criatividade e inovação: o impacto de uma educação...
TRANSCRIPT
Criatividade e Inovação:
O impacto de uma educação estimuladora
Creativity and Innovation:
The impact of a stimulating education
Solange Muglia Wechsler
Pontificia Universidade Católica de Campinas
Contato do autor: [email protected]
2
Resumo
Inovação é um termo comumente utilizado nos dias de hoje, mas que vem
sempre unido a outros dois: ciência e tecnologia. Entretanto, parece ser esquecido que o
acúmulo de conhecimentos científicos e tecnológicos não garante o aparecimento de
uma inovação. Esta exige ser precedida pela Criatividade, que possibilitará que os
avanços científicos em determinada área sejam convertidos ou transformados em algo
original e de impacto para a melhoria da sociedade. Caso contrário, teremos apenas uma
repetição de um conhecimento já existente, o que não caracteriza a existência de uma
inovação. A educação tem um papel essencial neste processo, especialmente quando a
criatividade é estimulada na sala de aula, gerando assim novas formas de pensar e
utilizar conhecimentos, enfocando-os sob diferentes paradigmas. Desta maneira, a
educação criativa e de qualidade desempenha um papel crucial e urgente no alcance de
altos níveis de inovação no país.
Palavras-chave: criatividade, educação, potencial, inovação.
3
Abstract
Innovation is a frequently cited nowadays, but always associated with two other
concepts: science and technology. However, it seems to be forgotten that accumulation
of scientific knowledge does not guarantee the existence of an innovation. In order to
make innovations occur, the presence of Creativity is essential, which will make
possible that scientific advances in a certain area might be transformed into something
original and impacting to society improvement. The absence of this condition will result
in replicating existing knowledge, which does not characterize an innovation.
Education plays a crucial role in this process, as creativity can be stimulated in the
classrooms leading to new forms of thinking and perceiving under new paradigms.
Thus, creativity and quality of education seems to be the crucial and urgent for
achieving high levels of innovation for the country.
Key words; creativity, education, potential, innovation.
4
Criatividade e Inovação: conceituações
Inovação é um termo comumente utilizado nos dias de hoje por profissionais das
mais diferentes áreas, indicando assim que existe a necessidade de serem buscadas
novas formas de sobrevivência e competição em um mundo globalizado. Entretanto,
existe pouca compreensão do que seja a inovação. É este termo diferente de
criatividade? É algo a ser buscado de modo diverso do que o pensamento e
comportamento criativos? Estes são os temas de debates de vários estudiosos,
demonstrando que existe pouco consenso entre os termos criatividade e inovação.
A inovação é entendida como fazer algo novo ou renovar algo, o que pode, muitas
vezes, confundir com o conceito de criatividade. A principal dificuldade ao se tentar
distinguir criatividade de inovação refere-se à própria concepção do que é a criatividade
(GRONHAUG & KAUFMAN, 1988). O que se percebe é que a criatividade tem sido
entendida apenas como geração de idéias novas, sem existir uma preocupação sobre a
utilidade das mesmas. A inovação, portanto, aparece como um termo bastante utilizado
nas organizações para enfatizar a comercialização de uma nova idéia (BOTELLHO,
CARRIJO, & KAMSAKI, 2007). Entretanto, aqueles que preferem utilizar o conceito
de inovação ao invés de criatividade estão mais preocupados com a implementação de
uma idéia em forma de produtos ou serviços, tendendo assim a perceber a criatividade
como um estado de liberdade e imaginação, sem existir preocupação com a adequação e
aplicabilidade das mesmas.
Ao ser enfatizada uma distinção entre criatividade e inovação pode-se incorrer
em dois tipos de riscos, como afirmam Isaksen, Treffinger e Dorval (2001). O primeiro
é destacar, demasiadamente, o produto a ser obtido, levando à compreensão errônea de
que outros fatores importantes para inovação não são necessários, como por exemplo, a
5
pessoa, o processo e o ambiente. Com efeito, a maioria das organizações que não
conseguiu alcançar inovações esqueceu-se da importância do elemento humano, assim
como dos processos ou operações necessárias para se alcançar inovações, ou ainda
clima ambiental para que tal acontecesse. O segundo risco é limitar a criatividade a
uma visão mitológica, envolvendo somente gerar idéias engraçadas sem haver nenhuma
preocupação com problemas reais, indicando, erroneamente, que criatividade é somente
produzir idéias novas (RUNCO, 2009). Entretanto, deve ser lembrado de que a
criatividade envolve a realização de algo diferente e significativo, e que, portanto, a
inovação deve ser vista como um subconjunto ou decorrência da criatividade. Assim
sendo, a inovação precisa da criatividade para acontecer, não sendo possível gerar algo
novo e útil para a sociedade sem que exista um processo criativo anterior (KIRTON,
2006).
