competências do tutor em ensino à distância
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Trabalho de Curso apresentado programa de Pós-graduação lato sensu em Formação em Educação à Distância da Unip Interativa, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Especialista em Formação em Educação à DistânciaTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE PAULISTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA
COMPETÊNCIAS DO TUTOR EM ENSINO À DISTÂNCIA
Marcio Serafim de Almeida
PALMAS/TO
2012
MARCIO SERAFIM DE ALMEIDA
COMPETÊNCIAS DO TUTOR EM ENSINO À DISTÂNCIA
Trabalho de Curso apresentado
programa de Pós-graduação lato sensu em
Formação em Educação à Distância da Unip
Interativa, como parte dos requisitos
necessários para obtenção do título de
Especialista em Formação em Educação à
Distância
PALMAS/TO
2012
Almeida, Marcio Serafim de
Competências do Tutor em Ensino à Distância
49 f.: il. Color.
Monografia (Especialização em Formação em Educação à Distância) – Universidade Paulista, 2012
1. Tutor 2. Competências, 3. Ensino à Distância
UNIVERSIDADE PAULISTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA
PALMAS/TO 2012
MARCIO SERAFIM DE ALMEIDA
aprovado em: _____ / _____ / _____
Banca Examinadora
_________________________________________________
Profº. Avaliador e Presidente da Banca
_________________________________________________
Profº. Examinador
_________________________________________________
Profº. Examinador
v
Dedico este trabalho Ana Isabel, Artur e
André, minha esposa e filhos, pela paciência e pela
ausência do convívio durante o decorrer deste
curso.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao amigo Francisco Cláudio Lima Gomes pelo incentivo em buscar
novos conhecimentos e experiências.
Agradeço ao Gustavo Romeiro Botelho, pela paciência com minha dificuldade
em acertar uma disciplina de estudos pra concluir essa especialização.
Agradeço à professora Maria Romana Friedlander pela preciosa orientação
da apresentação e conteúdo do trabalho final de conclusão de curso.
Agradecimento também à Ana Isabel Friedlander pela ajuda com a tradução
para o francês.
vii
RESUMO
Devido ao Brasil possuir dimensões continentais, o formato de ensino à
distância é fundamental para a capacitação e qualificação dos profissionais que se
encontram longe dos grandes centros formadores e contribui também para a
democratização do acesso ao conhecimento. Nessa modalidade, o Tutor é o vínculo
de ligação entre o aluno, o curso e a instituição de ensino. Na literatura existente, as
competências do Tutor estão definidas com redação, nomenclatura e classificação
tão diversas que podem gerar confusão, dúvidas e questionamentos, de forma a
poder interferir na qualidade do ensino. O presente estudo realizou-se com os
objetivos específicos: descrever quais competências do Tutor em EaD e classificar
por ordem de importância, sob o ponto de vista de autores reconhecidos, essas
competências elencadas. Para tanto, usou-se o método descritivo fundamentado em
quatro autores de reconhecida importância para o tema, selecionados
criteriosamente, que descrevem as competências necessárias para profissionais de
maneira geral, para professores e para tutores propriamente ditos. A partir dos
resultados encontrados, concluiu-se que existem três classes de competências:
essenciais, complementares e suplementares. As competências essenciais são
aquelas citadas por todos os autores para a execução do exercício de suas
atribuições; portanto, sem elas o Tutor não pode realizar suas tarefas. As
competências complementares são aquelas citadas por, pelo menos, dois autores
para a execução de suas atribuições. Essas competências têm grande impacto na
execução das tarefas dos tutores e, sem seu desenvolvimento, o trabalho do tutor
não ficará completo. Finalmente, as competências suplementares são aquelas
citadas por somente um autor no que tange o exercício das atribuições do Tutor.
Acredita-se que, sem desenvolver essas capacidades, o Tutor não poderá atingir o
nível ótimo de qualidade no desempenho de suas atribuições.
Palavras-chave: tutor, competências, ensino à distância
viii
RÉSUMÉ
Grâce au Brésil avoir des dimensions continentales, le format de
l'enseignement à distance est fondamentale pour la formation et la qualification des
professionnels qui sont loin de grands centres formateurs et contribue également à la
démocratisation de l'accès à la connaissance. Dans ce mode, le tuteur est le lien de
connexion entre l'étudiant, le parcours et l'établissement d'enseignement. Dans la
littérature, les pouvoirs du Tuteur sont définies avec l'écriture, la nomenclature et la
classification si diverses que peut causer la confusion, les doutes et les questions, de
sorte que cela peut interférer avec la qualité de l'enseignement. Cette étude a été
menée avec les objectifs: décrire les compétences du Tuteur en éducation à distance
et de trier par ordre d'importance, du point de vue des auteurs reconnus de ces
compétences énumérées. Pour ce faire, nous avons utilisé la méthode descriptive
basée sur quatre auteurs de l'importance reconnue à ce sujet, soigneusement
sélectionnés, qui décrivent les compétences nécessaires pour les professionnels en
général, pour les enseignants et les tuteurs eux-mêmes. D'après les résultats, il a été
conclu qu'il ya trois catégories de compétences: essentiels, complémentaires et
supplémentaires. Les compétences de base sont celles qui sont mentionnées par
tous les auteurs à mettre en œuvre l'exercice de leurs fonctions, de façon sans eux,
le Tuteur ne peut pas faire leur travail. Les compétences complémentaires sont ceux
mentionnés par au moins deux auteurs pour exercer ses fonctions. Ces
compétences ont un impact majeur sur les tâches des tuteurs et sans
développement, le travail de l'enseignant ne sera pas complète. Enfin, des
compétences supplémentaires sont celles qui sont mentionnées que par un seul
auteur en ce qui concerne l'exercice des fonctions de Tuteur. On croit que, sans
développer ces compétences, le Tuteur ne peut pas atteindre un niveau optimal de
qualité dans l'exercice de leurs fonctions.
Mots-clés: le tuteur, les compétences, l'apprentissage à distance
ix
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem
ABED Associação Brasileira de Educação à Distância
CHA Conhecimento, Habilidades e Atitudes
COL Commonwealth of Learning
EaD Ensino à Distância
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INED Instituto Nacional de Educação à Distância
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
MEC Ministério da Educação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
x
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Competências essenciais do Tutor............................................................31
Quadro 2: Competências complementares do Tutor..................................................32
Quadro 3: Competências suplementares do Tutor.....................................................33
xi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................1
1.1 Fundamentação Teórica..........................................................................................1
1.2 Competências..........................................................................................................9
1.3 Objetivos................................................................................................................13
1.4 Justificativa do Trabalho........................................................................................13
2 METODOLOGIA.......................................................................................................15
3 RESULTADOS ENCONTRADOS............................................................................18
3.1 Competências Indicadas por Perrenoud ..............................................................18
3.2 Competências Citadas por Chiavenato.................................................................20
3.3 Competências Descritas por Tecchio....................................................................23
3.4 Competências Elencadas por O’Rourke...............................................................24
4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................29
REFERÊNCIAS...........................................................................................................36
1 INTRODUÇÃO
Para um sistema eficiente de ensino no formato EaD (Educação à Distância),
entre vários profissionais necessários para operacionalizar essa forma de ensino, a
presença do Tutor é de fundamental importância. O Tutor trabalha como um
mediador do desenvolvimento do curso perante o aluno. É o elo de ligação entre os
alunos e a instituição de ensino em EaD, atua para que os aprendizes construam
saberes, conhecimento, novas experiências de interação com a aprendizagem
dentro de um AVA (ambiente virtual de aprendizagem).
