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Brigadista Particular Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 1

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Brigadista Particular

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Brigadista Particular

APOSTILA PARA PREPARAÇÃO DO BRIGADISTA PARTICULAR

Comissão de Elaboração

MÓDULO I – Noções de Primeiros Socorros

Asp BM Marcelo dos Santos Rodrigues2° Sgt BM Marcos Antônio RibeiroCb BM Gerson Luis Marcondes Sd BM Valdir Adriano Pereira

Sd BM Bruna de Paula SchafhauserSd BM Aldinei Fernandes

Sd BM Eraldo César UlbrichSd BM Douglas Maidl

MÓDULO II – Noções de Combate a incêndios

Asp BM Daniel Torquato Elias

MÓDULO III - Prevenção e sistemas preventivos

1º Ten BM Fabio Fregapani Silva2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz

MÓDULO IV - Brigada de incêndio

1º Ten BM Fabio Fregapani Silva2º Ten BM Marcos Luciano CollaSd BM Marcio Floriano Barbosa

Edição e Diagramação

2º Ten BM Maicon Éder MotelieviczAsp BM DanielTorquato Elias

SupervisãoTenente Coronel BM Altair Francisco Lacowicz

2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz

Revisão

Diretoria de Atividades Técnicas - DATTen Cel BM Marcos Antônio de Oliveira

1º Ten BM Fabio Fregapani Silva1ª Edição

Setembro – 2014

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Brigadista Particular

SUMÁRIO

PLANO DE ESTUDOS 4

MÓDULO I – NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS 6

Unidade Didática 1 Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano) 6

Unidade Didática 2 Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista) 18

Unidade Didática 3 Sinais Vitais, Prática e Verificação 20

Unidade Didática 4 Avaliação do Paciente 24

Unidade Didática 5 Parada Respiratória e Oxigenoterapia 30

Unidade Didática 6 Parada Cardíaca e Prática de RCP 39

Unidade Didática 7 Hemorragias e Estado de Choque 47

Unidade Didática 8 Intoxicação e Envenenamento 53

Unidade Didática 9 Ferimentos em Tecido Mole e Uso de Bandagens e Ataduras 58

Unidade Didática 10 Trauma Crânio Encefálico 64

Unidade Didática 11 Traumatismo Raquimedular 60

Unidade Didática 12 Partos em Situação de Emergência 72

Unidade Didática 13 Escala de Trauma e Fichas de APH 77

Unidade Didática 14 Fraturas, Luxações e Entorses 80

Unidade Didática 15 Técnica de Remoção 84

Unidade Didática 16 Limpeza e Desinfecção 86

Unidade Didática 17 Queimaduras e Lesões Ambientais 90

MÓDULO II – NOÇÕES DE COMBATE À INCÊNDIO 96

Unidade Didática 1 Fundamentos Básicos do Combate aos Sinistros 97

Unidade Didática 2 Equipamentos de Proteção Individual 110

Unidade Didática 3 Classes de incêndio 115

Unidade Didática 4 Fundamentos Operacionais 124

Unidade Didática 5 Fundamentos Técnicos 132

Unidade Didática 6 Técnicas e Táticas de Extinção 135

Unidade Didática 7 Operações de Combate a Incêndio 148

Unidade Didática 8 Abastecimentos 152

Unidade Didática 9 Combate Incêndio por Meio de Sistema Gravitacional e de Bombas 155

MÓDULO III – SISTEMAS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNDIO 160

Unidade Didática 1 Sistemas Preventivos 161

Unidade Didática 2 Relatórios 200

MÓDULO IV – BRIGADA DE INCÊNDIO 205

Unidade Didática 1 Brigada de Incêndio 206

Unidade Didática 2 Brigadas -Atribuições 209

Unidade Didática 3 Ambientes e Sistemas 216

Unidade Didática 4 Psicologia em Emergências 219

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Brigadista Particular

PLANO DE ESTUDOS

O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da disciplina. Possuielementos que o/a ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo deestudos.

Objetivo Geral:

A referida apostila visa orientar os estudos aos candidatos a Brigadista Particular, pessoacredenciada pelo CBMSC, responsável para prestar serviços de prevenção, combate a princípiode incêndios e salvamento, exclusivamente no local em que atua a Brigada de Incêndio, comdedicação exclusiva às atribuições inerentes à sua função, onde, dependendo do tipo deedificação ou ocupação, pode ser o próprio funcionário da empresa ou contratado;

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Currículo dos Cursos de Brigadistas

Tabela 1 – BRIGADISTAS PARTICULARES

ÁREAS DISCIPLINASCarga

Horária(Hora/Aula)

NOÇÕES DEPRIMEIROSSOCORROS

Noções Básicas de Anatomia e Fisiologia humana 03Princípios de Biossegurança, Sinais vitais e verificação 03Avaliação Inicial e Dirigida 05Parada Respiratória, oxigenoterapia e parada cardíaca 08Hemorragias e Estado de Choque 02Queimaduras e lesões ambientais 02Intoxicação e envenenamento 02Ferimentos em tecidos moles e uso de bandagens e ataduras 03Fraturas, Luxações e entorses (teoria e prática) 05Traumatismos Crânio Encefálico e raquimedular (noções) 02Técnicas de remoção 03Verificação Final 02Carga horária da Área de Primeiros Socorros 40

NOÇÕES DECOMBATE ÀINCÊNDIO

Fundamentos técnicos e básicos do combate aos sinistros 10Classes de Incêndio 03Técnicas e táticas de extinção 05Operações de combate à incêndio 03Equipamentos de proteção Individual 02Combate a Incêndio com emprego de extintores 05Combate a Incêndio com utilização do sistema 05

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Brigadista Particular

gravitacionalCombate a Incêndio com utilização do sistema de bombas 05Verificação Final 02Carga horária da Área de Combate à Incêndio 50

SISTEMASPREVENTIVOS

CONTRAINCÊNDIO

Sistemas Preventivos 10Relatórios 04Vistorias 04Verificação Final 02Carga horária da Área de Sistemas Preventivos 20

BRIGADA DEINCÊNDIO

Objetivo Geral 01Aspectos Legais 02Aspectos Técnicos 02Composição e organograma 02Implementação e procedimentos 02Equipamentos de proteção e uniforme 02Plano de emergência 03Funções de brigadista particular 02Funções de brigadista voluntário 02Verificação Final 02Carga horária da Área de Brigada de Incêndio 20

CARGA HORÁRIA CURRICULAR TOTAL 130Nota: Uma Hora/Aula equivale a 50 minutos.

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Brigadista Particular

Brigadista Particular – Módulo I

NOÇÕES DE PRIMEIROSSOCORROS

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Aluno:

_______________________________________________

_______________________________________________

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Brigadista Particular

Módulo I – Unidade Didática 1

Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano)

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Conhecer principais termos utilizados em APH;2) Descrever as funções gerais dos seguintes sistemas: respiratório, circulatório,

muscular, esquelético, nervoso, reprodutivo (masculino e feminino) e digestivo;3) Definir as cavidades do corpo humano com seus componentes;4) Listar o nome dos principais ossos do sistema esquelético;5) Descrever a coluna vertebral.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Noções Básica de Anatomia e Fisiologia

Introdução

Iniciando o Curso Avançado de Atendimento a Emergência surgirão inúmeros termosnovos que farão parte de todo seu estudo nesta disciplina, são termos de uso comum noatendimento pré hospitalar. Alguns são alto explicativos e se fazem compreender como, porexemplo, “Pressão Alta”, outros necessitarão de pesquisa ou auxílio do instrutor para melhorcompreensão como “mediastino”. Aproveite e pesquise o que significa esse termo!

Mediastino: cavidade torácica que abriga alguns dos principais órgão do corpohumano (coração, pulmão, grandes vasos) situa-se entre o final do pescoço e o diafragma.

Terminologia comum

Avaliação geral do paciente - série de procedimentos que visa estabelecer a segurança do socorrista, a analise da gravidade e situação da vítima, estabelecendo dai a técnica indicada para o problema identificado.

Obstrução ou parada respiratória - Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, ser acompanhada de parada cardíaca.

Terminologia técnica

Imprudência: Falta de atenção, imprevidência, descuido. Ex.: Dirigir em alta velocidade.Negligência: Desprezar, desatender, não cuidar. Ex.: Não usar EPI necessário.Imperícia: Ignorância, inabilidade, inexperiência. Ex.: Realizar procedimento invasivo.Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar

problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado socorro préhospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes

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Brigadista Particular

Omissão de socorro: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem riscopessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ouem grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.

Sistemas do Corpo Humano

Sistema Circulatório

Movimenta o sangue, transporta o oxigênio e nutrientes para as células do corpo, removeos resíduos e o dióxido de carbono das células.

O sistema circulatório é composto por vasos sanguíneos (veias, artérias e capilares)coração e sangue.

As artérias de grosso calibre no corpo humano, as quais devemos ter conhecimento são aabdominal, femural e a braquial.

Sistema Respiratório

Promove a troca de ar, introduzindo o oxigênio e expelindo o dióxido de carbono. Esteoxigênio é deslocado para o sangue, enquanto o dióxido de carbono é removido. O sistemarespiratório e o sistema circulatório são intimamente ligados, pois é o sangue que leva o oxigênioaté as células e capta o gás carbônico para levá-lo até o pulmão a fim de realizar a troca poroxigênio e trocar por gás carbônico nas células novamente.

O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas superiores e inferiores.Sendo estas compostas basicamente por: Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia; Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos.

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Brigadista Particular

Sistema Musculoesquelético O Esqueleto

O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens.

Conceito de Cartilagem: É uma forma elástica de tecidoconectivo semirrígido – forma partes do esqueleto nas quais ocorremovimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio;consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusãode longo alcance.

Conceito de Ossos: Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que se unindo aosoutros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma formaespecializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de suamatriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas).

Funções do Sistema Esquelético:

- Sustentação do organismo (apoio para o corpo);- Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro);- Base mecânica para o movimento (movimentação);- Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo);- Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas).

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Divisão do Esqueleto

Esqueleto Axial – Composta pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.Esqueleto Apendicular – Composta pelos membros superiores e inferiores.A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e

pélvica.Crânio

O crânio possui duas divisões principais: caixa encefálica (crânio propriamente dito):composto por 8 (oito) ossos largos e irregulares que se fundem formando a cobertura queprotege o encéfalo. Face: composta por 14 (quatorze) ossos que se fundem para dar sua forma.

Coluna vertebral

A coluna vertebral é uma estrutura óssea central, composta de 33 (trinta e três) vértebras,dividida em cinco regiões:

✔ Coluna cervical (pescoço): composta de 07 (sete) vértebras; ✔ Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de 12 (doze) vértebras; ✔ Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 (cinco) vértebras; ✔ Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 (cinco) vértebras;

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✔ Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de 04 (quatro) vértebras.

Os músculos

São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela suacontração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadasdenominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistemanervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.

Funções dos Músculos:

a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar ecorrer.

b) Estabilização das posições corporais: a contração dos músculos esqueléticosestabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficarem pé ou sentar.

c) Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas anelares dosmúsculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.

d) Movimento de substancias dentro do corpo: as contrações dos músculos lisos dasparedes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podemmover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovemo fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.

e) Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grandeparte desse calor liberado pelo músculo é usada na manutenção da temperatura corporal.

Sistema reprodutor

O sistema reprodutor humano fica localizado na cavidade pélvica. A célula reprodutoramasculina recebe o nome de espermatozoide e a célula feminina é conhecida como óvulo.

Todas as diferenças anatômicas e sentimentais experimentadas pelo homem e pela mulhersão provenientes dos hormônios sexuais, que também são diferentes em ambos os sexos.

No homem atua a testosterona e na mulher a progesterona e o estrógeno. Também namulher há o ciclo menstrual onde há aproximadamente cada 28 dias ela perde aproximadamente20 a 80 ml de sangue através da vagina. Hemorragia natural designada de metrorragia.

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Sistema nervoso

Funções

✔ Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos;✔ Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

Divisão

Sistema Nervoso Central – SNCO sistema nervoso central é uma porção de recepção de

estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. Aporção periférica está constituída pelas vias que conduzem osestímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aosórgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizerque o SNC constituído por estruturas que se localizam noesqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula espinhale o encéfalo.

Sistema Nervoso Periférico – SNP

O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas.

Sistema Nervoso Visceral – SNV: O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo como meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) –músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ouinvoluntário, constituído apenas da parte motora do SNV.

Sistema Nervoso Somático – SNS: O sistema nervoso somático relaciona o indivíduocom o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras(eferente) músculo estriado esquelético.

Sistema Nervoso Central

Meninges: O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (oumembranas) de tecido conjuntivo chamado em conjunto, de meninges. Estas lâminas são de forapara dentro: dura-máter, aracnoide e pia-máter.

O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em:

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Brigadista Particular

Encéfalo: Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e quecompreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.

Medula espinhal: É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canalvertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos eretransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectadosatravés de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que controlam. Estesfeixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e osistema nervoso periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de

impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ousegunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais que formamuma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à cauda equina. Uma possível lesão da medulaespinhal acarretará na paralisia total e irreversível dos membros abaixo da lesão.

Cérebro: Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, écentro da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e doambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente, respostasemocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a consciência, as sensações eorigem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo.

Cerebelo: Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação noespaço, bem como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras doorganismo.

Tronco encefálico: Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférioscerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras.

Ponte: Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentosde fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dosmúsculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulassalivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua.

Bulbo: Porção inferior do tronco encefálico no sentido craniocaudal, sendo que o grandeforame (forame magno) constitui o limite convencional com a medula espinhal. No bulbo,localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o funcionamentovasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. Com a lesão do bulbo, sãocortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguíneos e dos pulmões.

Sistema nervoso periférico

O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em:Nervos: São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido

conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC aoperiférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais.

Nervos cranianos: São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioriadeles (10) originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são tambémdenominados por números em sequência craniocaudal.

Nervos espinhais: Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula eabandonam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida emporções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira, reconhecemos nervosespinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos.

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Sistema digestório

O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório éum tubo oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canalalimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do trato digestório incluem: boca, faringe,esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.

Os órgãos digestório acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado,vesícula biliar e o pâncreas.

Funções

✔ Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditasalimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais.

✔ Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas(proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para seremabsorvidas pelo intestino.

✔ Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para oscapilares sanguíneos da mucosa do intestino.

✔ Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamentecom restos de células descamadas da parte do trato gastro intestinal e substâncias secretadas naluz do intestino.

Fases

Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico. Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago. Ingestão: Introdução do alimento no estômago. Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples. Absorção: Processo realizado pelos intestinos. Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinais.

Noções de anatomia humana

Posição anatômica

Posição Anatômica é a posição padronizada de descriçãodo organismo, empregando-se os termos de posição e direção.

O corpo humano deverá estar em: ✔ em posição ortostática; ✔ com a face voltada para frente; ✔ com o olhar dirigido para o horizonte; ✔ com os membros superiores estendidos ao longo

do tronco; ✔ com as palmas voltadas para frente; ✔ com os membros inferiores unidos.

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Brigadista Particular

Divisão do corpo humano e planos anatômicos

O corpo humano é dividido em:

✔ Cabeça;✔ Pescoço;✔ Tronco; e✔ Membros.Nos membros empregam-se termos

especiais de posição✔ Proximal: situado mais

próximo à raiz do membro; ✔ Médio: situado entre proximal

e distal; e ✔ Distal: situado mais distante

da raiz do membro. Além desta divisão, para identificar

as partes do corpo humano, são definidoscomo Planos Anatômicos:

Plano mediano: direito e esquerdo;

Plano transversal: superior e inferior;

Plano frontal: anterior (ventral) e posterior (dorsal).

Quadrantes abdominais

QSDMaior parte do fígado;Vesícula biliar;Parte do intestino delgado;Parte do intestino grosso;Parte do pâncreas;Parte do estômago.

QSEBaço;Maior parte do estômago;Parte do intestino grosso;Parte do intestino delgado;Parte do pâncreas;Parte do fígado.

QIDApêndice;Parte do intestino delgado;Parte do intestino grosso;Parte do ovário (mulher).

QIEParte do intestino grosso;Parte do intestino delgado;Parte do ovário (mulher).

Divide-se o abdômen em quatro para avaliar possíveis lesões internas. Podemos referir aeles como Quadrante superior esquerdo e direito e quadrante inferior esquerdo e direito. Ou nosreferimos como 1º, 2º, 3º ou 4º quadrante, em sentido horário. Observe a figura:

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Brigadista Particular

Cavidades do corpo humano e seus componentes

O corpo humano possui 5 cavidades. As cavidades têm por objetivo alojar e proteger osórgãos vitais. As cinco cavidades são:

1. Cavidade craniana;2. Cavidade torácica;3. Cavidade abdominal;4. Cavidade pélvica; e5. Cavidade vertebral.

Pulsos palpáveis

Cabeça e pescoço

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Brigadista Particular

Pulsos palpáveis

Membros Superiores e Inferiores

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 2

Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista)

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conceituar Biossegurança.2) Conceituar Doenças infectocontagiosas;3) Listar os principais EPI's utilizados pelos socorristas;4) Citar e enumerar as principais enfermidades infecciosas a qual o socorrista está

sujeito e os meios de transmissão no ambiente pré-hospitalar;

Princípios básicos de biossegurança (segurança do socorrista)

Biossegurança

É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscosinerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestaçãode serviços, que pode comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou aqualidade dos trabalhos desenvolvidos.

O serviço pré-hospitalar, devido sua peculiaridade, faz com que o socorrista fique muitoexposto a riscos, entre eles o biológico. Por isso, é necessária a utilização rigorosa dosEquipamentos de Proteção Individual (EPIs): luva de látex ou de vinil, óculos protetor, máscarafacial e coletes. Estas normas devem ser seguidas, para diminuir os riscos pelos quais osocorrista está exposto.

Doenças infectocontagiosas

São enfermidades causadas por micro-organismos patogênicos (bactérias, vírus ouparasitas) que são transmitidas a outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes,fluídos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda pela picada de insetos transmissores dedoenças.

Principais EPI's utilizados pelos socorristas

✔ Luvas descartáveis; ✔ Máscaras faciais; ✔ Óculos de proteção; ✔ Colete:

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Brigadista Particular

Saiba mais

Coloque aqui as definições de cada equipamento:

luvas descartáveis: Proteção contra fluidos corporais que possam entrar emcontato com ferimentos nas mãos, ou podem ser levados por ela até a boca, olhos oumucosas.

óculos de proteção : Proteção contra fluidos corporais que possam entrar comcontato com a mucosa dos olhos durante o atendimento pré-hospitalar.

máscaras faciais : Proteção contra fluidos corporais e doenças que podem sertransmitidas através da respiração.

colete : Acessório utilizado para guardar os materiais de uso individual e serve deproteção do socorrista sinalizando ajudando a sinalizar o local da ocorrência por ser feitocom material refletivo.

Principais enfermidades infecciosas

Em ambiente pré-hospitalar

Dentre as enfermidades mais comuns encontram-se: AIDS, hepatite, tuberculose,meningite, gripe, entre outras.

Meios de Transmissão

✔ Pelas mãos até a boca, nariz, olhos ou feridas na pele;✔ Por objetos ou roupas contaminadas, em contato com a boca, nariz, olhos ou

ferimentos na pele;✔ Por acidentes com perfuro cortantes.

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 3

Sinais Vitais, Prática e Verificação

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Definir sinais/sintomas.2) Listar os sinais diagnósticos.3) Demonstrar o uso correto dos principais equipamentos utilizados para aferição dos

sinais vitais.4) Executar de forma correta a aferição FR e FC e a qualidade de cada.5) Definir as principais alterações pupilares.

Sinais vitais: prática e verificação

Sinais e sintomas

A avaliação dos sinais e sintomas ajuda o socorrista a definir a suspeita das lesões ouemergência médica que acomete a vítima.

Sinal: tudo o que é possível verificar, aferir, medir, mesurar.Ex.: palidez, diaforese, cianose, êmese.Sintoma: tudo o que é descrito pelo paciente, que não pode ser verificado, medido,

mensurado, aferido.Ex.: dor, enjoo, tontura, astenia.

Idades referenciais para APH

No APH classificamos as pessoas conforme as idades da seguinte forma:✔ Adulto: maior que 8 anos;✔ Criança: entre 1 ano e 8 anos;✔ Lactente: do nascimento até 1 ano.

Sinais vitais e suas referências

Os quatro sinais vitais são: ✔ temperatura corporal;✔ pulso;✔ respiração; e✔ pressão arterial.

Temperatura corporal

A temperatura corporal é de 36,5 à 37ºC para todas as idades. Podemos aferir também atemperatura relativa da pele, que pode se apresentar fria, normal ou quente. Essa aferição se fazcom o dorso da mão na região frontal da cabeça (testa).

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Brigadista Particular

Pulso (bpm – batimentos por minuto)

✔ Adulto: 60 a 100 bpm;✔ Criança: 60 a 140 bpm;✔ Lactente: 100 a 190 bpm.

O pulso ideal para de aferir os batimentos cardíacos de um adulto e criança é o pulsoradial (punho). Em um lactente é o braquial (próximo à axila).

Respiração (frm – frequência respiratória por minuto)

✔ Adulto: 12 a 20 frm;✔ Criança: 15 a 30 frm;✔ Lactente: 25 a 50 frm.

Pressão Arterial (mmHg – milímetros de mercúrio)

Adulto

✔ Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg;✔ Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg.

A PA de um adulto ideal é 120x80 mmHg, recomendado pela Sociedade Brasileira deCardiologia.

Sinais diagnósticos e suas referências

Sinais diagnósticos são utilizados para ajudar a confirmar alguma suspeita de lesão ouemergência médica. Os três sinais diagnósticos são:

a) pupila;b) coloração da pele; ec) perfusão sanguínea.

Pupilas

✔ Isocoria: iguais;✔ Anisocoria: desiguais;✔ Midríase: dilatadas;✔ Miose: contraídas.

Foto reagentes: quando há atividade cerebral a pupila reage à luz, contraindo na presençae dilatando na ausência de luz.

Coloração da pele

A pele pode apresentar-se: normal, pálida, avermelhada, cianótica.

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Brigadista Particular

Perfusão sanguínea

Perfusão sanguínea é a circulação presente nas extremidades. Quando um trauma ouemergência médica acomete uma pessoa, essa perfusão pode diminuir por vários motivos. Sendoassim, a perfusão sanguínea é avaliada pressionando o dedo, a extremidade perde a coloração,que deverá retornar de 2 a 3 segundos para ser considerada normal. Se demorar, a voltar, podeser uma indicação de que há uma falha na circulação sanguínea.

Equipamentos para avaliação do paciente

✔ Lanterna pupilar: ✔ Esfigmomanômetro; ✔ Estetoscópio;✔ Oxímetro de dedo.

Avaliação da lição

Atividade teórica. Preencha as lacunas com as idades referencias para APH.

✔ Lactente: desde o nascimento à 1 ano;✔ Criança: de 1 ano à 8 anos;✔ Adulto: acima de 8 anos.

Cite os quatro sinais vitais e os três sinais diagnósticos.

Sinais vitais:Pulso;Respiração;Temperatura; Pressão Arterial.

Sinais diagnósticos:Perfusão Sanguínea;Pupilas; Coloração da Pele.

Atividade prática. Aplicação.✔ Tenha disponível equipamentos de avaliação do paciente, exceto oxímetro.✔ Forme duplas.

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Brigadista Particular

✔ Oriente aos alunos que avaliem os sinais vitais e diagnósticos do companheiro eque anotem os dados na ficha que consta na apostila.

✔ Após anotados os dados o instrutor retomará a aula e perguntará que os socorristasobservaram se havia algum paciente com sinal vital ou diagnóstico alterado.

✔ Em caso positivo, peça para o socorrista realizar uma entrevista com o pacientepara tentar descobrir o porquê dessa alteração.

✔ Logo o instrutor informará que essa atitude de entrevistar é uma etapa deavaliação do paciente que será estudada na unidade seguinte, deve sempre ser realizada, pois é naentrevista que se descobre informações importantíssimas.

✔ Peça para os alunos guardarem a avaliação para uma próxima utilização.✔ Dependendo do tamanho da turma a atividade poderá durar até 2 h/aula, pois o

ideal é que o instrutor acompanhe e oriente a entrevista de cada dupla.

Nome socorrista: ____________________________________________Nome paciente: ______________________________ Idade: __________________

Temperatura corporal ou relativa da pele

Pulso

Respiração

Pressão arterial

Perfusão sanguínea

Coloração da pele

Pupilas*

Anisocóricas ou isocóricas

Miótica, midriática ounormal

Fotorreagente ou não fotorreagente

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 4

Avaliação do Paciente

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Avaliação geral do paciente dimensionamento da cena;2) Avaliação inicial;3) Avaliação dirigida;4) Avaliação detalhada;5) Avaliação continuada;6) Mensuração e colocação do colar cervical;

Avaliação do paciente

Avaliação geral do paciente

Para realizarmos a avaliação de um paciente devemos observar uma sequência deprocedimentos que ajudam o socorrista a tomar decisões em relação às prioridades em cada caso.

Essa sequencia foi dividida em cinco etapas, onde mostra claramente o que fazer em cadauma delas. As cinco fases da avaliação geral do paciente são:

1) Avaliação da cena;2) Avaliação inicial;3) Avaliação dirigida;4) Avaliação detalhada; e5) Avaliação continuada.

Avaliação da cena

Na avaliação da cena o socorrista deve ter uma visão ampla da cena para poder identificarcaracterísticas da cena. Essa etapa da avaliação geral geralmente é rápida, e quando não hágerenciamento de risco, não compromete mais que 30 segundos.

Confirmar a solicitação

Muitas vezes o ocorrido não condiz com a situação real.

Ex.: o SEM é acionado para atender um desmaio, e no local encontra uma PCR.

Identificar o tipo de situação

A situação se trata de um trauma ou emergência médica.

Observar dos mecanismos de trauma

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Brigadista Particular

Em uma ocorrência de trauma, para podermos determinar as suspeitas de lesões dasvítimas envolvidas, devemos imaginar como o trauma aconteceu e, com isso imaginar onde seencontrará as possíveis lesões.

Avaliar riscos potenciais:

Riscos que a cena pode produzir para o socorrista, vítimas e terceiros.

Gerenciar os riscos:

Tomar atitudes que minimizam os riscos;

Ex.: Em acidente de transito, acionar a PM para controle do trânsito, estabilizar veículosantes de atender pacientes que estão dentro do veículo, etc.

Checar número de vítimas

Saber quantas vítimas tem na cena de emergência;

Checar necessidade de recursos adicionais

Solicitar os recursos adicionais se faz necessário;Ex.: apoio da Celesc, em caso risco com energia, PM em caso de controle do trânsito, etc.

Colocação de EPI

Colocar todos os EPI's necessários antes de abordar a vítima.

Avaliação inicial

A avaliação inicial também é chamada de avaliação primária, é nessa etapa da avaliaçãoque o socorrista tem o primeiro contato com a vítima. Após toda a avaliação da cena o socorristase dirige à vítima e deve:

Formar a impressão geral do paciente

Verifica a posição do paciente, qualquer deformidademaior ou lesão óbvia e qualquer sinal ou sintoma indicativo deemergência clínica.

Ex.: Paciente dentro do veículo, sentado com a cabeçasobre o volante, de olhos fechados.

Apresentar-se como socorrista

O socorrista deve se apresentar falando o nome, informando que é socorrista e pedindoconsentimento para atender.

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Brigadista Particular

AVDI

Para avaliar o nível de consciência, usamos a técnica AVDI.A – o paciente está alerta?V – responde a estímulo verbal?D – responde a estímulo doloroso?I – determina inconsciência.

Devem-se seguir os passos descritos acima para determinar a inconsciência.

SBV

Oferecer o Suporte básico da vida, através do ABC da vida. Abertura das vias aéreas:hiperextensão da cervical para casos clínicos e tração mandibular para casos traumáticos. Acolocação do colar cervical adequada garante permeabilidade das VA.

Verificação de presença de pulso

No caso de ausência de respiração deve-se pesquisar presença de pulso, de preferencia noponto carotídeo.

Colocação do colar cervical

Em caso traumático a colocação do colar se faz nessa fase da avaliação. Em caso clínicoo uso do colar é dispensado.

Oxigenoterapia

A saturação mostra a quantidade de oxigênio presente no sangue. A saturação normaldeve estar entre 90% e 100%. O oxímetro é o aparelho que mostra esta porcentagem.

Pacientes que sofrem trauma ou caso clínico, podem apresentar uma deficiência nasaturação. Portanto deve-se sempre ofertar oxigênio em pacientes traumatizados e emergênciasclínicas.

Hemostasia de hemorragias visíveis

Ao realizar a impressão geral, o socorrista perceberá hemorragias evidentes que devemser contidas depois de realizada o ABC da vida.

Escala CIPE

Após as avaliações acima descritas, e com as informações colhidas o socorrista devedecidir a prioridade de transporte do paciente, para isso utiliza-se da ferramenta CIPE. Veja:

C – Crítico: parada respiratória ou cardiorrespiratória;I – Instável: paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória

severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax;P – Potencialmente Instável: paciente com choque compensado portador de lesões

isoladas importantes;

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Brigadista Particular

E – Estável: paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais. Sabendo classificar o paciente, o socorrista deve observar que pacientes críticos e

instáveis devem ser tratados na cena de emergência em no máximo 5 minutos. Os pacientesPotencialmente instáveis e estáveis em no máximo 12 minutos.

Crítico e instável: 3 a 5 minutosPotencialmente instável e estável: 10 a 12 minutos

Avaliação dirigida

É a fase da avaliação onde o socorrista se dirige ao problema do paciente, realizando,ainda, mais algumas avaliações, a fim de detectar problemas que ameacem a vida do paciente. Édividida em três fases: entrevista, exame rápido e aferição dos sinais vitais.

Entrevista

Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obterinformações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidadeexistente e outros dados relevantes:

1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido); 2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença) 3) Há quanto tempo isso aconteceu? 4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica) 5) Você tem algum problema de saúde? 6) Você tem tomado algum remédio? 7) Você é alérgico a alguma coisa?

Exame rápido

O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todosegmento corporal, para descobrir lesões e hemorragias não aparentes.

Ex.: Dor no braço após uma queda: se dirigir ao membro superior referido e avaliaraspecto físico, motricidade, sensibilidade e realizar o procedimento adequado a suspeita(imobilização em caso de fratura, curativos em caso de ferimento, etc.).

Aferição dos sinais vitais

Aferição do pulso, respiração, temperatura, PA. Avaliação das pupilas, temperaturarelativa da pele, e perfusão sanguínea. Avalia-se também capacidade de movimentação e reação àdor.

Avaliação física detalhada

A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo socorrista em cercade 2 a 3 minutos. Tem como objetivo a identificação de problemas que não foram relatados pelopaciente (fraturas, pequenas hemorragias, ferimentos).

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Brigadista Particular

O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes, podendo ser realizadode forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergênciasmédicas evidentes. Em casos onde o paciente é crítico ou instável o exame deve ser realizadodentro da ambulância, ou se o percurso for pequeno e não der tempo, não há necessidade de fazê-lo.

Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deve:

1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa; 2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a

mandíbula e os ouvidos; 3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar

cervical, ou seja, essa verificação é feita na avaliação inicial); 4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal; 5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax; 6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente; 7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital; 8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de

pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de

pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal (essa avaliação é

feita na hora que se coloca a vítima na maca).

Avaliação continuada

A avaliação continuada é o cuidado que se dispensa ao paciente durante o deslocamentoaté a unidade médica. Consiste em avaliar constantemente da presença de consciência, respiraçãoe pulso e garantir a temperatura corporal e conforto ao paciente.

Ou seja, após a execução de todas as etapas da avaliação geral, o socorrista deve sepreocupar periodicamente em reavaliar o paciente até a sua entrega à unidade médica.

Em pacientes críticos e instáveis a reavaliação deve acontecer a cada 3 minutos e Empacientes potencialmente instáveis e estáveis, de 15 em 15 minutos.

Escala CIPE Avaliação Continuada

Estável e potencialmente instável A cada 15 minutos

Instável e crítico A cada 3 minutos

Mensuração do colar cervical

Para a mensuração e colocação correta do colar deve-se seguir observar os seguintesaspectos:

✔ A vítima deverá estar com a cabeça em posição neutra;✔ Verifique com seus dedos, a altura do pescoço que corresponde à distância entre

uma linha imaginária que passa pela borda inferior da mandíbula e outra que passa pelo pontoonde termina o pescoço e se inicia o ombro.

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Brigadista Particular

É importante salientar que o colar cervical:

- imobiliza a cervical verticalmente, a imobilização horizontal é feita em maca com oscoxins;

- deve ser de tamanho adequado ao paciente;- não deve impedir a abertura da boca;- não deve obstruir ou dificultar ventilação;- se bem colocados auxiliam na permeabilidade das vias aéreas.

Avaliação da lição

Relacione as colunas mostrando em que fase do atendimento se realiza cadaprocedimento:

1) Avaliação da cena;2) Avaliação inicial;3) Avaliação dirigida;4) Avaliação detalhada;5) Avaliação continuada.

( 2 ) Hemostasia de hemorragias visíveis( 4 ) Avaliação física detalhada da cabeção aos

pés( 2 ) Oxigenoterapia( 1 ) Avaliar riscos potenciais( 3 ) Aferição dos sinais vitais( 2 ) Decidir prioridade de transporte (Escala

CIPE)( 1 ) Confirmar a solicitação( 3 ) Entrevista( 1 ) Colocação de EPI( 2 ) Colocação do colar cervical( 5 ) Monitoramento do paciente durante o

percurso( 1 ) Identificar o tipo de situação( 2 ) Oferecer o Suporte básico da vida( 1 ) Checar número de vítimas( 1 ) Gerenciar os riscos( 2 ) Exame rápido( 2 ) AVDI( 1 ) Observar dos mecanismos de trauma( 2 ) Apresentar-se como socorrista( 1 ) Checar necessidade de recursos adicionais( 2 ) Formar a impressão geral do paciente

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 5

Parada Respiratória e Oxigenoterapia

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Revisar as principais partes do sistema respiratório e fisiologia;2) Descrever o mecanismo da respiração e a importância do O2 no organismo;3) Definir Parada Respiratória e listar suas causas;4) Conceituar OVACE e listar suas causas;5) Listar os sinais e sintomas de uma OVACE;6) Descrever o uso correto dos equipamentos auxiliares utilizados para reanimação

respiratória;7) Citar a importância da oxigenoterapia, riscos, uso correto do gás e dos

equipamentos.

Parada respiratória e oxigenoterapia

Técnicas de SBV

Antes de iniciar o estudo das técnicas para promover o suporte básico da vida, deve-selembrar de que, para o serviço pré-hospitalar, teremos no mínimo três tipos de pacientes:

adultos: pessoas maiores que 8 anos; crianças; pessoas entre 1 ano e 8 anos; e lactentes: pessoas menores que 1 ano;Para cada tipo de paciente existe uma técnica diferente. Podemos encontrar também

pacientes obesos e gestantes onde as técnicas sofrem algumas alterações.Além do tipo de paciente temos outros fatores que influenciam na técnica, como o

número de socorristas e a qualificação (leigo ou treinado). Sendo assim, temos que ficar muitoatentos nas diferenças para aplicar a técnica certa para o paciente certo.

Abertura das vias aéreas

Hiperextensão cervical Abertura mandibular

Casos clínicos Casos traumáticos

A abertura de vias aéreas deve ser feita conforme o tipo de situação. A manobra dehiperextensão da cervical só pode ser utilizada em casos clínicos e sem nenhuma suspeita delesão na cervical. A manobra de abertura mandibular é utilizada quando o paciente foi vítima detrauma e em casos clínicos onde há suspeita de lesão na cervical.

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Brigadista Particular

Checagem das VA's

A checagem das vias aéreas é feita em casos de obstrução ou quando oar não passa nas tentativas de ventilações. Consiste em ver e retirar objetos queestejam impedindo a passagem do ar após a inconsciência do paciente.

- Adulto: pinça às cegas;- Criança: pinça somente se visualizar o objeto;- lactente: pinça com dedo mínimo somente se ver o objeto.

Ventilações

As ventilações devem durar 1,5 a 2 segundos;Boca a boca e nariz: Lactentes;O socorrista deve selar sua boca na boca e nariz do lactente.

Boca a boca: crianças e adultos

A boca do socorrista deve selar a boca do paciente e as narinas devemser seladas com os dedos do socorrista em forma de pinça para impedir asaída do ar pelo mesmo.

Boca máscara: todosA boca máscara permite que o socorrista e a vítima não tenham

contato com a boca evitando contaminação de ambos. As máscarastêm tamanhos variados que se adaptam a cada idade de pacientes.Algumas possuem válvula de entrada para O2, o que potencializa aeficácia da ventilação.

Uso do ambu e colocação da cânula

O Ambu é um ventilador mecânico manual onde é necessário o uso da cânula a fim deevitar a obstrução das VA pelo relaxamento do músculo da língua. A mensuração da cânula éfeita do canto da boca até o lóbulo da orelha em adultos e crianças e do canto da boca até amandíbula do lactente. A cânula deve ser colocada em adulto com a extremidade contra o palato,girando-a em 180º; criança e lactente com a extremidade contra a língua, sem giro.

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Verificação de pulso

O pulso mais utilizado para verificação de PCR em adultose crianças é o carotídeo. Para verificar o pulso localize acartilagem da tireoide e coloque a ponta dos dedos (indicador emédio) ao lado deste ponto, deslize os dedos no sulco entre atraqueia e o músculo lateral do pescoço mais próximo a você esinta o pulso. Deve-se sempre verificar o pulso do mesmo lado quese está para não obstruir as VA.

Em lactentes o pulso mais palpável é o braquial queachamos colocando dois dedos na região medial internapressionando contra o úmero.

Revisão do sistema respiratório

Promove a troca de ar,introduzindo o oxigênio e expelindo odióxido de carbono. Este oxigênio édeslocado para o sangue, enquanto odióxido de carbono é removido. Osistema respiratório e o sistemacirculatório são intimamente ligados,pois é o sangue que leva o oxigênio atéas células e capta o gás carbônico paralevá-lo até o pulmão a fim de realizar atroca por oxigênio e trocar por gáscarbônico nas células novamente.

O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas inferiores e superiores. Sendo estascompostas basicamente por:

- Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia;- Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos.

Fisiologia da respiração

Inspiração

Durante a inspiração o diafragma e os músculos intercostais se contraem. Quando odiafragma se contrai, movendo-se para baixo, aumentando a cavidade torácica. Quando osmúsculos intercostais se contraem, elevam as costelas e estas ações se combinam para aumentara cavidade torácica em todas as dimensões, os pulmões são puxados com ela, que se expande.

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Troca gasosaCom o pulmão cheio de ar oxigenado ocorre a troca gasosa. É retirado do sangue que está

nos capilares do pulmão o dióxido de carbono e é colocado o oxigênio. Por isso no momento dainspiração o ar sai com menos oxigênio e mais dióxido de carbono.

Expiração

O diafragma e os músculos intercostais se relaxam ea cavidade torácica diminui de tamanho em todas asdimensões. À medida que a cavidade torácica diminui, o arnos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressãointerna aumenta e o ar é empurrado através da traqueia parao exterior.

Importância do oxigênio no organismo

O oxigênio é o combustível que as células humanas utilizam para gerar energia. Sem eleelas morreriam. Quando elas utilizam o oxigênio para gerar energia produzem como resíduo odióxido de carbono que é liberado na expiração.

O ar atmosférico contém cerca de 21% de oxigênio. Quando respiramos não consumimostoda essa porcentagem. Inspiramos 21% e expiramos 16% de oxigênio mais dióxido de carbono.

O gás oxigênio é bastante tóxico, embora ele seja essencial para a manutenção da vida,por ser utilizado pelos organismos que obtêm energia por meio da respiração aeróbica. Noentanto, a vida só é possível se a sua concentração na atmosfera não exceder os atuais 21%. Ooxigênio é altamente reativo e, nos organismos vivos, o seu excesso resulta em radicais livresque roubam elétrons de outros elementos, causando assim a sua oxidação. Isso provocaalterações nos componentes celulares e, consequentemente, nos tecidos que constituem esseorganismo, impossibilitando assim o seu funcionamento normal e a sua sobrevivência.

Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranho - OVACE

São obstruções de vias aéreas causadas por corpos estranhos. Podem ser totais,impedindo totalmente o ar de passar, ou podem ser parciais, quando permite uma pequenaentrada e saída de ar.

Causas de obstrução

✔ língua (“engolir a língua”);✔ epiglote (devido a inspirações sucessivas);✔ corpo estranho (ex.: alimento);✔ danos aos tecidos (ex.: ferimentos nas vias aéreas superiores);

As obstruções que podem ser tratadas no atendimento pré-hospitalar são somente oscausados por objetos que possam ser expelidos, ou seja, OVACE, obstrução de vias aéreas porcorpos estranhos. Em uma obstrução clínica o socorrista fica limitado pois a intervenção deveráser invasiva, procedimento para qual o socorrista não é habilitado.

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Sinais de obstrução grave

✔ Sinal universal de asfixia; ---------------->✔ Incapacidade para falar; ✔ Tosse fraca e ineficaz; ✔ Sons inspiratórios agudos ou ausentes; ✔ Dificuldade respiratória crescente;

✔ Pele cianótica;✔ Em lactente agitação extrema dos braços e cabeça.

Tratamento para OVACE

Existem técnicas diferentes para tratar OVACE em adultos, crianças e lactentes.Para adultos e crianças utilizamos a Manobra de Heimlich. A manobra de Heimlich

consiste em comprimir a região abdominal do paciente com obstrução total ou parcial, na regiãomédia dos quadrantes superiores, com o objetivo de expelir o objeto.

A manobra de Heimlich é utilizada em adultos e crianças, com diferença de mensuraçãono ponto de compressão e para pacientes conscientes e inconscientes.

Já para tratar OVACE em lactentes, a técnica muda consideravelmente. Usam-secompressões torácicas e tapagens no tórax posterior.

Técnicas para tratamento de OVACE

Manobra de Heimlich- Pacientes conscientes - O socorrista deve se apresentar e pedir

permissão para ajudar, se posicionando atrás do paciente, com a perna quetem menos força para trás e a que tem maior força fica entre as pernas dosocorrista levemente semiflexionada.

Essa posição favorece o socorrista no momento em que o pacienteperder a consciência, pois ele cairá sobre a perna com maior força, tendo osocorrista base para colocá-lo no chão.

Se o paciente for uma criança, o socorrista pode se ajoelhar ou colocá-la em umasuperfície mais alta.

O próximo passo é retirar as mãos do paciente do pescoço e abrir espaço para mensurar oponto de compressão. Há duas formas de mensuração:

1. dois dedos abaixo do processo xifoide para adultos e um dedo para crianças.2. procurar umbigo do paciente, colocar uma mão espalmada horizontalmente e dedos

unidos do umbigo para cima. O ponto e logo acima da mão espalmada. Não utilizar essa técnicaem criança.

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Localizando o ponto de compressão coloca-se uma mãofechada é colocada com a protuberância formada pela articulaçãoproximal do dedo polegar contra o ponto já localizado, a outra mão iráespalmada atrás da mão fechada.

O movimento é enérgico, de sentido horizontal ascendente contrao ponto de compressão. Aplica-se menos força em crianças.

A aplicação das compressões deve ser efetuadas até que o paciente desengasgue perca aconsciência. Em gestantes com gravidez avançada e pacientes obesos as compressões sãorealizadas no tórax.

