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Daniel Massami Tanaka Leandro Santos Nogueira Análise de Sistema de Evaporação para Produção de NaOH Orientador: Professor Doutor José Luís de Paiva São Paulo 2014

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Daniel Massami Tanaka

Leandro Santos Nogueira

Análise de Sistema de Evaporação para Produção de NaOH

Orientador: Professor Doutor José Luís de Paiva

São Paulo

2014

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Daniel Massami Tanaka

Leandro Santos Nogueira

Análise de Sistema de Evaporação para Produção de NaOH

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo

Orientador:

Prof. Dr. José Luís de Paiva

São Paulo

2014

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Dedicamos esse trabalho ao

nosso professor orientador,

José Luís de Paiva.

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”Não temo conhecer a infelicidade.

O que temo é saber que a felicidade que se foi

Jamais voltará”.

(Tite Kubo)

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Resumo

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo a análise de um

sistema de evaporação de múltiplo efeito utilizado para concentrar soluções de

hidróxido de sódio.

A análise foi feita baseada em balanços de massa e de energia, com

posteriores modificações nas especificações do processo de forma que as

informações obtidas apresentem um quadro detalhado do sistema permitindo a

discussão de possíveis mudanças que aperfeiçoem e/ou tornem mais rentável

esse sistema.

As principais mudanças no estado de operação do sistema foram

simuladas, tais como a quantidade de efeitos e a pressão nos próprios, a

redução da concentração de NaCl na corrente de alimentação e os efeitos da

presença dos mesmos íons em solução.

Nos casos simulados, pode-se notar a diminuição no consumo de vapor

de aquecimento. Para o cenário da diminuição da pressão, houve um aumento

no consumo do vapor, mas pode-se notar uma diminuição na área dos

trocadores de calor, o que representa uma maior economia no processo.

Palavras-chave: Engenharia, Engenharia Química, Evaporadores, Indústria de

Soda

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Abstract

This presented Final Paper aims to describe the analysis of a multiple

effect evaporator system used industrially to concentrate solutions of sodium

hydroxide.

The analysis has been made based on mass and energy balances, with

further modifications on the process specifications that in turn supply

information and data wich presents a detailed description of the system and

opens way to a discussion about possible modifications that enhance and

optimize the system.

The main changes on the operation states of the system were simulated;

among them the number of effects and their operational pressure, the reduction

of NaCl concentration on the feed flow and the effects of it’s ions presence on

the solution.

In the simulated cases, it is possible to notice the reduction of the heat

steam flow used. In the case of the pressure reduction, there was an increase in

steam consumption, however, a decrease on the total area of the heat

exchangers occurs, which represents an economy on equipment investment.

Keywords: Engineering, Chemical Engineering, Evaporators, Sodium Industry

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Lista de Figuras

Figura 1 - Variação do preço da soda ................................................................................... 10

Figura 2 - Distribuição da tecnologia utilizada no produção de Soda .............................. 11

Figura 3 - Exemplo de célula de diafragma .......................................................................... 11

Figura 4 - Cadeia produtiva do Cloro e da Soda ................................................................. 12

Figura 5 - Exemplo de célula de Mercúrio ............................................................................ 14

Figura 6 - Distribuição do consumo de Soda ....................................................................... 15

Figura 7 - Comparativo do custo de energia elétrica .......................................................... 16

Figura 8 - Esquema de evaporador industrial ...................................................................... 18

Figura 9 - Diagrama de Dühring para o sistema soda-água ............................................. 20

Figura 10 - Exemplo ilustrativo de múltiplo efeito ................................................................ 21

Figura 11 - Exemplo ilustrativo de um triplo efeito concorrente ........................................ 22

Figura 12 - Exemplo ilustrativo de um triplo efeito contracorrente ................................... 23

Figura 13 - Exemplo ilustrativo de um triplo efeito de alimentação mista ....................... 23

Figura 14 - Consumo de vapor em relação à quantidade de efeitos ............................... 33

Figura 15 - Consumo de vapor em relação à concentração de NaCl na corrente de

entrada ....................................................................................................................................... 34

Figura 16 - Consumo de vapor em relação à pressão do primeiro efeito ....................... 35

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Tarifa elétrica comparativa do Brasil antes e após a RTE .......................... 16

Tabela 2 - Pressão de vapor de água sobre soluções de NaOH ................................. 19

Tabela 3 - Consumo de vapor em relação à quantidade de efeitos ............................. 33

Tabela 4 - Consumo de vapor em relação à concentração de NaCl na corrente de

entrada ....................................................................................................................... 34

Tabela 5 - Consumo de vapor em relação à pressão do primeiro efeito ..................... 35

Tabela 6 - Área dos efeitos ......................................................................................... 36

Tabela 7 - Consumo de vapor e área do efeito ........................................................... 36

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Sumário

1. Introdução ............................................................................................................................... 9

1.1 Hidróxido de Sódio .......................................................................................................... 9

1.2 Meio de Produção .......................................................................................................... 10

1.3 Evaporadores Industriais[1 ] .......................................................................................... 17

1.4 Evaporadores de Múltiplo Efeito .................................................................................. 20

2. Balanços Materiais e Energéticos em EME ..................................................................... 24

2.1 Perfil de Temperaturas.................................................................................................. 26

2.2 Perfis de concentração e vazões de concentrado e vapor ..................................... 27

2.3 Área de transferência de calor ..................................................................................... 29

2.4 Critério de convergência e iniciando uma nova iteração ......................................... 29

3. Simulações ............................................................................................................................ 31

3.1 Equações ........................................................................................................................ 31

3.2 Vapor superaquecido .................................................................................................... 31

3.3 Vapor saturado ............................................................................................................... 32

3.4 Líquido Saturado ............................................................................................................ 32