A seguir apresenta-se uma síntese da literatura que focaliza a questão das
competências do Tutor de ensino sob o formato EaD, seus principais conceitos e
fundamentos teóricos.
1.1 Fundamentação Teórica
Segundo O’Rourke (2003), o EaD refere-se a situações em que os alunos se
encontram fisicamente separados do docente, em que comunicam por escrito
(utilizando o correio, o e-mail ou a conferência por computador); ou em sessões de
tutoria presencial. O ensino aberto refere-se a situações em que os alunos utilizam
recursos de maneira flexível para atingirem as respectivas metas de aprendizagem.
Esses recursos podem ser impressos, em áudio, ou baseados em computador;
utilizados em casa, num centro de estudo ou no local de trabalho; com ou sem
orientação de um tutor ou mentor.
Permite-se que os alunos estudem quando e onde melhor lhes convier.
Continuam a aprender enquanto cumprem os respectivos compromissos
profissionais, familiares ou comunitários. Os que vivem em áreas remotas ou com
facilidades de transporte limitadas podem estudar cursos que, de outra forma,
estariam inacessíveis. O EaD pode facultar uma série de oportunidades de estudo
(acadêmico, técnico/profissional, desenvolvimento pessoal e profissional, educação
básica) para toda uma gama de alunos (jovens adultos, adultos que regressam à
aprendizagem.
2
Moore (2007), define edução à distância como: “o aprendizado planejado que
ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas
especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias
tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais”.
Dessa forma, uma das principais características do EaD, segundo Moraes
(2004) é a separação física quase que na sua totalidade e também a não formação
de um grupo ao longo do processo de ensino-aprendizagem.
Ainda O’Rourke (2003), mostra que as vantagens para as instituições de
ensino incluem:
• uma melhor capacidade e utilização dos recursos: um EaD bem planeado
permite à instituição de ensino ministrar programas de ensino a um maior
número de alunos, e de uma maneira mais flexível, através da utilização dos
recursos existentes de maneiras diferentes, ou do aumento incremental
desses recursos. Em vez de pagar por novas salas de aula para os
estudantes, a instituição pode contratar pessoal para desenvolver e leccionar
cursos à distância, e investir em estruturas de apoio ao EaD, tais como
centros de estudo ou tecnologias;
• a capacidade de chegar aos alunos que não podem frequentar uma
instituição de ensino;
• a capacidade de proporcionar materiais de aprendizagem de qualidade e um
apoio individualizado. Os bons materiais de curso do EaD apresentam o
conteúdo do curso num formato que os alunos podem estudar
individualmente. Tal significa que os tutores podem concentrar-se na
facilitação da aprendizagem e na prestação de uma atenção personalizada
aos alunos, em vez de leccionarem o conteúdo do curso.
Algumas características principais do EaD são:
• Acessibilidade: um dos motivos principais para dar formação e lecionar
através do EaD é o faco de os tornar acessíveis para pessoas que não
podem frequentar aulas regulares, devido a situações sociais, estruturais ou
pessoais. Estas podem incluir a falta de vagas nas instituições de ensino, a
distância a que as instituições se encontram, a ausência de programas
3
específicos, os compromissos familiares, etc.;
• Flexibilidade: este termo abrange o conceito de dar aos alunos: a
flexibilidade física de poderem estudar às horas e no local que mais lhes
convier, a flexibilidade de aprendizagem, isto é, a possibilidade de estudarem
as matérias, os cursos e os programas pela ordem e maneira apropriada às
suas necessidades;
• A focalização do aluno: no EaD, a expressão ‘focalização no aluno’ é
frequentemente utilizada, mas de maneira inconsistente. A um nível, destaca
o objectivo de ministrar o ensino e a formação de uma maneira que tem
prioritariamente em conta as necessidades dos alunos e não a conveniência
institucional. A outro nível, significa permitir que os alunos prossigam os
estudos de uma maneira apropriada às respectivas circunstâncias, objetivos e
estilos de aprendizagem. Para a instituição de ensino, isto significa
proporcionar materiais de aprendizagem de boa qualidade, usando caminhos
acessíveis, e prestar um apoio suficiente para garantir que os alunos tenham
uma boa possibilidade de completarem o curso.
Segundo Rossini (2007), o ensino EaD vem crescendo de forma vertiginosa
em todo o mundo decorrente do desenvolvimento de tecnologia de comunicação e
informação. É uma das formas de democratizar o acesso ao conhecimento e/ou
poder estender a aprendizagem ao longo da vida.
O Brasil é um País de dimensões continentais e possui uma população,
segundo IBGE em 2011, de aproximadamente 196 milhões de pessoas, onde o
ensino presencial não tem capacidade para contemplar toda a sua abrangência.
Alem disso, tem uma necessidade cada vez maior de formar mão de obra
qualificada para suprir o mercado de trabalho. Essa especialização só é encontrada
em centros urbanos, muitas vezes distantes dos locais de trabalho.
A partir desse cenário, o sistema EaD tem agilidade e velocidade, devido ao
uso de TIC e capacidade de alcançar todas as regiões do País com a mesma
qualidade que abarca as grandes metrópoles, contribuindo assim para a
democratização do acesso à educação e suprindo o mercado com profissionais
qualificados.
Constatado pelo INEP (2012), em 2003 essas matrículas eram somente
4
49.911. Já em 2006, os alunos matriculados nessa modalidade de ensino foi 207.206
e ainda em 2010, o número de alunos matriculados em cursos EaD foi de 930.179,
ou seja, houve um aumento de aproximadamente 1.763% em 7 anos no número de
matrículas, o que demonstra um crescimento muito significativo da demanda por
cursos em EaD.
Segundo Rabelo (2012), em 2003 as matrículas em curso superior do todo
Brasil, na modalidade a distância, era insignificante, mas já em 2010, 14,86% das
matrículas em urso superior do todo Brasil foi na modalidade a distância, o que
também comprova a demanda por cursos desse gênero.
Gráfico 1: Evolução das Matrículas em cursos EaD, Rabelo (2012)
5
A palavra tutor advém do latim “tūtor,ōris, que significa: guarda, defensor,
protetor, curador, tutor", do verbo do lat[im] tar[dio] tuĕo,ēs,ēre,"ter debaixo da vista,
defender, proteger" pelo v[erbo] dep[oente] tuĕor,ēris,ĭtus ou tūtus sum, tuēri, "olhar,
encarar examinar, observar, considerar" (Dicionário Aulete, on line 2012).
Apoiar o aluno é primordial dentro do sistema EaD. É de suma importância e
grande complexidade a função de Tutor nos cursos em questão. É preciso dominar o
conteúdo da disciplina ministrada sob sua tutela, as práticas educacionais da
instituição de ensino, bem como, motivar o aluno para que participe das atividades e
realizar as avaliações pertinentes ao curso.
Existem várias designações para a função de Tutor: tutor-professor, tutor
presencial, tutor a distância, tutor “conteudista”, onde cada uma delas tem nuances e
atribuições específicas diferentes mantendo uma base comum: a tutoria. É preciso
que sejam claro quais afazeres cada tipo de Tutor realiza dentro da equipe. Essa
Gráfico 2: Matrículas em EaD com relação as matrículas totais, Rabelo (2012)
6
equipe é constituída pela instituição de ensino para delimitar as competências
exigidas pela função.
