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FELIPE MATHEUS PINTO CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO SUCESSIONAL DA VEGETAÇÃO EM ÁREAS DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA (FOM) COM O EMPREGO DE IMAGENS DIGITAIS OBTIDAS POR VANT (VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO) Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, do Centro de Ciências Agroveterinárias, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal. Orientador: Adelar Mantovani Co-orientador: Marcos Benedito Schimalski LAGES 2018

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Page 1: CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO SUCESSIONAL DA ......RESUMO PINTO, Felipe Matheus. Classificação do estágio sucessional da vegetação em áreas de Floresta Ombrófila Mista (FOM) com

FELIPE MATHEUS PINTO

CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO SUCESSIONAL DA VEGETAÇÃO EM ÁREAS DE

FLORESTA OMBRÓFILA MISTA (FOM) COM O EMPREGO DE IMAGENS

DIGITAIS OBTIDAS POR VANT (VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO)

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em

Engenharia Florestal, do Centro de Ciências

Agroveterinárias, da Universidade do Estado de Santa

Catarina, como requisito parcial para a obtenção do grau

de Mestre em Engenharia Florestal.

Orientador: Adelar Mantovani

Co-orientador: Marcos Benedito Schimalski

LAGES

2018

Page 2: CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO SUCESSIONAL DA ......RESUMO PINTO, Felipe Matheus. Classificação do estágio sucessional da vegetação em áreas de Floresta Ombrófila Mista (FOM) com

Ficha catalográfica elaborada pelo (a) autor (a), com auxílio do

programa de geração automática da Biblioteca Setorial do CAV/UDESC

Pinto, Felipe Matheus

Classificação do estágio sucessional da vegetação

em áreas de floresta ombrófila mista (FOM) com o

emprego de imagens digitais obtidas por VANT

(Veículo Aéreo Não Tripulado) / Felipe Matheus

Pinto. - Lages , 2018.

89 p.

Orientador: Adelar Mantovani

Co-orientador: Marcos Benedito Schimalski

Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado

de Santa Catarina, Centro de Ciências

Agroveterinárias, Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Florestal, Lages, 2018.

1. Segmentação. 2. Classificação Orientada a

Região. 3. Imagens de resolução espacial ultra

altas. 4. Drone. I. Mantovani, Adelar . II.

Schimalski, Marcos Benedito. , .III. Universidade

do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências

Agroveterinárias, Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Florestal. IV. Título.

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FELIPE MATHEUS PINTO

CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO SUCESSIONAL DA VEGETAÇÃO EM ÁREAS DE

FLORESTA OMBRÓFILA MISTA (FOM) COM O EMPREGO DE IMAGENS

DIGITAIS OBTIDAS POR VANT (VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO)

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Engenharia Florestal do Centro de Ciências

Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a

obtenção do grau de mestre em Engenharia Florestal.

Banca examinadora

Orientador: __________________________________________________________

(Prof. Dr. Adelar Mantovani)

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Membro: __________________________________________________________

(Prof. Dr. Veraldo Liesenberg)

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Membro: ____________________________________________________________

(Profa. Dra. Polyanna da Conceição Bispo)

University of Leicester/Leicester-UK

Membro: ____________________________________________________________

(Prof. Dr. Patrick Nigri Happ)

PUC-Rio/Rio de Janeiro-RJ

Lages, 30 de Julho de 2018

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À minha família, pelo apoio incondicional para a

realização dos meus sonhos, dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Osmar e Vânia, por todo incentivo dado desde

o início do mestrado, me apoiando de todas as formas para que eu seguisse nos estudos logo

que decidi que era o que eu queria fazer.

Agradeço às minhas irmãs, Gabi e Gio, por sempre estarem ali por mim, ouvindo meus

lamentos, apoiando, dando dicas e sempre me ajudando no que podiam.

Ao professor Dr. Marcos Benedito Schimalski, por ter acreditado em mim desde o

primeiro contato, por ter aceitado me orientar, além de ter me dado o incentivo necessário para

começar em uma área totalmente nova para mim e sempre dando dicas e ensinamentos que,

com certeza me auxiliaram na construção do meu conhecimento.

Agradeço ao professor Dr. Adelar Mantovani, pelo aceite em ser meu orientador e pelo

apoio em todas as etapas do curso de mestrado.

Agradeço a todos os amigos que fiz neste período de mestrado, e aos que já eram meus

amigos anteriormente, por todo companheirismo e amizade que demonstraram durante todo

este tempo, além das dicas e opiniões que forneceram para o meu crescimento.

Agradeço também a empresa Klabin pela concessão da bolsa de estudos e financiamento

do meu projeto, que facilitou e muito a obtenção dos resultados deste trabalho.

Por fim, agradeço a todos os demais que me auxiliaram de alguma forma na concepção

desta dissertação.

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RESUMO

PINTO, Felipe Matheus. Classificação do estágio sucessional da vegetação em áreas de

Floresta Ombrófila Mista (FOM) com o emprego de imagens digitais obtidas por VANT

(Veículo Aéreo Não Tripulado). 2018. 89 folhas. Dissertação (Mestrado em Engenharia

Florestal – Linha de Pesquisa: Ecologia de Espécies Florestais e Ecossistemas Associados) –

Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Florestal, Lages, SC, 2018.

Nos últimos anos, o VANT tem surgido como uma alternativa às imagens obtidas por satélite

e por aerolevantamentos tripulados, como principais vantagens o incremento na resolução

espacial e flexibilidade na resolução temporal. Entretanto, devido a maior resolução espacial,

metodologias de classificação feitas pixel a pixel não apresentam bons resultados. Além disso,

as câmaras utilizadas por estes equipamentos costumam registrar apenas na faixa do visível, o

que dificulta a identificação da cobertura vegetal, dada a ausência de faixas do infravermelho

próximo. Sendo assim, é necessária a criação de metodologias que visem obter uma boa

classificação com a informação do visível somente. Com relação à resolução espacial,

metodologias de classificação orientadas a objeto tendem a apresentar resultados mais

satisfatórios. Para facilitar a detecção da vegetação apenas com as bandas do visível, existe a

possibilidade da criação de índices de vegetação, como é o caso do Triangular Greenness Index

(TGI), que visa detectar a quantidade de clorofila foliar. Esta dissertação de mestrado tem como

objetivo principal definir uma metodologia de classificação de imagens obtidas por VANT com

resolução espacial ultra alta e distinguir os estágios sucessionais de fragmentos florestais. O

estudo foi realizado em diferentes localidades no estado de Santa Catarina, em áreas de floresta

ombrófila mista, nos municípios de Bom Retiro, Lages, Bocaina do Sul e Curitibanos. A

geração dos mosaicos aéreos foi implementada no aplicativo Agisoft Photoscan®. A

Segmentation and Classification toolset, foi empregada para a classificação orientada a regiões.

Além disso, o TGI também foi usado de forma conjunta com as bandas espectrais. Para a

avaliação dos resultados parciais, foi gerada uma matriz de confusão, e posteriormente

calculado o Índice Kappa, para avaliar a acurácia da classificação. Os resultados obtidos até o

momento mostraram uma acurácia do Índice Kappa variando de 0,62 a 0,88, o que demonstra

resultados considerados de “Muito bom” até “Excelente”. Foi possível observar que, mesmo

com apenas as bandas na faixa do visível, foram obtidos resultados satisfatórios para a

classificação, demonstrando o potencial desta metodologia para a classificação imagens de ultra

alta resolução espacial.

Palavras-chave: Segmentação. Classificação Orientada a Região. Imagens de resolução

espacial ultra altas. Drone.

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ABSTRACT

PINTO, Felipe Matheus. Classifying Successional Forest Stages using Digital Images

obtained by UAV (UNMANNED AERIAL VEHICLE) in different Mixed

Ombrophilous Forest (FOM) Areas. 2018. 89 pages. Thesis (Master Science - Research

Topic: Ecology of Forest Species and Associated Ecosystems) – Santa Catarina State

University. Graduate Program in Forest Engineering, Lages, SC, 2018

Recently, the UAV has emerged as an alternative to satellite imagery and manned aerial

surveys, having as main advantages the increasing of both spatial and temporal resolutions.

However, due to a higher spatial resolution, the traditional classification methodologies do not

provide reliable results. Moreover, since the cameras carried on these equipment usually acquire

data on the visible spectra, the vegetation mapping is difficult due to the absence of the infrared

spectra. Therefore, methodologies that rely on the use of the visible only are still necessary.

Regarding to the spatial resolution, methodologies of object-based oriented classification tend

to present better results than pixel-based approaches. Vegetation indices such as triangular

index of warts (TGI), which detects an amount of leaf chlorophyll, are also suggested to support

classification rather than the use of spectral bands alone. This master's thesis has as main

objective the classification of successional forest states using UAV data. This study was carried

in different locations of the mixed ombrophilous forest environments, located in the

municipalities of Bom Retiro, Lages, Bocaina do Sul and Curitibanos (Santa Catarina State).

The generation of aerial mosaics was implemented in the Agisoft Photoscan® application. The

Segmentation and Classification toolset was selected for the object-oriented based

classification. In addition, the TGI vegetation index was used coupled with the spectral bands

in the classification scheme. The results were evaluated using an error matrix in which Kappa

index was obtained. The results showed a Kappa index varying from 0.62 to 0.88 (i.e. "Very

Good" to "Excellent"). The results proved that it is still possible to reach very good results using

only visible spectral bands. This is a clear indication of the potential of the very high spatial

resolution acquired from UAVs to classify successional forest stages in mixed ombrophilous

forest areas.

Keywords: Segmentation. Region Based Classification. Ultra high spatial resolution images.

Drone.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – a) Mapa de localização do bioma Mata Atlântica. b) Legenda do Mapa ................ 24

Figura 2 - Distribuição geográfica das diferentes formações florestais no estado de Santa

Catarina .................................................................................................................. 25

Figura 3 - Floresta em estágio inicial de regeneração .............................................................. 26

Figura 4 - Floresta em estágio médio de regeneração .............................................................. 27

Figura 5 - Floresta em estágio avançado de regeneração ......................................................... 28

Figura 6 - Nomenclatura dos VANTs com suas respectivas alturas de voo e duração em horas

............................................................................................................................... 33

Figura 7 - Trajetória do algoritmo mean-shift de Epanechnikov para descobrir os pontos com

maiores densidades (pontos em vermelho). ........................................................... 40

Figura 8 - VANT Phantom 4 PRO ........................................................................................... 45

Figura 9 – Localização do aerolevantamento no município de Bom Retiro ............................ 47

Figura 10 - Localização dos aéroslevantamentos no município de Bocaina do Sul................. 47

Figura 11 - Localização dos aérolevantamentos no município de Curitibanos ........................ 48

Figura 12 - Localização do aérolevantamento no município de Lages (Parnamul) ................. 48

Figura 13 - Fluxograma do trabalho realizado até obtenção das matrizes de confusão ........... 49

Figura 14 - Aplicativo DroneDeploy e parâmetros de voo ...................................................... 50

Figura 15 - Etapas do processamento no aplicativo computacional Agisoft Photoscan. A)

Nuvem esparsa de pontos, B) Nuvem densa de pontos, C) DEM e D) Ortomosaico

............................................................................................................................... 52

Figura 16 - Ortomosaico e polígono representando o tamanho do recorte utilizado para a

classificação ........................................................................................................... 52

Figura 17 - Ilustração das curvas de reflectâncias de uma cultura agrícola em função do

comprimento de onda. ........................................................................................... 54

Figura 18 - Imagem em cor natural (A) e em Falsa cor (B). Imagens em falsa cor segmentadas

(C e D) ................................................................................................................... 56

Figura 19 - Ferramenta Train Random Trees Classifier, usada para treinar o algoritmo para a

classificação ........................................................................................................... 58

Figura 20 – Ortoimagem do VANT, obtido em Bom Retiro, com polígonos em vermelho,

utilizados para validação dos resultados, e polígonos em amarelo, utilizados para

o treinamento do algoritmo de classificação. ........................................................ 59