Pacientes inconscientes ou que perdem a consciência

O paciente deve ser colocado em posição supina. Depois deposicionado o paciente, o primeiro passo é a checagem das VA. Abrem-se asVA, procura-se o objeto e mesmo que não veja, realiza a busca às cegas emadultos. Em crianças e lactentes só se retira se visualizar o objeto. Realizeduas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e ventile novamente.

Após as ventilações verifique pulso, se houver, ventile 12x verifique o pulso novamente.Ventile até que a pessoa retorne ou evolua para uma PCR. Se o paciente entra em PCR, inicieRCP.

Tapotagens e compressões torácicas

Pacientes conscientes

Em pé ou sentado, o socorrista posiciona busca sinais de obstruçãograve, se confirmada à obstrução, o socorrista posiciona o lactente em seuantebraço, em decúbito ventral, colocando seu braço entre as perninhas. Seubraço trava uma das pernas contra o tórax, sem pressionar demais. A cabeçado lactente deve estar levemente mais baixa que o nível do corpo para facilitara saída do corpo estranho. A mão deve servir de apoio à cabeça. Nestaposição o socorrista deverá aplicar cinco tapotagens no centro das escápulasdo lactente.

O socorrista deve virar o lactente em decúbito ventral,Inclinando levemente a cabeça para baixo, até o ponto que fiqueum pouco mais baixa que o corpo. Nessa posição o socorristainicia as tapagens.

Após aplicar as tapagens, o socorrista deve virar olactente em decúbito ventral, com o mesmo método anterior,aplicando 5 compressões torácicas.

Para mensurar o ponto de compressão, colocam-se os dedos indicadores e médio um dedoabaixo da linha dos mamilos, em cima do osso esterno. As compressões feitas com os dedosindicador e médio, de modo que atinja a profundidade de 1,5 a 2 cm.

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Brigadista Particular

Pacientes inconscientes

Se o paciente está inconsciente ou perde a consciência durante a manobra, o socorristadeve verificar primeiro as VA, abrindo a boca do lactente. Se visualizar algum objeto retirar como dedo mínimo. Não fazer a busca às cegas.

Aplique duas ventilações. Se o ar não passa, reposicione a cabeça e aplique mais duasventilações. Verifique pulso. Ventile até voltar ou entrar em PCR. Se entrar em PCR inicie RCP.

Equipamentos para reanimação respiratória

✔ Ambu;✔ Máscara de para ventilação; ✔ Reanimadores manuais

(Ambu);✔ Cânulas orofaríngeas; ✔ Aspiradores portáteis;✔ Cilindros de O2.

Coloque aqui as definições de cada equipamento:

Reanimadores manuais (Ambu): equipamento destinado a estabelecer ventilaçãoartificial manual. Composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo assim eficienteinsuflação de ar e maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponívelnos tamanhos adulto e infantil.

Máscara de ventilação: cumpre a mesma função do Ambu porém a ventilação não éfeita mecanicamente, é feita através do sopro do socorrista que envia ar até os pulmões davítima.

Cânulas orofaríngeas ou Cânulas de Guedel: equipamento destinado a garantir apermeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido à queda da língua contra asestruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui váriostamanhos.

Aspiradores portáteis: destinado à aspiração de secreções da cavidade oral, as quaisobstruem a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidadefixa na ambulância.

Cilindros de O2: unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítimaacidentada no local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fimde dosar a administração de 1 à 15 litros de oxigênio por minuto.

Oxímetro: aparelho eletrônico destinado à medição da saturação periférica de

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Brigadista Particular

oxigênio.

Precauções no uso de oxigênio

✔ Nunca transfira ou misture gases de um cilindro para outro (transvazamento);✔ O oxigênio facilita a combustão, portanto, mantenha-o afastado das fontes de

chama do local onde estiver sendo empregado. Nunca fume quando o estiver manipulando. Eviteo contato com óleos e graxas;

✔ Evitar batidas e quedas do cilindro. Um golpe mais forte que rompa a válvulapoderá fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil;

Protocolos

Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena noatendimento realizado.

Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente einconsciente. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem.

Check list: ventilação de resgate

1. Abra VA

2. Se não respira realize duas ventilações, se não passa reposicione a cabeça e ventile novamente.

Se o ar passaSe o ar não

passa

3. Mas o paciente continua não responsivo, verifique pulso.3. Inicie a

inicie RCP

Se há pulso Se não há pulso4. Se há pulso realize 12 ventilações

(adulto) ou 20 ventilações (criança ou lactente)4. Inicie a inicie RCP

5. Verifique pulso novamente

6. Prossiga com os itens 4 e 5 até o paciente retomar a respiração ou entrar em PCR7. Se retomar a respiração coloque em posição de recuperação e se entra em PCR realize

RCP

Obs.: A abertura de VA em pacientes sem suspeita de trauma é feita com a hiperextensãocervical, em pacientes com suspeita de trauma é realizada a manobra modificada (mandibular).

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Brigadista Particular

Avaliação da lição

Avaliação prática

- Formação de duplas;- Realização das técnicas de SBV descritas abaixo;

Abertura de VA- Clínico- Trauma

Técnicas VOS

Verificação de Pulso - Adulto e criança / lactente

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Módulo I - Unidade Didática 6

Parada Cardíaca e Prática de RCP

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Listar as principais patologias cardiovasculares;2) Listar sinais de uma parada cardíaca;3) Aplicar corretamente o tratamento ao nível de suporte básico as emergências

cardiovasculares;4) Executar corretamente RCP em adulto, criança e bebê.

Parada cardíaca e prática de RCP

Principais patologias cardiovasculares

Infarto agudo do miocárdio

Quando uma área do músculocardíaco é privada de fluxo sanguíneo e deoxigênio por oclusão ou rompimento dosvasos arteriais destinados a nutri-lo, duranteum período prolongado, causando necroseno tecido cardíaco.

Sinais e sintomas

Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para o queixo, braços, antebraços, mandíbula e costas, com duração superior a 30 minutos;

Dor próxima à região epigástrica, podendo defini-la apenas como mal-estar gástrico;✔ Queda de pressão arterial;✔ Sinais de choque;✔ Náuseas;✔ Dificuldade respiratória;✔ Sudorese;✔ Fraqueza; ✔ Vômito;✔ Falta de ar; ✔ Agitação;✔ Parada cardíaca.

Zona de dor do IAM

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Brigadista Particular

As regiões mais escuras apresentam maior dor que as regiões claras. Repare que há zona de dor na região epigástrica (estômago).

Insuficiência cardíaca congestiva

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) se dá quando o coração torna-se incapaz de bombear uma quantidade adequada de sangue que possa satisfazer as necessidade de oxigênio e de nutrientes dos tecidos.

A ICC é determinada pela congestão circulatória decorrente da diminuição da contratilidade do miocárdio. Como consequência, o débito cardíaco torna-se insuficiente para manter adequado o fluxo de sangue ao organismo, resultando em congestão vascular.

Sinais e sintomas ✔ Respiração ofegante e

ruidosa;✔ Insuficiência respiratória;✔ Tosse;✔ Náuseas;✔ Anorexia;✔ Fadiga;✔ Ansiedade e agitação;✔ Inquietação;✔ Edema no tornozelo;✔ Edema no abdômen;✔ Veias do pescoço distendidas;✔ Cianose;✔ O paciente insiste em ficar

sentado ou de pé.Observação: na insuficiência cardíaca, não é frequente que a vítima apresente dor

torácica.

Tratamento pré-hospitalar para IAM e ICC

✔ Tranquilize o paciente;✔ Coloque-o em posição de repouso, permitindo uma respiração mais confortável;

geralmente, na posição semi-sentada;✔ Administre oxigênio suplementar;

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✔ Afrouxe roupas apertadas;✔ Mantenha a temperatura corporal;✔ Transporte o paciente, monitorando os sinais vitais.

Parada cardiorrespiratória - PCR A parada cardiorrespiratória é definida como uma parada súbita de batimentos cardíacos

seguidos de parada de movimentos respiratórios ou vice-versa.

Causas de PCR

As causas da PCR são diversas: problemas respiratórios, neurológicos, traumáticos,cardíacos, doenças crônicas, etc.

Sinais de PCR

Os sinais de PCR são: inconsciência, cianose, ausência de movimentos respiratórios, debatimentos cardíacos, algor e pupilas dilatadas. Nem sempre são encontrados todos os sintomas,pois alguns deles se manifestam algum tempo depois da parada. Uma pessoa com parada recentepode não apresentar, por exemplo, algor e pupilas dilatadas.

Tratamento de PCR

A parada cardiorrespiratória é tratada através do procedimento de ressuscitaçãocardiopulmonar, RCP. A RCP é sequências de procedimentos pré-estabelecidos por protocolosespecíficos que visam à reversão da parada.

Ressuscitação cardiopulmonar – RCP

A técnica para tratamento de parada cardiorrespiratória é o a ressuscitaçãocardiopulmonar – RCP. A RCP é composta por uma sequência de avaliações e procedimentosque garantem um índice grande de sobrevida ao paciente parado até o acesso ao serviçoavançado.

Identificação de PCR

Em paciente não responsivo, coloca-se o mesmo em superfície rígida. Abre-se VAs,realiza-se VOS. Se não respira, aplicam-se duas ventilações, verifica novamente. Não respirando,verifica-se Pulso. Na ausência de pulso. Inicia-se RCP.

A RCP consiste em aplicar 2 ventilações para 30 compressões (30x2). Se o socorristaestiver sozinho, ele efetuará as duas manobras. Se houver dois socorristas, um ventila e outrorealiza a compressão.

Mensuração do ponto de compressão torácica

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Adulto e Criança:

Contorne as costelas do paciente atéachar o processo xifoide, com a outra mãocoloque dois dedos acima (no osso esterno),e novamente coloque a outra mão acima dosdois dedos achando assim o ponto torácico.

Lactente: trace uma linha imaginária entre os mamilos,coloque o dedo indicador sobre a linha imaginária retire e com odedo médio e anular terá identificado o ponto de compressão.

Antigamente, aplicava-se 15x2 em dois socorristas e 30x2se estivesse sozinho. De acordo com um artigo publicado naRevista Brasileira de Terapia Intensiva (2006), passou-se aexecutar universalmente 30x2.

Posição da RCP

As mãos devem ser posicionadas ambas de frente para o paciente, uma sobra à outra, cruzando os dedos. Os dedos da mão de cima puxam o dedos da mão de baixo, evidenciando a região hipotenar. É a região hipotenar da mão de baixo que irá comprimir o ponto torácico.

Em crianças, utiliza-se somente uma mão, porém a região que deve comprimir o ponto torácico também é a região hipotenar.

Adulto: mão unidas, dedos entrelaçados, região hipotenar da mão apoiado no pontotorácico, os braços apoiados perpendicularmente ao corpo do paciente.

É importante ressaltar que a mão que vai fazer a maior força é a mão que estiver embaixo. A mão de cima tem duas funções, fazer força e puxar os dedos da mão de baixo para cima,a fim de garantir que somente a região hipotenar atuará na compressão.

Criança: com a região hipotenar de uma mão no ponto de compressão, apoiadaperpendicularmente ao corpo do paciente.

Lactente: dois dedos no ponto de compressão.

Outras orientações

As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas:Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto. Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

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Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

Atenção: para realizar RCP, o paciente deve estar sobre superfície rígida. Um ciclo de RCP é 30 compressões por duas ventilações.

Atendimento com um socorrista

Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2

Atendimento com dois socorristas

Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois socorristas, a frequênciadeve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações). Após 2 minutos, reavalie.

Nos pacientes adultos, esta frequência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2Socorristas, a frequência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações).

Os 2 Socorristas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos.

Protocolos de atendimento

Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena noatendimento realizado.

Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente einconsciente, RCP, RCP para leigo. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem.

Check list: RCP adulto

Procedimento

1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida

2. Abra VA

3. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e faça mais duas ventilações

Se o ar passaSe o ar não

passa

4. Verifique pulso4. inicie

imediatamente RCP.

Se não há pulso Se há pulso 5. mensure o ponto torácico e sele o

Ambu5. realize as ventilações de resgate até o

retorno da respiração ou PCR 6. Faça 30 compressões torácicas7. Realize duas ventilações com o AmbuCaso em 2 socorristas, um comprime e o outro ventila.8. Realize o procedimento 7 e 8 mais quatro vezes (5 ciclos no total)9. A cada cinco ciclos realizar VOS e verificar pulso.

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Check list: RCP criança ou lactente

Procedimento

1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida

2. Abra VA

3. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e faça mais duas ventilações

Se o ar passaSe o ar não

passa

4. Verifique pulso4. Inicie RCP

imediatamente.

Se não há pulso Se há pulso 5. mensure o ponto torácico e sele o

Ambu5. realize as ventilações de resgate até o

retorno da respiração ou PCR 6. Se em 2 socorristas realize 15 compressões por duas ventilações. Se 1 socorrista

realiza 30 compressões por 2 ventilações.7. Se em 2 socorristas realize o procedimento 7 e 8 mais nove vezes (10 ciclos no

total) e se em 1 socorrista realize mais quatro vezes (5 ciclos no total).8. a cada fim de 10 ou 5 ciclos realizar voz e verificar pulso, se não retorna.

Obs.: RCP em lactente com 1 ou 2 socorristas: 30 x 2 - 5 ciclos

Check list: RCP leigo

1. Confirme inconsciência

2. Verifique pulso

3. Se não houver pulso, acione o SEM.

4. Se possuir EPI, coloque-os.

4. mensure o ponto torácico e inicie as compressões sem interrupções, rápidas e profundas, num ritmo de 100 compressões por minuto.

5. Faça RCP até a chegada do SEM ou a exaustão do socorrista.

Considerações finais

O estudante deve ter em mente que a mudança de paciente implica muitas vezes namudança da técnica, mesmo que o procedimento seja o mesmo.

Exemplos: ✔ Ao verificar pulso, o socorrista deve verificar o carotídeo em adultos e crianças e

braquial nos lactentes.

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✔ Ao aplicar RCP, deve mensurar igualmente em adultos e crianças através doprocesso xifoide e em lactentes mensurar pela linha dos mamilos. Além de ter o cuidado decolocar duas mão em adultos, uma em crianças e dois dedos em lactentes.

Quando o socorrista está de folga e se depara com uma emergência, deve lembrar-se deacionar o socorro antes de iniciar qualquer procedimento, se houver mais pessoas perto, ele podesolicitar a alguém enquanto inicia os procedimentos.

Se você inicia os procedimentos sem acionar o SEM, quem vai socorrer vocês?

As técnicas de suporte básico da vida são complexas, pois envolvem mudanças deprioridades a cada momento. A única maneira de realizá-las com eficiência é conhecendo-as, epara conhecê-las o aluno deve TREINAR, TREINAR e TREINAR. Além de sempre acompanharas mudanças.

Bases tecnológicas

Mensuração ponto de compressão e aplicação

- adulto e criança

Tapagens, compressões e aplicações.

- lactente

Mensuração ponto compressão RCP

- adulto e criança- lactente

Posição socorrista RCP- adulto- criança- lactente

Posição de recuperação - adulto e criança

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Avaliação da lição

a) Qual a primeira atitude que se deve tomar ao se deparar com uma pessoainconsciente? E as outras duas seguidas?

R: Abrir vias aéreas, realizar e verificar Pulso.b) Explique a corrente da sobrevivência, e diga qual o objetivo de sua criação.R: É uma sequência de passos a serem seguidos em caso de Parada Cardíaca, onde

se forem seguidos rapidamente aumentam a chance de sobrevida do paciente. Seu objetivo éjustamente aumentar a chance de sobrevivência das pessoas que foram acometidas por paradacardiorrespiratória.

c) Quais são os motivos pelos quais as técnicas podem sofrer variações.R: Pela idade dos pacientes, por serem obesos ou apresentarem gestação.d) Qual as técnicas de abertura de VA específicas para casos clínicos e traumáticos?R: Em casos clínicos aplicamos a técnica da Hiperextensão da cervical, já para casos

traumáticos utilizamos a manobra de tração mandibular.e) Descreva as diferenças da varredura digital nos adultos, crianças e lactentes.R: A varredura digital em adultos e crianças é feita com o dedo indicador ou médio

dependendo da necessidade e do tamanho da VA.f) Onde é o local que mais comumente se verifica o pulso em adultos e crianças em

suspeita de PCR? E em lactentes?R: A verificação de pulso em adultos e crianças com suspeita de PCR é no ponto

carotídeo, já no lactente é na região braquial.g) Defina OVACE e cite suas possíveis causas.R: OVACE é obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, pode ser causado pela

epiglote, secreções, ou pequenos objetos que impedem a passagem do ar, como por exemplo,os alimentos.

h) Quais as duas técnicas apresentadas para o tratamento de OVACE.R: Manobra de Heimlich para adultos e crianças e tapagens e compressões torácicas

para lactentes.i) Defina PCR e cite suas possíveis causas.R: PCR é parada cardiorrespiratória é ocasionada por doenças cardíacas, traumas,

choques elétricos, etc.j) Qual a técnica em nível de suporte básico apresentada parta o tratamento de PCR.R: A técnica para tratamento de PCR em nível de suporte básico é a RCP, que

consiste em aplicar compressões torácicas e insuflações no paciente.k) Descreva a mensuração do ponto de compressão para adultos, crianças e lactentes.R: Adulto e Crianças: contornando as costelas, ache o processo xifoide, com a outra

mão meça dois dedos acima e, logo acima coloque a região hipotenar da outra mão. Esse pontodeverá estar em cima do osso esterno do paciente.

Lactentes: trace uma linha imaginária entre os mamilos, faça a compressão no centro dopeito um dedo abaixo dessa linha imaginária.

l) Como deve ser a aplicação das compressões em cada um dos pacientes?R: As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas:Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto. Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto. Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

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Módulo I - Unidade Didática 7

Hemorragias e Estado de Choque

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Descrever o funcionamento do sistema circulatório, bem como sua importância e

nomenclatura básica.2) Demonstrar os métodos para o controle de hemorragias.3) Descrever o procedimento a ser aplicado para hemorragia interna.4) Definir estado de choque.5) Descrever os mecanismos fisiopatológicos do choque.6) Diferenciar os principais tipos de choque.7) Identificar os principais sinais e sintomas.8) Executar corretamente o tratamento pré-hospitalar no estado de choque.

Hemorragias e estado de choque

Sistema CirculatórioÉ um sistema fechado, composto pelo sangue,

coração e por uma rede de tubos denominadosartérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.

As principais funções do sistema circulatório são:

✔ fornecer oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos;

✔ transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e ureia até os órgãos responsáveis por sua eliminação; e

✔ termo regulação do organismo.

Sangue

O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulosvermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

O sangue é composto por:✔ Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os

produtos de degradação para os órgãos excretores.✔ Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio.✔ Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções.✔ Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sanguíneos, necessários

para estancar o sangramento.

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CoraçãoÉ um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que

funciona como uma bomba contrátil e propulsora dosangue.

As camadas musculares do coração são formadaspor três camadas:

- miocárdio: camada média determina a sístole e adiástole cardíaca;

- endocárdio: camada de revestimento interno;- epicárdio: camada de revestimento externo.

Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos decontração e relaxamento da musculatura das suas cavidades:

✔ Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue provenientedos átrios para as artérias pulmonares e aorta;

✔ Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contraçãodos átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

Vasos sanguíneos

São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída porartérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulase capilares.

Hemorragia

Hemorragias ou sangramentos significam a mesma coisa, ou seja, sangue que escapa devasos sanguíneos. A hemorragia poderá ser interna ou externa.

Hemorragia interna

A hemorragia interna não é visível, por isso geralmente é grave. O socorrista deve estaratento aos sintomas, pois é de difícil avaliação. Como na hemorragia interna não se conseguerealizar hemostasia, o socorrista deve tomar outros cuidados com o paciente, como posição detransporte confortável e oxigeno terapia, tudo isso para prevenir o choque hipovolêmico.

Sinais e sintomas de hemorragias internas

✔ Agitação;✔ Palidez;✔ Sudorese intensa;✔ Pele fria e pegajosa;✔ Taquicardia;✔ Hipotensão;✔ Sede;✔ Fraqueza;

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✔ Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo;✔ Vômito ou tosse com presença de sangue;✔ Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais;✔ Sangramento pelas genitálias;

Tratamento de hemorragias internas

✔ garantir a permeabilidade das vias aéreas;✔ coloque o paciente deitado e eleve as pernas cerca de 20 cm;✔ Mantenha a temperatura corporal;✔ Não de nada de comer nem beber;

Hemorragia externa

A hemorragia externa é visível, facilitando sua avaliação e tratamento. Dentro dahemorragia e externa há a classificação anatômica das hemorragias:

Hemorragia capilar: o sangue sai lentamente dos vasosmenores.

Hemorragia arterial: hemorragia que faz jorrar sangue pulsátile de cor vermelho vivo.

Hemorragia venosa: hemorragia onde o sangue sai lento econtínuo, com cor vermelha escuro.

Métodos de hemostasia

A hemostasia consiste em conter a hemorragia externa não oriunda de orifícios naturais.Para promover a hemostasia deve-se fazer a compressão direta sobre o ferimento, elevar omembro, e comprimir o ponto arterial próximo da lesão. As três técnicas podem ser utilizadascombinadas em caso de hemorragia severa.

Alguns cuidados devem ser observados:

✔ Utiliza-se primeiramente apressão direta, se não for suficiente, eleve omembro, e se ainda assim não for suficientecomprima o ponto arterial, utilizando as trêstécnicas combinadas;

✔ na pressão direta, nunca retiraro campo já colocado, para evitar que a

Pressão direta

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hemorragia retorne;✔ Nunca retire objetos

encravados, exceto nas bochechas;✔ Sangramentos por orifícios

naturais não devem ser oclusos. Eles sereferem às hemorragias internas. Caso osocorrista oclua o sangramento, ele não vairealizar hemostasia, mas sim forçando osangue a procurar uma cavidade para se alojar,causando maiores danos ao paciente;

✔ A hemorragias pode levar opaciente a choque hipovolêmico, portantodeve-se sempre estar atento aos sinais esintomas.

Elevação membro

Compressão do ponto arterial

A hemostasia consiste em conter a hemorragia externa não oriunda de orifícios naturais.Para promover a hemostasia deve-se fazer a _______________ sobre o ferimento,_______________, e _______________________________ próximo da lesão. As três técnicaspodem ser utilizadas combinadas em caso de hemorragia severa.

Alguns cuidados devem ser observados:

✔ Utiliza-se primeiramente a pressão direta, se não for suficiente, eleve o membro, ese ainda assim não for suficiente comprima o ponto arterial, utilizando as três técnicascombinadas;

✔ na pressão direta, nunca retirar o campo já colocado, para evitar que a hemorragiaretorne;

✔ Nunca retire objetos encravados, exceto nas bochechas;✔ Sangramentos por orifícios naturais não devem ser oclusos. Eles se referem às

hemorragias internas. Caso o socorrista oclua o sangramento, ele não vai realizar hemostasia,mas sim forçando o sangue a procurar uma cavidade para se alojar, causando maiores danos aopaciente;

✔ A hemorragias pode levar o paciente a choque hipovolêmico, portanto deve-sesempre estar atento aos sinais e sintomas.

Estado de choque

Definição de estado de choque

O estado de choque é uma reação do organismo a uma condição em que o sistemacirculatório não é eficiente, por algum motivo.

A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todasas partes do corpo. Quando esse processo é falho ou insuficiente, o organismo utilizamecanismos para evitar a falta do sangue nos órgãos vitais, desviando assim o fluxo normal dacirculação.

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Tipos de choque

Choque hemorrágico: É o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda deplasma.

Choque cardiogênico: É o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha docoração no bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.

Choque neurogênico: É o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofreum trauma e o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasossanguíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dosvasos sanguíneos dilatados.

Choque anafilático: É o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrarem contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo,alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático éo resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.

Choque séptico: É o choque da infecção. Micro-organismos lançam substânciasprejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-seinsuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado.

Choque psicogênico: Algo psicológico afeta a vítima. O sangue drena da cabeça e seacumula no abdome causando desmaios.

Choque metabólico: Choque insulínico, coma diabético, vômito, diarreia ou outrascondições que causem perdas de líquidos e alteração no equilíbrio bioquímico do corpo.

Sinais e sintomas do estado de choque

- pele opaca - astenia- pele fria e úmida - diaforese- sede - respiração rápida e superficial- taquicardia - cianose- hipotensão - náuseas- tontura - alterações na consciência- respiração superficial e irregular

Tratamento pré-hospitalar

✔ SBV;✔ Posicionar a vítima em decúbito dorsal;✔ Em caso de gestação, dificuldade respiratória, lesão torácica adotar posição semi-

sentada;✔ Afrouxar roupas apertadas;✔ Controle qualquer hemorragia externa;✔ Imobilização das fraturas;✔ Manter a vítima aquecida;✔ Manter a vítima imóvel;✔ Eleve os MMII a 20/30 cm acima do nível do coração. (exceto em TCE, AVC ou

lesões nos MMII);✔ Não administrar qualquer substância ou líquido via oral;✔ Encaminhar ao hospital.

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Brigadista Particular

Avaliação da lição

1. Quais os três métodos de controle de hemorragia externa?R: Pressão direta, elevação do membro e compressão do ponto arterial.2. O que não se deve fazer quando há sangramento em orifícios naturais? Do que

suspeitar nesse casos?R: não impedir a saída do sangramento, ou seja não realizar a hemostasia, somente

limpar. Deve-se suspeitar de hemorragia interna.3. Defina Estado de choque.R: É uma falha no sistema circulatório.4. Indique os sinais e sintomas mais comuns do estado de choque.R: Palidez, sudorese, astenia, cianose, pele fria e pegajosa, pulso rápido e fraco,

agitação, etc.

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Módulo I - Unidade Didática 8

Intoxicação e Envenenamento

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Definir intoxicação e envenenamento;2) Identificar as formas mais comuns de envenenamento;3) Descrever os tratamentos básicos, ao nível de suporte básico das vítimas

envenenadas;

Intoxicação e Envenenamento

Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada pelaabsorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos ao organismo ourisco de vida às pessoas.

Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas: ✔ Ingestão;✔ Absorção através da pele;✔ Inalação;✔ Injeção.

Vias de intoxicações

Intoxicações por ingestão

Nos casos onde é possível a ingestão de venenos, o Socorrista deve tentar obter o máximode informações e o mais rápido possível. Logo após a avaliação inicial, deve-se verificar se nolocal existem recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ouqualquer indício que permita identificar a substância ingerida.

Sinais e sintomas

✔ Queimaduras ou manchas aoredor da boca (caso de substâncias líquidas)

✔ Odor inusitado no ambiente,no corpo ou nas vestes do paciente;

✔ Respiração anormal; ✔ Pulso anormal; ✔ Sudorese; ✔ Alteração do diâmetro das

pupilas;

✔ Formação excessiva de salivaou espuma na boca;

✔ Dor abdominal; ✔ Náuseas; ✔ Vômito; ✔ Diarreia; ✔ Convulsões; ✔ Alteração do estado de

consciência, incluindo a inconsciência.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Mantenha as VA permeáveis;

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✔ Caso tenha disponível, ofereça carvão ativado (observe protocolo local); ✔ Induza vômito somente se o socorrista tiver certeza que a substância ingerida não

é corrosivas ou irritantes e derivados de petróleo;✔ Nunca induzir o vômito em pacientes inconscientes ou em convulsão;✔ Guarde em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo

paciente;✔ Transporte com monitoramento constante.

Frente aos venenos, em geral, o socorrista fica muito limitado e necessita de antídotosespecíficos, portanto o transporte deve ser rápido.

Intoxicações por inalação

São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (Ex: gases produzidos por motoresa gasolina, solventes, gases industriais, aerossóis, etc.).

Auxilie o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorroespecializado e utilize os EPIs necessários.

Uma ação importante a tomar é obter informações do próprio paciente e de testemunhas,tentando identificar o tipo de gás venenoso inalado.

Sinais e sintomas

✔ Respirações superficiais e rápidas; ✔ Pulso rápido ou lento; ✔ Dificuldade visual; ✔ Tosse; ✔ Secreção nas VA.

A absorção da substância tóxica por inalação pode também produzir os sinais e sintomasdescritos nas intoxicações por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Remova o paciente para um local seguro. Se necessário, remova as roupas dopaciente;

✔ Mantenha as VA permeáveis;✔ Avalie e, se necessário, realize manobras de reanimação (não faça boca a boca,

utilize o reanimador manual ou máscara de proteção);✔ Administre oxigênio suplementar.

Intoxicações por contato

São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas, pormeio de absorção. Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes na superfícieda pele, outras, o veneno é absorvido sem dano algum. A maioria dos tóxicos absorvidos sãosubstâncias químicas de uso comum e plantas.

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Sinais e sintomas

✔ Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento equeimaduras químicas no local;

✔ Inflamação; ✔ Coceiras (pruridos) e ardência na pele; ✔ Aumento da temperatura da pele.

A absorção dos tóxicos por contato pode produzir os sinais e sintomas descritosanteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar

Para atender estes pacientes, o socorrista deve usar além dos EPI s básicos, proteção paraa sua roupa.

✔ Remova o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal;✔ Remova as roupas e os calçados contaminados e lave a área de contato com muita

água corrente (mínimo de 15 minutos); ✔ Guarde os materiais e roupas em sacos plásticos próprios;✔ Transporte com monitoramento constante.

Intoxicações por injeções

As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos são as maneiras como oveneno de origem animal é injetado em nosso corpo. Outras formas: agulhas hipodérmicas commedicamentos, drogas contaminadas com substâncias tóxicas ou overdose de drogas.

Sinais e sintomas

✔ Picadas ou mordidas visíveis na pele. ✔ Podem apresentar dor e inflamação no local; ✔ Ardor na pele e prurido (coceira); ✔ Choque alérgico;✔ Hemorragias; ✔ Parada respiratória e/ou cardíaca.

A absorção dos tóxicos por injeção pode também produzir os sinais e sintomas descritosanteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Previna o choque;✔ Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele), raspe no sentido contrário para

evitar a injeção do mesmo no corpo;✔ Monitore constantemente o paciente e esteja preparado para uma parada

respiratória e/ou cardíaca;

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✔ Transporte imediato para o hospital. Acidentes ofídicos

Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas quevariam bastante de acordo com o gênero do animal (serpente).

Sinais e Sintomas

✔ Marca dos dentes na pele; ✔ Dor local e inflamação; ✔ Pulso acelerado e respiração dificultosa; ✔ Debilidade física; ✔ Problemas de visão; ✔ Náuseas e vômito; ✔ Hemorragias.

Tratamento Pré-Hospitalar

✔ Mantenha o paciente calmo e deitado, removendo-o do local do acidente;✔ Lave com água e sabão o local da picada;✔ Retire anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na

extremidade afetada;✔ Mantenha o membro afetado elevado ou no mesmo nível do coração;✔ Previna o choque;✔ Transporte com monitoramento constante, e caso necessário, realize manobras de

reanimação.

Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada deacordo com as seguintes normas:

✔ Soro específico; ✔ Dentro do menor tempo possível; ✔ Em quantidade suficiente.

O socorrista deve considerar todas as picadas como venenosas até que se prove ocontrário. Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduza o espécime que provocoua lesão para avaliação e identificação da espécie.

Restrições

Não faça curativo ou qualquer tratamento caseiro; ✔ Não corte nem fure o local da picada; ✔ Não ofereça bebidas alcoólicas; ✔ Não faça torniquete.

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Avaliação da lição

1) Cite as quatro vias de intoxicação e crie um exemplo por cada.

2) Procure na internet o que é o CIT. E pesquise o telefone do CIT-SC.

3) O que fazer e o que não fazer em um envenenamento?

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Módulo I - Unidade Didática 9

Ferimentos em Tecido Mole e Uso de Bandagens e Ataduras

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Definir os principais tipos de ferimentos;2) Descrever os procedimentos básicos usados no cuidados de feridas;3) Executar corretamente a aplicação da bandagem e ataduras;

Ferimentos em Tecidos Moles e uso de bandagens e ataduras

Classificação dos Ferimentos - Tipos de ferimentos e cuidados básicos

Ferimento abertoÉ aquele onde existe uma perda de continuidade da superfíciecutânea

Ferimento fechadoOcorre quando a lesão é abaixo da pele, porém não existe perda dacontinuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

Abrasões ou escoriações

DescriçãoLesões superficiais, com sangramento discreto, muito dolorosos, popular “ralado”.Observações- geralmente não é grave;- contaminação é a maior preocupação.

Tratamento

- limpar com soro fisiológico e gaze;- proteger com curativo estéril umedecido;- bandagens e ataduras.

Ferimentos incisivosDescriçãoBordas regulares produzidas por objetos cortantes com fio, quando unidas as pontas se unem facilmente.ObservaçõesCausam sangramentos variáveis que podem ser superficiais ou profundos

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Tratamento- hemostasia- proteger com curativo estéril- bandagens e ataduras

Lacerações

Descrição Observações Tratamento

-bordas irregulares;-produzidas por objetos rombo;-ao aproximar as extremidades não se unem;-popular “rasgado”

-causam sangramentos variáveis;-podem ser superficiais ou profundos;

-hemostasia;-proteger com curativo estéril;-bandagens e ataduras;

Penetrantes ou perfurantes

Descrição- danificam o tecido em linha transversal;- são provocados por objetos pontiagudos e ermas de fogo.Observações- considerar lesões em órgão internos;- uma ferida penetrante pode ser perfurante, quando há umponto de entrada e outro de saída.Tratamento- hemostasia;- proteger o ferimento com curativo estéril;- atadura e bandagens;- não retirar objetos encravados.

AvulsõesLesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele ou músculos

Observações:- se estiver presa deve-se recolocar no local protegendo-o com gaze umedecida para não contaminar.Tratamento:- hemostasia;- proteger o ferimento com curativo estéril.

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Amputações

Descrição- perda de um membro do corpo humano.Observações- pode ser desde a parte um dedo até uma perna ou braço.Tratamento- proteger o ferimento;- procurar a parte amputada envolver em gaze estéril e colocá-la em um plástico limpo e fechado.

Eviscerações

Descrição- rompimento da musculatura do abdome expondo as vísceras.Observações: Pode haver ou não exposição (quando sai da cavidade abdominal);- ferimento altamente contaminante.Tratamento- não lavar;- proteger o ferimento e as vísceras;- após protegidas colocar sobre o curativo do abdome para manter o calor corporal.

Empalamento

Descrição

-encravamento em orifícios naturais.

Tratamento

-não retirar;-estabilizar objeto.

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ContusõesDescrição

- ferimento fechadoocasionado por“batida”;- apresentam edema ehematoma.

Observações

- podem rompertecidos internoscausando hemorragiasinternas.

Tratamento

- imobilização;- prevenir o choque.

Outros ferimentos

Trauma fechado de abdome

Sinais e sintomas- Dor ou contração;- abdômen protegido;- respiração rápidas e superficiais;- abdômen sensível ou rígido;- Tratar como contusão.

Observações- nem sempre irá aparecer hematoma;- lesão produzida por cinto de segurança de duas pontas (foto).

Couro cabeludo

Tratamento

- hemostasia (pressão direta);- não aplicar pressão se existirTCE;- não lavar;- realizar curativo.

Observações- suspeitar de lesão adicional nocrânio e cervical.

Ferimento de face

Tratamento

- revisar a boca procurando corposestranhos ou sangue coagulado;- manter VA permeáveis;- empurrar objetos penetrantes nabochecha de dentro para fora;- mantenha a posição neutra dacabeça.

Observações

- se for necessário transporte opaciente lateralizado para drenagemde fluídos;- suspeitar de lesões adicionais nacabeça e pescoço.

Epistaxe (sangramento nasal)

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Tratamento

- permeabilidade das VA;- fletir a cabeça para frente;- comprimir acima das

fossas nasais (no septo).

Observações

- não fletir a cabeça para trás;- se houver líquido.cefalorraquidiano não impedirsua saída

Ferimento nos olhos

Tratamento

- não comprimir sobre os olhos;- cobrir o olho lesado com gaze umedecida;- estabilizar objetos encravados.

Observações

- cobrir os dois olhos.

Lesões de ouvido e orelhas

- não tentar remover objetos encravados- não pressionar

- não realizar hemostasia se ela sair do ouvido

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Ferimento no pescoço

Tratamento

- aplicar pressão direta nashemorragias;- observar VA e respiração;- deixar a cabeça em posiçãoneutra.

Observações

- não pressionardemasiadamente;- não comprimir ambos os ladosdo pescoço;- suspeitar de lesões adicionaisde crânio e cervical.

Ferimento nas genitálias

Tratamento Observações

- controlar ferimento com pressão direta;- em contusões utilizar bolsa de gelo ou água fria;- não remover objetos transfixados;- proteger partes avulsionadas com curativos estérilumedecidos.

- em caso de o paciente estar comsuspeita de ferimento na genitálialembre-se de perguntar se ela nãoestá no período menstrual.

Como fazer um curativo

Materiais necessários para realizar um curativo

- Gaze;- Atadura;- Soro fisiológico;- Bandagem triangular;- Tesoura.

Objetivos de se fazer curativos

Contensão de hemorragias: o curativo bem feito auxilia na hemostasia.Prevenção de contaminação: o curativos previne maior contaminação do ferimento que

fica menos tempo exposto contaminado (cena da ocorrência e/ou ambulância, contato comsecreções, etc.).

Como fazer um curativo

USE SEMPRE EPI'sExponha o local da ferida;Cubra o ferimento com gaze;Fixe a gaze com ataduras de forma que fique firme e confortável;Inicie fixando a atadura da região distal para a região proximal;Não aperte demais para não trancar a circulação.

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Módulo I – Unidade Didática 10

Trauma Crânio Encefálico

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade craniana;2) Descrever sinais e sintomas de vítima com TCE;3) Descrever sinais e sintomas das principais lesões cranianas e encefálicas e

tratamentos.

Trauma crânio encefálico

Aspectos anatômicos da cavidade craniana

O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central e sistema nervoso periférico,veja:

A cavidade craniana comporta e protege o cérebro que é um órgão do sistema nervosoresponsável por enviar mensagens de funcionamento e controle para todos os outros órgãos docorpo.

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Classificação dos traumas crânio encefálico

Classificação

Assim como em outras lesões, pode se encontrar traumas de crânio:✔ aberto ou fechado;✔ com fraturas ou sem fraturas.

Porém todas devem passar por uma avaliação rigorosa, pois qualquer uma delas podelesionar a massa encefálica. Os danos no cérebro é que vão identificar a gravidade da lesão.

As lesões podem ser classificadas como direta e indireta:✔ Direta: São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e

lesando o encéfalo. ✔ Indireta: contusão ou concussão.

Diferença entre concussão e contusão

Concussão: lesão causada por uma pancada na cabeça que produz um edemacerebral. Frequentemente associada a dor de cabeça, perda breve da consciência ou emcasos mais graves, inconsciência prolongada.

Contusão: lesão mais grave que produz o rompimento de vasos sanguíneos. Osangue forma coágulos dentro do crânio e pressionam o cérebro, afetando eprejudicando as funções cerebrais.

Sinais e sintomas de TCE

✔ Cefaleia e/ou dor no local da lesão;✔ náuseas e vômitos;

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✔ alterações da visão;✔ alteração do nível de consciência;✔ ferimento ou hematoma no couro cabeludo;✔ deformidade do crânio;✔ pupilas desiguais (anisocóricas);✔ alteração dos sinais vitais;✔ lesão periorbital (olhos de guaxinim);✔ sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos;✔ líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz;✔ postura de decorticação ou descerebração.

PESQUISAPesquise o que seria postura de decorticação e postura de descerebração, e qual delas

indica uma situação mais grave.Tanto a descorticação e a descerebração são achados patológicos que podem

existir quando se examina um doente em coma. A descerebração ocorre quando o comaresulta de um dano no tronco cerebral. Neste caso, o doente apresenta o membrosuperior estendido. A descorticação aparece no doente com lesão nos núcleos da base(estruturas de massa cinzenta localizadas no interior do cérebro) ou entre eles e o córtexcerebral. Neste caso os membros superiores estão flectidos. Ambos correspondem acondições de grande gravidade sendo que a descerebração tem um pior prognóstico.

Os traumatismos cranianos podem apresentar gravidades diferentes dependendo daintensidade da força do trauma, o local e o tamanho da lesão. Sendo assim o socorrista podeobservar todos os sinais e sintomas nos TCE's mais graves e somente alguns nos mais leves.

SAIBA MAISPor mais leve que seja o TCE o socorrista não deve se descuidar do SBV. Esse

paciente deve ser monitorado constantemente lembrando que o TCE é passível de evoluçãoem estado de choque.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Corrija os problemas que ameaçam a vida (ABC);✔ Suspeite de lesão cervical associada abrindo VA com manobra modificada; ✔ Colocação de colar cervical (permeabilidade VA);✔ Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos orifícios

naturais);✔ Cubra e proteja os ferimentos abertos sem pressionar o crânio;✔ Mantenha a vítima em repouso com o tronco levemente elevado;✔ Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso; ✔ Previna e/ou trate o choque;✔ Não dê nada para comer ou beber; ✔ Esteja preparado para o vômito e convulsões protegendo o paciente;✔ Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça e imobilize-os.

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Cuidados especiais em traumatismos de face

O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos, dentes, sangue,avulsões, objetos transfixados na bochecha, pois poderão provocar obstruções nas vias aéreas.

Os cuidados são os mesmos do TCE e ferimentos em tecido mole, porém sua atençãodeve estar voltada para a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e controle dehemorragias.

Cuidados especiais

✔ esteja preparado para realizar a aspiração no paciente;✔ previna o choque;✔ retire objetos transfixados na bochecha pressionando-os de dentro para fora;✔ cubra os ferimentos com gaze estéril umedecido;✔ nunca realizar a limpeza do ferimento jogando soro fisiológico direto no

ferimento;✔ monitore o paciente.

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Módulo I - Unidade Didática 11

Traumatismo Raquimedular

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade espinhal;2) Descrever sinais e sintomas de vítimas com TRM;3) Descrever sinais e sintomas das principais lesões de coluna e tratamento pré-

hospitalar.

Traumatismo Raquimedular

Aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade espinhalColuna vertebral

Relação das raízes nervosas com as vértebras

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Detalhe dos nervos saindo de entre as vértebras

A medula espinhal percorre toda a coluna vertebral. Entre cada vértebra sai nervos damedula espinhal destinados a alguma região do corpo específica. Essa regiões englobafuncionamento de órgãos, sentidos como o tato, sensibilidade, motricidade, etc.

O trauma raquimedular se caracteriza pela lesão das vértebras ou da medula óssea. Nem sempre quando há lesão na vértebra há necessariamente lesão na medula, por esse motivo é que deve-se ter tanto cuidado ao manipular uma vítima de trauma.

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Trauma tipo chicote

Uma das causas de lesões na cervical é o “efeito chicote” ou “trauma tipo chicote”,que acontece principalmente em colisões frontais de veículos.

Sinais e sintomas de vítimas com TRM

✔ Dor regional (pescoço, dorso e região lombar); ✔ Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e/ou inferiores; ✔ Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia); ✔ Sensação de formigamento nas extremidades; ✔ Deformidade em topografia da coluna; ✔ Perda do controle urinário ou fecal; ✔ Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico; ✔ Priapismo (ereção peniana contínua).

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Complicações

✔ Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feitaexclusivamente pelo diafragma;

✔ A lesão medular pode provocar dilatação dos vasos sanguíneos, podendo seinstalar o choque (neurogênico).

