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 AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PARQUES TECNOLÓGICOS PARA REGIÕES URBANAS O PARQUE TECNOLÓGICO DE SÃO PAULO DESIRÉE MORAES ZOUAIN Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Aplicações. Orientador: Dr. José Roberto Rogero Co-prientador: Dr. Guilherme Ary Ptonsld São Paulo 2003

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AUTARQUIA ASSOCIADA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

PARQUES TECNOLGICOS PROPONDO UM MODELO CONCEITUAL PARA REGIES URBANAS O PARQUE TECNOLGICO DE SO PAULO

DESIRE MORAES ZOUAIN

Tese apresentada como parte dos requisitos para obteno do Grau de Doutor em Cincias na rea de Tecnologia Nuclear-Aplicaes. Orientador: Dr. Jos Roberto Rogero Co-prientador: Dr. Guilherme Ary Ptonsld

So Paulo 2003

INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGTICAS E NUCLEARES Autarqua associada Universidade de So Paulo

PARQUES TECNOLGICOS - PROPONDO UM MODELO CONCEITUAL PARA REGIES URBANAS - O PARQUE TECNOLGICO DE SO PAULO

DESIREE MORAES ZOUAIN

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Tese apresentada como parte dos requisitos para obteno do Grau de Doutor em Cincias na rea de Tecnologia Nuclear - Aplicaes. Orientador: Dr. Jos Roberto Rogero Co-orientador: Dr. Guiliierme Ary Plonski

SAO PAULO 2003

COWSS0

N A C I m DE

B&m HIXLmSPAm

Aos queridos Edson, Luciana e Danieiia, que me auxiliaram a transformar um sonho em doce realidade.

COWSSO NACIONAL DE EMERSA NUCLAR/SF~IPE^.

Agradecimentos

Agradeo a o s P r o f e s s o r e s Jos R o b e r t o Guilherme orientao. Ary Plonski pela ateno

Rogero e e segura

Agradeo a o D r . Cludio R o d r i g u e s , S u p e r i n t e n d e n t e do IPEN, por estimular e apoiar o desenvolvimento desta pesquisa. Agradeo a D r a . Conceio V e d o v e l l o q u e , c o m s u a g r a n d e experincia n o t e m a , a u x i l i o u - m e a a p r i m o r a r m i n h a p e s q u i s a bibliogrfica e o p r o c e s s o d a p e s q u i s a de campo. Agradeo s p e s s o a s q u e g e n t i l m e n t e r e s p o n d e r a m a o i n s t r u m e n t o d e p e s q u i s a e s e n t r e v i s t a s , p e r m i t i n d o o aprofundamento dos conhecimentos a respeito d a s

experincias n a c i o n a i s e i n t e r n a c i o n a i s , a l g u m a s a i n d a m u i t o r e c e n t e s , d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos. Agradeo a o D r . S a m u e l J e r o z o l i m s k i q u e c o n t r i b u i u para que eu pudesse conhecer melhor o movimento d e p a r q u e s tecnolgicos e i n c u b a d o r a s tecnolgicas e m Israel. Agradeo Relaes aos meus Institucionais colegas do da Assessoria que de

IPEN

souberam

compreender e apoiar-me durante o desenvolvimento desta pesquisa. F i n a l m e n t e , agradeo a o m e u m a r i d o E d s o n , g r a n d e c o m p a n h e i r o , p e l a pacincia, c a r i n h o e compreenso d u r a n t e t o d o o perodo d e realizao d e s t a p e s q u i s a .

COMISSO m\om

DE moh

KucLEAR/sp-ra

"Nunca ande pelo caminho traado, pois ele conduz somente at onde os outros foram." (Alexander Graham Bell)

COWSSO NAClCm D EMERSIA NUCLE/WSP-lf^M

IV

PARQUES TECNOLGICOS - PROPONDO UM MODELO CONCEITUAL PARA REGIES URBANAS - O PARQUE TECNOLGICO DE SO PAULO Desire Moraes Zouain RESUMO Este trabalho prope um modelo conceituai de Parque Tecnolgico adaptado aos requisitos d a sociedade d o conhecimento, contextualizado para regies urbanas, d e mdia a d e n s a m e n t e povoadas, ou metropolitanas. O modelo particularizado para a cidade d e So Paulo, focalizando o entorno da Cidade Universitria - campus da Universidade d e So Paulo, na capital, regio onde s e encontra u m a grande densidade de instituies d e pesquisa e organizaes d e apoio a o desenvolvimento cientfico e inovao tecnolgica, tais como: o Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleares (IPEN), o Instituto de Pesquisas Tecnolgicas (IPT), o Instituto Butant e o Centro Incubador d e Empresas Tecnolgicas (CIETEC). O modelo considera a alterao d a vocao econmica da cidade d e So Paulo, a mudana fsica de e m p r e s a s de grande porte d e setores tradicionais, a alta taxa d e desemprego e o mercado extremamente competitivo, fatos esses q u e so desafios para a implementao d e polticas q u e possibilitem a substituio de atividades declinantes por atividades nascentes, mais competitivas e q u e auxiliem na atrao d e investimentos para a cidade. Para apoiar o desenvolvimento d o modelo, construido u m panorama d e experincias nacionais e estrangeiras e m parques tecnolgicos, detalhando aspectos estratgicos, estruturais, gerenciais e operacionais, tendo sido analisadas sete experincias nacionais e trs experincias internacionais, por meio d a aplicao d e u m instrumento d e pesquisa e entrevistas. O modelo conceituai elaborado tomando por base trs pilares q u e se apresentam importantes para o sucesso das experincias analisadas durante a pesquisa de c a m p o , a saber: a dinmica das relaes entre o s atores envolvidos, a insero e relao c o m o meio urbano e a s caractersticas das empresas e respectivos estgios d e desenvolvimento. O modelo proposto rene quatro grupos d e atividades no seu contexto: as atividades d e um centro incubador d e empresas tecnolgicas; as atividades d a s empresas graduadas ou maduras e micro e pequenas e mdias empresas, externas a o sistema, baseadas no conhecimento, b e m c o m o instalaes d e pesquisa e desenvolvimento de grandes corporaes e m parceria c o m instituies de pesquisa instaladas n a regio, e a s atividades d o Parque Tecnolgico propriamente dito, entidade que suporta a s aes previstas no modelo. O presente modelo prope u m passo alm d a idia d e estruturao de u m parque urbano, prevendo u m ncleo gestor e coordenador, composto por algumas d e suas estruturas organizacionais, e a disseminao desse parque n a cidade, permitindo irradiar aes coordenadas n o meio urbano.

cowfssAo N A C K m DE moh

maiHjsp-PU

TECHNOLOGY PARKS - BUILDING UP A MODEL TO URBAN REGIONS - THE TECHNOLOGY PARK OF SAO PAULO

Dsire Moraes Zouain ABSTRACT A c o n c e p t u a l m o d e l of T e c h n o l o g y P a r k is e s t a b l i s h e d , a d a p t e d t o t h e k n o w l e d g e s o c i e t y r e q u i r e m e n t s . T h e f o c u s is o n m e d i u m a n d h i g h l y d e n s e p o p u l a t i o n a r e a s a n d g l o b a l megacities, m a i n l y in d e v e l o p i n g c o u n t r i e s . T h e m o d e l is p a r t i c u l a r i z e d t o t h e S a o P a u l o city a n d t h e n e i g h b o u r h o o d of t h e U n i v e r s i t y of S a o P a u l o campus. T h i s r e g i o n h a s a h i g h d e n s i t y of r e s e a r c h i n s t i t u t i o n s a n d other organizations that support scientific, technology a n d innovation activities; a m o n g t h e s e o r g a n i z a t i o n s a r e : t h e Institute f o r N u c l e a r a n d E n e r g y R e s e a r c h ( I P E N ) , t h e Institute f o r T e c h n o l o g y R e s e a r c h ( I P T ) , t h e B u t a n t a Institute a n d t h e Incubator Center for Technology Enterprises (CIETEC). T h e model considers the c h a n g e s in t h e e c o n o m i c v o c a t i o n of t h e S a o P a u l o city, t h e r e m o v a l of t r a d i t i o n a l industry sectors organizations from t h e region, t h e u n e m p l o y m e n t rates a n d t h e h i g h l y c o m p e t i t i v e g l o b a l m a r k e t . T h e s e c h a l l e n g e s a s k f o r p o l i c i e s t h a t c a n attract n e w e c o n o m i c activities, m o r e c o m p e t i t i v e in t h e g l o b a l m a r k e t , a n d n e w i n v e s t o r s . T o s u p p o r t t h e r e s e a r c h activities it is a p p l i e d a q u e s t i o n n a i r e a n d i n t e r v i e w s t o seven national a n d three international technology parks experiences. T h e c o n c e p t u a l m o d e l is b a s e d o n t h r e e m a i n a s p e c t s w h i c h a r e c o n s i d e r e d b y t h e s e e x p e r i e n c e s v e r y i m p o r t a n t t o t h e s u c c e s s of t h e t e c h n o l o g y p a r k s , a s f o l l o w s : t h e d y n a m i c s of t h e p l a y e r s r e l a t i o n , t h e u r b a n i n t e r v e n t i o n of t h e p r o j e c t a n d t h e c o m p a n i e s characteristics a n d development stages. T h e proposed model c o n c e r n s t o f o u r g r o u p s of activities: t h e t e c h n o l o g y i n c u b a t o r c e n t e r a c t i v i t i e s ; t h e graduate or mature companies from t h e incubator center or other micro, small or medium knowledge based companies, from outside the system; t h e cooperative r e s e a r c h activities a m o n g p r i v a t e o r g a n i z a t i o n s a n d r e s e a r c h i n s t i t u t i o n s ; t h e T e c h n o l o g y P a r k s e r v i c e s a n d m a n a g i n g activities. T h i s m o d e l i n n o v a t e s c o n c e r n i n g t h e c o n c e p t i o n of a m a n a g i n g a n d c o o r d i n a t o r c o r e , l o c a t e d i n s i d e t h e U n i v e r s i t y campus, a n d b y t h e d i s s e m i n a t i o n a n d i r r a d i a t i o n of t h e T e c h n o l o g y P a r k a c t i v i t i e s a n d b e n e f i t s t o t h e city, f o r m i n g i n n o v a t i v e c l u s t e r s a n d e s t a b l i s h i n g a dense knowledge network.

COMISSO mmN. DE

m^m

^CLEAR/SP-PEM

SUMARIO Pgina 1 INTRODUO 2 O B J E T I V O S E CONTRIBUIES O R I G I N A I S 3 REVISO D A L I T E R A T U R A E FUNDAMENTAO TERICA 3.1 O s d e s a f i o s d a S o c i e d a d e ( e c o n o m i a ) d o c o n h e c i m e n t o 3 . 2 O s e f e i t o s d a globalizao d o s m e r c a d o s 3.3 O s p a r q u e s cientficos e tecnolgicos 3.3.1 Apresentao d e definies e t e r m i n o l o g i a s 3 . 3 . 2 P r i n c i p a i s organizaes i n t e r n a c i o n a i s q u e a g r u p a m e f o r m a m r e d e s d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos e p r i n c i p a i s i n d i c a d o r e s m u n d i a i s relativos a o m o v i m e n t o 3 . 3 . 3 B r e v e reviso d a experincia d o V a l e d o Silcio (Califrnia Universidade d e Stanford) 3 . 3 . 4 A s p e c t o s p o s i t i v o s e n e g a t i v o s d o m o v i m e n t o d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos 3.4 D e s e n v o l v i m e n t o u r b a n o e a s m e g a c i d a d e s g l o b a i s : a s caractersticas r e g i o n a i s d a c i d a d e d e So P a u l o e d a regio d a C i d a d e Universitria 3.4.1 M e g a c i d a d e s g l o b a i s e s e u s i m p a c t o s n a p r o s p e r i d a d e d a s naes 3 . 4 . 2 A classificao d a r e d e u r b a n a b r a s i l e i r a e o p r o c e s s o d e configurao d a s metrpoles n o Brasil 3 . 4 . 3 Caracterizao d a s regies m e t r o p o l i t a n a s d o E s t a d o d e So P a u l o ; o s m o v i m e n t o s u r b a n o s n a G r a n d e So P a u l o 3 . 4 . 4 A s regies v i z i n h a s C i d a d e Universitria - caractersticas g e r a i s e perspectivas 4 METODOLOGIA DA PESQUISA 4 . 1 Mtodo d a p e s q u i s a 4 . 1 . 1 B a s e s lgicas d a p e s q u i s a 4 . 1 . 2 Complementao d o p a r a d i g m a hipottico-dedutivo c o m o p a r a d i g m a holstico-interpretativo 4.2 O instrumento d e pesquisa 5 RESULTADOS 76 82 73 73 74 74 65 59 54 57 53 51 48 1 6 10 10 17 31 32 42

