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Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Página inicial
Confira nesta edição do Boletim de Cunicultura ACBC !
Editorial Yuri Jaruche rediz suas palavras à
quinta edição do Boletim de Cunicultura.
Pág. 02
Nota técnica Saiba mais sobre a legislação de Coelhos
para laboratórios, ramo que vem crescendo
na Cunicultura. Pág. 17
Opinião e atualizações Possui ou cria coelhos de companhia? Saiba
quais são as doenças mais comuns que
podem contaminar seus animais. Pág. 06
Ciência traduzida Pesquisa analisa o comportamento e
desempenho de filhotes de Fuzzy Lop.
Pág. 04
Notícias I Dia de Campo é realizado no estado de São
Paulo. Pág. 03
O Boletim de Cunicultura é um projeto de extensão do IFMG Bambuí, apoiado pela ACBC. Responsáveis: Prof. Luiz Carlos Machado (coordenador) / Bruno Araújo Amorim (Bolsista) Apoio: Yuri de Genaro Jaruche Contato: [email protected]
Túnel do tempo Matéria do Jornal do povo destacava o
III Congresso Americano de Cunicultura
em 2006. Pág. 21
Eventos O Boletim traz para você os próximos
principais eventos sobre Cunicultura. Pág. 22
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stimados professores, educadores,
pesquisadores, extensionistas, zootecnistas,
veterinários, agrônomos, técnicos de campo,
cunicultores, estudantes e demais profissionais
relacionados à cunicultura brasileira. A Associação
Científica Brasileira de Cunicultura (ACBC) publica a
quinta edição do Boletim de Cunicultura (BC), o
periódico destinado em divulgar o setor de
cunicultura nacional.
Os autores e os colaboradores ajudam a aperfeiçoar a
criação de coelhos, facilitar o contato entre os
técnicos do setor e difundir os conhecimentos dentro
da área de cunicultura. A maioria sabe, mas, reitero
que as notícias, histórico de antigos coelhários,
implantação de novas granjas, acompanhamento do
mercado, notas técnicas entre outros são analisados
e publicados no BC, enquanto os artigos científicos,
revisões bibliográficas e relatos de caso são revisados
e aceitos na Revista Brasileira de Cunicultura (RBC).
Nesta quinta edição noticiamos o I Dia de Campo
realizado em Porongaba – SP, realizado pelo esforço
conjunto do setor autônomo de cunicultura. Será
possível verificar um estudo realizado pela renomada
equipe de graduação e pós-graduação da FCAV-
UNESP Jaboticabal-SP de como os fuzzy lops lactantes
se comportam e qual o desempenho deles. As
autoras Regina Blatt e Evelyn Golin opinam e relatam
sobres as doenças mais comuns em coelhos de
companhia, assunto ainda muito desconhecido pela
maioria dos proprietários. Letícia de Sá Guimarães
Cunha e Rosiane de Souza Camargos, ambas
estudantes de graduação em Zootecnia do IFMG
Bambuí escreveram uma nota técnica sobre a nova
legislação de coelhos para laboratório, muito
relevante para todos os pesquisadores e seus
fornecedores.
Pela quinta vez aguardamos a leitura de todos vocês!
Divulguem sempre que possível o nosso BC em todas
as suas redes sociais para continuarmos com nosso
meio de comunicação entre os profissionais e
estudantes relacionados ao setor de cunicultura.
Cinco parabéns à todo, direta ou indiretamente,
contribuidores para mais um Boletim de Cunicultura!
E
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Editorial
EDITORIAL
Yuri De Gennaro Jaruche
Presidente da ACBC (AGO/2016 – AGO/2019)
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Foi realizado no dia 30/06/2017 o I Dia de Campo
de Cunicultura, na cidade de Porongaba-SP, na
estancia São José, sendo este evento organizado
por representantes da academia, indústria de
rações bem como frigorífico, tendo também o apoio
do Grupo de Pesquisas e Extensão em Cunicultura
do IFMG Bambuí (GPECU) e da ACBC.
Participaram cerca de 50 pessoas, dentre
cunicultores, interessados na atividade,
zootecnistas, veterinários, estudantes e
representantes de empresas de nutrição,
reprodução e equipamentos.
Durante o evento foram discutidas alternativas para
resolução de diversos problemas técnicos e
econômicos enfrentados pela cunicultura,
principalmente relacionados a alimentação e
enfermidades. Foi possível também que os
organizadores demostrassem a técnica da
inseminação artificial em coelhos, recém
introduzida no Brasil.
A equipe organizadora agradece a empresa Neovia
pelo apoio logístico e ao Sr. Edson e Sra. Ana Maria
por receberem todos os envolvidos em sua
propriedade.
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Notícias
NOTÍCIAS I DIA DE CAMPO É REALIZADO EM SÃO PAULO
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Estudo realizado pela equipe de graduação e pós-graduação da FCAV-UNESP Jaboticabal-SP aferiu o crescimento de animais fuzzy lop bem como revelou que estes animais gastam grande parte do tempo em comportamentos interessantes sob o ponto de vista do bem-estar animal.
Os estudos envolvendo comportamento e bem-estar animal são recentes e muito importantes, principalmente para compreender quais as melhores condições exigidas por determinada espécie para garantia da qualidade de vida. São poucos também os trabalhos com mini coelhos no Brasil e informações demandadas pelo mercado e por criadores são deveras difíceis de serem encontradas.
Foi realizado um estudo na UNESP Jaboticabal com o objetivo de relatar o comportamento e desempenho de mini coelhos da raça Fuzzy Lop criados em gaiolas coletivas durante o período de lactação, avaliando seu repertório comportamental. Também foi analisado o ganho de peso diário da raça durante a fase de lactação.
