destino: o mundo
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DESTINO: O MUNDOAtendimento a variadas exigências evidencia
internacionalmente avicultura do Paraná
Sindiavipar
04 Observatório
05 Agenda
06 Sindiavipar
08 Na mídia
10 Radar
12 Entrevista
14 Bem estar
16 Sanidade
18 ABPA
20 Tecnologia
20 Canal Azul
22 Vacina H1N1
24 Capa
32 Associados
32 Lei da Integração
34 DIP Frangos
36 Mercado
36 Plano Safra
38 Avicultura no mundo
40 Insumos
42 Avesui
44 Meio ambiente
46 Notas e registros
48 Estatísticas
Sumário
Fot
o: A
ppa
Fot
o: I
nstit
uto
But
anta
n
Conheça mais sobre as exigências dos principais destinos da carne de frango do estado
Ovos cuidadosamente criados se tornam o principal componente das vacinas contra a gripe
Estabelecimentos que surgiram nos Estados Unidos ganharam adeptos no Paraná
24
22
14
Capa
Tecnologia
Bem estar
3Sindiavipar
04 Observatório
05 Agenda
06 Sindiavipar
08 Na mídia
10 Radar
12 Entrevista
14 Bem estar
16 Sanidade
18 ABPA
20 Tecnologia
20 Canal Azul
22 Vacina H1N1
24 Capa
32 Associados
32 Lei da Integração
34 DIP Frangos
36 Mercado
36 Plano Safra
38 Avicultura no mundo
40 Insumos
42 Avesui
44 Meio ambiente
46 Notas e registros
48 Estatísticas
Diretoria
Presidente:Domingos MartinsVice-presidente:Claudio de Oliveira Secretário: Olavio Lepper Tesoureiro:João Roberto Welter Suplentes:Luiz Adalberto Stabile Benicio, Ciliomar Tortola,Vallter Pitol e Roberto KaeferConselheiros fiscais Efetivos:Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro,Dilvo Grolli e Edno GuimarãesSuplentes:Rogerio Wagner Martini Gonçalves, Celio Batista Martins Filho e Marcos Aparecido BatistaDelegados representantes efetivos:Domingos Martins e Luiz Adalberto Stabile BenicioSuplentes:Ciliomar Tortola e Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro
Sindicato das Indústrias de ProdutosAvícolas do Estado do ParanáAv. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304 - Curitiba/PR - CEP: 80.530-901Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br | [email protected]
As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes.
Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida ou deseja anunciar na Revista Sindiavipar, escreva para nós:[email protected].
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Expediente
ProduçãoCentro de Comunicaçãocentrodecomunicacao.com.br
Jornalista responsávelGuilherme Vieira (MTB-PR: 1794)
ColaboraçãoBruna Bill, Camila Castro, Camila Tsubauchi, Gabrielle Comandulli, Jorge de Sousa,
Laura Espada, MariaVictória Lima, Paulinne Giffhorn, e Rafaella Coury
Design e diagramaçãoCleber Brito
Comunicação e MarketingMônica Fukuoka
ImpressãoMaxi Gráfica
Anuncie na revista SindiaviparMônica Fukuoka
Gerente de Comunicação e [email protected]
(41) 3224-8737
Domingos MartinsPresidente do Sindiavipar
EditorialResponsável por aproximadamente 35% das expor-
tações avícolas de todo o Brasil e fornecedor de carne de frango para mais de 150 países, o Paraná tem encontrado no mercado externo um grande pilar de sustentação para o crescimento de sua avicultura. Entretanto, atender a tantas regiões requer cuidados em todo o processo de produção da proteína, principalmente no quesito sanidade.
Os novos destinos conquistados pelas indústrias avícolas do Estado e todas as exigências que envolvem as habilitações são os assuntos aprofundados em nossa matéria de capa da Revista Sindiavipar. Temas que cir-cundam as exportações também pautam esta edição. Em nossa entrevista, o presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, destaca a impor-tância de garantirmos segurança alimentar para o nosso consumidor final.
As melhorias nos processos de embarque no Porto de Paranaguá, referência no Brasil, através dos testes do projeto Canal Azul, são discutidas na editoria de tecnolo-gia juntamente com uma análise das principais diferenças da avicultura brasileira para a do Oriente Médio, um dos principais consumidores da nossa proteína.
Curiosidades sobre a nova tendência dos aviá-rios gigantes e a contribuição da avicultura no combate da gripe H1N1 também estão contempladas nas próxi-mas páginas.
Uma boa leitura e um abraço.F
oto:
Ham
ilton
Zam
bian
cki
selo SFC
4 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Observatório
Roberto Rodrigues, coordenador da FGV, em-
baixador especial da FAO para as Cooperativas e presi-
dente do LIDE Agronegócios, falará sobre segurança
alimentar e a importância do Brasil no abastecimento
mundial na ANUTEC BRAZIL, que acontece de 2 a 4 de
agosto. Além dele, Manoel Reis e Felippe Serigati estão
confirmados como palestrantes do evento. Essa será a se-
gunda edição da feira voltada para o mercado de proces-
samento, embalagens e indústria da alimentação.
Programação ANUTEC BRAZIL
Foi sancionado no dia 30 de março pelo
governador do Paraná, Beto Richa, um decreto (nº
3.476/2016) que libera a cobrança do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a
tarifa elétrica de produtores rurais, inclusive para pro-
priedades que ficam dentro de áreas urbanas, como
nas cidades de Carambeí e Campo Largo. A isenção
foi uma bandeira levantada pelas instituições do setor
agro, sendo liderada pela Federação da Agricultura do
Estado do Paraná (Faep). O Sindiavipar parabeniza a
todos pela suada conquista.
Isenção do ICMS
Novo comando O engenheiro agrônomo José Roberto
Ricken é o novo presidente da Organização das
Cooperativas do Paraná (Ocepar). Ricken, que irá exercer
o posto até 2019, assumiu o cargo que por vinte anos
fora de João Paulo Koslovski, que tem em seu legado
diversas conquistas para o agronegócio paranaense,
como a criação do Programa de Revitalização de
Cooperativas de Produção Agropecuária (Recoop). O
Sindiavipar parabeniza Koslovski pelo seu mandato e
deseja boa sorte ao novo presidente.
Avicultura tecnológica
O Paraná é o líder nacional na produção de carne
de frango e muito desse sucesso está atrelado a iniciati-
vas inovadoras, como o Centro Tecnológico de Avicultura
do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná
( Senar-PR), localizado na cidade de Assis Chateaubriand,
e que desde 2014, vem capacitando produtores e traba-
lhadores da área, o que tem melhorado o índice zootécni-
co das cooperativas e indústrias parceiras. Para esse ano,
a previsão é que 200 avicultores se formem na instituição.
5sindiavipar.com.br
Data02 a 04 de agosto de 2016
LocalCuritiba (PR)
RealizaçãoBäumle Organização de Feiras
Telefone (11) 3829-7990 / (41) 3068-0100
Siteanutecbrazil.com.br
Data22 a 24 de novembro de 2016
LocalPorto Alegre (RS)
RealizaçãoASGAV / SIPS / SINDILAT e FIERGS
Telefone(51) 3228-8844
Siteasgav.com.br
ANUTEC V AVISULAT
por ano
Novas vagasEm contraposto aos índices nacionais, o agro-
negócio paranaense tem aumentado seus postos de
trabalho. Segundo o Observatório do Trabalho, da
Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, so-
mente nos dois primeiros meses de 2016, 616 novas
vagas de emprego foram abertas, maior marca nos
últimos 11 anos. Ainda segundo o relatório, o forta-
lecimento das indústrias e cooperativas do setor em
parceria com o Governo do Estado, foi o principal
motivo para esse crescimento.
Benemérito da Indústria
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep-PR) concedeu ao ex-prefeito de Cianorte, Edno Guimarães, o título de Benemérito da Indústria na Região Noroeste, pelos incentivos dados ao setor durante seus mandatos. Edno faleceu em 2014, vítima de leucemia.
5sindiavipar.com.brSindiavipar
Data27 e 28 de outubro de 2016
LocalFoz do Iguaçu (PR)
RealizaçãoSindiavipar
Telefone(41) 3224-8737
Sitesindiavipar.com.br
IV Workshop Sindiavipar
6 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Mais informações: sindiavipar.com.br | (41) 3224-8737
Associe-se! Porque juntos somos mais fortes!
Foi realizada uma reunião do Comitê Gestor de Logística Reversa do Setor de Alimentos
na FIEP-PR no Campus da Indústria. O encontro tinha como objetivo a leitura de ata da reunião
do dia 22/03/2016, além disso, ficou estabelecido o prazo para formar a associação até dia
03/05/2016. A Cartilha da Logística Reversa foi encaminhada para correções e análise do orça-
mento enquanto o Grupo Técnico será avaliado. Para discutir a obrigatoriedade da participação
de todas as empresas no Sistema de Logística Reversa, foi realizada uma reunião no escritório
de Advocacia DPZL.
Logística Reversa
Com o objetivo de qualificar os profissionais do setor agropecuário do Paraná, o Sindia-
vipar solicitou à Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) um convite para a Reunião
sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao Gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP-PR), Rafael Cezar da Costa.