C O W S ^ N A C K m D EWERSiA MUCLEAR/SP-PEH

VII

Pgina 5.1 Consolidao d o s r e s u l t a d o s d a p e s q u i s a d e c a m p o 6 ANLISE E DISCUSSO D O S R E S U L T A D O S 6.1 Caracterizao d a s experincias a n a l i s a d a s 6 . 1 . 1 Plo d e Informtica d e So L e o p o l d o 6 . 1 . 2 P a r q u e d e D e s e n v o l v i m e n t o Tecnolgico - P A D E T E C 6 . 1 . 3 P o r t o A l e g r e Tecnpole 6 . 1 . 4 L o n d r i n a Tecnpolis 6 . 1 . 5 P o r t o Digital 6 . 1 . 6 Plo d e A l t a T e c n o l o g i a d e C a m p i n a s 6 . 1 . 7 P a r q u e Tecnolgico d o R i o d e J a n e i r o 6.1.8 Kyriat W e i z m a n n S c i e n c e Park 6 . 1 . 9 P a r q u e Tecnolgico d e Andaluca S . A 6 . 1 . 1 0 T A G U S P A R Q U E S.A. 6 . 2 Discusso e interpretao d o s r e s u l t a d o s 7 FORMULAO D O M O D E L O C O N C E I T U A L 7.1 A s questes d a p e s q u i s a e a concepo d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos u r b a n o s 7 . 2 A s caractersticas e e s t r u t u r a s d e negcios i n s e r i d a s n o m o d e l o e s u a s relaes c o m o s a t o r e s e n v o l v i d o s 7.2.1 C o n c e i t o 1 : a dinmica d a s relaes e n t r e o s a t o r e s 7 . 2 . 2 C o n c e i t o 2 : Estgios d e d e s e n v o l v i m e n t o d a s e m p r e s a s e r e s p e c t i v a s f o r m a s d e instalao e pennanncia n o p a r q u e 7 . 2 . 3 C o n c e i t o 3 : Disseminao d a s aes d o p a r q u e n o m e i o u r b a n o 7 . 3 E s t r u t u r a s q u e i n t e g r a m a organizao 7 . 4 P r o p o s t a s p a r a o Ncleo d o P a r q u e Tecnolgico d e So P a u l o 8 DISCUSSO E LIMITAES D O M O D E L O C O N C E I T U A L 8.1 P r i m e i r a a s s e r t i v a : a p r o x i m i d a d e e n t r e o s a t o r e s e n v o l v i d o s 8.1.1 A p r o x i m i d a d e d o s a t o r e s c o m o f a t o r d e s u c e s s o d o s p a r q u e s tecnolgicos 8.1.2 Discusso s o b r e a p r i m e i r a a s s e r t i v a 8.2 S e g u n d a a s s e r t i v a : relaes c o m o m e i o u r b a n o e a o s a s p e c t o s d e desenvolvimento regional 193 194 181 183 187 191 192 192 172 179 171 83 127 127 127 130 132 134 137 141 144 146 149 151 152 167 168

VIII

Pgina 8.2.1 Evoluo tecnolgica e a questo u r b a n a 8.2.2 Localizao d e p a r q u e s tecnolgicos e s u a insero n o t e c i d o urbano 8.2.3 Discusso s o b r e a s e g u n d a a s s e r t i v a 8.3 T e r c e i r a a s s e r t i v a : a dinmica d a s relaes e n t r e o s a t o r e s e n v o l v i d o s e s e s t r u t u r a s q u e p r o m o v e m e s s a s relaes 8.3.1 M o d e l o s ternrios e " h a b i t a t s " d e inovao 8.3.2 Discusso s o b r e a t e r c e i r a a s s e r t i v a 8.4 Limitaes e comentrios f i n a i s s o b r e a discusso d o m o d e l o 201 202 205 198 200 195 196

9 CONCLUSES E RECOMENDAES APNDICE A - O i n s t r u m e n t o d e p e s q u i s a REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

208 222 236 245

LISTA DE TABELAS Pgina 13

T A B . 3.1 - I n d i c a d o r e s q u a n t i t a t i v o s d a emergncia d a S o c i e d a d e d o C o n h e c i m e n t o - aspectos gerais T A B . 3.2 - I n d i c a d o r e s d a emergncia d a S o c i e d a d e d o C o n h e c i m e n t o n o Brasil T A B . 3.3 - A s p e c t o s d e c o n s e n s o q u e c a r a c t e r i z a m o p r o c e s s o d e globalizao T A B . 3.4 - O a d v e n t o d o s "Estados-regies" T A B . 3.5 - P r i n c i p a i s definies a d o t a d a s p a r a P a r q u e s Cientficos e Tecnolgicos T A B . 3.6 - Caractersticas d o s m o d e l o s d e P a r q u e s Tecnolgicos classificao histrico-geogrfica d e S a n z T A B . 3.7 - Experincias s e l e c i o n a d a s p o r B e n k o e C a s t e l I s & H a l l T A B . 3.8 - D a d o s estatsticos r e f e r e n t e s l A S P T A B . 3.9 - Associaes N a c i o n a i s e R e g i o n a i s , n o m u n d o , c a t a l o g a d a s pela lASP T A B . 3 . 1 0 - P r i n c i p a i s i n d i c a d o r e s d o m o v i m e n t o d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos n o m u n d o T A B . 3.11 - P a r q u e s Cientficos e Tecnolgicos - " G r a n j a s d o Conhecimento" T A B . 3.12 - P a r q u e s Cientficos e Tecnolgicos - balano e n t r e aspectos positivos e negativos T A B . 3.13- Maiores aglomerados urbanos d o m u n d o e m 2000 T A B . 3.14 - Caractersticas d a s Regies M e t r o p o l i t a n a s e So P a u l o T A B . 3 . 1 5 - P l a n o M e t r o p o l i t a n o d a G r a n d e So P a u l o 1 9 9 4 / 2 0 1 0 Diretrizes Metropolitanas T A B . 3 . 1 6 - C o m p a r a t i v o d a evoluo d o nmero e d o f a t u r a m e n t o d e e m p r e s a s s e d i a d a s n a G r a n d e So P a u l o , n a ltima dcada T A B . 3 . 1 7 - P r i n c i p a i s d a d o s / i n d i c a d o r e s d a i n f r a - e s t r u t u r a cientficotecnolgica d e So P a u l o T A B . 3 . 1 8 - Caractersticas d a s S u b p r e f e i t u r a s q u e e n v o l v e m a C i d a d e Universitria

15

19

25 34

37

38 43 43

46

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56 60 61

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67

71

COMISSO NACKML DE B&m

MUCLEAR/SP-iPEM

T A B . 4 . 1 - Aplicao d o mtodo cientfico hipottico-dedutivo e d a p e s q u i s a s o c i a l a o p l a n e j a m e n t o e execuo d a s a t i v i d a d e s deste trabalho T A B . 5.1 - D a d o s c a d a s t r a i s d a s experincias a n a l i s a d a s n a p e s q u i s a de campo T A B . 5 . 2 - M a t r i z lgica d a s experincias s e l e c i o n a d a s ( n a c i o n a i s e internacionais) T A B . 5 . 3 - Dimenso (A) - localizao d e P a r q u e s d e C & T T A B . 5 . 4 - Dimenso (B) - c o n t e x t o scio-econmico, poltico e c u l t u r a l d a regio T A B . 5 . 5 - Dimenso (C) - Legislao d e a p o i o T A B . 5 . 6 - Dimenso (D) - m o d e l o e e s t r u t u r a a d o t a d o T A B . 5.6.1 - O b j e t i v o s estratgicos T A B . 5 . 6 . 2 - Caractersticas d o m o d e l o a d o t a d o T A B . 5.7 - Dimenso (E) - g e r e n c i a m e n t o d o p a r q u e T A B . 5 . 8 - Dimenso (F) - A s p e c t o s f i n a n c e i r o s , i n c e n t i v o s a o investimento T A B . 5 . 9 - Dimenso ( G ) - M a r k e t i n g e comunicao T A B . 5 . 1 0 - Dimenso (H) - Formao e t r e i n a m e n t o T A B . 5.11 - Dimenso (I) - R e s u l t a d o s o b t i d o s e avaliao d e i m p a c t o n a regio T A B . 6.1 - M a t r i z - r e s u m o d a s principis contribuies a d v i n d a s d a pesquisa de campo T A B . 6 . 2 - Consolidao d o s r e s u l t a d o s d a apurao d a p e s q u i s a d e c a m p o , interpretao e comentrios - concluso r e f e r e n t e pesquisa de campo T A B . 7.1 - P r e s s u p o s t o s q u e n o r t e i a m o s p r o j e t o s d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos u r b a n o s e a s questes d e p e s q u i s a T A B . 7 . 2 - M a t r i z Lgica p r o p o s t a p a r a o P a r q u e Tecnolgico d e So Paulo

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LISTA DE FIGURAS Pgina 13

F I G . 3.1 - Apresentao d e u r n a f o r m a grfica p a r a e x p r i m i r a " e s p i r a l do conhecimento" F I G . 3 . 2 - O " d i a m a n t e " d e P o r t e r ( 1 9 8 9 , 0.88) - d e t e r m i n a n t e s d a vantagem nacional FIG. 3.3 - Quatro etapas d o desenvolvimento competitivo nacional F I G . 3 . 4 - E c o n o m i a i m p u l s i o n a d a p e l a inovao F I G . 3.5 - N o v a s tendncias d e ocupao n a c i d a d e d e So P a u l o F I G . 4.1 - Dimenses c o n s i d e r a d a s n a p e s q u i s a d e c a m p o F I G . 7.1 - M o d e l o c o n c e i t u a i d o P a r q u e Tecnolgico F I G 7 . 2 - D i a g r a m a d o s estgios q u e a p o i a m o c r e s c i m e n t o d o negcio F I G . 7.3 - E s t r u t u r a s q u e compem o m o d e l o c o n c e i t u a i d o P a r q u e Tecnolgico

22

23 24 67 77 175 182 190

COHtSSAO N A C K m K BEROA tUOEAR/SP-IPEM

1 INTRODUO ' W e are at the dawn of a new industrial order. We are leaving behind a worid in which scale, efficiency and replication were everything. We are tal 80.000 m^: 3 5 % (na pesquisa feita, 2 % no informaram a rea construda)

Area construda nos parques C & T

Planos para expanso dos parques C & T

89% tm intenes de expandir o parque; 1 0 % no tm intenes de expandir o parque; (na pesquisa feita, 1 % no informou a inteno) Menos de 50: 5 3 % 50-100: 1 8 %

Nmero de integrantes, nondnminns nns

22 As informaes sobre os parques mencionados e a aliana podem ser encontrados em:h i t t p : / / w w w . o x f o r d s p . c o m / ; acesso em: 18/03/2003. As estatsticas sobre parques cientficos e tecnolgicos no mundo, baseadas nas pesquisas realizadas pela lASP, encontram-se disponveis em: h t t p : / / w w w . i a s p w o r l d . o r q / i n f o r m a t i o n . p h p . Acesso em: 17/03/2003. A maior parte dos dados de novembro de 2002.

47

IndicadorGondminos, nos

Dados

Comentrios

parques C & T (incluindo empresas e outras organizaes)

tendo em vista que 53% tm at 50 101-200: 1 8 % integrantes e que 36% tm entre 50 e 201-400: 5 % 200 integrantes. > 400: 4 % (na pesquisa feita, 2 % no informaram o nmero d e condminos) Observe-se que os parques C&T Empregos gerados Menos de 3 0 0 : 4 2 % geram, em sua maioria, at 1500 nos parques C & T 300-800: 1 0 % empregos, sendo que 4 2 % deles 801-1500: 1 2 % geram at 300 empregos, sendo 1501-3000: 1 3 % portanto, geradores de postos de >3000: 2 1 % trabalho para a regio em que atuam, principalmente para a mo-de-obra qualificada.. Observe-se que a grande maioria dos Localizao d o s reas no urbanas: 1 % parques C & T Prximo a cidades pequenas: parques (75%) est localizada em cidades. 0 maior nmero de parques 5% urbanos est relacionado a cidades Prximo a cidades mdias: pequenas com at 500.000 4% habitantes. Prximo a cidades grandes (at 25 km): 1 5 % Em cidades pequenas (at 500.000 habitantes): 4 4 % E m cidades mdias (500.0001 milho de habitantes): 7 % E m cidades grandes (> 1 milho de habitantes): 24% Localizao dos parques C & T c o m relao s universidades Localizados dentro do campus: 2 7 % Localizados e m terrenos d a universidade, porm no dentro do campus: 1 7 % Localizados em outros lugares: 5 0 % (na pesquisa 6 % no deram informaes sobre este item) Localizados no campus o u adjacentes a ele: 4 8 % Localizados prximo universidade (at 5 km): 2 8 % De 5-20 km d a universidade: 11% Mais de 2 0 k m d a universidade: 4 % (na pesquisa 9 % no informaram sobre este item) Escritrio de Transferncia d e Tecnologia instalado no parque: 3 3 % Pesquisadores n o parque: 66% Compartilhamento d e Observe-se que 4 4 % dos parques esto localizados em terrenos de universidades, confirmando a estreita relao entre os parques e as universidades.

