contextualização do currículo escolar · apresentação da componente empírica do projeto...

Contextualização do currículo escolar e sua relação com o sucesso educativo

T H E C O N T E X T UA L IZAT IO N O F T H E C U R R I C UL UM A N D I T S R E L A T IO N S H I P T O A C A D EMI C S U C C E S S

28 de Abril de 2012 – FPCEUP (Auditório 1)

Apresentação da componente teórica do projeto:

o Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber na bibliografia

o Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber nos discursos políticos

Apresentação da componente empírica do projeto o Processos e instrumentos de recolha de informação o Resultados exploratórios

Seminário Internacional "Contextualização do currículo escolas e a sua relação com o sucesso educativo"

Apresentação do projeto “Contextualizar o Saber para a Melhoria dos Resultados dos Alunos”:

o Equipa do projeto o Objetivos o Abordagem metodológica


o Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – Universidade do Porto / Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) • Carlinda Leite (Coordenadora do Projeto) • Preciosa Fernandes • Ana Mouraz • Carla Figueiredo (bolseira de investigação)

o Universidade do Minho / Centro de Investigação em Educação (CIEd) • José Carlos Morgado • Bruno Mendes (bolseiro de investigação)

o Universidade de Aveiro • Nilza Costa

o Universidade de Lisboa / Instituo de Educação (IE) • Manuela Esteves • Ângela Rodrigues • Carolina Pereira (bolseira de investigação)

• Consultor do Projeto: Miguel Zabalza

Objetivos gerais:

o Mapear e aprofundar as perspetivas teóricas provenientes da Epistemologia, Sociologia e Estudos do Currículo sobre contextualização do saber;

o Cruzar essas perspetivas para desenvolvimento de um modelo teórico capaz de permitir pensar formas de redução do insucesso escolar;

o Produzir conhecimento sobre políticas curriculares nacionais e internacionais, nas quais a contextualização curricular tenha lugar;

o Produzir conhecimento sobre processos de organização e desenvolvimento do currículo que foquem a contextualização curricular, no ensino secundário;

o Avaliar os efeitos da contextualização curricular na consecução da ideia da igualdade de oportunidades.


Objetivo principal:

o Estudar de que modo o saber de disciplinas escolares, sujeitas a exame no ensino secundário, é contextualizado, sem prejuízo da sua identidade, e de que modo essa contextualização é realizada.


Disciplinas com exame no 11º ano:

o Biologia e Geologia

o Física e Química

Disciplinas com exame no 12º ano:

o Matemática

o Português

o História

o 1ª Fase - Revisão de literatura

Revisão de literatura nacional e internacional publicada entre 2001 e 2010 sobre a temática da contextualização do saber/contextualização curricular (CC) – consulta e análise de 200 artigos;


O projeto prevê o recurso a metodologias de orientação qualitativa de recolha e análise de dados

Fases de recolha e análise de dados:

o 2ª Fase – Análise de políticas

Análise de políticas educativas e curriculares nacionais e de programas e diretrizes internacionais (europeias) publicadas e aplicadas entre 2001 e 2010 – consulta e análise de 36 documentos nacionais e 8 documentos internacionais;

Tarefa 3 – Caracterização das escolas através de:

• Análise de documentos oficiais das escolas em estudo para caracterização das instituições, tais como: Projeto Educativo, Plano Anual de Atividades, relatório de avaliação da escola (IGE);

• Análise dos instrumentos de avaliação dos estudantes, utilizados pelos professores nas disciplinas em estudo.



Tarefa 1 – Desenho do trabalho de campo • Construção dos instrumentos de recolha de informação Tarefa 2 – Análise documental • Análise das provas de exame nacional das disciplinas em estudo

o 3ª Fase – Estudos de Caso (a escolas com classificações elevadas nos exames nacionais das disciplinas em estudo): Estudos de caso em 4 escolas correspondentes à área geográfica de

cada Universidade envolvida no projeto (Porto, Minho, Aveiro e Lisboa)



Tarefa 4 – Entrevistas:

• Realização de entrevistas semidiretivas a:

Coordenadores de Departamento das disciplinas em estudo; Coordenadores de Grupo Disciplinar das disciplinas em estudo; Professores das disciplinas em estudo que lecionaram o ano de exame

em 2010/2011;