Como já foi dito, o Tutor é o meio de comunicação entre o “cursista”, o curso e
a instituição de ensino. Dentro do ambiente virtual, é o Tutor que constitui a parte
humana e pessoal, é o elemento que motiva e estimula o aprendiz, devido possuir
as características de ser humano.
Para Moraes (2004), oferecer suporte para aprendizagem através da
interação é o grande desafio para o Tutor, pois, as grandes questões com as quais
as instituições de educação a distância se deparam, no que se refere às estruturas
de suporte e tutoria, estão relacionadas com a “construção de um ambiente
adequado, tempo de dedicação dos tutores, promoção de uma relação empática e
informal entre alunos e tutores”.
De acordo com Landim apud (Moraes, 2004), é essencial que as instituições
que oferecem cursos EaD disponham de órgãos específicos para acompanhamento,
atendimento e apoio aos alunos, proporcionando-lhes a aquisição de hábitos e
técnicas de estudo, incentivando a interação com tutores e com outros alunos, afim
de motivá-los a permanecerem no processo de ensino-aprendizagem.
De um modo geral, Aretio (2002) classifica as tarefas gerais que um Tutor
deverá desempenhar reunidas em três grupos:
• orientação: diz respeito, a uma orientação continuada ao aluno, de forma que
o mesmo possa adotar as alternativas de aprendizagem que o meio lhe
oferece e não simplesmente uma exploração psicológica e conselho do
orientador;
• institucional e de conexão: referem-se a formação do próprio tutor, a ligação
que o mesmo estabelece entre alunos e instituições e as de caráter
institucional e burocrático.
• função acadêmica: os tutores são selecionados e capacitados para facilitar a
aprendizagem dos alunos, porém de forma distinta de um professor
convencional. Deve-se entender que a ação tutorial é um meio para ajudar e
reforçar o processo de autoaprendizagem, nunca uma simples transmissão
de informação que leve a uma relação de dependência; e
7
Segundo Gonzalez (2009), as atribuições específicas são:
• reservar um tempo para as atividades instrucionais: ler, estudar, pesquisar e
realizar as atividades;
• orientar no uso de técnicas de resumo e fichamento do material;
• estimular a discussão com os outros colegas de turma sobre o tema;
• reforçar a busca de novas informações extras em livros, apostilas e
documentos eletrônicos disponíveis na internet, para ampliar o conhecimento;
• ensinar que realizar os exercícios propostos consolidam o processo de
aprendizagem;
• conscientizar da importância do cumprimento de prazos das tarefas
estipuladas pelos professores, com tempo hábil para avaliação e revisão;
• incentivar a busca de apoio da tutoria nas dúvidas sobre o conteúdo ou
procedimentos;
• planejar com cada aluno seu esquema de estudo, orientando-o sobre o tempo
ideal, a metodologia e as técnicas mais indicadas para aprender; e
• comunicar-se constantemente com os alunos, de todas as maneiras
possíveis, previstas ou não no desenho instrucional do curso. Atuar com
aqueles que tem mais dificuldade em continuar o curso, por meio de telefone,
e-mail, correspondência e telegrama ou outros.
Gonzalez (2009) diz que o Tutor pode atuar, também, no ensino de técnicas
eficazes que auxiliam no alcance das metas a que o aluno se propõe. Elas são
ferramentas para condicionar e modelar atitudes desejadas, como as seguintes:
• técnica da fatia de pizza: Quando temos uma tarefa muito grande, podemos
desanimar, então essa técnica sugere que devemos ensinar os alunos a
dividirem, em fatias, as tarefas a serem executadas como estudo de
determinada matéria, realização de exercícios, pesquisa, resumo e outros.
Essa maneira de executar a tarefa auxilia na compreensão e apreensão do
conteúdo, concentrando-se em cada parte do trabalho o que resulta numa
aprendizagem mais duradoura e profunda;
• técnica dos dois patinhos: Estudos da Neurolinguística ensinam que pela
8
visualização de suas realizações, as pessoas têm mais facilidade em realizar
o que se propõem. O 2 tem uma imagem que pode funcionar como um
reforço mnemônico: 222, os três patinhos, caminhando, nadando, voando e
criar uma imagem poderosa na mente, usando três folhas de papel e escrever
o que pretende fazer, estudar, concluir em: 2 semanas, 2 meses, 2 anos.
Colocar essas folhas em local de fácil visualização diária, para que
diariamente o aluno realize uma avaliação do que se propôs a fazer, e realizar
as modificações que forem necessárias para que o projeto seja possível de
realização;
• técnica das Mensagens Subliminares: a propaganda é muito utilizada para
induzir o consumo, pelo uso de mensagens diretas, visuais ou auditivas. O
objetivo é que as mensagens fiquem fixadas na memória e quando estiver
que escolher algo, vai optar por aquele que está mais vivo na memória. Os
elementos que podem ser usados são: gravador cassete ou de CD-ROM,
fones de ouvido, papel e caneta. O aluno deve escrever duas coisas que se
fizer, vai melhorar seu desempenho nos estudos. Por exemplo:
1 - acessar todos os dias por 1 hora o curso on-line
2 - Realizar, pelo menos, 2 exercícios por semana.
Para a total eficiência da técnica, gravar e ouvir antes de dormir; e
• técnica da hierarquia de valores: Estabelecer as prioridades e para isso
relacionar as tarefas e dar um valor, de acordo com as necessidades
individuais e depois classifique em: urgência, grau de dificuldade, tempo
necessário para a execução e depois colocar na tabela de hierarquia de
valores, por tipo de atividade requerida nos estudos, como Assistir as
videoaulas, ler os textos, responder ás atividades e questionários, estudos de
caso, trabalhos de conclusão de curso. O objetivo é eliminar o impasse entre
diferentes atividades. Nesse caso, o Tutor pode auxiliar o aluno a se
auto-organizar na realização dos estudos.
Essas técnicas podem auxiliar, suprir a comunicação entre Tutor e alunos nos
cursos em EaD, mostrando, eficazmente, o caminho das mídias em ambientes
educacionais.
9
1.2 Competências
Competência é a capacidade legal que um funcionário tem de apreciar, julgar
uma questão. Podemos também interpretar competência como a faculdade para
apreciar e resolver qualquer assunto. (Dicionário Aulete, on line 2012).
Portanto, de um modo geral, gestão por competências seria administrar a
capacidade que as pessoas têm para realizar determinadas tarefas, sejam elas
individuais ou coletivas.
Conforme Zarafian (2001), o conceito de gestão por competências apareceu
por volta da década de 80 do século XX. Devido a novas práticas em gestão de
recursos humanos, gerando assim, uma mudança na forma de avaliação realizadas
por instituições, empresas, para determinar sua equipe de trabalho.
Esse modelo, é baseado em quatro pilares básicos:
• novos métodos de recrutamento e seleção;
• novo tipo de compromisso no que concerne a mobilidade interna;
• insistência inédita na responsabilização dos assalariados; e
• modificação dos sistemas de classificação e de remuneração.
Gestão por competências
é um programa sistematizado e desenvolvido no sentido de
definir profissionais que proporcionem maior produtividade e
adequação ao negócio, identificando os pontos de excelência
e os pontos de carência, suprindo lacunas e agregando
conhecimento, tendo por base certos critérios objetivamente
mensuráveis (Chiavenato 2006, p. 216).