Rafael participou do evento em São Paulo, no dia 14 de abril.
Reunião na ABPA
6 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Cinco médicos veterinários paranaenses conseguiram isenção de suas inscrições para o
Curso FACTA: "Impacto da Salmonelose na Avicultura". O treinamento foi realizado nos dias 2
e 3 de março, na cidade de Cascavel (PR).
O benefício foi conseguido graças a uma parceria entre o Sindicato das Indústrias de
Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e a Agência de Defesa Agropecuária do
Paraná (Adapar).
Os médicos selecionados trabalham como fiscais de defesa agropecuária no setor avícola,
com foco principal na salmonela, bactéria causadora de diversas doenças ao ser humano, foco
da edição do curso deste ano.
Curso FACTA
7sindiavipar.com.brSindiavipar
8 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Na mídia
Aavicultura paranaense fe-
chou o primeiro bimestre
de 2016 com novas marcas.
De acordo com dados do Sindicato
das Indústrias de Produtos Avícolas
do Estado do Paraná (Sindiavipar), nos
dois primeiros meses do ano, 284,23
milhões de cabeças de frango foram
abatidas. Foi o melhor bimestre desde
2003, quando a produtividade passou
a ser registrada no Paraná.
Os números, que são re-
flexo da parceria no campo, mo-
vimentaram a imprensa. Outros
assuntos como a alta no preço
dos insumos continuaram pau-
tando os veículos. Ao todo, mais
de 80 notícias relacionadas ao
Sindiavipar foram divulgadas,
gerando um retorno de mídia
espontânea, no último bimestre,
de mais de R$ 730 mil reais. Du-
rante esse período, mais de 10
entrevistas foram concedidas à
imprensa, incluindo veículos lo-
cais e nacionais.
Março Em março, o bimestre re-
corde foi destaque em veículos
como Folha de Londrina, Jornal
de Beltrão, Diário Comércio In-
dústria & Serviços (DCI), UOL, O
Presente Rural, Avisite, entre ou-
tros. Em entrevista, o presidente
do Sindiavipar, Domingos Mar-
tins, destacou a força da parceria
entre integrados e integradoras
para que o estado se mantenha
sempre como referência nacional
e mundial no setor.
A alta do preço dos in-
sumos também foi assunto du-
rante o mês. O Sindiavipar foi
fonte do assunto para O Presen-
te, Carnetec, Notícias Agríco-
las e para a matéria da capa
da Revista Aveworld, edição
79. Na reportagem, Martins
alertou que são necessárias
medidas para atenuar os
preços dos insumos, visto
que o setor é impactado
diretamente pelas cotações
dos grãos.
Em março, 47 notí-
cias relacionadas ao sindicato
foram veiculadas, enfatizando
a importância da avicultura do
Paraná na economia brasileira.
Bimestrerecorde Produção avícola nos primeiros
meses e sistema de integração pautaram a imprensa
4%Revista
47%Online
39%Jornal
Retorno de mídia - Março
9sindiavipar.com.brSindiavipar
Incluindo matérias em revista,
site e jornais.
AbrilO sistema de integração,
base da produção avícola do Pa-
raná, movimentou a imprensa
no mês de abril. O tema rendeu
publicação no site da Dinheiro
Rural, Diário do Noroeste, O Pre-
sente Rural, Avisite, entre outros.
Segundo Martins, o sistema per-
mite distribuição igualitária de
responsabilidade e benefícios,
contribuindo para o crescimento
de toda a cadeia produtiva.
Neste mês, o Sindiavipar
também participou de matérias
sobre a isenção da taxa de impor-
tação de milho para países fora
do Mercosul, divulgada pela Câ-
mara do Comércio Exterior (Ca-
mex) no Diário Oficial da União.
Foram concedidas entrevistas
para a CBN Londrina, Estadão
Broadcast e Folha de Londrina
sobre o assunto. Ao todo, 34 ma-
térias tiveram o sindicato como
fonte, incluindo site, jornal, re-
vista e rádio.
31%
62%
Online
Revista
Retorno de mídia - Abril
5%Jornal
2%TV
10 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Radar
O cenário cambial tornou atrativo importar milho do Brasil e da Argentina. Temos uma bela safra à vista, mas a ‘evasão’ do insumo está se transformando
em um problema grave para o nosso setor. Francisco Turra, presidente Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
Este ano o produtor que conseguiu escapar dos reveses do clima está faturando mais,
especialmente aquele que diversificou e não apostou todas
as fichas em soja, plantando parte da área da primeira safra
com milho, produto quevem tendo uma
remuneração excelenteFrancisco Carlos Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural do Governo do Estado do Paraná
O Brasil consegue compensar parcialmente essa queda de preços das commodities com uma ampliação dos volumes,
do quantum exportado. No último trimestre houve
crescimento de volume em todos os grupos
de produtosArmando Monteiro, ministro do
Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior
12 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Embarques seguros
Entrevista
Cuidados e respeito às regras de sanidade são porta de entrada para o mercado internacional
Em constante crescimento e
evolução, a avicultura bra-
sileira e, principalmente, a
paranaense, possui um controle
sanitário considerado referência
no mundo, o que permitiu, que só
em 2015, o país embarcasse 4,32
milhões de toneladas de carne de
frango, segundo dados da Secre-
taria de Comércio Exterior (Secex),
vinculada ao Ministério de Desen-
volvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC). Sobre o assunto,
o presidente da Associação de Co-
mércio Exterior (AEB), José Au-
gusto de Castro, conversou com a
Revista Sindiavipar, e destacou a
importância destas exigências para
conquistar cada vez mais novos
destinos e garantir a segurança ali-
mentar ao consumidor final.
Como o Brasil tem seguido os mais altos graus de exigência para a exportação da carne de frango?
O Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), sabendo que o mundo hoje
exige cuidados com a sanidade, tem
uma preocupação constante em não
criar nenhuma dificuldade que pos-
sa ser uma barreira não tarifária e
que impeça a participação do pro-
duto brasileiro no mercado inter-
nacional. Essa consciência parte,
principalmente, das empresas, pois
elas sabem que se não atingirem os
padrões de exigência definidos para
cada país deixarão de exportar. Se a
empresa quer participar do mercado
internacional, ela tem que cumprir o
mais rígido padrão de exigência.
Qual é a importância dessas exigências sanitárias?
Vender e consumir são fun-
damentais. Não posso dizer que é
importante só para vender porque
na verdade é importante também
para a saúde. Como o mundo hoje
desenvolve cada vez mais tecno-
logias e formas para aumentar a
produtividade, a sanidade é funda-
mental para evitar que os consumi-
dores tenham uma imagem distor-
cida da empresa. Considerando que
o frango é uma proteína acessível e
tem grande demanda, os países que
consomem procuram estabelecer
níveis de confiança importantes,
assim como aqueles que desejam
vender, que buscam atender pa-
drões de qualidade e sanidade para
que o consumidor tenha a tranquili-
dade e confiança no produto.
Quais países estão no radar de principais mercados para a exportação avícola?
O Brasil exporta hoje para
muitos países. O mundo consumi-
dor também procura, na medida
do possível, ter uma produção pró-
pria. Para os embarques da carne
de frango, são necessárias condi-
ções de sanidade que nem todos
têm condições de atender. Hoje, os
grandes radares para exportação
são a Europa, países do sudeste asi-
ático e EUA. Mas, o mercado ainda
tem muito espaço para ser explo-
rado. O Brasil tem uma posição de
destaque no mercado internacional,
sendo reconhecido como grande
exportador e produtor, tendo um
produto de qualidade.
Sindiavipar
MercadoFundamental para quem pensa em ser um exportador regular e, princi-palmente, um exportador de desta-que no mercado internacional.
Sanidade Básico. Indispensável pra quem quer participar do mercado internacional, efetivamente comprador, não de mer-cados marginais mas sim de merca-dos principais.
AviculturaEm um pais de grande extensão de terra como o Brasil, a avicultura tem uma grande contribuição para o cres-cimento do pais. Não só pela geração de divisas, mas como geração de em-pregos e renda.
InsumosPor ser um grande exportador de soja, o Brasil dispõe de insumos bá-sicos para a avicultura e isso deveria dar maior condição de competitivida-de ao produto brasileiro considerando que a matéria prima é brasileira.
José Augusto de Castro
Presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil)
Graduado em Administração de Empresas pelaFundação Getúlio Vargas - SP
Autor de 12 livros sobre comércio exterior
Vai e volta
Se a empresa quer participar do mercado
internacional, ela tem que cumprir o mais rígido padrão
de exigência
Sócio-Presidente da PROCEX Técnica Internacional S/C Ltda
14 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Gigantesvieram para ficarDesenvolvidos há quase 10 anos, aviários gigantesestão em expansão no estado
Bem estar
Em 2007, surgiu no Paraná um
novo modelo de aviários: os
Aviários Gigantes. Como o
nome sugere, esses estabelecimentos
são maiores do que os tradicionais,
chegando a ter até 155x36m, contra
os 125x14m geralmente utilizados
nos convencionais. A ideia veio do
avicultor Evandro Carlos dos Santos,
de Espigão Alto do Iguaçu, cidade vi-
zinha a Quedas do Iguaçu, no Oeste
do Paraná.
