comunicaÇÃo a chave para o seu casamento

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PREFÁCIO É melhor enfrentarmos de uma vez os fatos. Nos últimos anos, o casamento tem sofrido ataque cerrado por parte dos meios de comunicação. Aquele baluarte de segurança e dedicação “até que a morte nos separe” tornou-se, para um número demasiado grande de pessoas, um empreendimento arriscado e instável que deve durar “té que o divórcio pareça conveniente”. Na igreja ou fora dela, os problemas estão ai. O ardor, o entusiasmo e a excitação dos tempos de namoro e noivado vão esmaecendo até transformar-se na rotina acinzentada do trabalho, de criar os filhos, e sentar-se, os olhos vidrados, em frente da televisão até que o último noticiário diário dê o boa-noite. A vida prossegue como engrenagem enferrujada e inevitavelmente há um declínio na compreensão a medida que cresce cada vez mais à distância na comunicação. Muitos casais não têm as aptidões elementares de comunicação necessárias que produzem a compreensão indispensável para que o casamento se torne cada vez mais forte, ou até mesmo para que exista, nestes dias em que tantas outras alternativas ao casamento tradicional estão sendo experimentadas. O que se pode fazer? Há uma forma de fazer o casamento funcionar melhor — ou simplesmente funcionar? E o que dizer do ideal chamado de “casamento cristão?” É possível, nos dias de hoje, termos um casamento cristão? Existe um grande número de livros sobre casamento e sobre os problemas do casamento. Este livro tem o propósito de levá-lo adiante dos problemas e começar a trabalhar nas soluções. É possível existir comunicação verdadeira entre o marido e a esposa. Durante os últimos anos, Norm Wright comprovou isso — em aulas, seminários, trabalhos práticos com grupos, retiros — em qualquer lugar onde ele consiga reunir um grupo de pessoas casadas (ou que estejam planejando casar-se). Como conselheiro matrimonial profissional licenciado pelo Estado da Califórnia, Norm tem a experiência e a formação para falar com autoridade sobre problemas conjugais e por que a falta de comunicação está na raiz da maioria deles. Um dos catedráticos mais populares em seu seminário e um preletor e professor muito requisitado em todo o país, ele tem o conhecimento educacional para fazer o que este livro diz — comunicar. Uma das melhores coisas acerca desta obra é que ela é mais do que um livro. E uma experiência em aprendizado, compartilhamento e comunicação. Você não apenas lê este livro; você dialoga com ele — e, assim o esperamos, com seu cônjuge. Você não apenas fala sobre a comunicação. Você faz isso — talvez pela primeira vez. Não molhe só a pontinha dos pés neste livro. Mergulhe nele de cabeça. Nas seções “O Que Você Acha?” E “Qual é o Seu Plano?”, dê de você mesmo ao mesmo tempo que recebe. Acima de tudo, faça isso com seu cônjuge e comunique-se de maneira mais 1

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Page 1: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

PREFÁCIO

É melhor enfrentarmos de uma vez os fatos. Nos últimos anos, o casamento tem sofrido ataque cerrado por parte dos meios de comunicação. Aquele baluarte de segurança e dedicação “até que a morte nos separe” tornou-se, para um número demasiado grande de pessoas, um empreendimento arriscado e instável que deve durar “té que o divórcio pareça conveniente”.

Na igreja ou fora dela, os problemas estão ai. O ardor, o entusiasmo e a excitação dos tempos de namoro e noivado vão esmaecendo até transformar-se na rotina acinzentada do trabalho, de criar os filhos, e sentar-se, os olhos vidrados, em frente da televisão até que o último noticiário diário dê o boa-noite. A vida prossegue como engrenagem enferrujada e inevitavelmente há um declínio na compreensão a medida que cresce cada vez mais à distância na comunicação. Muitos casais não têm as aptidões elementares de comunicação necessárias que produzem a compreensão indispensável para que o casamento se torne cada vez mais forte, ou até mesmo para que exista, nestes dias em que tantas outras alternativas ao casamento tradicional estão sendo experimentadas.

O que se pode fazer? Há uma forma de fazer o casamento funcionar melhor — ou simplesmente funcionar? E o que dizer do ideal chamado de “casamento cristão?” É possível, nos dias de hoje, termos um casamento cristão?

Existe um grande número de livros sobre casamento e sobre os problemas do casamento. Este livro tem o propósito de levá-lo adiante dos problemas e começar a trabalhar nas soluções. É possível existir comunicação verdadeira entre o marido e a esposa. Durante os últimos anos, Norm Wright comprovou isso — em aulas, seminários, trabalhos práticos com grupos, retiros — em qualquer lugar onde ele consiga reunir um grupo de pessoas casadas (ou que estejam planejando casar-se).

Como conselheiro matrimonial profissional licenciado pelo Estado da Califórnia, Norm tem a experiência e a formação para falar com autoridade sobre problemas conjugais e por que a falta de comunicação está na raiz da maioria deles.

Um dos catedráticos mais populares em seu seminário e um preletor e professor muito requisitado em todo o país, ele tem o conhecimento educacional para fazer o que este livro diz — comunicar.

Uma das melhores coisas acerca desta obra é que ela é mais do que um livro. E uma experiência em aprendizado, compartilhamento e comunicação. Você não apenas lê este livro; você dialoga com ele — e, assim o esperamos, com seu cônjuge. Você não apenas fala sobre a comunicação. Você faz isso — talvez pela primeira vez.

Não molhe só a pontinha dos pés neste livro. Mergulhe nele de cabeça. Nas seções “O Que Você Acha?” E “Qual é o Seu Plano?”, dê de você mesmo ao mesmo tempo que recebe. Acima de tudo, faça isso com seu cônjuge e comunique-se de maneira mais profunda, mais pessoal e mais honesta do que jamais o fez antes. A comunicação é a chave para o seu casamento.

Fritz Ridenour*Autor de Como Ser Cristão Sem Ser Religioso (Editora Mundo Cristão).

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Page 2: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

Será que a instituição chamada de “casamento” tem futuro? Alguns peritos estão dizendo que o casamento, como o conhecemos, esta a caminho da extinção. À medida que o número de divórcios, desquites e separações continua a crescer, ou, pelo menos, permanece num patamar assustadoramente alto, muitas pessoas, dentro e fora da igreja, estão ficando cada vez mais pessimistas quanto ao casamento. Até mesmo com pessoas que parecem ideais uma para a outra, o casamento está se tornando cada vez mais uma loteria.

Há três mudanças principais ocorrendo na instituição do casamento hoje em dia:

1. O declínio na compreensão entre os cônjuges.2. A perda da determinação de se permanecer casado.3. O desenvolvimento de expectativas irrealistas no casamento.

O declínio na compreensão e a falta de comunicação andam de mãos dadas. Muitos casais hoje em dia não possuem as aptidões de comunicação que produzem a compreensão necessária para que uns casamentos tornem-se forte ou até mesmo exista. Compreensão no casamento não significa não existirem diferenças. Antes, significa que você e seu cônjuge são capazes de conversar acerca dessas diferenças e chegar a uma compreensão do ponto de visto do outro. Você é capaz de aceitar o fato de seu parceiro ter sido criado de modo diferente, e, devido a isso, reagir de maneira diferente da sua. Só pelo fato de algo ter sido feito de um certo modo no lar em que foi criado não quer dizer que tem de ser feito da mesma maneira em seu novo lar.

Duas pessoas que se amam, mas são incapazes de compreender uma à outra sofrem uma dor aguda e contínua em seu relacionamento. Pode ser que não seja fácil atingir a compreensão, mas uma disposição para compartilhar as idéias, para ver “o outro lado da questão”, para conversar acerca das coisas pode ajudar o marido e a esposa a se ajustarem e a adaptarem às diferenças honestas de opinião.

Alguém já comparou esse ajustamento a dois porcos-espinhos-que moravam no Alasca. Quando chegaram as neves, profundas e pesadas, ficaram com frio e começaram a ficar mais juntinhos. Entretanto, quando se achegaram muito um ao outro, começaram a se espetar com seus espinhos. Quando se separavam, ficavam com frio de novo. Para se manterem aquecidos, tiveram de aprender a se ajustar um ao outro.

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Page 3: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

A falta de determinação de se permanecer casado pode ser encontrada hoje em qualquer canto. Ter-se mais de um marido ou esposa não é mais considerado extraordinário. Ao preencher um formulário para pedido de emprego, certa mulher chegou à pergunta: ‘‘Casada ou Solteira?’’ Sua resposta: ‘‘Entre casamentos.’’

Muitas pessoas entram para o casamento hoje com a atitude de que se não se derem bem, podem desfazer o relacionamento e começar de novo. Muitas pessoas são demasiado impacientes com seus casamentos. Não querem viver “felizes para sempre”. Querem viver “felizes imediatamente” e, quando isso não acontece, caem fora.

Um número excessivo de jovens entra para o casamento cegado por expectativas irrealistas. Eles crêem que o relacionamento deveria ser caracterizado por um alto e contínuo nível de amor romântico. Como disse um jovem adulto: “Eu queria que o casamento satisfizesse todos os meus desejos. Precisava de segurança, alguém que cuidasse de mim, estímulo intelectual e segurança econômica imediatamente — mas isso simplesmente não foi o que aconteceu!” As pessoas esperam que algo “mágico” aconteça no casamento.

Entretanto, mágica não é o que faz um casamento funcionar — trabalho árduo sim. Quando há resultados positivos é por duas pessoas estarem trabalhando juntas, um passo de cada vez.

Uma descrição um tanto cínica de casamento é que é “o único jogo de azar em que os dois parceiros podem perder”. Eu prefiro vê-lo como o único jogo em que os dois parceiros podem ganhar!

O que se pode fazer para experimentar o “verdadeiro casamento?” Pouco adiantará buscarmos ajuda na sociedade. Ela está lutando com a crise, mas continua a se enrolar cada vez mais na teia dos próprios valores e idéias conflitantes. A sociedade busca respostas, mas só fornece mais e mais perguntas.

Então está tudo perdido? De maneira alguma. A sociedade não ofereceu um caminho para um casamento verdadeiramente feliz, mas Deus sim! Ele nos deu um molde

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Page 4: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

específico para o casamento e se o homem e a mulher seguirem esse molde, encontrarão a felicidade e harmonia que buscam.

Charles Shedd, em seu livro Letters to Phillip (Cartas a Filipe), conta a história de dois rios correndo calma e tranqüilamente até que confluíram e se uniram. Quando isto se deu, chocaram-se e jogaram-se um contra o outro. À medida que o novo rio formado começou a fluir com a correnteza, aquietou-se gradualmente e novamente correu tranqüilo. Só que agora era muito mais largo, mais majestoso e mais poderoso. O Dr. Shedd sugere que “Um bom casamento é assim, muitas vezes. Quando duas correntezas independentes de existência unem-se, é possível que haja alguns embates de vida contra vida na junção. As personalidades se precipitam uma contra a outra. As idéias contendem pelo poder e os hábitos competem por posições. Às vezes, como as ondas, levantam uma nuvem de espuma que nos deixa ofegantes e nos faz ficar pensando o que aconteceu com aquela beleza toda. Mas é assim mesmo. Como os dois rios, o que resulta do conflito pode ser algo mais profundo, mais poderoso do que cada um era antes de isso acontecer”.

Dois cristãos têm as melhores possibilidades de terem um casamento feliz porque têm uma terceira Pessoa — o Senhor Jesus Cristo — trabalhando com eles e fortalecendo-os. Mas tem de haver comunicação — entre eles e seu Senhor, entre eles próprios. É disto que trata o restante deste livro. Verdadeiramente, a comunicação —com Cristo e um com o outro — é a chave para o seu casamento.

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Page 5: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

Como você descreveria o estado conjugal? O que lhe vem à mente quando você ouve a palavra “casamento”? Alegria, amor, felicidade, ventura? Desgraça, ódio, frustrações? Ou simples fastio e enfado?

Definições de casamento existem por aí a preço de banana, e um grande número delas parece dizer que o casamento não vale mesmo muito mais do que isso!

Meander disse: “O casamento, se enfrentarmos a verdade, é um mal, mas um mal necessário”.

Montaigne disse: “O casamento se assemelha a gaiolas: os pássaros que estão fora ficam desesperados para entrar e os que estão dentro ficam desesperados para sair”.

A declaração de Sidney Smith acerca do casamento é fina, contendo, no entanto, um bocado de sabedoria. Segundo ele, “o casamento assemelha-se a uma tesoura, cujas lâminas estão unidas de tal maneira que não podem ser separadas; quase sempre movem-se em direções contrárias, e, no entanto, sempre castigam qualquer pessoa que se interponha entre elas”.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 1

As definições de casamento dadas acima mostram toques de cinismo ou, pelo menos, sátira. Qual é a sua definição de casamento? Escreva-a no espaço abaixo.

O Casamento: Um Contrato com Uma Cláusula de Evasão?

Alguns psicólogos, conselheiros matrimoniais e pastores têm sugerido que o casamento é um contrato e muitas pessoas concordam prontamente. Mas é isto realmente a verdade? Será que o casamento é realmente um contrato?

Em todo contrato, existem certas cláusulas condicionais. Um conrato entre duas partes interessadas quer sejam companhias ou indivíduos, envolve a responsabilidade de ambas em cumprirem sua parte do trato. São estas CLÁUSULAS CONDICIONAIS ou “CLÁUSULAS SE”. Se você fizer isto, a outra pessoa terá de fazer aquilo, e se a outra pessoa fizer isto, você terá de fazer aquilo. Mas no relacionamento conjugal e na cerimônia matrimonial não há cláusulas condicionais. Não há lugar algum na cerimônia do casamento que diga: “Se o marido amar a esposa, então a esposa continuará no contrato”. Ou, “Se a esposa for submissa ao marido, então o marido cumprirá o contrato”. O casamento é um compromisso incondicional para o qual duas pessoas entram.

Na maioria dos contratos, existem CLÁUSULAS DE EVASÃO. Uma cláusula de evasão diz que se a primeira das partes não cumprir suas responsabilidades, então a segunda fica absolvida. Se uma pessoa não cumprir sua parte do trato, a segunda pessoa pode cair fora do contrato. Isto é uma cláusula de evasão. Não há esse tipo de cláusula no casamento.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 2

Classifique-se numa escala de 1 a 5 (1. absolutamente não; 2. é provável que não; 3. talvez; 4. é provável que sim; 5. sem dúvida alguma) com referência á sua reação aos seguintes conceitos. (Faça um círculo em torno da que for apropriada.)

1. O casamento é um mal necessário. 1 2 3 4 5

2. Ë normal — e até mesmo desejável — que os parceiros conjugais estejam se movendo em direções opostas na vida.

1 2 3 4 5

3. A maioria dos casais tem cláusulas condicionais em seu casamento que ambos sabem existir mas sobre as quais jamais conversam.

1 2 3 4 5

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4. Seria vantagem para você ter uma cláusula de evasão no contrato do casamento para sua proteção porque, se o casamento não der certo, será provavelmente por culpa da outra pessoa?

1 2 3 4 5

5. O casamento é um compromisso incondicional da pessoa toda para toda a vida.

1 2 3 4 5

O Casamento: Combinar, Não Despedaçar.

Em seu livro, The Essence of Marriage (A Essência do Casamento), Julius A. Fritze, ministro ordenado e conselheiro matrimonial, descreve o casamento da seguinte maneira:

“O casamento é a fusão emocional de duas personalidades em uma operação funcional, cada uma delas, entretanto, retendo sua própria identidade, O conceito bíblico está contido em Gênesis 2:24 — ‘uma só carne’. Para ilustrar o relacionamento conjugal, ele toma dois pedaços de massa de modelar, mostrando que, se você segurasse um pedaço de massa verde escura na mão esquerda e um pedaço de massa verde clara na mão direita, você veria distintamente a diferença das cores. Se, entretanto, você juntasse os dois pedaços de massa e os moldasse em uma só forma, veria apenas um pedaço de massa verde — a primeira vista. Mas se a inspecionasse atentamente, veria as linhas distintas e separadas do verde escuro e do verde claro. relacionamento conjugal — duas pessoas combinadas de forma a parecerem uma só, mas cada qual retendo sua identidade ou personalidade própria.

É uma vida nova existente em duas pessoas.O casamento cristão, entretanto, envolve mais do que a combinação de duas

pessoas. Inclui também urna terceira Pessoa —Jesus Cristo - que da significado, orientação e direcionamento à relação. Quando Jesus Cristo preside ao casamento, então, e somente então, é ele um casamento cristão.

Vários escritores já definiram o “casamento cristão”.Wayne Oates, catedrático do Seminário Teológico Batista do Sul, diz: “Casamento

é uma aliança de amor responsável, uma comunhão de arrependimento e perdão”.David Augsburger, ministro menonita e autor de Cherishable: Love and MarHugo

Preciosos: Amor e Casamento), define o casamento perguntando primeiramente: ‘‘O casamento é um ato particular de duas pessoas que se amam, ou um ato público de duas pessoas assumindo um contrato?’’ Depois, ele diz: ‘‘Nenhuma dessas coisas. É algo diferente. Muito diferente!

"Basicamente, a idéia cristã do casamento não é de que seja principalmente, ou mesmo essencialmente, um contrato com poderes legais e sociais. O cristão compreende o casamento como uma aliança feita sob Deus e na presença dos outros membros da família cristã. Essa aliança permanece, não devido ao poder da lei ou ao temor às penalidades, mais obrigatórias e, mais permanente do que qualquer contrato legal".

Dwight Small, conselheiro experiente e autor de diversos livros sobre o casamento, define o casamento assim: "Uma nova vida existente em duas pessoas".

Elton Trueblood, autor de diversos livros sobre o discipulado cristão, diz que o casamento é "Um sistema por meio do qual pessoas pecaminosas e contenciosas são presas de um sonho e um propósito tão maior do que elas mesmas, que trabalham anos a fio, apesar de repetidos desapontamentos, para fazer o sonho tornar-se realidade".

O Dr. David Hubbard, presidente do Seminário Teológico Fuller, disse: "O casamento não requer perfeição. Mas ele tem de receber prioridade. É uma instituição para pecadores. Que ninguém, além desses, se inscreva. Mas sua maior glória se revela quando os pecadores percebem que a forma usada por Deus para nos fazer cursar seu currículo final de amor e justiça".

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 3

Das cinco definições de casamento cristão dadas acima, faça um círculo em torno do nome do autor de cuja definição você mais gostou.

Oates Augsburger Small Trueblood Hubbard

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Page 7: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

Na definição que você escolheu como sendo a "Melhor", quais as idéias que mais o atraíram?

Das cinco definições de casamento dadas acima, qual a de que menos você gostou?

Oaste Augsburger Small Trueblood Hubbard

O que mais o incomoda nessa definição?

Use as cinco definições de casamento cristão, mais a suas próprias idéias para compilar a sua definição de "Casamento cristão".

O Que Diz a Bíblia Acerca do Casamento?

Quais são, então, os propósitos de Deus para o casamento?Um propósito básico é a procriação _ para trazer crianças a este mundo.

Deus criou o homem à Sua imagem e depois disse: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a..." (Gênesis 1:28). O Salmo 127:3-5 ensina que "Herança do Senhor são os filhos... como flechas na mão do guerreiro... feliz o homem que enche deles à sua aljava".

Apropriação envolve também a providência de cuidado e educação adequados para os filhos. "Ensina a criança no caminho em que deve andar", diz o conhecido versículo de Provérbios, e ainda quando for velho não se desviará dele” (Provérbios 22:6).

Mas o casamento abrange muito mais do que a procriação, cuidado e educação dos filhos. Gênesis 2:18-25 ensina que o casamento foi idéia de Deus e que Ele tinha diversos motivos divinos em mente.

18. Disse mais o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.

19. Havendo, pois, o Senhor Deus, formado da terra todos os animais do campo, e todas as aves do céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.

20. Deu nome o homem a todos os animais domésticos, as aves dos céus, e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea.

21. Então o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma das suas costelas, e fechou o lugar com carne.

22. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher, e lha trouxe.

23. E disse o homem: esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se varoa, por quanto do varão foi tomada.

24. Por isso, deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.

25. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus, e não se envergonhavam.

Deus criou o casamento para que houvesse companheirismo. Segundo John Milton, o poeta clássico inglês, observou: "... a solidão foi a primeira coisa que o olho de Deus notou como não sendo boa". A solidão e o isolamento contradizem o propósito do ato criador de Deus. Deus fez o homem para viver com outros, e o primeiro "Outro" foi a mulher.

Deus também criou o casamento para que houvesse inteireza. A mulher devia ser... uma auxiliadora que lhe seja idônea (Gênesis 2:18). A mulher foi criada para ser um complemento ou um par, adequada para o homem. A mulher ajuda o homem a tornar a vida dele

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Page 8: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

(e a dela também) completa. Ela preenche os espaços vazios. Participa da vida dele, faz com que ele saia fora de si mesmo para uma área de contato mais amplo, mediante o envolvimento que tem um com o outro. Ela é alguém que pode entrar em um relacionamento de companheirismo responsável. Os parceiros no casamento estão, na verdade, cumprindo o propósito de Deus para que tivessem uma vida completa e integral.

O companheirismo e a totalidade que Deus planejou para o casamento se originam na comunicação, à medida que duas pessoas compartilham cada dia o significado de suas vidas. Conforme diz Dwight Small: "O centro do casamento é seu sistema de comunicação... Mas nenhum casal começa seu casamento com comunicação altamente desenvolvida. Não é algo que trazem pronto para o casamento, mas sim algo que será cultivado continuamente através de todas as experiências de sua vida a dois". Companheirismo satisfatório e sensação de totalidade se desenvolvem a medida que o marido e a mulher aprendem a comunicar-se com franqueza e compreensão.

O Matrimônio _ Um Novo Relacionamento

Gênesis 2:24 enfatiza dois verbos: deixar e unir. A palavra deixar significa abandonar, renunciar, quebrar um relacionamento antes de estabelecer outro. Infelizmente, muitos indivíduos não fazem isto. Saem de casa fisicamente, mas permanecem lá psicologicamente. O apego ao lar e aos pais deveria ser substituído pelo apego ao companheiro. Isto não quer dizer que devemos negligenciar ou desonrar nossos pais, mas sim que devemos cortar as amarras que nos unem a eles e assumir nossa responsabilidade para com nosso cônjuge.

A segunda palavra, unir, significa soldar, segurar ou aderir um ao outro. Quando o homem "Se une" a sua mulher, tornam-se os dois uma só carne. A expressão "Uma só carne" é uma bela e sucinta descrição da união, totalidade e permanência de Deus planejou para o relacionamento do matrimônio. "Uma só carne" sugere um tipo especial de união _ uma dedicação total à intimidade de toda uma vida juntos, simbolizada pela união sexual.

Os rabinos judeus ensinavam que o homem fica inquieto enquanto não encontra a costela que foi tirada do seu lado, e a mulher fica inquieta enquanto não fica debaixo de um homem _ de onde foi tirada. Com todo o barulho feito recentemente sobre a liberação feminina, aqui está uma declaração majestosa da forma como a Bíblia vê a mulher. Ela não é propriedade do homem. É sua companheira _ uma companheira plena, no sentido completo da palavra.

Santo Agostinho que viveu no século cinco, mais o que disse se encaixa perfeitamente na discussão acalorada de nossos dias sobre os direitos das mulheres. Escreveu ele: "Se Deus quisesse que a mulher governasse o homem, Ele a teria atirado da cabeça de Adão. Se Ele tivesse querido que ela fosse escrava do homem, tê-la-ia tirado de seus pés. Mas Deus tirou a mulher do lado do homem, pois a criou para ser uma auxiliadora e igual a ele".

Em seu livro After You've Said I Do (Depois De Ter Dito O Sim), Dwight Small enfatiza o ponto de vista bíblico constante sobre a igualdade e democracia no casamento. "Não pode haver verdadeira união", escreve, Small, "O a não ser que haja dignidade e status iguais para ambas as partes. A esposa que veio do lado do homem deve ficar em pé ao seu lado, para compartilhar todas as responsabilidades e gozar de todos os privilégios. Este é o alvo".

Small prossegue, admitindo que chegar a este alvo não é fácil. O que é necessário é diálogo. Ele acredita que "O diálogo se dá quando duas pessoas comunicam o sentido total de suas vidas uma para a outra, quando elas participam da vida uma da outra nas maneiras mais significativas de que são capazes".

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Page 9: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

Em Gênesis 2:18-24, você pode perceber três idéias distintamente cristãs acerca do casamento:

1. Como já foi mencionado, o casamento deve ser permanente para toda vida. Quando dois se tornam uma só carne, não pode haver divisão, nem separação, por causa do dano irreparável que ocorrerá.

2. O casamento deve ser monogâmico. A exemplo de poligamia na Escritura, mas são descrições do que os homens fizeram, e não do que a Escritura ensina como sendo bom e certo. Repetindo, uma só carne significa uma só carne. O homem não pode tornar-se uma só carne com mais de uma mulher e isso ainda significa o que significa aqui.

3. Finalmente, o casamento cristão exige fidelidade. A nova moralidade dos dias de hoje alega que o homem pode tornar-se "Uma só carne" com quantas mulheres quiser, e que a fornicação e um pouquinho de adultério são passatempos "Saudáveis" que ampliam a experiência e aprofundam os relacionamentos.

Entretanto, a descrição que Deus fez do casamento fala de uma intimidade profunda e permanente, um companheirismo entre marido e mulher que levam a enriquecimento, felicidade e bem-estar mútuos. O adultério está para o casamento assim como a faca está para as costas. Os que hoje defendem a "Nova moralidade" conseguem pensar em todo tipo de desculpas para o adultério e a fornicação. Eles apresentam o que poderíamos chamar de moralidade "rosquinha", na qual fatos, princípios sólidos para bons relacionamentos e responsabilidades humanos são retorcidos e recurvados em formatos que aparentemente, em alguns casos, justificam a infidelidade como sendo uma "Coisa boa e amorosa em dada a situação".

Conforme diz Dwight Small em seu livro Design for Christian Mariage (Desígnio Para o Casamento Cristão), "O casamento cristão jamais pode falhar, mas as pessoas envolvidas nesse casamento sim. Existe uma vasta diferença entre as duas possibilidades. Portanto, se o casamento de dois cristãos parece falhar, é porque eles desconhecem os propósitos de Deus ou não estão dispostos a dedicar-se à eles".

Bem no comecinho, Deus falou claramente. Já no segundo capítulo de Gênesis, Ele deixou bem claro que o casamento é uma dedicação total de toda a pessoa para toda a vida.

Qualquer coisa menos que isso não é um casamento cristão. Qualquer coisa menos que isso pode fracassar com facilidade. Mas quando um homem e sua esposa se unem, dedicados a Deus e dedicados um ao outro, não podem deixar de ser bem-sucedidos.

QUAL É O SEU PLANO? Se você e seu cônjuge estiverem estudando este livro juntos, obterão

melhores resultados se completarem o material que se segue, individualmente, e depois discutirem juntos as respostas. Ao compararem idéias, sentimentos e atitudes, chegarão a novos patamares de comunicação e compreensão em seu casamento.

PRIMEIRA PARTELembre-se do tempo antes de se casar...1. Como é que você achava que o casamento seria? Saiu realmente como

você esperava que fosse?

2. Você e seu cônjuge tinham expectativas diferentes acerca do casamento? Como foi que descobriram essas diferenças? Vocês já conversaram diretamente sobre elas?

3. Eu esperava que o casamento mudasse meu estilo de vida assim?

4. Acredito que meu cônjuge esperava que eu fosse...

5. Eu esperava que meu cônjuge fosse mais...

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Page 10: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

SEGUNDA PARTE

01. Se você fosse descrever seu casamento nesta hora com uma só palavra, que palavra usaria?

02. Que palavra você acha que seu cônjuge usaria para descrever o seu casamento?

03. Que benefícios você está recebendo de seu relacionamento matrimonial

que não teria recebido se não tivesse se casado? Especifique bem.

04. Quais as qualidades que você vê em seu cônjuge? Já lhe disse alguma vez que você reconhece essas qualidades e as aprecia?

05. Que é que o seu cônjuge faz que o/a leva a sentir-se amado/a ou valorizado/a?

06. Que é que você faz para expressar seu amor e admiração por seu cônjuge?

07. Quais são as partes fortes em seu casamento? Quem contribui mais para elas, você ou seu cônjuge?

08. Qual área de seu casamento você considera a mais fraca? De que maneira você pode ser responsável por essa área fraca?

09. Que esforços está você envidando agora para tornar feliz o seu casamento?

10. Que esforços você vê seu cônjuge envidando?

11. Quais são atualmente suas metas para seu casamento? O que você vai fazer para alcançar essas metas? O que pode você fazer de forma diferente para conseguir alcançá-la?

Eis aqui algumas sugestões para você considerar: Demonstrarei mais interesse nas atividades de meu esposo, fazendo

perguntas. Passarei mais tempo pensando sobre os fatores positivos de meu

relacionamento conjugal e tentarei descobrir formas pelas quais serei aquilo que meu cônjuge deseja e de que precisa.

