curso “vivendo os dez mandamentos” · lembre-se que estamos em processo de santificação –...

C u r s o “ V i v e n d o o s D e z M a n d a m e n t o s ” | 1

Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São José do Rio Preto/SP – 2012

CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS”

Pr. Evandro Luís Moreira (Fevereiro /2012)

AULA 1 – CONCEITOS GERAIS E INTRODUÇÃO

AULA 2 – O PRIMEIRO MANDAMENTO

AULA 3 – O SEGUNDO MANDAMENTO

AULA 4 – O TERCEIRO MANDAMENTO

AULA 5 – O QUARTO MANDAMENTO

AULA 6 – O QUINTO, SEXTO E SÉTIMO MANDAMENTOS

AULA 7 – O OITAVO, NONO E DÉCIMO MANDAMENTOS

AULA 8 – OS DEZ MANDAMENTOS E O NOVO TESTAMENTO




AULA 1 – CONCEITOS GERAIS E INTRODUÇÃO

1 – CONCEITOS GERAIS

Onde estão escritos os “Dez Mandamentos”? (Êxodo 20.1-17 e Deuteronômio 5.6-21)

• Antes de falar sobre os Dez Mandamentos precisamos relembrar a história do povo de Israel – e porque eles são chamados de povo de Israel? O nome “povo de Israel” quer dizer os “descendentes de Israel” Isto é diferente de “habitantes de Israel”, pois na verdade ainda não existia o país “Israel” como temos hoje, e eles ainda nem tinham uma terra própria.

• Se eles são os descendentes de Israel – então quem é este Israel? Israel é o novo nome dado por Deus a Jacó, ou seja, eles são os descendentes de Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão.

• Como o povo recebeu/conheceu os Dez Mandamentos ou o DECÁLOGO, como também é chamado? Através de Moisés. O próprio Deus escreveu o decálogo em 2 tábuas de pedra e as entregou a Moisés. Enquanto o povo estava no deserto.

• E o que o povo estava fazendo no deserto? Deus enviou Moisés ao Egito para libertar o povo de Israel que era escravo.

• Como o povo foi para no Egito? Por causa de José, um dos filhos de Jacó. O povo cresceu e os egípcios tendo medo, escravizaram os israelitas. Foram mais de 400 anos de escravidão até Deus tirar o povo de Egito (PÁSCOA). Logo que deixaram o Egito (ÊXODO), e depois de terem atravessado o Mar Vermelho o povo parou junto ao Monte Sinai onde Deus faz uma ALIANÇA com o povo.

• O contexto do DECÁLOGO é o Deus dos ÊXODO fazendo uma ALIANÇA com seu povo. Vejamos o que diz a Introdução do Decálogo: “Então, falou Deus todas estas palavras: 2Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.

O FORMATO DOS DEZ MANDAMENTOS

• Os Dez Mandamentos tem uma função didática • Como manter vivos na mente e no coração os valores divinos para um povo muito

grande que estava atravessando o deserto? • Como transmitir estes valores divinos e garantir que eles não se perderiam? • O conhecimento era passado de formar oral, por isso precisa ter uma forma breve • São sentenças negativas ou imperativas - a preocupação não era “profundidade” mas

o que se devia fazer na prática da vida diária.

PORQUE OS DEZ MANDAMENTOS EM DEUTERONÔMIO? • A lista dos Dez Mandamentos ocorre repetida (com poucas alterações) em

Deuteronômio (5.6-21). A repetição da lista aponta para um novo momento histórico - a entrada na terra da Palestina – a Terra Prometida (Dt 4.45-49);

• Já haviam se passado 40 anos de peregrinação no deserto. A travessia do deserto durou aproximadamente 2 anos mas ao chegarem perto de entrar o povo não confiou que Deus lhes daria aquela terra, por isso Deus fez com que “rodassem” mais 38 anos.

• Moisés ao preparar o povo para entrar na Terra Prometida relembra os Dez Mandamentos reafirmando a Aliança feita no passado.



COMO SÃO DIVIDIDOS OS DEZ MANDAMENTOS • Eles podem ser divididos em dois grupos de mandamentos:

1 - VALORES RELIGIOSOS (VERTICAIS) - o relacionamento de Israel com Deus e com outros deuses.

2 - VALORES SOCIAIS (HORIZONTAIS) - o relacionamento do povo entre si EXERCÍCIO 1 – LEIA, ENUMERE E DEPOIS CLASSIFIQUE OS MANDAMENTOS MANDAMENTOS VERTICAIS (EM RELAÇÃO A DEUS)

(Êx 20:3 - ____ e Dt 5:7 - ___) (Êx 20.1-11 e Dt 5.7-15) MANDAMENTOS HORIZONTAIS (EM RELAÇÃO AOS OUTROS)

(Êx 20:___ - ___ e Dt 5:___ - ___)

(Êxodo 20) “Então, falou Deus todas estas palavras: 2Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. ( ) 3Não terás outros deuses diante de mim. ( ) 4Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus,

nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem 6 e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

( ) 7 Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

( ) 8 Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; 11 porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.

( ) 12 Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.

( ) 13 Não matarás. ( ) 14 Não adulterarás. ( ) 15 Não furtarás. ( ) 16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. ( ) 17Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu

servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.”

Breve Catecismo de Westminster (1647) P. 42. Em que se resumem os dez mandamentos? R. Os dez mandamentos se resumem em amar ao Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas forças e de todo o nosso entendimento; e ao nosso próximo como a nós mesmos. (Mt 22-37-40.) P. 43. Qual é o prefácio dos dez mandamentos? R. O prefácio dos dez mandamentos é: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão". (Ex 20.2) P. 44. Que nos ensina o prefácio dos dez mandamentos? R. O prefácio dos dez mandamentos ensina-nos que nós temos obrigação de guardar todos os mandamentos de Deus, por ser Ele o Senhor nosso Deus e Redentor.(Dt 11.1; 1Pe 1.15-19)



CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS” AULA 2 – O PRIMEIRO MANDAMENTO

1 – REVISAO AULA 1 • Onde estão escritos os “Dez Mandamentos”? Êxodo 20.1-17 e Deuteronômio 5.6-21 • Dez Mandamentos também e chamado de DECÁLOGO • O contexto do DECÁLOGO é o Deus do ÊXODO fazendo uma ALIANÇA com seu povo. • Os Dez Mandamentos tem uma função didática • São sentenças breves, negativas (proibitivas) ou imperativas • Eles podem ser divididos em dois grupos de mandamentos:

1 - VALORES RELIGIOSOS (VERTICAIS) - o relacionamento de Israel com Deus 2 - VALORES SOCIAIS (HORIZONTAIS) - o relacionamento do povo entre si

2 – O SER HUMANO E OS MANDAMENTOS • Fomos criados por Deus para obedecer as suas leis; • O pecado nos estragou e o nosso coração decaído agora odeia Lei de Deus; • Quando recebemos a nova vida em Cristo, a lei e escrita nas tabuas de carne do coração –

Jeremias 31:33 e Hebreus 10:16-17 – e deveríamos obedecer os mandamentos; • E porque isto muitas vezes não esta acontecendo? Lembre-se que estamos em processo de

santificação – Fp 1:6!

