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• Jesus não apresentou uma teoria sobre o Reino, mas, o apresentou por meio de parábolas

– Jesus falou por meio de parábolas sobre o Reino

– E agiu em forma de parábolas – sua vida é uma parábola do Reino

• Os milagres como anuncio do Reino e sua ligação com as parábolas

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Parábolas do crescimento

• A colheita como tempo de salvação, de alegria e do final escatológico

• Jesus usa as imagens da semeadura, do grão, do crescimento e maturação, da colheita

• As parábolas do crescimento nos dão a compreender, que no presente o Reino existe em forma de germe, de semente e que existe um período de crescimento até chegar a colheita (dimensão escatológica)

• O Pai que faz nascer, crescer, maturar e colherá

• A infalibilidade do crescimento – garantida por Deus

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Parábola do semeador (Mc 4,3-8; Mt 13,3-8; Lc 8,4-8)

“Ajuntou-se uma grande multidão, e de todas as cidades as pessoas iam até Jesus. Então ele contou esta parábola: «O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os passarinhos foram, e comeram tudo. Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos brotaram junto, e a sufocaram. Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um.» Dizendo isso, Jesus exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.»” (Lc 8,4-8) 4

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• A presença do Reino em germe e a expectativa (esperança) da colheita final

• O poder de Deus atuando na fraqueza humana

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Parábola do grão de mostarda e do levedo (Mt 13,31-33; Mc 4,30-32; Lc

13,18-21)

“Jesus contou outra parábola: «O Reino do Céu é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E se torna uma árvore, de modo que os pássaros do céu vêm e fazem ninhos em seus ramos.» Jesus contou-lhes ainda outra parábola: «O Reino do Céu é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado.»” (Mt 13,31-33)

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• A pequenez do inicio e o a grandiosidade do final

• A grandiosidade do reino proclamado por Israel – que não dá em nada

• A pequenez do Reino anunciado por Jesus – o desfecho escatológico

• O Pai que de um começo insignificante realiza um final magnifico

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Parábola da semente que cresce (Mc 4,26-29)

“E Jesus continuou dizendo: «O Reino de Deus é como um homem que espalha a semente na terra. Depois ele dorme e acorda, noite e dia, e a semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isso acontece. A terra produz fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, por fim, os grãos enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem corta com a foice, porque o tempo da colheita chegou.»” (Mc 4,26-29)

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• Deus que realiza todo o trabalho requerido para a implantação do seu Reino

• A decisão sobre a chegada e a construção do Reino que depende exclusivamente do pai

• A gratuidade do mistério do Reino radicada no amor do Pai

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Parábolas diversas

• O tesouro escondido e a perola (Mt 13,44-46)

– a morte redentora de Jesus que nos resgata do poder do Mal e nos introduz no Reino de Deus

• A parábola dos operários da vinha (Mt 20,1-6)

– A generosidade, gratuidade e universalidade do Reino

• para todos

• A parábola do homem forte despojado (Mc 3,27)

– A derrota do poder do mal e a implantação do Reino – a tarefa messiânica de Jesus

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• As parábolas de vigilância: as dez virgens (Mt 25,1-15); os servos vigilantes (Lc 12,35-38); o mordomo (Mt 24,45-51)

– Necessidade de estar sempre preparado para a futura vinda do Reino

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Parábolas escatológicas: a cizânia (Mt 13,24-30) e a rede (Mt 13,47-48)

• Tratam da consumação final do Reino – o tema do Juízo Final

• O Julgamento de Deus: Justiça, Paciência, Misericórdia, Amor

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• Os milagres de Jesus são cristológicos e intimamente relacionados com a sua presença salvífica no mundo e por isso são inseparáveis da mensagem de Jesus sobre o Reino de Deus e da realização deste no meio dos homens

• São sinais de que o fim do reino de Satanás chegou e irrompe o tempo da graça, da libertação

– “Mas se é através do Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês” (Mt 12,28)

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Nos evangelhos sinóticos os milagres são sinais de que para os homens chegou o Reino de Deus

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• Os sinais que apontam para a dynámeis divina, para o poder com que Deus atua no mundo para libertar suas criaturas do poder do mal

• Esse poder divino atuante na história em Cristo indica que o Reino chegou com poder e será vitorioso sobre seus adversários

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Os milagres, sinais da presença do Reino

• Os milagres como sinais da presença do Reino: – “Mas se é através do Espírito de Deus que eu

expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês” (Mt 12,28)

Os milagres como sinais do poder de Deus

da presença do Reino de Deus

Da missão profética de Jesus

De sua identidade divina

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• Relação existente entre a pregação do Reino e os milagres – sinais da presença do Reino

– “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade.” (Mt 9,35)

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• Jesus é o revelador do Pai e de sua vontade e seus gestos e palavras são a expressão dessa revelação.

