cinturao negro revista portugues 316 julho 2016

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 316 - Julho. Ano XXV

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Todos los DVD’s producidos por BudoInternational se realizan en soporte DVD-5, formatoMPEG-2 multiplexado (nunca VCD, DivX, osimilares), y la impresión de las carátulas sigue lasmás estrictas exigencias de calidad (tipo de papel eimpresión). Asimismo ninguno de nuestrosproductos es comercializado a través de portales desubastas online. Si este DVD no cumple estosrequisitos, y/o la carátula y la serigrafía nocoinciden con la que aquí mostramos, se trata deuna copia pirata.

REF.: • DVD/KYUSHO 24REF.: • DVD/KYUSHO 24

Las Filipinas poseen una larga historia en combates avida o muerte. Desde la antigüedad hasta los tiemposmodernos, las artes de lucha del archipiélago filipinohan demostrado una y otra vez ser formas eficientes,eficaces y extremadamente letales en combate. Unainfinidad de sistemas de artes marciales filipinas se

extienden a través de los miles de islas enesta región. Muchas son artes

“familiares” y ningún "extraño" llegueprobablemente a aprenderlas, peroafortunadamente, otras muchastambién se han puesto adisposición del resto delmundo. Desde la perspectivade Kyusho, el estudiocomienza con el aprendizajede la reanimación yrestauración, pero luegodesarrolla una focalizaciónde objetivos móviles con elbrazo como fundamentoMarcial. Al diseccionar unataque, aparte de laspatadas, todos los demásataques comienzan con losbrazos, y el reto es que los

brazos son las partes másrápidas del cuerpo, con el mayor

rango de movimiento y capacidad deataque direccional. Por tanto, esta es

una sección muy difícil del entrenamientoque debería integrarse en cada sesión, con

numerosas variaciones. Hay otras formas de facilitareste nivel y una reside en la habilidad del “ArmTrapping”, o captura de brazo. Un trabajo decolaboración del Maestro de Kali Raffi Derderian y elMaestro Evan Pantazi.

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própria essência do povo Shizen (os Naturais)tem como fundamento a sua filosofia, o Huzue o E-Bunto, (literalmente “a grande força queé comum a tudo”) um conglomerado deconhecimentos e tradições acerca docomportamento e a natureza das energias do

Universo e suas interacções.Entretanto, o seu aspecto mais conhecido são os seus

conhecimentos guerreiros, o Bugei, brilhantementecompartilhados nesta revista desde faz bastantes anos,por Shidoshi Jordan Augusto, na sua coluna mensal,(assim como em muitos outros meios audiovisuais eescritos).Do E-Bunto pouco ou nada se tem escrito, com

excepção de algum livro de de mim próprio e claro está,os poucos que Shidoshi Jordan publicou faz anos, noBrasil. Esta sabedoria, de uma maneira absolutamente inaudita,

se conservou em segredo desde a época em que o povoShizen se amalgamou como uma cultura resistenteperante o avance dos invasores Yamato, lá pelos SéculosXV ou XVI, nas Ilhas das quais eles eram os habitantesoriginais. Passado de mestre a alunos, os Miryoku, (assim

conhecidos no idioma dos Shizen, o Shizengo), eramsábios xamãs, conselheiros e médicos que tratavam dobem estar espiritual e material do povo. Não havendotextos, os estudantes se preparavam durante vários anos,convivendo com seu Mestre, aprendendo as artes eciências do visível e do invisível.Hoje, tenho a honra de trazer à capa da revista

Shiniyuki Sensei. Ele foi o ápice de uma tradição Miryoku,um gigante no qual confluíram séculos de estudos sobre omistério do Universo e que ele soube levar um passo maisalém. Proveniente de uma das quatro aldeias que constituíam

o povo Shizen, especificamente da aldeia de Yabu,trabalhou como Miryoku na escola de Ogawa no Brasil,vinculada esta à aldeia de Kawa. De uma maneira de serextraordinária, possuidor de um conhecimentoinacreditável, este homem era no entanto, uma pessoa deaparência e vida humildes, tal e como foram aqueles que oprecederam. Muitos foram os estudiosos do Ochikara, (assim

chamado o E-Bunto no Japão), que procuraram seusconhecimentos visitando o Brasil. Sua fama ultrapassoutodas as fronteiras e durante décadas, ele esteve aocuidado da escola de Ogawa Sensei.

Aqueles que o conheceram bem, contam dele façanhasespirituais extraordinárias. Ele deixou um pequeno grupode aprendizes prontos para continuar a tradição. Umgrupo de 8 pessoas, homens e mulheres, que aprenderamas difíceis artes que constituem o E-Bunto.Sua Kokeisha ou sucessora, é a professora Michie

Hosokawa, de quem dizem aqueles que bem a conhecem,é uma Minikui viva, ou seja, uma Maestra das Artes esegredos da espiritualidade, uma “sacerdotisa” sem par,detentora de um poderoso carácter e de unsconhecimentos excepcionais. Durante anos foi a OnaKakushin do próprio Shiniyuki Sensei, ao qual professaainda hoje, anos depois de sua morte, o maior doscarinhos e respeito.Eu tive a fortuna de conhecer Shidoshi Jordan Augusto

faz 10 anos, um desses poucos estudantes internos deShiniyuki Sensei. Quando conheci a profundidade, o podere a sabedoria do E-Bunto, me apaixonei por tudo isso.Hoje, anos depois, fui honrado como um dos Kokeisha deMichie Hosokawa, ficando inserido formalmente e destamaneira, dentro de uma linhagem de gigantes, um factoque tanto me aflige como me estimula, nas mesmasproporções. É por tudo isso que os leitores podem compreender o

orgulho e o prazer que sinto, trazendo finalmente a estaspáginas, a figura destas duas pessoas tão grandes, ecompartilhar com todos, parte da história moderna doPovo Shizen. Não tem sido um caminho fácil, mas tudo chega no

momento devido. Por isso, hoje me sintoextraordinariamente feliz por esta oportunidade deapresentar ao grande público a existência das raízesespirituais das quais me sinto e faço parte, sabendo quetudo isso possibilitará estender a mais pessoas, aadmiração que esta cultura e seus representantesmáximos tem produzido em mim, fazendo-a extensiva amuitos que nunca, devido ao próprio secretismo quesempre envolveu os Shizen, poderiam ter sequersuspeitado da sua existência; uma cultura tão antiga comoextraordinária, peculiar e sábia, que como poucas, comextraordinário arrojo explorou os despenhadeiros domundo invisível. Uma admiração e um respeito justos,pelos conhecimentos e por aqueles que os têm, que semdúvida serão coincidentes em muitas outras gentes, agorae no futuro, com um eco semelhante. Como dizia o próprioShiniyuki Sensei, “O Ebunto é uma coisa para seradmirada por muitos…, seguida por muito poucos… ecompreendida ainda por menos”.

A

“É por tudo isto que os leitores compreenderão o orgulhoe prazer que sinto, trazendo finalmente a estas páginas,

a figura destas duas pessoas tão grandes e podercompartilhar com todos, parte da história moderna do

Povo Shizen”

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Takeo Nagaki é o grande historiador e pesquisador que há muito contribui com aparte histórica do Bugei através de seus textos e periódicas palestras, que deramimportante sustentação e ênfase ao trabalho que realizamos hoje, nos idos de 60,70, 80... No Brasil, foi dele o primeiro texto que em 1994 mostrou ao Brasilatravés da “revista Kiai”, o trabalho de Ogawa Sensei.

Respeitado no meio e tido como uma das pessoas mais sérias e competentes,Takeo Nagaki, que não possui graduação nos treinamentos tradicionais, mas foiamigo pessoal de Ogawa Sensei - tendo auxiliado este em traduções e pesquisasrelacionadas à parte cultural da cultura Ainu – foi quem, sem dúvida alguma,estabeleceu o pensamento sobre as razões pelas quais hoje, o nome de OgawaSensei é conhecido em todo o mundo, visto que sua ênfase sempre foi contar atrajectória do trabalho da família de Ogawa Sensei no Brasil. Vejamos:

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História

A HISTÓRIA moderna do BUGEI no Brasil

Shidoshi Jordan Augusto

Kasato Maru trouxecentenas de milhares de

japoneses ao Brasil.

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Desde que o períodoMeiji chegou ao Japão -e isso é um facto - quemuitos dos caminhostradicionais começarama sofrer suas alterações.

As classes sociais antigas foramextintas e em seu lugar, foramestabelecidas outras. Tornou-seobrigatório o serviço militar, as leistributárias sobre as terras forammodificadas... O governo redigiu umaconstituição que todavia, outorgavaao imperador poder absoluto.Economicamente, o governoincentivou em grande escala aindustrialização nacional iniciando ociclo capitalista.Pela necessidade de matéria prima emercado consumidor, o Japãoguerreou com seus vizinhos, a China ea Rússia. As vitórias proporcionaramum período de prosperidade,acompanhado do capital ismonacional. Também prosperou o sectorcultural com alfabetização

populacional, publicação de livros,revistas e jornais, estudo sobrereligiões, ciências, ideologias,literaturas, bem como o progresso daarte. Ficou proibido o tingimento dosdentes e foi estabelecida a liberdadepara se andar a cavalo, antespermitida somente a classesprivilegiadas. O povo foi obrigado acortar os cabelos e a usar umsobrenome, antes permitidos somenteà classe samurai. Proibiu-se o uso dasespadas e liberou-se o matrimónioentre classes sociais, inclusive comestrangeiros. Proibiu-se a compra evenda de seres humanos (servos) eadoptou-se o calendário cristãoeuropeu. O Japão se dedicou àocidentalização de seu povo. Abriramestradas de ferro, adoptou-se o navioa vapor, introduziu-se a carruagem efoi utilizado o lampião e a querosene.Casas de tijolos vermelhos foramconstruídas e o pensamento e asideologias ocidentais, de uma maneira

ou de outra, favoreceram umaexplosão dos estudos estrangeiros.Era a ansiedade pela modernização. Movimentos democráticos exigiram apolítica baseada na opinião pública eem 11 de Janeiro de 1889, o governose viu obrigado a promulgar a primeiraConstituição. Porém, esta deu poderquase absoluto ao Imperador. A emigração japonesa teve iníciooficialmente em 1868, no primeiro anodo período Meiji. As primeiras levas sedirigiram ao Havaí, à Austrália e àregião da Nova Caledônia. Em 1897 jáhaviam sido formadas cooperativas deemigração em dezoito províncias doJapão. Em 1898, as ilhas do Havaítornaram-se territórios norte-americanos e houve a proibição daentrada de emigrantes naquelearquipélago. As levas então foramencaminhadas aos EUA, ao Canadá ea Austrália, mas esta última, no iníciodo Séc.XX, por questão racial, fechousuas portas aos imigrantes japoneses.Em pouco tempo, outras nações

D

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Por cima: Ryu Mizuno (no centro) organizou a primeira viagem ao Brasil, com Ksato Maru.Por baixo: Propagandas da época incentivando a imigração ao Brasil.À esquerda: Fila de imigrantes no kasato Maru à sua chegada a Santos, no Brasil.

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História

Fotos de época: Imigrantes chegando do Japão ao Bra Ponto de controlo de imigran

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também colocaram barreiras à entrada de imigrantesnipónicos. O facto dos japoneses aceitarem qualquertrabalho, com intuito de juntar dinheiro para enviar àsua terra natal, além dos costumes completamentediferentes dos ocidentais, fez com que houvesseuma discriminação por parte dos americanos eeuropeus. Com o sucesso contra a guerra da Rússia,muitos atravessaram o pacífico e ingressaram emterritório americano, formando grande concentraçãona Califórnia. O primeiro caso que deu motivo amovimentos “anti-nipónicos”, ocorreu em SanFrancisco e divergências entre filhos de americanos efilhos de japoneses que estudavam na mesmaescola, provocou a interferência dos pais, o quelevou, por conseguinte, à construção de escolasexclusivas para crianças de origem oriental. O Japãoviu isso como discriminação racial.Como o Japão estava enfrentando problemasreferentes aos excesso populacional, quando ospaíses que tinham recebido imigrantes nipónicoscomeçaram a limitar sua entrada, a fase políticamigratória japonesa se dirigiu para a América do Sul. Em 1894, durante o governo do Dr.Prudente deMorais, o deputado Enomoto Tadashi, enviado peloministério das relações exteriores do Japão, veio aoBrasil e percorreu os Estados de Pernambuco, Bahía,Minas gerais e São Paulo, chegando à conclusão deque o nosso país seria ideal para os emigrantesjaponeses. Entretanto, o primeiro plano de emigraçãoao Brasil, foi adiado devido à queda do preço do cafée á guerra dos Canudos, na Bahía.Nesta ocasião, os primeiros emigrantes japoneseschegaram ao Peru. Entretanto, muitos seentusiasmaram com o relatório do cônsul Suguiura,que se achava no Brasil naquela época, e cuja

publicação nos jornais do Japão, criou umaatmosfera propícia a realização do plano. Mizuno Ryufundou a Companhia de Emigração Kōkoku. Em 28de Abril de 1908, partia de Kobe o navio KasatoMaru, que conduzia 792 pioneiros da imigraçãojaponesa ao Brasil.O navio atravessou o oceano Índico, atingiu o sul docontinente africano e dali, cortando o imenso oceanoAtlântico, atracou no porto de Santos, em 18 deJunho. Nesta época, Afonso Pena governava oBrasil.De acordo com pesquisas e entrevistas com a classemais antiga de japoneses que foram praticantes ealunos de Ogawa Sensei no Brasil, junto com KasatoMaru desembarcou em Santos Nakamini Eichi, quepertencia à linhagem Yabuzuki, utilizando estesobrenome em determinadas reuniões na colóniajaponesa. Muitos o conheciam como Yabuzuki Eichi.Dos descendentes da linhagem do “Uchuu Shizen”trazida para o Brasil, são reconhecidas apenasquatro: Yabuzuki, Kawazuki, Tayozuki, Yamazuki.Para elucidar esta questão dos nomes japoneses,vale a pena ressaltar que no Japão há uma frase quediz: "o nome demonstra a personalidade".Observando o nome, se poderá conhecer nãosomente a pessoa, mas até o antepassado que deuorigem a esse sobrenome. Até o ano de 1867 (Revolução Meiji), somente ossamurais e homens que possuíssem alguma profissãonobre, poderiam ter sobrenome. Após a RevoluçãoMeiji, que acabou com a diferença de classes, todosos japoneses foram autorizados a ter sobrenomes.Dizem que há 270 mil sobrenomes no Japão.Os sobrenomes que compõem com as letras (Kanji)como: Ta, Da (arrozal); Kawa (rio), No (campo); Tani,

asil. tes.

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Após uma primeiraetapa no Hawai e nosEstados Unidos, aimigração japonesapara a América doSul cresceuenormemente; algunsprosperaramespecialmentelavradores numa terrarica y generosa, queoferecia grandesresultados aos muitotrabalhadorescamponeses doJapão.

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Ya (vale); Saka (ladeira), sãooriginados das regiões onderesidiam. Por exemplo, osobrenome Tanaka signif ica"dentro do arrozal", isto é, oantepassado morava numa casadentro do arrozal e daí osobrenome. Quando aumentavam as famíliasTanaka, este se tornava o nomeda região. Por isso, pelosobrenome podemos deduzir asua origem e até mesmo alocalização. Podemos entenderque o sobrenome Tanaka temrelação com a plantação dearroz e observa-se que, naregião do Kansai, existemmuitos Tanaka, logo, existiamarrozais em abundância. Nãopodemos escolher osobrenome, mas nossos paispodem decidir o nome. O nomeestá l igado directamente àépoca. Na época da 2ªGuerraMundial, o Kanji mais utilizadofoi Katsu (vencer), You (oceano).Após a guerra, quando a pazreinava, o kanji Wa (harmonia)era moda. Na época docrescimento económico, sepensou mais no significado. Porisso foram usadas, para osmeninos, as letras: Akira, -sendo Aki (claro), Sei, Kiyo(limpo), Makoto (sinceridade,honestidade). Para as meninas:Megumi, Kei (abençoada), Sachi,Yuki (felicidade), Setu (melodia),e se usava o Kanji: Ko, defilho(a). Nos últimos anos, a preferênciaé mais para a imagem e pelosom da pronúncia do que osignif icado do Kanji. Aspartículas de nomes que fazemmais sucesso para meninos são:Daí, Yo, Ki, e para as meninas:Ai, Sai, Na.