Tratamento pré-hospitalar

✔ Corrija os problemas que ameaçam a vida (ABC);✔ Controle o sangramento importante;✔ Coloque colar cervical;✔ Administre o oxigênio; ✔ Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente; ✔ Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP;✔ Monitore os sinais vitais constantemente;✔ Previna o choque e esteja preparado para parada respiratória;

Avaliação da lição

1) Cite pelo menos três sintomas e três sinais de TRM.

Sintomas: dor regional, sensação de formigamento, perda da sensibilidade (esteúltimo pode ser considerado sinal e sintoma).

Sinais: deformidade em topografia da coluna, perda do controle urinário ou fecal,dificuldade respiratória.

2) Quais são as complicações que podem ocorrer durante o atendimento à um pacientecom TRM?

Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feitaexclusivamente pelo diafragma.

A lesão medular pode provocar dilatação dos vasos sanguíneos, podendo se instalaro choque (neurogênico).

3) Cite três primeiros passos no atendimento à um paciente com TRM.

*OBS.: Provavelmente os alunos irão responder seguindo a sequência da apostila e oinstrutor poderá aproveitar a oportunidade para relembrar a UD 4, sobre Avaliação geraldo paciente.

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Módulo I - Unidade Didática 12

Partos em Situação de Emergência

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Descrever a anatomia de uma mulher grávida;2) Descrever os sinais e sintomas indicativos de período expulsivo;3) Identificar as principais complicações do parto e os procedimentos no

atendimento pré-hospitalar.4) Demonstrar os procedimentos a serem aplicados no parto normal para a mãe e o

bebê.

Partos em situação de emergênciaAnatomia da mulher grávida

Fases do trabalho de parto

Primeira fase - DilataçãoA dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o

feto entra no canal de parto.Segunda fase – ExpulsãoA partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê.Terceira fase – DequitaçãoApós o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).

Evolução do trabalho de parto

Entrevista✔ Pergunte o nome e idade da mãe;✔ Pergunte se realizou o exame pré-natal;✔ Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará

cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subsequente);✔ Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo);✔ Pergunte a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar);✔ Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico;

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✔ Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar.✔ Antes de efetuar qualquer procedimento, o Socorrista deve realizar uma entrevista

com a parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis;✔ Se após a entrevista o Socorrista avaliar que o parto não é iminente, deve proceder

ao transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumasabertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

Sinais e sintomas do período expulsivo

✔ Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico;✔ Frequência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50

segundos;✔ Abaulamento da vulva;✔ Apresentação da cabeça do feto;✔ Necessidade frequente de urinar e/ou defecar.

Condutas em parto emergencial

Parto iminente

✔ Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado;✔ Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranquilizá-la informando

que o que está acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois istofacilitará o nascimento;

✔ Posicione a parturiente para o parto emergencial, peça-lhe para que retire a roupaíntima, deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiadossobre a superfície que está deitada);

✔ Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seusmovimentos respiratórios;

✔ Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão;✔ Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das

nádegas, abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen;✔ Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdome da paciente, acima

do umbigo;✔ Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a

parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer forçadurante as mesmas;

✔ Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). Se o sacoamniótico não estiver rompido, corte-o com técnica e material apropriado;

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Brigadista Particular

✔ Comprima a região do períneo, com uma das mãos, posicionada sob campo que seencontra abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nesta região;

✔ Apoie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedosbem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não tente puxá-lo;

✔ Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentidoface-crânio do bebê;

✔ Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logogira para a direita ou esquerda. Guie, cuidadosamente, a cabeça para baixo e para cima, semforçá-la, facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o corpo;

Anote a data, hora e lugar do nascimento e o nome da mãe!

Cuidados com o recém-nascido

1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador de secreções; 2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule se necessário, massageando com

movimentos circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés;3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar;4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando

pinças, fita umbilical ou similar;5. O primeiro ponto a ser pinçado deve estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo)

a partir do abdome do bebê;6. O segundo ponto a ser pinçado deve estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do

primeiro em direção ao bebê;7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte

deve ser realizado entre os dois pontos pinçados.

Tratamento pré-hospitalar da mãe

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e atentativa de fazer a mãe se sentir o mais confortável possível.

1. Normalmente entre 10 e 20 minutos há a expulsão da placenta. Guarde-a em umsaco plástico apropriado e identifique-a para posterior avaliação médica. O cordão desceprogressiva e espontaneamente. Não o tracione;

2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver,controle-o:

✔ Com gaze ou material similar, retire os excessos de sangue ou secreções;✔ Use um absorvente higiênico ou material similar estéril;✔ Coloque-o sobre a vagina;✔ Não introduza nada na vagina;✔ Oriente para que a parturiente una e estenda as pernas, mantendo-as juntas sem

apertá-las;✔ Apalpe o abdome da mãe, no intuito de localizar o útero;✔ Faça movimentos circulares com o objetivo de estimular a involução uterina e,

consequentemente, a diminuição da hemorragia.

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Brigadista Particular

3. Tranquilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dadosda ocorrência. Transporte à mãe, o bebê e a placenta para o hospital;

4. Durante todos os procedimentos, monitore constantemente a mãe e o bebê.

Principais complicações do parto e seus tratamentos

Apresentação pélvica

Quando as nádegas ou os pés do feto são os primeiros a se apresentar.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente.✔ Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos.✔ A cabeça, geralmente, é liberada espontaneamente, entretanto, algumas vezes ela

poderá não sair de imediato. Nos casos em que a criança não for completamente expulsa em atétrês minutos após a saída da cintura e tronco, não a puxe, apenas crie uma via aérea.

✔ Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedosindicador e médio em forma de "V" entre a face do feto e a parede da vagina, criando, assim, umespaço para que ele possa vir a respirar. Introdução dos dedos em forma de “V” entre as paredesda vagina e a face do bebê;

✔ Criado um espaço para que o feto possa vir a respirar, deve-se mantê-lo. Permitaque o nascimento prossiga mantendo a sustentação do corpo do bebê.

✔ O transporte deverá ser realizado imediatamente, mantendo as vias aéreaspermeáveis.

Observação: se, durante o trabalho de parto, apresentarapenas uma mão ou um pé, não é considerado parto pélvico, essa éuma apresentação de membro, que requer os seguintes cuidados:

1. não puxe a extremidade, nem tente introduzi-lanovamente na vagina;

2. deixe-a na posição ginecológica ou coloque-a na posiçãogenopeitoral, o que ajudará a reduzir a pressão no feto e no cordãoumbilical;

3. Oriente para que respire profunda e lentamente;4. Se necessário oferte oxigênio;5. Transporte à parturiente.

PosiçãoGenopeitoral

Prolapso de cordão umbilical

Ocorre quando durante o trabalho de parto, o cordão umbilical é o primeiro a seapresentar.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral(conforme figura acima);

✔ Não empurre o cordão para dentro da vagina;

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Brigadista Particular

✔ Não introduza a mão ou os dedos na vagina;✔ Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas

cirúrgicas estéreis, para aquecê-lo;✔ Administre oxigênio;✔ Monitore e transporte a parturiente para hospital. Instrua-a para que respire

profunda e lentamente.

Parto múltiplo

Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciarão após o primeironascimento. O procedimento será o mesmo utilizado para o parto simples.

É recomendado ao socorrista que pince o cordão umbilical da primeira criança antes dopróximo nascimento.

Parturiente

Considera-se parto prematuro qualquer nascimento em que o bebê tenha menos de 37semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g, independentemente da idadegestacional, e requer os seguintes cuidados abaixo.

Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o socorrista deve dar uma atençãomaior ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis, toalhas ou papelaluminizado, mantenha a face do bebê descoberta.

Crianças prematuras, frequentemente, requerem reanimação pulmonar; proceda de acordocom as condutas para recém-nascido (neonato).

Hemorragia excessiva

Se, durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pelavagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante o trabalhode parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um problema relacionadoà placenta.

Tratamento pré-hospitalar

1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo;2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina;3. Não introduza nada na vagina;4. Troque os tampões quando estiverem embebidos;5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensanguentados, bem como todo e

qualquer material expulso;6. Previna o estado de choque;7. Monitore os sinais vitais.

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 13

Escala de Trauma e Fichas de APH

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Definir escala de Trauma;2) Descrever o correto preenchimento das escala de trauma;3) Descrever o correto preenchimento da documentação do atendimento pré-

hospitalar.

Escala de Trauma e Fichas de APH

Definição escala de trauma

As Escalas de traumas tem o objetivo que quantificar o nível de gravidade de um pacientetraumatizado como fator decisivo para orientar quanto tempo o socorrista deve permanecer emcena, definir prioridade as prioridades do paciente; que é primeiramente o cuidado com o suportebásico da vida.

As escalas servem também como base e orientação e comunicação entre profissionais deoutras instituições.

Escala de trauma de coma de Glasgow

A Escala de Glasgow é um sistema de pontuação que mede o nível de consciência de umpaciente que tenha sofrido lesão cerebral.

Durante a avaliação do nível de consciência do paciente, através da técnica AVDI, osocorrista pontua a melhor resposta do paciente em três requisitos conforme a tabela abaixo:

A. Abertura Ocular B. Melhor Resposta Verbal C. Melhor Resposta Motora

Não abre 1 Estímulos dolorosos 2Estímulos auditivos 3Espontaneamente 4

Ausente 1Sons e gemidos 2 Palavras desconexas 3 Confuso 4 Orientado 5

Não reage 1 Extensão anormal 2 Flexão anormal 3 Retira aos estímulos 4 Localiza e retira 5 Atende a solicitações 6

TOTAL A+B+C=

Relatórios

Todo atendimento prestado por uma instituição deve ser registrado através da algumdocumento. No caso de atendimento pré-hospitalar prestado pelo Corpos de Bombeiros oregistro é feito através de relatórios que são preenchidos exclusivamente por quem prestou oatendimento. Esse documento tem caráter público, portanto deve ser preenchido com clareza eimparcialidade.

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Os relatórios irão registrar o local, a natureza da ocorrência, suas características, osenvolvidos, os danos causados, bem como seus envolvidos e outras informações relevantes.

Cada instituição elabora seu modelo de relatório de acordo com os seus parâmetros deatendimento, tipo de serviço prestado, etc. E fica a cargo dos socorristas preenchê-lo comfieldade aos acontecimentos.

O preenchimento correto do relatório garante à vítima e ao socorrista uma fieldade àocorrência prevenindo transtornos futuros com a esfera judicial. Bem como alguns direitos àvítima, como por exemplo, indenizações, licenças médicas, etc.

Algumas informações são indispensáveis em um relatórios, tais como:✔ Data;✔ hora;✔ local;✔ tipo;✔ nome e idade da vítima;✔ histórico da ocorrência;✔ suspeitas de lesões ou casos clínicos;✔ procedimentos adotados;✔ materiais utilizados;✔ sinais vitais e diagnósticos;✔ nomes dos socorristas;✔ destino do paciente;✔ recursos adicionais solicitados;✔ escala de trauma;✔ campo para recusa de atendimento;✔ especificações do trauma ou caso clínico;✔ entre outros.

Como fazer um histórico

No histórico deverá ser descrito brevemente o que foi feito na cena do atendimento.Deverá conter a posição do paciente, o nível de consciência, ferimentos aparentes, queixasprincipais, suspeitas de ferimentos e casos clínicos, dados de sinais vitais aferidos,procedimentos e local de encaminhamento.

Exemplo: Após a retirada dos entulhos, verificou-se paciente consciente e desorientado,deitado em decúbito lateral esquerdo, no pátio da empresa Farias & Farias. Segundo relatos defuncionários o mesmo trabalhava quando despencou da escada de aproximadamente 5 metros.Apresentava ferimentos no couro cabeludo, anisocoria, amolecimento de crânio, com suspeita deTCE. Além de insensibilidade e dos MMII, com suspeita de TRM. Não conseguia se comunicar.Após imobilização em maca, com colar e cinto aranha, foi conduzido com oxigeno terapia até oHHAO.”

Nesse relatório tudo indica que foi um acidente de trabalho, porém o socorrista não deveafirma isto a não ser que seja através do relato de alguém.

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SUGESTÃO DE ATIVIDADE

Conte ou encene uma ocorrência que você atendeu e peça para cada aluno realizarum histórico da cena usando os parâmetros comentados na apostila.

Exercício: ________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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Módulo I - Unidade Didática 14

Fraturas, Luxações e Entorses

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Descrever aspectos anatômicos do sistema musculoesquelético;2) Definir as lesões musculoesquelético e articulares;3) Identificar sinais e sintomas de cada tipo de lesão;4) Aplicar corretamente as técnicas de imobilização ao trauma de extremidade.

Fraturas, luxações e entorses

Aspectos anatômicos do sistema músculo esquelético

Classificação dos ossos

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: Ossos longos:Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duasextremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maiorresistência. O osso um pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso docorpo em vários pontos, de tal forma que há melhor distribuição do mesmo. Osossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentamgrande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. Exemplo: Fêmur.

Ossos curtos: São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentospraticamente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso,exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto.Exemplo: Ossos do Carpo.

Ossos laminares (planos): São ossos finos e compostos por duaslâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjosoentre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandesáreas para inserção de músculos. Exemplos: Frontal e Parietal.

O esqueleto

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Lesões musculoesqueléticas e articulares

Fraturas

FraturasFratura é a ruptura total ou parcial de um osso. Pode ser classificada em:

a) Aberta: onde há rompimento da pele;b) Fechada: onde não há rompimento da pele.

Sinais e sintomas

✔ Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local quenão possui articulação;

✔ Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor; ✔ Crepitação: num movimento da vítima podemos escutar um som áspero,

produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente,porque aumenta a dor e pode provocar lesões;

✔ Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de certoinchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderádemorar várias horas para aparecer;

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✔ Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. Avítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e sentedor intensa;

✔ Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem seprojetar através da pele ou for vistos no fundo do ferimento.

Luxação

É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que assuperfícies articulares percam o contato entre si.

Sinais e sintomas

- Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada; - Edema; - Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação; - Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos articulares.

Entorse

É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude.

Sinais e sintomas

São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentosgeralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

SAIBA MAIS

Para termos práticos a diferença essencial entre uma luxação e um entorse é que na luxação aarticulação desalinha e fica desalinhada e no entorse a articulação desalinha e volta para olugar. Porém em ambos os casos devem ser imobilizados pois podem sofrer lesões nosligamentos, tendões, etc.

Tratamento pré-hospitalar

O tratamento pré-hospitalar para fraturas é a imobilização.

Regras básicas de imobilização:

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✔ alinhar (trazer à posição anatômica);✔ tracionar;✔ colocar tala;✔ fixar tala com atadura da região distal para proximal;✔ juntar ao corpo.

Imobilização de luxação e entorses:

✔ não alinhar;✔ não tracionar;✔ imobilizar na posição encontrada;✔ colocar tala;✔ fixar tala.

Razões para realizar a imobilização:

A imobilização é o tratamento pré-hospitalar para fratura, luxação e entorse. Osbenefícios da imobilização são:

✔ minimização da dor;✔ Prevenção de lesões adicionais de músculos, nervos e vasos sanguíneos;✔ Manutenção da perfusão no membro; e✔ Auxílio da hemostasia.

Atividade prática:

Separar os alunos em duplas e distribuir o material de imobilização disponível, solicitarque os mesmos as realizem as imobilizações demonstradas na aula.

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Módulo I - Unidade Didática 15

Técnica de Remoção

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Executar corretamente a remoção de vítimas em locais típicos e atípicos do

ambiente pré-hospitalar:

1.1 Técnicas de Remoção

São as técnicas das quais o socorrista irá se utilizar para retirar a vítima do local daocorrência até um local seguro a fim de garantir segurança para si e para a vítima eprincipalmente com o propósito de minimizar as sequelas do trauma ou caso clínico ocorrido.

Imobilizações

Membros

Os membros devem ser imobilizados abrangendo a articulação anterior e posterior, eposteriormente unidos ao corpo, próximo à posição anatômica.

MMII – tíbia e fíbula, joelho, fêmur, tornozelo, pé;MMSS – rádio e ulna, cotovelo, úmero, mão;TTF – aparelho de tração específica para fratura de fêmur.

Cinturas

As cinturas devem ser imobilizadas utilizando a própria base do corpo como sustentação.Cintura pélvica: colo de fêmur, ílio, ísquio e púbis;Cintura escapular: clavícula, escápula e articulação.

Coluna

A coluna deve ser imobilizada sempre em superfície rígida, realizando o mínimo demovimentos o possível. A maior preocupação é com a coluna cervical.

Colar cervical – específico para imobilizar a coluna cervical em amplitude vertical;Maca – superfície rígida onde são colocado pacientes traumatizados;Base e coxins – específico para imobilizar coluna cervical em amplitude horizontal.

Luxações e entorses

As luxações e entorses são traumas específicos de articulações, onde a imobilização deveser feita na posição em que for encontrada.

Improvisações

As improvisações devem ser feitas sempre lembrado dos critérios básicos deimobilizações.

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Colocação de colar cervical

A cabeça deve estar apoiada e fixa, em posição anatômica. Não se deve levantar a cabeçapara colocar o colar cervical. A mensuração é feita medindo, em dedos, a distância do trapézioaté a mandíbula e transportada ao colar.

Colocação em maca

✔ Rolamento de 90º;✔ Rolamento de 180º;✔ Elevação a cavaleiro;✔ KED;✔ Fixação na maca com cinto aranha e coxins.

Outras manipulações

Retirada de capacete;Rolamento 1 socorrista emergencial vítima politraumatizada.

Manipulação e transporte de emergências médicas

A manipulação e transporte de casos clínicos são tão complexas quanto à dotraumatizado, pelo fato de poder amenizar ou piorar o quadro clínico. Cada caso requer umaposição diferenciada, sendo que é importante considerar o conforto do paciente.

Podemos pensar que por ser caso clínico não precisaremos de maca rígida, porémdependendo do estado do paciente ele pode sofrer uma parada cardiorrespiratória e se não houveruma superfície rígida não haverá eficácia nas com pressões torácicas. Sempre que o paciente seencontrar no estado instável ou crítico, deve ser transportado com maca rígida, mas pode-seutilizar a maca se o socorrista julgar necessário em outros casos também.

Portanto devem-se observar as seguintes peculiaridades de cada caso clínico:✔ AVC: a cabeça deve estar um nível acima do corpo, para isso incline a maca

retrátil. Lembre-se de não obstruir as VA, sendo assim deve-se elevar o tronco e não somente acabeça. Se estiver em maca rígida, coloque algo embaixo da maca para elevá-la. Essa posiçãodeve ser utilizada em TCE também.

✔ IAM e dispneia: o paciente consciente preferirá a posição semi-sentada. Deve-serespeitar essa necessidade. Pacientes com dificuldades respiratórias também devem escolher aposição a ser transportados, desde que não prejudiquem outras prioridades (ABC e cervical).

✔ Estado de choque: os MMII devem estar mais elevados, a fim de concentrar osangue no tronco e cabeça. Coloque um cobertor nas pernas ou abaixo da maca rígida. Essaposição só não é aceita se o paciente apresenta TCE ou AVC juntamente com o estado de choque.

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Módulo I - Unidade Didática 16

Limpeza e Desinfecção

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Descrever a importância dos procedimentos de limpeza e desinfecção de viaturas

e equipamentos;2) Citar os cuidados e acondicionamento adequado do lixo hospitalar;3) Citar os produtos químicos, materiais e EPI, utilizados nos procedimentos de

desinfecção terminal e concorrente, ao nível de equipamento pré-hospitalar.

Limpeza e desinfecção

Limpeza

Definições

É a ação física e química onde se utiliza água e sabão ou detergente, em superfícies fixasde todas as áreas do ambiente pré-hospitalares, promovendo a remoção da sujeira e do mau odore reduzindo a população microbiana no ambiente pré-hospitalar.

Assepsia

É o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de micro-organismosnum ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livrede infecção.

Antissepsia

É o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro-organismos ouremovê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamosantissépticos ou desinfetantes.

Desinfecção

É o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativasua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos são necessariamente destruídos.

Esterilização

É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana mediante a aplicaçãode agentes físicos e/ou químicos.

Limpeza e desinfecção de viaturas e equipamentos

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Importância da limpeza e desinfecção

O serviço pré-hospitalar tão gratificante quanto perigoso. Seus riscos variam desde operigo de ser atropelado em um atendimento de acidente de trânsito até a exposição do socorristaao ambiente saturado de micro-organismos patológicos.

E é esse desse ambiente biologicamente inseguro que vamos tratar nessa unidadedidática. Tentaremos fazer desse ambiente um local com riscos aceitáveis de trabalho e deatendimento.

Limpeza das mãos

O ato de lavar as mãos ainda não é um hábito corrente em nossos dias, apesar da suaimportância já ter sido demonstrada no século XIX.

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Cuidados e acondicionamento do lixo hospitalar

A cada atendimento onde houver produção de lixo, ele deve ser trocado;1. Para trocar o lixo, o socorrista deve estar usando luvas

descartáveis, fechar bem o saco de lixo e colocá-lo no expurgo;2. O lixo hospitalar só deve ser descartado no expurgo, nunca

em outro lugar;3. Mesmo as luvas que supostamente não estão contaminadas

devem ser descartadas no lixo hospitalar;4. O saco plástico para lixo hospitalar deve ser próprio;

Procedimentos de desinfecção

Produtos químicos

Para desinfecção das mãos

Soluções antissépticas com detergentes se destinam à limpeza da pele, removendodetritos e impurezas e realizando antissepsia parcial.

✔ Solução detergente de PVPI a 10% (1% de Iodo ativo);✔ Solução alcoólica para antissepsia das mãos;✔ Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1% (álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de

glicerina).

Para desinfeção da ambulância

✔ Hipoclorito a 1%;✔ Álcool etílico 70%.

Material para limpeza

1- Balde;2- Vassoura;

3- Panos limpos e secos;4- Água tratada.

*NÃO SE ESQUEÇA DE USAR EPI's

Desinfecção terminal

É o processo de limpeza que ocorre em todas as superfícies horizontais e verticais dediferentes dependências, incluindo parede, vidros, portas, pisos etc. No piso, a limpeza é maiscompleta quando comparada à concorrente.

Procedimentos

✔ Realizar desinfecção terminal na unidade em caso de ocorrência por DoençasInfectocontagiosas ou quando de uma ocorrência com derramamento de fluídos corporais; senãosempre uma vez ao dia;

✔ Retirar todos os equipamentos e materiais de dentro da unidade móvel;

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✔ plicar Hipoclorito a 1% no chão da unidade e deixar agir por 10 minutos;✔ Aplicar álcool etílico a 70% nas superfícies mais frágeis como: bancada, armário,

maca e colchão e deixar agir por 10 minutos;✔ Retirar o álcool com pano úmido e repetir a aplicação por 3 vezes;✔ Retirar o excesso do hipoclorito e do álcool com pano úmido limpo;✔ Realizar limpeza com água e sabão em todas as superfícies;✔ Secar com pano seco limpo;✔ Realizar desinfecção com álcool etílico a 70% nos equipamentos;✔ Limpar as bolsas com esponja úmida em água e sabão;✔ Secar os equipamentos e as mochilas com pano seco limpo;✔ Retire o lixo hospitalar e coloque no expurgo;✔ Recolocar os equipamentos e materiais dentro da ambulância.

Desinfecção concorrente

Limpeza concorrente: A limpeza concorrente é úmida e menos completa quandocomparada à limpeza terminal. É a limpeza que é feita no retorno de cada ocorrência quandonão envolve acidente com suspeita de doença infecto contagiosa ou derramamento de fluidoscorporais.

Procedimentos

✔ Limpe o que foi utilizado pelo paciente e pela equipe do socorro;✔ realize a limpeza do chão;✔ recoloque materiais se necessário.

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Módulo I - Unidade Didática 17

Queimaduras e Lesões Ambientais

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Revisar os aspectos anatômicos do sistema tegumentar;2) Definir os tipos de queimaduras e lesões ambientais;3) Descrever os procedimentos de atendimento pré hospitalar para atender vítimas de

queimaduras e lesões ambientais.

Queimaduras e lesões ambientais

Aspectos anatômicos do sistema tegumentar

O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o das influências ambientaisdanosas. Como a pele é facilmente acessível, ela é importante nos exames físicos. A pelepropicia:

✔ Proteção do corpo contra o meio ambiente, abrasões, perda de líquido,substâncias nocivas e micro-organismos invasores.

✔ Sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas terminações sensitivas .✔ Regulação do calor através das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos.

A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e substânciasvitais (líquidos), formando assim o maior órgão do corpo.A pele é composta de:Epiderme: camada celular superficial.Derme: camada de tecido conectivo profunda.

Queimaduras

Queimaduras são lesões produzidas nos tecidos de revestimento do organismo que sãocausadas por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc. Elas podem lesar apele, os músculos, os vasos sanguíneos, os nervos e os ossos.

Causas das queimaduras

Térmicas: são produzidas pela transmissão de calor, fogo, vapores quentes, objetosquentes; e por frio, objetos congelados, gelo;

Químicas: são produzidos pelo contato com substâncias químicas, inclui várioscáusticos, ácidos e álcalis;

Elétricas: são produzidas pelas descargas elétricas de materiais energizados edescargas atmosféricas;

Substâncias radioativas: são produzidas por exposição à radiação através de elementosradioativos e até mesmo o sol, que emite radiações ultravioletas.

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Classificação por profundidade e sinais e sintomas

Queimadura de 1º Grau: Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele).Caracteriza-se por dor intensa no local e vermelhidão da área atingida.

Queimadura de 2º Grau: Atinge a epiderme e a derme. Caracterizam-se por dor,vermelhidão e formação de bolhas.

Queimadura de 3º Grau: Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo,incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É amais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição dasterminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada. Em umaqueimadura de 3º grau a vítima, geralmente, queixa-se de dor nas bordas da lesão, onde aqueimadura é de 2º ou 1º grau.

Extensão da queimadura

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dosnove que permitem estimar a superfície corporal total queimada - SCTQ. Neste caso, analisamossomente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade.

A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas equivalem a 9%cada uma, e a região genital equivale a 1%, conforme segue:

Dimensionamento da queimadura

Área crítica: sistema respiratório, face, mãos e pés, genitais e nádegas

Queimaduras Menores Queimaduras Maiores

- São aquelas de 1o e 2o graus queafetam uma pequena área do corpo (<que 20%), sem comprometimento deáreas críticas.

- Qualquer queimadura que envolva áreas críticas. - Queimaduras complicadas por lesões no sistemarespiratório ou por outras lesões do tipo fraturas. - Queimaduras que atinjam todo o corpo.

Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura é calculada considerando os seguintes aspectos: ✔ Grau da queimadura; ✔ Percentagem da SCTQ; ✔ Localização da queimadura; ✔ Complicações que a acompanham; ✔ Idade da vítima; ✔ Enfermidades anteriores da vítima.

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Tratamento pré-hospitalar

De acordo com a gravidade e a causa das queimaduras, os procedimentos a seremadotados são:

Queimaduras Menores - por causas térmicas ou radiação:✔ Exponha o local da lesão e resfrie a área queimada com água fria ou use água

corrente por vários minutos (+- 5 min) para resfriar o local. O melhor é submergir a áreaqueimada;

✔ Cubra o ferimento com um curativo úmido solto (estéril); ✔ Retire, se possível, anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos etc.; e ✔ Conduza a vítima e transmita calma.

Queimaduras Maiores - por causas térmicas ou radiação:✔ Inicialmente detenha o processo da lesão (se for fogo na roupa, use a técnica do

PARE, DEITE e ROLE); ✔ Avalie a vítima e mantenha as VA permeáveis, observando a frequência e

qualidade da respiração; ✔ Não retire os tecidos aderidos à pele, apenas recorte as partes soltas sobre as áreas

queimadas; ✔ Cubra toda a área queimada; ✔ Use curativo estéril; ✔ Não obstrua a boca e o nariz; ✔ Não aplique nenhum creme ou pomada; ✔ Providencie cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com

curativo estéril úmido; ✔ Tenha cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos

estéreis; ✔ Previna o choque e transporte a vítima.

Queimaduras Químicas:✔ Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de

iniciar a lavação; ✔ Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos (não

se deve submergir)✔ Use EPIs apropriados; ✔ Cubra com curativo estéril toda a área de lesão; ✔ Previna o choque e transporte a vítima; ✔ Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico; ✔ Se a lesão for nos olhos, lave-os bem, no mínimo por 15 minutos, com água

corrente e depois cubra com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo a cada 5minutos.

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Queimaduras Elétricas:As queimaduras elétricas aparecem no local de entrada e saída da corrente. Os problemas

mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou cardiorrespiratória,dano no SNC e lesões em órgãos internos.

✔ Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local; ✔ Realize a avaliação inicial e , se necessário, inicia manobras de reanimação; ✔ Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e um

de saída da fonte de energia); ✔ Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas; e ✔ Previna o choque e conduza o paciente, com monitoramento constante, ao

hospital.

Lesões ambientais

Lesões provocadas pelo calor

Cãibras pelo calor

São dores e espasmos musculares que ocorrem quando o corpo perde muito sal duranteuma intensa sudorese ou quando este não é reposto adequadamente.

Sinais e Sintomas✔ cãibras musculares severas, usualmente nas pernas e abdome;✔ cansaço físico;✔ tontura e, às vezes, desmaio.Tratamento Pré hospitalar✔ remover o paciente para um local fresco e bem arejado;✔ oferecer água pura ou substância isotônica;✔ massagear os músculos com cãibras ou aplicar simples pressão sobre eles;✔ aplicar toalhas úmidas sobre os músculos mais doloridos pode produzir um alívio

extra.

Exaustão por calor

Situação que ocorre quando uma pessoa que não está em boas condições físicas realizaexercícios excessivos em um ambiente aquecido.

Sinais e Sintomas✔ respiração rápida e superficial;✔ pulso debilitado;✔ pele fria e às vezes, pálida;✔ sudorese intensa;✔ debilidade física generalizada;✔ tontura e às vezes inconsciência.Tratamento pré-hospitalar✔ Remova o paciente para um local fresco;✔ afrouxe e remova as roupas;✔ Ventile o paciente para resfriá-lo;

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✔ Ofereça água ou substância isotônica.

Insolação

Situação muito grave (também chamada de golpe de calor) que ocorre quando umapessoa aumenta muito a temperatura corporal por falha dos mecanismos de regulação térmica. Apessoa nessa situação deixa de suar e sua temperatura sobe muito podendo lesar células cerebraise até chegar à morte.

Sinais e Sintomas✔ Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais;✔ pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco;✔ pele seca e quente. Às vezes, avermelhada;✔ Pupilas dilatadas;✔ Perda de consciência ou coma;✔ Convulsões ou tremor muscular podem estar presentes.Tratamento pré-hospitalar✔ Esfriar rapidamente o paciente. Retirá-lo do local, remover as roupas, aplicar

toalhas molhadas sobre ele. Devemos normalizar a temperatura para evitar que as célulascerebrais morram;

✔ aplicar bolsas de gelo sob as axilas, nos pulsos e atrás dos joelhos e tambémpróximos aos lados do pescoço;

✔ Se possível, providenciar a imersão da vítima em uma banheira d´água e esfriar aágua com gelo.

Lesões provocadas pelo frio

O corpo humano pode ser lesado pela exposição, por período prolongado, a baixastemperaturas, ou mesmo por exposição ao frio extremo durante apenas um curto período.

A exposição pode lesar desde a superfície do organismo até um esfriamento corporalgeneralizado, levando a pessoa à morte.

Dois fatores influenciam significativamente o desenvolvimento das lesões por frio:a) A temperatura do ambiente;b) A velocidade do vento.Resfriamento generalizado

Também chamado de hipotermia geral. Afeta todo o corpo com uma queda datemperatura corporal que poderá levar ao coma e a morte.

Sinais e sintomas✔ Calafrios, sensação de adormecimento e ou sonolência;✔ Respiração lenta e pulso lento;✔ Perda da visão;✔ Inconsciência;✔ Congelamento de algumas partes do corpo.Tratamento pré-hospitalar✔ Avaliar o paciente para determinar a magnitude do problema, retirando-o do local

de risco (frio);

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✔ Manter o paciente seco e aquecido com uso de cobertores, aquecedores, bolsasquentes, etc. (banhos quentes também são de grande ajuda);

✔ Se estiver consciente, oferecer líquidos quentes;✔ Oferecer suporte emocional e transportar com monitoramento constante.

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Brigadista Particular – Módulo II

NOÇÕES DE COMBATE ÀINCÊNDIO

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Aluno:

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Módulo II - Unidade Didática 1

Fundamentos Básicos do Combate aos Sinistros

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

✔ Conceituar corretamente os termos “fogo” e “incêndio”;✔ Indicar os 4 componentes essenciais do fogo (tetraedro do fogo);✔ Citar as 5 fases de um incêndio;✔ Explicar diferentes métodos de extinção de um incêndio interior✔ Citar pelo menos 3 diferentes produtos da combustão;✔ Citar os 3 mecanismos básicos para a transferência (propagação) do calor;

EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS

Fundamentos básicos do combate aos sinistros

Introdução

Segundo a teoria básica do desenvolvimento do fogo, seu efetivo controle e extinçãorequerem um entendimento da natureza físico-química do fogo e isso inclui informações sobreelementos essenciais do fogo, fontes de calor, composição e características dos combustíveis,mecanismos de transferência do calor e as condições necessárias para a ocorrência dacombustão.

Conceitos básicos

Fogo e combustão são termos frequentemente usados como sinônimos, entretanto,tecnicamente, o fogo é uma forma de combustão.

O fogo (Do lat. focu) pode ser conceituado como um processo (reação química) deoxidação rápida, autossustentável, acompanhada pela produção de luz e calor em intensidadesvariáveis.

Já o incêndio (Do lat. incendiu) é toda e qualquer combustão fora do controle dohomem, que pode danificar ou destruir bens e objetos e lesionar ou matar pessoas.

Outro conceito diz que o incêndio é uma combustão descontrolada. Ainda neste conceito é importante verificar que o fogo quando aproveitado corretamente

fornece grandes benefícios que podem suprir nossas necessidades industriais e domésticas, mas,quando descontrolado, pode causar danos materiais e sofrimento humano.

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Componentes essenciais do fogo

1) Combustível;2) Comburente (geralmente

oxigênio);3) Calor ou energia térmica; e4) Reação química em cadeia.

Figura do Tetraedro do FogoConsiderações sobre o combustível

O combustível é o material ou substância que se oxida ou arde no processo dacombustão. Cientificamente, o combustível de uma reação de combustão é conhecido comoagente redutor. A maioria dos combustíveis mais comuns contém carbono junto comcombinações de hidrogênio e oxigênio. Estes materiais combustíveis podem ser divididos emmateriais derivados de hidrocarbonetos (como a gasolina, óleos e plásticos) e materiais derivadosda celulose (como a madeira e o papel).

De forma simplificada, podemos dizer que o combustível é toda a substância capaz dequeimar-se e alimentar a combustão, ou seja, é o elemento que serve de campo de propagação aofogo.

Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos e, a grande maioria precisapassar pelo estado gasoso para, então, combinar-se com o oxigênio. A velocidade da queima deum combustível depende de sua capacidade de combinar-se com o oxigênio sob a ação do calor eda sua fragmentação (área de contato com oxigênio).

A posição do combustível sólido também afeta sua forma de queima, ou seja, se umadeterminada chapa de madeira (por exemplo, uma porta) está em posição vertical (de pé), aexposição ao fogo será mais rápida do que se sua posição fosse na horizontal (deitada).

A posição do fogo dentro do cômodo incendiado também afeta seu desenvolvimento emfunção da maior ou menor quantidade de ar que é arrastado para dentro da coluna de ar quente(pluma) que se forma sobre o fogo.

No caso dos líquidos, os gases combustíveis são gerados a partir de um processochamado vaporização. A vaporização é a transformação de um líquido em vapor, ou seja, amudança do estado líquido para o estado gasoso.

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Considerações sobre o comburente (agente oxidante)

São todos os elementos químicos capazes de alimentar o processo de combustãoconforme narra o ele tem a capacidade de se reduzir (ganho de elétrons) no processo dacombustão, o que cientificamente, é conhecido como agente oxidante.

Dentre os comburentes o oxigênio se destaca como o mais importante, por ser ocomburente obtido de forma natural no ar atmosférico que respiramos, o qual é composto emvolume por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases. No entanto, que há casosde combustões em que o comburente é o cloro (Cl2) ou o bromo (Br2). O flúor (F2) também é umcomburente e seu manuseio é muito perigoso.

Quando a atmosfera é normal (21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outrosgases), a queima desenvolve-se com velocidade e de maneira completa e notam-se chamas.Contudo, a combustão irá consumir o oxigênio do ar num processo contínuo. Quando aporcentagem do oxigênio do ar do ambiente passar de 21% para a faixa compreendida entre 16%e 8%, a queima tornar-se-á mais lenta, surgirão brasas e não mais chamas. Quando o oxigêniocontido no ar do ambiente atingir concentrações menores de 8% é muito provável que acombustão deixe de existir.

Quando as concentrações de oxigênio ultrapassam os 21%, dizemos que a atmosfera estáenriquecida com oxigênio. Nessas condições, os materiais que arderiam nos níveis normais deoxigênio (O2), se queimam muito mais rapidamente e podem igualmente se incendiar maisfacilmente. Os Combatentes devem ficar atentos e lembrar que muitos materiais que nãoqueimam nos níveis normais de oxigênio poderão queimar com rapidez em atmosferasenriquecidas com oxigênio. Um desses materiais é o conhecido Nomex (material resistente aofogo que é utilizado na fabricação de roupas de aproximação e combate ao fogo para bombeiros)que em ambientes normais não se inflama, no entanto, arde rapidamente em atmosferas comconcentrações de 31% de oxigênio. Essas situações podem ocorrer em indústrias químicas,ambientes hospitalares e até, em domicílios particulares cujos inquilinos utilizem equipamentosportáteis para oxigenoterapia.

Considerações sobre o calor

Calor é é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas no espaço,isto é, no tetraedro do fogo ele é o componente energético. Ele é gerado através da transformaçãode outra energia, através de processos físicos ou químicos.

Alguns efeitos físicos e químicos do calor são: a elevação da temperatura, o aumento devolume do corpo aquecido, mudanças no estados físicos da matéria ou mudanças no estadoquímico da matéria.

O calor também produz efeitos fisiológicos, ou seja, o calor é a causa direta dequeimaduras e outros danos pessoais, tais como: desidratação, insolação, fadiga, lesões noaparelho respiratório e em casos mais graves a morte.

Considerações sobre a reação química em cadeia

Sabemos que a combustão é uma reação química que se processa rapidamente e, emcadeia.

De forma simples, o calor das chamas atinge o combustível e este é decomposto empartículas menores, que se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para ocombustível, formando um ciclo constante. A reação química em cadeia e a propagaçãorelativamente rápida são os fatores que distinguem o fogo das reações de oxidação mais lentas.As reações de oxidação lentas não produzem calor suficientemente rápido para chegar a umaignição e nunca geram calor suficiente para uma reação em cadeia.

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A ferrugem em metais e o amarelado em papéis velhos são alguns exemplos de oxidaçãolenta.

Introdução ao desenvolvimento do fogo (fases do incêndio)

Se um incêndio ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que ele sejalogo descoberto no seu início e a situação mais facilmente resolvida. Mas se ocorrer quando aedificação estiver deserta ou fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandesproporções.

Até pouco tempo atrás, as fases do incêndio eram estudadas a partir de três etapas – a faseinicial, a fase da queima livre e fase da queima lenta. Atualmente, a maioria das organizações debombeiro e programas de treinamento está sofrendo alterações e passando a estudar o processo apartir de cinco fases distintas, a saber:

Ignição;Crescimento;Ignição súbita generalizada;Desenvolvimento completo; eDiminuição.

No entanto, convém observar que a ignição e o desenvolvimento de um incêndio interioré algo complexo, que depende de uma série de numerosas variáveis. Por isso, pode ser que nemtodos os incêndios se desenvolvam seguindo cada uma das fases descritas a seguir, no entanto, osincêndios poderão ser mais bem entendidos se estudarmos esse modelo de sequência em fases.

Fase da ignição

A ignição do fogo descreve o período em que os quatro elementos do tetraedro do fogo sejuntam e se inicia a combustão. Neste ponto, o incêndio é pequeno e geralmente se restringe aomaterial que se incendiou primeiro. Todos os incêndios interiores e exteriores são o resultado dealgum tipo de ignição. A ignição do fogo é o principio de qualquer incêndio, quando por atuaçãode um agente ígneo é alcançado o ponto de inflamação ou ignição de um combustível presente,fazendo-o entrar em processo de combustão viva.

Fase do crescimento do fogo

Pouco depois da ignição, o calor gerado no foco inicial se propaga, determinando oaquecimento gradual de todo o ambiente.

É importante considerar o fato de que o fogo e os gases aquecidos naturalmente semoverão para cima, depois lateralmente, e só então para baixo. Tal fenômeno é explicadoatravés do modelo cúbico da propagação do fogo (cube model of firespread) que serve parafacilitar o entendimento da propagação normal de um incêndio em compartimento.

O modelo cúbito da propagação do fogo serve para facilitar o entendimento dapropagação normal de um incêndio em compartimento.

Fase da ignição súbita generalizada

Esta fase é uma etapa de transição entre a fase do crescimento e o desenvolvimentocompleto do incêndio. Essa fase poderá desenvolver-se normalmente mediante um crescimento

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gradual ou manifestar-se por dois fenômenos distintos, variando conforme o nível de oxigenaçãodo ambiente.

Havendo uma oxigenação adequada com semelhante elevação de temperatura, oincêndio poderá progredir para uma ignição súbita generalizada (em inglês, flashover), se docontrário, a oxigenação é inadequada (incêndio controlado pela falta de ventilação) e atemperatura permanece em elevação, poderemos progredir para uma ignição explosiva (eminglês, backdraft), ambos, fenômenos que serão melhor estudados a seguir.

Se a oxigenação é adequada, as condições do ambiente alteram-se muito rapidamente àmedida que o calor radiado atinge todas as superfícies combustíveis expostas. Os gases que seproduzem durante este período se aquecem até a temperatura de ignição e poderá ocorrer umfenômeno denominado de ignição súbita generalizada, ficando toda a área envolvida pelaschamas.

Se ao contrário a oxigenação é inadequada, a queima se torna mais lenta e a combustãoincompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Grandes quantidades decalor e gases não pirolisados podem se acumular nos espaços não ventilados. Estes gases podematé atingir a temperatura de ignição, mas carecem de oxigênio suficiente para se inflamar. Estesestão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o aporte de ar (oxigênio) for suficiente e,na presença de ar fresco, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos ignição explosiva.

Fase do desenvolvimento completo

Na fase do desenvolvimento completo do incêndio (também chamado de pós-flashover),todos os materiais combustíveis do ambiente são envolvidos pelo fogo e as chamas enchem todoo compartimento. A taxa de liberação do calor (TLC) atingirá seu ponto máximo, produzindoaltas temperaturas - tipicamente, essas temperaturas poderão atingir 1100 graus celsius (ºC) oumais em determinadas circunstâncias especiais.

O calor liberado e os gases da combustão que se produzem dependem da carga de fogo edo número e do tamanho das aberturas de ventilação do ambiente incendiado.

Fase da diminuição

À medida que o incêndio consome todos os combustíveis disponíveis do ambiente, a taxade liberação de calor começa a diminuir. Uma vez mais o incêndio se converte em um incêndiocontrolado, agora por falta de material combustível. A quantidade de fogo diminui e astemperaturas do ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem manter temperaturasainda elevadas durante algum tempo. Esta fase representa a decadência do fogo.

