david rego acaba de lançar livro sobre magia · leitura individualista e sombria, por-que lidando...

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PUB «L’Illusion du Milieu» já está à venda David Rego acaba de lançar livro sobre magia “Les eaux de Joana” de Valério Romão chega às livrarias francesas 12 National: o Créteil/Lusi- tanos empatou no dérbi contra o Red Star 15 National 2: O Lusitanos de Saint Maur perdeu em casa frente ao Sedan 14 Jornada de Portugal volta ao Hipódromo de Vincennes Edition nº 384 | Série II, du 25 septembre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE LJ / Carlos Pereira 13 PUB 11 03 Rui Rio veio a Paris apoiar a campanha de Carlos Gonçalves 05 Leia as entrevistas aos candidatos às eleições pelo círculo da Europa

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    «L’Illusion du Milieu» já está à venda

    David Rego acaba delançar livro sobre magia

    “Les eaux de Joana” deValério Romão chega àslivrarias francesas

    12

    National: o Créteil/Lusi-tanos empatou no dérbicontra o Red Star

    15

    National 2: O Lusitanosde Saint Maur perdeuem casa frente ao Sedan

    14

    Jornada de Portugalvolta ao Hipódromo de Vincennes

    Edition nº 384 | Série II, du 25 septembre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais

    GRATUITEDITION FRANCE

    LJ / Carlos Pereira

    13

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    11

    03

    Rui Rio veio a Parisapoiar a campanha deCarlos Gonçalves

    05

    Leia as entrevistas aoscandidatos às eleiçõespelo círculo da Europa

  • LUSOJORNAL02 OPINIÃO

    Esta semana podemo-nos guardarpara um balanço regressando a al-guns eventos do mês para os desta-car.Mas vou, antes, começar com umamaldade… falar-vos de uma coisaque já não podem ver…Sábado passado, mais de 250 pes-soas puderam apreciar, nos grandessalões da Embaixada de Portugal,abertos ao público das Journées Eu-ropéennes du Patrimoine (inscriçõeson-line no site oficial do Ministèrede la Culture, desde agosto), umamagnífica exposição de contadorese cofres cingaleses (de Ceilão), indo-portugueses e namban (japoneses),mais de uma dezena de preciosostrabalhos de entalhe de madeiraspreciosas, marfim e madrepérola,produto refinado do cruzamento decultural, político e económico dePortugal com o Oriente, entre os sé-culos XVI e XVIII.Algumas destas peças podem, aindaassim, ser visitadas pelos mais cu-riosos (acompanhadas de outros te-souros do mesmo contexto cultural)na galeria que no-las emprestou: aAR/PAB, na rue de Beaune, em Paris.Para que se consolem deixo-vos aindicação de outra exposição dignade um museu e que está patente,

    em Paris, até 16 de novembro - nestecaso sem inscrição (e sem entradapaga…). Ficam sem nenhuma des-culpa para não visitar, na galeriaJeanne Bucher, rue de Saintonge, aapresentação das obras de Vieira daSilva que supera todas as expetati-vas.Dos anos de 1930 aos anos 90 da sua

    morte, seguimos o seu originalís-simo caminho pela abstração, pres-sentindo as figuras em fuga quepercorrem os labirintos de luz eperspetivas vertiginosas que estapintora luso-francesa (ela tambémproduto de uma miscigenação cul-tural decisiva) deixou para o nossofuturo.

    Na vizinha galeria de Bernard Bou-che (rue Vielle du Temple) tambémpodemos falar de futuro, mas numaleitura individualista e sombria, por-que lidando com o apagamento dorosto e o enfrentamento da morte -são os sempre perturbadores retra-tos de Jorge Molder que podemosver até 19 de outubro.Perturbante é também a relação dos2 casais em cena no Théâtre de laBastille (até 6 de outubro) gerindoos seus amores e desamores con-temporâneos sob o império dossentimentos de Anna Kareninne, ro-mance de Tolstoi que vai sendo lidoem palco.Cinco minutos de aplausos e cha-madas dos atores e do autor-ence-nador são a prova de que TiagoRodrigues (Diretor o Teatro NacionalD. Maria II) é hoje um dos melhoresEmbaixadores da cultura portu-guesa em França, onde a peça temaliás estado e continuará em digres-são.Boa semana com a cultura portu-guesa.

    Esta crónica é difundida todas as se-manas, à segunda-feira, na rádioAlfa, com difusão antes das 7h00,9h00, 11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

    Contadores e cofres cingaleses na Embaixada de PortugalOpinião de de João Pinharanda, Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal

    PERGUNTADO LEITOR

    Caro Diretor,[…] Quero também dar-vos osmeus parabéns porque o LusoJor-nal está a fazer um bom trabalhopara as eleições. Ao ler o jornal fi-quei a saber que não vão fazer odebate com os candidatos e euacho pena, porque gostava de osver a desmascararem-se uns aosoutros.Mas quando leio as entrevistas queo senhor tem feito, tem sempre co-locado as perguntas pertinentes.Gosto mesmo, parabéns.Eu também penso que os emigran-tes deviam ter mais Deputados,mas quando leio as coisas quedizem, penso que dois Deputadosjá não é nada mau.[…] Ainda não votei, mas franca-mente, o trabalho do vosso jornalajuda a perceber quem são algunscandidatos.[…]

    Manuel Silvestre(Tourcoing)

    Caro leitor,Obrigado pelas palavras de simpa-tia que diz a nosso respeito. Já pedipara lhe enviarem pelo correio aedição do jornal que nos solicitou.Mas sobre o que nos diz a propó-sito da campanha eleitoral, acre-dite que as suas palavras mereconfortam. Tenho a consciênciaque fazemos um trabalho de utili-dade pública, mas quando os leito-res nos confirmam isso mesmo, ficobem mais motivado para continuar.Na próxima semana vamos conti-nuar a dar destaque às eleições edepois, estamos com o sentimentode dever cumprido. Esperamosapenas que os nossos leitores (e osoutros) votem nestas eleições.Resta-me agradecer-lhe por ser umfiel leitor do LusoJornal.

    Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

    Envie as suas perguntas para: [email protected]

    25 septembre 2019

    LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, AntónioMarrucho, Carla Lobão, Céline Pires, Clara Teixeira, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), José Paiva(Mónaco), Lia Gomes, Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro(Lyon), Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Vítor Santos | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga,Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: septembre 2019 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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    81Números que falam

    Mais de 80 empresasportuguesas nas áreasdo têxtil, confeções epeles, participaram nasegunda edição anualda feira Première Vision,em Paris.

    Lusa / António Pedro Santos

  • LUSOJORNAL POLÍTICA 03

    Rui Rio, o Presidente do PSD, esteve emParis no sábado passado, para participarna campanha para a eleição de CarlosGonçalves para Deputado pelo círculoeleitoral da Europa. “Carlos Gonçalves éalguém já com muita experiência na po-lítica e as Comunidades portuguesasestão bem representadas no Parla-mento” diz Rui Rio no seu discurso.Rui Rio visitou logo de manhã a sede daempresa “Les Dauphins”, fabricante deambulâncias, fundada e dirigida por Ma-pril Batista, seguindo depois para a sededa Associação Cultural Portuguesa dePuteaux onde encontrou uma sala cheiade militantes e simpatizantes do Partido.De seguida almoçou com autarcas por-tugueses da região parisiense e visitou aCâmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP).Em Puteaux, o primeiro a falar foi Joa-quim Morais, Presidente da ComissãoPolítica do PSD/Paris. “Orgulha-nosmuito esta sua presença em Paris” dissevirando-se para o Presidente do PSD.Embora tivesse feito uma intervençãocurta, teve oportunidade de dizer que “aGeringonça envergonha-nos” e que “hápessoas que não estão no Governo, masestão a governar” referindo-se ao Blocode Esquerda e ao Partido ComunistaPortuguês que “suportaram” o atual Go-verno socialista.Carlos Gonçalves também discursou, atéporque tinha na sala o “seu público”,entre os quais o número dois da lista,Vítor Gomes Alves, e a candidata su-

    plente Lili Bento do Luxemburgo. Co-mentou as políticas para as Comunida-des do atual Governo, disse que seesqueceu dos jovens lusodescendentese dos autarcas de origem portuguesa e,virando-se para a assistência comentou:“Vocês têm uma vantagem porquepodem comparar entre o que se passaem Portugal e o que se passa em França.Vocês podem acabar com esta fantasiado Governo que continua a afirmar quetudo vai bem em Portugal”.“Portugal não é apenas o seu território.É mais do que isso, é a sua história, é asua língua” disse Rui Rio no seu discurso.“Nas Comunidades portuguesas temosembaixadores de Portugal no mundo,prontos para ajudar nas exportações, ecom potencial económico para investirno país”.Rui Rio quer baixar a carga fiscal em Por-tugal. “Isto não é nenhuma revolução. Arevolução é começar a baixar os impos-tos ao contrário do que tem feito o Go-verno do PS” disse o Presidente doPartido. “Se isto continuar assim, onde éque vamos parar? As pessoas nãopodem continuar a pagar sempre maise mais impostos”.Depois referiu alguns outros pontos doprograma do Governo. Respondendo aCarlos Gonçalves que disse que “a minhamãe, que está em Portugal, comprou umbilhete de avião para vir a uma consultaem França no próximo mês de outubro”,o candidato a Primeiro Ministro de Por-tugal disse que “o Serviço nacional deSaúde tem muitos problemas e piora-ram com este Governo”. Por isso consi-

    dera importante “haver boa gestão dodinheiro público” porque “há muito des-perdício no Serviço Nacional de Saúde”“Tal como está, o Ministro das Finançaspõe um pé em cima do Ministro daSaúde e os dirigentes das instituiçõesestão sufocados. Temos de dar os meiospara que as instituições da saúde fun-cionem. E depois, se não funcionarem,temos de responsabilizar as pessoasque estão à frente dos serviços. Mas porenquanto essas pessoas não têm meiospara trabalhar”. Rui Rio evocou a saúdeporque acredita que muitos dos Portu-gueses que residem no estrangeiro aca-bam por regressar a Portugal. “O ServiçoNacional de Saúde é útil para todos, masnaturalmente é mais útil para quem tem

    70/80 anos do que para quem tem20/30” e garantiu que “o PSD quer cum-prir a Constituição, com saúde paratodos e gratuita. Uma consulta que de-mora 6 meses e uma cirurgia que de-mora um ano, isso não é ter acesso àsaúde”.A Justiça foi outro dos pontos que Rui Riodecidiu abordar em Puteaux porque“temos baixos níveis de eficácia, tanto nocombate à corrupção, como na celeri-dade dos serviços”. Perante uma assem-bleia atenta, o Presidente do PSD diz que“fazer melhor do que o PS nesta áreaseria um objetivo muito pequeno e fácilde atingir. O meu objetivo é fazer umaverdadeira reforma neste setor”.Rui Rio diz que “os partidos políticos têm

    de mudar” e explica que “com taxas deabstenção de 40% e até 70% nas elei-ções europeias, estão criadas as condi-ções para a chegada de Partidosextremistas”.As sondagens têm dado a vitória ao Par-tido Socialista, mas Rui Rio diz que nãoliga às sondagens. “As sondagens até metêm dado ainda mais força” e está com“boas espectativas” para esta eleição.Interrogado pelo LusoJornal sobre a au-sência de representante das Comunida-des na Direção do Partido, Rui Rio disseque “o PSD tem um Secretário Nacionalpara as Comunidades, ou para a emigra-ção, como queira, esteve ativo, mas naminha recente viagem ao Brasil, emmarço ou abril, quando lá fui, teve umproblema de saúde lá, teve de ser hos-pitalizado lá, teve de ir um médico dePortugal ao Brasil para o acompanhar deregresso, agora já teve alta do hospital,mas continua em casa a recuperar. É poressa infelicidade que não está ativonesta campanha”.Segundo Rui Rio, trata-se de Luís Geral-des que “viveu muitos anos na África doSul, foi até Deputado pela emigração, éempresário, é muito conhecedor destasquestões, mas teve este problema”.Depois do encontro, os militantes doPSD / Paris cumprimentaram o Presi-dente do Partido, motivaram-no nacampanha e pediram para tirar fotogra-fias. “Eu não me preocupo com a eleição,eu preocupo-me com o futuro de Por-tugal” dizia Rui Rio. “Mas tem de fazermais campanha, tem de dar mais tareiano Costa” dizia um militante na sala.