Distncia dos parques C & T c o m relao s universidades

Observe-se que 76% das ocorrncias de parques C&T esto muito prximas das universidades, corroborando o que foi dito no item anterior.

Aes e interesses que o s parques C & T compartilham c o m as universidades

interessante ressaltar o fato de que 33% das universidades preferem que seus escritrios de transferncia de tecnologia estejam localizados no parque, como forma de aproximar-se dos seus clientes.

48

Indicador

Dados servios c o m a universidade: 68% Compartilhamento de infraestrutura cientfica: 4 9 % 1-5:34% 6-10: 3 1 % 11-15:15% 16-20: 7 % > 20: 1 3 %

Comentrios

Equipe d e gesto d o parque C & T (nmero d e empregados tratjalliando e m t e m p o integral) Tipo d e Empresas de sen/ios: 51 % empreendimentos e Empresas industriais: 1 8 % empreendedores Atividades de pesquisa nos parques C & T (bsica e aplicada): 2 6 % Outras: 5 % Estgio e m q u e a s Empresas j existentes q u e empresas vo para vo para o parque: 5 4 % os parques C & T Novas empresas: 2 9 % Empresas nascidas em incubadoras: 1 0 % "spin-offs". 7% Setores Tecnologia d a informao e tecnolgicos comunicaes: 2 6 % preponderantes n o s Biotecnologia e cincias d a vida: 2 0 % parques C & T Eletrnica e computadores: 19% Setor agro-alimentar: 9 % Meio ambiente: 8 % Novos materiais: 6 % Farmacuticos: 5 % Outros: 7 %

Observe-se que as equipes de gesto dos parques so bem enxutas, sendo que 65% deles tm equipes de gesto de at 10 empregados.

A maior parte das empresas situadas nos parques so de servios.

Os dados so de novembro de 2001. A lASP declara que em pesquisas mais recentes, o nmero de exincubados e de "spin-off vm crescendo nos parques C&T. Obsen/e-se que tecnologia de informao, biotecnologia e eletrnica e computao so as reas mais privilegiadas nos parques C&T, confirmando as tendncias mundiais de mercados.

3.3.3

Breve

reviso

da experincia

do Vale do Silcio

(Califrnia

-

Universidade de Stanford) i n t e r e s s a n t e c o l o c a r , n e s t e m o m e n t o , u m a b r e v e discusso s o b r e a experincia que considerada a precursora dos parques cientficos e

tecnolgicos. E, n e s t e c a s o , no s e f a z a q u i u m a reviso d e d a d o s histricos s o b r e o p a r q u e d e S t a n f o r d , j a m p l a m e n t e d i v u l g a d o s , porm r e a l i z a - s e u m a anlise, p o r intermdio d e e s t u d o s d e a l g u n s e s p e c i a l i s t a s n o t e m a ( S a x e n i a n , 1996; Murphy, 1997) do seu desenvolvimento e viso d e f u t u r o para o

empreendimento. S e g u n d o S a x e n i a n ( 1 9 9 6 ) , q u e e m s e u livro "Regional Advantage Culture and Competition in Silicon Valley and Route 12ff -

f a z u m a anlise

49

c o m p a r a t i v a e n t r e e s s e s d o i s fenmenos, o s u c e s s o d o V a l e d o Silcio, n a Califrnia, s e d e v e , e m g r a n d e p a r t e , a o estilo descontrado e d e b u s c a d e r e s u l t a d o s q u e a c a b o u p o r a t r a i r o s m a i o r e s crebros, a s m e l i i o r e s idias e tambm, n o a r r a s t o d o s a c o n t e c i m e n t o s , c a p i t a l i s t a s ( n a m a i o r i a c a p i t a l d e r i s c o ) , c r i a n d o u m m o d e l o i n d u s t r i a l , c o m d i v e r s o s t i p o s d e combinaes possveis, funcionando como u m a rede. Este ambiente aberto e a infra-estrutura d e

c o n h e c i m e n t o disponvel p r o p o r c i o n a r a m a s condies necessrias, dinmicas, p a r a a gerao d e t e c n o l o g i a s , c a d a v e z m a i s i n o v a d o r a s , u l t r a p a s s a n d o , n o c a s o d a comparao f e i t a p o r S a x e n i a n , o fenmeno d a "Route 128". P o r o u t r o l a d o , a s e m p r e s a s d a "Route 128" a t u a r a m s e m p r e b u s c a n d o a regulamentao, aes p r o t e c i o n i s t a s e a m a i o r participao d e r e c u r s o s f i n a n c e i r o s f e d e r a i s (como

poltica d e a p o i o c o m p e t i t i v i d a d e ) n a s a t i v i d a d e s d e P & D d e s e n v o l v i d a s n a regio, t e n d o a f u g e n t a d o a insero d e d i n h e i r o n o v o ( p r i v a d o ) n a regio ( M a s s a c h u s s e t s ) q u a n d o , aps o s esforos m e n c i o n a d o s , j h a v i a m s i d o r e energizadas reas competitivas e captados recursos federais para

desenvolvimento. O s u c e s s o d o V a l e d o Silcio j transps f r o n t e i r a s . O b s e n / a - s e , e m t e n n o s i n t e r n a c i o n a i s , u m a b u s c a p o r imitar e s s e m o d e l o e m d i v e r s a s regies, t a i s c o m o : n o Japo, q u e d e s e n v o l v e a "Ilha d o Silcio" e m K y u s h u ; T a i w a n , q u e est c r i a n d o u m a " I l h a d o Silcio" prpria; a Coria q u e t e n t a c r i a r a "Pennsula d o Silcio" ( O h m a e , 1 9 9 9 ) . A lio q u e s e tira d e s s a exposio, s e g u n d o S a x e n i a n ( 1 9 9 6 ) q u e d e v e m s e r d e s e n v o l v i d a s polticas q u e p o s s a m a u x i l i a r a s e m p r e s a s a r e a g i r r a p i d a m e n t e s mudanas p r o v o c a d a s p e l o s m e r c a d o s e no proteg-las e isol-las d a concorrncia e d o s i m p a c t o s e x t e m o s . Z e r a M u r p h y ( 1 9 9 7 ) , ento D i r e t o r a d e Administrao e Relaes E m p r e s a r i a s d a U n i v e r s i d a d e d e S t a n f o r d , e m s e u t r a b a l h o , a b o r d a a deciso d e desenvolver u m p l a n o estratgico p a r a o p a r q u e tecnolgico d e S t a n f o r d ,

preparando o futuro d o empreendimento. Aborda-se este estudo n a presente pesquisa pelo fato d e que, m e s m o u m empreendimento d e sucesso, necessita ser p e r i o d i c a m e n t e a v a l i a d o e t e r s e u s r u m o s r e - d i r e c i o n a d o s d e f o r m a a adequ-los s n e c e s s i d a d e s d e s e u s c l i e n t e s e a o s a n s e i o s d e s u a s c o m u n i d a d e s a f i n s . Segundo Murphy (1997), u m a d a s maiores vantagens apresentadas p e l o p a r q u e tecnolgico a localizao, a d j a c e n t e a S t a n f o r d :

"... na realidade essa localizao associada ao desenvolvimento de vnculos adicionais com a universidade, que garante ao parque um nicho de mercado e permite que ele seja muito mais resistente recesso do que os muitos parques empresariais do mercado. Especificamente, durante o nosso estudo, percebemos que os parques tecnolgicos verdadeiramente bem-sucedidos e flexveis apresentam uma combinao das seguintes caractersticas importantes: Infra-estrutura e benfeitorias de alta qualidade; Uma base cientfica ou de pesquisa voltada para o futuro; Forte vnculo com uma universidade ou com um complexo de pesquisa; e Grandes arrendatrios com um foco ou natureza especializados." (Murphy, 1 9 9 7 ) C o m o r e s u l t a d o d o s e s t u d o s p a r a o P l a n o Estratgico ( c o m a m p l a participao da comunidade e c o m apoio de consultores especializados)

m e n c i o n a d o p o r M u r p h y , so a p o n t a d o s o s s e g u i n t e s a s p e c t o s ( v i d e M u r p h y , 1 9 9 7 , p. 1 7 ) : O p a r q u e t e m u m a slida posio n o m e r c a d o p r i n c i p a l m e n t e p o r c a u s a d o s e u vnculo c o m a U n i v e r s i d a d e d e S t a n f o r d ; A vantagem competitiva d o parque constantemente desafiada por outros locais (nacionais e internacionais) q u e oferecem melhores condies para o s arrendatrios (melhores preos, melhores

instalaes, m a i s prximos a regies r e s i d e n c i a i s ) ; O s vnculos empresas acadmicos so f o r t e s e m nvel limitada individual. A s d e pesquisas

tm g e r a d o

u m a quantidade

p a t r o c i n a d a s n a U n i v e r s i d a d e (o q u e e n t r a d e r e c u r s o s s i g n i f i c a t i v o s so resultado de doaes, que tambm so feitas em

equipamentos); E x i s t e u m a falta d e i d e n t i d a d e d o p a r q u e , e m e s m o algumas

p e s s o a s q u e n e l e t r a b a l h a m no esto c i e n t e s d a s a t i v i d a d e s d o parque. A poltica i n c o n s t a n t e gerenciamento arrendatrios; D e s e n v o l v e - s e u m a atuao c o n j u n t a d a c i d a d e d e P a i o A l t o , a Universidade de Stanford e as empresas do parque no sentido de sobre polticas d e a r r e n d a m e n t o txicos gera problemas e de

d e resduos

c o m os

omso NACKm K m?m

MUOEAR/SP-IPEM

51

f a z e r f r e n t e a o s dficits oramentrios e p a r a e s t a b e l e c e r polticas l o c a i s p a r a o c r e s c i m e n t o d a regio. Segundo a autora, e concluindo o tema, originalmente a universidade t i n h a u m p a p e l m u i t o v o l t a d o a o i n v e s t i d o r imobilirio, posio e s t a q u e , n o P l a n o Estratgico p r o p o s t o , est s e n d o mudada para u m a atitude mais ativa e

empreendedora. N o entanto, preciso que s e diga, q u e o s fatores d e sucesso d o e m p r e e n d i m e n t o c o n t i n u a m b a s i c a m e n t e o s m e s m o s : idias s i m p l e s , q u e l e v e m a atuaes d e l o n g o t e m n o , t a i s c o m o - fomializao d e a l g u n s n o v o s p r o g r a m a s p a r a atrao d e i n t e r e s s e p a r a a i n f r a - e s t m t u r a d a U n i v e r s i d a d e e d e vnculos no-acadmicos q u e c a p t e m o i n t e r e s s e d a c o m u n i d a d e p a r a o s u c e s s o d o p a r q u e , e s t a b e l e c e r alianas e m o u t r o s pases p o r m e i o d a atuao i n t e r n a c i o n a l d a U n i v e r s i d a d e d e S t a n f o r d , e m e l h o r a r a s condies d e e s t a c i o n a m e n t o n o campus fallas, e s t e u m p r o b l e m a e n f r e n t a d o p o r d i v e r s o s p a r q u e s n o m u n d o , segundo pode ser observado durante o desenvolvimento desta pesquisa).

