de ciêncios sociois do associoçõo acodémico...
TRANSCRIPT
Revisto dos olunos de GeogroÍio e Ploneomento do Universidode do Minho
de Ciêncios Sociois do
Associoçõo Acodémico do
.com - Ploneomenlo e Ordenomenlo
Revisto dos olunos de Geogrofio e Ploneomento do Universidode do Minho
n Óreo é umo revisto que publico no Íormofo de ortigocieníÍico trobolhos de olunos e recém licenciodos emGeogroÍio e Ploneomenfo pelo Universidode do Minho.
Este número é especiol e nele publicom-se ortigos de especiolistos,subordinodos oo temo O Minho ,., oindo foz sentido?
Direcçóo Pnuto PenetnR (directod
DovtNeos S[vn (director-odjunto)
RcARDo ALMENDRA (direcïor-odiunto)
Eoenn Goruçruvrs (direcÌoÊodjunto)
Propriedode e ediçÕo:GeoPlonUM - Assocloçóo de EsÌudonfes de Geogrofio e Ploneomento do Unlversidode do Minho
ISSN: ló45-1007
Depósito legol: ló259ó / 0l
lmpressõo e ocqbomenÌos: ïpogroflo Abreu, Souso & Brogo, Ldo - Brogo
Oreo - Revisto dos olunos de Geogrofio e Ploneomenfo do Universidode do MinhoSecçóo de Geogrofio - Universidode do Mlnho - Compus de Azuém
48ì O GUIMARAES
emoil : revisto_oreo@moil, pf
Área. 4. GeoPIanUM, Guimarães, 2004, 59-78.
MINHO-LIMA, REGIÃO,.ADORMECIDA"ENTRE O GRANDE PORTO E AGÁJ-IZ,A
Rur R ruos &VÂsco MrnrNoa
Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho
INrnoouçÃo
O Minho-Lima, sub-região estatísrica NUTIII, corresponde aos dezconcelhos (fig"t" 1) do Distrito de viana do castelo. A região abrange,nÌrm espaço geogúfico de 2219km', vma população de 250275 residen-tes (INE, 2002). A locelizaçío geogrâftca do Minho-Lima, no Noroestede Pornrgal, posiciona a teglão entre o Grande Porto e a Gelrza. Algunsautores consideram que a ligação entre estas duas rcgiões poderá vir aconstituir uma Euro-reg!ão (Ì.{orte litoral de Pornrgal e Çalizl), desdeAveiro até à Corunha-Ferol e constituída, do lado português, porÂveiro, Grande Porto, Vales do Ave e do Cávado e Minho-Lima, e doIado galego, por Vigo-Pontevedra, Santiago e Corunha-Ferol.
o Minho-Lima deverá ser sempre considendo como um intedocutoractivo na constituição desta Euro-região. E, devido ao seu posiciona-mento estratégico dentro da atea, geogrâfrca, bem como, devido a ser azona ftontetnça luso-espanhola, poderá mesmo vir a assumir o papel de"nó de intermediação" nL Euro-região. No entanto, actualmente existeum desequilíbrio notório entre a dinâmica do sistema urbano doMinho-Lima e o das restantes zon s, em particular o Grande porto e ategião urbana de vigo-Pontevedra, o que coloca problemas nas dinâmi-cas de integação do Minho-Lima na Euro-região.
Rui Ramos & Yasco Miranda
Figura r. Or **"a do Minho-Lima.
A redução dos desequilíbrios existentes pode vir a ser um dos pdnci-pais objectivos das políticas das unidades teffitoriais supra-municipais emconstituição. A Sul da reg1ão a ComUrb de Valimar appztr cinco con-celhos do Minho-Lima e um do Vale do Cávado, Ârcos de Valdevez,Caminha, Esposende (do Cávado), Ponte da Barca, Ponte de Lima eYiana do Castelo, e a Norte a Comlnter do Vale do Minho agrupa osrestantes 5 concelhos, Monção, Valença, Melgaço, Paredes de Coura eVila Nova de Cervefua. Estas novas entidades devem âtingir um papelactivo no aproveitamento das potencialidades intrínsecas à região, bemcomo, nas telações extrínsecas que venham a estabelecer quer â Nortequet a Sul.
Deste modo, justifica-se a análise dos aspectos socio-económicos dategpão como uma forma de avaliar a sua capacidadepara responder aosfutuos desafios.
CenecrBnrz ç^o sócro-EcoNóMrca Do Mrxno-Lrue
Infra-estruturas de transpoftes
Em termos de eixos viários estruturantes da potencial Ewo-regqão,com um desenvolvimento predominante na direcção Sul-Norte, podem-se identificat do lado pornrguês o IP1 (auto-estrada Âvefuo-Porto-Braga-
60
Rui Ramos & Vasco Miranda
Nesse mesmo estudo são identificados e enumefados Ìrm coniunto
múto exaustivo de proiectos articulados com os principais
eixos/vectores identifìcados e que coffespondem a pfetensões locais,
quer municipais quer de outros actofes. As intervenções âpfesentadas
denotam diferentes níveis de abrangência, municipal, intermunictpal e
mesmo nacional.
