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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM
TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO
DELIMITAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
ATRAVÉS DA BIBLIOTECA SAGA E CRIAÇÃO DE
LINKS4GEO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Isabela Silveira Mello
Santa Maria, RS, Brasil
2016
DELIMITAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ATRAVÉS
DA BIBLIOTECA SAGA E CRIAÇÃO DE LINKS4GEO
por
Isabela Silveira Mello
Relatório de Estágio apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em
Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como requisito parcial
para obtenção do título de
Tecnólogo em Geoprocessamento.
Orientador: Profª. Me. Michele Monguilhott
Santa Maria, RS, Brasil
2016
Universidade Federal de Santa Maria
Colégio Politécnico da UFSM
Tecnologia em Geoprocessamento
A Comissão Examinadora abaixo assinada,
aprova o Relatório de Estágio
DELIMITAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ATRAVÉS DA
BIBLIOTECA SAGA E CRIAÇÃO DE LINKS4GEO
Elaborado por
Isabela Silveira Mello
Como requisito parcial para obtenção do grau de
Tecnólogo em Geoprocessamento
COMISSÃO EXAMINADORA:
Michele Monguilhott, Me. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
Elodio Sebem, Dr. (UFSM).
Raviel Eurico Basso, Me. (UFSM).
Santa Maria, 11 de Julho de 2016.
Universidade Federal de Santa Maria
Colégio Politécnico da UFSM
Tecnologia em Geoprocessamento
DELIMITAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ATRAVÉS DA
BIBLIOTECA SAGA E CRIAÇÃO DE LINKS4GEO
Relatório de Estágio realizado no
Laboratório de Geoprocessamento – DESA UFSM
elaborado por
Isabela Silveira Mello
Profª Me. Michele Monguilhott
(Presidente/Orientador)
Prof. Dr. Daniel Allasia Piccilli
(Supervisor)
Isabela Silveira Mello
(Estagiário)
Santa Maria, 11 de Julho de 2016.
RESUMO
Relatório de Estágio
Colégio Politécnico da UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
DELIMITAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ATRAVÉS DA
BIBLIOTECA SAGA E CRIAÇÃO DE LINKS4GEO
AUTOR: ISABELA SILVEIRA MELLO
ORIENTADOR: MICHELE MONGUILHOTT
Santa Maria, 11 de Julho de 2016.
O Estágio Supervisionado, realizado no período de 01/03/2016 a 01/07/2016, com duração
total de 300 horas, como requisito parcial para a formação no curso de Tecnologia em
Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi desenvolvido no laboratório de
Geoprocessamento do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM, no
município de Santa Maria. Este relatório tem como intuito especificar as atividades
desenvolvidas durante a realização do estágio, no qual se teve como uma das atividades a
delimitação das bacias hidrográficas de cada estação telemétrica do estado do Rio Grande do
Sul de cada estação telemétrica com o auxílio do Quantum GIS. Para a delimitação das bacias,
utilizou-se a biblioteca SAGA, a qual a partir de um modelo numérico de elevação foi
possível efetuar a delimitação de forma automática. E o desenvolvimento de uma lista de links
com informação geográfica (Links4Geo), onde se encontram agrupados sites, os quais
fornecem dados geográficos, para dar subsídio aos graduandos e profissionais das mais
diversas áreas na busca por informações geográficas. Desta forma, as técnicas de
geoprocessamento e o sistema de informações geográficas, mostraram-se corretas e
satisfatórias para que o estudo fosse realizado da melhor forma.