O conceito de inovação aparece, quase sempre, ligado ao processo de
transformar idéias em algo útil e que tenha valor econômico. Neste sentido, existe uma
distinção entre invenção e inovação, pois a invenção seria a criação de novas idéias ou
conceitos, enquanto que a inovação envolveria a transformação ou aplicação deste
conceito em algo que possa ter valor comercial ou que possa ser utilizado por ampla
gama de pessoas (VERISSIMO, 2009). Portanto, a inovação tende a ser vista mais
como algo relacionado com o impacto financeiro ou social, podendo estar ou não
relacionado com uma descoberta tecnológica (CABRAL, 2003).
É importante também destacar que a inovação pode surgir devido à descoberta
de uma nova possibilidade tecnológica ou ainda surgir a partir de demandas sociais ou
de mercado. Assim sendo, o impacto no ambiente realizado devido a uma inovação é o
que deve ser considerado, podendo ser ou não devido a um novo conhecimento
científico ou tecnológico, como afirmou Drucker (1985). Em consenso com esta
6
posição, o manual de Oslo assim como de outras instituições, tais como a Associação
Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras –ANPEI (2009) já
salientam que conceito de inovação deve ser mais abrangente e flexível do que o
entendimento de um produto derivado da ciência e tecnologia. Assim sendo, podem
também ser considerados como inovadores os processos ou estratégias que promovam
ganhos, benefícios ou tragam impactos sociais nas mais diferentes áreas do
conhecimento. O foco sai das façanhas individuais para privilegiar atitudes,
comportamentos e práticas que apresentem capacidades dinâmicas de mudança, e
possam trazer melhorias para uma empresa, região ou segmento da sociedade,
respondendo, de forma criativa, aos seus desafios ( PLONSKI, 2005).
O termo “Inovação” está sempre ligado à inserção, implementação ou
desenvolvimento de uma idéia, produto ou serviço, com o propósito de utilidade, em
diferentes tipos de ambientes organizacionais, ou na sociedade como um todo. Neste
sentido, devem ser distinguidos diferentes tipos de inovação, como ressalta a
Organization for Economic and Cooperation and Human Development- OECD (1995):
a) Inovação de produtos: aplicação de uma idéia ou serviço que passou por um
desenvolvimento substancial. Tal incremento pode estar relacionado com a
funcionalidade ou com outras técnicas que possibilitem novos usos para aquela idéia ou
serviço; b) Inovação de processos: desenvolvimento de novos métodos para se
conseguir obter uma determinada produção; c) Inovação organizacional; novos tipos
de organização ou em maneiras de administrar organizações; d) Inovação em vendas:
novos métodos que visem obter o desenvolvimento de produtos, sua embalagem, formas
de custeio e veículos promocionais. A distinção entre inovação por produto ou por
processo é baseada no impacto social que cada um delas pode ter. Enquanto que a
inovação por produto tem um efeito claro na economia e na geração de empregos, a
7
inovação por processo deve ser vista como trazendo uma redução de custo, ou no tempo
necessário para determinada atividade, ou ainda um ganho significativo na eficácia para
oferecer algum tipo de serviço (MELLO, 2009). Assim sendo, é importante considerar
que na inovação existe sempre um novo elemento que é inserido em um certo ambiente,
que o modifica, mesmo que de forma temporária, alterando o custo ou eficácia das
transações entre seus participantes em rede (OECD, 2009).
Como pode ser observado pelos tipos de inovação anteriormente destacados,
investir na inovação é essencial para o desenvolvimento de um país, como destacou
VanGundy (2007), ao contrastar os termo “Inovação e Aniquilação”. A economia e a
inovação estão em uma relação altamente dependente, como explicou. Novos produtos
ou processos ajudam o crescimento da economia, que por sua vez dá mais condições
para que surjam idéias inovadoras. Assim sendo, aqueles países que não investirem na
inovação estarão mais sujeitos à aniquilação, pois passarão ao largo da história no
desenvolvimento global. Graves crises econômicas enfrentadas por muitos países
poderiam ser resolvidas por meio da inovação (ROFF, 1999).
Para quebrar as barreiras existentes nas organizações para atingir a inovação é
necessário criar o futuro. A maioria das empresas ou instituições está tão ocupada em
resolver problemas do dia a dia que não lhes sobra tempo para visualizar o futuro,
segundo Collier (1999). Desta maneira, passam todo o seu tempo protegendo o passado
e se assegurando que todas as pessoas estão em uma “zona de conforto”, onde não
existem desafios diferentes, novas visões, quebra de paradigmas. O padrão de
pensamento que mais os identifica é o reativo e não o criativo, pois estão mais focados
em atingir a qualidade total, a excelência, a perfeição do que já existe, mas não criam
novas possibilidades (KIRTON, 2006). Entretanto, nos dias de hoje, atingir a excelência
8
somente garante que se obtenha paridade e que a empresa se mantenha no jogo do
mercado, e o futuro real somente vem por antecipação e inovação.