3 – O PRIMEIRO MANDAMENTO “Não terás outros deuses diante de mim”.

• Este mandamento nos aponta dois relacionamentos: com “outros deuses” e com “JAVE”; • A Essência da Aliança era um relacionamento e não obrigações – observe as expressões

“diante de mim”, “alem de mim”, “perante a minha face”, “na minha presença”; • O povo deve amar e ser fiel a JAVE; • Este mandamento afirma que relacionar-se com “outros deuses” interfere no relacionamento

com Deus.

4 – PERSPECTIVAS SOBRE DEUS • Para o Ateísmo - Deus não existe • Para o Agnosticismo - Deus não pode ser conhecido • Para o Deismo - Deus não esta ativo no mundo • Para o Panteísmo - Deus e o mundo • Para o Politeísmo - existem muitos deuses • Para nos Deus e Trindade. A palavra trindade não esta na Bíblia, mas foi criada pelos teólogos

para explicar o Deus que existe em três pessoas iguais: Pai, Filho e Espírito Santo, mas não significa que são três Deuses.

• A analogia dos Cegos. Muitos já ouviram da história de homens cegos que se depararam com um elefante. Um deles tocou sua perna e achou que era uma árvore. Outro tocou a sua tromba e pensou ser uma cobra. Um último tocou sua presa e afirmou ser uma lança. A moral que geralmente nos é passada, é de que todos estão tocando a mesma realidade, apenas com perspectivas diferentes. Agora pense nisso: “os homens eram cegos” e a verdade era de que o elefante era um elefante. O nosso Deus se revelou e abriu os nossos olhos!

5 – ATRIBUTOS SOBRE DEUS • Os atributos de Deus podem ser divididos em duas categorias: incomunicáveis e

comunicáveis, ou então, atributos não compartilhados (pertencem apenas a Ele) e compartilhados (podem ser encontrados nas pessoas em grau limitado).



• Atributos Incomunicáveis ou Não Compartilhados: Onisciência Onipotência Onipresença Imutabilidade Eternidade Auto-existência Soberania Transcendência Criador

• Atributos Comunicáveis ou Compartilhados Santidade Amor/bondade Verdade Justiça/retidão Misericórdia

• Nomes de Deus – na Bíblia encontramos muitos nomes para Deus, o mais importante deles e YHWH (JAVE ou Yahweh) que significa o “EU SOU” (“Aquele que Auto-existe”), e nome que ele revela para Moisés em Êxodo 3. Alguns nomes são compostos com “EL” que também que significa “Deus”, como por exemplo “El Shaddai” que quer dizer “Deus Todo-poderoso”.

6 – VIVENDO O PRIMEIRO MANDAMENTO • Somos chamados por este mandamento para crer e confiar inteiramente em Deus. Quando o

coração está inteiramente direcionado ao verdadeiro Deus, o cumprimento dos demais mandamentos são uma consequência.

• Quais são seus “outros deuses”? Examine o seu coração e não apenas sua religião! Muitos são cristãos mas possuem outros deuses. Quais podem ser estes “deuses”?

• A pergunta não e que lugar a Igreja, o culto, o ministério em que você trabalha tem na sua agenda semanal, e sim, qual o lugar que Deus ocupa na sua vida?

7 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER Pergunta 45. Qual é o primeiro mandamento?

O primeiro mandamento é: "Não terás outros deuses além de mim". (Ex 20.3) Pergunta. 46. Que exige o primeiro mandamento?

O primeiro mandamento exige de nós o conhecer e reconhecer a Deus como o único Deus verdadeiro, e nosso Deus; e como tal adorá-lo. (1Cr 28.9; Dt 26.17; Sl 95.6-7) Pergunta . 47. Que proíbe o primeiro mandamento?

O primeiro mandamento proíbe o negar, ou deixar de adorar ou glorificar ao verdadeiro Deus, como Deus, e nosso Deus; e dar a qualquer outro a adoração e a glória que só a Ele são devidas. (Sl 14.1; Rm 1.20-21, 25; Sl 8.11) Pergunta 48. Que se nos ensina especialmente pelas palavras "além de mim", no primeiro mandamento?

As palavras "além de mim", no primeiro mandamento, ensinam-nos que Deus, que vê todas as coisas, toma conhecimento e muito se ofende do pecado de ter-se em seu lugar outro deus. (Sl 139.1-3; Dt 30.17-18)

8 – OS DEZ MANDAMENTOS EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ) Não terás outros deuses Não crerás na existência de outros deuses, senão de Deus. Não explicarás o universo senão em relação a Deus. Não terás outro critério de verdade senão Deus. Não te relacionarás com pseudodivindades, senão com Deus. Não dependerás de falsos deuses, senão de Deus. Não terás satisfação em nada que exclua Deus.



CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS” AULA 3 – O SEGUNDO MANDAMENTO

1 – REVISAO • Dez Mandamentos também são chamado de DECÁLOGO - Êxodo 20.1-17 e Deuteronômio 5.6-21 • O contexto do DECÁLOGO - ÊXODO e ALIANÇA • Dois grupos de mandamentos: VALORES RELIGIOSOS (VERTICAIS) e VALORES SOCIAIS (HORIZONTAIS) • Duas palavras chaves do primeiro mandamento - relacionamento e fidelidade; • Há muitas perspectivas sobre Deus: Ateísmo, Agnosticismo, Deismo, Panteísmo,Politeísmo e o

Monoteísmo. Para nós Deus éTrindade. • A analogia dos Cegos • Os Atributos de Deus: incomunicáveis e comunicáveis, ou seja, atributos não compartilhados

(pertencem apenas a Ele) e compartilhados (podem ser encontrados nas pessoas em grau limitado).

2 - O SEGUNDO MANDAMENTO 4Não farás para ti imagem de escultura,nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem

embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos

até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem 6 e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

• Este mandamento apresenta a proibição de dois tipos de imagens: do Senhor e de outros deuses; • O verbo “adorar” estas imagens tem ligação com a idéia da atitude de submissão de um escravo para

seu Senhor; • Este mandamento tem duplo aspecto: geral (não fabricar imagens) e doutrinário (a santidade e pureza

do culto a Deus); • Você já ouviu falar do bezerro de ouro – Êxodo 32? Quando o povo percebeu que Moises demorava

para voltar (descer do Monte Sinai), fez para si um bezerro de ouro, festejou e o adorou. Este episódio demonstrou a religiosidade que o povo tinha aprendido no Egito e com os outros povos.

• Alem do mandamento o texto apresenta uma justificativa “porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem 6 e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”

• Deus se apresenta como um “zeloso” (Dt 6:15 e Js 24:19). Este “zelo” muitas vezes e comparado a “ciúme”, porém isto pode causar certa confusão. Deus não é inseguro, ser “zeloso” quer dizer que Ele leva este relacionamento, que Ele mesmo começou, muito a sério, por isso não admite infidelidade.

• Este Deus “zeloso” apresenta o modo como Ele lida com a infidelidade (aspecto negativo) e a fidelidade (aspecto positivo). É importante reforçar que o aspecto negativo serve como que de “moldura” para o “quadro” do aspecto positivo.