4. Resultados ............................................................................................................................ 33

4.1 Simulação 1 .................................................................................................................... 33

4.2 Simulação 2 .................................................................................................................... 34

4.3 Simulação 3 .................................................................................................................... 35

4.4 Simulação 4 .................................................................................................................... 36

5. Conclusões ........................................................................................................................... 37

6. Referências Bibliográficas .................................................................................................. 38

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1. Introdução

1.1 Hidróxido de Sódio

O hidróxido de sódio, NaOH (soda caustica), é obtido por eletrólise do

cloreto de sódio e por outros processos industriais. É muito solúvel em água e

utilizado exaustivamente na fabricação de detergentes para a indústria

alimentícia e usos domésticos, assim como para a limpeza de equipamentos da

indútria, principalmente os produtos para consumo humano, seja para

produção de carne como para produção de leite, e para limpar resíduos de

matéria orgânica. (ANVISA)

É uma substância corrosiva e perigosa para todos os tecidos humanos e

animais; em contato com a pele, provoca queimaduras graves. É considerado

como sendo um agente tóxico para ingestão, com uma LD50 (dose letal)

testada em ratos igual a 40mg/kg do peso total corporal. Ademais, a segurança

para o seu uso na indústria alimentícia depende de sua pureza. As impurezas

resultantes do método de fabricação podem ser metais como Chumbo,

Mercúrio, e também Arsênico. Na literatura, como por exemplo, o

FoodChemicalCodex e o Índice Merck, está presente esses limites para esses

contaminantes.

A cadeia produtiva da indústria de soda inicia-se com a eletrólise da

salmoura (mistura de água e sal). Nesta operação, a soda é co-produzida com

o cloro, em uma proporção fixada de 1 tonelada de cloro para 1,12 tonelada de

soda cáustica. A unidade de produção utilizada em plantas de soda-cloro é

chamada ECU – eletrochemicalunitou unidade eletroquímica -, alcançada com

1 tonelada de cloro e 1,12 tonelada de soda. O custo de uma ECU é igual à

soma dos preços desses reagentes. A reação balanceada da eletrólise é

apresentada abaixo:

A indústria de soda-cloro comporta-se de forma sazonal, caracterizada

por grandes saltos para incremento da capacidade do atendimento da

demanda. Como o cloro e a soda são gerados em uma proporção

estequiométrica, o suprimento de um pode ser delimitado pela demanda do

outro.

Na Figura 1 está representado um histórico da variação do preço da

soda no golfo do México, maior área do mundo de produção de soda-cloro,

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para o período de 2003-2009, o que mostra a tendência para os próximos

anos.

Figura 1 - Variação do preço da soda

1.2 Meio de Produção

A indústria de soda-cloro representa uma das tecnologias eletroquímicas

mais consumidoras do mundo. É um processo bastante eletro intensivo,

estando em segundo lugar no consumo de eletricidade do tipo. Ao mesmo

tempo, o setor se esforça para aumentar a eficiência de conversão. Em 2012, o

consumo específico de eletricidade é de 3,19 MWh por tonelada de cloro

produzida, segundo a ABICLOR.

Atualmente, três processos principais de eletrólise são utilizados

industrialmente: o de mercúrio, o de membrana e o de diafragma. No Brasil, a

tecnologia mais utilizada pelo setor de cloro e soda é a de diafragma, que

corresponde a 63% da capacidade instalada, sendo 9% diafragma sem

asbestos e 54% com crisotila. Em seguida vem a tecnologia de membrana

(23%) e a de mercúrio (14%). Essa distribuição percentual se dá em função

dos elevados custos associados à substituição da tecnologia que utiliza o

mercúrio, e também das exigências legais ambientais de cada região pelos

governos locais. (ABICLOR)

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Figura 2 - Distribuição da tecnologia utilizada no produção de Soda

Qualquer que seja a tecnologia usada, uma solução de sal (cloreto de

sódio – NaCl) aquosa é eletrolisada pela ação direta de corrente elétrica, a qual

converte – nos anodos – os íons cloreto do sal em cloro elementar. Para o

processo em diafragma, a célula é dividida em compartimentos catódico e

anódico. A salmoura entra pelo compartimento anódico e atravessa através do

diafragma para o compartimento catódico, onde a soda e o hidrogênio são

formados, conforme a figura 3 (Fonte: ABICLOR).

Figura 3 - Exemplo de célula de diafragma

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Figura 4 - Cadeia produtiva do Cloro e da Soda

Mais utilizada no Canadá e nos Estados Unidos, a técnica de células de

diafragma utiliza um catodo perfurado de aço/ferro e um anodo de titânio

recoberto de platina/ óxido de platina. Um diafragma poroso composto de fibras

de asbesto (amianto), misturado com outros tipos de fibras, como as de teflon

ou politetrafluoretileno (PTFE) por exemplo, funciona como divisor entre catodo

e anodo. Esse diafragma pode ser trocado por outro similar, mas sem amianto

(crisotilo), pois é moldado com zircônio e PTFE, importado dos Estados Unidos

– diafragma chamado “polyramix”, mais eficiente no consumo de energia e com

maior tempo de vida útil.

O diafragma permite a passagem dos íons por migração na solução,

mas reduz a difusão dos produtos formados. As cubas com diafragma podem

ser compactadas, pois os eletrodos podem ser colocados próximos. Com o

uso, o diafragma se entope, fato esse que é observado pela elevação da

voltagem e pela maior pressão hidrostática na solução salina. Portanto, é

necessário substituí-lo regularmente. O diafragma possibilita o escoamento da

salmoura do ânodo para o cátodo e, portanto, diminui ou até impede as

reações secundárias como a formação de hipoclorito de sódio.