Ainda Chiavenato (2006) afirma que na era da informação, o conhecimento é
a moeda de troca. O conhecimento está atrelado a aprendizagem e para continuar
sempre aprendendo, é necessário irmos além de simples mecanismos de
treinamento para que, dessa forma, possa-se aumentar o conhecimento e o capital
intelectual.
Para ser feito uso do conhecimento, é preciso aplicá-lo, isto é, transformado
em ação e isso leva a habilidade que é a capacidade de utilizar conhecimento para
10
agregar valor. Algumas habilidades relevantes são: capacidade de aprender e de
reaprender por conta própria, de analisar, sintetizar e avaliar situações, de se
comunicar, ter pensamento crítico, criatividade e inovação, de identificar e resolver
conflitos, de tomar decisões, trabalhar em equipe, ter cultura de qualidade e de
excelência, saber usar de maneira eficiente a tecnologia da informação, etc.
Para um indivíduo tenha essa habilidade operacionalizada, ela requer atitudes
para que as pessoas possam operacionalizar o trabalho, que remete ao conceito de
competência.
De acordo com Durand apud (Brandão; Guimarães, 2001) o conceito de
competência está baseado em três vertentes:
• conhecimento (C):
• habilidade (H); e
• atitude (A).
(CHA), ou seja, competência diz respeito ao conjunto de conhecimentos,
habilidade e atitudes, englobando não só questões técnicas, mas, também, a
Esquema 1: Competência, Habilidades e Conhecimento por CHIAVENATO (2006)
11
cognição e atitudes relacionadas ao trabalho.
Perrenoud (2000) define competências como “uma capacidade de mobilizar
diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações” e implica em
quatro aspectos:
1. As competências não são por elas mesmos saberes ou atitudes, mas
mobilizam, integram e orquestram tais recursos;
2. Essa mobilização só é pertinente em situação, sendo casa situação singular,
mesmo que se possa tratá-la em analogia com outras, já encontradas;
3. O exercício da competência passa por operações mentais complexas,
subentendidas por esquemas de pensamento que permitem determinar e
realizar uma ação relativamente adequada a situação;
4. As competências constroem-se em formação, de uma situação de trabalho à
outra.
Para descrevermos uma competência equivale a suscitar três elementos
complementares:
• os tipos de situações das quais dá um certo domínio;
• os recursos que mobiliza, os conhecimentos teóricos ou metodológicos, as
atitudes, os esquemas motores, os esquemas de percepção, de avaliação,
de antecipação e de decisão;
• a mobilização e orquestração dos recursos pertinentes em situação
complexa e em tempo real.
Quanto ao tipo de competências, vários autores as classificam como
organizacionais e pessoais.
Para Dutra (2004), as competências organizacionais estão no cerne do
desenvolvimento do processo de organização, culminado em seu “patrimônio de
conhecimento” que define as vantagens competitivas da instituição de ensino na
qual está contida no contexto do mercado de EaD.
Outro tipo de competências são as individuais. Se utilizarmos como base a
definição sobre competências individuais, adotada por Fleury apud (Dutra, 2004),
onde ele diz que o colaborador age de maneira responsável e consciente, assim
12
resultando em integração, mobilização e transferência de conhecimentos. Pode se
fazer a seguinte analogia: competências individuais dos colaboradores estão para a
criação de valor econômico nas organizações, tal como as competências individuais
dos tutores de ensino a distância, estão para o desenvolvimento acadêmico dos
alunos.
Para Fleury apud (DUTRA, 2004) as competências individuais podem ser
definidas como agir com responsabilidade que leva a mobilizar, integrar, transportar
o conhecimento adquirido, recursos, habilidades para agregar valor econômico,
capital intelectual para a organização e também agregar valor social para o
indivíduo.
Para Covey apud (Chiavenato, 1991, p. 217), as novas competências
pessoais “são as características individuais essenciais para o desempenho da
atividade profissional e que diferenciam enormemente o desempenho das pessoas”.
Há uma relação íntima entre competências individuais e organizacionais, uma vez
que entre organização e indivíduo há uma troca contínua de competências. Assim, o
estabelecimento de competências individuais deve estar ligado às competências
organizacionais, pois há uma influência mútua entre as mesmas.
Para Leme (2005), as competências podem ser classificadas em:
• técnicas (conhecimentos e habilidades): dizem respeito a tudo o que o
profissional precisa para desempenhar sua função. É o que se precisa para
ser um especialista, tecnicamente; e
• comportamentais (atitudes): referem-se a criatividade, liderança,
planejamento entre outras, é o que o profissional precisa demonstrar como
sendo seu diferencial competitivo.
Na revisão da literatura sintetizada acima nota-se que os autores de maior
importância são unânimes em destacar a importância do Tutor devido às múltiplas
tarefas que desempenha. Essas atribuições exigem capacidades inerentes às
funções que desempenham, sem as quais a qualidade do ensino fica prejudicada.
Por outro lado, os autores reconhecidos como peritos na área, usam terminologias
diferentes, classificações e nomenclaturas díspares. Essas disparidades dificultam a
compreensão e, muitas vezes, embaraçam os tutores interessados em definiram
13
com clareza as competências necessárias e exigidas dos tutores de cursos no
formato EaD.
1.3 Objetivos
Portanto, o presente estudo é desenvolvido com os seguintes objetivos:
• objetivo geral de contribuir com a precisão e a clareza das competências dos
tutores de cursos no formato EaD por meio de uma análise da literatura
específica sobre o tema.
• objetivos específicos:
a) Descrever as competências do Tutor em EaD; e
b) Classificar por ordem de importância, sob o ponto de vista de autores
reconhecidos, essas competências elencadas.
1.4 Justificativa do Trabalho
Para justificar o presente estudo conta-se com quatro argumentos. Em
primeiro lugar temos literatura que demonstra um aumento significativo no número
de matrículas em cursos e disciplinas no formato EaD, ou seja, a comunidade
interessada em desenvolver seus conhecimentos tem aumentado significativamente,
como já foi citado. Esse aumento pressiona as instituições a organizarem cursos
EaD e a recrutarem professores para serem tutores dessa modalidade.
A seguir, pode-se defender o presente estudo considerando que a qualidade
desse gênero de ensino está essencialmente fundamentada na presença de tutores
altamente qualificados, treinados e comprometidos com o seu constante
desenvolvimento. Esses tutores, precisam contar com indicações claras e precisas
de quais competências desenvolver.
14
A literatura existente é numerosa, o que comprova a importância do tema,
mas apresenta grande disparidade de terminologia, classificações e nomenclatura o
que não auxilia nessa clareza necessária. Pelo contrário, cria questões, dúvidas e
polêmicas.
Por outro lado, a gestão de recursos humanos tem que selecionar seus
tutores com base em critérios precisos e bem fundamentados, ou seja, tem que
estar claro, quais as competências a exigir de seus tutores.
Finalmente, acrescenta-se que o estudo que se apresenta poderá originar
novas questões e estimular o crescimento de novas investigações para o
aperfeiçoamento do conhecimento sobre a modalidade de ensino EaD.
A ciência só continuará a evoluir e o tema poderá ser enriquecido se cada
investigação originar novas questões e problemas a serem solucionados. Um
assunto polêmico poderá tornar-se uma ótima oportunidade se os pesquisadores o
explorarem em seus estudos.