• Realização de entrevistas em focus group com alunos dos professores entrevistados;

o 3ª Fase – Estudos de Caso (a escolas com classificações elevadas nos exames nacionais das disciplinas em estudo):

o 4ª Fase – Relatório final

Produção de um relatório final que dê conta do conhecimento produzido;



o 5ª Fase – Divulgação

Divulgação e disseminação do conhecimento produzido junto das escolas em estudo e da comunidade académica em geral;


2011 2012

Tarefas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

1ª Fase

Revisão de literatura

2ª Fase

Análise de políticas

3ª Fase

Desenho do trabalho de

campo

Análise documental

Caracterização das escolas

Entrevistas

4ª Fase Relatório final

5ª Fase Divulgação

Legenda: Realizado Por iniciar Em desenvolvimento


2011 2012

Tarefas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

3ª Fase Entrevistas

o Porto

• Realizadas: Coordenadores de departamento

e grupo disciplinar; • Agendadas:

• Professores; • Alunos

Fases de desenvolvimento das entrevistas:

o Minho


e grupo disciplinar; • Agendadas: Professores; Alunos

o Aveiro


e grupo disciplinar; • Agendadas: Professores; Alunos

o Lisboa


e grupo disciplinar • Agendadas: Professores; Alunos

Apresentação do projeto “Contextualizar o Saber para a Melhoria dos Resultados dos Alunos”: o Equipa do projeto o Objetivos o Abordagem metodológica






Apresentação da componente teórica do projeto


1ª Fase – Revisão de Literatura– Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber nos discursos académicos


A revisão de literatura teve como objetivos

Aprofundar e mapear perspetivas multidimensionais que enquadram a temática da contextualização curricular, provenientes de diferentes áreas do saber (educação, ciências políticas, sociologia, estudos curriculares,…)

Clarificar o conceito de contextualização curricular;

Produzir um modelo teórico sobre contextualização curricular

1.1 Partilha, entre os investigadores da

equipa, de significados atribuídos à

contextualização curricular


critérios de pesquisa

2.1. Listagem de revistas

nacionais e internacionais – sobre

a temática da Educação e Currículo

– e a consulta de bases de dados para pesquisa de literatura

3.1 Listagem de palavras-chave

a utilizar na pesquisa de literatura em

revistas nacionais e

internacionais e bases de

dados

1- Debate sobre o conceito de

Contextualização curricular/do

saber

2 - Seleção de revistas e de

bases de dados a pesquisar

3 -Definição das palavras-chave a

utilizar na pesquisa de

literatura


o Listagem das palavras-chave

Contextualização Curricular; Desenvolvimento Curricular; Cultura Escolar; Ensino + aprendizagem; Desenvolvimento Curricular; Currículo; Integração + curricular; Objectos de transformación

Territorialización; Programação; Contextualization + Curriculum; Content + Knowledge; Meaningful + Curriculum; Student-based + Curriculum; Student-centered + Curriculum

Place-based + Curriculum; Context-based + Curriculum; Contextualized + Subjects; Local +Curriculum+Development; Situated learning/teaching; Curriculum + adaptation; Curriculum + integration; Constructive alignment.

Listagem de revistas e de bases de dados - sobre a temática da Educação e Currículo

A pesquisa em bases de dados desenvolveu-se

especificamente na EBSCO, Scielo e AtoZ (base de dados com revistas específicas na

temática).

A pesquisa em revistas de • língua inglesa –dos EUA, Canadá e Reino

Unido; • língua portuguesa – de Portugal e do

Brasil; • língua espanhola e de língua francesa;


Desenvolvimento do processo de revisão de literatura

Seleção e recolha de artigos através leitura do seu título e abstract;

Recolha de 200 artigos científicos, assim distribuídos

1

• Pesquisa e recolha artigos nacionais e internacionais

publicados no período entre 2001 e 2010, sobre

a temática da contextualização do

currículo;


Após recolha e análise dos abstract dos 200 artigos procedeu-se a uma análise mais extensiva dos pontos Introdução, Metodologia, Resultados/Conclusões

Uma seleção de artigos mais focada– resultando em 78 artigos;

Desenvolvimento do processo de revisão de literatura 2

Organização e sistematização dos artigos de acordo com os traços discursivos centrais

Identificação de 5 dimensões teóricas constituintes de

sentidos e traços característicos da contextualização curricular.