3.3.4 Aspectos positivos e negativos do movimento de parques cientficos e tecnolgicos C o n c l u i n d o o item 3 . 3 , r e a l i z a - s e , n e s t e t e x t o , u m p a r a l e l o e n t r e o s aspectos positivos e o s negativos relacionados a o m o v i m e n t o d o s parques cientficos e tecnolgicos. N o s p r i m o r d i o s d o a d v e n t o d e m o d e l o s d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos o p r i n c i p a l o b j e t i v o dessas iniciativas estava, quase sempre,

d i r e c i o n a d o a o i n c r e m e n t o d a transferncia d e t e c n o l o g i a d o m e i o acadmico p a r a o m e i o e m p r e s a r i a l . C o m a evoluo d o m o v i m e n t o , h o u v e u m a alterao p o s i t i v a n a a b o r d a g e m d e s s a s iniciativas, p a s s a n d o a s m e s m a s a a t u a r e m atividades de amplo havendo aspecto, maior relacionadas interao a o apoio s e m p r e s a s de e, e m

decorrncia,

c o m polticas

desenvolvimento

econmico e s o c i a l d a s regies. C o m o conseqncia d e s s a evoluo, s u r g e m e se disseminam diversos modelos de parques cientficos e tecnolgicos,

c o n s t a t a n d o - s e q u e a eficincia e o s r e s u l t a d o s d e s s e s d e p e n d e m d e u m a srie d e f a t o r e s , e s t a n d o e n t r e e l e s d e s d e a s p e c t o s r e l a c i o n a d o s gesto d o s p a r q u e s at a aproximao c o m a s polticas e caractersticas scio-econmicas d a s regies d e influncia, b e m c o m o f a t o r e s d e localizao, s e n d o a p r o x i m i d a d e c o m

52

instituies d e p e s q u i s a c o n s i d e r a d a i m p o r t a n t e p a r a a captao d e i n t e r e s s e para o projeto e para o sucesso dos empreendimentos. Estudiosos d o te ma , entre eles Luis S a n z (2001), c o n c o r d a m q u e o p r i n c i p a l o b j e t i v o estratgico d o s p a r q u e s cientficos e tecnolgicos n a a t u a l i d a d e facilitar o acesso de suas empresas, e d a s regies, E c o n o m i a do

C o n h e c i m e n t o . L u i z S a n z a p r e s e n t a s u a argumentao n e s t e s e n t i d o , f a z e n d o u m a comparao e n t r e a atuao d o s p a r q u e s cientficos e tecnolgicos e u m a granja, inferindo a idia de q u e os parques seriam u m a "Granja do

C o n h e c i m e n t o " . N a T A B . 3.11 e n c o n t r a - s e o p a r a l e l o e l a b o r a d o p o r S a n z e n t r e o s p r o c e s s o s d e u m a g r a n j a e s u a produo agrcola e o s p a r q u e s cientficos e tecnolgicos. T A B E L A 3.11 - P a r q u e s Cientficos e Tecnolgicos - " G r a n j a s d o C o n h e c i m e n t o "Granja (produtos agrcolas) Arar e preparar a terra Semear Parques C&T Conhecimento Preparar a infra-estrutura adequada (fsica ou virtual) Metodologia de incubao ou spin-off Capital semente & capital de risco Vnculos com a universidade Atrao de novos investimentos industriais Programas de formao ad iioc Servios com valor agregado Redes e trabalho em rede Empresas incubadas com xito Desenvolvimento de produtos/sen/ios inovadores Patentes Transferncia de conhecimento Transferncia de tecnologia Vendas {offe on-line), licenas e franquias

As sementes conhecimento

do

Fertilizar e cuidar da planta A colheita

Empresas baseadas no conhecimento Conhecimento global Mercados globais

Distribuio e venda

No o b s t a n t e o s inmeros a s p e c t o s p o s i t i v o s a p r e s e n t a d o s s o b r e o s p a r q u e s cientficos e tecnolgicos, o b s e n / a - s e q u e e x i s t e a i n d a u m l o n g o c a m i n h o a s e g u i r . A p r o v e i t a - s e , e n c e r r a n d o a discusso s o b r e o t e m a , a anlise d e S a n z ( 1 9 9 8 ) a r e s p e i t o d o s a s p e c t o s n e g a t i v o s d a s experincias d e p a r q u e s cientficos e tecnolgicos, realizando u m balano necessrio e importante para os

f o r m u l a d o r e s d e n o v o s p r o j e t o s e d e polticas q u e e n v o l v e m e s s a s experincias (vide T A B . 3.12).

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T A B E L A 3 . 1 2 - P a r q u e s cientficos e tecnolgicos - balano e n t r e a s p e c t o s positivos e negativos (Sanz, 1998) Aspectos negativos A contrapartida d o apoio pblico a o s parques (sem o qual no teriam sido criados), d e u m a freqente e excessiva "dependncia" poltica, c o m u m prejudicial cerceamento d a liberdade d e gesto c o m critrios empresariais. Criaram e aperfeioaram, juntamente c o m A vinculao prtica e real c o m a s as incubadoras, uma srie d e metodologias universidades , e m muitos casos, menor para a criao d e novas empresas do q u e o desejvel e, inclusive, insuficiente. inovadoras {spin-off e outros processos). Adotaram e desenvolveram o conceito d e C o m freqncia s e detecta u m excessivo trabalho e m rede (e pela globalizao). peso d o aspecto "imobilirio", e m detrimento d e outros aspectos q u e realmente agregam valor s empresas. Contriburam para a introduo d a cultura Pequena presena (os parques no a de qualidade na gesto global d a s f o m e n t a m suficientemente) d e iniciativas d e empresas. capital semente e d e capital d e risco vinculados a o projeto d o parque e a suas empresas. Contriburam, e m geral, para u m impacto Freqentes confuses a respeito d o papel positivo e m suas regies de influncia, e dos parques n a captao d e investimentos no somente para a s empresas instaladas internacionais para s u a regio. e m suas dependncias (este fenmeno mais claro e m regies d e baixo o u mdio desenvolvimento econmico). 3.4 Desenvolvimento urbano e as megacidades globais: as caractersticas regionais da cidade de So Paulo e da regio da Cidade Universitria "A giobaiizao no um processo novo nem sinnimo necessariamente de modernidade ou qualidade de vida...O lado positivo da cidade global... s existe em partes da cidade, mesmo entre as lderes da globalizao. Estamos falando de Mantiattan e da London City. Ou, quando se trata de So Paulo, da Paulista, da Oscar Freire, dos Jardins, da Berrini." (S.R.Schiffer, 1997f "If you live in a city, you fiave no cfioice but to sfiare the same urban environment with millions of Impoverished, dispossessed people. No one can ignore the issues of migrant people and city slums". (M. Sato, 2001 "Alguns estudiosos da cidade falam de uma era ps-industrial, de uma cidade ps-industrial onde tempo e espao so redefinidos.^* Texto extrado de entrevista com a arquiteta e pesquisadora Sueli Ramos Schiffer, para a revista "Notcias FAPESP", n 23, agosto de 1997, p. 126. " Texto extrado de entrevista com a pesquisadora do United Nations Centre for Human Settlements (Habitat) para a revista "Network", uma publicao oficial da Japan International Cooperation Agency (JICA), v. 13, outubro de 2001, p. 4.

Aspectos positivos So impulsionadores d e u m a maior conscincia social e coletiva sobre a importncia d o s papis d a tecnologia e d a inovao.

54

Nela no existe mais a necessidade de concentrao, uma vez que sob o paradigma eletrnico-nuclear os terminais e bancos de dados podem estar dispersos pelo territrio. Por isso a cidade pode, pela primeira vez em sua histria, no ser mais im, rompendo seu impulso originrio. Se isso corresponde a um mundo transformado inteiramente em cidade, a um mundo sem cidades ou ao mundo depois das cidades, s o futuro poder dizer." (R. Rolnik, 1995f "...A filosofia reencontra o mdium (meio e mediao) de seus primrdios - a Cidade - numa escala colossal e completamente isolada da natureza. A arfe, tambm reconhece suas condies iniciais, dirigese para um novo destino, o de servir sociedade urbana e vida quotidiana nessa sociedade. Quanto s cincias, no podem evitar o confronto com esse novo objeto sem que renunciem a sua especificidade, deixando o campo livre para uma delas...Elas travam contato...com uma exigncia de totalidade e de sntese. Fato que obriga a conceber uma estratgia do conhecimento. Inseparvel da estratgia poltica, ainda que distinta dela. Segundo qual eixo e em que horizontes pensar essa estratgia do saber? Na direo da entrada para a prtica de um direito: o direito cidade... vida uitana, condio de um humanismo e de uma democracia renovados." (H. Lefebvre, 2001) N e s t e i t e m so a p r e s e n t a d a s a s caractersticas d a regio d a c i d a d e d e So P a u l o e d o e n t o r n o d a C i d a d e Universitria, c o n s i d e r a n d o o s a s p e c t o s d e desenvolvimento urbano d e megacidades globais, como o desta cidade. A organizao d e s t e i t e m est a s s i m e s t r u t u r a d a : Item 3.4.1 b r e v e a b o r d a g e m s o b r e o fenmeno d a s " m e g a -

c i d a d e s " g l o b a i s e s e u s i m p a c t o s n a p r o s p e r i d a d e d a s naes, i n s e r i n d o a c i d a d e d e So P a u l o n e s t e c o n t e x t o ; I t e m 3 . 4 . 2 - b r e v e comentrio s o b r e a classificao d a r e d e u r b a n a b r a s i l e i r a e o p r o c e s s o d e configurao d a s metrpoles n o B r a s i l ; I t e m 3 . 4 . 3 - caractersticas d a s regies m e t r o p o l i t a n a s d o E s t a d o d e So P a u l o ; o s m o v i m e n t o s u r b a n o s n a G r a n d e So P a u l o ; Item 3.4.4 a s regies vizinhas Cidade Universitria -

caractersticas g e r a i s e p e r s p e c t i v a s . 3.4.1 Mega cidades globais e seus impactos na prosperidade das naes A rpida urbanizao d o m u n d o e s e u s i m p a c t o s n a s naes e n a v i d a das pessoas nos aglomerados urtDanos t e m sido discutida p o r rgos

i n t e r n a c i o n a i s e p e s q u i s a d o r e s . A s c i d a d e s so c o n s i d e r a d a s f o c o s d a civilizao

26

Rolnik, R. O que cidade. So Paulo: Brasiliense, 1995, p.84.

55

e, a o m e s m o t e m p o , f o n t e s d e p r o b l e m a s s o c i a i s , corrupo e o u t r o s m a l e s d a s o c i e d a d e m o d e m a . A g r a n d e questo e n t r e o s p e s q u i s a d o r e s est e m c o m o t o m a r o p e r a c i o n a i s e s s a s m e g a c i d a d e s , c o m o transform-las e m regies q u e c o n t r i b u a m p a r a a p r o s p e r i d a d e d a s naes e d e s u a s populaes. O s nmeros i m p r e s s i o n a m : p o r v o l t a d o a n o 2 0 3 0 , s e s s e n t a p o r c e n t o d a populao m u n d i a l estar h a b i t a n d o regies u r b a n a s ( Z w i n g i e , 2 0 0 2 ) . O crescimento demogrfico mundial t e m seus nmeros mais

e x p r e s s i v o s n a s c i d a d e s d e pases e m d e s e n v o l v i m e n t o q u e , d e f o r m a g e r a l , so o s m e n o s e q u i p a d o s p a r a p r o p o r c i o n a r m e i o s d e t r a n s p o r t e , habitao, gua e e s g o t o ( s a n e a m e n t o bsico), e n t r e o u t r o s servios. A s Naes U n i d a s , n o s t r a b a l h o s d e preparao d a United Nations Conference on Human Settlements Habitat II, l e v a n t o u d a d o s estatsticos ( U N C H S , 2 0 0 1 ) q u e c o m p r o v a m -

essa

tendncia. E n t r e a s infonnaes d i s p o n i b i l i z a d a s e n c o n t r a m - s e : O nmero t o t a l d e aglomeraes u r b a n a s c o m populao d e

500.000 habitantes o u mais e r a d e 4 3 8 e m 1980; p o r volta d o a n o 2010, este nmero dever m a i s q u e d o b r a r , alcanando 8 9 2

aglomeraes u r b a n a s e o nmero d e p e s s o a s r e s i d i n d o n e s s a s c i d a d e s crescero c i n c o v e z e s , d e 7 4 5 milhes p a r a 3 , 8 bilhes d e pessoas; E m 1 9 5 0 , a p e n a s trs d a s d e z m a i o r e s c i d a d e s d o m u n d o e s t a v a m l o c a l i z a d a s e m pases e m d e s e n v o l v i m e n t o (Shanghai, Buenos

A i r e s e Calcut); e m 1 9 9 0 , o u t r a s q u a t r o c i d a d e s d a q u e l e s pases f o r a m a d i c i o n a d a s a e s t a estatstica ( B e i j i n , B o m b a i m , C i d a d e d o Mxico e So P a u l o ) . P o r v o l t a d o a n o 2 0 1 0 , e s t i m a d o q u e o i t o d a s d e z m a i o r e s c i d a d e s estaro n o s pases e m d e s e n v o l v i m e n t o . E m l e v a n t a m e n t o feito p e l a P r e f e i t u r a d e So P a u l o ( u t i l i z a n d o c o m o f o n t e s relatrios d a s Naes U n i d a s , d o Instituto B r a s i l e i r o d e G e o g r a f i a e Estatstica - I B G E e p e l a Fundao S E A D E ) , a p r e s e n t a d o n a T A B . 3 . 1 3 , so identificados c o m o maiores aglomerados seguintes urbanos do mundo, e m 2000, as (aqui

c i d a d e s : Tquio, C i d a d e d o Mxico, B o m b a i m , So P a u l o

c o n s i d e r a n d o a regio m e t r o p o l i t a n a d e So P a u l o ) , N o v a I o r q u e , L a g o s , L o s A n g e l e s , Calcut, X a n g a i e B u e n o s A i r e s .