15
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo realizado com literatura específica. Utilizou
referências das seguintes fontes de dados: Scielo Brasil, Google Acadêmico, INEP
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), MEC
(Ministério da Educação), ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância),
INED (Instituto Nacional de Educação à Distância) para fundamentar teoricamente e
colher os dados a serem analisados.
Os dados sobre competências foram coletados das seguintes fontes:
• o livro de Chiavenato: Administração Geral e Pública, Rio de Janeiro: Elsevier,
2006, capítulo 20, páginas: 215 à 220;
• o livro de Perrenoud: Dez Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre:
Artmed, 2000, introdução, páginas: 11 à 22;
• o artigo completo de Tecchio, et. al. de maio de 2008: Competências
Fundamentais ao Tutor de Ensino a Distância, na Revista Digital da CVA -
Ricesu, ISSN 1519-8529 Volume 6, Número 21, Outubro de 2009; e
• o livro publicado pelo INED (Instituto Nacional de Educação à Distância) de
Jennifer O’Rourke, Tutoria no EaD: Um Manual para Tutores. Tradução Valter
Ambrósio, Revisão Linguística: Rosário Passos. Grã-Bretanha: The
Commonwealth of Learning, 2003, páginas: 1 à 188.
E foram usados os seguintes critérios para a seleção dessas obras:
a) Citar competências para o ensino e, particularmente, competências dos
tutores em EaD;
b) Ser autor reconhecido no âmbito da pedagogia ou gestão, particularmente,
EaD.
Optou-se, também, por escolher, no mínimo, a metade dos autores que
estudaram as competências específicas para o Tutor de EaD. Os demais poderiam
preocuparem-se com as competências gerais de qualquer profissional.
O livro de Maurice Tardiff: Saberes Docentes e Formação Profissional,
16
Petrópolis: Vozes, 13ª Edição, 2012, páginas 31 à 55, não foi usado como fonte de
dados porque o autor definiu os saberes docentes, conforme sua definição: de
formação, disciplinares, curriculares e experienciais. Por entender que sua
preocupação é com a formação do professor de profissão em uma abordagem mais
teórica e abrangente, na construção da relação ensino-aprendizagem, e seu objetivo
não é explicitar, categoricamente, quais “competências” os professores devem ter
para desempenhar suas atribuições, apesar de reconhecer que os saberes docentes
poderiam ser vistos como competências de uma forma ampla. Trata-se de um autor
de reconhecido saber. É sociólogo e filósofo, pesquisador canadense conhecido
internacionalmente e é professor titular da Universidade de Montreal, onde dirige o
mais importante centro de pesquisa canadense sobre a profissão docente.
Portanto, analisaram-se as 4 obras citadas. Essas obras compõem uma
amostra populacional porque não pretendemos abranger toda a área. Acredita-se
que essa amostra pode auxiliar a atingir o objetivo definido como geral deste
trabalho.
O reconhecimento da importância dos autores foi baseado nas citações de
outros autores da área e no currículo desses autores. Assim, apresenta-se um breve
resumo do currículo de cada autor escolhido para explicar a opção por seu
reconhecimento.
a) Idalberto Chiavenato, graduado em Filosofia/Pedagogia, com
especialização em Psicologia Educacional pela USP, em Direito pela Universidade
Mackenzie e pós-graduado em Administração de Empresas pela EAESP-FGV. É
mestre (MBA) e Doutor (Ph.D.) em Administração pela City University of Los
Angeles, Califórnia, Estados Unidos. É um dos autores nacionais mais conhecidos e
respeitados na área de Administração de Empresas e Recursos Humanos. Sua
extensa bibliografia abrange mais de vinte livros de grande destaque no mercado,
além de uma infinidade de artigos em revistas especializadas. Recebeu vários
prêmios e distinções por sua atuação na área de administração geral e de recursos
humanos incluindo dois títulos Doutor Honoris Causa em universidades na América
Latina.
b) Philippe Perrenoud, doutor em sociologia e antropologia, professor da
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra e
17
diretor do Laboratório de Pesquisas sobre a Inovação na Formação e na Educação
(Life). É uma referência essencial para os educadores em virtude de suas idéias
pioneiras sobre a profissionalização de professores e a avaliação de alunos.
c) Edivandro Luiz Tecchio, graduado em Administração pela Universidade
Federal de Santa Catarina. Mestrado em Administração pela mesma Instituição.
Atualmente é doutorando do Programam de Pós-Graduação em Engenharia e
Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina e Servidor
Público Federal (Administrador, Universidade Federal da Fronteira Sul).
d) Jennifer O’Rourke, autora representando a COL (Commonwealth of
Learning) que é uma organização intergovernamental criada por Chefes de Governo
da Commonwealth, a fim de fomentar o desenvolvimento e a partilha de
conhecimentos, recursos e tecnologias, através da educação à distância. Ao ser
reconhecida por essa eminente instituição internacionalmente influente, aceitou-se o
seu conhecimento.
A análise dos dados coletados foi realizada por meio das seguintes etapas:
• leitura cuidadosa e atenta dos elencos selecionados;
• verificação das competências citadas pelos 4 autores, definindo dessa forma
as competências essenciais;
• verificação das competências apenas citadas por um dos autores para definir
aquelas que seriam classificadas como competências suplementares; e
• verificação das competências citadas por 2 ou 3 autores elencando as
complementares.
Chama-se a atenção pelo fato de se aceitar redações diferentes para as
competências desde que os princípios ou premissas que as fundamentaram
permanecessem os mesmos.
18
3 RESULTADOS ENCONTRADOS
Os resultados comportam o elenco das competências dos quatro autores
selecionados e suas respectivas classificações.
3.1 Competências Indicadas por Perrenoud
O referido autor classifica as competências em principais e especificas,
relacionando as específicas a partir das primeiras, ou sejam, as principais:
As dez competências principais são:
• organizar e dirigir situações de aprendizagem;
• administrar a progressão das aprendizagens;
• conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
• envolver os alunos em sua aprendizagem e seu trabalho;
• trabalhar em equipe;
• participar da administração da escola;
• informar e envolver os responsáveis;
• utilizar novas tecnologias;
• enfrentar os deveres éticos da profissão;
• administrar sua própria formação contínua.
As competências específicas, veiculadas às principais, são:
• conhecer os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos
de aprendizagem;
• trabalhar a partir das representações dos alunos;
• trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem;
• construir e planejar dispositivos e sequências didáticas;
• envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de
19
conhecimento;
• conceber e ajustar situações-problema ajustadas ao nível e às
possibilidades dos alunos;
• adquirir visão longitudinal dos objetivos do ensino;
• estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de
aprendizagem;
• observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo
com uma abordagem formativa;
• fazer balanços periódicos de competências e tomas decisões de
progressão;
• administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma;
• abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto;
• fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes
dificuldades;
• desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de
ensino mútuo;
• explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos
objetivos de ensino;
• suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o
sentido do trabalho escolar e desenvolver no estudante a capacidade de
autoavaliação;
• instituir e fazer funcionar um conselho de alunos e negociar com eles
diversos tipos de regras e contratos;
• oferecer atividades opcionais de formação;
• favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno;
• elaborar um projeto de equipe, representações comuns;
• dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
• formar e renovar uma equipe pedagógica;
• enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e
problemas profissionais;
20
• administrar crises ou conflitos pessoais;
• elaborar, negociar um projeto da instituição;
• administrar os recursos da escola;
• coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros;
• organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos;
• dirigir reuniões de informação e debate;
• fazer entrevistas;
• analisar a relação pedagógica, a autoridade, a comunicação em aula;
• desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o
sentimento de justiça;
• saber explicitar as próprias práticas;
• negociar um projeto de formação comum com os colegas;
• envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do
sistema educativo;
• acolher a formação dos colegas e participar dela.