As membranas semipermeáveis, que deixam passar o hidróxido de

sódio enquanto retêm o cloreto de sódio, aumentam a pureza da soda cáustica

obtida na célula a diafragma e, ao mesmo tempo, eliminam a etapa de

purificação para a remoção do cloro.

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A soda cáustica é obtida por eletrólise da salmoura livre de impurezas

que prejudicam a eficiência e o rendimento do processo de produção. Qualquer

que seja o processo, a soda cáustica do mercado é vendida sob a forma de

solução aquosa, contendo aproximadamente de 50% de hidróxido de sódio

(NaOH) em peso, comercializada a granel e transportada em carros tanque e

por via ferroviária.

Características principais do processo por diafragma:

- Emprega diafragma poroso de fibras de asbesto;

- O processo exige concentração posterior por evaporação da soda

cáustica formada nas células;

- As matérias-primas precisam ser altamente puras;

- Os produtos das células não são puros;

- O custo de manutenção do diafragma é alto; e

- O asbesto é material prejudicial à saúde e deve ser usado com cautela.

Mais recentemente, a soda cáustica comum para uso comercial tem sido

produzida, geralmente, pelo processo de células de diafragma. Mas a soda

cáustica líquida para fins têxteis, por exigir uma pureza maior, é obtida pelo

processo de células de mercúrio, onde o mercúrio flui pelo fundo da célula,

atuando como catodo.

O processo é dividido em duas etapas: célula eletrolítica e decompositor.

Na primeira, ocorre a eletrólise do sal, obtendo-se cloro e amálgama de

mercúrio de sódio ou potássio. Na segunda etapa, o amálgama reage com

água liberando soda e cloro. O mercúrio é então reciclado para ser reutilizado

no processo, conforme a figura 5 (Fonte: ABICLOR).

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Figura 5 - Exemplo de célula de Mercúrio

Vale acrescentar ainda que a operação das unidades de diafragma e de

mercúrio existentes no Brasil é regulamentada pela Lei Federal 9.976, de

3.7.2000, que especifica as normas de segurança que devem ser seguidas

para o uso do amianto (principalmente o anfibólio), que é cancerígeno.

A soda cáustica das cubas de mercúrio tem maior pureza e já sai

concentrada (50% em média), embora o processo consuma mais energia e

seja prejudicial ao ambiente, por conter mercúrio. Já o processo das células de

membrana fornece soda cáustica pouco mais concentrada do que o de

diafragma, todavia menos concentrada (32%) do que a obtida por células de

mercúrio, em uma alternativa de menor consumo de energia elétrica,

necessitando, portando, ser concentrada por evaporadores.

Tanto a soda cáustica em escamas, como a soda cáustica comercial

também em escamas provém pelo processo de evaporação da soda cáustica

líquida, ou da mistura do produto anidro e da operação de escamação. Esses

produtos têm forma de escamas brancas, altamente higroscópicas (absorvem

água da atmosfera e dissolvem-se nela) e com concentração média de 96 a

98% de hidróxido de sódio em peso, dependendo da sua especificação. A soda

cáustica em escamas é vendida em sacos de polietileno, com paletas.

Em 2012, no Brasil, a indústria de papel e celulose representa parcela

considerável de destino da produção de soda cáustica, consumindo 25% da

produção nacional total de soda. Já a indústria metalúrgica consumiu 5% da

produção. Outro setor da indústria que consome soda cáustica são os produtos

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de higiene pessoal e cosmético. O sabão em barras para uso doméstico e

higiene e outros tipos de detergentes representam cerca de 6% do consumo

nacional de soda cáustica. A Figura 6 apresenta outros destinos da soda.

(ABICLOR)

Figura 6 - Distribuição do consumo de Soda

Nos últimos anos, o custo da energia elétrica vem sofrendo aumentos

consideráveis, fazendo com que a indústria brasileira de soda-cloro enfrente

dificuldades com a sua margem de lucro. Porém, a revisão tarifária

extraordinária de 2013 diminuiu os custos (tarifa média de US$ 46/MWh para a

indústria), conforme pode ser observado na Figura 7. (Eurostat)

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Figura 7 - Comparativo do custo de energia elétrica

Atualmente, esses fatores energéticos afetam negativa e

acentuadamente a competitividade da indústria nacional, criando espaço para a

entrada do produto importado, especialmente dos Estados Unidos. A Tabela 1

mostra os principais dados de produção nacional de soda, com dados recentes

de 2014 e números expressos em toneladas (Fonte: AliceWeb).

Tabela 1 - Tarifa elétrica comparativa do Brasil antes e após a RTE

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1.3 Evaporadores Industriais[1 ]

Evaporação é a operação unitária de concentração de uma solução por

evaporação do solvente, normalmente na temperatura de ebulição da solução.

Uma das exceções é o caso das salinas, quando o solvente é evaporado à

temperatura ambiente. O produto desejado pode ser a solução concentrada, o

soluto ou o próprio solvente.

Na indústria química, uma das aplicações mais importantes da

evaporação é quando o produto é a solução concentrada: sucos concentrados

de frutas, extrato de tomate, e no caso do presente estudo, soda cáustica em

solução.

Na concentração de uma solução por evaporação, aparecem diversos

problemas ligados à natureza física e química do fluido, do equipamento e dos

altos teores de soluto que se atingem (frequentemente maiores que 50%). À

medida que se progride a evaporação da solução, a viscosidade e a densidade

também aumentam. A evaporação de uma solução saturada provoca o

aparecimento de cristais que, se não forem retirados, podem depositar e até

entupir o equipamento. Por esse motivo, os evaporadores necessitam ser

periodicamente parados e limpos. A limpeza química (dissolução da

incrustação) nem sempre é possível dependendo das substâncias envolvidas,

e a limpeza mecânica (escovas, marteles, etc.), é demorada e custosa. O

tratamento prévio das soluções para eliminar as substâncias incrustadas é

também oneroso.