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T A B E L A 3.13 - Maiores aglomerados urbanos d o m u n d o e m 2000^^ Aglomerados Urbanos^" Tquio Cidade d o Mxico Bombaim Regio Metropolitana d e So Paulo N o v a Iorque Lagos Los Angeles Calcuta Xangai B u e n o s Aires Pases Japo Mxico India Brasil Estados Unidos Nigria Estados Unidos India China Argentina Populao (em milhes) 26,4 18,1 18,1 17,8 16,6 13,4 13,1 12,9 12,9 12,6

A s megaipoles, c o n f o n n e c o m e n t a d o p e l o p e s q u i s a d o r u r b a n i s t a G r e g W h i l e y p a r a a Megacities 2000 Foundation (MEGACITIES, 2001), u m a fundao c r i a d a e m 1 9 9 4 p o r intermdio d a ao d a U N E S C O j u n t o Academy Architecture of

(USA), so f r u t o d e m o v i m e n t o s o c o r r i d o s p r i n c i p a l m e n t e a p a r t i r d a

s e g u n d a m e t a d e d o sculo 2 0 , o n d e a populao rural s e d e s l o c o u p a r a u m o u d o i s principis c e n t r o s u r b a n o s n o s pases. E l a s c o n t a m c o m u m a populao d e m a i s d e 1 0 milhes d e p e s s o a s e , c o m o j f o i c o m e n t a d o , c o m tendncia d e rpido c r e s c i m e n t o . P o r v o l t a d o a n o 2 0 1 5 a l g u m a s m e g a c i d a d e s podero t e r u m a populao d e m a i s d e 2 0 milhes d e h a b i t a n t e s , t a i s c o m o : C i d a d e d o Mxico e So P a u l o , n a Amrica L a t i n a , L a g o s e C a i r o n a frica, K a r a c h i , D e l i , B o m b a i m , Calcut, B e i j i n , S h a n g h a i e J a k a r t a n a sia. O s nmeros d a s g r a n d e s aglomeraes, a p r e s e n t a d o s n e s t e item,

r e m e t e m p a r a u m a discusso s o b r e a a t i v i d a d e econmica, n e s s a s c i d a d e s , e seus impactos regionais e nacionais, considerando o s mercados globais. Quais s e r i a m ento o s f a t o r e s necessrios p a r a c a r a c t e r i z a r e s s a s megaipoles c o m o megacidades globais?

P a r a s e r u m a megacidade global o f a t o r i m p o r t a n t e no a d e n s i d a d e d e populao e s i m a concentrao d e e m p r e s a s d o s e t o r f i n a n c e i r o e d e a t i v i d a d e s d e servio d e p o n t a q u e a c u m u l a m c o n h e c i m e n t o , e q u e so c a p a z e s d e a t r a i r i n v e s t i m e n t o s d e alto v a l o r a g r e g a d o .27

E s s a s cidades-regio c o n s t i t u e m

Disponvel em: http://www.prefeitura.sp.aov.br: acesso em 18/03/2003. O conceito de aglomerado urbano utilizado o adotado pela Prefeitura de So Paulo: " o territrio contguo habitado com densidade residencial, desconsiderando-se os limites administrativos."

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u n i d a d e s e s p a c i a i s f u n d a m e n t a i s d a e c o n o m i a g l o b a l i z a d a e a t o r e s polticos r e l e v a n t e s n o cenrio m u n d i a l ( S C O T T , 1 9 9 9 ) . I s s o s e d e v e a o f a t o d e q u e a s atividades econmicas mais dinmicas, intensivas e m tecnologia, esto

interconectadas e m fomna d e redes densas. A s redes estimulam a criatividade e a inovao, p e n n i t e m a recombinao e a mudana n a s e m p r e s a s e m r a p i d e z compatvel c o m a v e l o c i d a d e d e alterao d o s m e r c a d o s e t e c n o l o g i a s , e f a c i l i t a m a s transaes e n t r e o s a t o r e s d e u m a cidade-regio e d e s t e s c o m o r e s t o d o mundo. 3.4.2 A classificao da rede urbana brasileira e o processo de configurao das metrpoles no Brasil A o t r a t a r d e proposies e polticas p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o n a c i o n a l , i m p o r t a n t e o b s e n / a r - s e q u e o Brasil u m pas e m i n e n t e m e n t e u r b a n o , u m a v e z q u e 7 8 % d e s u a populao est n a s c i d a d e s ( L a c e r d a e t a l . , 1 9 9 8 ) ; c i d a d e s e s t a s que p o d e m s e r classificadas, segundo estudo d o I P E A / I B G E / S E A D E / U N I C A M P ( 1 9 9 9 ) , e m : metrpoles g l o b a i s , metrpoles n a c i o n a i s , metrpoles regionais,

centros regionais e centros sub-regionais, f o n n a n d o u m total d e 111 centros u r b a n o s , n o pas, q u e a t u a m c o m o ns d e u m a i n t e n s a r e d e u r b a n a . O e s t u d o d o IPEA/IBGE/SEADE/UNICAMP (1999) q u e estabelece a Nova Rede Urbana

N a c i o n a l , a p o n t a o R i o d e J a n e i r o e So P a u l o c o m o a s d u a s metrpoles g l o b a i s d o pas, a b r a n g e n d o 6 0 municpios e c o n c e n t r a n d o 1 7 , 3 % d a populao t o t a l d o Brasil. O p r o c e s s o d e metropolizao n o B r a s i l i n i c i o u - s e n a s dcadas d e 6 0 e 7 0 q u a n d o a s g r a n d e s c i d a d e s , e m s u a m a i o r i a c a p i t a i s d e e s t a d o s d a federao, sofreram u m significativo processo d e c r e s c i m e n t o relativo, principalmente, expanso p o p u l a c i o n a l e i n d u s t r i a l , a d i c i o n a n d o - s e a i s s o a conurbao d e ncleos u r b a n o s perifricos c i d a d e c e n t r a l , c a r a c t e r i z a n d o u m m o d e l o d e organizao e s p a c i a l b a s e a d o n a existncia d e u m c e n t r o e u m a p e r i f e r i a . So a s s e g u i n t e s a s f a s e s d e metropolizao caractersticas n o B r a s i l ( L a c e r d a e t a l . , 1998): Dcadas de 60/70 incio d o p r o c e s s o , com a metrpole

a p r e s e n t a n d o u m a rea c e n t r a l e u m a p e r i f e r i a , e s t a n d o e s t a ltima caracterizada p o r u m a ocupao d e s o r d e n a d a d e reas p o r

m i g r a n t e s d e b a i x a r e n d a , s u r g i n d o o fenmeno d o s l o t e a m e n t o s

5&

c l a n d e s t i n o s e d a s invases, c o m s e v e r o c o m p r o m e t i m e n t o d o m e i o a m b i e n t e d a regio e c r i a n d o u m a d u a l i d a d e e n t r e o " c e n t r o " ( z o n a rica e prspera) e a " p e r i f e r i a " ( z o n a p o b r e e c o m i n f r a - e s t r u t u r a deficiente); Dcadas d e 7 0 / 8 0 - perodo m a r c a d o p e l a substituio d a s a n t i g a s construes e estruturas por novas, caracterizando ampla melhores

verticalizao d e reas r e s i d e n c i a i s q u e a p r e s e n t a v a m

condies a m b i e n t a i s e d e s t a t u s ; e s t a f a s e c a r a c t e r i z a d a p o r u m a f o r t e especulao imobiliria e u m e m p o b r e c i m e n t o d a s regies c e n t r a i s , p r o v o c a d o p e l a migrao i n t e r n a d a s populaes. N e s t a fase, agravam-se o s problemas d a periferia, pelo a u m e n t o d a densidade d e construes, deficincia n o s servios d e i n f r a -

estrutura, e o agravamento d o s impactos sobre o meio ambiente d e c o r r e n t e s d a s ocupaes d e s o r d e n a d a s ; A n o s 9 0 - registram-se menores taxas d e crescimento d a s grandes metrpoles, n o q u e t a n g e expanso d a populao; v e r i f i c a - s e u m considervel r e c u o n o m o d e l o c e n t r o / p e r i f e r i a , caracterstico d e perodos a n t e r i o r e s ; o m o v i m e n t o d e migrao i n t e r n a n a metrpole c r i a reas s i g n i f i c a t i v a s d e segregao m a r c a d a s p o r d e s i g u a l d a d e s n a distribuio d e r e n d a e n a o f e r t a d e b e n s e servios pblicos. Observa-se, portanto, q u e a s metrpoles brasileiras tornaram-se

espaos c o m a l t o s ndices d e fragmentao e desarticulao, c o m o r e s u l t a d o d e u m rpido e d e s o r d e n a d o p r o c e s s o d e urbanizao. O processo d e urbanizao obsen/adas n o Brasil no resultado nos direto d a s anos,

transfonnaes

econmicas

pas,

ltimos

p r i n c i p a l m e n t e relao a o s e f e i t o s d a globalizao, q u e i m p a c t a m e n t r e o u t r o s , o p r o c e s s o d e migrao i n t e m a e a e s t r u t u r a d o e m p r e g o u r b a n o . D e a c o r d o c o m Motta (2001), esse aspectos: "Interiorizao do fenmeno urbano; Acelerada urbanizao das reas de fronteira econmica; Crescimento das cidades mdias; Periferizao dos centros urbanos; Formao e consolidao de aglomeraes urbanas metropolitano e no-metropolitano."{Motta, 2001). processo apresenta como caractersticas, o s s e g u i n t e s

de

carter

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N o B r a s i l , a p e n a s So P a u l o e R i o d e J a n e i r o i n s e r e m - s e e p a r t i c i p a m d o fenmeno g l o b a l . V o l t a n d o a o p e n s a m e n t o d e N a i s b i t t c i t a d o a n t e r i o r m e n t e n e s t e captulo - "pense localmente, aja globalmente" - p a r a no p e r d e r s u a s

caractersticas e f a t o r e s d i f e r e n c i a i s f r e n t e a o s i m p a c t o s g e r a d o s p e l a r e d e g l o b a l (processo de "homogeinizao"), faz-se necessria a valorizao das

caractersticas l o c a i s , c o m u m i n t e n s o p r o c e s s o d e gerao d e v a l o r , d e criao de cultura e d e conliecimento. E n e s t e p o n t o , r e m e t e - s e s d i r e t r i z e s d e descentralizao poltica e a d m i n i s t r a t i v a q u e t e m l e v a d o a u m a reviso d o s p r o c e s s o s d e p l a n e j a m e n t o u r b a n o e a n o v a s f o r m a s d e participao d a populao ( c o m o o s m o v i m e n t o s d e gesto p a r t i c i p a t i v a j i m p l a n t a d o s e m a l g u m a s prefeituras brasileiras) n o s

destinos d e suas cidades, valorizando o s aspectos culturais e ambientais d o meio urbano. 3.4.3 Caracterizao das regies metropolitanas do Estado de So Paulo; os movimentos urbanos na Grande So Paulo O E s t a d o d e So P a u l o p o s s u i trs regies m e t r o p o l i t a n a s , a d e So P a u l o , a d a B a i x a d a S a n t i s t a , e a regio d o e n t o r n o d e C a m p i n a s . A s trs regies metropolitanas produtivas paulistas atuam como u m a rede tambm, integrada, nessa c o m funes densa, as

complementares,

englobando

rede

concentraes u r b a n a s d o V a l e d o Paraba, d e S o r o c a b a e d e o u t r a s reas, nesse permetro. A E m p r e s a Paulista d e Planejamento Metropolitano S/A,

v i n c u l a d a S e c r e t a r i a d e E c o n o m i a e P l a n e j a m e n t o d o E s t a d o d e So P a u l o a t u a d i r e t a m e n t e n a formulao d e d i r e t r i z e s , p l a n o s e p r o g r a m a s d e d i c a d o s a o d e s e n v o l v i m e n t o d a s metrpoles p a u l i s t a s , e regies d o e n t o r n o e , n e s t e s e n t i d o desenvolve estudos sobre essa rede metropolitana, d e n o m i n a d a d e C o m p l e x o Metropolitano Expandido (CME). O C M E apresenta dados relevantes para o s f o m i u l a d o r e s d e polticas pblicas: c o r r e s p o n d e a u m territrio d e 4 2 . 7 3 7 k m ^ ( 1 7 , 1 8 % d o territrio d o E s t a d o d e So P a u l o ) , c o n c e n t r a c e r c a d e 2 6 , 3 milhes d e h a b i t a n t e s , o q u e s i g n i f i c a 7 1 , 1 3 % d a populao e s t a d u a l . M a i s i m p o r t a n t e d o q u e o s d a d o s r e l a t i v o s d e n s i d a d e demogrfica, e s s a s regies m e t r o p o l i t a n a s a p r e s e n t a m u m P r o d u t o I n t e r n o B r u t o ( P I B ) s u p e r i o r a a l g u n s pases e u r o p e u s ( c o m o a D i n a m a r c a e a N o r u e g a ) , c o r r e s p o n d e n d o , e m 1 9 9 7 , a 2 2 3 , 8 bilhes d e dlares ( 7 8 , 6 % d o t o t a l d o E s t a d o d e So P a u l o e 2 7 , 8 % d o P I B n a c i o n a l ) .