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A origem do nome remanescente das segmentações do“Bugei” que chegou ao Brasil se dá devido a este se terorganizado e sem dúvida alguma, ter desenvolvido suaideia com a influência directa dos “shizen”, em quatroaldeias. Yama, Tayo, Kawa e Yabu. Para estes povos a“lua” sempre teve uma representação forte em sua crençamística; o que levou à união destes dois nomes. O nomeinicial da aldeia em sua localização. Yama – montanha,Kawa – rio, Tayo – sol e Yabu – floresta, junto com Getsu –“lua”, que se lê “Tsuki”, formou a combinação Yamazuki,Kawazuki, Tayozuki e Yabuzuki.Nakamini Eichi foi o primeiro a falar nesta forma praticadapelo Bugei no Brasil. A história retrata que o Bugei foitrazido pela célebre família Ogawa, nas pessoas de HiroshiOgawa, Kazuo Ogawa, Nobuaki Ogawa e Kibashi Rirayama(primo por parte de mãe).Nakamini Eichi marcou os colonos pelos seus conselhosmunidos de sabedoria e conhecimento ligado às ciênciasocultas, que em muito ajudou os doentes e determinoudirectrizes em momentos de desespero vivenciados pelosimigrantes. Nakamini Eichi viveu no Brasil até a década dequarenta, retornando posteriormente ao Japão.Juntamente com Nakamini, enquanto esteve no Brasil,outros colonos deram seguimentos ao plantio de ervas econhecimentos ensinados por Nakamini Sensei. Segundo a classe sexagenária, muitos se recordam doscomentários dos feitos magníficos de Nakamini Sama –como alguns o chamavam. Conta-se que certa vez, umadas filhas da família Mizushima, em um surto mental,armou-se com uma faca ameaçando matar a todos. Nakamini com uma oração forte em uma língua estranha,que não era japonês, acalmou o espírito que acreditavampossuí-la. O mesmo, pediu que os presentes nãocomentassem a ninguém, pois já se havian iniciado osconflitos entre japoneses e a polícia no Brasil.O Kaze no Ryu Bugei chegou ao Brasil através da famíliaOgawa, que desembarcou no Porto de Santos em 1935.

Descendentes da aldeia Kawa, antigamente localizada nailha de Hokkaido, no norte do Japão, estabeleceram-se noParaná, onde iniciaram suas actividades como agricultores.Por circunstâncias da ocasião, deram sequênciainicialmente à prática do Kenjutsu, com membros dacolónia, Com o Japão arrasado pelos bombardeios, o imperadorHiroíto e seus súbditos tiveram que aceitar a ocupaçãomilitar de seu território. Contudo, do outro lado do Mundo,em São Paulo, a maioria da colónia japonesa no Estado serecusou a aceitar o facto e se declara, então, nestemomento, um surto desvairado de patriotismo, afirmandoque, na verdade, o Japão saiu vencedor do confronto naSegunda Guerra Mundial. Uma organização de fanáticos, a“Shindo Renmei”, decide então “purificar” a colónia,assassinando por “traição à pátria” todos os seusintegrantes que tivessem a ousadia de acreditar na derrotanipónica.Por um outro lado, em uma visão de Celso Fonseca, narevista “Isto é” (ainda existente no Brasil), logo após aSegunda Guerra Mundial, 80% dos 200 mil japonesesresidentes no Estado de São Paulo, acreditavam que oJapão havia vencido o conflito. Por mais delirante, a crençatinha fundamento numa certeza nipónica que atestava ainvencibilidade do Exército imperial em 2.600 anos dehistória. Para eles, as notícias da rendição não passavamde falsa propaganda disseminada com a ajuda dejaponeses chamados derrotistas e considerados traidoresda pátria.Como acto de punição, lideranças fanáticas da colónia,fundaram a seita ultranacionalista “Shindo Renmei” — algocomo Liga do Caminho dos Súbditos — responsáveldurante 13 meses pela morte de 23 pessoas - cujo pecadoera acreditar na incontestável supremacia dos aliados. Asaga da Shindo Renmei e de seus tokkotai, guerreirosencarregados da matança, é contada no livro CoraçõesSujos, do escritor e jornalista mineiro Fernando Morais

As aldeias Shizen (cuja situação histórica se desconhece) poderiam ser similares a estas imagens do Japão actual.Rodeadas de neve no cru Inverno do Norte do Japão. Choupanas de madeira e palha extremamente resistentes à neve.

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(Companhia das Letras, 344 págs., transformadorecentemente em um interessante filme).O coronel Kikawa, um sexagenário de 1,51 metro de altura,com expressão comuníssima, e que havia se tornado donode uma tinturaria em São Paulo, detido por fazer ameaçasaos seus concidadãos, nem quando foi solto pelasautoridades brasileiras desistiu das coações e intimações.Ninguém o convenceu, enquanto estava preso, de que arendição do Japão, seguida do Rescrito Imperial, havia, defacto, ocorrido. Para ele, nada mais era do que umembuste da propaganda americana, uma cortina defumaça para enganar os japoneses emigrados.Como consequência disto, não só se dedicou a forjarincontáveis boletins diários e orientar na falsificação defotografias, para provar justamente o contrário — que eramos Estados Unidos que haviam se rendido ao Japão —assim como considerou todo o japonês que divulgasse averdade, como um traidor da pátria. Para esses, elereservou um destino especial: seriam eliminados pelostokkotai — unidades especiais de ataque, chamadasBatalhões do Vento Divino, que lembravam os “fascio dicombattimento” da época de Mussolini, mas com umtoque de violência brasileira.A Shindo Renmei preparou listas dos “makegumi” a seremmortos e distribuiu as tarefas de liquidá-los por váriosgrupos de Tokkotai espalhados pelo interior de São Paulo epela capital. Sucederam-se, então, uma sérieimpressionante de atentados, nos quais os "derrotistas"foram, por vezes, executados em frente aos seusfamiliares. As baixas provocadas pelos fanáticos doimperador superaram 170 vítimas (23 mortos e 147feridos). A comunidade japonesa entrou em polvorosa e asautoridades brasileiras correram a tomar as providênciasdevidas: 31.380 japoneses tidos como simpatizantes daShindo Renmei, foram detidos e identificados.Ao saber que a razão daqueles crimes era a negativa deboa parte da comunidade japonesa a aceitar a derrota de1945, o interventor do Estado de São Paulo, Sr. JoséCarlos Macedo Soares, marcou para o dia 19 de Junho de1946 (quase dez meses depois da capitulação do Japão)um encontro com as lideranças mais representativas da

comunidade. Queria usar o princípio da autoridade dogoverno brasileiro, para neutralizar o princípio da fidelidadeao imperador, um contraveneno às intrigas e absurdosdifundidos pela Shindo Renmei.Pensou que se ouvissem dele uma declaração oficial deque na "Esfera da Co-Prosperidade da Grande ÁsiaOriental", o projecto imperialista do Japão tinha sucumbidoe que Hiroíto de facto se rendera, eles acatariam suapalavra. Todavia... Nada disso ocorreu! Entre os mais de500 japoneses presentes, nenhum aceitou a verdade. Nãosó isso, exigiram do governo paulista que de alguma formaimpedissem que o noticiário fizesse qualquer menção àderrota japonesa, o que causou uma natural indignaçãonacional com tal petulância.Seja como for, as imensas redes policiais apoiadas emverdadeiras operações militares do exército brasileiro,realizadas nas cidades de Osvaldo Cruz, de Tupi, de Bical eMarília, conseguiram paralisar os terroristas tokkotai que,juntos com as lideranças, foram presos e identificados. Empouco tempo, a Shindo Renmei deixou de existir,recolhendo-se então para um longo esquecimento dequase meio século, do qual somente saiu pelo exemplarlivro-reportagem de Fernando de Morais”. Após os crimes da Shindo, parte da população brasileirareagiu de forma passional e acabou linchando muitosjaponeses inocentes. Cidades como Tupã, no interiorpaulista, por exemplo, foram transformadas em praças deguerra. Morais ouviu falar da organização ao entrevistaruma nissei em Osasco, na Grande São Paulo, que haviasido namorada do empresário das comunicações AssisChateaubriand, personagem central de seu livro anterior“Chatô, o rei do Brasil”, mas revela que só se dispôs aescrever tudo o que descobriu, depois de estar “bemdocumentado”. Afinal, segundo ele, algumas passagens “pareciamrealismo mágico”, de tão surpreendentes. Uma delas nãocoube no livro. O autor conta que ao entrevistar um senhorjaponês, antigo simpatizante da Shindo, perguntou: “Osenhor acredita que o Japão ganhou a guerra?” Ele olhoupara o escritor munido de um laptop Sony e uma cámerafotográfica Nikkon e respondeu: “O senhor acha que um

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país que tivesse sido destruído na guerra, seria a segundapotência tecnológica mundial?” A lógica oriental é mesmopeculiar! Em Maio de 2000, já depois de acabar a redacção de"Corações Sujos", Fernando Morais teve a oportunidadede encontrar-se cara-a-cara com um assassino: TokuitiHidaka, o último da direita na fotografia de guerra dos"Sete de Tupã". Havia esperado dois anos pela entrevista edepois ainda ficou três dias de plantão àporta do velho.Quando enfim este o mandou entrar, ojornalista saltou do automóvel e correu paradentro da casa. Entrevistou-o durante horas,registando imagens com uma máquinafotográfica e tomando anotações numcomputador portátil.No final, já satisfeito, perguntou em jeito deremate: "Ainda acredita que o Japão ganhoua guerra?" Do alto dos seus 80 anos, Hidakapôs um ar indecifrável, torceu o pescoço eapontou para a câmara e o "laptop" dointerlocutor, uma Nikkon com todos osextras e um Sony último modelo. "Mas achaque, se o Japão tivesse perdido a guerra,podia construir coisas tão sofisticadas?",disse ele.A Shindo Renmei nasceu num contextoadverso para os imigrantes nipónicos noBrasil, com encerramento de 200 escolasjaponesas, interdição do uso da língua deorigem e proibição de associação e deposse de aparelhos de rádio. No final daguerra, Junji Kikawa, ex-oficial do ExércitoImperial Nipónico, acentuou o discurso

fundamentalista entre os imigrantes, lembrando que em2600 sucessivas guerras, o Império nunca saíra derrotado.A comunidade do estado de São Paulo dividiu-se entãoentre "kachigumi" ("vitoristas") e "makegumi"("derrotistas").Dos primeiros saíram os "tokkotai" (matadores). Adeclaração de guerra foi a tentativa de degolação,executada por sete assassinos a 2 de Janeiro de 1946, de

Artes do Japão

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Artes do Japão

Imagens de algumas famílias Shizen a princípios doséculo passado.

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Edmundo Vieira Sá, cabo da Força Pública da cidade deTupã. A seita estava sediada em São Paulo, mas actuavasobretudo no interior do estado. Durante um ano, foram executadas centenas de golpes,dos quais apenas 23 resultaram em mortes — o exército dematadores era treinado pelos métodos dos samurais erevelava pouca habilidade com armas de fogo. Mas ficou oregisto de uma das mais ousadas acções de contra-propaganda da história do Brasil, com falsificação de selos,notas e jornais dos mais diversos países, aludindo à vitóriajaponesa na guerra. E ficou, sobretudo, a memória do maisfantástico momento de ingenuidade colectiva do século XXbrasileiro. A tese era a de que o Japão saíra vitorioso econstruíra um império que se estendia da Austrália aoVietnam — era mesmo possível comprar lotes de terradessas regiões.

Com a intervenção daShindo Renmei, HiroshiOgawa orientou osimigrantes que eramperseguidos em maneiraspráticas e rápidas deautodefesa. Isso estimulouos colonos a estudarem aautodefesa que os irmãosOgawa conheciam.Assim, a primeira sementedo Bugei foi plantada emsolo brasileiro. Muitosacontecimentos marcarama trajectoria da famíl iaOgawa no Brasil. Somenteem 1952, Hiroshi Ogawaaceita então um pequenogrupo que estudaria atradição de sua famíl ia,dentre os quais estavamRoberto Kunio Araki,Massao Mizunaga, AbeHideichi, Paulo YorikiHideoshi, MinoruNagatame, ToshimitsuMuramoto e Kenichi Izawa,Isao Horibi, MiyoshiMassuda e Sadao Ebihara.1) Iniciou-se então atrajectória do Bugei noBrasil. Ogawa Kazuo eHiroshi rompem relações setornando arquiinimigos em1954.Ogawa Hiroshi se instalacom a famíl ia em umafazenda próxima a Jacareí,no Estado de São Paulo.Muitas histórias sãocontadas a partir destaépoca. Como a base deste

relato são conversas com imigrantes e praticantes antigosde Bugei, não temos como afirmar se tais histórias são defacto verdade, ou fruto da imaginação de algum deles,como forma ganhar espaço em terras brasileiras.2) Kunishi Tomio visita o Brasil e fica sabendo de umjaponês capaz de feitos incríveis. Encabulado com ashistórias, resolve então visitar a fazenda onde residiaOgawa Hiroshi. Não se sabe ao certo o motivo, masKunishi acusou Ogawa Hiroshi de arrogância e engano.Hiroshi então cai no descrédito e ostracismo no meio dosjaponeses. Muda-se para Maringá com a esposa e filhopequeno, que meses depois morreria de inanição epneumonia. Dias depois, Hiroshi é abandonado pelaesposa que, ajudada pela colónia local, retorna ao Japão.Não demorou muito para que calúnias e difamaçõeschegassem à colónia de imigrantes. 3) Hiroshi se vê desolado. Junta-se com fazendeiros locais,oferecendo seus serviços como protecção e trabalhobraçal. Dotado de habilidades, Ogawa Hiroshi cansou dedemonstrar em festas e reuniões, truques marciais queenchia os olhos das pessoas presentes. 4) 1957 - Ogawa Hiroshi se desentende com um dosfazendeiros e se muda para Belém, no Pará, comesperança de iniciar uma nova vida. Muda de nome epassa a se chamar Hiroshi Kuramoto, em homenagem aoavô por parte de mãe. Em 1961 retorna para Jacareí erecebe ameaça de antigos membros da Shindo Renmei. 5) Em resposta, Ogawa Hiroshi diz que devem estarconfundindo-o com outra pessoa.6) Em 1962 ele retorna ao Estado do Paraná e logoestabelece importante ligação com um coronel militar local,através de suas práticas de guerra. Ogawa, então,fortalece-se e, por conseguinte, compra um pedaço deterra próximo à região de Curitiba. Estabelece-se comoutro nome, para evitar retaliações da Shindo Renmei, masenvia um aviso que para cada um morto em sua terra, noveserão mortos da Shindo Renmei. Nesta época, usava onome de Hideichi Usuda e se redirecciona aos negócios ea sobrevivência. 7) Em 1963, restabelece um grupo de praticantes em suafazenda e denunciado por Yoshinaga, é acusado deformação de quadrilha pela polícia brasileira. Desfeito omal entendido, Ogawa vai ao Japão e entra em conflitocom familiares, resultando em desligamento definitivo comparentes japoneses.8) Em 1964 define que precisa de protecção espiritual eenvia uma a carta Motoshima Sussumo, único amigo querestara. Motoshima, organizado e já bem sucedido,direcciona Tazuke Shiniyuki ao Brasil, como forma depagamento de antiga dívida. Shiniyuki então organiza ritose inicia Ogawa Hiroshi nas práticas “E-Bunto” queconhecia, plantando em terras brasileiras, de maneirasólida, poderosas sementes desta antiga crença deHokkaido, conhecida actualmente como “O-Chikara”. 9) Passaram a se reunir às terças feiras para saber o quediziam os espíritos sobre os ventos seguintes. OgawaHiroshi cresce e organiza com pessoas de confiança, umanova história no Brasil.

História

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10) Ex-residente de Santos, São Paulo, Kazuo recebeuameaças da Shindo Renmei que, anos depois, aindaexpressava seus fragmentos através de pequenasameaças como fruto de vingança. Kazuo Ogawa, filho deSaburo Ogawa, sabia que a vingança poderia ir adiante.Escolheu Mato Grosso e em seguida, Goiás, pela grandeárea de terra e oportunidades que estavam sendo dadas aimigrantes de outros estados. Chegou a Goiânia em Maiode 1975, instalando-se em Campinas, na época umacidadezinha satélite. Logo conheceu outros agricultoresque moravam em Nerópolis e assim estendeu a suaamizade. Kazuo era o mais instruído dos irmãos que chegaram aoBrasil e não demorou muito em ser conselheiro de váriaspessoas que o procuravam. Sabia que a Shindo Renmeinão o deixaria em paz. Acredita-se que Kazuo eraconhecido por mais de um nome, modificando a suaaparência a cada dois meses. Incentivado pelos amigosque praticavam Judo e principalmente por GuntaroKuramoto e Kishio Saga, iniciou a primeira turma deamigos que aprenderia a arte da autodefesa com OgawaKazuo que, nesta época, não atendeu ao pedido de ensinarKenjutsu, sendo Kishio Saga seu único aluno nesta área.

