crescimento e desenvolvimento dos dentes - aluno

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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS DENTES O desenvolvimento dos dentes começa no embrião humano em torno da 6ª semana de vida com o aparecimento da lâmina dentária. Nessa época ele tem mais ou menos 11mm e é constituído de 2 tipos de tecidos de origem embriológica diferentes. Um de origem ectodérmica (que é o mais nobre) revestindo todo o embrião, e outro de origem mesenquimal que é o tecido de preenchimento. Além destes tecidos, o embrião é constituído de 2 cavidades: uma superior chamada cefálica ou boca primitiva e outra chamada caudal. Assim, os primeiros sinais de diferenciação do tecido ectodérmico que invade o teto da cavidade cefálica dá origem a duas estruturas em forma de U e assim temos 2 estruturas: uma superior e outra inferior. Essas estruturas em forma de U são chamadas Lâminas dentárias ou muros mergulhadores. Histologicamente a lâmina dentária é constituída de 2 fileiras de células: uma de células altas, cilíndricas e outra de células achatadas. 1

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Page 1: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS DENTES

O desenvolvimento dos dentes começa no embrião humano em torno da 6ª

semana de vida com o aparecimento da lâmina dentária. Nessa época ele tem mais ou

menos 11mm e é constituído de 2 tipos de tecidos de origem embriológica diferentes.

Um de origem ectodérmica (que é o mais nobre) revestindo todo o embrião, e outro de

origem mesenquimal que é o tecido de preenchimento. Além destes tecidos, o embrião é

constituído de 2 cavidades: uma superior chamada cefálica ou boca primitiva e outra

chamada caudal.

Assim, os primeiros sinais de diferenciação do tecido ectodérmico que invade o

teto da cavidade cefálica dá origem a duas estruturas em forma de U e assim temos 2

estruturas: uma superior e outra inferior. Essas estruturas em forma de U são chamadas

Lâminas dentárias ou muros mergulhadores. Histologicamente a lâmina dentária é

constituída de 2 fileiras de células: uma de células altas, cilíndricas e outra de células

achatadas.

A partir daí começa o fenômeno de multiplicação celular, o qual ocorre em 10

pontos da lâmina dentária superior e em 10 pontos da lâmina dentária inferior e em

diferentes épocas, uma vez que cada dente tem sua época mais ou menos certa de

erupção.

A multiplicação celular epitelial ocorre sempre invadindo o tecido mesênquimal

formando uma estrutura semelhante a um botão, que é conhecida como Fase em Botão

ou etapa em botão. Essa multiplicação é de células da camada basal, altas e cilíndricas,

fazendo com que o mesênquima sofra uma condensação que com isto diminui a

multiplicação celular epitelial e inicia a diferenciação das células mesenquimais. O

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tecido mesenquimal começa a exercer forças no sentido contrário e daí resultar uma

concavidade no centro do botão, dando origem à chamada Fase em Capuz ou

Casquete. Em virtude dessa força não ser a mesma em toda a extensão, surge formas

diferentes de dentes: incisivos, caninos, pré-molares e molares. Essa força é maior na

região dos molares. O mesênquima é responsável pela forma da coroa, dependendo de

sua pressão. A medida que esse processo avança o epitélio assume a forma de uma

Campânula ou sino – Fase em Campânula. A partir da fase de campânula inicia-se a

formação específica dos diversos tecidos que constituirão o dente e suas estruturas de

suporte.

Nos estágios finais da campânula o órgão do esmalte assume a forma

característica do dente que formará mais tarde. A membrana basal que separa a camada

ameloblástica das células do tecido conjuntivo subjacente representa a futura união

Amelo-dentinária, e seu contorno determina o padrão da parte incisal ou oclusal da

coroa.

Simultaneamente com o desenvolvimento do órgão do esmalte e da papila

dentária há uma condensação marginal que os envolve, sendo mais densa e mais

fibrosa que é o Saco dentário.

O órgão do esmalte consiste de 4 camadas:

1) Epitélio Interno (Camada ameloblástica)

2) Epitélio externo

3) Retículo estrelado – segrega um líquido de consistência gelatinosa, funcionando

como uma verdadeira almofada amortecedora das pressões, protegendo o dente

em formação.