Palavras-chave: Bacia Hidrográfica. Geoprocessamento. Sistema de Informações
Geográficas.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Superfícies vertentes e rede de drenagem de uma bacia hidrográfica................. .......8
Figura 2: Divisão hidrográfica do Estado do Rio Grande do Sul....................................... .......9
Figura 3: Estação Telemétrica............................................................................................. .....10
Figura 4: Mapa das Estações Telemétricas do Rio Grande do Sul..................................... .....11
Figura 5: Região Hidrográfica do Ibicuí............................................................................. .....12
Figura 6: Filled DEM da bacia hidrográfica....................................................................... .....14
Figura 7: Mapa do resultado final da Delimitação das Bacias............................................ .....15
Figura 8: Mapa das Sub-bacias derivadas do ponto das estações Telemétricas.................. .....16
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Estações Telemétricas da Bacia do Ibicuí........................................................... 13
Tabela 2: Fonte dos dados................................................................................................... 13
Tabela 3: Cronograma de trabalho...................................................................................... 17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CT Centro de Tecnologia
DESA Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPA Engenharia de Proteção Ambiental
MNT Modelo Numérico do Terreno
PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos
RS Rio Grande do Sul
RSTM Shuttle Radar Topography Mission
SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SIG Sistema de Informação Geográfica
SIRGAS 2000 Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SMAD Sistema de Monitoramento e Alerta de Desastres
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UTM Universal Transversa de Mercator
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A – Prévia de Links4Geo............................................................................22
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 3
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 3
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 3
3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 4
3.1 ESTÁGIO CURRICULAR .................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
3.1.1 A Lei .................................................................................................................... 4
3.1.2 Preceitos Legais .................................................................................................. 4
3.1.3 Objetivos do Estágio ........................................................................................... 4
3.1.4 Carga horária: ................................................................................................... 5
3.1.5 Jornada de trabalho: ......................................................................................... 5
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ......................................................................... 5
3.2.1.1 Identificação ...................................................................................................... 5
3.2.1.2 Infraestrutura e recursos humanos .................................................................... 6
3.2.3 Atividades desenvolvidas .................................................................................... 6
3.2.3.1 Bases conceituais das atividades ..................................................................... 6
3.2.3.1.1 Geoprocessamento ....................................................................................... 6
3.2.3.1.2 Sistema de Informações Geográficas ......................................................... 6
3.2.3.1.3 Bacia Hidrográfica ...................................................................................... 7
3.2.3.1.3.1 Delimitação de Bacias .............................................................................. 9
3.2.3.1.4 Estação Telemétrica .................................................................................. 10
3.2.3.2 Área de Estudos e Estações Telemétricas ..................................................... 11
3.2.3.3.1 Os resultados representam: Procedimento com o SAGA ......................... 14
3.2.3.3.2 Procedimento para disponibilizar o LINKS4GEO ................................... 16
3.3 Descrição das atividades por mês - Cronograma ............................................... 17
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 19
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 18
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 19
APÊNDICE A - PRÉVIA DE LINKS4GEO ............................................................ 22
1
1 INTRODUÇÃO
A estrutura deste relatório é composta inicialmente por uma breve descrição das
atividades realizadas no Laboratório de Geoprocessamento, lotado no Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM, localizado no Centro de Tecnologia - CT, em
Santa Maria – RS, durante o período de 01 de Março de 2016 a 01 de Julho do mesmo ano,
somando um total de 300 horas de estágio, orientada pela professora Michele Monguilhott e
supervisionada pelo responsável pelo laboratório, professor Daniel Allasia Piccilli, e
finalmente as considerações finais.
O trabalho fundamentou-se em ferramentas e rotinas de Geoprocessamento (GIS e
Sensoriamento Remoto, Análise Ambiental) e tratamento de dados qualitativos e
quantitativos.
Os temas trabalhados são agrupados em 3 áreas principais, cada uma composta por
dois sub-temas:
Área 1: Gestão de Recursos Hídricos
• Bacias hidrográficas
• Estações Telemétricas
Área 2: União de links da internet que contenham dados geográficos para download
• Classificação dos links encontrados
• Elaboração de uma lista dividida em sub-grupos
Área 3: Obtenção de estimativas de pluviométricas baseadas no satélite TRMM
• Download destes dados para projetos futuros
• Introdução ao software OpenGrads
O estágio é uma atividade supervisionada, relacionada com a área de estudos do
curso do aluno, que integra a formação acadêmica. Seu objetivo é proporcionar experiência
profissional ao aluno, visando “o aprendizado de competências próprias da atividade
2
profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para
a vida cidadã e para o trabalho” (Art. 1º, § 2º, da Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008).