Local/ contexto

Sujeito/ aluno

Assenta no pressuposto de que os processos de desenvolvimento do currículo contemplam características do local: os traços culturais; os hábitos de vida, costumes e saberes quotidianos da comunidade local. A contextualização dos saberes escolares significa, então, partir dos saberes comunitários que os alunos partilham e permitir-lhes o confronto crítico entre uns e outros dos referidos saberes. Esta abordagem encontra-se associada à “educação baseada no local” (Smith, 2005)

Assume o sujeito/aluno como elemento principal dos/nos processos de desenvolvimento do currículo. Parte da convicção de que a contextualização dos saberes implica atender aos interesses dos alunos, ritmos e estilos de aprendizagem, culturas, dificuldades e êxitos (Leite e Fernandes, 2002).

Dimensões Teóricas a partir das quais a contextualização é perspetivada


Prática pedagógica

A ênfase é colocada na prática pedagógica dos professores, fundada em saberes e competências de diferentes naturezas, e na possibilidade que oferece de promover processos curriculares diferenciados (seja sincrónica seja diacronicamente) e potenciadores de aprendizagens significativas.

Diversidade

O recurso à contextualização dos saberes justifica-se como meio para responder à diversidade em presença na escola. O “mosaico diversificado” que carateriza as escolas e salas de aula constitui o elemento legitimador da adoção de processos de contextualização dos saberes. Esta dimensão cruza as anteriores (local, sujeito/aluno, prática pedagógica) e, em certa medida, sintetiza-as. Acentua a necessidade de construção de ambientes de ensino-aprendizagem efetivamente igualitários, onde a diversidade seja incluída, e considerada, numa resposta trabalhada para o sucesso.





As disciplinas constituem a referência principal para os processos de contextualização dos saberes. Contextualizar significa que existe um encadeamento ou sequenciação no interior da própria disciplina mais favorecedor da sua aprendizagem do que outros possíveis; que existem saberes que se não estiverem dominados impedem o acesso a outros.

Conteúdos disciplinares


A CC justifica-se como meio de adequação do currículo aos contextos de aprendizagem e aos

interesses, estilos, ritmos, necessidades,

expectativas e conhecimento prévio

dos alunos.

Assenta ainda na crença de se constituir numa

possibilidade pedagógica de

promoção do sucesso educativo/escolar

O conceito de CC encontra-se ainda em desenvolvimento não

tendo sido identificada uma definição objetiva…

O conceito aparece “mascarado” de sentidos, confluentes entre si, tais

como: Diferenciação; articulação;

flexibilização; adequação ao contexto; integração do

conhecimento; diversificação das estratégias; atenção ao sujeito/aluno,… (sentidos

que conduziram à definição das cinco dimensões

teóricas)

Apresentação da componente teórica do projeto


2ª Fase – Enquadramento Político-legal – Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber nos discursos políticos


O currículo, enquanto elemento que compagina a teoria educativa com a prática pedagógica, é o elo de ligação entre o que se decide ao nível do plano normativo (oficial) e o que ocorre no plano real (ensino-aprendizagem).

O desenvolvimento do currículo é um processo que resulta da interação e confluência de várias estruturas e decisões muito diversas – políticas, económicas, culturais, sociais, administrativas, escolares… –, na base das quais existem interesses concretos e responsabilidades compartilhadas, que condicionam o que acontece na prática.

Daí a necessidade de averiguar que lugar ocupa a contextualização curricular tanto ao nível dos normativos e das orientações político-legais, como dos programas nacionais e internacionais implementados a nível oficial.


A análise dos discursos político-legais tem como objetivos orientadores:

Mapear as políticas nacionais referentes ao currículo dos níveis de educação básico e secundário através da análise de documentos legais nacionais e internacionais, nomeadamente:

o Políticas educativas Portuguesas desde 2001; o Programas nacionais e internacionais implementados pelo Ministério da Educação / Departamento Governamental para a Educação.