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Page 3: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

4) Estrato Intermediário – desempenha papel importante na formação do esmalte,

pois pode substituir os ameloblastos que venham a se degenerar durante a

formação do esmalte.

Os brotos dentários são os primórdios dos órgãos do esmalte. Estes juntos com

a condensação mesênquimal subjacente (papila dentária e saco dentário) formam os

germes dentários. Podemos assim dizer que o germe dentário está formado de 2 partes:

A) Parte ectodérmica que vai dar origem ao esmalte

B) Parte mesodérmica que vai dar origem à polpa, dentina e estruturas de

sustentação do dente: cemento, osso alveolar e membrana periodontal.

RESUMO: Ao conjunto de epitélio interno, externo, retículo estrelado e estrato

intermediário dá-se o nome de órgão do esmalte. Ao correspondente que fica preso na

cavidade formada por ele mesmo devido a pressão, dá-se o nome de papila dentária, e o

mesênquima que está se condensando marginalmente e envolvendo a papila e o órgão

do esmalte chama-se saco dentário. O Germe Dentário ou Folículo Dentário se

compõem de 3 órgãos formativos: órgão do esmalte, papila dentária e saco dentário.

A papila dentária contém água e substância fundamental que são mucopolissacarídeos

ácidos não sulfatados (ácido hialurônico) e sulfatados (ácidos condroitinossulfúricos).

A papila dentária dará origem à polpa e dentina. A porção interna do saco

dentário dará origem ao cemento, a porção média ao ligamento periodontal e a externa

ao osso alveolar e lâmina dura. Na papila dentária e saco dentário encontram-se células

mesenquimais indiferenciadas que dão origem a qualquer tipo de células, exceto as

nervosas. Saco dentário – osteoblastos e papila dentária odontoblastos e fibroblastos.

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Page 4: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

Em diversas épocas depois da formação dos germes dos dentes decíduos, a

lâmina dentária inicia também a formação dos sucessores permanentes. Estes germes se

originam por lingual dos decíduos correspondentes, ou seja, a lâmina dentária prolifera

em sua extremidade mais profunda para dar origem aos órgãos do esmalte dos dentes

permanentes sucessores.

FUNÇÃO DA LÂMINA DENTÁRIA

A atividade da lâmina dentária e sua cronologia podem ser consideradas em 3

fases:

1ª FASE – refere-se ao inicio de toda a dentição decídua, que ocorre por volta da 6ª

semana à 10ª semana de vida intra-uterina (v.i.u.).

2ª FASE – refere-se a iniciação dos dentes sucessores. É precedida pelo crescimento da

extremidade livre da lâmina dentária situada por lingual do órgão do esmalte de cada

dente decíduo, e ocorre por volta do 5º mês de v.i.u. para os centrais permanentes, até o

10º mês de idade para os 2º pré-molares.

3ª FASE – é precedida pela extensão da lâmina dentária, distal ao órgão do esmalte do

2º molar decíduo com a formação dos germes dos molares permanentes. O 1º molar

permanente se origina diretamente da lâmina dentária e o momento de sua formação é

por volta do 4º mês de v.i.u. O 2º molar inicia sua formação por volta do 1º ano de vida

e o 3º molar cerca do 4º ao 5º ano de vida.

É evidente que a atividade total da lâmina dentária se prolonga por um período de

aproximadamente 5 anos.

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Page 5: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

TEORIAS A RESPEITO DA ORIGEM DOS MOLARES PERMANENTE

Em relação aos molares permanentes admitem-se 3 teorias para a sua formação;

1ª TEORIA – os germes dos 3 molares permanentes originam-se diretamente de

extensão distal da lâmina dentária.

2ª TEORIA – o 1º molar origina-se da extensão distal da lâmina dentária; o 2º molar

origina-se do pedículo epitelial do 1º molar e o 3º molar diretamente da extensão distal

da lâmina dentária.

3ª TEORIA – o 1º molar origina-se extensão distal da lâmina dentária; o 2º molar

origina-se do pedículo epitelial do 1º molar e o 3º molar origina-se do pedículo epitelial

do 2º molar.

