente difícil. Em todo caso, deve tender para tal, pelo menos em cada
22
situação em que a aplicação ou o serviço forem transmitidos, até atingir uma
receita de sucesso e manter o programa no ar por mais tempo.
6.4 Arquitetura de set top boxes e middlewares
Quando o assunto é TV Digital é fundamental tratar de seu pilar principal, a
interatividade. Para falarmos sobre isso entender o que é datacasting torna-se
fundamental, pois é capacidade de se transmitir dados digitais que não sejam
fluxos de áudio e vídeo na mesma faixa de freqüência de 6 MHz.
Através do set up boxes e suas aplicações residentes os dados
transmitidos ou mesmo as próprias aplicações servem como base para
interatividade das informações difundidas. Um set up box é como um
microcomputador, tem limitações de processamento e armazenamento, mas
possui configurações e componentes de hardware específicos para um ambiente
de televisão digital, como sintonizador, demodulador, demultiplexador,
decodificadores de mídia, entre outros. A Figura 3 ilustra a arquitetura básica de
um set top box sem canal de retorno (ETSI ES 201 812, 2003).
Figura 5. Arquitetura básica de um set top Box
Fonte: (BECKER et al., 2006)
Como haveria de se esperar a concorrência entre os fabricantes de
televisão e receptores digitais ou set top boxes não são exatamente iguais, esse
sério problema acabaria por entravar todo o processo de desenvolvimento de
aplicações interativas, por parte dos desenvolvedores, que teriam de implementar
23
diversas versões da mesma aplicação para cada tipo de set up box o que tornaria
inviável o processo.
Para solucionar esse problema os sistemas de TV digital interativa adotam
uma camada que faz o approach com o set up box escondendo complexidades e
peculiaridades do hardware.
Essa camada de intercâmbio com as aplicações e o hardware chama-se
middleware. Com o uso do middleware a facilidade para a portabilidade das
aplicações tornou-se viável, permitindo que sejam transportadas para qualquer
receptor digital (ou set top box) onde o middleware seja suportado.
Figura 6. Middleware como uma plataforma de programação de aplicações.
Fonte: (BECKER et al., 2006)
Na figura 5 vemos o middleware sendo representado como um bloco, mas
deve ser entendido como um conjunto de softwares. Na verdade esses softwares
formam o que chamamos de API ( Aplication Program Interface – Interface de
Programação de Aplicações) padronizadas e, juntos, se constituem em uma
plataforma de programação para aplicações interativas.
“Ginga é o middleware de especificação aberta adotado pelo Sistema Brasileiro
de TV Digital Terrestre (SBTVD) e que será instalado em conversores (set-top
boxes) e em televisores. Ele tem duas funções principais: uma é tornar as
24
aplicações independentes do sistema operacional da plataforma de hardware
utilizados. A outra é oferecer um melhor suporte ao desenvolvimento de
aplicações. Ou seja, o Ginga será o responsável por dar suporte à
interatividade.“ (SITE OFICIAL DA TV DIGITAL BRASILEIRA, 2010).
6.5 Desenvolvimento de aplicação para TV digital Devido a grande variedade de arquiteturas para middlewares e por ainda não
existirem padrões estabelecidos para a TV digital faz com que a cada
desenvolvimento de aplicações novas formas sejam desenvolvidas.
Contudo, para esse trabalho adotaremos as bases tecnológicas: Java e
MPEG e é nelas que estamos focando as análises. Outro ponto a ser levado em
consideração é que não vamos entrar no desenvolvimento propriamente dito, ou
seja, não abordaremos as questões e sintaxes de programação.
Utilizando Java ou HTML, porém a segunda é opcional e não suportado por
alguns set top boxes, as aplicações para TV digital são desenvolvidas visando o
uso de um conjunto de APIs diferentes com modificações ou APIs exclusivas para
o uso na TV digital.