O Estágio Curricular Supervisionado proporciona a complementação da
aprendizagem em situações reais de vida e trabalho, visando o aprendizado de competências
próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o
desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. O estágio é parte
integrante do Projeto Pedagógico do Curso de Tecnologia em Geoprocessamento e de caráter
obrigatório para obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento, fazendo parte do
itinerário formativo do educando.
Durante o período de estágio foi possível aprender diversas ferramentas do software
QuantumGis, e também muito sobre hidrologia aplicada ao Geoprocessamento.
3
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O objetivo do estágio foi colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de
aula ao longo do curso de Tecnologia em Geoprocessamento, utilizar as ferramentas de
geoprocessamento, resolver problemas e questões referentes à área de geo.
2.2 Objetivos Específicos
• Aplicar as ferramentas/técnicas de Geoprocessamento nas atividades propostas pelo
supervisor.
• Apresentar e analisar por meio de Sistema de Informação Geográfica (SIG) as bacias
hidrográficas do estado do Rio Grande do Sul, com ênfase na bacia do Rio Ibicuí e os pontos
das Estações Telemétricas desta bacia.
• Organizar endereços eletrônicos com fontes de dados geográficos para possibilitar a geração
de uma lista para catalogar estes endereços.
4
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 A Lei
A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, define o estágio como o ato educativo
escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o
trabalho produtivo do estudante. O presente Regulamento tem como finalidade estabelecer
diretrizes gerais para a realização do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório e Não
Obrigatório do Curso de Tecnologia em Geoprocessamento. O Estágio Curricular
Supervisionado proporciona a complementação da aprendizagem em situações reais de vida e
trabalho, visando o aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à
contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e
para o trabalho. O estágio é parte integrante do Projeto Pedagógico do Curso de Tecnologia
em Geoprocessamento, fazendo parte do itinerário formativo do educando.
3.1.1 Preceitos Legais
O estágio é ato educativo escolar supervisionado e obedece às normas estabelecidas
pela legislação específica (Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, Lei de Diretrizes e Bases
da Educação nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Resolução CNE/CEB nº 01, de 21 de
janeiro de 2004), Resolução N.025/10 da UFSM, bem como por este documento e com o
disposto no Projeto Pedagógico do Curso de Tecnologia em Geoprocessamento.
3.1.2 Objetivos do Estágio
Atender aos dispositivos legais e colocar o educando em contato com a realidade do
exercício profissional; Complementar a aprendizagem, realizando atividades práticas na linha
de formação do curso; Motivar o educando para a aquisição de conhecimentos mais
aprofundados, sobre temas relacionados com a sua área de formação; Oferecer situações e
experiências, que contribuam para a sua formação profissional; Proporcionar ao Curso de
Tecnologia em Geoprocessamento, através dos relatórios, subsídios para avaliar seu processo
educativo, possibilitando, assim, uma melhor adequação curricular; Ser instrumento de
interação do Curso de Tecnologia em Geoprocessamento com a sociedade; Universidade
Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM Curso de Tecnologia em
Geoprocessamento; Adaptar, de forma psicológica e social, o educando as condições em que
5
desempenhará suas futuras atividades profissionais; Proporcionar ao educando a convivência
com outras situações de aprendizagem.
3.1.3 Carga horária: 300 horas
3.1.4 Jornada de trabalho: 20 horas semanais
3.1 Caracterização da empresa
3.1.1.1 Identificação
Área: Geociências
Título: Delimitação de Bacias Hidrográficas através da biblioteca SAGA e
Links4Geo
Coordenação:
Prof. Dr° Daniel Allasia Piccilli - Universidade Federal de Santa
Maria/Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Profª. Drª. Rutinéia Tassi - Universidade Federal de Santa Maria/Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental.
Palavras-chave:
Bacia Hidrográfica,
Geoprocessamento,
Sistemas de Informações Geográficas
Modelo Digital de Elevação
Geomorfometria
O laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental, iniciou suas atividades em 2009, reúne cientistas das áreas de Ciências Exatas e da
Terra, Geociências (Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Sanitária e
Ambiental, Engenharia Florestal, Meteorologia, Tecnologia em Geoprocessamento, Técnico
em Geoprocessamento), e prioriza o apoio às atividades didáticas e de pesquisa dos
professores lotados no DESA, com especial atenção para as questões sociais e ambientais.