Os comportamentos mais freqüente foram os de cuidados corporais e exploratório. Os láparos passaram maior tempo se alimentando à noite do que de manhã, assim como a freqüência do comportamento de espreguiçar. Foram observadas baixas freqüências para cecotrofia quando comparado aos outros comportamentos realizados durante as
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Ciência traduzida
CIÊNCIA TRADUZIDA
COMPORTAMENTO E DESEMPENHO DE MINI COELHOS FUZZY LOP
LACTENTES
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observações. O comportamento social teve grande freqüência, especialmente à noite. O comportamento lúdico não diferiu quanto ao período de observação apresentando. Os filhotes passaram 10,19% e 12,73% do tempo em descanso no período da manhã e da noite respectivamente.
Quanto ao desempenho destes animais, o peso médio ao nascimento foi de 38g, e já
aos 10 dias de idade elevaram para 105g, aos 20 dias de 206g e aos 30 dias de 360g, idade, apresentando ganho de peso diário na órdem de 10,7g, bastante inferior se comparado a animais da raça nova zelândia branca.
Trabalho original está disponível em: http://acbc.org.br/site/images/stories/minis.pdf
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Por Regina Blatt¹ e Evelyn Golin²
¹ Médica Veterinária
² Estudante de graduação em Medicina Veterinária
Por se tratar de um animal que pode ser
adquirido em pet shops poucos
especializados, internet e também de
granjas de criação caseira, os coelhos
costumam sofrerem ao serem
introduzidos sozinhos em uma gaiola,
onde passam ter contato apenas com os
seus tutores em único período do dia. Algo
que normalmente não é dito para o tutor é
que se trata de um animal noturno, que
convive em bando, que sente a
necessidade de “roer” para
desgaste dos dentes
incisivos que não
param de crescer durante
sua vida.
Ao ser levado em uma
clínica veterinária do bairro
a surpresa de não ter um
clínico veterinário especializado
em coelhos e também no local
onde foi adquirida a orientação
errada de manejo, a situação se
agravava, potencializando o
perigo no desenvolvimento de
enfermidades, como a sarna de
ouvido (Psoroptes cuniculli), uma
doença comum que apresenta prurido
intenso, descamação e crostas, podendo
evoluir para a otite bacteriana ser tratada de
maneira fácil sem utilização de antibiótico
e/ou antiparasitários injetáveis.
A seguir são apresentados e discutidos 15
pontos chave dentro do assunto de doenças
de coelhos pet:
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Opinião e atualizações
OPINIÃO E ATUALIZAÇÕES
DOENÇAS COMUNS EM COELHOS DE COMPANHIA
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1) Fato muito comum é o animal chegar nas
clínicas com quadros de lesão na coluna por
erro de manejo onde o tutor e/ou uma
criança pega o coelho de qualquer maneira e
o mesmo se atira e ao cair lesiona a coluna,
perdendo movimentos dos esfíncteres,
membros posteriores e/ou anteriores, sendo
que o prognóstico desta lesão ainda é muito
ruim, ou seja indicação a eutanásia (Cubas et
al., 2006).
2) A mal oclusão de incisivos é muito comum
em animais criados em gaiola, porque os
mesmos ficam restritos a ração e não tem
como e nem onde desgastar os dentes que
não param de crescer em sua vida, causando
anorexia ao animal, emagrecimento e
suprimindo o sistema imune facilitando o
desenvolvimento de microrganismos
patógenos levando a uma inflamação
secundária. Outra ocorrência comum são as
unhas dos coelhos que crescem muito
causando arranhões e feridas nos mesmos e
em seus tutores. Caso o problema dos dentes
evolua sendo necessário tratamento, este
deverá ser feito a partir do acompanhamento
profissional de um clínico
veterinário, podendo
administrar medicação
específica. Neste momento o
profissional poderá também
orientar o tutor sobre o uso de
“brinquedos de madeira”
(preferencialmente pinus sem
nenhum tingimento) para que
este animal não passe pelo
estresse de ser anestesiado e
novamente passar por uso
contínuo de medicações,
incluindo antibióticos que por
sua vez pode desencadear uma
enterite, como por exemplo, ao
se utilizar penicilina neste
animal. O tutor pode ser
orientado para executar o
corte das unhas de seu animal,
que normalmente é muito
simples, fazendo uso de uma
tesoura para unhas de gato,
cortando-se sempre antes dos
vasos para que não haja
sangramento e inflamação na
unha do animal.
Fonte: Manual de Cunicultura
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3) A enteropatia também é uma doença
recorrente entre os coelhos de companhia e
não somente em coelhos de produção como
se pensava anteriormente. Devido à falta de
orientação os tutores fornecem em demasia
alguns alimentos que podem ocasionar
problemas, como por exemplo, excesso de
folhas de alface ou de cenoura, pois ambos
podem levar o animal a óbito em menos de
24 horas. O primeiro alimento citado pode
favorecer uma enterite aguda não reversiva
caso o animal não seja levado imediatamente
ao clínico e no segundo alimento devido à
quantidade de glicose o animal pode
desenvolver diabetes mellitus. Outro erro de
manejo alimentar muito comum entre os
tutores é a mania de comer guloseimas e
fornecê-las ao animal, porque ele estava
olhando. Esse
tipo de manejo
além de deixar o
animal com
déficit de
algumas
substâncias
essenciais pode
levar também o
animal a um
quadro de
disenteria ou a
óbito. Em todos esses exemplos aqui citados
um simples aconselhamento profissional ao
tutor poderia resolver a maioria destes
problemas, como por exemplo: em vez de
dar várias folhas de alface, troque pelos talos
de salsinha que a maioria das pessoas
acabam dispensando em suas lixeiras, assim
como use os rolinhos de papel higiênico que
vai para o lixo encha-o com feno, pois isso
além de tranquilizar o animal faz bem à ele,
em vez de dar uma cenoura inteira corte-a
ministre no máximo 2 vezes por semana, ou
melhor ainda, forneça a rama da cenoura
que também é desprezada, NUNCA fornecer
biscoitos, bolachas recheadas, alimentos
cozidas e gordurosos, carnes, pizzas,
salgadinhos ao animal.