Valor social da criatividade e inovação
O nível de desenvolvimento político, social e econômico de uma cultura tem,
sem dúvida, um grande impacto sobre o surgimento e florescimento de inovações. Fatos
conhecidos existem na nossa história que documentam bem este fenômeno, quando
grandes talentos criativos, como Einstein e Freud, emigraram dos seus países para os
Estados Unidos e Londres porque o momento político vivido pela segunda guerra não
lhes permitia mais o desenvolvimento de seus trabalhos criativos. Um fato bastante
conhecido e discutido nos meios políticos e científicos, tanto nacionais quanto
internacionais, é a “fuga de cérebros” (brain drain). Esta fuga ocorre quanto os
indivíduos criativos saem do seu país para outro buscando maiores possibilidades de
investir seus talentos e desenvolver suas idéias inovadoras. A Comunidade Européia
lançou, em 2004, um manifesto com o título “Salvemos a Pesquisa”, para evitar a fuga
de cérebros, principalmente para os Estados Unidos, considerando que cerca de três
quartos dos europeus que obtiveram seus doutorados neste país, aproximadamente 11
mil não têm a intenção de retornar (EINCHENBERG, WASSERMAN E
BITTENCOURT, 2004, RIGHETTI, 2005).
A fuga de cérebros brasileiros, comprometendo a inovação no país, foi
reconhecida pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, como afirma Elias (2010), ao
revelar que uma substancial proporção de pesquisadores brasileiros que fazem
doutorado no exterior não retornam para o país. Embora esta percentagem tenha
decrescido, devido à crise econômica mundial, pode ainda ser constatado que as baixas
condições para desenvolver idéias e projetos inovadores são as causas principais
9
apresentadas para justificar a migração de cérebros. De acordo com os estudos
apresentados por Ozden (2005), a transferência de cérebros da América Latina para os
Estados Unidos, principalmente de brasileiros, decorre do baixíssimo investimento em
talentos existentes nestes países, representados por baixos salários e estrutura deficiente
para pesquisas. Tais dados colocam o Brasil no infeliz ranking de maior exportador de
talentos da América Latina, e na segunda classificação mundial, somente perdendo para
a Índia. Podemos concluir, portanto, que o individuo criativo que não encontra um
ambiente promissor para suas idéias, nem pares ou membros de uma equipe com quem
possa dialogar ou trabalhar, irá buscar em outra cultura melhores condições para
desenvolver seus produtos ou processos inovadores.
Sem dúvida, há necessidade de se criar, nas empresas brasileiras, a necessidade
de se investir em pesquisa na inovação, pois estas têm se pautado mais em ser
reprodutoras fieis do que é feito no exterior, ao invés de estarem mais preocupadas em
investir em seus próprios produtos. O pesquisador no nosso país, se localiza, em quase
80% dos casos, nas universidades brasileiras. Dentre 110 países listados segundo o grau
de inovação ( WIKIPÉDIA, 2009), Brasil aparece na 72a posição, atrás de países como
o Chile (37a), Russia (49a), Mexico (57a), Costa Rica (62a). Esses dados são
preocupantes, visto que o esforço da academia não está direcionado para a inovação
tecnológica, ou seja, aquela inovação que busca transformar o conhecimento em
produtos ou ferramentas produtivas. O foco da universidade está na pesquisa de longo
prazo, que serve de base à inovação, mas que deveria ser percebido com maior impacto
econômico e social se houvesse uma maior parceria entre empresa e universidade. A
necessidade de parceria entre universidades e empresas já tem sido enfocada pelas
agências governamentais de pesquisa, que têm lançado, nos últimos dez anos, vários
programas para encorajar a presença dos pesquisadores nas empresas privadas e
10
fomentar inovações tecnológicas, como por exemplo, o programa Pesquisa Inovativa
em Pequena empresa- FIPE, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado
de São Paulo- FAPESP (2010).
O investimento para que um país possa alcançar inovações, requer, em primeiro
lugar, um grande estímulo pra o desenvolvimento de talentos criativos do país, o que só
pode ser feita por meio de uma educação estimuladora à criatividade (ALENCAR,
2004; FLEITH, 2002; GIGLIO, WECHSLER & BRAGOTTO, 2009; NAKANO &
WECHSLER, 2009). No momento em que houver maior compreensão política sobre a
necessidade de se investir maciçamente em uma educação criativa, poderá existir, sem
dúvida, níveis de desenvolvimento comparáveis às potências que já tomaram esta
decisão, como por exemplo, o Japão, Israel, Coréia do Sul (WECHSLER, 2002, 2005).