3.2 Competências Citadas por Chiavenato
Como o autor classifica as competências em organizacionais e pessoais,
manteve-se a classificação do autor.
As competências organizacionais são:
• competências essenciais: são as competências básicas e fundamentais
para o sucesso de uma organização em relação aos clientes, à sociedade e
aos concorrentes. Correspondem àquilo que cada organização sabe melhor
que ninguém. Cada organização precisa identificar e localizar as
competências essenciais capazes de levá-la ao sucesso. As competências
essenciais são fundamentais para eficácia organizacional;
• competências de gestão: são as competências relacionadas com a gestão
21
de recursos – financeiros, comerciais, produtivos, etc. Refere-se a como os
recursos organizacionais são utilizados e os processos mobilizados para
obter os melhores resultados. As competências de gestão são fundamentais
para sua eficiência interna;
• competências organizacionais: são as competências relacionadas com a
vida da organização. Corresponde ao modus vivendi da organização, à sua
cultura corporativa, como a organização se estrutura e organiza para realizar
o trabalho organizacional. As competências organizacionais se referem ao
aparato interno por meio do qual a organização e se integra para poder
funcionar.
As competências pessoais são:
• aprender a aprender: as pessoas devem contribuir construtivamente em
tudo e, para tanto, devem ter condições de aprender continuamente. O
importante é que aprendam a aprender. Isso significa forçosamente
desaprender coisas antigas e sem proveito para a organização para aprender
coisas novas e necessárias. Em temos, flexibilidade, apreensão e inovação;
• comunicação e colaboração: antes, o bom desempenho significava
executar um conjunto de tarefas repetitivas e isoladas e a qualificação de
cadas era restrita a cada tarefa em particular. Hoje com a adoção de equipes,
a eficiência do indivíduo está cada vez mais vinculada a suas habilidades de
comunicação e colaboração com os outros. Em outros termos, o trabalho
solitário e individual cede lugar ao trabalho solidário e grupal;
• raciocínio criativo e resolução de problemas: no passado, a administração
paternalista assumia a responsabilidade de solucionar problemas par
aumentar a produtividade do trabalhador. Hoje, espera-se que os funcionários
descubram por si mesmos como melhorar e agilizar seu próprio trabalho.
Para tanto, eles precisam analisar situações, pensar criativamente e
solucionar problemas, fazer perguntas e esclarecer o que não compreendem
para poderem sugerir melhorias de maneira constante e contínua;
• conhecimento tecnológico: no passado, tecnologia significava saber como
operar máquinas para fazer o trabalho ou como lidar com computadores para
22
processar textos ou análises financeiras. Hoje, a ênfase está em usar o
equipamento de informação para conectar-se com os membros da equipe
redor do mundo, além de realizar tarefas, comunicar-se com pessoas em todo
o mundo, compartilhando ideias e melhorias nos processos de trabalho. O
conhecimento tecnológico está a serviço da equipe e não do indivíduo
isolado;
• conhecimento de negócios globais: antigamente, a visão das pessoas era
restrita ao local de trabalho. Hoje, predomina a necessidade de pessoas
treinadas em um conjunto de habilidades que levem em conta o ambiente
competitivo global, mutável e volátil dos negócios da organização. A
globalização está ampliando as fronteiras do conhecimento das pessoas;
• desenvolvimento de liderança: o novo imperativo é a identificação e o
desenvolvimento de pessoas capazes de produzir a empresa para o século
XXI. Em vez de programas externos de educação para executivos, as
empresas estão elaborando programas personalizados de aprendizagem que
assegurem a capacitação das pessoas em termos de espirito empreendedor
e de liderança. Na verdade, as organizações bem-sucedidas são constituídas
de lideranças; e
• autogerenciamento da carreira: como as qualificações necessárias evoluem
e mudam incessantemente, as pessoas precisam assumir o compromisso de
assegurar que possuem as qualificações, o conhecimento e as competências
exigidas tanto na atividade atual, como nas futuras, Muitas universidades
corporativas dispõem de centros virtuais de desenvolvimento de carreira para
ajudar as pessoas a identificar as técnicas que precisam aprender.
3.3 Competências Descritas por Tecchio
Conforme Tecchio et al. (2008), partindo das atividades desempenhadas pelo
Tutor, se utiliza da definição de competências de Leme (2005) que as classifica em
competências técnicas (conhecimentos e habilidades) e comportamentais (atitudes).
23
As competências técnicas (conhecimentos e Habilidades) são;
• conhecimento das rotinas de trabalho: conhecimento de como se devem
ser realizadas as atividades no processo de tutoria;
• conhecimento em informática básica / ambiente virtual de
ensino-aprendizagem: conhecimento, capacidade de operacionalização de
softwares, ferramentas de buscas pela internet e das ferramentas disponíveis
no ambiente virtual de ensino-aprendizagem;
• conhecimento pleno da disciplina ministrada: conhecimento, capacidade
de entendimento do conteúdo da disciplina que será ministrada;
• conhecimento sobre educação à distância / sobre o curso: conhecimento
e capacidade para entender os fundamentos, estruturas e metodologias
referentes a educação a distância, compartilhando a filosofia da mesma;
• relacionamentos interpessoais: capacidade, competência para administrar
relacionamentos e criar redes. Capacidade de encontrar pontos em comum e
cultivar afinidades;
• comunicação (oral e escrita): capacidade de receber e transmitir
informações de forma clara, concisa e pertinente no ambiente de trabalho; e
• trabalho em equipe: capacidade para trocar informações, conhecimentos,
com o intuito de agilizar o cumprimento de metas e o alcance de objetivos
compartilhados.
As competências comportamentais (atitudes) são:
• organização e planejamento: capacidade para determinar o conjunto de
procedimentos, ações necessárias para a consecução das atividades de
forma organizada, com o intuito de aperfeiçoar os procedimentos e conseguir
melhores resultados;
• pró-atividade: capacidade de oferecer soluções e ideias novas por iniciativa
própria, antecipando-se a possíveis problemas que poderão surgir, disposição
para iniciar e manter que ações que irão alterar o ambiente;
• automotivação: forte impulso para a realização. Capacidade para perseguir
os objetivos por conta própria, com energia e persistência;
24
• empatia: capacidade para tratar as pessoas de acordo com suas reações
emocionais e perceber as necessidades alheias, tentando identificar-se com a
mesma, sentir o que ela sente;
• equilíbrio emocional: capacidade para manter o bom humor, não sofrendo
alterações bruscas devido ao surgimento de situações adversas;
• flexibilidade: capacidade para adaptar-se rapidamente a variações na
realização ou surgimento de situações adversas;
• comprometimento e assiduidade: capacidade para estar sempre presente,
apegado, disponibilizando todo o seu potencial em prol do alcance dos
objetivos e metas do curso, colaborando, dando suporte, com total dedicação;
• liderança: capacidade para inspirar, fazer com que os outros trabalhem com
insistência, visando realizar tarefas importantes;
• criatividade: capacidade de sugerir novas maneiras para realização das
tarefas, para resolver problemas de maneira inovadora, para maximizar o uso
dos recursos disponíveis;
3.4 Competências Elencadas por O’Rourke
O’Rourke (2003) classifica as competências do Tutor em quatro categorias
gerais, que são:
• competências de apoio: ajudar os alunos a lidarem com questões não
relacionadas com o conteúdo, que possam afetar a sua aprendizagem;
• competências de orientação de aprendizagem: ajudar os alunos a
compreender o conteúdo e a sua relação com os seus objetivos de
aprendizagem;
• competências de capacitação de aprendizagem: ajudar os alunos a
desenvolverem e aplicarem processos de aprendizagem com eficiência, e;
• competências administrativas: servir de ligação entre os alunos e a
administração em questões administrativas. Depois de um aluno se ter
25
matriculado, o Tutor poderá ser o seu principal contato com a instituição de
ensino. Os tutores necessitam de competências administrativas para gerirem
o relacionamento entre os alunos e a instituição de ensino, e são
responsáveis perante ambos.