    Por Carlos Pereira

    Ação organizada pelo PSD/Paris

    25 septembre 2019

    O Bloco de Esquerda quer aplicar aoscírculos eleitorais da emigração asmesmas regras que são aplicadas aoscírculos distritais em Portugal, paraque os Deputados da emigração de-pendam do número de eleitores. Aproposta foi assumida na semanapassada, numa conferência de im-prensa em Gentilly, nos arredores deParis, pela Deputada Sandra Cunha,Deputada eleita e novamente candi-data por Setúbal, mas também porTiago Pinheiro, cabeça de lista do BEpelo círculo eleitoral da Europa e porCristina Semblano, número dois dalista e representante do BE / Europa.Mesmo se é eleita em Setúbal, SandraCunha nasceu em Paris 5 e “tenhogrande parte da minha família emParis, na região parisiense e no sul daFrança” disse ao LusoJornal. Foi poisnaturalmente que interrompeu por 24horas as ações de campanha no seupróprio círculo eleitoral, para dar apoioà campanha de Tiago Pinheiro emParis.Tiago Pinheiro tem 36 anos, é enfer-meiro, “foi ativista sindical na linha‘Saúde 24’ e depois foi forçado a emi-grar para o Reino Unido” disse SandraCunha ao apresentar os candidatos.“Tive um convite especial para emigrar,feito pelo Governo do PSD/CDS” riu o

    candidato que entretanto já regressoua Portugal.A lista integra ainda Abílio Barbosa, daSuíça, que já concorreu nas últimaseleições Legislativas numa lista doBloco de Esquerda encabeçada porCristina Semblano, e Teresa DuarteSoares, da Alemanha, que concorreuàs últimas Legislativas enquanto ca-beça de lista da CDU.Os candidatos do Bloco de Esquerdadefendem uma discussão sobre arede consular e o recrutamento defuncionários “para atender normal-mente os utentes”. Tiago Pinheiro falaem “lacunas” nos serviços e diz quetêm de aumentar as Permanências

    consulares, por exemplo em associa-ções, “aproximando ainda mais o ser-viço consular, dos Portugueses”.“Os serviços consulares são uma ver-gonha” repõe Cristina Semblano. “Oterminal de marcação por vezes nãofunciona, diz que não está disponível,outras vezes marca para dali a trêsmeses ou mais. Mesmo com a marca-ção, as pessoas têm de esperar na rua,ao frio, por vezes com crianças, comoacontece em Londres”.Cristina Semblano não esqueceu uma“velha” promessa do BE, que quer su-primir as Propinas no ensino de por-tuguês no estrangeiro, argumentandoque “é uma discriminação” e que “não

    é normal que os filhos dos emigrantestenham de pagar uma Propina en-quanto que em Portugal não há Pro-pina”.Outro dos assuntos caro a CristinaSemblano é o apoio aos emigranteslesados do BES. “Dizem-nos que emPortugal as pessoas também ficaramlesadas, só que em Portugal as pes-soas sabiam que se tratava de papelcomercial e que havia uma dose derisco, enquanto aqui não era o caso, aspessoas aqui foram pura e simples-mente enganadas”.Aliás Sandra Cunha apresentou Cris-tina Semblano como “uma voz ativadas Comunidades, no interior do Par-tido” e lembrou que foi Porta-voz dostrabalhadores da Caixa Geral de Depó-sitos que lutaram contra a privatizaçãoda sucursal daquele banco em França.“Nessa altura, o Deputado Paulo Piscoteve um comportamento antidemo-crático” acusou Cristina Semblano. “Elefoi à reunião com a Comissão parla-mentar e destacou-se por ter posiçõesbem mais reacionárias do que, porexemplo, os Deputados do CDS”.Sandra Cunha lembrou que o Bloco deEsquerda teve uma “contribuiçãoativa” na última alteração das leis dorecenseamento e eleitoral. “Fomos nósque fizemos a proposta do voto gra-tuito. Não faz sentido que em Portugalos Portugueses não paguem nada

    para votar, e aqui tivessem de pagar.Agora já não pagam” diz ao LusoJornal.“Os outros partidos têm medo da de-mocracia” acrescentou Tiago Pinheiro.“Eu estava lá, na Comissão que deba-teu esta questão e constatei como oPS esteva a empatar esta questão enão queria ceder” diz a Deputada San-dra Cunha.Aumentar o número dos candidatos“não vai ser tarefa fácil” assume San-dra Cunha. “Um primeiro passo impor-tante foi feito nesta legislatura, com oaumento do universo eleitoral” e de-pois vai ser necessário “fazer compro-missos”.No entanto, o Bloco de Esquerda é oprimeiro partido a anunciar que querlutar contra o facto dos emigrantesterem apenas 4 Deputados e nãoterem o número de Deputados de-pendente do número de eleitores.“Aliás não faz sentido o que acaba dedizer o Secretário de Estado das Co-munidades quando compara o nú-mero de Deputados com o número devotantes. Só faz sentido comparar como número de eleitores” diz CristinaSemblano.Esta apresentação à imprensa organi-zada pelo Bloco de Esquerda tevelugar no café-restaurante português“O Prego”, mesmo em frente da Mairiede Gentilly, a cidade onde CristinaSemblano é Conselheira municipal.

    Por Carlos Pereira

    Rui Rio veio a Paris apoiar a candidatura de Carlos Gonçalves

    Bloco de Esquerda quer que os Deputados pelaemigração dependam do número de eleitores

    LJ / António Borga

    LJ / Carlos Pereira

  • LUSOJORNAL04 POLÍTICA

    A candidata cabeça de lista pelo círculoeleitoral da Europa pela coligação CDU,Rita Rato, esteve na região de Paris nodomingo passado para uma ação decampanha em Champigny-sur-Marne(94). A sessão teve lugar na sala munici-pal Jean Morlet, e começou com umfilme sobre a presença portuguesa noBidonville daquela cidade, realizadocom os alunos de 3ème do Liceu LucieAbrac.Seguiu-se um debate com Rita Rato e oantigo Maire de Champigny, Jean-LouisBargero, moderado por Sara Conceição,militante do PCP em França. O encontrofoi coordenado por Agostinho Monteiro.Na sala estavam poucos militantes, ofi-cialmente porque no domingo foi o diasem carros em Paris, provocando en-garrafamentos enormes na periferia dacapital. Mas a ausência de militantes co-munistas na sala não foi normal. Esta foia primeira vez que o Comité Central doPartido decidiu escolher uma candidatade Portugal e vários militantes Comu-nistas de França não escondem o seudescontentamento, sobretudo depoisdo Partido tanto ter criticado a escolhade “candidatos paraquedistas” de ou-tros Partidos. Aliás, da lista de candida-tos não consta nenhum militante deFrança. Provavelmente essa foi a razãopela qual Rita Rato só veio a Paris agora,quando a campanha se aproxima dofim, e apresentou-se praticamente semo apoio dos militantes comunistas de

    França.Rita Rato tem 36 anos, e é Deputada doPCP desde 2009. É licenciada em Ciên-cias Políticas e Relações Internacionaispela Universidade Nova de Lisboa. NoParlamento português foi até agoraVice-Presidente da Comissão Parlamen-tar de Trabalho, Solidariedade e Segu-rança Social. “Enquanto Deputada,interveio sobre questões das migrações,designadamente sobre trabalho, pen-sões e novas gerações de emigrantes”diz uma nota de apresentação doPCP/França.“É importante estarmos simbolica-mente nesta terra” começou por dizer a

    Candidata depois de visionar o filme,lembrando que este é um assunto deatualidade já que “entre 2011 e 2015mais de meio milhão de pessoas tevede sair de Portugal”.O ensino da língua portuguesa e o re-forço da rede consular são os dois pon-tos principais da campanha, que RitaRato decidiu apresentar em Champigny.A CDU propõe a eliminação da Propinano Ensino de português no estrangeiro(EPE), uma medida que não se aplica àFrança porque neste país não é pedidoo pagamento de Propina. A CDU propõeainda que seja garantida a distribuiçãode manuais escolares gratuitos aos alu-

    nos e reforçada a contratação e os di-reitos dos professores do EPE.Rita Rato disse também que a CDUquer “reorganizar, reforçar e alargar,quando for necessário”, a rede con-sular, “modernizando-a, qualificando-a, e aproximando-a das Comuni-dades emigrantes”. Quer ainda quesejam recrutados mais funcionários,nomeadamente pessoal técnico deSegurança Social e afirma que “estereforço de pessoal tem de ser feitotambém em Portugal, nas estruturasque trabalham com os Consulados,porque se os assuntos forem bloquea-dos nos serviços em Portugal, também

    causam demora no estrangeiro”.Destaca-se ainda uma nova propostade revisão da Lei do Conselho das Co-munidades Portuguesas.Rita Rato diz que tem encontrado muitagente nas Comunidades que não sabeque pode votar para estas eleições e porisso apelou para a mobilização detodos.O filme que antecedeu o debate foiapresentado por Octávio Espírito Santoque lembrou que “a luta longa pelopoder, é a luta pela memória, contra oesquecimento” e, virando-se para o an-tigo Maire de Champigny, disse-lhe que,em Portugal, “o Partido Comunista foi aprincipal força que sempre combateu ofascismo”.O ex-Maire Jean-Louis Bargero visio-nou o filme “com emoção”, “por terconhecido o Bidonville, mas tambémpor saber que foram jovens de hojeque foram à descoberta dessa páginada história da nossa cidade”. Maslembrou ainda um episódio pessoal.“Poucos sabem disso, mas a minhafilha casou com um jovem portuguêsque viveu no Bidonville. Alguns dosmeus netos chamam-se Marques. Equando vi o filme e vi as imagens doBidonville, estava a recordar que omeu genro viveu ali, naquelas condi-ções”.Jean-Louis Bargero confirmou aliás queos Portugueses não tinham apenaspéssimas condições de alojamento,mas tinham também péssimas condi-ções de trabalho.