Na época, Evandro esta-
va construindo dois aviários de
125x14m, e pensou: “por que não
construir um só?” e então pôs em
prática o projeto do primeiro aviá-
rio gigante do Brasil, com 155x30m.
No início, sua maior dificuldade foi
fazer com que as pessoas acredi-
tassem que essa ideia daria certo.
Hoje, muitas empresas seguem o
mesmo modelo de construção,
quebrando o paradigma de que a
ideia não funcionaria.
A modalidade já era pra-
ticada nos Estados Unidos quan-
do Evandro teve sua ideia, fato que
ele descobriu após começar a fazer
pesquisas para a construção do
primeiro aviário. No início também
era preciso importar do país alguns
materiais utilizados na montagem,
como nebulizadores. Atualmente, a
tecnologia nacional já supre as ne-
cessidades das instalações.
Os galpões usuais compor-
tam cerca de 20 mil aves, um avi-
ário de 155x32m aloja cerca de 100
mil. Tudo dentro deles é controlado
de forma automática: temperatura,
luminosidade, alimentação e água
14 sindiavipar.com.br Sindiavipar
potável. Segundo Evandro, a produ-
ção é facilitada por inúmeros moti-
vos. “Nos aviários gigantes tudo é
melhor: o aproveitamento de espa-
ço, os equipamentos, a tecnologia, o
que acaba facilitando a produção”.
Outro fator que os aviários gigantes
geram é a economia. Mesmo sen-
do maiores, as instalações são mais
modernas, os equipamentos gastam
menos energia e o custo-benefício
acaba sendo maior.
Os estabelecimentos tam-
bém apresentam vantagens para os
animais, pois oferecem mais recur-
sos para as aves hospedadas, como
melhor tecnologia de aquecimento,
ventilação e nebulização. Porém, é
preciso ficar atento ao número de
aves por metro quadrado, que não
deve ultrapassar 30 kg/m² para não
afetar o bem-estar dos animais.
Para Evandro, o bem-estar do ani-
mal é melhor nos aviários gigantes
por trabalhar com a nebulização de
mil libras - que faz com que as gotas
de água evaporem de maneira mui-
to ágil, retirando o excesso de calor
do ambiente.
A TECSUI, empresa na qual
Evandro trabalha, iniciou suas ativi-
dades em 2002 e atua em diversas
áreas de nutrição animal, que vão
desde produção de rações até produ-
ção de frangos e suínos. A empresa
possui nove aviários, sendo quatro
deles gigantes - um com 155x30m, o
pioneiro, e três com 155x32m.
100 mil
30 kg/m²
aves podem ser alojadas em um aviário gigante
é o limite aceitável deaves por m²
16 sindiavipar.com.br Sindiavipar
No Paraná, hoje, estima-se
que existem quase 21 mil
aviários com propósitos
comerciais em funcionamento. A
Instrução Normativa nº 56 do Mi-
nistério de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), de dezem-
bro de 2007, estabeleceu procedi-
mentos para registro, fiscalização
e controle desses estabelecimentos
avícolas de reprodução e comerciais,
visando principalmente a biossegu-
ridade. Como atualmente esse regis-
tro não é obrigatório, mas importan-
te, o Comitê Estadual de Sanidade
Avícola (Coesa) está mobilizado em
aumentar o número de registros.
Reunindo profissionais da
área de medicina veterinária envol-
vidos com avicultura das principais
instituições do Estado relacionadas
ao tema - como o Mapa e Agência
de Defesa Agropecuária do Paraná
(Adapar) - além de algumas empre-
sas, o Coesa tem como objetivo ge-
ral analisar, discutir e posicionar-se
sobre assuntos da política sanitária
avícola estadual, contribuir para a
viabilização de trabalhos que fa-
çam parte do programa estadual
de sanidade avícola, e, quando so-
licitado, propor ações direcionadas
à proteção e aprimoramento das
práticas de defesa da saúde animal.
Em uma de suas reuniões, a questão
dos registros avícolas veio à tona
para reduzir ao máximo os riscos
da entrada da gripe aviária no país
e manter o Brasil livre da doença.
A principal causa da baixa
quantidade de registros é a falta dos
documentos necessários para con-
seguir a certidão por parte das em-
presas, como explica o coordenador
do Coesa, Humberto Cury. “Muitos
protocolos estão parados há anos e
outros ainda nem foram iniciados,
sendo que os aviários existentes na
época da resolução deveriam ter a
certidão até 2012. Precisamos fazer
uma força tarefa dentro das empre-
sas para que elas finalizem o pro-
cesso”, afirma Cury.
Um dos Fiscais de Defesa
Agropecuária da Adapar, Cassia-
no Kahlow, explica que, de forma
prática, quando uma empresa entra
com o requerimento para conseguir
a certidão de registro, ela deve fazer
uma série de implementações es-
truturais e de manejo do aviário. “A
Adapar (na época, Defis), ao insti-
tuir a resolução nº 82 em 2011, deta-
lhou os procedimentos da instrução
normativa do Mapa, determinando
As empresas precisam não só
adequar fisicamente seus aviários, como
também organizar os documentos requeridos
para registroHumberto Cury,coordenador do Coesa
A força daavicultura
Registro de aviários de frango de corte aumenta a segurança da produção e é incentivado por Comitê Estadual de Sanidade Avícola
17sindiavipar.com.brSindiavipar
que o aviário deve passar por uma
avaliação documental e por uma
inspeção física e sanitária em suas
instalações, e só recebe a certidão
caso esteja de acordo com todos os
requisitos”, acrescenta Kahlow.
As empresas registradas
devem atualizar sua certidão anu-
almente, solicitando uma renova-
ção e reenviando uma nova análise
da qualidade da água do aviário. A
Adapar pode requerer uma nova
inspeção, de acordo com a indi-
cação do fiscal. “Dessa forma, os
procedimentos de registro dos avi-
ários são acompanhados de perto,
aumentando o nível de biosseguri-
dade do plantel avícola do estado”,
afirma o fiscal.
O CoesaConsiderando a impor-
tância do registro de aviários, a
meta de 2016 do Coesa é aumen-
tar a adesão, em parceria com o
Mapa. Para isso, primeiramente
foi realizado um levantamen-
to nos sub-Coesas, verificando
qual a situação de cada região
do estado quanto ao número de
empresas sem registro. Segun-
do o relatório, 30% dos aviários
possuem o registro.
O segundo passo será re-
lembrar a importância da certidão,
especialmente nas questões de
biosseguridade. Isso será feito por
meio dos Fiscais de Defesa Agro-
pecuária de cada município onde a
avicultura estiver presente, solici-
tando que as empresas entreguem
o que falta para finalizar o proces-
so. “Estamos fazendo um trabalho
em conjunto para garantir mais re-
gistros. Afinal, como a adesão hoje
é muito baixa, não podemos punir
os aviários sem registro, pois isso
teria um efeito negativo na produ-
ção de aves do estado. Precisamos
reverter o quadro, para o bem da
sanidade de toda a cadeia avícola”,
determina Cury.
17sindiavipar.com.brSindiavipar
21 mil*
30%**
aviários em funcionamento
no Paraná, aproximadamente
possuem certidãode registro
18 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Um quadro complicado está
desenhado para o nosso
setor neste ano. Desde ja-
neiro, superespeculação e falta de
oferta de milho, aliadas à quebra de
safra em algumas regiões, coloca-
ram a competitividade do setor em
alerta. Mais recentemente, auto-
ridades paranaenses anunciaram a
suspensão da safrinha de soja de-
vido às ocorrências de ferrugem asi-
ática. Isto tudo, aliado ao quadro
econômico grave do Brasil, que tem
causado desemprego, recessão e
impacta o consumo interno de nos-
sos produtos.
O sinal, que era de atenção,
agora é emergência. Empresas já
anunciaram redução dos níveis de
produção como resposta a esta situ-
ação. Mesmo com os volumes recor-
des de exportação e a expansão das
compras de grandes mercados como
a China, o cenário requer total aten-
ção e planejamento das empresas, já
que perdemos centenas de dólares
no valor médio da tonelada exporta-
da ao longo dos últimos meses.
Em um esforço nacional, a
ABPA e entidades de diversos esta-
dos vêm realizando ações das mais
variadas com o objetivo de diminuir
estes impactos e promover uma situ-
ação mais equilibrada. Junto ao Po-
der Executivo, há um grande esforço
para viabilizar vendas de insumos
desoneradas, em condições mais
competitivas para nossas empresas.
Houve resultados positivos,
mas a preocupação perdura. Os
impactos do que foi ofertado pelo
Governo pouco influenciou nos
custos, que continuam altos. A de-
manda internacional de grãos con-
tinua elevada. Temos relatos sobre
casos de intermediários entregando
o milho no porto por R$ 32,00 a
saca para cumprir contratos ante-
riormente firmados de venda futu-
ra, enquanto para as agroindústrias
brasileiras o preço chega a R$ 50,00.