E s p e c i f i c a m e n t e , a s trs regies m e t r o p o l i t a n a s a b r i g a m 5 8 % d a populao d o E s t a d o d e So P a u l o ( 2 1 , 4 milhes d e h a b i t a n t e s ) , c o r r e s p o n d e n d o a 1 3 % d a populao t o t a l d o Pas, e o c u p a m u m a rea d e c e r c a d e 1 4 m i l k m ^ . N a T A B . 3 . 1 4 so a p r e s e n t a d o s d a d o s e comentrios s o b r e a s caractersticas d a s regies m e t r o p o l i t a n a s d e So P a u l o ( E M P L A S A , 2 0 0 3 ) . T A B E L A 3 . 1 4 - Caractersticas d a s Regies M e t r o p o l i t a n a s d e So P a u l o ^ ^Comentrios municpios 39 So Paulo - Lei Um em cada 10 brasileiros mora na Grande So Paulo, o que Complementar significa dizer que o contingente populacional da regio Federal n 14, de aproximada mente 66% superior ao da Regio Metropolitana 08/06/73 e Lei do Rio de Janeiro, a segunda maior do pas. A regio o Complementar maior plo de riqueza nacional, com um Produto Interno Bruto Estadual n 94, de (PIB) em torno de US$ 99,1 bilhes (16,7% do total nacional) 29/05/74. e renda per capita de US$ 5 545. "A Grande So Paulo detm a centralizao do comando do grande capital privado: aqui esto as sedes brasileiras dos mais importantes complexos industriais, comerciais e principalmente financeiros, que controlam as atividades econmicas privadas. Esses fenmenos fizeram surgir e condensar na Regio Metropolitana uma srie de servios sofisticados, definidos pela ntima dependncia da circulao e transporte de informaes: planejamento, publicidade, marketing, finanas e consultorias, entre outros." Baixada Santista - Lei Caracterizada por uma rea litornea, a regio possui uma Complementar n 815, populao fixa de mais de 1,4 milho de habitantes que, nos de 30/07/96. perodos de frias e feriados, tem seu nmero duplicado. A regio responsvel por mais de um tero do comrcio exterior do pas, por meio do porto de Santos, o maior complexo da Amrica do Sul (responsvel por cerca de 43% do movimento nacional de contineres). A regio conta ainda com o parque industrial de Cubato, importante plo siderrgico nacional. Todo esse movimento industrial e porturio, bem como as atividades comerciais, servios e turismo, so responsveis pela gerao de um PIB de US$ 7,4 bilhes e renda per capita de US$ 5 023. O rpido crescimento de Santos, Cubato e Guaruj, e a impossibilidade de comportar as populaes aderentes regio, levou ao crescimento de outros municpios vizinhos (So Vicente Praia Grande e Vicente de Carvalho) que constituem, em grande parte, cidades dormitrios, praticamente contnuos (conurbados). A regio, em decorrncia dos mesmos fatores que a caracterizam como expoente no processo de globalizao, sofre com graves problemas ambientais, de infra-estrutura, de transporte, de habitao e de saneamento. Campinas a mais nova regio metropolitana do Estado. Campinas - Lei 19 Esta importante regio ganhou, em 10 anos, cerca de meio Complementar n 870, milho de habitantes. Na regio, encontra-se a maior de 19/06/2000. concentrao de empresas de telecomunicaes do pas; outro dado importante que um tero da carga area do Brasil passa pela Regio Metropolitana de Campinas. A Regio Metropolitana

29

Os dados inseridos nesta tabela esto disponveis em: http://www.emplasa.sp.qov.br/metropoles/: acesso em 18/03/2003.

C O f ^ O NACIOm D BERa ItJClEAR/SP-PM

61

Regio l\/letropolitana

N" de municpios

Comentrios regio tem um PIB maior que o da Coria do Sul e Sua e equivalente ao da Espanha. um dos mais importantes plos de pesquisa cientfica e tecnolgica do pas.

F o c a l i z a n d o e s p e c i f i c a m e n t e a rea d a Regio M e t r o p o l i t a n a d e So P a u l o , o Plano Metropolitano da Grande So Paulo v e i c u l a d o p e l a E M P L A S A ,

r e f e r e n t e a o perodo d e 1 9 9 4 / 2 0 1 0 , prope, e n t r e s u a s d i r e t r i z e s , a s p e c t o s q u e esto r e l a c i o n a d o s a o s i m p a c t o s d a globalizao n a regio. N a T A B . 3 . 1 5 e n c o n t r a m - s e a s diretrizes propostas pelo referido Plano, s o b o s aspectos d e d e s e n v o l v i m e n t o u r b a n o , e s t r u t u r a u r b a n a e circulao e t r a n s p o r t e s . T A B E L A 3 . 1 5 - P l a n o M e t r o p o l i t a n o d a G r a n d e So P a u l o 1 9 9 4 / 2 0 1 0 - D i r e t r i z e s metropolitanas'^" Desenvolvimento 1. Capacitar a Grande So Paulo ( G P S ) para o urbano desempenho eficaz d e s e u papel d e principal metrpole do Pas e integrante d a rede mundial d e plos econmico-direcionais; 2. Consolidar a s bases para q u e o desenvolvimento d a G S P seja sustentvel tanto n a dimenso fsico-ambiental c o m o na perspectiva dos recursos humanos; 3. Aprimorar o desempenho regional para assentamento industrial; 4. Consolidar, na G P S , perfil industrial sustentado n a s inovaes tecnolgicas e m curso e adequao a o ambiente metropolitano; 5. Intensificar o processo d e modernizao d a indstria d a GSP; 6. Modernizar a infra-estrutura d e apoio s atividades d e comrcio exterior; 7. Fortalecer, na G S P , a atividade terciria d e apoio produo; 8. Incentivar a gerao d e emprego e a melhoria n o perfil de distribuio d a renda; 9. Garantir condies para o desenvolvimento econmico dos municpios situados total o u majoritariamente e m unidades de consen/ao ambiental; 10. Contribuir para o re-ordenamento institucional n a s questes afeitas organizao territorial d a Metrpole, com vistas a reduzir a s atuais dificuldades para o desenvolvimento de atividades econmicas e a garantir maior efetividade na preservao ambiental. 1. Promover a adoo de princpios d e ordenamento d o uso Estrutura urbana e ocupao d o solo, c o m u n s para a G S P , q u e reduzam as disparidades d e tratamento d o territrio metropolitano e q u e favoream a observncia d e critrios tcnicos n o30

Informaes que constam nesta tabela, adaptada, esto disponveis em http://v^/ww.emplasa.sp.qov.br/planos projetos/DiretrizesI .asp: acesso em 21/03/2003.

62

Circulao e transportes

assentamento urbano; 2. Promover maior eqidade n a s condies d e localizao intra-urbanas na G S P , c o m nfase para a homogeinizao d a acessibilidade pelo sistema d e transporte pblico; 3. Promover a expanso d o centro metropolitano e a consolidao d e plos sub-regionais e zonais d e comrcio e servios, q u e favoream a descentralizao do emprego tercirio; 4. Estimular a descentralizao, e m curso, d a s atividades industriais d e maior porte e impacto e propiciar s e u assentamento e m reas perifricas; 5. Reconhecer e estimular o processo d e renovao urbana e m curso, visando garantir a recuperao e/ou presen/ao d e padres urbanos a d e q u a d o s s funes metropolitanas; 6. Ampliar o Cinturo Verde d a Metrpole, proteger e expandir o sistema de reas verdes intra-urbanos; 1. Potencializar reas retroporturias e complementares s funes d o s trs aeroportos metropolitanos, d e f o r m a a acomodar a s atividades d e suporte a o s m e s m o s e p o r eles induzidas; 2. Implantar melhorias e consolidar, e m bases infraestruturais e d e operao e m alta qualidade tcnica, o sistema ferrovirio de cargas e passageiros; 3. Implantar novas ligaes e trechos prioritrios d e grandes projetos virios regionais; 4. Executar melhorias e integrar malha regional trecho d e vias existentes; 5. Dar continuidade e expandir a s iniciativas d e implantao de terminais intermodais d e carga geral e/ou especializados, colocando-os servio d o s troncos rodoferrovirios e m reas perifricas d e maior adensamento urbano; 6. Implantar rede estrutural d e transporte d e passageiros d e mdia capacidade; 7. Reforar o processo d e integrao multimodal d o s sistemas para passageiro d a G S P ; 8. Desenvolver programa d e melhoramento d e operao e segurana d e trfego n o s pontos crticos d a malha regional onde haja ocorrncia freqente d e acidentes e congestionamentos; 9. Criar base tcnica a d e q u a d a para a melhoria operacional e de segurana no trfego.

O perfil p o p u l a c i o n a l e econmico d a regio m e t r o p o l i t a n a d e So P a u l o i m p a c t a , c o n s i d e r a v e l m e n t e , o E s t a d o d e So P a u l o e o pas. O b s e r v e - s e tambm q u e , n o s ltimos a n o s , houve mudanas significativas no perfil cada

econmico d e s s a regio. S e g u n d o M a s a n o (2001),..."Ha' 15 anos, para

emprego na indstria tiavia um no setor de servios; tioje, para cada emprego na indstria ii mais de trs no setor de servios. Alm d i s s o , r e s u l t a d o d a

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globalizao d a regio, c o n t i n u a o a u t o r , ..."esto sendo obsen/ados recorde de fuses e aquisies, em 2001, sendo mais de 60% das envolvendo o capital estrangeiro'.

nmeros

negociaes

N a T A B . 3 . 1 6 , a n a l i s a n d o d a d o s d i s p o n i b i l i z a d o s n a edio d e 2 0 0 1 d e Melhores e Maiores d a revista Exame, Masano (2001) apresenta um

l e v a n t a m e n t o c o m p a r a t i v o d a evoluo, n a ltima dcada, d o nmero e d o f a t u r a m e n t o d e e m p r e s a s s e d i a d a s n a G r a n d e So P a u l o , q u e esto n a lista d a s 5 0 0 maiores e m p r e s a s privadas listadas n o anuario d a revista E x a m e . T A B E L A 3 . 1 6 - C o m p a r a t i v o d a evoluo d o nmero e d o f a t u r a m e n t o d e e m p r e s a s s e d i a d a s n a G r a n d e So P a u l o , n a ltima dcada. ( M a s a n o , 2 0 0 1 , Evoluo do nmero de empresas Grande So Paulo Brasil Evoluo em Faturamento e vendas (US$ bilhes) Grande So Paulo Brasil

Origem 1999 141 353

Brasileira 2000 76 269

Origem 1999 89 147

Estrangeira 2000 130 231

32,4 83,9

37,7 124,3

35,6 60

91,3 158,7

H u m a c e n t u a d o a u m e n t o d o nmero d e e m p r e s a s c o m c a p i t a l d e o r i g e m e s t r a n g e i r a i n s t a l a d a s n a g r a n d e So P a u l o , o q u e c o r r o b o r a a s caractersticas d e megacidade global, o u s e j a , a regio m e t r o p o l i t a n a d e So P a u l o est s e n d o

c o n s i d e r a d a , i n t e m a c i o n a l m e n t e , u m a rea d e i n t e r e s s e p a r a i n v e s t i m e n t o s e t e c n o l o g i a p o r g r a n d e s corporaes. Reforando e s s a viso, p o d e - s e coordenada pela pesquisadora citar anlise r e a l i z a d a que desenvolveu pela equipe

Sueli Schiffer

u m Projeto

Temtico, n o mbito d a Fundao d e A m p a r o P e s q u i s a d o E s t a d o d e So P a u l o - F A P E S P , intitulado " O s i m p a c t o s d a globalizao s o b r e So P a u l o " (Schiffer, 1 9 9 7 ) . A anlise r e a l i z a d a p e l o s p e s q u i s a d o r e s p e r m i t i u confirmar

p o r q u e So P a u l o est includa n o rol d a s c i d a d e s g l o b a i s . P a r a o m e n c i o n a d o e s t u d o , o s p e s q u i s a d o r e s u t i l i z a r a m o s parmetros p r o p o s t o s p o r u m a p e s q u i s a semelhante realizada n a Universidade d e Columbia, nos Estados Unidos, sobre c i d a d e s g l o b a l i z a d a s , lderes, a s a b e r : N o v a I o r q u e , L o n d r e s e Tquio. E n t r e a s caractersticas d a s c i d a d e s g l o b a i s e n c o n t r a m - s e :