Inferir sobre a real importância atribuída à contextualização curricular; Encontrar pontos de convergência entre os vários tipos de discursos políticos;

Inferir sobre atenções e intenções de legisladores.

o 1º Momento – Diplomas nacionais Diplomas relevantes para a educação em Portugal publicados antes de

2001 - 2 Diplomas relevantes publicados entre 2001 e 2011 - 21

o 2º Momento – Documentos internacionais - 21


Fase 1 – Seleção e recolha dos documentos

Fase 2 – Análise dos documentos

Fase 3 – Organização e mapeamento dos sentidos da Contextualização Curricular identificados

o Análise de conteúdo (Bardin, 1979) com base no referencial elaborado na tarefa anterior (Revisão de Literatura)

Diplomas publicados antes 2000

Despacho Normativo nº 27/97 de 02.06

Decreto-Lei nº 115-A/98, de 04.05, revisto pela Lei nº 24/99, de 22.04

Diplomas publicados após 2000

Decreto-Lei nº 6/2001, de 18.01 Plano Nacional de Leitura

Decreto-Lei nº 7/2001, de 18.01 Decreto-Lei nº 74/2004, de 26.03

Programa Ensino Experimental das Ciências

Decreto Regulamentar nº 12/2000, de 29.08

Referente Oficial de Avaliação Externa das Escolas (IGE)

Despacho nº 13313/2003, de 08.07

Programas dos XIV, XV, XVI, XVII e XVIII Governos da República

Decreto-lei nº 75/2008 Decreto sobre avaliação da aprendizagem

Despacho nº 55/2008, de 23.10 Despacho normativo nº 50/2005

Lei nº 31/2002, de 20.12 Movimento Ciência Tecnologia e Sociedade

Plano de Acção para a Matemática



Documentos Internacionais

Resultados do Estudo Internacional Pisa 2000 em Portugal (Matemática)

Jornal Oficial UE L 346 – 49.o ano (9 de Dezembro de 2006)

Programa Pisa 1999 Jornal Oficial EU L 145 – 51.o ano (4 de Junho de 2008)

Programa Pisa 2003 Jornal Oficial EU L 354 – 51.o ano (31 de Dezembro de 2008)

Programa Pisa 2006 Jornal Oficial EU C 141 – 51.o ano (7 de Junho de 2008)

Programa Pisa 2009 Jornal Oficial EU C 142 – 45.o ano (14 de Junho de 2002)

Relatório PISA 2003 Objetivos futuros concretos dos sistemas educativos

Relatório PISA 2006 Programa de trabalho sobre o seguimento dos objetivos dos sistemas de educação e de formação na Europa

Relatório PISA 2009 Educación y Formación 2020

Jornal Oficial UE L 60 – 51.o ano (12 de Fevereiro de 2001)

Jornal Oficial UE L 60 – 44.o ano (1 de Março de 2001)

Relatório do conselho (educação) para o conselho europeu sobre os objetivos futuros concretos dos sistemas de educação e formação (Bruxelas, 14 de Fevereiro de 2001)

Recomendação do conselho de 28 de Junho de 2011 sobre as políticas de redução do abandono escolar precoce (Texto relevante para efeitos do EEE) (2011/C 191/01)

Jornal Oficial UE L 138 – 47.o ano (30 de Abril de 2004)

Jornal Oficial UE L 60 – 44.o ano (1 de Março de 2001)

A análise dos documentos políticos e dos programas nacionais e internacionais permitiu identificar uma nova dimensão de análise – A decisão curricular como referência – que contribuiu para melhorar o referencial de análise construído na tarefa anterior.


Só faz sentido falar em contextualização curricular se forem criadas condições para que em cada contexto o currículo possa ser adaptado, flexibilizado e articulado, o que implica uma transferência de poderes de decisão do centro para o local. Nesta ordem de ideias, a decisão curricular como referência estrutura-se na base dos seguintes indicadores: •Prevalência das decisões da Administração compelindo as escolas a dar cumprimento ao que lhes é prescrito por via legal. •Recurso a mecanismos de adequação, articulação e diferenciação que permitem às escolas gerirem de forma flexível o currículo proposto a nível nacional. •Introdução de componentes curriculares regionais e locais e/ou disciplinas do interesse da região e da escola. •Conceção e concretização de projetos (curriculares) que permitam o recurso a conteúdos disciplinares que se interliguem a situações concretas do quotidiano dos alunos.