DESTINO DA LÂMINA DENTÁRIA

Ainda durante a Fase de Capuz ou Casquete a lâmina dentária mantém uma

ampla conexão com o órgão do esmalte, mas na etapa de campânula ela começa a se

desintegrar pela invasão mesenquimal que primeiro penetra em sua porção central e a

divide em lâmina lateral e lâmina própria. A lâmina dentária prolifera somente em sua

parte mais profunda que se transforma em uma extremidade livre situada lingualmente

ao órgão do esmalte do dente decíduo, e forma o primórdio do dente permanente

correspondente.

A conexão epitelial do órgão do esmalte com o epitélio oral é rompida pelo

mesoderma proliferante. Os restos da lâmina dentária e do pedículo persistem como

pérolas epiteliais ou ilhas dentro dos maxilares ou na gengiva denominados de

Restos Epiteliais de Seres, os quais podem ser reabsorvidos ou podem permanecer em

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Page 6: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

estado potencial durante toda vida e, se estimulados, evoluir dando origem a cistos e

tumores.

DESTINO DO ÓRGÃO DO ESMALTE:

PORÇÃO CERVICAL – forma a bainha epitelial de HERTWIG que é formada pela

junção dos epitélios interno e externo do órgão do esmalte.

PORÇÃO CORONÁRIA – forma o epitélio reduzido do órgão do esmalte que tem a

função de proteger o esmalte maduro do dente.

Na porção coronária do órgão do esmalte, depois que o esmalte está

completamente formado e desenvolvido, os ameloblastos deixam de ser colunares e já

não estão dispostos em uma camada bem definida. Juntamente com as demais camadas

do órgão do esmalte formam uma cobertura epitelial estratificada ao esmalte que é o

Epitélio reduzido do esmalte. Depois da erupção do dente esse epitélio reduzido forma à

inserção epitelial. Antes da erupção serve para proteger o esmalte, separando-o do

tecido conjuntivo. Pois se o tecido conjuntivo entrar em contato com o esmalte podem

se desenvolver anomalias. Sob tais condições o esmalte poderá ser reabsorvido ou

coberto por uma camada de cemento.

CICLO VITAL (RESUMO)

1 - FASE DE CRESCIMENTO

a) Iniciação - formação da lâmina dentária e começo da formação dos brotos dentários

b) Proliferação – ocorre a multiplicação celular e elaboração do órgão do esmalte.

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c) Histodiferenciação – ocorre a especialização das células. As células do epitélio

interno do órgão do esmalte se transformam em ameloblastos que produzirão (a matriz)

o esmalte. Antes que os ameloblastos depositem esmalte, eles estimulam as células do

tecido conjuntivo da papila dentária a se diferenciarem em odontoblastos que produzem

(a matriz) dentina. Isto é essencial, pois se não houver primeiro formação de dentina,

tão pouco haverá formação de esmalte. Este processo é iniciado primeiramente nas

zonas do órgão do esmalte que corresponderão às futuras cúspides ou bordas incisais, ou

seja, inicia nos chamados centros de crescimento.

d) Morfodiferenciação – as células se arranjam na junção amelo-dentinária (e dento-

cementária) a fim de definir o tamanho e a forma da futura coroa (e raiz) do dente.

e) Aposição – corresponde a deposição da matriz de esmalte e dentina em capa

incrementais. Em relação a amelogênese, as células tiram os materiais da corrente

sanguinea, e os preparam e depositam em forma de glóbulos, um sobre o outro. A

matriz de dentina se diferencia da do esmalte, ou seja, ela não se deposita em unidades

globulares, e sim em um estado fluído bastante viscoso que depois se calcifica. A matriz

de dentina é depositada primeiro por células formativas como capa não calcificada, pré-

colágena, de pré-dentina.

A aposição de esmalte e dentina começa nos chamados “centros de

crescimentos”. Um centro de crescimento é esse ponto elevado na união amelo-

dentinário, ou cúspide de dentina, desde o qual começa a atividade celular a uma

velocidade máxima e se irradia em um plano definido de crescimento. Cada centro de

crescimento dá origem a um lóbulo ou tubérculo nos dentes anteriores, e a uma cúspide

nos dentes posteriores.

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A formação da dentina é centrípeta, ou seja, a deposição de dentina é de fora

para dentro. Enquanto a formação de esmalte é centrífuga, ou seja, a deposição de

esmalte é de dentro para fora.