• Seus milagres são uma revelação de como o Pai atua em nosso favor

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• Os milagres também indicam-nos que tipo de Reino é o de Deus e a quem ele é destinado

– É para os pobres, os enfermos, os que sofrem

– É um Reino que subjuga a morte e todas as consequências do pecado

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Os milagres, expressões de fé cristológica

• Os milagres nos dizem quem é Jesus e qual é o seu poder

– “Os discípulos ficaram muito cheios de medo e diziam uns aos outros: «Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?»” (Mc 4,41)

• Jesus opera os milagres em virtude do próprio poder, do poder divino do Espírito

– “Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês.” (Lc 11,20)

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• Para realizar milagres a quem o pede, Jesus exige uma fé pessoal nele e no seu poder:

– “Quando Jesus saiu dali, dois cegos o seguiram, gritando: «Tem piedade de nós, filho de Davi.» Jesus chegou em casa, e os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou: «Vocês acreditam que eu posso fazer isso?» Eles responderam: «Sim, Senhor.» Então Jesus tocou os olhos deles, dizendo: «Que aconteça conforme vocês acreditaram.» E os olhos deles se abriram” (Mt 9,27-29)

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• O milagre leva a fé em Jesus e muitos creem vendo os milagres realizados

• Mas, o “conhecimento e reconhecimento dos milagres como milagres, isto é, como obra de Deus supõe a fé.”

– Sem fé interpreta-se como obras de Satanás

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Matizes que os sinóticos dão aos seus relatos de milagres

• Marcos: os relatos sobre os milagres são produtos de profunda meditação no significado da pessoa e dos atos de Jesus e no seu caráter teológico

– Apresentam Jesus vencedor do medo e do mal

• Mateus: interesse em apresentar Jesus como cumprimento das profecias do AT

• Lucas: apresenta o ministério profético de Jesus, através de seus milagres, é o evangelho da misericórdia e da bondade divina

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• Os termos usados por João para falar dos milagres são dois: sinais (semeia –σημεία) e obras (érga – έργα).

• João fala em sete sinais que Jesus realizou e que servem de moldura para ele apresentar a sua cristologia: são sinais que nos levam a descobrir quem é Jesus

• Os sinais e obras são apelo a fé pessoal em Cristo: – “Jesus, ouvindo dizer que tinham expulsado aquele que

fora cego, foi à procura dele e perguntou-lhe: «Você acredita no Filho do Homem?» Ele respondeu: «Quem é ele, Senhor, para que eu acredite nele?» 37 Jesus disse: «Você o está vendo; é aquele que está falando com você.» O cego que tinha sido curado disse: «Eu acredito, Senhor.» E se ajoelhou diante de Jesus.” (Jo 9,35-38)

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• O sinal é um caminho a seguir para encontrar Jesus e aceitá-lo

• Não é uma prova racional para a fé mas, um apelo para a conversão: para aceitar a Jesus como Senhor

• Os sinais como prova na fé da identidade de Cristo: Caminho, Luz, Verdade, Ressurreição e Vida

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• A novidade da pregação de Cristo: Deus quer reinar como Pai, com paternidade onipotente e benéfica • “onipotente porque liberta o homem da escravidão aos

poderes diabólicos, à vaidade e ao despropósito, à solicitude angustiosa da vida, ao fechamento do egoísmo. Benéfica, porque congrega os homens todos numa família, cujo laço de união é a consciência de serem filhos do mesmo Pai, que está nos céus”

• Reino que transcende todas as fronteira e é universal e escatológico

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A universalidade do Reino

• O Reino de Deus destina-se a todos, não existindo nenhum tipo de limite: nem social, racial, territorial, temporal,...

• Rompimento com as expectativas judaicas de um “reino dos judeus”

• Ninguém é excluído no Reino dos Céus, a não ser que se auto exclui por não aceitar a conversão, requisito prévio à entrada no Reino

• O Reino é dom de Deus e fica dele excluído que procura um reino próprio, fundamentado nas próprias forças, poder e riqueza

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Mt 25,34-40

“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.’”

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“Deles é o Reino dos Céus”

• Os pobres como destinatários do Reino

– Conferir próximo capítulo

• Quem são os pobres?

– Os movidos pela Graça e pela Palavra

– Os Pobres de Javé

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Conceito de pobreza no AT

• a pobreza tida como escândalo, castigo pelo pecado, maldição

• a recompensa divina é para este mundo (ainda não se pensa no mundo futuro), para o justo de terra, filhos e vida longa

• Porque existem pobres em Israel? – Castigo por pecados cometidos pelos antepassados – Consequência do pecado de todo o povo – Lei e

profetas

• A proteção do pobre (de modo especial do órfão, da viúva e do estrangeiro)

– “Que não haja um só pobre em Israel” (Dt 15,4) 35

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• 596–538: o exílio na Babilônia

• Nivelamento de todos os israelitas numa situação de pobreza: econômica, política, cultural, religiosa