Figura 21 - Mapa classificado para a ortoimagem obtida pelo VANT. ................................... 61

Figura 22 - Mapa classificado para a ortoimagem obtida pelo VANT para o PARNAMUL .. 63

Figura 23 - Mapa classificado para a ortoimagem obtida pelo VANT para a primeira área de

Bocaina do Sul ....................................................................................................... 65

Figura 24 - Mapa classificado e ortoimagem da área 4 ............................................................ 66

Figura 25 - Mapa classificado para a área 5 ............................................................................. 68

Figura 26 - Mapa classificado para a área 6 ............................................................................. 69

Figura 27 - Mapa classificado para área 7 ................................................................................ 71

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Valores de referência para projetos de restauração no estado de São Paulo .......... 29

Quadro 2 - Histórico da fotogrametria e suas características. .................................................. 35

Quadro 3- Especificações VANT Phantom 4 pro .................................................................... 45

Quadro 4 - Comparação entre as câmaras utilizadas ................................................................ 46

Quadro 5 - Parâmetros de segmentação para o algoritmo Mean-Shift ..................................... 55

Quadro 6 - Classes de uso e ocupação do solo para cada imagem com suas quantidades

amostradas, em pixels ............................................................................................ 57

Quadro 7 - Matriz de confusão para a área 1 ............................................................................ 62

Quadro 8 - Matriz de confusão para a área 2 ............................................................................ 63

Quadro 9 - Matriz de confusão para a área 3 ............................................................................ 65

Quadro 10 - Matriz de Confusão para a área 4 ......................................................................... 67

Quadro 11 – Matriz de confusão para a área 5 ......................................................................... 68

Quadro 12 - Matriz de Confusão para a área 6 ......................................................................... 70

Quadro 13 - Matriz de confusão para a área 7 .......................................................................... 71

Quadro 14 - Resultado final para Kappa e acurácias do produtor e usuário ............................ 72

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 19

1.1 HIPÓTESES ................................................................................................................. 20

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 20

1.2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 20

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 23

2.1 BIOMA MATA ATLÂNTICA .................................................................................... 23

2.1.1 Estágios sucessionais .................................................................................................. 25

2.1.1.1 Estudos sobre estágios de sucessão secundária ............................................................ 29

2.2 VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT) ....................................................... 31

2.3 FOTOGRAMETRIA ..................................................................................................... 34

2.4 SENSORIAMENTO REMOTO E A CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS DIGITAIS 36

2.4.1 Segmentação ................................................................................................................. 38

2.4.1.2 Algoritmo de média móvel (Mean Shift) ...................................................................... 38

2.4.2 Mineração de dados .................................................................................................... 41

2.4.3 Árvores Aleatórias (Random Trees) .......................................................................... 42

2.4.4 Avaliação dos resultados ............................................................................................ 43

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 45

3. 1 MATERIAL .................................................................................................................. 45

3.2 LOCAL DE ESTUDO ................................................................................................... 46

3.3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 49

3.4 CLASSIFICAÇÃO ORIENTADA A REGIÕES .......................................................... 55

3.5 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................................... 59

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 61

4.1 ÁREA 1 ......................................................................................................................... 61

4.2 ÁREA 2 ......................................................................................................................... 62

4.3 ÁREA 3 ......................................................................................................................... 64

4.4 ÁREA 4 ......................................................................................................................... 66

4.5 ÁREA 5 ......................................................................................................................... 67

4.6 ÁREA 6 ......................................................................................................................... 69

4.7 ÁREA 7 ......................................................................................................................... 70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 77

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APÊNDICES ........................................................................................................................... 87

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19

1 INTRODUÇÃO

Apesar do Brasil possuir a flora com maior diversidade no mundo, a exploração dos

recursos sem um direcionamento técnico tem causado perda de boa parte desta diversidade.

Esta perda pode acarretar em um prejuízo irreparável no futuro, pois parte das espécies estão

próximas da extinção (LORENZI, 1992).

Em Santa Catarina, a Floresta Ombrófila Mista (FOM), conhecida também por Floresta

de Araucária, ocupava 42.851,56 km² até 1978, entretanto, atualmente ocupa cerca de 12.317,2

km². Grande parte dessa redução ocorreu devido à grande exploração das espécies como

araucária (Araucaria angustifolia) e imbuia (Ocotea porosa), além do desmatamento para a

expansão agrícola (KLEIN, 1978; RONDOM NETO et al., 2002; VIBRANS et al., 2013).

Diversos são os fatores que tornam a conservação destes remanescentes florestais uma

tarefa importante, dentre eles pode-se citar questões ambientais e sociais. Ambientalmente

falando, tem utilidade na proteção do solo, manejo dos cursos d’agua entre outros. Quanto à

questão social, a floresta oferece produtos madeireiros e não madeireiros, muito utilizados pelos

produtores rurais. Como exemplo de produto não madeireiro tem-se o pinhão, que é a semente

da araucária, sendo uma fonte de renda para os proprietários (HIGUCHI et al., 2012).

Desde o ano de 1965, com o surgimento da Lei 4.771 (BRASIL, 1965), chamada de

Código Florestal Brasileiro, diversas tem sido as tentativas de regulamentar as questões de

conservação da vegetação. Entretanto, foi apenas a partir de 1993 que surgiram as

regulamentações que estabeleciam as diferenciações dos estágios de sucessão secundária da

vegetação, através das variáveis área basal, diâmetro e altura dos indivíduos arbóreos, dentre

outras. Esta diferenciação dos estágios é importante na parte da legislação pois é mencionada

nas leis de proteção ambiental, logo, é necessário estabelecer os melhores critérios para

diferenciação destes estágios de maneira que coincidam com os parâmetros já estabelecidos

pela legislação (SIMINSKI; FANTINI, 2004).

Diferentes metodologias foram testadas para a separação destes estágios, como exemplo

tem -se a idade da vegetação, parâmetros de estrutura, Sensoriamento Remoto, fitofisionomias

e através de análise multivariada (SIMINSKI et al, 2013). Dentre estas técnicas, o

Sensoriamento Remoto tem vantagem em locais com grandes extensões territoriais devido a

maior facilidade de obtenção de dados (PONZONI; REZENDE, 2002).

No Sensoriamento Remoto existem variações entre plataformas de obtenção de imagem,

resoluções espacial, espectral, radiométrica e temporal, modo de obtenção de imagens, entre

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20

outros (EHLERS et al. 2002). Quanto às plataformas de obtenção de dados existem plataformas

orbitais, aerotransportadas e terrestres.

Uma plataforma de obtenção de imagens que tem se destacado nos últimos anos é o

Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT). As vantagens de se utilizar deste tipo de plataforma ao

invés de plataformas orbitais ou aero tripuladas são a redução de custos com a obtenção das

imagens aéreas, possibilidade de obter imagens com ultra alta resolução espacial e resolução

temporal flexível, entre outras (LONGUITANO, 2010).

Considerando-se a resolução espacial das imagens derivadas por VANT, os métodos

tradicionais de classificação pixel-a-pixel podem apresentar problemas. Esta metodologia acaba

produzindo um resultado com um efeito conhecido por sal e pimenta, tornando necessária a

utilização de metodologias diferenciadas para este tipo de imagem. Neste sentido, a

metodologia OBIA tem se mostrado uma alternativa. O que diferencia esta metodologia é o fato

de os pixels serem agrupados em regiões, ou segmentos, homogêneas (os) a partir de um ou

mais critérios de homogeneidade e a partir destes então define-se uma rede semântica com

regras apropriadas para a classificação (BLASCHKE et al., 2010; WHITESIDE et al., 2011;

LALIBERTE et al., 2010).

1.1 HIPÓTESES

O uso de imagens opticas geradas a partir de VANT possibilita a diferenciação da FOM

em diferentes estágios sucessionais com alto nível de detalhe, incerteza aceitável e compatível

com os métodos tradicionais de classificação.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo principal deste trabalho é desenvolver uma metodologia semi-automatizada,

com base em imagens obtidas por VANT, para classificação dos estádios sucessionais da

vegetação de Floresta Ombrófila Mista.

1.2.2 Objetivos específicos

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21

a) Testar a utilização de uma metodologia de classificação orientada a regiões em imagens

obtidas por VANT;

b) Investigar a utilidade das informações extraídas a partir desta metodologia para as áreas

de fiscalização e recuperação ambiental;

c) Interpretar os resultados obtidos para detectar parâmetros bons na separabilidade dos

estágios de sucessão da vegetação na Floresta Ombrófila Mista.

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23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 BIOMA MATA ATLÂNTICA

Originalmente, o Bioma Mata Atlântica cobria 1.227.600 km². Entretanto, até o início

do século XXI, esta área foi reduzida a apenas 91.930 km², ou seja, 7,5% da extensão inicial.

Apesar desta redução, esta é considerada um dos hotspots mundiais de biodiversidade. Um dos

motivos é que este bioma possui uma das maiores quantidades de espécies endêmicas dentre

estes hotspots, com aproximadamente 8.000 espécies, ou 2,7% do total de plantas no mundo,

ficando atrás, neste quesito, apenas dos Andes Tropicais (6,7%), Sondalândia (5%) e

Madagascar (3,2%) (MYERS et al., 2000).

Segundo a lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, o Bioma Mata Atlântica possui as

seguintes formações florestais: Floresta Ombrófila Densa (FOD), Floresta Ombrófila Mista

(FOM), também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta (FOA);

Floresta Estacional Semidecidual (FES); e Floresta Estacional Decidual (FED), bem como os

manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves

florestais do Nordeste (BRASIL, 2006). A figura 1a mostra os locais de ocorrência deste bioma,

segundo IBGE, e a figura 1b mostra a legenda do mapa.

Dentre estas formações florestais, a FOM é uma região fitoecológica que ocorre

exclusivamente na região sul do Brasil, com disjunções na região sudeste e em países vizinhos,

como Paraguai e Argentina, em altitudes mais predominantemente entre 800 e 1200 m e

eventualmente acima destes valores (RODERJAN et al., 2002).

No estado de Santa Catarina, essa formação florestal ocupava originalmente cerca de

45% de toda a extensão territorial do estado, sendo a maior no estado, seguida da FOD (31%),

Campos naturais (14%), FED (8%) e outras formações (2%) (VIBRANS et al., 2013). A Figura

2 ilustra a distribuição geográfica destas formações no estado.

Entretanto, apenas 5% de todas as florestas no estado encontram-se como floresta

primária, ou madura. Os outros 95% de vegetação remanescente pertence a uma floresta

secundária, principalmente em estágios médios e avançados (VIBRANS et al., 2012). Além

disso, por estarem fragmentados pela exploração madeireira, os remanescentes desta formação

não apresentam em sua estrutura, estratos bem definidos (UHLMANN et al. 2013).

Sendo assim, a lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, surgiu para servir como

subsídio para a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Um dos

principais parâmetros utilizados nesta lei são os estágios de sucessão da vegetação, que servem

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24

para avaliar questões, como por exemplo, a possibilidade de supressão da vegetação, caso a

mesma esteja ainda em estágio inicial de regeneração (BRASIL, 1994).

Figura 1 – a) Mapa de localização do bioma Mata Atlântica. b) Legenda do Mapa

Fonte: MMA (2012)

A

B

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25

Figura 2 - Distribuição geográfica das diferentes formações florestais no estado de Santa

Catarina

Fonte: VIBRANS, 2012

2.1.1 Estágios sucessionais

Sucessão florestal pode ser caracterizada como uma mudança na composição de

espécies ou a substituição da biota em um local por uma de diferente natureza. Pode-se dividir

a sucessão em dois tipos, primária e secundária. Sucessão primária é aquela que ocorre logo

após um evento catastrófico em locais que não eram previamente vegetados, como exemplo,

locais no Alaska onde previamente estavam cobertos por gelo e que houve recente deglaciação.

Sucessão secundária é o evento em que a vegetação surge após um distúrbio em um local

previamente ocupado e que houve remoção da biota original (BARNES et al., 1998).