CRONOLOGIA DO CRESCIMENTO APOSITIVO – (BRAUER):

O crescimento apositivo é resultado do depósito, em capas, de uma secreção

extracelular não vital em forma de uma matriz de tecido, depositada por células

formativas na futura união amelodentinária e dentinocementária. As células iniciam seu

trabalho em locais específicos, os chamados centros de crescimentos.

Os dentes começam seu crescimento apositivo em diferentes idades, porém em

uma seqüência regular, definida e em grupos:

GRUPO I - (pré-natal) – inclui todos os dentes decíduos, a partir do 4º ao 6º mês de

v.i.u.

GRUPO II – (nascimento aos 3 meses) – inclui o 1º molar e os dentes anteriores

permanentes, exceção do incisivo lateral superior, pois sua formação é por volta dos 10

meses de idade.

GRUPO III - (1 ano e 6 meses aos 3 anos) – inclui os pré-molares e os 2ºs molares

permanentes.

GRUPO IV – (7 aos 10 anos) – inclui os 3ºs molares.

2 - FASE DE CALCIFICAÇÃO – ocorre a mineralização da matriz por precipitação

de sais de cálcio.

A amelogênese se processa em 2 etapas:

a) Formação da matriz de esmalte (Aposição)

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b) Mineralização da matriz de esmalte (Calcificação) – as células tomam os

materiais da corrente sanguinea e os preparam e depositam em forma de

glóbulos, um sobre o outro até que se forma um prisma de esmalte em forma de

coluna.

O esmalte maduro tem maior parte da sua espessura constituída por unidades

estruturais em forma de barras denominadas prismas.

O esmalte aprismático está presente tanto em dentes decíduos como em

permanentes. Em muitas regiões do esmalte superficial, os cristais não se dispõem

constituindo prismas, mas formando uma camada de estrutura mais ou menos

homogênea denominada esmalte interprismático. Nesta, os cristais estão alinhados

paralelos entre si e perpendiculares à superfície externa. O esmalte aprismático é

formado por ameloblastos que não apresentam processo de Tomes.

A natureza cristalina do esmalte deve-se ao seu alto conteúdo inorgânico (97% -

substâncias minerais). A matriz de esmalte contém cerca de 25% a 30 % de sais

minerais e consistência de cartilagem.

Os ameloblastos são os responsáveis pela formação do esmalte. Suas funções

são: morfogênica, organizadora, formadora, de maturação, protetora e desmolítica.

A dentinogênese também se processa de 2 etapas:

a) Formação da pré-dentina (Aposição)

b) Mineralização da matriz de dentina (Calcificação) – os odontoblastos são os

responsáveis pela formação da dentina. Primeiro há formação de uma matriz

pré-colágena que posteriormente se calcifica por precipitação de sais de cálcio.

A dentina é um tecido conjuntivo modificado, diferente do esmalte por ser um

tecido vivo. É vivo porque contem células (os odontoblastos), parte das quais (corpos

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celulares) estão na polpa e parte na dentina (processos odontoblastícos). Os processos

odontoblásticos são parte do protoplasma celular e, portanto, dão vida à dentina.

3 - FASE DE ERUPÇÃO – movimento do dentes à cavidade bucal

4 - FASE DE ATRITO – desgaste do dente durante a sua função

5 – REABSORÇÃO – Remoção das raízes dos dentes decíduos por ação dos

osteoclastos.

FORMAÇÃO DAS RAIZES DENTARIAS:

Depois que a formação de esmalte (e dentina) alcançam a futura união

amelocementária, a parte cervical do órgão do esmalte forma uma estrutura que

desempenha um papel importante no desenvolvimento da raiz. Essa estrutura é

denominada de Bainha Epitelial de HERTWIG formada pela junção dos epitélios

interno e externo do órgão do esmalte, sem o estrato intermediário e retículo estrelado.

Na futura união amelocementária o epitélio interno e o externo se dobram a uma

porção horizontal, estreitando a abertura cervical do germe dentário, formando a

chamada Curva Cervical ou Diafragma Epitelial.

O crescimento da raiz é precedido pelo crescimento em comprimento da bainha

e da polpa dental. A camada epitelial induz a diferenciação das células do conjuntivo

em odontoblástos, que por sua vez formarão a dentina da raiz.