• Muitos lêem e entendem de modo errado este texto bíblico. O texto não esta falando de “maldição hereditária”. “Terceira e quarta gerações” era, e em parte ainda é, a extensão possível de uma família (bisavô – avô – pai – filho). Os pecados, no caso aqui a idolatria, tem conseqüências sobre a familia. E a idéia de continuidade. Deus não pune os filhos por causa dos erros dos pais – Dt 24:16, mas os pecados dos pais influenciam os filhos.

• “Mil gerações” não e literal mas sim uma linguagem para “ilimitado” (i Cr 16:15 e Sl 105:8). • Se de um lado Deus parece muito severo ao mesmo tempo ele demonstra “Misericórdia”, ou seja,

“amor leal” pelo seu povo. O Deus que “visita” ou que “faz misericordia” e um Deus que ele leva a sério o relacionamento das pessoas com Ele. Alguns “aborrecem” e outros “guardam” os seus mandamentos.

6 – VIVENDO O SEGUNDO MANDAMENTO • No primeiro mandamento somos desafiados a avaliar nossa vida e reconhecer se não há “outros

deuses” ao lado ou no lugar de Deus. Aqui agora a ordem é de não adorá-los. Embora o texto comece falando de construir imagens, ele também adverte sobre a adoração destas imagens. Muitos não se acham idolatras, apenas pelo fato de não ter imagens em casa, porém desobedecem este mandamento ao adorar seu carro, seu corpo, sua casa nova, e etc.



• Outro perigo que enfrentamos, além da idolatria em si, e do sincretismo, ou seja, misturar conceitos e práticas religiosas. Por exemplo, o costume dos povos antigos era colocar nos portões e jardins imagens e estatuas que representavam proteção dos deuses, geralmente em forma de animais. O nosso relacionamento com Deus exige pureza. Será que você ainda pratica e concorda com idéias contrarias a vontade de Deus. Por exemplo, algumas pessoas mesmo depois de se converterem praticam e acreditam em superstições.

• O Cristianismo ao longo de muitos séculos desenvolveu uma teologia e uma pratica religiosa ligada a imagens. A explicação disso, em parte didática (muitos fiéis eram analfabetos) e parte doutrinaria (diferenciando a veneração aos santos, anjos e Maria do culto e adoração a Deus). Vamos olhar um pouco desta história. O culto aos santos surgiu na metade do século II como uma tímida memória e veneração aos mártires cristãos. A primeira oração expressamente dirigida a Maria apareceu no final do século III. No período da Reforma Protestante, um dos assuntos de debate foi o da idolatria. Algumas perguntas importantes: se a preocupação do uso das imagens era ensinar pessoas sem alfabetização como ensiná-las então um conceito tão complexo que separa “venerar” e “adorar”? Porque Deus usaria uma pedagogia tão diferente para um povo tão numeroso, ex-escravos e que estavam no deserto? Porque a igreja do Novo Testamento, que também era formada de muitas pessoas simples e sem educação escolar, não utilizou imagens?

• Mas o que aconteceu então? O que aconteceu na história da Igreja Cristã foi uma longa e constante repetição de pequenos desvios. Imagine uma viagem de navio. A viagem possui um destino final, porém por ser uma viagem muito longa a cada parte de viagem há uma mudança de capitão. A cada parte da viagem o capitão permite um desvio muito pequeno da direção do navio de quando assumiu o comando da viagem. Ao final o último capitão se surpreende ao descobrir que depois de muitos meses no mar eles chegaram numa cidade muito longe do seu destino original. Foi isso que aconteceu com a Igreja. Além da clareza dos primeiros mandamentos ao fazermos uma leitura sincera da Bíblia perceberemos que o que a Igreja fez foi tentar justificar seus erros e desvios ao longo de muitos séculos em lugar de corrigi-los.

• No primeiro mandamento aprendemos que um único Deus, ou seja, uma fé exclusiva, por isso é natural que o segundo mandamento exija adoração exclusiva.

7 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER Pergunta 49. Qual é o segundo mandamento?

O segundo mandamento é: "Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma de tudo que há em cima no Céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa alguma que haja nas águas, debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus zeloso, que vinga a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem; e que usa de misericórdia com milhares daqueles que me amam e que guardam os meus preceitos". (Ex 20.4-6).

Pergunta 50. Que exige o segundo mandamento?

O segundo mandamento exige que recebamos, observemos e guardemos puros e inteiros todo o culto e ordenanças religiosas que Deus instituiu na sua Palavra. (Dt 12.32; Mt 28.20; Jo 4.23-24)

Pergunta 51. Que proíbe o segundo mandamento?

O segundo mandamento proíbe o adorar a Deus por meio de imagens, ou de qualquer outra maneira não prescrita na sua Palavra. (Rm 1.22-23; 2Rs 18.3-4)

Pergunta 52. Quais são as razões anexas ao segundo mandamento?

As razões anexas ao segundo mandamento são a soberania de Deus sobre nós, a sua propriedade em nós em nós, e o zelo que Ele tem pelo seu culto. (Sl 45.11; 100.3; Ex 34.14; 1Co 10.22)

8 – OS DEZ MANDAMENTOS EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ) Não tratarás como Deus o que não é Deus. Não compararás Deus com qualquer de suas criaturas. Não atribuirás poder divino a qualquer das criaturas de Deus. Não colocarás nenhuma criatura entre ti e o teu Deus. Não diminuirás Deus para que possas compreendê-lo ou dominá-lo. Não adorarás qualquer criatura que pretenda representar Deus.



CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS” AULA 4 – O TERCEIRO MANDAMENTO

7 Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que

tomar o seu nome em vão.

1 – O NOME NO ANTIGO TESTAMENTO A – O NOME É A PESSOA

• O nome, no Antigo Testamento, longe de ser uma simples etiqueta, revela a essência da pessoa;

• Eliminar o nome de alguém é apagar sua existência – I Sm 24:22, 2 Rs 14:27, Is 14:22 Sl 83:5;

• O nome de Deus é o nome por excelência - Ele é chamado de “o Nome” (Lv 24:11, Pv 18:10, Is 30:27 e 2 Sm 6:2), “Santo” (Lv 20:3 e Sl 103:1); “Glorioso” (Ne 9:5 e Sl 72:19); “Grande” (I Rs 8:42 e Jr 44:26), “Honrado” (Dt 28:58), “Eminente” (Sl 148:13) e “Temível” (Sl 99:3 e 119:9);

B - O NOME É A PESSOA REVELADA

• O nome é aquilo que se conhece de uma pessoa (Ex 33:12 e Sl 9:10); • Os Salmos diversas vezes associam o nome de Deus com seus atos: “justiça” (89:15-

16), “fidelidade” (89:24), “salvação” (96:2), “santidade”(99:3), “bondade” (100:4,5), “misericórdia” (109:21), “amor” (119:55) e “glória” (148:13);

• O adjetivo mais utilizado para o nome de Deus é “Santo”, e se tornou uma das descrições mais importantes da natureza divina;

C - O NOME É APESSOA ATIVAMENTE PRESENTE

• O nome significa a presença ativa da pessoa na plenitude do seu caráter; • Quando se diz que Deus age “por amor de Seu nome” quer dizer que Ele agiu “por

causa da Sua reputação” (Sl 79:10 e Ez 36:21-23); • Ministrar uma benção da parte de Deus é colocar o nome de Deus sobre aquela

pessoa (Nm 6:27);

2 – O NOME DE DEUS • Deus se revelou com um nome pessoal – JAVÉ. Quando Deus enviou Moisés para

libertar o povo de Israel do Egito, Ele se revela como o “EU SOU O QUE SOU” – YHWH, seu nome eterno (Ex 3:15), do qual depende a realidade dos outros nomes (Is 56:5);

• Nas orações, conversas e leituras o nome de JAVÉ era substituído pelo nome “Adonai” que significa “Senhor”. Observe na sua Bíblia a diferença de quando aparece SENHOR e DEUS.

