coraÇÃo porta da compreensão

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ORAÇÃO Porta da Compreensão é mais uma leitura necessária sim, além de ser prazerosa, na qual o autor nos apresenta, num misto de narração, a fantástica história de Rose juntamente com os caminhos para se alcançar a felicidade "um precioso presente". Sua essência nos motiva para vivermos com mais entusiasmo, autoconfiança, muita determinação e de coração aberto. Neste livro há, também, a pretensão de fazer o leitor refletir e discutir. Reflexão que leva à revisão; discussão que leva à luz. E isto é de muita importância para cada um de nós: rever nossas ações e acreditar na vida, construindo nosso caminho e realizando nossos sonhos.

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APRESENTAÇÃO

Neste início de milênio, Júlio César é o ícone da literatura gasparense. Posso dizer, certamente, que es-creve com responsabilidade e amor, para nos enlevar, como assim o fez, para uma vida nova.

Lendo sua obra é possível entender melhor as coi-sas da vida, tanto as físicas, como as espirituais.

CORAÇÃO — A Porta da Compreensão é mais uma leitura necessária sim, além de ser prazerosa, na qual o autor nos apresenta, num misto de narração, a fantástica história de Rose juntamente com caminhos para se alcançar a felicidade — um “precioso presente”. Sua essência é nos motivar para vivermos com mais entusiasmo, autoconfiança, muita determinação e de coração aberto.

Neste livro há, também, a pretensão de fazer o leitor refletir e discutir. Reflexão que leva à revisão; discussão que leva à luz. E isto é de muita importância para cada um de nós: rever nossas ações e acreditar na vida, cons-truindo o nosso caminho, realizando nossos sonhos.

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Júlio César, então, em sua trajetória, insiste em traçar os “caminhos da paz”, alertando-nos para o signi-ficado da vida e, assim, vivermos bem neste “mundo fenomênico”.

Desejo que você tenha o prazer de ler tudo isto e muito mais, nestas páginas que agora se abrem...

Gaspar, junho de 2005.

Leonida Maria HostinsProfessora de Língua Portuguesa e Literatura

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Nota do autor

Vamos falar um pouco sobre Ed, este ser que nos mostra o verdadeiro caminho da felicidade.

Sempre que nos deparamos com algum personagem, temos a sensação que ele irá nos mostrar algo positivo.

Em primeiro lugar, devemos entender que Ed é verdadei-ramente um poder maior, que nos toca o coração e que aparece em nossas vidas somente para nos mostrar o caminho e a luz.

A história de Rose não nos traz algo diferente, mas, o encontro com “seu” Ed é que torna o livro autêntico,  demons-trando como é possível uma mudança radical e para melhor.

Buscar, sempre buscar, é que torna o caminho cheio de alternativas positivas.

Não temos a pretensão de querer mostrar ao mundo o que deve ou não ser feito e nem como fazê-lo.

Ed é tão somente algo muito pessoal, interior, como um Ser Supremo.

Lembro-me perfeitamente como conheci “meu” Ed e de como ele modificou a minha vida.

Já estava à beira do precipício, na amurada da ponte, pronto a me entregar ao destino pré-determinado, cheio de problemas e sem vislumbrar uma luz sequer no fim do túnel

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quando, “meu” Ed, apareceu e com palavras de incentivo como: “levanta-te”, “és capaz”, “és forte pois és filho de Deus”, conseguiu fazer com que eu não me precipitasse no abismo, tampouco me aventurasse a saltar da ponte para meu último suspiro daquela vida infernal que levava.

Por isso e por tantas coisas que aconteceram em minha vida, através das páginas deste livro apresento uma forma clara e autêntica de como se consegue superar problemas que, até então, se achavam insolúveis.

Mostramos que Ed é aquilo que temos de mais profundo em nosso íntimo. Por isso, trazê-lo à realidade, faz com que nos tornemos pessoas melhores e nos mostra que o impossível pode ser possível, desde que nos atenhamos a isso.