    Por Carlos Pereira

    Candidata pela lista da CDU

    Mélissa da Silva, cabeça de lista do CDS-PP para o círculo eleitoral da Europa,lançou oficialmente a campanha eleito-ral neste domingo 22 de setembro emMontrouge, no restaurante «Le Physa-lis», perante uma sala cheia onde, ondeestava também presente Luís Queiró,Presidente do Congresso do Partido, eonde a palavra de ordem era “mudan-ças políticas” ao nível das Comunidades,desejando o “fim da hegemonia PSD-PS”.A candidata do CDS-PP marcou desdelogo o seu estilo e sobretudo a sua iden-tidade: “Sou portuguesa, sou lusodes-cendente, e residente em França”,martelou em abertura da sua interven-ção no comício.Comício que contou com a presença deIrène de Oliveira Carmo, segunda can-didata na lista do CDS-PP, bem como dosuplente Philippe Cristão Pedro, mascom a ausência do segundo suplenteCasimiro Dias, que não podia estar pre-sente.Irène de Oliveira Carmo, empresária re-sidente em França, abriu o comício comum longo discurso em torno da suaidentidade, dos motivos que a levarama aceitar o convite do Partido e o queespera destas eleições, dando destaqueao ensino da língua portuguesa paramanter viva esta cultura lusa nos luso-descendentes que já vão “na quarta ge-ração”, lembrando que os lusodes-

    cendentes vivem hoje com uma duplacultura: “Os meus dois filhos são Fran-ceses, mas também ambos têm a na-cionalidade portuguesa, dominado asduas línguas”, atirou.O ensino do português foi aliás um dosprincipais assuntos abordados tantopor Irène de Oliveira Carmo, como porMélissa da Silva, esta última lembrandoo seu caso particular: “Se hoje falo por-tuguês é graças aos meus pais. Comomilhares de lusodescendentes, não tiveacesso ao ensino do português pro-posto pelo Governo”, sublinhou, admi-tindo que será uma das suas lutas emdefesa dos lusodescendentes, dosfranco-portugueses.

    Cada uma das candidatas foi lançandoalgumas críticas aos adversários. Irènede Oliveira Carmo assegurou que o CDS-PP é “o Partido para o qual fazem sen-tido os programas, as medidas e asações que defendem a vida, do nasci-mento até à morte”. Ataques que tam-bém lançou Mélissa da Silva no que tocaà defesa contra as discriminações deque são alvo os lusodescendentes e osemigrantes, sem que os atuais Deputa-dos tenham feito algo a favor: “Discrimi-nações esquecidas pelos Deputadosque nos representam. Quero mudar orumo das políticas direcionadas para oscidadãos residentes fora do Portugal.Quero dar voz aos lusodescendentes”.

    A intervenção de Luís Queiró, Presidentedo Congresso do CDS-PP, começou comum episódio caricato em relação à suacurta estadia em Paris: “Primeiro queroreferir que o Doutor Mota Soares quedevia vir comigo, teve uma dificuldadede última hora em relação aos voos, queo impediu de estar aqui. Quanto a mim,cheguei atraso porque o meu voo era às8h00 da manhã, mas apenas saí de Por-tugal à hora em que eu já devia estar emParis. É assim que estão os nossostransportes aéreos e os transportes ro-doviários em Paris, visto que foi outraaventura chegar aqui com um táxi”, fi-nalizou referindo-se ao facto de ser “Diasem Carros” em Paris. Depois lançou ofi-

    cialmente a campanha eleitoral de Mé-lissa Silva.Entre críticas ao Governo atual em Por-tugal, entre apelo ao voto dos cidadãosportugueses residentes no estrangeiro,e trazendo apoio a Mélissa da Silva, LuísQueiró pediu sobretudo uma alternân-cia política em território nacional… e nocírculo para a Europa, regozijando-seem poder apoiar duas mulheres, mos-trando que o Partido aposta nos talen-tos femininos em França.A cabeça de lista do CDS-PP, na sua in-tervenção, lançou mais ataques diretostanto ao Governo português como aosrepresentantes das Comunidades por-tuguesas no que diz respeito aos Con-sulados onde “o atendimento consulardeve ser reforçado, para reduzir otempo de espera para obter uma mar-cação no Consulado”.Além do ensino da língua portuguesa eda rede consular, Mélissa da Silva nãoesqueceu uma luta - o terceiro pontofulcral no seu programa - em torno dadupla tributação, para a qual deve haver“um levantamento das injustiças fiscaise encontrar soluções para os Portugue-ses fora de Portugal, mas com bens emPortugal”.As três figuras do CDS-PP no comícioacabaram por apelar ao voto dos Por-tugueses residentes em França e noestrangeiro, apesar - e foi mais umacrítica - das “dificuldades que cadaum vai ter para votar” nestas eleiçõeslegislativas.

    Por Marco Martins

    Partido conservador iniciou oficialmente a sua campanha eleitoral

    Campanha de Rita Rato simbolicamente em Champigny

    CDS-PP deseja fim da hegemonia PS-PSD

    LJ / António Borga

    LJ / Carlos Pereira

    25 septembre 2019

  • LUSOJORNAL POLÍTICA 05

    Paulo Pisco promete Museu Nacional da Emigração em 2021Paulo Pisco, um dos dois atuais De-putados eleitos pelo círculo eleitoralda Europa, em representação do Par-tido Socialista, volta a ser candidatoà sua própria sucessão, mas destavez assume que o objetivo é a eleiçãode dois Deputados por este círculoeleitoral.Nesta entrevista ao LusoJornal fazum balanço “muito positivo” do seumandato e tece considerações sobrealguns dos pontos do Manifesto elei-toral do PS.

    Para começar, gostava que fizesse umbalanço deste seu último mandato.Como lhe correu o mandato?Este mandato correu muito bem e eufaço um balanço muito positivo dotrabalho que desenvolvi na Assem-bleia da República, tanto no Parla-mento, na minha qualidade deCoordenador dos Deputados do PSna Comissão dos Negócios Estrangei-ros, como na minha intervenção naárea das Comunidades portuguesas,quer com intervenções em Plenário,quer com algumas propostas quepara mim são emblemáticas, como acriação do Museu Nacional da Emi-gração ou a proposta de uma novaabordagem da história da emigraçãonos currículos escolares. São propos-tas emblemáticas e que eu acho quevêm ao encontro daquilo que foi ummandato com a preocupação de re-conhecer, valorizar e dignificar aspróprias Comunidades e aproximá-las mais do nosso país, como temacontecido, tanto na perspetiva doParlamento, como na perspetiva doGoverno. Tive também uma colabo-ração muito intensa, um diálogo euma troca de impressões perma-nente a nível do Governo, designada-mente com o Secretário de Estadodas Comunidades. Por isso eu consi-dero que este mandato foi muito po-sitivo e sobretudo muito construtivo,no reforço deste laço que liga os Por-tugueses que estão no estrangeiro aonosso país.

    O Governo fez o alargamento do uni-verso eleitoral, mas há gente que dizque não foi suficientemente infor-mada. Por exemplo, aqui no LusoJor-nal ainda não houve nenhumacampanha de apelo ao voto. É algo aalterar?É uma critica recorrente, mas eu achoque neste caso em particular o Go-verno, os Deputados, eu particular-mente, os Consulados, asassociações, os próprios meios de

    comunicação social, os privados e osdo Estado que também fizeram essadivulgação, houve uma ação de sen-sibilização que foi muito grande. Eurecordo aqui que o Secretário de Es-tado das Comunidades Portuguesasfez inúmeros encontros em toda aEuropa e fora dela para sensibilizar àparticipação cívica e às leis eleitoraise ao novo universo de eleitores e oque isso representava e o que issosignificava para as nossas Comunida-des. É claro que haverá sempre muitagente que é apanhada desprevenida,por mais campanhas que se façam,as pessoas ou estão distantes ou nãoouvem, ou na altura não dão impor-tância e depois só quando as pes-soas são confrontadas com o atoeleitoral é que se lembram que nãohouve informação. Repare, o próprioprocesso em que decorreu toda estaação, ele próprio constitui uma açãode sensibilização e de informaçãoporque não foi apenas durante oprocesso de alteração da Lei que foisendo divulgada, as pessoas iam to-mando conhecimento destas altera-ções. Mas a própria administraçãoeleitoral, através do Ministério da Ad-ministração Interna que decidiu elaprópria fazer as tais notificações adizer que há mais de 1,1 milhões decidadãos que passaram a ser novoseleitores. Este ato de notificaçãoconstitui uma informação às pes-soas. A partir do momento que aspessoas recebem um boletim emcasa a dizer que agora passam a sertambém eleitores em todos os atoseleitorais, para o Parlamento Euro-peu, Presidência da República e paraa Assembleia da República, as pes-soas ficam alertadas, e ficam alerta-das individualmente.

    No Programa eleitoral do PS não vinenhuma referência ao voto eletró-nico, mas é uma constante em prati-camente todas as candidaturas.Porque não aparece no programa doPS? Isso quer dizer que não será deatualidade nos próximos quatroanos?Eu não lhe posso dizer se vai ser deatualidade nos próximos quatroanos. Não queria agora misturar ascoisas porque em abril, em Toronto,eu teci comentários em relação aovoto eletrónico e isso trouxe muitaconfusão na cabeça das pessoas.Quero que as pessoas entendambem que este ato eleitoral vai decor-rer com um voto postal, que as pes-soas recebem em casa. No envelopeestão todas as instruções, tem dejuntar fotocópia do Cartão do Cida-

    dão, dobrar e enviar para Portugal.Não têm de escrever em lado ne-nhum. A única coisa que têm de es-crever é fazer a cruz no partido peloqual votam, e não têm de utilizar acaneta para mais nada...

    Nós estamos a escolher os Deputa-dos que nos vão representar no pró-ximo mandato, era bom que nóssoubéssemos o que eles pensamsobre as preocupações das pessoas.Era bom que escolhêssemos os nos-sos Deputados em função do quepensam sobre esta matéria.É uma preocupação legitima. O votoeletrónico, como qualquer outro sis-tema de voto, não é pacífico porquetem vantagens e desvantagens,houve inclusivamente alguns paísesque o abandonaram. Mas eu achoque nós devemos ver o voto eletró-nico pelo lado positivo que tem.Aquilo que eu defendo é que hajapelo menos uma experiência sobre aexequibilidade da implementação dovoto eletrónico. Se chegarmos à con-clusão que é exequível e que deveavançar, então nessa altura deveavançar. Se chegarmos à conclusãoque não há condições para avançar,então abandona-se a ideia. Mas nãose pode abandonar a ideia sem pri-meiro fazer essa experiência.

    O Ensino da língua portuguesa éoutro dos assuntos que aparece nobalanço e nas promessas do próximomandato, mas não li nada sobre aPropina. Esta questão está ultrapas-sada?A Propina será sempre um tema dediscussão. Eu no passado defendi aeliminação da Propina e mantenhoessa ideia, embora com condicionan-tes. Eu em determinada altura estavaconvencido que havia inconstitucio-nalidade e ilegalidade na Propinaque foi introduzida pelo Governo doPSD e pedi um parecer ao Provedorda Justiça que me enviou uma cartaa dizer que nem havia inconstitucio-nalidade, nem ilegalidade. A partir

    daí eu moderei também a minha po-sição. Repare que, neste momento, aPropina é bastante reduzida. Pri-meiro não havia Propina, mas as pes-soas tinham de comprar os manuaisescolares, agora há Propina, mas aspessoas têm os manuais escolaresgratuitos, o que a reduz a uma verbapraticamente insignificante. No en-tanto, se houver uma opção entrefazer a expansão do Ensino de por-tuguês no estrangeiro em todos osgraus de ensino ou a eliminação daPropina, eu decido-me já pela ex-pansão do Ensino de português noestrangeiro. Aliás, isto é assumidopelo Governo que haverá um reforçodo Ensino de língua portuguesa atodos os níveis de ensino, o que sig-nifica que é objetivo do Governo quehaja mais alunos, mais professores,mais alunos nas universidades, maiscursos, e é isso que eu sobretudogostaria de ver. Porque a língua por-tuguesa é de facto um vetor estraté-gico da maior importância, faz parteintegrante de uma das dimensões danossa política externa e é óbvio queaquilo que eu mais gostaria era quea língua portuguesa pudesse ter umapresença tão alargada, tão fortequanto possível, no mundo. Que pu-desse alargar, tanto quanto possível,em todos os países, em todos os con-tinentes, o que seria bom sinal e umsinal de vitalidade da língua portu-guesa e da sua capacidade de seruma língua com grande valor econó-mico, como cada vez mais se tem re-velado.