Analisando o contexto de aplicação de na arquitetura do software sob o
ponto de vista da TV digital vamos destacar três elementos a participarem
ativamente do processo de execução da aplicação, são eles o gerenciamento da
aplicação, ou seja, todo sistema deve prover e capacitar tal gerenciador para
poder detectar e prover novas instanciações emitidas pelas ações do usuário.
Dessa situação, habilitar um contexto é fundamental, pois é outro elemento de
arquitetura importante, e o terceiro elemento da arquitetura é a própria aplicação
em si mesma.
Assim o Xlets e XletContext formam estruturas e conceito básico de
aplicação em todos os sistemas baseados no JavaTV. As Xlets implementam a
interface Xlet que provê um ciclo de vida para a aplicação através da
25
implementação de seus métodos e o contexto implementa a interface XletContext
que faz parte do pacote Xlet, e de uma maneira geral serve para isolar a
aplicação do resto da máquina virtual segundo nos orienta BECKER et al., 2006.
6.6 Limitações e diferenças webTV e TV digital
É freqüente a confusão entre televisão interativa e web na televisão.
Televisão interativa não é web na televisão. São duas formas muito diferente de
comunicação. Web na televisão consiste na apresentação de páginas em HTML,
desenvolvidas exclusivamente para o ambiente em computador, só que
apresentadas no ecrã televisivo. Televisão interativa é uma experiência
inteiramente televisiva cujas interfaces foram cuidadosamente concebidas para o
ambiente televisivo. Simplificando, temos que ambientes televisivos seguem
regras diferentes das dos computadores, as áreas de informação e os processos
de navegação são iguais. É muito complicado interagir com um site (concebido
para navegação na internet e o uso do mouse) usando o controle remoto e ou
teclado do set up box.
Não há dúvidas que a TV Digital interativa é uma nova abordagem para a
TV e sem dúvida está cada vez mais se consolidando. O sinal digital já é
acessado por um número cada vez maior de telespectadores que vem adquirindo
aparelhos com suporte a tal tecnologia conforme os custos para o acesso vão
diminuindo.
As transmissoras de TV estão cada vez mais produzindo programas
totalmente em formatos High Quality e se aproveitando da transmissão digital
para distribuir em alta fidelidade de som e imagem.
Devido a excelente infra-estrutura que a TV já adquiriu no Brasil, bem
como qualidade de produção, distribuição e assimilação por parte do grande
público e com o crescente investimento na produção de programas com um perfil
interativo é fato que o produto TV tanto na sua forma do aparelho bem como a
informação televisiva tem um enorme potencial. Afinal assistir a TV já faz parte da
26
tradição brasileira e, quando, esse público tiver acesso a conteúdos interativos
mais ainda a diversão aumentará.
Se analisarmos o fato de que o conteúdo televisivo tem um caráter áudio-
visual e que a produto de som e imagem ganhou uma enorme vantagem com a
transmissão digital HD, e que a web por mais que ofereça semelhante
oportunidade tem a desvantagem de que todo conteúdo deve ser “baixado”, ou
seja, feito um download para assistir. Fato consumado é que todo conteúdo de
caráter vídeo na web tem um peso de kilobites (Kb) enorme o que afeta o
desempenho da visualização, seja por causar as pausas em meio ao programa ou
a demora no download do arquivo, visto que o acesso a internet no Brasil ainda é
extremamente precário quando tratamos em sua dimensão continental.
Já a TV não oferece esse tipo de problema, pois o conteúdo mesmo em
HD não sofreu problema no seu desempenho, ao contrário houve um ganho
substancial de qualidade e uma diminuição na perda ou falhas no sinal,
acarretando uma imagem e um som ainda melhores sem problemas com
conexões ou peso de arquivos.