Decisão Curricular

A análise dos diplomas legais permitiu, ainda, detetar a existência de referências explícitas, e sobretudo referências implícitas, à contextualização curricular;

Todos as dimensões presentes no referencial de análise (construído a partir da revisão da literatura sobre CC) estão contempladas nos diplomas legais ;

Dessas dimensões, que expressam diferentes sentidos da CC, as que são mais referidas nos discursos dos diplomas legais são: o Local – adequação dos saberes aos contextos o Prática pedagógica – diferentes estratégias e abordagens metodológicas o Diversidade dos alunos – adequação dos saberes às características dos

alunos o Decisão Curricular – professores como decisores curriculares


A promoção do sucesso dos alunos constitui o foco central dos diplomas que orientam as políticas do sistema educativo português. Esta orientação é comum aos documentos internacionais analisados.

Em termos globais, a análise dos programas internacionais permitiu constatar a existência de uma clara similitude com o que se passa a nível nacional, sendo apenas de destacar a maior importância concedida aos conteúdos disciplinares como referência a nível internacional.



1. Encontra-se uma linha de coerência entre as políticas nacionais e internacionais (europeias), relativamente aos objetivos definidos para a educação, focando-se estes na:

a) melhoria da qualidade de ensino, b) promoção do sucesso, c) combate ao abandono, d) desenvolvimento total dos indivíduos com vista à vida futura.

2. Existem preocupações e questões essenciais partilhadas e comuns, tais como a:

a) necessidade de adequação dos conteúdos, nomeadamente em relação ao local;

b) a necessidade de novas e melhores estratégias pedagógicas; c) e o lugar/papel dos alunos no próprio processo de ensino-

aprendizagem.


3. Embora existindo uma declarada intenção de melhorar

continuamente a educação escolar, as orientações fornecidas focam muito poucas vezes o conteúdo curricular.

4. Em termos políticos, é visível a prevalência da “lógica do remediar” sobre a “lógica de conhecer para resolver”, traduzida pela tendência do discurso político se focar mais na minimização dos problemas do que na sua resolução.

5. Existem indícios claros de contextualização curricular nos documentos analisados, embora apareçam de forma genérica e/ou diluída em questões mais abrangentes, direta ou indiretamente, relacionadas com a contextualização curricular


Fundamentação teórica do conceito de Contextualização Curricular/do

Saber: o Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber na

bibliografia o Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber

nos discursos políticos



Apresentação da componente empírica do projeto


1ª Fase – Processos e instrumentos de recolha de informação

Caracterizar modos de contextualização curricular postos em prática em escolas portuguesas; Estabelecer relações entre práticas de contextualização

curricular e processos de avaliação da aprendizagem; Identificar eventuais influências de processos externos de

avaliação na contextualização curricular local.


5 estudos de caso


Português

Matemática

Física e Química

História

Biologia e Geologia

Critérios de selecção

o Professores de escolas, com simultaneamente, o maior nº de provas na região e com a melhor média obtida na disciplina objecto de estudo, no exame nacional dessa disciplina, no 11º e/ou 12º ano, em 2010-2011.


Foco em representações e em práticas de professores (e escolas) relativas a oFormas de contextualizar o ensino do saber; oFormas de proceder à avaliação das aprendizagens dos alunos; oFormas de incorporar recomendações de processos de avaliação externa


Questionário de caracterização do contexto escolar

Entrevistas semi-diretivas aos professores

Recolha de Incidentes significativos – narrativas de práticas

Análise de provas internas e de exame nacional

Entrevistas a grupos de alunos


ENTREVISTA - blocos Razões do sucesso obtido pelos alunos na disciplina;

Lugar do currículo no sucesso;

Lugar da formação do professor (sentido amplo) na estratégia seguida para alterar;

Vantagens e limites da contextualização Seminário Internacional "Contextualização do currículo escolas e a sua relação com o sucesso educativo"

Incidentes significativos Pedido: Pretendemos conhecer como e porquê os professores contextualizam os saberes quando ensinam em sala de aula.