• O zelo dos judeus com o nome de JAVÉé tão intenso que, ao copiar um manuscrito sagrado, o escriba limpava a pena ou a substituía por uma nova, levantava-se e reverentemente escrevia “JAVÉ”.

• E “Jeová”? A língua hebraica não utilizava vogal. Com o tempo veio o perigo de se perder a pronúncia correta das palavras – foi criado entãoum sistema de sinais, chamados massoréticos, que representam as vogais. No caso do nome JAVÉ – muitas vezes se utilizavam as vogais de Adonai, desta forma surgiu o nome “Jeová”. Os estudiosos, em geral, concordam que o correto é a utilização das vogais do verbo ser – que formam o nome “JAVÉ” (Iahweh).



3 – ENTENDENDO O TERCEIRO MANDAMENTO

• Nas religiões daquela época a magia era uma prática comum que envolvia o nome de um deus.

• Este mandamento proíbe o uso do nome de Deus na falsa adoração, nos encantamento, adivinhações ou para encobrir falsidades ou para dizer blasfêmias (Dt 28:58);

• O povo também não deveria jurar falsamente pelo nome do Senhor (Lv 19:2). Jurar em nome de Deus é torná-lo testemunha. O juramento faz Deus agir.

4 – VIVENDO O TERCEIRO MANDAMENTO • Continuando a proposta de relacionamento apresentada nos dois primeiros

mandamentos, Deus agora quer instruir nossa boca e nossa língua numa relação correta com Ele, pois a primeira coisa que brota do coração e se manifesta são as palavras.

• Muitas pessoas têm por hábito repetir determinadas frases relacionadas com o nome de Deus: “Meu Deus!” “Deus me livre!” “Graças a Deus!” Este pode ser um bom hábito quando, junto com as palavras leva-se também o coração. Quando, porém, trata-se apenas de um costume, está se fazendo uso em vão do santo nome divino.

• Este mandamento quer proteger o nome de Deus do abuso, mas não proíbe o uso correto do nome de Deus.

• Usamos corretamente o nome de Deus quando o invocamos em nossas necessidades, quando o louvamos com nossos cantos e hinos, quando agradecemos a Ele pelas bênçãos recebidas e quando procuramos viver de acordo com a sua Palavra (Sl 50.15; Sl 92; Sl 118.1; Mt 7.7).

7 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER Pergunta 53. Qual é o terceiro mandamento?

O terceiro mandamento é: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o nome do Senhor seu Deus". (Ex 20.7)

Pergunta 54. Que exige o terceiro mandamento? O terceiro mandamento exige o santo e reverente uso dos nomes, títulos, atributos, ordenanças, palavras e obras de Deus. (Sl 29,2; Ap 15.3-4; Ec 5.1; Sl 138.2; 104.24)

Pergunta 55. O que proíbe o terceiro mandamento? O terceiro mandamento proíbe toda a profanação ou abuso das coisas por meio das quais Deus se faz conhecer. (Lv 19.12; Mt 5.34-35)

Pergunta 56. Qual é a razão anexa ao terceiro mandamento? A razão anexa ao terceiro mandamento é que, embora os transgressores deste mandamento escapem do castigo dos homens, o Senhor nosso Deus não os deixará escapar do seu justo juízo. (Dt 28.58-59)

8 – OS DEZ MANDAMENTOS EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ) Não dissociarás o nome da pessoa de Deus. Não colocarás palavras na boca de Deus. Não te esconderás atrás do nome de Deus. Não usarás o nome de Deus para te justificares. Não te relacionarás com uma idéia a respeito de Deus, senão com o próprio Deus. Não semearás dúvidas respeito do caráter e da identidade de Deus.




AULA 5 – O QUARTO MANDAMENTO Êxodo 20:8-11

8 Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem

tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; 11 porque, em seis dias, fez o

SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.

Deuteronômio 5:12-15

12 Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o SENHOR te Deus. 13 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 14 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu

Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem algum animal teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu servo e a tua serva

descansem como tu; 15 porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido, pelo que o

SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado. 1 – O TEMPO E SUAS DIVISÕES

O dia natural - o período em que há luz; era dividido em 12 horas (Jo 11.9) O dia civil - era contado de um pôr-do-sol a outro ou de uma meia-noite a outra (romanos) A noite – nos tempos bíblicos era dividida em três ou quatro vigílias A semana - em hebraico significa simplesmente “sete”, sem indicar dias ou anos. Nossa palavra

semana vem do latim "septimana" que literalmente significa setenário, isto é, que contém sete. Os dias da semana entre os hebreus não tinham nomes e sim números, exceto o sexto que se chamava parasceue (Lc 23.54), e o sétimo que se chamava sábado (em hebraico "shab-bath", cessação, descanso).

Os meses - eram lunares, devido à observação das fases da lua. Tinham 29 a 30 dias, alternadamente. Antes do cativeiro babilônico, os meses eram designados por números. Após o cativeiro, todos os meses passaram a ter nomes. Por causa das estações agrícolas os israelitas foram forçados a adotar o ano do ciclo solar.

Os anos - tinham 12 meses de 29 e 30 dias, alternada-mente, perfazendo 354 dias. Os judeus tinham dois diferentes anos: o sagrado e o civil.

O caminho de um sábado (Atos1.12) - é o caminho permitido no dia de sábado. Era a distância que ia da extremidade do arraial das tribos, ao tabernáculo, quando no deserto. Essa distância era de 2.000 cúbitos, equivalente a 1.200 metros (Js 3.4).


• “Sábado” vem do verbo hebraico “sabath” que quer dizer cessar, descansar; • O sábado era praticado por muitos povos antigos mesmo antes de ser Lei escrita; • Este é o primeiro mandamento na forma positiva; • Há diferença entre as duas versões do quarto mandamento: em Êxodo a santidade do sábado

está ligada ao ato criador de Deus e em Deuteronômio está ligada a libertação da escravidão; • Violar o sábado era uma transgressão grave – Ex 31:14 • O sábado deveria ser um dia de alegria, refrigério espiritual e adoração reverente. Os judeus

deveriam interromper seus trabalhos e descansar, a fim de que tanto as pessoas como os animais pudessem refazer-se e não se desgastassem com trabalho em excesso. No entanto, o cumprimento deste mandamento vai além de simplesmente abster-se de toda obra externa: Deus quer que se santifique este dia.