    O Museu Nacional da Emigração éuma proposta sua. Já se sabe ondevai ser? Como está esse projeto?Sim, há um timing de construção doMuseu até ao final de 2021. Está as-sumido. Tive este verão um encontrocom a Presidente da Câmara Munici-pal de Matosinhos, há um espaçomuito grande que é uma antiga Con-serveira e as obras de renovação vãocomeçar já no próximo ano. O projetoque está previsto para o Museu Na-

    cional da Emigração, em Matosinhos,será de acordo, segundo a reuniãocom a Presidente da Câmara Matosi-nhos, Luísa Salgueiro está de acordocom aquilo que eu entendia quedevia ser um Museu Nacional daEmigração, que fosse um museu quepudesse ter esse sentido verdadeira-mente pedagógico, que pudesse re-conhecer, valorizar e dignificar aemigração portuguesa ao longo detoda a nossa história e em todas asgeografias, não algo limitado, masque pudesse ter esta dimensão tãoglobal quanto possível e sobretudoque pudesse dar da emigração por-tuguesa uma imagem que ela até hápouco tempo não tinha e que se ca-lhar ainda hoje não tem. Foi isso queeu transmiti à Senhora Presidente daCâmara de Matosinhos.

    Está então certo e definitivo que vaiser em Matosinhos?Exatamente. É certo que vai ser emMatosinhos. E notei na Senhora Pre-sidente toda a recetividade para que,em termos conceptuais, o Museu pu-desse ser tal qual como eu o exprimiquando o apresentei em Resoluçãona Assembleia da República e que foiaprovada por unanimidade.

    O projeto de alargar a rede consularé uma novidade no programa do PS.Nestas últimas décadas tem-se fa-lado mais em encerrar Consuladosdo que em abrir Consulados. Há apossibilidade de abertura de algumposto em França?Em França houve alguns postos queabriram, designadamente de Consu-lados Honorários. Houve alguma re-classificação dos postos existentes ehouve uma intensão de compensar,de alguma maneira, os encerramen-tos que foram feitos pelo anterior Go-verno. Relativamente à próximaLegislatura, aquilo que lhe possodizer é que haverá novidades relati-vamente a alguns países com a aber-tura de novos postos com todo o tipode classificações, quer de Consula-dos Gerais quer de Consulados Ho-norários de forma a servir melhor asnossas Comunidades para reformara relação de proximidade que aolongo desta legislatura o Governo doPartido Socialista tem procurado ter.

    Finalmente, qual é o objetivo destasua campanha? Eleger os dois Depu-tados?Obviamente estaria a mentir se lhedissesse que não gostaria que hou-vesse a eleição do segundo Depu-tado do Partido Socialista pelocírculo eleitoral da Europa. Obvia-mente que a palavra cabe aos eleito-res. Nós queremos ter o melhorresultado possível e julgo que temoscondições para isso. Pela campanhaque tenho feito em vários países,pela campanha de rua e pela receti-vidade que tenho notado, eu julgoque esse objetivo é possível. Istoseria, claro, uma vitória histórica parao PS, mas é evidente que a última pa-lavra cabe sempre aos eleitores.

    Entrevista completa a ler em: www.lusojornal.com

    Por Carlos Pereira

    Candidato do Partido Socialista às Legislativas

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    LJ / António Borga

    25 septembre 2019

  • LUSOJORNAL06 POLÍTICA

    António Marques faz campanha pelo Aliança apartir do MónacoAntónio Manuel Marques da Costa éo candidato do partido Aliança pelocírculo eleitoral da Europa, nestaseleições Legislativas.Nasceu na vila de Caldas das Taipas,no concelho de Guimarães, e agoramora no Mónaco onde é motoristade carros de luxo.

    Já era militante de algum partido po-lítico em Portugal?Não. Nunca fui militante de nenhumpartido, embora tivesse a minha sim-patia por um partido no qual eu emgeral votei. Pontualmente não voteipor esse partido, votei nulo ou embranco, mas fui sempre à mesa devoto. No entanto nunca fui militantede nenhum partido.

    Como lhe surgiu então este convitepara ser candidato a Deputado?Surgiu depois de eu me ter inscritocomo militante no Aliança. Foi umamera coincidência e uma enormesurpresa, porque eu nunca estive di-retamente ligado à política. Apenascomentava nas redes sociais. Um diafui abordado no Messenger porPedro Santana Lopes. Eu estava aquino centro de Menton, perto do sítioonde moro, estava a tirar umas foto-grafias à cidade velha de Menton, erecebi uma mensagem de PedroSantana Lopes, porque eu estava aeditar umas fotografias, e ele disse-me que era um local muito bonito. Euvi o nome e perguntei: «É o PedroSantana Lopes, ex-Primeiro-Ministroe tal…», e ele disse-me «Sim, sou eu».Então fomos desenvolvendo con-versa e um dia o Pedro SantanaLopes ligou-me e perguntou-me seeventualmente eu estaria disponívelpara ser candidato a Deputado.

    Que assunto principal quer trazerpara esta campanha?Os assuntos principais são vários,mas há uma base, como por exemploos Consulados e as suas antenas. Porexperiência própria e pelo que medizem as pessoas, verificamos que onúmero de Consulados e de filiaisnos vários países onde estão presen-tes portugueses, são em númeromuito reduzido. Eu sei que melhora-ram ultimamente, nestes últimosdois, três anos. Aqui em Nice abriu ul-timamente um Consulado Honorário,o que eu aplaudo sinceramente.Temos de aplaudir quando as pes-soas fazem alguma coisa de positivo.Eu agora ganhei tempo e dinheiroporque já não preciso de perder umdia a ir daqui a Marseille. Agora tenhoserviços consulares aqui em Nice, a30 quilómetros, mas o problema quese põe aqui é que nós continuamosà espera um mês, dois meses, trêsmeses, para uma pequena consulta,para fazer um Bilhete de Identidade,e o atendimento é tão restrito, tantoem número de pessoas que nosestão a atender, como também nosassuntos que precisamos de resol-ver…

    E qual é a solução? Que solução pro-põe o Aliança?

    A solução é o Estado central portu-guês reconhecer finalmente a impor-tância económica que os emigrantestêm, o seu peso na economia nacio-nal, nos dinheiros que são deposita-dos nos bancos portugueses, naeconomia que os emigrantes conse-guem fazer mexer lá em baixoquando vão construir as suas casas,quando vão investir na compra deimobiliário e tudo o mais. Verem opeso que nós temos e dar uma res-posta à altura da nossa importânciaeconómica dentro de Portugal, que équalquer coisa que até hoje não temsido tido em conta, não tem sidoconsiderado absolutamente.

    Um dos grandes problemas que aComunidade portuguesa tem é ofacto de votar pouco. Por isso são po-liticamente invisíveis. O que pensadesta situação?É verdade que a abstenção em Por-tugal continental também é muitoalta, mas entre a Comunidade portu-guesa no estrangeiro, é altíssima, arondar os 80%, até talvez mais, o queé qualquer coisa que vai ser muito di-fícil de contrariar. Neste momentoacho que foi dado um passo. Olheaqui em casa, a minha família acaboude receber há coisa de dois, três dias,o envelope para fazer o voto, eu julgoque o meu filho votou e eu julgo quese não fosse por este sistema e senão fosse candidato, ele nunca vota-ria. E depois há uma dificuldade queé a maior de todas, que é a credibili-dade dos políticos, que está pelasruas da amargura. As pessoas facil-mente dizem - e é difícil de as con-trariar - que nós somos todos iguais.Digo nós porque agora que sou can-didato, também faço parte do grupo,também faço parte daqueles quenão têm credibilidade perante osolhos de muitos. O que é precisofazer? É preciso, na verdade, com ati-tude no terreno - se a oportunidadefor dada pelos eleitores - demonstrarque na verdade ainda há gente séria.Muitas vezes a árvore esconde-nos afloresta, mas eu conheço Deputadosde vários Partidos que são pessoassérias, que são pessoas dedicadas àcausa pública. É isto que nós deve-mos demonstrar às pessoas, mas écom atos e com ações, porque sócom palavras não vamos lá. Só de-monstrando aos eleitores com atos,que nós somos pessoas que nos in-teressamos pelos seus problemas éa única forma de retirar muita genteda abstenção. Depois há o sistema devotação. Neste momento foi dadoum passo, como eu disse, com os en-velopes que recebemos, com o bole-tim de voto para preencher, já é umbom passo. Eu sou um defensor deum sistema mais avançado. Ohomem já foi à lua nos anos 60, nóshoje em dia temos todos um telemó-vel, todos sabemos - ou quase todos,e os que não sabem têm um filhoque sabe, um neto ou um vizinho -mexer em novas tecnologias, e eujulgo que o sistema do voto eletró-nico seria qualquer coisa que pode-ria facilitar o acesso ao voto. Porquecomo eu disse, há muita gente quenão acredita nos políticos, mas há

    muita, muita gente também que temdificuldades em se deslocar aos lu-gares próprios de voto devido à faltade rede consular suficiente. Gosta-vam de votar, mas também nãovotam. Se facilitássemos a formar devotar, pelo voto eletrónico, acho quepoderíamos diminuir em muito aabstenção.

    Que outros assuntos preocupam asua candidatura para além dos ser-viços consulares e da participação cí-vica?Há sempre assuntos que preocupam.Vou vendo por aqui, nas Comunida-des à minha volta, porque eu fre-quento os comércios, eu voutambém aos encontros festivos e hácoisas que na verdade eu acompa-nho. Acho, na verdade, que o ensinoda língua portuguesa, onde o Estadocentral tem-se desinvestido de formavertiginosa, é algo de muitíssimo im-portante e que é necessário inverter.Tenho a certeza absoluta que temospessoas em Portugal disponíveis, ouaté no estrangeiro, com formaçãopara poderem dar aulas de portu-guês. As associações podiam ter umpapel importante nisso, fazendo a li-gação com os Consulados ou com oEstado português, com o Ministérioda educação, por exemplo, paraaqueles que estão longe dos Consu-lados. Acho que a língua portuguesaé fundamental para nós não perder-mos este elo cultural com o nossopaís.