Separarei tempo para orar por e com minha família, especialmente meu cônjuge.

Se tiver qualquer ressentimento contra os membros da família _ e particularmente do cônjuge _ perdoá-los-ei agora mesmo.

Outras metas que desejo estabelecer: (a seu critério, de acordo com sua necessidade)

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Page 11: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

Existe certa confusão no mundo de hoje em torno do papel e responsabilidade da esposa-mãe e do esposo-pai. Quem é o cabeça da casa ou deve haver um cabeça?

Imagine um marciano vindo ao nosso mundo e aterrissando no seu jardim. Ele sai da nave espacial e toca a campainha de sua casa. Suponha que um de seus filhos abra a porta e o marciano diga: “Leve-me ao chefe”. A quem o conduziria a criança? Ao pai? Ã mãe? A ambos? Ou será que a criança diria: “Eu sou o chefe aqui”. Quem é o cabeça ou líder em sua casa hoje?

Piadas e histórias acerca da ineficácia do marido como líder são contadas às centenas. Já ouvimos dizer que atrás de todo homem bem sucedido encontra-se uma esposa compreensiva que o ajudou. Disse um escritor: “Que nada! Atrás de todo homem bem sucedido encontra-se uma sogra surpreendida!” Afirmações e piadas como essa são engraçadinhas e, no entanto, em algumas situações familiares, dolorosamente verdadeiras.

“Ele se gaba de ser o chefe da casa, mas ele mente acerca de outras coisas também”.

‘‘Ele só abre a boca para pedir o avental e a vassoura.

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Page 12: COMUNICAÇÃO A CHAVE PARA O SEU CASAMENTO

“A última grande decisão que ela deixou por conta dele era se ele queria lavar ou secar os pratos."

“É ele quem sempre fica com a última palavra: Sim, querida!”.Parece haver hoje uma nova imagem do marido-pai. Basicamente, o homem

assumiu o papel de sustentar financeiramente a família (isto também está mudando em muitos lares!), deixando todas as outras funções por conta da esposa. Muitos homens parecem ser os assistentes de suas esposas em áreas que já foram sua responsabilidade. Na maioria dos casamentos, o casal começa compartilhando interesses e responsabilidades; depois, a especialização gradualmente vai se estabelecendo. O homem fica absorvido em seu trabalho (o lado econômico da vida) e negligencia suas outras responsabilidades. A esposa fica no comando ou simplesmente “assume o comando” devido ao vácuo de liderança.

Outro fator que muito contribui para a “falta de liderança” é a crença, por parte de muitas famílias, naquilo que consideram como “democracia pura”. Todos os membros da família, inclusive os filhos, têm igual direito de voto. Isso é apropriado? É isto o que a Escritura ensina? Muitos dos chamados “lares cristãos” estão, hoje em dia, à beira da desintegração por causa da falta de liderança. Correm perigo pelo fato de escolherem propositalmente ignorar as diretrizes que foram estabelecidas para eles na Escritura.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 41. De acordo com os parágrafos anteriores, existe uma falta de liderança masculina

em muitos lares porque o marido fica absorvido em sua carreira e em ganhar dinheiro, negligenciando suas outras responsabilidades. Pela sua experiência e observação, concorda com isso?

2. Enumere algumas responsabilidades que você acha que os maridos tendem a negligenciar devido ao seu envolvimento com a carreira.

Qual É o Papel Bíblico da Esposa?

Efésios 5:22-33 contém a mais clara definição bíblica dos papéis no casamento. Em Efésios 5:22-24, Paulo fala particularmente a esposa acerca das responsabilidades dela para com o marido:

Vocês, esposas, devem ser submissas à liderança de seus maridos, do mesmo modo como se submetem ao Senhor. Porque o marido toma conta da esposa da mesma maneira como Cristo toma conta do seu próprio corpo, que é a igreja. (Ele deu a sua própria vida para cuidar dela e ser seu Salvador!) Portanto vocês, esposas, devem obedecer de bom grado a seus maridos em tudo, tal como a igreja obedece a Cristo (A Bíblia Viva).

Gênesis 2:18-20 ensina que a mulher foi criada para ser uma “au-xiliadora”, alguém que fosse um complemento para o homem e o ajudasse. Em um sentido muito real, a esposa é a realização da vida do marido.

Efésios 5:22-24 ensina que a esposa deverá “sujeitar-se” ou ser “submissa” ao marido. Como é que esses dois conceitos são combinados? Como pode a esposa ser “aquela que completa” o marido e também ser-lhe submissa? O que quer isto dizer na prática?

Em primeiro lugar, a submissão da esposa ao marido dá-se em completa liberdade e amor, não por obrigação ou medo. A igreja submete-se ao Senhorio de Cristo voluntariamente — em resposta ao Seu amor. A motivação da esposa para submeter-se ao marido deveria ser a mesma.

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Mas o que significa submeter-se? Não quer dizer “ser um capacho’’. As Escrituras dizem submeter, mas não dizem “escravizar-se”. Não é para a esposa anular-se, ser manipulada pelo marido. Ela retém sua individualidade, com direito a suas próprias idéias e sentimentos. Não é uma empregada. Continua sendo urna pessoa com personalidade distinta e necessidades próprias. Precisa aceitar responsabilidade tomar decisões tanto quanto seu marido.

O relacionamento conjugal funciona a contento quando as diretrizes bíblicas são seguidas. As leis do trânsito permitem ao motorista chegar ao seu destino com um risco mínimo de acidente ou ferimentos. As diretrizes bíblica ajudam o casal a chegar ao seu destino, que é um relacionamento feliz e cada vez mais envolvente. Uma dessas diretrizes diz que a esposa deve submeter-se ao marido como o líder em seu relacionamento. Ela submete-se ao marido não porque ele o exige, mas porque Cristo a orienta assim em Sua Palavra. Falta de submissão ao marido é um problema espiritual, bem como conjugal!

A esposa anima e fortalece a liderança masculina de seu marido no lar e jamais tenta destruí-la, usurpá-la enfraquecê-la ou eliminá-la. A esposa deve respeitar o marido e confirmar a liderança dele.

Dwight Small sugere que “cada um dos dois é um participante ativo na construção do relacionamento... Está para sempre eliminada a idéia de superioridade-inferioridade". Ele (Paulo) afirma o princípio da "interpendência pessoal no casamento".

"Deus incumbiu o marido da liderança”, escreve Gladys Hunt. “Na realidade, Ele coloca sobre o homem a responsabilidade pela Queda (pois por um homem o pecado entrou no mundo; porque a mulher foi enganada, mas o homem não). Ele constitui agora o homem como o cabeça da esposa, e diz à mulher: ‘Não torne as coisas difíceis para ele. Ajude-o a ser aquilo que eu desejo que ele seja. Apóieo-o em seu papel; não fique a competir pela liderança.’

“Isso não significa que ela jamais tem um pensamento original, nunca diz que discorda, etc. Significa, antes, que seu espírito é controlado pelo Espírito de Deus. Ela não tem de provar o próprio valor, tomando cargo do marido".

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 5

Você concorda ou discorda que...

1. A idéia de Deus foi a de que a esposa deveria deixar tudo imediatamente para seguir seu marido.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo completamented. Discordo em parte

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2. É certo para uma esposa obediente instruir e dar conselho a seu marido.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo totalmented. Discordo em parte

3. A esposa tem o direito de desobedecer ao marido quando sentir que ele está dando ordens rígidas.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo totalmented. Discordo em parte

4. Como a mulher é designada a uma posição subordinada no casamento, ela não está em posição de igualdade com o homem.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo completamented. Discordo em parte

5. A esposa deve ser considerada como aquela pessoa que cozinha lava, educa os filhos, ao mesmo tempo que deve ser uma “auxiliadora” para o marido.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo completamented. Discordo em parte.

Agora, reescreva em outra folha de papel cada uma das afirmações que demonstram sua crença e convicções.

E Que Dizer do Papel do Marido?

Em Efésios 5:25-32, Paulo trata especificamente das responsabilidades do marido:

“E vocês, maridos, mostrem pelas suas esposas o mesmo tipo amor que Cristo mostrou pela igreja quando morreu por ela, para faze-la santa e pura, lavada pelo batismo e pela palavra de Deus; a fim o que Ele pudesse dá-la a S i mesmo como uma igreja gloriosa sem uma única mancha, ou ruga, ou qualquer outro defeito, mas sim santa e sem nenhuma imperfeição. E assim que os maridos devem tratar suas esposas, amando-as como partes de si próprios. Porque uma vez que um homem e sua mulher são agora um só, o homem está realmente fazendo um favor a si mesmo, e amando a si mesmo, quando ama sua esposa! Ninguém odeia seu próprio corpo, mas cuida dele com todo o amor, tal como Cristo cuida do seu corpo, a igreja, do qual todos nós somos membros. (Que o marido e a esposa são um só corpo prova-se pela Escritura que diz: “Um homem deve deixar seu pai e sua mãe quando se casa, a fim de que possa estar perfeitamente unido à sua esposa, e os dois serão um só”). Eu sei que isto é difícil de compreender, porém é uma ilustração do modo pelo qual somos membros do corpo de Cristo” (A Bíblia Viva).

Em Efésios 5:23, Paulo declara que o marido é o cabeça da esposa Infelizmente, um número exageradamente grande de homens só lê essa parte das Escrituras e deixa de ler o restante do versículo — “como também Cristo é o cabeça da igreja”. A autoridade é concedida ao homem, mas Paulo não queria dizer que os maridos deveriam ser os chefes das mulheres. Ser o cabeça não significa sair vencedor em uma luta. O marido, como líder, regula o compasso. A autoridade está lá, mas ele terá sempre de prestar contas a Deus pela forma como a usa.

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À medida que o marido se submete a Cristo, sua autoridade é transformada por Cristo em cuidado sacrificial. A verdade básica desta passagem não é controle e domínio mas amor sacrificial pela esposa. Em parte alguma é concedido ao marido o direito de governar com cetro de ferro. Ele não pode impor seus próprios sentimentos sobre a esposa e obscurecer os sentimentos dela. Ele não deve exigir a liderança. A Escritura não enfatiza que Jesus Cristo domina ou governa a Igreja como se fora um ditador. Cristo deu a Si mesmo por ela. Ele toma a iniciativa de amar e servir a Igreja: este é o modelo que os maridos devem seguir ao cuidar das esposas. Quando o marido não age dessa forma, ele tem um problema espiritual (desobediência à Palavra) bem como conjugal.

Um marido amoroso está disposto a dar tudo o que for necessário para tornar satisfatória a vida da esposa. Seu amor está pronto a fazer qualquer sacrifício pelo bem dela. A primordial responsabilidade do homem e para com sua esposa. Seu amor por ela o capacita a dar a si mesmo por ela.

O amor dele é também é purificador. O marido jamais pede a esposa para fazer algo que a rebaixe ou fira. Seu cuidado amoroso pela esposa é comparado ao amor que tem pelo próprio corpo. O homem indubitavelmente cuida do próprio corpo e o alimenta. Um marido amo-roso não tenta fazer a esposa servi-lo nem tampouco certifica-se de que seu próprio conforto esteja assegurado; ele não a ama por conveniência própria. Não considera a esposa como um tipo de empregada permanente que simplesmente cozinha, banha e educa os filhos. Antes, o marido amoroso vê a esposa como uma pessoa a quem deve valorizar e fortalecer. Um amor dedicado é um amor que serve. O amor do marido deve ser copiado do amor dedicado de Cristo.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº. 6

Você concorda ou discorda...

1. A Escritura ensina que o marido é o cabeça da família. Portanto, a esposa deve ser submissa e obediente ao marido em tudo, mesmo que ele seja descrente.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo totalmented. Discordo em parte

2. Como o homem é o cabeça da família, e sua liderança é copiada da de Cristo, o marido deve, portanto, ser o “chefe” da esposa.

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a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo totalmented. Discordo em parte

3. Esta certo para o marido exigir obediência ou mandar a esposa respeitar sua autoridade.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo totalmented. Discordo em parte

4. Geralmente, o marido deve ter a última palavra quando ele e a esposa não conseguirem chegar a um acordo quanto a uma decisão que precise ser tomada.

a. Concordo plenamenteb. Concordo em partec. Discordo totalmented. Discordo em parte

Reescreva agora, em folha de papel separada, cada uma dessas afirmações, indicando seu modo de pensar e sua convicção.

Aonde Nos Leva Isso Tudo?Ao estudar a passagem de Efésios 5:22-33, deve lembrar-se de aplicar essas

verdades de maneira muito especifica e pessoal. Não se preocupe com a parte do seu cônjuge. Concentre-se sobre sua própria responsabilidade em seu casamento, de acordo com o que a Palavra de Deus ensina. Todos nós gostamos de aplicar as Escrituras às “outras pessoas”. Aplicá-las à própria pessoa geralmente torna-se muito incômodo. E em Efésios 5, Paulo realmente “incomoda”.

Por exemplo, algumas esposas reagem ao ensinamento de Paulo em Efésios, dizendo: “Serei submissa ao meu marido se ele fizer a parte dele e me amar da maneira como desejo ser amada”.

Mas em Efésios 5:21-24, Paulo não diz isso. Ele diz às esposas, em outras palavras: “Esqueça-se do que o homem deve fazer e preocupe-se com sua própria responsabilidade. Não baseie suas atitudes e ações na idéia de que, se seu marido fizer isto, você fará aquilo. Suas atitudes e ações devem ser resultado de sua dedicação e obediência a Cristo que deveria estar no centro do seu casamento".

A mesma coisa é verdadeira para os maridos. Alguns homens tomam o que Paulo ensina e deduzem que: “Sou o chefe aqui em casa. Minha esposa tem de me obedecer. A Escritura está do meu lado”.

Mas observem em Efésios 5:22-33 que Paulo não enfatiza a autoridade do marido sobre a esposa. Antes, ele focaliza a responsabilidade de o marido ter pela esposa um amor que se doa a si mesmo. Paulo, um mestre da ilustração, relembra ao marido que ele ama a seu próprio corpo; ama a esposa tanto assim? Cristo amou Seu “corpo”, a Igreja. Ele deu o exemplo que o marido deve seguir.

Como marido, você não exige obediência. Você não dá ordens à sua esposa para que ela respeite sua autoridade. Você não diz: “Seja submissa e obediente e então amá-la-ei como a Escritura me diz para fazer”. Antes, você focaliza sua responsabilidade de dar amor. Dá à sua esposa a liberdade de decidir submeter-se a você. Submissão, segundo Paulo, é responsabilidade dela, não sua. E, é claro, ao se submeter, ela devolve seu amor livre e alegremente, por saber-se amada.

Em Efésios 5:33, Paulo coloca seu ensinamento em uma frase sucinta: Portanto, eu torno a dizer: um homem deve amar sua esposa como parte de si

próprio: e a esposa deve cuidar de respeitar profundamente o marido — obedecendo, elogiando-o e honrando-o (A Bíblia Viva). Marido e esposa, eis aqui a receita para um casamento verdadeiramente feliz. Desincumba-se da própria responsabilidade e dê a seu cônjuge a liberdade

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de desincumbir-se da dele ou dela. Então, vocês construirão um casamento no qual os dois estarão livres para comunicar.se franca e honestamente. Com boa comunicação, não haverá falta de liderança. Á medida que o marido e a esposa desempenham os respectivos papéis que a Bíblia lhes dá, o amor e a submissão se entrelaçam. O resultado é uma atmosfera de confiança e segurança onde os dois parceiros crescem e amadurecem da forma como Deus planejou.

QUAL É O SEU PLANO?Se você e seu cônjuge estiverem estudando juntos este livro, obterão melhores

resultados se completarem o material que se segue, individualmente, e depois discutirem juntos as respostas. Ao compararem idéias, sentimentos e atitudes, alcançarão novos patamares de comunicação e compreensão em seu casamento.

Separe esta semana para estudar Efésios 5:22-33. Leia a passagem duas ou três vezes, e depois complete o que se segue:

1. Enumere as instruções dadas à esposa. Descreva detalhadamente o que elas significam no seu caso particular.

2. Enumere as instruções dadas ao marido. Descreva detalhadamente o que elas representam para você.

3. Quais você acha que serão as conseqüências se um ou outro dos cônjuges deixar de seguir essas instruções? Seja específico.

4. Como você acha que as diretrizes dadas em Efésios 5:22-33 se comparam às atitudes dos cônjuges no mundo de hoje?

5. O que você deve mudar ou acrescentar no seu estilo de vida para que fique de acordo com as instruções dadas em Efésios 5:22-33? Descreva o que terá de mudar ou acrescentar com alguns detalhes. O marido poderia dizer:

Posso mostrar mais amor perguntando à minha esposa aonde ela gostaria de ir nas próximas férias.

Posso levar em consideração os sentimentos e opiniões dela quando chegar a hora de decidir sobre o novo carro.

Posso sentar e conversar com minha esposa acerca de algo que lhe interesse.Posso dizer-lhe que a amo.Acrescente suas próprias idéias sobre coisas que deseja dizer e mudanças que

deseja fazer...

A esposa poderia dizer:Posso tentar descobrir as necessidades de meu marido e garantir que sejam

satisfeitas.Posso tomar cuidado com meu tom de voz quando ele chegar tarde a casa do

trabalho, e não tiver me chamado para avisar que isso iria acontecer.Posso apoiá-lo, animando-o e edificando-o em áreas onde ele não esteja muito

seguro de si.

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Acrescente suas próprias idéias sobre coisas que deseja dizer e mudanças que deseja fazer...

Efésios 5 deixa bem claro que o marido deverá ser o líder amoroso do lar e que a esposa deverá submeter-se amorosamente à sua liderança. São princípios grandiosos, mas como funcionam nas situações corriqueiras da vida diária? Por exemplo, como afetam as dezenas de decisões que precisam ser tomadas diariamente?

Segundo o especialista em famílias Nathan Ackerman, “As funções dos papéis familiares que se esperam do homem e da mulher são quase sempre, obscuramente delineadas. Questões de cooperação, divisão das tarefas, e distribuição da autoridade são, por conseqüência confusas. Os pais competem um com o outro, temendo ser passado para trás. Nenhum dos dois tem certeza, mas cada um deles individualmente aparenta competência superior. Paradoxalmente, cada qual passa para o outro a responsabilidade pelas decisões. O atrito da competição reduz a empatia, distorce a comunicação, danifica a reciprocidade do apoio e do compartilhamento, e

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diminui a satisfação das necessidades pessoais. Na realidade, a cooperação inteligente declina e os bate-bocas e a recriminação aumentam. A conseqüência inevitável é a progressiva alienação emocional nas relações entre os pais.

“Estando o pai ausente durante a maior parte do dia, a mãe assume a posição dominante do lar.

“O pai dedica todas as suas forças a mostrar-se bem-sucedido como homem. Ele vai em busca do que tem sido chamado de "culto suicida da masculinidade". Para provar seu valor, não basta ser homem; tem de ser um super-homem. No trabalho diário, serve algum tipo de organização industrial gigantesca, ou então é um lobo solitário na guerra selvagem da competitiva empresa moderna. Quanto mais bem- sucedido for, mais temerá o fracasso. Traz para casa as preocupações do trabalho. Com as forças exauridas por esforços insanos, sobra-lhe pouca resistência emocional para poder livremente dar de seu amor à esposa e filhos.

“Ele deseja ser fortalecido em preparação para a batalha do amanhã, mas encontra a esposa absorvida com as próprias ocupações. Sente-se abandonado e sozinho e enraivecido por sua esposa compreendê-lo tão pouco. Ela o repreende por não assumir papel de maior responsabilidade na família. Ela exige mais consideração por si mesma e pelos filhos. Sente-se culpada pelas dificuldades que tem com os filhos, mas nega essa culpa e a projeta sobre o pai. Papai a assume. Ele acha que realmente deve ser culpa dele. Apesar de confuso e bravo, ele apazigua a mãe por precisar tanto dela. Tenta ser útil para merecer a boa vontade da esposa.

“Portanto, os pais agem de forma pouco natural. Desconfiam de qualquer demonstração franca de emoção, que consideram uma fraqueza. O fluxo livre de emoções é considerado perigoso, como se toda emoção fosse equivalente a algo mau e destrutivo. Assim, deve ser controlada. A ansiedade acerca da perda do controle é constante. Sentimentos ternos são evitados ou, se expressos, são ignorados, pois indicam fraqueza e a ameaça da perda do controle. Dessa forma, o comportamento dos pais torna-se supercontrolado, forçado, e com menor vitalidade. Ambos estão sobrecarregados de ansiedade, culpa e dúvida. Têm medo da vida e perderam o prazer de brincar e o senso de aventura. Acomodam-se a um modo de vida estereotipado, a uma segura conformidade à rotina. Esforçam-se para não ficar por baixo dos vizinhos, adquirindo todos os adereços externos do sucesso convencional - uma casa ou apartamento, um carro, as últimas bugigangas lançadas”.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 7Como você se sente acerca de quem toma as decisões cm sua Família? (Faça um

circulo em torno da afirmação apropriada.)

a. Sinto-me confortável acerca de quem toma as decisões.b. Não gosto de tomar decisões.c. Sinto que tomo decisões em número excessivo.d. Sinto que não tomo um número suficiente de decisões.e. Reluto em deixar de tomar quaisquer das decisões que agora são minha

responsabilidade.f. Decisões? Que decisões?

Quem É o Responsável?Papéis indefinidos e confusão acerca de quem é responsável por coisas tais como

tomar decisões, disciplinar as crianças, ou cuidar do dinheiro realmente causam muitos problemas conjugais. Mas como podem marido e mulher ficar sabendo o que fazer acerca da tomada de decisões e outros problemas práticos sobre ‘‘quem é o responsável?’’

James Jauncey, em seu livro Magic in Marriage (Magia no Casamento) mostra que o marido e esposa cristãos têm ajuda específica para os problemas cotidianos, não somente através das diretrizes das Escrituras, mas também pela presença diária do Espírito Santo. Diz Jauncey: “Deus, através do Seu Espírito Santo, procura o nosso perfeito bem-estar e felicidade. Raramente faz isto mediante um ato sobrenatural. Pelo contrário, procura permear nosso pensamento até que nossos juízos sejam os dEle.

No casamento, Ele tem duas pessoas através das quais trabalha. A autoridade do marido não traz a infalibilidade em seu bojo. Como os dois se tornaram ‘uma só carne’, a orientação tem de vir através de ambos. Isto significa que, exceto em casos de emergência, as decisões que afetam toda a família não deveriam ser levadas a efeito até que sejam unânimes”.

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Esta é também a opinião de Lionel Whiston. Em seu livro Are You Fun To Live With? (É Divertido Viver com Você?), ele diz: “O método mais produtivo e ideal de tratar das decisões é, sem dúvida alguma, o de tomá-las juntos sob a direção de Deus. Isto elimina a possibilidade de um deles assumir áreas de responsabilidade em desafio patente, em segredo, por chantagem emocional, ou constantemente aplacando o parceiro agressivo.

“O prelúdio a decisões tomadas sob a direção de Deus é a dedicação dos cônjuges a Ele, como indivíduos e como um par. Elas repousam sobre sabedoria e orientação que excedem as de qualquer um dos parceiros, reivindicados mediante a fé. Na prática, isso significa examinar todos os fatores envolvidos, ‘colocar todas as cartas sobre a mesa', incluir todos os dados pertinentes, motivos e desejos íntimos, o reconhecimento de qual dos dois tem mais experiência nessa área em particular, e as lições aprendidas no passado".

Este ponto de vista pressupõe que tanto um como o outro estão honesta e verdadeiramente buscando a vontade de Deus para suas vidas e que estão totalmente dispostos a segui-la. Muitas vezes, o marido ou a esposa decidem que é melhor se um ou o outro tomar as decisões em diferentes áreas de responsabilidade. Muitos maridos sábios, reconhecendo a capacidade e qualidades das esposas, delegaram responsabilidades e autoridade definidas nas áreas em que elas podem complementá-los melhor. Cada um deles confia nas qualidades e na sabedoria do outro. O que acontece quando o marido e a esposa não conseguem concordar acerca de uma decisão que deve ser tomada? Nesses casos, talvez seja melhor que o marido decida. Isso não significa que será a melhor decisão, mas Deus pedirá contas por ela ao homem, e não à mulher.

As diretrizes bíblicas para a tomada conjunta de decisões são dadas em 1 Pedro 3: 1-9, uma passagem com muitas sugestões prática especificas, onde o apóstolo Pedro fala sobre o que os cônjuges devem fazer e ser. Pedro termina o segundo capítulo de sua primeira carta com uma descrição comovente de como Cristo Se submeteu ao sacrifício e ao sofrimento. Ele deu um exemplo pessoal para todos os cristãos seguirem. (Veja 1 Pedro 2: 21.) Então, Pedro começa o capítulo 3 com aplicações práticas de como seguir o exemplo de Cristo, dizendo:

1. Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vossos maridos, para que, se alguns deles ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos, sem palavra alguma, por meio do procedimento de suas esposas,

2. ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor.3. Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado dos cabelos,

adereços de ouro, aparato de vestuário;4. seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um

espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.5. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram outrora as santas

mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seus próprios maridos,6. como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós

vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.7. Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e,

tendo consideração para com a vossa mulher, como a parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.

8. Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes,

9. não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênçãos por herança.

Por Que Tanto Conselho às Esposas?

É interessante notar que o conselho que Pedro dá às esposas nesta passagem é seis vezes mais comprido que o dado aos maridos. Há uma razão para isto. Na época em que Pedro escreveu, se o marido se tornasse cristão, a esposa automaticamente o seguiria à igreja. Mas se a esposa se tornasse crente, isso criaria tensões e dificuldades. Nos dias de Pedro, homens e mulheres não ocupavam posições iguais na família.

Essa desigualdade estava refletida até na forma da oração matutina judaica. Uma das frases que o judeu orava todas as manhãs era: “Agradeço a Deus por não me ter feito gentio, ou escravo ou mulher”. A opinião acerca das mulheres que permeava toda a lei judaica era a de que a mulher não era uma pessoa, e sim um objeto. Ela não tinha direitos legais; ficava totalmente como propriedade do marido, para que este fizesse com ela o que bem entendesse!

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Bem, em teoria, os judeus tinham um alto ideal do casamento. Os rabinos diziam: “Todo judeu deve entregar a sua vida antes de cometer idolatria, assassinato ou adultério”. “Até o altar derrama lágrimas quando um homem se divorcia da mulher da sua mocidade”. A teoria era muito bonita! A realidade, porém, no tempo de Cristo, era que o divórcio era tragicamente fácil!

As leis que regiam o divórcio naquela época eram estranhas. A esposa não tinha direito algum de se divorciar, a não ser que seu marido se tornasse leproso, ou apóstata, ou se envolvesse em algum ‘‘comércio repugnante”. Mas, segundo a lei, o marido podia divorciar-se da esposa por quase qualquer motivo. A esposa ficava impotente e indefesa.

E todo o processo de obter o divórcio era muito fácil. A lei dizia que o homem que desejasse divorciar-se da esposa tinha de entregar-lhe um decreto de divórcio que dizia: “Que esta seja de minha parte sua carta de divórcio e carta de despedida e decreto de liberação, para que você possa casar-se com qualquer homem que desejar”. O marido entregava o decreto de divórcio à esposa na presença de duas testemunhas e o casamento estava desfeito.

No mundo grego nos tempos de Cristo, a situação era pior ainda. As mulheres das classes respeitáveis na Grécia levavam uma vida de absoluta separação. Não tomavam parte alguma na vida pública; jamais apareciam sozinhas nas ruas; nem mesmo compareciam às refeições ou ocasiões sociais. Cada mulher tinha seus próprios aposentos onde ninguém além do marido podia entrar. Era responsabilidade do homem manter a mulher em separação para que ela visse o mínimo possível, ouvisse o mínimo possível e perguntasse o mínimo possível. Companheirismo e comunhão no casamento simplesmente não existiam naqueles dias. O homem encontrava esses prazeres em outros lugares.

Pedro estava ciente de todas essas condições ao falar às senhoras sobre como ser boas esposas, mesmo que fossem cristãs e seus esposos não. O conselho não é profundo; é surpreendentemente simples. Seja uma boa esposa. Só isso. Nada mais. Nada menos. Pela pregação silenciosa do seu comportamento, a esposa cristã ganharia a seu marido.

Muitas mulheres cristãs já caíram na armadilha de se transformarem em um toca-fitas ambulante. Elas virtualmente se lembram de cada palavra do sermão que o pastor pronunciou e, quando chegam em casa, papagueiam o que ouviram. Outras, em seus esforços de ganhar os maridos para Cristo, mencionam a Deus em cada sentença, e o marido sente que conversa normal é uma raridade. Ele ouve sermão até acerca de como Deus criou as vacas maravilhosas que tornam possível o bife que está em seu prato!

A esposa consegue mais mediante o comportamento cristão do que através do que fala. Conforme disse uma esposa: “Não contei a meu marido que aceitei ao Senhor. Quero esperar até que ele note tal mudança que pergunte: ‘O que está acontecendo com você? Por que está tão diferente?’ Então, quando eu lhe disser, será compreensível”.