A curva cervical ou diafragma epitelial é formada pela junção dos epitélios

interno e externo do órgão do esmalte na porção cervical. Nessa zona de transição entre

os epitélios interno e externo, as células cuboides gradualmente aumentam em

comprimento. Quando a coroa está formada, as células desta porção dão origem a

bainha Epitelial de HERTWIG, a qual é responsável pela formação da raiz, ou melhor,

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Page 11: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

essa bainha molda a forma das raízes e inicia a formação da dentina. A bainha Epitelial

de HERTWIG induz a diferenciação das células do tecido conjuntivo adjacente em

odontoblastos e provavelmente dos cementoblastos que por sua vez começam a formar a

dentina e cemento radicular, respectivamente. Quando a primeira camada de dentina

radicular for depositada, a bainha perde a sua continuidade e a sua íntima relação com a

superfície do dente. Seus resíduos persistem como restos epiteliais de Malassez no

ligamento periodontal.

O desenvolvimento das raízes geralmente começam depois que a formação de

esmalte e dentina atingem a futura junção cemento-esmalte, ou seja quando a coroa está

completamente formada.

Os dentes superiores geralmente começam sua formação mais cedo que os

inferiores, embora os inferiores irrompam antes dos superiores.

O tempo requerido para a formação completa da coroa de um dente depende do seu

tamanho e da velocidade de formação do tecido.

Dente permanente: 3 a 6 anos. O primeiro molar permanente leva menor tempo

devido a velocidade de formação ser bastante rápida. O canino por sua vez, leva

o maior tempo por causa do comprimento da sua coroa.

Dente decíduo: 7 a 14 meses

O tempo requerido para se completar a raiz depende da velocidade de formação

dentária e do comprimento da raiz.

Dente permanente: 5 a 7 anos

Dente decíduo: 1 ano e meio a 2 anos e meio

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Page 12: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

ANOMALIAS DE DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO DE ACORDO COM AS

FASES DO CICLO VITAL.

INICIAÇÃO E PROLIFERAÇÃO:

Menor nº de dentes – hipodontia (ausência de apenas um ou alguns poucos

dentes), oligodontia ou anodontia parcial (agenesia de vários dentes e está

geralmente associada a anormalidades sistêmicas), anodontia (ausência total de

dentes).

Nº excessivo de dentes – supranumerários

Dentes decíduos prematuros: co-natais (presentes ao nascer) e neonatais (que

aparecem durante os primeiros 30 dias).

Geminação, fusão e concrescência.

Odontoma

HISTODIFERENCIAÇÃO:

Amelogênese e dentinogênese imperfeitas

MORFODIFERENCIAÇÃO:

Incisivos conóides, molares em amora, incisivos de HUTCHINSON, dens in

dente, evaginação dental, tubérculos dentais, raízes supranumerárias, micro e

macrodontias e taurodontia.

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Page 13: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

APOSIÇÃO:

Desenvolvimento deficiente – hipoplasias do esmalte e displasias

dentinárias.

Desenvolvimento excessivo – pérolas de esmalte e hipercementose.

CALCIFICAÇÃO:

Desenvolvimento deficiente – amelogênese imperfeita (tipo hipocalcificado) e

dentina interglobular ou hipocalcificação dentinária.

Desenvolvimento excessivo – esclerose dentinária ou dentina esclerótica.

ERUPÇÃO:

Anquilose, impactação, transposição, erupção retardada e erupção prematura.

ATRITO:

Desgaste anormal provocado pelo bruxismo.

REABSORÇÃO DAS RAÍZES DOS DENTES DECÍDUOS:

Dentes decíduos submersos.

ANOMALIAS DE DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO DE ACORDO COM A

FORMA, NÚMERO, TAMANHO E ESTRUTURA.

ANOMALIAS DE FORMA:

Geminação, fusão, concrescência, taurodontia, dens in dente, evaginação, etc.

ANOMALIAS DE NÚMERO:

Anodontia e supranumerário

ANOMALIAS DE TAMANHO:

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Page 14: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

Micro e macrodontia.

ANOMALIAS DE ESTRUTURA:

Amelogênese e dentinogênese imperfeitas.