    Vamos falar de associações. O queconhece do movimento associativoportuguês na Europa? Acha que o Es-tado devia apoiar?Quando me falam que o Estado deve

    intrometer-se nisto ou naquilo, eufico logo de pé atrás. Muito sincera-mente acho que onde o Estado metea mão, demasiado, em termos dire-tos, não é bom. Eu acho que as asso-ciações, quando são criadas, têmuma base social e essa base socialtambém as pode sustentar financei-ramente. Se as pessoas que supor-tam a associação têm um deter-minado número de serviços, mas,entretanto, gostavam de ter outros,quem dirige essa associação deveapelar aos seus associados para umamaior contribuição. Porque vamosestar a chatear o Estado para ajudarfinanceiramente uma associação?Isso nem é bom, nem é justo, achoeu. Para quem paga impostos, nãoacho que seja correto andar aquineste sistema a pagar para tudo. De-pois há outro perigo aqui, que é a in-fluência política que o Governo podeter nas associações. Nós em Portugaltemos muito esta arte das mãozinhasque andam por todo o lado, não é?Basta olhar para o Governo quetemos atualmente e constatar que éo primo, é a prima, é a filha, é o filho,é a esposa, é o gato, é o cão, é o pe-riquito, é toda a gente. Concluindo, oEstado deve estar o mais longe pos-sível, agora o Estado deve estar simrelacionado com os Consulados e osConsulados é que devem dar o seuapoio às associações, ao ensino, parapagar os professores. Pode ser tam-bém colocar um computador na as-sociação com alguém que saiba porexemplo resolver certos assuntos aosquais as pessoas têm dificuldades deresolver diretamente, aí sim. Eu nãoconcordo que o Estado ajude direta-mente as associações. Acho que o as-sociativismo por si mesmo, consegue

    resolver muitas das situações. Estoua falar daquelas associações que nósconhecemos em geral, que são aque-las que fazem as festas, com folclore,que nos servem o Vinho Verde e ofrango no churrasco. Mas há outrotipo de associações que estão escon-didas, são menos visíveis, e que pro-vavelmente são muito poucas naEuropa - eu conheço um caso naSuíça, onde uma associação sim,uma associação que é única, queolha para mais de 140 presos portu-gueses que estão na Suíça, e é aúnica associação que dá apoio a mu-lheres e crianças que sofrem de vio-lência doméstica. A associação temenormes dificuldades. Essas associa-ções sim, precisam, por exemplo, deapoio jurídico. As associações queajudam pessoas em enormes dificul-dades, acho que o Estado deveria darum apoio financeiro e até em termos.Mas o resto das associações, aquelasque eu vou vendo por aqui, é muitofolclore, muito frango assado, e palcopara políticos. É aquilo que eu vejo. Emais: com um problema porque con-tinuam a divulgar o Portugal da sal-sicha Nobre e do vinho Mateus, e dofolclore. Ora, a cultura portuguesa émuito, mas muito mais do que isso. Enós, em termos de gastronomia, emtermos de vinhos, em termos de in-dústria, de tudo, somos muito maisdo que a salsicha Nobre e o vinhoMateus.

    Como avalia o trabalho dos dois De-putados eleitos pela emigração?Eu seria injusto se lhe dissesse queestive a ver ao pormenor as açõesdos Deputados. Eu vejo de umaforma geral, conheço algumas ações,como eu já lhe disse, aplaudo o factode terem melhorado nestes últimostrês anos ligeiramente, mas muito in-suficientemente, a rede consular,como dei o exemplo aqui de Nice.

    Isso foi iniciativa do Governo, não daAssembleia da República…Mas eu imagino que os deputadosdevem ter feito a sua ação para queo Executivo fizesse o trabalho ounem isso fizeram? Espero bem quetenha sido um alerta da parte deles.Eu pelo menos penso assim. Se issonão fizeram, vou lhe dizer, muito sin-ceramente, não conheço nada pra-ticamente daquilo que tenham feito.Eu digo isso porque ainda há bo-cado falei da associação que eu co-nheço na Suíça, que trata daquelesmais necessitados, e eu posso dizer-lhe que o Estado tem dado umaajuda Zero. Os Deputados, comquem esse Presidente da Associa-ção tentou falar, simplesmenteviram as costas. É, portanto, o queposso dizer. Um parece que está láhá 24 anos, o outro há 28, e eu sin-ceramente não conheço nada departicular, a não ser as suas presen-ças em palco quando as associaçõespromovem as festas de folclore paraos Portugueses. De resto não co-nheço mais nada muito sincera-mente.

    Entrevista completa a ler em: www.lusojornal.com

    Por Carlos Pereira

    Eleições Legislativas

    25 septembre 2019

  • LUSOJORNAL POLÍTICA 07

    Rita Rato tem 36 anos e é Deputada naAssembleia da República desde 2009.Desta vez é a cabeça de lista da CDU -a coligação eleitoral entre o PCP e Par-tido Ecologista Os Verdes - pelo círculoeleitoral da Europa.É Licenciada em Ciências políticas eRelações internacionais pela Universi-dade Nova de Lisboa e foi até aqui,Vice-Presidente da Comissão parla-mentar de Trabalho, Solidariedade eSegurança Social.

    Como sabe, o número de Deputadosvaria de círculo para círculo, em funçãodo número de eleitores. Por isso é queo círculo de Lisboa tem mais Deputa-dos e o círculo de Portalegre temmenos Deputados, porque tem menoseleitores. Nas Comunidades isso não éassim. Acabámos de passar de 300 milrecenseados para 1,4 milhões de re-censeados, e continuamos com 4 De-putados. Já sei que o PCP não queralterar esta situação que cria, nofundo, Portugueses de primeira e Por-tugueses de segunda. Mas, porquê?Para o PCP e para a CDU, os Portugue-ses residentes no estrangeiro nuncaforam Portugueses de segunda, nemnunca serão, de resto, infelizmente,apesar de nunca ter tido nenhum De-putado eleito à Assembleia da Repú-blica pelos círculos da emigração, nãofoi por isso que deixámos de intervir,até apresentando mais trabalho doque as forças políticas que têm eleitos.A questão do aumento do número deDeputados eleitos pelo círculo eleitoralda Europa é uma questão que - agoraque o recenseamento automático per-mitiu de facto aferir que há mais Por-tugueses a viver fora e por isso aparticipar nas próximas eleições - foicolocada. A Assembleia da Repúblicaelege 230 Deputados, a atribuição donúmero de Deputados obriga a umequilíbrio, tendo em conta o númerode Portugueses que vivem no territórioe os que vivem fora do território na-cional e que são também, em últimaanálise, atingidos pelas medidas quesão discutidas na Assembleia da Re-pública. Os Portugueses que vivemfora do país estão integrados nos seuspaíses e, portanto, ao nível da Segu-rança Social, da Educação, do ServiçoNacional de Saúde, têm também im-pacto nos paísesem que residem. Nósdissemos que mais importante do quea quantidade é a qualidade e da parteda CDU, estamos profundamente com-prometidos no sentido de garantir eapelar à mobilização de todos. Eu nãosei qual é a perceção que têm muitosdos jovens emigrantes e sobretudo a úl-tima grande vaga de emigração comquem nós temos contactado, que nemsequer têm consciência que têm o di-reito de eleger dois representantespara a Assembleia da República. Mui-tas vezes, quando em contacto, comoainda aconteceu no fim de semanapassado em Londres, contactámoscom jovens que estavam no ReinoUnido há pouco mais de um ano emeio e dissemos-lhes que estávamosa contactá-los no sentido de dar a co-nhecer as propostas da CDU, disse-ram-nos que nem sequer sabiam que

    tinham direito a escolher representan-tes para a Assembleia da República.Por isso, em primeiro lugar, quandodissemos que a questão não é tantode quantidade, mas de qualidade, édizer que os eleitos pelo círculo da Eu-ropa têm a obrigação e o dever de de-fender os direitos da Comunidadesportuguesas na Europa e no mundo. Epor isso, da parte do PCP e da CDU,temos a profunda convicção que,sendo eleitos, daremos voz aos seusproblemas e encontraremos soluçõespara os resolver. Aliás é isso que temosfeito. Não foi por não termos Deputa-dos eleitos pela emigração que a CDUdeixou de apresentar uma propostapelo fim da Propina do Ensino deportuguês no estrangeiro. Não foi pornão termos Deputados eleitos quedeixamos de apresentar propostaspara a contratação de mais funcioná-rios para a rede consular, com pro-postas concretas, em sucessivosOrçamentos de Estado para a moder-nização das instalações e dos equi-pamentos informáticos, para garantirmais funcionários. Apresentámospropostas também, no nosso país,para a contratação de mais funcioná-rios para o Centro Nacional de Pen-sões, para os Serviços de Registo eNotariado, para garantir os direitos dosPortugueses lá, mas também cá, queatravés das Embaixadas necessitam dedocumentos especiais. Não dissemosque tendo ou não tendo Deputadoeleito é a mesma coisa, obviamente quenão será.

    E sobre a metodologia de voto, porquerazão o PCP se opõe constantementeao voto eletrónico online?O PCP não tem uma posição fechadarelativamente ao voto eletrónico. En-tendemos até, relativamente às Co-munidades portuguesas residentesfora do país, que essa tem de ser umaexperiência a estudar. Tem de se per-ceber as suas limitações, temos de terem conta recomendações que garan-tam o sigilo, a confidencialidade, as

    condições de exercício e direito devoto, mas reconhecemos, como nãopodia deixar de ser, que um Portuguêsresidente fora do seu país, seja na Eu-ropa ou fora da Europa, não tem asmesmas condições do exercício do di-reito de voto que tem qualquer outrocidadão Português no território nacio-nal. Não sendo indiferente a isso, nãopodemos rejeitar essa proposta emabsoluto, e tem de ser estudada, tendoem conta a garantia do sigilo, de con-fidencialidade… Não é uma posiçãofechada do PCP relativamente a isso.Isso obviamente deve ser estudado,mas não é apenas garantir o sistema,a preparação antes do dia da eleiçãoé fundamental. O que sabemos hoje éque muitos Portugueses não tiveramconhecimento em relação ao seu re-censeamento porque fizeram a atua-lização do seu Cartão do cidadão,depois houve o recenseamento auto-mático e passaram a estar incluídoscomo eleitores, não sabem quepodem votar.

    Como não sabem? Receberam umacarta em casa e agora receberam oboletim de voto também pelo correio.São duas cartas…Claro, mas conhece certamente o fluxomigratório dos dias de hoje, em que aspessoas mudam de morada, a insta-bilidade é muita, deve existir um con-tacto permanente com as pessoas porforma a garantir que no dia da eleiçãoas pessoas participam. O seu esclare-cimento, a sua mobilização, a sua in-formação, deve acontecer e, portanto,a preocupação do Estado não podeestar apenas na garantia do modelodo voto, que deve ser discutido, mastambém na informação, no esclareci-mento cabal sobre algumas destasmatérias.

    A CDU defende a reabertura de Con-sulados…A CDU defende a reabertura dos pos-tos consulares que foram encerrados…

    De todos os postos que foram encer-rados?Dos mesmos ou outros, acredito queem 2019, o fluxo migratório possa pon-derar a abertura de outros postos con-sulares onde a Comunidade portu-guesa tenha número que justifique anecessidade de haver esses serviços.Mas também a modernização dospróprios serviços. Eu acredito que umamodernização do próprio serviço in-formático. Por exemplo, se a rede con-sular não tem contacto com o CentroNacional de Pensões, não é aceitávelque um português no Luxemburgotenha estado três anos à espera daatribuição de uma pensão de invalidezou de alguém, em Bruxelas, tenha-sedirigido ao Consulado para tratar deuma procuração e lhe tenham feitouma marcação para novembro. Paraalém do alargamento da rede ondeseja necessário - e tem de existir umestudo para saber qual a necessidadedo alargamento da rede - há a contra-tação de mais funcionários, a moder-nização das instalações e a garantia,de facto, de serviços eficazes, de pro-ximidade ao cidadão. Isto é funda-mental e devem ser tomadas medidasnesse sentido.