A sucessão secundária pode ser diferenciada em três estágios segundo a legislação:

estágios inicial, médio e avançado (BRASIL, 1994). A Resolução CONAMA nº 04/1994

diferencia os estágios de sucessão da vegetação por vários critérios em função do tipo de

espécies vegetais que ocupam o local e das suas características morfológicas. Alguns destes

itens são apresentados a seguir com as respectivas imagens ilustrativas:

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a) Estágio inicial de regeneração: Possui uma área basal média de até 8m².ha-1, altura

total média de até 4 m, fisionomia herbáceo/arbustiva com Diâmetro a Altura do

Peito (DAP) médio de até 8 cm. A Figura 3 ilustra um local com estágio inicial de

regeneração.

Figura 3 - Floresta em estágio inicial de regeneração

Fonte: SOTHE, 2015

b) Estágio médio de regeneração: Possui área basal média de até 15 m².ha-1, altura total

média de até 12 m, Fisionomia arbórea e arbustiva podendo constituir estratos

diferenciados e DAP médio de até 15 cm. A Figura 4 ilustra um local com estágio

médio de regeneração.

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Figura 4 - Floresta em estágio médio de regeneração

Fonte: SOTHE, 2015

c) Estágio avançado de regeneração: Possui área basal média de até 20 m².ha-1, altura

total média de até 20 m, Fisionomia arbórea dominante sobre as demais,

apresentando dossel fechado e DAP médio de até 25 cm. A Figura 5 ilustra um local

com estágio avançado de regeneração.

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Figura 5 - Floresta em estágio avançado de regeneração

Fonte: SOTHE, 2015

A importância de se conhecer sobre os estágios de sucessão e suas características é que

os mesmos são mencionados na Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006) (BRASIL, 2006),

lei esta que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.

Logo, é necessário saber diferenciá-los a partir de critérios técnicos (SIMINSKI et al., 2013).

Entretanto, a legislação ambiental para recuperação destas áreas pode considerar outros

quesitos além da sucessão florestal, como é o caso da Resolução da Secretaria do Meio

Ambiente Nº 32, de 03 de abril de 2014, que estabelece as orientações, diretrizes e critérios

sobre restauração ecológica no Estado de São Paulo. Esta resolução diferencia-se das demais,

por levar em consideração como indicador de regeneração a idade em função de variáveis

preditoras (Cobertura do solo com vegetação nativa, densidade de indivíduos nativos

regenerantes e Número de espécies nativas regenerantes), como demostrado no quadro 1.

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Quadro 1 - Valores de referência para projetos de restauração no estado de São Paulo

Fonte: BRASIL, 2014

Diversos estudos têm sido feitos ao longo dos anos para caracterizar os estágios de

sucessão da vegetação nas diferentes tipologias florestais existentes, grande parte deles

demonstram os fatores que mais influenciam no processo de sucessão, como exemplo o

histórico de uso do solo, nível de perturbação, condições químicas e físicas do solo, vegetação

no entorno do local, banco de sementes do solo, entre outros. Entretanto pode-se observar que

existem diferenças entre as características apresentadas nestes estudos e as características que

atendem a legislação vigente na área de estudo (SIMINSKI et al, 2013).

2.1.1.1 Estudos sobre estágios de sucessão secundária

Um dos maiores desafios em estudos de dinâmica sucessional é a relação entre processos

determinísticos e estocásticos que afetam a composição das espécies, sua distribuição espacial

e as suas taxas de mudança (CHAZDON, 2008). Processos determinísticos são definidos como

mudanças ordenadas e visíveis na abundância de espécies determinadas pelo clima, solo e

história de vida das espécies, enquanto processos estocásticos são influenciados por eventos

aleatórios que não são previsíveis na natureza.

Além disso, existem diversos fatores que influenciam no processo de sucessão e nas

espécies que irão compor o local, como por exemplo a proximidade de fonte de sementes e tipo

de uso do solo antes do abandono, presença de animais dispersores entre outros (ZANINI et al,

2014). Outro fator influente é a fitofisionomia florestal, que no estado de Santa Catarina são

diferenciados em FOM, FOD e FED (SIMINSKI et al, 2013).

Devido à grande quantidade de fatores que influenciam os estágios de sucessão da

vegetação, existem divergências nas metodologias utilizadas para a realização de pesquisas

relacionadas a este tema. ZANINI et al. (2014), avaliou os fatores controladores dos padrões

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estruturais e florísticos da sucessão, e utilizou-se de um estudo de cronossequência e se baseou

em CHAZDON (2008), que separou três estágios em função de suas idades, e adicionou uma

quarta classe que seriam as áreas de referência. No trabalho realizado por SIMINSKI et al.

(2013), também houve uma diferenciação em quatro classes de sucessão, onde o autor separou

em estágios arbustivo, de arvoretas, arbóreo pioneiro e arbóreo avançado, baseando-se em um

estudo feito por KLEIN (1980), que separou a vegetação em Capoeirinha, Capoeira, Capoeirão

e Mata Secundária em uma área na região de Itajaí dentro da FOD.

Além disso, várias características podem ser utilizadas para fazer esta diferenciação,

como parâmetros fitossociológicos (PAULA et al, 2004), através técnicas de agrupamento

(Cluster), em função do incremento médio anual em diâmetro (LONGHI et al, 2006; ZANINI

et al, 2014), em função da necessidade de luminosidade (GANDOLFI et al., 1995), entre outros.

Apesar desta dificuldade em se conseguir descrever os padrões da sucessão florestal,

existe uma sequência de eventos que geralmente ocorre. GUARIGUATA e OSTERTAG, 2001

observaram que, em florestas neotropicais, após o abandono do solo, ocorre uma colonização

inicial, que é seguida de uma fase de fechamento do dossel e diminuição da riqueza nos estágios

intermediários. Nos estágios mais avançados ocorre o incremento em riqueza novamente e em

área basal e biomassa, terminando com o retorno de uma composição de espécies parecidas

com as condições de clímax anterior.

Um detalhamento mais completo de como funciona estas etapas da sucessão, em

florestas tropicais, podem ser encontradas em CHAZDON, 2008, que denominou os estágios

como Fase Inicial (Stand Initiation phase), que vai de 0 a 10 anos após o abandono do local,

Fase de exclusão do caule (Stem exclusion phase) de 10 a 25 anos e Estágio de reinicialização

do sub-bosque (Understory reinitiation stage) de 25 a 200 anos. Os nomes de cada etapa foram

baseados em Oliver E Larson (1990).

Entretanto, poucos estudos têm sido feitos para avaliar se os padrões legais estão de

acordo com estes padrões descritos anteriormente dos estágios de sucessão secundária da

vegetação (SIMINSKI et al., 2013). Neste estudo, os autores encontraram dificuldades para

distinguir os estágios de sucessão da vegetação nas três formações florestais do estado,

comentando ao final do seu estudo que existe uma necessidade de rediscutir os valores da

resolução no que diz respeito aos parâmetros para a classificação. Além disso, comentam que,

para fazer a separação dos estágios, o inventário deve focar em obter os valores de DAP para

mensuração em campo, incluir todos os indivíduos com DAP igual ou superior a 5 cm e

ressaltam que a área basal deve ser o principal parâmetro para defini-los.

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Entretanto, apesar das dificuldades existentes na Resolução do CONAMA nº 04/94, ela

ainda é bastante utilizada com finalidade de fiscalização. Além disso, alguns estudos com

Sensoriamento Remoto utilizam-se desta legislação como base para verificação da acurácia da

classificação dos estágios de sucessão, como é o caso de SOTHE, 2015.

O Sensoriamento Remoto tem sido uma ferramenta bastante utilizada por diversos

autores para separação dos estágios (MAUSEL et al., 1993; VIEIRA et al., 2003; PONZONI e

REZENDE, 2004; ESPIRITO-SANTO et al., 2005; CINTRA, 2007; AMARAL et al., 2009;

ROZARIO et al., 2009; PIAZZA et al., 2016; SOTHE et al., 2016). Um dos principais motivos

da utilização deste tipo de tecnologias é a facilidade em fazer uma avaliação mais rápida, além

de otimizar trabalhos a campo e também por conseguir fazer uma análise mais ampla cobrindo

áreas maiores com melhor custo benefício (CINTRA, 2007). Entretanto, pode se observar que

os estudos citados acima geralmente utilizam-se de imagens de satélite para a separabilidade

dos estágios de sucessão da vegetação. Neste estudo, todavia, foram utilizadas imagens de

VANT, que possui uma resolução espacial maior que as referências mencionadas acima, vindo

acrescentar informações a esta temática.

2.2 VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT)

Tradicionalmente o Sensoriamento Remoto é associado a plataformas como satélites

artificiais e aeronaves tripuladas. Entretanto, na última década, com o crescente

desenvolvimento de aeronaves remotamente pilotadas e o desenvolvimento de sensores

instalados, este tipo de plataforma tem sido mais utilizado. Uma das principais vantagens deste

tipo de plataforma é a obtenção de imagens de alta resolução geométrica (PAJARES, 2015).

Os VANT também chamados de aeronaves remotamente pilotadas (RPA - Remotely

Piloted Aircraft) ou UAV (Unmanned Aerial Vehicle), são aeronaves em tamanho reduzido que

são capazes de executar diversas tarefas, como obtenção de imagens para mapeamento,

monitoramento, vigilância, entre outros (MEDEIROS, 2007). Este tipo de plataforma, que tem

sido muito utilizada pelos militares como apoio no campo de batalha, e, apesar de parecerem

uma tecnologia nova, surgiram antes mesmo das aeronaves pilotadas, com balões não tripulados

utilizados no bombardeio de Veneza em 1849. (WATTS et al., 2012).

Assim como no início da utilização do Sensoriamento Remoto e da Aerofotogrametria

de forma geral, os objetivos militares motivaram intensamente o desenvolvimento das primeiras

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plataformas de Sensoriamento Remoto por VANT (IEEE, 2009). Em 1935, foi desenvolvido

por Reginald Denny o RP-1, o primeiro VANT rádio controlado (MEDEIROS, 2007).

Além disso, a descrição dos tipos de VANT existentes surgiu também através de usos

militares, onde, os mesmos caracterizaram as aeronaves em função de atributos como altura e

duração do voo, tamanho das aeronaves, e outras (WATTS et al., 2012). As nomenclaturas são:

a) MAV (Micro (ou Miniature) ou NAV (Nano) Air Vehicles)

b) VTOL (Vertical Take-Off ; Landing):

c) LASE (Low Altitude, Short-Endurance)

d) LASE Close

e) LALE (Low Altitude, Long Endurance)

f) MALE (Medium Altitude, Long Endurance)

g) HALE (High Altitude, Long Endurance)

Entretanto, dentro da área do Sensoriamento Remoto e Aerofotogrametria são utilizados

VANT apenas nas categorias MAV, VTOL e LASE, devido a característica de menores custos,

além de sua maior facilidade de manuseio (RUIZ, 2015).

A aeronave do tipo MAV caracteriza-se por apresentar tamanho reduzido. Além disso,

outras características que a distingue das demais é seu voo de até 300 m de altura e capacidade

de bateria que varia de 5 a 30 minutos. Já a aeronave do tipo VTOL possui como principal

característica o voo vertical, que faz com que não sejam necessários locais muito abertos para

o voo. Entretanto, possui grande variação quanto a capacidade de carga e altura de voo, porém,

geralmente voa em baixas altitudes. Por último, temos as aeronaves de tipo LASE, onde seus

componentes podem pesar de 2 a 5 kg, com envergadura das asas até 3 metros. Além disso, a

sua bateria pode durar de uma a duas horas tornando aptos a voar a alguns quilômetros de sua

estação de solo (WATTS, 2012). Na figura 6 pode-se observar os tipos de VANT e suas

respectivas alturas de voo.