A ABPA está trabalhando
junto ao poder público para que seja
iniciado um acompanhamento dos
contratos futuros, a exemplo do que
faz os Estados Unidos, consideran-
do que este é um cereal estratégico
para o país. Precisamos manter am-
bas as cadeias saudáveis (de cereais
e de proteínas) para sustentabilida-
de dos negócios.
De qualquer forma, este é
um momento de reflexão. Cada
elo desta nossa gigantesca cadeia
produtiva deve, como nunca, rea-
valiar suas estratégias. O quadro
inspira cuidados e não há “coelhos
na cartola” para mudar a conjun-
tura. A cautela é a palavra chave
que deve nortear cada novo passo
neste momento.
Grãos, economiae cautela
ABPA
Francisco TurraEx-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
A cautela é a palavra chave que deve nortear
cada novo passoneste momento
20 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Idealizado em 2010, o Canal Azul
(Sistema de Informações Geren-
ciais do Trânsito Internacional de
Produtos e Insumos Agropecuários),
foi lançado no ano passado pelo
Ministério de Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento (Mapa) com o
objetivo de modernizar o controle
oficial das exportações e gerar uma
economia de 72 horas na operação
de embarque.
Ainda sem ter sido total-
mente implantado nos portos do
país, o dispositivo passou por uma
fase de testes no Terminal de Con-
têineres de Paranaguá. “Eles com-
provaram as expectativas iniciais.
A relação entre o exportador e o
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) passou a
ser totalmente eletrônica e foi ante-
cipada, desde o momento em que o
container é lacrado na unidade. Ou
seja, os trabalhos de liberação são
iniciados enquanto a carga ainda
está em trânsito para o terminal por-
tuário e podem ser concluídos antes
da carga chegar”, esclarece o pes-
quisador Dr. Vidal Melo, do Grupo
de Pesquisa da Escola Politécnica da
Cada dia doprocesso gera
ganhos a todos,além de evitar
perdas de embarquee multas
Pesquisador Dr. Vidal Melo
21sindiavipar.com.brSindiavipar
Universidade de São Paulo (Gaesi),
que iniciou os estudos para desen-
volvimento do sistema coordenado
pelo Prof. Eduardo Mario Dias.
Entre um dos principais
avanços trazidos pelo projeto está o
lacre eletrônico para os contêineres
refrigerados, que reduz a burocra-
cia do processo, agilizando a libe-
ração das mercadorias. Além disso,
traz mais segurança ao produto ex-
portado pelos terminais. Segundo
Melo, o dispositivo é apenas um
dos diversos componentes impor-
tantes do processo.
“O que auxilia nas exporta-
ções é uma nova concepção de pro-
cessos e sistemas com adoção de tec-
nologias de vanguarda. A principal
premissa foi eliminar o trânsito de
papel entre os privados e o governo,
com o protocolo de processos 100%
eletrônicos e integrados aos sistemas
privados. Além disso, o Sistema de
Vigilância Agropecuária Internacio-
nal (Vigiagro) passa a trabalhar com
gerenciamento de risco em suas ativi-
dades de fiscalização”, explica.
O lacre guarda uma cópia de
identificação dos processos e per-
mite a extensão do suporte eletrô-
nico ao campo, evitando que sejam
coletadas ou digitadas informações
manuais ou inválidas, além de mini-
mizar as chances de fraudes, pois a
rastreabilidade dos processos passa
a ser instantânea.
Um dos resultados compro-
vados durante a fase de testes foi a
redução de custos, já que os contêi-
neres são refrigerados e precisam ser
ligados na tomada ou mantidos com
um gerador a diesel ligado o tempo
todo. De acordo com Melo, todos
os exportadores de proteína animal
possuem o mesmo ganho operacio-
nal, sejam suínos, avícolas, bovinos
ou outros. “Cada dia do processo
gera ganhos a todos os envolvidos,
além de evitar perdas de embarque e
outras multas nos portos de origem
e destino”, finaliza Melo.
Devido à necessidade de
treinamento de toda a cadeia – fis-
cais, terminais, exportadores e
despachantes -, a implantação nos
portos deve ser feita aos poucos.
Segundo os estudos, o processo de
adesão deve ser mais lento no come-
ço, mas em seguida os próprios ato-
res passam a ensinar uns aos outros,
agilizando o processo.
Segundo o diretor presiden-
te da Administração dos Portos de
Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz
Henrique Dividino, a implantação do
Canal Azul é bastante positiva ao
porto. “Nossa principal carne de ex-
portação é a carne de frango. Nesse
segmento, somos o primeiro porto
do país. Investindo e estando abertos
às iniciativas de modernização – se-
jam essas do Governo Federal ou da
iniciativa privada – temos condição
de atrair ainda mais cargas e clientes,
e com isso melhorar a economia de
todo o estado. Se o lacre eletrônico
promete dar ainda mais credibilidade
às operações pelo Porto de Parana-
guá, apoiamos”, declara.
O projeto Canal Azul tem
apoio do Vigiagro e das Asso-
ciações dos Exportadores (Abiec,
Associação Brasileira de Frigoríficos
(Abrafrigo) e Associação Brasileira
de Proteína Animal (ABPA).
100%eletrônico e
integrado é o protocolo de processos do
sistema
22 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Assim que os primeiros
ventos do outono sopram
em território brasileiro, a
procura por vacinas contra a gripe
se intensifica nos postos de saúde
de todas as regiões. Este ano, de-
vido ao aumento do número de ca-
sos da gripe tipo H1N1 (foram 230
mortes e mais de 1.300 casos até
o início de abril, segundo dados
do Ministério da Saúde), a vacina-
ção foi antecipada, e a procura nos
postos de todo o país superou as
expectativas. Mas quem busca na
vacina a proteção contra o vírus,
muitas vezes nem imagina o traba-
lho minucioso que existe por trás
do seu processo de fabricação
Tudo começa no aviário de
alta tecnologia da empresa parana-
ense Globoaves, situado na cidade
de Itirapina, no interior de São Paulo,
que foi especialmente desenvolvido
para criar embriões que servirão à
ciência. São mais de 500 mil aves
de linhagem leve e postura comer-
cial envolvidas neste processo, que
conta com uma estrutura de pon-
ta. “Nós pesquisamos e investimos
no que há de melhor no mundo em
questão de ninhos e equipamentos
para que as aves tenham um local
adequado em termos de localiza-
ção e controle sanitário, itens que
são fundamentais para todo o pro-
cesso”, explica a médica veterinária
responsável da Globoaves Biotec-
nologia Avícola, Nayra Magnusson.
Ela conta que essas aves são
controladas desde o nascimento e
monitoradas constantemente. “Elas
são tratadas com ração específica e
vivem em um ambiente com tempe-
ratura e umidade controladas, o que
Elas são tratadascom ração específica
e vivem em um ambiente com
temperatura e umidade controladas
Nayra Magnusson, médica veterinária responsável da Globoaves Biotecnologia Avícola
23sindiavipar.com.brSindiavipar
garante a saúde dos animais e dos
ovos”. Por meio da monta natural
dos machos, os ovos são fecunda-
dos e depois levados a uma câmara
especial, uma espécie de “máquina
chocadeira”, uma incubadora mecâ-
nica, onde permanecem por 11 dias
com temperatura adequada à for-
mação dos embriões. Depois desse
período é que os ovos são analisa-
dos cuidadosamente, uma vez que
apenas os ovos com embriões vivos
podem ser utilizados na produção
da vacina.
Por meio de um transporte
logístico cuidadoso, estes embriões
são enviados para o Instituto
Butantan, na capital paulista, que
introduz o vírus H1N1, e dos outros
dois tipos de gripe que compõe a
vacina: H3N2 e B no ovo. Após 72
horas de incubação, período em
que o vírus se multiplica no líquido
que envolve o pintinho, o líquido é
retirado do ovo e purificado, res-
tando apenas as amostras inativas
do vírus, que é a base para o de-
senvolvimento da vacina. A partir
daí, a imunização é distribuída em
65 mil postos de saúde de todo o
Brasil, que participam do mutirão
contra a influenza.
A Globoaves é a única em-
presa nacional com porte e tecnolo-
gia de ponta para realizar este tipo
de criação, e é pioneira no ramo,
contratada desde 2007 pelo Insti-
tuto Butantan especialmente para
desenvolver estes “ovos especiais”,
que são controlados rigorosamente
para poderem produzir vacinas. O
instituto é ligado ao Ministério da
Saúde e responsável pela produção
da vacina sazonal trivalente, e to-
dos os anos, cerca de 55 milhões
de ovos embrionados controlados
da Globoaves são entregues aos la-
boratórios especializados durante
o período de produção da vacina,
geralmente no início do ano, antes
da época do frio.
O Ministério da Sáude aler-
ta que pessoas que possuem algum
tipo de alergia à proteína do ovo
não devem tomar a vacina, mas re-
força que, quem pode tomar, prin-
cipalmente entre o público priori -
tário (pessoas a partir de 60 anos,
crianças de seis meses a menores
de cinco anos, entre outros), deve
procurar um posto de saúde, uma
vez que a eficácia é bastante sig-
nificativa para controlar o surto
específico de H1N1. “Não há ne-
cessidade de correria aos postos de
saúde porque há vacina suficiente
para todos do público prioritário.