A fase da diminuição do incêndio é frequentemente identificada como o estágio no qual ofogo tem sua temperatura média caindo cerca de 80% abaixo do seu valor máximo.

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O controle dos incêndios

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementosessenciais que provocam o fogo.

Essas técnicas de controle de incêndios e explosões se baseiam no conhecimento de seuscomponentes básicos – existência de combustão com ou sem chama – e dos métodos apropriadospara reduzi-los ou eliminá-los.

Iniciada a ignição, ela continuará produzindo a combustão até que:✔ Todo o combustível disponível seja consumido;✔ O combustível e/ou o oxigênio seja eliminado;✔ A temperatura seja reduzida por resfriamento; ou✔ O número de moléculas vibrantes seja reduzido e se quebre a reação em cadeia.

Portanto, toda a segurança contra incêndio se baseia no princípio de manter fontescombustível e fontes de ignição separadas.

Métodos de extinção

Retirada do material combustível

É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do materialcombustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação dacombustão.

Exemplos: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquidoou gasoso, retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

Resfriamento

É o método utilizado mais frequentemente por combatentes. Consiste em diminuir atemperatura do material combustível que está queimando, diminuindo, consequentemente, aliberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por ter grandecapacidade de absorver calor, diminuindo a temperatura, e ser facilmente encontrada na natureza.

Exemplos: aplicação de jatos diretos de água (jatos sólidos) dirigidos diretamente à basedo fogo (ataque direto), aplicação de jatos de água ajustado num ângulo médio (jato neblinado)dirigidos a parte superior e próxima ao fogo (ataque indireto), etc.

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Abafamento

Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível.Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo (como exceções temosos materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio doar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco).

Exemplos: Abafamento do fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra,cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, etc.

Quebra da reação química em cadeia

Consiste na introdução de determinadas substâncias no processo (reação química) dacombustão com o propósito de inibi-la e com isso criar uma condição especial em que ocombustível e o comburente perdem ou têm em muito reduzida as suas capacidades de manter oprocesso da reação química em cadeia.

Exemplos: os extintores de incêndio à base de pó com alta capacidade extintora (tipoABC) tem como seu principal método de extinção a quebra da reação em cadeia.

Incêndios de progresso rápido

Os incêndios de progresso rápido (do inglês, rapid fire progress) ou IPR são conceituadospela National Fire Protection Association (NFPA) como todo tipo de incêndio que se desenvolvemuito rapidamente, a partir de fenômenos conhecidos, tais como o flashover, o backdraft e outrosfenômenos similares.

Em português, ainda não temos nenhuma publicação científica que forneça uma traduçãopadronizada para esses termos, motivo pelo qual sugerimos a adoção dos seguintes verbetes:

6) Ignição súbita generalizada (flashover);7) Ignição explosiva (backdraft); e8) Ignição dos gases do incêndio (fire gás ignition).No entanto, ainda é comum encontrarmos outras terminologias, tais como inflamação

generalizada (flashover), explosão de fumaça ou explosão por fluxo reverso (backdraft), etc.

Sinais indicativos de uma ignição súbita generalizada (Flashover):

9) Incêndio ventilado;10) Percepção de calor radiante doloroso (os combatentes são forçados a

permanecerem agachadas devido às altas temperaturas);11) Existência de superfícies superaquecidas;12) Chamas visíveis ao nível do teto;13) Aumento na velocidade da pirólise dos materiais existentes no cômodo

incendiado;14) Rebaixamento crescente do plano neutro e aumento de turbulência (efeito ondular

dos gases).

Sinais indicativos de uma ignição explosiva (Backdraft):

✔ Incêndio com ventilação limitada ou incêndio controlado por falta de ventilação;✔ Existência de fumaça espessa (densa);✔ Portas e janelas superaquecidas;✔ Janelas com vidros escurecidos pela fumaça e/ou vidros rachados ou quebrados;

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✔ Ausência de chamas visíveis;✔ Surgimento do “Ciclo de pulsações” (percepção de ar sendo arrastado - aspirado

para dentro do cômodo sinistrado com sons característicos seguido de lufadas de fumaça saindopelas frestas e pequenas aberturas);

✔ Aparecimento de chamas azuis nos planos mais altos;✔ Surgimento de chamas dançantes ou chamas fantasmas, que são relatadas como

línguas de fogo (chamas vivas) que não são unidas à fonte do combustível e move-se em tornodo local onde o combustível e o ar se mistura em condições favoráveis.

Entendendo o processo da combustão

O processo da combustão pode ocorrer de dois modos distintos:

✔ Uma combustão com chamas (flamejante);✔ Uma combustão sem chamas (não flamejante), fumegando ou com brasas.✔ O processo da combustão, com ou sem chamas, pode ocorrer individualmente ou

em combinação. ✔ Os líquidos inflamáveis e os gases só queimam no modo flamejante, ou seja, com

chamas. ✔ Já a madeira, a palha ou o carvão (combustíveis sólidos) são exemplos onde

ambos os modos podem ser encontrados simultaneamente.

A combustão com chamas (flamejante) pode ocorrer das seguintes formas:

✔ Chamas de difusão, situação mais comum, onde o combustível e oxigênio sãoinicialmente separados e queimam somente na região onde se misturam (por exemplo, a queimade certo líquido inflamável numa vasilha ou a queima de um pedaço de madeira).

✔ Chamas de pré-mistura, onde o combustível e oxigênio são misturados antes deignição (por exemplo a chama num bico de gás de Bunsen, num queimador de um fogão a gás,etc.).

Chamas de pré-mistura: Chamas de difusão: Gases misturados antes da combustão; Gases não misturados antes da

combustão;Chama de cor azul; Chama de cor laranja ou vermelha;Ardem de forma limpa; Não ardem de forma limpaMaior ruído; Menor ruído;Maior velocidade de deflagração; ‘ Menor velocidade de deflagraçãoMais estável; Menos estável;Perfil da chama definido; Bordas difíceis de delimitar;Combustão mais eficaz. Combustão menos eficaz.

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Brigadista Particular

Os principais produtos da combustão

Os principais produtos da combustão são os gases da combustão, as chamas propriamenteditas, o calor irradiado e as fumaças visíveis.

Contrariamente a opinião popular, o maior risco à vida devido aos incêndios, não seconstitui nem das chamas, nem do calor, senão da inalação de fumaça e gases aquecidos etóxicos, assim como a deficiência de oxigênio.

Os gases da combustão

Os gases da combustão podem ser conceituados como aquelas substâncias que surgemdurante o incêndio e permanecem mesmo após os produtos da combustão ser resfriados atéalcançarem temperaturas normais. A quantidade e os tipos de gases da combustão presentesdurante e depois de um incêndio varia fundamentalmente com a composição química do materialda combustão, com a quantidade de oxigênio disponível e também com a temperatura doincêndio.

Os efeitos da fumaça e dos gases tóxicos sobre as pessoas dependem do tempo deexposição, da concentração dos gases na atmosfera e também, em grande parte, das condiçõesfísicas e resistência dos indivíduos expostos.

As fumaças geradas em incêndios contêm gases narcóticos (asfixiantes) e irritantes. Osgases narcóticos ou asfixiantes são aqueles que causam a depressão do sistema nervoso central,produzindo desorientação, intoxicação, perda da consciência e até morte. Os gases narcóticosmais comuns são o monóxido de carbono (CO), o cianeto de nitrogênio (HCN) e o dióxido decarbono (CO2).

A redução dos níveis de oxigênio como resultado de um incêndio também provocaráefeitos narcóticos nos humanos. Os agentes irritantes são substâncias que causam lesões narespiração (irritantes pulmonares), além de inflamação nos olhos, vias aéreas superiores, e pele(irritantes sensoriais).

Dos principais gases presentes nos incêndios destacamos como mais letais o monóxido decarbono, o dióxido de carbono, o ácido cianídrico, o cloreto de hidrogênio e a acroleína, noentanto, não podemos esquecer que a falta de oxigênio também pode ser fatal.

A toxicidade do CO deve-se fundamentalmente a sua tendência a combinar-se com ahemoglobina do sangue, no lugar do oxigênio, o que gerará uma diminuição no abastecimento deoxigênio dos tecidos humanos (hipóxia).

As chamas

A combustão dos materiais no ar quase sempre estará acompanhada de chamas visíveis.O contato direto com as chamas, assim como a irradiação direta do calor das mesmas podeproduzir graves queimaduras. As queimaduras se classificam em diferentes graus. Asqueimaduras de primeiro grau afetam a parte mais externa da pele, são muito dolorosas, mas nãotão graves como as de segundo e terceiro grau. As queimaduras de segundo grau são aquelas quepenetram mais profundamente na pele, formam bolhas e acumulam quantidades de líquidosdebaixo das mesmas. As queimaduras de terceiro grau são as que mais penetram e, portanto asmais perigosas, no entanto, não são inicialmente tão dolorosas como as de primeiro e segundograus, já que as terminações nervosas acabaram destruídas e, portanto desativadas.

Qualquer queimadura é importante, pois além da profundidade, elas também devem seravaliadas pela extensão da área atingida e quanto maior for à superfície corporal atingida, pior asituação da vítima. Os danos produzidos pelas queimaduras são dolorosos, duradouros, difíceisde tratar e muito penosos para os vitimados.

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Brigadista Particular

O calor irradiado

O calor produzido pelos incêndios afetam diretamente as pessoas expostas em função dadistância e das temperaturas alcançadas e poderá produzir desde pequenas queimaduras até amorte. A exposição ao ar aquecido aumenta o ritmo cardíaco, provoca desidratação,esgotamento, bloqueio do trato respiratório e queimaduras. Pessoas expostas a ambientes comexcesso de calor podem morrer se este ar quente entrar nos pulmões. A pressão sanguíneadiminuirá, a circulação do sangue ficará debilitada e a temperatura do corpo aumentará atédanificar centros nervosos do cérebro. Os combatentes não devem entrar em ambientes comatmosferas que excedam os 50 ºC sem roupas de proteção e conjuntos de proteção respiratória. Omáximo nível de calor suportável num incêndio (considerando uma atmosfera seca durante umcurto período de exposição) é estimado em 150 ºC. Qualquer umidade no ar aumentaránotadamente esse perigo e reduzirá drasticamente o tempo de sobrevivência.

Fumaças visíveis

As fumaças são constituídas por partículas sólidas e líquidas transportadas pelo ar e porgases desprendidos dos materiais que queimam. Normalmente, em condições de insuficiência deoxigênio para uma combustão completa, madeira, papel, gasolina e outros combustíveis comunsdesprendem minúsculas partículas pretas de carbono chamadas de fuligem que são visíveis nafumaça e se acomodam sob superfícies por deposição. A fumaça, incluindo os gases venenososinvisíveis que a mesma contém, é a principal causa de mortes em incêndios, sendo responsáveispor cerca de 50 a 75% das mortes. A fumaça irrita os olhos e os pulmões e normalmente criapânico. Outros gases da combustão, como o metano (CH4), formaldeído e ácido acético, podemser gerados sob combustões incompletas, condensando-se sobre as partículas de fumaça e sendotransportadas até os pulmões com consequências fatais para as pessoas.

Transferência do calor

O estudo da transferência do calor nos auxiliará a identificar as diferentes formas depropagação de um incêndio.

O calor pode propagar-se a partir de três diferentes formas:✔ Por condução, a qual ocorre principalmente nos sólidos;✔ Por convecção, em líquidos e gases e;✔ Por radiação, onde não há necessidade de um meio material para a propagação

dessa energia. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

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Brigadista Particular

Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos ou locais comtemperatura mais alta para objetos ou pontos com temperatura mais baixa, ou seja, o ponto ouobjeto mais frio absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

Condução

Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se

fosse um só corpo.Exemplos: aquecimento de uma barra de metal, incêndio em floresta, etc.

Convecção

É a transferência de calor que ocorre nos fluídos (gases e líquidos) através domovimento de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.

Diferentemente da condução onde o calor é transmitido de átomo a átomosucessivamente, na convecção a propagação do calor se dá através do movimento do fluidoenvolvendo o transporte de matéria.

Exemplo: em incêndios de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor paraandares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços deelevadores, etc.

Radiação

A radiação térmica é a transmissão de energia através do espaço em forma de ondaseletromagnéticas (como ondas de luz visível, de raios-X, ondas de rádio, micro-ondas, radiaçãoultravioleta – UV, raios gama). Este processo de transmissão do calor não depende da presençade um meio material, podendo ocorrer através do vácuo. A energia solar, por exemplo, chegaaté nós dessa forma.

Devemos estar atentos aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a fim de que não ocorram novos incêndios.

Exemplos: energia solar, incêndio em casas muito próximas, etc.

Condutores e isolantes térmicos

Os metais são excelentes condutores de calor, por outro lado, temos que materiais como alã, a madeira, o vidro, o papel, o isopor e o gesso, que são maus condutores de calor (isolantestérmicos.

Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor. O ar, por exemplo, é umótimo isolante térmico. É por este motivo que quando colocamos a mão no interior de um fornoaquecido, não nos queimamos logo, entretanto, ao tocarmos numa forma de metal colocada

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dentro do forno, à queimadura é praticamente imediata, pois, a forma metálica conduz o calormais rapidamente que o ar.

A neve é outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto acontece porque os flocos deneve são arranjado de tal maneira que o ar fica preso entre eles dificultando a transmissão decalor.

Pontos de temperatura

Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberarvapores, que se incendeiam caso houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamado dePonto de Fulgor, as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores, sóproduzem um “flash”, que logo se apaga.

Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidosdo material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, econtinuam a queimar sem o auxílio daquela fonte. Esse ponto é chamado de Ponto deCombustão.

Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar,entra em combustão sem que haja fonte externa de calor. Este é o chamado Ponto de Ignição.

Avaliação da lição

1. Usando suas próprias palavras, use o espaço abaixo para conceituar os termos “fogo” e“incêndio”.

Resposta:

2. Observe com atenção o desenho abaixo (tetraedro do fogo) e indique os componentesessenciais do fogo que estão faltando.

3. O desenho abaixo indica uma curva típica de incêndio. Relembre as diferentes fases deum incêndio preenchendo os espaços em branco.

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Brigadista Particular

_______ _______ _______ _______

4. Indique se a afirmação a seguir é verdadeira ou falsa, escrevendo “V” ou “F” noespaço em branco.

___ A retirada do material combustível é a forma mais simples de se extinguir umincêndio e se baseia na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área depropagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão.

___ O abafamento é método utilizado mais frequentemente por combatentes. Consisteem diminuir a temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo,consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.

___ O resfriamento consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com omaterial combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.

___ A quebra da reação química em cadeia consiste na introdução de determinadassubstâncias no processo (reação química) da combustão com o propósito de inibi-la e com issocriar uma condição especial em que o combustível e o comburente perdem as suas capacidadesde manter o processo da reação química em cadeia.

5. Escreva no espaço abaixo pelo menos três diferentes produtos da combustão:Resposta:

6. Indique a correspondência entre os termos de ambas as colunas, colocando nos espaçosem branco da segunda coluna, as letras equivalentes da primeira coluna.

a) Condução ( ) Incêndio em casas muito próximasb) Convecção ( ) Aquecimento de uma barra de metac) Radiação ( ) Ocorre nos fluidos (gases e líquidos)

7. Indique se a afirmação a seguir é verdadeira ou falsa, escrevendo “V” ou “F” noespaço em branco.

___ Ponto de fulgor é a temperatura na qual um líquido inflamável gera suficiente vaporpara formar uma mistura inflamável com o ar.

___ Ponto de combustão (também chamado de ponto de inflamação) é a temperaturamínima, na qual os vapores emitidos por um corpo combustível provocam a combustão napresença de uma fonte ígnea externa. Porém, ao ser retirada essa fonte externa de calor, a chamase mantém acesa.

___ Ponto de ignição é a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos por umcorpo combustível provocam combustão ao entrar em contato com o ar, independente ou não dapresença de qualquer fonte ígnea externa.

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Brigadista Particular

Módulo II - Unidade Didática 2

Equipamentos de Proteção Individual

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:✔ Definir Equipamentos de Proteção Individual;✔ Enumerar as ameaças encontradas em uma operação de combate a incêndio;✔ Enumerar e descrever os itens de proteção individual utilizados em operações de

incêndio; ✔ Descrever as ameaças respiratórias em um incêndio;✔ Enumerar os equipamentos de proteção respiratória;✔ Descrever e utilizar a máscara de respiração autônoma;✔ Equipar-se completamente com os EPI ✔ Executar as atividades básicas utilizando o EPI completo.

Equipamento de proteção individual - EPI

Todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física docombatente.

Ameaças no ambiente de incêndio

1) Vapores e gases tóxicos2) Calor3) Impactos4) Perfurações5) Cortes6) Descargas elétricas7) Produtos perigosos

Equipamentos

Capacete

✔ Destinado à proteção da cabeça ou parte dela✔ Deve ser resistente a impacto, perfurações, calor, choque elétrico penetração✔ Deve permitir o uso de:✔ Proteção facial✔ Máscara autônoma✔ Sistema de comunicação

Roupa de proteção

✔ NFPA 1971✔ Deve possuir faixas refletivas✔ Deve proteger pescoço, tronco e membros

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Luvas

✔ Norma NFPA 1973✔ Deve ser resistente a cortes, perfurações, absorção do líquidos, chama e calor✔ Deve preservar a destreza do combatente

Botas

✔ Norma NFPA 1974✔ Deve possuir resistência ao calor, chama, penetração e impacto✔ Deve possuir palmilha e biqueira de aço ou fibra de carbono e alças laterais✔ São usadas por dentro das calças

Ameaças Respiratórias

Calor

A inspiração de gases com temperatura a partir de 60 graus centígrados pode provocardanos para o sistema respiratório, com formação de edema de vias aéreas e pulmonar. O fato derespirar ar fresco após a exposição não torna o dano reversível de imediato, aliás não há comoafirmar a reversibilidade ou extensão dos danos sem avaliação médica.

Efeitos fisiológicos da falta de oxigênio:

✔ 21% - Condição normal✔ 17% - Diminui coordenação motora e aumenta frequência respiratória✔ 12% - Vertigem, dor de cabeça e fadiga✔ 9% - Morte em alguns minutos por PCR

Gases tóxicos

Os gases vão variar de acordo com:✔ Natureza do combustível✔ Taxa de aquecimento✔ Temperatura dos gases✔ Concentração de oxigênio

Monóxido de Carbono (CO)

✔ Não possui cor nem odor✔ Está presente na fumaça✔ Combina-se com a hemoglobina de forma irreversível

Cloreto de Hidrogênio (HCl)

✔ Provém da queima de plástico (PVC)✔ Incolor, porém tem cheiro✔ Provoca edema e obstrução do trato respiratório✔ Respiração fica difícil e pode ocorrer sufocação

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Cianeto de Hidrogênio (HCN)

✔ Provém de materiais como nylon, poliuretano e papel. É comum em lojas deroupas

✔ Atua na respiração a nível celular✔ Provoca respiração tipo gasping, espasmos musculares, taquicardia e

inconsciência✔ Concentração de 0,0270% é fatal

Dióxido de Carbono – CO2

✔ Provém da queima de materiais com carbono em sua composição✔ É incolor, inodoro e não inflamável✔ Aumenta FR > aumenta inalação > deprime sistema respiratório > parada

respiratóriaConcentrações:✔ 0,03% normal✔ 5% alterações✔ 12% morte

Equipamentos de proteção respiratória

✔ Filtrantes✔ Filtro químico para absorção de gases✔ Filtro mecânico para retenção de partículas sólidas em suspensão✔ Filtro combinado✔ Filtro para CO

Equipamento de Proteção Respiratória

Linha de ar

✔ O combatente recebe ar de um reservatório externo por uma mangueira✔ Risco de avarias na mangueira✔ Limita os movimentos

Circuito fechado

✔ O ar expirado é reaproveitado com o uso de um filtro✔ Desvantagens: custo, esforço para respirar e ar seco

Máscara autônoma

✔ O ar é estocado em um cilindro (até 300 bar)✔ Ao abrir o registro o ar passa por uma válvula que reduz a pressão a 6 bar✔ O ar chega a uma válvula de demanda que libera a quantidade suficiente para os

pulmões✔ O ar expirado sai por uma válvula de exalação na máscara facialPartes principais:

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✔ Suporte✔ Válvula de demanda✔ Máscara✔ Cilindro

Inspeção diária

✔ Conexão do cilindro ao redutor de pressão✔ Cinta que liga o cilindro ao suporte✔ Alças de transporte, cinto e placa de suporte✔ Conexões das mangueiras✔ Tirantes e peça facial✔ Pressão do cilindro✔ Vedação de alta pressão✔ Alarme

Pressão do cilindro

Abrir o registro do cilindro e verificar a pressão do manômetro

volume (litros) X pressão (bar) Autonomia (minutos) = _________________________

consumo (litros por minuto)

*Descanso = 5 a 10 LPM*Trabalho pesado = 35 a 50 LPM*Esforço máximo = 50 a 90 LPM

Lembrando que para cálculos quando necessário usamos que 1 bar = 15 PSI

Vedação de alta pressão

✔ Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro, ler apressão indicada no manômetro

✔ Fechar o registro do cilindro e verificar se a pressão diminui mais de 10 bar em 1min.

✔ Acionar o botão de descarga para despressurizar o sistema

Alarme

✔ Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro evoltar a fechá-lo

✔ Liberar o ar pela válvula de demanda observando o manômetro✔ O alarme deve soar entre 35 e 45 bar

Métodos de colocação

✔ Pela cabeça

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✔ MochilaAvaliação da lição

1. Ao sinal participante deverá colocar o EPI (calça, bota, jaqueta, balaclava,capacete e luvas) no menor tempo possível.

2. Ao sinal, cada participante deverá colocar todo o EPI e EPR, no tempo menorpossível, executando todos os itens do check list.

Avaliação prática sobre colocação de EPI

ALUNO: _____________________________________________________

PROCEDIMENTO CORRETO INCORRETO

Vestir as BotasColocar a calça (vestir os suspensórios)Colocar a balaclavaColocar a jaquetaFechar a Jaqueta (proteção do pescoço)Colocar o Capacete (ajustar)Ajoelhar-se a frente do cilindroPassar o cilindro pela cabeçaAjustar os tirantesColocar o capacete para trásColocar a máscara a tira coloConectar as mangueiras (máscara e cela)Colocar o registro da válvula em “off” Abrir o registro do cilindro (retornar ¼ de volta)Verificar manômetroFechar registro do cilindroVerificar vazamentosLiberar o ar das mangueiras (conferir alarme)Colocar o registro da válvula em “off”Abrir o registro do cilindro (retornar ¼ de volta)Verificar manômetroVestir a máscaraAjustar tirantesRecolocar o capacete (ajustar os tirante)Calçar as luvasExecutar um meio-sugado (verificar eq. ajustado)TEMPO TOTAL

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Módulo II - Unidade Didática 3

Classes de incêndio

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Enumerar as 5 classes de incêndio e dar um exemplo de cada uma delas;2) Identificar as técnicas de combate incêndio para cada Classe

Classes de Incêndio

Introdução

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos (tipo dematerial combustível), bem como a situação em que se encontram. Essa classificação é feita paradeterminar o agente extintor mais adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemoscomo agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementosessenciais do fogo, cessando a combustão. Existem cinco classes de incêndio, identificadas pelasletras A, B, C, D e K. Essa classificação é adotada pela Norma Americana e também pelosCorpos de Bombeiros Militares dos Estados Brasileiros, no entanto, as Normas Europeiasapresentam outro tipo de classificação.

Quadro demonstrativoClass

eNorma Americana* Classe Norma Europeia

ASÓLIDOSpapel, madeira, tecido,

borracha, plásticosA

SÓLIDOSpapel, madeira, tecido,

borracha, plásticos

B

LÍQUIDOS, GRAXAS e GASES

Gasolina, álcool, butano, metano e acetileno

BLÍQUIDOSGasolina, óleo, álcool e

petróleo

CELÉTRICOSEquipamentos e máquinas

elétricas e eletrônicas energizadasC

GASESButano, metano e acetileno

D

METAIS ESPECIAISmagnésio, selênio,

antimônio, lítio, potássio, zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio

D

METAIS ESPECIAISmagnésio, selênio,

antimônio, lítio, titânio, zircônio, sódio, urânio, zinco e potássio

KÓLEOS e GORDURASÓleos e gorduras de cozinha

EELÉTRICOSEquipamentos e máquinas

elétricas e eletrônicas energizadas

FÓLEOS e GORDURASÓleos, gorduras de

cozinhas e piche derretido

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Incêndio Classe ”A”

Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, tais como papel, madeira, tecido,borracha, plásticos, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e porqueimar em razão do volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade.

O método mais utilizado para extinguir incêndios de classe A é o uso de resfriamento comágua, mas também se admite o uso de pós químicos secos de alta capacidade extintora ouespuma.

Incêndio Classe “B”

Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. É caracterizado por não deixar resíduos e por queimar apenas na superfície exposta e não

em profundidade. Os métodos mais utilizados para extinguir incêndios de classe B são oabafamento (uso de espuma), a quebra da reação em cadeia (uso de pós químicos) ou ainda oresfriamento com cautela.

Incêndio Classe “C”

Incêndio envolvendo equipamentos elétricos energizados. É caracterizado pelo risco devida que oferece ao combatente. A extinção deve ser realizada por agentes extintores que nãoconduzam a corrente elétrica (pós químicos ou gás carbônico). É importante registrar que amaioria dos incêndios de classe C, uma vez eliminado o perigo da eletricidade (choque elétrico),transformam-se em incêndios de classe A.

Incêndio Classe “D”

Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio,lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio). É caracterizadopela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns (principalmenteos que contenham água). O método mais utilizado para extinguir incêndios de classe D é o usode pós especiais que separam que agem por abafamento.

Incêndio Classe “K”

Essa não é verdadeiramente uma classe de incêndio, pois se confunde com a classe B, noentanto já aparece na maioria dos textos técnicos mais recentes e tem uma finalidade maiseducativa para enfatizar os riscos especiais da classe. São os incêndios em óleo, gorduras decozinhas e piche derretido que não devem ser combatidos com água em jato direto. Os métodosmais utilizados para extinguir incêndios de classe K são o abafamento (uso de espuma), a quebrada reação em cadeia (uso de pós químicos) ou ainda o resfriamento com muita cautela.

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Técnicas de combate a incêndios

Combate a Incêndios Classe “A”

Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis comuns papel, madeira,tecidos que deixam resíduos característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos porresfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retirada do material e quebra dareação em cadeia.

A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água serábem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que estáqueimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

Ataque Direto

O mais eficiente uso de água em incêndio em queima livre é o ataque direto. Ocombatente deve estar próximo ao incêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro, sempreconcentrando o ataque para a base do fogo, até extingui-lo. Não jogar mais água que o necessáriopara a extinção, isto é, quando não houver mais chamas.

Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o combatente deve usar jatos intermitentese curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena deperturbar o balanço térmico.

O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansãode vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado pormuito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação defumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gasesaquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao níveldo chão e vice-versa.

Ataque Indireto

Este método é chamado de ataque indireto porque o combatente faz a estabilização doambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve serexecutado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. Épreciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosãoambiental (backdraft ou flashover).

Este ataque não deve ser feito enquanto não houver certeza da retirada das vítimas dolocal, porque a grande geração de vapor poderia matá-las. Realiza-se dirigindo o jato d´água parao teto superaquecido, tendo como resultado a produção de aproximadamente 1700 litros devapor, para cada litro de água à pressão normal e temperatura superior a 100º C.

No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, nomáximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.

Antes de entrar, certifique-se de que o ambiente se encontra estabilizado. Não aumentar os prejuízos causados pelo fogo com o uso abusivo de água.

Ataque combinado

Quando o combatente se depara com um incêndio que está em local confinado, sem riscode explosão ambiental, mas com superaquecimento do ambiente, que permite a produção devapor para auxiliar a extinção (abafamento e resfriamento), usa-se o ataque combinado.

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O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataquedireto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado, deve ser movimentado de forma adescrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente o teto.

No ataque combinado, os combatentes devem ficar abaixados com a mangueira sobre oombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houvermais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.

Lembrar que:✔ Nunca se deve aplicar água na fumaça.✔ A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos,

distúrbios no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.

Seleção de Linhas e Jatos

A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidadeutilizadas forem adequadas e suficientes.

Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como:✔ volume de água disponível e o necessário para a extinção;✔ alcance do jato;✔ número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas;✔ mobilidade exigida;✔ tática e técnica escolhida.

Combate a Incêndio Classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.

Características dos incêndios em líquidos inflamáveis

Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias,que os diferenciam das demais classes de incêndio.

Dentre essas características, destacam-se as seguintes:✔ Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente;✔ Flutuam em água;✔ Queimam rapidamente e em superfície;✔ Não deixam resíduos;✔ Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor.

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Brigadista Particular

Combate a incêndio em líquidos inflamáveis

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é oabafamento, podendo também ser utilizado à quebra da reação em cadeia, a retirada domaterial e o resfriamento.

O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente no combate a incêndio emlíquidos inflamáveis.

Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

BOIL OVER: É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção turbilhonar, comejeção do líquido combustível.

SOLOP OVER: Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível da superfície dolíquido inflamável, com o consequente extravasamento do produto do interior do reservatório.

BLEVE: Pode se conceituar o “BLEVE” como sendo uma explosão de líquido emebulição expandida.

Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes expostasdiretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistência dasparedes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.

Procedimento para combate a incêndios:

Utilização de Espuma: o emprego de espuma (mecânica) é o meio mais eficiente nocombate a incêndios em líquidos inflamáveis, necessitando certo cuidado quanto à escolha dorespectivo líquido gerador de espuma (LGE).

Considerando que a função principal da espuma como agente extintor é o “abafamento”,o lançamento da mesma deverá ser uniforme , cobrindo toda a superfície do líquido incendiado.

Pó químico Seco: muito eficaz para a extinção de pequenos incêndios, considerando adificuldade de aproximação em consequência do calor emanado das chamas.

CO2: devido a sua rápida dispersão no ambiente, não é muito recomendado, todavia empequenos focos de incêndios poderá apresentar um bom grau de desempenho.

Água: levando em consideração suas características de extinção, resfriamento eabafamento, é muito eficiente, todavia deverá ser aplicada sempre em forma de “neblina”,atentando para não provocar o transbordamento do líquido incendiado, bem como a ocorrênciado BOILOVER.

Combate a incêndio em gás combustível:

Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, nãodeverá extinguir o incêndio, apenas controlá-lo.

Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunircondições propícias para uma explosão.

A conduta correta será o controle do incêndio, evitando sua propagação, bem como oaumento de suas proporções.

Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):O GLP é um gás combustível de fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por

motivo de segurança, uma substância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificaçãode vazamentos, produzindo um cheiro especifico. O GLP não é corrosivo, poluente e nem tóxico,mas se inalado em grande quantidade produz efeito anestésico.

O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, porisso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas, etc.) e mantém-se sobre asuperfície de um recipiente contendo água.

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Brigadista Particular

Combate a Incêndio “Classe C”

Materiais Energizados

Este tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se classe“A” ou “B”. Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO2 e Halon (emdesuso). Não se deve utilizar extintores de água ou espuma, devido ao perigo de choqueelétrico.

Ocorrência de Alta TensãoA decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição do

responsável técnico ou operador.

Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão

✔ Contato com técnico especializado;✔ Cuidados extras com instalação clandestina de energia elétrica;✔ No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve utilizar

água, pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vaporesinflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;

✔ Quando forem encontrados fios caídos, deve-se isolar a área;✔ Tratar todos os cabos como sendo energizados e alta tensão;✔ Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fio elétricos;✔ Cuidados com água empoçada junto ao material energizado;✔ Providenciar isolamento do local;✔ Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo

podem liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante a utilização do EPI eEPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio,alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio). Agentes especiais de extinção (que se fundam com omaterial ou que retirem o calor). Reagem com a água arremessando partículas. Quanto maior afragmentação, maior a reação.

Características do incêndio:

✔ Apresenta-se basicamente quando na forma fragmentada;✔ Maior problema para o combatente é o agente extintor à situação especifica;✔ Não apresentam comportamento padrão;✔ Melhor método de extinção: abafamento;✔ Agentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e

nitrogênio;✔ Água pode ser utilizada em alguns casos.

Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o combatente atua, solicitarque a edificação tenha o agente extintor adequado.

Incêndios e emergências em ambientes fechados

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Brigadista Particular

É o incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilação.

Características:

✔ Ocorre em subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outrasdependências;

✔ Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis;✔ Espaço limitado para entrada e saída;✔ Riscos de colapso estrutural e instabilidade de estoques de material;✔ Presença de estruturas metálicas aquecidas pelo fogo;✔ Presença de eletricidadeMeio de segurança: Cabo guia para comunicaçãoPara cada equipe que entra na edificação deve haver uma do lado de fora para a

segurança. A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre com resposta.

Segurança na Extinção

Durante o atendimento de ocorrências os combatentes devem sempre ter preocupaçãoconstante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que osBombeiros trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atosseguro.

Principais atos que colocam em risco os combatentes

✔ Excesso de autoconfiança – Induz o combatente a acreditar-se invulnerável eindestrutível, desta maneira colocando a si mesmo e terceiros em perigo.

✔ Entrar em locais em chamas, deixando chamas à sua retaguarda – constitui errode procedimento tal fato, uma vez que as chamas poderão ganhar volume, interditando a rota defuga do combatente, ou ainda, poderão causar danos à estrutura da edificação o que causará ocolapso da mesma, e igualmente bloquear a saída do combatente.

✔ Trabalhar isoladamente – O combatente atuando desta forma, colocar-se-á àmercê dos perigos contidos em uma edificação em chamas, sem que haja controle ouconhecimento de sua situação.

✔ Não utilizando EPI – O não emprego dos EPIs, constitui erro que pode trazergraves consequências para o combatente, uma vez que os EPIs, são necessários para reduzir aincidência de ferimentos durante os trabalhos e ainda para permitir uma maior aproximação dofogo, visando sua extinção.

✔ Ausência de sinalização no local da ocorrência – Quando do atendimento aocorrências em vias públicas, e não houver a presença de policiamento de trânsito no local, umcombatente deverá ser incumbido de sinalizar e isolar o local do evento, garantindo a segurançados combatentes envolvidos. Se necessário e viável as viaturas poderão ser estacionadas deforma a proteger as equipes de combatentes do fluxo de veículos nas proximidades daocorrência.

✔ Contaminação com produtos perigosos – O combatente deverá estar atento paranão entrar em contato, nem permanecer sobre poças de líquidos inflamáveis, ou ainda água quecontenha resíduos de líquidos inflamáveis. De igual maneira deve estar atento o combatente parao atendimento de ocorrências que envolvam ácidos e outras substâncias perigosas, minimizandoo contato com o referido produto, a fim de garantir sua integridade física.

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Brigadista Particular

Cuidados básicos no atendimento de ocorrências.

9) Evitar entrar em contato com produtos perigosos;10) Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais

energizados;11) Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar

aos motoristas tempo suficiente para sua reação;12) A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa;13) Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar sempre

em duplas, e mantenha um combatente como segurança na parte externa da edificação,observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso deemergência;

14) Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência;15) Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior;16) Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de segurança

(cinto de segurança – cabo da vida);17) Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o combatente não

deverá extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar umvazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais pesados doque o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando bolsas, as quais poderão entrarem combustão;

18) Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades devazamentos de fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas eelétricas);

19) Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo oacesso dos combatentes autorizados ao local do evento.

20) No caso de ocorrências em vias públicas, não empregar sinalização com fogo(latas de óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição doproduto derramado.

O combatente de serviço em atendimento de ocorrências poderá estar ainda exposto aosseguintes riscos:

✔ Cair durante o desabamento de estruturas;✔ Inalar gases tóxicos;✔ Cortar-se;✔ Receber choque elétrico;✔ Torcer o pé ou joelho;✔ Escorregar e cair;✔ Tropeçar e cair;✔ Queimar-se;✔ Ficar preso sob objetos pesados, tendo partes do corpo esmagadas;✔ Contaminar-se produtos químicos perigosos;✔ Ser atingido por objetos que caem;✔ Ser atropelado.

Rescaldo

É quando se elimina todos os riscos de reignição do incêndio. Procedimentos para orescaldo:

✔ Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foiextinto;

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Brigadista Particular

✔ Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio;✔ Se o rescaldo for trabalhoso permitir que o combustível queime sob controle;✔ Extinguir focos esparsos;✔ Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água para

dentro do perímetro (se for o caso enterrá-lo);✔ Fazer rescaldo de modo que se preserve o local sinistrado, a fim de que se

preservem as evidências que causaram o sinistro.

Avaliação da lição

1. Indique a correspondência entre os termos de ambas as colunas, colocando nos espaçosem branco da segunda coluna, as letras equivalentes das classes de incêndio (primeira coluna).

Classe A ( ) Óleo, gorduras de cozinhas e picheClasse B ( ) Equipamentos elétricos energizadosClasse C ( ) Magnésio, alumínio fragmentado e sódioClasse D ( ) Gases combustíveis, graxas, álcool, gasolinaClasse K ( ) Papel, borracha, plástico, tecido, madeira

2. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe A.

3. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe B.

4. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe C.

5. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe D.

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Brigadista Particular

Módulo II - Unidade Didática 4

Fundamentos Operacionais

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar os diversos tipos de extintores;2) Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio;3) Conhecer princípios básicos de inspeção e manutenção;4) Conceituar mangueira de incêndio;5) Citar os tipos de Acondicionamento de Mangueiras, com suas respectivas finalidades;6) Citar pelos menos 04 acessórios de mangueiras utilizados pelo Corpo de Bombeiros;7) Citar as funções de uma guarnição de combate a incêndio completa e reduzida;8) Citar quais são os tipos de linhas de mangueira;9) Citar pelo menos 5 ferramentas ou equipamentos utilizados no combate a incêndio.

Fundamentos operacionais

Introdução

Extintores são recipientes metálicos que contém em seu interior agentes extintores paracombate imediato e rápido a princípios de incêndio. Os extintores podem ser portáteis ou sobrerodas, conforme o seu tamanho e uso. Os extintores portáteis também são conhecidossimplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas. Os extintores classificam-se em conformidade com a classe de incêndio a que se destinam, ou seja, “A”, “B”, “C” e “D”.

O sucesso na operação de um extintor dependerá basicamente de: ✔ Uma fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT); ✔ Uma adequada distribuição dos aparelhos na planta; ✔ Uma inspeção periódica da área a proteger; ✔ Uma manutenção adequada e eficiente; e ✔ Pessoal habilitado no correto manuseio do aparelho.

Tipos de agentes extintores

Os extintores devem conter uma carga de agente extintor em seu interior, essa carga échamada de unidade extintora e é especificada em norma.

Água

É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento.

Pó Químico Seco

Os pós químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonatode potássio ou cloreto de potássio, que pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento.

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Gás Carbônico CO2

Também conhecido como dióxido de carbono, o CO2 é um gás mais pesado que o ar, semcor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (mas asfixiante). Ageprincipalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento. Por não deixarresíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios emequipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).

Espuma

A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação. Mais leveque todos os líquidos inflamáveis é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, porconter água, possui uma ação secundária de resfriamento.

Considerações Sobre Extintores Portáteis

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio. Recebemo nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo: extintor de água,porque contém água em seu interior). Os extintores podem ser:

Extintor de água

✔ Pressurizado ou por pressão injetada.✔ Manual do tipo costal.

Características de um extintor de água tipo costal: É preso às costas do operador poralças. O esguicho já é acoplado à bomba. Opera-se com as duas mãos: uma controla o jatod’água e a outra, com movimento de “vai e vem”, aciona a bomba.

Extintor de pó químico seco: ✔ Pressurizado. ✔ Pressão injetada Extintor de espuma✔ Mecânica (pressurizado). ✔ Mecânica (pressão injetada).

Extintores sobre rodas (carretas)

Os extintores sobre rodas, também chamados de carretas, são aparelhos montados sobrerodas e com grande quantidade de agente extintor. As carretas recebem o nome do agenteextintor que transportam, da mesma forma que os extintores portáteis.

Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes aparelhosgeralmente é realizada por dois operadores.

As carretas podem ser: ✔ de água; ✔ de espuma mecânica; ✔ de pó químico seco; ✔ de gás carbônico.

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Capacidade extintora mínima exigida

A capacidade extintora de um extintor de incêndio ou a sua eficácia de extinção é amedida do poder de extinção de fogo que ele tem em função de sua carga, que pode constituiruma ou mais unidades extintoras, obtida em ensaios práticos normalizados.

A capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor de incêndio, para que seconstitua numa unidade extintora, é identificada por caracteres alfanuméricos:

a) um número, que representa a capacidade extintora ou o tamanho do fogo que pode serextinto por uma unidade extintora ou pelo extintor de incêndio;

b) uma letra maiúscula, que identifica a classe de fogo adequada para o referido agenteextintor.

Os extintores são certificados de acordo com a sua "capacidade extintoras" e a condiçãomínima para que constituam uma unidade extintora, deve atender a tabela abaixo, no caso dosextintores portáteis:

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Manutenção e inspeção

A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina coma correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizadaatravés de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo deidentificação, lacre e selo das manutenções, peso, danos físicos, obstrução no bico ou namangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.

Tipos de inspeções:Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização. Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira do extintor estão obstruídos. Observar a

pressão do manômetro (se houver), o lacre e o pino de segurança. Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás comprimido, quando

houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar. Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no

lacre. Recarregar o extintor se constatado qualquer violação nestes itens.Quinquenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor a

cada cinco anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição atemperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal habilitado ecom equipamentos especializados.

Nota: diferentemente do dizem algumas empresas, o conteúdo dentro do extintor, é validoenquanto o mesmo estiver íntegro e com o teste hidrostático válido.

Quadro resumo de extintores

Incêndio Agente Extintor

Água PQS CO2 Halon Espuma Mecânica

Classe “A” Eficiente Pouco eficiente

Pouco eficiente

Pouco eficiente

Pouco eficiente

Classe “B” Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente

Classe “C” Não Eficiente* Eficiente Eficiente Não

Classe “D” Não PQS** Não Não Não

Alcance médio do jato

10 m 5 m 2,5 m 3,5 m 5 m

Tempo de descarga

60 s 15 s 25 s 15 s 60 s

Método de extinção

Resfriamento Quebra da reação em cadeia e abafamento

Abafamentoe resfriamento

Químico e abafamento

Abafamento e resfriamento

OBSERVAÇÕES: * O uso de PQS não é indicado em equipamentos com componentes sensíveis. ** Para incêndio classe “D” use somente PQS especial. *** Unidade extintora especificada pelo CB.

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Mangueiras de incêndio

É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntasde união, destinado a conduzir água sob pressão. O revestimento interno do duto é um tubo deborracha que impermeabiliza a mangueira, evitando que a água saia do seu interior.

A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada em fibras naturais ou sintéticas, quepermite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e as difíceis condições de trabalhodo combatente.

Classificação das Mangueiras

Quanto à composição das fibras

As mangueiras podem ser de fibras naturais ou fibras sintéticas. As fibras vegetais sãooriundas de vegetais (algodão, cânhamo, linho). As sintéticas são fabricadas na indústria a partirde substâncias químicas.

As fibras sintéticas apresentam diversas vantagens sobre as naturais, tai como: pesoreduzido, maior resistência à pressão, ausência de fungos, manutenção mais fácil, baixa absorçãoda água. Pelos motivos citados são as mais utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.