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Figura 6 - Nomenclatura dos VANTs com suas respectivas alturas de voo e duração em horas

Fonte: WATTS, 2012

Os UAV normalmente voam em baixas alturas para adquirir dados de Sensoriamento

Remoto (OLLERO; MERINO, 2006). Esse tipo de aquisição de dados é conhecido como LARS

(Low Altitude Remote Sensing) (SABERIOON et al., 2014). Para este tipo de voo, a maioria

dos UAV, são de asa fixa ou rotativa e possuem baixa capacidade de suporte de carga

(SENTHILNATH, 2017). Estes sistemas podem voar entre 150 e 200 metros de altura do solo

e ficam abaixo do tráfego aéreo. Possuem restrição de alcance de área devido a sua baixa

altitude, porém são muito atrativos para grupos de pesquisa que envolvem pesquisas temáticas

devido ao baixo custo e facilidade em adquirir dados (EVERAERTS, 2008).

Na agricultura de precisão, o VANT tem se destacado por produzir imagens com

altíssima resolução espacial. Além de não sofrer influência de nuvens ou fumaça que possam

obstruir a imagem em função de suas características operacionais. É um instrumento que

fornece ao pesquisador liberdade para poder escolher qual o melhor momento para a obtenção

das imagens (GALVÃO, 2014). O produto gerado por esse equipamento é um mosaico de

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imagens, que nada mais é do que o conjunto de ortoimagens de uma área, unidos de forma a

dar a impressão que todo o conjunto é uma única fotografia.

Algumas das vantagens da utilização do Sensoriamento Remoto por VANT, são as de

não oferecer risco de perda de vidas de tripulantes e também, ainda que os principais projetos

de VANT sejam dispendiosos, custam menos que uma aeronave tripulada ou um satélite

artificial para os mesmos fins (JENSEN, 2009).

2.3 FOTOGRAMETRIA

A Fotogrametria é definida pelo Manual of Photogrammetry como “Arte ou ciência de

obter medidas confiáveis por meio da fotografia” (McGLONE; MIKHAIL; BETHEL, 2004).

É considerado um método de levantamento indireto, pois permite que os objetos sejam

reconstruídos e caracterizados sem que haja o contato direto com as feições geográficas.

A principal aplicação da Fotogrametria refere-se à compilação de mapas topográficos

que se fundamentam em informações e medidas a partir de fotografias aéreas e espaciais

(KRAUS, 1993). Para esse fim, são utilizadas câmaras que possuem rigidez geométrica, sendo

empregados sensores analógicos (atualmente em desuso) ou digitais, os quais fornecem melhor

resolução geométrica e radiométrica, plataformas equipadas com sensores GPS (Global

Positioning System) e sistemas de navegação inercial (IMU – Inertial Measurement Unit),

sendo destinadas à obtenção de imagens fotográficas com estabilidade geométrica

(ANDRADE, 2003) além de fornecer detalhes de atributos planimétricos de alta resolução

espacial (JENSEN, 2009).

Logo após o surgimento da primeira câmara, com os trabalhos de Nicéphore Niépce, em

1826, e Louis-Jacques Daguerre, em 1839, surgiram as primeiras tentativas de se utilizar de

fotografias para medições topográficas. Entretanto, este tipo de utilização só foi possível em

1851, quando Aimé Laussedat criou os princípios fotogramétricos. No ano de 1858, as

primeiras fotografias aéreas vieram a acontecer. Com a utilização de um balão, NADAR foi o

primeiro a obter fotografias aéreas, sobrevoando a cidade de Paris na França. Alguns anos

depois viria a surgir a Fotogrametria, com uma tecnologia analógica (COELHO; BRITO, 2007).

A Fotogrametria Analógica, que durou de 1901 a 1950, foi criada a partir da invenção

de um aparelho estereocomparador, que facilitou as tarefas realizadas pelos usuários,

substituindo diversos cálculos por aparelhos ópticos-mecânicos. Posterior a este período veio a

Fotogrametria analítica, que, devido a criação dos computadores, tornaram o processo óptico-

mecânico em computacional, facilitando ainda mais as tarefas do usuário. Por último surgiu a

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Fotogrametria digital, que começou em 1990 e dura até os dias atuais. Este procedimento se

diferencia dos demais por todas as etapas serem feitas de forma digital, isto é, desde a aquisição

da imagem até o processamento e extração de dados. O quadro 2 abaixo mostra esta

diferenciação (COELHO; BRITO, 2007).

Quadro 2 - Histórico da fotogrametria e suas características.

Fotogrametria Entrada Processamento Saída

Analógica Fotogrametria

analógica (em filme)

Analógico (óptico-

mecânico)

Analógica (scribes

ou fotolitos) no

passado ou digital

(CAD, por exemplo)

no presente

Analítica Fotografia analógica

(em filmes)

Analítico

(computacional)

Analógica (scribes

ou fotolitos) no

passado ou digital

(CAD, por exemplo)

no presente

Digital

Imagem digital

(obtida de câmara

digital, por exemplo)

ou digitalizada (foto

analógica submetida

a um scanner)

Analítico

(computacional) Digital

Fonte: COELHO; BRITO, 2007

Um conceito importante dentro da Fotogrametria é o de estereoscopia. Também

chamada de visão binocular, a estereoscopia proporciona a quem possui uma visualização em

3 dimensões do mundo a sua volta. Esta visão em 3D é resultado da união de duas imagens

obtidas pelos olhos do observador, parcialmente sobrepostas e interpretadas pelo cérebro, que

dá a sensação de profundidade (SISCOUTTO et al., 2004).

Novas técnicas de visão computacional têm surgido dentro da Fotogrametria Digital

para auxiliar neste sentido, como é o caso do Multi-View Stereopsis (MVS), que pode derivar

estruturas 3D a partir de imagens sobrepostas tiradas de múltiplos ângulos (HARWIN;

LUCIEER, 2012).

Recentemente a Aerofotogrametria, voltada aos VANT tem sido utilizada para

reconstrução de feições (ROSSI et al., 2017). Uma metodologia fotogramétrica para

reconstrução topográfica de alta resolução é o Structure from Motion (SFM), que opera com os

mesmos princípios básicos da Fotogrametria estereoscópica, entretanto, diferencia-se pelo fato

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da geometria da cena, posição da câmera e orientação serem resolvidos de maneira automática

(WESTOBY et al., 2012).

Para a reconstrução do modelo 3D é necessário encontrar correspondências entre as

imagens. As feições correspondentes encontradas nas imagens sobrepostas possibilitam a

derivação da nuvem de pontos 3D. Na visão computacional, isto é visto através do SFM que

faz parte das técnicas de MVS para derivar a posição da câmera e orientação do modelo

tridimensional. Dentre os avanços nestas áreas, o operador SIFT (Scale Invariant Feature

Transform) tem se mostrado o mais robusto para grandes variações de imagens (HARWIN;

LUCIEER, 2012). Esta abordagem transforma a imagem em vários vetores que, dentro da

imagem, são invariantes em função de translação, escala e rotação, e parcialmente invariante a

luminosidade (LOWE, 1999).

Além destas, existem outras informações necessárias para conseguir melhores

resultados, como as características de obtenção das imagens. Dentre os métodos de obtenção

das imagens, a Aerofotogrametria foi a mais utilizada para obtenção de dados cartográficos de

terreno, e, para isso, alguns critérios foram estabelecidos para obter bons resultados (COELHO;

BRITO, 2007).

Outra característica importante é o recobrimento lateral e longitudinal, onde imagens

adjacentes devem possuir sobreposição de no mínimo 60%, enquanto que duas faixas de

imageamento devem possuir no mínimo 30% de sobreposição. Entretanto, estes dados podem

variar em função da finalidade (COELHO; BRITO, 2007).

2.4 SENSORIAMENTO REMOTO E A CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS DIGITAIS

Pode-se definir Sensoriamento Remoto como uma ciência que tem objetivo de obter

imagens da superfície terrestre por meio da detecção e medição das respostas da interação da

radiação eletromagnética com a superfície terrestre (MENESES e ALMEIDA, 2012). A

extração das informações contidas em uma imagem é um dos objetivos do Sensoriamento

Remoto. Essa extração deve ser feita a partir de regras claras e lógicas para que possam ser

reutilizadas por outros analistas e serem obtidos os mesmos resultados.

Os métodos de interpretação de imagens a partir da análise do fotointérprete apresenta

problemas neste quesito, pois diferentes intérpretes podem produzir diferentes resultados

(MENESES; SANO, 2012). Nesse sentido surgiram procedimentos de classificação digital de

imagens, que automatizam a extração de informações e torna o processo mais eficiente.

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Classificação de imagens digitais visa associar os pixels presentes nas imagens às

classes de cobertura da terra existente, em função de seus níveis digitais (MENEZES; SANO,

2012). Uma vez que imagens digitais são formadas por linhas e colunas de pixels, é

convencional que se utilize metodologias de classificação supervisionadas voltadas para estes

(DEAN; SMITH, 2003).

Imagens com elevada resolução espacial, entretanto, providenciam mais informação

sobre os alvos, sendo assim, simples pixels já não fornecem mais as características do objeto

alvo. Logo, o resultado de uma classificação feita a partir de uma metodologia feita por pixels

vai apresentar um efeito de ruído conhecido por “sal-e-pimenta” (Salt-and-paper) (YU et al.,

2006). Desde o surgimento dos satélites de alta resolução espacial, como o IKONOS (1999),

QuickBird (2001), OrbView (2003), e o surgimento de satélites com resoluções espaciais de

menos de meio metro (World View 1 – 0,44m banda Pancromática em 2007), novos campos

de aplicações surgiram, os quais anteriormente eram exclusivos do Sensoriamento Remoto

Aéreo. Além disso, pode se observar um grande incremento na quantidade de dados gerados

por este tipo de plataforma (BLASCHKE, 2010).

Os métodos tradicionais de classificação de imagens por pixel foram questionados por

BLASCHKE; STROBL, 2001. Os mesmos autores observaram que, uma vez que a resolução

espacial da imagem é menor do que os objetos de interesse na imagem, poderia se focar mais

nos padrões que os mesmos apresentam ao invés de focar apenas na estatística dos pixels

(BLASCHKE; STROBL, 2001)

Uma metodologia utilizada para contornar esse problema é a segmentação de imagens.

Esta abordagem surgiu no processamento industrial de imagens e foi pouco utilizada em

aplicações geoespaciais entre os anos de 1980 e 1990 (BLASCHKE, 2010). O procedimento de

agrupar pixels que possuem características semelhantes é conhecido por segmentação

(MENESES, 2011).

A segmentação de imagens é a divisão das mesmas em regiões que correspondem a

diferentes objetos ou partes de objetos (GLASBEY, 1995). Ainda segundo o mesmo, uma boa

segmentação é aquela que os pixels dentro de um mesmo grupo possuem uma escala de tons de

cinza similar. Outra definição de segmentação sugerida por GAO, 2009, em que, segmentação

é a decomposição de uma imagem em regiões discretas, contíguas, com segmentos

significativos.

Dessa forma, foi desenvolvida a classificação orientada a regiões, que é feita em duas

etapas, segmentação da imagem em regiões homogêneas e classificação da imagem

segmentada. Após esta, uma metodologia foi aplicada, que mais se aproxima da

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fotointerpretação humana, a OBIA (Object Based Image Analisys), que se diferencia por

possibilitar a construção de um modelo de conhecimento, onde informações como textura,

forma e outras são adicionadas, o que facilita o processo de interpretação da cena (FURTADO

et al., 2013).

2.4.1 Segmentação

A segmentação de uma imagem pode ser realizada de duas maneiras, sendo elas,

manual e automática. Para a primeira, o fotointérprete cria polígonos de forma manual,

analisando visualmente as áreas de interesse e criando polígonos. Nesse caso, intérpretes

diferentes podem obter resultados diferentes para uma mesma imagem. Já a metodologia

automática, baseia-se em características quantitativas das imagens para fazer a segmentação, e

além disso produz resultados mais rápidos que o método manual (MENESES, 2011).