Em 1977, vítima de volvo intestinal, foi internado na SantaCasa da Misericórdia, na rua 4, no centro de Goiânia, vindoa falecer dias depois por uma pneumonia. Muitosacontecimentos marcaram a trajectória de sua morte, queiniciaria uma guerra que se reflecte até hoje, naqueles quederam seguimento à arte. 11) Durante o velório, vários conflitos prejudicaram aindamais o relacionamento entre os familiares, que romperiamde vez qualquer ligação com parte da família Ogawa queresidia no Paraná (visto que tal nome já era comum emmais de uma família no Brasil). O ódio se instalou de talforma que muitos deixaram os seguimentos e serecolheram em seus afazeres quotidianos. Kibashi Hirayama chega então a Goiás, a pedido de KishioSaga – pai de Akira Saga, para dar continuidade àsactividades. Sua estadia na cidade foi financiada por Saga.Em 1988, Kibashi Hirayama deixou Goiânia e retornou aoParaná, deixando 11 alunos formados na graduação deSensei, dentre eles Takeshi Hasegawa, Hideo Okasa, AkiraSaga, Jordan Augusto, Takeshi Sato, Tami Sato, entreoutros.12) Dos muitos praticantes que consegui relatos da práticado Bugei, reuni: Roberto Kunio Araki, Massao Mizunaga,Abe Hideichi, Paulo Yoriki Hideoshi, Minoru Nagatame,Toshimitsu Muramoto e Kenichi Izawa, Isao Horibi, MiyoshiMassuda, Sadao Ebihara, Ryoichi Fujisaka, Mauro kogaki,Luiz Higashi, Paulo Yamamoto, Sérgio Okiyama, TakeshiHinomori, Takeshi Hasegawa, Hideo Okaza, Akira Sanga,Jordan Augusto, Takeshi Sato, Tami Sato, ToshioMatsumoto, Yasue Sugimoto, Misae Hatsumi, Luis Kitahira,Susumo Maeda, Jorge saito, Meitoku Sugino, Moichi Iwata,Kishio Sanga, Kuramoto Hatsue, Akiko Oseki, MurataMiguel, Sugiro Umeno, e outros...13) 2004 – Ogawa Hiroshi falece em São Paulo. Naesperança sempre de uma nova vida, hoje se sabe queOgawa Hiroshi em sua vida utilizou mais de dez nomesdiferentes.14) Obs: Por mais que acreditemos na boa intenção dosinterlocutores que forneceram tais informações,infelizmente não possuímos condições de atestar averacidade de tais pronunciamentos.

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O negócio da madeira foi uno dosexplorados pelos primeiros Shizen noBrasil. Imagens deles nessa época.

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Shinyuki Sensei y Michie Hosokawa.Dois titanes da herança culturalShizen.

Shinyuki Sensei

Sem dúvida alguma, a vida nos situaem frente de pessoas que saíram dopadrão normal das fábricas divinas –se assim podemos dizer. Obviamenteque as l inhas estruturais queestabelecemos aqui como divinas,não se situam na mesma ênfase quedelineiam as linhas religiosas e sim umdestaque que sai da linha visível danormalidade.Shinyuki Sensei, ainda que nãogostasse que assim fosse chamado,

foi a grande peça que modificou osparâmetros da visão sobre o invisível epor conseguinte, permitiu que suasexperiências fossem analisadas porseus alunos, profissionais preparadosnas melhores Universidades eseguidores de um raciocínio empíricoe pragmático – ainda que estudiososdo E-Bunto.Esta forma de ver, raciocinar, ecertamente ser ciente de umanecessidade maior, fez de Shinyukium ponto de referência, cujashabilidades e pensamentos foramconstantemente buscados porpessoas de vários países. Sempre demaneira simples e solitária, ensinavaos sons, os gestos, as falas, e dizia:“…O universo pode te escutar!”Nos meus anos de convivência, aminha sensação sempre foi de que,quiçá, um dia, se eu escutasse bemsuas palavras, chegaria a

compreender um pouquinho doque dizia com tanta simplicidade.Sua vida foi marcada pelo êxito, abusca pessoal, encontros econstatações… E não haveriacomo ser diferente, uma vez quepara aquele que sabe que nocaminho pessoal, o escopo davida é o “constante subir”, a formade luta que se expressa no interiorde cada um não pode serabandonada enquanto não setenha aprendido a transformá-laem formas superiores de luta,dirigidas a fins superiores.

Michie Hosokawa

Eterna referência para todos nós,foi a grande “pedra angular” daforça que caminhava em umaúnica direcção. De olharpenetrante, e posicionamentoinigualável, traçou seu destino aolado do grande mestre que a fezainda maior do que já era. Foi aminha principal tutora que, atravésde seus exemplos, ensinou-me areordenar minhas verdades,realinhar minha postura… Dizia: “…O seu caminho, quem ofaz é você!... Não seja como osdemais, que não sabem caminharsenão em rebanho, que nãosabem pensar senão em si, quenão sabem fazer senão aquilo quetodos fazem”.Podem dizer que HosokawaSensei transgrediu a l inha dovisível e invisível, acreditando queambos os mundos existem emuma só percepção. Seupensamento firme, incisivo,agudo, afirmava, uma e outra vez,que até mesmo as pessoas de altapercepção, de todos os níveis,assumem, pela necessidadeprática, a expressão de umarealidade dominante, astuta, que

resume os traços do maior númeroprevalecente. Esta realidade é ummeio dos seres vivos se entenderem,é a unidade monetária das trocas econtactos comuns, um ponto práticode referência. “…Se quiser sair da normalidade, sejaincomum! ” – dizia.O trabalho realizado por ambos,traduzem em síntese a via maiscuriosa das experimentaçõeshumanas no aspecto da lucidez; osegredo: não distorcer aquilo que sevê! O pensamento das leis da vidaexprime sem discutir, por assomos,não com demonstrações cheias de“achismos”, teorias ou elucubrações;o progresso se vive com factos. Omundo é uma realidade concreta;cada um de seus pensamentos serevela em forma de acção. Não sediz… Vive-se!

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Ogawa Hiroshi, à esquerda.

Por baixo, Makimono de Shidoshi daescola Kaze no Ryu.

Imagens de Shidoshi Jordan, noBrasil.

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Shidoshi Jordan noJapão e imagens emalguns dos seus dojosno Brasil.

À direita, com umgrupo de estudantesde E-Bunto, vindos doJapão.

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Shidoshi Jordancom diferentespersonalidades noBrasil e no Japão.

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Shidoshi Jordancom diferentespersonalidades noBrasil.

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ode haver muitos factores e peças móveisem qualquer KO, pelo que é difícil deprecisar um factor único ou simples, ou umconjunto de factores. Isto dependerá daszonas de ataque, tais como a cabeça, obraço, o corpo ou até a perna. Mas temos

de ter em consideração que a zona e a estruturaanatómica e física mudam e é necessário que mude ométodo de ataque.Como exemplo, quando se bate na cabeça, há um

acesso mais superficial do nervo e um benefícioadicional para o praticante, sendo protegido peladureza do crânio. A força ajudará a enviar um piconeurológico, enquanto os nós duros beliscam o nervocontra o osso duro; não há jogo ou tecido moleprofundo, para absorver o impacto. Estes nervostambém estão finamente cobertos pela pele, a fascia eo músculo delgado. Por vezes, não há recheio grosso,forte ou adicionais reais, que também poderiamabsorver parte do ataque.O pescoço tem um conjunto de nervos mais

profundos, com uma maior massa muscular em seuredor e portanto, se necessita de uma arma maisprecisa, como um nós, para penetrar entre estesmúsculos circundantes. Mas no entanto, os nervos sepodem alcançar facilmente, pelo também se nãonecessita de muita transferência de potência com estesobjectivos. Apesar de da potência necessária sersubstancialmente menor que no resto do corpo, seránecessária a estimulação com mais energia(transferência de energia).

O Verdadeiro KyushoFuncionamento interno

O que está por detrás de um bom KOKyusho? isso tem sido tratado duranteos últimos 13 anos, aqui em Budo,mas, quais são as coisas quefuncionam?, Onde se encontram estesobjectivos e por motivo funcionam naperna? Esse é o nosso assunto paraesta edição.

Kyusho Jitsu

P

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No corpo, o acesso é muito mais difícil, posto que tem deenfrentar-se com o osso (costelas, esterno, pino, etc.), mastambém estão mais densamente cobertos de músculo, dascapas de gordura, a fascia e a pele, fazendo com que a forçanecessária seja maior, assim como a arma mais penetrante.Dependendo da zona, também há alguns que têm um suportesuave, à diferença da cabeça, que tem um suporte sólido. Osobjectivos podem estar incrustados no músculo, entre osmúsculos, entre o músculo e o osso, com muitas variantes.Tem de se treinas bem, para se estar habituado a estesobjectivos, ao armamento e à força necessária para tirarproveito deles.As pernas têm músculos de maior tamanho que qualquer

outra parte do corpo e são os músculos mais fortes parasuportarem o peso, assim como para realizar muito trabalhoao longo do dia. Por tanto, se necessitam armas específicaspara aplicar o Kyusho nestes objectivos e trajectóriasespecíficas. Necessitamos estas variações na trajectória, que diferem de

outras partes do corpo, devido à disposição e interligaçãodos nervos e dos vasos sanguíneos, ou aqueles que estãorelacionados com o coração. Se pulsarmos sobre qualquerobjectivo subjacente de vasos sanguíneos de maior tamanho- e não só os capilares ou os pequenos - que podem afectar àpressão arterial, também se tem de considerar a proximidadee onde está situado o coração e os receptores “baro”.

O quê? Onde? Porquê?

A parte posterior do joelho é o nosso primeiro objectivo daperna e vamos explicar isto um pouco. Então: - O que é que há aí? Em que batemos na parte posterior do

joelho, que poderia causar um KO neurológica ou vascular? - Onde seria? Para onde exactamente estamos apontando,

para provocar um KO a um oponente? - Por que é que realmente isto funciona?

Nervos, vasos sanguíneos e tendão, são o motivo e o comose altera o estado de consciência de um oponente. Vamosentão entrar em profundidade, nas estruturas exactas desteobjectivo e vamos ver como pode beneficiar a todos ospraticantes.

Isenção de responsabilidade

Se ainda estão apanhados no paradigma do "Ponto depressão", (faz anos que mudamos para os ataques à estruturareal), então empreguem o vosso tempo aqui e leiam o uso eassimilem o que se indicar, para realmente poderem aprender,

Kyusho Jitsu

“Pode haver muitosfactores e peças em

qualquer KO, pelo que é difícil deprecisar um factorúnico ou simples, ou um conjunto de

factores”

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junto com primeiro compreenderque a anatomia estuda a forma,enquanto que a fisiologia estuda afunção - a anatomia observa o queé, enquanto que a fisiologia observao que faz. As realidades são:

AnatomiaEsta zona está cheia de várias

estruturas anatómicas mais débeis ecom um golpe, se podem afectar

negativamente, os numerososmúsculos e tendões que sesobrepõem ao mais sensível e vitalNervo Comum do perónio, ao nervoda tíbia lateral, nervo sural cutâneo,à artéria e à veia popliteia, assimcomo à veia safena.

Fisiologia

Agora, os músculos e tendõestrabalharão por separado e ou então

causam uma constrição (paraproteger as estruturas mais vitaiscom força e massa) ou umdebilitamento, para induzir à retiradada zona de destino, na acçãoreflexa. As estruturas nervosasanteriormente ditas, são asseguintes na linha da protecção equando se vêem afectadas, vãofazer abaixar o corpo, para evitar ogolpe e/ou para a recuperação.Devemos lembrar que os efeitos nos

Kyusho Jitsu

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nervos não são só para os sentir, mas também para mandarestímulos eléctricos aos músculos das pernas, para mantero corpo em posição vertical e também para o pôr emmovimento. Isto serve como protecção e quando sãoatacados, a dor instiga a escapar, ou em falhando, cair sobreas estruturas vasculares mais profundas, que são a causadessa dor. Também se requer que as estruturas vascularesmantenham a expansão e contracção de cada músculo.Quando a circulação do sangue é impedida, provoca muitosproblemas.

Funcionalidade

Mas ora bem, quando afectados os músculos ou ostendões, as pernas se dobram ou fraquejam, deixam apessoa incapaz de mover-se, causando a sua queda.Também é certo que se nos nervos se estenderem muito,vão mudar automaticamente a resposta da posição epotencialidades de movimento, ou vão colapsar. Se o tecidomuscular é afectado, então se provoca a rápida queda dapressão arterial. Também servem para eliminar anecessidade da precisão do "Ponto fixo", posto que nãoestá apontando para um ponto específico, mas sim a umazona muito maior. De maneira que, em vez de pensar em umponto do tamanho de uma moeda, agora procuramos umalvo do tamanho de uma mão..., o que realmente é muitomais viável e provável, numa situação de defesa e altamentetensa. Ao mesmo tempo provocará desmaios solapando eprotegendo o corpo. Conhecer esta informação permitedesenvolver estratégias, assim como reanimar, o receptorafectado (caso seja essa a intenção).Os benefícios a este nível de compreensão destas

realidades, nos levam muito além de qualquer ponto depressão ou modelos teóricos a eles relativos.

Clique nesta pagina web para uma demonstração emvídeo de YouTube:

http://www.kyusho.com/www/

Para todas as 3 horas de vídeo e os 36 objectivos doBubishi, visitar a página:

http://www.kyusho.com/bubishi-36/

Kyusho Jitsu

“As pernas têmmúsculos maiores quequalquer outra parte

do corpo, e são os músculosmais fortes para

suportar peso, assimcomo para realizarmuito trabalho ao

longo do dia.Portanto,

se necessitam armasespecíficas para

concretizar o Kyushonestes objectivos e

trajectóriasespecíficas”

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Todos los DVD’s producidos por BudoInternational se realizan en soporte DVD-5, formatoMPEG-2 multiplexado (nunca VCD, DivX, osimilares), y la impresión de las carátulas sigue lasmás estrictas exigencias de calidad (tipo de papel eimpresión). Asimismo ninguno de nuestrosproductos es comercializado a través de portales desubastas online. Si este DVD no cumple estosrequisitos, y/o la carátula y la serigrafía nocoinciden con la que aquí mostramos, se trata deuna copia pirata.

REF.: • DVD/SYSWEITZEL1REF.: • DVD/SYSWEITZEL1

En este primer trabajo instruccional, Andreas Weitzel,fundador y jefe instructor de la Academia SYSTEMAWeitzel (Augsburg, Alemania) y uno de los principalesinstructores de SYSTEMA en Europa, explica losfundamentos de combate más importantes. Primero

define claramente la forma natural de caminar,centrandose en la ejecución correcta de

los pasos, para a continuación,mostrar cómo emplear este trabajoen aplicaciones de combate. Unavariedad de diferentes temas seexplican en este DVD,incluyendo: Cómodesequilibrar a un atacante;Cómo golpear y patearcorrectamente; Cómodefenderse frente aagarres, derribos, golpesy patadas. Lasexplicaciones de estevídeo son sencillas peroclaras, con el objetivo defacilitar la comprensión yel aprendizaje para todos.Durante su explicaciónAndreas siempre incluye y se

centra en los principios yfundamentos más importantes

del SYSTEMA, mostrando cómolos diferentes temas están

estrechamente vinculados entre sí.Asímismo se muestra trabajo libre y

espontáneo contra diferentes ataques de manovacía y con armas, en condiciones realistas y amáxima velocidad de ejecución. En este video Andreases asistido por Michael Hazenbeller (Rastatt) y ThomasGössler (Augsburg), dos experimentados instructoresde Systema.

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Passar rapidamente pelo básico

Na formação da KUNG FUSCHULE MARTIN SEWER, comoassim também em outros sistemas,se começa naturalmente pelo básico.Isto quer dizer que se começa com asposições, as técnicas básicas, ospontapés de base, o aumentoda forma f ísica e acapacidade de movimento.Naturalmente, desde oprincípio vão de mão dadaos aspectos mentais,como a discipl ina, orespeito e o controlo,junto com a dita formafísica. Ao longo dos anos se tem

demonstrado que osp r i n c i p i a n t e sinconscientemente, seinstalam e sentemconfortáveis, aceitando queafinal, isto é o que se podealcançar. Por isso, paramuitos, o facto de alcançaro Cinto Preto representauma meta inalcançável,posto que passam muitosanos, para sermossinceros, demais, até aformação básica sercompleta e o alunopode dedicar -se àformação de nívelalto.