7 DESENVOLVIMENTO
7.1 A interface na TV digital interativa A interface é o mecanismo pelo qual o usuário entra em contato com um
produto. É através dela que o acesso à informação é facilitado ou dificultado
dependendo é claro de como ela foi construída, quais as tecnologias utilizadas,
qual a disponibilidade de tais tecnologias e sua aplicabilidade e quais os
conceitos de interação e usabilidade envolvidos.
“Em seu sentido mais simples, a palavra (interface) se refere a softwares que dão
forma à interação entre usuário e computador. A interface atua como uma espécie de
tradutor, mediando entre as duas partes, tornando uma sensível a outra. (...) Para
que a mágica da revolução digital ocorra, um computador deve também representar-
se a si mesmo ao usuário, numa linguagem que este compreenda.” (JOHNSON,
2001, p. 17)
27
O ponto fundamental dentro da interface é o conceito de usabilidade, pois
se refere à capacidade de um produto de ser compreendido, aprendido, utilizado
e ser atrativo para o utilizador, em condições específicas de utilização
(POKORNY e SMITH, 1986).
Outro importante aspecto, dentro da relação interface x usabilidade x
interação x indivíduo temos o controle remoto. Não é possível falar sobre
usabilidade da TV Digital sem explanar um pouco sobre um importante
equipamento usado no sistema: o controle remoto. O modo de interação do
usuário com o sistema de TV Digital é feito através do controle remoto, que possui
algumas restrições se comparados com os dispositivos de entrada de um
computador. Ele pode ser dividido em três principais blocos de teclas, que são:
• Numéricos: são teclas de 0 a 9 para acesso dos canais ou acesso rápido
de alguma opção com 10 alternativas, caso exista mais alternativas é
necessário mostrar ao usuário o que está sendo escolhido e ter a opção de
voltar atrás caso seja digitado incorretamente;
• Atalhos: são quatro teclas de acesso rápido que possuem as cores:
vermelho, azul, amarelo e verde;
• Direcionais: são setas que apontam para: esquerda, direita, para cima e
para baixo, e são utilizadas para a navegação das telas. A navegação de
um sistema de televisão é feita através da seleção de objetos.
Estatisticamente, no Brasil, a TV foi e ainda é o eletro-eletrônico que se
apresenta na maioria das residências brasileiras. Sendo por esse mecanismo a
fonte de maior absorção de informações e entretenimento brasileiros.
Diante disso o governo brasileiro implantou premissas para a criação e
desenvolvimento de um padrão digital brasileiro, e para que essa inclusão se
estabeleça sem grandes complicações sob o ponto de vista do uso pelos
telespectadores, tendo por bases os usuários de menor renda e com um contado
28
nulo ou quase nulo com o computador. Dessa forma o Comitê das Atividades de
Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia –TV Digital Interativa [CAPDA, 2004],
assevera que três importantes aspectos devem ser levados em consideração ao
se desenvolver conteúdo para TV digital brasileira:
• O valor agregado – conteúdos com qualidade e que o telespectador
realmente sinta a diferença entre a TV digital e a analógica em
relação ao conteúdo oferecido;
• O baixo custo de aquisição e manutenção – direcionado as
empresas fabricantes de equipamentos, pois para manter a atual
configuração de acesso a televisão precisa ter um baixo custo para
famílias
• Classes de menor poder aquisitivo consigam adquirir esses
equipamentos;
• A fácil utilização: levar em consideração o público alvo que é em sua
maioria de baixo nível;
Também é fato que a TV antes da implantação da digitalização oferece um
controle passivo, pois o telespectador pode somente alterar os canais nunca
podendo interagir com o conteúdo daquilo que está sendo assistido.
Dessa forma as intervenções que o telespectador poderia exercer sobre a
interface do conteúdo das transmissões televisivas limitavam-se apenas a escolha
de canais, bem como grades de programação. Com a modernização e
digitalização da TV as possibilidades e maneiras de acesso a esse conteúdo
sofreram mudanças drásticas.