Desta maneira, o Laboratório de Geoprocessamento ligado ao DESA, possibilitou
que o estagiário vivenciasse o real dia a dia do Tecnólogo em Geoprocessamento
desenvolvendo atividades de pesquisa ligadas a área hidrológica.
6
3.1.1.2 Infraestrutura e recursos humanos
O Grupo de Pesquisa em Geoprocessamento do Laboratório é composto por 6
professores, 8 mestrandos, 4 doutorandos, 10 alunos de graduação e alguns colaboradores.
3.2.3 Atividades desenvolvidas
3.2.3.1 Bases conceituais das atividades
3.2.3.1.1 Geoprocessamento
Segundo Xavier-da-Silva (2001) Geoprocessamento é um conjunto de técnicas
computacionais que opera sobre bases de dados (que são registros de ocorrências)
georreferenciados, para os transformar em informação (que é um acréscimo de conhecimento)
relevante.
De acordo com Medeiros (2012) o Geoprocessamento é a área do conhecimento que
engloba um conjunto de técnicas ligadas à informação espacial, quer seja no tocante a coleta,
armazenamento, tratamento e análise, bem como no uso integrado desses dados geográficos.
Dentre as técnicas de Geoprocessamento mais utilizadas podemos destacar o sensoriamento
remoto, a cartografia temática, a estatística espacial e os Sistemas de Informações Geográficas
(SIGs).
Conforme Câmara et al. (2011) o Geoprocessamento pode ser considerado uma
ciência interdisciplinar, que permite o encontro de diferentes disciplinas científicas para o
estudo de fenômenos ambientais, urbanos e rurais.
O geoprocessamento está diretamente ligado com a área da hidrologia, fornecendo
subsídios, em forma de informações especializadas, para o processo e a tomada de decisão
nos projetos e atividades.
3.2.3.1.2 Sistema de Informações Geográficas
De acordo com Rosa e Brito (1996), um SIG pode ser definido como um sistema
destinado à aquisição, armazenamento, manipulação, análise e apresentação de dados
referenciados espacialmente na superfície terrestre. Essa tecnologia automatizou tarefas até
7
então realizadas manualmente e facilitou a realização de análises complexas, através da
integração de dados de diversas fontes. Podemos dividir os dados de um SIG em dois tipos:
• Dados Cartográficos: que consistem em informações contidas nos mapas
armazenadas numa forma digital. Exemplos: pontos, linhas, polígonos e
dados raster.
• Dados não gráficos: que consistem em informações qualitativas e
quantitativas sobre características dos dados cartográficos armazenadas numa
base de dados. Exemplos: tabelas, gráficos e textos.
Pode-se afirmar que as principais funções do SIG são:
• Gerar e visualizar dados espaciais e consequentemente, produzir mapas e
cartas topográficas;
• Realizar o cruzamento de dados de diversas fontes dando suporte à análise
espacial dos dados;
• Servir como um banco de dados geográficos com funções de
armazenamento e recuperação de informação espacial;
O objetivo geral de um SIG é, portanto, servir como ferramenta para todas as áreas
do conhecimento que necessitem de informações geográficas.
Junto com o avanço da computação, a geotecnologia vem proporcionando diversas
ferramentas voltadas para a gerência de recursos naturais, meio-ambiente, infraestrutura,
urbanização, entre outros, capazes de responder aos questionamentos impostos num espaço de
tempo muito inferior do que aquele necessário antes de seu advento. Entre as geotecnologias,
os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) destacam-se por permitir a interação de um
grande volume de dados geográficos e alfanuméricos correlacionados, amplificando, assim,
ainda mais as possibilidades de análise e otimizando o tempo de recuperação e manipulação
desses dados correlacionados (Ramos et al. 2007).