Hung Gar Kung Fu

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“As pessoascomeçam a

compreender que oalcançar o CinturãoNegro, só significaconcluir a formação

básica e queverdadeiramente, só depois se torna

realmente interessante”

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Hung Gar Kung Fu

“Com frequência, vejogente planejando as suasférias muito melhor que o

resto da sua vida,principalmente porque

imaginam (podem imaginar)como vão ser as suas

férias. Então porque nãotambém o ensino de Kung Fu?”

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sto está mudando para melhor e no futuro melhoraráainda mais. Naturalmente, é necessário tempo para sechegar a ser um bom Cinturão Negro e sem dúvida,no futuro, vai continuar sendo assim. As pessoascomeçam a compreender que alcançar o cinto preto,apenas significa concluir a formação básica e na

verdade, só depois se torna realmente interessante.Precisamente, quem se tiver sentido decepcionado por

não ter sido convidado para realizar o exame, deve saberque o caminho antigo era muito diferente do actual.Normalmente, depois de aceitar o aluno, se iniciava oensino com a forma principal, o Gung Gee Fok Fu Kuen(punho de tigre destruidor). Por outro lado, a través do nosso estilo, se aprendiam

as diversas técnicas e princípios, sem nunca receber umreconhecimento por meio de um cinto a cores. O únicoreconhecimento das próprias qualidades se recebiaexercitando-se com colegas da escola e saindo vitoriosode combates reais e duelos nas ruas. Naquela época eranormal o aluno passar tardes inteiras no Mo Kwoon (Salade treino ou Sala de Guerra;) treinando e assim,dependendo do aluno, avançava muito rapidamente e como ensino de um bom Sifu, aprendia óptimos Skills. Aqui noOcidente, por desgraça e actualmente, não temos apossibilidade de lhe dedicar tanto tempo! Por outro lado, aameaça dos grupos urbanos desordeiros e os gatunos, éhoje muito menos intensa que em outros tempos. Apesar disso, queremos aprender a nosso arte

tradicional em toda a sua extensão e desenvolver ascapacidades que lhe são inerentes. Hoje, temos aindauma outra vantagem: a Estrutura. Os suíços estamos considerados como muito

organizados e estruturados. Poderia dizer-se que aprenderestruturas de uma arte à maneira antiga tradicional doHung Gar, era um conceito inexistente para os mestres deantigamente (o meu incluído). Se conta com apredisposição do aluno para aprender o sistema ensinadoe um longo relacionamento aluno-mestre, que é o queimprime o verdadeiro carácter. Como digo, actualmente e

por desgraça, não temos esse tempo, mas temos a nossaestrutura. Como já tenho dito em outros artigos, nos ajudaa nossa maneira estruturada de ensinar e o planeamento.Apesar do pouco tempo investido, se pode avançareficientemente o mais possível. Na equipa da minha escola, estamos sempre dispostos

a optimizar processos que principalmente estão emrelação com o ensino individual dos alunos, assim comode processos internos. Um passo muito importante por parte do aluno é ter

uma avaliação do ensino e do investimento do temponecessário. Para alcançar isto, há muitos sistemas bons...Me lembro, de repente, de Anthony Robbins. O seu RPM-System (Rapid Planning Method) é um bom exemplo decomo se poderia encarar e planejar o ensino do nossoestilo de Kung Fu. O êxito se define em tanto que nós mesmos nos

impomos uma meta e a alcançamos. Estas metas nãodevem ser seguidas “contra vento y marés...! Pelocontrario, se podem modificar em base aos novosconhecimentos adquiridos durante o ensino. Trata-se de um sistema próprio, de entre os muitos

sistemas de planeamento existentes, que se emprega parafinalmente realizarmos o próprio planeamento. Em relaçãoao nosso sistema de Kung Fu, há dois aspectos queespecificamente desejo tratar:

1. Planejar, pensar e visualizar

Frequentemente vejo gente planejando planeando assuas férias muito melhor que o resto da sua vida,especialmente, porque imaginam (podem imaginar) comoserão as suas férias. Y porquê não também no ensino doKung Fu, se há abundantes sistemas de planeamento. É importante sermos honestos com nós mesmos,

quando queremos alcançar alguma coisa e a qual nível.Visualizarmos a metas e indagarmos como nós mesmospensamos que nos sentiríamos quando chegarmos àmeta. Os acordos periódicos com o nosso mestre ou

“Um passo muito importante por parte do aluno,é ter uma avaliação do ensino e o investimento do tempo

necessário”

I

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Hung Gar Kung Fu

“Desde faz muitosanos que maioria

dos meusinstrutores sãoCinturão Negro e

depois do seu examee logicamente,através de

muitas outraslições, setornarammuito

melhores”

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instrutor, devem de marcar a pauta. Assim, não existenada que se interponha no nosso caminho.

2. Comparação realista

Com frequência, vejo alunos que se comparam comseus Instrutores e assim, ficam com uma imagem falsado Cinturão Negro. A maioria dos meus instrutores são desde faz muitos

anos, Cinturão Negro e depois do seu exame e atravésde muitas outras lições, logicamente se tornaram muitomelhores. Uma comparação com um principiante não é justa.

Para poder estimar o nível para o exame de CinturãoNegro se teria de comparar com alguém que tenhaaprovado o exame recentemente. Na minha escola,felizmente há suficientes! Sim, o diploma da escola básica necessita

possivelmente anos: uma aprendizagem de, por exemplo,três ou quatro anos, mais ou menos, dependendo doaluno, mas de qualquer maneira, alcançável para cadaaluno aplicado, em um prazo estipulado.

Resumindo: Há uma boa estrutura de aprendizagemque se melhora constantemente. A qualidade dosistema, em principio está fora de toda dúvida. O que senecessita é um planeamento. Ou seja, um bom sistemade planeamento e uma meta alta para cada um dosmeus alunos, para chegarmos eficientemente e com aacostumada qualidade a Cinturão Negro e mais além. Com isto vemos que acima de tudo, se trata de que

o aluno pense e procure o contacto com o seu mestre,para ser aconselhado acerca da maneira e do que seriamelhor praticar, para alcançar o seguinte grau. Justamente, também os programas da minha escola,

se estabelecem cada vez mais, para garantir assuficientes possibilidades de lições e acordos de metasperiodicamente. Com uma equipa de instrutores constantemente

fazendo-se mais grande, um excelente sistema de KungFu e alunos diligentes e com vontade, conseguiremosconfigurar o nosso ensino ainda melhor e ajudareficientemente a cada aluno que queira alcançar umamelhor saúde, um espírito saudável, excelentecapacidade de combate e o diploma da Escola Básica.Disto, estamos convencidos a minha equipa e eu!

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX,

osimilares) e aimpressão das capas segueasmaisrestritas exigências de qualidade(tipo depapele impressão). Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/TAOWS3REF.: • DVD/TAOWS3

O que acontece quando duas pessoas praticam Chi-Sao? Qual é o sentido da sua prática e quais osobjectivos? Neste 3º DVD, "Chi Sao desde a base até onível avançado", Sifu Salvador Sánchez aborda oaspecto talvez mais importante do sistema Wing Chun,

o Chi-Sao, a própria alma do sistema, que lhedota de umas características

completamente diferentes dos outros,e proporciona grandes virtudes ao

praticante. Este trabalho trataalguns aspectos em princípio

muito básicos, mas queconforme vamosaprofundando neles, nosparecem surpreendentes. Éum rasgo muito claro dacultura tradicionalchinesa, o que é muitoóbvio à primeira vista,encerra uma segunda outerceira leitura, que decerteza modificará anossa maneira de ver, a

prática e a compreensão. Analizamos como praticar

o Chi Sao mediante osnossos “drills” de trabalho e

como aplicar esses drills, essahabilidade, em um sparring,

vinculando alguns conceitos, talveznão tão ligados ao Kung Fu tradicional,

tais como bio-mecânica, estruturas,conhecimentos de física, etc..., a fim de obter

melhores resultados na prática.

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Brazilian Jiu Jitsu

VACIRCA BROTHERS JIU-JITSU

Segredos ocultos: Mestres japonesespor detrás do Jiu-Jitsu moderno

© 2016 Franco Vacirca, Sandra Nagel

Meu nome é Yabe, Yae Kichi Yabe!Nunca devemos esquecer as nossasraízes! Isto podemos escutar muitofrequentemente, nas comunidadesbrasileiras de Jiu-Jitsu e Gracie Jiu-Jitsu. Se devem de respeitar os Mestres,tanto os Mestres do passado como dopresente, e respeitar seu árduotrabalho no Jiu-Jitsu. Sentimos muitoorgulho de termos tido e termos algunsdos melhores e mais grandes Mestresapoiando a nossa organização durantetantos anos. Neste artigo falarei emespecial, de um Mestre japonês queviveu nos inícios dos anos 1900. Gostaria de agradecer especialmenteao Grão Mestre Joe Moreira, que tivecomo Mestre no passado e que agora nopresente, está contribuindo muito paraos êxitos da nossa equipa Vacirca. Nossentimos muito honrados em lhe dar asboas-vindas quando o nosso calendárioassim permite, para que compartilharcom ele seus incríveis conhecimentos deJiu-Jitsu, na nossa Academia emZurique.

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u comecei a coleccionar livros antigos de Jiu-Jitsu e de Artes Marciais, artigos nos jornais eaté anúncios. Os primeiros livros me foramoferecidos quando comecei a treinar ArtesMarciais. Quando via uma biblioteca ou umalivraria, não podia deixar de entrar e procurar oslivros de Artes Marciais. Em especial, me

interessavam os livros antigos, porque pensava eu, quetalvez encontrasse o conhecimento "secreto". Assim, fuidesenvolvendo um interesse cada vez maior pelas filosofiasasiáticas e tudo o mais que elas entranham. Nessesmomentos, o Japão se tornara o lugar onde queria algumdia viajar e estudar e até sonhava com lá viver...

Provavelmente eu estava tão fascinado nos primeiros diasdos meus estudos de Judo, porque o meu primeiro Mestrede Judo viera de Tóquio e isso me impressionara muito.

Durante a minha pesquisa para escrever este livro,passei muitas horas, dias e semanas, lendo de novovários livros muito antigos e artigos de jornais, que aindapossuía. Alguns destes livros foram escritos por Mestresde Jiu-Jitsu que viveram com anterioridade a 1900, que éo período de tempo em que supostamente, o MestreMitsuyo Maeda viajou do Japão aos Estados Unidos edepois viajou à Europa. Posteriormente, foi instalar-se noextremo sul da América do Sul. Alguns Mestres de Judo eJiu-Jitsu afirmaram que ele tinha permanecido também

E

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por pouco tempo, em Cuba e no México, mas isto é difícilde provar.

Quando comecei com o Jiu-Jitsu Brasileiro, queria sabermais acerca da história deste método de luta e auto-defesa,mas isto não era nada fácil naqueles tempos. Me falaram dafamília Gracie e do seu mestre, de nome Mitsuyo Maeda,também conhecido como Conde Coma.

Nas revistas de Artes Marciais que publicaram os primeirosartigos acerca do Jiu-Jitsu Brasileiro, de 1989 a 1991, amaioria das histórias contadas eram copiadas de uma revistapara outra, mas realmente não contavam nemproporcionavam nada de novo à verdadeira história desteestilo. Mas para mim, isto não era novidade nas Artes

Marciais e pensava no meu passado, durante tantos anos noJeet Kune-Do de Bruce Lee. Assim, resolvi começar a minhaprópria maneira de obter mais conhecimentos acerca doBrasil e do Gracie Jiu-Jitsu.

Com o tempo, percebi uma coisa estranha. Muitas dashistórias que se contam sobre o Mestre Mitsuyo Maeda,tinham muito em comum com a de outros Mestres de Jiu-Jitsu Japoneses e campeões de Jiu-Jitsu de antes, durante edepois desse tempo. Em algum momento, examinando asdatas exactas que narravam essas histórias, Maeda teria tidode estar ao mesmo tempo nos E.U.A. e na Europa, na Europae no Brasil! Isto era impossível, a menos que tivesse umaporta do tempo especial ou se servisse de algum tipo de

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"mágica" para utilizar o tele-transporte do famosoprofessor Tesla.

Mas não, tudo era muito mais fácil que isso. Secontavam muitas histórias sobre Mestresjaponeses que vieram à Europa, que foram aosEstados Unidos e à América do Sul, mas o nomedo Mestre japonês não era Mitsuyo Maeda,porque como não se conhecia correctamente onome do Mestre, afinal se usava o nome deMaeda...

Graças à educação que meus pais me tinhamproporcionado, em especial pela possibilidade deaprender em casa as nossas duas l ínguasmaternas (o Italiano e o Espanhol), além doAlemão falado na Suíça e na escola, eposteriormente também o Francês e o Inglês, comeste fantástico arsenal de idiomas, eu estavaaberto ao mundo todo. Poderia viajar mundo aforaquase desde a infância e relacionar-medirectamente com muita gente e culturasdiferentes de vários países.

Não demorei muito em fazer realidade um dosmeus grandes sonhos, viajar ao Japão, com aesperança de encontrar mais alguma coisa sobreo antigo Mestre que supostamente trouxe o Jiu-Jitsu ao Brasil.

Finalmente, estava em Tóquio. A gente, acultura e a comida, tudo era muito melhor do quetinha sonhado, mas só o meu desejo de obtermais informação acerca do Mestre Maeda, memanrinha no caminho.

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Durante exactamente esse ano de 1995, oMestre de Jiu-Jitsu Rickson Gracie lutou pelaprimeira vez, por convite de Yori Nakamura eSatoru Sayama (o fundador do Shoot Wrestling)em um evento de luta chamado PRIDE. ¡OsJaponeses já diziam que se estava no começode um novo Jiu-Jitsu e uma nova onda de ArtesMarciais mixtas, e que o Mestre Ricksonencarnava o espíritu do verdadero samurai, masdesta vez, o samurai chegara do Brasil!

Durante a minha segunda ou terceira visita aoJapão, encontrei um livro que tratava acerca deMaeda. No entanto, também me pareceu maiscomo uma colecção de histórias que poderiamser difíceis de constatar ou de refutar. O autordescrevia os mil combates que, supostamente,Maeda tevo durante a sua carreira de Jiu-Jitsu,mas me pareció que o autor só quería dar umaimagem "súper herói" de Maeda, em vez decontar pormenores da verdadeira vida de Maedano Japão e no estrangeiro.

Varias fontes braileiras contaram também queMaeda tinha viajado primeiro do Japão a NovaYork. Também parece que algumas fontestinham alguns papeis que demobstravam isso,papeis que pessoalmente eu nunca tive, mas decerteza que Maeda não foi o primeiro japonês air ao Brasil para nesse momento trabalhar.

Um dos meus mais valiosos livros japonesesde Jiu-Jitsu, editado na Inglaterra em 1904, foiescrito por um Mestre japonês de nome YaeKichi Yabe. Este livro realmente apareceu porprimeira vez faz uns dois anos, sendoprovavelmente a edição mais completa quedescreve este método de luta, com maispormenores. Este livro único, foi utilizado não sópor civis como também por agentes da Polícia epelo exército britânico.

O Mestre Yabe veio do Japão à Inglaterra emais posteriormente viajou à cidade de NovaYork, onde era esperado por seu aluno, ocapitão John O'Brien, um respeitado inspectorda Polícia. O'Brien tnha aprendido dez anosantes com o Mestre Yabe, quando morava noJapão, onde trabalhara como inspector daPolícia no sector exterior em Nagasaki.

Juntos formaram uma escola de Jiu-Jitsu emRochester, onde é suposto que numerosospolícias foram treinados, o que depois atraiu ointeresse dos militares e da Marinha dos EstadosUnidos. Esta história é muito parecida à historiaque se conta sobre primeira missão de Maedanos Estados Unidos.

O Mestre Yabe e o capitão O'Brien tinhammuito bom senso para os negócios. Para dar aconhecer a sua escola de Jiu-Jitsu, publicaram

Brazilian Jiu Jitsu

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vários artigos em jornais e anúncios de promoção dos seus serviços a famosos. A sua escola era de luxo, umasótimas instalações, vestuários, duches, uma área de recepção e um muito espaço para os espectadores durante aformação e os descansos.

Esta escola de Jiu-Jitsu representava muito mais uma academia de treino em vezde uma sala de Boxe ou um Dojo de Judo tradicional.O Mestre Yabe sentou as bases de umas novasinstalações e muitos dos colegas de Jiu-Jitsuque agora também se instalaram na Europa ena América do Sul, com frequênciacopiaram as suas ideias.