Diante disso, fica inviável e até certo ponto obsoleta a atual interface que o
controle remoto apresenta. Fica evidente que uma remodelagem em sua forma
bem como no incremento de novas funções, tal como, um teclado acoplado
para facilitar a digitação de caracteres para entrada de dados em campos
input, tais como, usuário e senha, cadastros de lojas virtuais, chats etc.
7.2 Usabilidade
29
Quando a interação humano-máquina ocorre à ergonomia dá lugar à
usabilidade. Diante desse relevante aspecto é que a análise da usabilidade para
TV digital interativa se faz fundamental.
A International Organization for Standardization define usabilidade como a
medida pela qual um produto pode ser usado por usuários específicos para
alcançar objetivos específicos com efetividade, eficiência e satisfação em um
contexto de uso específico (ISO 9241-11).
Quando na TV analógica a postura do usuário é contemplativa, onde
somente existe possibilidade de escolher entre um canal e outro, não podendo
interferir no conteúdo ou mesmo acessar conteúdo que já foram exibidos. Na TV
digital esse processo se torna muito mais dinâmico oferecendo ao telespectador
agora denominado usuário a opção da interatividade, onde o conteúdo passa a ser
controlado com muito mais possibilidades de escolha bem como de influência na
determinação do mesmo.
No que se refere à tecnologia, a TV interativa é vista como a combinação
da TV digital com a tecnologia de interatividade, por meio de telefone, cabo,
satélite ou mesmo sem canal de retorno (interatividade local), viabilizada por
softwares instalados no terminal de acesso.
A interatividade permite ao usuário solicitar e receber informações em
tempo real, independente do programa que está sendo visto. Ela pode ser interna
ou local, quando o usuário interage com informações no próprio terminal de
acesso. Ou externa, quando ela é feita via um canal de interatividade direto com a
transmissora do sinal ou com um provedor de serviços.
Diante dessa nova abordagem que a TV digital oferece fatores
determinantes na usabilidade deverão ser levados em consideração, tais como:
tamanho da fonte, cores, menus de acesso, títulos de seções etc. Outro
importante ponto a ser levado em consideração quando o problema é usabilidade
é a questão do caráter coletivo da TV, bem como a distância na qual é utilizada.
Dessa forma podemos nos guiar pela figura2 que representa um modelo de
30
abordagem equilibrada. Chamaremos de tripé da Arquitetura da informação, uma
proposição de livre adaptação das idéias de Rosenfeld e Morville.
Figura 7. Tripé da Arquitetura da Informação e que forma a base de apoio da usabilidade.
Fonte: Agner, 2009
Como foi citado a cima, o tamanho das letras é fator importantíssimo no
conceito da interface, bem como no quesito da usabilidade. Textos longos,
portanto, não são muito viáveis. Alguns estudos em usabilidade e a análise feita
sobre as amostras coletadas (Interface da TV Digital Telefônica) mostram que
fontes com tamanho 18 pontos ou superior tornam-se as melhores opções para
uma legibilidade facilitada.
7.3 Análise de interfaces
Através da análise e seu processo de ordenar os dados e de decompor o
todo em estruturas adjacentes para organizar as unidades e facilitar a solução do
problema.
Para descrever o perfil das interfaces estudadas foram escolhidas duas
amostras – Interface da TV Digital Sky, Interface da TV Digital Telefônica. As
informações pertinentes foram transcritas e os modelos anexados para análise e
exemplificação dos dados colhidos.
31
O controle remoto escolhido foram também os das mesmas empresas das
interfaces para que se pudesse fazer um comparativo bem como uma análise das
informações e cruzamento de dados.
7.3.1 Aspectos gráficos
Apesar de existirem dois universos de interfaces a serem estudadas:
1. as interfaces das operadoras de TV por assinatura;
2. as interfaces dos canais TV;
Esse fato não influi no contexto desse estudo, pois ambos estão
oferecendo conteúdo e acesso no mesmo meio TV. O que acontece e é muito
comum e cada empresa procurar seus próprios elementos gráficos para
comporem suas respectivas identidades corporativas e de produto.