O ontem já é passado, o amanhã, não cabe a nós, mas, o presente, esse momento que estamos nos dedicando a esta leitura, este sim, este podemos realizá-lo da melhor maneira possível e Ed é o presente, o agora, o “eu consigo, se assim o desejar”.

Ed, por meio de um “precioso presente”, nos mostra em seus Sete Caminhos para Alcançar a Verdadeira Felicidade, péro-las que nos conduzem a refletir, e muito, sobre nossas vidas.

Conheci Ed quando mais precisava e, por meio dele, os “sete caminhos” que me tornaram um ser humano novamente, cheio de perspectivas e esperanças.

Desejo ao leitor que nunca desacredite das suas poten-cialidades, dos seus desejos maiores, das suas esperanças e dos seus sonhos, pois eles, com certeza, se concretizarão.

Termino com um pensamento meu:“Nada faço, mas, do pouco que faço, não faço sozinho”.

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“CORAÇÃO — A PORTA DA COMPREENSÃO”

Capítulo I

Tarde fria, chuvosa, daquelas que convidam a qualquer pessoa ficar estendida num canto qualquer. Realmente não seria num dia assim que alguém sairia de casa, a não ser por motivos óbvios, tais como trabalho, médico ou algo parecido.

Nesse cenário desolador, ninguém parecia se aper-ceber da moça com capa longa que seguia cabisbaixa, e que adentrava a ponte que ligava as duas margens do rio que cortava a pequena cidade. Também, quem seria capaz de ler os pensamentos que por aquela pequena cabeça passavam?

A moça era eu. Andei quase até a metade da ponte e lá, de repente, parei. Olhei o céu que nada conseguia mostrar, pois pingos de chuva cada vez mais fortes não me deixavam vislumbrar pela última vez aquele que

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tantas e tantas vezes, num azul anil ou em noites enlu-aradas, mostrava-se tão belo e cheio de vida. Naquele dia, porém, estava carrancudo, fechado, como se adi-vinhasse que algo diferente e contra as leis da natureza estava prestes a acontecer.

Virei-me na direção do rio, fixei os olhos mareja-dos de lágrimas naquelas águas que antes pareciam tão calmas e tranquilas, mas que num instante se transfor-maram em algo turbulento e feroz.

Parecia que eu nem estava vivendo o que decidi ser meus últimos instantes, tal a indiferença com que eu estava me deixando levar. Eu estava decidida a tudo e, passados alguns minutos, que para algum observador pareceriam uma eternidade, como se adivinhassem o que sucederia, levantei mais uma vez a cabeça dire-cionando-a aos céus, como a buscar lá alguma luz que parecia estar faltando no momento. Subi na pequena amurada e, dependurada, soltei as mãos.

Balançando perigosamente, preparei-me para dar fim a algo muito perturbador e que me levava a cometer aquele ato impensado. No exato momento em que dizia adeus a mim mesma, dois braços fortes me agarraram e me puxaram, colocando-me novamente em pé em cima da ponte.

Eram mãos firmes que não me deixavam um ins-tante sequer para rebelar-me e fizeram com que logo eu desistisse de lutar, apenas deixando-me levar por aquela pessoa desconhecida. Logo me vi dentro de um carro e dali até uma lanchonete foi um salto que, mais tarde, agradeceria um milhão de vezes.

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Capítulo II

Até agora as coisas tinham sido muito boas tanto para mim como também para ele, pois as vendas au-mentaram, já que minhas amigas e as conhecidas de mamãe passaram a ser nossas freguesas.

Bob estava muito satisfeito e até já tinha pensado num “aumentinho”, como costumava dizer sorridente. Ele, aliás, era uma pessoa extraordinária e nos tinha dado muita força quando papai desligou-se desse mun-do e partiu para uma nova aventura: a outra vida.

Os dias então foram passando e numa manhã, quando estava em frente à universidade, fazendo um rápido lanche com algumas amigas, senti que algo de anormal parecia estar acontecendo comigo. Sentia um olhar forte e profundo cravado em mim e, levantando os olhos, comecei a girar a cabeça procurando algo que nem sabia o quê.