Diversos produtos concentrados nos evaporadores são sensíveis ao

aquecimento (produtos farmacêuticos, alimentos, etc.), podendo ocorrer

mudanças de estrutura, cor, sabor e cheiro. Nestes, o tempo de residência da

solução deve ser relativamente curto e/ou a temperatura relativamente baixa,

isto é, deve-se usar vácuo. A temperatura de evaporação é então fixada pela

sensibilidade do produto ao calor.

Outras soluções, ao entrarem em ebulição, espumam, podendo essa

espuma ser arrastada pelo vapor do solvente. Em casos extremos, toda a

carga do evaporador pode ser arrastada com perda do soluto. O mecanismo

não é ainda bem conhecido, mas está ligado à tensão superficial do líquido. O

emprego de agentes antiespumas, operações com baixas velocidades, assim

como o dimensionamento correto da zona acima do líquido em ebulição,

diminuem o problema. As principais causas da espuma são: soluções

orgânicas, gases na solução, vazamentos de ar abaixo do nível do líquido.

Outras características do fluido tais como a corrosão e a qualidade do

produto podem requerer uma escolha adequada dos materiais de construção

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do evaporador, e no segundo caso também um menor tempo de residência da

solução no equipamento. O calor de solução, a toxidez, o risco de explosão, a

radioatividade e a facilidade de limpeza também devem ser levadas em conta

ao projetar o sistema de evaporação.

Figura 8 - Esquema de evaporador industrial

A pressão de vapor de uma solução é menor que a do solvente puro na

mesma temperatura. Portanto, em uma dada pressão, a temperatura de

ebulição de uma solução é mais elevada que a do solvente puro. Esse

aumento é denominado “elevação do ponto de ebulição” ou, simplesmente,

“epe”. Para soluções diluídas ou de colóides orgânicos, o epe é pequeno, mas

para soluções concentradas de substâncias inorgânicas, pode atingir, por

exemplo, 800C.

Portanto, o epe é função da concentração e do tipo de soluto. Pode ser

obtido de tabelas de pressão de vapor de solvente sobre a solução e da

pressão de vapor do solvente puro. Na tabela 2, apresenta-se a pressão de

vapor da água sobre soluções de NaOH.

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Tabela 2 - Pressão de vapor de água sobre soluções de NaOH

Porcentagem de NaOH

(em peso)

Pressão (kPa)

7,37 19,93 47,38 101,30 198,47 617,53

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

4,76 0,73 0,89 0,98 1,12 1,27 1,57

9,09 1,67 1,88 2,15 2,40 2,72 3,27

16,67 4,14 4,59 5,06 5,56 6,04 7,04

23,08 7,52 8,24 8,82 9,44 10,11 11,14

28,57 11,76 12,66 13,34 14,05 14,54 15,28

33,33 17,28 17,71 18,45 19,11 19,61 20,23

37,50 21,94 23,05 23,97 24,58 24,93 25,08

41,18 27,47 28,59 29,68 30,25 30,53 29,89

44,44 32,86 34,47 35,36 36,01 36,07 34,97

47,37 38,30 40,06 40,81 41,68 41,77 39,93

50,00 43,27 45,33 46,64 47,39 47,30 44,18

54,55 52,75 55,55 57,46 58,12 57,92 54,65

58,33 65,71 67,26 68,05 67,96 59,74

61,54 74,48 76,22 77,43 77,48 72,86

64,29 83,55 85,95 85,90 80,99

66,67 90,74 94,03 94,09 88,81

71,43 106,60 110,71 111,97 106,37

75,00 126,08 126,57 127,02 121,79

77,78 140,48 135,41

A regra de Dührin estabelece que a temperatura de ebulição de uma

solução é uma função linear da temperatura de ebulição do solvente puro na

mesma pressão. Dessa forma, para cada concentração, resulta uma reta. Para

intervalos largos de pressão, a regra não é exata. Para intervalos estreitos, as

linhas são retas, mas não necessariamente paralelas. A Figura 9 apresenta o

diagrama de Dühring para as soluções aquosas de NaOH.

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Figura 9 - Diagrama de Dühring para o sistema soda-água

A temperatura de ebulição num ponto situado abaixo da superfície do

líquido é sempre maior que a da superfície. Essa diferença será apreciável se a

distância entre os dois pontos for grande. Se o líquido estiver em escoamento

forçado dentro dos tubos do trocador de calor, a temperatura de ebulição na

cota considerada será ainda maior, pois quanto maior a velocidade do fluido

dentro do tubo, maior será a temperatura de ebulição no ponto considerado.

Esta elevação do ponto de ebulição é denominada “elevação do ponto de

ebulição por efeito hidrostático” ou, simplesmente, “eh”. O valor de eh não pode

ser calculado teoricamente, pois a pressão no ponto é dada, nos casos mais

simples, pela coluna de fluido de bolhas e a proporção dessas duas fases não

é previsível. A coluna de líquido aparente serve como uma indicação para

estimativa de eh.

1.4 Evaporadores de Múltiplo Efeito

A evaporação de 1kg de água requer de 1 a 1,3kg de vapor de

aquecimento. Ademais, para manter constante uma dada pressão no

evaporador (e consequentemente uma temperatura de ebulição) é necessária a

condensação do vapor gerado. Isso implica no consumo de água de

resfriamento e no gasto do condensador. Para tornar a operação mais

econômica, dois ou mais evaporadores são comumente associados em série,

de forma que o vapor gerado em um evaporador se torne fluido quente do

evaporador seguinte, e esse evaporador se torna condensador do anterior.