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" . . . a centralizao do controle de capital, o crescimento acelerado do setor de sen/ios (incluindo financeiro) em detrimento do setor secundrio, um processo de desindustrializao acelerado, o crescimento do desemprego para trabalhadores no qualificados, o crescimento do setor informal de trabalho e a maior valorizao das reas imobilirias onde se instalam atividades e empresas inseridas no processo de globalizao". (Schiffer, 1997) O s p e s q u i s a d o r e s c l a s s i f i c a m , p o r t a n t o , So P a u l o c o m o u m a c i d a d e g l o b a l , p o i s p a r t i c i p a d e u m a r e d e d e c i d a d e s , a t u a n d o c o m o u m d o s ns, n a s transaes c o m e r c i a i s e f i n a n c e i r a s g l o b a l i z a d a s , porm, a o contrrio d e N o v a I o r q u e , L o n d r e s e Tquio, p o r e x e m p l o , no a t u a c o m o lder, m a s s i m c o m o n a u x i l i a r n o p r o c e s s o d e globalizao. S e g u n d o S c h i f f e r ( 1 9 9 7 ) : "Esta cidade funciona como um centro regional de decises no processo econmico mundial...Em So Paulo podem ser tomadas as decises sobre o capital relativas ao Mercosul, Amrica do Sul e mesmo Amrica Latina." Os efeitos desse processo podem ser observados com as

transfomnaes n a ocupao d o s espaos n a c i d a d e . E m u m e s t u d o s o b r e a s mudanas n a ocupao d o s espaos u r b a n o s e m So P a u l o , p u b l i c a d o n a FOLHA D E SO PAULO (2001) observa-se que grandes corporaes,

p r i n c i p a l m e n t e d o s s e t o r e s d e t e c n o l o g i a e famriacutico, esto v i s u a l i z a n d o a s oportunidades ocupao. O r e f e r i d o e s t u d o a n a l i s a a ocupao d e a n t i g o s galpes i n d u s t r i a i s d e So P a u l o p o r c e n t r o s e m p r e s a r i a i s , reas r e s i d e n c i a i s e d e l a z e r ( F O L H A D E SO P A U L O , 2 0 0 1 ) , r e v e l a n d o q u e 1 9 , 1 % d e t o d o s o s espaos i n d u s t r i a i s n a c i d a d e j so o c u p a d o s p o r e m p r e s a s d a rea d e servios e no d o r a m o i n d u s t r i a l . N a F I G . 3 . 5 , so m o s t r a d a s a s n o v a s tendncias d e ocupao d e a n t i g a s reas i n d u s t r i a i s d e So P a u l o . D e a c o r d o c o m e s s e e s t u d o , so a s s e g u i n t e s a s regies a f e t a d a s p o r e s s e m o v i m e n t o e r e s p e c t i v a s n o v a s caractersticas d e ocupao: Regio da Barra Funda, Lapa e Vila Leopoldina - tendncia d e q u e se apresentam e tm s i d o protagonistas dessa nova

concentrao d e escritrios d e alto padro n a B a r r a F u n d a ; n a V i l a L e o p o l d i n a , instalaes d e residncias e a t i v i d a d e s c o m e r c i a i s ; Regio da Avenida do Estado, Belm, l\Aooca e Tatuap - tendncia

d e s u r g i m e n t o d e rea r e s i d e n c i a i s d e t o d o s o s padres, p r i n c i p a l m e n t e n o Brs e n a M o o c a ;

65

-

Regio da Zonal Sul (Santo Amaro, marginal Pinheiro e Jurubatuba)

- tendncia d e ocupao p o r prdios c o m e r c i a i s d e escritrios o u d e eventos, principalmente n a marginal Pinheiros; Regio Sudoeste - Itaim e Vila Olmpia - concentrao d e escritrios

d e t e c n o l o g i a n a rea prxima m a r g i n a l P i n h e i r o s e n o I t a i m ; n a s o u t r a s reas a tendncia d e ocupao c o m fats e r e s i d e n c i a i s d e a l t o padro; Regio do ABC - a p r e s e n t a indstrias a i n d a a t i v a s c o m tendncia

d e sada p a r a o u t r a s regies d o pas. Outro movimento interessante apontado pelo estudo diz respeito ocupao d e espaos disponveis d e galpes a o l o n g o d a s p r i n c i p a i s v i a s d e acesso a o municpio d e So P a u l o (Anhanguera, Castelo Branco, Rgis

B i t t e n c o u r t , A n c h i e t a - l m i g r a n t e s , D u t r a e Femo D i a s ) . E s t e m o v i m e n t o t e m s i d o p r o t a g o n i z a d o p o r e m p r e s a s d a s reas d e logstica e distribuio. P a r a concluir este item, urbanistas tais c o m o Jorge W i l h e l m e Raquel R o l n i k a p o n t a m p a r a o f u t u r o d e So P a u l o c o m o u m a metrpole c a r a c t e r i z a d a p e l a descentralizao, c o m o f o m i a d e s u p e r a r o s p r o b l e m a s e d i f i c u l d a d e s a t u a i s . Esta descentralizao seria caracterizada pelo desenvolvimento d e plos

(centros) n o s bairros q u e contenham u m a mistura d e atividades, q u e p o s s a m a t e n d e r a i n t e r e s s e s d e d i v e r s o s g r u p o s . Tambm l e v a n t a m a n e c e s s i d a d e d e e s t a b e l e c i m e n t o d e u m a n o v a poltica p a r a o u s o e ocupao d o s o l o , u m n o v o z o n e a m e n t o e p a r a u m a requalificao d o s espaos d o c e n t r o e x p a n d i d o d a cidade. 3.4.4 - As regies vizinhas Cidade Universitria - caractersticas gerais e perspectivas A zona sudoeste, onde se encontra a Cidade Universitria, t e m

caractersticas p e c u l i a r e s , d e v i d o e l e v a d a d e n s i d a d e d e instituies l i g a d a s a o s i s t e m a l o c a l d e inovao. Utilizando os modelos ternrios usualmente considerados como

metforas d e s i s t e m a s d e inovao, s e j a o clssico Tringulo d e Sbato o u a Triple Helix, verifica-se de q u e o s trs nesse tipos espao. de atores A institucionais tm

representantes tecnolgica

excelncia cerca

infra-estrutura alm

cientficoe

inclui

d e 5.000

pesquisadores,

de estudantes

p r o f i s s i o n a i s b a s e a d o s n o campus d a c a p i t a l d a U n i v e r s i d a d e d e So P a u l o -

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U S P , n o Instituto d e P e s q u i s a s Energticas e N u c l e a r e s - I P E N , n o I n s t i t u t o d e P e s q u i s a s Tecnolgicas - I P T ( p a r c e i r o s n o C I E T E C - C e n t r o I n c u b a d o r d e E m p r e s a s Tecnolgicas), n o Instituto Butant, e n t r e o u t r a s instituies. A p r i n c i p a l agncia d e f i n a n c i a m e n t o Cincia e T e c n o l o g i a d o E s t a d o a FAPESP,

e n c o n t r a - s e prxima C i d a d e Universitria. N a T A B . 3 . 1 7 a p r e s e n t a - s e a l g u n s d a d o s q u e v a l i d a m a viso d e excelncia d a i n f r a - e s t r u t u r a cientfico-tecnolgica d o E s t a d o d e So P a u l o , v e i c u l a d a s e m e s t u d o r e a l i z a d o p e l a F A P E S P -

Indicadores de Cincia, Tecnologia e Inovao do Estado de So Paulo ( L a n d i , 2001). A mudana d o perfil econmico n o e n t o r n o d a C i d a d e Universitria g e r a u m a n e c e s s i d a d e e u m a o p o r t u n i d a d e . D e v i d o falncia o u sada d e vrias indstrias e e m p r e s a s t r a d i c i o n a i s , e s t a microrregio v e m p a s s a n d o p o r u m a f a s e d e diminuio d a a t i v i d a d e econmica l o c a l , v e r i f i c a n d o - s e , e m decorrncia, u m a reduo n o m o v i m e n t o c o m e r c i a l e d e servios, q u e c o n t r i b u e m p a r a a q u e d a d o nvel e d a q u a l i d a d e d o e m p r e g o . O b s e r v a - s e , p o r t a n t o , a n e c e s s i d a d e ( e a o p o r t u n i d a d e ) d e i n c e n t i v a r a criao d e e m p r e e n d i m e n t o s q u e a l t e r e m e i n o v e m a vocao econmica d a regio. P r o b l e m a s anlogos queles e n f r e n t a d o s n a z o n a s u d o e s t e d a Regio M e t r o p o l i t a n a d a G r a n d e So P a u l o o c o r r e m e m o u t r a s regies f o r t e m e n t e a d e n s a d a s - t a n t o n o E s t a d o d e So P a u l o ( n a B a i x a d a S a n t i s t a e n a j p r e v i s t a regio m e t r o p o l i t a n a d e C a m p i n a s ) , c o m o e m o u t r o s e s t a d o s d o Pas e , a i n d a , e m o u t r a s metrpoles d a Amrica L a t i n a ( C i d a d e d o Mxico, B u e n o s A i r e s , Bogot, C a r a c a s e L i m a ) . A s s i m , a revitalizao d e reas, pemriitindo a u m e n t o d e oportunidades de emprego qualificado, incremento d a competitividade de

empresas, estabelecimento d e empreendimentos d a economia d o conhecimento capazes d e sustentar a atividade econmica u m a questo d e grande

importncia p a r a o s f o r m u l a d o r e s d e polticas pblicas.

67

Av. Do Estado, Belm, Mooca e Tatuap

Aro ytn Sna en

Universidade de So Paulo-USP

Rodoanel

Rgs i Btecut itnor

Rdae oonl Rdva ooisRodoviasEmpresas das reas de logistica e dislnbuo comeam a ocupar os espaos vagos de galpes ao longo das principais vias de acesso ao municpio (Anhanguera. Castelo Branco. Rgis Biltencourt, Anchietalmigrantes. Dutra e Femo Dias), pnnapalmente no entorno do Rodoanel.

Zona sul (Santo Amaro, Marginal Pinlieiros e, Jurubatuba)

Iirne mgats

da

F I G U R A 3 . 5 : N o v a s tendncias d e ocupao n a c i d a d e d e So P a u l o ( F O L H A D E SO P A U L O , 2 0 0 1 , a d a p t a d a p a r a incluso d a regio d a C i d a d e Universitria) T A B E L A 3.17 - Principais dados/indicadores tecnolgica d e So P a u l o ( L a n d i , 2 0 0 1 ) infra-estrutura cientfico-

Cerca de 70% da produo cientfica indexada nas bases do ISI (Institute for Scientific Information, Filadlfia, EUA), originou-se em instituies localizadas no Sudeste. O perfil de publicaes indexadas nas bases do ISI em relao presena de lderes de pesquisa por estados brasileiros, os nmeros indicam que So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais produziram 75% das publicaes indexadas (dados do Diretrio dos Grupos de Pesquisa do CNPq). Dados do Diretrio dos Grupos de Pesquisa do CNPq (1997) revelam que os cientistas doutores do Estado de So Paulo correspondem a 41,2% em relao ao total do Brasil (Dados colhidos e adaptados da publicao "Indicadores C&T e Inovao do Estado de So Paulo - FAPESP (LANDI, 2001) Avaliao dos cursos de Ps-Graduao Estado de So Paulo e Brasil (1998) - com base nos dados do MEC/Capes (Brasnia/DAV-1999) (adaptado da Tab. 3.27 Indicadores C&Te Inovao do Estado de SP (LANDI, 2001)

68

Mestrado/doutorado (notas de avaliao)

6 5 4 2 3 1 So Paulo 40 160 8 139 101 5 3 Brasil 102 287 445 401 46 12 4 % SP/Brasil 25,2 63,6 39.2 48,4 36,0 17,4 41,7 75,0 CN-curso novo; CR-curso em reestruturao; AS-sem avaliao Obs: as notas 7 e 6 so reservadas somente para programas que contam com doutorado com nvel de excelncia. O sistema acadmico estadual paulista foi capaz de formar e fixar um grande nmero de pesquisadores, percentual expressivo se comparado s demais regies do pas. Dependncia So Paulo Sudeste Outras regies Brasii Administrativa Federal 9,7 35,8 86,9 53,0 Estadual 82,4 6,2 38,8 55,3 Municipal 0,2 0.2 0,3 0,2 Particular 7,7 8,7 6,6 8,0 Total 100 100 100 100 adaptado da Tab. 4.3 Indicadores C&Te Inovao do Estado de SP(2001). Considerando-se os depsitos de patentes, modelos de utilidade e desenho industrial como indicadores de inovao, a tabela abaixo expe as patentes concedidas por modalidade e origem do depositante (adaptado da Tab. 7.16 Indicadores C&T e Inovao do Estado de SP(LANDi, 2001) fonte: INPiy. Modalidade/origemPatentes de

7 14 22

1989 | 1990 | 1991 279 474 58,9 328 506 64,8 445 627 71,0 1052 160765,5

T 1992T j j ^ i151 254 59,4 177 253 70,0 204 353 57,8 532 86061,9

ri995Tl996233 419 55.6 352 508 69.3 273 461 59,2 858 138861.8

I 1997119 232 51,3 183 299 61,2 630 841 74,9 932 137267,9

| 1998 223 406 54,9 245 385 63,6 1308 1722 75,9 1776 251370.7

So Pauio Brasil % SP/BRModelo de Utilidade

271 453 59,8 331 484 68.4 346 598 57,9 948 153561,8

211 341 61,9

212 378

280 525 53,3 325 484 67.1 347 454 76,4 952 146365.1

90 189 47,6 120 192 62,5 413 557 74,1 623 93866,4

So Paulo Brasil % SP/BR So Paulo Brasil % SP/BRTotal

311 70.1 290 471 61,6 719 112364,0

211 297 71,0 225 364 61,8 648 103962.4

So Paulo Brasil%SP/BR

Em 1998, So Pauio contribuiu com 70,7% do total de depsito de patentes, modelos de utilidades e desenho industrial, somados, em relao ao pas. Os dados comparativos sobre os recursos humanos de pesquisa revelam que na poca desses estudos, dos cerca de 46.000 pesquisadores ativos na rea de governo no Brasil, o Estado de So Pauio concentrava aproximadamente 35% dos pesquisadores do setor pblico.Pesquisadores no Brasil, Argentina, Mxico (1998) e So Paulo (1999)