3.2.3.1.3 Bacia Hidrográfica
Segundo Chow et al. (1998), a bacia hidrográfica é uma área definida
topograficamente, drenada por um curso de água ou um sistema conectado de cursos de água,
dispondo de uma simples saída para que toda vazão efluente seja descarregada.
A bacia hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor, assim designado
por ser a linha de separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas e que
8
encaminha o escoamento superficial resultante para um outro sistema fluvial. São 3 os
divisores de uma bacia: geológico, freático e topográfico.
A expressão bacia hidrográfica é usada para denotar a área de captação natural da
água de precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, que é
chamado de exutório. A bacia (Figura 1) é constituída por um conjunto de superfícies
vertentes – terreno sobre o qual escoa a água precipitada – e de uma rede de drenagem
formada por cursos d’água que confluem até resultar um leito único no exutório.
Figura 1 – Superfícies vertentes e rede de drenagem que compõem uma bacia hidrográfica.
Fonte: EPA, 1998.
O Estado do Rio Grande do Sul está inserido nas Regiões Hidrográficas do Uruguai e
do Atlântico Sul. Por outro lado, o próprio Estado foi dividido em três regiões hidrográficas
menores, que são: a Região Hidrográfica do Uruguai, a Região Hidrográfica do Guaíba e a
Região Hidrográfica do Litoral.
A Região Hidrográfica do Uruguai constitui o conjunto de áreas que drenam para o
Rio Uruguai, embora haja uma parcela de área contribuinte a esse corpo d’água situada na
Argentina e no Uruguai. A Região Hidrográfica do Guaíba contempla todas as áreas cuja
contribuição segue para o Lago Guaíba. Já a Região Hidrográfica do Litoral é composta pelas
áreas que drenam diretamente para o oceano ou para o sistema de lagoas Mirim, Mangueira e
Lagoa dos Patos.
9
Figura 2 – Divisão hidrográfica do Estado do Rio Grande do Sul.
Fonte: EPA, 1998.
3.2.3.1.3.1 Delimitação de Bacias
No Brasil, a Lei Federal no 9.433/97 estabelece a bacia hidrográfica como unidade
territorial para aplicação da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). Assim, o traçado
de bacias hidrográficas automatizado e padronizado é fundamental para a efetivação da
PNRH, com o objetivo de minimizar possíveis conflitos de utilização dos recursos hídricos. O
desenvolvimento e o aperfeiçoamento de técnicas de delimitação automática de bacias
hidrográficas têm sido objeto de estudo em várias partes do mundo. Tais técnicas são
implementadas em ambientes de Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
Na prática, delimita-se a bacia a partir de curvas de nível, tomando pontos de cotas
mais elevadas para comporem a linha de divisão topográfica, devido à dificuldade de se
efetivar o traçado limitante com base nas formações rochosas e no nível freático. A área deve
ser definida em relação a um dado ponto ao longo do canal, ou à própria saída ou confluência
da bacia.
No processo de delimitação automática de bacias hidrográficas em SIGs, são
utilizadas informações de relevo, que podem ser representadas por uma estrutura numérica de
dados correspondente à distribuição espacial da altitude e da superfície do terreno,
10
denominada Modelo Numérico de Terreno (MNT). O MNT pode ser obtido por meio da
interpolação de curvas de nível extraídas de uma carta topográfica ou através de imagens de
sensores remotos.
3.2.3.1.4 Estação Telemétrica
São estações automáticas de monitoramento, através das estações telemétricas é
possível elaborar boletins diários sobre a quantidade de água disponível nas represas e permite
também o monitoramento dos rios. Essas estações possuem sensores de níveis que registram
as variações do nível de água nos rios e pluviômetros para coletar dados das chuvas. Além
disso, nelas, existe um canal que possibilita saber em tempo real se está chovendo, ou se irá
chover no local.
Figura 3 – Estação Telemétrica.
Fonte: SABESP, 2005.
Atualmente, o estado do Rio Grande do Sul conta com 55 estações telemétricas em
funcionamento (Figura 4), elas são monitoradas pela SMAD (Sistema de Monitoramento e
Alerta de Desastres) que é um projeto de implantação de monitoramento e alerta de desastres
para a Defesa Civil e órgãos competentes na gestão de risco, além de monitoramento com
vistas à gestão ambiental dos recursos naturais.