Quanto ao diâmetro

As mangueiras classificam-se também quanto ao seu diâmetro, sendo normalmenteutilizadas pelo Corpo de Bombeiros as de 38 mm (1½ polegada); 63 mm (2½ polegadas); 75 mm(3 polegadas) e 100 mm (4 polegadas).

Nota: 1 polegada = 2,54 cm = 25,4 mm = 0,0254 m

Quanto a Disposição das lonas

As mangueiras podem ser classificadas quanto disposição das lonas em mangueiras delona simples, lona dupla e de lona revestida por material sintético.

As mangueiras do tipo lona simples são constituídas de um tubo de borracha, envolvidopor uma camada têxtil, que forma a lona.

As mangueiras do tipo lona dupla são constituídas de um tubo de borracha, envolvidopor duas camadas têxteis sobrepostas.

As mangueiras do tipo lona revestida por materiais sintéticos são constituídas de um tubode borracha, envolvido por uma ou duas camadas têxteis revestidas por material sintético. Essetipo de material permite à mangueira ter maior resistência aos efeitos destrutivos de ácidos,graxas, abrasivos e outros agentes agressores.

Juntas de união: são peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, queservem para unir lances entre si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos.

O CBMSC, adota como padrão as juntas de união de engate rápido tipo Storz.

Juntas

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Acondicionamento de MangueirasSão as maneiras de dispor as mangueiras, em função de sua utilização. São classificadas

em três tipos de acondicionamento a saber:

Em Espiral: própria para o armazenamento, devido ao fato de apresentar uma dobrasuave, que provoca pouco desgaste no duto. Uso desaconselhável em operações de incêndio,tendo em vista a demora de estendê-la e a inconveniência de lançá-la, o que pode ocasionaravarias nas juntas de união.

Espiral

Aduchada: é de fácil manuseio, tanto no combate a incêndio quanto no transporte. Odesgaste do duto é pequeno por ter apenas uma dobra.

Aduchada

Ziguezague: acondicionamento próprio para linhas prontas, na parte superior ou lateralda viaturas. O desgaste do duto é maior devido ao número de dobras.

Ziz e Zag

Acessórios HidráulicosSão peças que permitem a utilização segura de outros equipamentos hidráulicos

possibilitando a versatilidade na tática de combate a incêndios.Adaptação: peça metálica que permite a conexão do equipamento hidráulico com a junta

de rosca, com outro equipamento hidráulico com junta de união tipo engate rápido.Coletor: peça que se destina a conduzir para uma só linha, água proveniente de duas ou

mais linhas. Derivante: peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outra de

diâmetro inferior.Redução: peça usada para transformar uma linha ( ou expedição ) em outra de maior

diâmetro.Tampão: os tampões destinam-se a vedar as expedições desprovidas de registro que

estejam em uso, e a proteger as extremidades das uniões contra eventuais golpes que possamdanificá-las.

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EquipamentosFerramentasSão utensílios para facilitar o acoplamento e desacoplamento de uniões, acessórios ou

aberturas e fechamento de registro. Usualmente Corpo de Bombeiros de SC, utiliza 02ferramentas a saber:

Chave de Mangueira: destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento dasmangueiras. Apresenta na parte curva dentes que se encaixam nos ressaltos existentes no corpodas juntas de união.

Chave de Magote: ferramenta que possui boca com formato próprio para aperto edesaperto das conexões tipo mangote.

Guarnições de combate a incêndio

É o menor grupo de combatentes que irão trabalhar em uma operação de combate aincêndios, distribuídos numa viatura auto bomba tanque. A guarnição poderá ser completa oureduzida, quando não existam combatentes suficientes para preencher todas as funções.

Linhas de mangueiras e evoluções

Linhas de mangueiras

Linhas de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um sistemapara o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: linha adutora, linha deataque, linha direta e linha siamesa.

Linha AdutoraÉ aquela destinada a conduzir água de uma fonte de abastecimento para um reservatório.

Por exemplo: de um hidrante para o tanque de viatura, e de uma expedição até o derivante, comdiâmetro mínimo de 63mm, no mínimo, podendo conter vários lances de mangueiras para essepropósito

Linha de AtaqueÉ o conjunto de mangueiras utilizado no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem

um esguicho numa das extremidades. Pela facilidade de manobra, utiliza-se, geralmente,mangueira de 38 mm. A linha de ataque pode conter vários lances de mangueiras.

Linha DiretaÉ a linha de ataque, composta por um ou mais lances de mangueira, que conduz,

diretamente, a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.Linha Siamesa

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A linha siamesa é composta de duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a conduzirágua da fonte de abastecimento para um coletor, e deste, em uma única linha, até o esguicho ou aaumentar o volume de água a ser utilizada em uma adutora.

Montagem de estabelecimento em edificações verticalizadas

Em edificações verticalizadas deve-se observar a existência de sistema hidráulico próprio.A informação pode ser obtida pela presença ou não do hidrante de recalque. Tal hidrante élocalizado junto à calçada, na entrada da edificação (na maioria das vezes) e servirá como linhaadutora para a pressurização da rede interna da edificação.

Muitas vezes a tampa do hidrante de recalque pode estar emperrada e não possibilitar suaabertura, nem por isso à rede deixará de ter sua utilidade. Pode-se fazer o recalque da redeutilizando-se o hidrante de parede do primeiro pavimento. Não é aconselhável a utilização dasmangueiras dos abrigos internos, pois estas podem se encontrar danificadas peloacondicionamento prolongado. Recomenda-se que a guarnição leve consigo um lance demangueira de 38 mm e um esguicho.

A linha adutora poderá ser montada por fora da edificação e içada através de um cabo desalvamento ou ser montada nas escadas de aceso ao interior do prédio. Neste último caso, deveráa guarnição iniciar a montagem da linha adutora do pavimento térreo e ir subindo com os lancesde mangueira até o local do incêndio. Tal procedimento é extremamente cansativo e moroso, oque acaba retardando as ações de combate. Para facilitar essas ações é importante que no interiordas viaturas existam lances de mangueira acondicionadas na forma zig-zag, pois facilita olançamento em espaço reduzido.

Convém salientar que em edificações, o combatente deverá fazer uso de todoequipamento de proteção individual disponível (bota, calça, jaqueta, balaclava, capacete, luva),bem como do equipamento de proteção respiratória.

Avaliação da lição

-Cite 3 tipos de extintores portáteis;

-Conceituar mangueira de incêndio;

-Citar os tipos de Acondicionamento de Mangueiras, com suas respectivas finalidades;

-Citar pelos menos 04 acessórios de mangueiras utilizados pelo Corpo de Bombeiros;

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Módulo II - Unidade Didática 5

Fundamentos Técnicos

Objetivos:Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Identificar tipos de espuma2) Definir os tipos de jatos;3) Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio;4) Compreender os fundamentos e princípios básicos de uma operação de busca e

resgate;5) Descrever ventilação; Citar pelo menos 03 das regras gerais para a execução de

ventilação;6) Descrever os fenômenos Flashover; Backdraft; Citar duas ações para evitar a

formação de um Backdraft.

Fundamentos técnicos

Propriedades extintoras da águaA água é capaz de absorver grandes quantidades de calor e quanto maior a sua

fragmentação mais rápida a absorção de calor. A transformação da água em vapor é outro fatorque influencia na extinção de incêndios. Seu volume aumenta 1700 vezes, na passagem doestado líquido para o gasoso. Este grande volume de vapor d’água desloca um volume igual de arao redor do fogo, reduzindo, deste modo, a quantidade de oxigênio disponível para sustentar acombustão.

PressãoPressão é a ação de uma força sobre uma área. Em termos práticos, a pressão é a força

que se aplica na água para esta fluir através de mangueiras, tubulações e esguichos, de umaextremidade a outra. É importante notar que o fluxo em si não caracteriza a pressão, pois se aoutra extremidade do tubo estiver fechada por uma tampa, a água estará “empurrando” a tampa,apesar de não estar fluindo.

Perda de cargaA água sob pressão tende a se distribuir em todas as direções, como quando se enche

uma bexiga de borracha com ar. Contudo, as paredes internas de mangueiras, tubulações,esguichos, etc., impedem a expansão da água em todas as direções, conduzindo-a numa únicadireção. Ao evitar a expansão da água, direcionando-a, as paredes absorvem parte da forçaaplicada na água, “roubando” energia. Isto explica por que a força aplicada diminui deintensidade à medida que a água vai caminhando pelas tubulações. A isto chamamos perda decarga. A força da gravidade é um outro fator que acarreta perda de carga.

Golpe de aríeteQuando o fluxo de água, através de uma tubulação ou mangueira, é interrompido de

súbito, surge uma força resultante que é chamada “golpe de aríete”. A súbita interrupção dofluxo determina a mudança de sentido da pressão (da bomba ao esguicho, para do esguicho àbomba), sendo esta instantaneamente multiplicada. Esse excesso de pressão causa danos aosequipamentos hidráulicos e às bombas de incêndio. Os esguichos, hidrantes, válvulas eestranguladores de mangueira devem ser fechados lentamente, de forma a prevenir e evitar ogolpe de aríete.

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Tipos de jatosNo Serviço de combate a incêndio, depara-se com situações das mais diversas, cada qual

exigindo a ferramenta adequada para se efetuar um combate apropriado. Sob este ponto de vista,os jatos são considerados “ferramentas” e, como tal, haverá um jato para cada propósito que sequeira atingir.

Os seguintes tipos de jatos são utilizados nos serviços de combate a incêndio: Jato contínuo; Jato chuveiro; Jato neblina.

Jato contínuoComo o próprio nome diz, é o jato em que a água toma uma forma contínua, não

ocorrendo sua fragmentação. É utilizado quando se deseja maior alcance e penetração.

Alcance do jato contínuoÉ a distância máxima que um jato pode atingir sem perder sua eficiência. Essa eficiência

é prejudicada por duas forças: a gravidade e o atrito com o ar. Estas forças produzem no jatoum efeito denominado “ponto de quebra”. O “ponto de quebra” é o ponto a partir do qual ojato perde a configuração de jato contínuo e passa a se fragmentar em grandes gotas que cairãoao solo, não penetrando no material como se desejava, e muitas vezes, nem alcançando omaterial. Para se eliminar o efeito nocivo destas forças, o combatente deve alterar a velocidade eo volume do jato ou se aproximar do objetivo, se possível.

Penetração do jato contínuoPor não estar fragmentado, o jato contínuo chegará ao ponto desejado com maior

impacto, atingindo camadas mais profundas do material em chamas, o que pode ser observadoem materiais fibrosos.

Jato chuveiroNeste tipo de jato, a água fragmenta-se em grandes gotas. É

usado quando se pretende pouco alcance. A fragmentação da águapermite absorver maior quantidade de calor que o jato contínuo. Nosataques direto e indireto, o jato chuveiro atinge uma área maior doincêndio, possibilitando um controle eficaz.

Jato neblinaOs jatos em neblina são gerados por fragmentação da água em

partículas finamente divididas, através de mecanismos do esguicho. Oar ficará saturado como uma fina névoa, e as partículas de águaparecerão estar em suspensão.

Em virtude desta fragmentação, a água se vaporiza mais rapidamente que nos jatoscontínuo e chuveiro, absorvendo o calor com maior rapidez. Na forma de neblina, a águaprotegerá com eficiência os combatentes e o material não incendiado da irradiação do calor.

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Esguicho

Peça metálica adaptada à extremidade da linha de mangueira, destinada a dar forma econtrolar o jato de água.

Tipos de esguichoPara produzir o jato desejado, utilizam-se esguichos apropriados. Para isso o combatente

deve conhecer as características de cada esguicho:

Esguicho agulheta: é formado por um corpo tronco de cone,em cuja introdução é incorporada uma união de engate rápido e naextremidade oposta, menor, podem ser adaptadas bocas móveis dediversos diâmetros, chamadas requintes. O orifício de saída deve serprotegido contra choques que prejudicarão o seu desempenho. Esteesguicho somente produz jato contínuo.

Esguicho regulável: esguicho com dispositivo especial, capazde produzir jato contínuo ou jato chuveiro, controlado pelo própriooperador, quando este gira a parte móvel do esguicho.

Esguicho universal: o esguicho recebe este nome pelo fato depermitir a produção de jato contínuo, jato chuveiro e jato neblina(quando nele é acoplada extensão para neblina).

Esguicho canhão: esguicho constituído de um corpo tronco decone montado sobre uma base coletora por meio de junta móvel. Éempregado quando se necessita de jato contínuo de grande alcance evolume de água. Também pode estar montado sobre uma viatura.

Inspeção e cuidados com esguichosPara se ter certeza de que os esguichos encontram-se em condições de trabalho, é

necessário inspecioná-los periodicamente. Esta inspeção deve incluir:✔ Conferência visual de avarias externas;✔ Conferencia com vistas a danos internos;✔ Conferencia de vedação: com a mangueira pressurizada, fechar os esguichos

lentamente e observar se há vazamentos; Deve-se, também, tomar alguns cuidados básicos comos esguichos:

✔ Para que não ocorram danos, nunca arrastar ou deixar um esguicho cair no chão.✔ Os esguichos devem ser inteiramente limpos com sabão e água, usando-se✔ uma escova de cerdas macias. Secá-los após a limpeza.

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Módulo II - Unidade Didática 6

Técnicas e Táticas de Extinção

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

✔ Combater incêndios de Classe A utilizando ataque direto, indireto e combinado; ✔ Combater incêndios de Classe B em líquidos inflamáveis e gases combustíveis

utilizando neblina, espuma, CO2 e PQS ✔ Combater incêndios de Classe C em alta e baixa tensão; ✔ Extinguir incêndios de classe D utilizando agendes extintores adequados; ✔ Combater incêndios em locais confinados e em mata. ✔ Identificar e conhecer os riscos e cuidados que envolvem Produtos Perigosos.

1.1 Técnicas e táticas de extinção

Técnicas de combate a incêndios

Combate a Incêndios Classe “A” Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis

comuns como papel, madeira, tecidos que deixam resíduoscaracterísticos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos porresfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retiradado material e quebra da reação em cadeia.

A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água serábem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que estáqueimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

Ataque direto O mais eficiente uso de água em incêndio em queima

livre é o ataque direto. O combatente deve estar próximo aoincêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro (30º ou menos),sempre concentrando o ataque para a base do fogo, atéextingui-lo. Não jogar mais água que o necessário para aextinção, isto é, quando não houver mais chamas.

Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o combatente deve usar jatos intermitentese curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena deperturbar o balanço térmico.

O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansãode vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado pormuito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação defumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gasesaquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao níveldo chão e vice-versa.

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Ataque Indireto

Este método é chamado de ataque indireto porque o combatente faz a estabilização doambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve serexecutado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. Épreciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosãoambiental (backdraft ou flashover).

No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, nomáximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.

O processo de estabilização do ambiente será muito rápido e o combatente perceberá ossinais logo após a aplicação de água.

O combatente, depois de estabilizado o ambiente, deve entrar no local com o esguichofechado e extinguir os focos remanescentes através de jatos intermitentes de pequena duração,dirigidos diretamente à base do fogo. Quando estiver desenvolvendo esta fase, o combatentedeve fazer com que o volume de água utilizado seja o menor possível.

Quando do término da utilização do esguicho, deve-se fecha-lo lentamente, para evitargolpe de aríete.

Quando da aplicação da água por qualquer abertura da edificação, os homens devem semanter fora da linha da abertura para se protegerem da explosão de gases quentes e vapores quesairão através das aberturas.

1) Antes de entrar, certifique-se de que o ambiente se encontra estabilizado.2) Não aumentar os prejuízos causados pelo fogo com o uso abusivo de água.

Ataque combinado

Quando o combatente se depara com um incêndio que está em localconfinado, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento doambiente, que permite a produção de vapor para auxiliar a extinção(abafamento e resfriamento).

O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataquedireto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado de 30 a 60 graus, deve sermovimentado de forma a descrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente oteto.

No ataque combinado, os combatentes devem ficar abaixados com a mangueira sobre oombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houvermais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.

Lembrar que: ✔ Nunca se deve aplicar água na fumaça. ✔ A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos,

distúrbios no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo. Seleção de Linhas e Jatos A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidade

utilizada forem adequadas e suficientes.

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Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como: ✔ volume de água disponível e o necessário para a extinção; ✔ alcance do jato; ✔ número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas; ✔ mobilidade exigida; ✔ tática e técnica escolhida.

Obviamente, seria errado escolher uma linha direta de 38 mm, ou ainda o mangotinho,para atacar um incêndio numa grande ocupação comercial totalmente envolvida pelo fogo. Oataque não teria o volume nem o alcance necessário. Também é incorreto atacar um dormitóriode residência familiar com uma linha de 63 mm, descarregando 940 litros por minuto, ou armaressa mesma linha não havendo reserva d´água (hidrante público) disponível.

Combate a Incêndio Classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. Características dos incêndios em líquidos inflamáveis Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias,

que os diferenciam das demais classes de incêndio.

Dentre essas características, destacam-se as seguintes: ✔ Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente; ✔ Flutuam em água; ✔ Queimam rapidamente e em superfície; ✔ Não deixam resíduos; ✔ Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor. Combate a incêndio em líquidos inflamáveis

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios emlíquidos inflamáveis é o abafamento, podendo também ser utilizado à quebraem cadeia, a retirado do material e o resfriamento.

O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente nocombate a incêndio em líquidos inflamáveis.

Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

Boil Over:

É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção turbilhonar, com ejeção do líquido combustível.

Slop Over:

Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível dasuperfície do líquido inflamável, com o consequenteextravasamento do produto do interior do reservatório.

Bleve:Pode se conceituar o “BLEVE” como sendo uma explosão de líquido em ebulição

expandida. Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes

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expostas diretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistênciadas paredes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.

Fundamental para a prevenção de ocorrência do BLEVE, sendo utilizada no resfriamentodo vaso contendedor do líquido sob pressão.

A água também poderá ser utilizada para substituir os combustíveis, reduzindo econtrolando os incêndios.

Combate a incêndio em Gás combustível: Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, não

deverá extinguir o incêndio, apenas controlá-lo. Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunir

condições propícias para uma explosão. A conduta correta será o controle do incêndio, evitandosua propagação, bem como o aumento de suas proporções.

Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):

O GLP é um gás combustível formado pela mistura de hidrocarbonetoscom três ou quatro átomos de carbono (Propano e Butano), extraídos dopetróleo. Tem a características de permanecer no estado líquido quandosubmetido à determinada pressão, sendo por isso chamado de gás liquefeitode petróleo.

De fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por motivo de segurança, umasubstância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificação de vazamentos, produzindoum cheiro especifico.

O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, porisso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas, etc.) e mantém-se sobre asuperfície de um recipiente contendo água.

Sua faixa de explosividade ou inflamabilidade, ou seja sua concentração no ambiente,será fundamental para a ocorrência da combustão. Essa faixa varia de 2 a 9% aproximadamente,de GLP em um determinado volume de ar. Em concentrações inferiores a 2% ou superiores a9%, o mesmo em contato com uma fonte externa de ignição, o GLP não entrará em combustão.

Diante do exposto fica evidenciado a necessidade de uma eficaz e correta ventilação, afim de não proporcionar que um possível vazamento de GLP atinja as concentrações favoráveis ácombustão (explosão).

Combate a Incêndio “Classe C”

Este tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se classe“A” ou “B”. Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO2 e Halon. Nãose deve utilizar extintores de água ou espuma, devido ao perigo de choque elétrico Pode serutilizada a água através de mangueiras, conforme tabela abaixo:

Deve-se preferencialmente, utilizar jato neblinado, pois a água nebulizada não conduzcorrente elétrica, por ser constituída de partículas não contínuas. Também, deve-se optar pelautilização do esguicho canhão, quando possível.

Ocorrência de Alta Tensão Tipos: ✔ Fogo em equipamentos isolados em subestação (SE); ✔ Fogo generalizado em SE; ✔ Incêndio nas vizinhanças da SE; ✔ Queda de linha da alta tensão energizado da casa, automóvel ou estradas;

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✔ Pessoas vítimas de acidentes em SE e que se encontram presas no materialenergizado;

✔ Incêndio em residências sob linhas de alta tensão.

A decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição doresponsável técnico ou operador.

Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão ✔ Contato com técnico especializado; ✔ Cuidados extras com instalação clandestina de energia elétrica; ✔ No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve utilizar

água, pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vaporesinflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;

✔ Quando forem encontrados fios caídos, deve-se isolar a área; ✔ Tratar todos os cabos como sendo energizados e alta tensão; ✔ Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fio elétricos; ✔ Cuidados com água empoçada junto ao material energizado; ✔ Providenciar isolamento do local; ✔ Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo

podem liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante à utilização do EPI eEPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio,lítio, cádmio, potássio, alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio). Agentesespeciais de extinção (que se fundam com o material ou que retirem o calor).Reagem com a água arremessando partículas. Quanto maior a fragmentação,maior a reação.

Características do incêndio: ✔ Apresenta-se basicamente quando na forma fragmentada; ✔ Maior problema para o combatente é o agente extintor à situação específica; ✔ Não apresentam comportamento padrão; ✔ Melhor método de extinção: abafamento; ✔ Agentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e

nitrogênio; ✔ Água pode ser utilizada em alguns casos.

Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o BM atua, solicitar que aedificação tenha o agente extintor adequado.

Incêndios e emergências em ambientes fechados É o incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilação. Características: ✔ Ocorre em subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras

dependências; ✔ Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis; ✔ Espaço limitado para entrada e saída; ✔ Riscos de colapso estrutural e instabilidade de estoques de material;

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✔ Presença de estruturas metálicas aquecidas pelo fogo; ✔ Presença de eletricidade ✔

Meio de segurança:

Cabo guia para comunicação: Para cada equipe que entra na edificação deve haver umado lado de fora para a segurança. A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre comresposta. Do lado de fora da edificação deverá existir uma guarnição de segurança, composta pordois combatentes com EPI e EPR, sob a supervisão do Cmt da operação. Obrigatoriamente deveexistir um BM responsável pela operação no interior da edificação

Os combatentes no interior da edificação não devem hesitar em sair da edificação noprimeiro sinal de um colapso da estrutura. Devem ter pleno conhecimento da quantidade de arpara o retorno (50 Bar).

Segurança na Extinção

Durante o atendimento de ocorrências os combatentes devem sempre ter preocupaçãoconstante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que oscombatentes trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atosseguro.

Cuidados básicos no atendimento de ocorrências. ✔ Evitar entrar em contato com Produtos Perigosos; ✔ Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais

energizados; ✔ Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar

aos motoristas tempo suficiente para sua reação; ✔ A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa; ✔ Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar sempre

em duplas, e mantenha um combatente como segurança na parte externa da edificação,observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso deemergência;

✔ Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência; ✔ Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior; ✔ Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de segurança

(Cinto de segurança – cabo da vida); ✔ Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o combatente não

deverá extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar umvazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais pesados doque o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando poças ou bolsas, as quais poderãoentrar em combustão;

✔ Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades devazamentos de fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas eelétricas);

✔ Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo oacesso dos combatentes ao local do evento. A entrada de quaisquer outras pessoas, inclusivepoliciais, somente será permitida com a autorização do comandante do operação ( caso hajaautorização, estas pessoas deverão ser acompanhadas por um combatente);

✔ No caso de ocorrências em vias públicas, evitar empregar sinalização com fogo(latas de óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição doproduto derramado.

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Emergências com produtos perigosos e seus fatores de risco

Conceito: Produto perigoso é todo agente com a propriedade de provocar algum tipode dano as pessoas, as propriedades ou ao meio ambiente.Os agentes que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ouao meio ambiente são classificadas em:

✔ Agentes biológicos; ✔ Agentes radiológicos; e✔ Agentes químicos.

Agentes biológicos:

Definição: São toxinas produzidas por seres vivos com a capacidadede provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos a eles expostos.

Exemplos: Vírus, bactérias, fungos, parasitas, etc.

Agentes radiológicos:Definição: Corpos que emitem radiações ionizantes que

podem provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduosa eles expostos.

Exemplos: materiais radioativos utilizados nas indústrias(químicas, petroquímicas, de papel, de plásticos), na medicina(hospitais e laboratórios), etc.

Agentes químicos:Definição: Elementos ou compostos que de acordo com suas

características (perigos tóxicos, da corrosão, perigos mecânicos provocadospor explosões, perigos térmicos da combustibilidade e outros) podemprovocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos vivos a elesexpostos e, danos a propriedades ou ao meio ambiente.

Exemplos: Ácidos e Bases

Acidente com produto perigosoEvento repentino e não desejado, onde a liberação de substâncias químicas perigosas em

forma de incêndio, explosão, derrame ou vazamento, causa dano a pessoas, propriedades ou aomeio ambiente.

Estes acidentes podem variar consideravelmente, dependendo dos produtos perigososenvolvidos, suas quantidades, propriedades e características físico-químicas, das condiçõesmeteorológicas e do terreno.

Emergências com produtos perigososAtividade realizada por profissionais devidamente capacitados para, com segurança;

dimensionar, planejar e implementar ações destinadas ao atendimento de emergências comprodutos perigosos, considerando as características inerentes às diversas classes de risco dosprodutos perigosos e, também, os aspectos ambientais envolvidos.

Existe uma substancial diferença entre o atendimento de uma ocorrência ordinária e umaemergência com produtos perigosos. Nesses casos, mudam as regras do jogo, e as melhoressoluções, nem sempre são as mais rápidas, mas sim, as mais seguras.

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Recebem a denominação “produtos perigosos”, as substâncias sólidas, líquidas ougasosas que tem a propriedade de provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou aomeio ambiente. Mas o que transforma essas substâncias em perigosas são, basicamente, suascaracterísticas biológicas, radiológicas e químicas.

Os perigos que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou aomeio ambiente são classificadas em:

✔ Perigos Biológicos✔ Perigos Radiológicos✔ Perigos Químicos.

Perigos biológicos

Existem várias categorias de agentes biológicos capazes de causar infecções ouenfermidades nos indivíduos a eles expostos. Esses agentes podem ser vírus, bactérias, fungos ouparasitas. Estes tipos de agentes podem estar presentes em depósitos de produtos perigosos ouem derrames de resíduos. Os agentes biológicos podem se dispersar através do meio ambientepor meio dos ventos e da água

Perigos radiológicos

As radiações ionizantes são emitidas por materiais artificialmente ou naturalmenteradioativos, ou então, por máquinas que só emitem essas radiações quando em operaçõesespecíficas para esse objetivo (exemplo: aparelhos de raios X, reatores nucleares, etc.). Aradiação não possui propriedades de advertência (cheiros característicos, irritações). A ionizaçãopode alterar a função celular produzindo disfunções ou até a morte celular.

Perigos químicos

Os perigos químicos classificam-se em numerosos grupos. É fundamental que osprofissionais de primeira resposta conheçam os fundamentos de cada um deles e suas relações,de maneira que possam atuar reduzindo riscos e trabalhando em operações seguras e efetivas.

Térmicos

Combustibilidade: Propriedade de um determinado material para atuar comocombustível. Os materiais que podem se inflamar rapidamente e manter o fogo são consideradoscombustíveis, enquanto que aqueles que não possuem tal característica são chamadosincombustíveis. Para se iniciar uma ignição são necessários quatro elementos: combustível(agente redutor), temperatura, agente oxidante e reação em cadeia sem limitações.

Inflamabilidade: Propriedade de um material (gás ou líquido) para gerar suficienteconcentração de vapores combustíveis debaixo de condições normais para inflamar-se e produziruma chama. É necessário possuir uma relação apropriada entre combustível e ar para que acombustão prossiga. Essa relação é expressa em percentagem de combustível no ar.

Mecânicos

Explosivos são substâncias que sofrem uma transformação química muito rápida,produzindo grandes quantidades de gases e calor. Os gases produzidos se expandem rapidamentee isto origina tanto ondas de choque como intenso ruído. Os perigos mecânicos relacionados comexplosões podem produzir destruição física pelas ondas de choque, grande calor, lançamento de

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fragmentos, liberação de compostos no meio ambiente circundante ao local do evento e início deincêndios.

Tóxicos

Os tóxicos causam efeitos locais ou sistêmicos no organismo humano. Os tipos deperigos tóxicos podem ser categorizados pelos seus efeitos fisiológicos no organismo, tais como:asfixia, irritação alérgica, envenenamento de sistemas, mutagênese, teratogênese, etc. Aprobabilidade de que o organismo sofra estes efeitos depende não somente da toxicidade inerenteao próprio produto (medida por sua dose letal) como também pela magnitude da exposição(aguda/crônica) e a rota da exposição.

As Vias de exposição são os caminhos ou meios através dos quais uma substânciaingressa no Corpo humano. Para este Curso, vamos considerar que existem três vias: Absorção,Inalação e Ingestão.

1) Absorção – Implica no contato direto com a pele destruindo-a e /ou traspassandodeterminada substância através da pele ou olhos.

2) Inalação – Consiste em aspirar determinada substância, levando-a a um contato diretocom as membranas da zona respiratória (nariz, garganta, traqueia e pulmões).

3) Ingestão – É a deglutição de uma substância, a qual produz um efeito em contato coma zona digestiva (boca, garganta, esôfago, estômago e Intestinos.

O sistema de classificação da organização das nações unidas

A Organização das Nações Unidas (ONU), preocupada com o crescente número deacidentes ambientais envolvendo produtos perigosos e a necessidade de uma padronização dosmesmos, atribuiu a cada um deles um número composto de quatro algarismos, conhecido por“número da ONU”. A relação completa dos produtos perigosos, em ordem numérica e alfabética,consta do Manual de Emergências da Associação Brasileira da Indústria Química e de ProdutosDerivados (ABIQUIM).

A classificação da Organização das Nações Unidas reconhece nove classes de risco, queseguem abaixo:

Classes risco✔ EXPLOSIVOS✔ GASES✔ LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS✔ SÓLIDOS INFLAMÁVEIS✔ SUBSTÂCIAS OXIDANTES✔ SUBSTÂNCIAS TÓXICAS✔ SUBSTÂNCIAS RADIOTIVOS✔ SUBSTÂNCIAS CORROSIVOS✔ SUBSTÂNCIAS PERIGOS DIVERSOSSistemas informais de identificaçãoConsideramos sistemas informais, aqueles que permitem o reconhecimento da presença

de produtos perigosos quer por meio da apreciação das formas estruturais dos recipientes ondeencontram-se os produtos, sejam eles fixos ou de transporte, quer por meio da observação demarcas, cores, características de ocupação e localização.

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Brigadista Particular

Sistemas formais de identificaçãoOs sistemas formais de identificação são todos aqueles

normatizados, de características similares e de uso massivo,que incorporam informações suficientes para umaidentificação primária do produto perigoso com segurança.

A Associação é uma entidade de classe representativado setor da indústria química no Brasil, fundada

no ano de 1964.A identificação formal de um produto perigoso poderá

ser realizada por qualquer uma das seguintes maneiras:

1 – Número da ONUÉ o número de 4 algarismos (número da ONU)

existente no painel de segurança (placa retangular decor laranja) afixada nas laterais, traseira e dianteira doveículo de transporte.

✔ Painel de Segurança✔ Número de Risco✔ Número da ONU

2 - Número de Risco

O número de risco é a identificação de risco existente na parte superior do painel desegurança. Esses números são semelhantes aos da ONU, mas indicam simplesmente a classegeral (classe de perigo do produto perigoso). Estes números são constituídos por dois ou trêsalgarismos e, se necessário, a letra “X”. Quando for expressamente proibido o uso de água noproduto perigoso, deve ser colada a letra X, no início, antes do número de identificação de risco.

O número de identificação de risco permite determinar de imediato:✔ 1º algarismo = O risco principal do produto;✔ 2º e/ou 3º algarismos = Os riscos subsidiários.

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Brigadista Particular

Observação:Na ausência de risco subsidiário deve ser

colocado como 2º algarismo o número “zero”; nocaso de gás, nem sempre o 1º algarismo significa orisco principal; e a duplicação ou triplicação dosalgarismos significa uma intensificação do risco.

3– Rótulo de RiscoO rótulo de risco é a placa ilustrada

em formato de losango afixado nas lateraise, traseira dos veículos de transporte. Osrótulos de risco possuem desenhos enúmeros que identificam o produtoperigoso. Quanto à natureza geral, a cor dofundo dos rótulos é a mais visível fonte deidentificação de um produto perigoso.

Os rótulos de risco possuemdesenhos, números e cores, que identificamo risco que o produto perigoso oferece.

3 = INFLAMÁVEL;33 = MUITO INFLAMÁVEL;333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL.Significado do primeiro algarismo (risco principal do produto)1 Explosivo;2 Gás3 Líquido inflamável4 Sólido inflamável

5 Substância oxidante ou peróxidoorgânico

6 Substância tóxica7 Substância radioativa8 Substância corrosiva

Significado do segundo e/ou terceiro algarismos (risco adicionais)0 Ausência de risco subsidiário1 Explosivo2 Emana gás3 Inflamável4 Fundido5 Oxidante6 Tóxico7 Radioativo8 Corrosivo9 Perigo de reação violenta

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4 – Outras formas de identificação do produto

Pelo número da ONU ou pelo nome do produto perigoso constante na ficha deemergência, no documento fiscal ou na embalagem do produto.

Observações:✔ Os painéis de segurança devem ser de cor laranja e os números de identificação de

risco e do produto perigoso (número da ONU) devem ser indeléveis de cor preta. Quando otransporte for efetuado desde o por do sol até o amanhecer, os painéis devem ser de cor laranjarefletiva;

✔ O painel de segurança e o rótulo de risco, se destacáveis, devem ter seus versospintados na cor preta, e os números citados no painel não devem ser removíveis;

✔ Os algarismos devem ter altura de 10 cm e largura de 5,5 cm;✔ No Brasil, os símbolos convencionais e seu dimensionamento são estabelecidos

pela NBR 7500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, de Jan/94 – Símbolos de risco emanuseio para o transporte e armazenamento de materiais (63 páginas).

Manual para atendimento de emergências com produtos perigosos

O Manual de Emergências da ABIQUIM é somente uma fonte de informação inicial paraos primeiros 30 minutos do acidente.

Utilize suas recomendações para orientar as primeiras medidas na cena da emergência,até a chegada de uma equipe especializada, evitando riscos e a tomada de decisões incorretas.

Cada produto perigoso recebeu da Organização das Nações Unidas (ONU), um númerocom quatro algarismos, conhecido como número da ONU.

Por exemplo: O gás liquefeito de petróleo (GLP), que utilizamos como gás de cozinha,possui o número 1075.

Utilize o Manual de Emergências para identificar os produtos perigosos e as açõesiniciais de emergência da forma que segue:

Seção AMARELA = Nas páginas amarelas do Manual de Emergências da ABIQUIM,os produtos perigosos estão relacionados por ordem numérica crescente.Exemplo:Nº ONU C.R GUIA NOME DO PRODUTO PERIGOSO✔ 1427 4.3 138 HIDRETO DE SÓDIO✔ 1888 6.1 151 CLOROFÓRMIO✔ 2842 3 129 NITROETANOSeção AZUL = Nas páginas azuis, os produtos perigosos estão relacionados porordem alfabética.Exemplo: NOME DO PRODUTO PERIGOSO Nº ONU C.R GUIA✔ BENZOL 1114 3 130✔ CLOROETANO 1037 2.1 115✔ PERÓXIDO DE POTÁSSIO 1491 5.1 144

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Brigadista Particular

Observação: Não sendo possível identificar o número da ONU ou o nome do produtoperigoso, existe uma alternativa; procurar o rótulo de risco do produto perigoso. No Manual deEmergências da ABIQUIM existem páginas de rótulos de risco com seus guias correspondentes.

Seção VERDE = Você poderá encontrar uma série de produtos perigosos destacados pelacor verde nas seções amarela e azul do Manual de Emergência, por exemplo o cloro, número daONU 1017, estes produtos exigem uma atenção especial nos casos de vazamentos, pois sãosubstâncias tóxicas se inaladas. Consulte as páginas verdes, na parte final do manual, paraconhecer as distâncias em metros para isolamento e evacuação (ação de proteção) inicial.

AtençãoSe você não conseguir identificar nem o número da ONU, nem o nome do produto

perigoso, utilize a Guia de Emergência nº 111, que é a guia indicada para produtos perigosos emgeral. Depois procure obter informações mais detalhadas sobre o produto o mais rápido possível.

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Módulo II - Unidade Didática 7

Operações de Combate a Incêndio

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

✔ Citar as 04 ações do controle de um incêndio;✔ Definir ataque direto; indireto e combinado;✔ Definir ações de combate a incêndio florestal;✔ Definir ações de combate incêndio em veículos;✔ Executar com segurança operações de salvamento em incêndios.

Operações de combate a incêndio e salvamentoIntroduçãoO combate eficaz a incêndio em edificações requer uma série de conhecimentos e ações

por parte do combatente. Para tanto, diversas técnicas, estratégias e táticas são necessárias. Sabercomo o incêndio surge e como se desenvolve, e como enfrentá-lo com correção, com a máximasegurança e produzindo os menores danos possíveis, são requisitos fundamentais desta que é amaior e indiscutível razão da existência dos Corpos de Bombeiros.

Estratégias de combate a incêndioAs estratégias de combate em edificações são dividas em operações ofensivas, defensivas

e marginais.Operações ofensivasDurante uma operação ofensiva (também chamada de ataque interno ou ataque direto) as

condições do incêndio permitem a realização de um ataque interior, rápido ou cauteloso. Emgeral, essas ações são desenvolvidas de um modo agressivo e objetivam a rápida extinção doincêndio no interior da edificação.

1. Não se vê nada = Investigue;2. Se vê fumaça = Ataque interior (AI) rápido;3. Se vê fumaça e pouco fogo = AI agressivo;4. Fogo em desenvolvimento = AI cauteloso;5. Fogo ativo = Ataque interior bem cauteloso.Operações defensivasSão utilizadas quando as condições do incêndio impedem a entrada e o ataque interior, de

modo que o Cmt da Guarnição deverá determinar o posicionamento de linhas de proteção demaior calibre (2 ½”) entre o foco de incêndio e as outras estruturas vizinhas para prevenir apropagação do fogo. Trabalho orientado mais para ações de isolamento do que para extinção.

Operações marginaisRepresentam situações de difícil combate, pois ocorrem quando as condições do sinistro

estão no fim de uma operação ofensiva e no início de uma operação de defesa (situação limite).

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O Cmt de Guarnição deverá determinar o inicio de um ataque ofensivo, mas poderá ter de alterarsua decisão estratégica e determinar a retirada dos combatentes a qualquer momento.

6. Fogo marginal = AI preparando-se p/ação externa;7. Totalmente em chamas = Operação defensiva (OD);8. O fogo desce = OD preparando-se para colapso;9. Fogo na base = OD preparando-se para colapso;10. Destruição total.O controle do incêndio

Consiste nas ações destinadas especificamente ao controle do incêndio, sendo tais ações oisolamento, o confinamento, a extinção, as ações de apoio e suporte (entradas forçadas,ventilação, iluminação, gerenciamento de riscos e abertura de acessos).

Isolamento

O controle do incêndio sempre se inicia pelo isolamento da área sinistrada. A operação deisolamento nada mais é do que uma ação de impedimento da propagação do fogo que poderádirigir-se para além da edificação de onde se originou. A proteção das edificações e estruturasvizinhas ao local do sinistro deverá ser sempre considerada como principal objetivo em situaçõesde combate ao fogo do tipo defensivo.

Confinamento

O confinamento de um incêndio em sua área de origem é uma ação tática (operacional)que consiste em impedir a progressão, horizontal ou vertical, do fogo e do calor para ambientesainda não expostos (atingidos). Podemos dizer que um incêndio está confinado quando foireduzido a uma área onde possa ser controlado pelos combatentes.

Extinção

São as ações necessárias para o ataque e a extinção propriamente dita do incêndio. Oêxito dessas operações depende do tipo de material combustível, da localização do incêndio, dograu de dificuldade e da capacidade de resposta das equipes de combate ao fogo.

Ações de apoio e suporteGerenciamento de riscos

Incluem as ações de corte da energia elétrica e fechamento dos registros de gás.Recomenda-se o corte da energia localizado, ou seja, devemos evitar ao máximo, cortartotalmente a energia elétrica de uma edificação vertical ou grande local de incêndio, e sim,restringir o corte da energia apenas à área sinistrada.

O fechamento do gás segue as mesmas regras, ou seja, deve ser feito localizado (só noapartamento ou só no andar do incêndio). O corte no registro geral (central de gás) poderá gerar

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problemas futuros gerando vazamentos nos queimadores dos fogões que estavam acessos na horado corte e que permaneceram abertos.

Conservação da propriedade

Deverá iniciar-se tão cedo quanto possível para evitar danos adicionais à estruturasinistrada. Essas ações visam diminuir os danos causados pelo fogo, pela água e pela fumaça,durante e depois do combate ao incêndio e, de forma geral, compreendem atividades deescoamento de água, transporte e cobertura de objetos e ações de proteção de salvados em geral.

Técnicas de ataque e extinção de incêndios

As técnicas de ataque e extinção são determinadas em função do tipo, intensidade e classedo incêndio e a regra do combate é sempre o ataque ofensivo (interno), conduzido de formarápida e agressiva. Assim, as técnicas utilizadas serão o ataque direto, ataque indireto ataquecombinado,

Ataque direto

Forma de ataque caracterizada pelo lançamento de um jato de água diretamente sobre abase do fogo. Ataque usualmente utilizado para enfrentar incêndios nas fases iniciais e nassituações de pré ou pós flashover. Essa técnica exige que os BM caminhem até bem próximo dofogo e executem o ataque utilizando jatos d’água direcionados para a base do incêndio.

O ataque direto só deve ser feito após se verificar as condições da estrutura da edificação,não devendo ser adotado se tais condições não forem seguras. Deve-se estar atento as“armadilhas” que podem estar ocultas pela fumaça (ou pela escuridão). Também se deve atentarpara que sejam cortados os suprimentos de energia elétrica e gás, conforme a necessidade.

Recentemente, devido especialmente aos riscos associados do flashover e do backdraft,recomenda-se que antes da realização do combate direto propriamente dito, os combatentesfaçam o uso de uma série de jatos bem curtos de neblina fina direcionados a capa de gasesaquecidos existente na parte mais alta da área sinistrada, já a partir da abertura de acesso aoambiente sinistrado.

Esse procedimento não objetiva a supressão do fogo, mas sim o resfriamento dos gases ea redução da temperatura do ambiente para facilitar a aproximação tática dos combatentes delinha, promovendo um ambiente mais seguro para a extinção propriamente dita.

Obs. Não confundir essa prática com a técnica do combate indireto. Em edificações verticalizadas também se deve buscar o ataque direto, com a

pressurização do SHP da edificação ou, caso não disponha, com a utilização de mangueirasmontadas através das escadas. O ataque indireto (externo) é, conforme a altura, totalmenteineficaz e representará apenas desperdício de tempo e água. É importante salientar que oscombatentes devem buscar utilizar suas próprias mangueiras, visto que as que se encontram noshidrantes das edificações, em geral, são de péssima qualidade, isso se houver mangueiras noshidrantes. Caso o hidrante de recalque não seja encontrado ou se encontre sem condições de uso,o recalque poderá ser feito no hidrante da edificação mais próximo.

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Ataque indireto

Forma de ataque caracterizada pelo lançamento de um jato de água indireto a partir deuma área externa, ou seja, o combatente permanece fora da área sinistrada e lança jatosdirecionados para a parte superior da edificação, usando a propriedade de vaporização da água,sem a necessidade de adentrar no local do incêndio.