No contexto serão analisadas as interfaces tanto das operadoras de TV por
assinatura, bem como alguns canais que oferecem recurso interativo para a TV.
Contudo, todos passarão pelos mesmos critérios de análise. Isto posto, é
fundamental ficar claro, pois os próprios controles remotos oferecem teclas
especiais para o acesso a tais conteúdos interativos de cada canal que oferece o
recurso.
Para fundamentarmos a análise é importante visualizarmos que algumas
recomendações são específicas para cada plataforma, conforme detalhado na
Tabela 1 (W3C, 2008) (BBC, 2005) (SBTVD, 2008) o que permitirá entendermos
com maior facilidade as questões analisadas.
Plataforma Web Televisão
Cor da Fonte Cores escuras Cores claras
Cor de Fundo Cores claras Cores escuras
Fontes Recomendadas
Times New Roman, Georgia (com serifa); Arial, Helvetica, Verdana (sem serifa)
Fontes não serifadas, como Gill Sans, Tiresias, Arial e Frutiger
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Tamanho de Fonte
(Sem recomendações específicas) 12pt é apropriado para leitura de tela
Título: 36 pt Menus: 20 pt Texto: 22 pt Botões: 18 pt
Imagens
(Sem recomendações específicas) Suporta vários formatos: PNG, JPEG, GIF, etc.
Formatos PNG, JPEG e H.264/MPEG-4 AVC quadros-I” são mandatórios para todos os receptores.
Vídeo H.264/AAC H.264/AVC
Áudio Suporta vários formatos Obrigatório AAC-LC, opcional AAC LC/BC, MP3 e PCM
Tabela 1 – Recomendações para cada plataforma
A partir da tabela é possível observar que, em praticamente todos os
critérios, as recomendações são diferentes para cada uma das plataformas, o que
efetivamente exige um trabalho de adaptação das interfaces de um dispositivo
para outro.
Vejamos abaixo um exemplo de interfaces gráficas atualmente usadas
pelas TV digitais:
Figura 8. Exemplo de interfaces Sky e Telefonica.
Fonte:TV Sky 2010 - Guidelines Interface TV Telefônica, 2008
As interfaces permitem um acesso bem extenso de recursos e informações
que vão desde curiosidades, dados sobre a programação, notícias, games, e
compra de programação pay per view.
O fundo das telas segue as recomendações, usando cores escuras e
fontes claras. Mediante uma análise tipográfica das aplicações veiculadas pela
33
SKY e Telefonica, é possível perceber que seus elementos textuais fazem uso de
tipos que muito se assemelham, Frutiger e Sans Correspondence,
respectivamente. Já a emissora britânica sugere o uso dos tipos Gill Sans, de Eric
Gill (Gill 2005), e Tiresias, projetada pelo núcleo de pesquisas liderado pelo Dr.
John Gill, do Royal National Institute for the Blind. É importante ressaltar que a
fonte Tiresias foi projetada pelo Royal National Institute for the Blind para que
tivesse caracteres facilmente distinguíveis uns dos outros. Segundo o instituto
britânico, “o projeto foi realizado com atenção específica às pessoas com
deficiências visuais, com a filosofia de que um bom projeto para deficientes
visuais é um bom projeto para todos” (TIRÉSIAS, 2005).