Pedro, continuando, explica como a esposa deve fazer para se desincumbir bem de sua tarefa. Deve ser submissa. Isto significa que é voluntariamente altruísta. Uma boa esposa também é pura e respeitosa. Uma esposa respeitosa é a que jamais tenta dizer ou fazer qualquer coisa que desconcerte o marido ou que o faça sentir-se inseguro ou envergonhado. Ela se preocupa com o bem-estar dele, edificando-o ao invés de rebaixá-lo. A boa esposa é digna de confiança. Ela é fiel e não se envolve com o que é chamado de “flertes inocentes”.

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Um terceiro princípio desta passagem é o de que uma boa esposa sabe o que usar. Quando Pedro escreveu aqui, não estava dizendo às mulheres como deveriam se vestir. Estava simplesmente dando um princípio: a mulher bela é aquela que possui uma beleza e resplendor íntimos.

Segundo William Coleman: “Naturalmente, dentro do que pode ser considerado razoável, a mulher deseja ter uma aparência tanto moderna quanto atraente. Mas não deseja parecer impudente. Para muitas jovens mulheres, a ênfase parece estar na sexualidade. Que pena se elas jamais vierem a compreender a feminilidade!

“Sabe como uma rinoceronte fêmea escolhe seu macho? Ela é míope, por isso, quando vê seu namorado, a primeira coisa que faz é afastar-se. Em seguida, investe a uns quarenta quilômetros por hora, atingindo-o no lado e derrubando-o ao chão. Depois, passa a cutuca-lo e pisoteá-lo. Quando estiver literalmente sangrando e ferido, ele capta a mensagem: ‘ela me ama!’

“Não é assim a mulher cristã. Ela é feminina, delicada, doce e bondosa porque conhece a feminilidade. Muito poucos homens há que gostariam de estar casados com um sargento instrutor”.

Pedro não queria que a mulher cristã chamasse a atenção só por ser mulher. Pelo contrário, ele a estimulava a desenvolver uma beleza íntima que refletisse feminilidade, delicadeza, consideração e amor.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 8(Só Para as Esposas)1. Primeira Pedro 3:1-6 dá diversas sugestões especificas sobre co• mo a esposa

pode desempenhar seu papel no relacionamento conjugal. Para aplicar essa mensagem a você própria, complete as seguintes sentenças:

Sou submissa a meu marido quando...

Respeito meu marido quando...

Demonstro um espírito manso e tranqüilo quando...

2. A seguir, damos quatro palavras que Pedro usou para as esposas. Quais delas dizem algo acerca da tomada de decisão em seu casamento? Por que?

Submissa

Respeitosa

Mansa

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Tranqüila

3. As palavras que Pedro usou para as esposas — submissa, respeitosa, mansa e tranqüila — indicam que você deve sempre deixar que seu marido tome as decisões na família? Por quê? Por que não?

4. Faça um círculo em torno dos sentimentos que são parte de você.

Ao ouvir meu marido, sinto-me confortável.Sempre As vezes Raramente Nunca

Gostaria que meu marido desse mais ouvidos ás minhas idéias.Sempre As vezes Raramente Nunca

Eu realmente tenho a melhor compreensão sobre como tratar da disciplina dos filhos.

Sempre As vezes Raramente Nunca

Acho que é importante deixar que meu marido sinta que é o líder, embora eu faça a maior parte do planejamento.

Sempre As vezes Raramente Nunca

Nos dias de hoje, não se deve esperar que a esposa realmente obedeça ao marido.Sempre As vezes Raramente Nunca

Gosto de sentir que meu marido é o líder em nossa família; isso me faz sentir segura.

Sempre As vezes Raramente Nunca

Gostaria que meu marido me ajudasse mais na parte de lidar com o dinheiro.Sempre As vezes Raramente Nunca

Pedro Fala aos MaridosO apóstolo Pedro usa apenas um breve parágrafo — 1 Pedro 3:7 — para se dirigir

aos maridos, mas dá muito conselho valioso.Primeiro, o marido deve ser compreensivo. Isto significa que ele se dispõe a ouvir

o ponto de vista da esposa. Está disposto a pensar com ela. Ë sensível aos sentimentos, estados de espírito e idéias dela. Ele tenta descobrir as necessidades da esposa para poder satisfazê-la e fazer o que é melhor para ela. Vemos aqui que a atitude altruísta é importante da parte do marido bem como da parte da esposa.

Segundo, o marido deve ser o protetor. Reconhecendo que a esposa não é tão robusta fisicamente quanto ele, o marido cristão não deve deixar a esposa trabalhar demais. Ele sabe quando deve levá-la para jantar fora, ou mesmo para passar um fim de semana fora, sem as crianças. (Isto é bom tanto para o marido quanto para a mulher!) O marido também não deixa os filhos serem desrespeitosos para com a mãe. Ele trata a esposa com respeito, amor e consideração, e a protege de situações que possam feri-la.

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Em terceiro lugar, Pedro diz aos maridos para se lembrarem de que as esposas têm direitos espirituais iguais aos deles. São co-herdeiras graça de Deus. Deus ama as esposas tanto quanto ama aos maridos.

O que acontece quando os maridos não seguem as instruções de 1 Pedro 3? O apóstolo explica uma conseqüência significativa, dizendo: “para que não se interrompam as vossas orações”. Em outras palavras, se seu relacionamento com os outros não estiver certo, não estará certo para com Deus.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 9(Só Para os Maridos)1. Primeira Pedro 3:7 dá sugestões específicas sobre como o marido pode

desempenhar seu papel no relacionamento conjugal. Para aplicar a si mesmo esta passagem, complete a parte que se segue:

Demonstro consideração e compreensão por minha esposa através de...

Eu a honro e protejo quando...

Trato minha esposa como igual espiritualmente por...

2. A seguir, damos três afirmações-chaves de Pedro para os maridos. O que elas lhe dizem quanto à tomada de decisões dentro do seu casamento?

Seja compreensivo.

Seja protetor.

Saiba que Deus ama sua esposa tanto quanto ama você.

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3. Será que o fato de ser um protetor compreensivo que sabe que Deus ama a sua esposa tanto quanto ama você sugere que você deve tomar todas as decisões na família? Por quê? Por que não?

4. Assinale os sentimentos que são parte de você:

Escuto minha esposa confortavelmente.Sempre As vezes Raramente Nunca

Minha esposa tem idéias estranhas.Sempre Ás vezes Raramente Nunca

Gostaria que minha esposa desse mais ouvidos a mim e às minhas idéias.Sempre Às vezes Raramente Nunca

Temo que meu papel de disciplinador me faça parecer “malvado” aos olhos de meus filhos.

Sempre As vezes Raramente Nunca

Prefiro não falar sobre quem é o líder em nossa casa.Sempre As vezes Raramente Nunca

Algumas tarefas de casa são definitivamente femininas e outras definitivamente masculinas.

Sempre As vezes Raramente Nunca

Comece a Fazer Algumas Mudanças — em Si MesmoObserve que em 1 Pedro 3: 8,9, o apóstolo mostra as características que fazem

parte do relacionamento conjugal quando o marido e a esposa estão vivendo de acordo com o plano de Deus. Ele diz: “Vocês deveriam ser como uma só família grande e feliz, cheios de simpatia uns para com os outros, amando uns aos outros com corações ternos e mentes humildes”.

Leia essas diretrizes de 1 Pedro, pensando sobre si próprio. Compare as instruções de Pedro para cada um dos cônjuges com o que está acontecendo no seu casamento neste exato momento. E a esposa respeitosa e submissa às opiniões do marido? É o marido cuidadoso, forte, compreensivo e amoroso, protegendo a esposa das pressões e golpes da vida? Quem, exatamente, está tomando as decisões? Está um dos cônjuges tomando todas elas, sem realmente tentar comunicar ou compartilhar idéias?

Talvez você veja mudanças que precisam ser feitas. Talvez seja mais fácil ver as mudanças que o seu cônjuge deveria efetuar. Mas como é que você pode começar?

Não comece com seu cônjuge.Comece com você próprio.“Antes de poder ter qualquer esperança de mudar seu cônjuge, você precisara

efetuar algumas mudanças muito cruciais.“Já que criticar e sugerir mudanças servem apenas para agravar o problema por

diminuir a compreensão, amor e aceitação entre vocês dois, abandone esses métodos. Pare com tudo. Tome a resolução de dar os mais perfeitos amor e aceitação possíveis — sem condições. Mas, então, se você não pode criticar e corrigir o outro, como poderá agir?

“Sendo uma outra pessoa, diferente. Ao invés de aceitar com re£ervas expressas ou não, aceite-o a genuinamente conforme o que prometeu naquela cerimônia distante. Promessas nada representam se não se tornarem um modo de vida — uma dedicação diária à vida. E o que prometeu não foi educar, reformar e reestruturar seu cônjuge, mas sim amar. O compromisso crucial do casamento é o juramento de ser o companheiro certo para a outra pessoa. Esqueça se você ‘encontrou a pessoa certa’. Quem pode dizer? Quem pode saber? E daí, se você encontrou ou não exatamente-a-pessoa-bem-bem-certa-e-perfeita-para-o-maravilhoso-você?

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“Que espécie de pessoa você está sendo? Está você se dedicando a ser cônjuge certo aqui e agora? Faça isso, seja isso e você efetuará uma mudança para melhor nos dois. Quase instantaneamente".

QUAL É O SEU PLANO?Se você e seu cônjuge estiverem estudando este livro juntos, obterão melhores

resultados se completarem o material que se segue individualmente e depois discutirem juntos as respostas. Ao compararem idéias, sentimentos e atitudes, chegarão a novos patamares de comunicação e compreensão em seu casamento.

Separe tempo esta semana para estudar 1 Pedro 3:1-9. Leia passagem duas ou três vezes e observe palavras ou frases que lhe pareçam especialmente significativas. A seguir, complete o que vem em seguida em um caderno pessoal:

1. Descreva o comportamento ou atitude que você deseja mudar (por exemplo: querer sempre ficar com a última palavra, querer tomar todas as decisões mais importantes, sentir que seu modo de ser é realmente o melhor, etc.).

2. Enumere diversas razões pessoais para deixar de ter esse comportamento ou atitude. O que significará pessoalmente para você mudar isso?

3. A motivação para mudar é muito importante. Dentre todos os motivos que você tem para deixar esse comportamento ou atitude, escolha o mais importante deles. Escreva-o aqui.

4. Comece a pensar sobre como você deve mudar seu comportamento se desejar ser bem-sucedido. Escreva aqui essas idéias.

5. Adote uma atitude positiva. Qual tem sido sua atitude para com esse tipo de mudança no passado? Descreva-a. Como fará para que sua nova atitude seja diferente? Escreva-a aqui.

6. Muitas vezes, quando eliminar um comportamento ou atitude que você não aprecia, ficará em seu lugar um vácuo ou vazio. Freqüentemente, a pessoa prefere o comportamento mau e fraco a este vazio, por isso reverte ao padrão anterior. Para que isso não aconteça, resolva que comportamento positivo você deseja colocar no lugar do negativo que está eliminando. Descreva esta atitude de comportamento positivo.

7. Procure passagens que o ajudarão nesta área problemática e em sua determinação de mudar. Leia Efésios 4:31, 32. Escolha qualquer palavra ou pensamento que o encoraje ou que lhe dê uma diretriz específica. A leitura de Filipenses 4:13, 19 animá-lo-á.

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“Mas, por que não conseguimos nos comunicar?”.

Essa pergunta é ouvida com freqüência, especialmente por parte de maridos e esposas. Mas antes de perguntar “Por que não existe comunicação?”, separe algum tempo para perguntar a si próprio: “O que a palavra comunicação significa para mim?”.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 10Para mim, comunicação significa...

Comunicação É um ProcessoHá muitas definições de comunicação. Uma delas, muito simples e excelente, é a

de que comunicação é um processo (verbal ou não de compartilhar informação com outra pessoa de uma forma tal que ela compreenda o que você está dizendo. Falar e ouvir e compreender, tudo isso está envolvido no processo de comunicação.

Um dos problemas-chaves para as pessoas se comunicarem é o fazer-se compreender. (Veja quadrinho na outra página.) Freqüentemente achamos que compreendemos o

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que nosso cônjuge está dizendo, mas muitas vezes o que ouvimos não é o que ele ou ela está querendo dizer. Na realidade, pode ser que nem mesmo nossos cônjuges saibam certeza o que estão querendo dizer, para começo de história!

Quando você pára para pensar em tudo que está envolvido em transmitir sua mensagem, fica óbvio por que mal-entendidos ocorrem tanta freqüência. Especialistas em comunicação mostram que quando você conversa com outra pessoa, há na verdade seis mensagens que podem ser transmitidas.

1. O que você quer dizer.2. O que você realmente diz.3. O que a outra pessoa ouve.4. O que a outra pessoa pensa que ouve.5. O que a outra pessoa diz acerca do que você disse.6. O que você acha que a outra pessoa disse acerca do que você disse.Desanimador? Bastante. Mas isso ilustra por que a comunicação é tantas vezes

trabalho árduo. Queremos que a outra pessoa não apenas ouça, mas compreenda o que queremos dizer. O antigo provérbio:

“Diga o que realmente pensa e realmente pense o que diz” é um objetivo importante, mas difícil de ser atingido.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 11Aqui estão três perguntas que o ajudarão a pensar sobre sua própria pessoa como

comunicador.

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1. É difícil para você comunicar-se com seu cônjuge?

Freqüentemente Ás vezes Quase nunca

2. O seu cônjuge parece ter dificuldade em compreender o que você está querendo dizer?

Freqüentemente Ás vezes Quase nunca

3. O que você acha que seu cônjuge diria acerca de sua capacidade de comunicar-se?

Ótima Mais ou menos Impossível

Para Comunicar — Escute Mais, Fale MenosEm seu livro Herein Is Love (Nisto Está o Amor), Reuel Howe diz: “Se existe

qualquer critério indispensável com o qual todo jovem casal deva iniciar sua vida em conjunto, é o de tentarem manter abertos, a qualquer preço, os canais de comunicação entre eles". Infelizmente, é bem comum essas linhas caírem. Às vezes, a quebra na comunicação deve-se ao fato de o marido e/ou a esposa não estarem dispostos a falar sobre aquilo que está acontecendo na vida dele ou dela. Mas, com igual freqüência, resulta de os cônjuges não ouvirem de verdade quando o outro está falando. Não pode haver canais potentes de comunicação sem que se ouça de verdade.

Já foi sugerido que ouvir atentamente com a boca fechada é uma aptidão básica de comunicação, necessária nos casamentos. Considere seu próprio modo de comunicar. Você ouve? Quanto do que é dito você escuta? Foi estimado que geralmente a pessoa ouve apenas cerca de 20 por cento do que é dito, O que está envolvido no ouvir eficaz?

Ouvir quer realmente dizer que, quando alguém está falando, você não está pensando sobre o que vai dizer quando o outro parar de falar. Pelo contrário, você está totalmente sintonizado naquilo que a outra pessoa está dizendo. Disse Paul Tournier: “Como é bela, como é grandiosa e libertadora esta experiência, quando duas pessoas aprendem a ajudar-se mutuamente. É impossível superestimar a imensa necessidade que têm os seres humanos de serem verdadeiramente ouvidos”.

Ouvir é mais do que esperar educadamente sua vez de falar. É mais do que ouvir palavras. Ouvir de verdade é receber e aceitar a mensagem á medida que esta é enviada—tentando compreender o que a outra pessoa realmente quer dizer. Quando isto acontece, você pode ir além de dizer: “Estou ouvindo você”. Pode dizer: “Estou ouvindo o que você quer dizer”.

Embora ouvir seja normalmente considerado a parte passiva da comunicação, isso não é verdade. Ouvir com sensibilidade é abrir-se para a outra pessoa, importando-se ativamente com o que ela diz e o que ela quer dizer.

No livro After You’ve Said l Do (Depois de Ter Dito o Sim), Dwight Small ressalta que ouvir não é natural para nós, tampouco, é coisa fácil para a maioria das pessoas. Ouvir não é nossa preferência natural. A maioria das pessoas prefere ser a que está falando. Gostamos de expressar nossas idéias. Sentimo-nos mais confortáveis ao identificarmos nossa posição, afirmando nossas opiniões e sentimentos. Na verdade, a maioria das pessoas não deseja ouvir tanto quanto deseja falar e ser ouvida. Devido a isto, concentramo-nos mais em conseguir colocar uma palavrinha na conversa do que em dar nossa atenção total ao que a outra pessoa está dizendo. Também, com demasiada freqüência, filtramos os comentários dela através de nossas próprias opiniões e necessidades.

Por exemplo, a esposa menciona que está cansada do serviço doméstico. O marido ouve o que ela diz, mas a mensagem que recebe é a de que ela está infeliz porque ele não está podendo pagar alguém para ajudá-la como a mãe dela tem. Não era isso que a esposa tinha em mente, mas é o que o marido ouviu. Desde que se casaram, ele tem estado amolado porque não pode pagar alguém para ajudar a esposa como o faz o sogro. E fácil perceber como a mensagem recebida foi diferente da que a esposa verdadeiramente enviou. Mensagens filtradas raramente são exatas e causam muito mal-entendido.

Quando tanto o marido quanto à esposa compreendem a importância de ouvir objetivamente, e dar ao outro toda atenção, estão dando grandes passadas em direção ao estabelecimento de canais potentes de comunicação.

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O QUE VOCÊ ACHA? Nº 12Como você se descreveria como ouvinte?

1. Quando seu cônjuge fala com você, você tem dificuldade em evitar que sua mente divague por outros assuntos?

Sim Não Às vezes

2. Quando seu cônjuge fala, você vai além dos fatos sendo discutidos e tenta sentir como ele ou ela está se sentindo acerca da questão?

Sim Não Às vezes

3. Algumas coisas ou frases no que seu cônjuge diz predispõem sua mente de tal forma que você não consegue ouvir com objetividade o que está sendo dito?

Sim Não Às vezes

4. Quando fica intrigado ou aborrecido com o que seu cônjuge diz, tenta esclarecer o problema assim que possível?

Sim Não Às vezes

5. Se você sentir que muito tempo e esforço seriam requeridos para compreender algo, faria de tudo para evitar ouvir falar a respeito do assunto?

Sim Não Às vezes

6. Quando seu cônjuge fala com você, você tenta fazê-lo/la pensar que está prestando atenção, quando na realidade não está?

Sim Não Às vezes

7. Quando está ouvindo a outra pessoa, você se distrai facilmente com outras coisas que vê ou ouve (tal como a televisão)?

Sim Não Às vezes

Releia suas respostas. Elas lhe dão algum indício do que pode fazer para melhorar suas atitudes e aptidões em ouvir?

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A Bíblia Fala do Poder da PalavraAs crianças, quando começam a freqüentar a escola, logo aprendem a repetir o

versinho: “Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras não podem me ferir”. Entretanto, a experiência logo as ensinará que isso não é verdade. As palavras podem ferir as pessoas, e freqüentemente o fazem. A Bíblia reconhece isso e fala acerca do poder da palavra tanto no Antigo como no Novo Testamento.

Provérbio 18:21 declara o que muitos já descobriram: A morte e a vida estão no poder da língua. Provérbios 26:22 fala também de como as palavras podem realmente atingir a pessoa: As palavras do maldizente são comida fina que desce para o mais interior do ventre. Era isto que Jó estava sentindo quando clamou, cheio de frustração: Até quando afligireis a minha alma, e me quebrantareis com palavras? Ou, conforme encontrado em A Bíblia Viva: Até quando vocês vão me castigar com essas acusações falsas? Até quando encherão meu coração de tristeza? (Jó 19:2).

Tiago 3:2-10 fala a respeito do poder das palavras e por que é tão importante controlar a língua. Seguramente, encontramos aqui idéias-chaves para melhorar a comunicação dentro do casamento:

Se alguém pode dominar a sua língua, isso prova que ele tem perfeito domínio sobre si próprio em tudo o mais. Podemos fazer com que um cavalo grande se volte, e vá para onde quisermos, por meio de um pequeno freio em sua boca. E um leme minúsculo faz com que um navio enorme se volte para qualquer lado que o piloto queira que ele vá, mesmo que os ventos sejam fortes.

Assim também a língua é uma coisa pequena, mas que prejuízo imenso pode provocar! Uma grande floresta pode incendiar-se por meio de uma centelha pequenina. E a língua é uma chama de fogo. Está cheia de maldade e envenena todos os membros do corpo. E é o próprio inferno que ateia fogo à língua, que pode transformar toda a nossa vida numa chama ardente de destruição e desastre.

Os homens têm domesticado, ou podem domesticar, qualquer espécie de animal ou ave que tem vida, e qualquer espécie de serpente e de peixe, mas nenhum ser humano pode domar a língua. Ela está sempre pronta a expelir seu veneno mortífero. Umas vezes, a língua dá louvores ao nosso Pai celestial, e outras ela rompe em maldições contra os homens que são feitos à semelhança de Deus. E assim a bênção e a maldição vêm brotando da mesma boca. Queridos irmãos é evidente que isso não está certo! (A Bíblia Viva).

Tiago compara o poder da língua ao do leme de um navio. Comparativamente falando, o leme é uma parte pequena do navio, e, no entanto, pode voltar o navio para qualquer direção e controlar seu destino. O que os maridos e as esposas dizem um ao outro pode voltar seu casamento em diferentes direções (e, em alguns casos, fazer com que acabem rodando em um círculo vicioso).

Continuando a enfatizar o poder da língua, Tiago a compara a uma chama de fogo. Grandes florestas podem ser reduzidas a cinzas por uma pequena fagulha. Da mesma forma, o casamento pode ser danificado, e, em alguns casos, até mesmo “incendiado” por uma observação, ou (mais tipicamente) pelo hábito de continuamente cortar ou diminuir um ao outro.

As palavras realmente se espalham como o fogo. Você já tentou fazer cessar um boato? Já tentou alguma vez silenciar uma história maldosa depois de ela ter sido contada? Impossível! Quem pode desdizer as palavras ou apagar o que foi dito?

Tiago continua a enfatizar a dificuldade de controlar a língua quando escreve que a engenhosidade do homem conseguiu domar quase todo tipo de criatura vivente; e, no entanto, ele não conseguiu domar a própria língua! Segundo o dicionário, domar significa “controlar” e “tornar útil e benéfico”. O homem não foi capaz de fazer isso com a própria língua de forma abrangente.

Cada pessoa deve ser responsável por seu próprio programa de treinamento da língua. Controlar esse órgão precisa ser o objetivo constante para cada marido e esposa porque tudo o que for dito ajuda... Ou atrapalha; cura... Ou deixa marcas; edifica... Ou derriba.

Segundo as Escrituras, o marido ou esposa que simplesmente diz tudo o que está pensando ou sentindo sem considerar as conseqüências, está mesmo muito mal: Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele (Provérbios 29:20).

A primeira epístola de Pedro, capítulo 3, versículo 10 resume isso muito bem: Se vocês quiserem uma vida feliz, mantenham domínio sobre a língua e guardem os lábios... (A Bíblia Viva). Controlar a língua não é fácil se dependermos de nossas próprias forças, mas o cristão que depende do Espírito Santo para ensiná-lo e guiá-lo tem ajuda e forças muito além das

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suas. Lembre-se de que sensação gostosa você sente quando tem uma conversa confortável, do tipo “edificante” com seu cônjuge! Você se concentra em escolher as palavras que sejam bondosas e apropriadas para a hora e o propósito. E o outro faz a mesma coisa. E o resultado é que vocês se edificam mutuamente e você cria uma situação benéfica para si mesmo. Provérbios 25:11 descreve a beleza de um momento assim: Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Ou, como está escrito em Provérbios 15:23: ...É formidável poder dizer a coisa certa na hora certa (A Bíblia Viva).

A Bíblia também sugere maneiras de ouvir. A capacidade de usar bem as palavras não é tudo que é necessário para tornar a pessoa um comunicador eficaz. Um humorista anônimo já sugeriu certa vez que o Senhor criou o homem com uma boca e dois ouvidos e que talvez isto fosse uma indicação de quanto deveríamos falar e quanto deveríamos ouvir!

Provérbios 18:13 dá uma razão importante para se ouvir cuidadosamente: Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha. Segundo a Escritura, ouvir significa achar tempo para conhecer qual é a situação antes de tirar conclusões apressadas (e sair por aí com a língua engatilhada).

Tiago 1:19 diz para o cristão ser pronto para ouvir. Muitos de nós somos prontos para falar, mas temos pouco ou nenhum desejo de ouvir. Entretanto, uma das chaves de um casamento bem-sucedido é desejar escutar o que seu cônjuge tem a dizer. Você precisa esforçar-se para ouvir.

É certo que ouvir requer esforço, mas, ao mesmo tempo, ele nos liberta de nós mesmos e de nossos próprios interesses, e torna possível apreender o que a outra pessoa tem a dizer. Em tantos casos, a comunicação cai por terra no casamento porque cada um dos cônjuges está tão envolvido e escravizado por seus próprios interesses e idéias que deixa de tentar compreender o companheiro. E é claro que o resultado é que o companheiro não o compreende. Mas quando o marido e a esposa começam a ouvir um ao outro, uma coisa admirável acontece: começam a sentir-se compreendidos pelo outro.

Uma das dificuldades em ouvir é a de que uma das pessoas tenta adivinhar o que o outro vai dizer. É fácil pensar que sabe o que seu parceiro vai dizer, por isso você corta o que ele está dizendo e termina a sentença, ou interrompe a idéia dele com algo que está longe do que ele ou ela está querendo dizer. Com demasiada freqüência, o marido ou a esposa dá intempestivamente uma opinião que está a quilômetros de distancia da onda em que o parceiro está transmitindo. É isso que o escritor de Provérbios tinha em mente quando disse: Se você se apressa em dar sua opinião, antes de ouvir os fatos, está mostrando que é um tolo. Você devia se envergonhar! (Provérbios 18:13, A Bíblia Viva).

Para Compreender — Comunique!Em seu livro, A arte de Compreender o Seu Cônjuge, Cecil Osborne sugere

diversas maneiras pelas quais homens e mulheres frustram-se mutuamente no relacionamento conjugal. Por exemplo, as mulheres frustram os maridos quando “tomam as rédeas” ou assumem o controle, ou quando tendem a tornar-se emotivas durante uma discussão. Os homens também ficam frustrados quando as mulheres se recusam a abandonar os sonhos românticos da meninice.

Por outro lado, os homens frustram as esposas quando deixam de compreender as emoções algo voláteis das companheiras. As mulheres têm freqüentemente fortes mudanças de humor e podem ficar deprimidas ou contentes por causa de eventos que não afetam profundamente os homens. As mulheres ficam frustradas também quando os homens deixam de compreender que o que ele vê como “coisinhas à toa”, são geralmente “coisas importantes” para ela. Por exemplo, atividades externas do marido, tais como esportes, passatempos e até mesmo o trabalho, são freqüentemente fontes de frustração para a esposa.

Mas, conforme indica Osborne, a maior fonte de frustração para as esposas por causa dos maridos é o fato de que os homens não se comunicam com as esposas ou escutam o que elas dizem. E para sermos justos, pode ser este o caso com as esposas também.

Uma fonte adicional de frustração é o fato de que, com demasiada freqüência, os maridos e as esposas concentram-se no aspecto da fala na comunicação, por estarem excessivamente preocupados em transmitir as suas idéias. Ao fazer isto, deixam de ouvir a outra pessoa. Quando acontece isto, os maridos e as esposas não têm idéia real do que o outro está verdadeiramente pensando ou sentindo. Eles podem até falar, mas será que realmente estão dizendo alguma coisa? Ou ouvindo alguma coisa? Muitas conversas são dominadas por respostas como “hunhum’’, ‘‘sim”, e ‘‘entendo’’, e depois, cinco minutos mais tarde, tanto o marido quanto à esposa ficam tentando imaginar o que aconteceu.

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Essa falta de comunicação pode produzir problemas conjugais palpáveis. Na realidade, muitos conselheiros matrimoniais dizem que o problema número um do casamento é a comunicação deficiente.

O matrimônio é um relacionamento íntimo construído sobre a compreensão mútua, mas para verdadeiramente compreender outra pessoa, você precisa ser capaz de comunicar-se com ela. O marido e a esposa podem conhecer muita coisa acerca do outro sem realmente conhecer um ao outro. A comunicação é o processo que permite às pessoas se conhecerem, relacionarem-se uma com a outra, a compreenderem o verdadeiro significado da vida do outro.

QUAL É O SEU PLANO?Se você e seu cônjuge estiverem estudando juntos este livro, obterão melhores

resultados se completarem o material que se segue, individualmente, e depois discutirem as respostas em conjunto. Ao compararem as idéias, sentimentos e atitudes, vocês alcançarão novos patamares de comunicação e compreensão em seu casamento.