A receita para construir uma sociedade na qual inovação possa fazer parte do
processo de desenvolvimento econômico é derivada de uma equação bastante complexa,
segundo Henrique e Ricci (2010). Os componentes desta equação envolvem não
somente a destinação de recursos para ciência por uma nação, os esforço das empresas
para alcançar competitividade, a capacidade de um país de gerar empregos para os
jovens, mas também um investimento grande na educação com qualidade. Assim
sendo, temos vários desafios a vencer se queremos alcançar os primeiros patamares da
inovação no país. Por sua vez, Wechsler (2007), representou em um modelo a
integração que deve existir para que a criatividade se torne uma inovação. Esta depende
não só dos esforços criativos individuais, mas também da interação criativa com
membros de uma equipe multidisciplinar. Contesta então o mito do “gênio solitário”,
trabalhando sozinho para que ocorra uma inovação, como também adiciona elementos
ambientais e culturais que influenciam no seu aparecimento, tais como: a) nível
educacional ou conhecimento de ponta na área onde a inovação seria desenvolvida; b)
11
clima organizacional ou institucional que incentive e priorize atividades de criatividade
e inovação; c) investimento em processos ou produtos criativos e inovadores; c) valores
e política de incentivo à inovação dentro do país.
Frente aos imensos dilemas econômicos e sociais, enfrentados em todos os
países, e particularmente naqueles da América Latina, deve ser considerado que a
criatividade e a inovação envolvem decisões de grande impacto para a melhoria da
qualidade de vida da sociedade. Estas decisões, derivadas de diferentes áreas de
conhecimento, iniciando pela educação e culminando na inovação, podem marcar
mudanças essenciais no curso da nossa história como afirmam La Torre e Violant
(2006). A história da humanidade traz inúmeros exemplos de descobrimentos e obras
mestras que foram realizadas em situação de cataclismos, desastres, guerras,
demonstrando assim que o potencial inovador que existe nos indivíduos e seus grupos
pode mudar o curso de vida de sua geração e das posteriores ( WECHSLER, 2009)
Deve também ser distinguido, neste enfoque o conceito de “criatividade social”
(ISAKSEN, TREFFINGER & DORVAL, 2001, p.8) enfocando a sua dimensão não só
no passado, como no presente e no futuro. Do passado, recebemos os conhecimentos de
pessoas ou grupos altamente criativos que transformaram a cultura onde vivemos.
Entretanto, para “socializar a criatividade”, tornando-a parte não só do presente, mas
também do futuro, devemos trazê-la como parte integrante da educação desde a mais
tenra idade, saindo, portanto, do limite da capacidade pessoal para fazer parte de
projetos e ações formadoras e educacionais. Do mesmo modo, projetar a criatividade
para o futuro, estimulando aos jovens a pensar na resolução de problemas que poderão
enfrentar, e formas criativas de solucionar estes desafios, poderá, sem dúvida, aumentar
as chances de melhores condições de vida das próximas gerações.
12
A importância de criatividade para o desenvolvimento social é enfatizada por
Sternberg (2002, p.376) ao afirmar que a “criatividade é uma decisão”. Optar pela
criatividade, segundo este autor, é tomar uma decisão de investir em idéias que não são
comuns, podendo até parecer um pouco tolas ou estúpidas, sendo por isto, relegadas.
Fazendo uma analogia com o mercado financeiro, este autor diz que as pessoas criativas
são como investidores na bolsa de ações, compram barato ou investem suas energias e
dinheiro em algo pouco valorizado, e que somente mais tarde é percebido que suas
idéias tinham imenso valor. Esta afirmação indica que um inovador criativo não é aceito
pela sociedade, na maioria das vezes, pois fere princípios e valores, ou seja, o seu
“status quo”. Investir na criatividade significa investir em educação, como salientam
Stenberg e Lubbart (1996) A criatividade pode ser bastante benéfica para a mudança de
nossa sociedade, se decidirmos investir em potencial, que pode até parecer barato, nos
primeiros momentos, mas que depois, certamente, apresenta grande chances de se tornar
caro, no mundo das idéias. Infelizmente, a criatividade que existe com toda a força nas
crianças é suprimida pouco a pouco até chegar à idade adulta, sendo que isto pode
ocorrer devido a nossa educação formalizada e pouca estimulante, pelas tradições
familiares, e até pela rigidez de padrões existentes na nossa sociedade (WECHSLER &
TREVISAN, 2010).
A importância da inovação para o país foi reconhecida, a tal ponto que foi
sancionada, a Lei 10.973 para o Incentivo à Inovação e à Pesquisa Científica e
Tecnológica, em dezembro de 2004 (Diário Oficial da União, 2004). O objetivo desta
lei, tal como definido no seu artigo 1º, foi o de estabelecer medidas para a inovação
científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas á capacitação e alcance da
autonomia e o desenvolvimento industrial do país. É interessante destacar os termos
especificados nesta lei sobre a pessoa que inova, o seu processo e produto:
13
Criação: Invenção, modelo de utilidade, desenho industrial, programa de
computador, topografia de circuito integrado, nova cultivo ou cultivo,
essencialmente derivado de qualquer outro desenvolvimento tecnológico, que
acarrete ou possa acarretar o surgimento de um novo produto ou
aperfeiçoamento integral, obtido por um ou mais criadores.