Dessa forma, há economia de água de resfriamento e vapor de aquecimento. A

figura 10 exemplifica esse tipo de arranjo:

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21

Figura 10 - Exemplo ilustrativo de múltiplo efeito

A viabilidade do processo é regulada por dois pontos principais.

Primeiro, é necessário que haja equilíbrio entre a geração de calor no primeiro

evaporador, e o consumo de calor no evaporador seguinte. Além disso, a

temperatura de ebulição do evaporador seguinte precisa ser menor que a

temperatura de condensação do vapor gerado no primeiro evaporador (isso é

possível reduzindo-se a pressão).

Para esse sistema, porém, existem limitações no número de efeitos em

série. Dá-se o nome de “salto térmico total” à diferença de temperatura entre o

vapor saturado de aquecimento e a de condensação do solvente no último

efeito, e essa raramente ultrapassa cerca de 600C. Além disso, o salto térmico

em cada evaporador não pode ser demasiadamente pequeno pois resultaria

em superfícies de aquecimento muito elevadas. Por fim, o epe e o eh que

provocam superaquecimento do vapor do solvente é perdido entre os efeitos.

Em um arranjo de múltiplo efeito, cada efeito trabalha continuamente. Na

maior parte dos casos, o mesmo líquido circula pelos vários efeitos. Como as

concentrações aumentam de um efeito para o outro, para que seja possível

que o vapor de um efeito aqueça a solução do próximo efeito as pressões de

operação diminuem de um efeito para outro. Essas diferenças de pressão

estabelecem-se naturalmente pelo efeito do equilíbrio entre evaporação e

condensação. Há quatro sistemas de circulação da solução num múltiplo efeito:

-Alimentação concorrente

O vapor de aquecimento e a alimentação entram no mesmo evaporador,

no caso, o de maior temperatura. O vapor produzido neste será o vapor de

aquecimento do próximo, enquanto que o produto, parcialmente concentrado

no primeiro, será alimentado no segundo. O vapor do último evaporador vai

para o condensador.

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22

Figura 11 - Exemplo ilustrativo de um triplo efeito concorrente

Esse tipo de arranjo é ideal para concentrar soluções que tem

características muito dependentes da temperatura, pois a temperatura mais

baixa estará ocorrendo no evaporador com solução mais concentrada. A

diferença de pressão elimina a necessidade do uso de bombas, pois essa

serve de força motriz para a circulação da solução. Bombas são necessárias

apenas para a alimentação e saída. Como a solução mais concentrada é a de

temperatura mais baixa, a viscosidade é alta e as superfícies de aquecimento

elevadas.

-Alimentação contracorrente (backwardfeed)

Nesse tipo de arranjo, o vapor entra no primeiro efeito (de temperatura

mais elevada) de onde sai o líquido mais concentrado. A alimentação é feita no

último efeito, do qual sai o vapor que vai para o condensador. É ideal para

soluções termicamente estáveis. Diferente do caso anterior, o aumento da

viscosidade é contra-balanceado pelo aumento de temperatura dos efeitos,

necessitando menores superfícies de aquecimento.

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23

Figura 12 - Exemplo ilustrativo de um triplo efeito contracorrente

A circulação, porém, necessita de bombas, tornando o controle de nível

mais complexo que o caso anterior. O consumo de vapor, entretanto, é menor.

A decisão entre esses dois sistemas é feita a partir de um balanço energético

que indique os custos de cada um.

-Alimentação Mista

Esse tipo é uma mistura entre os dois tipos de arranjo apresentados

anteriormente, procurando operar com as vantagens de cada um. A

alimentação entra no primeiro efeito, vai para o terceiro e sai pelo primeiro.

Desse modo, evita o uso de bombas e o efeito adverso da viscosidade.

Figura 13 - Exemplo ilustrativo de um triplo efeito de alimentação mista

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24

2. Balanços Materiais e Energéticos em EME

Essa seção detalhará o equacionamento de balanços de massa e

energia em evaporadores de múltiplo efeito (EME) que fundamentarão a

análise do sistema a ser descrito em seção posterior. Apesar do processo

analisado de soda ter algumas diferenças em relação a variáveis especificadas

e outras alternativas de cálculo computacionais, a descrição física e

matemática do sistema é a mesma, o que justifica o desenvolvimento a ser

feito nessa seção. O método apresentado é o modelo clássico para cálculo de

evaporadores por iterações, e pode ser encontrado em El-Dessouky&M.

Ettouney. Nesse tipo de análise, os dados gerados se limitam a:

- Vazão de evaporado e concentrado.

- Concentração da solução.

- Temperatura e pressão.

- Área de transferência de calor.

Além disso, as seguintes hipóteses são assumidas na modelagem dos

evaporadores:

- Calor específico (Cp) constante, para diferentes temperaturas e

concentrações.

- Perdas térmicas constantes em todos os efeitos.

- Nenhum efeito “flash” ocorrendo nos efeitos.

- Os vapores formados são livres de sais (nenhum arraste ocorre).

- A força motriz para transferência de calor no efeit é igual à diferença de

temperaturas de condensação e evaporação.

- Perdas para o ambiente são desprezíveis.

Com essas hipóteses em consideração, o modelo matemático é

desenvolvido abaixo. O número de equações de balanço de massa e energia,

que podem ser escritas para cada efeito, é três. Isso assume que a solução é

uma mistura binária de água e hidróxido de sódio. Em adição a isso, há

equações para a taxa de transferência de calor em cada efeito, que relaciona a

carga térmica do efeito à área, coeficiente de transferência de calor global e

temperatura de força motriz. Portanto, um total de 4n (onde n é o número de

efeitos) equações são usadas para se obter o perfil de vazões, concentração e

temperatura por todos os efeitos, assim como a área de transferência de calor.