ALGUNS CONCEITOS DIFERENCIAIS:

Hipodontia – ausência de apenas um ou alguns poucos dentes.

Oligodontia ou anodontia parcial – corresponde a agenesia de vários elementos

dentários e está geralmente associada a anormalidades sistêmicas.

Dilaceração - refere-se a uma curvatura anormal da raiz durante o seu

desenvolvimento. Podendo ser resultante de traumatismo de dente decíduo.

Geminação – consiste na divisão parcial do folículo dental, do qual resulta a formação

de um dente com coroa incompleta separada e com uma única raiz. Mais comum na

dentição decídua.

Fusão – consiste na união embriológica de dois dentes. Pode ser completa ou

incompleta, podendo resultar um dente gigante ou um dente com coroa bífida.

Taurodontia – se caracteriza por um alongamento significativo da câmara pulpar com

raízes curtas (anãs), resultantes da falta de invaginação horizontal da bainha epitelial de

Hertwig no nível adequado. Trata-se de um defeito de estrutura radicular no qual a

câmara pulpar apresenta um considerável aumento da dimensão em sentido ocluso-

apical. As raízes, de modo geral, exibem alterações na configuração externa. Os dentes

mais envolvidos são os molares. Admite-se que seja provocada pela falta de

invaginação da bainha epitelial de HERTWIG no nível horizontal adequado.

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Page 15: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

Dens in dente – é uma condição resultante da invaginação do epitélio interno do órgão

do esmalte que produz a aparência de um dente dentro do outro. Mais freqüente em

laterais superiores.

Evaginação é uma cúspide extra na fóssula central ou sulco de um dente posterior, ou

na região de cíngulo de um incisivo central ou lateral. Resulta da evaginação das células

epiteliais internas do órgão do esmalte que são precursoras dos ameloblastos.

Displasias dentinárias – envolvem a dentina peripulpar (camada pulpar obliterada) e a

morfologia radicular (raiz curta).

Hipoplasia – quantidade insuficiente de esmalte formado – é devido a áreas do órgão de

esmalte que são desprovidas do epitélio interno do esmalte, causando uma falha de

diferenciação celular em ameloblastos. Esmalte é fino ou inexistente.

Hipomaturação – espessura de esmalte normal com baixo teor de radiodensidade e

conteúdo mineral.

Hipocalcificação – quantitativamente o esmalte é normal, mas qualitativamente a

matriz é pobremente calcificada com uma superfície de esmalte friável.

Hipomaturação e hipoplasia – esmalte manchado e irregular na superfície vestibular

com característica de hipoplásico e hipomaturação e apresentam taurodontismo.

Nódulos de BOHN – localizam-se preferencialmente nas porções vestibulares,

palatinas ou linguais dos roletes gengivais. É mais freqüente no arco superior, tendo sua

origem relacionada com a inclusão de tecido originário de glândulas mucosas.

Pérolas de EPSTEIN – localizam-se ao longo da rafe palatina mediana e são

remanescentes do epitélio do palato.

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Page 16: Crescimento e Desenvolvimento Dos Dentes - Aluno

Cistos da Lâmina Dentária – localizam-se na crista alveolar do rebordo gengival,

sendo mais freqüente na região posterior dos arcos. Seu conteúdo é de remanescente da

lâmina dentária primitiva.

Obs. Nódulos de BOHN, as Pérolas de EPSTEIN e os Cistos da Lâmina Dentária são

considerados remanescentes de estruturas embrionárias epiteliais, as quais na maioria

das vezes desaparecem no primeiro mês de vida da criança.

TIPOS DE AMELOGÊNESE IMPERFEITA:

I - hipoplasia – estágio de histodiferenciação

II – hipomaturação – estágio de aposição

III – hipocalcificação – estágio de calcificação

IV – hipomaturação – hipoplasia com taurodontismo –defeito em ambos os

estágios de histodiferenciação e aposição.

BIBLIOGRAFIA DE ODONTOPEDIATRIA

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BHASKAR, S. N. Histologia e embriologia oral de orban. 8. ed. São Paulo: Artes Médicas,1978. 484p.

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OBS. POR FAVOR, PESQUISEM. A BIBLIOGRAFIA NÃO É SÓ DE ENFEITE

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