Foram adquiridos 54 milhões de
doses para todo o país, enquanto
temos de público-alvo 49,8 milhões
de pessoas. Portanto é importante
reforçar que não há necessidade de
pânico porque a vacina não vai aca-
bar”, afirmou o secretário de Vigi-
lância em Saúde, do Ministério da
Saúde, Antônio Nardi.
Avicultura na produção de vacinas
50 mil avessão criadas especialmente para fabricação dos ovos
de permanência dos ovos na máquina chocadeira para
gerar um embrião
11 dias
72 horasé o tempo que o vírus leva
para se desenvolverno embrião
54 mide doses de vacina
disponibilizadas em 2016
65 milpostos de saúde envolvidos no mutirão de vacinação
24 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Made in ParanáAtendimento às exigências sanitárias e religiosas, preço e regularidade no fornecimento evidenciam avicultura paranaense no mundo
24 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Capa
25sindiavipar.com.brSindiavipar
Ao longo de 2015, o Paraná
se destacou por conquistar
novas habilitações e refor-
çar a exportação de carne de fran-
go para países como China, Arábia
Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Isso acontece, principalmente, por-
que a avicultura do estado é refe-
rência mundial em sanidade e volu-
me de produção com regularidade.
Mas cada vez mais a especialização
das indústrias tem contribuído para
a abertura de mercados. A produ-
ção de frango “griller” ou “kakugi-
ri” e a certificação de abate Halal
são diferenciais paranaenses que,
somados a fatores logísticos e ao
acesso a insumos, fortalecem o Es-
tado como maior produtor e expor-
tador de frango do país.
A abertura de novos merca-
dos não é recente. Iniciada em 1975,
com embarques para o Oriente Mé-
dio, a exportação de produtos aví-
colas brasileiros cresceu exponen-
cialmente, fazendo com que o país
se firmasse, há cerca de 10 anos,
como o maior fornecedor de car-
ne de frango do mundo, atenden-
do mais de 150 países atualmente.
“Assumimos a liderança, passando
à frente de mercados fortes, como
o dos Estados Unidos da América,
principalmente por causa da sani-
dade”, avalia o presidente do Sin-
dicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná (Sin-
diavipar), Domingos Martins.
O status sanitário parana-
ense é apontado como expoente
também pelo presidente-executivo
da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA), Francisco Turra. “A
preservação da sanidade e as práti-
cas do dia a dia são avaliadas pelas
missões técnicas que vêm ao Brasil
habilitar novas plantas. O alto nú-
mero de plantas habilitadas é prova
de quão qualificado está o Paraná
nesse contexto”. Diferente da China
e dos Estados Unidos, que registra-
ram focos de influenza aviária no
ano passado, o Brasil segue livre do
vírus, e também da doença de New
Castle, da salmonela e do micoplas-
ma – principais agentes patogênicos
verificados pelos compradores.
Segundo o diretor-presi-
dente da Agência de Defesa Agro-
pecuária do Estado do Paraná
(Adapar), Inácio Kroetz, a defesa
sanitária está focada na prevenção
e no combate dessas e de outras
doenças que possam colocar em
risco qualquer mercado. “O es-
forço da Adapar está focado na
vigilância passiva e ativa no nível
adequado para cada um desses
agentes infecciosos, para que não
seja a sanidade um fator de restri-
ção de mercado”, reforça.
Made in Paraná
Sindiavipar
Assumimos a liderança, passando a frente
de mercados fortes, como o dos Estados Unidos da América, principalmente por causa da sanidade
Domingos Martins,presidente do Sindiavipar
26 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Capa
O status sanitário paranaense é apontado
como expoente
Os três degraus da habilitação
Segundo Kroetz, ex is-
tem três níveis de exigências
que diferem as habilitações. A
sanidade geral do plantel avíco-
la e a qualidade do serviço ve-
terinário of icial são requisitos
para aqueles países que exigem
cert if icação além daquilo que
o mercado interno requer. Es-
sas plantas são habilitadas para
exportação geral e representam
39 das 43 indústrias vinculadas
ao Sindiavipar.
Em seguida, aparecem
mercados mais exigentes em
relação a doenças específ icas,
como, por exemplo, a influen-
za aviária, e também ao bem
estar animal. “São geralmente
algumas exigências adicionais
à legislação brasileira, como in-
toxicações decorrentes de con-
taminações durante o processo
de industrialização. Estes dão
muita importância para como
são realizadas as inspeções nas
fábricas e são extremamente
zelosos quanto a segurança do
produto para o consumidor”,
explica Kroetz. Japão, África do
Sul e China se encaixam nessa
condição, sendo que o último
país é atendido por 9 indústrias
avícolas paranaenses represen-
tadas pelo Sindicato.
Nesta fase, também en-
tram as exigências por cortes
específ icos. Mercados como o
Japão e o Oriente Médio agre-
gam valor aos produtos por
demandarem tipos diferentes
de frango, como o “kakugiri” –
cubos de coxa e sobrecoxa sem
osso – e o frango “griller” – aves
menores, produzidas em ciclos
de 30 dias – respectivamente.
O último nível de habi-
litação é bem mais específ ico
e respeita preceitos religiosos.
Aqui se encaixam as certif ica-
ções de abate halal e kosher. O
primeiro atende às normas islâ-
micas e o segundo segue as leis
judaicas de alimentação. “Quem
atesta são os f iscais religiosos
que estão na indústria durante
todo o abate para verif icar se os
preceitos religiosos estão sendo
cumpridos”, explica Kroetz.
Além da sanidade,a vocação
Mas nem só de sanidade
é feita a avicultura paranaense.
O volume de produção de carne
de frango e a capacidade expor-
tadora também contribuem para
que o estado se consolide como
referência no mercado interno e
global. “O Paraná tem vocação
para a avicultura, com tecnolo-
gia e mão de obra especializa-
da. As indústrias e os produto-
res estão comprometidos com a
O alto número de plantas habilitadas
é prova de quão qualificado está
o Paranánesse contexto
Francisco Turra,presidente-executivo da ABPA
27sindiavipar.com.brSindiavipar
28 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Capa
atividade, desde a produção na
granja até o embarque no por-
to”, destaca Martins.
O Paraná é líder nacio-
nal em produção. Em 2015, as
indústrias do estado abateram
1,6 bilhão de cabeças de frango,
conforme levantamento mensal
realizado pelo Sindiavipar. O
número signif ica 31,5% do total
nacional para o ano, segundo
relatório técnico da Expedição
Avicultura 2015. A indústria es-
tadual lidera também o ranking
dos exportadores brasileiros.
Em todo o ano passado, o Para-
ná embarcou 1,48 milhão de to-
neladas de frango, o equivalen-
te a 34,4% dos envios nacionais.
“Só isso já bastaria para
justif icar tantas habilitações,
mas há vários outros fatores.
Primeiro, a alta tecnologia e a
excelência em qualidade e pro-
dutividade empregada pelas
agroindústrias paranaenses. São
cooperativas e empresas com
gestão altamente qualif icada,
focadas em atender às diretrizes
e demandas dos clientes inter-
nacionais”, avalia o presidente-
-executivo da ABPA.
Para o diretor-presidente
da Adapar, o Paraná se desta-
ca por oferecer quantidade, re-
gularidade e preço. “Além dos
A abertura de novos mercados começou em 1975, com embarques para o Oriente Médio
28 sindiavipar.com.br Sindiavipar
ExigênciasinternacionaisArábia Saudita: atendi-
mento às diret rizes hala l,
preferência por f rangos
“gril ler”, 31 plantas in-
dust ria is habilitadas no
Paraná.
China: Sanidade, ausên-
cia influenza av iária, 9
plantas indust ria is habi-
litadas no Paraná.
Emirados Árabes Uni-dos: atendimento às dire-
t rizes hala l, preferência
por f rangos “gril ler”, 31
plantas indust ria is habi-
litadas no Paraná.
Japão: Sanidade, au-
sência influenza av iá-
ria, preferência por cor-
tes específ icos como o
“kakugiri”.
África do Sul: Sanida-
de, ausência influenza
av iária, habilitação para
comercia lização com a
União Europeia, 15 plan-
tas indust ria is habilita-
das no Paraná.
29sindiavipar.com.brSindiavipar
O Paraná tem vocação para a avicultura. As indústrias e os produtores estão
comprometidos coma atividade
Domingos Martins,presidente do Sindiavipar
requisitos sanitários e religio-
sos, temos gente com vocação,
produção de grãos, clima e ter-
ritório favoráveis para criação de
aves”. Indústrias instaladas em
regiões sem acesso facilitado a
milho e soja precisam transpor-
tar a maior parte dos insumos
por grandes distâncias, logo,
perdem na concorrência por
gastar mais com frete.
“Desde que atenda aos
requisitos sanitários e qualida-
de, frango é frango em qualquer
parte do mundo. Por isso, quem
tem melhor competitividade por
preço, por quantidade e por re-
gularidade se destaca. No Bra-
sil, chama-se Paraná”, completa.