O combate indireto é desaconselhável caso não se tenha a certeza que no ambienteincendiado não há vítimas, visto que a grande geração de vapores d’água poderá comprometerainda mais a segurança de possíveis vítimas que estejam no interior da área sinistrada.

Além disso, a produção de vapores superaquecidos e a quebra do equilíbrio interno doambiente expõem os combatentes a condições extremas e ao risco de graves queimaduras. Existeainda o problema do efeito êmbolo como consequência da expansão do vapor que poderá acabarempurrando os produtos da combustão (fumaça, calor e, ocasionalmente, o próprio fogo) paraáreas ainda não afetadas da edificação.

Ataque combinado

Forma de ataque ainda empregada para combater incêndiosconfinados, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento doambiente. A técnica baseia-se no emprego simultâneo das duas técnicasanteriores, ou seja, o uso da produção de vapor combinado com o ataquedireto.

Incêndio em ambientes confinados

O combate a incêndio num ambiente confinado deve ser realizado através de um ataquedireto, mas cauteloso. Deve sempre ser precedido de ventilação adequada e de jatos curtos eintermitentes contra as áreas elevadas do compartimento, a fim de proporcionar a diminuição datemperatura e permitir melhor visualização dos focos do incêndio, diminuindo,consequentemente a ocorrência de flashover e backdraft e proporcionado maior facilidade para alocomoção correta do combatente.

Preservação do local sinistrado

Em vista da realização de perícia o local sinistrado deve ser preservado até a chegada doperito. A guarnição no combate o incêndio deve alterar somente o mínimo necessário aocombate, sendo desaconselhável a retirada de materiais do interior da edificação, salvo aquelesque apresentem risco, bem como não se deve fazer a descarga de mangueiras a partir da ponta damangueira do esguicho dentro da edificação.

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Módulo II - Unidade Didática 8

ABASTECIMENTOS

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conhecer os dois tipos de fontes de abastecimentos; 2) Indicar os três métodos de abastecimentos; 3) Indicar os três objetivos de um sistema hidráulico preventivo de uma edificação.

Durante uma operação de incêndio surge a necessidade de várias atividades de apoio aocombate. Embora todas tenham grande importância para o sucesso da operação, talvez nenhumaatividade seja tão importante que a de abastecimento.

A utilização do agente extintor água é feita em larga escala em situações de sinistro. Afalta de tal agente pode condenar a perder-se por completo todo o trabalho já realizado.Comumente, quando esta atividade falha, o incêndio volta a crescer e, muitas vezes, perde-secompletamente o seu controle.

A existência de água em abundância para garantir o controle do incêndio requer apresença de uma boa rede de hidrantes públicos, existência de reservas técnicas de incêndio nasedificações, agilidade nas ações de reabastecimento dos caminhões e, principalmente, do usocomedido da água durante o combate.

Fontes de Abastecimento

As fontes de água para combate a incêndios são: mananciais, reservatórios, viaturas,sistemas de hidrantes de prédios e indústrias e da rede pública.

Mananciais

São mananciais: rios, lagos, córregos, mares, represas, poços, etc. A utilização demananciais depende de bombeamento, geralmente através de escorva/sucção.

Reservatórios

Reservatórios são depósitos de água destinados a compensar as variações horárias ediárias de consumo, manter reserva a ser utilizada em emergência e manter uma pressãoadequada na rede de distribuição. São reservatórios: as caixas d’água elevadas e subterrâneas. Doponto de vista operacional, pode-se ainda considerar como reservatórios as piscinas, fontespúblicas, espelhos d’água.

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Métodos de Abastecimentos

O abastecimento poderá ser feito de três modos: por bombeamento, por gravidade oumodo combinado.

1) Por bombeamento

Uma ou mais bombas captam água de um manancial e a descarregam em estações detratamento. Posteriormente, a água é novamente bombeada para o sistema de distribuição.

2) Por Gravidade

Quando existe uma fonte de água situada em local mais elevado que o sistema dedistribuição, a gravidade proporciona a pressão necessária à distribuição.

3) Modo Combinado

É a utilização dos dois modos: bombeamento e gravidade. Quando o consumo de água épequeno, o abastecimento por gravidade pode ser suficiente, não sendo necessário obombeamento. Porém, quando o consumo aumenta, o bombeamento é associado aoabastecimento por gravidade, para suprir a demanda.

Redes Internas de Edificações

A rede interna de uma edificação é composta pelo sistema de consumo de água normal(uso comum pelos ocupantes) e pelo sistema hidráulico preventivo. É abastecida, geralmente,pela rede de distribuição pública e possuem hidrantes de coluna ou de parede. O sistemahidráulico preventivo de uma edificação tem três objetivos definidos: a) permitir que o usuárioou brigadista da edificação efetue o combate do princípio do fogo; b) permitir que o corpo debombeiros possa utilizar a canalização para bombear água para o sistema e; c) abastecer asviaturas do Corpo de Bombeiros para utilização em incêndios em edificações vizinhas.

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Hidrantes Públicos

São hidrantes da rede de distribuição pública, para captação de grande quantidade deágua pelos bombeiros, para o combate a incêndios. Os hidrantes públicos podem ser de colunaou subterrâneos.

Avaliação Abastecimentos

1) Cite os dois tipos de fontes de abastecimento: 2) Quais os três métodos de abastecimento? 3) Quais os três objetivos de um sistema hidráulico preventivo de uma edificação?

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Módulo II - Unidade Didática 9

COMBATE INCÊNDIO POR MEIO DE SISTEMA GRAVITACIONAL E DE BOMBAS

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conhecer as partes do sistema hidráulico preventivo

Conhecendo o SHP

As edificações multifamiliares são dotadas de um sistema hidráulico preventivo contraincêndio. O Artigo 4º da IN – 007 - 2014 do CBMSC traz a seguinte definição: o sistemaHidráulico Preventivo (SHP) é constituído por uma rede de tubulações que tem a finalidade deconduzir água de uma Reserva Técnica de Incêndio (RTI), por meio da gravidade ou pelainterposição de bombas, permitindo o combate do princípio de incêndio através da abertura dehidrante para o emprego de mangueiras e esguichos e/ou o emprego do mangotinho.

Esse sistema é basicamente composto pelas seguintes partes: reservatório de água oureserva técnica de incêndio, sistema de pressurização por bombas, hidrantes de parede e hidrantede recalque.

Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/

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Para melhor entendimento e análise do sistema, seguiremos o caminho da água noseguinte sentido: reservatório > bombas > canalização > hidrantes > mangueiras > recalque.

-Reservatório: a reserva técnica de incêndio (RTI) constitui uma quantidade determinadade água, reservada exclusivamente para ser utilizada no sistema hidráulico preventivo daedificação. Tais reservatórios poderão ser elevados ou subterrâneos, pressurizando a rede dehidrantes por meio gravitacional ou por bombeamento.

Deverão ser de material resistente ao fogo ou protegidos por ele (mureta ou similar). Podetambém abastecer a rede de consumo comum do imóvel desde que a canalização de consumocomum tenha sua saída na lateral do reservatório a uma altura que garanta o mínimo de reservapara o combate exigido em lei.

-Bomba de pressurização: destinado a fornecer ao sistema de hidrantes de parede apressão necessária para o combate ao incêndio. Pode ou não estar presente no SHP, dependendose a pressão de saída na ponta do esguicho do hidrante de parede está adequada ou não.

-Canalização Incêndio

As informações sobre as canalizações do SHP podem ser encontradas na IN 007 de 2014do CBMSC disponível para consulta pública.

Algumas características exigidas são:

1- Deverá ser em tubo de ferro fundido ou galvanizado, aço preto ou cobre e quandosubterrâneas PVC, Fibrocimento ou equivalente;

2- Em qualquer situação a resistência da canalização deverá ser superior a 15kgf/cm2 ;

3- As canalizações, conexões e peças quando se apresentarem expostas, aéreas ou não,deverão ser pintadas de vermelho;

4- Devem terminar no hidrante de recalque.

Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/

-Hidrantes de Paredes

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São dispositivos colocados nas redes de distribuição que permitem a captação de águapelos bombeiros, especialmente durante o combate a incêndios. Fonte:bombeiroswaldo.blogspot.com

-Bombas

Podem ser de três tipos a saber:

1-Bomba de incêndio – principal: bomba hidráulica centrífuga destinada a recalcar(empurrar para fora da bomba) água para os sistemas de combate a incêndio.

2-Bomba de incêndio – de pressurização (Joquey): bomba hidráulica centrífuga,destinada a manter o sistema pressurizado em uma faixa preestabelecida.

3-Bomba de incêndio – de reforço: bomba hidráulica centrífuga, destinada a fornecerágua aos hidrantes mais desfavoráveis hidraulicamente, quando estes não puderem serabastecidos somente pelo reservatório elevado.

Admite-se a instalação de uma bomba de reforço com acionamento automático e manual,entre o reservatório e os hidrantes menos favoráveis. O funcionamento desta bomba deverá serautomático, assim como sua alimentação elétrica deverá ser independente da rede geral daedificação.

A empresa Zurich fez algumas considerações sobre bombas de combate a incêndio quepublicou em informativo denominado “Bombas de Incêndio: O que você precisa saber”

1- A experiência comprova que, em casos de incêndio, a impossibilidade de utilização deequipamentos/ instalações de combate, proteção e segurança ocorre com uma freqüência maiordo que a esperada. São muitos os motivos que levam a essas situações. Simples problemas demanutenção ou limpeza podem acarretar danos ou até perdas que poderiam ser prevenidos ouevitados através de algumas medidas de segurança.

2- A Casa de Bombas : Recomenda-se iluminação de emergência no local? Imagine um incêndio à noite. Pode estar certo de que nessa hora ninguém saberá onde

está a lanterna. É fundamental uma iluminação de emergência no local para que as bombas possam ser

monitoradas e para corrigir eventuais problemas que possam ocorrer. A iluminação pode serautônoma com bateria ou ligada ao gerador de emergência, por exemplo.

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3- Será que as válvulas da rede de incêndio podem estar fechadas quando for necessáriousar o sistema?

Esta é uma das falhas mais freqüentes. A melhor maneira de se evitar tal inconveniente étravar o volante das válvulas da rede de hidrantes na posição de operação por meio de correntes ecadeados. Isto ajuda a prevenir inclusive o risco de sabotagem e brincadeiras de mal gosto.

4- Bombas com motor a combustão a gasolina podem causar problemas? Sim. Jamais devem ser utilizados motores de combustão a gasolina para o acionamento

de bombas de incêndio, por apresentarem menor confiabilidade e pelas dificuldades para amanutenção/controle da rotação nominal requerida para o funcionamento da bomba.

5- Manutenção, Inspeções e TestesSemanalmente: -Inspeção visual; -Teste da partida automática;-Teste operacional do motor e bomba;Mensalmente: -Verificação dos itens requeridos pelo fabricante do equipamento. Anualmente: -Teste de desempenho de cada bomba medindo-se a vazão no hidrante mais desfavorável;-Teste funcional dos painéis de controle e alarme;

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Fonte: Zurich-Hidrantes de Recalque

O hidrante de recalque (ou hidratante de passeio) é uma extensão da rede hidráulica queserá utilizado pelos bombeiros ou brigadistas para pressurizar a rede e realizar o combate do focodo incêndio.

Atividade Proposta

Recomenda-se que o instrutor tente dentro de suas possibilidades agendar uma visita de 2a 3 HA para visitação de uma edificação com SPH funcional com os alunos do curso debrigadistas.

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Brigadista Particular – Módulo III

SISTEMAS PREVENTIVOSCONTRA INCÊNDIO

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Aluno

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Brigadista Particular

Módulo III - Unidade Didática 1 Sistemas Preventivos

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar quais os sistemas preventivos existentes;2) Descrever os princípios de funcionamento e manutenção de cada sistema preventivo;3) Identificar as principais exigências normativas em Santa Catarina;

PREVENÇÃO E SISTEMAS PREVENTIVOS

O fogo sempre motivou a curiosidade do ser humano. Antes de seu domínio, o homemprimitivo o considerava um deus. Após dominá-lo, o fogo tornou-se um grande aliado do animalem desenvolvimento. Com seu calor aqueceu-se do frio e preparou sua comida. Com seu brilhoiluminou a caverna e afugentou os animais, tornando-se uma fonte de segurança.

Em torno das fogueiras o homem se reunia com os companheiros e iniciava suacaminhada como ser social. Com o passar do tempo, o fogo continuou a ser utilizado pelohomem como um grande aliado. Com sua energia pode aquecer as caldeiras e criar a revoluçãoindustrial. Ainda hoje é fonte de energia presente em nossas vidas e lares.

Mas o mesmo fogo amigo pode tornar-se um inimigo poderoso quando fora de controle,ceifando vidas, destruindo matas e florestas e causando dor. Ao fogo descontrolado chamamos deincêndio.

Deste modo, para que homem não virasse vítima deste fogo, sistemas preventivos contraincêndio foram aos poucos sendo instituídos, sempre visando à manutenção da vida.

1 Sistemas preventivos

São dispositivos e equipamentos instalados numa edificação, destinados a extinguirprincípios de incêndio, bem como auxiliar os usuários a abandonarem a edificação comsegurança, evitando o pânico e evitando a propagação das chamas.

1.1 Sistema Preventivo por Extintores

Exigido em todas as edificações, independentemente de área ou altura (exceto asunifamiliares), tem por objetivo permitir a existência de equipamentos de controle dos princípiosde incêndios, que podem ser utilizados por pessoas leigas, evitando o crescimento e odescontrole do fogo.

Estão localizados nas áreas úteis da edificação, devidamente sinalizados e identificados,permitindo acesso fácil e rápido para ações em princípios de incêndio. Na maior parte das vezes,está projetado para utilização naquela área da edificação, levando-se em conta o tipo decombustível existente.

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São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combaterprincípios de incêndio. Recebem o nome do agente extintor quetransportam em seu interior (por exemplo: extintor de água,porque contém água em seu interior).

Tipos de Extintores de IncêndioDe maneira geral, os extintores classificam-

se em:

a) extintores portáteis;b) extintores transportáveis (estacionários

ou carretas).

A IN 006/DAT/CBMSC traz alguns requisitos específicos para extintores:

Art. 26. Em edificações com mais de um pavimento, são exigidas no mínimo doisextintores de incêndio para cada pavimento, mesmo que em área inferior ao exigido para umacapacidade extintora.

Art. 15. Cada Unidade Extintora protege uma área máxima de:I - risco Leve – 500m²;II - riscos Médio e Elevado – 250m².

Art. 16. Os extintores devem ser dispostos de maneira equidistante e distribuídos deforma a cobrir a área do risco (classe de risco de incêndio), de modo que o operador percorra, doextintor até o ponto mais afastado, um caminhamento máximo de:

I - risco Leve – 20m;II - risco Médio - 15m;III - risco Elevado - 10m.

Art. 20. Os extintores portáteis deverão ser afixados de maneira que:

I - nenhuma de suas partes fique acima de 1,7m do piso acabado e nem abaixo de 1m;II - a fixação do aparelho deverá ser instalada com previsão de suportar 2,5 vezes o peso

total do aparelho a ser instalado.

Art. 21. Nos casos onde a fixação em paredes seja prejudicada, em virtude de seremconstruídas em materiais mecanicamente não resistentes, os extintores portáteis poderão serlocados em suporte sobre o piso, instalado com a parte inferior, no mínimo, a 20cm do pisoacabado, de modo que a visibilidade e acesso não fiquem prejudicados.

Art. 22. Os extintores nas áreas descobertas ou sem vigilância poderão ser instalados emnichos ou abrigos de latão ou fibra de vidro, pintados em vermelho com a porta em vidro comespessura máxima de 3mm, em moldura fixa com dispositivo de abertura para manutenção edeverão ter afixados na porta instruções orientando como utilizar o equipamento.

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Art. 28. Para áreas superiores a 400m2, com risco de incêndio Elevado é obrigatório o emprego de extintores sobre-rodas (carretas).

Validade dos ExtintoresOs extintores de incêndio estão presentes na maior parte das edificações. Destinados a

combater princípios de incêndios, os mesmos tem capacidade reduzida e validade pré-definida.No Brasil não existe uma regulamentação acerca da validade dos extintores, sendo que a únicaobrigatoriedade criada em torno destes equipamentos é a de que os mesmos sejam submetidos ateste hidrostático (teste no cilindro) a cada cinco anos.

Em razão desta regulamentação, em Santa Catarina, o Corpo de Bombeiros Militarrecomenda a manutenção dos extintores à validade do teste hidrostático, desde que os mesmosmantenham suas características externas intactas (mangueiras, esguichos, condições de casco),inviolabilidade do lacre e nível de pressurização.

Em suma, a validade do extintor poderá ser de até 5 (cinco) anos.

1.2 Sistema Hidráulico Preventivo-SHPTambém denominado de sistema de hidrantes, serve para a extinção de princípios de

incêndio e podem ser operadas por pessoas leigas, com algum conhecimento de técnicas de extinção.

Composto por um reservatório de água (RTI – Reserva Técnica de Incêndios), uma redede canalização, hidrantes de paredes, mangueiras de incêndio e esguichos, são posicionadosnas áreas comuns das edificações, permitindo acesso fácil dos usuários, bastando lançar asmangueiras, conectar os esguichos e abrir o registro para que expelir água para o foco doincêndio.

Tal sistema também é utilizado pelo Corpo de Bombeiros Militar para bombear águapara o interior da edificação, através da rede de canalização existente e evitar a necessidade demontagem de linhas de mangueiras pelas escadas da edificação, reduzindo tempo e facilitando asações de extinção.

Conforme a IN 007/DAT/CBMSC, alguns requisitos deverão ser observados no sistema:Art. 11. A canalização do Sistema deverá ser em tubo de ferro fundido ou galvanizado,

aço preto ou cobre.Art. 12. As redes subterrâneas, exteriores à edificação, poderão ser com tubos de Cloreto

de Polivinila Rígido, Fibrocimento ou categoria equivalente.§ 1º As tubulações deverão ser enterradas a pelo menos 1,2m de profundidade.§ 2º Nos pontos de união dos tubos de PVC ou de categoria equivalente com tubos

metálicos, deve ser construído um nicho com as dimensões mínimas de 25 x 30cm, guarnecidopor tampa metálica pintada de vermelho, onde estará instalada a conexão FG x PVC.

Art. 13. Em qualquer situação a resistência da canalização deverá ser superior a15kgf/cm², devendo ser dimensionada de modo a proporcionar as pressões e vazões exigidas pornormas nos hidrantes hidraulicamente menos favoráveis.

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Art. 17. O diâmetro interno mínimo da canalização do Sistema Hidráulico Preventivodeverá ser de 63mm (2 ½”).

Art. 56. O hidrante deverá ser instalado, preferencialmente, dentro do abrigo demangueiras, de modo que seja permitida a manobra e substituição de qualquer peça.

Parágrafo único. Em instalações de risco “Médio e Elevado” os hidrantes devem sersinalizados, com um quadrado de cor amarela ou vermelha com 1m de lado, pintado no piso ecom as bordas de 10cm, pintados na cor branca.

Art. 57. Para as edificações de risco “Leve”, os hidrantes terão saída singela, enquantonas edificações de risco “Médio ou Elevado”, terão saída dupla.

Art. 61. Os hidrantes não poderão ser instalados em rampas, em escadas e nem seuspatamares.

Art. 62. O número de hidrantes de uma edificação é determinado pela coberturaproporcionado pelas mangueiras.

Art. 63. Em edificações onde a razão vertical é predominante, haverá em cada pavimentopelo menos um hidrante.

Art. 64. Os abrigos terão, preferencialmente, forma paralelepipedal, com as dimensõesmáximas de 90cm de altura, por 70cm de largura, por 20cm de profundidade, para as instalaçõesde risco Leve.

§1º Para instalações de risco Médio e Elevado deverão ser observadas dimensões quepermitam abrigar com facilidade os lances de mangueira determinados para cada projeto.

§ 2º As portas dos abrigos deverão dispor de viseiras de vidro com a inscrição“INCENDIO”, em letras vermelhas com as dimensões mínimas: traço de 5mm e moldura de 3 x4cm.

§ 3º A porta do abrigo deverá possuir dispositivos para ventilação, de modo a evitar odesenvolvimento de fungos e/ou líquens no interior dos abrigos.

§ 4º Em edificações residenciais, quando separado do hidrante de parede, o abrigo demangueira não poderá ser instalado a mais de 3m de distância.

Art. 75. O hidrante de recalque será localizado preferencialmente junto à via pública, nacalçada ou embutido em muros ou fachadas, observando- se as mesmas cotas para instalação doshidrantes de parede.

Parágrafo único. O hidrante poderá ser instalado junto à via de acesso de veículos, via decirculação interna, de modo a ser operado com facilidade e segurança e em condições que lhepermitam a fácil localização.

Art. 80. A pressão dinâmica no hidrante hidraulicamente menos favorável, medido norequinte, não poderá ser inferior a:

I -0,4 kgf/cm2 (4 m.c.a.), para edificações de risco leve;II -1,5 kgf/cm2 (15 m.c.a), para edificações de risco médio;III -3,0kgf/cm2 (30m.c.a), para edificações de risco elevado.Art. 97. A reserva técnica de incêndio será dimensionada de tal forma que forneça ao

sistema uma autonomia mínima de 30 minutos.Art. 98. No dimensionamento da reserva técnica de incêndio, deverão ser consideradas as

seguintes vazões:I -risco leve: avazão no hidrante mais favorável, a crescido de 2 minutos por hidrante

excedente a quatro;II -risco médio e risco elevado -as vazões nos hidrantes mais desfavoráveis, considerando

em uso simultâneo:a) 1 Hidrante: quando instalado 1 hidrante;b) 2 Hidrantes: quando instalados de 2 a 4 hidrantes;

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c) 3 Hidrantes: quando instalados 5 ou 6 hidrantes;d) 4 Hidrantes: quando instalados 7 ou mais hidrantes; e acrescer 2 minutos por hidrantes

excedente a quatro.§ 1º Em edificações de risco leve, a RTI mínima deve ser de 5.000 litros.§ 2º A RTI, quando em reservatório subterrâneo, será o dobro da previsão para a do

reservatório elevado, para todas as classes de risco.

1.3 Saídas de EmergênciaSão compostos pelas portas, escadas, rampas, corredores, elevadores de emergência ,

locais para de resgate aéreo e outros. Tem o objetivo de servir de rota de fuga para os usuáriosda edificação, por isso devem estar sinalizados, desobstruídos e iluminados. A largura dosacessos é projetada de acordo com o número de habitantes da edificação.

A norma que institui as Saídas de Emergência em Santa Catarina é a IN009/DAT/CBMSC, a qual estabelece alguns itens essenciais a serem observados. Os principaissão:

Art. 5º Independente da ocupação da edificação, altura, área total construída ou carga de incêndio, será exigido o Sistema de Saídas de Emergência.

Art. 6º Todas as saídas de emergência das edificações serão sinalizadas com indicaçãoclara do sentido de saída.

Art. 7º Para efeito do Sistema de Saídas de Emergência, a definição do número e tipo deescadas, deverá ser feita considerando-se:

I - número de pavimentos; II - altura da edificação; III - área do pavimento tipo; eIV - caminhamento (distâncias máximas a serem percorridas).

Art. 8º Entende-se como pavimento útil, todos os níveis (pavimentos) úteis ocupáveis,quer compreendendo subsolo, pilotis, térreos, garagens ou áticos e mezaninos com área superiora 100m².

Art. 9° Entende-se como número de pavimentos:I - para a escada que atenderá aos pavimentos superiores ao pavimento de descarga,

serão considerados aqueles acima do piso térreo, inclusive o térreo; II - para a escada que atenderá aos pavimentos inferiores ao pavimento de descarga, serão

considerados aqueles abaixo do piso térreo, inclusive o térreo;

Art. 10. Entende-se como altura da edificação:

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I - para a escada que atenderá aos pavimentos superiores ao pavimento de descarga, seráconsiderada a altura ascendente, ou seja, a medida em metros, entre o nível do piso do pavimentode descarga (térreo) e o nível do piso do último pavimento útil, localizados acima do pavimentotérreo;

II - para a escada que atenderá aos pavimentos inferiores ao pavimento de descarga, seráconsiderada a altura descendente, ou seja, a medida em metros, entre o nível do piso dopavimento de descarga (térreo) e o nível do piso do último pavimento útil inferior (subsolo),localizados abaixo do pavimento térreo.

Art. 11. Entende-se como caminhamento as distâncias máximas a serem percorridas paraatingir um local seguro (espaço livre exterior, área de refúgio, escadas, rampas e outros), tendoem vista o risco a vida humana decorrente do fogo e da fumaça.

§ 1º Os caminhamentos previstos são medidos dentro do perímetro do pavimento, a partirdo centro geométrico da economia (sala comercial, sala de aula, apartamento, etc), exceto paragaragens;

§ 2º Quando for pavimento com ocupação garagem, o caminhamento é medido a partirdo ponto médio entre o ponto mais distante do pavimento e os degraus ou a porta da escada,desviando dos obstáculos durante a medição do caminhamento, devendo ser observado o tipo deescada;

§ 3º As distâncias previstas neste artigo podem ser aumentadas em até 15m, sempre quehouver proteção total do pavimento por chuveiros automáticos (Sprinklers).

Art. 12. As Saídas de Emergências compreendem, de uma forma geral:I – escadas;II – rampas;III – portas;IV – portinholas;V - local para resgate aéreo;VI - elevadores de emergência e segurança; VII – passarelas;VIII – outros

Art. 28. Os degraus devem obedecer aos seguintes requisitos:I - devem ser revestidos por materiais incombustíveis e antiderrapantes (conforme a IN

018/DAT/CBMSC);II - possuir o espelho (h) entre 16 e 18cm;III - ter seu comprimento (b) dimensionado pela fórmula: 63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64 cm;IV - quando houver saliência (bocel) este deverá ser menor ou igual a 2cm, sendo que, os

espelhos inclinados também são considerados como saliências;V - os lanços mínimos serão de 3 degraus, contando-se estes pelo número de espelhos;VI - balanceados, quando excepcionalmente o lanço da escada for curvo (escada em

curva):a) a medida (b) (comprimento do degrau) neste caso é feita perpendicularmente à

projeção da borda do degrau anterior e a 60cm da extremidade mais estreita do mesmo; eb) a parte mais estreita do degrau deve ter no mínimo 15cm.VII - ser uniforme em toda a sua extensão;VIII - não são admitidos degraus em leque, exceto para escadas de acesso restrito Art. 30. Os corrimãos devem atender aos seguintes requisitos:

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I - instalados, obrigatoriamente, em ambos os lados da escada, incluindo-se os patamares;II - estar situados entre 80 e 92cm acima do nível da superfície do piso, medida esta

tomada verticalmente da borda do degrau até a parte superior do corrimão;

Art. 31. Toda saída de emergência (corredores, circulação, patamares, escadas e rampas),terraços, mezaninos, galerias, sacadas, varandas ou balcões de todos os tipos de ocupação devemser protegidos de ambos os lados por paredes ou guarda-corpos contínuos, sempre que houverqualquer desnível maior que 55cm, para evitar quedas.

Art. 32. A altura dos guarda-corpos, internamente, deve ser no mínimo de 1,1m ao longodos patamares, corredores, mezaninos, e outros,

Art. 34. As escadas são classificadas quanto ao tipo em:I - escada comum;II - escada protegida;III - escada enclausurada;IV - escada enclausurada a prova de fumaça;V - escada pressurizada.

Art. 50. A descarga é a parte da saída de emergência de uma edificação, que fica nomesmo nível da via pública ou área externa em comunicação com a via pública, ligando a escadaou a rampa à via pública ou área externa.

Art. 51. As descargas poderão ser constituídas por:I - área em pilotis;II – corredor;III - átrio enclausurado;IV - hall ou saguão não enclausurado, quando o final da descarga localizar-se a menos de

quatro metros de área em pilotis, fachada ou alinhamento predial.§ 1º Quando esta distância for maior do que quatro metros o saguão ou hall deverão ser

necessariamente enclausurados.§ 2° Quando o hall ou saguão ligarem a outros ambientes (garagem e salas) deverão ser

isolados por portas corta- fogo do mesmo tipo da escada, exceto para escadas comuns.Art. 52. Quando a descarga conduzir a um corredor a céu aberto, este deverá ser

protegido com marquise com largura de pelo menos 1,2m Art. 53. Os elevadores das edificações podem ter acesso direto à descarga, porém devem

ser dotados de portas resistentes ao fogo.Art. 54. A largura de descarga atenderá aos seguintes requisitos:I - será proporcional ao número de pessoas que por ela transitarem;II - terá no mínimo 1,2m de largura; III - não poderá ser menor que a largura das escadas que com ela se comunique.Art. 55. Quando a descarga receber mais de uma escada, sua largura irá se acrescendo a

partir de cada uma delas, da largura destas.Art. 56. A descarga deverá ser sinalizada, indicando claramente a direção para via pública

ou área que com ela se comunique.1.4 Sinalização de abandono de localSão as placas indicativas de saída, localizadas na rota de fuga da edificação.

Normalmente são placas simples ou luminosas com a indicação SAÍDA, seguida ou não de umaseta de orientação do rumo a ser seguido.

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Em relação a sinalização de abandono de local, a IN 013/DAT/CBMSC estabelece comoprincipais observações que:

Art. 6º A Sinalização para Abandono do Local deve assinalar todas as mudanças dedireção, obstáculos, saídas, escadas, etc.

§ 3º A fixação dos pontos de SAL pode ser feita em paredes, teto ou suspensas, devendoser realizada de modo que pontos de SAL não fiquem instaladas em alturas superiores àsaberturas do ambiente.

Art. 8º A Sinalização para Abandono do Local deve ser luminosa, com um fluxoluminoso do ponto de luz, no mínimo igual a 30 lúmens, com autonomia mínima de 1 hora.

Art. 10. A sinalização deverá conter a palavra “SAÍDA” sobre a se ta indicando o sentidoda saída, devendo ter as letras e setas de sinalização na cor vermelha sobre fundo branco leitosode acrílico ou material similar.

Art. 11. As edificações que dispuserem de escada enclausurada ou outros pontos de fuga,deverão ter nas portas corta fogo das antecâmaras que dão acesso à escada e nos pontos de fuga,a palavra “SAIDA”, em cor vermelha sobre o fundo branco leitoso de acrílico ou materialsimilar, com as dimensões mínimas: traço de um centímetro e moldura de quatro por novecentímetros

1.5 Iluminação de EmergênciaSão luminárias instaladas na rota de fuga de forma a possibilitar a visibilidade no trajeto,

visando identificar obstáculos e permitir um abandono rápido e eficiente. São localizadas emaltura abaixo das aberturas da edificação, de forma que não sejam prejudicadas pela fumaça.Possuem dispositivos automáticos que se acendem com o corte da energia da edificação.

Conforme a IN 011/DAT/CBMSC, alguns requisitos deverão ser observados:Art. 6º O Sistema de Iluminação de Emergência poderá ser concebido pelos seguintes

tipos de fontes de energia: I -blocos autônomos;II -centralizado por conjunto de baterias (acumuladores);

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III -centralizado por gerador.

Art. 15. Deve ser garantido um nível mínimo de iluminamento em nível do piso, de:I - 5 Lux em locais com desnível:a) escadas;b) rampas;c) obstáculos.II - 3 Lux em locais planosa) corredores;b) halls;c) elevadores;d) locais de refúgios.

Art. 13. A autonomia do sistema deverá ser dimensionada levando em consideração otempo necessário para a realização dos eventos de saída dos ocupantes da edificação e asmanobras de salvamento e combate ao incêndio.

Parágrafo único. A autonomia mínima do sistema deve ser de 1 hora garantindo o nívelmínimo de iluminamento.

Art. 24. A fixação dos pontos de luz pode ser feita em paredes, teto ou suspensas,devendo ser realizada de modo que as luminárias não fiquem instaladas em alturas superiores àsaberturas do ambiente.

Art. 25. A distância máxima entre dois pontos de iluminações de ambiente deve serequivalente a quatro vezes a altura da instalação destes em relação ao nível do piso.

1.6 Instalações de Gás Combustíveis

Esse sistema armazena fora da edificação à carga de GLP (gás liquefeito de petróleo)utilizado pelos usuários. É composto por uma central de gás, canalizações metálicas dedistribuição, abrigos de medidores com registro de corte e registro de corte no ponto deconsumo.

Conforme a IN 008/DAT/CBMSC alguns itens deverão ser observados em relação a estesistema, sendo os principais:

Art. 10. Central de Gás é a área destinada para conter os recipientes e acessórios,destinados ao armazenamento de GLP.

Parágrafo único. Recipiente é o vaso de pressão destinado a conter o gás liquefeito depetróleo.

Art. 11. A Central de Gás poderá utilizar gás armazenado em:

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I - recipientes enterrados;II - recipientes aterrados;III - recipientes de superfície, protegidos por gradil metálico; ouIV - recipientes de superfície dentro de cabine de proteção (Abrigo ou Central de GLP).

Art. 12. A locação dos recipientes de GLP deverá obedecer aos seguintes critérios:I - recipientes em Abrigo (Abrigo de GLP): recipientes instalados em cabine, protegida

por paredes e cobertura, construída em alvenaria ou concreto, limitado a capacidade total de até90kg de GLP;

II - recipientes em Central (Central de GLP): recipientes instalados em cabine, protegidopor paredes e cobertura resistente ao fogo por 2 horas, construída em alvenaria ou concreto, comcapacidade total superior a 90kg de GLP;

III - recipientes de superfície: recipientes instalados diretamente sobre o solo ou sobresuportes rente ao chão (bases ou suportes estáveis, de material incombustível);

IV - recipientes aterrados: recipientes recobertos de terra compactada, com no mínimo30cm de espessura em qualquer ponto do costado do recipiente; e

V - recipientes enterrados: recipientes instalados a uma profundidade mínima de 30cm,medida entre a tangente do topo do recipiente e o nível do solo.

Parágrafo único. Os recipientes enterrados, aterrados ou de superfície, terão proteçãoatravés de cerca de gradil metálico, conforme especificação desta IN.

Recipientes em Abrigo de GLP

Art. 13. A edificação que utilizar GLP com capacidade total até 90kg, deverá possuirAbrigo de GLP atendendo aos seguintes requisitos:

I - cabine de proteção, construída em alvenaria ou concreto;II - possuir ventilação nas portas do Abrigo;III - deve estar situado em cota igual ou superior ao nível do piso onde o mesmo estiver

situado;IV - recipiente deve ser instalado no lado externo da edificação;V - local de fácil acesso;VI - as dimensões deverão ser compatíveis para um recipiente ativo e outro reserva

quando existir;VII - possuir afastamento mínimo de 1,50m de fossos, caixas ou ralos de escoamento de

água, gordura, ventilação ou esgoto, de caixas de rede de luz e telefone, de fossa, de sumidouro eoutros;

VIII - podem ser instalados até 6 recipientes de 13kg, em Abrigos individuais,preferencialmente agrupados, podendo ser instalado um Abrigo sobre o outro, resultando, nomáximo, em duas fileiras;

IX - cada Abrigo deverá ser identificado com o número do apartamento; X - possuir no interior de cada Abrigo: a) regulador de pressão de acordo com o tipo de aparelho de queima; b) registro de corte do fornecimento de gás do tipo fecho rápido; c) mangueira para condução do gás de acordo com esta IN.

Recipientes em Central de GLPArt. 14. A edificação que utilizar GLP com capacidade total superior a 90kg, poderá ter os

recipientes instalados em cabine, denominada “Central de GLP”, seguindo as especificações:

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I - teto de concreto com espessura mínima de 10cm, com declividade para escoamento deágua;

II - as paredes deverão possuir tempo de resistência ao fogo mínima de 2 horas, e quandoforem utilizados blocos vazados (cerâmico ou de concreto) em sua construção, estes deverão serpreenchidos com argamassa ou graute;

III - as portas deverão:a) ser de eixo vertical pivotante ou de correr, com as dimensões mínimas de 0,90 x

1,70m, não excedendo a largura compatível com o recipiente a ser instalado;b) dispor, em toda a porta, de ventilação, podendo ser em venezianas, com a distância de

8mm entre as placas, ou tipo grade, com espaçamento máximo de 10cm, entre as barras,guarnecida por tela metálica com malha de 2 a 5mm.

IV - a cada 5m de comprimento da Central de GLP, serão exigidos, no mínimo, 2 portas,instaladas preferencialmente em pontos diferentes;

V - as portas das Centrais de GLP não poderão ficar no mesmo alinhamento (umadefronte a outra);

VI - nas paredes laterais e frontais, a cada metro linear deve haver aberturas paraventilação:

a) preferencialmente cruzadas, ao nível do piso e do teto, nas dimensões mínimas de15cm x 10cm, devidamente protegidas por tela metálica, com malhas de 2 a 5mm, nãodiminuindo a área efetiva mínima de ventilação;

b) não podem ser colocadas as aberturas de ventilação que, em relação ao piso externo eoutros ambientes, comprometerem a segurança da edificação, quer por acúmulo de gás ou porpontos de ignição.

VII - o piso terá no mínimo 5cm de espessura e será em concreto;VIII - a Central terá altura mínima de 1,8m, medida na parte mais baixa do teto;IX - possuir largura para manobras de manutenção com espaço livre mínimo de 90cm

(para recipientes trocáveis) e de 50cm (para recipientes abastecidos no local);X - Central de GLP com recipientes transportáveis trocáveis, deverá dispor de estrado de

madeira tipo grade;XI - na Central de GLP deverá ser afixada a inscrição “CUIDADO CENTRAL DE

GÁS”, de forma legível (letras na cor preta sobre fundo amarelo).

Art. 15. A Central de GLP, não poderá ser instalada em:I - fossos de iluminação e ventilação;II - garagens, subsolos, porões;III - cota negativa (deve estar situada em cota igual ou superior ao nível do piso onde a

mesma estiver situada, ou seja, não poderá ser edificada em locais onde o piso fique em desnível,e os cilindros fiquem instalados em rebaixos, nichos ou recessos abaixo do nível externo);

IV - em teto, laje de cobertura ou terraço;V - local de difícil acesso.

Art. 20. A Central de GLP não poderá ser construída com um afastamento inferior a1,50m de fossos ou ralos de escoamento de água ou esgoto, de caixas de rede de luz e telefone,caixa ou ralo de gordura ou ventilação, da fossa ou do sumidouro.

Art. 23. A quantidade máxima de armazenagem de GLP no interior de uma Central seráde 5000kg.

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Art. 69. As tubulações não podem passar em:I - dutos de lixo, de ar condicionado ou de águas pluviais;II - reservatórios de água;III - incineradores de lixo;IV - poços de elevadores;V - compartimentos de equipamentos elétricos;VI - subsolos ou porões com pé direito inferior à 1,2m, entre-pisos, tetos rebaixados ou

qualquer compartimento de dimensões exíguas;VII - compartimentos não ventilados;VIII - compartimentos destinados a dormitórios;IX - poços de ventilação capazes de confinar o gás proveniente de eventual vazamento;X - qualquer vazio ou parede contígua a qualquer vão formado pela estrutura ou

alvenaria, mesmo que ventilado;XI - ao longo de qualquer tipo de forro falso, salvo se for ventilado por tubo luva,

atendendo aos critérios desta IN;XII - pontos de captação de ar para sistemas de ventilação; XIII - dutos de ventilação

Art. 80. As tubulações, quando se apresentarem expostas, deverão ser pintadas nasseguintes cores:

I- alumínio quando for utilizado GLP;II - amarelo quando for utilizado GN.

Art. 81. As tubulações devem:I - ter um afastamento mínimo de 30cm das tubulações de outra natureza e dutos de cabo

de eletricidade;II - ter um afastamento das demais tubulações de gás igual a, no mínimo, um diâmetro da

maior das tubulações contíguas;III - ter um afastamento, no mínimo, de 2m de para-raios e de seu aterramento.

1.7 Sistema de proteção contra descargas atmosféricasTambém conhecido como para-raios, serve para criar um sistema de captação, descidas e

aterramento de descargas atmosféricas, impedindo seu contato com a edificação. É composto desistema de captação (hastes, malhas metálicas ou estruturas metálicas), descidas (cabosesticados) e de aterramento (anéis, barras etc).

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Brigadista Particular

A IN 010/DAT/CBMSC traz alguns itens importantes a serem observados no Sistema deProteção Contra Descargas atmosféricas. Os principais são:

Art. 14. O SPDA será exigido: I - à todas as edificações especiais com riscos inerentes deexplosão, como aquelas contento gases ou líquidos inflamáveis, independente de altura ou áreaconstruída.

II - à todas as edificações com altura igual ou superior a 20 metros ou área totalconstruída igual ou superior a 750m², com as seguintes ocupações:

a) locais de grande afluência de público: shopping center, hospital, centro comercial,rodoviária, aeroporto, cinema, ginásio esportivo, centro de eventos, boates, e outros;

b) locais que prestam serviços públicos essenciais: subestações, hidrelétricas, estaçõestelefônicas, estações meteorológicas e similares;

c) edificações de valor histórico ou cultural: museu, biblioteca e congêneres.III - às demais as edificações com altura igual ou superior a 20 metros ou área total

construída igual ou superior a 750m², existem duas possibilidades:a) Recomenda-se a instalação do sistema para maior proteção da edificação, podendo o

proprietário e responsável técnico, de pronto, decidirem pela instalação do sistema.b) Em não ocorrendo o disposto no item anterior, deverá ser realizado o cálculo do

Capítulo III desta IN. Podendo, consequentemente, chegar às seguintes soluções:1) Se o Ndc for ≥ a 10-³, o SPDA será exigido.2) Se 10-³> Ndc > 10-5, o SPDA poderá ser dispensado, necessitando de um

requerimento formulado pelo proprietário e responsável técnico, explicando os motivos da nãoinstalação.

3) Se o Ndc for ≤ a 10-5, o SPDA será dispensado, sem necessidade de requerimento,bastando a apresentação do cálculo feito pelo responsável técnico.

Parágrafo único. A possibilidade de dispensa do SPDA independe se a edificação é nova,antiga ou a construir.

Art. 29. Em um projeto de SPDA, podem-se utilizar os seguintes métodos, conforme ocaso:

I - ângulo de proteção (método Franklin); e/ouII - condutores em malha (gaiola de Faraday ou método Faraday); e/ouIII - eletrogeométrico (esfera rolante ou fictícia).

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1.8 Sistema de alarme e detecção Visa criar um sistema de alerta aos usuários da edificação quando da ocorrência de um incêndio. Podem ser utilizados acionadores manuais e / ou automáticos, de forma a noticiar o sinistro e alarmar a população usuária para abandono da edificação.

Em relação ao sistema de alarme e detecção a IN 012/DAT/CBMSC traz que:Art. 24. Os acionadores do sistema deverão:I - ser do tipo quebra vidro “push button”;II -ser em cor vermelha e possuir corpo rígido para impedir danos mecânicos;III - possuir instruções de operações impressas em português no próprio corpo ou fora

dele, de forma clara.Parágrafo único. Admite-se o uso de acionadores que não sejam quebra-vidro desde que

contenham dispositivo que dificulte o acionamento acidental, porém facilmente destrutível nocaso de operação intencional e que não ponha em risco a integridade física dos usuários.

Art. 25. Os acionadores serão instalados em locais visíveis e entre cotas de 1,2m e 1,5mtendo como referência o piso acabado.

Art. 27. Em cada bloco e andar da edificação deverá existir pelo menos um acionadormanual.