Criador: pesquisador que seja inventor, ou autor de criação.
Inovação: Introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou
social que resulte em novos produtos, processos ou serviços;
(DIÁRIO OFICIAL UNIÃO n.232, artigo 2, parágros II a IV).
Deve ser observado, entretanto, que embora este lei propicie um grande
incentivo para a inovação no país, priorizando, principalmente as descobertas
tecnológicas, ela não apresenta sequer uma indicação de como esta inovação poderia
estimulada. O que se sabe, como resultado não só de estudos científicos, mas também
de observações de países que alcançaram altos níveis de desenvolvimento, que um
grande investimento em educação criativa é necessário para que se consiga mentes
capazes de inovar ( OECD, 2009).
Os desafios relatados demonstram o grande salto que deve ser dado na cultura
brasileira para que possamos chegar às inovações, ao invés de sermos reprodutores das
mesmas, como têm acontecido em várias áreas. A grande pergunta que deve ser feita é
se estamos preparados para superar as etapas necessárias para conseguirmos atingir este
patamar. Sem dúvida, a inovação representa alcançar o desenvolvimento de um país.
Resta então um questionamento profundo de nossos valores, atitudes, hábitos e padrões
de pensar e agir para que a inovação possa realmente ocorrer.
A busca por profissionais criativos que consigam inovar, ou seja indivíduos que
se destaquem pelo domínio de estratégias eficientes para lidar com o novo e resolver
14
problemas têm sido enfatizada por diferentes tipos de organizações como aponta
Cropley (2005). Tais dados indicam a necessidade de uma educação criativa, que
abrangesse desde o ensino fundamental até o superior, incentivando nos alunos a
vontade de aprender, de descobrir novos assuntos e ir além do ensino oferecido na sala
de aula. Esta mudança de atitude frente à educação envolve, em primeiro lugar, o
repensar de estratégias criativas de ensino e um desafio no sentido de atingir um
educação criativa e de qualidade
Educação criativa: é possível na realidade brasileira? A criatividade pode ser entendida como sendo um construto multidimensional,
envolvendo variáveis cognitivas, características da personalidade, aspectos familiares,
educacionais, elementos sociais e culturais. Estas dimensões interagem entre si dando
origem aos estilos de pensar e criar, sendo, portanto, expressas e encontradas sob as
mais diversas formas (WECHSLER, 2008). Assim sendo, o fenômeno criativo vêm
sendo estudado sob os mais diferentes enfoques, ora destacando a pessoa, ora seu
processo e produto, ou ainda as interações entre duas ou mais de suas variáveis
(ALENCAR & FLEITH, 2008).
As pesquisas brasileiras no âmbito da criatividade têm enfocado,
prioritariamente, a área educacional, como destaca Alencar (2007). Tais trabalhos têm
revelado a preocupação existente no sentido de encontrar maneiras de estimular a
motivação para aprender, entendendo este conceito no seu sentido mais amplo, ou seja,
como derivado de elementos intrínsecos e extrínsecos, como também sociais e
ambientais (MARTINEZ, 2002). Com esta finalidade, instrumentos, estratégias e
programas direcionados para as mais diversas faixas etárias vêm sendo desenvolvidos e
investigados na realidade brasileira
15
As revisões de pesquisas brasileiras sobre programas para estímulo à
criatividade, oferecidos a professores e alunos dos mais diferentes níveis educacionais
ratificam os resultados já na literatura internacional, confirmando que é possível
desenvolver a criatividade (ALENCAR, 2007; NAKANO & WECHSLER, 2007;
RUNCO, 2009). Os efeitos destes programas apontam não somente um maior uso de
estratégias cognitivas para encontrar novas idéias, como também maior participação,
nas salas de aula, motivação para aprender e melhoria do rendimento escolar
(SIQUEIRA & WECHSLER, 2009). Assim sendo, o desenvolvimento da criatividade
é viável e importante de ser feito em todos os níveis de ensino ( STERNBERG, 2007,
KAUFMAN, 2009).
Varias características têm sido apontadas para o professor que estimula a
criatividade. Entre estudantes universitários brasileiros, por exemplo, o professor
facilitador da criatividade foi descrito como sendo aquele que apresenta grau de
preparação elevado, domínio do conteúdo ministrado, alto nível motivacional em
relação ao conteúdo ensinado, paixão pelo trabalho, e possuindo um relacionamento de
respeito e cordialidade com seus estudantes, (ALENCAR & FLEITH, 2004). Revendo a
literatura sobre o professor estimulador da criatividade, Wechsler (2002), conclui que o
perfis apresentados eram muitos semelhantes para diferentes níveis educacionais,
ressaltando-se as seguintes características: 1) abertura à novas experiências; 2) ousadia;
3) confiança em si mesmo; 4) curiosidade; 5) humor; 6) preferência por arriscar-se; 7)
estar apaixonado por sua área de ensino; 8) idealismo; 9) postura de facilitador por
estudantes.