4) A orientação de um profissional
especializado é importante pois ele pode ser
o mentor dos tutores desses animais. Caso
existam erros no manejo alimentar de
pequenos animais, quando se trata de
lagomorfo o problema pode ser maior. Um
fato também comum para os tutores
inexperientes é quando a sua fêmea tem
alguns filhotes e não amamenta e, neste
caso, o que fazer? Existe uma receita muito
simples, porém,
trabalhosa em sua
administração que
é: Uma medida de
leite em pó
sucedâneo para
gatos, uma gema
de ovo cozido, 3
partes de água, 3
colheres de sopa
de creme de leite,
misturar tudo e
oferecer 2 vezes ao dia morno aos láparos, o
fornecimento é por seringa de insulina de 1
ml, administrando 2 ml por vez para cada
láparo nos primeiros dias de vida e ir
aumentando gradualmente. Essa receita
pode ser conservada em geladeira por dois
dias; antes de oferecer aos animais esquente
no fogão, NUNCA usar micro-ondas. E esse
alimento para os láparos vem para suprir a
falta de um sucedâneo específico, outra
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lacuna de mercado, tanto para pet quanto
para o mercado de carne de coelho.
A literatura recomenda utilizar em caso de
dores, ácido acetilsalicílico, embora na clínica
por se tratar de um animal delicado e de
difícil diagnóstico o melhor já determinado
pela comunidade veterinária é tratar do
animal com quase todas as recomendações
para felinos e, neste caso, NÃO usar o
Paracetamol. Deve-se então utilizar o Tylenol
infantil 3 gotas para cada quilo de animal
vivo, sendo administrado de 8 em 8 horas. O
uso de medicamento infantil se deve a uma
maior palatabilidade, onde o animal o aceita
sem estresse durante sua administração.
Pode-se tratar o coelho com vinagre de maçã
administrando diariamente à sua água de
bebida. Se utilizam cerca de uma ou duas
colheres de vinagre para cada litro de água.
Isso evita o crescimento de microrganismos
patogênicos na flora intestinal, ou seja,
impede a disenteria, além de diminuir o odor
característico da urina deste animal. Esse
protocolo de acidificação do trato digestivo
associado aos antibióticos é muito utilizado
para o combate de enterite por Clostridium
spiroforme.
5) Simonato (2012) afirma que: “ectoparasitas
como carrapatos e pulgas também são
observados frequentemente. As medicações
podem ser a selamectina, ivermectina,
imidacloprida. Nas miíases ou bicheira, a
limpeza local e a aplicação de unguento são
uma boa opção”. A forma de administração
desses medicamentos sempre fica a cargo do
clínico veterinário, porém, pela dificuldade do
tutor encontrar um profissional especializado,
pode acontecer de ao se encaminhar até a
agropecuária mais próxima, onde lhe
indicariam o Fipronil, poderá acontecer
intoxicação pois esse tipo de medicamento é
extremamente tóxico ao coelho, leva-o a
morte em no máximo 72 horas após a
aplicação, sendo seus primeiros sintomas:
lacrimejamento dos olhos, torcicolo, anorexia
e tremores, o animal fica apático e não se
movimenta como antes. O primeiro
procedimento para recuperação seria banhar
o animal com sabão neutro para retirar todo
produto, fornecendo solução fisiológica e/ ou
solução glicosada, até chegar no clínico
veterinário, para que se evite morte súbita.
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6) Colibacilose: São enterites causadas por
colibacilos de sorotipos patogênicos
especificamente para os coelhos, sendo o
sorotipo espécie-específico. (QUINTON,
2005).
7) Enterite por Clostridium spiroforme: A
antibioticoterapia inapropriada é um dos
principais fatores desencadeantes. Esse
germe sintetiza uma toxina mortal,
conhecida como IOTA-Like, que destrói as
mucosas intestinal e cecal. O tratamento
consiste em acidificar o trato digestivo,
administrando água misturada com vinagre,
associada a antibióticos. (QUINTON, 2005)
8) Doença de Tyzzer: é causada por uma
bactéria intracelular, Clostridium piliforme,
cuja forma esporulada pode resistir por mais
de um ano no ambiente. Acomete indivíduos
com imunossupressão e filhotes em período
de desmama, ou adultos
submetidos a estresse. A
contaminação se instala por via oral
e os portadores sadios representam
a fonte de infecção. (QUINTON,
2005)
9) Enterite viral – coronavírus que
pode ser responsável por enterite
fatal em coelhos filhotes, ainda no
ninho.
10) Enterite parasitária: coccídeos: pode se
desenvolver de duas formas: coccidiose
hepática ou coccidiose intestinal.
A primeira é um achado de necropsia, pois é,
assintomática e a segunda é se trata de uma
enterite fatal, mas, o diagnóstico difícil.