1.9 Sistema de chuveiros automáticosÉ um sistema automatizado, que expele água no ambiente quando da ocorrência de um

princípio de incêndio. São compostos por canalizações que possuem em suas extremidadesaparelhos denominados sprinklers, que se rompem a determinada temperatura e fazem escoar aágua sobre a fonte de calor.

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Módulo III - Unidade Didática 2 Plano de Emergência

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:1) Identificar o que é um plano de emergência e seus elementos;2) Aprender a executar os procedimentos básicos na segurança contra incêndio;3) Aprender a executar exercícios simulados;4) Verificar as plantas de emergência, sua localização e interpretação.

Plano de EmergênciaNão é um sistema, mas sim uma medida de segurança contra Incêndio. Documento que

contem os procedimentos que devem ser adotados pelas pessoas ocupantes do imóvel em casode situação de emergência. Será a referência para o uso por brigadas de incêndio das edificações.

Segundo o Art. 5º da IN 031/DAT/CBMSC, O plano de emergência contra incêndiodeverá conter:

I - procedimentos básicos na segurança contra incêndio;II – dos exercícios simulados;III - plantas de emergência; eIV - programa de manutenção dos sistemas preventivos.

Dos procedimentos básicos de segurança

Art. 6° Os procedimentos básicos na segurança contra incêndio serão:

I -alerta: identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa que identificar talsituação deverá alertar, através do sistema de alarme, ou outro meio identificado e conhecido dealerta disponível no local, os demais ocupantes da edificação.

II - análise da situação: a situação de alerta deverá ser avaliada, e, verificada a existênciade uma emergência, deverão ser desencadeados os procedimentos necessários para oatendimento da emergência;

III - apoio externo: acionamento do Corpo de Bombeiros Militar, de imediato, através doTelefone 193, devendo informar:

a) nome do comunicante e telefone utilizado;b) qual a emergência, sua característica, o endereço completo e os pontos de referência do

local (vias de acesso, etc);c) se há vítimas no local, sua quantidade, os tipos de ferimentos e a gravidade.IV - primeiros socorros: prestar primeiros-socorros às vítimas, mantendo ou estabilizando

suas funções vitais até a chegada do socorro especializado.V -eliminar riscos: realizar o corte das fontes de energia elétrica e do fechamento das

válvulas das tubulações (GLP, GN, acetileno, produtos perigosos, etc), da área atingida ou geral,quando possível e necessário.

VI - abandono de área: proceder abandono da área parcial ou total, quando necessário,conforme definição preestabelecida no plano de segurança, conduzindo a população fixa eflutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até a definição final do sinistro.

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VII - isolamento da área: isolar fisicamente a área sinistrada de modo a garantir ostrabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem o local.

VIII - confinamento e combate a incêndio: proceder o combate ao incêndio em faseinicial

e o seu confinamento, de modo a evitar sua propagação até a chegada do CBMSC. § 1° A sequência lógica dos procedimentos será conforme o fluxograma do Anexo C da

IN 031/DAT/CBMSC § 2° Para a eliminação dos riscos é necessário: definir o tipo de risco, definir os

equipamentos necessários à proteção e definir o responsável para realizá-los em caso de sinistro.§ 3° O plano de emergência deve contemplar ações de abandono para portadores de

necessidades especiais ou mobilidade reduzida, bem como as pessoas que necessitem de auxílio(idosos, crianças, gestantes, etc).

§ 4° O isolamento das áreas compreende a verificação das áreas, por responsável,verificando e certificando que todos evacuaram o local.

Dos exercícios simulados

Art. 7° Exercícios simulados de abandono de área no imóvel, com a participação de todaa população fixa, devem ser realizados no mínimo duas vezes ao ano(semestralmente).

Art. 8° Após o término de cada simulado deve ser realizada uma reunião, com registro emata, para a avaliação e correção das falhas ocorridas, descrevendo no mínimo:I - data e horário do evento;II - número de pessoas que participaram do simulado;III - tempo gasto para o abandono total da edificação;IV - atuação dos responsáveis envolvidos;V -registro do comportamento da população;VI - falhas em equipamentos;VII - falhas operacionais;VIII - outros problemas e sugestões levantados durante o simulado.§ 1° Os exercícios simulados deverão ser realizados uma vez com comunicação prévia

para a população do imóvel; e uma segunda vez no ano sem a comunicação prévia.§ 2° Todos os simulados deverão ser comunicados com no mínimo 24h de antecedência

ao CBMSC.§ 3° Os exercícios simulados poderão ter a participação do CBMSC, mediante solicitação

prévia e avaliação da Autoridade Bombeiro Militar conforme o caso.

Da planta de emergência

Art. 9° A planta de emergência visa facilitar o reconhecimento do local por parte dapopulação da edificação e das equipes de resgate dividindo-se em dois tipos: interna e externa,conforme exemplos do Anexo B da IN 031/DAT/CBMSC

Art. 10. A planta interna é aquela localizada no interior de cada unidade autônoma, (porexemplo: quarto de hotéis e similares, banheiros coletivos e ambientes de reunião de público,salas comerciais e outros) a qual indica claramente o caminho a ser percorrido para que apopulação saia do imóvel em caso de incêndio ou pânico, devendo conter:

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Brigadista Particular

I - indicação do local exato no imóvel onde a pessoa se encontra;II - indicação através de linha tracejada das rotas de fuga e acesso às portas de saída ou

escadas de emergência;III - indicação das escadas de emergência;IV - indicação da localização dos extintores de incêndio;V - indicação da localização do acionador do alarme de incêndio;VI - indicação da localização dos hidrantes de parede.

Parágrafo único. As plantas de emergência devem ser fixadas atrás das portas dosambientes com altura de 1,7m, sendo que quando os ambientes tiverem portas que permaneçamabertas, a planta deverá ser afixada na parede ao lado desta.

Art. 11. A planta externa é aquela localizada no hall de entrada principal do pavimento dedescarga do imóvel, a qual indica claramente o caminho a ser percorrido para que a populaçãosaia do imóvel em caso de incêndio ou pânico e possa chegar até o ponto de encontro (localseguro no térreo e fora da edificação) devendo conter:

I - indicação do local exato no imóvel onde a pessoa se encontra;II - indicação através de linha tracejada das rotas de fuga e acesso até o ponto de

encontro;III – indicação do local exato do ponto de encontro;IV- indicação das saídas de emergência;V - indicação da localização dos extintores de incêndio;VI - indicação da localização da central de alarme de incêndio;VII - indicação da localização dos hidrantes de parede;VIII - indicação da localização do hidrante de recalque;IX - localização da central de GLP ou estação de redução e medição de pressão de GN;X- localização de riscos isolados (ex: Amônia, caldeira, transformadores, outros gases

inflamáveis ou tóxicos, etc.).

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Programa de manutenção dos sistemas preventivos

Art. 12. O responsável pelo imóvel ou a brigada de incêndio deverá verificar a manutenção dos sistemas preventivos contra incêndio, registrando em livro: os problemas identificados e a manutenção realizada.

Art. 13 As observações mínimas nos sistemas serão as seguintes:I - iluminação de emergência: verificar todas as luminárias e seu funcionamento no

mínimo uma vez a cada 90 dias;II - saídas de emergência: verificar semanalmente a desobstrução das saídas e o

fechamento das portas corta – fogo;III - sinalização de abandono de local: verificar a cada 90 dias se a sinalização apresenta

defeitos, devendo indicar o caminho da rota de fuga;IV - alarme de incêndio: verificar a central de alarme a cada 90 dias e realizar o

acionamento do alarme no mínimo quando da realização dos exercícios simulados;

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V - sistema hidráulico preventivo: verificar semestralmente as mangueiras e hidrantes, devendo acionar o sistema, com abertura de pelo menos um hidrante durante a realização dos exercícios simulados;

VI - instalações de gás combustíveis: verificar as condições de uso das mangueiras anualmente, os cilindros de GLP, a pressão de trabalho na tubulação e a validade do seu teste hidrostático;

VII - outros riscos específicos: caldeiras, vasos de pressão, gases inflamáveis ou tóxicos, produtos perigosos e outros, conforme recomendação de profissional técnico;

VIII - verificar as condições de uso e operação de outros sistemas e medidas de segurançacontra incêndio e pânico do imóvel.

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Módulo III - Unidade Didática 2Relatórios

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

a) Identificar quais os sistemas preventivos exigidos para cada edificação conforme a Norma de Segurança Contra Incêndio;b) Descrever os sistemas e alterações a serem constadas em um relatório de vistoria.

Relatórios

Atualmente no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), com a Lei16.157/13 e do Decreto 1.957/13, passou a estabelecer as Normas de Segurança Contra Incêndioe Pânico (NSCI), através de Instruções Normativas que têm por finalidade padronizar osprocedimentos e requisitos mínimos de segurança contra incêndio e pânico para os imóveis noEstado de Santa Catarina. A mesma Lei estabeleceu o Poder de Polícia administrativa parafiscalização destes imóveis visando a sua adequação as NSCI.

Antes de confeccionar qualquer relatório de vistoria, existe a necessidade de conhecer umpouco da norma que rege os sistemas de segurança em Santa Catarina. Para tanto a IN001/DAT/CBMSC comtém as exigências para todos os tipos de ocupações, conforme as tabelasde exigências que se seguem.

Normas de Segurança Contra Incêndio – IN 001/DAT/CBMSC/2014.A presente norma têm por finalidade fixar os requisitos mínimos nas edificações e no

exercício de atividades, estabelecendo Normas e Especificações para a Segurança ContraIncêndios e Pânico, no Estado de Santa Catarina, levando em consideração a proteção de pessoase seus bens.

A exigência dos sistemas preventivos apresentados IN 001 são:

Art. 94. Nas edificações RESIDENCIAIS PRIVATIVAS MULTIFAMILIARES, serão exigidosos seguintes sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico:

Altura/Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nasáreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

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Brigadista Particular

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 50m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

> 150 m - Chuveiros automáticos (sprinklers)

Parágrafo único. Para as residenciais privativas multifamiliares, tipo geminadas, em condomínioshorizontais, com saídas de cada unidade habitacional direto para o logradouro, deverá seratendido:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Instalação de gás combustível em abrigos individuais.

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

Art. 95. Nas edificações RESIDENCIAIS COLETIVAS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

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Brigadista Particular

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 96. Nas edificações RESIDENCIAIS TRANSITÓRIAS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nasáreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m²Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio (exceto para as edificaçõesisoladas com um pavimento ou duplex)

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m²Sistema Hidráulico Preventivo (inclusive para as unidades isoladas ouagrupadas em blocos com área total ≥ 750m2)

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Brigadista Particular

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivos para ancoragem de cabos

> 30m - Chuveiros automáticos (sprinklers)

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 97. Nas edificações COMERCIAIS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nasáreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 50m² Proteção por Extintores (ou com carga de incêndio ≥ 25 kg/m²)

-≥3000m²

Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120kg/m²)

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

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Brigadista Particular

I – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100pessoas;

II – que possuírem áreas destinadas ao armazenamento, manipulação e manutenção derecipientes de GLP fica sujeito às prescrições de IN específica;

III – destinadas à distribuição, abastecimento ou venda a varejo de combustíveis e delubrificantes para qualquer fim, ao comércio de armas, munições e fogos de artifícios ficamsujeitos às determinações previstas em Instrução Normativa específica.

Art. 98. Nas edificações SHOPPING CENTER será exigido:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

-≥15000m²

Chuveiros automáticos

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 99. Nas edificações INDUSTRIAIS, serão exigidos:

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Brigadista Particular

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

-≥3000m²

Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120kg/m²)

> 6m ≥ 750m² Paredes Corta-Fogo (desde que com a carga incêndio > 120 kg/m²)

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – setores que apresentam manipulação e/ou guarda de produtos formadores de gasesexplosivos, devem ter as máquinas e outros equipamentos geradores de carga eletrostáticasdevidamente aterrados, e com as instalações elétricas à prova de explosão;

II – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100pessoas.

Art. 100. Nas edificações MISTAS, será exigido:

I – quando houver compartimentação entre as diferentes ocupações do imóvel, sem sobreposiçãode fluxo nas saídas de emergência, deverão prevalecer os sistemas e medidas de segurança contraincêndio e pânico previstos para cada tipo de ocupação do imóvel; ou

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Brigadista Particular

II – quando não houver compartimentação entre as diferentes ocupações do imóvel ou havendosobreposição de fluxo nas saídas de emergência, deverão prevalecer os sistemas e medidas desegurança contra incêndio e pânico da ocupação com maior risco;

Art. 101. Nas edificações PUBLICAS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 102. Nas edificações ESCOLARES GERAIS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Plano de Emergência

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 186

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Brigadista Particular

- -

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas circulações, saídas de emergência, salas de aula (exceto onde asala possua saída diretamente para o exterior), auditórios eelevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

-≥1500m²

Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 10 pessoas

Art. 103. Nas edificações ESCOLARES DIFERENCIADAS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas circulações, saídas de emergência, salas de aula (exceto onde asala possua saída diretamente para o exterior), auditórios eelevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

- ≥ Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 187

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Brigadista Particular

1500m²

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 104. Nas Edificações HOSPITALARES COM INTERNAÇÃO OU COM RESTRIÇÃO DEMOBILIDADE, serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Plano de Emergência

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nasáreas de circulação, nas saídas de emergência, nos quartos coletivoscom internação, nos locais de reunião, nos auditórios e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 15m - Elevador de emergência

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 188

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Brigadista Particular

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 105. Nas Edificações HOSPITALARES SEM INTERNAÇÃO E SEM RESTRIÇÃO DEMOBILIDADE, serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nascirculações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião, nosauditórios e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 106. Nas edificações GARAGENS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 189

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Brigadista Particular

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nascirculações, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – deverão dispor de uma proteção (anteparo contra a queda de veículos) no mínimo com 20 cmde altura e com um afastamento mínimo de 50 cm da parede, quando forem elevadas;

II – deverão ser previstos corredores para circulação com largura mínima de 1,65 m e paredesexternas com aberturas para ventilação, guarnecidos por elementos vazados;

III – será exigido apenas Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superiora 20 pessoas;

IV – nas MARINAS e HANGARES, quando houver reabastecimento de combustível atender asprescrições de Instrução Normativa específica.

Art. 107. Nas edificações de REUNIÃO DE PÚBLICO COM CONCENTRAÇÃO, serãoexigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Plano de Emergência

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 190

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Brigadista Particular

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião depúblico, nos auditórios e nos elevadores

- - Materiais de decoração e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – para os locais de reunião de público a lotação máxima deverá constar no projeto preventivo,no plano de regularização de edificação (quando existir), nos atestados de vistoria de habite-se efuncionamento, e fixado próximo a entrada do local de reunião de público;

II – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 10pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular conforme especificações da IN 28/DAT/CBMSC;

III – quando houver séries (conjuntos) de assentos, deverá ser previsto:

a) entre as filas de cadeiras de uma série, deve existir um espaço mínimo de 90cm, de encosto e,entre as séries de cadeiras deve existir um espaço mínimo de 1,20m de largura;

b) o número máximo de assentos por fila será de 15 e por coluna de 20, constituindo séries de300 assentos no máximo;

c) serão permitidas séries de assentos que terminem junto às paredes, devendo ser mantido umespaço de no mínimo, 1,20 m de largura, quando a serie de assentos da fila for superior a 8assentos;

IV – os EVENTOS TRANSITÓRIOS com concentração de público e as PRAÇASESPORTIVAS (como circos, estádios de futebol e outros) deverão ainda atender as prescriçõesda IN 024/DAT/CBMSC;

V - nos TEATROS, CINEMAS E SALÕES é terminantemente proibido guardar ou armazenarmaterial inflamável ou de fácil combustão, cenários em desuso, sarrafos de madeira, papéis,tintas e outros materiais, sendo admitido, única e exclusivamente, o indispensável para oespetáculo;

VI – nos TEATROS será ainda exigido:

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 191

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Brigadista Particular

a) a parede que separa o palco do salão será do tipo resistente ao fogo, com a boca-de-cenaprovida de cortinas conforme previsto na IN 018/DAT/CBMSC; a descida dessa cortina será feitana vertical e se possível automaticamente. As pequenas aberturas, interligando o palco e o salão,serão providas de portas corta-fogo tipo P-30;

b) todos os compartimentos da “caixa” terão saída direta para a via pública, podendo ser atravésde corredores, “halls”, galerias ou pátios, independentes das saídas destinadas ao público;

VII – nos CINEMAS será ainda exigido:

a) a cabine de projeção estará separada de todos os recintos adjacentes por meio de portas corta-fogo tipo P-30 e na parte da parede que separa a cabine do salão, não haverá outra abertura,senão as necessárias janelas de projeção e observação. As de observação podem ter no máximo250 cm2 e as de projeção, o necessário à passagem de feixe de luz do projetor, ambas possuirãoum obliterador de fechamento em chapa metálica de 5 mm de espessura;

b) só serão admitidos na cabine de projeção os rolos de filmes necessários ao programa do dia,todos os demais estarão em seus estojos, guardados em armários de material incombustível, emlocal próprio;

VIII – nos CIRCOS será ainda exigido:

a) os mastros, tirantes e cabos de sustentação deverão ser metálicos;

b) as arquibancadas serão de estrutura metálica, admitindo-se os assentos de madeira;

c) deverão observar outros requisitos previstos na IN nº 024/DAT/CBMSC.

Art. 108. Nas edificações de REUNIÃO DE PÚBLICO SEM CONCENTRAÇÃO, serãoexigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião depúblico, nos auditórios e nos elevadores

- - Materiais de decoração e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 192

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Brigadista Particular

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – para os locais de reunião de público a lotação máxima deverá constar no projeto preventivo,no plano de regularização de edificação (quando existir), nos atestados de vistoria de habite-se efuncionamento, e fixado próximo a entrada do local de reunião de público;

II – quando houver séries (conjuntos) de assentos, deverá ser previsto:

a) entre as filas de cadeiras de uma série, deve existir um espaço mínimo de 90cm, de encosto e,entre as séries de cadeiras deve existir um espaço mínimo de 1,20m de largura;

b) o número máximo de assentos por fila será de 15 e por coluna de 20, constituindo séries de300 assentos no máximo;

c) serão permitidas séries de assentos que terminem junto às paredes, devendo ser mantido umespaço de no mínimo, 1,20 m de largura, quando a serie de assentos da fila for superior a 8assentos;

III – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a10 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a lotação máxima for superior a 2000pessoas;

IV – os EVENTOS TRANSITÓRIOS sem concentração de público (como parques de diversõese outros) deverão ainda atender as prescrições da IN 024/DAT/CBMSC;

V – nos AEROPORTOS ou AEROCLUBES, quando houver reabastecimento de combustívelatender as prescrições de Instrução Normativa específica.

Art. 109. Nos POSTOS PARA REABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS, serão exigidosos seguintes sistemas e medidas:

Altura/Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 193

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Brigadista Particular

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nascirculações e nas saídas de emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender as prescrições da IN 021/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Plano de Emergência (desconsiderar a área de cobertura de bombas)

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 110. Nos POSTOS DE REVENDA DE GLP (PRGLP), serão exigidos:

Altura/Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nascirculações e nas saídas de emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender as prescrições da IN 029/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Plano de Emergência

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 194

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Brigadista Particular

Parágrafo único. Para a definição da área total construída, desconsiderar para efeito deimplantação dos sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico a área dearmazenamento dos recipientes, quando esta for descoberta.

Art. 111. Nos LOCAIS COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas circulações e nas saídas de emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender as prescrições de Instrução Normativa específica

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 112. DEPÓSITOS (galpões, centros de distribuição, centro atacadista), serão exigidos osseguintes sistemas e medidas:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 195

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Brigadista Particular

-≥3000m²

Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120kg/m²)

≥ 20m ≥ 750m²Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

I – que possuírem áreas destinadas ao armazenamento, manipulação e manutenção de recipientesde GLP fica sujeito às determinações previstas na IN 029/DAT/CBMSC;

II – destinadas à distribuição, abastecimento ou venda a varejo de combustíveis e de lubrificantespara qualquer fim, ao comércio de armas, munições e fogos de artifícios ficam sujeitas àsdeterminações em Instrução Normativa específica;

III – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a20 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100pessoas.

Art. 113. Nas edificações com RISCOS DIFERENCIADOS, serão exigidos:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 196

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Brigadista Particular

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 114. Nas edificações ESPECIAIS, serão exigidos:

I – Nas OFICINAS DE CONSERTOS de veículos automotores será ainda exigido:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nascirculações, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

a) Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas;

b) Todo material inflamável ou explosivo deverá ser armazenado em local próprio e externo aoimóvel.

II – nos DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEIS E/OU INFLAMÁVEIS será ainda exigido:

Altura/Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 197

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Brigadista Particular

- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nascirculações, nas saídas de emergência e nos elevadores

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

a) Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas;

b) Parques de armazenamento com volume superior a 30 m3 deverão dispor de SistemaHidráulico Preventivo.

III – nos DEPÓSITO DE EXPLOSIVOS E MUNIÇÕES será ainda exigido:

Altura/Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

a) com área total superior a 100m2, deverão dispor de Sistema Hidráulico Preventivo (instaladofora do depósito e dimensionado para risco leve);

b) será exigido Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas;

c) deverão observar outros requisitos previstos em IN 030/DAT/CBMSC;

d) brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas.

IV – nas CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO será ainda exigido:

Altura/

Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 198

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Brigadista Particular

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

- -Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Localnas circulações e nas saídas de emergência

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas.

Art. 115. Nos TÚNEIS, GALERIAS e MINAS, serão exigidos:

Altura/Pvtos

Áreatotal

Sistema ou medida

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Iluminação de Emergência

- - Sinalização para Abandono do Local

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

- ≥ 750m² Sistema de ventilação para exaustão de fumaça

- Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, eBrigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

§ 1º Quando o túnel rodoviário tiver mais de 1000 metros de extensão deverá ser previsto umtúnel secundário para as saídas de emergência.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 199

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Brigadista Particular

§ 2º Poderá ser exigido outros sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico, àcritério do CBMSC.

Art. 116. Nas ATIVIDADES AGROPASTORIS e SILOS serão exigidos os sistemas e medidasde segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 034/DAT/CBMSC.

Art. 117. Para MATAS NATIVAS e REFLORESTAMENTOS serão exigidos os sistemas emedidas de segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 026/DAT/CBMSC.

Art. 118. Nos PARQUES AQUÁTICOS e PISCINAS serão exigidos os sistemas e medidas desegurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 033/DAT/CBMSC.

Relatório de inspeção de edificações

Trata-se de um relatório que contempla o estado dos sistemas preventivos da edificação,especificando os sistemas presentes e faltantes, assim como seu atual estado de utilização. Apósos conhecimentos adquiridos acerca de sistemas preventivos, suas exigências e sua necessidadeconforme os tipos de ocupações, as Brigadas de Incêndio deverão realizar relatórios sobre as ossistemas. Logicamente que os relatórios propostos são meramente referências, sendo modelossimplificados, podendo qualquer empresa, indústria estabelecer outro modelo.

Modelos contidos nos anexos F e G da IN 028/DAT/CBMSC Módulo de Brigada de Incêndio,ANEXO F da IN28/DAT/CBMSC.

Inspeções PreventivasAs inspeções preventivas devem ser realizadas pelo responsável pela edificação e ou

Brigadista, a fim de constatar a eficiência dos sistemas instalados.Cabe ao Brigadista, conforme Art 17 da IN 28/DAT/CBMSC, elaborar relatório das

irregularidades encontradas e apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condiçõesde segurança.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 200

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Brigadista Particular

ANEXO F

Relatório das Atividades Executadas - Edificações

Período: de .........../............/............. a ............/............../.............

DADOS DA PRESTADORA DE SERVIÇO (se for o caso)

Razão Social:

Nome Fantasia:

CNPJ: Telefone: N° do Credenciamento no CBMSC:

CEP: Cidade: Bairro:

Endereço:

Nº:

Complemento:

DADOS DA EDIFICAÇÃO

Razão Social:

Nome Fantasia:

CNPJ: Telefone: Número do Registro de Edificação no CBMSC

CEP: Cidade: Bairro:

Endereço:

Nº:

Complemento:

Área total construída: Nº de pavimentos: Altura:

População fixa: Lotação máxima:

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 201

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Brigadista Particular

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

(Quantidade total e por turno, nome, CPF, localização na edificação (pavimento, sala, setor),(outros dados que achar necessário)

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO INSTALADOS

(SPE, SHP, SE, SPCDA, IE, SAL, SADI, etc)

OUTROS RECURSOS DISPONÍVEIS

(equipamentos de proteção individual, etc)

IRREGULARIDADES ENCONTRADAS / RISCOS IDENTIFICADOS

EMERGÊNCIAS ATENDIDAS

SIMULADOS, TREINAMENTOS E PALESTRAS

OUTRAS INFORMAÇÕES

(Se necessário)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 202

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Brigadista Particular

ANEXO G

Relatório das Atividades Executadas - Eventos Transitórios

Dia:.........../............/.............

Horário: de .............:............ a ............:.............

DADOS DA PRESTADORA DE SERVIÇO

Razão Social:

Nome Fantasia:

CNPJ: Telefone: Número do Credenciamento no CBMSC

CEP: Cidade: Bairro:

Endereço:

Nº:

Complemento:

DADOS DO EVENTO

Nome do local (ou evento):

Contato:

Telefone:

Registro do Evento no CBMSC

Endereço:

Nº:

CEP: Cidade: Bairro:

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 203

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Brigadista Particular

Complemento:

Área total construída: Nº de pavimentos: Altura:

População fixa: Lotação máxima:

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

(Quantidade, nome, CPF, localização na edificação (pavimento, sala, setor, turno), outros dados que achar necessário)

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO INSTALADOS

(SPE, SHP, SE, SPCDA, IE, SAL, SADI, etc)

OUTROS RECURSOS DISPONÍVEIS

(Equipamentos de proteção individual, etc)

IRREGULARIDADES ENCONTRADAS / RISCOS IDENTIFICADOS

EMERGÊNCIAS ATENDIDAS

OUTRAS INFORMAÇÕES

(Se necessário)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 204

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Brigadista Particular

Brigadista Particular – Módulo IV

BRIGADA DE INCÊNDIO

20 h/aCBMSC

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 205

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________

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Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 1

Brigada de Incêndio

Objetivo Geral

Objetivos

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Indicar o que é necessário para tornar uma edificação mais segura;2) Compreender o objetivo geral do curso de brigada de incêndio;3) Conceituar brigada de incêndio e brigadista particular;

Um dos mais antigos problemas da humanidade era combater os grandes incêndios que,quando ocorriam, se tornavam devastadores, pois não podiam ser controlados, e destruíam tudoque encontravam pela frente. Com o avanço das civilizações, o homem começou a se organizarpara prevenir e combater esses incêndios, surgindo, assim, de forma organizada, as primeirasequipes de combate ao fogo, que mais tarde foram denominadas “brigadas de combate aincêndios”.

Para que haja, em um imóvel, segurança contra incêndios de forma eficiente, deve-seobservar três aspectos básicos:-Equipamentos instalados: de acordo com o risco do imóvel, sua utilização, área e o número deocupantes, serão projetados levando-se em conta quais devem ser os equipamentos de prevençãoe combate a incêndios necessários para protegê-la.

-Manutenção adequada: de nada adianta possuirmos sistemas adequados e devidamenteprojetados para uma edificação se eles não estiverem em perfeito funcionamento eprontos para o uso imediato.-Pessoal treinado: os equipamentos instalados e com uma correta manutenção serãoinócuos se não possuirmos pessoal treinado para operacionalizá-los de forma rápida eeficiente.Assim, podemos perceber quão eficiente é a existência, a formação e o treinamento das

brigadas de combate a incêndios. O Corpo de Bombeiros Militar não consegue estar presente emtodos os locais, como empresas, comércios e indústrias, por isso todas as legislações atuaisdeterminam a existência de grupos treinados para o controle a incêndios, abandono de local esituações de emergência.

Objetivo geralPreparar pessoas para atuarem em situações emergenciais, operando equipamentos de

combate a incêndios, auxiliando no plano de abandono, identificando produtos perigosos ereconhecendo seus riscos ou prestando os primeiros socorros, visando preservar a vida e opatrimônio.

Exigida por lei, a Brigada de Incêndio é uma das condições necessárias para a obtençãodo Atestado de Vistoria de Funcionamento do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.Este documento certifica que a edificação possui as condições mínimas de segurança contraincêndio, contemplando medidas estruturais, técnicas e organizacionais integradas, que possamgarantir à edificação proteção no segmento de segurança contra incêndios.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 206

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Brigadista Particular

Objetivo específico do curso

Capacitar os alunos do Curso Avançado de Atendimento as Emergências – CAAE, parapoder atuar como brigadista particular, tendo em vista as exigências previstas na legislaçãoestadual que estabelecem e padronizam critérios mínimos de exigências para dimensionamento,implantação de Brigada de Incêndio nas edificações em geral, locais de eventos e áreas de riscoanalisados e fiscalizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina –CBMSC.

Dar condições técnicas para o brigadista particular prestar serviços de prevenção,combate a incêndios e salvamento, em caráter profissional contratado direto ou terceirizado,exclusivamente no local onde atua a brigada de incêndio, com dedicação exclusiva às atribuiçõesinerentes à sua função.

Conceitos IniciaisBrigada de Incêndio é definida como um grupo organizado de pessoas treinadas e

capacitadas para atuar na segurança contra incêndio e pânico dentro de uma edificação ou áreapré estabelecida, composta por brigadistas voluntários e particulares, cujas finalidades sãorealizar atividades de combate a princípio de incêndio, primeiros socorros, inspeções dossistemas preventivos contra incêndio e implementação do plano de emergência da edificação.

Segundo a IN 028 do CBMSC que trata das Brigadas de Incêndio, estas são divididas emduas modalidades sendo elas:

Brigada Particular: é aquela formada e preparada para atuar em todo tipo de edificação,locais de eventos e áreas de risco. Será composta por um número mínimo de BrigadistasParticulares e poderá agregar Brigadistas Voluntários;

Brigada Voluntaria: é aquela composta por usuários e/ou funcionários do próprioestabelecimento, empresa ou edificação, que tenham recebido a capacitação para atuar comoBrigadistas.

Brigadista Particular: pessoa credenciada pelo CBMSC, responsável para prestarserviços de prevenção, combate a princípio de incêndios e salvamento, exclusivamente no localem que atua a Brigada de Incêndio, com dedicação exclusiva às atribuições inerentes à suafunção, onde, dependendo do tipo de edificação ou ocupação, pode ser o próprio funcionário daempresa ou contratado.

Brigadista Voluntário: pessoa capacitada por instrutor credenciado no CBMSC, paraauxiliar nos serviços de prevenção, combate a principio de incêndio e salvamento, em carátervoluntário, podendo ser usuário ou funcionário da edificação, que exerça outras funções, nãosendo remunerado para fins de atuação como Brigadista.

TerminologiasÁrea de Risco: espaço não edificado utilizado em eventos transitórios e que necessita de

dispositivos e/ou sistemas de segurança para a proteção das pessoas;Chefe de brigada de incêndio: profissional responsável pela coordenação, orientação e

atuação nas ações de emergência da edificação em que a brigada atue;Combate a incêndio: conjunto de ações destinadas a extinguir ou isolar o princípio de

incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos;Emergência: situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao

meio ambiente ou ao patrimônio;Eventos de grande concentração de público: são aqueles com a participação estimada

de mais de 2000 pessoas em locais fechado e mais de 5000 pessoas em locais abertos;

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 207

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Brigadista Particular

Exercício simulado: exercício prático realizado periodicamente com o objetivo demanter a brigada de incêndio e os ocupantes da edificação em condições de enfrentar umasituação real de emergência;

Grupo de apoio: grupo de pessoas composto por terceiros ou não, treinados ecapacitados, que auxiliam na execução dos procedimentos básicos na emergência contraincêndio;

Imóvel: edificação, estrutura ou áreas de risco.a) Edificação: qualquer tipo de construção, permanente ou provisória, de alvenaria,

madeira ou outro material construtivo, destinada a moradia, atividade empresarial ou qualqueroutra ocupação, constituída por teto, parede, piso e demais elementos funcionais;

b) estrutura: instalação permanente ou provisória, utilizada em apoio para os maisdiversos fins e ocupações;

c) área de risco: espaço não edificado utilizado em eventos transitórios e que necessita dedispositivos e/ou sistemas de segurança para a proteção das pessoas.

Instrutor de brigadista: Profissional credenciado pelo CBMSC com formação mínima eaprovação em curso de 100 horas/aula de Combate a incêndio, 50 horas/aula em AtendimentoPré-hospitalar, 50 horas/aula de Segurança Contra incêndio, 50 horas/aula de Brigada deincêndio, além de possuir ensino médio completo;

Local ao ar livre: local sem cobertura e sem barreiras físicas, podendo ter estruturasmontadas (palco e/ou estruturas de apoio);Lotação máxima do imóvel: quantidade total de pessoas presentes dentro do imóvelem determinado momento (funcionários e público);Perigo: situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio

ambiente ou ao patrimônio, ou combinação destas;Planta: local onde estão situadas uma ou mais imóveis ou área a ser utilizada para um

determinado evento ou ocupação;Ponto de encontro: local seguro e protegido dos efeitos do sinistro;População por pavimento: Número de pessoas para as quais um imóvel, ou parte dele,

sendo dimensionado de acordo com sua classificação de ocupação;População fixa do imóvel: Aquela que permanece regularmente na edificação,

considerando-se todos os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como terceiros nestascondições, para um período de 24h (ex: funcionários, servidores, vigias, professores etc.);

Prevenção de incêndio: série de medidas destinadas a evitar o surgimento de umprincípio de incêndio, dificultar sua propagação e facilitar a sua extinção;

Risco: propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de perdas humanas,ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação entre frequência esperada econsequência destas perdas;

Saída de emergência (rota de fuga): caminhos e saídas devidamente sinalizados,dotados de proteção contra incêndio e desobstruídos, a serem percorridos pelas pessoas para umrápido e seguro abandono de qualquer local da planta até o ponto de encontro previamentedeterminado pelo plano de emergência contra incêndio;

Sinistro: ocorrência proveniente de risco que resulte em prejuízo ou dano;Terceirizado: pessoal pertencente a uma empresa prestadora de serviço.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 208

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Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 2

Brigadas -Atribuições

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir os Aspectos Legais;2) Diferenciar Brigada Particular e Voluntário;3) Descrever as atribuições inerentes à função do Brigadista particular.4) Definir a atuação das brigadas de Incêndio;

Aspectos Legais

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina – CBMSC, considerando asnecessidades de adequação e atualização de prescrições normativas, face às evoluçõestecnológicas e científicas, resolve editar a seguinte Instrução Normativa, referentes às Brigadasde Incêndio:

Instrução Normativa nº 028/DAT/CBMSC – que trata de Brigadas de Incêndio;Com o objetivo de estabelecer e padronizar critérios mínimos de exigências,

dimensionamento e, implantação de Brigada de Incêndio nas edificações em geral, locais deeventos e áreas de risco, analisados e fiscalizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado deSanta Catarina – CBMSC.

Tomando como base as seguintes referências:I - Lei nº 15.124, de 19 de janeiro de 2010 – Fixa exigências mínimas de segurança para

estabelecimentos ou eventos de grande concentração pública e regula a atividade de brigadistaparticular no Estado de Santa Catarina;

II - Decreto 3.465, de 19 de agosto de 2010 – regulamenta a Lei nº 15.124, de 19 dejaneiro de 2010;

III - NBR 14.276/ 2006 – Brigada de Incêndio – Requisitos; eIV - NBR 15.219/ 2005 – Plano de Emergência contra Incêndio – Requisitos.

DefiniçãoSegundo a IN 028 do CBMSC que trata das Brigadas de Incêndio, estas são divididas em

duas modalidades sendo elas:Brigada Particular: é aquela formada e preparada para atuar em todo tipo de edificação,

locais de eventos e áreas de risco. Será composta por um número mínimo de BrigadistasParticulares e poderá agregar Brigadistas Voluntários;

Brigada Voluntaria: é aquela composta por usuários e/ou funcionários do próprioestabelecimento, empresa ou edificação, que tenham recebido a capacitação para atuar comoBrigadistas.

Os brigadistas particulares são os profissionais qualificados e capacitados para prestarserviços de segurança contra incêndio e pânico em áreas privadas. Os estabelecimentos quetiverem 3 (três) ou mais brigadistas particulares por turno de serviço deverão constituir o chefeda brigada, que é a pessoa habilitada com autoridade para comandar, orientar e fiscalizar aatuação dos brigadistas.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPg. 209

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Brigadista Particular

Normas GeraisA Brigada de Incêndio será considerada como uma Medida de Segurança do imóvel,

devendo ser apresentado seu dimensionamento quando da vistoria de funcionamento.Em todos os estabelecimentos ou eventos de grande concentração de público no âmbito

do Estado de Santa Catarina é obrigatória a existência do serviço de brigadistas particulares.Evento de grande concentração de público é aquele realizado em locais próprios, com ou

sem cobrança de ingresso, onde a participação estimada seja de mais de 2.000 (duas mil) pessoasem espaços fechados e mais de 5.000 (cinco mil) em locais abertos.

Todo o evento de grande concentração de público a ser realizado no âmbito do Estado deSanta Catarina, que necessitar de Alvará de Funcionamento, deve possuir Responsável Técnicopela segurança contra incêndio e pânico, com registro no referido Conselho de Engenharia ouArquitetura, que deverá emitir a respectiva ART ou RRT, sendo que a ART ou RRT deveráconstar a descrição do evento, público estimado, local, data e hora e a contratação dos brigadistascertificados.

Para a realização de qualquer evento de grande concentração de público, o interessadodeverá comparecer a Organização Bombeiro Militar do município em que irá acontecer o eventocom pelo menos 20 dias de antecedência, para início dos trâmites legais. Quando naquelemunicípio não houver quartel de bombeiro deverá o interessado comparecer a OrganizaçãoBombeiro Militar com respectiva circunscrição.

O organograma da Brigada de Incêndio da edificação (planta) varia de acordo com onúmero de edificações, o número de pavimentos em cada edificação e o número de pessoasempregadas em cada setor, pavimento, compartimento e turno.

Plano de Implantação:A estruturação da Brigada de Incêndio deve ser precedida da apresentação do Plano de

Implantação da Brigada de Incêndio, elaborado por um responsável técnico, conforme modelodo Anexo D da IN028/DAT/CBMSC, a ser entregue na Seção de Atividade Técnica daOrganização Bombeiro Militar local:

I. - na vistoria de funcionamento ou durante o processo de regularização de edificaçãoII. - na solicitação de vistoria de eventos ou área de risco.

Informações mínimas do Plano de Implantação da Brigada de Incêndio deve conter: I. - Dados da edificação (endereço, destinação, área total construída, altura, população);II. - Dados da prestadora do serviço de Brigada de Incêndio, se for o caso (razão social, nome

fantasia, CNPJ, endereço, telefone, número da credencial);III. - Composição da Brigada de Incêndio (nome, CPF e função dos Brigadistas, quantidade

total e por turno de brigadistas particulares e voluntários, turnos de serviço);IV. - Recursos disponíveis (sistemas de proteção contra incêndio e pânico da edificação, meios

de comunicação, equipamentos de proteção e outros materiais);V. - Ações de prevenção (rotinas de trabalho, atribuições dos membros da Brigada de

Incêndio, itens a serem inspecionados nos sistemas de proteção contra incêndio e pânico,palestras, cursos e programas de treinamento da população e dos membros da Brigada deIncêndio e execução de exercícios simulados);VI. - Proposta de fluxograma dos procedimentos de emergência da Brigada de Incêndio,

conforme sugerido no anexo E.

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Brigadista Particular

A exigência da Brigada de Incêndio particular e/ou voluntária, em caráter compulsório oufacultativo, prevista na Instrução Normativa nº28/DAT/CBMSC, será estabelecida nas seguintessituações:

✔ Imóveis cujas características se enquadrem nas exigências de ocupações que estãocontidas no anexo B desta IN;

✔ A composição da quantidade brigadistas particulares é determinada pelas Tabelas1 e 2 do Anexo B, devendo ser apresentado seu dimensionamento na vistoria de funcionamento;

✔ Locais de evento e praças desportivas (com capacidade acima de 2000 pessoas emespaços fechados e acima de 5000 em locais abertos) deverão dispor de Brigada de Incêndioconforme consta na tabela 2 do anexo B;

✔ Áreas consideradas de risco, a critério do CBMSC por questões de segurança,deverão dispor de Brigada de Incêndio.

Parágrafo único: Mediante avaliação técnica do risco de incêndio, da finalidade daexigência deste sistema e das condições específicas do caso (edificação, evento ou área de risco),o CBMSC, por meio da Autoridade Bombeiro Militar da SAT da OBM, poderá rever odimensionamento (número de brigadistas) apresentado e atestar a isenção do sistema.

Os critérios para a exigência ou não da brigada serão: população fixa, lotação de público,tipo de ocupação, e risco incêndio da edificação, ou local de evento ou da área de risco.

Para o dimensionamento de brigadistas voluntários adotam-se os seguintes critérios:✔ para os locais com ocupação de reunião de público sem concentração de público,

reunião de público com concentração de público, escolar geral e escolar diferenciada, até umapopulação fixa de 10 pessoas não são necessários brigadistas voluntários, sendo que acima de 10o cálculo da quantidade de brigadistas será de 2% da população fixa do imóvel;

✔ para as demais ocupações não previstas no inciso anterior, com população fixa deaté 20 pessoas, está isento brigadista voluntário, sendo que acima de 20 o cálculo da quantidadede brigadistas será de 2% da população fixa do imóvel.

Parágrafo único: Adota-se como critério de arredondamento o primeiro número inteirosuperior.

Dos cursos de formação e CredenciamentoCom base nas atribuições dos Brigadistas ficam definidos os currículos mínimos dos

cursos de formação de brigadistas particulares e voluntários através do anexo C daIN028/DAT/CBMSC.

Os cursos de brigadistas deverão ser ministrados por Instrutores ou empresascredenciadas no CBMSC.

Dos Brigadistas Particulares:Os brigadistas particulares serão considerados credenciados quando aprovados em prova

de credenciamento, escrita e objetiva, sem consulta, aplicada semestralmente, no primeirodomingo dos meses de junho e novembro, pelos Batalhões de Bombeiro Militar, devendo obter70% de aproveitamento, no mínimo.

Parágrafo único: O credenciamento, terá validade de 2 anos a contar da data daexpedição do certificado de credenciamento, devendo o brigadista, após o vencimento davalidade do certificado, realizar nova prova de credenciamento.

Dos Instrutores de Brigadistas:Os instrutores de brigadista serão considerados credenciados quando aprovados em prova

de credenciamento, escrita e objetiva, sem consulta, aplicada anualmente, no primeiro domingo

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Brigadista Particular

dos mês de junho, pelos Batalhões de Bombeiro Militar, devendo obter 70% de aproveitamento,no mínimo.

§1° Para retirar o documento de credenciamento de instrutor de brigadista o candidatodeverá apresentar primeira via da guia de recolhimento da taxa de segurança quitada, certificadoque comprove aprovação em curso de 100 horas/aula de Combate a incêndio, 50 horas/aula emAtendimento Pré-hospitalar, 50 horas/aula de Segurança Contra incêndio, 50 horas/aula deBrigada de incêndio, além de possuir ensino médio completo.

§2° O credenciamento terá validade de 2 anos a contar da data da expedição docertificado de credenciamento, devendo o instrutor, após o vencimento da validade docertificado, realizar nova prova de credenciamento.