As variáveis desconhecidas são:

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25

Vazão de concentrado B1, B2,... ,Bn (n desconhecidos)

Concentração de solução X1, X2,... , Xn-1(n-1 desconhecidos)

Vazão de evaporado D1, D2,... ,Dn(n desconhecidos)

Temperatura do efeito T1, T2,... , Tn-1(n-1 desconhecidos)

Vazão de vapor de aquecimento (1 desconhecido)

Área de transferência de calor (1 desconhecido)

Total: 4n desconhecidos

A solução do modelo a ser desenvolvido requer a especificação dos

seguintes parâmetros prévios ao início dos cálculos:

- Temperatura do vapor de aquecimento, Ts.

- Temperatura do vapor do efeito n, Tn.

- Concentração da solução que deixa o efeito n, Xn.

- Concentração da solução na entrada, Xf.

- Vazão total de vapor, Md.

Os balanços de massa e dissolvido são escritos primeiramente para se

calcular a vazão de concentrado que deixa o efeito n, Bn e a vazão de entrada,

Mf. Essas equações são:

𝑀𝑓 = 𝑀𝑑 + 𝐵𝑛 (1)

𝑋𝑓𝑀𝑓 = 𝑋𝑛𝐵𝑛 (2)

Substituindo-se 1 em 2 e eliminando Mf:

𝐵𝑛 =𝑋𝑓𝑀𝑑

𝑋𝑛 − 𝑋𝑓 (3)

Todas as variáveis do lado direito de 3 são especificadas, portando, o

valor de Bn pode ser calculado. O balanço global, portanto, pode ser usado

para o cálculo de Mf. O cálculo de Bn e Mf é feito apenas uma vez e não entra

no processo iterativo.

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26

2.1 Perfil de Temperaturas

A carga térmica em todos os efeitos é assumida constante, portanto:

𝑄1 = 𝑄2 = ⋯ = 𝑄𝑛(4)

com

𝑄1 = 𝑀𝑠𝜆𝑠 (5)

para o primeiro efeito e

𝑄𝑖 = 𝐷𝑖𝜆𝑣𝑖 (6)

para os efeitos de 2 a n, onde Q é a carga térmica, Ms é a vazão mássica de

vapor de aquecimento, Di é a vazão mássica de evaporado no efeito i, λs é o

calor latente de vapor a Ts e λvi é o calor latente do vapor formado, e os

subscritos i, s e v definem o efeito i, o vapor de aquecimento, e o vapor

formado, respectivamente. A carga térmica em cada efeito também pode ser

definida em termos de área de transferência de calor, A, da temperatura de

força motriz e o coeficiente global de transferência térmica, U. Isto é:

𝑄𝑖 = 𝐴𝑖𝑈𝑖ΔT𝑖 (7)

Como a área de transferência de calor e carga térmicas são

consideradas constantes em todos os efeitos, então:

𝑄1

𝐴1=

𝑄2

𝐴2= ⋯ =

𝑄𝑛

𝐴𝑛 (8)

De 7 e 8, a seguinte identidade também se aplica:

𝑈1Δ𝑇1 = 𝑈2Δ𝑇2 = ⋯ = 𝑈𝑛Δ𝑇𝑛 (9)

A queda total de temperatura entre os efeitos é definida como:

Δ𝑇 = 𝑇𝑠 − 𝑇𝑛 (10)

Onde Ts e Tn são as temperaturas do vapor de aquecimento e o vapor

formado no último efeito, n. Essa queda é igual à soma das quedas de

temperaturas nos efeitos individuais, ou

Δ𝑇 = Δ𝑇1 + Δ𝑇2 + ⋯ + Δ𝑇𝑛 (11)

As equações 9 e 11 podem ser usadas para definir ΔT1 em termos de

coeficiente global de troca térmica e da queda total de temperatura em todos os

efeitos. De 9, ΔT2 pode ser expresso em termos de ΔT1 por

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27

Δ𝑇2 = Δ𝑇1𝑈1

𝑈2 (12)

ΔT3 pode também ser expresso em termos de ΔT2 por

Δ𝑇3 = Δ𝑇2𝑈2

𝑈3 (13)

Substituindo-se 12 em 13 fornece

Δ𝑇3 =

Δ𝑇1𝑈1

𝑈2𝑈2

𝑈3=

Δ𝑇1𝑈1

𝑈3

O mesmo se aplica para todos os outros efeitos e uma relação geral é

atingida:

Δ𝑇𝑖 = Δ𝑇1𝑈1

𝑈𝑖 (14)

Substituindo-se o resultado da Eq. 14 na Eq. 11 fornece

Δ𝑇 = Δ𝑇1𝑈1 (1

𝑈1+

1

𝑈2+ ⋯ +

1

𝑈𝑛) (15)

Se estimativas para Ui forem feitas, então, a queda de temperatura em

todos os efeitos pode ser obtida das Eqs. 15 e 14. O perfil de temperaturas é

então calculado das seguintes equações. No primeiro efeito

𝑇1 = 𝑇𝑠 − Δ𝑇1 (16)

E para os efeitos de 2 a n

𝑇𝑖 = 𝑇𝑖−1 − Δ𝑇1 𝑈1

𝑈𝑖 (17)

O cálculo do perfil de temperaturas das Eqs. 16 e 17 necessitam da

especificação dos coeficientes de troca térmica globais, Ui.

2.2 Perfis de concentração e vazões de concentrado e vapor

As vazões de evaporado são obtidas dos seguintes balanços e da carga

térmica (Eq. 6),

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28

𝑀𝑑 = 𝐷1 + 𝐷2 + ⋯ + 𝐷𝑛 (18)

e para efeitos de 2 até n

𝐷𝑖𝜆𝑣𝑖 = 𝐷𝑖−1𝜆𝑣𝑖−1 (19)

A equação 20 é usada para expressar os valores Di (do efeito 2 ao n)

em termos de D1, onde

D2 = D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣2

e

D3 = D2𝜆𝑣2

𝜆𝑣3=

D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣3

Uma fórmula recursiva geral é então atingida

D𝑖 = D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣𝑖 (20)

com i = 2 a n.