    O PCP viabilizou este Governo queagora chega ao fim do mandato. Comoavalia o trabalho do Secretário de Es-tado das Comunidades portuguesas?Foi um bom mandato?O Estado português tem obrigaçãoconstitucional de garantir o acompa-nhamento às Comunidades portugue-sas e a sua ligação ao território, àlíngua e ao país e muito há por fazer,ainda mais num contexto em quemuito ficou por fazer nos sucessivosGovernos. Porque a Comunidade por-tuguesa no estrangeiro, e em particu-lar na Europa mudou, tem hojecaracterísticas diferentes, temos ciclosmigratórios históricos que, tendo emconta as suas características, são pes-soas que conhecem o movimento as-sociativo, que estão integradas, mas

    temos também nos últimos anos, flu-xos migratórios com outras caracterís-ticas. Aumentou significativamente onúmero de Portugueses com qualifi-cações que emigraram, mas conti-nuam a ser pessoas com muito baixasqualificações a maior parte dos emi-grantes. E isso obriga a medidas espe-cíficas de acompanhamento econó-mico e social daqueles que emigram edas suas famílias. Sobre isso há muitoa fazer.

    Em que se baseia para dizer que amaior parte dos emigrantes têm“muito baixas qualificações”?No último Relatório anual das migra-ções. O PCP, quando do último Go-verno do PSD e do CDS - quandohouve fluxos recordes de emigraçãono país, só comparáveis com os tem-pos do fascismo - apresentou propos-tas na Assembleia da República, ecreio que foi até aprovado por unani-midade que o Governo deve apresen-tar anualmente um relatório sobre asmigrações e o último relatório con-firma isso.

    Os dados do último relatório referem-se à “nova” emigração. Mas, comosabe, apesar do fluxo ter sido enorme,não deixa de ser pouco em relação aosmilhões de Portugueses que já resi-diam no estrangeiro. Por isso, dizerque a maior parte dos emigrantes tem“muito baixas qualificações” não meparece fundamentado.Aquilo que eu digo é que os últimosanos houve um aumento significativode profissionais com altas qualifica-ções que teve de emigrar. Mas o Rela-tório diz que quem emigra, na maiorparte, continuam a ser pessoas combaixas qualificações. Isto só quer dizerque a rede consular tem de ter umpapel na garantia e apoio a questõesrelacionadas com certificação e com oacesso ao reconhecimento de compe-tências e de validações científicas porparte de quem tem competênciaspara isso, mas também um papel deproximidade para pessoas que este-jam em situações de maior vulnerabi-lidade económica e social. E sobre isso,muito ficou por fazer e muito há aindamuito por fazer, ainda mais num mo-mento em que a rede consular estácompletamente confrontada com pro-blemas graves no seu funcionamento.Não apenas no mandato deste Secre-tário de Estado, mas também no man-dato do Secretário de Estado anterior,em que houve um encerramento depostos consulares quando a emigra-ção estava a aumentar. Isto não salva-guarda obviamente os direitos daComunidade portuguesa. Nestas,como noutras matérias, as questõesde investimento público e da necessi-dade de contratação de mais funcio-nários, mas também da modernizaçãodas instalações, é essencial e o PS,sobre isto, tem-se mantido preso a si-tuações em que coloca o déficit e a dí-vida acima das necessidades dosPortugueses, seja dentro do territórionacional ou fora dele. E isso acaba pornegar direitos fundamentais.

    Entrevista completa a ler em: www.lusojornal.com

    Por Carlos Pereira

    Eleições Legislativas

    LJ/ Carlos Pereira

    Rita Rato diz que a CDU não está disponível para alterar Constituição

    25 septembre 2019

  • LUSOJORNAL08 POLÍTICA

    Patrícia Ferreira Manguinhas é cabeçade lista do PNR (Partido Nacional Reno-vador) pelo círculo eleitoral da Europaàs eleições Legislativas. Tem 45 anos,vive em Sintra, mas nasceu em Moçam-bique, país de onde veio para Portugalcom apenas 2 anos de idade.Apesar de ser candidata pelo círculoeleitoral da Europa, decidiu não sair dePortugal para fazer campanha. Nestaentrevista ao LusoJornal, fala de Salazar,defende o encerramento das fronteiras,quer uma emigração selecionada e de-fende direitos iguais aos de Portugal,para os Portugueses residentes no es-trangeiro.

    E em que momento decidiu militar numpartido político?Eu nasci numa família de direita, em queSalazar não era o bicho mau que todosretratam. Não estou com isto a dizer queestamos a falar de um paraíso, longedisso, mas também não seria um cená-rio tão negro como o que pintam atual-mente. Não quero com isto dizertambém que estou à espera que Salazarvolte, porque, como lhe disse, reco-nheço que nem tudo foi bom, no en-tanto acho que temos muito a aprenderpor ali. Acima de tudo, sempre tivemuito respeito pelas nossas tradições,pela nossa cultura. E muito sincera-mente não vejo ninguém - ou não vianinguém - a ter esses cuidados. Há mui-tos anos tive conhecimento da existên-cia do PNR. Na altura, alguém ligado aopartido teve a infelicidade de fazer umasérie de atrocidades que denegrirampor completo o nome do partido. Nessaaltura, conforme toda a gente, afastei-me e enterrei o assunto. Há uns três,quatro anos, por acidente, nas redes so-ciais, encontrei uma publicação do PNRe fui ver o que se passava com o partido.Depois de perceber que as tais ligaçõesao passado já não existiam, comecei aver o que é que o partido defendia. Erevi-me obviamente nos valores tradi-cionais, no respeito pelo país, pelos Por-tugueses, por aquilo que é nosso. E faztodo o sentido eu estar aqui.

    E como deu o salto para apresentaruma candidatura às eleições legislati-vas?Eu quando me inscrevi como militantedo partido e a candidatura foi aceite,não o fiz apenas para ter um cartão naminha carteira. Fi-lo por acreditar etenho participado em tudo, em todas asatividades que o partido organiza. Eestou sempre disponível para aquiloque me é proposto fazer. Foi-me feito oconvite para encabeçar esta lista pelocírculo da Europa e obviamente aceitei.

    Como se posiciona sendo candidata porum círculo eleitoral da emigração e es-tando face a pessoas que tiveram defugir do país e precisamente da políticade Salazar?Não será fácil a toda a gente entender. Eeu respeito a opinião de todos, é óbvio.Não estou aqui para doutrinar ninguém.Cada um viveu as coisas como viveu. Édifícil neste momento entrar em discus-são com alguém que tenha vivido e quetenha saído do país por causa disso.Respeito como digo, e é o meu dever

    neste momento tentar criar condiçõespara que possam eventualmente re-gressar se assim o desejarem. No en-tanto, face à nova geração deemigrantes, não vejo qualquer pro-blema. Não temos rigorosamente nadacontra a emigração de outros estrangei-ros em Portugal. E sei que a maior partedos países que nos recebem, têm umaimagem bastante positiva daquilo quecada um de nós faz. Não sei se estou aresponder à sua pergunta…

    O PNR é um partido contra a emigraçãoem Portugal, certo?Não. O PNR não é contra a imigração emPortugal. O PNR é contra a imigraçãodesregrada, não sabermos quem entra,não sabemos qual o propósito dessaentrada, não sabemos o que é que cáestão efetivamente a fazer. Contra issoopomo-nos. Em nossa casa nós tam-bém gostamos de saber quem entra, oque é que está a fazer, porque é queveio, e em que contribui. Caso contrário,não faria sentido recebermos. Certo?

    Os Portugueses quando chegaram aFrança, nos anos 60, fugiram da miséria,eram em grande parte analfabetos, eainda bem que a França não aplicou oscritérios do PNR, senão, não estariamainda cá hoje.Mas o Português que foi para França, foifazer o quê?

    À procura de condições melhores doque as que tinham em Portugal, certa-mente.Foi para trabalhar. Certo? Nós não temosnada contra aqueles que vêm para tra-balhar, que vêm realmente em busca deuma vida melhor. A nós preocupam-nosque venham para viver à conta dos sub-sídios, aqueles que nunca se querem in-tegrar e aqueles que querem não sómanter-se, como impor a cultura delesface ao país que os recebe. Aí sim,somos contra.

    Mas percebe que nós queremos que onosso país acolha os estrangeiros, talcomo nós fomos acolhidos quandoemigrámos?E nós aceitamos acolher qualquer umque venha para melhorar a sua vida eque faça por isso. Não que se encoste àsombra do socialismo que lhe dá ossubsídios todos, que os mantêm emcasa, e que estamos a ajudar sem qual-quer retribuição.

    Qual é o posicionamento do PNR em re-lação à União Europeia?O PNR nunca esteve a favor da entradade Portugal na União Europeia. Mas, ob-viamente não fomos consultados, nin-guém foi consultado! Estamos na UniãoEuropeia neste momento, estamos con-dicionados. Não podemos pura e sim-plesmente abandonar porque nãogostamos. Nós vamos, se eventual-mente chegarmos ao Governo um dia -e não será agora nem nos tempos maispróximos, porque não se faz um Go-verno com um ou dois Deputados - masno dia em que realmente tivermosforça, tentaremos transformar esta Eu-ropa, que neste momento é uma Eu-ropa federalista, em que Portugalperdeu toda a sua autonomia, toda asua soberania, está completamente de-

    pendente da Europa para tudo. Vamostentar transformar esta Europa federa-lista, numa Europa que…

    A Europa não é federalista…Não é federalista? Então o que é? A in-dependência é no papel. Nós vendemosa nossa agricultura, vendemos a nossapesca, neste momento não temos nada,nada… Nós não podemos fazer sejaaquilo que for sem o acordo da UniãoEuropeia. Estamos condicionados asubsídios, aqueles que já recebemos eaqueles que nós contamos vir a receber.Sozinhos não fazemos nada. Chama aisto um país soberano? Não estamos deacordo então nesta definição.

    Falamos agora de questões de cidada-nia. O PNR acha que os Portugueses queemigraram devem continuar a votar naseleições portuguesas?Com certeza. Enquanto forem Portugue-ses, aquilo que se passa no país deveriainteressar-lhes.

    Mesmo nas eleições autárquicas?Lançar este debate na Assembleia daRepública e permitir que possam votara nível autárquico.

    O facto de haver apenas 4 Deputadoseleitos pela emigração não a perturba?Temos quase tantos eleitores como ocírculo do Porto, que tem 40 Deputadose aqui ficamos pelos 4.Isto mostra a importância que tem sidodada aos Portugueses fora de Portugal.Nós apresentamos uma lista com doiscandidatos efetivos e dois candidatossuplentes porque a lei assim o obriga.Se eventualmente lá chegarmos, depoiscomeçaremos com certeza mais a tra-balhar em prol dos Portugueses e maisuma vez, volto a dizer, a lei eleitoral con-forme muitas outras leis, têm de ser re-vistas e têm que ser realmentemelhoradas.

    E quais são as propostas do PNR parauma eventual reforma da Lei eleitoral?Acabar com o método de Hondt. Paranós, o método de Hondt está comple-tamente ultrapassado.

    Defende círculos uninominais?Exatamente.