11) Enterite por helmintoses: a alta
infestação por oxiúros (passalurus ambiguus)
pode provocar diarreia e o coelho manifesta
irritação na região anal. (QUINTON, 2005)
12) Estase intestinal – é muito recorrente em
coelhos de companhia, e sua ocorrência
pode ser facilitada por desiquilíbrio
alimentar, como consequência indireta de
mal oclusão e também lipidose hepática,
podendo ser resolvida de forma rápida
através de 5 gotas de tylenol infantil a cada 8
horas, hidróxido de alumínio na água do
animal e 22 gotas (no máximo) de simeticona
2 vezes ao dia.
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13) As infecções respiratórias são mais
frequentes em coelhos anãos devido a
existência de seios respiratórios curtos.
Assim como a Pasteurella Multocida é muito
frequente como doença de trato respiratório,
cujo o prognóstico é sempre reservado. A
Pasteurella Multocida é bactéria gram
negativa, que secreta toxina
dermonecróticas, favorecendo a adesão e a
colonização da mucosa respiratória. A
pasteurelose é uma patogenia que não
acomete somente o trato respiratório, é
responsável também por colonização em
vários órgãos. O tratamento desta patogenia
é longo e deve ser por administração de
antibióticos, como: gentamicina, tetraciclina
(lembrando que esta pode levar a diarreia no
coelho), associação de sulfamida-
trimetropina. O tratamento é de no mínimo
14 dias, podendo se estender até dois meses.
14) Otodectose: (Psoroptes cuniculi) mais
conhecida com sarna de ouvido, o sintomas
mais comuns entre os lagomorfos é o
balançar das orelhas e o prurido intenso que
induz lesões, e também pelas crostas que se
formam no pavilhão auricular do animal,
sendo de fácil cura.
15) Dermatofitose: as lesões se localizam
principalmente na cabeça, orelhas, e patas é
aparentemente semelhante a alopecia,
podendo usualmente ser utilizado
cetoconazol via oral.
16) Pododermatite ulcerativa –
patogenia relacionada ao piso da
gaiola, favorecida pelo excesso de peso
do animal, cama úmida, não havendo
nenhuma dessas possíveis causas. Pode
ser relacionada também a alérgenos ou
predisposição genética e inflamação sem
ulceração. O tratamento é realizado com
álcool canforado ou solução de clorexidina,
troca da cama e/ou do piso da gaiola, bem
como a adição do descanso de patas ao
sistema. Pode-se aplicar pomada antisséptica
e cicatrizante no local acometido.
17) Torcicolo (síndrome vestibular) – pode
apresentar causas variadas. Os animais se
infectam após ingestão de feno contaminado
por larva migrans.
Hoje em dia usam-se ainda muitas
medicações de pequenos animais adaptados,
sendo a dosagem ajustada para coelhos
(Tabelas de medicamento). Já estão sendo
desenvolvidos medicamentos específicos
para a espécie. Há também os laboratórios
de análises clínicas que são preparados para
receber as amostras de sangue, urina e fezes,
e os laboratórios que executam exames de
imagens como: RX, ultrassom, ressonância
magnética, etc. A dificuldade para envio
dessas amostras ainda está na localização
desses que se instalaram em grandes centros
dos principais estados, ou seja, se a coleta do
material vier de um estado ou cidade
longínqua ao laboratório a amostra é
perdida.
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Sobre o mercado pet de rações específicas
para mamíferos não convencionais ou
exóticos, existe no mercado uma gama
grandiosa de alimentação para esses animais,
porém, com toda a diversidade existem
poucos tipos específicos para coelho em sua
diversidade de: sexo, raça, tamanho,
pelagem, pois, para cada item mencionado
há uma exigência específica de alimentação.
Um fato é que o mercado não oferece ração
específica para coelha gestante e lactante.
Existe no mercado hoje algumas marcas que
oferecem ração para coelho anão, filhotes e
adultos, porém, não é o suficiente para a
quantidade de animais que temos e suas
peculiaridades. Um exemplo de problema
observado é que uma fêmea gestante anã de
pelos longos tem uma demanda de vitamina
C muito maior, que uma fêmea gestante
gigante de pelo curto, ou seja, a primeira
fêmea necessita de suplementação de
vitamina C enquanto a segunda precisa de
uma suplementação maior de proteínas,
devido a seu porte físico, além de que terá
um número maior filhotes por gestação.
Sendo assim precisará de uma quantidade
maior de nutrientes. Percebe-se que faltam
muitos estudos por parte da nutrição de
coelhos de companhia.