• Algumas palavras chaves sobre o sábado: criação e descanso (trabalho); A criação do mundo e o trabalho de Deus e criação do povo de Deus e o trabalho do homem;

• Se pensarmos no sábado como “memorial” – ele relembra o descanso de Deus após sua obra criadora e o descanso que Ele dá ao Seu povo libertando da escravidão

• O sábado tem um aspecto profético – ele é sombra do “sábado eterno”; 3 – VIVENDO O TERCEIRO MANDAMENTO

• Precisamos ou não guardar o sábado?Sim e Não. Sim. Precisamos praticar o descanso e a dedicação de parte de nossa semana para a

adoração a Deus (todos os nossos dias nós dedicamos a Deus). Não. Praticamos o “sábado” no domingo (Mt 12:7, Hb 8:6-13, Os 2:11, Cl 2:14-17).

• Nós guardamos o dia de descanso por questões físicas e de saúde e também para reservarmos tempo a fim de participarmos do culto junto com outros cristãos com o objetivo de ouvir a Palavra de Deus, louvar, cantar, orar e participar da Santa Ceia.

• Não faz muita diferença se descansamos no sábado, no domingo ou em outro dia da semana. O que importa, de fato, é que utilizemos nosso dia de descanso para aprender e ouvir a Palavra de Deus (At 20.7).

• Apenas folgar e ficar ocioso não significa santificar o dia de descanso. O dia se torna santo ou profano por causa de nossas ações. Por isso é preciso valorizar a Palavra de Deus e nela exercitar-se. Quando falamos, agimos e vivemos de maneira santa, estamos santificando este dia.

4 – O DOMINGO

• O tempo especial para o culto é o Dia do Senhor, quando se comemora a ressurreição de Jesus Cristo. No Novo Testamento, o primeiro dia da semana comemorava o dia da ressurreição, sendo reservado pela comunidade de fé para se reunir e adorar a Deus em Jesus Cristo.

• O domingo deve ser consagrado ao repouso e à santificação, às atividades piedosas e de solidariedade, especialmente ao culto comunitário.

• O fato de se reservar um dia especial para o culto não significa que os cristãos não adoram a Deus nos outros dias. Ao contrário, a existência toda dos cristãos deve ser um ato de culto e adoração ao Senhor.

• Para nós todo o tempo é santificado por Deus. Existem lugares especiais edificados e consagrados para a adoração de Deus, mas isto não quer dizer que outros lugares sejam menos apropriados. Deus fala aos seres humanos através de toda a criação e em todos os lugares pode ser adorado. Ao se utilizar as dádivas da criação no culto a Deus, atesta-se que o seu criador é o Senhor de tudo, e que todas as coisas foram feitas para a sua glória.

5 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER Pergunta 57. Qual é o quarto mandamento?

O quarto mandamento é: "Lembra-te de santificar o dia do Sábado. Trabalharás seis dias, e farás nele tudo o que tens para fazer. O sétimo dia, porém, é o Sábado do Senhor teu Deus. Não farás nesse dia, obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o peregrino que vive das tuas portas para dentro. Porque o Senhor fez em seis dias o céu, a terra e o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia. Por isso o Senhor abençoou o dia sétimo e o santificou". (Ex 20:8.11 e Dt 5:12-15)

Pergunta 58. Que exige o quarto mandamento?

O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos determinados em sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete, para ser um dia de santo descanso a Ele dedicado. (Lv 19.30; Dt 5.12)



Pergunta 59. Qual dos sete dias designou Deus para esse descanso semanal? Desde o princípio do mundo até à ressurreição de Cristo, Deus designou o sétimo dia da semana para o descanso semanal; e desde então o primeiro dia da semana para continuar sempre até ao fim do mundo, que é o Sábado cristão, ou Domingo.(Gn 2.3; Ex 16.23; At 20.7; 1Co 16.1-2; Ap 1.10)

Pergunta 60. De que modo se deve santificar o Domingo?

Deve-se santificar o Domingo com um santo repouso por todo aquele dia, mesmo das ocupações e recreações temporais que são permitidas nos outros dias; empregando todo o tempo em exercícios públicos e particulares de adoração a Deus, Exceto o tempo preciso para as obras de pura necessidade e misericórdia. (Lv 23.3; Is 58.13-14; Mt 12.11-12; Mc 2.27-28)

Pergunta 61. Que proíbe o quarto mandamento?

O quarto mandamento proíbe a omissão ou a negligência no cumprimento dos deveres exigidos, e a profanação deste dia por meio de ociosidade ou por fazer aquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por desnecessários pensamentos, palavras, ou obras acerca de nossos negócios e recreações temporais. (Jr 17.21; Lc 23.56)

Pergunta 62. Quais são as razões anexas ao quarto mandamento?

As razões anexas ao quarto mandamento são: a permissão que Deus nos concede de fazermos uso dos seis dias da semana para os nossos interesses temporais; o reclamar ele para si a propriedade especial do dia sétimo, o seu próprio exemplo, e a benção que ele conferiu ao dia do descanso. (Ex 31. 15-16; Lv 23.3; Ex 31.17; Gn 2.3)

6 – OS DEZ MANDAMENTOS EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ)

Não deixarás de dedicar tempo exclusivamente para Deus. Não deixarás de prestar atenção em Deus. Não deixarás de descansar em Deus. Não derivarás teu valor da tua produtividade. Não tratarás a vida como tua conquista. Não deixarás de reconhecer que em tudo dependes de Deus.



CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS” AULA 6 – O QUINTO, SEXTO E SÉTIMO MANDAMENTOS

• Os quatros primeiros mandamentos tratam de nosso relacionamento com Deus. A

partir do quinto agora o foco são os nossos relacionamentos com os outros. • O quinto mandamento pode ser comparado ao primeiro por tratar do tema de

autoridade, uma vez que os pais servem quais representantes de Deus. • Os mandamentos seguintes no código foram declarados de modo bem conciso estão

alistados no texto hebraico desde leis que tratam de crimes que causam o maior dano ao próximo até os que causam o menor, ou seja, do assassinato à cobiça.

O QUINTO MANDAMENTO

Êxodo 20:12 (Deuteronômio 5:16) 12 Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu

Deus, te dá.


• Este primeiro dos Mandamentos “Horizontais” trata da unidade básica da sociedade, a família.

• Ele não ordena apenas que amemos os pais, mas também que os honremos. A atitude de honra em si, enquanto respeito, também pode ser compreendida como cuidado pelas necessidades básicas e limitações para trabalhar, ao lembrarmos que o contexto original da é de peregrinação no deserto, e depois de uma sociedade agro-pastoril.

• Mesmo que pais e mães tenham conduta errônea não ficam privados dessa honra e respeito por parte dos filhos. Há limites para a obediência aos pais? Sim. A vontade de Deus é o limite.

• Devemos lembrar que há uma diferença entre honrar e obedecer. Independente da forma do nosso relacionamento com nossos pais devemos sempre honrá-los mas não necessariamente obedecê-los.

• Este mandamento também reflete uma preocupação com a transmissão da fé para as futuras gerações, pois sendo esta transmissão responsabilidade dos pais, a instrução correta exigia uma atitude de honra e respeito dos filhos que estão sendo ensinados.

2 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER PERGUNTA 63. Qual é o quinto mandamento?