Para esse efeito, pedimos que nos concedessem registos escritos de dois ou três episódios, ocorridos em turmas de 11º e/ou 12º ano, que recordassem especialmente por terem feito uma tentativa de contextualizar o saber que pretendiam ensinar e ter tido grande êxito (ou o inverso) nesse empreendimento.


Categorias solicitadas no registo:

Descrição, do episódio, tão pormenorizadamente quanto possível (onde, quando, com quem, com que conteúdo…aconteceu); Explicitação de razões pelas quais se considera que se trata de uma situação bem sucedida (ou o inverso); Reflexão sobre o episódio e procurando responder: Que razões o/a levaram a seleccionar o referido acontecimento como sendo

relevante no âmbito da contextualização do saber em sala de aula? O que aconteceu que não devia ter acontecido? O que acha que devia ter acontecido? Que aprendizagens, no plano profissional , lhe trouxe a vivência deste episódio?

Apreciação do contributo que a formação profissional terá tido na superação da situação; Perspectiva sobre como entende que a formação profissional poderia ter ajudado.


Restantes instrumentos (em construção) Questionário de caracterização do contexto Análise de provas internas Análise de provas do exame nacional



Fundamentação teórica do conceito de Contextualização Curricular/do

Saber: o Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber na

bibliografia o Apresentação do conceito de Contextualização Curricular/do Saber

nos discursos políticos



Apresentação da componente empírica do projeto


2ª Fase: Estudos de caso – Resultados exploratórios

o Coordenadores dos departamentos de Línguas / Línguas e Expressões; Ciências Sociais e Humanas; Ciências Exatas e Naturais / Matemática e Ciências Experimentais,

Fonte – 10 entrevistas realizadas a:

o Coordenadores/ delegados dos grupos disciplinares de Português; Matemática; Física e Química; Biologia e Geologia; História.

e/ou


Representações sobre o conceito de Contextualização

Curricular.


Análise de conteúdo organizada a partir dos usos que os entrevistados fazem dos termos “Contextualizar” ; “Contextualização”.

Exploração do sentido que esses usos autorizam


CONTEÚDOS DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGICA

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL


“S1 - …pensando na disciplina e no grupo, tendo por norte os resultados escolares obtidos, nomeadamente dos exames (…) de que forma é que nós podíamos adequar o currículo, entendido num todo, ao contexto visando melhores resultados, melhores práticas. (…) penso que a visita lhes pode proporcionar uma aprendizagem que se estende para além das quatro paredes da sala de aula para um contexto ligado a referentes que eles podem ver e perceber (…). A forma como eles podem aproveitar isso para a sua própria vivência pessoal.”

CONTEÚDOS

DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGIC

A

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL

CONTEÚDOS

DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGI

CA

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL

“S2 - De contextualizar o saber? (…) O saber pode ser visto numa perspectiva de pragmática, o que é que é necessário, o que é que é importante para o imediato, o pragmatismo – eu preciso de saber escrever uma carta, saber mandar um mail, saber fazer um requerimento, (…) o que é preciso para o dia-a-dia. Depois há o saber estruturado, que é o que eu preciso acumular para depois poder relacionar com outras disciplinas, com a vida. Há estes dois... Eu vejo estes dois tipos de saber que são muito diferenciadores. (…) Eu acho que é fundamental até como processo motivador da aprendizagens.”


“S1- Para mim é, além de fazer a gestão do programa que eu tenho obrigatoriamente que dar, todo o tipo de atividades e a adaptação de estratégias aos alunos que tenho, a forma como eu faço o desenvolvimento do programa de acordo com aquilo que são as expectativas dos alunos, e as minhas, também é preciso. Para mim a contextualização será isso.”

CONTEÚDOS

DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGIC

A

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL

“S2 - Utilizar o saber de uma forma adequada para que ele possa contribuir para a melhoria dos resultados dos alunos. (…) Se estivesse descontextualizado quer dizer que não estava de acordo com o programa, não é? Não estava um currículo feito de acordo com o programa que devia de estar determinado.”

CONTEÚDOS

DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGIC

A

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL


“ S1 – Agora, quando é um assunto que poderá não ser diretamente relacionado com a aula mas de alguma forma tem a ver, eu aí não passo à frente. Acho que é importante uma pessoa discutir. Lá está, senão a disciplina não serve para nada. (...) E às vezes (…) uma situação semelhante embora numa época completamente diferente. (…) Às vezes até com conteúdos que vamos dar no ano a seguir. (…) Até porque acho que é importante para eles sentirem exatamente a ligação com os temas que eles lançam. (…) Com a vida, com o dia-a-dia, com a atualidade que eles vão acompanhando, aqueles que acompanham, não é? Nem sempre acontece.”