1. Desenhe um circulo em torno da frase que você acha que descreve a qualidade de comunicação em seu casamento:

a. não precisa melhorarb. muito eficazc. satisfatóriad. inconstantee. superficialf. frustradorag. muito inadequadaAgora, volte e sublinhe a frase que você acha que seu cônjuge escolheria.2. Enumere três coisas que você pode fazer para melhorar a comunicação entre

você e seu cônjuge. “Tenho planos de melhorar a comunicação da seguinte forma:

a.

b.

c.

Começarei a fazer essas três coisas em (data) _____________________________(hora)________________________________________________________________________”

3. Marque uma hora com seu cônjuge para sentarem-se juntos (talvez tomando um cafezinho) e planejarem como melhorar a sua comunicação. (data)_______________________________________(hora)_____________________________

Ao planejarem juntos o que vão fazer, não se esqueçam de incluir os quatro pontos seguintes:

a. Compartilhem e discutam suas respostas à pergunta 1, que fala da qualidade da comunicação no casamento.

b. Compartilhem também suas respostas à pergunta 2, que fala de como você está planejando melhorar a comunicação. Pergunte a opinião de seu cônjuge para saber se ele ou ela acha que sua sugestão vai realmente melhorar a comunicação. Se não, procurem idéias alternati-vas que os dois aprovem.

c. Comprometa-se a seguir seus planos para melhorar a comunicação e faça força nesse sentido por pelo menos uma semana.

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d. Estabeleça uma data para que, uma semana depois, sentem-se novamente para avaliar o sucesso de seu plano. Se necessário, revise então o seu pleno e repita o processo até que os dois sintam que a comunicação entre vocês está melhorando.

“Olhe, não quero falar a respeito disso, ponto final!” Já ouviu sua outra metade dizer algo assim? Você mesmo já disse isso alguma vez quando estava sem paciência (ou idéias) sobre o que dizer em seguida?

Há motivos básicos pelos quais muitos de nós não conseguem transmitir ao outro o que estão pensando ou não podem ser alcançados pelo outro. E há princípios bíblicos básicos que nos ajudarão a comunicar mais eficazmente.

Motivos Pelos Quais Não ComunicamosPor que razão algumas pessoas não se comunicam? Geralmente, elas têm quatro

complexos ou falhas básicas, como as que se seguem:

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1. Algumas pessoas não têm a capacidade de conversar com os outros. Nunca aprenderam a compartilhar francamente com outra pessoa e encontram dificuldade em achar as palavras certas.

2. Outras têm medo de expor o que sentem ou pensam. Não querem correr o risco de serem rejeitadas ou magoadas se alguém discordar delas. Esta é uma capa protetora. A capacidade de comunicar-se não está perdida quando os casais se afastam um do outro. É o desejo de comunicar-se que passa por uma mudança. Quando um ou o outro não deseja mais ser compreendido ou compreender, um afastamento ocorrerá.

3. Outros têm a atitude de que conversar não vai adiantar mesmo, portanto por que dar-se ao trabalho? Não conseguem fazer-se compreender pelo outro e por isso deixam de tentar.

4. Algumas pessoas não acreditam que elas próprias, como pessoas, tenham qualquer coisa a oferecer. Não acham que suas idéias têm qualquer valor. Têm o que é chamado de auto-imagem pobre e, como resultado, não expressam seus comentários e sentimentos pessoais. Têm dificuldade em aceitar-se.

Há ocasiões em que é fácil identificar os obstáculos à boa comunicação. Outras vezes, há uma mistura complexa de motivos que é difícil de se definir. Tente lembrar-se de uma situação na qual você e seu cônjuge não tenham conseguido comunicar-se. Qual foi o verdadeiro motivo?

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 13

1. Que motivo para não comunicar-se é aplicável a você?

a. não consigo conversar com os outrosb. temo expor meus pensamentosc. sinto que “não vale a pena”d. minhas idéias não valem nada

2. Que motivo para não comunicar-se é aplicável a seu cônjuge?

a. não consegue conversar com os outrosb. teme expor seus pensamentosc. sente que “não vale a pena”d. suas idéias não valem nada

3. Talvez você tenha outro motivo para não desejar comunicar-se. Se for assim, descreva-o em dez palavras ou menos.

Os Cinco Níveis de ComunicaçãoEm seu excelente livro Why Am I Afraid to Tell You Who I Am? (Por Que Tenho

Medo de Lhe Dizer Quem Sou?), John Powell afirma que nós comunicamos em pelo menos cinco níveis diferentes, que vão desde os clichês sem significado até a mais profunda honestidade pessoal. Complexos tais como o medo, a apatia ou uma auto-imagem empobrecida nos mantêm no nível dos clichês, mas se pudermos ficar livres de nossas fraquezas, podemos caminhar em direção a um nível mais profundo, mais significativo.

Os cinco níveis de comunicação de Powell incluem:5º Nível: Conversa de Clichês ou Chavões. Este tipo de conversa é muito seguro.

Usamos frases tais como: “Como vai você?” “Como está a família?” “Onde é que você tem estado?” “Gosto do seu terno.” Neste tipo de conversa, nada pessoal está sendo compartilhado. Cada uma das pessoas permanece segura por trás de sua proteção.

4º Nível: Relatando Fatos Acerca de Outros. Neste tipo de conversa contentamo-nos em contar aos outros o que alguém disse, mas sem oferecer comentário pessoal sobre esses fatos. Simplesmente relatamos os fatos como o noticiário das oito faz todos os dias. Compartilhamos fofocas e pequenas narrativas, mas não envolvemos nisso os nossos próprios sentimentos.

3º Nível Minhas Idéias e Julgamento. É aqui que começa um pouco da verdadeira comunicação. A pessoa está disposta a sair de seu confinamento solitário e arriscar-se a contar

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algumas de suas idéias e decisões. Ela ainda é cautelosa, entretanto, e se sente que o que está dizendo não está sendo aceito, bate em retirada.

2º Nível: Meus Sentimentos ou Emoções. Agora a pessoa compartilha como se sente a respeito dos fatos, idéias e julgamentos. Os sentimentos por trás dessas áreas são revelados. Se a pessoa quiser realmente compartilhar a si própria com outro indivíduo, precisa atingir o nível de compartilhar seus sentimentos.

1º Nível: Completa e Verdadeira Comunicação Emocional e Pessoal. Todos os relacionamentos profundos, especialmente os conjugais, devem ser baseados em franqueza e honestidade absolutas. Isto pode ser difícil de se atingir por envolver um risco — o risco de ser rejeitado por causa de nossa honestidade, mas é vital para o crescimento dos relacionamentos no matrimônio. Haverá vezes em que este tipo de comunicação será obtido e outras vezes em que a comunicação não será tão completa quanto poderia ser.

Estes são cinco níveis de comunicação sugeridos. Você é a única pessoa que sabe em que nível está ocorrendo à comunicação no seu casamento. Mas pergunte-se: “Como é a nossa comunicação? Em que nível estamos? Como podemos avançar para o Primeiro Nível em nosso relacionamento?”.

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O QUE VOCÊ ACHA? Nº 141. Escreva abaixo assuntos ou tópicos que você deseja discutir com seu cônjuge no

Primeiro Nível de comunicação — completa e verdadeira comunicação emocional e pessoal:

2. Agora escreva abaixo os assuntos ou tópicos que você não discute no Primeiro Nível:

3. O que o impede de comunicar-se em certos assuntos no Primeiro Nível?

4. O que você acha que pode ser feito a esse respeito? Enumere o que você pode fazer para ajudar seu cônjuge a compartilhar mais profundamente com você.

E Que Dizer da Comunicação com Deus?Temos estado a falar acerca da comunicação no caso especial que se refere ao

marido e à esposa. Mas que dizer a respeito da comunicação com Deus? Abrimo-nos completamente diante de Deus ou usamos os Níveis Quarto e Quinto de comunicação com Ele? Compartilhamos a nós mesmos com Deus? Falamos o tempo todo ou sentamo-nos e escutamos?

No casamento cristão, sabemos que três pessoas estão envolvidas — Deus, o marido e a esposa. Como pode ver no diagrama, temos um triângulo com Deus em cima ou no centro. Você pode ver também a palavra comunicação entre cada um dos membros aqui presentes. Se houver uma quebra na comunicação entre um dos membros e Deus, isso vai afetar a comunicação entre a pessoa e seu cônjuge. Se houver uma quebra na comunicação entre uma pessoa e seu cônjuge, isso afetará a sua comunicação com Deus! Os canais de comunicação entre Deus e seu cônjuge têm de ser mantidos abertos e você precisa trabalhar para mantê-los assim o tempo todo. Um autor sugeriu que os “Canais abertos para com Deus invariavelmente abrem-se para o outro, pois a pessoa não pode ser genuinamente aberta para com Deus e fechada para com seu cônjuge... O desígnio de Deus para o casamento cristão é cumprido quando os canais de comunicação estão abertos primeiro para Ele”.

O que realmente torna a pessoa livre para abrir sua vida para outra, para buscar compartilhar e amar a outra? Antes de podermos amar alguém, precisamos ter tido duas experiências básicas em nossas vidas. Em primeiro lugar, precisamos ter sentido o amor de alguém e depois, precisamos também amar a nós mesmos. Mas o que acontece se tivermos crescido sem ter jamais sentido o verdadeiro amor incondicional que é necessário para que comecemos a amar a nós mesmos? Como é que se pode começar a amar aos outros e a si mesmo quando já se é adulto? Será que isso é possível ou estamos enganando a nós mesmos? Descobrimos que é possível sentir este amor incondicional — o de Jesus Cristo! João, muitas vezes chamado de o apóstolo do amor, expressa isso da seguinte maneira:

9. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós, em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.

10. Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

11. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.

18. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo...19. Nós amamos, porque ele nos amou primeiro (1 João 4: 9—11, 18, 19).

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A capacidade de amar-se a si mesmo e aos outros resulta do fato de Deus tê-lo buscado e amado primeiro. Quando você aceita o perdão e a aceitação de Deus, você experimenta Seu amor. Mas, para muitas pessoas, é aqui que está a dificuldade. Não é Deus quem causa o problema — somos nós cristãos que o fazemos. Bem no fundo, não acreditamos de verdade que Deus nos aceita — e o resultado é que nós não aceitamos verdadeiramente a nós mesmos.

Mas se a Escritura diz claramente que Deus o perdoa e aceita, por que continuar a se rejeitar? Por que rejeitar o que Deus aceitou? E Deus não somente o aceitou, mas Ele o aceita incondicionalmente. Deus não impõe condição alguma ao seu relacionamento com Ele, portanto você também não deve fazer isso. Por que não baixar suas defesas com relação a Deus? Relaxe na presença dEle e sua confiança em si próprio — bem como nEle — crescerá.

Conforme salienta João: No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo... (1 João 4:18). Assim, deixe que isso aconteça. Deixe que Deus o ame à Sua maneira — sem condições, sem melhorias da sua parte para torná-lo “digno” do divino amor. Se tentar “ficar em forma” para Deus e “digno de ser amado”, estará fazendo o mesmo jogo com Ele que faz com os outros—especialmente seu cônjuge. Você estabelece um padrão do que considera

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digno de amor. Quando não consegue alcançar esse nível, você fica paralisado, se agarra ou explode. O medo lança fora, ou suprime, o amor que você deseja ter por si mesmo e pelos outros.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 15Analise exatamente quanto você aceita o que Deus tem feito por você e como Ele

Se sente a seu respeito, completando as seguintes afirmações com escolha múltipla. Não escolha as respostas por parecerem “certas”. Pelo contrário, escolha as que realmente transmitem seus verdadeiros sentimentos.

1. Penso em Deus como se fossea. um poder distanteb. meu amigoc. meu policiald. meu _____________________________________

2. Quando oro, sinto-mea. à vontade e próximo de Deusb. tenso e incertoc. temeroso de que Deus esteja descontente comigod. ________________________________________

3. Como cristão, eua. tento melhorar para merecer o amor de Deus b. sinto que Deus não pode me amar por causa da maneira como ajo c. sinto-me infeliz por pertencer á família de Deus d. _________________________________________________

4. Descreva uma pessoa digna de ser amada em vinte e cinco palavras ou menos. Como Deus descreveria uma pessoa digna de ser amada? Como Ele descreveria uma que fosse indigna de ser amada?

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Portas Para a ComunicaçãoAo abrir-se para Deus, você descobrirá uma nova capacidade de abrir-se para os

outros. Você será capaz de comunicar-se naqueles níveis mais profundos descritos anteriormente neste capítulo. Ë assim que as coisas funcionam:

1. Cristo nos aceita.2. Aceitamos o amor de Cristo.3. Aceitamos a nós mesmos.4. Aceitamos aos outros.5. Comunicamo-nos! (Veja a ilustração.)O amor e a aceitação de Cristo nos dão segurança para podermos compartilhar a

nós mesmos com outros. Ele nos aceita com nossas falhas e defeitos, e vê o grande potencial que existe dentro de nós. Esse potencial pode agora ser desenvolvido porque Cristo está em nós. Por Deus nos aceitar, podemos aprender a aceitar a nós mesmos. Quando aceitamos a nós mesmos e desenvolvemos uma auto-imagem melhor, aprendemos a aceitar as outras pessoas, o que leva a uma disposição de comunicarmo-nos com aquelas que nos rodeiam. Jesus Cristo fornece a maneira pela qual a pessoa caminha em direção ao primeiro nível de comunicação!

QUAL É O SEU PLANO?Se você e seu cônjuge estiverem estudando juntos este livro, obterão melhores

resultados se completarem o material que se segue, individualmente, e depois discutirem as respostas um com o outro. Ao comparar as idéias, sentimentos, e atitudes, vocês atingirão novos e mais profundos níveis de comunicação e compreensão.

Escolha três das idéias que se seguem e tente pô-las em prática na semana que vem.

1. Decida se existem áreas no seu relacionamento com seu cônjuge que poderiam melhorar se você estivesse disposto/a a compartilhar como se sente (Segundo Nível de Comunicação). Escolha uma coisa sobre a qual conversará e compartilhará seus verdadeiros sentimentos com seu cônjuge. Escolha uma hora que seja apropriada e diga-lhe com toda a franqueza que deseja compartilhar o que sente a respeito de algo por crer que isso o/a ajudaria a sentir-se melhor.

2. Decida se existem áreas em seu relacionamento com Deus que poderiam melhorar se você estivesse disposto/a a contar a Ele como realmente se sente. (De qualquer forma, Ele já sabe!) Separe um tempinho esta semana para ficar a sós com Deus e contar-Lhe como realmente se sente a seu próprio respeito e como se sente a respeito dEle.

3. Discuta com seu cônjuge o modo como ele ou ela se sente a respeito de Deus. Se seus sentimentos diferirem, significa que Deus ama a um de vocês mais do que ao outro? Sua fé em que Deus o aceita “tal qual é” ajuda você a aceitar seu cônjuge tal qual ele ou ela é? Você consegue conviver à vontade com o fato de seu cônjuge ter idéias acerca de certos assuntos que diferem das suas?

4. Escreva uma carta a Deus contando-Lhe como se sente acerca do modo pelo qual Ele o/a aceita. Leia o Salmo 103 para tirar algumas idéias.

5. Enumere maneiras pelas quais você se protege ou se impede de comunicar com seu cônjuge. Sua lista pode incluir coisas tais como: ler na hora da refeição; passar roupa ou fazer algum serviço que lhe dê certo grau de privacidade; ligar a IV ao invés de continuar uma

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conversa; tomar um banho para que seu cônjuge já esteja dormindo quando for deitar-se; etc. No final da semana, resolva quais barreiras você deseja ‘‘derrubar”.

6. Planeje uma ocasião quando possa passar algum tempo com seu marido ou esposa em uma situação bem tranqüila (quando as crianças estiverem dormindo ou quando alguém estiver cuidando delas, por exemplo). Deve ser uma hora em que não esteja com pressa, uma hora que possa gozar. Talvez você deseje dar uma volta, ler em voz alta um para o outro, ou tomar um lanchinho, ou simplesmente conversar acerca das esperanças e planos para o futuro.

7. Planeje a forma pela qual você realmente deseja começar a comunicar no “Primeiro Nível” com seu marido ou esposa. Tente resolver o que realmente significaria conversar acerca de certa área de seu relacionamento com completa honestidade emocional e pessoal. Será suficiente conversar? O que mais você terá de fazer para preparar seu esposo ou esposa para sua franqueza? Existem coisas que possa fazer para edificar uma ponte de credibilidade que torne sua franqueza mais significativa e aceitável?

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A maioria dos casais deseja comunicar-se um com o outro. A comunicação é vitalmente importante quando um fica zangado, ou quando os dois ficam. Entretanto, a raiva é uma das principais causas da quebra de comunicação no casamento.

Você já tentou alguma vez definir o sentimento de raiva ou hostilidade? Talvez a definição mais simples seja a de que é uma forte emoção de desagrado. As emoções geram energia dentro de nós. A raiva gera energia que nos impele a ferir ou destruir aquilo que nos enraivece. A raiva é o resultado natural, reflexivo da frustração — nossa reação quando um objetivo nosso é bloqueado.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 16Qual é a sua definição de raiva? Você concorda com a definição dada acima? Por

quê? Por que não?

Pontos Positivos e Negativos Sobre a RaivaCom demasiada freqüência, pensamos acerca da raiva negativa-mente. Mas ela

tem também seus pontos positivos. Por exemplo, um de nossos objetivos inatos é o da sobrevivência. Quando parece que esse objetivo está sendo ameaçado (ou pode não ser alcançado), a frustração resultante do objetivo bloqueado nos enraivece. Esta emoção pode nos levar à consecução de proezas quase impossíveis para sobreviver.

...Antes corra o juízo como as águas, e a justiça como ribeiro perene, disse Deus pela boca do profeta Amós (Amós 5:24). Muitos de nós desejamos ver a justiça e a retidão imperarem. Quando este objetivo não é alcançado, ficamos indignados. E isso é uma boa coisa. Quando vemos a injustiça que nos cerca — alguém ferindo outras pessoas ou aproveitando-se delas ou quando presenciamos sofrimento, ficamos zangados porque estas condições não deveriam existir! A energia produzida por essa indignação pode motivar-nos a corrigir as injustiças.

Naturalmente, nem sempre ficamos zangados por razões assim tão nobres. Muitas vezes, a nossa raiva é resultado de preocupação conosco mesmos — somos egoístas. As coisas não saem como gostaríamos que saíssem e isso nos frustra e ficamos zangados.

“Mas já fiz a reserva na estância da serra”, declara ele.“Você sabe o que todo aquele pólen faz para a minha alergia”, retruca ela. “Quero

ir para a praia”.“É, eu sei, mas eu sempre fico um camarão quando vamos à praia. Por que você

não pode tomar seu remédio de alergia?” Pergunta ele.“Pela mesma razão que você não usa um protetor para a pele”, contra-ataca ela.E assim vai. A raiva pode resultar da frustração de não se conseguir que as coisas

saiam da forma desejada. Nosso objetivo inconsciente é ter e fazer o que queremos quando queremos. Geralmente a raiva que brota quando este objetivo é bloqueado causa tensão no relacionamento com nosso cônjuge.

O profeta Jeremias observou que “o coração é a coisa mais mentirosa e traiçoeira que existe no mundo; o coração do homem é terrivelmente cheio de maldade” (Jeremias 17: 9, A Bíblia Viva). Muitas vezes não sabemos que estamos zangados porque escondemos esse sentimentos por trás de outras reações. Nossa raiva geralmente se esconde por trás de um manto de ressentimento, agressão, frustração, ódio, fúria, indignação, ultraje, ira, antagonismo, irritabilidade, hostilidade, amargura, destrutibilidade, despeito, rancor, ferocidade, zombaria, desdém, inimizade, malevolência e rebeldia. Não importa o nome que lhe demos, quando passamos aos casos específicos, estamos simplesmente zangados.

Nosso vocabulário também é rico na descrição de outras pessoas que estejam zangadas. Dizemos que estão loucas, amarguradas, frustradas, mal humoradas, até às tampas, doloridas, excitadas, cozinhando em fogo lento, aborrecidas, preocupadas, antagônicas ou antagonizadas, exasperadas, chateadas, indignadas, furiosas, insultadas, magoadas, loucas da vida, irritadas, doentes, em ponto de bala, hostis, ferozes, selvagens, mortíferas, perigosas, e prontas para atacar.

A raiva geralmente produz comportamento que impede a comunicação entre o marido e a mulher. Descrevemos esse comportamento que quebra a comunicação como: odiar, ferir, danificar, aniquilar, desprezar, zombar, desdenhar, sentir aversão, difamar, xingar, destruir,

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arruinar, demolir, sentir horror, abominar, devastar, ridicularizar, amolar, brincar, ficar quites, caçoar, humilhar, provocar, envergonhar, criticar, cortar, descontar a raiva, injuriar, ralhar, passar uma carraspana, rebaixar, irritar, acabar com a pessoa, fazer de bobo, pôr no gelo, brigar, bater, destruir, competir, tratar brutalmente, esmagar, ofender e tiranizar. Quando percebermos nossos sentimentos ou ações sendo descritos por essas palavras, devemos parar de tentar enganar a nós mesmos. Estamos com raiva. Enfrente esse fato para que ele possa ser tratado.

Alguns Pensamentos Bíblicos Acerca da RaivaO que diz a Bíblia acerca da raiva nas vidas dos homens? Ela nos dá diversas

diretrizes e pensamentos acerca desta emoção chamada raiva. A Bíblia diz para colocarmos de lado alguns tipos de raiva.

Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia (Efésios 4:31).

Neste versículo, Paulo está referindo-se à raiva como uma emoção turbulenta, a agitação fervente dos sentimentos. E a paixão fervendo dentro de nós.

O cristão deve pôr de lado também a raiva que é duradoura e habitual, o tipo de raiva que busca vingança:

Agora, porém, despojai-vos igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar (Colossenses 3:8).

A Escritura nos ensina a não provocar a raiva das outras pessoas:Como o bramido do leão é o terror do rei; o que lhe provoca a ira peca contra a

sua própria vida (Provérbios 20:2).Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados (Colossenses

3:21). (Veja também Efésios 6:4.)A Bíblia nos diz para sermos “tardios em irar” (isto é, controlarmos nossa raiva) e

tomarmos cuidado com estar intimamente associados a pessoas que estejam constantemente zangadas ou hostis.

Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade (Provérbios 16:32).

O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta (Provérbios 15:18).

Não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico para que não aprendas as suas veredas, e assim enlaces a tua alma (Provérbios 22:24, 25).

A Escritura fala também da “ira justificada”. Um exemplo desse tipo de ira é encontrado na vida do Senhor Jesus:

Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza dos seus corações, disse ao homem: Estende a tua mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada (Marcos 3:5).

Em Efésios 4:26, o apóstolo Paulo fala de dois tipos diferentes de ira e como lidar com ambos:

Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira (Efésios 4:26).Na frase: “irai-vos e não pequeis”, Paulo está descrevendo o tipo de ira que é uma

atitude permanente, arraigada contra o pecado e as coisas pecaminosas. Você está consciente de estar zangado e controla a sua ira. Neste versículo, Deus está, em verdade, instruindo-nos a irar-nos — mas pela coisa certa! A raiva é uma emoção criada por Deus; Ele nos criou como seres emocionais. A frase: “e não pequeis”, é uma advertência para não irmos longe demais. O tipo de ira que é justificada por ser dirigida contra o pecado e coisas pecaminosas, e estar plenamente sob controle, é o tipo de ira que tem a aprovação de Deus.

Na frase: “não se ponha o sol sobre a vossa ira”, Paulo está querendo dizer outra coisa. Aqui ele faz a conexão entre a ira e a irritação, a exasperação e o amargor. Conforme anteriormente mencionado em Efésios 4:31 e Colossenses 3:8, devemos pôr de lado esse tipo de ira. Se ficarmos com raiva neste sentido negativo, devemos tratar dela com presteza, “antes de o sol se pôr”. As Escrituras nos aconselham a jamais levarmos a irritação ou amargor para a cama. Se o fizermos, é certo que perderemos o sono (para nem falar de paz, amigos e até mesmo nossa saúde).

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O QUE VOCÊ ACHA? Nº 17

1. Usando as descrições anteriores que a Bíblia faz da ira ou raiva, descreva o tipo que você geralmente sente.

Como é que você expressa esta raiva?

2. Descreva o tipo de raiva que seu cônjuge geralmente parece sentir.

Como é que ele ou ela geralmente expressa essa raiva?

3. O que pode a pessoa fazer para conseguir ser “tardio em irar-se”?

4. Descreva como uma pessoa pode “irar-se e não pecar”.

Como Reagimos à RaivaComo é que as pessoas reagem quando estão zangadas — especialmente dentro do

relacionamento marido-mulher? Que escolhas parecem fazer quase automaticamente? Para a maioria de nós, há pelo menos quatro reações básicas que temos para com a raiva.

1. Suprimimos a raiva. Suprimir a raiva é como construir uma cerca à volta dela. Você reconhece que está zangado e conscientemente tenta manter sua raiva sob controle ao invés de permitir que seus sentimentos negativos transbordem em ações ou palavras descontroladas.

Suprimir a raiva é o que o escritor de Provérbios tinha em mente quando disse: O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal lha reprime (Provérbios 29:11). Essa mesma idéia é encontrada em Provérbios 14:29: A pessoa paciente acabará se tornando sábia; quem perde a paciência e “estoura” depressa nunca deixará de ser tolo (A Bíblia Viva).

No Novo Testamento, Tiago dá ótimo conselho sobre como suprimir a raiva: ...Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar (Tiago 1:19). Ser “pronto para ouvir e outra forma de dizer: “ouça cuidadosamente”. Se você conseguir ouvir o que está acontecendo e controlar-se o tempo suficiente para pensar sobre o que vai dizer, geralmente consegue suprimir sua ira de forma salutar. Como diz o Dr. William Menninger: “Não fale quando enraivecido, mas sim depois de ter-se acalmado.”

É importante, entretanto, achar uma hora para falar acerca da sua raiva. Em algum lugar, de alguma forma, a raiva deve ser reconhecida e liberada de maneira salutar. Caso contrário, seu depósito vai começar a transbordar na hora e no lugar errados.

2. Expressamos a raiva. A reação oposta à supressão da raiva é a expressão da mesma. Esta é uma emoção poderosa e precisa ser expressada de alguma forma. Algumas

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pessoas chegam ao ponto de defender a idéia de botar tudo para fora e expressar exatamente como se sente, quando sente, não importa quanto dano venha a causar.

Concordo que expressar a raiva com paixão violenta, gritaria, palavras cortantes e emoções atiçadas realmente obtém resultados, mas estes são, de modo geral, não muito positivos. Gostamos de dizer que nos sentimos melhor por termos “botado tudo p’ra fora”, mas é bem provável que nem você, nem as pessoas sobre quem despeja sua raiva, realmente se beneficiem com a expressão descontrolada desse sentimento. Esperar até ter esfriado um pouco é melhor para todos. Releia Provérbios 29:11 e Provérbios 14:29. Na maioria das vezes, Salomão deixa bem claro que o tolo sai por ai com a raiva descontrolada engatilhada ao passo que o sábio reprime a sua.

Isto não significa que não se expresse a raiva de alguma forma. Algumas pessoas aprendem a expressá-la redirecionando-a de alguma maneira. Passam logo a ocupar-se de algo que lhes dá tempo para esfriar ao usarem um pouco da energia emocional que geraram ao ficar zangadas. Alguns saem para o quintal e cortam a grama ou ficam a cavocar os canteiros do jardim. Alguns dão uma volta a pé em torno do quarteirão e outros dão uma volta de bicicleta. Outros acham que lhes faz bem sentar-se e descrever exatamente como se sentem. Lustrar o assoalho, lavar o carro ou fazer alguma coisa que requeira esforço físico pode ser uma boa forma de pôr em ação os sentimentos poderosos e acumulados de zanga. Qualquer coisa que o ajude a acalmar-se e a controlar seus sentimentos é um bom curso de ação para você contanto que não fira as pessoas ou destrua a propriedade delas.

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3. Reprimimos a raiva. A pessoa que reprime a raiva recusa-se a admitir o fato de estar zangada. Muitos cristãos praticam a repressão.

Como cristão, você pode honestamente pensar que por conhecer a Cristo, não deve mais ficar zangado — a raiva não é uma emoção que possa legitimamente sentir. Portanto, quando sentimentos de raiva brotam, você tenta ignorá-los e recusa-se a aceitar sua presença. Devido ao que lhe ensinaram em sermões e possivelmente através de leituras, você acha que a raiva é sempre um pecado e, portanto, fora de questão para qualquer pessoa que pratique o cristianismo.

Mas não é esse o caso e não é o que a Escritura realmente ensina. A ira é uma emoção concedida por Deus. A Bíblia não nos ensina a reprimir a ira, mas sim a controlá-la. De certa forma, precisamos da ira como parte de nossa personalidade e formação.

Conforme diz o Dr. J. H. Howett: “Uma vida incapaz de sentir a ira é destituída da energia necessária para toda a reforma. Não há fogo nela, não há ministério de purificação... O Novo Testamento nos ensina que este poder de indignação é gerado pelo Espírito Santo. É Ele quem nos torna capaz de sentir o calor saudável, e este inspira o fogo dentro de nós. O Espírito Santo não cria um caráter que seja morno, neutro ou indiferente”.