O quinto mandamento é: "Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar". (Ex 20.12)

PERGUNTA 64. Que exige o quinto mandamento? O quinto mandamento exige a conservação da honra e o desempenho dos deveres pertencentes a cada um em suas diferentes condições e relações, como superiores, inferiores, ou iguais. (Ef 6.1-3; Rm 13.1-2; 12.10)

PERGUNTA 65. Que proíbe o quinto mandamento? O quinto mandamento proíbe negligenciarmos ou fazermos alguma coisa contra a honra e dever que pertencem a cada um em suas diferentes condições e relações. (Rm 13.7-8)

PERGUNTA 66. Qual é a razão anexa ao quinto mandamento? A razão anexa ao quinto mandamento é uma promessa de longa vida e prosperidade (quanto sirva para glória de Deus e bem do homem) a todos aqueles que guardam este mandamento. (Ef 6.2-3)



3 – O QUINTO MANDAMENTO EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ) Não negarás tua origem. Não terás vergonha do teu passado. Não deixarás de fazer as pazes com tua história. Não destruirás a família. Não banalizarás a autoridade dos pais em relação aos filhos. Não deixarás teu pai e tua mãe sem o melhor dos teus cuidados.

O SEXTO MANDAMENTO

Êxodo 20:13 (Deuteronômio 5:17) 13 Não matarás.

1 – CONCEITOS GERAIS • A vida é um presente de Deus. Deus é o doador da vida. • A proibição do assassinato no Antigo Testamento, como em outras sociedade antigas,

diz respeito à morte individual. • Este mandamento emprega um verbo em hebraico (rãsah) pouco usado que significa

“matar” no sentido de assassinato violento de um inimigo pessoal. Uma tradução viável seria “Não Assassinarás”. A Lei Mosaica irá distinguir entre o assassinato propriamente dito e o homicídio acidental (Ex 21:12-14)

• É importante ressaltar que o verbo usado no mandamento não se refere com o “matar” na guerra ou nas condenações de morte.

• A guerra para os israelitas, ofensiva ou diretiva, deveria sempre ser feita por ordem divina.

2 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER

PERGUNTA 67. Qual é o sexto mandamento? O sexto mandamento é: "Não matarás". (Ex 20.13)

PERGUNTA 68. Que exige o sexto mandamento?

O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes. (Sl 132.3-4; At 27.33-34; Rm 12.20-21; Lc 10.33-37)

PERGUNTA 69. Que proíbe o sexto mandamento?

O sexto mandamento proíbe o tirar a nossa própria vida, ou a do nosso próximo injustamente, e tudo aquilo que para isso concorre. (At 16.28; Gn 9.6; Dt 24.6; Pv 24.11-12; 1Jo 3.15)

3 – O SEXTO MANDAMENTO EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ)

Não tirarás a vida de alguém. Não tirarás ninguém da vida. Não negarás o perdão. Não farás justiça com tuas mãos movidas pelo ódio. Não negarás ao outro a oportunidade de existir na tua vida. Não construirás uma sociedade que mata.



O SÉTIMO MANDAMENTO Êxodo 20:14 (Deuteronômio 5:18)

14 Não adulterarás.

1 – CONCEITOS GERAIS • O princípio deste mandamento é semelhante ao anterior: ensinar que tenhamos o

cuidado de evitar qualquer forma de causar dano ao próximo. • O adultério também era considerado um mal para a sociedade em outras civilizações

antigas, como por exemplo, entre os egípcios. • A lei mosaica permitia poligamia, mas não a poliandria (uma mulher ter vários

maridos). • Alguns estudiosos relacionam este mandamento com o “furtar” e “cobiçar”, refletindo

que a esposa pertencia ao seu marido. • A gravidade do adultério assemelha-se ao primeiro mandamento por se tratar de

“infidelidade”;

2 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER

PERGUNTA 70. Qual é o sétimo mandamento? O sétimo mandamento é: "Não adulterarás" (Ex 24.14)

PERGUNTA 71. Que exige o sétimo mandamento? O sétimo mandamento exige a conservação da nossa própria castidade, e da do nosso próximo, no coração, nas palavras e nos costumes. (1Ts 4.4; Ef 4.29; 5.11-12; 1Pe 3.2)

PERGUNTA 72. Que proíbe o sétimo mandamento? O sétimo mandamento proíbe todos os pensamentos, palavras e ações impuras. (Mt 5.28; Ef 5.3-4)

3 – O SÉTIMO MANDAMENTO EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ) Não farás sexo. Não farás sexo na imaginação. Não farás sexo virtual. Exceto com teu cônjuge. Não te deixarás dominar pelos teus instintos físicos. Não terás um coração leviano e infiel. Não te satisfarás apenas no sexo, mas te realizarás acima de tudo no amor.



CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS” AULA 7 – O OITAVO, NONO E DÉCIMO MANDAMENTOS

• Estamos caminhando para a conclusão de nosso panorama geral dos Dez Mandamentos, ou o

Decálogo. Ao longo destas aulas você deve ter percebido que nosso foco foi compreender o mandamento em seu contexto histórico ligado diretamente ao povo de Israel. Na próxima e última aula olharemos como o Novo Testamento, especialmente Jesus, tratou estes mandamentos, respondendo claramente sobre como “viver os dez mandamentos”.

O OITAVO MANDAMENTO

Êxodo 20:15 (Deuteronômio 5:19) “Não Furtarás”

1 – CONCEITOS GERAIS • Este mandamento também possui uma dimensão comunitária, ou seja, de manter a ordem e

preservar a comunhão entre as pessoas; • Numa comunidade camponesa onde a vida é árdua, qualquer roubo pode levar à morte, de

modo que o furto se torna um crime sério; • O que quer dizer “não furtar”? Proibir qualquer forma de apropriação injusta de bens alheios -

isso envolve todo tipo de vantagem que alguém busque em qualquer negócio, no qual há desvantagem para outra pessoa;

• Deus não proíbe apenas o roubo explícito (“limpar cofres e bolsos”), mas também aquele roubo implícito (camuflado, disfarçado) um empregado, por preguiça ou malícia, é infiel nos seus deveres e causa prejuízos. No entanto, nos dois casos houve furto: no primeiro, explícito, no segundo, implícito.

• Embora o mandamento diga respeito inicialmente a bens uma de suas preocupações é também a liberdade humana. A pior forma de furto é o “roubo de homens” (algo equivalente ao sequestro moderno), ou seja, tomar uma pessoa e vendê-la para a escravidão (Dt 24:7);

• Furtar não era apenas o roubo direto, mas também a aquisição de propriedades e bens tirando vantagem da fraqueza ou ignorância de alguém;

• Possuir bens é um direito dado por Deus. O homem não é proprietário; Deus é o dono. O ser humano é o mordomo/administrador de todos os bens de Deus, que lhe foram emprestados.

• Deus também deseja que, caso o nosso próximo esteja carente, que nós lhe ajudemos, compartilhemos e emprestemos. Certamente, se procedermos assim, Deus nos recompensará a seu modo e a seu tempo.

2 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER PERGUNTA 73. Qual é o oitavo mandamento?

O oitavo mandamento é: "Não furtarás". (Ex 20.15) PERGUNTA 74. Que exige o oitavo mandamento?