Diz-se que em 1911, Yabe teve de voltarao Japão, para servir na Primeira GuerraMundial. Isso aconteceu com muitosjaponeses que nesses momentos,tinham saído do seu país paraestabelecer novos negócios etratar de terem uma novamaneira de viver para elese suas famílias. Temendonão voltar a ver suasfamílias, levou-os a vivertudo de novo earriscarem-se a acabarsendo rerutados para aguerra, no su própriopaís.

Na Inglaterra, oMestre Yabe acumulara

Brazilian Jiu Jitsu

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grande experiência com os pugilistas ingleses efranceses, os famosos savateurs. Inclusivamente,ele começara a chamar esas técnicas "atemi-waza"(em Japonês "técnicas de batimento") e siempreexplicou que estas técnicas não eram as típicastécnicas de batimento japonesas. Mas claro estáque também se pode dizer que as técnicas Savatefrancesas foram influenciados pelas Artes Marciaisasiáticas, mas a aplicação e tácticas mudaram. OFundador do Boxe Franês Savate foi professorMichel Casseux, que em 1825 abriu o primeirocentro de formação de Savate. Em 1830, Savatefue complementado com boxe Inglês, pelo professorCharles Lecour.

O Mestre Yabe explica muito o uso de cotovelos ejoelhos nos golpes, assim como as técnicas de pése mãos, para desestabilizar o oponente, para depoiso lançar ao chão. Também utiliza uma série decombinações de batimentos que como ele mesmodisse aos seus alunos, nada tinham a ver com astécnicas clássicas Atemi. Mais uma vez, tambémaquí podemos encontrar várias similitudes nashistórias de Maeda e Yabe…

Brazilian Jiu Jitsu

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Também se conta em muitas histórias, que Maeda eraconhecido por "Conde Koma" e que durante umas brigas pordinheiro na Espanha, Maeda utilizara os joelhos e oscotovelos contra os seus oponentes, antes de os lançar aochão e deixá-los inconscientes.

Apesar deste homem ter feito tanto pelo Jiu-Jitsu,realmente sabemos muito pouco. Até o final do Mestre Yabeé contraditório, porque alguns nos falam da sua morte noJapão e outros dizem voltou para a Inglaterra, onde ensinouseus conhecimentos de Jiu-Jitsu com diferentes nomes...

Enquanto escrevia este artigo, sentí que era importante ecorrecto incluir a historia deste Grão Mestre no mi novo livro,porque os seus conhecimentos tinham sido uma influencia

mportantes para muitos Mestres e professores dessa época,e é de lógico, darmos uma informação histórica a todos osprofissionais do nosso tempo. Por último, neste artigogostaría finalizar com umas palavras que no seu livro, oMestre Yabe, deixou para as gerações futuras:

"O Jiu-Jitsu é um sistema de auto-defesa e de treino físicoe moral. O seu objectivo é superar a força bruta comhabilidade e ciência, que compensa a força superior e odesenvolvimento muscular. É altamente científ ico,exemplificando leis mecânicas, psicológicas e anatómicas.No Japão se ensina em su forma mais leve, em todas asescolas e universidades, e na sua forma mais avançada, noexército e academias navais. Cada soldado da Mikado é

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versado na matéria. É a prática persistente doJiu-Jitsu à qual os japoneses atribuem a suavalentia e o êxito na batalha, os seusmaravilhosos poderes de resistência física esua fresccura e a auto-suficiência encarandoum perigo repentino.”

Franco Vacircawww.vacircajiujitsu.ch

Page 76: Cinturao Negro Revista Portugues 316 Julho 2016
Page 82: Cinturao Negro Revista Portugues 316 Julho 2016

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Page 83: Cinturao Negro Revista Portugues 316 Julho 2016

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A Era do Boxe com Punho Nu

Origens do Boxe Inglês

A palavra “Boxing” já erautilizada na Inglaterra no SéculoXVI, para referir-se a uma brigade punhos. Mas a primeiraconstatação de um combate deBoxe, como encontro desportivoentre dois oponentes, é de 1681,enquanto que a primeira vez quese usa a palavra “Boxing” parareferir -se ao desporto, data de1711. No Século XVIII, o Boxe se

tornou uma prática desportiva degrande difusão no Reino Unido esuas colónias, entrando assim naAmérica. Durante dois séculos, oscombates se realizaram sem luvas(a punho nu) e sem l imite detempo, com a f inal idade deorganizar espectáculos deapostas, tornando-se uma práticamuito violenta, em quehabitualmente os contendentesacabavam seriamente lesionadosou mortos. Nesses primeirosanos, os espectadores formavamum anel (ringue) em redor doscombatentes, que habitualmenteeram homens, mas também serealizavam lutas de mulheres e deanimais.

A Coluna de Raúl Gutiérrez

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“O primeiro pugilistasestado-unidense do qual se

tem notícias, foi BillRichmond (1763–1829),um afro-americano nascidoescravo, conhecido como

“o Terror Negro”, que só perdeu uma luta,

em 1805”

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as primeiras décadas do Século XVIII,apareceram em Londres pessoas que seauto intitulavam “Mestres de Defesa”(Masters of Defense). Em 1719, um destes“mestres”, o britânico James Figg, seproclamou campeão da Inglaterra e

desafiou a qualquer pessoa branca a vencê-lo no ringuedo anfiteatro, que ele mesmo mandou construir naPousada Greyhound, em Thame, Oxfordshire, e depois,também em Londres. Se calcula que de 1719 a 1730 ou1734, Figg realizou 270 lutas, vencendo em todas,menos uma. Quando Figg faleceu, em 1734, um dosjornais britânicos fez a seguinte crónica:“No sábado passado houve uma Prova de Habilidade

entre o invicto herói “Morte” por um lado e do outro, oaté esse momento invicto herói “Mr. James Figg”, ofamoso lutador e Mestre da Nobre Ciência da Defesa. Abatalha foi obstinadamente disputada por ambos lados,mas afinal, o primeiro obteve uma Vitória Total e osegundo, obrigado a submeter-se a um AdversárioSuperior, valentemente e com dignidade, se retirou,tendo falecido nesse mesmo dia, em sua casa da ruaOxford. Jack Broughton foi o campeão sucessor de Figgs.

Introduziu uma focalização técnica e metódica para aprática do desporto, optimizando os golpes edeslocamentos. Em 1741, venceu a George Stevensonem um combate de 35 minutos e como resultado doqual, Stevenson veio morrer poucos dias depois.Inicialmente, Broughton abandonou a prática do Boxe,mas depois se convenceu de que o mesmo necessitavaregras pensadas para evitar que os pugilistas sofressemdanos irreparáveis. Assim pois, a 16 de Agosto de 1743, Jack Broughton

deu a conhecer em seu anfiteatro de Tottenham CourtRoad, as primeiras regras do Boxe moderno, que seriamconhecidas pelo seu nome e que lhe haviam de valer oreconhecimento como “pai do Boxe inglês”.

A Coluna de Raúl Gutiérrez

“A 16 de Agosto de 1743,Jack Broughton deu a

conhecer no seu anfiteatrode Tottenham Court Road,as primeiras regras do

Boxe moderno”

N

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Page 89: Cinturao Negro Revista Portugues 316 Julho 2016

A Coluna de Raúl Gutiérrez

As regras de Broughton estavam integradas por seteregras que eram obrigatórias para os pugilistas queaceitavam fazer boxe no seu anfiteatro. As regrasestabeleciam o dever de retirar-se ao seu canto do ringue,perante uma queda do oponente; a conta de meio minutodepois de uma queda, para situar-se no centro do ringue erecomeçar o combate ou ser considerado “homemvencido”; que só os púgeis e seus treinadores podiamsubir ao ringue; a proibição de arranjos privados entre ospugilistas acerca da distribuição do dinheiro; a escolha dejuízes para resolver desentendidos entre os boxeadores; aproibição de bater no adversário quando estiver caído e aautorizar as chaves só por cima da cintura.

Broughton também criou os quadriláteros de Boxeelevados e o uso de luvas nos treinos e demonstrações,para acolchoar os golpes. As Regras de Broughton semanteriam vigentes, com algumas modificações, até 1838,quando foram substituídas pelas Regras do London PrizeRing.Neste período, se introduziu o Boxe nos Estados

Unidos. O primeiro pugilista estado-unidense do qual setem notícias, foi Bill Richmond (1763–1829), um afro-americano nascido escravo, conhecido como “o TerrorNegro”, que só perdeu um combate em 1805, quandocom 41 anos, combateu contra o então campeão mundialTom Cribb, sendo derrotado no assalto 60. Nessa época,

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A Coluna de Raúl Gutiérrez

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também se destacou Tom Molineaux(1784-1818), um escravo de Virgínia,que comprou a sua liberdade com oque ganhava no Boxe e que tambémperdeu frente a Cribb, em 1811.

As regras do London Prize Ring

Em 1838, a Associação Britânica paraa Protecção dos Pugilistas (British

Pugilists’ Protective Association) estabeleceu um novoconjunto de regras para o Boxe; regras que se difundiramrapidamente no Reino Unido e nos Estados Unidos. Asnovas disposições tomaram como base as regras de

Broughton e foram conhecidas como“Regras do London Prize Ring”, que setraduz como "Regras do RinguePremio de Londres" ou "Regras doQuadrilátero do Prémio de Londres".As Reglas do London Prize Ring de

1838, estavam integradas por 23regras. As mesmas estabeleciam ummodelo para a construção dos ringues,de 24 pés (7,3m) de lado, osassistentes dos pugil istas e suasfunções para os atender, os árbitros, aregulação das “esquinas”, os 30segundos do púgil caído para voltar aocentro de ringue, pronto para reiniciar aluta, e outras diversas proibições,como a de entrar no ringue durante oprogresso do assalto, a dosassistentes se dirigirem ou agredirem opúgil adversário, de bater com a

cabeça, de bater no adversário caído ou com um joelho nalona, de bater por debaixo da cintura, de utilizar os dedosou as unhas para magoar o oponente, de pontapear, etc. As Regras de London Prize Ring mantiveram o Boxe a

punho limpo, mas introduziram a possibilidade de cadapugilista poder apoiar um joelho na lona, para parar a lutadurante a conta de 30 segundos, com a finalidade depermitir uma melhor recuperação. Em 1853, as regras doLondon Prize Ring foram ampliadas e em 1866, seestabeleceram as “Novas Regras”, aprovadas pela entãorecentemente criada Pugilistic Benevolent Society.Durante a era do pugilismo a punho nu, não existiu o

Boxe amador. Os combates se realizavam sempre pelo“prémio” em dinheiro que se punha em jogo - daí o termoprize-ring - e os espectadores realizavam apostas que sepagavam no momento. A actividade sempre tinha sido

“As Regras do London PrizeRing mantiveram o boxe a punho

nu, pero introduziam apossibilidade de que cada

boxeador pudesse apoiar umjoelho na lona, para parar a luta

durante a conta de 30 segundos, com o fim de

permitir uma melhorrecuperação”

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ilegal, mas tinha sobrevivido, porque teve grande apoiopopular e também estava apoiado muitos homensinfluentes.Também não havia variedade de categorias conforme o

peso dos pugil istas. Havia só um “campeão”, queacostumava a ser um dos mais pesados. O termo “pesoligeiro” começou a utilizar-se nos inícios do Século XIX epor vezes se organizavam combates entre os homensmais ligeiros, mas não havia um campeonato específicopara eles.

O Boxe a punho limpo “pelo prémio”, se limitou aospaíses com influência britânica e se bem no Século XVIIIos principais boxeadores foram britânicos, no decorrer doSéculo XIX, os Estados Unidos foi relegando a Inglaterra,tanto como lugar principal dos combates como pelaorigem dos boxeadores mais destacados.A meados do Século XIX, a decadência do Boxe a punho

nu, era evidente e a luta por prémio (prize fighting)..., porvárias razões internas, padeceu um brusco declínio emadesões. A luta pelos prémios, que sempre teve uma

A Coluna de Raúl Gutiérrez

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associação com os baixos fundos do mundo criminoso,agora se tornara claramente um veículo dos interesses dasapostas: os combates eram amanhados, os lutadores eárbitros comprados, com tudo o qual, o ideal de uma lutalimpa, passara a ser uma presunção de corrupção.Assim, o pugilismo a punho limpo foi desaparecendo

lentamente. Em 1882, os tribunais ingleses decidiram, nocaso R. contra Coney, que uma luta a punho limpoconstituía um assalto criminoso, causa de lesões, sem

importar que tivesse existido anuência dos participantes. A 8 de Julho de 1889, se realizou a luta Sullivan-Kilrain,

considerada a última do campeonato a punho nu, com otriunfo do primeiro. Precisamente, o estado-unidense JohnL. Sullivan é considerado uma “ponte” entre o Boxe apunho nu e o Boxe com luvas, sendo o último campeãomundial daquele e o primeiro deste.

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Auto-defena na rua

Todas as artes marciais asseguramensinar auto-defesa e de facto, muitasdelas é a única coisa que fazem. Afinal,em todas as culturas ao longo dosséculos, as artes marciais foram criadaspara serem utilizadas no combate real enão como desporto, treino físico ouentretenimento. No entanto, na suaorigem, as artes estavam reservadasquase que exclusivamente à classeguerreira e a sua aplicação moderna àauto-defesa civil, é bastante recente.Para tornar as disciplinas marciais umaactividade social e legalmente aceitável eacessível para pessoas normais (homens,mulheres, crianças, jovens e idosos comdiferentes condições físicas), as ditasdisciplinas tiveram de passar por umatransformação tanto a nível técnico comofilosófico. A metodologia de ensinotambém teve que modif icar -se,afastando-se cada vez mais do durotreino “militar”, para tornar -se umaactividade moderada, familiar e viável doponto de vista comercial.

Grandes Mestres

“No Hapkido de combate dedicamospraticamente todo o nosso tempo a

treinarmos para o “close-quarter combat”(combate na curta distância)”

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Estas mudanças resultaram na sua maiorparte, de grande benefício e têm produzidoum aumento drástico da sua popularidade:

dezenas de milhares de pessoas emtodo o mundo, praticam artes marciais.Isto não teria sido possível semmodificações substanciais das artes,partindo do modelo duro de combate

guerreiro, até um modelo civil moderno,mais seguro. Não obstante, como tudo

nesta vida, o pêndulo pode oscilarexcessivamente e chegar ao outro extremo.

Algumas das mudanças necessárias parafazer as artes marciais acessíveis a toda a

gente, acabaram por diluir a essência docombate para a qual as artes foram criadas noprincípio. Isto não só tem comprometido aeficácia técnica de muitos esti los, comotambém tem contribuído ao lamentáveldeterioro da mentalidade (ou do espírito)"guerreiro" dos praticantes. O facto da praticaras artes marciais como um prazer, como treino,desporto ou como uma maneira de aliviar oesgotamento, não é mau e as pessoas

deveriam ser livres para escolher seus motivospara o fazer. Mas na minha opinião, a auto-defesa

prática e efectiva, sempre tem sido o objectivofundamental do treino das artes marciais. Muitos

outros instrutores pensam isto mesmo e por isso,nos últimos anos temos podido ver uma espécie

de “contra-revolução” com o crescimento dossistemas e estilos “baseados na realidade”.

Esta tendência, na qual o Hapkido decombate tem sido pioneira desde 1989,

tenta restaurar o treino realista da auto-defesa, como um elemento importante

(quando não o único) no treino deartes marciais.

No Hapkido de combatededicamos praticamente

todo o nosso tempo atreinarmos para

“c lose-quarterc o m b a t ”

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Grandes Mestres

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(combate na curta distância) em situações de auto-defesa na ruae para o fazer, tiveram de se fazer mudanças estruturais muitoamplas na arte original que era a nossa base, o Hapkido.Também se teve que pôr em marcha uma metodologia deinstrução diferente para ser coerente com a nossa filosofia eos nossos objectivos.