Dos Brigadistas Voluntários:Para os brigadistas voluntários não existe a necessidade de credenciamento, devendo

possuir apenas o certificado de conclusão de curso de brigadista voluntário, emitido por instrutorou empresa credenciada.

Das Empresas de Formação de Brigadistas:O requisito para o credenciamento das Empresas de formação de brigadistas é que todos

seus instrutores sejam credenciados, devendo realizar a comprovação documental.

Das Empresas Prestadoras de Serviço de Brigadistas:O requisito para o credenciamento das Empresas prestadoras de Serviço de Brigadistas é

possuir todos os brigadistas particulares credenciados no CBMSC.

Das Generalidades do CredenciamentoCabe ao comandante do Batalhão de Bombeiro Militar da respectiva região do Estado a

responsabilidade pelo controle e credenciamento das empresas formadoras de brigadistasparticulares, empresas prestadoras de serviço de brigadistas particulares e chefes de brigadadentro da área territorial de sua circunscrição.

O comandante do Batalhão de Bombeiro Militar é o responsável por emitir o certificadode credenciamento Instrutores e certificado de credenciamento de Brigadistas particulares.

À Diretoria de Ensino do CBMSC cabe a elaboração das provas, devendo regular suaaplicação na mesma data e hora em todos os Batalhões, com o auxílio dos mesmo, através dasSeções de Planejamento, Ensino e Instrução (B-3), devendo dar publicidade a todos os atos à suarealização.

Os bombeiros comunitários que possuem certificado de conclusão do Curso Avançado deatendimento à emergências ou equivalente não necessitam realizar avaliação para ocredenciamento como brigadista particular, devendo apresentar seu certificado de capacitação nocurso para solicitar o certificado de credenciamento de brigadista particular.

Parágrafo único: O re-credenciamento automático dos Bombeiros Comunitários notérmino dos dois anos só poderá ser realizado se este estiver no serviço ativo de BombeiroComunitário, devendo ser solicitado exclusivamente no Batalhão onde o Bombeiro Comunitáriorealizar serviço.

Os bombeiros comunitários que possuem certificado de conclusão do Curso Básico deatendimento à emergências não necessitam realizar avaliação para atuarem como brigadistasvoluntários, devendo apresentar cópia do seu certificado de capacitação no curso.

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Brigadista Particular

Aspectos TécnicosAtuações da Brigada de IncêndioDurante sua rotina de trabalho, os Brigadistas Particulares e Brigadistas Voluntários,

respeitando sua capacidade técnica e sempre utilizando os EPIs correspondentes, desenvolverãoas atividades de rotina listadas a seguir:

I. - Verificação do plano de emergência da edificação, do qual já deverão ter conhecimentoprévio;

II. - Identificação dos perigos e avaliação dos riscos existentes;III. - Inspeção periódica dos equipamentos de combate a incêndios, incluindo seus testes e

manutenção básica (acondicionamento de mangueiras e acessórios, teste de alarmes, motores ebombas, etc.);IV. - Inspeção periódica das rotas de fuga, incluindo manutenção e sinalização;V. - Participação nos exercícios simulados (abandono de local, combate a incêndios e

primeiros-socorros);VI. - Relatório escrito das irregularidades encontradas, com propostas e medidas corretivas

adequadas e posterior verificação da execução das alterações;VII. - Apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condições de segurança;VIII. - Avaliação e acompanhamento das atividades de risco;IX. - Participação e integração da empresa junto ao Corpo de Bombeiros Militar – CBMSC, da

área onde estiver localizada, através de visitas recíprocas e intercâmbio de informações;X. - Atendimento ao plano de emergência da edificação;XI. - Registrar todas as ocorrências (acidentes e incidentes) durante seu turno de trabalho; eXII. - Apresentar-se ao Bombeiro Militar que se fizer presente na edificação para fins deatendimento em situações emergenciais, fiscalização e vistoria.

Das atribuições dos brigadistas particularesDe acordo com a Instrução Normativa nº028/DAT/CBMSC - Os Brigadistas particulares

devidamente credenciados, deverão atuar nas ações de prevenção e ações de emergência.As ações de prevenção compreendem:✔ inspecionar periodicamente os equipamentos de prevenção e proteção contra

incêndios e pânico;✔ avaliar os riscos existentes;✔ elaborar relatório das irregularidades encontradas e apresentação de eventuais

sugestões para melhoria das condições de segurança;✔ treinar a população para o abandono da edificação orientando sobre as rotas de

fuga e escadas de emergência;✔ implementar e treinar o plano de emergência contra incêndio e pânico; e✔ informar com antecedência ao CBMSC sobre os exercícios simulados.

As ações de emergência compreendem:I. - aplicar o plano de emergência contra incêndios e pânico;II. - identificar situações de emergência e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros

Militar;III. - combater o princípio de incêndio com os dispositivos da edificação;IV. - prestar os primeiros socorros às vítimas;V. - atuar no controle de pânico e auxiliar no abandono da edificação;

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Brigadista Particular

VI. - verificar a transmissão do alarme aos ocupantes;VII. - interromper o fornecimento de energia elétrica e gás liquefeito de petróleo ou gás naturalquando da ocorrência de sinistro; VIII. - estar sempre em condições de auxiliar o Corpo de Bombeiros Militar; eIX. - isolar e preservar o local para os serviços de perícias.

Das atribuições dos brigadistas voluntáriosOs brigadistas voluntários deverão atuar nas seguintes situações:✔ combater o princípio de incêndio com os dispositivos da edificação;✔ orientar e auxiliar no abandono da edificação;✔ orientar a evacuação do imóvel quando em caso de incêndio e/ou sempre em que

houver o acionamento do alarme de incêndio;✔ participar dos exercícios simulados.

Das atribuições da brigada de Incêndio

O Chefe da Brigada de Incêndio possui o dever de coordenar, orientar e fiscalizar aatuação dos brigadistas devendo: executar as rotinas de trabalho (ações de emergência e prevenção)

✔ ser o agente de ligação com o Corpo de Bombeiros Militar;✔ arquivar todos os documentos que comprovem o funcionamento da brigada de

incêndio, por um período mínimo de cinco anos, para uso do CBMSC em pesquisas e perícias deincêndio;

✔ disponibilizar a cada membro da Brigada, conforme sua função prevista no Planode Implantação da Brigada, os EPI's necessários para a realização das suas rotinas de trabalho, deforma a protegê-los dos riscos específicos da atividade;

✔ apresentar-se, juntamente com os brigadistas particulares do local, ao BombeiroMilitar que se fizer presente na edificação para fins de atendimento em situações emergenciais,fiscalização e vistoria.

§1° Quando não houver a figura do chefe da brigada cabe ao responsável pela contrataçãodos brigadistas pelo fornecimento dos EPI's previstos inciso IV deste artigo.

§2° Quando não houver chefe da brigada, o responsável pelo imóvel deverá determinarum brigadista para realizar as atividades previstas na Seção III deste capítulo.

Critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista

Os candidatos a brigadista devem ser selecionados atendendo ao maior numero decritérios a seguir:

✔ Permanecer na edificação durante seu turno de trabalho;✔ Possuir boa condição física e boa saúde;✔ Possuir bom conhecimento das instalações;✔ Ter mais de 18 anos;✔ Ter o credenciamento de brigadista particular emitido pelo CBMSC (obrigatório).

Do uniforme da Brigada de Incêndio

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Brigadista Particular

Os Brigadistas Voluntários são dispensados do uso de uniforme, devendo estaridentificados por uso de crachá.

O Brigadista Particular, durante sua jornada de trabalho, deve permanecer identificado euniformizado.

Os Brigadistas Particulares desenvolverão suas atividades uniformizados a fim deserem facilmente identificados. Este uniforme é de uso exclusivo no local de serviço, sendovedado o uso para deslocamentos em vias publicas ou em atividade particular.

O uniforme do Brigadista Particular deverá ser diferente em padrões de cores (diferentede azul, vermelho, caqui, preto ou camuflado), formato, acabamento, bolsos, pregas, reforço,costuras e acessórios dos uniformes usados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina epor outras forças militares ou policiais, no âmbito federal, estadual, distrital ou municipal.

O uniforme do Brigadista Particular deverá conter somente:✔ Razão social ou nome de fantasia da empresa;✔ Logotipo da prestadora de serviço se for o caso;✔ Plaqueta de identificação (crachá) do Brigadista Particular; e ✔ Descrição “Brigadista Particular” na parte posterior do uniforme.

Do Uniforme dos Brigadistas em Eventos O Brigadista deve utilizar, durante eventos em áreas abertas ou fechadas, um colete

(verde ou amarelo) com detalhes refletivos, que permitam identificá-lo como membro daBrigada de Incêndio e que possa ser facilmente visualizado à distância, bem como estaridentificado com um crachá ou similar.

Parágrafo único. Na parte posterior do colete ou uniforme, deverá conter a inscrição “Brigadista Particular”

Dos EPIsO tomador do serviço deverá assegurar que todos os membros da Brigada de Incêndio

tenham à disposição, a fim de evitar acidentes e possíveis lesões à saúde do brigadista, osseguintes EPIs:

✔ Capacete tipo combate a incêndio, ✔ Balaclava, ✔ Luva, ✔ Bota especial, ✔ Conjunto de roupa de aproximação para incêndios;✔ Luvas de procedimentos, máscara para RCP e óculos.

Relatórios de AtividadesDurante o exercício da função o brigadista deve cuidar para que o incêndio não aconteça

e verificar os equipamentos de proteção e combate, mantendo as rotas de fuga, saídas deemergência e portas corta-fogo sempre desobstruídas, para que todo o sistema de segurançacontra incêndio funcione como projetado.

Dentre os Brigadistas deverá ser escolhido um para atuar como Chefe da Brigada deIncêndio, sempre que a edificação necessitar de três ou mais brigadistas por turno de serviço,sendo ele responsável pela coordenação e execução das ações de emergência e prevenção, bemcomo, ser o agente de ligação com o Corpo de Bombeiros Militar.

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Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 3

Ambientes e sistemas

Objetivo Geral

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar os principais ambientes e seu público ocupante;2) Orientar os brigadistas no conhecimento dos sistemas preventivos das edificações3) Orientar os brigadistas quanto a psicologia em incêndios.4) Identificar os fatores humanos que afetam num emergência;5) Definir o Grupo de Abandono de Área

Os edifícios de escritórios, atualmente, estão sendo projetados e construídos paramaximizar o espaço disponível, com divisórias baixas, como estações de trabalho. Isso adensa eaumenta a população no pavimento, diminui a compartimentação, o que facilita uma possívelcontaminação de fumaça, em uma situação de incêndio.

Mas via de "regra" a maioria da população está familiarizada com as rotas de fuga esaídas de emergência, fato que facilita a evacuação do ambiente, se houver necessidade deabandono de área.

Em hotéis, o público usuário é rotativo e nem sempre está habituado a observar ondeestão as saídas de emergência e os procedimentos de emergências.

Os incêndios em apartamentos têm, na maioria das vezes, a particularidade depermanecerem confinados dentro da unidade de origem, face à compartimentação dos ambientes.

Em hospitais, há setores em que as pessoas internadas não podem ser facilmenteremovidas, como centros cirúrgicos, unidades de terapia intensiva; deve haver, portanto,cuidadosa compartimentação e rigoroso controle de materiais e equipamentos contra aeventualidade de um princípio de incêndio.

Nos locais em que as pessoas permanecem em vigília, por exemplo, em locais detrabalho, o tempo de reação aos alarmes é inferior aos ambientes em que pessoas repousam ouapresentam dificuldade de locomoção, a exemplo de hospitais e até mesmo de edificaçõesprisionais, principalmente se não estiverem familiarizadas com as rotas de fuga e saídas deemergência, como nos hotéis e assemelhados.

Portanto o brigadista dever conhecer todos os sistemas preventivos exigidos para aedificação que estiver atuando.

Sistema preventivo por extintores

✔ Reconhecimento dos extintores, tipos (PQS, CO2, Água, Gases Especiais).✔ Inspeção geral dos extintores.✔ Reconhecimento dos componentes (manômetro, esguicho, cilindro, etc.). ✔ Inspeção periódica nos extintores e realizar as anotações em local apropriado para

a equipe de brigadistas ter acesso.

Sistema hidráulico preventivo

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Brigadista Particular

✔ Reconhecimento do sistema✔ Inspeção geral do SHP✔ Verificar os componentes (Mangueiras, Esguichos, Hidrante de recalque, Parede e

RTI).

Saída de emergência

✔ Tipos de escadas (comum, protegida, enclausurada e enclausurada a prova defumaça).

✔ Características das escadas (paredes corta-fogo, portas corta fogo, antecâmara,etc.).

✔ Verificar os componentes (portas, dutos, telas).✔ Inspeção periódica das rotas de fuga bem como nos sistemas instalado nas

mesmas, como, corrimão, pisos, luminárias, barras antipânico, portas, dutos, telas.

Iluminação de emergência

✔ Tipos de sistemas (bloco autônomo e central de bateria).✔ Características de cada sistema✔ Inspeção nos sistemas

Gás central canalizado

✔ Tipos de sistema (recarregável ou transportável)✔ Características do sistema (Central de GLP, canalização, abrigo de medidores,

etc.).✔ Inspeção nos sistemas

Sistema de alarme e detecção

✔ Reconhecimento do sistema (ótico e termovelocimétrico)✔ Características (central de alarme, acionador, fiação, detectores).✔ Inspeção nos sistemas

Chuveiros automáticos (Splinkers)

✔ Reconhecimento do sistema✔ Inspeção no sistema

Dispositivo de ancoragem de cabos

✔ Reconhecimento (alças metálicas para utilização de abandono de pessoas daedificação);

✔ Teste de tracionamento;

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Brigadista Particular

✔ Inspeção no sistema;

Local para resgate aéreo

✔ Reconhecimento do sistema (local de pouso do helicóptero, local de espera,portas, acionamento do sistema de alarme, etc.).

✔ Inspeção (vistoria)

Sistema de CO2 e outros gases

✔ Reconhecimento (CO2, baterias, inundação, aviso sonoro, barra antipânico, etc.).✔ Inspeção (vistoria)

Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

✔ Tipos de sistema de proteção (gaiola de Faraday, Franklin e Eletro geométrico).✔ Reconhecimento (cabos, hastes, soldas, embutido, etc.).

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Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 4

Psicologia em Emergências

Objetivo Geral

1) Identificar os fatores humanos que afetam num emergência;2) Definir o Grupo de Abandono de Área

Comportamento humano em incêndios

O incêndio é um fato indesejado e inesperado que põe em risco a vida humana e os bens.O homem, por possuir uma bagagem de informações a respeitos desses riscos, está predisposto aapresentar comportamentos que serão determinados a partir de alguns fatores, como porexemplo, relacionados à sua experiência de vida.

O estudo do comportamento humano em situações de incêndio é complexo, pelo fato deserem impraticáveis as realizações de certos experimentos que venham a demonstrar as reaisreações e comportamentos, sem que venha a se expor a riscos a integridade física dosenvolvidos.

Numa situação de incêndio, podem ocorrer diversos fenômenos tais como: a presença dechamas; aumento das temperaturas; presença de fumaça e gases tóxicos; que podem contribuirpara provocar uma instabilidade emocional nas pessoas. Embora, na maioria das vezes, aspessoas apresentem um comportamento dentro dos padrões normais, tais fenômenos podemcontribuir para que surjam comportamentos fora do comum.

O fator humano relacionado às características pessoais está diretamente ligado aocomportamento manifestado em situações emergenciais. Duas pessoas reagem de formadiferente a uma mesma situação quando ela ocorre, e mesmo assim, uma destas pode agir de umadeterminada forma hoje e diferentemente daqui a algumas horas, dias ou semanas. Há certosfatores que podem determinar como nós agiremos em determinadas situações. Como nós agimosfrente ao calor, fumaça e chamas são baseadas em diversos fatores, dentre eles: a idade; tamanho;condições físicas; e uso de medicamentos e drogas.

Idade: Os mais novos devido ao desconhecimento e as restrições de mobilidade, e osmais velhos (por isso as faixas de maior vulnerabilidade nos incêndios é até os 5 anos e acimados 65 anos) além destas restrições de mobilidade, devido a outros problemas de ordem sensoriale neurológica (agravadas ainda por mal de Parkinson, Alzheimer etc.) tem a sua capacidade delidar com o incêndio reduzido tornando-se um fator crítico de sobrevivência.

Tamanho: Pessoas de maior massa muscular podem tolerar melhor altas doses demateriais tóxicos gerados nos incêndios, entretanto no tocante ao condicionamentocardiorrespiratório, crucial nestas condições de sobrevivência, estas pessoas em geral malcondicionadas podem tornar-se vítimas potenciais.

Condições físicas pré-existentes: A condição geral de um indivíduo poderá ter um efeitona sua sobrevivência em um incêndio, Nestas podemos incluir:

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Brigadista Particular

Estabilidade Cardíaca (determinada pela condição anatomo-fisiológica do sistemacardiocirculatório).

Condição Aeróbica (associada ao condicionamento cardiorrespiratório) - Mobilidade(ligada ao biotipo, peso, altura, flexibilidade articular, doenças musculoesqueléticas), nesteaspecto tem também de considerar grávidas, pessoas com restrição motora, visual e auditiva, emespecial cadeirantes;

Capacidade Respiratória - Quaisquer doenças crônicas pré-existentes como enfisemapulmonar e asma (devido à alteração respiratória por conta da alteração e da elevação dafrequência respiratória, em decorrente da obstrução dos músculos pulmonares contraem-se,interrompendo o ciclo respiratório e provocando vasoconstrição - diminuição do calibre das viasaéreas pulmonares. Fatores estes associados à fumaça, stress, calor etc.), podem reduzirconsideravelmente esta capacidade. Fatores agudos como Resfriados, Gripes ou Pneumoniaspodem vir a afetar esta capacidade. E no caso de fumantes as condições pulmonares, bemreduzidas em geral, dificultam a ações de troca pulmonar a nível alveolar, em termos de absorçãode O2, e consequentemente dificultando uma boa irrigação sanguínea cerebral, indispensávelpara a tomada de ações, quer quanto ao critério, quanto à velocidade das mesmas, quer quanto aoimpulso neurológico em uma situação de incêndio.

Medicação e drogas: estes elementos reduzem substancialmente a capacidade deavaliação e da percepção dos riscos inerentes a um incêndio, alterando substancialmente acapacidade de se tomar a decisão adequada frente a emergências. Estatísticas recentes (United

States Fire Administration – USFA , Abril, 17 , 2008) citam que pelo menos 10% dasfatalidades em incêndios residenciais tem como causa principal o uso de drogas ou álcool, emespecial nas comunidades mais pobres. Neste aspecto a faixa etária envolvida neste tipo deevento se situa entre 20 a 64 anos, cujos índices são duas vezes maiores que as outras faixasetárias, e os homens são os mais predominantes neste aspecto.

Resposta Fisiológica As reações humanas são condicionadas por um mecanismo fisiológico, no qual o homem

ao ser informado de uma situação de perigo, o qual ele identifica com base em experiências,cognitivas anteriores ou de conhecimento adquirido através da informação e de relatos, o quallhe permite estabelecer comparações. As reações, estas as mais típicas são:

- a FUGA, na maior parte dos comportamentos ou,- a LUTA da situação de perigo, ou a ausência dela,- a INÉRCIA, em que nada mais é de um processo total de negação do fato relacionado

com o perigo, motivado por uma situação maior e mais complexa que a capacidade individual deser tomada qualquer ação, quer fugir ou lutar.

A resposta fisiológica ao medo é um dos fenômenos fisiológicos mais básicos, inerentesàs espécies animais, e a garantia de sua sobrevivência e evolução. Os seres vivos, em especial osanimais, cujo homem é parte integrante da espécie, ao perceberem da ocorrência de um

determinado perigo, pelos seus sentidos, sendo os mais importantes e influentes: a visão, aaudição, o olfato, e o tato, têm o seu processamento lógico-sensorial baseado na definição ou nãode uma situação de perigo como visto anteriormente.

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Brigadista Particular

Esta situação sendo identificada como uma situação de perigo é transmitida um impulsoelétrico pelo Sistema Nervoso Central (o qual corre em grande parte pelo interior da colunavertebral) a um conjunto de glândulas situadas sobre os rins - as glândulas suprarrenais, as quaisse incumbem de liberar o hormônio adrenalina ou (epinefrina) para a corrente sanguínea.

Os efeitos da adrenalina sobre o sistema cardiovascular são considerados os maisimportantes, pois mantêm a frequência cardíaca e pressão arterial adequada tanto em repousocomo em condições de estresse.

A adrenalina promove vasoconstrição periférica, aumento da frequência cardíaca e daautomaticidade das regiões do coração. A adrenalina pode estimular a secreção de hormônioscomo insulina, glucagon, gastrina, etc. Estimula o aumento da concentração de glicose noplasma. Promove a fosforilação de proteínas no fígado, envolvidas na regulação do metabolismodo glicogênio. Participa da degradação de triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo, o quevai influenciar diretamente numa situação em que o indivíduo precisar “lutar” ou “fugir”.

ResiliênciaA resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade

de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situaçõesadversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico. E é a partir desse conceito quevai determinar a ação da pessoa numa situação de perigo iminente.

PânicoAs pessoas têm reações diferentes diante de situações adversas, em caso de sinistros,

quando sentem ameaçadas em sua integridade física.Em um incêndio, o comportamento mais frequente é a tensão nervosa ou estresse, e não a

reação de medo e que foge ao controle racional, ou seja, o pânico. Não há necessariamente aocorrência de pânico ainda que não houvesse a evidencia de escape; Os comportamentoscontagiosos são muito mais comuns nas situações ambíguas ou emergenciais simplesmente pelatendência das pessoas, seguirem um líder, em situações de stress, onde esta opção (de seguir umlíder) é a única opção.

De uma forma geral as pessoas sempre ajudam umas as outras, tendendo a seremsolidárias umas com as outras nas situações de grande perigo, ao contrário do pensamentocomum de que em situações extremas o caráter individual é prevalente, e o exemplo recente doWorld Trade Center, mostrou esta característica.

Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma situação de incêndio, como seestivessem paralisadas nos primeiros minutos, não acreditando que estejam sendo envolvidasnuma situação de risco grave. A maior parte das pessoas 39% acredita durante o acionamento deum alarme de incêndio tratar-se apenas de um exercício simulado, e outra quantidadesignificativa 23% pensa estar relacionado o som com as atividades de manutenção dos sistemas,apenas 14% consideram a hipótese de um incêndio real;

Um dos fatores cruciais é a informação disponível associada ao tempo, pelo recebimentotardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e fumaça estão mais severas, para sebuscar uma resposta. O descobrimento sobre a gravidade do incêndio, qual a direção a seguir,muitas vezes em ambiente com fumaça, tende a gerar muita tensão nervosa.

Portanto as situações que podem dificultar o controle emocional advêm da demora dadisponibilidade de informações sobre o que está acontecendo, qual a severidade do evento, atrasona divulgação de um incêndio e como proceder e dispor de saídas protegidas.

As mensagens devem ter uma elaboração prévia, e algumas palavras como “CALMA”,“NÃO CORRA”, podem vir a ser problemáticas, gerando um entendimento inverso ao esperado.

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Brigadista Particular

O volume da mensagem, o tom de voz também tem um efeito direto na forma pela qual aspessoas percebem a ameaça.

Quando pessoas estão tentando escapar de um edifício em chamas por uma única saída,seu comportamento parece extremamente irracional para uma pessoa que analisa a situaçãodepois e constata que existiam outras saídas. Entretanto, as pessoas que estão tentando sairdesconhecem as outras saídas, tendo aquela como a única disponível prefere brigar por ela aoinvés de morrer queimado. O pânico ainda é muito confundido com comportamento de fuga.

Alguns comportamentos podem, além de dificultar a evacuação dos indivíduos que estãotentando abandonar o edifício, dificultar a entrada daqueles que combaterão o incêndio.

Incêndios em imóveis verticaisConforme relatos de pessoas envolvidas, dentro das torres, nos pavimentos dos impactos

das aeronaves e ainda, a temperatura insuportável, a fumaça densa, a pouca visibilidade e adificuldade de respirar tornaram penosa à busca pela única saída existente, na Torre Norte, doWorld Trade Center - WTC.

As condições críticas durante um incêndio em uma edificação ocorrem quando atemperatura excede a 75ºC, e/ou o nível de oxigênio cai abaixo de 10%, e/ou as concentrações demonóxido de carbono ultrapassam 5.000 ppm. Tais situações adversas induzem a sentimentos deinsegurança, que podem vir a gerar o pânico e descontrole e levar pessoas a saltar pelas janelas.

Os meios de escape devem ser constituídos por rotas seguras que proporcionem àspessoas escapar em caso de incêndio, de qualquer ponto da edificação a um lugar seguro, fora daedificação, sem assistência exterior.

As rotas de fuga projetadas impropriamente, falhas nos sistemas de comunicação ealarme, propagação de fumaça nos ambientes, bem como a movimentação de fumaça e gasesquentes, penetração de fogo e fumaça têm provocado perdas de vidas. Entre as soluções contraesses fatores estão o sistema de iluminação de emergência eficiente e efetivo, sistemas deextinção e de supressão do fogo, a limitação na distância de percurso, controle dos materiais deacabamento, portas corta-fogo e resistentes à penetração de fumaça, ventilação natural paraauxiliar na extração de gases e rotas de fuga desobstruídas, protegidas e bem sinalizadas,localização e capacidade adequadas para promover pronta evacuação dos ambientes pelosocupantes.

As edificações devem ser projetadas e construídas de modo a garantir a proteção dasvidas humanas contra os efeitos fatais oriundos do fogo. Entre esses riscos encontramos asqueimaduras (fatais ou não), asfixia, envenenamento, contusões, irritações, cortes, etc.. Osefeitos secundários do fogo ocorrem por falta de oxigênio, fumaça, gases nocivos, agressivos outóxicos, pânico, colapsos materiais ou estruturais.

No incêndio do Edifício Joelma, as pessoas na rua improvisaram faixas procurandoacalmar as pessoas dentro do prédio, informando que o fogo havia acabado e que não saltassem,encontrando morte certa, mesmo assim, várias pularam.

A maioria dos especialistas em segurança contra incêndios não recomenda o resgate aéreocomo rota viável em um edifício alto durante um incêndio. O uso de helicópteros deve ocorrerem último caso e sob condições muito específicas (DWYER e FLYNN, 2005).

A cobertura dos prédios está sujeita a muitas variáveis em caso de sinistros, como aexistência, ou não, de local para pouso de helicópteros e embarque de pessoas, pois muitosprédios antigos possuem telhados na cobertura, refletores, antenas, painéis de propaganda,ocorrência de acessos trancados para terraços, entre outros.

Há ainda os efeitos do incêndio, por meio de fumaça densa, calor excessivo e ventosfortes. Os helicópteros necessitam de ventos ascendentes para se manter em voos e o calor pode

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Brigadista Particular

tornar o ar rarefeito, prejudicando a estabilidade desses veículos (DWYER e FLYNN, 2005, p.159).

Comportamento de escolha de saídas de emergênciaComo enfatiza a ISO 6241 – Performance standards in building (Padrões de desempenho

nas construções), as edificações, no todo ou suas partes, devem possuir elementos de segurançapara diminuir o risco de início de um incêndio, limitar sua propagação e os efeitos do calor efumaça para possibilitar condições de evacuação de pessoas em tempos eficientes.

Quando há opções de escolha entre rotas de fuga, dentre os fatores que influenciam aescolha das saídas de emergência, e que podem estimular ou intimidar pessoas que estãoprocurando escapar de um sinistro, estão a fumaça, o calor e cheiro, características individuaiscomo idade, dificuldade de locomoção, parcial ou total, temporária ou permanente.

Outros tipos de exposições prováveis, além da perda de visibilidade e do calor, quepodem gerar condições perigosas, é a presença de produtos tóxicos e irritantes, obscurecimentodas rotas de fuga por fumaça e o colapso estrutural.

Existe a tendência de as pessoas a adotar o percurso mais familiar para a saída, que é aentrada normal da edificação, do que uma saída de emergência, que é pouco familiar.

O comportamento humano em situações de incêndios é diretamente influenciado pelascondições locais, em que a pessoa estiver e pelo conhecimento do que fazer e por onde seguir.

É muito comum as pessoas terem uma resposta lenta ao alarme de incêndio, muitas vezespostergando o início de seu movimento de abandono e quando os ocupantes decidem mover-separa uma área segura, o tempo restante para uma evacuação pode ser mínimo.

É por meio do treinamento em conjunto que se obtém a familiarização das pessoas para acadência e movimentação adequada: nunca correr deve ser a principal regra a fim de nãocontribuir para o fator pânico e desgaste físico desnecessário.

A inclusão da educação da velocidade de locomoção pode ter como palco: as rotas deevacuação de modo geral; as escadas, as rampas; os corredores e demais dependências.

Abandono de áreaAbandono de local em emergências é o comportamento de sair rápido por uma rota de

fuga e isso depende do recebimento do aviso de incêndio, se precoce ou tardio, e dafamiliaridade da saída de emergência de onde estiver.

Para os ocupantes das edificações, as saídas conhecidas são mais procuradas do que rotasde fuga não familiares, e a sinalização é menos importante que a regularidade do uso; logo, ostreinamentos de abandono de área devem condicionar os usuários a proceder conforme o planode abandono e seguir por rotas seguras. A familiaridade com os caminhos a percorrer podereduzir o tempo de pré-movimento.

Os extintores de incêndio e hidrantes, raramente, são usados pelos que não forembrigadistas, e são menos efetivos sem treinamento periódico.

As pessoas devem estar atentas a avisos precoces, como barulhos estranhos, como vidrosquebrando e atividade extra dos outros ocupantes.

Devem ser providenciadas as comunicações iniciais sobre sinistros para evitar a buscapor informações adicionais, que podem ser desencontradas e provocar indecisões.

Cada demora pode ser perigosa. Ações em estágios iniciais têm influência mais efetivaem eventuais evacuações.

Para a perfeita execução do abandono de local, faz-se necessário o treinamento periódicodos componentes da brigada, bem como a realização de palestras-relâmpago para os demaisfuncionários, visando a orientá-los a respeito dos procedimentos gerais a serem seguidos.

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Brigadista Particular

Grupo de Abandono de áreaO Grupo de Abandono é composto por brigadistas capacitados tecnicamente, para que em

situações de incêndio efetuem o procedimento de retirada do pessoal ali presente de formacoordenada, minimizando assim as situações de riscos. O grupo de abandono de área é compostobasicamente por brigadistas particulares e voluntários: coordenador geral da brigada, líder, puxa-fila, cerra-fila e vistoriador.

Coordenador Geral da Brigada: Brigadista responsável pela coordenação e execuçãodas ações de emergências da edificação. É o responsável máximo da brigada de incêndio,determina o início do abandono, devendo priorizar os locais sinistrados, os pavimentossuperiores a estes, os setores próximos e os locais de maior risco.

✔ Aciona o Corpo de Bombeiros;✔ Dirigir-se imediatamente para o ponto de encontro;✔ Organizar o ponto de encontro, buscando informações;✔ Aguardar e checar o completo abandono;✔ Comunicar o completo abandono e as alterações ao Corpo de Bombeiros;✔ Receber as alterações dos líderes;✔ Observar e corrigir posteriormente possíveis pontos a melhorar referente ao

desempenho dos membros da brigada e demais funcionários e visitantes

Líder: Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência deum determinado setor / compartimento / pavimento da planta.

✔ Reunir e conferir os funcionários de seu pavimento;✔ Fazer contatos externos;✔ Orientar e supervisionar as ações dos demais membros;✔ Auxiliar na remoção de pessoas;✔ Solicitar auxílios em geral;✔ Contatar o supervisor no ponto de encontro;✔ No ponto de encontro fazer chamada/contagem;

Puxa-Fila: Brigadista que vai a frente do pessoal a ser retirado, com as funções de:✔ Iniciar o trabalho de escape das pessoas, posicionando-se na via de escape,indicando a saída e organizando o ingresso e passagem na escada;✔ Se possível, o puxa-fila deve contar o número de pessoas e informar ao líder.

Cerra-Fila: Brigadista que sai por último e posicionando-se ao final da fila do pessoal aser retirado, com as funções de:✔ Ir a todos os recintos chamando as pessoas e depois se posicionar ao final da fila;✔ Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros, remoção de pessoas e organização dafila.

Vistoriador:✔ Enviar o elevador ao térreo;✔ Desligar o sistema elétrico do andar;✔ Fechar as portas e janelas sem as travar;

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Brigadista Particular

✔ Checar as dependências dos pavimentos;✔ Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros e na remoção de retardatários.

Recomendações gerais

Orientações gerais para o sucesso durante o procedimento de abandono de local:

✔ Acatar as orientações dos brigadistas;✔ Manter a calma;✔ Caminhar em ordem;✔ Permanecer em silêncio;✔ Pessoa em pânico: se não puder acalmá-la, deve-se evita-la. Se possível, avisar

um brigadista;✔ Nunca voltar para apanhar objetos;✔ Ao sair de um lugar, fecha as portas e janelas sem trancá-las;✔ Não se afastar dos outros e não parar nos andares;✔ Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;✔ Ao sentir cheiro de gás, não acender ou apagar as luzes;✔ Deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de

socorro médico;✔ Encaminhar-se ao ponto de encontro e aguardar novas instruções.

Em locais com mais de um pavimento:✔ Nunca utilizar o elevador, salvo por orientação da brigada;✔ Descer até o nível da rua e não subir, salvo por orientação da brigada;✔ Ao utilizar as escadas, deparando-se com as equipes de emergência, dar passagem

pelo lado interno da escada, sempre usar o corrimão, não pular degrau e seguir em fila indiana.

Em situações extremas:✔ Evitar retirar as roupas e, se possível, molha-las;✔ Se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo,

roupas, sapatos e cabelo;✔ Proteger a respiração com um lenço molhado junto à boca e nariz e manter-se

sempre o mais próximo do chão, já que é o local com menor concentração de fumaça;✔ Antes de abrir uma porta, verificar se ela não está quente;✔ Se ficar preso em algum ambiente, aproximar-se das aberturas externas e tentar de

alguma maneira informar sua localização;✔ Nunca saltar.

A lista, a seguir, expõe os principais fatores de escolha de saída:✔ O escurecimento de ambiente pela fumaça, que pode causar irritação e toxicidade.✔ Características do incêndio, como calor e cheiro.✔ Familiaridade com as rotas de fuga.✔ Características como idade, debilidades e incapacidades.✔ Orientação existente antes do incêndio, em como proceder em caso de incêndio.

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Brigadista Particular

✔ Níveis de iluminação e fonte de luz.✔ Tipo de função do usuário, se funcionário ou público externo à edificação.✔ Posição e proximidade da pessoa até uma saída.✔ Sinalização da saída de emergência.

Pessoas com mobilidade reduzidaToda pessoa é especial, a partir do momento que necessita uma atenção diferenciada,

devido a uma característica particular que o distingue das demais pessoas, um exemplo disso sãoos ocupantes da edificação que possuem dificuldades de se locomover, o que dificultaria umaevacuação da edificação caso a mesma esteja sinistrada.

Nem sempre se enquadrando no conceito de portador de deficiência motora, comoerradamente entendido pela sociedade, uma pessoa com mobilidade reduzida pode ser um idoso,uma mulher grávida, desde que por qualquer motivo, tenha dificuldade em se movimentar eaceder aos espaços meios físicos que a rodeiam.

As pessoas que possuem mobilidade reduzida em casos de incêndio são:

Portadores de deficiência visualPessoas que nascem privadas da visão são cegos congênitos, no entanto, existe também a

cegueira adquirida que é aquela devida a uma doença ou acidente ocorrido ao longo da vida.Quando uma pessoa cega encontra-se no ambiente sinistrado, sua capacidade de orientação podeser alterada e por isso é muito importante que o brigadista lhe informe explique o que houve e ofaça entender o que aconteceu antes de iniciar o atendimento.

Lembre-se dessas recomendações ao lidar com portadores de deficiência visual:✔ Comunique-se em tom de voz normal (não grite com o paciente);✔ Se ele puder caminhar, permita que ele se apoie em seu braço (advirta sobre os

perigos e não empurre, nem puxe o paciente cego, apenas conduza-o);✔ Deixe que a pessoa segure o seu braço, próximo ao cotovelo, isso fará com que

ele sinta os movimentos do seu corpo e tenha segurança para andar, subir e descer escadas;✔ Numa escada, antes de chegar à escada, coloque a mão do paciente no corrimão;✔ Não saia de perto da pessoa, ainda que rapidamente, sem antes comunicar tal fato,

para que ele não fique falando sozinho. Surdo ou surdo-mudoPessoas que não ouvem ou ouvem muito pouco são chamadas de surdas, entretanto

existem também os surdos-mudos que são aqueles que não ouvem e também não falam. Se umapessoa não leva consigo um aparelho auditivo visível não há nenhuma indicação aparente de queseja surda. Entretanto, seus procedimentos podem advertir sobre sua condição, assim, apesar deseu aspecto atento, se a pessoa não responder as perguntas formuladas, poderemos supor que elasofre de uma incapacidade auditiva.

Se o paciente puder compreender o que você diz através da leitura dos movimentos doslábios, certifique-se de que seu rosto esteja iluminado e voltado para o paciente enquanto vocêfala e comunique-se pausadamente.

Muitas pessoas surdas não estão treinadas para fazer a leitura labial, então os melhoresmétodos a serem utilizados são a escrita e os gestos.

Observação: Algumas pessoas surdas podem falar claramente, outras falam comdificuldade, prejudicando a compreensão e outras nem falam. Se o paciente surdo fala comdificuldade, não finja entender (gesticule encolhendo os ombros e mostrando as mãos com aspalmas para cima em frente ao seu corpo, como se dissesse "Não entendi o que você disse!”).

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Brigadista Particular

A pessoa de língua estrangeiraProblemas de comunicação poderão surgir quando a área de atendimento do Serviço de

Atendimento Pré-Hospitalar incluir comunidades onde habitam pessoas que não falam a línguaoficial do país, ou ainda, áreas turísticas, onde é grande o número de visitantes estrangeiros.

De forma geral, ao encontrar pessoas que não falam seu idioma, o brigadista deverácomunicar-se através de gestos e não tardar em solicitar auxílio de outros integrantes de suaequipe ou de pessoas da família e testemunhas que possam ajudar na comunicação e tradução dasfalas.

Os serviços de socorro poderão providenciar resumos traduzidos das principais frasesutilizadas pelos brigadistas para facilitar a comunicação.

Pessoas com deficiência física ou mentalO maior problema em lidar com pessoas que apresentam deficiência física, seja ela

nervosa, muscular ou esquelética, está muitas vezes na locomoção, pois estes pacientes podemter partes do corpo comprometidas ou não funcionantes. O brigadista deverá reunir o máximo deinformações possíveis através de uma boa entrevista e auxiliar no deslocamento dessa pessoa,solicitando ajuda de mais algum indivíduo que possa auxiliar o deslocamento do deficiente, paraque possa sair do lugar sinistrado da forma mais seguro e ágil possível.

Já alguns pacientes, por deficiência, não desenvolveram partes da função neurológica epodem apresentar retardamento mental ou de desenvolvimento. Nessas situações, sua principaltarefa como brigadista é estabelecer um processo de interação com o paciente, que permitaentender o que está acontecendo e como você poderá ajudá-lo.

A identificação do retardo mental ou deficiência de desenvolvimento nem sempre é umatarefa fácil. Mantenha a calma e, caso seja necessário, explique pausada e repetidamente cadauma de suas ações e o que você quer que o paciente faça.

Finalmente, devemos entender que os pacientes com qualquer tipo de deficiência, assimcomo a maioria das pessoas, gostam de ser independente, portanto, merece receber o mesmotratamento de um paciente normal.

Observação: Cuidado para não confundir estes pacientes com outros pacientes sob oefeito abusivo de álcool ou drogas ou que em função de um incêndio apresentam-sedesorientados ou confusos.

IdosoInfelizmente, grande parte da população tende a pensar que as capacidades de uma pessoa

se medem de acordo com sua idade cronológica, entretanto, existem pessoas que ainda nãocompletaram 65 anos e já apresentam sinais de senilidade, são doentes crônicos e apresentamcompleta dependência. Por outro lado, existem também pessoas de 70, 80 e até 90 anos que semantêm ativas, capazes e em bom estado de saúde.

No desempenho de suas funções, brigadistas serão responsáveis por atender pessoasidosas de uma ou outra categoria. Nessas oportunidades, quando o idoso se mostrar consciente,atento e interessado, atenda-o da mesma forma como faria com outro paciente adulto.

Se, pelo contrário, o paciente pelo envelhecimento apresentar perda de memória oudesorientação em relação ao tempo-espaço-pessoa, sem dúvida, você terá dificuldades deinteração com o mesmo. De qualquer forma, a chave do sucesso na interação com pessoas idosasé a paciência.

✔ Mantenha contato olho-a-olho e fale calma e diretamente ao paciente.

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Brigadista Particular

✔ Seja muito paciente, pois quando envelhecemos as palavras ficam maisimportantes. Não apresse a conversa.

✔ Se o paciente estiver acompanhado pelo cônjuge ou algum amigo mais próximo,fique atento, pois devido à tensão causada pela situação você poderá ter de atender outropaciente, normalmente devido a uma emergência clínica. Seja amável e providencie apoioemocional para ambos.

Observação: Ao atender uma emergência envolvendo pessoas idosas não se precipite,apesar da aparente gravidade da situação, você deverá ajustar suas perguntas e ações àcapacidade que o paciente demonstra para entender e responder.

Planos de emergência em edificaçõesA brigada de incêndio, bem dimensionada e treinada, deve ser capaz de executar

perfeitamente o plano de abandono para o local.Proteger a vida e a saúde dos empregados e dos clientes da (nome da empresa) é a

prioridade durante uma emergência. Para alcançar este objetivo, desenvolvemos um Plano deEmergências que nos permitirá responder e administrar de forma efetiva e eficiente asemergências e eventos catastróficos. Um dos objetivos principais do Plano é retomar o maisrápido possível as atividades normais com um mínimo de interrupção e prejuízos aos clientes,fornecedores e contratados.

ResponsabilidadesSerá responsabilidade da Equipe de Resposta de Emergências por em prática e dirigir as

ações de emergências estabelecidas no Plano de Emergências da (nome da empresa) bem comoqualquer outra ação que seja necessária para proteger vidas e propriedade. Será seguido oprocesso de notificação estabelecido no plano. A ativação das diferentes equipes de trabalho sefará quando assim determinarem os coordenadores das equipes de Resposta de Emergências eAdministração de Emergências.

Notificação de EmergênciasA notificação imediata da condição de emergência, usando o procedimento apropriado, é

essencial para neutralizar a situação e prevenir lesões pessoais e danos à propriedade.

REFERÊNCIAS

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE CASCAVEL. Histórico do Corpo de Bombeiros no Brasil. Disponível em < http://www.bombeiroscascavel.com.br/modules/mastop_publish/?tac=Bombeiros_do_Brasil>. Acesso em: 04 out. 2012

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Brigadista Particular

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______. Instrução Normativa 028/DAT/CBMSC- Brigadas de Incêndio. Florianópolis, 2014.

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______. Curso de Combate a Incêndio Estrutural Nível I. Florianópolis, 2009.

______. Curso de Formação de Socorristas em Atendimento Pré-Hospitalar-Básico (Curso APH-B), Florianópolis, 2005.

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Brigadista Particular

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