    E o Voto eletrónico?É uma possibilidade. Tem de ser estu-dada, aliás foi experimentada emÉvora…

    Há no PNR quem diga que os Portugue-ses que saíram do país, o fizeram porvontade própria e por isso não devemter os mesmos direitos em Portugal.Estou enganado?Não sei quem possa ter dito tal coisa.Garanto-lhe eu que não é a ideia dopartido.

    Uma das razões pela qual os Portugue-ses residentes no estrangeiro não re-gressam a Portugal são os saláriosdemasiado baixos. O PNR tem propos-tas de aumento do salário mínimo?Nós não apostamos em aumentos desalários, nós apostamos na redução dosimpostos sobre os salários. Sejam osimpostos que os trabalhadores têm depagar, como aqueles que as empresastêm de pagar. Temos uma carga fiscalaltíssima, e acreditamos que é possívelbaixá-la. Ao baixar a carga fiscal, au-mentamos o poder de compra, não meparece que seja forçosamente necessá-rio subir os salários. Obviamente queem alguns casos sim, mas na grandemaioria não é necessário aumentar ossalários, é necessário diminuir sim acarga fiscal.

    O que me diz do Estatuto de residentenão habitual?É um estatuto para manter.

    Mesmo para estrangeiros?Mesmo para estrangeiros que queirammorar em Portugal.

    E o Visa Gold?O Visa Gold não tem de existir, ponto.Deve existir um visto, porque no nossoentender as fronteiras deveriam estarfechas, não para impedir alguém de en-trar, mas para podermos saber quementra.

    O PNR quer repor as fronteiras?Com certeza, é uma das nossas bandei-ras de sempre. E da qual não abdica-mos.

    E sair do Euro?Não temos hipóteses de sair do Euroneste momento. Se tivesse todas ascondições para podermos sair, com cer-teza.

    Há mais alguma proposta do PNR sobreComunidades, que queira destacar?Podemos falar da questão do registocivil das crianças que nascem fora dePortugal, e que, por vicissitude ou sepa-ração dos pais, ou que perderam o con-tacto com os pais, ou eventualmentepor guerra dos pais, não podem ser re-gistadas em Portugal, uma vez que ob-rigamos à presença do pai e da mãe.Contornar esta situação, aceitar a cédulade nascimento, o registo de nascimento,no país de nascença, e obviamente umfilho ou de filha de português terá todoo direito de ser considerado portuguêsou portuguesa também.

    Está a dizer que é necessário facilitar oacesso à nacionalidade aos descenden-tes de Portugueses. É isso?Exatamente.

    Até onde?Até à terceira geração. Nós defendemoso “jus sanguinis” até à terceira geração.Não faz qualquer sentido o “jus solis”.Não é por termos nascido em Françaque somos Franceses, da mesma formanão é por nascermos em Portugal quesomos Portugueses. Somos Portugue-ses porque somos filhos, netos, bisnetosde Portugueses. Só assim fará sentido.

    Quem nasce em França é francês.Estou a falar no meu ponto de vista, noponto de vista do PNR.

    Quais são os Partidos com os quais temrelação em França? O RassemblementNational (RN)?Não temos qualquer relação com qual-quer Partido em França. Gostaríamos deter. Revemo-nos nos princípios de Ma-rine Le Pen, no entanto, infelizmente,não temos qualquer relação.

    Porque se candidata a esta eleição. Qualé o objetivo?O resultado é sempre ajudar os Portu-gueses que estão fora de Portugal. Dar-lhes as melhores condições possíveis. Eabrir-lhes as portas para poderem re-gressar com condições.

    O Partido tem núcleos no estrangeiro?De momento não.

    Há partidos que não concorrem emtodos os círculos eleitorais. O PNR podianão apresentar candidatura por estecírculo eleitoral…Mas o PNR pensa em todos os Portu-gueses. E por muito pouco que possa-mos oferecer neste momento, não nosesquecemos deles. E aquilo que estiverao nosso alcance com certeza que seráfeito.

    Entrevista completa a ler em: www.lusojornal.com

    Por Carlos Pereira

    Eleições Legislativas

    O PNR quer fechar as fronteiras e dar prioridadeaos Portugueses, onde quer que eles morem

    25 septembre 2019

  • LUSOJORNAL POLÍTICA 09

    Iniciativa Liberal quer os Consulados abertos aos sábadosSuzanne Rodrigues nasceu em Parismas regressou “às origens” no anopassado, quando se mudou para Lis-boa. É a candidata cabeça de lista dopartido Iniciativa Liberal, pelo círculoeleitoral da Europa nestas legislati-vas.Licenciada em gestão e compra deimóveis, tirou um Mestrado em au-ditoria, consultoria e perícia imobi-liária. Atualmente é analista finan-ceira para um promotor imobiliá-rio. “Analiso a viabilidade dos proje-tos antes de eles serem construídos”.

    A Suzanne é muito nova ainda, masjá militava em algum Partido polí-tico?Nunca aderi a um Partido político,sempre tive umas ideias liberais,mas nunca senti que um Partido...que eu me identificasse a 100% comum Partido. É pois a minha primeiravez.

    E como surgiu esta adesão ao Inicia-tiva Liberal?Numa conversa com colegas de tra-balho, estávamos a discutir da eco-nomia portuguesa e de repente osmeus ideias começaram a fazer sen-tido com os da Iniciativa Liberal.Houve um colega meu que me disse“Ó Suzanne, tens ideias bem-feitas,vai ver o que se passa na IniciativaLiberal, vai ler o programa, é um par-tido jovem, tem um ano e meio, vaiparticipar nos eventos, há eventospor aí, eventos informais, vai partici-par, vai falar com as pessoas, lê oprograma, e faz-te a tua própriaideia”, e assim fui. Em fevereiro fui aomeu primeiro encontro de jovens daIniciativa Liberal, em Lisboa, e faleicom as pessoas, houve debates in-teressantes sobre os impostos por-tugueses. E foi assim que aderi àIniciativa Liberal.

    Mas como se passa de militante acandidata e cabeça de lista do Inicia-tiva Liberal?Aderi antes das eleições europeias edepois das Europeias começaram apensar nas Legislativas. O CarlosGuimarães Pinto que é o nossoPresidente, andava à procura decabeças-de-lista para cada círculo,e pensou em mim para o círculo daEuropa. Como eu conheço a Comu-nidade portuguesa em Paris, paraele fazia sentido que fosse eu a re-presentar o Partido para esta aven-tura.

    Quais são as linhas diretivas do Ini-ciativa Liberal?Digamos que é um Partido do centro,com ideias bastante liberais.

    Com que Partido se identificam emFrança?Não temos ligações oficiais, mas jáestivemos a falar com o “MouvementRadical Social” que se aparenta àsnossas ideias. Vamos ver, vamos tro-car ideias e impressões.

    Quais são os principais problemasque identificou nas Comunidades

    portuguesas?O problema principal da Comuni-dade portuguesa é a dificuldade deaceder aos Consulados. Ou seja, umapessoa quando precisa de algumserviço no Consulado, atrasa-semuito. Por um lado, o tempo deatendimento, por outro, de recolhade documentos e recolha adminis-trativa, é sempre muito longo. Eu jáfui ver vários Consulados duranteesta campanha. Aquele que funcionamuito bem é o Consulado Honoráriode Andorra. Por experiência própria,sei que o Consulado de Paris é umbocado complicado, é preciso espe-rar um mês para obter uma marca-ção para o Cartão de cidadão.Mesmo com marcação prévia, temque chegar ao Consulado e esperarum certo tempo, e perde umamanhã só para poder retirar o Cartãode cidadão. É isso mesmo o pro-blema, a falta de rapidez no trata-mento administrativo.

    E quais são as soluções?Em relação a essa questão, o Inicia-tiva Liberal propõe modernizar arede consular, ou seja, fazer umasespécies de parcerias com empresastecnológicas para privilegiar a partetecnológica em detrimento da partemanual. Ou seja, haver menos pape-lada como se diz em Portugal e maiseficácia tecnológica.

    Nos Consulados já praticamentetudo é informatizado. Por exemplo,para um Cartão de cidadão já nem énecessário levar fotografias. Onde sepode modernizar mais tecnologica-mente?Relativamente ao Cartão de cida-dão é verdade que em Portugalestá muito bem feito e temos umsistema que funciona muito bem.Eu tenho o exemplo dos casamen-tos. Um casal que queira casar noConsulado, necessita de assinarmuitos documentos e tem de ir pri-meiro ao Consulado, umas duasvezes, para preencher tudo, e de-pois é que se podem casar.

    Em França também ninguém se casaem 5 minutos…Sim, é verdade. Mas para o Consu-lado, se fosse o casamento fosseinformatizado, permitiria um trata-mento mais rápido da informação.Claro que tem de haver uma certapreparação, mas acho que a níveladministrativo podemos melhoraressa parte.

    E sobre o número de Consulado, oIniciativa Liberal promete abrir maispostos?Não acho que sejam necessáriosmais Consulados. Eu acho que osque estão agora em atividade devemser mais eficientes. Sabemos que háalguns anos atrás, fecharam muitosConsulados, mas a crise foi em Por-tugal inteiro. A Administração cortoumuito nos funcionários consulares, eacho que agora temos de ter maispessoas, senão elas não conseguemdar conta do recado. Na região deParis havia três Consulados, agora hásó um.

    Os Portugueses residentes no es-trangeiro são conhecidos por nãovotar. Porque razão acha que os Por-tugueses não votam?Há várias razões para que os Portu-gueses não votem. Para já, acho quehá uma falta de informação paracom a Comunidade portuguesa. Eunão devia dizer isto, mas eu nuncavotei por Portugal quando estive cá.Houve eleições e nunca votei porPortugal. Eu votava em França. Eutinha a dupla nacionalidade e nãosabia, infelizmente, que podia votarpor Portugal e pela França. Emboraeu visse a televisão portuguesa, emcasa, os meus pais falam português,mas não tive acesso a essa informa-ção. Este dever de informação, pensoque é da responsabilidade do Con-sulado, que deveria ter algum papelnisto. Ou seja, a nossa proposta, porexemplo, é que os Consulados façamuma Newsletter informativa sobre asimportantes notícias que vão saindoem Portugal e enviar semestral-mente ou trimestralmente.

    Este Governo alterou as regras de re-censeamento e tornou-o automáticopara quem tenha Cartão do cidadão.Acha que foi uma boa ideia?Acho que foi um muito bom princí-pio, sim. As pessoas nas eleições an-teriores não iam votar porquetinham de se inscrever três mesesantes. Por isso, acho que foi um bomprincípio. Agora as pessoas, com aexperiência própria, não sabem porquem votar, não se sentem dentroda situação. Tenho a impressão defazer mais pedagogia com as pes-soas do que propriamente estar afazer campanha eleitoral e expor asideias liberais. Acho que não é umafalta de interesse, porque quandovocê fala com as pessoas, elas inte-ressam-se em saber como votar. Hámesmo uma falta de informação.

    Como é que se pode fazer? Acho queo Consulado, já que é o órgão aquide ligação entre o país de origem eo país de residência, acho que temum dever em informar a Comuni-dade. Pelo menos para receber aNewsletter informativa.