A BBC traz sete abordagens interessantes e de grande relevância a
respeito da legibilidade em monitores de televisão que se encontra em seu
styleguide (BBCi 2005). Segundo a emissora britânica:
• O corpo dos textos, na maioria dos casos, não deve usar tipos menores
que 24 pontos;
• Nenhum texto, em qualquer circunstância, deve ter tipos menores que 18
pontos;
• Textos claros em fundos escuros são ligeiramente mais legíveis na tela;
• Textos na tela necessitam de entrelinhas maiores que textos impressos;
• Quanto tecnicamente possível, o espaço entre os caracteres deve ser
aumentado em 30%;
• Uma tela completa de textos deve conter o máximo de 90 palavras
aproximadamente;
• Os textos devem ser divididos em pequenos blocos para que possam ser
lidos instantaneamente;
Fazendo uma análise da programação da TV SKY, TV Telefônica Digital e
canais de TV veiculados no Brasil, temos a percepção que várias sugestões da
BBC não estão sendo seguidas no Brasil, como se pode observar no quadro a
seguir:
34
Figura 9. Interfaces de aplicações veiculadas pela SK Digital Brasil e TV Telefonica Digital Brasil.
Fonte:TV Sky 2010 - Guidelines Interface TV Telefônica, 2008
Segundo as sugestões da BBCi, as regras menos seguidas são as
relacionadas ao tamanho das fontes, pois são bem inferiores ao modelo sugerido
pela emissora britânica.
Como um todo, as fontes estão 15% menores que o indicado, onde textos
e títulos estão sendo apresentados fora da sugestão. Contudo, o mais grave pode
se perceber com os botões sair, retornar, confirmar e ajuda que estão muito
abaixo do sugerido sendo representados com fontes 16 pontos, chegando a
alguns casos a 12 pontos e raramente atingiam os 18 pontos - tamanho mínimo
descrito pela BBCi.
Além disto, um espectador assiste TV sentado a uma distância bem maior
(7 a 8 vezes a altura da tela) do que aquela verificada por um usuário de
computador (50 a 75 cm). Estes dois fatores combinados fazem com que a
imagem percebida na retina do espectador de TV seja bem menor do que a
percebida por um usuário de computador.
35
Também é possível perceber que uma regra é desconsiderada no Brasil
pela SKY é a utilização de textos claros em fundos escuros, pois em muitas das
interfaces analisadas estes são apresentados de forma justamente oposta.
Contudo, a TV Telefonica parece não quebrar essa regra nos casos analisados.
A tabela abaixo representa a análise através dos cruzamentos de dados
entre as duas interfaces estudas e os princípios levantados por
Chorianopoulos(2006) e apresentados no 4th European Conference on Interactive
Television em Atenas, conforme nos informa Piccolo e Barabauskas estas
abordagens foram baseadas em estudos sobre a mídia TV e análises etnográficas
com o intuito de propor e testar alguns princípios de design de interface, descritos
na tabela 2 e que vão além dos guias de estilos.
Legenda: (A=atende; N=não atende; P=atende em parte; X=não se aplica).
Princípio Descrição TV Telefonica Digital TV SKY
1. Interação oportunista
A interatividade não deve ser imposta ao usuário, mas deve ser convidativa e permitir ao usuário seu uso mais intenso sob demanda.
A A
2. Navegação e Seleção de conteúdo
A busca por conteúdo não deve ser tratada como uma busca por informação, mas como uma atividade de exploração descontraída.
A A
3. Agendamento de entrega de conteúdo
A interface de uma aplicação de agendamento de conteúdo deve sugerir ao usuário explorar novas origens de conteúdos (Internet).
N N
4. Visão de grupoA TV deve ser vista como uma mídia coletiva e as aplicações devem possibilitar a interação entre os grupos.
P P
5. Múltiplos níveis de atenção
Assistir à TV não é uma tarefa que demanda concentração. As aplicações não podem exigir que o usuário esteja focado naquela atividade enquanto participa de uma interação.
A A
6. Gramática e estética de TV
Elementos gráficos de PC devem ser evitados e elementos de TV como animações e efeitos dinâmicos devem ser preservados.
A A
7. Conteúdo com Nesse novo paradigma, o usuário também N N
36
contribuição do usuário
pode ser visto como um produtor de conteúdo e deverá poder realizar comentários, compartilhar e editar conteúdos.