Ignorar a raiva e recusar-se a reconhecer sua presença NÃO É SAUDÁVEL. Reprimir a raiva é como tomar um cesto de lixo cheio de papel, colocá-lo dentro de um armário e atear fogo ao papel. É verdade que o fogo pode extinguir-se sozinho OU pode se espalhar por toda a casa, queimando-a totalmente. Na realidade, úlceras, ansiedade, dores de cabeça ou depressão são os resultados comuns da repressão da raiva.

O Dr. David Augsburger observa: “A raiva reprimida machuca e continua machucando. Se você sempre trata dela simplesmente mantendo-a sob firme controle e escondendo-a debaixo do tapete, sem qualquer forma de liberação ou cura, ela pode produzir rigidez e frieza na personalidade... Ou então a raiva reprimida pode extravasar indiretamente em atitudes críticas, irritabilidade e na atribuição de culpa pelo que acontece aos outros".

John Powell sintetiza isso muito bem ao dizer: “Quando reprimo minhas emoções, meu estômago marca os pontos".

Se você tem medo de reconhecer a raiva em sua própria vida, lembre-se de que a Palavra de Deus reconhece a presença da ira, e apesar de aconselhar a evitar a raiva e a controlá-la, a Bíblia não diz que você deve ignorar esse tipo de sentimento.

A ira serve a um propósito. O próprio Deus se ira contra o mal. A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça (Romanos 1:18). Marcos 3:5 fala de uma das vezes em que Cristo se zangou: Olhando ao redor, indignado e condoído com a dureza dos seus corações.

Conforme anteriormente mencionado, o apóstolo Paulo reconhecia que a ira faz parte da vida. E por isso que escreveu: Irai-vos e não pequeis... (Efésios 4:26). Notem que ele não escreveu: “não pequeis irando-vos”.

A questão é esta. Admitir a presença da raiva é uma forma salutar de reação a ela em sua vida. Ignorá-la e reprimir seus sentimentos de zanga só servem para piorar as coisas. Ficar com raiva não é necessariamente um pecado, mas reprimi-la sim, é sempre um pecado.

O Dr. William Menninger escreve: “As vezes, repelimo-nos mutuamente e o problema entre nós infecciona e fica purulento. Da mesma forma que em cirurgia, drenagem desimpedida e adequada é essencial se quisermos obter a cura.

A pior reação possível que podemos ter para com a raiva é reprimi-la. Infelizmente, é uma reação freqüente demais entre os cristãos.

4. Confessamos a raiva. Algumas pessoas reagem à raiva reconhecendo que estão zangadas e podem confessar isso antes que seus sentimentos fiquem fora de controle. Esta é uma reação excelente para ter com seu cônjuge quando as coisas começarem a ficar um tanto tensas. O segredo é confessar sua raiva de forma aceitável para seu parceiro. Você pode dizer: “Sabe, do jeito que a conversa vai indo, estou começando a ficar com raiva. Olhe, não quero ficar assim e sei que você não quer que eu sinta isso, por isso talvez fosse melhor pararmos por aqui, começarmos de novo para ver se consigo controlar meus sentimentos de raiva”.

Não importa o que faça, jamais diga: “Você está me deixando com raiva.’’ Isto coloca a culpa sobre o seu cônjuge e faz com que ele ou ela se ponham na defensiva. Sempre reconheça que você é responsável por sua própria reação emocional para com outra pessoa. Confessar sua raiva para o outro significa apenas que você está disposto a admitir que está com um problema. Você poderia dizer: “Sinto muito estar com raiva. O que posso fazer agora para que possamos dar um jeito neste problema?”.

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A paráfrase de A Bíblia Viva de Efésios 4:26, 27 dá algumas boas indicações sobre como reagir à ira, confessando-a:

Quando estiverem irados, não fiquem alimentando seu próprio rancor. Não deixem que o sol se ponha com vocês ainda irados — resolvam isso logo; porque quando vocês estão irados oferecem um fortíssimo ponto de apoio ao diabo.

Paulo estava bem ciente de que quando você cultiva rancor de alguma coisa, pode criar um ódio consumidor. Paulo adverte os cristãos de Éfeso (e a nós) a nunca cultivar o rancor e permitir que a ira infeccione e assole o íntimo. Confessar a irá é tirá-la para fora onde você pode discutir o que causou o problema.

Confessar a raiva é geralmente uma reação muito difícil para a maioria de nós, porque quando chegamos a admitir que estamos zangados, já ficou óbvio para nosso cônjuge ou para a pessoa com quem estamos zangados, que estamos definitivamente irritados e tensos. A chave é aprender a confessar a raiva de forma à não fazer a outra pessoa sentir que você está zangado com ela!

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O QUE VOCÊ ACHA? Nº 18

1. Qual é a sua reação normal quando se zanga?Suprimir Expressar Reprimir Confessar

2. Você concorda com John Powell quando diz: “Quando reprimo minhas emoções, meu estômago marca os pontos?” Quais são as outras formas possíveis em que a raiva reprimida parece afetar você? Você fica irritadiço? Critico? Nervoso? Você diria que está ciente de que às vezes reprime a raiva e não admite estar zangado?

3. Confessar a raiva parece ser uma possibilidade real para você? Isto é, é algo que você faz com facilidade ou acha que poderia começar a fazer? O que diriam as pessoas se fosse honesto e as fizesse saber quando estão deixando você zangado?

Meu cônjuge diria:

Meus amigos diriam:

Meu chefe diria:

Tire o Máximo Proveito da Sua RaivaEm seu livro Be All That You Can Be (Seja o Melhor Que Puder), David

Augsburger sugere as seguintes maneiras de tirar o máximo proveito da raiva. Em primeiro lugar, a pessoa tem de entender que “a raiva é uma emoção vital, válida, natural. Como emoção, não é nem certa nem errada em si mesma. Se é certa ou errada vai depender da forma como for liberada ou exercida.

“Sinta raiva, mas esteja consciente do que está acontecendo. Você nunca fica tão vulnerável como quando está com raiva, O autocontrole está em seu ponto mais baixo, o raciocínio decresce, e o bom senso geralmente o abandona.

“Sinta raiva, mas lembre-se de que a raiva rapidamente fica amarga, azedando até transformar-se em ressentimento, ódio, malícia, e até mesmo violência, a menos que controlada pelo amor.

“Sinta raiva, mas somente para ser bondoso. Somente quando a raiva for motivada pelo amor que nutre por seu irmão, pelo amor que é o certo para as pessoas, por aquilo que é exigido de você pelo amor que dedica a Deus, é a raiva construtiva, criativa.

“Tire o máximo proveito da sua raiva. Transforme-a de uma atitude egoísta de defesa em uma de compaixão altruísta”.

QUAL É O SEU PLANO?Se você e seu cônjuge estiverem estudando juntos este livro, obterão melhores

resultados se completarem o material que se segue, individualmente, e depois discutirem juntos as respostas. Ao compararem idéias, sentimentos e atitudes, alcançarão novos patamares de comunicação e compreensão.

Use o questionário seguinte para avaliar sua própria atitude para com a raiva — o que ela faz com você e o que você faz para os outros quando fica zangado. Depois de cada pergunta, escreva “sim”, “não” ou uma resposta mais exata (usando um número mínimo de palavras).

1. Você é genioso/a?

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2. Você controla seu mau gênio?

3. As outras pessoas sabem quando você está zangado/a?

4. Descreva como se sente quando está com raiva.

5. Sua raiva ferve rapidamente?

6. Você guarda ressentimento?

7. Sua raiva o/a afeta fisicamente?

8. Você já bateu em alguém ou em alguma coisa?

9. Quando foi a última vez que fez isso?

10. Como é que você controla a sua raiva?

11. Quem o/a ensinou?

12. Você tem medo da sua raiva?

13. Os outros têm medo de suas críticas?

14. O que causa a sua raiva ou críticas?

15. Com que freqüência você se zanga?

16. Com o que você está insatisfeito na vida?

17. Você fica bravo/a com as pessoas ou com coisas?

18. O que faz a respeito de sua raiva?

19. Como você lida com a raiva que é voltada contra você?

20. Você reprime sua raiva?

21. Você a suprime?

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22. Você a expressa ou confessa?

23. Você conhece passagens bíblicas que podem ajudá-lo/a?

24. Você decora regularmente versículos da Bíblia?

25. Você ora honesta e abertamente acerca de suas emoções?

26. Você realmente espera que Deus o/a ajude a transformar suas emoções’?

27. VOCÊ deseja mudar?

Se você não estiver satisfeito/a com a forma como reage à ira, o que pretende fazer agora para mudar suas atitudes e comportamento? Corra novamente os olhos sobre o capítulo anterior e pense que coisas específicas você pode fazer para mudar e as anote aqui.

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Quer queiramos, quer não, a raiva faz parte da vida — inclusive da vida do casal. Na realidade, como demonstrou o capítulo anterior, a raiva é uma emoção dada ao homem pelo próprio Deus. Nosso problema é que não governamos muito bem nossa raiva. Temos a tendência de ficarmos zangados pela razão errada e a expressar os sentimentos de raiva de forma a ferir ou machucar em lugar de tentar ajudar aos outros e a nós mesmos.

Quão Critico/a É Você?Por exemplo, um “motivo errado” para a raiva é uma atitude crítica. A pessoa

zangada, hostil, é quase sempre uma pessoa critica. Ela ataca as outras pessoas verbal e sutilmente. Se você constantemente sente-se repelido pelo que vê nos outros, pode ser que seja esse tipo de pessoa. Quando você procura e está sempre consciente das falhas e fraquezas dos outros, você é muito critico e hostil. A pessoa com uma disposição crítica ou hostil não vai ser feliz e alienará aqueles que a cercam.

Você e verdadeiramente crítico? Faça a si mesmo as seguintes perguntas: Você passa mais tempo criticando mentalmente as pessoas do que enxergando seus pontos fortes? As outras pessoas fazem coisas que o incomodam tanto que você acha que tem de dizer-lhes isso? Você fala dos outros por trás deles de forma a diminuí-los? Você estabelece padrões para os outros que você mesmo não consegue alcançar? Você pressiona os outros a se amoldarem aos seus padrões para que possa aceitá-los com maior facilidade?

Estas reações indicam uma atitude crítica ou hostil.Por que somos tão críticos assim? Por isso desviar a atenção de sobre nós mesmos.

Criticar pode fazer com que nos sintamos melhor às custas dos outros. Em seu livro Psychoiogy and Morais (Psicologia e Moral), o Dr. J. A. Hadfield escreve: “É uma verdade literal que ao julgarmos os outros, estamos anunciando nossas próprias faltas secretas. Nós personalizamos nossas falhas não reconhecidas, e odiamos nos outros os pecados dos quais somos secretamente culpados”. Continuando, ele diz que a verdadeira razão pela qual condenamos certos pecados nos outros é que esses mesmos pecados são uma tentação para nós. E por essa exata razão que denunciamos tão veementemente a avareza, a intolerância ou o cinismo alheios. A falha da qual formos mais intolerantes nos outros tem grande probabilidade de ser encontrada entre os pecados que nos afligem. “A maioria de nossas emoções são dirigidas contra nós mesmos , escreve o DL Hadfield. “Permita que qualquer pessoa dê livre vasão aos próprios sentimentos e então você pode com perfeita segurança voltar-se para ela e dizer: ‘É essa a pessoa que você é".

Toda vez que encontramos intenso preconceito, intolerância, críticas excessivas e cinismo, é bem provável que encontremos a projeção de nossos sentimentos em outra pessoa. Temos grande inclinação para enxergar nos outros as nossas próprias tendências indesejáveis.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 19

1. Enumere as coisas sobre as quais você tende a criticar os outros:

2. O que isso lhe diz a seu próprio respeito?

3. Como é que essas atitudes/características podem ser comparadas com o fruto do Espírito Santo? (Gálatas 5:22, 23.)

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4. Pare agora e agradeça a Deus o Seu perdão e peça-Lhe que substitua seu espírito crítico pelo fruto do Espírito Santo (Romanos 14:13).

Abordagens Saudáveis e Doentias da RaivaConquanto a atitude crítica seja um problema para algumas pessoas, é muito maior

o problema para a maioria de nós de expressar os sentimentos de raiva de maneira destrutiva. Suponhamos que você esteja passando o dia sem sentir-se particularmente crítico para com al-guém ou alguma coisa. Mas, então, sentimentos de raiva começam subitamente (ou não tão subitamente) a brotar dentro de você, O que faz com eles? Você fica impotente diante deles? Você tem de explodir porque “é assim que você é?” Isso é covardia. A raiva não vai deixá-lo “amarrado” a menos que seja isso o que deseja — a menos que você secretamente goste de botar tudo para fora.

A verdade é, você realmente tem uma escolha quanto à raiva. Você pode reagir a ela de uma forma ou outra: saudável ou doentia.

Primeiro observe as reações doentias que vão mantê-lo escravizado, sem nada poder fazer diante desse sentimento.

Reações DoentiasPrimeiro, assegure-se de ignorar suas reações emocionais. Mesmo que esteja

zangado com seu cônjuge, diga a si mesmo que seus sentimentos de raiva nada têm a ver com a discussão de qualquer forma. Melhor ainda, se quiser complicar o problema, convença-se de que você nem mesmo está ficando aborrecido.

E daí se você estiver suando um pouquinho — é provavelmente porque está fazendo calor.

Assegure-se de manter sua raiva na boca do estômago, onde não vai amolar sua cabeça. Mantenha tudo num nível intelectual e não deixe seu cônjuge perceber como se sente.

A seguir, assegure-se de continuar a negar suas emoções. Continue a dizer a si mesmo: “Não estou bravo. E daí se seu estômago está dando nós e você está suando profusamente, continue a insistir com seu cônjuge que você não está bravo de maneira alguma. Seu cônjuge acreditará em você(?).

Também assegure-se de manter seu pensamento voltado para a discussão e como vingar-se do seu cônjuge. P claro que aquele que fizer os movimentos certos e tiver os argumentos mais brilhantes vai acabar completamente com a discussão e sair vencedor. E não é isso o que é importante? Vencer a discussão? Especialmente se estiver discutindo com seu cônjuge, certo?

Se ficar fulo da vida, culpe seu cônjuge. Ë claro que é culpa dele (ou dela)! Quando estiver discutindo com seu cônjuge, não se esqueça de aumentar o volume. Descubra algum defeito no seu cônjuge e aponte para ele o dedo com grande pontaria e precisão (e um pouquinho de exagero também, se conseguir lembrar-se disso). Coisas racionais muito úteis tais como: “E impossível discutir qualquer coisa com você. Você é arrogante demais. Você nunca (generalizações desse tipo também são ótimas) escuta o que digo. Você acha que é Deus, não acha?” Naturalmente, como um bom cristão, você estará dizendo tudo isto para falar a verdade em amor.

Finalmente, não deixe que suas emoções lhe ensinem coisa alguma. Saia dali emburrado, tome duas aspirinas e concentre-se enquanto seu cônjuge foi, é, e sempre será irracional!

Obviamente, as reações “doentias” enumeradas acima são uma descrição perfeita de desastre dentro do casamento. Infelizmente, essas reações são típicas demais para muitos maridos e esposas. Em seu livro LearningforLoving (Aprender Para Amar), Robert McFarland e John Burton mostram que “são poucos os casais com aptidões sociais auto-suficientes e maturidade emocional para brigar construtivamente para o bem do seu casamento. Por isso, acreditamos que a maioria dos casais precisa urgentemente desenvolver aptidões e aumentar sua força emocional o suficiente para envolver-se em tais embates. Cremos que muitos casais tentam evitar conflito construtivo porque um dos dois ou ambos sentem que mudanças terão de ocorrer se comunicação adequada vier a se dar entre eles”.

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Mas para fazerem isso, os casais precisam estar dispostos a confiar um no outro — a confiar um ao outro seus sentimentos e admitir que o que estão ouvindo e sentindo magoa ou perturba. Com demasiada freqüência maridos e esposas são orgulhosos demais para admitir para o outro quando estão se sentindo mal, zangados, magoados, etc. E o resultado é que a comunicação fica paralisada. Dwight Small observa, entretanto: “Toda comunicação em um relacionamento íntimo é construída sobre a confiança mútua. Para se trocar confidências com o outro precisa estar relativamente seguro, antes de mais nada, de que uma área de confiança é compartilhada. A confiança mútua cresce à medida que cada um dos cônjuges começa a considerar o outro como pessoa cuja felicidade está entrelaçada à sua".

E qual é o antídoto para todos esses hábitos doentios? Existe um, se maridos e mulheres estiverem dispostos a reagir aos sentimentos de raiva das seguintes maneiras saudáveis:

Reações SaudáveisAntes de mais nada, conscientize-se de suas emoções. Esqueça-se

momentaneamente da discussão e concentre-se em suas reações emocionais. O que está sentindo? Está sem graça (porque os argumentos dela parecem ser melhores que os seus)? Está com medo (“Ele está ficando muito bravo — espero que não me agrida”)? Sente-se superior (“Estou bem à frente, e ela sabe disso”)?

Não tenha medo de admitir sua emoção. Olhe atentamente para dentro de si e aceite o fato de estar zangado. Se for honesto, admitirá que é raiva de alta voltagem, e não apenas uma “leve” irritação ou frustração.

Agora investigue como a emoção chegou aí. Pergunte-se: “Por que estou bravo? Por que está meu cônjuge me atingindo desta maneira?” Tente descobrir a origem de sua emoção. Pode ser que perceba o lampejo de algum complexo de inferioridade escondido que nunca você reconheceu ou um temor ou fraqueza que você não desejava admitir para seu cônjuge.

Conte como está se sentindo para seu cônjuge. Simplesmente, apresente os fatos sem nenhuma interpretação ou juízo. Diga a ele algo como: “Vamos pôr um paradeiro nisto porque estou começando a dizer coisas que realmente não são o que penso e não quero que isto aconteça”. Faça tudo menos julgar ou acusar seu cônjuge. Não é por culpa dele/a que você está zangado/a. Não o/a culpe, nem mesmo em seu íntimo.

Resolva o que fazer com sua emoção. Qual é a melhor coisa a fazer em seguida? Talvez você deseje dizer a seu cônjuge: “Vamos recomeçar. Acho que tenho estado muito na defensiva para ouvir você. Gostaria de tentar novamente”. Ou, se necessário: “Você se importa se deixássemos de lado este assunto por enquanto? Acho que estou com os nervos muito à flor da pele para continuar a falar disso agora”. (Não se esqueça, entretanto, que é melhor vocês trazerem de novo o assunto à baila mais tarde, ou o problema continuará a crescer e perturbar os dois.)

Em Conjoint Family Therapy (Terapia Familiar Conjunta), Virginia Satir ecoa muitas das idéias expressas acima e diz: “A pessoa que se comunica de forma funcional (saudável) pode: (a) enunciar com firmeza seu ponto de vista, (b) e, entretanto, ao mesmo tempo esclarecer e qualificar o que diz, (c) sempre pedir que o outro comunique o que pensa, (d) e ser receptivo a essa comunicação quando ela vem".

Algumas outras idéias para se lidar com uma situação emocional de maneira saudável são oferecidas por Howard e Charlotte Clinebell em seu livro The Intimate Marriage (O Casamento Íntimo): “Um casal pode achar útil fazer a si mesmo perguntas tais como estas: Vale realmente a pena brigar por causa desta questão ou é minha auto-estima que está sendo ameaçada por algo que meu cônjuge disse ou fez? Em relação a esta questão ou área problemática, o que desejo é o que meu cônjuge deseja que não estamos obtendo? O que devo dar no relacionamento para satisfazer eu mesmo as necessidades de meu cônjuge nesta área? Que pequeno passo podemos dar a seguir neste momento para implementar esta decisão, tomada em conjunto através do dar-e-receber da discussão?”

O QUE VOCÉ ACHA? Nº 20“Você está tendo uma discussão com seu cônjuge. Existem diversas visíveis

diferenças de opinião. Logo as vozes e as emoções começam a se alterar. Você está começando a ter fortes sentimentos em relação ao que está acontecendo e em relação à outra pessoa. O que deveria fazer quando as coisas chegarem a este ponto?

Descreva como lidar com a situação descrita acima de uma forma doentia:

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Agora escreva um diálogo entre duas pessoas lidando com a situação de maneira saudável:

Ele:

Ela:

Ele:

Ela:

Princípios Práticos Para Controlar a RaivaÉ útil saber o que é a raiva, as causas dela, diferentes tipos de reações a ela, o que

a Bíblia diz acerca de se ficar zangado, reações saudáveis e doentias à raiva, etc., etc. Mas o que conta, afinal, é o que faz com os sentimentos de raiva quando você os tem. Resumindo esta sec-ção a respeito da raiva, damos dez princípios práticos para enfrentar os sentimentos de raiva e controlá-los. Lembre-se, não obstante, que o cristão percebe que não controla a ira (ou qualquer outro problema) inteiramente por suas próprias forças. Ele depende do Espírito Santo para guiá-lo e dar-lhe poder para tanto. E jamais é o Espírito Santo tão necessário quanto quando a pessoa sente que está ficando louca da vida.

Segundo a paráfrase que A Bíblia Viva faz de Gálatas 5:19, 20, quando seguimos nossas próprias inclinações erradas (a carne), nossas vidas produzem resultados maus. E enumerados como “maus resultados” estão o ódio e luta, ciúme e ira.., Queixas e críticas, o sentimento de que todo mundo está errado exceto você.

Por outro lado, . . .Quando o Espírito Santo controlar as nossas vidas, Ele produzirá em nós esta espécie de fruto: amor, alegria, paz, paciência, bondade, retidão, fidelidade, mansidão e domínio próprio... (Gálatas 5:22, A Bíblia Viva).

Contra o fundo, então, das palavras do apóstolo Paulo aos gálatas a respeito de como lidar com a ira e outras emoções básicas, damos aqui dez passos práticos que você pode dar:

1.Conscientize-se de suas reações emocionais. Pergunte a si mesmo: “O que estou sentindo?”

2.Reconheça suas emoções e admita que você está sentindo isso. Admitir o sentimento de raiva não significa que você tem de agir de acordo com ele.

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3.Tente entender por que você está com raiva. O que trouxe esse sentimento? Conforme mencionado no capítulo 6, geralmente ficamos bravos quando algo nos frustra. Sofremos de frustração de nosso querer, nossos impulsos, desejos, ambições, esperanças, esforços, fome ou vontade. Quando estiver ficando com raiva, pergunte a si mesmo: “Minha raiva é originada pela frustração?” Depois pergunte: “Que tipo de frustração?” A seguir: “O que ou quem é a causa da minha frustração?” Pergunta seguinte: “Que solução positiva posso achar para isso?”.

Outras razões pelas quais ficamos com raiva incluem:A possibilidade de dano físico ou emocional. Nossa segurança é ameaçada e,

como defesa, nos enraivecemos.Ficamos enraivecidos por causa de injustiças — para com outros, nós mesmos ou

a sociedade. De modo geral, este pode ser um “tipo nobre de ira” que é justificado. Mas cuidado para não permitir que sua justa indignação pela injustiça se confunda com outra causa básica da raiva que é: o egoísmo... A principal causa da raiva na maioria de nós. Se formos honestos a esse respeito, ficamos bravos porque não estamos conseguindo que as coisas saiam como desejamos. Não estamos conseguindo o que desejamos.

4. Você consegue criar outras situações nas quais a raiva não ocorra? O que foi que você fez para levar a outra pessoa a reagir da forma que o deixou com raiva?

5. A raiva é a melhor reação? Anote as conseqüências de ficar zangado. Qual é uma reação melhor? Que resultado trariam a bondade, a simpatia, a compreensão da outra pessoa? Você pode confessar a ela seus sentimentos?

6. É sua raiva a do tipo que ferve rapidamente? Se for esse o caso, respire fundo algumas vezes ou conte até dez. Concentre-se nas forças e qualidades positivas da outra pessoa ao invés de nos seus defeitos.

7. Você percebe que é muito crítico das outras pessoas? O que isto faz por você? Seja menos desconfiado quanto aos outros. Ouça o que eles dizem e sentem. Avalie seus comentários ao invés de condená-los. Eles podem ter algo a lhe oferecer. Seu espírito crítico e sua raiva vêm de um desejo de fazer-se sentir melhor? São suas opiniões sempre exatas ou poderiam ser melhoradas? Vá mais devagar em sua fala e reações para com os outros. Fique de olho em seus gestos e expressões, pois estes podem transmitir rejeição e crítica da outra pessoa. Você consegue expressar apreciação e elogios em lugar de críticas?

8. Pode haver uma hora em que sua raiva ou crítica sejam bem fundadas. Quando as expressar, planeje com antecedência e faça-o de tal maneira que a outra pessoa possa aceitar o que diz. Use a hora certa, tato e um desejo de ajudar a outra pessoa em lugar de destruí-la.

9. Arranje um amigo com quem possa conversar sobre seus sentimentos e deixe que as sugestões dele o ajudem a discernir melhor o que acontece com você. Admita como se sente e peça-lhe orientação.

10. Passe algum tempo orando pela dificuldade que tem com seus sentimentos. Admita francamente sua situação para Deus. Peça-lhe que o ajude. Decore versículos da Bíblia que falam da ira, e versículos que falam sobre como agir em relação aos outros. Decore-os, compreenda-os e coloque-os em prática. (Revise os versículos que falam acerca da ira, encontrados no capítulo 6.)

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Como Ser Cristão — e IradoSim, é possível indignar-se de um “modo cristão”. A ira cristã, entretanto, deve

satisfazer a três condições:Deve ser dirigida contra algo errado e mau.Deve ser controlada e. não uma paixão ardente, descontrolada.Deve ser isenta de ódio, malícia ou ressentimento.

Três breves sentenças — facilmente ditas, não tão facilmente vividas — especialmente no casamento onde os sentimentos são profundos e a sensibilidade está quase sempre no seu ponto mais agudo. Mas isso pode ser feito — mesmo que seja através de um pequenino passo de cada vez. Precisa ser feito se você e seu cônjuge quiserem aprender a tratar a raiva e o conflito.

Em seu excelente livro After You’ve Said IDo (Depois de Ter Dito o Sim), Dwight Small observa: “Como uma realidade dentro do casamento, o conflito pode ser direcionado criativamente para o bem; faz parte do processo de crescimento. Jamais subestime suas possibilidades positivas!... No casamento cristão, o conflito — com sua exigência de confissão, perdão e reconciliação — é um meio usado por Deus para ensinar a humildade. ,“

Pergunte a si mesmo: “Será que realmente desejo mudar e tornar-me mais capaz de tratar a raiva, a frustração e os sentimentos hostis? Quero realmente tratar criativamente o conflito para o bem?” Se suas respostas a estas perguntas forem sim, então leia a prece de Paulo pelos efésios (Efésios 3:16-21). Renove sua dedicação a Cristo e a Seu amor, e transporte esse amor e o poder do Espírito Santo para dentro do seu casamento — para a arena-chave, onde a raiva e frustração ocorrem em vários graus quase diariamente, O tremendo poder de Deus está operando dentro de você e Ele é capaz de fazer por você mais do que você jamais ousaria pedir ou sonharia ser possível — além de sua prece, seus desejos, seus pensamentos ou esperanças mais elevados!

QUAL É O SEU PLANO?

Se você e seu cônjuge estiverem estudando este livro juntos, obterão melhores resultados se completarem o material que se segue individualmente e depois discutirem juntos as respostas. Ao compararem idéias, sentimentos e atitudes, alcançarão novos patamares de comuni-cação e compreensão em seu relacionamento conjugal.

1. Descreva o comportamento ou atitude que você deseja mudar (por exemplo: raiva, ansiedade, brigas, gritaria, etc.).

2. Enumere diversas razões muito pessoais para se livrar deste comportamento ou atitude.

3. Motivação para mudar é muito importante. Dentre suas razões para se livrar do comportamento ou atitude, escolha a mais importante. Escreva-a aqui.

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4. Comece a pensar sobre como você deveria mudar seu comportamento se deseja ser bem sucedido/a. Escreva aqui essas idéias.

5. Adote uma atitude positiva. Qual tem sido sua atitude para com essa mudança no passado? Descreva. Indique qual atitude você vai ter agora. Como fará para manter essa nova atitude? Escreva aqui sua resposta.

6. Toda vez que você elimina um comportamento ou atitude que não aprecia, muitas vezes fica um vácuo ou vazio no lugar. Freqüentemente, a pessoa prefere um comportamento mau ou pobre a este vazio e por isso reverte ao padrão anterior. Para que isto não aconteça, coloque um COMPORTAMENTO POSITIVO no lugar do negativo. Descreva o que você pode colocar no lugar do comportamento ou atitude que está descartando.

7. Leia Efésios 4:31, 32. Enumere o comportamento ou atitude positivos que esta passagem sugere para substituir o negativo. Escreva como você se vê colocando esta passagem em prática na sua vida. Descreva situações específicas e descreva como você se enxerga pondo em prática o que as Escrituras sugerem. Descreva as conseqüências de pensar e comportar-se desta nova maneira.