Tabela de fármacos para coelhos
Farmaco Indicação Dose Adm
Ácido Acético Coccidiose Prev. 20 ml/litro de água VO
Ácido Fusídico Conjuntivite Bact Tópico nos olhos 12/12h; 24/24h Tópico
ADE Vitamina 0,5 ml/animal a cada 75 dias SC
Adrenalina Emergência 20 um/kg SC, IM
Afectrin Antibiótico 0,5 ml/animal 12/12h 3 a 5 dias VO
Alatrofloxacina Meninginte bact. 15 mg/kg dose única IV
Amoxicilina Antibiótico 6,6 - 20 mg/kg 8-12 h VO
Amoxicilina trihidratada
Bactericida 12,5 a 25g/ 100L de água VO
Ampicilina P.Pneumotrópica 9mg/ animal por 5 dias SC
Antitóxico mogivet*
Antitóxico 1 ml/animal IM
Antitóxico oral Antitóxico 20 a 30 gotas 2 a 3 /dia VO
Aspirina aines 10-100 mg/kg 12/12h VO
B12 Vitamina 0,5 ml/animal SC
Bicarbonato de Sódio
Cetoacidose 2 mEq/kg IV,IP
Bulvitan* Vitamina 2ml/ animal VO
Buserelina LH, FSH 0,2ml/animal 1x IM
Calda sulfocálcica (2-3%)
Ectoparasita 1-2 imersões/ sem a cada 28 dias Tópico
Carbaril Pulga/ carrapato 5g/animal pulverizar *-*
Carbaril (pó) Ectoparasita Tópico a cada 7 dias Tópico
Carprofeno aines 2,2 mg/kg 12/12h VO
Carvão Ativado Antídoto 1g/kg 06/06h ou 04/04h VO
Cefalexina Bactericida 11 -22 mg/kg 8/8h VO
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Cefazolina Ortopédico 25 mg/kg 8/8h IM
Cefazolina Ortopédico 25 mg/kg + solução glicosada 8/8h IV
Cefotaxina sódica Infecção urinária 2,2-4,4 mg/kg 24/24h SC
Cetoconazol Fungicida 10-50 mg/kg 24/24h VO
Cetoprofeno aines 1 mg/kg 12/12h IM
Ciclizina Torcicolo 8 mg/animal 12/12h VO
Cimetidina Úlcera Gástrica 5 - 10 mg/kg 6/6h ; 12/12h VO
Ciprofloxacino Bactericida 7-20 mg/kg 12/12h VO
Cisapride Estase gástrica 0,5 mg/kg 8/8h; 12/12h VO
Citrato de Potássio Cálculos urinários 33 mg/kg 8/8h VO
Clorafenicol P.Pneumotrópica 0,25 mg/L de água por 15 dias VO
Cloranfenicol Bordetela/
Mastite 30 mg/kg 24/24h por 5dias VO
Clorfenamina Anti-histamínico 0,2 - 0,4 mg/kg 12/12h VO
Cloridrato de difloxacino
Antibiótico 5-10 mg/kg 24/24h VO
Clorpififós Larvicida Utilizar na lesão Tópico
Clortetraciclina Antibiótico 50 mg/kg 24/24h VO
Clotrinozol Dermatofitose Uso tópico na lesão Tópico
Coccidine Enterite 1ml/L de água 5d para 3d e repete VO
Coccisal P. Multocida 66 mg/L de água 3 dias VO
Covesin 9 Vacina clostridiose 1 ml/animal SC
Creamex Pet* Cicatrizante Utilizar na lesão Tópico
Curso Clin* Enterite Um envelope em 10L/ água VO
Delmadinona Esterilização
química macho 10 mg/kg repete a dose depois de 8
dias SC
Dexametasona Glicocorticoide 0,5 - 2mg/kg 12/12h VO
Diclazurila* Antibióticos 0,2 g/kg de ração VO
Difenidramina Torcicolo 2 mg/kg 8/8h; 12/12h VO, SC
Dipirona Analgésico 6-12 mg/kg 12/12h VO
Dorzolamida Glaucoma Tópico nos olhos 12/12h; 24/24h Tópico
Doxiciclina Antibiótico 4 mg/kg 24/24h VO
Ducálcio* Poli vitamínico 5-10 ml/ animal 15 dias VO
Ectonosol Sarna Utilizar na lesão Tópico
Enrofloxacino Bactericida 5-10 mg/kg 12/12h SC
Epinefrina Parada Cardíaca 0,2 mg/kg IV
Eritromicina Antibiótico 10-20 mg/kg 12/12h VO
Espirimicina Antibacteriano 50mg/kg 12/12h SC
Extrato própolis Antibiótico natural 10 gotas/litro de água VO
Febendazole Antiparasitário 7,5 - 20 ml/kg dose única VO
Fenbendazol encefalitozoonose 20 mg/kg por 7d repete após 2d Prev. - VO
Fenbendazol encefalitozoonose 20 mg/kg 24/24 h por 28 dias Trat. - VO
Fentanil Analgésico 0,2 - 0,3 ml/kg IM, SC
Ferro Dextrano Anemia 4-6 mg/kg única aplicação IM
Ferro SM (ferro, comp.B)
Ferro / Comp B 20 gotas/dia VO
Fertagyl LH, FSH 0,2 ml/animal IM
Florfenicol Antibiótico 22 mg/kg 8/8h VO
Fluconazol Fungicida 25-43 mg/kg 12/12 h EV
Flumicina Antibiótico 15-30 mg/kg 12/12h SC
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Folligon 1000UI LH, FSH 40 UI Folligon/animal IM
Fosfato de tilmicosina
Antibiótico 10 mg/animal dose única SC
Furosemida Diurético 2 - 5 mg/kg 12/12 h VO,SC,IM
Gentamicina P. Multocida 1mg/kg por 5dias SC
Glicose 5 % Anorexia 10 ml/kg IV, SC
Gluconato Cálcio hipocalemia 02 ml/animal EV/IM/SC
Glutamax Aminoácido 4 gotas/ 100ml de água VO
Griseofulvina Fungicida 2,5 mg/kg 12/12 h VO
Handiolona Estimula apetite 2 mg/kg SC,IM
Hidrocloridrato tetraciclina
P. Multocida 100 mg/L na água VO
Hidróxido alumínio Gases 30mg/kg 8/8h VO
Hidroxizina Anti-histamínico 2 mg/kg 8/8h IM