No âmbito do desenvolvimento da criatividade, encontram-se as mais diferentes
propostas de ensino e intervenções, que visam alcançar alunos desde a pré-escola até a
universidade da terceira-idade. Neste sentido, encontram-se estratégias que visam
16
desenvolver o lúdico, o experimentar, o testar de novas idéias, ligados ou não aos
conteúdos curriculares como formas de estimular o prazer e a curiosidade para aprender,
a motivação, realização pessoal, e, conseqüentemente, a melhoria do processo
educacional (WECHSLER, 1998). As ações desenvolvidas com estas finalidades são
encontradas em estudos ora direcionadas para formação e capacitação de professores,
ora em programas com alunos com ou sem necessidades especiais (NAKANO, 2009).
Em uma perspectiva mais ampla, também são encontradas propostas com as equipes
pedagógicas e diretores escolares, visando assim encontrar diretrizes mais criativas que
possibilitem ações integradas, direcionadas para a criatividade em todos os setores
educacionais (MARTINEZ, 2008).
Embora exista um desejo manifesto pelos diretores e professores de escolas,
tanto públicas quanto privadas, de que a criatividade possa ser uma das características
principais na educação ali transmitida, uma grande barreira separa o ideal da real, tal
como observado no cotidiano das salas de aula, espalhadas pelo nosso país. Assim
sendo, inúmeras pesquisas sobre o assunto apontam é a de que a simples aplicação de
técnicas criativas de ensino não traz benefícios se não existir, na verdade, um clima para
a criatividade na sala de aula, proporcionado pelo professor (FLEITH, 2002; FLEITH &
ALENCAR, 2008). Traduzindo este conceito para o cotidiano do professor, vemos a
necessidade de trabalhar não só os aspectos cognitivos envolvidos no pensamento
criativo, mas também as características de personalidade que permitem que o
comportamento criativo apareça, respeitando-se as características ou estilos de pensar e
criar de cada individuo.
A descrição de comportamentos e atitudes de um professor criativo, não
apresenta algo inatingível,. Na verdade, todas estas ações deveriam ser facilmente
encontradas no cotidiano das salas de aulas. Ao perguntar-nos o porquê de tal ausência,
17
nos deparamos com as barreiras que o indivíduo se coloca e que impedem as suas
ações, e que poderiam ser classificadas nas seguintes categorias: a) natureza emocional:
medo do fracasso, medo de brincar, medo do desconhecido, medo de ser rejeitado; b)
natureza perceptual: dificuldade de ir além da informação, pensamento rígido; busca por
soluções imediatas; c) natureza cultural: desvalorização da fantasia e intuição, medo de
sonhar, orientação para a estabilidade, preferência pela tradição ao invés das mudanças
(ALENCAR & FLEITH, 2008). Certamente , todas estas barreiras impedem o
aparecimento da criatividade na sala de aula, pois são freios que o professor se defronta
e impedem não só o seu crescimento pessoal e profissional como também dos seus
alunos (GERVILLA, 2003).
A busca por formas de ensinar mais criativas envolve, na verdade, a quebra de
diversos paradigmas da educação tradicional. A memorização, considerada essencial
para a aprendizagem, é colocada em segundo plano, ao contrário do que vemos ainda
nos dias de hoje, onde a busca por respostas memorizadas limitam qualquer tentativa do
aluno para ir além (ZANELLA & TITON, 2005). Neste sentido, o professor deve
romper um dos seus principais hábitos, ao pedir sempre uma resposta convergente ou a
única resposta certa ao invés de estimular o aluno a buscar outras possibilidades. O
pensamento divergente, que é aquele que procura possibilidades e novas dimensões, é
inconformista e original, sendo portanto característico da pessoa criativa. O
pensamento convergente, que avalia e procura uma única resposta só deve vir depois de
serem exploradas várias alternativas, nunca antes, como é sempre feito nas salas de
aulas (TORRANCE, 1990).
Frente à importância da criatividade e o seu impacto sobre a inovação, resta-nos
perguntar se queremos realmente que esta ocorra. Tais decisões, certamente, vão
envolver uma decisão sobre o investimento em educação, que perpassa não somente à
18
atenção aos processos criativos de alunos, mas, em primeiro lugar, a formação aos
professores para se tornarem facilitadores da criatividade ao invés de meros
transmissores de conhecimento. Por sua vez, o incentivo às produções criativas em
diferentes níveis de ensino, valorizando a pesquisa e a vontade de testar novas idéias,
deve ser estimulado em todas as faixas etárias. Somente assim poderemos sair da
posição de reprodutores de idéias para a situação de inovadores, possibilitando, desta
maneira alcança maior desenvolvimento econômico e social para o país.
Referências
ALENCAR, E. M. L. S.. Como desenvolver o potencial criador. Petrópolis: RJ, Editora
Vozes, 2004.