As competências de apoio são:
• comunicação: uma boa comunicação é importante no apoio aos alunos no
EaD. Inclui: escutar, responder, manter contato e o uso eficiente dos meios de
comunicação. Isto tem de ser acompanhado da capacidade de identificar
potenciais barreiras à comunicação, e de ver as questões sob a perspectiva
dos alunos.
• motivação: promover a motivação é uma competência importante na tutoria,
porque os alunos do EaD enfrentam muitos desafios, e poderão precisar de
um incentivo extra para enfrentarem esses desafios. A motivação, juntamente
com as competências de comunicação e de resolução de problemas, podem
incentivar os alunos a desenvolverem estratégias para enfrentarem
dificuldades que afetem a sua aprendizagem. Além de motivar os alunos a
resolverem problemas específicos, um bom tutor inclui mensagens de
incentivo na sua comunicação com os alunos.
• resolução de problemas: As competências de identificação e resolução de
problemas são essenciais. Incluem a capacidade de: clarificar problemas,
identificar qual o tipo de ajuda que é necessária e determinar se o tutor pode
e deve ajudar.
As competências de orientação de aprendizagem são:
• Usar conhecimento do conteúdo para dar orientação: isto envolve ajudar
os alunos a encontrarem o seu sentido de orientação no conteúdo fornecendo
pistas que eles possam usar para organizarem as suas ideias, sugerindo
fontes de informação adicionais ou alternativas e apresentando maneiras
diferentes de ver as questões;
• dar feedback ao trabalho dos alunos: este será provavelmente o aspecto
mais visível e que exige mais tempo na função do Tutor. O tutor precisa de
26
ser proficiente em estabelecer e comunicar expectativas claras para o
trabalho dos alunos, identificar pontos fortes e fracos na maneira como os
alunos executaram o trabalho, identificar áreas do conteúdo que eles tenham
compreendido e áreas que sejam menos claras para eles e sugerir
estratégias para consolidarem o que sabem e para melhorarem as suas
proficiências;
• familiarizar os alunos com as convenções da disciplina: cada disciplina
tem as suas próprias convenções. Por exemplo, os trabalhos escritos são
apresentados de uma maneira diferente em Inglês e em Psicologia. Como
tutor, você poderá estar tão familiarizado com estas convenções, que elas são
de importância secundária para si, mas os alunos poderão não as conhecer.
O seu papel como tutor poderá envolver familiarizar os alunos com a maneira
como as ideias são desenvolvidas e apresentadas na sua disciplina,
estratégias de pesquisa aceitáveis e não aceitáveis e requisitos específicos
de redação na sua área;
• estabelecer elos de ligação: muitos alunos querem estabelecer ligações,
compreender a relação entre segmentos de aprendizagem. Os alunos adultos
interessam-se sobretudo pelas implicações e aplicações daquilo que
aprenderam. Os tutores podem ajudar os alunos a estabelecerem a ligação
entre o conteúdo do curso e os seus objetivos de aprendizagem específicos,
e a compreenderem as potenciais aplicações do conteúdo à sua área de
interesses. Para o efeito, os tutores precisam de conhecer os objetivos dos
alunos e qual a sua aprendizagem anterior e encetar um diálogo com os
alunos sobre as suas ideias e perspectivas, e;
• resolução de problemas acadêmicos: o tutor precisa de saber identificar
problemas acadêmicos que tragam dificuldades aos alunos, tais como bases
insuficientes na área do conteúdo, falta de acesso a recursos apropriados,
falta de conhecimento sobre como utilizar os recursos, falta de conhecimentos
numa área específica e problemas com os materiais do curso.
As competências de capacitação da aprendizagem envolve:
• ajudar os alunos a desenvolverem as suas competências na
27
organização de conceitos: desenvolver ‘mapas mentais’ que lhes permitam
estruturar a sua aprendizagem de uma maneira que faça sentido para eles;
• ajudar os alunos a articularem as suas ideias por escrito ou
verbalmente, e a debaterem-nas produtivamente;
• fomentar a capacidade dos alunos de atingirem objetivos de
aprendizagem: através de interações como sejam projetos realizados em
cooperação, ou o feedback de colegas;
• definir tópicos apropriados e estimulantes para debate entre os alunos:
ajudar a centrarem-se no tópico, e fornecendo uma estrutura que desenvolva
as suas competências na gestão de debates;
• moldar estratégias de aprendizagem eficazes para os alunos: mostrar
métodos alternativos para um tópico, tornando o processo de aprendizagem
transparente, e fornecendo exemplos de caminhos diferentes para a
aprendizagem, e;
• resolução de problemas: ajudar os alunos a identificarem e lidarem com
métodos de aprendizagem ineficientes, ou com défices de competência que
dificultem a sua aprendizagem, como sejam competências linguísticas ou
matemáticas.
Competências Administrativas são:
Em nome dos estudantes, os tutores usam as suas competências
administrativas para:
• comunicação: os tutores poderão ser responsáveis por assegurar que os
alunos serão informados sobre os prazos e procedimentos relativos a
candidaturas, exames, desistência de cursos, preencher requerimentos, etc.;
• resolução de problemas administrativos: os tutores utilizam a sua
familiaridade com os processos acadêmicos e administrativos para ajudarem
os alunos a entrarem em contacto com a unidade ou a pessoa responsável
que pode ajudar a resolver problemas específicos. Os tutores podem também
ter um papel a desempenhar em situações envolvendo alunos
individualmente, como sejam questões relacionadas com a integridade
acadêmica, plágio, etc.;
28
• planejamento: os tutores muitas vezes estão em posição de ajudar os alunos
a identificarem as suas necessidades de aprendizagem para além do curso
específico, e a planearem a forma mais apropriada de ir ao encontro das suas
necessidades.
29
4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para atender os objetivos explicitados na introdução do presente estudo,
precisam se fazer algumas considerações ao analisar os dados.
Perrenoud se vale da seguinte classificação para as competências: principais
e específicas e mostra quais as competências voltadas para professores sem
especificar em seu estudo se são presenciais ou não. Vale lembrar o leitor que este
autor dirigiu suas competências para o professor. No entanto, pela sua importância,
optou-se por considerá-las válidas para o Tutor que não deixa de ser um professor.