Ibuprofeno aines 2-7,5 mg/kg 6-8h VO
Imidadoprina Ectoparasita Utilizar na lesão Tópico
Irondel* Antibiótico 0,25mg/kg 3 a 5 dias IM
Ivermectina Anti-helmíntico 0,5ml/animal
1x depois 15 dias repete dose SC
Lactobacilos Enterite por ATB Administrar 2 h antes do ATB e 2 h depois
Lasalocida Coccidiose 120 ppm no alimento VO
Luferon Antifúngico 70 - 140 mg/kg 3x a cada 15 dias VO
Luferon antipulgas 30 mg/kg a cada 30 dias VO
Marbofloxacino Antibiótico 2-5 mg/kg 24/24h SC
Mealizina Torcicolo 2 - 12 mg/kg 24/24h VO
Meloxican aines 0,2 mg/kg 24/24 h 0,3 mg/kg 24/24h
SC VO
Metroclopramida Gases 02 gotas 06/06h VO
Metronidazol Antibiótico 20 mg/kg 12/12h VO
Micafungica Candidíase 0,25 - 2,0 mg/kg 24/24h IV
Miconazol Fungicida uso por 2 - 4 semanas Tópico
Morbafloxacino Antibiótico (DNA/RNA)
2,75 – 5,5 mg/kg 24/24h VO
Moxialectina Sarna psoróptica 0,2 mg/kg 1x repita após 10d VO
Moxidectina endotoxida 0,2 mg/kg a cada 10 dias VO
Moxifloxacina Meninginte bact. 40 mg/kg 12/12h; 24/24h IV
Neomicina Bactericida Utilizar na lesão Tópico
Netilmicina Gram - 6,0 - 8,0 mg/kg 24/24h SC,IM, IV
Norfloxacino Atb trato urinário 22 mg/kg 12/12h VO
Ocitocina Parto atrasado
ou agalaxia 0,1 - 3 UI/kg SC,IM
Oxitetraciclina P.Pneumotrópica 3,5 mg/animal por 5 dias IM
Oxitetraciclina/ lidocaína
Enterite bacteriana 0,25 ml/kg 24/24h SC
Papaina enzima Tricobezoares estase gástrica
1 - 2 tabletes/ animal 24 h - 3- 5dias VO
Penicilina P. Multocida 60.000UI/kg por 10 dias SC
Penicilina G Antibiótico 20.000 - 40.000 UI/kg 8/8h IM
Piperazina oxiuríase 0,5 g/kg/dia por 2 dias VO
Piperazina Anti-helmíntico 2,5g/L na água VO
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Pirantel Antiparasitário 5-10 mg/kg 1x repita após 10d VO
Piretrina Pulgas Uso de filhote de gato Tópico
Piroxican Aines 0,2 mg/kg 08-08h VO
Potenfort B12 Gestação/ lactação
1ml/kg durante 3 dias VO
Prado Colo oral* Shigela 25g/5kg de ração VO
Praziquantel Antipulgas 5-10 mg/kg 1x repita após 10dias VO/IM/IV
Prednisolona Glicocorticóide 0,5- 2 mg/kg 24/24h VO
Prednisona Aines 0,25 - 2,0 mg/kg por 3d 12h + 3d 24h +3d 48h
Procloperazina Torcicolo 0,2 - 0,5 mg/kg 8/8h VO
Proligestona Esterilização
química fêmea Assegurar que a fêmea não prenhe. 30 mg/kg efeito dura de 2 a 4 meses
SC
Promotor L* comp. Vitamínico
aminoácidos 2ml/L na água por 7 dias VO
Ranitidina Protetor gástrico 2-5 mg/kg 12/12h VO
Rifamicina Antibacteriano 5-10 mg/kg 8/8h IM
Ringer Lactato Tratam. Choque 60 - 90 ml/kg IV/ IP
Rocefin Sífilis coelho 40 mg/kg 12/12 h por 2 dias IM
Selamectina Anti-helmíntico 0,5ml/animal
1x depois 15 dias repete dose SC
Simeticona Gases 22 gotas 12/12h VO
Soro antiofídico Antídoto Conforme a necessidade *-*
Soro antitetânico Tétano 100.000UI 12/12h terapêutico
1500 UI 12/12h profilático EV
Suco de abacaxi tricobezoares 10 ml de suco por 5 dias VO
Sulfadiazina AG/ Sulfato de neomicina
Cicatrizante Utilizar na lesão Tópico
Sulfadiazina Prata Ferida A cada 24 horas Tópico
Sulfadiazina/ Pirimetrina
Pneumocistose 10-15 mg/kg 12/12h VO
Sulfadiazina/ Trimetropina
Antibiótico 15-30 mg/kg 12/12h VO
Sulfametoxazol/ Trimetropina
Pneumocistose 15 mg/kg 12/12h 5 dias VO
Sulfaquinoxaleina P. Multocida 0,05 g/kg de ração VO
Sulfato de Cefiquinona
Antibiótico 1mg/animal 24/24h por 2 dias IM
Sulfato Ferroso Anemia 4-6 mg/kg 24/24h VO
Sulfato Ferroso Anemia 4 - 6 mg/kg 24/24 h VO
Tetraciclina P. Multocida 1mg/kg por 21 dias SC
Tetratiuran Ectoparasita Utilizar na lesão Tópico
Tilosina Antibiótico 7-15 mg/kg 12/12h IM
Timolol (0,5%) Glaucoma Tópico nos olhos 12/12h Tópico
Toltrazaril Coccidiose 25 mg/kg 2 dias repita após 5 dias VO
Tormicina 100 Ecoli/ Bordetela 0,5 ml/kg 1x IM
Triclorfon Piolho e sarna Pulverizar animal e local *-*
Trobamicina/ Norfloxacino
Oftalmológico 01 gota em cada olho 24h Tópico
Tulatromicina Antibiótico 1mg/kg dose única IM
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Verapamil Pós cirúrgico 200 um/kg "tds" SC
Vitamina C Vitamina 100 mg/kg 12/12h VO
Vitamina K Hemorragia 01ml/animal 1x IM
*Nome comercial dos fármacos e suas funções.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, A. et al., Animais de Laboratório – criação e experimentação, Ed FioCruz, 2002.