De repente, do outro lado da rua, encostado num carro, estava meu amigo daquela tarde-noite quase fatídica. Não me assustei nem um pouco, muito pelo

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contrário, e quando estava a ponto de sair correndo em sua direção, percebi que acenava, fazendo um sinal de que viria ao meu encontro.

Meu coração disparou, mas fiz o possível para que minhas amigas não percebessem minha mudança, nem tampouco o aceno de meu amigo, pois teria que dar muitas respostas a elas. Tinha certeza de que iriam chover perguntas e o momento para explicações não era aquele.

Esperei que se aproximasse e quando estava bem perto de mim foi que elas perceberam, mas aí já era tarde demais, pois ele, todo sorridente, falou:

— Oi, Rose, como vais, pequena? — e estendeu-me as mãos.

Respondi cordialmente e, levantando-me, pedi desculpas às minhas amigas, dizendo-lhes:

— Amanhã nos encontramos, porque agora tenho que sair com meu tio. Espero que consigam alguma desculpa para dizer ao professor por que tive que me ausentar.

Senti que ao dizer que iria faltar a uma das aulas, Ed virou-se e, quando estava pronto para me dizer alguma coisa, fui logo engatilhando a resposta:

— Creio que a aula que irei faltar nem vai ter, pois parece que o professor estaestá um pouco adoenta-do. — Ppeguei-o pelo braço e o conduzi em direção à calçada.

Vi que ele sorriu, compreendendo que eu desejava ficar a sós com ele naquele momento, então perguntou:

— Gostaria de dar uma volta no parque, Rose?

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Capítulo III

Atirei-me aos estudos e ao trabalho naqueles dias que antecediam a vinda de Ed à nossa casa. Mamãe pa-recia uma pessoa diferente, mais alegre, mais feliz. Acho que iria fazer muito bem a ela conversar com alguém como Ed. Ela vivia trancada em casa todo o tempo e raramente saía para alguma coisa a não ser para ir ao mercado e conversar na casa da vizinha, por isso me senti também ansiosa e satisfeita por ela.

Pensei em convidar também um colega de uni-versidade, Bill, para que pudesse me fazer companhia naquele dia. Mas como ainda não tinha falado a respeito dele para mamãe, preferi deixar para outra ocasião.

Bill era um rapaz que cursava medicina e já estava quase se formando. Faltavam uns dois semestres para sua formatura, por isso acreditava que mamãe não iria se preocupar tanto, pois ele era um rapaz sério e muito compenetrado naquilo que fazia. Já o conhecia há um bom tempo, mas neste último ano é que as coisas pa-reciam querer tomar um rumo mais sério em nossas

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vidas. Não havia contado nada à mamãe, porém creio que ela desconfiava de que havia algo entre nós. De vez em quando consentia que ele me levasse até o portão da casa e lá ficávamos conversando um bom tempo. Uma ocasião mamãe apareceu na porta toda sorridente e delicadamente disse:

— Não queres convidar teu amigo para tomar um chá ou mesmo um suco de frutas; está tão quente, minha filha?

Bill agradeceu e disse que já estava de saída, pois tinha que ir até ao banco para resolver uns problemas e com essa desculpa conseguiu escapar. Acho que ficou envergonhado, e eu não quis insistir, pois sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele acabaria aceitando o convite.

Mamãe brincou muito comigo naquele dia, dizen-do que eu estava escondendo dela meu namoro. Porém, percebendo meu constrangimento, sorriu e disse:

— É apenas uma brincadeira, minha filha; mas que o jovem é bem bonito... Isto é — finalizou.

Deixei tudo no ar, não desmentindo nem tampou-co confirmando nada, e ela preferiu manter-se neutra, pois tinha certeza de que se existisse algo mais sério entre nós, ela seria a primeira a tomar conhecimento, e estava certa.

Contei a Bill sobre Ed e ele também ficou muito interessado em conhecer essa tão falada personalidade de quem sua namorada, pois assim ele me considerava, tanto falava. Repeti a mesma história que havia contado a mamãe e ele aceitou sem questionar absolutamente nada. “Um dia, talvez, ele saberá a verdade. Por en-