O oitavo mandamento exige que procuremos o lícito adiantamento das riquezas e do estado exterior, tanto nosso como do nosso próximo. (Pv. 27.23; 22.1-14; Fl 2.4; Ex 23.4-6)

PERGUNTA 75. Que proíbe o oitavo mandamento? O oitavo mandamento proíbe tudo o que impede ou pode impedir injustamente o adiantamento da riqueza ou do bem-estar, tanto nosso como do nosso próximo. (Pv 28.19; 1Tm 5.8; Tg 5.1-4)

3 – O OITAVO MANDAMENTO EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ)

Não vincularás tua satisfação às tuas posses. Não te deixarás dominar pelo desejo do que não possuis. Não usurparás a propriedade e o direito alheios. Não deixarás de praticar a gratidão. Não construirás uma imagem às custas do que não podes ter Não pensarás só em ti mesmo.



O NONO MANDAMENTO Êxodo 20:16 (Deuteronômio 5:20)

Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 1 – CONCEITOS GERAIS

• Num primeiro momento o mandamento parece ser uma proibição geral contra mentiras ou inverdades, mas no seu contexto original o mandamento está relacionado com um ambiente jurídico. O mandamento proíbe o perjúrio, o falso testemunho dentro dos processos do tribunal, afim de que nenhum inocente seja acusado e venha a ser castigado injustamente.

• O mandamento procurava preservar a integridade do sistema jurídico de Israel, e, ao mesmo tempo, guardava contra a invasão das liberdades pessoais;

• Especialmente enquanto viviam no deserto, a maioria dos crimes envolvia penas capitais, ou seja, pena de morte, por isso a gravidade de um falso testemunho. Uma das particularidades do sistema jurídico em Israel era de que a testemunha também seria o executor da sentença de morte (Dt 17:7)

• Sem dúvida o mandamento também se aplica a intrigas e mexericos (Lv 19:16) que também levam prejuízo ao próximo;

• Assim como Deus não quer que se tire ou cause prejuízos nos bens do próximo, assim também ele não deseja que se tire ou diminua o bom nome e a reputação do próximo.

• Este mandamento proíbe todo pecado da língua pelo qual se possa causar dano ao próximo. • Este mandamento nos ensina a dizer sempre a verdade. Tudo o que é dito e pode causar

danos a alguém está incluído neste mandamento, também a fofoca. “Honra e bom nome facilmente se tiram, mas não é fácil restituí-lo” - Lutero.

2 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER PERGUNTA 76. Qual é o nono mandamento?

O nono mandamento é: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo". (Ex 20.16) PERGUNTA 77. Que exige o nono mandamento?

O nono mandamento exige a conservação e promoção da verdade entre os homens, e a manutenção da nossa boa reputação, e a do nosso próximo, especialmente quando somos chamados a dar testemunho. (Ef 4.25; 1Pe 3.16; At 25.10; 3Jo 12; Pv 14.5, 25; Mt 5.37)

PERGUNTA 78. Que proíbe o nono mandamento?

O nono mandamento proíbe tudo o que é prejudicial à verdade, ou injurioso, tanto à nossa reputação como à do nosso próximo. (Cl 3.9; 2Co 8.20-21; Sl 15.3; 12.3)

3 – O NONO MANDAMENTO EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ)

Não dirás mentiras. Não dirás meias verdades. Não acrescentarás nada à verdade. Não retirarás nada da verdade. Não destruirás teu próximo com tuas palavras. Não dirás ter visto o que não vistes.



O DÉCIMO MANDAMENTO Êxodo 20:17 (Deuteronômio 5:21)

Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seuservo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que

pertença ao teu próximo.

1 – CONCEITOS GERAIS • Os nove primeiros mandamentos proibiam atos, este mandamento , em contraste, proíbe

desejos de cobiça. • O termo hebraico para “desejar” é em si um termo neutro. Para a mentalidade hebraica assim

como amar e odiar “desejar” é também uma atividade; • A cobiça é o desejo insaciável de possuir algo que pertence a uma outra pessoa. • Uma das funções principais deste mandamento é ser terapêutico e preventivo; • A sociedade do Antigo Testamento se organizava de modo diferente da nossa sociedade

atual. Naquela época os empregados não eram livres, como hoje para trabalhar por salário, mas eram propriedade do seu senhor, tal como o gado e outros bens. A mulher também era propriedade do marido que podia despedi-la por um termo de divórcio e tomar outra. Assim, se alguém desejasse a mulher de outro, poderia despedir a sua mulher e desviar do outro a mulher deste, a fim de apossar-se dela a pleno direito.

• O substantivo “casa”, para eles, não incluía apenas os filhos, mas também todos os escravos e servos;

• O décimo mandamento no ensina que ninguém deve desejar tomar posse daquilo que pertence à outra pessoa, como por exemplo, mulher, empregados, casa, lar, campos, etc, ainda que seja com aparência de direito.

• Não está errado ter o desejo de progredir, mas é pecado querer alguma coisa às custas de outra pessoa.

• Desejar e tentar obter a propriedade alheia é em ultima análise não confiar e nem estar satisfeito com o que recebeu de Deus;

2 – PERGUNTAS DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER PERGUNTA 79. Qual é o décimo mandamento?

O décimo mandamento é : "Não cobiçarás a casa do teu próximo; não desejarás a sua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença. (Ex 20.17)

PERGUNTA 80. Que exige o décimo mandamento?

O décimo mandamento exige o pleno contentamento com a nossa condição, bem como disposição caridosa para com o nosso próximo e tudo o que lhe pertence. (Hb 13.5; 1Tm 6.6-10; Lv 19.18; 1Co 13.4-6)

PERGUNTA 81. O que proíbe o décimo mandamento?

O décimo mandamento proíbe todo o descontentamento com a nossa condição, todo o movimento de inveja ou pesar à vista da prosperidade do nosso próximo e todas as tendências ou afeições desordenadas a alguma coisa que lhe pertence. (1Co 10.10; Gl 5.26; Cl 3.5; 1Tm 6.6-10)

3 – O DÉCIMO MANDAMENTO EM OUTRAS PALAVRAS (PR. ED RENE KIVITZ) Não viverás em função do que não tens. Não desprezarás o que tens. Não te colocarás na condição de injustiçado. Não desdenharás os méritos alheios. Não duvidarás da equanimidade das dádivas de Deus. Não viverás para fazer teu o que é do teu próximo, mas do teu próximo o que é teu.



CURSO “VIVENDO OS DEZ MANDAMENTOS” AULA 8 – OS DEZ MANDAMENTOS E O NOVO TESTAMENTO

• Até este ponto olhamos para os Dez Mandamentos em seu contexto: a Antiga

Aliança de Javé com o seu Povo Israel. • Ao olharmos para o Novo Testamento devemos nos lembrar que estamos num

contexto diferente: A Nova Aliança através de Cristo com o Novo Israel, a Igreja. • O decálogo faz parte da Revelação, ou seja, Deus revelando ao seu povo Seu caráter

e Sua vontade. Porém precisamos lembrar que a Revelação é Progressiva, ou seja, a completa e perfeita revelação se dará apenas em Jesus. Por isso a revelação parcial que encontramos no Antigo Testamento era “uma sombra das boas coisas vindouras” da realidade que pertence ao Cristo. (HB 10:1; Cl 2:17; Gl 6:2).