Substituindo-se 20 em 18

M𝑑 = D1 + D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣2 +

D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣3 + ⋯ +

D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣𝑛 (21)

A eq. 21 é então rearranjada para se obter uma expressão para D1

D1 =𝑀𝑑

(𝜆𝑣1 (1

𝜆𝑣1+

1

𝜆𝑣2+ ⋯ +

1

𝜆𝑣𝑛))

(22)

A fórmula recursiva de 20 é então utilizada para se obter a vazão de

vapor nos outros efeitos:

D2 = D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣2

D3 = D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣3

D𝑛 = D1𝜆𝑣1

𝜆𝑣𝑛

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29

A vazão de concentrado que sai do primeiro efeito pode ser calculada

por

𝐵1 = 𝑀𝑓 − 𝐷1 (23)

Para os efeitos de 2 a n, isso é dado por

𝐵𝑖 = 𝐵𝑖−1 − 𝐷𝑖 (24)

Balanços de concentração similares no primeiro efeito e dos efeitos 2 a n

são escritos para se obter X1 e X2 a Xn

𝑋1 = 𝑋𝑓

𝑀𝑓

𝐵1 (25)

𝑋𝑖 = 𝑋𝑖−1

𝐵𝑖−1

𝐵𝑖 (26)

2.3 Área de transferência de calor

As áreas de transferência de calor dos efeitos 1 a n precisam ser

calculadas para verificar a hipótese básica do modelo, ou seja, áreas de

transferência de calor iguais. A área de transferência de calor do primeiro efeito

é dada por

A1 = D1𝜆𝑣1

𝑈1(T𝑠 − T1) (27)

e para os efeitos de 2 a n é definida como

A𝑖 = D𝑖𝜆1

𝑈𝑖(T𝑖 − ΔT𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎) (28)

O valor de ΔT𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 acima corresponde às perdas térmicas em cada

efeito e seu valor varia geralmente entre 0,5 – 3 0C

2.4 Critério de convergência e iniciando uma nova iteração

O critério de convergência é baseado na máxima diferença nas áreas de

transferência de calor. Isso é dado por:

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30

Δ𝐴𝑚𝑎𝑥 = 𝑀𝑎𝑥(𝐴𝑖−1 − 𝐴𝑖) (29)

com i = 1, n-1.

Se Δ𝐴𝑚𝑎𝑥 for maior que a tolerância especificada de iteração, então as

iterações continuam. A tolerância pode ser especificada como um número

grande, se um número pequeno de iterações for necessário. Contudo, se uma

precisão maior for necessária, então uma tolerância menor deve ser

especificada.

Se o erro for maior que a tolerância, então uma nova estimativa de Δ𝑇𝑖 é

feita

ΔT′𝑖 = ΔT𝑖𝐴𝑖

𝐴𝑚 (30)

ondeAm é a área de transferência de calor média entre os efeitos.

As iterações continuam, calculando-se

- O perfil de temperaturas, Ti, dos efeitos 1 a n das equações 16 e 18.

- A vazão de vapor no primeiro efeito, D1, equação 22.

- A vazão de vapor do efeito 2 a n, Di, equação 20.

- A vazão de concentrado no primeiro efeito, B1, equação 23.

- A vazão de concentrado no efeito 2 a n, Bi, equação 24.

- A concentração no primeiro efeito, X1, equação 25.

- A concentração no efeito 2 a n, Xi, equação 26.

- A área de transferência de calor nos efeitos 1 a n, equações 27 e 28.

O critério de convergência é então verificado e as iterações continuam

até ele ser atingido. Ao se atingir a solução desejada, critérios de desempenho

podem então ser aplicados ao sistema, agora especificado.

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3. Simulações

Essa seção detalhará o processo de modelagem e simulação usado

para definir o consumo de vapor para diferentes situações, variando-se o

número de efeitos, pressão do último efeito e a concentração da solução de

entrada, também vamos simular o sistema considerando-se uma solução

contendo apenas NaOH, isto é sem NaCl.

3.1 Equações

Para simular o sistema evaporativo, algumas restrições foram

consideradas:

1) A solução presente no evaporador é um sistema perfeitamente

agitado, no qual a composição da corrente de saída possui composição igual à

solução dentro do evaporador.

2) Desprezamos o efeito hidrostático na EPE.

3) O vapor produzido é isento de solutos.

4) Após a troca térmica o vapor é condensado e está na temperatura de

saturação, mantendo a mesma pressão.

5) As perdas térmicas são desprezíveis.

Com isso, para construirmos o código, precisamos de equações que

descrevam as propriedades das substâncias para poder automatizar os

cálculos dos balanços.

3.2 Vapor superaquecido

Para determinar a entalpia do vapor superaquecido foi utilizada a

seguinte equação (IRVINE, T.; LILEY, P.; SteamandGasTableswith Computer

Equations; Academic Press, 1984).

Onde H é a entalpia específica, P é a pressão, T é a temperatura e A(),

B() e M são constantes.

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3.3 Vapor saturado

Para determinar a entalpia do vapor saturado foi utilizada a seguinte

equação (SKINNER, B. (1981). SimplifiedEquations for

SaturatedSteamProperties for SimulationPurposes. Procedia Engineering,

v.53, p.722-726, 2013.).

Onde hg é a entalpia específica, Tr é a razão entre a temperatura do

vapor e a temperatura crítica da água e a, b, c, d, e são constantes.