EXEMPLOEfésios 4:31,32

Comportamento ou Atitude Negativos a Serem ELIMINADOSEnumere os resultados deste comportamento. Dê diversos exemplos de CADA um.

Amargura(Ressentimento, dureza)

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Raiva(Fúria, antagonismo, explosão)

Ira(Indignação, raiva violenta, exaltação)

Clamor(Bate-boca)

Calúnia(Falar insultuosamente)

Comportamento ou Atitude Positivos a Serem INICIADOSQual você acha que seria o resultado de seguir essas três ordens? Enumere diversos para cada uma.

Benignidade(bondade de coração)

Compaixão(compassivo)

Perdão(uma ação)

Agora escreva aqui maneiras práticas nas quais você se enxerga comportando-se ou fazendo essas coisas sugeridas no versículo.

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Enumere quando e como você começará e as conseqüências que espera. Seja bem específico.

A ansiedade e a preocupação são causas bastante comuns de problemas dentro do casamento. Quando um dos cônjuges está se virando no avesso de medo e ansiedade, a infelicidade está presente. Horas gastas com preocupação acabam resultando em dias de desânimo, quando nada dá certo, tanto para o marido como para a esposa, mesmo que somente um deles esteja preocupado.

Você já parou para pensar que a preocupação quase nada tem a ver com o presente — exceto para torná-lo miserável?

A preocupação se relaciona quase que exclusivamente com o passado ou com o futuro. Você revive erros passados ou o que alguém fez para você ontem... Ou o que não fizeram ou falaram de você. E, antes que perceba o que está acontecendo, você está passando um dia horrível só por estar se concentrando no passado. É verdade que muitas vezes é necessário avaliar

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o que aconteceu e é uma coisa boa aprender com as experiências passadas. Mas, quando você se preocupa, consegue realmente avaliar e aprender claramente? E, mais importante ainda, será que a preocupação já conseguiu alguma vez mudar o que aconteceu ontem?

Ou talvez não seja o passado o que o preocupa. É o futuro que o faz perder o controle sobre a preocupação. Você olha as contas e as obrigações financeiras que você terá de pagar nos próximos seis meses e sucumbe ao nervosismo. Talvez você seja perseguido pelo medo de perder a saúde, que lhe tira o sossego, ou possíveis problemas futuros com seu emprego. Seja lá o que for, quando a preocupação domina seu pensamento, você nem tem tempo para notar o dia de hoje.

Não admira que os casamentos enfrentem problemas profundos quando a preocupação consome grandes blocos de energia do marido ou da esposa. Casamentos saudáveis, bem-sucedidos, precisam de pessoas dedicadas às alegrias e problemas de hoje. Quanta preocupação existe em seu casamento? Em sua própria vida?

Você já analisou alguma vez o que preocupa você e seu cônjuge com maior freqüência? É o passado? O que você poderia ter feito ou deveria ter feito? Ou é o futuro que o leva a preocupar-se? Temor do que acontecerá a seus filhos quando estiverem por conta própria? A preocupação sobre o dinheiro necessário para pagar as contas dá nós em seu estômago?

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 21

1. Reveja, em pensamentos, a semana passada. Você passou algum tempo sentindo ansiedade ou Preocupação?

2. Você percebeu se seu cônjuge estava preocupado?

3. Se a preocupação esteve presente na semana passada, sobre o que você se preocupou especificamente? Você sabe a respeito do que seu cônjuge se preocupou?

4. Você pode enumerar os benefícios e resultados que ocorreram como resultado de sua preocupação?

Definindo o Medo, a Ansiedade, a Preocupação

Deus criou o homem como ser emocional, pensante. Por sermos humanos, temos a capacidade de ficar remoendo as coisas, de sentir de uma ou outra forma acerca de dada situação. O medo é um dos sentimentos que todo mundo sente de tempos em tempos. Por exemplo, o medo que se baseia em perigos físicos externos reais é um medo salutar. Evita que sejamos feridos por caminhões, armas, fogões quentes, etc.

O medo é uma emoção e, como tal, torna-se energia ou uma força dinâmica. E também um impulso que nos impele a fazermos algo. Quando nos referimos ao medo, pensamos em palavras tais como assombro, acanhamento, timidez, susto, alarme, pânico, terror e horror. Quando encontramos alguém que está com medo, dizemos que está: atemorizado, alarmado, nervoso, descontrolado, perturbado, amedrontado, assustado, acanhado, tímido, sem graça, desconfiado, apavorado ou espantado.

Então, qual é a diferença entre medo e ansiedade? Ansiedade é o sentimento de apreensão, tensão ou desconforto que produz a sensação de perigo iminente, e que não se origina na lógica ou em uma causa razoável. Medo, por outro lado, é uma reação emocional reconhecida

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conscientemente, geralmente estimulada por uma ameaça real (ou pelo menos uma que pareça muito real à pessoa atemorizada).

Uma forma de ver essa diferença é se considerarmos que o medo é externo e a ansiedade é interna. A ansiedade pode ser definida como “medo na ausência de uma causa adequada”. A ansiedade surge como uma reação ao perigo e/ou ameaça, porém a fonte desta desgraça prestes a se abater geralmente não é muito clara. Os gregos descreviam a ansiedade como “forças opostas em ação para dividir o homem”.

Muitas vezes, usamos a palavra “preocupação” como sinônimo de ansiedade, mas isto não é bem exato. A pessoa preocupada passa grande parte do tempo pensando e meditando sobre um problema real ou imaginário. Fica remoendo esse problema em sua cabeça. De forma geral, começa a pensar o pior acerca de uma situação e “atravessa muitas pontes antes de chegar a elas".

O profeta Habacuque dá uma descrição gráfica de alguém envolvido pela preocupação: Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e os joelhos me vacilaram: pois em silêncio devo esperar o dia da angústia... (Habacuque 3:16).

Em seu livro How To Win Over Worry (Como Vencer a Preocupação), John Haggai comenta: “A preocupação divide os sentimentos, e por isso falta estabilidade às emoções. A preocupação divide a compreensão, e por isso as convicções são superficiais e inconstantes. A preocupação divide a faculdade de percepção, e por isso o poder de observação fica defeituoso e até mesmo falso. A preocupação divide a capacidade de julgamento, e por isso as atitudes e decisões são freqüentemente injustas. São decisões que causam dano e tristeza. A preocupação divide a faculdade determinativa, e por isso planos e propósitos, se não forem cabalmente” descartados”, não serão cumpridos com persistência".

A preocupação e a ansiedade debilitam e derribam a pessoa. Em contraste: O ânimo sereno é a vida do corpo... (Provérbios 14:30).

Você está conscientemente controlando a preocupação na sua vida? Está descobrindo maneiras de enfrentar seus dias com “animo sereno?”.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 221. Você consegue determinar com precisão aquilo que mais causa ansiedade e

preocupação em sua vida? Se conseguir, indique qual é.

2. Como você descreveria esta preocupação?

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Doentia Normal

3. Explique por que essa foi à descrição que escolheu.

Como Você Pode Vencer a PreocupaçãoPraticamente todo mundo concorda que a ansiedade e a preocupação são

destrutivas. Mas como é que a pessoa se liberta das garras da preocupação? A Bíblia dá diretrizes cristãs práticas para se tratar disso.

Por exemplo, Paulo faz lembrar ao cristão que... VOCE É FILHO DE DEUS. DEPENDA DE SEU PAI CELESTIAL PARA AJUDA-LO.

E agora, assim como vocês confiaram em Cristo como Salvador, confiem Nele também para os problemas de cada dia; vivam em união vital com Ele. Deixem que as raízes de vocês se aprofundem Nele e extraiam Dele a nutrição. Cuidem de continuar a crescer no Senhor, e tornem-se fortes e vigorosos na verdade. E que a vida de vocês transborde de alegria e gratidão por tudo quanto Ele tem feito (Colossenses 2:6,7, A Bíblia Viva).

Não se aflijam com nada; ao invés disso, orem a respeito de tudo; contem a Deus as necessidades de vocês, e não esqueçam de agradecer-Lhe suas respostas. Se fizerem isto, vocês terão experiência do que é a paz de Deus, que é muito mais maravilhosa do que a mente humana pode compreender. Sua paz conservará a mente e o coração de vocês na calma e tranqüilidade, à medida que vocês confiam em Jesus Cristo (Filipenses 4:6, 7, A Bíblia Viva).

Quando você lê estas instruções, elas parecem tão animadoras. Realmente maravilhosas. Mas como é que a gente as põe em prática para evitar a preocupação? Em suma, Paulo está dizendo:

Não tente enfrentar suas dificuldades sozinho. A preocupação assume o comando quando você olha para uma situação sombria e começa a inquietar-se: “Isto é horrível. Não tenho como me sair desta. Estou perdido”. Isto pode (ou não) ser verdade, no que se refere à sua pessoa, mas você não está sozinho. Pode voltar-se para Deus e contar-Lhe como as coisas estão difíceis e confiar Nele para ajudá-lo. Confie em Seu poder e força para ajudá-lo a vencer.

Lembre-se de que tem escolha quanto a quem “manda na cacho-la”. Seus pensamentos o controlam ou você os controla? Por exemplo, ao acordar pela manhã, as preocupações assumem o controle e começam a ditar a você que disposição vai ter? Ou você diz: “Um momento! Preocupar não ajuda nada”. Ocupe seus pensamentos com outras coisas. Ocupe-se fazendo algo que exija sua atenção. Não deixe que a preocupação “mande na sua cachola”. Com a ajuda de Deus, escolha não preocupar-se.

Concentre-se na realidade. Imaginar o que poderia acontecer ou devanear sobre as conseqüências pode levar a uma condição extrema de preocupação e ansiedade. Enfrente a verdadeira situação e conte a Deus do que está necessitando. Conforme diz Paulo: Se fizerem isto, vocês terão experiência do que é a paz de Deus, que... Conservará a mente e o coração de vocês na calma e tranqüilidade, à medida que vocês confiarem em Cristo Jesus.

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Seja honesto consigo mesmo e aceite seus problemas. Não fique com medo de ser “pouco espiritual” ou “decaído” por estar desanimado e preocupado. Não se preocupe em estar preocupado; isso só piora as coisas. Ao contrário, avalie honestamente seus sentimentos. Defina seu problema. E depois, siga o conselho de Paulo: ...Assim como vocês confiaram em Cristo como seu Salvador, confiem nEle também para os problemas de cada dia. Será bom, também, se você agradecer a Deus o problema, bem como Sua resposta... Mesmo que não veja uma solução naquele momento. Lembre-se de que Tiago escreveu: . . .A vida de vocês está cheia de dificuldades e de tentações? Então, sintam-se felizes porque quando o caminho é áspero, a perseverança de vocês tem a oportunidade de crescer Portanto, deixem-na crescer, e não procurem desviar-se dos seus problemas (Tiago 1:2-4, A Bíblia Viva).

Jesus deu a Seus discípulos um princípio sólido para tratar da ansiedade e do medo... CONCENTRE-SE NA SOLUÇÃO AO INVÉS DE CONCENTRAR-SE NO PROBLEMA.

Este princípio é ilustrado graficamente na narrativa que Mateus faz de Pedro andando sobre as águas: E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados, e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes falou: Tende bom ânimo! sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus! (Mateus 14:26-33).

Pedro estava indo bem enquanto andou pela fé e manteve sua mente e seus olhos fixos em Cristo. Mas quando desviou sua atenção para o vento e as ondas (seus problemas), estes tornaram-se avassaladores. Cristo deseja que O busquemos pela fé que temos nEle e, dependendo de Sua ajuda e orientação, usemos os recursos à nossa disposição para encontrarmos soluções para nossos problemas. Por exemplo, experimente estas idéias que visam a solução dos problemas.

Pense em termos de possíveis soluções. Enumere suas preocupações e ansiedades. Seja especifico e completo em suas descrições. Se estiver realmente preocupado com os pagamentos da casa este mês, não escreva apenas “finanças”. Ao invés disso, coloque “dinheiro para pagar a prestação da casa” e quaisquer outros problemas monetários urgentes que tenha. Depois, faça uma lista das possíveis soluções. Essa lista pode incluir um empréstimo, arranjar um serviço extra, vender alguma relíquia, ou até mesmo fazer uma venda de coisas que possa dispensar. Inclua todas as possibilidades que lhe venham à mente e ore pedindo que Deus o ajude a escolher que direção tomar para chegar a uma solução.

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Trabalhe ativamente nas soluções. Enumerar possíveis soluções não basta. Aja. Por exemplo, se você sente que se preocupa bem mais do que a média das pessoas, e que algo deve estar errado com você, marque uma consulta com seu médico. O mau funcionamento das glândulas, deficiências de algumas vitaminas, alergias, falta de exercícios e fadiga emocional ou física podem às vezes apresentar-se sob a forma de preocupação ou ansiedade. Ao procurar os motivos de sua preocupação, elimine, antes de mais nada, a possibilidade de causas físicas.

Não se concentre nas coisas que o preocupam. Quando Pedro concentrou-se na altura dos vagalhões, começou a afundar. Reconheça o que faz aumentar sua ansiedade e preocupação. Fique longe dessas áreas.

Suponha que você e seu cônjuge não consigam discutir política sem que a tensão se eleve. Ou talvez seu cônjuge siga de perto os noticiários mas você fique todo aborrecido e preocupado a respeito da terrível situação do mundo. Reconheça a situação e encontre uma resposta para ela. Quando for a hora do noticiário, talvez você deva ocupar-se em outra parte da casa com uma atividade que verdadeiramente lhe dê prazer. Ou então ajude alguém da família que esteja precisando de auxílio.

Uma ex-preocupada explica: “Quando começo a ficar nervosa e a preocupar-me por meu marido e eu termos tanta diferença de opinião, ocupo-me em agradecer a Deus por todas as bênçãos que temos gozado juntos. As vezes, chego até a fazer uma lista das bênçãos. Quando começo a enumerá-las ‘uma a uma’, parece que as preocupações perdem a importância".

É útil lembrar que Jesus ensinou seus seguidores a ...ACEITAR O QUE NÃO PODE SER MUDADO... DETERMINAR SUAS PRIORIDADES E MANTÊ-LAS COMO TAL... VIVER UM DIA CADA VEZ. Veja se pode localizar estes princípios nas seguintes palavras acerca da ansiedade ditas por Cristo: Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de come ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescenta um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (Mateus 6:25-34).

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Aceitar o que não pode ser mudado, determinar as prioridades e mantê-las como tal, e viver um dia de cada vez podem tirar muita da preocupação e ansiedade do relacionamento matrimonial. Tente imaginar o que aconteceria a áreas problemáticas em seu próprio casamento se você conseguisse...

Aceitar o que não pode ser mudado. Você provavelmente já leu a prece de Reinhold Niebuhr: “O Deus, dá-nos serenidade para aceitarmos o que não pode ser mudado, coragem para mudar o que deveria ser mudado, e sabedoria para distinguir uma coisa da outra. E se você fizer dela uma prece pessoal que realmente traduza o que sente?

Enfrente o fato de que não há quantidade alguma de preocupação, nada que possa dizer, que vá verdadeiramente mudar seu cônjuge. Por outro lado, aceitar e amar seu cônjuge como ele/ela é pode libertar cada um de vocês da preocupação. As mudanças em você podem muito bem ser o que Deus usará para ajudar seu casamento a ficar mais forte e mais satisfatório.

Em seu livro Are You Fun to Live With? (É Divertido Viver com Você?), Lionel Whiston conta a respeito de um homem, Pedro, que tentou por muitos anos mudar sua mulher para que ela fosse mais como ele achava que ela deveria ser. Mas “tudo que ele conseguiu com isso foi briga ou ouvidos moucos".

Whiston continua, dizendo: “Mas recentemente, um lampejo de percepção ocasionou grande diferença em Pedro... Ele encontrou mais gozo em amar a família como ela é, não pelo que poderia se tornar.

“Pedro ainda anela pela hora em que sua esposa se unirá a ele na fé cristã, e pergunta-se com freqüência: ‘Quando será que minha esposa vai mudar e ser realmente minha companheira?’ Então ele mesmo responde: ‘Não sei, e, de certa forma, nada tenho a ver com isso. Minha tarefa é a de amá-la, gozar sua companhia, e ser o melhor marido e pai que puder. Se Deus quiser mudar a Arlene, ele o fará. Enquanto isso, estou contente por ter-me casado com ela".

Determine as prioridades. Com o que vale a pena preocupar-se? Você está se preocupando com problemas reais? Conforme A Bíblia Viva, as palavras de Cristo são: Portanto, meu conselho é: Não fiquem preocupados a respeito de coisas: O que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo — e eles são muito mais importantes do que o que comer e o que vestir (Mateus 6:25).

Como cristão, você goza do perdão de Deus. Você tem a vida abundante — vida na família de Deus. Lembrar-se disso o ajuda a enxergar com clareza seus valores?

O dinheiro pode estar curto; suas roupas podem estar ficando um pouco velhas. Você pode estar marcando mais fracassos que sucessos em sua tabela. Ao trabalhar em direção à solução de seus problemas, mantenha seus valores no lugar certo lembrando-se de que “a segurança do cristão pouco tem a ver com o sucesso ou o fracasso. Como cristãos, cremos que Cristo nos ama plenamente quer sejamos bem ou mal-sucedidos”. Ele suprirá nossas necessidades ao descansarmos nEle e em Sua Palavra para nos ajudar a manter nossos valores no lugar certo em todas as áreas de nossa vida.

Viva um dia de cada vez. Você está se preocupando com seu casamento ou gozando-o? Você já curtiu seu cônjuge hoje? Ou está preocupado demais com o que vai acontecer amanhã para manter o agora em foco?

É claro que a casa precisa de um novo teto e que os dentes do Joãozinho precisam de aparelho, e que você não pode esperar muito mais para fazer aquela revisão nos freios do seu carro. Mesmo assim, Jesus diz: “Não fique ansioso com o amanhã. Deus cuidará do seu amanhã também. Viva um dia de cada vez”. Você acredita nisso? É melhor acreditar. Hoje é o único dia de que dispõe.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 231. Revise os princípios bíblicos que ensinam como tratar a preocupação. Escolha

uma ou duas idéias que sejam especialmente significativas para você.

2. Agora pense nas maneiras como deseja usar as idéias para ajudá-lo a deixar a preocupação e mover-se em direção a uma posição de maior liberdade e confiança em Deus.

3. Você consegue pensar em pelo menos uma forma pela qual confiança e fé em Deus — ao invés de preocupação — fortalecerão seu casamento? Seja específico/a.

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A Tensão Pode Ser Uma Boa Coisa Para o Seu CasamentoUma palavra final sobre problemas e tensão — as coisas que o levam a preocupar-

se.Situações de tensão podem ser valiosas no que se refere ao seu casamento. Como

diz Dwight Small: “Os momentos mais difíceis da vida podem ser também horas em que nos comunicamos com mais profunda compreensão mútua. E a experiência de casais que estiveram casados por muito tempo que algumas das melhores horas de diálogo tem ocorrido durante reveses. A perda de um emprego, a doença de um filho, a morte de um progenitor — tais experiência não podem deixar de trazer uma necessidade de cooperação e ação decisiva. Isto faz com que duas pessoas sintam como precisam uma da outra de maneiras especiais".

Quando as dificuldades chegam, ao invés de permitir que a preocupação o deixe fraco e miserável, busque a Deus e a seu cônjuge, confiante de que, juntos, vocês podem enfrentar cada dia.

QUAL É O SEU PLANO?

1. Leia a seguinte passagem da Escritura e escreva o que devemos fazer e por que devemos fazê-lo: Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós (1 Pedro 5:7).

O que devo fazer:

Por que devo fazer isso:

2. Qual é o plano para eliminar a ansiedade ou a preocupação na passagem: Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti (Isaías 26:3)?

A palavra “propósito” refere-se à nossa vida mental ou ao pensamento. Sobre o que você pensa ou medita?

3. Leia a passagem bíblica que se segue: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus.

Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento (Filipenses 4:6-8).

Enumere suas ansiedades:

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Enumere suas petições específicas:

Enumere algumas coisas específicas sobre que pensar que satisfaçam as exigências do versículo 8.

Da próxima vez em que começar a se preocupar, lembre-se de Filipenses 4:8 e concentre-se naquilo que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e louvável. Juntamente com seu cônjuge, isole uma ansiedade ou preocupação especifica que cada um de vocês tenha. Orem a respeito dela e usem os versículos que estudaram acima para inspirá-los a literalmente esquecer-se de seus problemas e ansiedades.

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Mitos açucarados mostram o casamento como a época em que vocês “vivem felizes para sempre” (especialmente se forem cristãos!). Brigas e discórdias, dizem os mitos, simplesmente não têm lugar em um casamento saudável, “espiritual”.

Mas o açúcar que recobre os mitos derrete facilmente sob o calor da realidade matrimonial, O casamento inclui conflitos, porque o casamento é a união de dois indivíduos que têm pontos de vista, pontos de referência e valores singulares. Não há duas pessoas que consigam concordar acerca de tudo todo o tempo. Em qualquer casamento, haverá conflito de tempos em tempos.

O que, exatamente, é conflito? Para algumas pessoas, a palavra suscita imagens de campos de batalha e guerra. Este é um dos significados de conflito, mas aquele com o qual este capítulo se preocupa é, de acordo com o dicionário: “Discórdia, tensão emocional resultante de necessidades ou forças intimas incompatíveis”.

Essa definição é um desafio para todo casal. Como tratar suas discórdias — as tensões que surgem quando as necessidades e forças de um dos cônjuges estão em total oposição aos do outro? Como fazer para evitar que a oposição de necessidades se transforme em briga armada?

Todo casal precisa saber como tratar o conflito de maneira criativa e construtiva.Objetividade, flexibilidade, disposição para ceder (Espremer o tubo de pasta de

dentes na ponta ao invés de no meio: é esse realmente um dos grandes problemas da vida?) e a disposição para permitir que a outra pessoa seja ela mesma, tudo isso precisa ser desenvolvido se os casais desejarem gozar um relacionamento conjugal cada vez mais satisfatório.

Quando o conflito surge, deve ser enfrentado com a compreensão de que discordar não significa que o relacionamento está para se desfazer. Tampouco deve uma discórdia levar a um sururu dos bravos (verbal e/ou físico). Maridos e esposas precisam saber como “discordar cordialmente”, ou, para usar uma expressão um pouco mais forte, “brigar limpo”. Infelizmente, poucos são os casais que recebem qualquer tipo de treinamento na arte de “discordar cordialmente” ou “brigar limpo” antes do casamento. O resultado é que suas discórdias geral-mente viram desavenças, discussões acaloradas e brigas. E nada disto precisa realmente acontecer. Qualquer casal pode lidar melhor com os conflitos se usar os dez princípios que se seguem:

Não Evite o Conflito Usando o Tratamento do Silêncio

Algumas pessoas usam o “tratamento do silêncio” como forma de evitar a controvérsia. Elas usam o silêncio como arma para controlar, frustrar ou manipular seus cônjuges. Ou às vezes o marido ou esposa escolhe o silêncio por lhe parecer o menos doloroso. Talvez um dos cônjuges esteja silencioso agora porque no passado o outro não tenha sido um ouvinte atencioso. Também há sempre a possibilidade de que uma profunda mágoa esteja mantendo silencioso um dos cônjuges.

Mas o silêncio nunca faz bem a longo prazo. “Calar é ouro”, diz o antigo ditado, mas também pode ser amarelo! Não se esconda por trás dele por covardia, por estar com medo de tratar do problema à sua frente.

Conselheiros matrimoniais avaliam que pelo menos metade dos casos que eles vêem incluem um marido silencioso. Os homens tem a tendência de evitar conflitos em discussões. Ironicamente, os problemas que eles evitam são quase sempre aqueles que indicam onde os ajustes e mudanças devem ser feitos — e depressa.

Eis aqui um estilo típico que resulta no uso do silêncio. Quando os cônjuges não estão comunicando porque um dos dois não diz nada, os dois experimentam frustração e uma crescente sensação de futilidade, e tudo isso complica mais o problema do silêncio. Quanto mais a pessoa comunicativa tenta conversar, mais a pessoa silenciosa se afunda em sua toca hostil. Daí, a pessoa que está tentando conversar sente-se cada vez mais inútil, inadequada e magoada. O cônjuge falante pode tentar gritar, ou até a violência, numa tentativa de tirar o parceiro si -lencioso de seu refúgio. Mas isto é fútil, pois nada mais faz do que empurrar o cônjuge silencioso para um silêncio cada vez maior. Quando você diz a uma pessoa silenciosa: “Por que você não fala comigo?” “Por favor, diga alguma coisa — por que não conseguimos nos comunicar?”, ou outros apelos desse tipo, geralmente o que você consegue é reforçar o silêncio dessa pessoa!’

Então, como você encoraja uma pessoa silenciosa a falar? Primeiro, você tem de permitir que o cônjuge silencioso escolha a hora de falar. Daí, quando essa pessoa falar, você tem de comunicar de todas as formas que puder, que está disposto a ouvir sem julgar o que está sendo

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dito; que você está disposto a aceitar sentimentos e frustrações. A pessoa silenciosa deve descobrir que você realmente ouve e se importa. Se você criar um clima de aceitação e não ameaçador, o cônjuge silencioso muito provavelmente começará a falar, e então a comunicação pode começar ou ser restabelecida.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 24

1. Marque como você tende a reagir quando surge uma controvérsia:fala sem parar fecha a boca

2. Enumere diversas razões pelas quais você acha que uma pessoa poderia preferir ficar quieta:

3. Quando seria a melhor ocasião para você ficar quieto/a?

Por quê?

O seu silêncio vai resolver o problema ou melhorar a comunicação a longo prazo?

4. Escreva aqui diversas coisas que você pode fazer para encorajar um cônjuge silencioso a se expressar mais.

Não Acumule “Cupons Emocionais”

Fique sempre de olho em você mesmo para certificar-se de não estar acumulando hostilidade. Um marido ou esposa, por exemplo, pode facilmente acumular muita hostilidade ao tentar lidar com um cônjuge que lhe está dando o tratamento do silêncio (discutido acima). Mas o pior método para se lidar com sentimentos de irritação ou frustração é negar sua existência e refreá-los. Os sentimentos têm de ser expressados. Não se deve permitir que eles se acumulem.

Alguns indivíduos, porém, tratam suas emoções como se fossem cupons de desconto. Guardam toda pequena irritação como se fosse um cupom. Acumulam muitos cupons e, por fim, quando alguma coisa acontece que é a última gota d’água, explodem e cobram o pagamento de todas as irritações e frustrações guardadas. Já acumularam todos os cupons que agüentaram e resolvem que agora é a hora de descontá-los. Desta forma, acham que “estão

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lucrando alguma coisa” com todo o aborrecimento que tiveram. De certa forma, “descontam todos os cupons”, e dizem a si mesmos: “Bem, pelo menos agora me sinto melhor.”

Você é um colecionador de cupons emocionais? Se suspeitar que a resposta é sim, está na hora de começar a dar um jeito nisso. t muito melhor liberar suas emoções à medida que surgem. Deus criou-nos a todos com a capacidade de sentir profundamente, mas precisamos ex-pressar o que sentimos. Devemos e podemos expressar-nos de maneira salutar.

Muitas das discussões, das desavenças e brigas que ocorrem entre casais acabam virando sessões sádicas, emocionalmente prejudiciais. Como é que você resolve suas discórdias?

Uma questão fundamental é como você trata a sua raiva — aqueles sentimentos fortes, até mesmo ardentes, de desagrado que tomam conta de você? Como é que sua raiva trata você? (Ao chegar a este ponto, pode ser que você queira fazer uma revisão dos capítulos 6 e 7 sobre como tratar a raiva).

Suponha que seu cônjuge aja de maneira negativa para com você ou até fique com raiva de você. Pergunte-se o seguinte:

Estou realmente sendo magoado/a ou afetado/a por isto?Retribuir com raiva, mesmo que justificada e racional, vai realmente ajudar aqui?Ficar com raiva é a coisa mais eficaz que posso fazer?O que vai a minha raiva resolver?Como reajo ou respondo à pessoa que está com raiva? Faça tudo menos dizer a

ela: “Olhe, não vá ficar com raiva”. Quando você diz isso, o efeito é exatamente o oposto! Ao invés disso, tente dizer tão mansamente quanto conseguir: “Sinto muito que alguma coisa esteja enraivecendo você. Se for eu, peço desculpas. O que posso fazer para ajudar?” Esta sugestão é eficaz em casa, no trabalho — em quase todos os lugares. Por estranho que pareça, isso soa vagamente familiar — “como algo tirado da Bíblia”. Salomão, que teve um bocado de experiên-cia matrimonial, escreveu certa vez: A resposta branda desvia o furor (Provérbios 15:1).