BEWIG, M. et al, Manual of exotic pet practice, Ed Elsiever – 2009.
BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: clínica de pequenos animais. 2.ed. São
Paulo: Roca, 2003.
CARPENTER, J.W., Formulário de animais exóticos. - Ed. MedVet - 2010.
CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens: medicina
veterinária. São Paulo: Roca, 2006.
HARKNESS, J.E.; WAGNER J.E. Biologia e Clinica de coelhos e roedores. 3. Ed. Roca, 1993.
MELLO, H. V.; SILVA, J. F. Criação de coelhos – Coleção do Agricultor. Editora Globo, 1988.
QUINTON, J.F., Novos animais de estimação – pequenos mamíferos – Ed. Roca – 2005.
RODRIGUES, H., Nutricion de los conejos, 2009.
SIMONATO, M. T., Principais doenças de coelhos de companhia. IV Seminário Nacional de
Ciência e Tecnologia em Cunicultura, Botucatu, 2012.
SINDAN, Compêndio de produtos veterinários 2013-2014 – 1 Ed., Ed MedVet, 2013.
VARGA, M., Textbook of rabbit medicine, 2nd edition, BH, 2002.
VIANA, F. A. B., Guia terapêutico veterinário. 2. Ed. Lagoa Santa: Gráfica e Editora CEM, 2007.
VIEIRA, M.I., Doenças dos coelhos – manual prático – 2 Ed. – Ed. LPM – 1980.
Golin, E. Cunicultura mais que criação é um hobby, 2017. Disponível em:
https://cunicultando.blogspot.com.br/search?q=antibi%C3%B3tico -Acesso em: 01 de abr. 2017.
Golin, E. Cunicultura mais que criação é um hobby, 2017. Disponível em:
https://cunicultando.blogspot.com.br/2017/03/uso-indiscriminado-de-antibioticos-e.html - Acesso
em: 01 de abr. 2017.
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Por: Letícia de Sá Guimarães Cunha e Rosiane de Souza Camargos – Estudantes de
Graduação em Zootecnia do IFMG Bambuí
Revisão: Prof. Luiz Carlos Machado – IFMG Bambuí
O coelho é um modelo experimental de
extrema importância para o avanço
científico da sociedade, prestando
excelentes serviços no desenvolvimento de
medicamentos, vacinas, cosméticos e
produtos relacionados. Contudo, esta
atividade deve ser feita de maneira
controlada buscando se adequar às atuais
normas. De acordo com a resolução
normativa N°33, de 18 de novembro de
2016 do Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal, os seguintes
princípios devem ser considerados.
Alimento: os coelhos devem receber uma
dieta palatável, que atenda às suas
exigências nutricionais e em quantidades
adequadas. É importante oferecer
alimentos com grau de dureza que
estimulem e provoquem o desgaste dos
dentes, os quais são de crescimento
contínuo nessa espécie. Os comedouros
devem ser de fácil acesso e adequados ao
número de animais por recinto. Outros
itens de alimento, além da ração, podem
ser oferecidos aos animais, tais como
forragens. A ração deve ser armazenada
em recintos cobertos, ambientes limpos,
secos, arejados, sem odores e protegidos
do sol e do calor, de modo a minimizar a
deterioração e contaminação. O local
destinado para armazenar a ração não
deve alojar outros insumos.
NOTA TÉCNICA
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Nota Técnica
LEGISLAÇÃO DE COELHOS PARA LABORATÓRIO
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Água: deve ser oferecida de forma potável,
fresca, limpa e à vontade e caso não
observe esses princípios, a contaminação
da água poderá influenciar nos resultados
das pesquisas feitas com os animais, além
de prejuízos na saúde dos mesmos. A
restrição de líquidos pode afetar na menor
ingestão de alimento e na desidratação.
Manejo: é desejável o registro das
atividades. Os funcionários devem
conhecer o comportamento e a biologia
dos animais para minimizar as situações de
estresse e promover situações que gerem
estímulos prazerosos.
Identificação: as gaiolas de todos os
animais devem possuir registros em forma
de etiquetas fixadas e os animais
reprodutores devem possuir fichas
individuais atualizadas, constando
informações como categoria, raças, data de
nascimento e outras pertinentes.
Segurança do operador: os operadores
que realizam as múltiplas atividades devem
usar Equipamento de Proteção Individual
(EPI)
adequado ao desempenho da atividade.
Descarte de materiais: os resíduos são
classificados em função de suas
características específicas e seu manejo
necessita de cuidados e métodos especiais
de coleta, transporte e destinação final.
Procedimentos de coleta de sêmen: os
métodos incluem a monta natural e coleta
na fêmea, eletroejaculação sob anestesia e
coleta após eutanásia.
Procedimentos de coleta de sangue:
devem considerar o fato de que todas as
espécies têm a mesma relação entre
volume sanguíneo e peso corporal. Devido
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DOR
ao estresse gerado por esse procedimento,
podem ocorrer algumas alterações nos
processos bioquímicos no sangue dos
animais. É importante que o executor do
procedimento já tenha habilidade com o
processo para evitar um maior estresse. O
volume máximo recomendado para coleta
de sangue é de 10% do volume de sangue
circulante em animais saudáveis e bem
nutridos, observando um período mínimo
de recuperação de 3-4 semanas. É
importante levar em consideração o
método, o volume e a frequência da coleta,
pois estes estão ligados diretamente ao
bem-estar do animal. Sempre quando
possível, é recomendada a
reposição de fluidos após
coletas de sangue. Uma
imobilização inadequada
prolongará o tempo de
retirada de amostras,
aumentará os riscos para o
animal e reduzirá a
qualidade das mesmas.