Os municípios de ambos os vâles, Minho e Lima, têm considerado
como prioridade â consolidação das actividades económicas da região,
em pafticular as associrdzs ao sectof Agto-Flotestal, ao Tudsmo e ao
Tecido Empresarial e Industdal. As tipologias de acções têm coÍfespon-
dido fundamentalmente â intervenções materiais' ctLaçío e
infra-esttuturação de zon s de localì"ação de actividades económicas e
de serviços de logística industdal, ptomoção de fileiras de recursos locais
(florestas, vinho, gtanitos, agto-alimentares) e recuperação e rcqualifica-
ção dos centros históticos e centfos rurais. As intervenções imatedais
têm ptomovido o pequeno cométcio tradicional, a ünamização do
turismo e de empresas associad^s e a pÍomoção evaloização do patri-
mónio ambiental. ComplementafÍnente a estas acções também é identifi-
cado como fundamental para o Minho-Lima a pfomoção e qualificzção
dos seus fecÌüsos humanos, nomeadamente pelo reforço da qualidade e
pertinência dos cursos tecnológicos e profìssionais, pelo reforço e diver-
sificação da ofena do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (através
da cnação de um pólo no Vale do Minho) e pelo investimento e qualifì-
cação dos activos, procurando vzlonzat a polivalêncía, dat formtçío
empresarial, qualificar activos de baixo nível de ensino e dar formação
específica p^r^ L c'jr2lçáo do própdo empfego em novas ârets e serviços.
CoNcrusÕBs
Estando ^ rcglão em análise, o Minho-Lima, posicionada estfategica-
mente em terÍnos geogfáficos e de ligações rodo e ferroviárias constitui
cada vez mais um espaço potencial de desenvolvimento económico e
social, ÍÌo contexto do Norte de Pornrgal. Contudo, pela análise de vários
indicadores socio-económicos e estudos iá efectuados é notório que a
rcgqão se apÍesenta débil em potenciais recursos humanos e com uma
estfutufa utbana frágil traduzindo desequiìíbrios intetnos no que respeita
a indicadotes de desenvolvimento e qualidade de vida'
76
Mìnho-Lìma, região "adormecida" entre o Grande Porto e a Galiza
Pela análise dos indicadores socio-económicos destaca-se:
Uma petda genera)lza.dâ, mas pouco signifìcativa, de popul^ção n^meuona dos concelhos;
Um aumento do índice de envelhecimento da população em todos osconcelhos, sendo mais signifìcativo em Melgaço, Arcos de Valdevez,Monção e Paredes de Coura;
O sistema territorial caractenza-se por uma distribüção populacionalmais concenúada ao longo dos principais eixos rodoviários e sedes deconcelho;
Os dados do emptego são semelhantes aos da Região Norte, isto é,baixa taxa de desemprego e elevada taxa de actividade, sendo no entantoos sectores predominantes os tradicionais (construção, comércio a ret^-lho e agicultura) e os do sector público (Educação, ÂdministraçãoPública, Defesa e Segurança Social, Saúde e Acção Social), traduzindoum baixo dinamismo empresarial;
O baixo nível de instrução da população é também um handicap panum maiot investimento emptesarial na rcg!ão;
É evidente a necessidade de um desenvolvimento estratégico e inte-gado darcg1ão, paticularmente no que respeita ao ünamismo e diversi-ftcaçio do tecido ptodutivo, valonzaçío e fixação dos recursos humanose criação de emprego, uabüzaçáo de uma estratégia global no âmbitodos transportes e acessibiüdades e preservação do património cultural.
De modo a combater os desequilíbrios existentes foram já feitosinvestimentos na rcgão, na melhoria das condições de infra-estruturas detransportes e acessibilidades, divers ífrcação de eqúpamentos colectivos,melhoria das redes de saneamento básico e qualificaçáo, va)onzação ereabilitação das áreas urbanas.
Neste contexto, os políticas territoriais patu a região devem ter comoobjectivos gerais a promoção da competitividade, coesão e qualificaçãodo teritório, e melhor^r ^s condições de empregabiüdade dos recursoshumanos existentes, na procura da resolução das debilidades remanes-centes) em especial, o acolhimeÍÌto e gestão empresarial, a qualifìcação eestÍuturação dos centros históricos, a promoção da valorizaçào ambientale z crtação de condições de competitividade dos recursos humanos.
77
Rui Ramos & Vasco Miranda
Brnrrocnerre
INE (1992) - Recenseamento da População e da Habitação (Poúgal) - Censos 1991 . Instintto
Nacional de Estatístic4 Lisboa.
INE (2002) - Estudo sobn o Poder de Compra Concelhìo 2002. htstitttto Nacional de Estatís-
tica, Lisboa.
INE (2002) - Os Mmicípios da Rcgiãr Noúe: 2001 (CD-Ron).Instituto Nacional de Esta-
tístic4 Porto.
INE (2002) - Recenrcamentl da Popilação e da Habitação (Portryal) - Cercos 2001 . Insntuto
Nacional de Estatística, üsboa.
Rú Ramos é mestre e licenciado em Engenharia Civil pela Uni-
versidade do Porto e doutorado em Engenharia Civil, Especiali-
dade de Planeamento Territorial, pela Universidade do Minho. E
Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Civil da Uni-
versidade do Minho, tesponsável pelas disciplinas de Planeamento
Territorial e Engenharia deTrâfego da licenciatura em Engenharia
Civil e pela disciplina de Teledetecção e CanogafraAutomática da
ücenciatura em Geografia e Planeamento. Realiza investigação
científi.ca e orienta alunos de mestrado e doutoramento nas temá-
ticas de Planeamento e Ordenamento do Território.
Vasco Mitanda é licenciado em Geogtafia e Planeamento pela
Universidade do Minho e actualmente é Investigador no Labora-
tório de Sistemas de Informação Geogáfica do Departamento de
Engenharia Civil da UM.
78