“S2 - Contextualizar o currículo é integrá-lo numa realidade – que é esta escola – com os alunos - que são os desta escola -, com todos os fatores que me perguntou, das condições, dos professores, do trabalho, tudo isso, e operacionalizá-lo tendo em conta esta minha realidade.”

CONTEÚDOS

DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGIC

A

FORMAÇÃO PARA A DIVERSID

ADE

LOCAL


CONTEÚDOS

DISCIPLINARES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGIC

A

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL

“ S1 - Associo… a única coisa que posso associar que é a sociedade, a ligação à ciência, à tecnologia. Acho que é isso, de facto, este programa está muito bem contextualizado (…). (...) Só se eles perguntam. Às vezes fazem questões, então aí uma pessoa sabe e responde. Mas os programas estão muito orientados. Muito. Para o conhecimento… (…) Sociedade-Ambiente-Tecnologia. Imenso.”

“ S2 - É assim, nós temos que levar os alunos para outros patamares, não é? (…) Dou qualquer conteúdo e pego sempre nos conhecimentos que os alunos têm. Mas eles têm que passar para outro nível, não é? Porque senão, se a gente só tratar do que eles vêem no dia-a-dia, do que eles usam no dia-a-dia… (…) É muito vantajoso porque muitas vezes corrigimos constantemente ideias erradas que os alunos têm. Portanto, estamos a ensinar ciência. (…) Outras vezes, por exemplo, eles vêm um painel fotovoltaico, mas eles não fazem a menor ideia como é que aquilo funciona. Então nós na aula tentamos, realmente, contextualizar: “Olhem, isto que estamos a dar aplica-se naquela situação”.”

CONTEÚDOS DISCIPLINAR

ES

ALUNO


FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL


CONTEÚDOS DISCIPLINAR

ES

ALUNO

PRÁTICA PEDAGÓGIC

A

FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL

“ S2 – A ideia de contextualização é, dentro de determinada temática, dizer onde é que ela se insere, como é que ela começou, ou como é que será...contextualizada. (…) Vamos imaginar que eu queria dar qualquer coisa: por exemplo, a gente trabalha muito na área da saúde, a imagem corporal, os hábitos alimentares, aquela coisa toda. E depois muitas vezes a gente vai buscar a contextualização, vamos à história, à parte da arte, mostrar como no passado a visão corporal da mulher era perfeitamente diferente de agora. (...) Em termos históricos. Tentar ver a imagem que no passado existia sobre a mulher, a formosura da mulher, que nos quadros era - em termos de arte - retratada enquanto alguém muito cheiinho e redondinho, e que agora é completamente estereotipada toda magra; quem for magro é que é bonito, é que é elegante e não sei quê. E vai-se tentar contextualizar em termos históricos. Pronto, é assim a minha visão, não sei se estará correta ou não. (…) A nossa contextualização é com as competências que queremos que eles adquiram para exame; estamos a tentar fazer com que eles adquiram determinadas competências.”

CONTEÚDOS DISCIPLINARE

S

ALUNO


FORMAÇÃO PARA A

DIVERSIDADE

LOCAL


1. Há um desconhecimento técnico do conceito de contextualização do saber evidenciado pelas hesitações, pelos pedidos de validação das interpretações, ou pela afirmação da particularidade da visão expressa.

2. Há diferentes sentidos atribuídos ao que pode ser visto como práticas de contextualização.

3. Os alunos e os conteúdos curriculares foram as dimensões mais referenciadas para justificar o esforço de contextualização.

4. É difusa a relação entre o sucesso escolar e o esforço da contextualização – parece ser mediada por outros fatores.


Parece haver uma diferença nos sentidos atribuídos à contextualização encontrados nos discursos dos sujeitos oriundos das duas escolas.

Este será o desafio seguinte!...

Será possível estabelecer uma relação entre as culturas de escola e os sentidos do conceito de contextualização?


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