Variados algoritmos de segmentação estão presentes na literatura, entretanto, não

existe um melhor para todos os casos, pois nem todos os algoritmos que se encaixam bem para

um tipo de cena terá o mesmo desempenho com outro tipo (PAL; PAL, 1993).

Segundo GLASBEY (1995) existem três tipos de segmentadores de imagens, e ele são

baseados nas seguintes características:

a) Em Limiar de alcance (Thresholding): Neste tipo os pixels são alocados de acordo

com categorias de alcance de valores de nível de cinza.

b) Segmentação baseada em fronteiras (edge-based segmentation): Pixels são alocados

como borda e não borda depois da aplicação de um filtro de borda. Os filtros

classificados como não bordas são colocados em uma mesma categoria.

c) Algoritmos de segmentação baseados em regiões (Region-based): Operam

iterativamente agrupando pixels que são vizinhos e tem valores similares e

separando pixels com valores dissimilares.

Ainda, segundo o autor, o método de thresholding é o método mais simples e comum

usado para segmentação.

2.4.1.2 Algoritmo de média móvel (Mean Shift)

O algoritmo de segmentação por média móvel é uma metodologia robusta, não

paramétrica, de estimação de densidade, que se baseia em encontrar os máximos locais em uma

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distribuição de densidade em um conjunto de dados (CHENG Apud. CHENG; FU,

SILVERMAN, FUKUNAGA; HOSTETLER, 1995; ACHANCCARAY, 2014). Os pontos de

máxima local são definidos como os únicos estacionários dentro de uma pequena janela. Pode-

se testar se é um ponto de máxima local perturbando-se cada ponto estacionário por um vetor

aleatório de pequena norma e deixando o procedimento de média móvel convergir de novo. Se

o ponto não se alterar, é um ponto de máxima local (COMANICIU; MEER, 2002).

Estatisticamente falando, um método é considerado robusto quando tem a capacidade

de ser pouco sensível em relação a afastamentos das pressuposições das hipóteses para sua

aplicação, como por exemplo o teste “t” e o teste F da ANOVA (MACHADO, 2006).

Uma metodologia não-paramétrica é assim chamada quando não faz nenhuma suposição

para a distribuição do conjunto de dados. Todas as informações sobre esse conjunto são dadas

em função dos dados (MACHADO, 2006). Estimação não paramétrica de uma função de

densidade de probabilidade é baseada no conceito de que o valor de uma função de densidade

em um ponto contínuo pode ser estimado usando as observações amostrais que estão em uma

pequena região em torno desse ponto (FUKUNAGA e HOSTETLER, 1975). A metodologia

utilizada neste segmentador é uma função de densidade de probabilidade chamada de Kernel,

que é uma metodologia não paramétrica utilizada nesse caso para estimar as probabilidades de

os pontos calculados dentro da janela estarem dentro de uma região.

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Figura 7 - Trajetória do algoritmo mean-shift de Epanechnikov para descobrir os pontos com

maiores densidades (pontos em vermelho).

Fonte: COMANICIU; MEER, 2002

O procedimento básico para esta metodologia acontece da seguinte maneira:

a) Escolhe-se o tamanho do raio de busca;

b) Inicializa-se a localização da janela;

c) Calcula-se o vetor de deslocamento pela média;

d) Centra-se a janela no centro de massa conforme o vetor calculado;

e) Repete-se os passos 3 e 4 até que a janela pare de se mover ou até um critério de parada

seja alcançado.

A função kernel de estimação de densidade pode ser descrita da seguinte maneira, dado

um conjunto de dados com n pontos, e xi, i= 1, 2, ..., n em um espaço d-dimensional Rd, K(x),

definido como estimador de densidade multivariado Kernel, e com uma matriz simétrica

positiva com d x d de largura de banda h calculadas no ponto x, é dado pela Equação 1

(COMANICIU ; MEER, 2002):

𝑓(𝑥) =1

𝑛ℎ𝑑∑ 𝐾 (

𝑥−𝑥𝑖

ℎ)𝑛

𝑖=1 (1)

Com h sendo o parâmetro de suavização, conhecido por alguns autores como largura de

banda ou largura de janela.

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2.4.2 Mineração de dados

A mineração de dados é uma ferramenta de descoberta da informação. Esta metodologia

tem sido erroneamente caracterizada por sistemas capazes de extrair informações importantes

de um banco de dados de maneira totalmente automatizada. Contudo, é uma metodologia com

processo cooperativo entre a máquina e o usuário (CORTES et al., 2002).

Nos últimos anos, a velocidade de coleta de dados tem crescido de forma muito maior

que a velocidade de processamento das mesmas, o que gerou um problema para as organizações

detentoras destes dados, visto que, apesar de possuir muitos dados, esses seriam inúteis se não

analisados corretamente (CARDOSO; MACHADO, 2007).

Devido a esta preocupação com essa grande quantidade de dados gerados e inutilizados

dentro das empresas e organizações que surgiu a Mineração de Dados, em meados dos anos

1980, como um ramo da computação (AMO, 2004).

Mineração de Dados e descoberta do conhecimento são técnicas com finalidade de

descobrir informações escondidas em grandes bancos de dados. Uma ferramenta de

descobrimento automático deve ter a capacidade de analisar o conjunto de dados e extrair

informações de alto nível para o analista (GOEBEL; GRUENWALD, 1999).

Devido à grande quantidade de dados existente nesses bancos, não é possível utilizar-se

de todos os dados para construção de modelos de Mineração de Dados. Logo, é necessário a

utilização de amostras, que são divididas em três conjuntos, segundo CAMILO; SILVA, 2009:

Conjunto de treinamento (Training set): Conjunto de dados onde o modelo é

desenvolvido

Conjunto de testes (Test Set): Conjunto de dados usados para testar o modelo.

Conjunto de Validação (Validation Set): Conjunto de dados utilizados para validar o

modelo.

A construção destes três grupos tem como finalidade evitar que o modelo construído

fique dependente de apenas um conjunto de dados, o que gera um efeito conhecido por Bias,

gerando um resultado não satisfatório (CAMILO; SILVA, 2009)

As técnicas existentes para a Mineração de dados se baseiam em técnicas estatísticas,

de aprendizado de máquina e também técnicas que utilizam da metodologia crescimento-poda-

validação. Algumas destas são: Análise de Regras de Associação, Análise de Padrões

Sequenciais, Classificação e Predição, Análise de Clusters (Agrupamentos), Análise de

Outliers (AMO, 2004).

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A Classificação tem função de distinguir classes diferentes, dentre os objetos de

interesse, através de modelos construídos para algumas amostras e, posteriormente utilizar se

deste modelo para classificar os demais objetos (AMO, 2004). Dentro da classificação, tem-se

os algoritmos conhecidos como Árvores de Decisão (Decision Trees). Este método funciona

como um fluxograma em formato de árvore, onde cada nó possui um teste que define para qual

lado do fluxograma cada objeto vai. No final do fluxograma ficam as folhas, onde são definidas

as classes a qual pertencem cada objeto (CAMILO; SILVA, 2009).

No estudo de SOTHE (2015) foram empregados algoritmos de árvore de decisão para

separar estágios de formações florestais através das imagens do recobrimento aéreo do Estado

de Santa Catarina. Neste estudo os resultados demonstram que é possível a utilização desta

metodologia para a separação dos estágios de sucessão secundária da vegetação com boa

acurácia. Para este trabalho, entretanto, foi utilizado um algoritmo chamado de “Random

Trees”, que se utiliza de árvores de decisão para a tomada de decisões.

2.4.3 Árvores Aleatórias (Random Trees)

O algoritmo de árvores aleatórias é um método de aprendizado conjunto com finalidade

de classificação supervisionada através da criação de diversos aprendizados individuais.

Emprega uma ideia de ensacamento (Bagging) para produzir um conjunto aleatório de dados

para a construção de uma árvore de decisão. Em uma árvore comum, cada nó é separado usando

a melhor separação entre todas as variáveis. Já em uma Floresta aleatória (Random Forest), esta

separação é feita usando o melhor subconjunto de preditores selecionados aleatoriamente a cada

nó. Este algoritmo pode lidar tanto com classificação quanto com regressão. Random trees é

um conjunto de árvores preditoras chamadas de florestas. É uma combinação de dois algoritmos

no aprendizado de máquina (Machine learning), simples modelos de árvores combinados com

as ideias do algoritmo Random Forest (MISHRA; RATHA, 2016).

Florestas aleatórias são a combinação de árvores preditoras, onde cada árvore depende

de um vetor aleatório amostrado independentemente e com a mesma distribuição para todas as

árvores na floresta. É um classificador aonde cada árvore possui um voto único para a classe

mais popular para o vetor de entrada (BREIMAN, 2001).

Neste classificador, cada nó interno possui um teste no qual é feita a melhor separação

do espaço dos dados a serem classificados. Existe ainda, um nó terminal, chamado de folha,

que é rotulado conforme distribuição posterior das classes da imagem. Uma imagem é

classificada após os dados de entrada passarem por cada uma das árvores e chegarem ao nó

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terminal, ou a folha. A aleatoriedade pode ser inserida em dois pontos: através da sub

amostragem dos dados de treinamento, e assim, cada árvore cresce usando diferente

subconjuntos de dados, e através da seleção dos nós teste (BOSCH et al., 2007).

2.4.4 Avaliação dos resultados

Para a avaliação dos resultados serão feitos cruzamento de dados considerados de

referência com os dados classificados, e assim será gerada uma matriz de confusão.

Uma matriz de confusão, além de mostrar os erros de comissão e omissão, pode ser

utilizada para calcular outros valores de acurácia, como acurácia global, acurácia do usuário e

do produtor. Acurácia global é calculada com a soma da diagonal principal dividida pelo total

de unidades amostrais na matriz de confusão (CONGALTON; GREEN, 1999). As acurácias do

usuário e do produtor são maneiras de demonstrar os resultados das categorias individuais, ao

invés de apenas uma acurácia de toda a classificação (STORY; CONGALTON, 1986).

Os erros de comissão são definidos como a possibilidade de incluir uma área a uma

categoria a qual ela não pertence, enquanto que os erros de omissão são a possibilidade de

excluir uma área da categoria a que ela pertence. Cada erro é uma omissão da categoria correta

e uma comissão para uma categoria errada (CONGALTON; GREEN, 1999).

Outra análise utilizada neste trabalho foi o índice Kappa. Esta é uma técnica

multivariada discreta utilizada para acesso a acurácia, que determina se uma matriz é

significativamente diferente de outra (BISHOP et al, 1975 apud CONGALTON; GREEN,

1999). Como resultado desta análise, temos a estatística KHAT (ou �̂�, que é uma estimativa

de Kappa) (Cohen, 1960 apud CONGALTON ; GREEN, 1999). Este cálculo é feito a partir

dos valores de concordância da diagonal principal da matriz de confusão, e as probabilidades

de concordância das linhas e colunas totais. Esta estatística é semelhante ao teste de Qui-

quadrado (CONGALTON; GREEN, 1999).

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A formula para este cálculo está apresentada abaixo nas equações 2, 3 e 4:

𝐾 =𝑝𝑜−𝑝𝑐

1−𝑝𝑐 (2)

Onde:

𝑝𝑜 = ∑ 𝑝𝑖𝑖𝑘𝑖=1 (3)

𝑝𝑐 = ∑ 𝑝𝑖+𝑝+𝑗𝑘𝑖=1 (4)

Sendo que pi+ e p+j são definidos como as probabilidades de concordância fora da

diagonal principal.

Para a avaliação da qualidade do índice Kappa, LANDIS; KOCH, 1977, criaram uma

tabela com valores que variam de 0 a 1 e variando de ruim a excelente, para a qualidade da

classificação. A tabela 1 mostra estes valores. Além disso, pode-se implementar um teste Z para

verificar o quão diferente é a classificação em relação a verdade, a um dado nível de

significância.