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 25

1. Faça uma lista das diversas formas pelas quais pode expressar raiva sem ferir a si mesmo e aos outros.

2. Declare a forma pela qual você deseja que seu cônjuge lhe dê a conhecer que está com raiva.

3. Como você pode dar a conhecer a seu cônjuge que você preferiria que sua raiva fosse comunicada de maneira diferente?

Se Possível, Prepare o Cenário Para a Discussão

Se souber que vai ter importante discussão sobre um tópico espinhoso, tente arranjar a melhor hora e lugar para isso. Assegure-se de que não haverá interrupções. Pode ser que deseje tirar o telefone do gancho ou não atender à porta. Se tiver filhos, peça-lhes para não interrompê-los. Se eles não cooperarem, contem-lhes que estão tendo uma discussão muito séria e que falarão com eles quando terminarem de conversar.

Os pais geralmente não são bem-sucedidos quando tentam esconder discórdias e discussões dos filhos. Permita que eles fiquem sabendo que vocês têm diferenças de opiniões às vezes e que todos os membros da família terão ocasiões em que não concordam. Não se esqueçam de que seus filhos aprenderão.a discordar e discutir observando vocês. Se estabelecerem padrões saudáveis para discordar entre si, será muito útil para que seus filhos aprendam a discordar de maneira saudável — e tudo isso só vai aumentar a paz e a harmonia de seu lar.

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Ataquem o Problema, Não um ao Outro

Faça tudo que puder para manter a discussão impessoal. Ao invés de atacar o problema, muitos casais atacam-se mutuamente com insinuações, censuras e outros comentários “afiados”.

Há uma história antiga de um pastor no Estado de Wyoming, que observou o comportamento dos animais selvagens durante o inverno. Alcatéias de lobos, por exemplo, invadiam o vale e atacavam bandos de cavalos selvagens. Os cavalos formavam um círculo com as cabeças voltadas para o centro do círculo e escoiceavam os lobos, que batiam em retirada. Viu também o pastor os lobos atacarem um bando de asnos selvagens. Esses animais também formaram um circulo, mas o fizeram com as cabeças voltadas para o lado dos lobos. Quando começaram a escoicear, acabaram ferindo uns aos outros.

As pessoas podem escolher ser sabidas como o cavalo selvagem ou tolas como o asno selvagem. Podem escoicear o problema ou uma à outra. Eis aqui cinco sugestões para ajudá-lo/la a escoicear o problema — a discordar sem escoicear seu cônjuge:

... Comprove qualquer acusação ou afirmativa que fizer com fatos.

... Permaneça no presente. Reclamações com mais de seis meses não são permissíveis. Evite dizer: “Lembro-me de quando...” Existe uma placa sobre a mesa de um senhor de negócios que diz: “Lembre-se de Esquecer”. Todos os casais precisam pendurar essa placa em seu casamento. O apóstolo Paulo disse: ...Estou concentrando todas as minhas energias para insistir nesta única coisa: esquecendo o passado e aguardando esperançoso aquilo que está à frente... (Filipenses 3:13, A Bíblia Viva).

... Não faça referências a parentes do lado do seu cônjuge.

... Não faça referências à aparência de seu cônjuge. Isto quer dizer que você deve evitar inserir picuinhas ou comentários desairosos acerca do excesso de peso, queda de cabelo, vestir-se mal, etc.

Nada de cenas dramáticas, por favor. Nada de alto grau de emotividade e explosões de lágrimas. Chorar é muitas vezes uma forma de manipular a outra pessoa. Ameaças também servem para esse fim. Alguns cônjuges chegam ao ponto de ameaçar suicídio para assim poder controlar o outro. Mas nenhum desses métodos funciona, de modo geral. Ninguém está distribuindo Oscars por atuação dramática a pessoas casadas que estejam tentando solucionar suas diferenças.

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O QUE VOCÊ ACHA? Nº 26

E se seu cônjuge atacar você ao invés do problema?1. Se for feita uma acusação ou afirmativa que não seja comprovada por fatos,

direi:

2. Quando uma reclamação de mais de seis meses for levantada, afirmarei:

3. Se for feita uma referência a um parente meu, farei o seguinte:

4. Se eu fizer uma referência à aparência de meu cônjuge, farei o seguinte:

5. Se for feita uma referência à minha aparência, farei o seguinte:

6. Quando eu ou meu cônjuge apelarmos para a “dramaticidade”, farei o seguinte:

7. Revise suas respostas às seis situações acima. São elas positivas ou negativas? Vão elas ajudar ou magoar seu cônjuge? Elas tornarão mais eficaz a comunicação da próxima vez ou tenderão a atrapalhar futura comunicação? Se suas respostas foram negativas, ferinas ou tendendo a atrapalhar comunicação no futuro, escreva-as novamente!

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Não “Atire Seus Sentimentos” em Seu Cônjuge

Aprenda como fazer para informar seu cônjuge acerca de seus sentimentos. Não os lance como se fossem uma lança ou uma pedra.

O Dr. Howard Clinebell sugere que um “... caminho para a comunicação produtiva é aquele pelo qual tanto o marido quanto a esposa adquirem a aptidão de falar sem arrodeios. Cada um pode ajudar o outro a compreender, perguntando-se: ‘Estou dizendo o que realmente penso?’ Isto envolve aprender a estar consciente do que realmente se está sentindo e desenvolver a capacidade de expressar claramente esse sentimento. É necessário usar-se afirmativas diretas ao invés de arrodeios, específicas ao invés de generalizadas. A esposa critica o marido, que está sentado à mesa do café da manhã, escondido atrás do jornal: ‘Gostaria que você não fizesse tanto barulho para tomar o café.’ O que ela realmente está querendo dizer é: ‘Fico magoada quando você se esconde por trás do jornal ao invés de conversar comigo.’ Falar francamente envolve ser honesto acerca dos sentimentos negativos tanto quanto dos positivos, e ser capaz de declará-los de maneira inofensiva: ‘Sinto que...’, ao invés de ‘Você é....’ E necessário arriscar-se um pouco no começo deste tipo de comunicação, até que tanto o esposo quanto à esposa consigam confiar o bastante no relacionamento para poderem dizer o que realmente sentem.

“James Farmer conta à história de uma mulher que ficou rica e resolveu mandar escrever um livro sobre sua árvore genealógica. O conhecido escritor a quem ela contratou para esse serviço descobriu que um dos avós dela havia sido eletrocutado na prisão de Sing Sing. Quando ele disse que esse fato teria de ser incluído no livro, ela implorou-lhe que o fizesse de maneira a esconder a verdade. Quando o livro foi publicado, dizia: ‘Um de seus avós ocupou a cadeira de eletricidade aplicada em uma das mais conhecidas instituições dos Estados Unidos. Ele ficou muito apegado a esse ofício e literalmente morreu no cumprimento dele.’ O significado em algumas tentativas de comunicação entre cônjuges é quase tão obscuro e confuso quanto esse. É geralmente melhor ‘dar o nome aos bois’, com brandura se necessário, mas claramente”.

Nas palavras do Pregador: Há um tempo certo para cada coisa... Tempo para ficar quieto, tempo para falar (Eclesiastes 3:1,7, A Bíblia Viva).

Não Fuja ao Assunto

Tente sempre descobrir exatamente sobre o que vocês estão discutindo e não fuja a esse assunto. Não insira questões irrelevantes ou sem importância. As vezes, você pode ter de dizer coisas tais como: “Vamos parar esta conversa e ver se conseguimos descobrir a respeito do que estamos falando de verdade. Você começa de novo, e eu vou ouvir. Talvez tenha entendido mal alguma coisa.” Tome a iniciativa de fazer isto você mesmo/a. Não espere que seu cônjuge o faça. Esteja sempre disposto/a a escutar e a fazer perguntas.

Ao envolver-se em um debate ou discussão importante, lembre-se de fazer a si próprio/a a seguinte pergunta: “Será que existe mesmo um problema tão grande ou tanta diferença de opinião quanto estou pensando? Será que estou buscando de verdade uma solução ou so estou procurando problemas?” Você tem a tendência de ver o lado bom ou mau das coisas? Você gasta muito tempo remoendo problemas na cabeça? Você literalmente cria problemas na cabeça?

A resposta a essas perguntas pode estar em se você é um otimista ou um pessimista. A diferença é facilmente vista nesta antiga, mas ainda engraçada história:

“Havia dois lavradores. Um era pessimista, o outro otimista.Dizia o otimista:— Que sol maravilhoso.Respondia o pessimista:— E, mas acho que vai acabar queimando toda a plantação.Dizia o otimista:— Ótima chuva.O pessimista respondia:— É, mas acho que vamos acabar tendo uma inundação.Certo dia, o otimista disse ao pessimista:— Você já viu meu novo cão de caça? E o melhor que existe.Disse o pessimista:— Você está falando daquele vira-latas que vi preso atrás da casa? Não me parece

grande coisa.

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O otimista retrucou:— Quer ir caçar comigo amanhã?O pessimista concordou. Foram. Alvejaram alguns patos selvagens. Os patos

caíram na lagoa. O otimista mandou seu cão ir apanhar os patos. O cachorro obedeceu. Ao invés de ir nadando pela lagoa para apanhar os patos, o animal andou sobre a água, apanhou os patos, e voltou andando de novo por cima da água.

O otimista voltou-se para o pessimista e disse:— E agora, que me diz do meu cachorro?Ao que o pessimista retrucou:— Hmmmm, ele não sabe nadar, sabe?”Não somos todos assim às vezes? Não conseguimos ver os pontos fortes ou as

qualidades de nosso cônjuge porque estamos concentrando nossa atenção em suas fraquezas ou problemas. Talvez fosse bom que todo marido e esposa decorassem Filipenses 4:8, 9: Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-se com elas. Continuem a pôr em prática tudo quanto aprenderam de mim e me viram fazer, e o Deus de paz será com vocês (A Bíblia Viva).

Junte Soluções às CriticasAo criticar seu cônjuge, você consegue oferecer uma solução definida ao mesmo

tempo? Dizer: “O jeito como você larga a roupa suja espalhada por todo canto faz este quarto parecer uma pocilga” não ajuda nada. Dizer: “Se eu colocasse o cesto de roupas sujas no quarto para que a gente não precise andar tanto, ficaria melhor?” Oferece uma solução ao problema e também transmite o desagrado com a presente situação.

Outro versículo bíblico muito bom para ser lembrado e aplicado por maridos e esposas é:

Assim, não se censurem mais uns aos outros. Em vez disso, procurem viver de tal modo que nunca façam um irmão tropeçar, se vir vocês fazerem alguma coisa que ele pensa que está errada (Romanos 14:13 A Bíblia Viva).

Jamais “analise” seu cônjuge durante uma discussão. Não brinque de médico ou psiquiatra, dizendo coisas deste tipo: “Olhe, você está dizendo isso porque...” Seu cônjuge não é um caso sendo estudado. Ele ou ela é parte de você — uma carne — seu companheiro/a!

Jamais Diga: “Você Nunca” ou “Você Sempre”Nada melhor do que uma afirmativa abrangente ou uma vasta generalização para

aumentar a dificuldade. Evite palavras tais como “nunca”, “sempre”, “tudo”, “todos”.Evite afirmativas envenenadas como:‘‘Você nunca chega na hora.“Você está sempre dizendo esse tipo de coisa”.“Todas as mulheres são emotivas”.“Todos os homens são assim.“Todo mundo acha que você é assim e eu também acho!”Duas outras excelentes maneiras de tornar mais fácil a conversa são as seguintes:Fique de olho em seu volume.Não exagere.A maioria de nós tende a erguer a voz durante uma discussão familiar. Quando

fazemos isto, estamos dizendo em verdade: “Não consigo me comunicar com você em um tom de voz normal porque você parece não ouvir o que digo. Por isso terei de aumentar o volume”.

Elevar a voz coloca nosso cônjuge na defensiva e pode até mesmo indicar que perdemos o controle — de nós mesmos, ou da situação.

É fácil aumentar seus problemas pelo exagero. Parecemos achar que os fatos como são não causam impressão na outra pessoa, e por isso tentamos chamar a atenção dele/a através da alteração dos fato sou “esticando-os um pouquinho”.

A generalização abrangente é uma forma típica de exagero.Diz ela: “Você nunca chega a terminar nada do que começa a fazer aqui em casa.

Está trabalhando nessa cerca há seis meses!”.Ele diz: “Você está sempre atrasada. Você nos faz chegar atrasa dos quando

vamos jantar fora, ao teatro, à reunião de pais e mestres, à igreja. Vamos nos atrasar para o nosso próprio enterro!”.

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Um versículo de Efésios traz bom conselho para cônjuges que gostam de exagerar:...Seguiremos com amor a verdade em todo o tempo —falando com verdade,

tratando com verdade, vivendo com verdade — e assim nos tornaremos cada vez mais, e de todas as maneiras, semelhantes a Cristo... (Efésios 4:15, A Bíblia Viva).

Não Use a Censura Para Fazer-se de EngraçadoEmbora seja verdade que uma piada ou tirada possam aliviar a ten-

são em algumas discórdias conjugais, é sempre de bom aviso tomar cuidado ao usar o humor. Jamais tente fazer graça criticando seu cônjuge. O problema pode não ser sério para você, e contudo muito importante para o outro.Perguntas que devemos fazer antes de usarmos o humor:“O que vou dizer aumentará a tensão ou irá aliviá-la?”.“Consigo rir às minhas próprias custas, ou estou tentando rir às custas de meu

cônjuge?’’“Estou tentando marcar mais pontos para o meu lado com meus comentários

engraçadinhos?”

Quando Estiver Errado, Admita; Quando Estiver Certo, Cale a BocaTenha a humildade de lembrar-se que poderia estar errado/a. Muitas pessoas

acham esta sentença difícil, senão impossível de dizer: “Estou errado — você pode estar certo”. Pratique dizê-la para si mesmo se necessário para depois ser capaz de dizê-la quando for apropriado durante uma disputa ou discussão. Ao reconhecer honestamente que está errado e a outra pessoa está certa, você melhora a comunicação mil vezes e aprofunda o relacionamento com seu cônjuge.

E sempre que for o caso, peça perdão. Tiago nos diz para admitirmos nossas faltas uns para com os outros e orarmos uns pelos outros. (Veja Tiago 5:16 em A Bíblia Viva.)

Provérbios 28:13 traz ótimo conselho: Quem procura esconder seus pecados será sempre um fracasso. Quem confessa e abandona seus pecados será perdoado (A Bíblia Viva).

Por vezes, você terá de admitir estar errado ao ser criticado por seu cônjuge, e nunca é fácil fazer isso. Pode ser muito complicado também. Nunca jogue para cima do outro frases do tipo: “Sei que é tudo minha culpa. “ É fácil usar essa frase: “É tudo minha culpa”, para manipular o cônjuge. A idéia por trás disso é fazer com que o outro sinta-se na obrigação de se desculpar também dizendo: “Bem, suponho que é parcialmente minha culpa...”

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Se realmente for culpa sua, estéja disposto a admitir. Dizer algo assim como: “Sabe, realmente acho que a culpa é minha neste caso. Sinto muito ter dito aquilo e ter magoado você. Que posso fazer agora para ajudar ou compensar o que fiz?”.

Quando enfrentar a crítica do seu cônjuge e reconhecer que ela é bem fundada, lembre-se dos seguintes provérbios:

A pessoa que se revolta contra o ensinamento e a correção acabará pobre e envergonhada; quem dá valor ao ensino e segue as instruções receberá honra (Provérbios 13:18, A Bíblia Viva).

Ouça com atenção os conselhos e as críticas que receber e faça um propósito de corrigir o que for necessário (Provérbios 25:12, A Bíblia Viva).

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Para quem sabe ouvir e colocar em prática, uma crítica sincera é valiosa como uma jóia de ouro puro (Provérbios 25:12, A Bíblia Viva).

E quando seu cônjuge confessar as faltas e admitir haver errado, não deixe de dizer-lhe que o/a perdoa. Mesmo tendo a razão do seu lado, tome a iniciativa de perdoar e esquecer. Provérbios 17: 9 ensina que o amor perdoa os erros. Colossenses 3:13 diz que todos devem ser amáveis e prontos para perdoar jamais guardem rancor (A Bíblia Viva).

Em suma, o apóstolo Pedro e Ogden Nash dão bons conselhos. Pedro nos diz: O mais importante de tudo é continuarem a mostrar um profundo

amor uns pelos outros, pois o amor compensa muitas das faltas de vocês (1 Pedro 4:8, A Bíblia Viva).

Ogden Nash deu certa vez este conselho aos maridos (que também e certamente apropriado para as esposas):

“Para manter o cálice de amor transbordando no seu casamento, Quando estiver errado, admita, Quando estiver certo, cale a boca”.

QUAL É SEU PLANO?1. Repetimos abaixo os “Dez Princípios Para Tratar o Conflito”. Revise-os e

marque aqueles nos quais você se sente razoavelmente forte e capaz. Releia-os mais uma vez e sublinhe aqueles nos quais sente-se fraco/a — “onde precisa de mais prática”.

Dez Princípios Para Tratar o Conflito1. Não evite o conflito usando o tratamento do silêncio.2. Não guarde “cupons emocionais” para trocá-los depois.3. Se possível, prepare o cenário para a discussão.4. Ataque o problema, não o outro... Reforce as acusações com fatos... Lembre-se de esquecer... Nada de gozação acerca dos parentes do outro... Nada de gozação acerca da aparência do seu cônjuge... Nada de cenas dramáticas.5. Não lance seus sentimentos como pedras.6. Não fuja ao assunto.7. Apresente soluções juntamente com as criticas.8. Jamais diga: “Você nunca...”.... Abaixe o volume... Não exagere.9. Não manipule seu cônjuge com: “A culpa é toda minha.”10. Seja humilde — você poderia estar errado/a.

2. Você é otimista ou pessimista? Como é que seu cônjuge sente que você é? (faça um círculo em torno de uma das expressões).

“Que bom!” “Oh! não!”

Leia e decore Filipenses 4:8, 9.

3. Enumere pelo menos três mudanças específicas em comportamento que você fará, que sejam baseadas nos “Dez Princípios Para Tratar o Conflito”.

4. Chame seu cônjuge e compartilhe com ele/ela o que descobriu ao fazer os exercícios acima. (Uma palavra de advertência: aplique os princípios a si mesmo. Não conclua que “uma boa parte dessas coisas são realmente problema de seu cônjuge”, ou você pode acabar

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discordando (conflito) sobre este capítulo sobre como lidar com o conflito. Se vocês realmente acabarem se desentendendo, não se esqueçam de usar os dez princípios e “briguem limpo”! Boa sorte!

Se você não pôs de lado este livro até chegar a este ponto, você... ... Descobriu que já é um comunicador razoavelmente bom e é provável que tenha

aprendido algumas coisas que o ajudarão a sair-se melhor ainda nessa área.... Ou melhorou suas aptidões como comunicador de diversas maneiras.... Ou pelo menos deu alguns pequenos passos para comunicar-se com seu cônjuge

em níveis mais profundos.Não importa onde esteja como marido ou esposa, você desejará manter as linhas

de comunicação abertas. Uma das chaves para a comunicação — talvez a única chave — é edificar a auto-estima de seu cônjuge. A auto-estima da pessoa é seu juízo total acerca de si mesma — quanto ela gosta de sua pessoa em si. Ter auto-estima elevada não significa que você está continuamente cultuando seu ego. Elevada auto-estima significa que você tem sentimentos sólidos de respeito e valor próprios. Você gosta de ser quem é.

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Cônjuges com elevada auto-estima têm maiores probabilidades de serem felizes e comunicarem-se melhor. Elevada auto-estima significa uma ausência, ou pelo menos uma diminuição considerável de ansiedades, complexos, bloqueios e os outros problemas que impedem a boa comunicação. Um cônjuge com baixo grau de auto-estima raramente é um bom comunicador. Baixa auto-estima geralmente impele a pessoa para dentro de uma couraça de silêncio ou a leva a tornar-se uma ditadora superfalante, dominadora, não receptiva na comunicação que só é feita de uma maneira — “a minha”.

Este último capítulo é dedicado à continuação do desafio de edificação da auto-estima de seu cônjuge—fazer com que ele ou ela sinta-se importante, querido, valioso, bem-sucedido e, acima de tudo, amado. A seguir, damos dez princípios práticos para atingir esse objetivo.

Faça com Que Seja Seguro Comunicar-seEsforce-se para estabelecer e manter uma atmosfera receptiva em seu lar. Nesse

tipo de ambiente, os dois têm liberdade de compartilhar franca e honestamente o que sentem, acham e acreditam. Todos os membros da família sentem-se livres para falar a verdade em amor. O marido, ou a esposa, não erige conscientemente barreiras que impeçam a comunicação com o parceiro.

Às vezes, um deles diz ao companheiro: “Não lhe disse aquilo porque tive medo de magoá-lo”. Ao dar este tipo de desculpa, a pessoa está às vezes escondendo-se por trás do pretexto de estar preocupado com os sentimentos do cônjuge. Este tipo de fuga raramente ajuda a construir o tipo de comunicação franca que é necessária dentro do casamento. Talvez falar a verdade magoe, talvez não. Com demasiada freqüência os cônjuges evitam discussões construtivas por acharem que teriam de fazer mudanças em suas próprias vidas se qualquer comumcação ocorresse a esse nível.

O Dr. John Drakeford dá as seguintes diretrizes para uma comunicação receptiva e franca no lar:

“1. Note os aspectos positivos da franqueza. Quando um casal vive em um relacionamento assim tão íntimo, não deveria ter vastas áreas de experiência que um oculte ao outro.

“2. É claro que vai chegar a hora em que nos assentamos e dizemos ao nosso cônjuge: Querido, você tem o direito de conhecer a pessoa com quem se casou. Deixe-me falar-lhe a meu respeito.

“3. Uma das formas mais repreensíveis de se usar a franqueza é usá-la como meio de ataque. ‘Sim, foi isso o que fiz, mas se agi assim foi por você ser tão frio comigo’ não é honestidade, é ataque.

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“4. Sejamos honestos acerca de nós mesmos sem desculpas ou justificativas. Quando tiver cometido um erro, admita.

“5. Duas pessoas devem desempenhar seus papéis no processo— ninguém jamais deveria pôr-se a julgar quem quer que fosse”.

Vale a pena seguir as cinco regras do Dr. Drakeford, que estão em paralelo com os dez princípios para tratar o conflito, dados no Capítulo 9. Mas o que fazer naquelas vezes em que parece que a franqueza e a honestidade vão causar mais mal que bem? Não há ocasiões no ca-samento quando maior amor é demonstrado se mentirmos (talvez só um pouquinho?) ao invés de dizermos a verdade? Não é melhor mentir em certas ocasiões se isso significar que podemos evitar aborrecimentos no relacionamento matrimonial—se você puder evitar magoar seu cônjuge?

Todos podemos nos lembrar de situações nas quais provavelmente fosse melhor não dizer a verdade porque isso iria magoar nosso parceiro. Mas será que mentir realmente evita aborrecimentos a longo prazo? Mentiras — mesmo mentirinhas brandas ditas para manter a paz — acabam sendo descobertas e, quando isso se dá, aparecem contrariedades maiores ainda.

Quando pensar em mentir para evitar dissabores, você deve ser brutalmente honesto acerca de sua motivação. Está realmente com medo de magoar seu cônjuge? Ou é com você próprio que está preocupado? Você está simplesmente tentando safar-se de uma situação desagradável por sentir que não vale a pena enfrentá-la?

Geralmente a tentação de mentir vem quando somos confrontados com algo que tenhamos feito. Somos tentados a alterar a verdade ou racionalizar os fatos para evitar que a culpa incida sobre nós. Este padrão começa quando somos crianças pequenas. Quando as criancinhas são confrontadas com comportamento errado, acham difícil, se não impossível, dizer: “Sim, fui eu quem fez isso. Sinto muito”.

Você já reparou na reação das outras pessoas quando você assume a responsabilidade por suas ações, enfrentando os fatos com franqueza e honestidade? Falar a verdade, admitir um erro ou malfeito, assumir total responsabilidade por suas ações, geralmente geram reações de surpresa, até mesmo de choque nas outras pessoas!

Há muitas vezes em que omitir parte da verdade parece a melhor coisa a fazer porque a outra pessoa pode não estar pronta para ouvir todos os fatos naquela ocasião. Mas, quando fizer isto — omitir parte da informação — lembre-se que está fazendo com que seu cônjuge pense o contrário ao que é verdade. Ao fazer isto, você está arriscando—os sentimentos do seu cônjuge, e certamente as boas condições dos canais de comunicação. Considere isso cuidadosamente. Vale a pena arriscar tudo isso?

Tente Compreender, Não Ser CompreendidoGaste tanto tempo e esforço tentando compreender o ponto de vista do seu cônjuge

quanto você gasta tentando fazê-lo compreender o seu. Talvez haja uma razão boa e genuína para a crença, as ações e hábitos de seu cônjuge. Cada pessoa vem de educação e ambiente diferentes, e ela traz essa educação para dentro do relacionamento conjugal.

Quando seu cônjuge fica emburrado, amuado ou contrariado porque você não compreende”, o que está realmente sendo dito? A verdadeira mensagem é: “Você não me compreende! Você não quer se adaptar às minhas idéias e à minha maneira de fazer as coisas. Você não quer ceder para mim!”

Se os dois começarem a dizer: “Você não compreende”, então um problema mais sério ainda existe — e pouquíssima comunicação. Há, porém, uma saída para o problema do “mal-entendido”. Paul Tournier dá a solução exata ao dizer:

“Vocês conhecem perfeitamente aquela linda oração de São Francisco de Assis: ‘Senhor! Permite que eu possa buscar compreender mais do que ser compreendido....’ E este novo anseio que o Espírito Santo desperta nos casais e que transforma seu casamento. Enquanto o homem se preocupar principalmente em ser compreendido pela esposa, fica infeliz, imerso em autopiedade, em espírito de exigência, e amargo retraimento. Assim que ele passa a preocupar-se em compreendê-la, tentando compreender aquilo que não havia previamente compreendido, e com seu próprio erro em não tê-la compreendido, a direção tomada pelos acontecimentos principia a mudar. Assim que a pessoa sente-se compreendida, ela se abre e, por deixar cair por terra suas defesas, torna-se também capaz de fazer-se compreender melhor”.

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Tournier tem opinião tão forte acerca da necessidade de compreensão mútua que diz que o marido e a esposa deveriam preocupar-se com isso — mergulhar nisso — absorvidos ao máximo em descobrir as peculiaridades do outro, do que ele/a gosta e não gosta, o que ele/a teme, com que se preocupa, sonha, no que acredita e por que sente tudo isso.

Como tantas vezes acontece, a Bíblia tem estado a ensinar esta verdade básica por séculos. Há muito tempo, o apóstolo Paulo ordenou aos filipenses que vivessem como convinha a cristãos; . . .Com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos ou-tros em amor (Efésios 4:2).

E Paulo tinha a mesma coisa em mente ao escrever aos Filipenses, dizendo:Completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo

amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tendo cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros (Filipenses 2:2-4).

O brado de “Você não compreende!” É a lamúria infantil de um cônjuge imaturo brincando com seu companheiro de aventura matrimonial. A prece de São Francisco de Assis: “Senhor! Permite que eu possa buscar compreender mais do que ser compreendido...” é o apelo honesto do marido ou esposa que deseja comunicar-se —que deseja edificar um casamento sólido e bem-sucedido através da edificação do companheiro.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 271. Escreva o que “... suportando-vos uns aos outros em amor” significa para você

em relação ao seu cônjuge:

2. Escreva o que ter em vista e preocupar-se com “... o que é dos outros” significa para você em relação ao seu cônjuge:

Não Assuma Que Já Sabe — Pergunte

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Reconheça que existem certas informações que não conseguirá obter a não ser que pergunte a seu cônjuge. Jamais assuma que sabe o que seu cônjuge pensa. Você já ouviu algum marido dizer: “Minha esposa acha...?” Como é que ele realmente sabe? Será que ele realmente sabe que ‘é assim que ela pensa ou acha? Ou está simplesmente assumindo que sabe? Será que já perguntou a ela? Será que já discutiu esse assunto de verdade alguma vez?

Assumir que sabe o que seu cônjuge conhece, acha ou sente é perigoso. É verdade que é fácil receber impressões acerca do que as pessoas crêem através da linguagem não-verbal que elas usam —sua aparência Assumir que sabe o que seu cônjuge conhece, acha ou sente é perigoso. É verdade que é fácil receber impressões acerca do que as pessoas física, seus olhares, maneirismos. Mas se você realmente desejar saber o que seu cônjuge pensa, comece a conversar sobre o assunto. A comunicação entre o marido e a esposa melhorará automaticamente se os dois deixarem de assumir e começarem a comunicar. Alguma noite próxima (ou agora mesmo), desliguem a TV e comecem a conversar sobre as idéias que se seguem.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 28

1. Anote o que você acha que seu cônjuge pensa acerca de cada um destes assuntos:

O papel do marido

O papel do pai

O papel da esposa

O papel da mãe

Tarefas masculinas e femininas dentro de casa

Política

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Liberação Feminina

Sexo

A importância de um escape criativo para o marido

A importância de um escape criativo para a esposa

Recreação em conjunto como casal/família

2. Agora comparem suas anotações e discutam o que assumiram e o que é verdade.

Escute — Não InterrompaJá falamos muito nos capítulos anteriores (4 e 5) a respeito de ouvir, mas nunca é

demais falarmos sobre esta aptidão, tão enferrujada pela falta de uso (ou praticamente inexistente) em tantos casamentos.