Chiavenato se vale da definição de Covey para elencar as competências em
organizacionais e pessoais para profissionais de qualquer atividade. Este
reconhecido estudioso preocupou-se com as competências necessárias a qualquer
profissional cabendo a este identificar aquelas que lhe competem no exercício de
suas tarefas. Considerou-se que o tutor pode, com maior facilidade, reconhecer as
competências essenciais, complementares e suplementares para o desempenho
de suas funções específicas.
Tecchio, se utiliza da definição de competências de Leme: competências
técnicas (conhecimentos e habilidades) e comportamentais (atitudes) e ainda,
mostra em seu artigo as competências do Tutor em EaD . Este é um dos autores
que se dirige especificamente para o profissional em questão.
O’Rourke, por fim, classifica as competências do Tutor em quatro categorias
gerais: competências de apoio, competências de orientação de aprendizagem,
competências de capacitação e competências administrativas. Trata-se, portanto, de
um outro autor preocupado especificamente para o Tutor de EaD.
Como já foi explicado na metodologia, ao analisarmos as competências
cidatas pelos autores presentes neste trabalho, que nem sempre utilizam a mesma
notação para descrever determinada competência, mas como as mesmas contém o
mesmo princípio, podemos agrupá-las em três tipos: essenciais, complementares e
suplementares. Essa classificação visa uma interlocução entre os trabalhos
analisados para o desenvolvimento das atribuições gerais e específicas de um Tutor.
• As competências essenciais são aquelas citadas por todos os autores para a
execução do exercício de suas atribuições; portanto, sem elas o Tutor não
30
pode realizar suas tarefas;
• As competências complementares são aquelas citadas por, pelo menos, dois
autores para a execução de suas atribuições. Essas competências têm
grande impacto na execução das tarefas dos tutores e, sem seu
desenvolvimento, o trabalho do tutor não ficará completo; e
• As competências suplementares são aquelas citadas por somente um autor
no que tange o exercício das atribuições do Tutor. Acredita-se que, sem
desenvolver essas capacidades, o tutor não poderá atingir o nível ótimo de
qualidade no desempenho de suas atribuições.
Nos quadros abaixo, tentou-se demonstrar esquematicamente a classificação
resultante da análise.
31
Competências do
TutorPerrenoud Chiavenato Tecchio O’Rourke
Essenciais
informar e envolver os
responsáveis
comunicação e colaboração
comunicação (oral e escrita)
comunicação
utilizar novas tecnologias
conhecimento tecnológico
conhecimento em informática /
ambiente virtual
usar conhecimento da disciplina para
dar orientação
conhecer os conteúdos a
serem ministrados
aprender a aprender
conhecimento sobre educação à
distância
dar feedback ao trabalho dos
alunos
envolver os alunos em sua aprendizagem e seu trabalho
conhecimento pleno das disciplinas ministradas
planejamento
trabalhar a partir dos erros
e dos obstáculos à
aprendizagem
conhecimento das rotinas de trabalho
familiarizar os alunos com as convenções da
disciplina
trabalhar a partir da
representação dos alunos
comprometimento e assiduidade
definir tópicos apropriados e
estimulantes para os alunos
construir e planejar
dispositivos e sequências didáticas
organização e planejamento
moldar estratégia de aprendizagem eficazes para os
alunos
suscitar o desejo de aprender
Quadro 1: Competências essenciais do Tutor
32
Competências do
TutorPerrenoud Chiavenato Tecchio O’Rourke
Complementares
fazer balanços periódicos de
competências e tomas decisões de progressão
raciocínio criativo e resolução de problemas
liderança
ajudar os alunos a desenvolverem as suas competências na organização de
conceitos
conceber e fazer os
dispositivos de diferenciação
desenvolvimento de liderança
automotivação motivação
adquirir visão longitudinal dos
objetivos do ensino
autogerenciamento da carreira
trabalho em equipeajudar os alunos a articularem suas ideias por escrito
saber explicitar as próprias
práticas
fomentar a capacidade dos alunos atingirem
objetivos de aprendizagem
fornecer apoio integrado,
trabalhar com os alunos
portadores de dificuldades
resolução de problemas
administrativos
administrar sua própria
formação contínua
resolução de problemas
acadêmicos
Quadro 2: Competências complementares do Tutor
33
Competências do
TutorPerrenoud Chiavenato Tecchio O’Rourke
Suplementares
participar da administração
da escola
conhecimentos de negócios globais
relacionamentos interpessoais
estabelecer elos de ligação
acolher a formação dos
colegas e participar dela
empatia
elaborar, negociar um projeto da instituição
pró-atividade
negociar um projeto de formação
comum com os colegas
equilíbrio emocional
administrar a heterogeneidade no âmbito de
uma turma
flexibilidade
enfrentar os deveres éticos da profissão
criatividade
Quadro 3: Competências suplementares do Tutor
34
Esta analise é bastante subjetiva e, como foi realizada por meio de fontes
literárias, não se sabe se a prática a referenda. É bastante polêmica e poderá
suscitar novas discussões e estimular novos estudos.
O tema é de extrema importância e assim, como se indicou nas justificativas,
pode-se sugerir a pesquisadores interessados os seguintes estudos.
1. réplicas deste estudo para ampliar e aumentar a abrangência das conclusões
uma vez que a EaD é de caráter internacional;
2. o impacto dessas competências na prática diária sob o ponto de vista do tutor
e do gestor de recursos humanos;
3. até que ponto, cada uma das competências é essencial, complementar ou
suplementar; e
4. como desenvolver as competências essenciais.
O número dos cursos está aumentando com muita velocidade, como
demonstram os dados do INEP o que indica um crescimento muito significativo da
demanda por cursos em EaD. Acredita-se que esse número continuará a aumentar,
o que pressionará as instituições na procura de tutores capacitados.
Nesse sentido, para um tenhamos bons cursos em EaD, entre outros
profissionais, é necessário perceber que o Tutor é uma peça essencial nessa
engrenagem e que suas competências terão um alto nível de impacto na qualidade
dos cursos ministrados.
Existem, como já foi mencionado, várias designações para a função de Tutor:
tutor-professor, tutor presencial, tutor a distância, tutor conteudista, etc. e cada uma
dessas designações tem atribuições específicas diferentes mantendo a tutoria como
a base comum. Essa diversificação de nomenclatura não auxilia a clareza do tema.
Assim, precisa ficar nítido quais afazeres cada tipo de Tutor exerce dentro da equipe
institucional de ensino para delimitar as competências exigidas por cada função.
Como se constatou com o desenvolvimento desse trabalho, o Tutor precisa
possuir, desenvolver ou adquirir competências de várias naturezas e vários graus de
importância o que dificulta o desenvolvimento dos potenciais do Tutor.
Acredita-se que com uma melhor classificação das competências elencadas
pelos autores, as instituições de ensino terão mais subsídios para escolher melhor
35
seus profissionais e compor seus quadros de colaboradores de tutoria em EaD e os
próprios tutores terão melhores condições de reconhecer suas carências e, assim,
desenvolver seus potenciais, tornando-se mais competentes e, consequentemente
elevando a qualidade dos cursos de EaD.
36
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FLEURY, A. C.; FLEURY, M. T. L. Estratégias Empresariais e Formação de Competências: Um Quebra-cabeça Caleidoscópico da Indústria Brasileira. São Paulo: Atlas, 2a. 2001
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37
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