Tabela 1: Indicadores de qualidade do índice Kappa

Estatística Kappa Qualidade da classificação

<0.00 Péssima

0.00 – 0.20 Ruim

0.21 – 0.40 Razoável

0.41 – 0.60 Boa

0.61 – 0.80 Muito Boa

0.81 – 1.00 Excelente

Fonte: LANDIS; KOCH, 1977

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3. 1 MATERIAL

Foi utilizado um VANT Phantom 4 PRO na obtenção das imagens digitais (Figura 8).

Figura 8 - VANT Phantom 4 PRO

Fonte: DJI

Algumas especificações do VANT estão descritas no quadro 3 abaixo.

Quadro 3- Especificações VANT Phantom 4 pro

Especificações da aeronave

Peso (Bateria e hélices inclusas) 1388 g

Tamanho diagonal (Incluindo hélices) 350 mm

Resistência máxima a velocidade do vento 10 m/s

Sistemas de posicionamento global GPS/GLONASS Fonte: DJI

O Quadro 4 apresenta as especificações para a câmara do VANT Phantom 4 PRO.

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Quadro 4 - Comparação entre as câmaras utilizadas

Câmara VANT

Sensor 1’ CMOS 20MP

Lentes FOV (Field of View) 84º, 8.8

mm (35 mm formato

equivalente: 24 mm), f/2.8 –

f/11, auto foco 1 m - ∞

Ground Sample Distance

(GSD)

3,3 cm/px (1,3 in/px) a 400

ft (~120 m) de altura

Resolução da imagem 20 MegaPixel (4096x2160p

a 60fps)

Velocidade do obturador Obturador mecânico: 8 –

1/2000 s

Obturador Eletrônico: 8 –

1/8000 s

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018; DJI

3.2 LOCAL DE ESTUDO

A obtenção das imagens com o VANT foi realizada em vários municípios de Santa

Catarina. Em alguns municípios foram obtidas imagens de propriedades rurais, como é o caso

das duas localidades em que ouve obtenção de imagens em Curitibanos. Também foram obtidas

imagens em fazendas pertencentes a empresa Klabin, como é o caso das imagens obtidas para

Bocaina do Sul e Bom Retiro. E, além destas, foram obtidas imagens do Parque Natural

Municipal de Lages – PARNAMUL. Todas estas localidades possuem remanescentes de

vegetação nativa e pertencem à Floresta Ombrófila Mista. As figuras 9, 10, 11 e 12 mostram a

localização das áreas de estudo dentro do estado de Santa Catarina.

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Figura 9 – Localização do aerolevantamento no município de Bom Retiro

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Figura 10 - Localização dos aéroslevantamentos no município de Bocaina do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

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Figura 11 - Localização dos aérolevantamentos no município de Curitibanos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Figura 12 - Localização do aérolevantamento no município de Lages (Parnamul)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

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3.3 METODOLOGIA

O fluxograma abaixo (Figura 13) ilustra todos os procedimentos deste trabalho até a

validação dos resultados, e cada etapa dele serão discutidas abaixo.

Figura 13 - Fluxograma do trabalho realizado até obtenção das matrizes de confusão

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

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Para a realização do plano de voo, foi utilizado o aplicativo DroneDeploy. Neste

aplicativo, o planejamento do voo pode ser realizado tanto em um computador como em um

Smartphone.

A etapa de elaboração do plano de voo é feita selecionando os parâmetros mostrados na

figura 13. O primeiro parâmetro a ser selecionado é a altura de voo, e, para este trabalho, está

sendo utilizada a altura de 120 m, pois, é o limite estabelecido pela legislação para voos do tipo

VLOS na classe 3, ou seja, aeronave abaixo de 25 kg. Nesse tipo de voo, a licença pode ser

feita com até 2 dias de antecedência. A altura de voo é um parâmetro importante na decisão do

tamanho do pixel, pois quanto maior a altura, maior é o tamanho do mesmo. Posteriormente, é

selecionado o azimute das linhas de voo, que foi configurado em função da direção do vento.

Os parâmetros utilizados para sobreposição frontal e lateral foram 85% e 80% respectivamente,

como pode-se observar na Figura 14A e B.

Figura 14 - Aplicativo DroneDeploy e parâmetros de voo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

A

B

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51

O aplicativo utilizado para o processamento das imagens obtidas pelo VANT foi o

Agisoft Photoscan 1.2.0. Neste, é possível obter os produtos fotogramétricos seguindo o fluxo

de trabalho proposto, através da opção Workflow. A primeira etapa é feita a partir da opção

Aligning photos (Figura 15A). Nesta etapa o aplicativo encontra a posição e orientação da

câmara para cada foto e cria uma nuvem de pontos esparsa. É possível realizar uma remoção

de pontos ruidosos manualmente, através de uma checagem rigorosa nesta e na próxima etapa.

Essa remoção serve para melhorar o resultado do Modelo Digital de Elevação, ou DEM (Digital

Elevation Model), eliminando pontos com variação demais na posição. Então é obtida a nuvem

densa, com a ferramenta Build Dense Cloud (Figura 15B). Baseado na estimação da posição da

câmara, o aplicativo calcula a informação de profundidade para cada câmara a ser combinada

dentro de uma nuvem de pontos densa. Nesta etapa existe a possibilidade da utilização de um

filtro para os pontos. Estes filtros variam de fraco, moderado e forte, sendo que no caso de

locais como uma floresta, foi observada uma necessidade de uma filtragem mais forte. Após

estas etapas é possível reconstruir o modelo poligonal – malha (Mesh). É feito com a opção

Build Mesh.

A partir desta última etapa é possível gerar outros produtos como exemplo a ortoimagem

(Figura 15D) e o DEM (Digital Elevation Model) (Figura 15C). A ortoimagem será utilizada

para a classificação, enquanto que o DEM foi utilizado para auxiliar na construção dos mapas

de verdade de campo.

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Figura 15 - Etapas do processamento no aplicativo computacional Agisoft Photoscan. A)

Nuvem esparsa de pontos, B) Nuvem densa de pontos, C) DEM e D) Ortomosaico

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

As etapas subsequentes de processamento se deram no aplicativo computacional

ArcMAP 10.4. Neste aplicativo, os ortomosaicos foram recortados, segmentados, classificados,

e, por último, foi gerada a matriz de confusão para avaliação da qualidade da classificação.

Após a criação do ortomosaico, este é recortado, afim de evitar os erros mais próximos

à borda, que ocorrem no processo de mosaicagem (Figura 16). A etapa subsequente é a da

criação do índice de vegetação TGI.

Figura 16 - Ortomosaico e polígono representando o tamanho do recorte utilizado para a

classificação

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

B

C D

A

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O índice de vegetação TGI (Triangular Greennesss Index) foi criado para estimação do

índice de clorofila foliar e de dossel em cultivos agrícolas. Uma das principais motivações para

a utilização deste índice é que para o seu cálculo são necessárias apenas as bandas do visível, o

que torna o trabalho mais prático, pois não é necessária a utilização de outras câmaras que

registrem na faixa do infravermelho. Para a criação deste índice foram utilizadas as bandas na

faixa do Vermelho, Verde e Azul. Após o cálculo deste índice, é criada uma imagem em falsa

cor, substituindo-se a banda do vermelho pelo índice TGI, cujo cálculo é apresentado na

Equação 5 (HUNT JR et al., 2013):

𝑇𝐺𝐼 = −0.5 × [(𝜆𝑟 − 𝜆𝑏)(𝑅𝑟 − 𝑅𝑔) − (𝜆𝑟 − 𝜆𝑔)(𝑅𝑟 − 𝑅𝑏)] (5)

Sendo:

λr = Comprimento de onda da banda vermelha (red)

λg = Comprimento de onda da banda verde (green)

λb = Comprimento de onda da banda azul (blue)

Rr = Reflectância da banda vermelha (red)

Rg = Reflectância da banda verde (green)

Rb = Reflectância da banda azul (blue)

Em HUNT JR et al., 2013, os autores testaram diversos índices de vegetação, e o índice

TGI apresentou bons resultados em comparação aos outros índices. Seu cálculo é feito em

função da área do triângulo mostrado na Figura 17, com 3 pontos, 480nm, 550nm e 670nm no

eixo dos comprimentos de onda e suas respectivas reflectâncias nestes. A partir de uma matriz

3x3, calcula-se a área de um triângulo através de seus determinantes. A equação 6 ilustra como

é feito o cálculo da área:

𝐴 = ±0.5[(𝜆1 − 𝜆3)(𝑅1 − 𝑅2) − (𝜆1 − 𝜆1)(𝑅1 − 𝑅3)] (6)

A = Área do triângulo

λ1- λ3 = Comprimento de onda para os 3 pontos

R1-R3 = Reflectâncias para os 3 pontos

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Figura 17 - Ilustração das curvas de reflectâncias de uma cultura agrícola em função do

comprimento de onda.

Fonte: HUNT JR. et al., 2013

Para este estudo, foram utilizados os valores máximos de sensibilidade de comprimento

de onda de um típico sensor CMOS, que é o sensor pertencente ao VANT utilizado neste

trabalho, e foi utilizado por MCKINNON; HOFF, 2017, com valores de:

• Vermelho = 625 nm,

• Verde = 525 nm,

• Azul = 460 nm.

Após isso, normalizando pelo sinal verde:

𝑇𝐺𝐼 = 𝑅𝑔𝑟𝑒𝑒𝑛 − 0.39 × 𝑅𝑟𝑒𝑑 − 0.61 × 𝑅𝑏𝑙𝑢𝑒 (7)

A equação 7 foi utilizada no aplicativo ArcGIS, com a ferramenta Raster Calculator, e

então, foi feita a união das imagens das bandas verde e azul com o TGI, substituindo a banda

vermelha, através da ferramenta Composite Bands. O índice TGI foi calculado para todos os

ortomosaicos criados. A Figura 18B ilustra a união do índice TGI com as bandas verde e azul,

gerando uma imagem em falsa cor enquanto que a Figura 18a ilustra a imagem em cor natural.

Para a abordagem orientada a regiões empregou-se o aplicativo ArcGIS 10.4, com a

extensão Segmentation and Classification toolset.

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3.4 CLASSIFICAÇÃO ORIENTADA A REGIÕES

Para este procedimento foi utilizado o aplicativo ArcGIS 10.4. Na primeira etapa, a

segmentação, o algoritmo utilizado é o Mean-Shift, ou, algoritmo de média móvel, e é

necessária a definição de alguns parâmetros, como a informação espectral, espacial e o tamanho

mínimo do segmento. Quanto ao detalhamento espectral, refere-se ao peso dado as diferenças

espectrais, variando de 0 a 20. O detalhamento espacial, refere-se ao peso dado a distância entre

as feições e também varia de 0 a 20. O último parâmetro é o tamanho mínimo dos segmentos

que serão criados, este em pixels.

Foi observado que os valores utilizados por COMANICIU; MEER, 2002, não obtiveram

bons resultados em uma avaliação visual, sendo assim, foi utilizada uma metodologia de

tentativa e erro, até que fosse obtido um bom resultado visual. Os parâmetros utilizados para a

segmentação de cada imagem estão apresentados no quadro 5. A figura 18C ilustra um exemplo

de imagem segmentada.

Quadro 5 - Parâmetros de segmentação para o algoritmo Mean-Shift

Bom

Retiro Parnamul

Bocaina

do sul 1

Bocaina

do sul 2

Bocaina

do sul 3

Curitibanos

1

Curitibanos

2

Informação

Espectral

(0-20)

16 15 13 15 15 15 15

Informação

Espacial

(0-20)

10 5 5 5 5 5 5

Tamanho

mínimo

(pixels)

100 1000 100 1000 1000 1000 1000

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Após a segmentação da imagem, foi utilizado a ferramenta Resample, que reamostra o

tamanho do pixel da imagem. Esta imagem redimensionada, posteriormente é segmentada, o

que gera uma imagem auxiliar para a classificação, pois, devido ao tamanho maior dos

segmentos dessa imagem, ela poderá agrupar segmentos menores, gerados para a imagem

original. Esse redimensionamento foi de aproximadamente 3cm para 1m, para todas as imagens.