8. Comunicação de conteúdo enriquecido
O usuário gosta de compartilhar com outros a experiência de um conteúdo assistido. Assim, aplicações devem permitir a comunicação entre grupos de usuários.
N N
Tabela 2. Princípios de design de interface e cruzamento de dados entre TV SKY e TV Telefonica. Fonte: Chorianopoulos, (2006) in PICCOLO; BARANAUSKAS, 2006
7.4 Análise dos dispositivos de interação
Figura 10. Controle remoto Sky e Telefonica.
Fonte: Manual do Usuário TV Sky e Manual do Usuário Telefônica TV Digital
FUNÇÕES SKY FUNÇÕES TELEFONICA
1. Tecla TV: Ativa o controle remoto a operar sua TV (config. prévia).
1. Liga/Desliga: Para ligar e desligar o decodificador.
2. Tecla Sky Digital:�Tecla para operar o receptor.
2. Mute Tecla que tira o áudio da imagem. Para tê-lo de volta, basta pressionar a tecla novamente.
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3. Tecla Liga/Desliga: Liga e desliga o receptor. 3. Menu: Abre a tela do menu principal, em que você visualiza as facilidades de sua TV Digital.
4. Tecla Canal do Cliente: Acessa toda programação organizada por assunto.
4. OPC: Essa tecla informa as opções de legenda e idioma, se disponíveis.
5. Tecla Guia de Programação: Relação completa dos canais com horários. 5. Sair: Retorna à tela anterior.
6. Tecla Interatividade: Acessa os recursos interativos nos programas que estiver disponível.
6. Info: Exibe detalhes da programação a que se está assistindo.
7. Tecla Menu: Atalho até o menu sem deixar de assistir a programação.
7. Guia: Tecla utilizada para selecionar o guia eletrônico de programação.
8. Tecla Mute: Ativar e desativar o som. 8. Música: Para escolher entre recepção de canais de TV e estações de rádio.
9. Tecla Seletora de Canais: Mudança de canais para cima ou para abaixo. 9. PPV: Recurso indisponível no momento.
10. Tecla Volume + e -: Aumentar e diminuir volume. 10. Último: retorna ao último canal assistido.
11. Tecla Confirma: Ok para qualquer canal ou função.
11. Teclado numérico: Para inserir informações numéricas ou digitar o número de um canal.
12. Tecla de Navegação: Comandos para se movimentar na sky. 12. C: Teclas para troca de canais.
13. Tecla Retorna: Volta para último canal ou tela visualizada. 13. V: Teclas para aumentar e diminuir o volume.
14. Tecla +: Seleciona sinopse do programa selecionado pelo Guia de Programação ou pela Tarja de Informações.
14. : Rola página acima e abaixo quando estiver no Guia de Programação.
15. Tecla Coloridas: Teclas de Atalho em aplicações iTV.
15. : Para deslocar o cursor à esquerda, à direita, para baixo ou para cima.
16. Tecla ?: Aciona Tarja de Informações no Guia de Programação auxilia a navegação. E no mosaico iTV informa como usar vários recursos.
16. OK: Para confirmar um item no menu.
17. Teclas Alfanuméricas: �Direto aos canais usando os números.
17. FAV+ (Tecla Vermelha): Acessa seus canais favoritos.
18. Canal Sky: Indisponível no momento. 18. Portal (Tecla Verde): Acesso ao Portal, quando disponível.
19. Ajuda (Tecla Amarela): Tira suas dúvidas quanto ao menu principal, quando disponível o recurso na tela.
20. OK (Tecla Azul): Confirma e retorna à tela anterior.
Tabela 3. Comparação controles remoto TV Sky e TV Telefonica Digital. Fonte: Manual do Usuário TV Sky e Manual do Usuário Telefônica TV Digital
Como podemos perceber os controles remotos usam teclas diferentes para
opções iguais, em momentos diferentes, o que seria inadequado. Um dos
preceitos básicos da usabilidade é a repetição e uso sistematizado dos mesmos
comandos para as mesmas ações como é possível perceber nas opções 7 e 11,
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14 e 15 do controle remoto sky. Para o controle remoto da telefonica vemos o
mesmo problema, existindo um número grande de opções para exercer a mesma
função, podemos ver isso nos itens 16 e 20.