Pode muito bem ser que o primeiro dever do amor seja o de ouvir. Diz o Dr. 5. 5. Hayakawa: “Podemos, se conseguirmos ouvir tanto quanto falar, tornarmo-nos mais bem

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informados e mais sábios à medida que envelhecemos, ao invés de ficarmos presos, como algumas pessoas, ao mesmo pacotinho de preconceitos aos sessenta e cinco anos de idade que tínhamos aos vinte e cinco anos”.

Mas ouvir requer disciplina. Deixamos de ouvir nosso cônjuge devido à impaciência e falta de concentração, especialmente quando ele ou ela está dizendo algo que não temos grande desejo em ouvir.

Talvez seja mais difícil ouvir quando seu cônjuge escolher uma hora ruim para trazer o assunto à tona. Por exemplo, você chega a casa tarde certa noite, exausto, e sua esposa já está na cama, dormindo (pelo menos, é isso o que você pensa). Você se apronta para deitar, arrasta-se para baixo das cobertas, e está prontinho para o país dos sonhos quando descobre que ela não estava dormindo coisa nenhuma. Estava esperando por você e diz: “Gostaria de falar com você acerca de uma coisa que tem estado a me amolar um bocado”.

É bem possível que sua reação inicial seja: “Não poderia escolher uma hora pior para conversar? Por que ela não faz isso durante o dia e não a esta hora ridícula? Será que ela não percebe que já é tarde e que estou exausto?”

Concordo em que a hora escolhida não podia ter sido pior, mas antes de apelar “vamos deixar isso para amanhã”, pense um pouco sobre o que está acontecendo. Por que ela esperou tanto tempo para trazer esse assunto à baila? Por que esperou até que os dois estejam deitados, quando é fácil esconder-se na escuridão? Será que o que ela tem em mente é algo que você fez para ela, a respeito do que ela acha difícil falar? Considere estas perguntas antes de reagir. Você pode aprender alguma coisa se parar para ouvir, também!

Há outros problemas comuns relacionados ao não ouvir e à interrupção. Por exemplo, existe o de insistir em “manter correta a informação”. O diálogo típico dá-se mais ou menos assim. O marido está falando, e começa a contar a amigos dos dois um caso...

— Saímos mais ou menos no meio de julho.— Não, querido, já era dia vinte e sete quando saímos.— Está bem, então saímos no dia vinte e sete mais ou menos às nove horas da

manhã...— Oh! Desculpe, querido, mas eram exatamente sete e meia. Lembro-me de ter

olhado no relógio ao verificar as portas.— Bem, saímos em alguma hora e rodamos até Curitiba.

— Você tem certeza que chegamos até lá no primeiro dia? Não foi...?

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É fácil ver o que está acontecendo aqui! A esposa está “superouvindo”, mas não por desejar escutar o que o marido está dizendo. Ela quer que as informações sejam exatas!

E existe ainda o tipo “adivinhador”. Uma pessoa assim está sempre um passo à sua frente e infelizmente realmente acredita estar ouvindo. Entretanto, jamais lhe permite terminar o que diz. As esposas têm tendência a tentar adivinhar o que os maridos vão dizer, conforme ilus -trado no exemplo que se segue:

— Querida, eu fui ao shopping center hoje...— Não vá me dizer que se esqueceu da lista!— Não, eu não ia dizer nada disso. Disse que fui ao shopping hoje e vi o

Ricardo...— Você viu o Ricardo Moreira? Como está ele? Eles estão gostando da casa

nova? E o que...— Não, não foi o Ricardo Moreira que vi. Como ia dizendo...E que tal o “inquisidor”? Ele ouve tão bem que quando você responde ao que ele

está dizendo, sente-se como se estivesse passando pela inquisição...— Sabe, eu acabei de voltar das férias e divertimo-nos a valer. Fomos a Mato

Grosso e passamos dois dias observando os jacarés lá no pantanal.— Bem, de que tipo eram os jacarés?— Olhe, não sei.— Não sabe? Você não sabe a diferença que existe entre os diferentes tipos de

jacaré? O guia não lhe explicou? Olhe, para saber qual é a diferença, você...Não demora muito para você começar a desejar jamais ter visto um jacaré na vida,

e certamente desejar jamais ter mencionado o assunto para seu amigo inquisidor.Estes são somente alguns dos problemas que você pode encontrar (ou causar) por

não ouvir.Ouça o que a Palavra de Deus diz acerca do ouvir:Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha (Provérbios 18:13).Um versículo muito bom para os maridos e as esposas decorarem é Tiago 1:19:

cada marido e esposa deveria ser ...Pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 291. Nos próximos dias, tente esta experiência. Passe trinta minutos a sós com seu

cônjuge, pondo tudo de lado. Primeiro, a esposa tem cinco minutos nos quais falará acerca de qualquer coisa que desejar. Durante esses cinco minutos, o marido deve escutar, não pode falar e deve tentar não pensar em outra coisa exceto aquilo que sua esposa está lhe dizendo. Deve tentar não ficar devaneando ou pensando no que gosta-ria de responder-lhe. No fim dos cinco minutos, troquem de papel. Agora é o marido quem fala e a esposa escuta. Alternem a atividade a cada cinco minutos de forma que cada um tenha pelo menos três oportunidades de falar e três de escutar. Ao terminarem os trinta minutos, discutam suas reações e idéias a respeito deste tipo de atividade. Como pode aplicar esta experiência a seu padrão normal de comunicação?

Confúcio diz: “Cônjuge Que Tiver Bom Senso, Jamais Se Tornará Rixento”.Ao tentar comunicar-se com seu cônjuge, lembre-se do fato irônico de que falar

demais pode ser tão ruim quanto falar de menos. Se você já tiver discutido certo assunto ou problema o suficiente, ponha-o de lado e parta para outro. Não fique enunciando seu caso e as conclusões repetidas vezes. Com freqüência, você pode criar um problema mais sério se falar demais. Provérbios explica isso muito bem, embora um tanto bruscamente: “Quem fala demais sempre fala o que não deve; o homem sábio e ajuizado consegue controlar suas palavras (Provérbios 10:19, A Bíblia Viva).

Uma forma típica de “falar demais” e implicar — constantemente criticar ou amolar seu cônjuge por uma razão ou outra. A definição técnica para isso é “criticar por tudo”— mas não importa o nome que receba, implicar geralmente não funciona. Só irrita e frustra os dois cônjuges — o implicante bem como o objeto da implicância.

Você pode ter ouvido a citação: “A esposa que usa o bom senso, jamais se torna rixenta”. Segundo um estudo conduzido a nível nacional por uma importante revista, a implicância irrita os homens acima de todas as coisas.

Por outro lado, os homens implicam tanto quanto as mulheres. Pode ser que você tenha recentemente dito a si mesmo algo como: “Se implico, é por ser a única maneira que conheço para fazer meu cônjuge reagir. O mesmo acontece com as crianças. Se eu não ficar

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falando e chamando a atenção delas de tempos em tempos, jamais terminam o que têm para fazer!”

É verdade que cônjuges e especialmente os filhos parecem “precisar da implicância”. Mas talvez exista uma forma melhor. Você gosta de ficar implicando? Está adiantando alguma coisa? Se não estiver contente com esse método, por que continuar a usar algo que não funciona? Considere a possibilidade de ter condicionado seu cônjuge e filhos a não reagirem a menos que os amole — repetindo e repetindo, aumentando o volume à medida que repete.

Se tiver de repetir as coisas muitas vezes antes de obter qualquer reação, seu cônjuge: (1) não está prestando atenção; (2) não acha que você está realmente falando sério da primeira vez.

Como é que você pode conseguir a atenção do outro e não ter de repetir diversas vezes a mesma coisa? Talvez seu marido esteja sentado ali, olhos grudados na TV, e você precisa transmitir-lhe uma mensagem. Seu problema é que ele está assistindo a um jogo entre São Paulo e Coríntians e isso é oposição demais para qualquer mensagem — mesmo a sua. Use esta estratégia simples, porém, e você acertará todas as vezes. Dê uma volta pela esquerda em volta da poltrona do papai, atravesse o campo e poste-se bem em frente à tela. Se realmente quiser au-mentar a pressão, desligue o aparelho. Não tenha dúvida de que isso lhe assegurará a atenção dele.

Ou talvez sua esposa esteja ocupada planejando uma grande festa que vão dar sábado à noite e você precisa dizer-lhe uma palavrinha acerca da manutenção do carro antes de sair para o serviço. A última coisa que ela deseja ouvir é que precisa mandar trocar o óleo do carro, e onde tem de mandar pôr graxa. Por isso, chegue à frente dela e olhe bem dentro dos seus olhos ao falar com ela. Talvez seja melhor pôr as mãos nos ombros dela (melhor ainda, coloque os braços em torno da cintura dela) e diga-lhe o que precisa dizer. Há muitas formas — algumas delas agradáveis – de não ser implicante. Seja criativo e experiente. E não se esqueça do conselho de Salomão: . . .a esposa que vive discutindo... incomoda como uma torneira pingando o dia inteiro (Provérbios 19:13, A Bíblia Viva). Aquele rei que tanto se casou disse também: É melhor morar sozinho num barraco do que com uma mulher briguenta e implicante numa bela casa (Provérbios 21:9, A Bíblia Viva).

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 30

1. Enumere cinco coisas que você tenha pedido (ou sobre o que tenha amolado) a seu cônjuge e a respeito do que ele ou ela não tenha mudado ou melhorado nem um pouco. Por que você quer que seu cônjuge mude nessas áreas? Essas mudanças trariam o comportamento e

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atitude dele ou dela mais perto do que ensinam as Escrituras? De que outra forma você pode conseguir que seu cônjuge mude, sem ser a de ‘‘mencionar constantemente’ (implicar)?

2. Enumere cinco coisas que seu cônjuge tenha pedido (ou sobre o que tenha amolado) a você e que você também não tenha mudado por não poder ou não desejar fazê-lo.

3. Dos itens enumerados na segunda pergunta, quais são os que poderia ter corrigido se realmente tivesse desejado fazê-lo?

4. Examine os itens que colocou na resposta número três. Especifique detalhadamente seus motivos para não levar a efeito as mudanças sugeridas por seu cônjuge. São elas válidas? Você orou honestamente acerca da decisão de não mudar? Será que algumas dessas mudanças levariam você mais perto dos ensinamentos das Escrituras?

5. Para cada um dos itens colocados em sua resposta à primeira pergunta, coloque as razões pelas quais, em sua opinião, seu cônjuge não tenta fazer as mudanças que você está constantemente sugerindo.

Não Tire Conclusões ApressadasQuase todo mundo conhece a velha piada de engatar a língua ao cérebro antes de

começar a falar, mas muita gente parece incapaz de fazer isso. Falam antes de pensar, e depois passam um colosso de tempo arrependendo-se de haver feito isso.

As Escrituras aconselham: seja... Tardio para falar. (Veja Tiago 1:19.) Pense antes. Não tenha pressa de falar. Controle-se e, quando falar, faça-o de maneira tal que seu cônjuge possa compreendê-lo e aceitar o que tem a dizer.

Dois outros conselhos de Salomão cabem muito bem aqui:O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda a sua alma das angústias

(Provérbios 21:23).Tens visto o homem precipitado nas sua palavras? Maior esperança há para o

insensato do que para ele (Provérbios 29:20).O que esses dois versículos estão dizendo é que se você desejar destruir a auto-

estima de seu cônjuge, saia por aí tirando conclusões apressadas sem parar para examinar as coisas e descobrir o que realmente está acontecendo. Por outro lado, se desejar edificar a auto-estima de seu parceiro, aceite o conselho de Tiago (que, talvez, devesse fazer parte dos votos matrimoniais de todo casal):

Seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar (Tiago 1:19).É muito fácil tirar conclusões apressadas em qualquer situação, mas mais fácil

ainda dentro do casamento. Ela diz:

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— Querido, quando estava fazendo compras hoje, dei uma chegadinha até um amor de lojinha que vende vestidos e me diverti tanto...

Ele explode:— O quê? Você foi gastar um dinheirão com roupas novas? Você sabe como

estamos apertados!(Situação real: ela experimentou alguns vestidos, mas não comprou nada).Ou então ele diz:— Sabe, estava conversando com o pessoal lá no escritório, e eles estão querendo

formar um time para jogar futebol este sábado e eu...E então ela vocifera:— Ah! Então vai sair com os rapazes quando todas as torneiras aqui em casa estão

pingando e o jardim mais está parecendo à floresta amazônica! (Situação real: ele disse ao pessoal do escritório que não podia jogar com eles porque “tinha muito serviço para fazer em casa”).

As ilustrações se multiplicam ad infinitum e a auto-estima dos cônjuges sofre com isso.

Não apenas é importante ir com calma quando você sente estar se preparando para “tirar conclusões apressadas”... Mas, do lado positivo, isso ajuda a fazer o tipo certo de comentário na hora certa. Segundo disse Salomão: ...A palavra a seu tempo, quão boa é! (Provérbios 15:23).

As ilustrações (e oportunidades) são infinitas no que se refere ao casamento. Uma área óbvia na qual os maridos jamais poderão exagerar em falar o suficiente na hora certa é a que se refere a elogiar a aparência das esposas. Ao invés de esperar que ela arranque sua aprovação acerca do cabelo, vestido, quitutes dela, etc., preste um pouco mais de atenção à sua mulher e faça-lhe elogios sinceros sem esperar até que sejam solicitados. Um elogio da parte do marido, um cumprimento espontâneo, vale cem vezes mais para valorizar a auto-estima do que o resmungo típico: “E... parece que está bem....”

E, quanto às esposas, jamais devetiam esquecer-se de que os maridos são tão vaidosos quanto elas (se não forem mais ainda). Eles também apreciam elogios acerca de sua aparência física, e, como já foi dito antes, é melhor fazê-lo espontaneamente do que esperar até que ele esteja estreiando o terno novo. Todo mundo tem uma resistência íntima aos cumprimentos feitos nas horas “em que um elogio é esperado”. Aprenda a elogiar inesperadamente, e isso terá muito valor para seu cônjuge no mercado da auto-estima.

Discordar? Sim. Desrespeitar? NãoSempre demonstre respeito pela opinião de seu cônjuge, mesmo quando discordar.

Conforme mencionado anteriormente, jamais poderão maridos e esposas concordar o tempo todo. Mas isso não quer dizer que não possam respeitar o outro por suas opiniões e estar dispostos a ouvir um ao outro. Segundo Voltaire: “Não concordo com o que diz, mas defenderei até à morte seu direito de dizê-lo”. Pode ser que você queira usar esse tipo de retórica da próxima vez que

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você e seu cônjuge discordarem, mas, não importa o que faça, que jamais brotem de seu lábios pérolas como as que se seguem:

— Você está mais por fora que todo mundo que conheço!— Não dá para acreditar! (que significa “Não ponho em dúvida a sua veracidade,

apenas seu direito de pertencer à raça humana”).— Ora, não me venha com essa de novo!Um conhecido humorista da televisão ficou rico e famoso por causa desta frase:

“Ninguém num mi respeita”. Talvez uma das razões para o seu sucesso tenha sido por tantos maridos e esposas se identificarem totalmente com a idéia de “não receber muito respeito”. Paulo devia estar pensando especialmente nos maridos e esposas ao escrever: Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros (Filipenses 2:3, 4).

O QUE VOCÊ ACHA? Nº 31

1. Lembre-se de diversas ocasiões nas quais você demonstrou respeito pelas opiniões ou crenças de seu cônjuge na semana que passou:

2. Lembre-se de diversas ocasiões em que você pode ter demonstrado desrespeito pelas opiniões, idéias ou crenças de seu cônjuge na semana que passou:

3. Converse com seu cônjuge acerca do “respeito pelas opiniões do outro”. Se achar que precisa pedir desculpas, não hesite em fazê-lo. Se achar que precisa agradecer ou elogiar porque os dois verdadeiramente respeitam-se mutuamente, não deixe de fazer isso também!

Lembre-se:...A palavra a seu tempo, quão boa é! (Provérbios 15:23).

Trate do Potencial — Não do PassadoNão limite seu cônjuge devido ao que ele ou ela fez no passado e não deu certo ou

não recebeu sua aprovação total. Você pode ser acusado/a de estereotipar o outro? Examine a si mesmo/a para ver se faz alguma vez (ou sempre) este tipo de comentário:

— Ele nunca entende o que quero dizer.— Ela não escuta o que digo.— Não adianta que ele não muda. — Ela diz uma coisa, e daí vai e faz outra.— Não consigo alcançá-lo.., Não adianta.

Se você fez algum comentário como esses acima, pergunte a si mesmo/a: “Será que meu cônjuge faria esse tipo de comentário a meu respeito? Estou fazendo o que o/a acuso de fazer?”.

O casal cristão não vai estereotipar ou colocar em uma forma o outro se lembrar-se de que a verdade principal do Novo Testamento é: Deus está muito mais interessado no que a pessoa pode ser do que no que ela foi.

“Você vê os outros em processo de melhoramento ou os vê sempre em ligação ao passado de cada um — o que eles fizeram (ou não fizeram), disseram (ou não disseram) — especialmente para você? ...É fácil classificar os outros. Você pode colocá-los em pequenos compartimentos tais como ‘desleixado’, ‘falador’, ‘desonesto’, ‘irresponsável’, ‘desleal’ e assim por diante.... O cristianismo, entretanto, lida com o potencial, isto é, considera aquilo que uma

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pessoa pode vir a ser, e não somente com o que ela é. Este é o âmago do Evangelho. Se Deus lidasse conosco estritamente à base do nosso passado, nunca Ele teria enviado Jesus Cristo para morrer por nossos pecados. Mas Deus nos amou. Ele nos viu como pessoas dignas, pessoas de valor, com fatores potenciais. Perdoou-nos e continua a perdoar-nos, sempre aguardando aquilo que podemos vir a ser se formos receptivos à oportunidade que temos em Cristo”.

Não Force Seu Cônjuge a Ser Sua Cópia ExataSe realmente amar seu cônjuge, não exigirá (sutilmente ou de quaiquer outra

forma) que ele ou ela se torne uma versão modificada de suas idéias ou uma edição revisada de você próprio. Libere seu companheiro para que possa ser um indivíduo com opiniões próprias. Evite sempre dar ao outro a impressão de amá-lo/la mais quando ele ou ela concorda com você. Não se esqueça de que “... somos todos conscientes de nós mesmos. A imagem que fazemos a nosso próprio respeito está diretamente relacionada a como nos sentimos, o que fazemos, as coisas de que gostamos. Criticar o ponto de vista, o gosto, as idéias de alguém é criticar a própria pessoa, não importa quanto você queira que não seja assim.

“Antes de apontar suas armas (especialmente suas armas espirituais) para as idéias, ações ou atitudes de alguém, faça a si mesmo/a duas perguntas: Estou tentando ajudar esta pessoa ou realmente estou tentando impor-lhe meu sistema de valores? Respeito esta pessoa e gosto dela pelo que ela é, ou estou tentando adaptá-la à minha idéia do que seja respeitável, desejável ou espiritual?”

Orem um Pelo OutroOrem um pelo outro em particular e, se puder, orem juntos um pelo outro. Muita

coisa é dita nos círculos cristãos acerca de maridos e mulheres “lerem a Bíblia e orarem juntos” mas é duvidável que muitos o façam. Parafraseando um famoso lema: “Se marido e mulher ora-rem juntos, não apenas permanecerão juntos, mas comunicar-se-ão muito mais eficazmente”.

No Antigo Testamento, os israelitas exigiram e finalmente conseguiram um rei—Saul—para liderá-los contra os inúmeros inimigos que os rodeavam. Samuel, o último dos juízes, concordou com relutância em encontrar e coroar Saul; entretanto, instava incessantemente para que os israelitas não deixassem de seguir a Deus, ficando inteiramente dependentes do novo rei. Em 1 Samuel 12, Samuel faz um discurso apaixonado para lembrar ao povo israelita suas responsabilidades para com Deus e para não se deixar enlevar pelas vitórias alcançadas contra os inimigos, sob a liderança do rei Saul. O povo respondeu, pedindo — praticamente implorando — a Samuel para continuar a orar por eles e interceder por eles junto a Deus.

Samuel respondeu dizendo: . . . Quanto a mim, longe de mim esteja que eu cometa pecado contra o Senhor, deixando de orar em favor de vocês... (1 Samuel 12:23, A Bíblia Viva).

Maridos e esposas deveriam passar tempo estudando juntos esta passagem do Antigo Testamento. Samuel tinha responsabilidades espirituais por seu povo, que lhe haviam sido dadas por Deus. Quando o marido e a esposa trocam os votos matrimoniais, são-lhes conferidas

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responsabilidades espirituais um pelo outro, bem como físicas, mentais e emocionais. Com todos os desafios e pressões do casamento hoje, marido e mulher deveriam cuidar para não cometer “pecado contra o Senhor” (para nem falar em pecado contra o outro), deixando de orar um pelo outro. Conforme mostra Paul Tournier: “É somente quando marido e mulher oram juntos diante de Deus que encontram o segredo da verdadeira harmonia, que a diferença em seus temperamentos, idéias e gostos enriquece seu lar ao invés de ameaçá-lo. Será eliminado o pro-blema de um impor sua vontade ao outro, ou de um ceder só para manter a paz. Pelo contrário, buscarão juntos a vontade de Deus, que é a única coisa que assegurará a cada um deles a possibilidade de desenvolvimento pleno da personalidade.... Quando cada um dos cônjuges busca silenciosamente diante de Deus enxergar suas próprias faltas, reconhece seu pecado e pede perdão ao outro, os problemas conjugais deixam de existir. Cada um aprende a falar a linguagem do outro, e a ir ao seu encontro, por assim dizer. Cada um retém aquelas palavrinhas duras que se tende a dizer quando se está certo, mas que são ditas com o propósito de magoar. Acima de tudo, o casal redescobre a completa confiança mútua, pois, ao meditar juntos em oração, aprendem a ser completamente honestos um para com o outro... É este o preço a ser pago se cônjuges muito diferentes entre si quiserem combinar seus dons ao invés de colocá-los uns contra os outros.”

Todas as idéias e sugestões contidas neste livro serão inúteis se o casal cristão negligenciar a prática da oração, um pelo outro. De fato, muitas das idéias e sugestões aqui contidas, especialmente as que sugerem ou subentendem mudanças que qualquer um dos dois tenha de fazer, serão impossíveis de ser alcançadas ou usadas sem a oração. Deus é o Único que muda um casamento — não manuais ou livros!

Existe uma outra diretriz para ajudar você e seu cônjuge a aplicarem este livro ao seu casamento. Melhor comunicação depende de mudança—mudança em vocês dois. Mudar alguns de seus hábitos pode demorar, mas mudanças são possíveis através de Jesus Cristo. Dizer que seus hábitos estão tão arraigados que você não consegue mudar é contradizer as boas novas de que Jesus Cristo pode fazer-nos novas criaturas, e fá-lo-á.

Todos nós mudamos em proporção ao esforço que fazemos para tentar mudar. À medida que permitimos que a Palavra de Deus penetre em nosso coração e mente, mudamos. Lembrar-nos-emos do que devemos fazer porque a Escritura é parte das nossas vidas e, através dessa Palavra, temos dentro em nós uma orientação para nos mudar. Como podemos aprender a comunicar, a edificar mutuamente a auto-estima, a amar e a compreender um ao outro? Lendo a Palavra de Deus e seguindo Seus mandamentos. Precisamos fazer tudo o que pudermos para encontrar a Deus e precisamos não nos afastar de Suas instruções. Precisamos meditar muito sobre as palavras de Deus e guardá-las em nosso coração. A Palavra de Deus evitará que pequenos uns para com os outros ao deixarmos de comunicar. (Veja Salmo 119: 9,11).

E, segundo Dwight Small, não devemos superidealizar o poder mágico da comunicação. Small adverte: “... que não há quantidade de comunicação que possa tornar perfeito o casamento, e, portanto, não devemos esperar que isso aconteça. Deus é perfeito, o ideal do casamento cristão é perfeito, e os meios que Deus coloca à disposição dos casais cristãos são perfeitos. Entretanto, não existe casamento perfeito, não existe comunicação perfeita dentro do casamento. A glória do casamento cristão é a de aceitar a tarefa de toda uma vida de constantes ajustes dentro da desordem da existência humana, trabalhando sempre para melhorar as aptidões em comunicação necessárias para esta tarefa, buscando em tudo o poder capacitador de Deus”.

Também não se esqueça de que a comunicação é um meio, e não um fim. O fim do casamento não é a comunicação. O fim do casamento é o amor — amor a Deus e amor um pelo outro. Observe a ordem aqui. “Quando as pessoas casadas pensam somente na felicidade, não chegam a comunicar o amor mais elevado. Elas, na realidade, idolatram uma à outra, satisfazendo-se em possuir e adorar seu ídolo. Esse tipo de devoção as afasta de Deus e da experiência cristã do amor, já que os dois se querem mais do que a Deus. A forma mais alta de amor libera as pessoas da idolatria, evitando que dominem e possuam uma à outra e que exijam suprema devoção como preço do amor. Assim, um casal não deve viver inteiramente um para o outro, mas deve reconhecer que todo amor tem sua fonte em Deus. Como maridos e esposas amorosos, os cônjuges são servos que transmitem o amor de Deus, permitindo que o amor que sentem um pelo outro sirva a um fim mais alto.”

Hoje, todo mundo reconhece que se pode ter um casamento sem amor. Alguns estão defendendo a idéia do amor sem casamento. Nenhuma dessas duas opções atrai muito o cristão. O amor não vem automaticamente no casamento, mas sim amadurece no casamento a medida que duas pessoas trabalham para se comunicar.

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QUAL E O SEU PLANO?

1. Sente-se com seu cônjuge e converse acerca dos princípios discutidos neste capítulo. Assumam um comportamento mútuo de tentar segui-los no futuro. Concordem em prestar contas um ao outro e planejem como fazer para avaliar com regularidade o sucesso que estão obtendo.

2. Se um de vocês quebrar qualquer um dos princípios, como vão solucionar isso? Anote aqui idéias para um procedimento que ambos serão capazes de aceitar e levar a cabo.

3. Estude as “Diretrizes Para Comunicação no Casamento” na próxima página. Analise cada uma delas e todos os versículos bíblicos sugeridos. Converse a respeito de cada um deles. Acrescente outras diretrizes de que se lembre de ter lido neste livro, que não estão na lista. Depois, assinem os nomes nas diretrizes e coloquem a data. Para um melhor efeito, os dois cônjuges deveriam assinar a mesma página em uma cópia deste livro. Você pode querer recortar a página e colocá-la em seu quadro de avisos ou em outro lugar conspícuo na casa.

DIRETRIZES PARA COMUNICAÇÃO NO CASAMENTO

Provérbios 18:21; 25:11; Jó 19:2; Tiago 3:8-10; 1 Pedro 3:10

1. Seja um ouvinte atencioso e não responda até que a outra pessoa tenha acabado de falar. Provérbios 18:13; Tiago 1:19.

2. Seja tardio para falar. Pense antes. Não seja apressado ao falar. Fale de tal forma que a outra pessoa possa compreender e aceitar o que você está dizendo. Provérbios 15:23, 28; 21:23; 29:20; Tiago 1:19.

3. Fale sempre a verdade, mas faça-o em amor. Não exagere. Efésios 4:15, 25; Colossenses 3:9.

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4. Não use o silêncio para frustrar seu companheiro. Explique seu motivo para não estar com vontade de falar naquela hora.

5. Não se envolva em brigas. É possível discordar sem brigar. Provérbios 17:14; 20:3; Romanos 13:13; Efésios 4:3 1.

6. Não responda com raiva. Use a resposta branda e bondosa. Provérbios 14:29; 15:1; 25:15; 29:11; Efésios 4:26, 31.

7. Quando estiver errado, admita-o e peça perdão. Tiago 5:16. Quando alguém confessar a você, diga-lhe que perdoa. Assegure-se de esquecer e não relembrar o fato de vez em quando. Provérbios 17:9; Efésios 4:32; Colossenses 3:13; 1 Pedro 4:8.

8. Evite a implicância. Provérbios 10:19; 17:9; 20:5.

9. Não culpe ou critique a outra pessoa. Ao invés disso, restaure... Anime... Edifique. Romanos 14:13; Gálatas 6:1; 1 Tessalonicenses 5:11. Se alguém o atacar verbalmente, criticar ou culpar você, não reaja da mesma forma. Romanos 12:17, 21; 1 Pedro 2:23; 3:9.

10. Tente compreender a opinião da outra pessoa. Deixe espaço para as diferenças. Preocupe-se com seus interesses. Filipenses 2:1-4; Efésios 4:2.

Concordamos em Seguir Estas Diretrizes

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