Mais que umaquestão cambial
As exportações rende-
ram menos em dólar ao longo
de 2015, conforme aponta a
ABPA. A retração foi puxada
pela queda nos preços médios
internacionais e chegou a 11,3%
no acumulado anual. Mas o
Brasil foi favorecido pelo câm-
bio. A desvalorização do real
frente ao dólar deixou o preço
do frango brasileiro ainda mais
at rativo no mercado interna-
cional e, além de impulsionar
as exportações, incrementou o
faturamento em reais. O valor
avançou 26% em comparação
ao ano anterior, fechando 2015
com saldo de 23,9 bilhões.
Mas o câmbio é um fa-
tor recente de competitividade,
avalia o presidente-executivo
da ABPA. “Não é o motivo pelo
qual o Brasil se tornou o maior
exportador mundial”. Para Tur-
Principais Produtores (mi/ton)
Frango no mundo 2015
18Estados Unidos
14Brasil
13China
Principais Exportadores (mi/ton)
4,3Brasil
2,9Estados Unidos
1,1União Europeia
Fonte: USDA/ABPA
30 sindiavipar.com.br Sindiavipar
ra, a “internacionalização” do
agronegócio brasileiro ocorreu
graças aos investimentos feitos
pelas agroindústrias para aten-
der aos requisitos e demandas
dos países para onde exportam.
A Copacol, Cooperati-
va Agroindustrial com sede em
Cafelândia, na região Oeste do
Paraná, é um desses exemplos.
A indústria expandiu o atendi-
mento ao mercado internacional
e chegou a embarcar para outros
países 60% do total produzido
em 2015. Segundo nota divulga-
da em abril, a Cooperativa ex-
porta para 56 países e adicionou
recentemente o México a carta
de clientes. Entre abril e junho
deste ano, a Copacol pretende
enviar mais de 80 contâiners de
carne de frango para o mercado
mexicano.
Segundo a ABPA, as ex-
portações demandam pouco
mais de 30% da produção avícola
brasileira, mas contribuem forte-
mente para a regulação da ofer-
ta interna, reduzindo a pressão
sobre os preços dos produtos.
“Bons volumes de exportação
também significam mais empre-
gos e renda, em especial para os
pequenos municípios onde há
agroindústrias e avicultores. Por
isso, o ganho com as exporta-
ções não é só econômico, como
também social”, explica o presi-
dente-executivo da entidade.
À espera da habilitaçãoNão há prazo f ixo
para que uma habilitação se
concret ize, indica a ABPA.
“Depende est ritamente do
processo do país-a lvo da
abertura. As ex igências va-
riam de mercado para mer-
cado”, explica o presidente-
- execut ivo da associação,
Francisco Turra. No caso do
Oriente Médio, a cert if ica-
ção do abate Halal é cru-
cia l, mas as especif icidades
podem variar de um caso
ao out ro. Em dezembro de
2015, por exemplo, a Chi-
na habilitou 12 novas plan-
tas brasileiras de suínos e
aves, resultado, conforme
nota da ABPA, de missões
realizadas em junho do ano
passado. Na época, a Asso-
ciação declarou ainda que
aguardava a habilitação de
out ras seis plantas indus-
t ria is que haviam sido v isi-
tadas em 2012.
Quem tem sanidade, melhor
competitividade por preço, por quantidade e por regularidade se destaca. No Brasil, chama-se Paraná
Inácio Kroetz,diretor-presidente da Adapar
Capa
32 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Líder em abate e exportação
de frango no Brasil, com 1,68
bilhão de aves abatidas no úl-
timo ano - de acordo com o Sindiavi-
par - e 1,48 milhão de toneladas em-
barcadas - segundo a Secretaria de
Comércio Exterior (Secex) - o Paraná
é referência no setor avícola do país.
Com produtividade baseada na inte-
gração, o estado possui aproximada-
mente 19 mil avicultores entre inte-
grados e cooperados, segundo dados
do Departamento de Economia Rural
(Deral) da Secretaria da Agricultura
e do Abastecimento do Estado do
Paraná (Seab).
O sistema de sucesso, conso-
lidado há mais de 40 anos, ganhou
regulamentação após aprovação do
Projeto de Lei (PL) 6.459/13 no Con-
gresso Nacional, no mês de abril, e
é motivo de comemoração para a
avicultura do estado. Isso porque,
segundo o presidente do Sindiavipar,
Domingos Martins, o marco fortale-
ce os pontos positivos já praticados e
permite corrigir possíveis distorções,
ressaltando uma distribuição igua-
litária de responsabilidade e benefí-
cios, contribuindo para o crescimento
de toda a cadeia produtiva.
Entre as principais contri-
buições do marco regulatório está a
instituição de mecanismos de trans-
parência na relação contratual e a cria-
ção de fóruns nacionais de integração
e Comissões para Acompanhamento,
Desenvolvimento e Conciliação da In-
tegração. De acordo com Wanderson
Albertin, gerente de fomento da Ja-
guafrangos, empresa avícola parana-
ense que conta com 390 produtores
integrados, a regulamentação é de
extrema importância para consolidar
o crescimento da atividade.
"Boa parte do que foi regu-
lamentado já é praticado no sistema
de integração mesmo sem a regula-
mentação, a Jaguafrangos já propor-
Regulamentação é de extrema importância para consolidar o crescimento da atividade
O que era bom ficou melhorSistema de integração agroindustrial brasileiro é regulamentado após aprovação do Projeto de Lei (PL) 6.459/13
Associados
ciona benefícios a seus integrados. As
principais vantagens que a aprovação
do projeto traz são a determinação de
regras claras aos contratos celebrados
em todo país, a padronização dos
procedimentos e a segurança jurídica
para ambos os contratantes”, analisa.
Geração de rendaA parceria no campo tem
sustentado o crescimento do seg-
mento e gerado renda em diversos
municípios do Paraná. De acordo com
dados do Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (Mapa), o
Valor Bruto da Produção Paranaense
(VBP) da pecuária no ano de 2015,
totalizou R$ 23,95 bilhões, represen-
tando 38% no VBP total do estado.
Segundo informações da Federação
da Agricultura do Estado do Paraná
(Faep), entre as maiores participações
no VBP paranaense está a carne de
frango, com representação de 23,9%.
Além disso, os municípios
com alto Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) no estado, do Institu-
to Brasileiro de Geografia Estatística
(IBGE), possuem, em sua maioria,
uma avicultura forte. Melhorias com-
provadas no dia a dia da integrada da
Jaguafrangos, Maria Petreli, proprie-
tária de três aviários. “Sem dúvida ne-
nhuma foi uma escolha positiva. Se
você for cuidadoso e administrar de
perto o seu negócio, você vive super
bem com a atividade”, conta.
A integrada ainda desta-
ca que a parceria e a ajuda entre as
partes é a base do sistema de inte-
gração. “É tudo muito bom. É uma
parceria porque se eles não se pre-
ocuparem em fazer com qualidade
na indústria e só eu fizer aqui, não
adianta, o inverso também não dá
certo. Um ajuda o outro”, finaliza.
19 milavicultores,
entre integrados e cooperados, existem no
Paraná
34 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Dedicação ao presenteQuase um ano após sua reestruturação, a DIP Frangos aposta na estabilidade administrativa para iniciar expansão
Olhar com otimismo para
o futuro e deixar as di-
ficuldades do passa-
do para trás. É assim que a DIP
Frangos mantém os pés fincados
no presente para garantir a conti-
nuidade e expansão de seus pro-
cessos industriais. Quase um ano
após o encerramento das ativida-
des do Grupo Diplomata do qual
fazia parte, a DIP Frangos se con-
solida como empresa fundamen-
tal para a atividade econômica da
região oeste do Paraná, e garante
empregos e a maior parte da ar-
recadação de impostos da cidade
de Capanema.
De acordo com o presi-
dente da DIP Frangos, Cesar Luis
Scherer, cerca de 60% do que a
cidade arrecada de ICMS vêm
das atividades desenvolvidas pela
empresa naquele município, es-
pecialmente com o abate de aves.
Em maio do ano passado, após a
reestruturação administrativa da
empresa, desvinculando-se do
Grupo Diplomata, houve um es-
forço para dar continuidade aos
trabalhos da DIP Frangos, com o
objetivo de manter as centenas de
empregos e o valor dos ativos da
empresa.
Quando a determinação
judicial indicou Scherer como
novo presidente das empresas
para operar em continuidade,
o executivo optou por manter a
estrutura visando minimizar im-
pactos. “Fiquei responsável por
escolher executivos, e fiz questão
de manter pessoas que conhe-
ciam e já trabalhavam na empresa
para que não houvesse uma rup-
tura, mitigando impactos negati-
vos”, afirma.
Reestruturada, a DIP Fran-
gos manteve a rotina de produção
e abates e possui, atualmente, uma
média de 3,5 toneladas de carne
de frango abatidas ao mês, além
de 15 toneladas de esmagamento
de soja. Em todo o processo indus-
trial, além dos 972 empregos dire-
tos no frigorífico, mais 460 traba-
lhadores estão ligadas ao negócio.
“São produtores rurais, motoristas
dos caminhões, fornecedores de
ração e outras pessoas que estão
diariamente envolvidas em nossa
produção”, conta Scherer.