A figura 18D ilustra uma imagem redimensionada e segmentada. Estes tamanhos foram

selecionados via tentativa e erro. Para as imagens redimensionadas para 1m, todas as

segmentações foram feitas com os valores 15, 5 e 20 para os parâmetros Informação Espectral,

Informação Espacial e tamanho mínimo, respectivamente.

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Figura 18 - Imagem em cor natural (A) e em Falsa cor (B). Imagens em falsa cor segmentadas

(C e D)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Em seguida, foi realizada a coleta de amostras. Esta etapa é onde seleciona-se as classes

de uso e cobertura da terra. Foram geradas, a cada imagem, diferentes classes de cobertura da

terra, dependendo das condições no local. O quadro 6 ilustra as classes usadas em cada imagem

A

C

B

D

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e a quantidade de amostras geradas para cada classe, em pixels. Neste quadro, as classes

estágios inicial, médio e avançado estão descritas como “E. I”, “E. M.” e “E. A.”

respectivamente.

As áreas foram nomeadas da seguinte maneira:

• Área 1: Bom Retiro

• Área 2: Parnamul

• Área 3: Bocaina do Sul 1

• Área 4: Bocaina do Sul 2

• Área 5: Bocaina do Sul 3

• Área 6: Curitibanos 1

• Área 7: Curitibanos 2

Quadro 6 - Classes de uso e ocupação do solo para cada imagem com suas quantidades

amostradas, em pixels

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Área 6 Área 7

E. I. 354.09

7

452.91

3 1.263.020 605.653

1.296.65

5

E. M. 364.256 258.280

E. A. 330.95

8

1.657.9

96 894.672 760.293

3.780.45

8

2.401.81

7

2.843.72

5

Campo 237.56

1 126.665

Pinus 880.18

6

1.358.1

85 657.015

4.741.70

8

Eucaliptus 1.940.096 1.291.60

0

Estrada 14.602 231.80

2 163.651 324.309 231.875 206.052

Solo 55.504 770.949

Plantio 191.773

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

A última etapa antes da realização da classificação é a escolha do algoritmo e ajuste dos

parâmetros necessários. Para este trabalho foi escolhido o algoritmo Random Trees. A escolha

deste algoritmo foi feita devido a semelhança deste com o algoritmo Random Forest, que

apresentou bons resultados para classificação de imagens com resolução muito alta, obtidas por

satélite, além de classificação a partir de imagens de VANT, como é o caso de IMMITZER et

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al., 2012, que conseguiu classificar espécies arbóreas a partir de imagens do satélite

WorldView-2 e de FENG et al., 2015, que utilizou imagens de VANT para o mapeamento da

vegetação urbana. Este algoritmo possui duas configurações necessárias, que são o número

máximo de árvores, que foram selecionadas 70, e a profundidade de cada árvore, que foi

selecionado 30. Estes valores foram selecionados via tentativa e erro até que se obtivessem bons

resultados, pois, valores acima destes não apresentaram grandes diferenças visualmente. Além

disso, é necessário a seleção de quais atributos da segmentação serão utilizados como forma de

decisão no algoritmo. Para este trabalho, foram selecionados a cor (COLOR), a média (MEAN),

e o desvio padrão (STD). Os demais atributos, quantidade (COUNT), compacidade

(COMPACTNESS) e retangularidade (RECTANGULARITY), não foram utilizados pois não

apresentaram bons resultados em testes preliminares. A figura 19 ilustra as opções contidas no

momento do treinamento do algoritmo.

Figura 19 - Ferramenta Train Random Trees Classifier, usada para treinar o algoritmo para a

classificação

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

A última etapa é a classificação da imagem cujo resultado é um arquivo matricial o qual

será cruzado com os mapas de verdade para avaliação da qualidade do resultado.

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3.5 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Foram geradas amostras para cada classe na imagem e, a partir destas, foram utilizadas

75% para o treinamento do algoritmo de classificação, e 25% foram utilizados para a validação

dos resultados. Essas amostras foram geradas através de fotointerpretação.

A verificação da acurácia se deu através do cálculo das áreas correta e incorretamente

classificadas nos polígonos utilizados para a validação dos resultados. Com o resultado desta

comparação é gerada uma matriz de confusão. A Figura 20 ilustra a imagem do VANT com as

amostras geradas e separadas em treinamento e validação.

Figura 20 – Ortoimagem do VANT, obtido em Bom Retiro, com polígonos em vermelho,

utilizados para validação dos resultados, e polígonos em amarelo, utilizados para o treinamento

do algoritmo de classificação.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Com a geração da matriz de confusão, é possível calcular os valores de erro de comissão

e omissão. A partir desses, são calculados os valores de acurácia do produtor e do usuário. Além

destes, para a avaliação dos resultados foram utilizados valores de acurácia global e índice

Kappa.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ÁREA 1

Para a primeira área, foram observadas as classes “Pinus”, referente ao plantio comercial

de Pinus sp., “Inicial”, referente ao estágio inicial de regeneração, “Avançado”, referente ao

estágio avançado de regeneração, e por último a classe “Estrada”, que se refere a um trecho de

estrada localizado nesta imagem. A figura 21 ilustra o ortomosaico em cor natural ao lado da

imagem classificada e o quadro 7 mostra a matriz de confusão gerada com os valores de

acurácia para a classificação.

Figura 21 - Mapa classificado para a ortoimagem obtida pelo VANT.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

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Quadro 7 - Matriz de confusão para a área 1

Pinus Inicial Avançado Estrada Total Ac. Usuário Pinus 321,52 0 7,95 0 329,46 97,59% Inicial 0 130,61 27,96 0 158,56 82,37%

Avançado 2,50 1,44 98,43 0 102,36 96,15% Estrada 0 0 0 7,71 7,70 100%

Total 324,01 132,05 134,33 7,70 Ac. Produtor 99,23% 98,91% 73,27% 100% 0,93

Kappa= 0,88 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Pode-se observar neste quadro que o valor do índice Kappa produzido foi de 0,88, que

demonstra um resultado “Excelente” para esta classificação. Para as classes de interesse,

estágios inicial e avançado, foram obtidos valores de acurácia do produtor de 98,91% e 73,27%,

respectivamente, variando de muito bons a excelentes valores de classificação. Enquanto que

para a Acurácia do Usuário foram obtidos resultados de 82,37% e 96,15%. Podemos observar

que, para a classe “Inicial”, 98,91% foram identificadas corretamente e que 82,37% das áreas

classificadas como inicial, realmente pertencem a esta classe. Para a classe “Avançado”,

73,27% foi classificado corretamente. A classe em que mais houve confusão foi a “Inicial. Além

disso, 96,15% das áreas classificadas como “Avançado” realmente pertenciam a esta.

Foi possível observar também, através desta metodologia, que houve a detecção de

espécies exóticas em áreas de Área de Preservação Permanente (APP), como o exemplo

apresentado no apêndice A, em que foi observada a ocorrência de Pinus sp.. Isso mostra um

potencial de aplicação desta metodologia para outros estudos.

4.2 ÁREA 2

Para a área localizada no município de Lages/SC, no Parque Natural Municipal de

Lages, foram identificadas as classes Estrada, Pinus, Campo, e as classes de interesse neste

trabalho, que são os estágios inicial e avançado de sucessão florestal secundária. A figura 22

ilustra o resultado obtido após a classificação, enquanto que o quadro 8 é a matriz de confusão

gerada para esta classificação.

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Figura 22 - Mapa classificado para a ortoimagem obtida pelo VANT para o PARNAMUL

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Quadro 8 - Matriz de confusão para a área 2

Estrada Pinus Inicial Campo Avançado Total Ac. Usuário Estrada 104,55 0 0 0 0 104,55 100 Pinus 0 832,05 1,57 26,05 8,37 868 95,85 Inicial 0 0 85,61 38,81 0,10 125 68,75

Campo 0 3,36 0,75 20,91 0 25 83,58 Avançado 0 16,49 35,65 16,93 425,93 495 86,05

Total 104,55 852 124 103 434 0 0

Ac. Produtor 100 97,67 69,27 20,36 98,05 0 90,84

Kappa= 0,85 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

O resultado para o Índice Kappa, obtido para esta classificação foi 0,85, considerado

“Excelente”. Observa-se que a classe estágio avançado obteve valor de 98,05% de acurácia do

produtor, que mostra que apenas aproximadamente 2% da classe “Avançado” não foi

classificada corretamente. Para esta mesma acurácia, o valor obtido para a classe “Inicial” foi

de 69,27%. No entanto, é possível verificar que houve maior confusão com a classe

“Avançado”. Também foi observada uma maior confusão na acurácia do usuário, para a classe

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“Inicial” com 68,75%. Este valor indica que apenas esta porcentagem da classe “Inicial”, na

imagem classificada, realmente pertence a esta classe. Entretanto, a maior confusão neste caso

foi com a classe “Campo”. Percebe-se este mesmo problema para a acurácia do produtor desta

classe, pois houve um acerto de apenas 20,36% na classificação desta, confundindo,

principalmente, com a classe “Inicial”. Uma possível explicação para esta confusão pode ser

devido à pouca quantidade de amostras obtidas para a validação da classe “Campo”. Já para a

classe “Avançado”, é possível afirmar que 86,05% da sua ocorrência na imagem classificada

está correta.

Pode se observar que nesta imagem também foi possível a detecção de espécies exóticas

em meio a floresta nativa, o que demonstra um potencial para essa metodologia em outras áreas

(Apêndice B).

4.3 ÁREA 3

Foram realizados três voos para coletas de imagens no município de Bocaina do Sul,

nas áreas da empresa Klabin, e assim, gerados 3 ortomosaicos digitais, cujos resultados são

mostrados sequencialmente, na ordem que foram realizadas as coletas.

Para a primeira área de Bocaina do Sul, foram criadas 5 classes de cobertura da terra:

“Pinus”, “Eucaliptus”, “Estrada”, “Inicial” e “Avançado”, sendo estes dois últimos, as classes

de interesse, correspondendo aos estágios inicial e avançado de sucessão florestal secundária.

A Figura 23 ilustra a área original ao lado da imagem classificada, enquanto que o

quadro 9 mostra a matriz de confusão obtida para esta classificação.

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Figura 23 - Mapa classificado para a ortoimagem obtida pelo VANT para a primeira área de

Bocaina do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Quadro 9 - Matriz de confusão para a área 3

Pinus Eucaliptus Estrada Inicial Avançado Total Ac. Usuário Pinus 107,60 0,79 0 7,50 6,70 122,58 87,77%

Eucaliptus 10,86 445,82 0 17,07 14,15 487,90 91,38% Estrada 0 0 28,77 0 0 28,77 100% Inicial 19,34 46,88 0 229,25 60,77 356,24 64%

Avançado 6,40 0 0 5,11 200,98 212,49 95% Total 144,20 493,49 28,77 258,93 282,60

Ac. Produtor 74,62% 90,34% 100% 89% 71% 0,84

Kappa= 0,77 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Observa-se no quadro 9 que o valor de Kappa para esta classificação foi de 0,77, que é

considerado um resultado “Muito Bom”. Para a acurácia do produtor, foram obtidos valores de

89% para a classe “Inicial” e de 71% para a classe “Avançado”, sendo que para esta última

classe, a maior confusão foi com a classe “Inicial”. Para a acuraria do usuário, foram obtidos

valores de 64% para a classe “Inicial” e de 95% para a classe “Avançado”. Pode-se inferir com

estes valores que, apesar desta metodologia ter conseguido classificar corretamente 71% da área

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de estágio avançado na imagem original, 92% da área categorizada como “Avançado” na

imagem classificada está rotulada corretamente. Foi possível observar também que, o estágio

inicial nesta ortoimagem foi classificado corretamente em 89% dos casos, entretanto, apenas

64% da classe “Inicial”, na imagem classificada, realmente pertence a esta, mostrando confusão

com todas as outras classes, a exceção da classe “Estrada”.