3.4 Líquido Saturado

Para determinar a entalpia do líquido saturado foi utilizada a seguinte

equação(WAGNER, W; PRUSS, A., InternationalEquations for

theSaturationPropertiesofOrdinaryWaterSubstance. J. Phys. Chem. Ref. Data,

v.22, p.783-787, 1993.).

Onde hg é a entalpia específica, T é a temperatura, p é a pressão e p’ é

a densidade do líquido.

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4. Resultados

O sistema de evaporação simulado é do tipo contracorrente.

Para definir os parâmetros da simulação, foi fixada uma produção de 34

toneladas de soda por hora. Para o sistema evaporativo, a corrente de entrada

definida possui 10,6% em massa de NaOH e 18,75 % em massa de NaCl. Para

a solução produzida, foi fixada a concentração de 50% em massa de NaOH e

1% em massa de NaCl. A pressão do último efeito foi fixada em 1 bar e a

pressão do primeiro efeito foi fixada em 0,1 bar.

4.1 Simulação 1

Para essa simulação, variou-se a quantidade de efeitos do sistema,

visando observar os efeitos sobre o consumo de vapor de aquecimento. Os

resultados obtidos são apresentados na Tabela 3 e na Figura 14.

Tabela 3 - Consumo de vapor em relação à quantidade de efeitos

Quantidade de Efeitos Consumo de vapor (kgvap/kgsoda)

Economia em relação ao único efeito

1 7,45 -

2 3,94 47,12%

3 2,82 62,15%

4 2,24 69,94%

5 1,94 73,96%

Figura 14 - Consumo de vapor em relação à quantidade de efeitos

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ralCo

nsu

mo

de

vap

or

(kgv

ap/k

gso

da)

N° de Efeitos

Consumo de vapor

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4.2 Simulação 2

Para essa simulação, utilizando um sistema triplo efeito do tipo

contracorrente, variou-se a concentração de NaCl na corrente de alimentação

do sistema. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 4 e na Figura

15.

Tabela 4 - Consumo de vapor em relação à concentração de NaCl na corrente de entrada

Concentração de NaCl (%) Consumo de vapor (kgvap/kgsoda)

Economia em relação ao sistema anterior

18,75 2,82 -

18,00 2,57 8,86%

17,50 2,43 5,44%

17,00 2,30 5,34%

16,50 2,18 5,21%

16,00 2,07 5,04%

Figura 15 - Consumo de vapor em relação à concentração de NaCl na corrente de entrada

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ralCo

nsu

mo

de

vap

or

(kgv

ap/k

gso

da

Concentração de NaCl (%)

Consumo de vapor

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4.3 Simulação 3

Para essa simulação, utilizando um sistema triplo efeito do tipo

contracorrente, variou-se a pressão no efeito de menor pressão do sistema. Os

resultados obtidos são apresentados na Tabela 5 e na Figura 16.

Tabela 5 - Consumo de vapor em relação à pressão do primeiro efeito

Pressão (bar) Consumo de vapor (kgvap/kgsoda)

Economia em relação ao sistema anterior

0,05 2,87 -

0,10 2,82 1,74%

0,15 2,80 0,71%

Figura 16 - Consumo de vapor em relação à pressão do primeiro efeito

O comportamento não foi o esperado, entretanto, podemos notar uma

grande mudança na área do 1° Efeito, o que pode explicar os resultados

obtidos.

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ralCo

nsu

mo

de

vap

or

(kgv

ap/k

gso

da)

Pressão do 1° Efeito

Consumo de vapor

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Tabela 6 - Área dos efeitos

Pressão (bar) Área 1° Efeito (m²) Área 2° Efeito (m²) Área 3° Efeito (m²)

0,05 334,14 722,96 479,85

0,10 697,02 711,35 472,73

0,15 1923,20 704,38 468,46

4.4 Simulação 4

Nessa simulação, para um único efeito do tipo contracorrente,

estipulamos 2 situações, a presença e a ausência do NaCl. Os resultados

obtidos são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7 - Consumo de vapor e área do efeito

Solução Consumo de vapor (kgvap/kgsoda)

Área (m²)

Água + NaCl + NaOH 7,45 1246,86

Água + NaOH 7,27 988,32

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5. Conclusões

A partir dos resultados da Simulação 1, podemos observar que a partir

de 3 efeitos, não há um grande aumento na economia de vapor. A economia de

vapor, em teoria, deveria seguir a proporção 1/n, onde n é o número de efeitos.

Sendo assim, até o terceiro efeito, temos uma economia próxima com a

máxima teórica, já para o quarto e quinto efeitos, essa eficiência cai. Para o

quarto e quinto efeitos, a economia máxima é de, respectivamente, 75% e

80%.

Com os resultados da Simulação 2, temos que a economia de vapor é

maior para quantidades menores de NaCl na solução de entrada. O que é

esperado, pois para menores quantidades de sal, menor é a quantidade de

água a ser evaporada e há uma menor perda de eficiência com os efeitos da

elevação do ponto de ebulição da solução.

Já com os resultados da Simulação 3 observamos um comportamento

anômalo, pois ao diminuir a pressão no primeiro efeito, o esperado era uma

maior economia de vapor. Entretanto, ao compararmos as áreas dos

trocadores dos efeitos, podemos notar que há um aumento elevado, com isso,

temos uma melhor troca térmica, o que diminui o consumo de vapor.

Para a simulação 4, foram mantidas constantes as quantidades de água

e soda, assim, podemos observar a influência da presença do NaCl. Como era

esperado, o consumo de vapor e a área de troca diminuíram, o que representa

uma economia no custo de produção da soda.

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6. Referências Bibliográficas

[1 ]Taqueda, Torloni &Bejarano, Evaporadores na Indústria Química, 2000

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