11
Figura 4 – Mapa das Estações Telemétricas do Rio Grande do Sul
Fonte: Elaborado pela autora.
Elas encontram-se em diversas regiões do estado, algumas contam com um número
maior de estações. Quanto mais próximas da capital do Estado, Porto Alegre é maior o
número de estações.
3.2.3.2 Área de Estudos e Estações Telemétricas
A bacia do Ibicuí é a maior de todas, com 36.397,69 km², situa-se a na região oeste
do Estado, entre as coordenadas geográficas 28°53' e 30°51' de latitude Sul e 53°39' e 57°36'
de longitude Oeste, abrangendo 30 municípios, drenando uma área de 35.439km², contando
com uma população total de 414.321 habitantes. Compreende parte das regiões fisiográficas
da Campanha, Missões e Depressão Central. Limita-se ao norte com a bacia do Ijui-Piratinim-
Icamaquã; ao sul com as bacias do Quarai e do Santa Maria; a leste com as bacias do Alto
Jacuí e Vacacaí-Vacacaí Mirim; e a oeste com o Rio Uruguai na divisa com a Argentina.
Os principais cursos d'água desta bacia são os Rios Ibicuí Mirim, Toropi, Jaguarí,
Itu, Jaguarizinho, Santa Maria, Ibirapuitã e os Arroios Caverá, Miracatu, Pai Passo, Inhandui,
12
Ibirocai, Touro Passo e Bororé. Ao todo são 55 arroios desaguando no Rio Ibicuí. Como
atividades econômicas, destacam-se o cultivo de arroz irrigado, a pecuária e a mineração
(extração de areia para construção civil).
Conforme Vieira (1984), esta bacia tem características um pouco diferenciadas das
demais, tendo em vista a natureza do relevo. O alagamento das margens, várzeas e campos de
pastagens é uma consequência do escoamento mais lento, face a gradientes de declives
menores. Nos períodos de cheias, o rio se torna navegável em quase toda a extensão.
Figura 5 – Bacia Hidrográfica do Ibicuí.
Fonte: Elaborado pela autora.
Na Bacia do Ibicuí existem três estações automáticas de monitoramento (Tabela 1).
13
Tabela 1 – Estações Telemétricas da Bacia do Ibicuí.
Número da
Estação
Nome da
Estação Município Bacia LAT LONG
1 75900000 Itaqui ITAQUI Ibicuí 29° 07' 39" 56° 33' 45"
2 76560000 Manoel
Viana
MANOEL
VIANA Ibicuí 29 35' 39.12'' 55 28' 53.04''
3 77150000 Uruguaiana URUGUAIANA Ibicuí 28° 39' 59.04" 55° 58' 46.92"
Fonte: Adaptado de SMAD RS (2016).
3.2.3.3 Aquisição dos dados e Preparação do Modelo Numérico do Terreno
Os dados para dar início ao trabalho foram adquiridos na internet (Tabela 2). Todos
encontravam-se no elipsoide de referência WGS84.
Após a obtenção, tanto os dados vetoriais como matriciais foram reprojetados para o
Sistema de Coordenadas Geográficas SIRGAS 2000 – UTM.
Tabela 2 – Fonte dos dados
Dados Vetoriais Endereço eletrônico do Sistema de Monitoramento e Alertas de
Desastres – SMAD RS.
Dados Raster – Imagens
SRTM.
• Brasil em relevo, EMBRAPA. (90 metros)
• Banco de Dados Geomorfométricos do Brasil –
Topodata/INPE. (30 metros)
Biblioteca SAGA Através do software QGis, habilitando a janela de configurações
Sextante.
Fonte: da autora, 2016.
Para a preparação do MNT da bacia hidrográfica do Ibicuí foi utilizado às
informações do Sistema de Monitoramento e Alertas de Desastres - SMAD, para a
delimitação da área para obtenção dos dados SRTM. A partir das informações de relevo se
gerou um “mosaico” da região. Por meio das ferramentas “buffer” e “extrair” pode-se então
ter a informação do relevo da bacia do Ibicuí de forma isolada.