(*f, ^ -"ill ,

6,7 45.843 92,2 Brasil 18.092 Argentina 15,0 82,9 89,7 Mxico 17.428 5,5 0,45 So Paulo 15.961 (1999) *)PEA: populao economicamente ativa adaptado da Tabela 4.1 mais dados Indicadores C&Te Inovao do Estado de SP (UVNDI, 2001) fonte: OCDE-STEPI-RICYT) Dispndios com a atividade de P&D: os gastos mdios com P&D no Estado de So Paulo entre 1995 e 1998 corresponderam a US$ 2,5 bilhes ao ano, equivalendo, na mdia, a 0,98% do PIB paulista; ^ a mdia de gastos com P&D no Estado de So Paulo corresponderam a cerca de 38% do total nacional; ^ a tabela abaixo (adaptado da Tabela 5.3 Indicadores C&T e Inovao do Estado de SP (LANDI,

Total Pesquisadores (a) 49.702 21.821 19.434

Pesquisadores/ PEA(*)

Pesquisadores Governo (b)

(by(a) %

Pesquisadores/ iUii habitantes So Paulo

69

200^)), o dispndio estadual em P&D, em percentual, por fonte de recursos, no perodo de 1995-1998: Fonte de Recursos 1995 1996 1997 1998 1995-1998 Governo federal 31,3% 29,4% 27,8% 26,0% -12,0% 37,7% Governo estadual 34,4% 35,5% -0,3% 31,5% Empresas 31,0% 36,2% 40,7% 38,5% 31,1% industriais Observe-se que houve uma significativa reduo dos recursos aplicados pelo governo federal e que a aplicao referente ao governo estadual manteve-se estvel. importante ressaltar, no interesse deste estudo, que os dispndios com P&D no setor empresarial tiveram uma substancial elevao.

Novas estruturas

poltico-administrativas e a aprovao d o P l a n o

D i r e t o r p a r a a c i d a d e d e So P a u l o , t r a z e m i m p o r t a n t e s e estratgicas mudanas n o p l a n e j a m e n t o d a c i d a d e . O P l a n o D i r e t o r a p r o v a d o n a Cmara M u n i c i p a l c o n t r i b u i p a r a e s t a b e l e c e r a viso, a s d i r e t r i z e s e a s previses q u e nortearo p o r d e z a n o s a s aes d a administrao pblica, d o s a g e n t e s econmicos e d a sociedade e m geral. Segundo o arquiteto e urbanista Jorge W i l h e i m ^ \ o plano proposto e amplamente discutido c o m a sociedade envolve conceitos inovadores de planejamento urbano, prevendo entre outros aspectos: a j c o m e n t a d a n e c e s s i d a d e d e desconcentrao d a c i d a d e , c o m previso d e e x p a n d i r , d e f o r m a p l a n e j a d a , e m reas u r b a n a s m e n o s c o n g e s t i o n a d a s , p o r m e i o d e operaes u r b a n a s n a s regies d e : V i l a Snia, V i l a L e o p o l d i n a , Jacu-Pssego, C e l s o G a r c i a e P e n h a , Carandiru e Vila Maria; O P l a n o e v i d e n c i a a existncia d e u m a d i a g o n a l d e o p o r t u n i d a d e s c r u z a n d o a c i d a d e , d a s d i v i s a s c o m So C a e t a n o e S a n t o Andr, p a s s a n d o p o r I p i r a n g a , M o o c a , C a m b u c i , Brs e P a r i , at o C e n t r o , e p r o s s e g u i n d o p e l a B a r r a F u n d a , gua B r a n c a , L a p a , P i r i t u b a e Perus (esto p r e v i s t a s de massa, d u a s operaes u r b a n a s c o m vista a reocupar apoiadas por reas ociosas,

transportes

revitalizando-as c o m moradias e atividades q u e a s a p r o x i m e m d o c e n t r o - a q u i tambm c o n t e m p l a n d o o q u e j f o i d i s c u t i d o p o r outros urbanistas, referente necessidade d e revitalizar a m o r a d i a n a direo d o c e n t r o ) ; O P l a n o d s i g n i f i c a t i v a nfase a o a s p e c t o a m b i e n t a l d a c i d a d e , prevendo cerca d e vinte novos parques e parques lineares d e f u n d o s d e v a l e d e crregos no c a n a l i z a d o s , d r e n a g e m d e reasAs anlises e comentrios do referido urbanista com relao ao Plano Diretor esto disponveis em http://www.fortalsampa.hpq.iq.com.br/pdnews001.htm; acesso em 23/03/2003.

impermeabilizadas "piscininhas");

("piscines",

reas d e d r e n a g e m

natural

e

O P l a n o prev c o m p l e t a reformulao d o s i s t e m a virio d a c i d a d e ; O P l a n o e s t a b e l e c e u m n o v o s i s t e m a p a r a regulao d o u s o d o s o l o e c o n t e m a expanso d e b a i r r o s j c o n g e s t i o n a d o s .

S o b o s a s p e c t o s polticos e s o c i a i s , so p r e v i s t a s aes p a r a e s t i m u l a r a a m p l a participao d a s o c i e d a d e , c o n f i r m a n d o u m a tendncia, p o r m e i o d a criao d o C o n s e l h o d e Poltica U r b a n a . O u t r a ao poltica q u e i m p a c t o u a administrao pblica d a c i d a d e f o i a aprovao d a L e i d a s S u b p r e f e i t u r a s e a criao d a S e c r e t a r i a M u n i c i p a l d a s S u b p r e f e i t u r a s . N e l a a s a n t i g a s Administraes R e g i o n a i s p a s s a m a a t u a r c o m o S u b p r e f e i t u r a s , t e n d o e s t e s rgos m a i o r a u t o n o m i a d e ao e oramentria. A c i d a d e est d i v i d i d a e m 3 1 s u b p r e f e i t u r a s , s e n d o q u e p a r a o i n t e r e s s e d e s t a p e s q u i s a , c a r a c t e r i z a m - s e trs s u b p r e f e i t u r a s q u e so responsveis p o r reas a d j a c e n t e s a o campus d a Cidade Universitria: Butant, L a p a e P i n h e i r o s .

N e s s a s reas, a s s i m c o m o n a s o u t r a s s u b p r e f e i t u r a s d a c i d a d e , est s e n d o c o n d u z i d a u m a a m p l a discusso c o m a s c o m u n i d a d e s l o c a i s a r e s p e i t o d a s propostas para o desenvolvimento do Plano Diretor Estratgico nas

Subprefeituras.

N a T A B . 3.18 encontram-se

a s caractersticas

d a s trs

Subprefeituras mencionadas. O b s e r v a - s e , p r i n c i p a l m e n t e n a s S u b p r e f e i t u r a s d o Butant e d a L a p a , reas d e a n t i g o s galpes i n d u s t r i a i s v a z i o s , reas d e g r a d a d a s e z o n a s d e f a v e l a s e m c o n t r a s t e c o m regies r e s i d e n c i a i s e c o m e r c i a i s d e alto nvel e sofisticao. P o d e - s e c i t a r c o m o e x e m p l o a Vila L e o p o l d i n a , i n s e r i d a n a S u b p r e f e i t u r a d a L a p a , o n d e e s t e q u a d r o b e m caracterstico. Situaes c o m o e s s a s c o n s i s t e m e m d e s a f i o s q u e esto s e n d o c o n s i d e r a d o s n a s c h a m a d a s "Operaes U r b a n a s " . A s Operaes U r b a n a s C o n s o r c i a d a s c o n s i s t e m e m u m c o n j u n t o d e intervenes e m e d i d a s c o o r d e n a d a s p e l o P o d e r Pblico M u n i c i p a l , c o m a participao d o s proprietrios, m o r a d o r e s , usurios p e r m a n e n t e s e i n v e s t i d o r e s p r i v a d o s , c o m o o b j e t i v o d e alcanar e m rea especfica, transformaes urbansticas e s t r u t u r a i s , m e l h o r i a s s o c i a i s , valorizao a m b i e n t a l , ampliao e qualificao d o s espaos pblicos. E s s a s reas esto s e n d o c o n s i d e r a d a s p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o e implantao de empreendimentos por parte d e empresrios do mercado

cwisso mciom. DE B&sm mamsp-Jpm

71

imobilirio, j c o n s i d e r a n d o a s o p o r t u n i d a d e s g e r a d a s p e l a s operaes u r b a n a s , r e s u l t a d o d e e s t r e i t a colaborao e n t r e c o m u n i d a d e s , p o d e r pblico e iniciativa privada. Concluindo implantao de este item, comenta-se, parques portanto, a oportunidade d e entre outras,

iniciativas

como

tecnolgicos,

p r i n c i p a l m e n t e n a s regies d a s S u b p r e f e i t u r a s d e Butant e L a p a , prximas C i d a d e Universitria, q u e c o n t e n h a m e m s e u s p r o j e t o s , c o m o caractersticas p r i m o r d i a i s p a r a s u a p l e n a insero n a v i d a d a s regies, c o n c e i t o s a d e q u a d o s (com u s o misto) q u e p o s s a m contribuir para o d e s e n v o l v i m e n t o e melhoria d a q u a l i d a d e d e v i d a e m s u a s reas a d j a c e n t e s , b e m c o m o e s t e j a m d e a c o r d o c o m o s r e q u i s i t o s d a s operaes u r b a n a s p l a n e j a d a s p a r a a regio. T A B E L A 3 . 1 8 - Caractersticas d a s S u b p r e f e i t u r a s q u e e n v o l v e m a C i d a d e Universitria^^ Subprefeitura Butant Caractersticas rea: 56,1 km^ Populao: 375.943 habitantesPor esta regio do municpio de So Paulo passam importantes a eixos ligaoFquOTa > / \

Distritos Rio Pequeno, Raposo Tavares Vila Snia, Butant, Morumbi.

rodovirios

que fazem

norte-sul do pas, alm da ligao entre a cidade e o interior sul e oeste do Estado de So Paulo. Tambm nesta regio encontra-se a Cidade Universitria (Universidade de So Paulo), local onde esto trs dos tambm maiores

localizados

institutos de pesquisas cientficas e tecnolgicas do pas: IPEN, IPT e Instituto Butantan.

Dados sobre as subprefeituras disponveis em http://www.prefeitura.sp.orq.br; acesso em 23/03/2003.

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Subprefeitura Lapa

Caractersticas rea: 40,1 k m ^ Populao: habitantes 270.102 Jaguar,

Distritos Jaguar, Vila Leopoldina,

Lapa, Barra Funda, Perdizes.

Pinheiros

rea: 31,7 km"" Populao: habitantes 270.798

Alto d e Pinheiros, Pinheiros, Paulista, Itaim Bibi.

Jardim

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4 METODOLOGIA DA PESQUISA "Um cientista, seja terico ou experimentai, formuia enunciados ou sistemas de enunciados e verifica-os um a um. No campo das cincias empricas, para particuiarizar, eie formuia hipteses ou sistemas de teorias, e submete-os a teste, confrontando-os com a experincia, atravs de recursos de observao e experimentao. A tarefa da igica da pesquisa cientfica, ou da igica do conhecimento , segundo penso, proporcionar uma aniise igica desse procedimento, ou seja, anaiisar o mtodo das cincias empricas." (Kari Raimund Popperf Neste captulo so apresentados os aspectos relacionados

m e t o d o l o g i a u t i l i z a d a , i n t r o d u z i n d o o s tpicos r e l a t i v o s a o s o b j e t i v o s , mtodos e instrumentos d e pesquisa. Esta pesquisa apresenta aspectos d e carter

exploratrio, p r i n c i p a l m e n t e d e v i d o inovao d o t e m a ( p a r q u e s tecnolgicos u r b a n o s ) e a o r e d u z i d o c o n j u n t o d e infonnaes e x i s t e n t e s n o pas. C o m relao a o e n v o l v i m e n t o d o p e s q u i s a d o r , a p e s q u i s a s e c a r a c t e r i z a n a concepo d e pesquisa-ao, c o n f o n n e ser v i s t o n o t r a n s c o r r e r d e s t e captulo. 4.1 Mtodo da pesquisa Tendo e m vista o objeto deste trabalho, confomne descrito n o s

captulos 1 e 2 , i m p o r t a n t e , n a a b e r t u r a