Associados
Nossa expansão não gera apenas lucro e arrecadação, são
mais empregos, mais produtores rurais e mais
parceiros envolvidos, e todos também se beneficiam do nosso
crescimentoCesar Luis Scherer,presidente da DIP Frangos
Sindiavipar
35sindiavipar.com.brSindiavipar
“Isso nos dá uma ótima
base, pois há uma relação de con-
fiança entre a empresa e todos os
envolvidos na produção, desde os
colaboradores, clientes e também
as próprias comunidades”, come-
mora Othmar Rempel, diretor exe-
cutivo da DIP Frangos. Com toda
uma cadeia produtiva espalhada
pela região próxima à fronteira da
Argentina, em cidades como Péro-
la, Santo Antônio e Capitão Leôni-
das Marques e região de Cascavel,
o faturamento mensal já chega aos
32 milhões de reais.
Com a estabilidade dos
negócios garantida neste último
ano, agora é hora de expandir. A
partir de junho, a empresa irá im-
plantar o segundo turno de abate
de aves, o que deve gerar mais de
300 empregos diretos, e um au-
mento de 40% na produção. “Isso
não gera apenas lucro e arreca-
dação, são mais empregos, mais
produtores rurais e mais parceiros
envolvidos, e todos também se
beneficiam do nosso crescimen-
to”, aponta Cesar.
Outro investimento fun-
damental para o sucesso dos ne-
gócios é a constante preocupação
com a capacitação e qualificação
dos funcionários e fornecedo-
res. “Agora estamos iniciando a
temporada de inverno e, todas as
semanas, técnicos e gestores de
vários setores da empresa percor-
rem uma região para orientar os
produtores rurais sobre o uso de
ração e suprimentos”, explica.
Com a estabilidade admi-
nistrativa e a confiança na expan-
são dos negócios, a DIP Frangos
tem estimativas bastante otimis-
tas para os próximos anos. So-
mente em 2016, o faturamento
deve chegar à casa dos R$ 400
milhões, com um investimento de
R$ 3 milhões em adequações para
a implantação do segundo turno
de abate. Outra meta é a busca de
novos mercados para exportação,
como a China e o Chile. “No longo
prazo, prevemos um investimento
de 10 milhões em automação de
processos e novos equipamentos
o que nos possibilitará aumentar
o número de abates dos atuais 74
mil para até 170 mil aves por dia
em 2017”, aponta Othmar.
Desempenho da DIP Frangos em 2015
Área total da empresa17 mil m2
Número defuncionários
972 diretos e460 indiretos
Faturamento R$ 384 milhões
Impostos econtribuições R$ 14,4 milhões
Produção total 42 toneladasde carne de frango
36 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Ogoverno federal anun-
ciou, na primeira semana
de maio, o Plano Safra da
Agricultura Familiar 2016/2017, além
do Plano Agrícola e Pecuário. Se-
rão disponibilizados aos pequenos
produtores R$ 30 bilhões. A taxa
de juros para as linhas de financia-
mento da produção e investimento
ficou abaixo da inflação, variando
de 0,5% e 5,5% ao ano. Já o Plano
Agrícola e Pecuário 2016/2017 terá
um aumento na liberação do crédito,
sendo 8% superior à safra passada.
Serão R$ 202,88 bilhões destinados
ao plano. Um dos destaques para o
Plano Agrícola, segundo o Ministé-
rio da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (MAPA), é o crescimento
de 20% dos recursos para custeio e
comercialização a juros controlados.
A modalidade poderá contar com
R$ 115,8 bilhões.
O anuncio, feito normal-
mente nas primeiras semanas de
junho, pegou de surpresa alguns
produtores e especialistas. De acor-
do com o diretor técnico da Asso-
ciação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA), Ariel Mendes, devido à an-
tecipação, alguns pontos não foram
detalhados. “Por questões políticas,
houve um adiantamento na divul-
gação sem que as negociações com
os diferentes setores estivessem to-
talmente concluídas”, explica. Se-
gundo Mendes, ficou faltando defi-
nir as peculiaridades das diferentes
linhas de créditos.
O especialista destacou
como ponto positivo do Plano Safra
2016/2017 o aumento da quantidade
total para custeio dos recursos. Por
outro lado, os juros foram conside-
rados negativos, por prejudicar os
planos dos produtores. “O lado ne-
gativo foi o aumento ou manutenção
das taxas de juros que estão muito
altas, variando de 8,5% a 12,75% ao
ano. Isso dificulta a tomada de cré-
dito por parte dos produtores, pois,
no caso de investimentos, ele vai
carregar um financiamento muito
caro por anos”, afirma Mendes.
2016/2017Plano Safra Com anuncio antecipado, Plano Agrícola e Pecuário terá aumento na liberação de crédito, com R$ 202,88 bilhões
30 bi
202,8 bi
para Plano Safra da Agricultura
Familiar 2016/2017
para o Plano Agrícola e Pecuário
2016/2017
R$
R$
Mercado
37sindiavipar.com.brSindiavipar
A ABPA também solicitou
um aumento no limite da manuten-
ção do prazo de financiamento de
algumas linhas, como o Programa de
Modernização da Agricultura e Con-
servação de Recursos Naturais (Mo-
deragro) e o Programa de Incentivo
à Inovação Tecnológica na Produção
Agropecuária (Inovagro). Além disso,
a associação reivindicou o aumento
do limite de crédito por CPF, tendo
em vista que os novos projetos de
avicultura e suinocultura são caros.
“Temos expectativas de que essas de-
mandas ainda possam ser atendidas
no plano definitivo, pois elas são im-
portantes para modernizar a avicul-
tura e a suinocultura do sul do Brasil
e para adequar a produção de suínos
as novas exigências de bem-estar
animal”, contou o diretor.
Para o gerente técnico da
Ocepar, Flavio Turra, a taxa de
juros também foi apontada como
desfavorável no anúncio do Plano
Safra 2016/2017. Ainda de acordo
com o especialista, as coopera-
tivas possuem dentro do Plano
Safra alguns programas em seu
benefício, como o Prodecoop e o
Procap-Agro e ambos tiveram um
aumento na taxa de juros anual.
“Para o Procap-Agro, os juros fica-
ram em torno de 12% ao ano e do
Prodecoop 9,5%. Mas, apesar do
aumento, o fato positivo é o maior
montante de recursos destinados a
estes programas”, finaliza.
38 sindiavipar.com.br Sindiavipar
De acordo com dados da Se-
cretaria de Comercio Ex-
terior (Secex) vinculada ao
Ministério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio Exterior (MDIC),
mais de 72,53 mil toneladas de frango
foram exportadas pelo Paraná, este
ano, para a Arábia Saudita. Em 2014,
foram aproximadamente 645 mil to-
neladas, o que corresponde a 81%
das importações de carne de frango
do país. Para o presidente da Certifi-
cadora SiiLHalal, Chaiboun Ibrahim
Darwiche, os números são reflexos da
qualidade e modernidade do segmen-
to avícola brasileiro.
Por outro lado, Darwiche
explica que a avicultura no Oriente
Médio pode ir dos processos mais
simples aos mais modernos. Isso
acontece porque muitos países aten-
dem apenas às exigências nacionais e/
ou locais. “A avicultura da Síria não é
igual à da Jordânia, a da Jordânia não é
igual à do Sudão; dependendo do país
varia a aplicação das exigências inter-
nacionais”, afirma.
Os aviários contam com dife-
renças, entre os continentes, no quesi-
to construção. Nos países do Golfo e
na Turquia, os aviários possuem equi-
pamentos automáticos e modernos,
com isolamento térmico e/ou sistema
de refrigeração e aquecimento, devido
às temperaturas extremas que alguns
países podem alcançar em determina-
das épocas do ano.
“Dentro dos aviários o siste-
ma é bem semelhante ao brasileiro
quanto a alimentação, camada do
chão, controle da temperatura. O sis-
tema veterinário também é parecido;
possui o mesmo processo de inspeção
do Ministério da Agricultura, contro-
lado pelo governo”, afirma Chaiboun.
Por outro lado, as demais regiões pos-
suem um sistema de aviário que pode
ser considerado de simples a médio
quanto à tecnologia aplicada.
Quanto ao processo de pro-
dução, nos países do Golfo é bem
semelhante ao do Brasil, pois a insta-
lação e os maquinários são originários
do lado de láAviculturaPara os adeptos da religião islâmica, é importante quea produção de alimentos siga normas específicas
Mercado
da Europa e muitos técnicos são brasi-
leiros, na Arábia Saudita em específico
o sistema avícola atende às normas
internacionais. O Oriente Médio tam-
bém possui sistema de integração, o
qual possui rastreabilidade do proces-
so por meio eletrônico.
Em geral, comparando a avi-
cultura do Brasil com a do Oriente
Médio, “a brasileira é mais avançada
e moderna, pois todas as exigências
do mundo são aplicadas no Brasil para
a segurança alimentar. Segundo pes-
quisas realizadas no Oriente Médio, o
melhor frango no quesito de qualida-
de é o brasileiro”, finaliza Chaiboun.
Abate HalalPrimeiramente o abate halal
deve ser realizado antes e em am-
biente separado dos abates não-halal.