Nielsen (1993) associa o conceito de usabilidade a cinco atributos que
podem ser medidos:
• Facilidade de aprendizado;
• Eficiência de uso;
• Facilidade de memorização;
• Baixa taxa de erros e
• Satisfação subjetiva.
Número grande teclas, bem como teclas diferentes fazendo as mesmas
operações em telas diferentes acaba gerando uma enorme quantidade de
informação a ser assimilada, o que prejudica em muita a usabilidade se levarmos
em conta os atributos de Nielsen citados acima.
6 CONCLUSÃO Produzir conteúdos digitais interativos para a TV é uma necessidade que
se amplia dia a dia, tornando-se de extrema importância à utilização de diretrizes
específicas para plataforma e para o design das interfaces, direcionadas à
padronização de certos elementos visuais e de interação.
A principal contribuição deste trabalho foi o desenvolvimento dos estudos
sobre padrões e estilos que poderá contribuir para o design de interfaces mais
amigáveis ajudando a compreender melhor qual é a relação entre a interface da
TV interativa com a televisão atual, bem como suas relações com o controle
remoto, sendo este o dispositivo de acesso aos elementos de interface e seus
conteúdos.
Este estudo reforça a necessidade de conscientização, por parte dos
produtores de conteúdo, da importância de criar interfaces com critérios que se
39
inter-relacionem, visando facilitar o acesso ao maior número de usuários. Com tal
interface implementada, outros benefícios surgem, como a facilidade de
manutenção, otimização de armazenamento e a facilidade de acesso do conteúdo
em si.
Sendo assim os desafios para a produção em TVi seria o desenvolvimento
de uma consistência interna (do sistema e interfaces) e externa (entre sistemas
set up boxes e middlewares) proporcionando assim uma melhora no acesso, na
produção e na performance das aplicações desenvolvidas para a TV digital
interativa. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MONTEZ, Carlos; BECKER, Valdecir. TV Digital Interativa: conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2005. 2ª edição. AGNER, Luiz. Ergodesign e arquitetura de informação: Trabalhando como usuário. Rio de Janeiro, 2009. Barbosa, Maria Lúcia Kroeff; Roesler, Valter; Reategui, Eliseo. Uma proposta de modelo de interface interoperável para web, TV digital e dispositivos móveis. Disponível em: http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2009/artigos/9d_maria.pdf. Acesso em agosto de 2010. BECKER, Valdecir; VARGAS, Rafael; GUNTER FILHO,; MONTEZ, C. B. Júri Virtual I2TV: Uma Aplicação para TV Digital Interativa baseada em JavaTV e HyperProp. In: WEBMÍDIA 2004, Ribeirão Preto. 2004. BECKER, Valdecir; PICCIONI, Carlos Alexandre; MONTEZ, Carlos; HERWEG FILHO, Gunter H. Datacasting e Desenvolvimento de Serviços e Aplicações para TV Digital Interativa. In: TEIXEIRA, Cesar Augusto Camilo; BARRÉRE, Eduardo; ABRÃO, Iran Calixto. (Org.). Web e Multimídia: Desafios e Soluções. Poços de Caldas, 2005, v. 01, p. 01-30. BECKER, Valdecir; MONTEZ, Carlos. TV Digital Interativa: conceitos e tecnologias. In: Minicursos Webmidia 2004. Ribeirão Preto, 2004. BENNETON, Ricardo. TV Digital no Brasil In: III SIMPÓSIO CATARINENSE DE PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS. Florianópolis, 2003. Anais Florianópolis: 2003.
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