Definição de “Auto-defesa”

A Auto-defesa é uma acção natural de protecção de nóspróprios contra qualquer dano, ferida ou morte a mãos de outra

pessoa. Este acção também inclui a protecção de outros, tantodos seres queridos como de estranhos inocentes que

estiverem sendo atacados e também devia de incluir aspropriedades de cada um. Por isso, a palavra “Auto”

na Auto-defesa tem um significado mais amplo eproporciona à pessoa uma responsabilidade,

um dever de agir de maneira defensivacontra todo tipo de violência, abuso ou

violação do nosso direito a uma vidasegura, pacífica e livre. Por incrível

que pareça, nos últimos anostemos visto uma tendência

inquietante por parte dosgovernos, a restringir,

dissuadir e mesmocriminalizar o nosso

direito à auto-defesa. Alguns

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destes incidentes têm sido publicados nas notícias emtodo o mundo. As autoridades de alguns países europeus,como a Inglaterra e a Itália, têm achado cargos criminaiscontra cidadãos inocentes, cumpridores da lei, que se têmdefendido de ataques, inclusivamente em suas própriascasas. Este abuso de poder vai em contra de todos osprincípios legais, morais e intelectuais de uma sociedadelivre e justa. É o resultado de uma ideologia políticaabsurda, desonesta e injusta, que protege e defende ocriminoso, desculpando e justif icando o seucomportamento. Esta mistura de correcção política e da“justiça”, inventa direitos inexistentes para o criminoso,enquanto que ao mesmo tempo intimida e castiga a asvítimas inocentes. Afinal, a culpa é dos cidadãos, que

elegem e continuam votando em políticos corruptos,incompetentes e megalómanos, que fazem

essas leis estúpidas e dão poder à políciapara as aplicar. Como eles esrãoprotegidos por guarda-costas armados(pagos pelos contribuintes), não seimportam se os cidadãos sofrem roubos,golpes, violações ou ataques. Oferecemqualquer protecção imaginável,

facilidades e compreensão ao criminoso,mas utilizarão todo o poder do Estado para

nos amargar a vida se nos atrevemos adefender-nos do ataque. O nosso direito a

protegermos a nossa pessoa, os nossos seresqueridos e a nossa propriedade não é um direito“permitido” por nenhum político! É o mais natural,fundamental e inalienável dos direitos humanos e nãopode ser arrebatado pelo governo de nenhum país “livre”.

Qualquer cidadão honesto e inteligente, devia se oporde maneira activa e por qualquer meio legal, a todatentativa de limitar, restringir ou proibir o nosso direitoinviolável à auto-defesa, para que as vítimas dos crimesnão sejam castigadas nem agredidas de novo.

Uno dos bons aspectos do estudo das Artes Marciais é

que, além das técnicas de combate físico, ensinaestratégias para prevenir, evitar ou minimizar osconfrontos. Consciência, confiança em si mesmo, alertaperante os riscos potenciais, compreensão dos sinais deameaça, linguagem e posição corporal, todos estesfactores fazem com que aumentem de maneira drástica,as nossas oportunidades, para não nos vermos envolvidosnuma briga o para não sermos escolhidos como vítimas. Equando o combate físico acaba sendo inevitável, oconhecimento de técnicas de batimento precisas, pontosde pressão, chaves às articulações e técnicas de controlo,tudo isto deveria resolver quanto antes o confronto, sem oatacado sofrer danos e com danos mínimos para oatacante (limitando assim as consequências legais que sepodem ocasionar).

Eu afirmo que sim, que o treino da auto-defesa realista éimportante (e até vital) e bom a muitos níveis: físico,psicológico e emocional. Por isso, o Hapkido de combateprovado na rua, está tornando-se em uma actividademuito popular, apesar do absurdo panorama políticoactual.

Definição de “rua”

Quando falamos de “rua” na auto-defesa, o quequeremos dizer exactamente? Nos referimos literalmente àrua? Sim e não. É claro que nos referimos à rua, onde seproduzem os ataques, assaltos e lutas, mas é muito maisque isso.

A palavra “rua” se tem utilizado durante muitos anos noléxico das artes marciais, para descrever simplesmentequalquer lugar que estiver fora do dojang. Se refere não sóaos diferentes contextos do mundo exterior, comotambém aos tipos de ataque aos quais teremos de nosenfrentar quando não estivermos no marco seguro econtrolado da escola de Artes Marciais. O uso da palavra“rua” é simplesmente um recurso, uma abreviatura, parareflectir a imagem dos perigos no mundo real. Para melhor

Grandes Mestres

“Um dos aspectos positivos do estudo das ArtesMarciais é que, além das técnicas de combate físico,ensina estratégias para prevenir, evitar ou minimizar

os confrontos”

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“O atacante pode estar asós ou com colegas,

armado ou desarmado,bebido ou sob os efeitos

das drogas”

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ilustrar isto, vamos passar uma vista de olhos, aalguns dos lugares nos quais se pode produzir umataque que requer uma resposta de Auto-defesa.Podemos estar numa loja, um restaurante, umestacionamento, uma discoteca, a praia, umelevador, no escritório, um avião, um comboio, umauto-carro, um pic-nic no parque, passeando em umbosque, andando de bicicleta, em casa, jogando àbola, no cinema, numa estação de serviço, etc... A listapoderia encher páginas... Agora já sabemos que quandousamos a palavra "rua" incluímos qualquer lugar em quepodemos ser atacados. Além disto, “rua” em auto-defesatambém faz referência às “condições” em que podem estartodos esses lugares, ou seja, o tempo e o terreno. Olugar pode estar cheio de gente o deserto. Pode serde dia ou de noite. Pode estar calor, fr io,chovendo ou nevando. O solo pode ser depedra, de areia, de relva, de asfalto, ou podeter escombros ou vidros quebrados. Podefazer armas improvisadas, como paus,pedras, garrafas, cadeiras. Por último, a“rua” também pode referir-se ao atacante eàs suas técnicas, em contraste com osparceiros e as técnicas determinadas quese utilizam no treino. o atacante podeestar a sós ou com “colegas”, armado oudesarmado, bebido o baixo os efeitos dasdrogas. Pode utilizar as técnicas maisselvagens e inesperadas para nos ferir:cabeçadas, mordidelas, puxões docabelo, o pode levar a nossa cabeça abater contra a parede, tudo vale! Na“rua” não há regras nem nada parecidoa uma luta justa. À vista de tudo isto,como devemos treinar? Comopodemos preparar-nos para a “rua”?Uma vez escutei um instrutorridiculizar uma arte marcialtradicional, dizendo que era inútilpara a rua porque "lutas comotreinas". Estou de acordo em queos sistemas realistas de auto-defesa nos preparam melhorpara as luras reais que asartes clássicas, mas nãocomparti lho a ideiadaquele instrutor pordois motivos: o

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Grandes Mestres

primeiro, porque qualquer arte marcial (tradicional, realista oudesportiva) é melhor que não treinar; segundo, porqueindependentemente de como e treina, mesmo com os cenários maisrealistas e com os métodos mais agressivos, nunca podemosreproduzir o estresse, a violência e o imprevistos da “rua”. Por todasas razões anteriormente ditas (contexto, terreno, tempo, falta deregras, etc.) é praticamente impossível lutar com um colega numasituação controlada, da mesma maneira que o faríamos (e que ele ofaría) na rua. Não se pode negar que um competidor de UFC seenfrentaria a um atacante bastante melhor que um praticante de Tai-Chi, mas não devemos esquecer que el 99% da povoação não treinacomo faz um desportista de UFC, nem pode ser capaz de desenvolveras mesmas habilidades e o mesmo nível de preparação física.

Por isso, podemos dizer que qualquer treino de arte marcial é útil,valioso e aumentará as nossas possibilidades de sobreviver em umconfronto de rua complicado, ainda que seja diferente do seexperimenta todos os dias no dojang.

O Hapkido de combate no treino da auto-defesa é suficientementerealista e está baseado no bom senso e na relação com os princípioscientíficos. As técnicas foram seleccionadas por suas qualidadespráticas, tendo em consideração as condições da pessoa de tipomédio. Isto quer dizer que têm de ser razoavelmente fáceis, para quepossam ser aprendidas e executadas por homens e mulheres de todasas idades e alturas. Também temos versões adaptadas para crianças epessoas com incapacidades, assim como programas específicos parao exército e os agentes dos corpos de segurança.

A missão do Hapkido de combate é clara:• Ensinar técnicas de defesa contra a maioria de tipos de ataques

possíveis: socos, pontapés, agarres, empurrões, etc. • Ensinar técnicas de defesa desde a posição sentada, em pé, no

chão e contra a parede.• Ensinar técnicas de defesa contra armas brancas afiadas ou não e

contra armas de fogo.• Ensinar como enfrentar-se a múltiplos atacantes e como tirar

vantagem de armas improvisadas.• Ensinar tudo o possível sobre anatomia humana, para proteger-nos

melhor a nós mesmos e para escolher os pontos mais efectivos.• Ensinar os elementos psicológicos e legais da violência, da luta e

dos confrontos.Armados com o conhecimento adquirido através do treino em

Hapkido de combate, a maioria dos indivíduos serão capazes dedesenvolver as habilidades mentais, emocionais e físicas necessáriaspara sobreviver à realidade perigosa da "rua".

“Armados com o conhecimentoque se adquire através do

treino em Hapkido de combate,a maioria dos indivíduos serãocapazes de desenvolver as

habilidades mentais, emocionaise físicas necessárias parasobreviver à realidade perigosa da "rua"

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX,

osimilares) e aimpressão das capas segueasmaisrestritas exigências de qualidade(tipo depapele impressão). Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/LARRY4REF.: • DVD/LARRY4

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WT Universe

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O LOGOTIPO

Neste artigo, gostaríamos de apresentar o nosso logo-tipoe as nossas saudações. O nosso logo-tipo não é nenhuma combinação de símbolos

ao acaso; ele comunica - assim como a nossa saudação - afilosofia e a atitude que está atrás de tudo isso.

Começando de fora para dentro: o simbolismo das duas asas estendidas, representaa liberdade. São o símbolo da subida desde a terra e a ascensão ao céu. Também sepoderia dizer que permite uma nova perspectiva e um ponto de vista avançado. O animal das asas representado, é a águia. A protecção é outro aspecto das formas

das asas. Na nossa filosofia da "Trindade dos Centros Humanos", que representam o

“O círculo é o símbolo final da inter-acção inseparável Yin e Yang...”

“As duas asas estendidas representama liberdade. São o símbolo da subidadesde a terra e a ascensão ao céu”

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WT Universe

“O círculo supõe aintegridade propriamentedita, unir à soma das

partes uma entidade maior.O círculo é harmónico erepresenta o pensamento

orgânico e próspero”

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coração, o centro emocional e o que em suafunção desenvolvida também se chama o"conhecimento silencioso".A espada representa a clareza de pensamento

(pensamentos afiados como facas), a agudeza ea vontade de pôr l imites, a dizer "não" edefender-se a si mesmo. A espada também ésinónimo de combate, a vontade de realizar ecompletar as disputas inevitáveis, aqui e agora.Por outra parte, o Yang não só é o deslocamentoe a força motriz, como também uma últimainstância destrutiva, posto que os novosconceitos só podem surgir depois de pôr de ladoos antigos. Ainda assim, cada Yang requer de umYin para manter a eficácia. Sem Yin, não é maisque um sopro sem efeito. Dos três centros, este éo de pensar, na sua forma mais conhecida como"o pensamento esclarecido" evoluído.As duas serpentes significam flexibilidade, a

adaptabilidade, a saúde e a medicina, assimcomo virulência para nós. Elas simbolizam o Yin -o carácter sempre em contínua transformação eadaptação – como assim também a astúcia. Yin éo meio a través do qual se movimenta o Yang. OYin Yang sem a astúcia, tende ao estancamento.Os associamos ao nosso centro de instintos.O círculo é a integridade propriamente dita, unir

à soma das partes uma entidade maior. O círculoé harmónico e representa o pensamento orgânicoe próspero, junto com a eficácia resultante.Também circunscreve a inter-acção harmónica departes rodeadas e seus arredores. É o limite, oponto de contacto das forças interiores eexteriores de igual maneira, que no entanto estãoafectando mutuamente as outras. O círculo é o

“A espada representa aclaridade de pensamento

(pensamentos afiados comofavas), a agudeza e a vontade

de pôr limites,dizer "Não" e defender-se

a si mesmo”

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WT Universe

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“As duas serpentessignificam flexibilidade, aadaptabilidade, a saúde ea medicina, assim comovirulência contra nós.Simbolizam o Yin - ocarácter sempre em

contínua transformaçãoe adaptação - etambém a astúcia.

Yin é o meioatravés do qualse movimenta oYang. O Yin sem

o Yang, tende ao

estancamento.O associamos

ao nosso centrode instintos”

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símbolo final da inter-acção inseparável do Yin e Yang,incapazes de existirem um sem o outro. Alguma coisaforçada, numa posição extrema de Yin, vai reagir em umextremo e o Yang, vai fazer o mesmo; extremo queproduz, por exemplo, uma explosão muito violenta.O Movimiento Wing Tsun Universe não é uma noção

territorial, mas simplesmente o recipiente actual - ouainda melhor - a expressão do momento das leis danatureza, na qual se baseia.Assim, vemos o logo WTU como um símbolo para um

certo tipo de pessoas. As pessoas nas quais os três"centros" (de pensamento, emoção o movimento) estãoharmonicamente evoluídos e o mais equil ibradospossível, ou que estão trabalhando para isso e queportanto se encaminham um ser humano que possui umalgo de uma verdadeira vontade, graças à activação doscentros adicionais: a "claridade de pensamento" e o"conhecimento silencioso". Um ser humano que já não reage, condicionado pelos

impulsos internos e externos, não repete como umpapagaio; ele que se move por suas própriasexperiências, que ganhou em conhecimentos ehabilidades, sendo capaz de tomar uma posição firme,como uma pessoa real.

WT Universe

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“Um praticantede WTU poderianão ser uma

pessoaencantadoraou mesmosimpática,

capaz de dizerum claro "não",estabelecendo

limites, sem procurarproblemas,

mas sem ter medoao confrontoquando é

necessário”

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Isto não tem nada a ver com a educação, o estado ou o êxito na vida social ou fora dela. Um praticante deWTU poderia não ser uma pessoa encantadora ou mesmo simpática, ser capaz de dizer um claro "não" aoestabelecimento de limites, sem ter problemas, mas sem ter medo ao confronto, quando é necessário. Comotal, não se procura o colectivo sem rosto, mas sim a verdadeira comunidade, saber que certos aspectos da

vida de uma pessoa, só podemdesenvolver-se funcionandoorganicamente, em um meio saudável.Por essa razão, gostaríamos de resumir

o anteriormente dito, em duas frases:Com o fim de proporcionar eficácia se

requerem três condições: As pessoas adequadas, no momento

adequado, no lugar correcto.

A necessidade cria órgãos.

SALVE - A saudação noWing Tsun Universe

Em todas as culturas e sociedades hácertas regras, que permitem um melhorconvivência. Como tal, a maneira de

WT Universe

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“Incapaz deexistir um sem ooutro, quandoforçado numa

posição extremade Yin, irá reagirem extremo e noYang o mesmo”

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WT Universe

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saudação entre si, nos sistemas de ArtesMarciais é um elemento fundamental,globalmente válido de ida e volta.A saudação no Wing Tsun Universe se

deriva da realização dos três "centros":pensamento, emoção e movimento. Anossa saudação indica uma pessoaconsciente dos seus três centros nestaacção e ao mesmo tempo, é um gestodestinado à pessoa que está sendorecebida, a qual, pela sua parte, percebeestar em frente de alguém da sua mesmaentidade e lhe está prestando toda aatenção.A posição básica é erguida e relaxada.

Com a cabeça levantada, as pernasinicialmente ficam muito perto uma daoutra (aproximadamente de uma polegadade distância), com mãos e braços caídosdos lados, sem tensão. A mão principalaberta (geralmente a direita, como centrodo pensamento) se eleva em ummovimento fluido sobre o Hara (o centrodo movimento) até a posição do coração(centro emocional) e daí em diante, aolongo do eixo médio do corpo, com o fioda mão levantado verticalmente. Este é osímbolo de uma intenção pacífica dasaudação e mostra que não há nenhumaarma na mão principal, nem está destinadaa ser utilizada como tal.Na segunda parte, a mão secundária, se

mantém a um lado, pendurada, relaxada

ou portando uma arma.Simultaneamente, com o movimento de

saudação fluindo da mão principal, aposição se abre a um lado, pondo emorem o peso com o pé oposto à mãoprincipal, passando de um pé de distância,para o lado, numa posição normal e quecontinua em paralelo. A posição finalresultante da mão principal, deriva dogesto budista da paz. A segunda mão semantém pronta para a acção.No momento de ir à posição final, se

pronuncia a palavra 'Salve'. Proveniente da nossa própria área

cultural europeia, o antiga saudaçãoromano foi utilizado principalmente naIdade Média como uma saudação militar,mas não só para isso como também parademonstrar o respeito e a honra entre osguerreiros civilizados.A saudação deve transmitir uma maneira

amável e de respeito de comunicação paratodos os participantes.Ao mesmo tempo, quem saúda indica

ser uma pessoa bem educada, querespeita, alguém que assume umaposição. E aqui também, gostaríamos deresumir numa última frase final, o quesimboliza "Salve" no WTU:

Um "ser humano" não deve inclinar-seperante outro, nem deve haver alguéminclinando-se perante ele.