    O que me tem a dizer do Ensino dalíngua portuguesa no estrangeiro?Eu acho que primeiro tem de vir daprópria família, dos pais a incentiva-rem os filhos a irem à escola. Eu pró-pria não queria ir às aulas deportuguês, mas foram os meus paisque me forçaram e estou muitoagradecida por isso. O Iniciativa Li-beral propõe que as associaçõespromovam o ensino da língua e tam-bém tentar fazer com que o portu-guês seja a terceira língua no ensinodo país de residência. Ou seja, incen-tivar o país de residência dos Portu-gueses a terem como opção a línguaportuguesa.

    Então, acha que o ensino da línguaportuguesa deve ser feito nas asso-ciações ou nas escolas?O ensino deve ser integrado nasescolas normais, mas acho que asassociações e as instituições por-tuguesas cá em França ou noutrospaíses, têm também dever de in-centivar essas pessoas a aprenderportuguês. Também queremos in-centivar Portugal a pôr mais pro-fessores em França e nos outrospaíses. Isso tem custos, mas o di-nheiro que é empregue no ensino,acho que é essencial.

    Que mais propostas tem para o cír-culo eleitoral da Europa?Queremos criar um centro de apoiopara as pessoas que vão para a re-forma e que possam juntar a re-forma portuguesa e a reformafrancesa. A geração dos meus paisestá a entrar na reforma. Cinco anos

    antes da idade, chega muita infor-mação, e têm de chamar advogados,pessoas que as ajudem, e nós pro-pomos um Centro de apoio, em diasespecíficos ou uma vez por mês ouduas ou três... e devia ser no Consu-lado.

    Vi que querem alterar os horários deabertura dos postos consulares…Sim, o Iniciativa Liberal propõe umamudança nos horários de aberturado Consulado: por exemplo fechar oConsulado à segunda-feira e abrir nosábado para que as pessoas que tra-balham possam deslocar-se mais fa-cilmente ao Consulado no diamarcado. Isto para facilitar o acessoà Comunidade. O que também que-remos propor é uma facilidade norecenseamento eleitoral. Por exem-plo pessoas que estão num paístemporariamente, voluntários, alu-nos, trabalhadores que estão cá tal-vez seis meses, ou estagiários,queremos que essas pessoas pos-sam votar.

    Mas esses já podem votar. Chama-sea isso, voto em mobilidade.Queremos que seja mais fácil paraeles.

    Que avaliação faz do atual Secretáriode Estado das Comunidades Portu-guesas?Eu acho que ele não está muito pró-ximo da Comunidade portuguesa. Sevão perguntar a uma pessoa quem éo Secretário de Estado, não vai saber.Como não sabem quem são os De-putados deles. Então devia ter umamaior proximidade. A medida sobreo recenseamento automático foiuma boa medida. O que falta é, secalhar, ajudas as associações, omundo associativo. O mundo asso-ciativo é o que faz com as pessoasnão se sintam fora, que sintam aindaas origens. Um apoio, que seja a nívelde formação, não forçosamente fi-nanceiro. O Presidente da associa-ção, não é o trabalho dele, se calharnão vai saber fazer planos de ativi-dades, gerir a associação em si. Achoque era importante terem formaçõespara saber gerir melhor as associa-ções. Os recursos podem vir do setorpúblico, mas também do setor pri-vado. Por exemplo, na Cap Magel-lan, mais de metade do orçamentodeles é privado, trabalham os pa-trocínios, e afinal as ajudas públi-cas são mínimas. Eu falei com eles,e eles disseram que foram encon-trar patrocinadores. Isso é bom. Asassociações esperam muito do Es-tado, mas se calhar podiam tam-bém, com uma ajuda, fazer essetrabalho junto dos privados.

    E que avaliação faz dos dois Deputa-dos por este círculo eleitoral da emi-gração na Europa, Carlos Gonçalvese Paulo Pisco?Estamos a precisar de um bocado dear fresco. Têm feito trabalho, mas euacho que este círculo eleitoral está aprecisar de novos candidatos.

    Entrevista completa a ler em: www.lusojornal.com

    Por Carlos Pereira

    Suzanne Rodrigues, candidata pelo Iniciativa Liberal

    LJ / Carlos Pereira

    25 septembre 2019

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  • LUSOJORNAL CULTURA 11

    Magie: David Rego vient d’éditer «L’Illusion du Milieu»Le magicien portugais David Regovient de publier son premier livredédié justement aux magiciens:«L’Illusion du Milieu». Il s’agit dupremier épisode de la collection«The magic serie» qui s’enrichiradans les années à venir. «Je ne saispas si les magiciens vont aimer ceque j’écris, mais j’ai beaucoup dechoses à leur écrire» avoue-t-il auLusoJornal. «J’ai déjà eu de retourstrès positifs».Avant tout, la magie est une passionpour David Rego qui a changé unemploi stable d’informaticien, pourdevenir professionnel de la magie!Une passion devient dévorantequand on pense à elle nuit et jour.C’est ce qui est arrivé au jeune DavidRego qui aux alentours de ses 8 ansne pensait déjà plus qu’à la magie,au point de dédier des après-midisau visionnage de spectacles demagie. L’envie est telle d’apprendredes tours, de les reproduire, d’encréer, qu’il est en manque dès que lecours de magie du mercredi après-midi, à la MJC, se terminait. «J’étaismalheureux quand ça se finissait.J’étais surexcité et j’attendais tousles mercredis avec impatience»,confirme celui qui était encore unapprenti magicien.Lui qui a été porté vers la magie parses professeurs. «Mon professeur dephysique, au collège, m’a proposéde faire du théâtre et j’ai accepté.Puis j’ai rencontré un ventriloque,Billy Max. Ce gars-là, il m’a apprisdes tours que sur le moment je n’aipas compris, et que j’ai compris bienplus tard», nous dévoile David Regoqui n’a d’ailleurs plus eu de nou-velles de Billy Max, parti entre-temps aux États-Unis.La passion est là, les entraînementset le travail également, toutefois lesétudes ne doivent pas rester en re-trait car ses parents veulent qu’il aitun «vrai métier». David Rego suitune formation, travaille sporadique-

    ment sur les chantiers avec son pèrepour avoir de l’argent de poche, puisil devient «ingénieur informaticien»pendant 10 ans. Car même si sa pas-sion est la magie, il veut rendre fierses parents et comme il le concèdelui-même, il «gagnait très bien» savie.Après 10 ans de double emploi - in-génieur informaticien le jour, magi-cien la nuit - David Rego tranche etne se dédie plus qu’à une seule pas-sion, celle qui brûle en lui: la magie!En 1995 il devient «magicien profes-sionnel» et enchaîne rapidement denombreux spectacles dont des ca-barets dans les années 2000. Au-jourd’hui le rythme est différent,bien plus calme: «une cinquantainede spectacles par an, environ 4 parmois, un par semaine». Car DavidRego aime être sur scène, aime don-

    ner du plaisir aux spectateurs, maisil aime aussi «créer des tours» etça… ça lui prend beaucoup detemps.Pour ceux qui veulent le voir enspectacle, il est tout de même sou-vent sur les planches et baroude àtravers la France, mais aussi l’Angle-terre, la Belgique, l’Espagne, et bienévidemment le Portugal. «Le Portu-gal reste le pays de mes racines, dela famille, du cœur» dit-il au Luso-Jornal. Ce n’est pas le pays de lamagie, même s’il a déjà fait desspectacles là bas. «J’ai même fait dela magie de rue à Albufeira».Quitter la «vie» d’un ingénieur infor-maticien pour celle d’un magicien,n’est pas chose facile. Cela a tout demême inquiété sa famille. «Pour mamère, ce n’est pas un métier, mais jesais qu’elle me soutient, qu’elle

    m’aime et personne ne m’aimeracomme elle. Quant à mon père, il apeur que je me loupe lors de mestours, comme à la Fête de Neves,près de Viana do Castelo d’où je suisoriginaire. Mon père était tellementstressé qu’il ne m’a pas regardé»,nous raconte-t-il amusé.La vie d’artiste a beaucoup changéces derniers temps et les magicienstravaillent bien souvent en directavec leurs clients grâce à internet,ce qui a permis par exemple àDavid Rego d’avoir une plus grandeautonomie vis-à-vis des agencesartistiques, toutefois il regrette nepas être plus sollicité par la Com-munauté portugaise. «J’ai déjà tra-vaillé avec Pâtisserie Canelas, ouavec des banques portugaises lorsd’évènements. Je regrette de ne pastravailler plus avec la Communauté

    portugaise et avec les associations.J’espère que cela va changer dansle futur», assure celui qui crée desspectacles à la carte et qui souhaitesurtout être sur les planches.Aujourd’hui, celui qui est arrivé enFrance à l’âge d’un an et demi, a dé-cidé de se mettre à nu en publiantun livre sur la magie, et surtout unlivre expliquant comment réaliserdes tours. David Rego ouvre lesportes de son antre, d’une tech-nique qu’il apprécie, celle où on uti-lise les cartes.«L’Illusion du Milieu», c’est donnerl’impression qu’on met une carte aumilieu du jeu. Mais y est-elle vrai-ment? Au milieu de ce jeu? Il faudralire le livre pour en savoir plus. Cetœuvre a été réalisée pour queDavid Rego voit les autres magi-ciens reproduire ses tours. «Ecrireun livre de magie c’est comme ou-vrir son cœur». Mais c’est aussipour donner envie aux jeunes dedevenir magicien. «Quand j’étaisgamin, je passais mon temps à liredes livres de magie et j’étais trèsheureux. C’est ce que je veux repro-duire», admet-il, lui qui veut laisserune trace de son passage sur terre.«Les écrits restent. On ne meurt pasauprès d’un enfant».Une vocation, une passion,… ce quiest sûr, c’est que ce livre regorge deplus de 150 tours. Une bible pourceux qui sont initiés ou qui veulents’initier à la magie. Une œuvre qu’ila mis 8 ans à écrire, mais qui est lerésultat d’une quinzaine d’annéesde travail.David Rego nous livre des secrets,mais c’est une goutte d’eau dans unocéan pour celui qui a plus de 500tours, rien que dans les spécialitésde carte et de close-up, cette der-nière étant une technique où le tourest réalisé au plus près du publicqui, comme à l’accoutumé,… ne voitque du feu.David Regowww.votre-magicien-pro.comTel.: 06.87.82.81.89

    Par Marco Martins

    Arrivé en France tout petit, ce portugais est un magicien confirmé

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    LJ / Carlos Pereira

    25 septembre 2019

  • LUSOJORNAL12 CULTURA

    Vhils tem duasnovas obras emParis

    O artista português AlexandreFarto, conhecido como Vhils, con-cluiu este mês duas novas obrasem Paris, uma delas através deum concurso internacional lan-çado pela Mairie de Paris e outrano âmbito da Urban Week 2019.“É magnífico e insere-se bem napaisagem urbana. E esta técnicaé muito diferente. Como é queeles sabem onde martelar paracriar este padrão?”, interroga-vam-se Christelle e Frederique,que trabalham na La Defense, odistrito financeiro de Paris, emfrente à nova obra de Vhils.O novo mural foi inaugurado naquarta-feira da semana passada,tem 22 metros de comprimentopor seis de altura e está inseridona iniciativa Urban Week 2019,promovida pela empresa públicaParis La Defense, que gere a zonaonde se encontram algumas dassedes de multinacionais e dasmaiores empresas francesas.No seio do coração financeiro dacidade, o conceito da Urban Weeké espalhar arte urbana, acompa-nhada por concertos e animaçãonuma área que é muitas vezese