O processo de delimitação automática da bacia hidrográfica foi desenvolvido no SIG
Quantum GIS 2.14.2, juntamente com a extensão da biblioteca SAGA e seus algoritmos
“Terrain Analysis Hidrology” (análise da hidrologia), “Fill Sinks” (preenchimento das
depressões do MDE) e “Channel network and drainage basins” (rede de canais e drenagem).
14
3.2.3.3.1 Procedimento com o SAGA.
Após a preparação do MNT da bacia em estudo pode-se trabalhar com a biblioteca
SAGA.
A biblioteca, faz parte da extensão sextante para o QGis. O módulo ou extensão
Sextante é um conjunto de algoritmos que fornecem ferramentas para análise espacial e
tratamento da informação geográfica mais eficaz.
No Quantum GIS ele pode ser habilitado na barra lateral, na caixa de ferramentas. O
primeiro passo foi utilizar o algoritmo “Fill Sinks”, para preencher as depressões do Modelo,
entra-se com o arquivo do MNT (Figura 6) gerado através da imagem SRTM e define-se um
“Minimun Slope”, ou seja, a inclinação mínima para o preenchimento, que foi o fator um.
Obtêm-se assim, o “Filled” DEM (Figura 6), um MNT com as depressões
preenchidas.
Figura 6 – Filled DEM da bacia hidrográfica
Fonte: Elaborado pela autora.
15
Concluído o “Filled” DEM, executou-se o “Channel network and drainage basins”,
que irá derivar nos canais da bacia, ou seja, os rios que formam essa bacia hidrográfica.
Atribui-se um valor para o campo “Thereshold”, que será o limiar ou limite mínimo e máximo
do tamanho da bacia. O “Thereshold” fator 5 vai definir todas as bacias que estão no limite, já
o “Thereshold” fator 1 vai definir a bacia maior, que tiver maior área).
O limiar utilizado para a definição das bacias foi o “Thereshold” fator 5 resultando
em 6 Sub bacias do Rio Ibicuí (FIGURA 7).
Figura 7 – Mapa do resultado final da Delimitação das Sub-Bacias.
Fonte: Elaborado pela autora.
Para que fosse possível delimitar as bacias e encontrar os rios relacionados com os
pontos de cada estação telemétrica, foi necessário criar uma nova camada do tipo polígono no
Qgis. E traçá-las manualmente.
Extração das Bacias das estações Telemétricas. (FIGURA 8).
16
Figura 8 – Mapa das Sub-bacias derivadas do ponto das estações Telemétricas.
Fonte: Elaborado pela autora.
3.2.3.3.2 Procedimento para disponibilizar o LINKS4GEO
O Links4Geo vem com o intuito de ser uma lista de fontes de informações
geográficas que disponibilize em um banco de dados eletrônico de fontes de dados
geográficos, para dar subsídio para usuários, graduandos e profissionais das áreas de Ciências
da Terra (Geociências), Geoprocessamento, Geotecnologias e Engenharias na busca por
informações geográficas para desenvolver pesquisas, trabalhos acadêmicos, entre outros.
A internet vem sendo a ferramenta mais utilizada para a aquisição de dados
geográficos, através dos sites de organizações governamentais, universidades, projetos,
institutos pesquisadores, etc. No entanto, as informações nem sempre ficam à disposição do
público, seja pela dificuldade de indexação nos buscadores, seja pela utilização de palavras
chaves não adequadas ou padronizadas, ou pela dificuldade de navegação de alguns sites.
O início do projeto consistiu em uma intensa busca na internet sobre sites que
disponibilizassem para download tais materiais. Já são mais de 500 sites selecionados com
17
informações, eles foram categorizados nas seguintes categorias básicas: globais ou mundiais,
nacionais e internacionais, estaduais, municipais e ainda dados climáticos e censitários.