4.4 ÁREA 4

Para a segunda área referente ao município de Bocaina do Sul, foram identificadas as

classes temáticas “Pinus”, “Estrada”, “Avançado” e “Inicial”. A Figura 24 mostra a imagem

classificada e a imagem original, enquanto que o quadro 10 mostra os valores obtidos na matriz

de confusão para esta área.

Figura 24 - Mapa classificado e ortoimagem da área 4

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

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Quadro 10 - Matriz de Confusão para a área 4

Estrada Pinus Inicial Avançado Total Ac. Usuário Estrada 87,82 0 0 0 87,82 100% Pinus 0 202,57 43,23 25,29 271,09 74,72% Inicial 0 11,45 70,25 6,40 88,10 83%

Avançado 0 17,56 11,68 122,56 151,81 87% Total 87,82 231,58 125,16 154,26

Ac. Produtor 100% 92,12% 58% 79% 0,83

Kappa= 0,75 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Para esta classificação, foi obtido valor de 0,75 para o índice Kappa, mostrando um

resultado considerado “Muito bom”. Os valores de acuraria do produtor para as classes de

interesse foram de 58% para “Inicial” e “79%” de “Avançado”. Neste caso, a classe “Inicial”

apresentou confusão com classe “Pinus”, o que pode indicar a presença da espécie Pinus sp. em

áreas consideradas como Área de preservação permanente. Para a acurácia do usuário, os

valores obtidos para “Inicial” e “Avançado” foram de 83% e 87% respectivamente.

4.5 ÁREA 5

Na área 5 foram identificadas as classes temáticas: “Estrada”, “Pinus”, “Avançado” e

“Inicial”. A figura 25 ilustra o ortomosaico e a imagem classificada, enquanto que o quadro 11

mostra os dados obtidos da matriz de confusão.

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Figura 25 - Mapa classificado para a área 5

Quadro 11 – Matriz de confusão para a área 5

Pinus Estrada Avançado Inicial Total Ac. Usuário

Pinus 659,75 0 94,90 190,06 944,71 69,84%

Estrada 0 52,95 0 0 52,95 100%

Avançado 19,03 0 519,45 11,40 549,88 94%

Inicial 2,44 0 4,32 118,84 125,59 95%

Total 681,21 52,95 618,67 320,30

Ac. Produtor 96,85% 100% 84% 37% 0,81

Kappa= 0,70

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

O índice Kappa obtido foi de 0,70, que pode ser considerado como “Muito bom”. O

resultado da acurácia do produtor para a classe “Inicial” foi de 37%, confundindo com a classe

“Pinus”, principalmente. Isto pode significar que estas áreas possuem a presença de Pinus sp.

em locais de APP. Para a acurácia da classe “Avançado” foi obtido valor de 84% de acurácia,

com alguma confusão com a classe “Pinus” também. Entretanto, para a acurácia do usuário,

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foram obtidos os valores de 94% e 95% para as classes “Avançado” e “Inicial”, com resultados

excelentes.

4.6 ÁREA 6

Foram obtidos dois ortomosaicos no município de Curitibanos. Na primeira área, área

6, foram obtidas as seguintes classes temáticas: “Estrada”, “Campo”, “Solo”, “Médio” e

“Avançado”. Sendo estas duas últimas as classes de interesse estágio médio e avançado de

regeneração.

Figura 26 - Mapa classificado para a área 6

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

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Quadro 12 - Matriz de Confusão para a área 6

Estrada Campo Solo Médio Avançado Total Ac.

Usuário

Estrada 55,55 0 9,31 0 0 64,86 85,65% Campo 0 6,94 0 11,72 0 18,65 37,19%

Solo 0,65 0 32,68 0,00 0 33,33 98% Médio 0 6,23 0,14 46,95 11,92 65,24 72%

Avançado 0,97 51,19 0 70,18 1232,23 1354,5

6 91%

Total 57,17 64,35 42,12 128,84 1244,16

Ac.

Produtor 97,16% 10,78% 77,58% 36,44% 99,04% 0,89

Kappa= 0,62 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Obteve-se, para esta classificação, um índice Kappa de 0,62, considerado como “Bom”.

A acurácia do produtor da classe “Avançado” resultou em aproximadamente 100% destas áreas

classificadas corretamente, enquanto que 91% das áreas ditas como “Avançado” na imagem

classificada realmente pertencem a esta classe. Todavia, para a classe “Médio”, o valor obtido

para acurácia do produtor foi de apenas 36,44%, confundindo principalmente com a classe

“Avançado”. Para a acurácia do usuário, o acerto foi de 72%.

4.7 ÁREA 7

Na área 7, foram identificadas as seguintes classes temáticas: “Solo”, “Plantio”,

“Avançado” e “Médio”, estas duas últimas referentes as classes de interesse deste trabalho

estágio avançado e médio de regeneração respectivamente.

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Figura 27 - Mapa classificado para área 7

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Quadro 13 - Matriz de confusão para a área 7

Avançado Médio Solo Plantio Total Ac.

Usuário

Avançado 1071,49 85,95 0 30,09 1187,53 90,23%

Médio 3,41 59,40 0 0 62,81 94,58%

Solo 0 0 357,08 0 357,08 100%

Plantio 0 0 0 56,96 56,96 100%

Total 1074,89 145,35 357,08 87,05

Ac.

Produtor 99,68% 40,87% 100% 65% 0,93

Kappa= 0,85

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

O índice Kappa obtido para esta classificação foi de 0,85, que pode ser considerado

“Excelente”. Para a acurácia do produtor, foi obtido um valor de aproximadamente 100% na

classificação da classe “Avançado”, ou seja, todas as áreas consideradas como estágio avançado

foram classificadas corretamente. A maior confusão ocorreu com a classe estágio médio, para

a acurácia do produtor, com apenas 40,87% desta classe classificada corretamente, confundindo

exclusivamente com a classe estágio avançado.

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O quadro 14 resume todos os resultados obtidos para as 7 áreas com relação ao índice

Kappa, Acurácia do produtor (A.P) e Acurácia do Usuário (A.U.).

Quadro 14 - Resultado final para Kappa e acurácias do produtor e usuário

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Área 6 Área 7

Kappa 0,88 0,85 0,77 0,75 0,7 0,62 0,85

A.P

E.I 99,23% 69,27% 89% 58% 37%

E.M 36,44% 40,87%

E.A 73,27% 98,05% 71% 79% 84% 99,04% 99,68%

A.U

E.I 82,37% 68,75% 64% 83% 94%

E.M 72% 94,58%

E.A 96,15% 86,05% 95% 87% 95% 91% 90,23%

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Pode se observar através deste quadro que a classe estágio médio apresentou grande

confusão para a acurácia do produtor. Este problema foi observado também por SOTHE (2015),

que encontrou grande confusão com as classes estágio inicial e avançado. Pode-se observar

também que a classe estágio avançado foi a que apresentou os melhores resultados, com o

resultado mais baixo de 71% de acurácia do produtor até um resultado de 100% corretamente

classificado, enquanto que a classe estágio inicial apresentou grande variação na qualidade dos

resultados, variando de 37% até 99%, ambas para a acurácia do produtor. PIAZZA et al. (2016)

encontrou problemas na caracterização espectral da classe estágio inicial a partir de um sensor

com 39cm de resolução espacial, comentando que, apesar do incremento na resolução espacial

das imagens nos últimos anos, esta informação extra acaba ocasionando deficiência na

caracterização espectral desta classe, o que pode ter resultado um resultado não tão bom quanto

esperado. Estes autores também comentaram que informações texturais, mutitemporais e

índices de vegetação, com utilização de bandas na faixa do infravermelho próximo,

demonstraram ser um bom parâmetro para conseguir resultados mais precisos. AMARAL et al.

(2009) também demonstraram que a utilização de parâmetros texturais podem melhorar a

qualidade da classificação dos estágios de sucessão florestal. PONZONI; REZENDE (2004)

encontraram problemas para a separação entre estas classes também, pois a reflectância de

superfície na faixa do visível apresentou grande semelhança entre as classes, enquanto que o

infravermelho demonstrou uma diferenciação maior. Além disso, ROSÁRIO et al. (2009)

encontraram semelhança entre a vegetação de várzea e a classe estágio inicial da vegetação,

demonstrando que além da confusão entre os estágios, a classe estágio inicial também pode

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apresentar uma maior confusão com classes que apresentem vegetações rasteiras, como é o caso

da classe “Campo”, observada na área 2, e o que causou uma maior confusão para a classe

“Inicial” quanto a acurácia do usuário.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo foi possível constatar que a metodologia de classificação

orientada a objeto, utilizada neste trabalho, mostrou ser viável para a separação dos estágios de

sucessão da vegetação a partir da ortoimagem obtida pelo VANT.

A segmentação gerada para esta metodologia, em geral, apresentou resultados

satisfatórios através de parâmetros visuais, apesar de, em alguns casos, ter gerado uma super-

segmentação (over-segmentation), que é quando a imagem é dividida em segmentos muito

pequenos, que também podem interferir no resultado. Uma alternativa seria a utilização de

outras metodologias de segmentação, ou outros algoritmos para esta etapa, ou ainda a utilização

de softwares específicos para a seleção dos melhores parâmetros para segmentação.

A etapa de seleção de amostras também foi uma etapa importante para o resultado final.

Em alguns casos, a pouca quantidade de amostras existentes de algum determinado objeto na

imagem pode ter gerado confusão com algumas classes, como foi o caso das classes “Pinus” e

“Campo” nos ortomosaicos referentes as áreas 2 e 3, o que ocasionou uma confusão destas

classes com as classes de interesse neste estudo. Pode se observar que, apesar de não serem as

classes de interesse, acabaram interferindo no resultado final da acurácia, principalmente do

usuário, que fez com que a imagem final classificada, apresentasse erro maior do que o

esperado, o que também interfere no resultado final do índice global Kappa. Esse erro ocorreu,

principalmente, devido a semelhança destas classes nos parâmetros utilizados para a

classificação, que são a média, o desvio padrão e a cor. Estudos futuros podem focar um pouco

mais em busca de novos parâmetros para conseguir uma melhor separação destas classes, tanto

por parâmetros estatísticos, quanto por texturais. Além disso, as utilizações de bandas na faixa

do infravermelho podem auxiliar em resultados mais precisos também.

O estágio avançado de sucessão florestal foi o que apresentou os melhores resultados na

separabilidade das classes. A maior confusão foi com a classe estágio médio de sucessão

florestal, o que demonstra que existe uma necessidade maior na busca de informações que

possam tornar essa classificação melhor. Estudos futuros podem buscar outros parâmetros que

consigam separar melhor esta classe, eventualmente a identificação de grupos funcionais dentro

da floresta possa ser uma tarefa que satisfaça essa questão, pois, devido as imagens com ultra

alta resolução produzidas pelo VANT, que em alguns casos chegou a uma resolução de 2 a 3

cm, estas informações poderiam ser extraídas.

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O algoritmo Random Trees, utilizado nas classificações deste trabalho, conseguiu

resultados variando de “Muito Bom” a “Excelente” para o índice Kappa, demonstrando que

tem potencial de utilização para as tarefas de separação das classes determinadas neste trabalho.

Além disso, esta classificação com a utilização do índice de vegetação (TGI) demonstrou um

grande potencial para auxiliar nesta metodologia, em muitos casos podendo substituir a banda

do infravermelho.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Imagens ilustrando presença de espécies exóticas em áreas consideradas de

preservação permanente, na localidade de Bom Retiro – SC.

Fonte: Autor

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APÊNDICE B - Imagens ilustrando presença de espécies exóticas em áreas consideradas de

preservação permanente, na localidade de Lages/SC. a) Imagem classificada com demarcação

em vermelho das áreas com presença de Pinus sp. e ortomosaico com demarcações em

vermelho das áreas com presença de Pinus sp. b) Ortomosaico ampliado para facilitar

visualização das áreas demonstradas nas figuras a).

a

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b