• A pobreza passa a ser compreendida em um sentido predominantemente religioso (e não sociológico) – a pobreza econômica é somente uma parte (embora

importante) do conceito de pobre

• Pobreza compreendida como abertura total a Deus, humildade absoluta no respeito, obediência, fidelidade e confiança (Sf 2,3)

• Israel como “o pobre de Javé” – o pobre de coração

• Os pobres identificados com o povo no exílio

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• A pobreza de Jesus (manso e humilde): Mt 11,29

• A pobreza de Jesus no âmbito do mistério de sua pessoa: o tema do “esvaziamento” voluntário (Fl 2,7)

• A pobreza como solidariedade – assumir a condição de servo

• A dependência total e radical do Pai (Jo 5,30; 8,28)

• A liberdade absoluta do Filho que reconhece que tudo pertence ao pai

• O Senhor que se torna servo “sem medo de perder sua posição” (Jo 13)

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• Perspectiva do AT: pobreza como fidelidade a Javé

• Os pobres são os humildes, os misericordiosos, os justos, os mansos

• A pobreza entendida também (mas não só) como pobreza econômica

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• Pobres – de “coração contrito, encarcerados, escravizados, tristes, desprezados, os que nada têm a esperar deste mundo

• Pecadores – os “impuros”

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• “Vosso é o Reino de Deus” (Lc 6,20)

• A exclusividade do Reino (e do seu anúncio) para os pobres

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• A pobreza está no coração aberto para Deus e para sua atuação

• Pobres “por causa do Filho do Homem” (Lc 6,22) – a pobreza na pobreza de Jesus – pobre por causa dele

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• Exigência para o seguimento (Mt 19,16-22; Mc 10,17-22 – o “jovem rico”)

• Jesus exige dos seus discípulos o desapego real de todas as coisas

• Incompatibilidade entre a missão e a busca da segurança material

• Confiança plena e exclusiva em Deus

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• O perdão e o acolhimento no Reino de Deus

• A ação de Jesus de perdoar e acolher os pecadores revela a vontade de seu pai de se tornar nosso Pai, perdoando e esquecendo nossas culpas e tornando-nos filhos em seu Filho

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• O Sermão da Montanha é a lei Nova do Reino que Jesus vive e pratica

• O texto presente em Mateus é uma catequese ética e provem de diversos discursos e logias de Jesus – ou de diversos sermões proferidos em diversas ocasiões que Mateus reúne em um só texto

• A chave de compreensão da Catequese encontramos em Mt 22,37-40 – “Jesus respondeu: «Ame ao Senhor seu Deus com todo o

seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.»”

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• Quem ama compreende e aceita o que é ensinado no Sermão e o coloca em prática, pois o Sermão é a expressão concreta daquilo que é o amor de Deus e do próximo

– Quem ama a Deus e ao próximo como foi ordenado por Cristo não terá problema nenhum em aceitar o Sermão como norma de sua vida em Cristo

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A Lei que é Jesus Cristo

• O Evangelho no Sermão da Montanha nos oferecem uma norma de vida e de seguimento de Jesus

• O Sermão é como um retrato falado de Jesus Cristo, que se propõe como Caminho a seguir

• O Evangelho (a Boa Nova do Reino), a Lei (o Caminho) é Jesus Cristo, que nos amou até o despojamento de si na morte redentora da Cruz e exige de seus discípulos que façam o mesmo

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• Impossibilidade de fazer igual a Cristo, de amar como ele amou.

• Não é exigido do discípulo a imitação (pretender ser igual a ele), mas o seguimento no Espírito

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As bem-aventuranças, expressão desta Lei

• As Bem-aventuranças são aspectos da vida de Jesus que nos é colocado como normas a serem seguidas

• Ligação do tema do Pobre e do Reino

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Os que choram

• São os que sofrem, os que se sentem encurvados (‘anawim) sob o peso do sofrimento

• Especificação de um tipo especial de pobreza

• O ministério profético de

Jesus – enviado pelo Pai

aos que sofrem

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• Os que vivem com humilde paciência

• Outro tipo de pobreza

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Os que tem fome e sede de justiça

• Os que tem fome e sede “da disposição pela qual o homem se entrega totalmente a Deus, sem fazer exceção alguma” (cf. Eclo 14,19-22)

• Os que buscam em primeiro lugar o Reino e a sua justiça (cf. Mt 6,33)

• A justiça tem a ver com a santidade e a santificação do homem que somente pode alcançar em Deus sua salvação

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Os misericordiosos

• Os eleémones, que se compadecem e perdoam como Deus

• Os que aprenderam do Pai a serem misericordiosos como Ele e perdoam como são perdoados

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Os limpos de coração

• Conf. Mt 5,27 no que consiste essa pureza de coração

• A maldade que tem origem no coração humano

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Os promotores da paz

• Os que promovem e os que mantém a paz

• A paz do perdão, da humildade, da busca de um Bem maior, da justiça

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