“O Movimento WingTsun Universe não éuma noção territorial,

é simplesmente orecipiente actual -

ou melhor - aexpressão do

momento das leis danatureza em que

se baseia”

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grande personalidade de René e suashabilidades marciais, jogaram papel decisivo esua introdução na destreza de seu pai nas ArtesMarciais f i l ipinas. René praticavaconstantemente para as demonstrações equando se não via tão impressionante como

queria, necessitava de alguém para praticar. Um dia, queseu pai estava tratando do jardim, pediu a ele para ser seu"boneco" de prática. O idoso Latosa, conhecido por seumau feitio, se manteve calmo, apesar da arrogância do filho.Tinha estado observando como o seu filho praticava astécnicas e sorriu quando lhe disse:

"Rapaz, estás a precisar de mais treino!”O jovem Latosa retorquiu que ele era só um "boneco!"

Latosa Escrima História e Evolução

Aprendendo nas fontes (por JohnnyLatosa)

Aprender do seu pai foi muito difícil paraRené. Seu pai era um lutador, com umamental idade de combatente e cadareacção a uma situação, estava orientadaao combate. Seu pai estava tambéminteriorizado das Artes Marciais filipinas,que eram altamente secretas e das quaisinclusivamente se negava a sua existência.

Quando treinava com o pai, René lhepedia para ver o movimento por segundavez, para ter a certeza de que o fazia bem.Mas a cada vez, seu pai o mostrava umpouco diferente. Seu pai não fez uso detécnicas de ajuste, só dos movimentos detipo de defesa e de ataque, mas não hádois movimentos sempre iguais.

A

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Então, o velho deixou cair a enxada, se dirigiutranquilamente em direcção do seu jovem e egoístafilho e pegou num pau. René avisou o pai que lhebateria na cabeça mas que tivesse cuidado porque jánão tinha a velocidade mortal e as habilidadesperigosas. O pai, com voz tranquila, pediu ao filhoque atacasse.

Houve uma pequena dúvida por parte de René,temendo que se fosse demasiadamente rápido, o seupai poderia acabar ferido. René dirigiu um golpe lentona direcção do pai, mas antes de poder ver o quesucedera, a bengala do pai já lhe tinha batido nacabeça...

"Isto deve ter sido acidental" - pensou René. Denovo, atacou o pai, mas desta vez, mais rápido. Denovo, a cabeça de René foi o destino final para abengala do pai. Com fúria séria, René lançou ao paiuma pancada forte e rápida e avançou para oobjectivo, o seu pai. Mas o seu objectivo se tinhamovido e o pau aterrou entre o pescoço e o ombro deRené, mandando o jovem ao chão! Seu pai se afastourindo e voltou ao seu trabalho no jardim...

A mão de René saiu da casa,gritou ao pai e consolou o filho,que tinha o ego ferido.

René passou algum tempopensando e tratando de saber oque se tinha passado. Tinha aimpressão de que a sua velocidade ehabilidades técnicas não podiam ser melhores.O pai veio ter com ele e falou-lhe do seu fundoáspero e perigoso e o informou de que tinha muitoque aprender.

A atitude de René com as Artes filipinas, mudou. Oprimeiro atributo que devia eliminar era o seu ego.

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O pai começou a treinar René nos aspectos dosconceitos de luta, com diferentes armas e a sua filosofia.René percebeu a importância dos conceitos em relação astécnicas.

Desenvolvimento do sistema

O Latosa Escrima Concept é um sistema muitodinâmico e lógico. O sistema continua desenvolvendo-se eprogredindo para o futuro. O sistema avança como umestudante que se faz tecnicamente competente.

O Latosa Escrima Concept é o estudo e odesenvolvimento dos melhores conceitos e estratégias demuitos sistemas, mas não assim de técnicas. É a ideia dacompreensão do que se faz, com se faz e porquê se faz. Ésimilar ao processo da educação na maioria dasuniversidades mais importantes.

O sistema é uma educação do movimento do corpo, aestratégia e a eficiência e não só os movimentos físicosligados às técnicas. O objectivo principal do LatosaEscrima Concept é manter-se honesto, realista e o maisimportante, concentrar-se em levar o potencial doestudante ao máximo.

Nas primeiras etapas do desenvolvimento de conceitosdas Artes Marciais filipinas de Latosa, os movimentos etécnicas se consideraram o mais importante e a ideia deutilizar conceitos era secundária. Isto resultou eficaz econtribuiu à reputação da luta de muitos dos estudantesde René. Mas, apesar o sistema parecer eficaz, não estavacompleto. Faltava um elemento que distingue a Artefilipina das outras Artes Marciais. Não são as técnicas asque fazem destacar as Artes filipinas, posto que a maioriados sistemas utilizam técnicas. Não é a capacidade demudar da mão nua ao uso do pau. Então, o que éexactamente? Esta procura da resposta se tornou a forçado impulso de Latosa, para desenvolver a Arte Marcialfilipina na direcção de uma Arte progressiva. A respostaestava dentro dos conceitos de luta e a maneira em quejogam um papel na eficácia de ser um guerreiro.

Como os conceitos de potência de batimento, bloqueioduro, equilíbrio e atitude se fizeram mais dominantes, osistema Latosa desenvolveu uma nova focalização. Renéreestruturou a sua técnica e exercícios, para ensinar aimportância dos conceitos.

Latosa utiliza estes conceitos quando desenvolve suashabilidades no Boxe.

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REF.: • LAT-3REF.: • LAT-3

Los grandes Maestros lo son no solo en virtud de susconocimientos, también claro está de una trayectoria y en mihumilde opinión, desde luego, de una personalidad, de un carácter.

Rene Latosa lo es y vuelve justamente a nuestras portadas,muchos años después de aquel primer encuentro,

porque reúne todas estas cualidades.Gozoso reencuentro debo añadir, pueslo fue. Corto pero sabroso y suficientepara comprender como todo lo queuno había esbozado hace años,en aquella primera ocasiónestaba ahí, maduro, firme ygentil a la vez.La razón de su viaje: Unnuevo video que verá la luzen breve. Una mañana detrabajo impecable, unagrabación fluida yagradable, para un videoque a buen seguro, harálas delicias de todos losamantes de las Artesfilipinas. El Latosa Escrima, un

estilo que un Maestroamigo de Wing Tsun definiócon elógios como “antiespectacular”, donde la

eficacia campa a sus anchas,marcando la diferencia.Contamos con la inestimable

asistencia de su alumno Sifu MarkusGoettel, al que agradecemos su gentileza

y ayuda.

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REF.: • DVD/SERAK-2REF.: • DVD/SERAK-2

O Pukulan Pencak Silat Serak é à vez, um sistemabaseado em armas e mãos nuas. Incorpora numerosas

armas de última geração, espadas, facas,kerambits circulares, barras, paus de

diferente longitude e outras armasmuito especiais. Também nos

métodos de treino com mãosnuas, nos enfrentamos ao

adversário que ataca comarmas em ambas as mãose a vários oponentes aomesmo tempo. Estetreinos fazem-nos maisconscientes de tudoquanto sucede numadiscussão ou numabriga e o que se devede fazer e não fazerquando nosenfrentamos a ataques

com armas, contra umou vários adversários. Neste segundo DVD,

Maha Guru HorácioRodrigues, herdeiro da

linhagem de Pendekar Pak,Víctor De Thouars do Pukulan

Pencak Silat Serak, aborda a maneiraparticular em que se treina e se utiliza o

armamento, assentando as bases para futurosestudos mais avançados e a aplicação da técnica. Estevídeo inclui os princípios do trabalho, ângulos deaplicação, Sambuts, Jurus e exercícios com a espadacurta “Pedang”, faca curta “Pissau”, pau curto “TonkatMatjan”, Sarong, e aplicações de defesa pessoal commãos nuas.

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“O que dá a beleza ao deserto é que em alguma parte,esconde um poço de água”

Antoine de Saint-Exupery

“O que sabemos é um pingo de água; o que ignoramosé o oceano”

Isaac Newton

Fluir não quer dizer ser descuidado; a água o não é. Não deixacanto sem cobrir, a tudo chega! Dizem os Asturianos que a águatem “um focinho muito fino”. Sem presa, adaptando-se àscircunstâncias, a água é a metáfora da persistência e daadaptabilidade extremas. O paradigma da mydança na forma, semtransformar a essência. O água cataliza a vida, sem ela, a terra seca e fica ermo, o fogo sem

controlador, tudo inunda e o ar, transformado em tormenta de areia, nãopode levar a fertilidade das nuves, nem a força das mudanças. Até ometal é torneado com seu uso nas forjas! A água nos conforta, nos limpa, nos abençoa. Molhados

nos rios do momento, nadamos, lutamos, naufragamos. Fluir, adaptarse às barreiras, correr para baixo, não

se opôr a nada, a água é a perfeita analogía dahumildade, da adaptação e do não conflicto. Aágua vence sem objectivo; seguindo a suanatureza, rodeia qualquer obstáculo e nosensina a como vencer, mas com sabedoria,sem desgaste, sem perder de vista oobjectivo. O que é uma rocha no caminho?O que é uma montanha? Até quando nãohá saída, ela se filtra ou se evapora. Nadadetém o seu destino.O río da vida me deixou nas minhas

margens estos textos, que hojecompartilho como livro. E digo que“deichou”, porque toda autoría équando menos confusa, pois todosdevemos àqueles nos precederam,aos que nos inspiraram e inspiram,as flutuantes nuvens doinconsciente colectivo e até, quemsabe!, os espíritus econsciencias que nos rodeiam. Não tenho nada que

ensinar, porque nada sei, peroa quem quizer escutar asminhas palavras, lhe deixoaquí sinceras reflexões,sentidas, cada día maissentidas e menos pensadas,porque o pensamento nosengana vendo o que quer vere dele aprendi a suspeitar.

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ABERTOS A TODOS!Que cinco dias nos esperam treinando, suando, gozando, todos juntos! Tudo organizado pelo GM Andreas Hoffmann,

em sua casa e no Quartel Geral Mundial do Chun Weng, em Bamberg. Alemanha. As acampadas se concentram no Weng Chun para todos os níveis e estão abertas a todos. Durante as acampadas também teremos sessões opcionais de Vietnam Weng Chun, Sanda, BJJ, e Qigong

Shaolin/Filosofia. Portanto, também se podem unir a nós apenas durante um ou dois días. O preço da acampada é só de 250€ (para sócios) e de 300€ para o público em geral, durante 5 dias. Para 1 dia são 60€ para sócios e 70€ para o público em geral.

QUANDO É A ACAMPADA DE VERÃO DO WENG CHUN 1: Da 4ªfeira, dia 3 até o Domingo 7 de Agosto de 2016, emhorários de: 4ªfeira das 14 às 19 horas. 5ªfeira, Sexta e Sábado das 10 às 12:30 e das 14:30 em adiante e no Domingodas 10 às 14 horas.

Sessões opcionais especialmente na parte da tarde. Esta acampada está destinada a todos os níveis, tendo como focoprincipal o nível básico e médio do Weng Chun.

ACAMPADAS DE VERÃO DO WENG CHUN 2: Da 4ªfeira dia 10 até o Domingo dia 14 de Agosto de 2016. 4ªfeira das14:00 às 19 horas, 5ªfeira/Sexta/Sábado das 10 às 12:30 horas e das 14:30 às 16:30. No domingo das 10 às 12:30.

Sessões opcionais extra: Esta acampada está pensada para todos os níveis, focalizando especialmente os níveismédios e avançados do Weng Chun.

Onde? No Quartel Geral do Weng Chun, Memmelsdorferstrasse 82 R, 96052 Bamberg, Alemanha, a 5 minutos a pédesde a estação de comboios e a 40 minutos de carro ou em comboio, desde o aeroporto de Nuremberg.

Se estiverem interessados ou desejarem mais informação adicional, favor escrever para os correios electrónicos [email protected] e www.weng-chun.com

ACAMPADAS DE VERÃO WENG CHUN 2016, EM BAMBERG (ALEMANHA) DIRIGIDOS PESSOALMENTE PELO GRÃO MESTRE ANDREAS HOFFMANN

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Andreas HoffmannAssociação International de WengChun®

Weng Chun Kung Fu, Defesa Pessoal, Fitness, através da defesa pessoal.

Kung Fu para crianças, Sanda, Jiu Jitsu Brasileiro, MMA, GinásticaNatural, Shaolin Qigong, Shaolin Chan, Tai Chi Chuan, Ba Gua, TCM

e-mail: [email protected]ágina web: www.weng-chun.com

Endereço: Memmelsdorferstrasse 82 R, 96052 BambergTelefone: 095137379

Conta bancaria: IBAN DE02 7705 0000 0578 7215 32

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Os Cinco animais do Weng ChunKung Fu / Xuan Vinh (Vietname)

O Weng Chun Kung Fu é uma ArteMarcial especialmente "interna". OQui é muito adequado paradesenvolver sistematicamente onosso movimento natural e a nossacapacidade de luta, assim como anossa percepção física, e paraajudar a elevar as nossas energiasa um novo nível. U dos elementoscentrais do Weng Chun Kung Fu é otrabalho prático com os cincoanimais de Shaolin. Em um primeiromomento, o estudante se introduzno princípio do Yin e o Yang,simbolizado pela nossa saudaçãoShaolin "Sol e Lua". Sobre estabase, aprende acerca dos cincoelementos, posto que são osconstituintes da realidade na formados cinco animais.

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Texto: Andreas Hoffmann, Christoph Fuß, Fotos: Andreas Hoffmann, Nguyen Nam Vinh

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urante os primeiros anos dos meusestudos de Artes Marciais em Hong Konge na China, o que me ensinaram acercados cinco animais do Weng Chun KungFu, não era muito sistemático nem tinhauma clara diferenciação. Dentro do Hung

Gar Kung Fu, encontrei uma doutrina mais metódica,dos cinco elementos e dos cinco animais. O objectivoque está por detrás das ideias, era ligeiramentediferente. Só no Vietname, finalmente obtive umconhecimento profundo e sistemático do sistema doscinco animais do Weng Chun. Faz agora aproximadamente um século, esta arte foi

transmitida pelo nosso antepassado chinês FungChing Siu, em Fatsan, ao seu último estudante, YuenChai Wan, que depois teve de fugir a Hanoi, Vietname.Ali começou a ensinar os Cinco Animais aosestudantes, entre os quais se encontrava o GrãoMestre Ngo Si Quy, que posteriormente ensinou istoao meu próprio mestre, o Grão Mestre Nguyen NamVinh.Alguns Mestres de Weng Chun de Fatsan, China, me

disseram que Fung Ching Siu também tinha váriasformas incluídas no seu sistema Chong Su Kuen, masque estas já não se ensinaram nunca mais na China.Isto me levou a começar a minha procura, pararecuperar essas formas perdidas e assim, viajei aoVietname, para uma pesquisa mais profunda.No sistema dos cinco animais do Weng Chun, o

estudante aprende, por primeira vez, uma formacombinada dos cinco animais, que inclui movimentoschave individuais, e estratégias de batalha de todos osanimais. Quando já dominado esse primeiro passo, lhe

ensinam uma longa forma separada dos conteúdos

D

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individuais dos animais, cada uma com plenaenergia e padrões de movimento, assim como asestratégias de batalha associadas.Como animal inicial, o tigre está destinado a forjar

os fundamentos do lutador. O estudante aprendeuma estrutura clara do movimento, concentrando-senos seus ossos e músculos. Isto é particularmentesignificativo, posto que a aprendizagem da forma dotigre consiste em como utilizar correcta econscientemente o ombro e as técnicas de luta comuso da espada. Se observarmos a pata de um tigre,o trabalho peculiar dos omoplatas poderosos,resulta bastante surpreendente. O núcleo técnico dotigre é o único punho, além disso, em forma degolpes concatenados, de punho simples girado etambém punhos de reverso, golpes de punho duplo,assim como golpes em rotação, para abrir a defensados oponentes.Com a forma do Leopardo, os estudantes

aprendem a concentrar-se nos tendões e nosmúsculos, para desenvolver uma transmissão maiseficaz da força e portanto, um fluir da energia maisrápido e mais explosivo. Também lhes proporcionauma melhor compreensão de como uti l izareficazmente os lados do seu corpo e acima detudo, do punho do Leopardo em especial, paraperfurar os pontos sensíveis dos braços, daspernas e de outras partes do corpo dosoponentes.