Quando coletas múltiplas
são necessárias, deve-se
alternar o local da coleta.
Controle da dor: devem-se aplicar
analgésicos, anestésicos e sedativos nos
coelhos antes de procedimentos cirúrgicos,
pois a dor ocasiona alterações fisiológicas,
bioquímicas e comportamentais
indesejáveis ao animal, podendo prejudicar
os estudos científicos. O alívio da dor traz
consigo a homeostasia do organismo do
animal após as cirurgias. São questões
essenciais referentes ao bem-estar animal
a serem consideradas. a) buscar-se reduzir
a utilização de animais, quando possível; b)
minimizar a dor e a perturbação para o
animal. O monitoramento do estado do
animal no transcorrer do estudo deve ser
Coelho para laboratório?
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0
feito de forma responsável e incluir, além
do exame clínico diário, a observação
constante, assim como análises clínicas
feitas por profissionais capacitados, para
determinar o ponto final da participação de
cada um dos animais na investigação.
Enriquecimento ambiental: Sempre que
possível é recomendado o enriquecimento
ambiental da gaiola utilizando-se para este
fim utensílios diversos. Plataformas
ou caixas colocadas entre 20 e
30 cm acima do chão
fornecem um bom abrigo
escuro. Bolas e dois pesos
de polipropileno
resistentes a mordidas
servem como bons
brinquedos, bem como
correntes de aço
inoxidável suspensas com madeiras
penduradas. Na área de bem-estar são
consideradas as necessidades
comportamentais específicas da espécie,
como por exemplo, a disponibilidade de
um espaço que permita livre
movimentação e atividades básicas como,
sono, privacidade e contato com outros
animais. Os animais devem ser
acostumados com o contato humano,
principalmente dos pesquisadores, com o
intuito de evitar maiores problemas e
desconfortos para as espécies.
Social: Em seu habitat, os coelhos são
animais sociais e, em muitos casos, vivem
em tocas de até 100 ou mais animais de
várias idades. Alojamento em grupos
proporciona aos animais a oportunidade de
um comportamento social mais próximo
do natural, incluindo uma ampla
oportunidade para o exercício adequado,
limpeza mútua e melhora no bem-estar
geral. Coelhos alojados em grupo realizam
uma higiene grupal, que é um
comportamento importante e aumenta a
coesão do grupo. Os coelhos podem
também ser alojados em pares com gaiolas
interconectadas. Animais alojados
individualmente devem ter
contato visual e olfativo com
outros coelhos. Enquanto
as pesquisas sobre
alojamento
grupal de
fêmeas não
forneçam um
resultado
concreto bem
como o problema relacionado à
elevada agressividade dos animais seja
contornado, o alojamento individual de
reprodutoras é indicado.
Estimulação olfatória: O coelho tem uma
alta sensibilidade olfativa, o que é de
extrema importância no comportamento
social e sexual. Portanto, deve-se evitar o
uso de substâncias químicas de odor forte.
Os coelhos devem ser capazes de manter
contato olfativo com outros animais
familiares.
Além desses princípios deve-se recordar
que todos os experimentos que envolvam
a participação de animais devem obedecer
ao disposto na lei 11794 de 2008 devendo
ser obrigatoriamente aprovado
previamente por uma comissão de ética
animal (CEUA).
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1
dia era 23 de agosto de 2006, o “Jornal do povo” de Maringá-PR, anunciava o término do
terceiro congresso americano de cunicultura das américas, evento promovido pela
universidade estadual de Maringá (UEM). Cerca de 150 pessoas de todos os setores da
cunicultura brasileira e representantes de 13 países participavam naquele momento, sendo
discutidas diversas políticas para a cunicultura brasileira bem como para os países em
desenvolvimento. Naquela situação o professor Cláudio Scapinello, uma bandeira da pesquisa
científica em cunicultura no Brasil, era o presidente deste evento e destacava a importância da
cunicultura brasileira para o país. Em 2018 este evento será realizado novamente no Brasil, na
cidade de Goiânia-GO, em data ainda não definida.
O TÚNEL DO TEMPO
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Túnel do tempo
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DIA DE CAMPO EM CUNICULTURA PET
SEMANA ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA DA
UNIVERSIDADE DE SOROCABA
II CURSO DE CUNICULTURA DO IFMG BAMBUÍ
VI CONGRESSO DE CUNICULTURA DAS AMÉRICAS
Cidade de Betim/MG – evento a ser realizado em setembro, ainda sem data
MAIORES INFORMAÇÕES: [email protected]
Módulo de produção em cunicultura – palestras relacionadas e curso de inseminação artificial em coelhos – dias 06 a
11 de outubro de 2017. Informações: [email protected]
Cunicultura básica. Dias 03 e 04 de fevereiro de 2018 - INFORMAÇÕES: [email protected]
Cidade de Goiânia, 2018. Data ainda não definida.
ACBC - Associação Científica Brasileira de Cunicultura
Faz. Varginha, Rod. Bambuí-Medeiros, km 05. Zona Rural
CEP - 38900-000 - Bambuí - Minas Gerais
Fone : +55 (37) 34314964
CNPJ:02.006.670/0001-40
www.acbc.org.br
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EVENTOS
Boletim Informativo ACBC V.05, n.1, (2017) > Eventos