A lista conta com alguns atributos principais: (metadados da informação espacial,
extensão, estrutura e geometria do dado). Ao final do projeto o Links4Geo será
disponibilizado para acesso livre através de link a ser disponibilizado no site no DESA
(Apêndice A).
3.3 Cronograma das atividades
Durante o primeiro mês do estágio (março/2016) foi feita a adequação do projeto
inicial para que as etapas fossem realizadas no período de permanência no Laboratório.
Redefinidos os objetivos iniciais foi feito um detalhamento de trabalho junto com o
professor/supervisor e a professora orientadora definindo-se o novo cronograma (Tabela 3).
As novas etapas sugeridas foram: 1ª) Definição dos novos projetos; 2ª) Referencial
Teórico; 3ª) Aquisição dos dados; 4ª) Definição da área de interesse; 5ª) Organização dos
endereços eletrônicos da lista de dados geográficos e a delimitação da bacia através da
biblioteca SAGA; 6ª) Preparação do relatório e 7ª) Apresentação dos resultados.
Após selecionados esses dados, adquiridos os materiais necessários e referências
bibliográficas disponíveis, foi iniciado o trabalho no laboratório.
Tabela 3 – Cronograma de trabalho.
ATIVIDADES PERÍODO
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO
Definição dos projetos X
Referencial Teórico X
Aquisição dos Dados X
Definição da bacia de interesse X
Organização dos links X X
Delimitação da bacia X
Preparação do relatório X X
Apresentação dos resultados X
Fonte: da autora, 2016.
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4 CONCLUSÃO
O estágio curricular traz a possibilidade de vivenciar situações um pouco
desconhecidas, fazendo com que o aluno/estagiário use os conhecimentos adquiridos durante
o curso para resolver problemas.
É uma forma de complementar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, por
meio de atividades e situações reais da atuação profissional, em que tivemos a oportunidade
de adquirir, expandir e trocar conhecimentos.
O estágio foi satisfatório e o tempo destinado á realização das atividades foi
suficiente. Dentre os pontos positivos posso ressaltar a receptividade do grupo de pesquisa e
dos professores responsáveis pelo mesmo.
De maneira geral, pode-se concluir uma experiência positiva não só durante a
efetivação do curso, mas também da prática supervisionada em laboratório.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto de estágio proposto, após os ajustes iniciais, chegou aos seguintes
resultados:
1) A delimitação da bacia hidrográfica de interesse com seus pontos das estações
telemétricas.
2) Lista de links geográficos para download, a Links4Geo.
Após as adequações realizadas os resultados obtidos satisfazem os objetivos iniciais.
Além disso, permitirá a confecção de artigos científicos que serão publicados na Jornada
Acadêmica Integrada (JAI 2016) entre outros periódicos e eventos.
O que permitiu uma contribuição importante à pesquisa foi o interesse e auxílio do
Professor Daniel Allasia Piccilli que teve total atenção as atividades realizadas e prestou apoio
sempre que necessário.
O Laboratório de Geoprocessamento do DESA dispõe de uma excelente estrutura
para os pesquisadores estrangeiros, disponibilizando acesso à internet, mesa de trabalho
individual, computadores disponíveis e toda logística necessária para os trabalhos de campo.
Entre as dificuldades encontradas para a realização da pesquisa destaca-se o pouco
conhecimento no software utilizado, QuantumGIS. Ao longo do curso destaca-se mais o uso
do ArcGIS, o qual não é comumente utilizado no laboratório por ser um software pago.
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REFERÊNCIAS
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Geoinformação. São José dos Campos: INPE. 2011.
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Hill.
COMITÊ DE GERENCIAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO IBICUÍ – RS.
<http://www.comiteibicui.com.br/abaciadorioibicui.php> Acesso em: 01 de Jun. de 2016.
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SP. <http://site.sabesp.com.br/site/imprensa/noticias-detalhe.aspx?secaoId=65&id=6989>
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Paulo. Secretaria do Meio Ambiente.
<http://www.ambiente.sp.gov.br/pactodasaguas/curso/agua-e-floresta/aula-3-
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Sensoriamento Remoto, 13. 2007, Florianópolis. Anais do XIII SBSR, São José dos Campos:
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