1 – PERGUNTA DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER

PERGUNTA 82. Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus? Nenhum mero homem, desde a queda de Adão, é capaz, nesta vida, de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus, mas diariamente os quebra por pensamentos, palavras e obras. (Rm 3.9-10; Tg 3.2)

2 – O CRISTÃO E A LEI

• Os Cristãos Não Estão sob o Decálogo. • As leis do AT eram destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis

sacrificiais, cerimoniais e cívicas e já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).

• A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do AT (At 7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14;); bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (At 28.20; 1 Co 7.19; Gl 6.2).

• O crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16,19; Rm 6.15-22).

• A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei. Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12; Gl 4.6).

• Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21) e pelo Espírito Santo que nele habita (Gl 3.5,14; Rm 8.13), recebe o impulso interior e o poder para cumprir a lei de Deus (Rm 16.25,26; Hb 10.16). Por isso, a conformidade externa com a lei de Deus deve ser acompanhada pela transformação interior do nosso coração e espírito (cf. vv. 21-28).

3 – A ÉTICA CRISTÃ • Emil Brunner afirmou “a ética cristã é a ciência da conduta humana que se determina pela

conduta divina” • Os fundamentos da ética cristã encontram-se nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento; • A ética do Novo Testamento não contrasta com a do Antigo, mas nele se fundamenta. Jesus e

os Apóstolos desenvolvem e aprofundam princípios e temas que já estavam presentes nas Escrituras Hebraicas, dando também algumas ênfases novas.

• Chave da Ética Cristã: A Trindade - O Reino de Deus – A Imitação de Cristo – A Vida no Espírito 4 – JESUS E A LEI

• Jesus não cancelou os Dez Mandamentos. • Em sua doutrina, Ele deu-lhes um caráter notadamente espiritual e abrangente,

valorizando mais o interior do homem, sem desmerecer seu exterior.



• Ele resumiu a Lei - Rm 13.9 e Mt 22:37 e 39 • Ele valorizou o decálogo - Mt 19.16-26 • Ele falou sobre o cumprimento da Lei - Mt 5.17-19 • A Estrutura dos comentários de Jesus sobre algumas leis: “vós ouvistes”; “mas eu vos

digo” e “portanto” • Cristo é a substância da lei. Este é um ponto relacionado com o primeiro, mas ele não é

exatamente o mesmo. Aqui eu desejo dizer que Jesus não é somente um guardador perfeito da lei (de acordo com a sua humanidade), mas que de acordo com Sua divindade Ele é Aquele que honramos e adoramos quando guardamos a lei:

• Jesus nasceu sujeito à Lei e obedeceu-a perfeitamente, dando por fim sua vida qual resgate pela humanidade. (Gl 4:4; 1Jo 2:2)

• Ainda mais, por meio da sua morte ele livrou os que estavam sujeitos à Lei “por se tornar maldição” em lugar deles. Gl 3:13 e Cl 2:13, 14.

4 – O DECÁLOGO NO NOVO TESTAMENTO

• Nove dos Dez Mandamentos foram ratificados no Novo Testamento, apenas a guarda do sábado foi excluída.

PRIMEIRO MANDAMENTO - “Convertei-vos ao Deus vivo”(At 14.15); SEGUNDO MANDAMENTO - “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”(1 Jo 5.21); TERCEIRO MANDAMENTO

• “Não jureis nem pelo Céu, nem pela terra”(Tg 5.12); • “Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus

juramentos ao Senhor”(Mt 5.33) • “Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu

nome”(Mt 6.9) QUARTO MANDAMENTO Sem ratificação no Novo Testamento;

• O CRISTÃO DEVE GUARDAR O SÁBADO OU O DOMINGO? Em primeiro lugar vamos conhecer o que dizem os pró-sabáticos: • Jesus não aboliu a Lei Moral, os Dez Mandamentos, escrita por Deus (Êx 31.18). A que

foi cravada na cruz (Ef 2.15) foi a lei cerimonial composta de ordenanças e ritualismo. Os mandamentos morais são irrevogáveis porque são perpétuos. Os mandamentos cerimoniais, para observância de certos ritos, foram ab-rogados (holocaustos, incenso, circuncisão).

Os que defendem a guarda do primeiro dia da semana – o domingo – em lugar do sábado: • Com a Sua morte Jesus inaugurou uma Nova Aliança. Todavia, a partir da cruz, a lei

não mais tem domínio sobre nós.A lei serviu para nos conduzir a Cristo; (Cl 2.16-17; Gl 3.23-25).

• A antiga Aliança cumpriu sua finalidade. (Hb 7.18-19; 8:7-13; Ef 2.14-15) • Em diversas ocasiões “mandamentos cerimoniais” eram chamados de lei do Senhor.

São exemplos: holocaustos dos sábados e das Festas da Lua Nova (2 Cr 31.3-4); Festa dos Tabernáculos (Nm 8.13-18); consagração do primogênito (Lc 2.23-24).

• Não prevalece o argumento da perpetuidade da guarda do sábado (“Os filhos de



Israel guardarão o sábado ... por aliança perpétua” - Êx 31.16-17). Outras leis foram classificadas de “perpétuas” e nem por isso se perpetuaram, como exemplo: a páscoa (Ex 12.24), a queima de incenso (Êx 30.21), o sacerdócio Levítico (Êx 40.15), ofertas de paz (Lv 3.17), sacrifício anual de animais (Lv 16.29,31,34), e outros.

• Outros argumentos a seu favor: a) os primeiros cristãos se reuniam e adoravam no domingo (At 20.7; 1 Co 16.1-2); b) Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mc 16.9); c) as aparições de Jesus pós-ressurreição ocorreram seis vezes no primeira dia da semana (Mt 28.1-8, Mc 16.9-11, 16.12-13, Lc 24.34, Mc 16.14, Jo 20.26-31); d) a visão apocalíptica de João se deu no dia do Senhor, assim considerado o primeiro dia da semana (Ap 1.10); o Espírito Santo desceu sobre a Igreja no domingo (At 2.1-4).

QUINTO MANDAMENTO - “Filhos, obedecei vossos pais”(Ef 6.1); SEXTO MANDAMENTO - “Não matarás”(Rm 13.9);

• O NT condena, não somente o homicídio mas também o ódio, que leva alguém a desejar a morte de outrem (1 Jo 3.15), bem como qualquer outra ação que cause a morte espiritual de alguém (ver Mt 5.22; 18.6).

SÉTIMO MANDAMENTO - “Não adulterarás”(Rm 13.9); • O sétimo mandamento proíbe o adultério (cf. Lv 20.10; Dt 22.22) e abrange a

imoralidade e todos os demais pecados sexuais (Mt 5.27-32; 1Co 6.13-20). • A imoralidade sexual dentro da igreja deve ser objeto de disciplina e jamais tolerada (1

Co 5.1-13). • O adultério e a prostituição são termos usados na descrição da igreja apóstata e das

abominações que ela comete (Ap 17.1-5; ver Ap 17.1). OITAVO MANDAMENTO - “Não furtarás”(Rm 13.9) NONO MANDAMENTO - “Não mintais uns aos outros”(Cl 3.9) DÉCIMO MANDAMENTO - “Não cobiçarás”(Rm 13.9)

PASTORAL

curso “vivendo os dez mandamentos” · lembre-se que estamos em processo de santificação –...

Documents