“Como animal inicial, o tigre está destinado aforjar os fundamentos

do lutador”

imagem Hanoi

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Desta maneira, o estudante se introduz nadoutrina do "Dim Mak" ("ponto depressão").Essas duas primeiras formas de animais

do Weng Chun Kung Fu, se caracterizampor uma focalização mais externa, o quequer dizer que têm como objectivo principalo fortalecimento do corpo, incluindo osmúsculos, tendões e estrutura óssea, paradesenvolver a potência e a velocidade. Asseguintes três formas, a saber: a serpente, ogrou e o dragão, têm sua focalização nodesenvolvimento das competênciasinternas, como Jing, Chi e Shen, assimcomo a sensibil idade, suavidade,flexibilidade, um sentido do equilíbrio queflui, etc.A forma do dragão começa com a

activação da coluna vertebral.Seguidamente, essa energia se transfere emondas a todo o corpo, através das pernas edos braços, gerando um enorme fluir deenergia que em chegando o final da forma,culmina positivamente em um tornado depotência. Todos os exercícios se realizamutil izando especificamente a garra dodragão. Para o Grão Mestre Nguyen Ngoc Noi, a

forma do dragão se parece à última formado sistema dos cinco animais, posto que,segundo ele diz, o dragão inclui todos osoutros animais e também é o maiscomplicado, assim como a forma mais bela. No entanto, no sistema do Grão Mestre

Nguyen Nam Vinh, baseadopreferentemente no alcance e na extensãodos movimentos, o dragão aparece em

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terceiro lugar, enquanto que a última das formasanimais é a forma do grou, com seus padrões demovimento destacados, de grande alcance. Outrarazão desta disposição particular, é que a maioriadas famílias do Weng Chun na China e Vietname,consideram a serpente e o grou como os animaismais importantes.Durante as minha lições, Sifu Nguyen Nam Vinh se

mostrava particularmente entusiasmado com a formada serpente, que ensina ao praticante sensibilidade,suavidade, f lexibil idade e naturalidade nosmovimentos eficientes de todo o corpo. Naaprendizagem, o ênfase principal está em um usoespecial das ancas, para optimizar o f luir dapotência. Para todos os exercícios, se utilizam as"mãos de serpente" abertas, frequentemente naforma de movimentos em ziguezague.Por último, a forma do grou treina os estudantes

nas habilidades do equilíbrio específico que estesnecessitam para os pontapés e para outrassituações de combate. Outro objectivo é aprender arealizar movimentos com o máximo alcance possível,por exemplo, em forma de machadada, com o ladoou a ponta da mão, ou com o pontapé lateral edepois continuar com uma técnica de fecho, comouma cotovelada ou uma joelhada. Os movimentosdefensivos são similares ao bater de asas de umgrou, em correlação com o Bong Sao, do WengChun chinês.Além disto, cada uma das formas animais também

proporciona um conjunto de determinados exercícioscom parceiro, exercícios de Chi Sao, estratégias decombate, assim como um treino específico do corpo. Portanto, é um tesoiro incomensurável do combate

de Shaolin, do movimento e das Artes de cura, mas

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também da espiritualidade natural de Shaolin.Basicamente, todas as formas animais constam dastécnicas básicas do Weng Chun, tais comobatimentos concatenados em todas as direcções,Chi Sao, movimentos suaves e circulares, incluindoos golpes curvos, que são próprios do Weng Chun,além de derribamentos, varrimentos e técnicas debloqueio, combinações de golpes e pontapéscompridas e curtas. Muitos dos padrões demovimento, se podem encontrar nas formaschinesas do Weng Chun, assim, como o Saam Pai

Fat da família Lo, ou o Chong e o Kuen Kung SiongChong Kuen das famílias Tang e Dung. Inclui os cinco animais provenientes do Vietname,

no meu programa de Weng Chun e a nossaAssociação Internacional Chun Weng contribuirá apreservar o legado de Fung Ching Siu, para dentrodas nossas escolas, ser transmitido por todo omundo. Por favor, os interessados em aprender Weng

Chun e o sistema dos cinco animais, entrem emcontacto connosco.

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"O pai de Bruce Lee foi o seu primeiro mestre, praticava o estiloWu e Yang. Jesse Glover declarou ter aprendido alguns elementosdo estilo Yang. Na primeira época em que Bruce viveu nosEstados Unidos, aprendeu a forma 108 do estilo Yang, do SifuFauk Yong, no Clube Juventude Chinesa, de Seattle. Bruce compreendeu que os estilos internos podiam ajudá-lo a

acalmar o seu carácter explosivo. Quando em Dezembro de 1971,Pierre Beran o entrevistou acerca do Taiji, a sua resposta foi:"O que aprendi dos estilos internos, do meu pai e de outros

bem credenciados mestres, tem sido muito importante para aminha formação. Há pessoas que cuidam seu corpo, e isso ébom. Uma maneira lenta de exercício em movimento, chamadaTaiji, ajuda a relaxar, dobrar e alargar o corpo e ao mesmo tempo,transmitindo-nos uma grande quantidade de energia. Está emperfeita simbiose com o Elemento Água, do qual tantas vezes falonas minhas ensinanças. Para mim, a ideia é que a água correntenão apodrece nunca. Por tanto, é necessário fazer fluir a energiavital pelo corpo sem ficar estancada. É preciso mergulhar nooceano, para depois emergir através da força da vida".Palavras profundas e comovedoras, que nos deixam ver um

retrato do Pequeno Dragão claro e exaustivo. Ele não foi só umactor cinematográfico, também foi um grande Artista Marcial eeste é o aspecto que tratarei de destacar neste texto.Apesar de Bruce Lee considerar a arte do Taiji como uma

prática reservada a pessoas já de uma certa idade, não obstante,a resposta mostra um conhecimento profundo e um respeitoevidente.Dele sempre recordaremos o combate com Petrov, no qual nos

mostrou os movimentos típicos dos estilos internos, como oMizong Quan, estilo que lhe foi ensinado em Hong Kong, por SifuHo San, sendo este estilo uma especialidade do fundador daJingwu, o famoso Huo Yanjia.

Aproximação aos estilos internos

Ainda que o Wing Chun de Yp Man sempreserá a primeira base sólida sobre a qual BruceLee construiu a sua arte, a sua curiosidade ea sua sede de aprender levaram-no afamiliarizar-se com as outras escolas de ArtesMarciais e assim, também muito importantefoi para ele o Taiji, o qual nunca abandonou,sendo a arte marcial interna que formou a suaextraordinária capacidade para dominar o seucorpo através da energia. Segundo parece,enquanto foi vivo, o pai de Bruce nunca deixoude praticar Taiji e o Pequeno Dragão foi seuúltimo discípulo.

Jeet Kune Do

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Mutas vezes, Bruce Lee fazia referência à guarda típica do JKD,desde a qual se podiam realizar movimentos fluidos, circulares, declara proveniência Taiji. Não é por acaso que o golpe que fezfamoso a Bruce Lee no mundo inteiro, foi o “soco de 1 e 3polegadas” (1 and 3 inch Power Punch), ensinado posteriormentea James W. DeMile, o que mostra a sua estreita ligação com osestilos internos, que jamais abandonou.Com Hsiu Hon San, um parente afastado que ele tratava por tio,

Bruce Lee aprendeu as bases do Boxe da escola Jing Wu, do quese podem ver alguns momentos nos seus filmes. Eis aqui o quemuitos anos depois, o tio Hsiu contou de Wu Shih, em frente dascâmaras, no documentário "A lenda de Bruce Lee": "Um dia, Lee Siu Loong, que me convidara a tomar um café

com ele, me disse: Tu és um mestre no teu estilo de Kung Fu e eusou um bom bailarino de Cha Cha Cha. Porquê não fazemos umintercâmbio? Os meus alunos aprendem em três ou quatrosemanas... Tu me ensinas Gung Fu e eu te ensino Cha ChaCha…” Mas a ele bastaram três noites para o assimilar...,enquanto que eu necessitei muitas mais lições de Cha Cha Cha eSiu Long não me dedicou nem sequer o tempo necessário paraaprender o ritmo básico". Nas suas provas nos Estúdios da Fox, em Fevereiro de 1965, o

Pequeno Dragão executou uma forma da associação Jing Wu. No"O Furor do Dragão", antes de encontro no pátio do restaurante,se pode ver uma breve parte daquela forma.Em 1964, a propósito de Hou Yuanjia, o fundador da escola Jing

Wu, escreveu em seu livro “O Tao do Jeet Kune Do”: "Foi o primeiro que nos últimos séculos da história do Gung Fu,

estabeleceu um liceu onde se ensinaram técnicas de numerosasescolas.O Liceu Jing Wu se estendeu por toda a China. Hou Yuanjia foi

um célebre patriota, pronto em todo momento a defender o seupaís. Numerosos artistas marciais japoneses o desafiaram. Ele seretirou para à Sibéria, onde conheceu muitos lutadores russos,que eram conhecidos como "os tigres as caras amarelas".Pela sua correspondência, se deduz que Bruce Lee

permaneceu até a sua morte, em contacto com o tio Hsiu, que foium dos mais altos responsáveis da escola Jing Wu. O seu apegoao Kung Fu e à cultura chinesa, era indiscutível. O PequenoDragão sempre recordou gratamente o seu encontro com osIrmãos Maristas, aos quais tinha grande carinho e 15 anos depois,recebeu um telefonema do irmão Gregory, reitor do Liceu, que lhepropôs uma entrega de prémios especiais, por ocasião da festado Liceu e Bruce logo aceitou sem duvidar.Durante o rodagem de "Operação Dragão", a 29 de Março de

1973, foi convidado a participar no rally de São Francisco Xavier,onde pronunciou um discurso de agradecimento pela presença denotáveis personalidades que assistiam ao evento. Durante afilmagem de "Fúria Oriental", onde interpreta o papel de ChenZhen, discípulo preferido do Mestre, escreveu a Hsiu Hon Sandizendo que esperava que o sucesso da fita contribuísse areavivar o interesse do público pela sua escola. Desta maneira, ele

Jeet Kune Do

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queria pagar a sua dívida pelas ensinanças recebidas quinze anosatrás, em troca de Cha Cha Cha. Este conhecimento superficial doestilo fundado por Huo Yuanjia, continuou sendo secundário naformação marcial de Bruce Lee.

Boxeador Chinês contra boxeador Inglês

Após finalizar os seus anos de escola primária, no Colégio LaSalle, Bruce Lee entrou em outra escola católica, o Liceu SãoFrancisco Xavier. Entre os professores havia um simpatizante doBoxe Inglês, o Padre Edward. O missionário boxeador descobriurapidamente o potencial do novo aluno: "Em primeiro lugar, um garoto que quer modelar seu corpo, não

lhe resta muito tempo para os estudos. Por outro lado, tenho acerteza de que um dia será alguém. Desde que chegou à nossaescola, eu imaginei que seria em pugilista. Uma vez tivemos umencontro contra São Jorge, a escola rival e apesar de Bruce nãoser um especialista do Boxe Inglês, deixou KO ao campeão deles.Aplicando a técnica da escola de Yp Man, o Wing Chun, e comataques simultâneos, se moveu com tal velocidade no ringue, queo árbitro não chegou a dar por nada e Bruce passou a ser o novocampeão. A sua musculatura e o seu cabelo eram visivelmente deum Chinês, enquanto que o adversário de Bruce Lee, naqueleencontro, campeão escolar de Hong Kong durante três anosconsecutivos, era um Inglês de nome Gary Helms.Depois da sua aprendizagem com o Padre Edward, Bruce

conservaria toda a sua vida um marcado interesse pelo Boxe Inglêse pela mais grande figura do Boxe do seu tempo: Mohamed Ali.Tinha cópias em filmes de 8mm, dos melhores combates de Ali e

recomendou a Joe Lewis (um dos três campeões americanos dePoint Karate que receberam ensino de Bruce Lee; os outros doisforam Mike Stone e Chuck Norris), recomendou então que seinspirasse nos deslocamentos dos pugilistas. Finalmente, em Junhode 1972, rendeu uma homenagem directamente ao seu ídolo,durante o combate final de "O furor do Dragão". Nesta sequênciavemos que Lee chegara a dominar de uma maneira surpreendente,os deslocamentos de Ali, saltando para a frente e para trás.Mas ainda não conseguira reproduzir o feitiço de Ali, a rajada de

Jabs no deslocamento em rotação. No seu primeiro combatecontra Sonny Liston, durante os últimos 10 segundos do primeiroassalto, realizando uma rotação de 180 Graus em volta do seuadversário, Ali atacou 10 vezes consecutivas. Lançando comfacilidade oito Jabs de esquerda à cara, continuou com um directode esquerda à mandíbula. em dúvida, Bruce Lee se inspirounaquela extraordinária figura. Mas o estilo que iria exercer uma maior influência na evolução

futura do Wing Chun de Bruce Lee e que posteriormente o levariaa se afastar da sua escola de origem, alegando princípios de basee finalmente a criar o Jeet Kune Do, foi o Tang Lang Quan, ou Boxeda Mantis Religiosa, que descobriu e praticou de maneira intensivaem China Town, em Nova York, no curso das primeiras semanasdo Verão de 1959.

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ABERTOS A TODOS!Que cinco dias nos esperam treinando, suando, gozando, todos juntos! Tudo organizado pelo GM Andreas Hoffmann,

em sua casa e no Quartel Geral Mundial do Chun Weng, em Bamberg. Alemanha. As acampadas se concentram no Weng Chun para todos os níveis e estão abertas a todos. Durante as acampadas também teremos sessões opcionais de Vietnam Weng Chun, Sanda, BJJ, e Qigong

Shaolin/Filosofia. Portanto, também se podem unir a nós apenas durante um ou dois días. O preço da acampada é só de 250€ (para sócios) e de 300€ para o público em geral, duran-

te 5 dias. Para 1 dia são 60€ para sócios e 70€ para o público em geral.

QUANDO É A ACAMPADA DE VERÃO DO WENG CHUN 1: Da 4ªfeira, dia 3 até oDomingo 7 de Agosto de 2016, em horários de: 4ªfeira das 14 às 19 horas. 5ªfeira,Sexta e Sábado das 10 às 12:30 e das 14:30 em adiante e no Domingo das 10 às 14horas.

Sessões opcionais especialmente na parte da tarde. Esta acampada está destina-da a todos os níveis, tendo como foco principal o nível básico e médio do Weng Chun.

ACAMPADAS DE VERÃO DO WENG CHUN 2: Da 4ªfeira dia 10 até o Domingodia 14 de Agosto de 2016. 4ªfeira das 14:00 às 19 horas, 5ªfeira/Sexta/Sábado das

10 às 12:30 horas e das 14:30 às 16:30. No domingo das 10 às 12:30.

Sessões opcionais extra: Esta acampada está pensada para todos os níveis,focalizando especialmente os níveis médios e avançados do Weng Chun.

Onde? No Quartel Geral do Weng Chun, Memmelsdorferstrasse 82 R,96052 Bamberg, Alemanha, a 5 minutos a pé desde a estação de comboiose a 40 minutos de carro ou em comboio, desde o aeroporto de Nuremberg.

Se estiverem interessados ou desejarem mais informação adicional, favorescrever para os correios electrónicos:

[email protected] e www.weng-chun.com

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Weng Chun Kung Fu, Defesa Pessoal, Fitness, através da defesa pessoal.

Kung Fu para crianças, Sanda, Jiu Jitsu Brasileiro, MMA, GinásticaNatural, Shaolin Qigong, Shaolin Chan, Tai Chi Chuan, Ba Gua, TCM

e-mail: [email protected]ágina web: www.weng-chun.com

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Conta bancaria: IBAN DE02 7705 0000 0578 7215 32

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Em exclusiva, o DVD do Mestre Marco Morabito, acerca dadefesa pessoal com mãos nuas, e a apresentação preliminardo Krav Maga Israelita Survial System. Las técnicas e ométodo que constitui o sistema, se ilustram sem segredos,

de maneira clara, transparente e facilmentecompreensível. Uma ocasião única para nos

aproximarmos até o coração da defesaisraelita e melhorar os nossos

conhecimentos sobre a matéria. Oautor é um dos grandes

expoentes mundiais em defesapessoal e conta em seu haver

com experiência no âmbitomilitar e empresas desegurança; galardoado porvárias nações, convidado adar cursos e semináriosem todo o mundo, desde oJapão aos E.E.A., aPolónia, a Espanha, CaboVerde, Alemanha, Israel,França e Rússia, se tornouporta-voz internacional de

diferentes sistemas decombate e defesa pessoal

pouco conhecidos, ainda queextremamente efectivos.

Morabito desenvolve umapesquisa contínua, sem nunca

parar na procura incansável deadquirir novos conhecimentos e nunca

deixar de fazer perguntas. Krav MagaIsraelita Survial System não é uma disciplina o um

conjunto de regras rígidas, mas sim um método, umprocesso em evolução contínua e constante. Isto fá-loadaptável a qualquer situação e circunstância, permeável aqualquer mudança e proporciona a capacidade de fazer umestudo dos erros e da sua experiência uma oportunidadepara melhorar.