ALENCAR, E. M. L. S. Criatividade no contexto educacional: três décadas de
pesquisa. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília v.23, n.esp, p.45-49, 2007.
ALENCAR, E. M.; FLEITH, S. D. Inventário de Práticas Docentes que Favorecem a
Criatividade no Ensino Superior. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre,
v. 17, n.1, p.105-110, 2004.
ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. M. S. Barreiras à promoção da criatividade no
ensino fundamental. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.24, n.1, p.59-65, 2008.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DAS
EMPRESAS INOVADORAS- ANPEI (2009). O que é Inovação.
Disponível em http://www.anpei.org.br/destaques/guia-reune-instrumentos-de-
apoio-a-inovacao-em-todo-pais/ Acesso em 20/10/2010
BOTELHO, M. R. A.; CARRIJO, M. C.; KAMASAK, G. Y. Inovações, pequenas
empresas e interações com instituições de ensino/pesquisa em arranjos
19
produtivos locais de setores de tecnologia avançada. Revista Brasileira de
Inovação, v.6 , n.2, 331- 372, 2007.
CABRAL, R. Development in Science. In: HEILBRON, J (Org.). The Oxford
Companion to The History of Modern Science, Oxford University Press, New
York, p. 205-207, 2003.
COLLIER, J. Theorising the ethical organization. Business Ethics Quarterly, Newak,
v.8, n. 4, 621- 654, 1998.
CROPLEY, A. J. Creativity in education and learning. London: Routledge, (2005).
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Lei n.10.973 de 2 de Dezembro de 2004. Edição
n.232. Brasília, DF, 2004.
DRUCKER, P. F. Innovation and Entrepreneurship. New York: Harper and Row,
(1985),
EICHENBERG, FERNANDO; WASSERMANN, ROGERIO.; BITTENCOURT,
SILVIA. Comunidade Européia reage contra fuga de cérebros . Retirado da
Folhaonline, http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u786.shtml.
Acesso em 28/10/2010
ELIAS, L. A. 2010 no Ministério da Ciência e Tecnologia. Entrevista concedida à
CONFAP. Retirada de http://www.confap.org.br/entrevista.php?entrevista=6.
Acesso em 02/11/2010
FLEITH, D. S. Ambientes educacionais que promovem a criatividade e a excelência.
Sobredotação, Portugal, v. 3, n. 1, p, 27-39, 2002
FLEITH, D. S.; ALENCAR, E. M. L. S. Características personológicas e fatores
ambientais relacionados à criatividade do aluno do Ensino Fundamental. Avaliação
psicológica, Campinas, v.7, n.1, p.35-44., 2008.
20
FUNDAÇÃO DE AMPARO A PESQUISA-FAPESP. Impulso para a inovação.
Disponível em http://www.agencia.fapesp.br/materia/11267/especiais/impulso-
para-a-inovacao.htm. Retirado em 02 de novembro de 2010.
GERVILLA, A. (Org). Creatividad aplicada: Una apuesta de futuro. Málaga: Editorial
Dykinson , 2003
GIGLIO, Z.; WECHSLER, S. M.; BRAGOTTO, D. Da criatividade à inovação. São
Paulo, SP: Editora Papirus, 2009
GRONHAUG, K.: KAUFMAN, G. Innovation: a cross- disciplinary perspective.
Oslo, Norwegian: Norwegian University Press, 1988
HENRIQUE, M. A., RICCI, F. Políticas públicas de crescimento e
desenvolvimento econômico. Anais do Encontro Cientifico Latino –
Americano de Política Ciêntifica Junior. Disponível em
http://www.inicepg.univap.br/cd/inic_2009/anais/arquivos/r
e_0137_0484_01. pdf . Acesso em 25/10/2010.
ISAKSEN, S., TREFFINGER, D., & DORVAL, K.B. (2001). Clarifying our CPS
vocabulary. Communiqué Creative Problem Solving Group, Buffalo, v.11,
p.7-10
KAUFMAN, J. C. Creativity 101. New York: Springer Publishing Company, 2009
KIRTON, M. J. Adaptation-Innovation: In the context of diversity and change.
London, UK: Routledge, 2006.
LA TORRE., S., & VIOLANT, V. Compreender y evaluar la creatividad.
Málaga, Espanha; Ediciones Aljibe, 2006.
MARTINEZ, A. M. A criatividade na escola: três direções de trabalho. Linhas
Críticas, Brasília, v.8, n.15, 189-206, 2002.
21
MARTINEZ, A. M. Subjetividade, complexidade y educación. Psicologia para
America Latina, v. 13, n.5, p.5, 2008.
MELLO, M. T . L. Propriedade intelectual e concorrência. Revista Brasileira de
Inovação, v. 8 , n.2, 371-402, 2009.
NAKANO, T.C. . Investigando a criatividade junto a professores: pesquisas
brasileiras. Psicologia escolar e educacional, v.13, n.1, p.45-53, 2009.
NAKANO, T. C.; WECHSLER, S. M. Criatividade: características da produção
brasileira. Avaliação Psicológica, 6, 239-252, 2007.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC AND COOPERATION DEVELOPMENT-
OECD The Measurement of Scientific and Technological Activities.
Innovation Data. Oslo: Noruega. Manual. 2nd edition, DSTI, OECD /
European Commission Eurostat. 1995. Disponível em
http://www.oecd.org/dataoecd/35/61/2367580.pdf.. Acesso em 20/10/2010
ORGANIZATION FOR ECONOMIC, COOPERATION AND HUMAN
DEVELOPMENT, OECD. Education at a glance: 2009 indicators.
Washington, DC: OECD. Disponível. 2009
http://www.oecd.org/document/52/0,3343,en_2649_39263238_45897844_1_1_
1_1,00.html. Acesso em 15/10/2010
OZDEN, C. Brain drain in Latin America. Report to Division of Economics and Social
Affairs. 2005. Disponível em from
http://www.un.org/esa/population/meetings/IttMigLAC/P10_WB-DECRG.pdf.
Acesso em 15/10/2010
PEREIRA, J. M. Finanças públicas: a política orçamentária do Brasil. São Paulo,
SP: Editora Atlas, 2003.
PLONSKY, G. A. Bases para o desenvolvimento pela inovação tecnológica no Brasil.
22
São Paulo em Perspectiva, v. 19, n.1, p.25-33, 2005.
RIGHETTI, S. União Européia: estratégia para impedir a fuga de cérebros. Ciência
e Cultura, Campinas, v. 57, n. 4, 18-19, 2005.
ROFF. I. Innovation and creativity in organizations: a review of implications for
training and development. Journal of European Industry Trainning,
Irlanda, v. 23, v.4, 224, 237, 1999.
RUNCO, M. Creativity: theories and themes. Burlington, MA: Academic Press,
2009.
STERNBERG, R. Creativity is a decision. American Psychologist,Washington, v. 57,
n.5, p. 376. 2002.
STERNBERG, R.; LUBART, T. Investing in creativity. American Psychologist,
Washington,v. 51, n. 7, p. 677-88 , 1996.
SIQUEIRA, L.G.G. & WECHSLER, S.M. . Motivação para aprender e estilos criativos.
Educação Temática Digital, Campinas, v. 10, n. 3, p. 70-82, 2009.
TORRANCE, E. P. Why fly? A philosophy of creativity. New Jersey: Ablex
Publishing Corporation, 1990
VANGUNDY, A. Getting to innovation: How asking the right questions generates
the great ideas your company needs. New York, NY: American Management
Association, 2007.
VERISSIMO, G. Inovação: um turbulento e prazeroso desafio. In. GIGLIO, Z.:
WECHSLER, S. M.; BRAGOTTO, D. (Org.). Da Criatividade à Inovação. São
Paulo: Editora Papirus, p. 156-166, 2009.
WECHSLER, S. M . A educação criativa: possibilidades para descobertas. In M.E.
CASTANHO E.: CASTANHO S. (Orgs) .Temas e textos em Metodologia
do Ensino Superior. São Paulo: Editora Papirus, p.165-171, 2001.
23
WECHSLER, S. M. Criatividade na sala de aula: descobrindo talentos. In M.S.
PALHARES, M. S.; MARINE, S. (Orgs) Escola Inclusiva. São Carlos, DP:
EDUFSCAR, p.201-207, 2002
WECHSLER, S. M. Creatividad y desempeño escolar: una síntesis necesaria. In
FRESQUET A., PORCAR, M. L. (Orgs). Tiempo de creatividad.
Mendoza: Espana, p. 35-39, 2005.
WECHSLER, S. M. Criatividade e Inovação: Distinguindo conceitos. Disponível em
http://www.criabrasilis.org.br/index.cfm?fuseaction=sub.artigos&id_cat=2&id_s
ub=2. Acesso em 30/6/2007.
WECHSLER, S. M. (2008). Criatividade: Descobrindo e encorajando . 3ª. ed.
rev.amp.Campinas: LAMP/Impressão Digital.
WECHSLER, S. M. Age and gender impact on thinking and creating styles. European
Journal of Education and Psychology, vol 2, n. 1, 37-48; 2009
WECHSLER, S. M., & TREVISAN, V. Criatividade e aprendizagem: caminhos e
descobertas em perspectivas internacionais. São Paulo, SP; Editora Loyola,
(2010).
WIKIPEDIA.Global Innovation Index. Disponível em
http://en.wikipedia.org/wiki/Global_Innovation_Index. Acesso em 3 de novembro
de 2010.
ZANELLA, A. V., & TITON, A. P. Análise da produçaõ científica em criatividade em
programas brasileiros (1994-2001). Psicologia em Estudo, vol. 10, n.2, 305-316,
2005.