O processo é realizado manualmen-
te por um mulçumano praticante,
conhecedor dos fundamentos. “A
cada animal, o abatedor deve antes
dizer a frase: ‘em nome de Alá’. É
fundamental também, que na hora
do abate, o animal esteja com o peito
voltado em direção à cidade sagrada
de Meca”, explica o presidente da
Certificadora SiiLHalal.
Atualmente, existem aproxi-
madamente 400 empresas brasileiras
com Certificação Halal, engloban-
do todos os segmentos, incluindo
in natura, industrializados, lácteos,
cosméticos. O Paraná é o principal
estado exportador de frango para o
Oriente Médio, e possui 19 empresas
avícolas certificadas.
72,5 t
400
de frango exportadas pelo
Paraná esseano para
Arábia Saudita
empresas possuem
CertificaçãoHalal no Brasil
Fotos: César Machado
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40 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Desde 2015, o setor avícola
vem sendo impactado com
as altas no preço do milho,
grão que responde por aproximada-
mente 65% da parte física da ração
das aves. Para buscar alternativas
de manter a produtividade sem au-
mentar excessivamente os custos de
produção, o Grupo GTFoods é a pri-
meira empresa privada paranaense a
importar o insumo da Argentina.
De acordo com informações
do grupo, a cotação da saca no país
vizinho é de R$ 47,00, enquanto no
Paraná é comercializada a R$ 50,00
e, em Santa Catarina, a R$ 54,00. O
processo de importação se iniciou
com um navio de 27 mil toneladas, o
objetivo é totalizar 90 mil. Com isso,
o grupo abastecerá os estoques até a
chegada da safrinha prevista para o
início do segundo semestre.
“O volume total de com-
pras já realizadas no mercado in-
terno e externo vai atender a 70%
da nossa demanda até a entrada da
safrinha em julho. Além disso, será
uma oportunidade para atuarmos
na redução dos custos de produção
contribuindo para um valor final do
milho com condições de competir
no mercado interno”, avalia o di-
retor administrativo do GTFoods,
Rogério Gonçalves.
Isenção de taxaEm abril, a Câmara do Co-
mércio Exterior (Camex) publicou,
no Diário Oficial da União, resolução
que reduz de 8% para zero o impos-
Negociação entre vizinhos
GTFoods toma iniciativa para driblar preço do milho e é a primeira empresa privada do Paraná a importar o grão da Argentina
Mercado
40 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Negociação entre vizinhos
to de importação do milho em grão,
para países de fora do Mercosul. A
medida, válida por seis meses, está
limitada a um milhão de toneladas.
Segundo o Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (Mapa), a
ação visa conter a alta dos preços,
no mercado interno, das carnes de
frango e de suínos, que têm no cere-
al a base da alimentação.
O pedido feito por criadores
de ave, suínos e produtores de leite
não vai afetar o plantação de milho
nacional, segundo o secretário de Polí-
tica Agrícola do Mapa, André Nassar.
“Como a isenção do imposto valerá
entre maio e outubro, a comerciali-
zação do milho safrinha não causará
prejuízo aos agricultores”, explica.
De acordo com Gonçalves,
a medida não mudará a estratégia
da empresa de importação de mi-
lho do país vizinho, já que o Grupo
GTFoods já fez a opção pelo regi-
me especial de Draw Back, que
permite a importação de compo-
nentes para a fabricação de produ-
tos destinados à exportação, com
isenção de imposto.
Para o presidente do Sin-
dicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná (Sin-
diavipar), Domingos Martins, a pro-
vidência pode ajudar os produtores
das regiões Norte e Nordeste do
Brasil, que importam o insumo dos
Estados Unidos. Entretanto, não
deve gerar impacto para os avicul-
tores paranaenses, que têm a base
de suas negociações com integran-
tes do Mercosul, visto que a alíquo-
ta para esses países já era zerada.
Uma alternativa mais eficaz para
reduzir os custos de produção aví-
cola, segundo Martins, seria a reti-
rada da taxa de PIS/Cofins cobrada
sobre a importação.
O volume total de compras já realizadas no mercado interno e externo vão atender
a 70% da nossa demanda até a entrada
da safrinhaRogério Gonçalves, diretor administrativo do Grupo GTFoods
42 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Em sua 15ª edição, a Avesui,
maior feira de aves e suínos
da América Latina, reuniu as
novidades e tendências do agrone-
gócio durante três dias no CentroSul,
em Florianópolis (SC). O evento con-
tou com 200 expositores, sendo 50
participando pela primeira vez e 40
vindos de outros países. Além das
empresas brasileiras, companhias
de países como a China, os EUA e
os da União Europeia também mar-
caram presença no evento com ma-
quinários, produtos e tecnologias
inovadoras para a produção intensiva
de proteína animal. Profissionais da
área, empresários e estudantes par-
ticiparam de workshops, palestras e
debates com o tema “Transformar,
uma forma inteligente de produzir”.
Segundo a Associação Brasi-
leira de Agronegócio (ABAG), a ex-
pectativa de crescimento para o setor
neste ano é de 2,5%, e por isso, a
preocupação em reduzir custos e au-
mentar a produtividade sem causar
danos ao meio ambiente é crescente.
“Esta é uma realidade cada vez mais
necessária dentro da cadeia produti-
va de proteína animal. Nosso objeti-
vo é direcionar a feira ao público que
busca negócios. É um formato dife-
rente, que gera oportunidades mais
qualificadas aos nossos expositores”
aponta Andrea Gessuli, diretora da
Gessulli Agribusiness, empresa res-
ponsável pelo evento.
Na ocasião, o Sindiavipar
também esteve presente e apresen-
tou informações sobre a produção
estadual avícola e suas indústrias
associadas, sendo o Paraná o maior
produtor e exportador de carne de
frango do Brasil, referência no setor.
Negócios O grande destaque da feira
foi para a China, que teve um espa-
ço exclusivo, o Pavilhão Negócios da
China, com a presença de 25 em-
presas. A maior delas, e que veio de
sinônimo de inovação Avesui:
Maior evento de avicultura e suinocultura da América Latina recebeu 200 expositores de diversos países
Mercado
43sindiavipar.com.brSindiavipar
forma independente em um grande
stand, foi a Zhengchang, que está
instalando uma fábrica em Curitiba
(PR) e é uma das maiores fornecedo-
ras de equipamentos para fabricação
de ração, armazenagem de grãos e
processamento de biomassa. “Nosso
destaque na feira foram as peletiza-
doras, que são as maiores do mundo,
de alta precisão e eficiência. Saímos
de lá com a perspectiva de seis ne-
gócios” afirma o diretor da Zheng-
chang, Cesar Jeremias, que já decidiu
participar da feira no próximo ano.
DebatesDurante a Avesui 2016, foi
realizado o I Congresso de Zootecnia
de Precisão e o XV Seminário Técni-
co Científico de Aves e Suínos. Um
dos temas debatidos foi sobre nutri-
ção e ambiência de precisão, apre-
sentados por cientistas da Faculdade
de Engenharia Agrícola da Unicamp
(Feagri). O diretor presidente da As-
sociação dos Geógrafos Profissionais
do Rio Grande do Sul (AGPRS), Ál-
varo Ghedin, também participou do
congresso, com a apresentação sobre
as Fábricas de Nutrição Animal do
futuro e como usar dispositivos mó-
veis para atingir uma alta eficiência.
PremiaçãoCooperativas brasi-
leiras, pesquisadores e
técnicos foram premiados
durante a Avesui 2016 com
a realização do prêmio
“Quem é Quem: Maiores e
Melhores Cooperativas Bra-
sileiras de Aves e Suínos”,
idealizado pela Gessulli
Agribusiness e realizado
pela Fundação Getúlio Var-
gas (FGV). O prêmio foi
dividido em quatro catego-
rias: Desempenho Financei-
ro, Responsabilidade Am-
biental, Responsabilidade
Social e Desenvolvimento
Sustentável.
As cooperativas que
ganharam os primeiros lu-
gares foram: Cooperativa
Central Aurora Alimentos,
Frimesa (com dois primei-
ros lugares) e C. Vale.
o Sindiavipar apresentou informações sobre a produção
estadual avícola, sendo o Paraná o maior produtor e exportador de
carne de frango do Brasil
44 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Nada se perde...Na avicultura, tudo se transforma. O que não é consumido, por questões culturais ou mercadológicas, ganha outros fins
Na indústria avícola, tanto
os resíduos sólidos quan-
to os materiais orgânicos
ganham novos destinos ao fim do
processo de produção do frango.
Desde a criação do animal até o
produto que chega à mesa do con-
sumidor, a porcentagem do que não
é utilizado é muito pequena. O que
não é consumido, seja por questões
culturais ou mercadológicas, como
vísceras, penas e sangue têm outros
fins e passam por um processo de
transformação. Esses resíduos orgâ-
nicos, em sua maioria, são transfor-
mados em farinhas e gorduras, que
muitas vezes vão para a alimenta-
ção de animais.
Segundo o II Diagnóstico da
Indústria Brasileira de Reciclagem
Animal, realizado pela Associação
Brasileira de Reciclagem Animal
(ABRA) e pelo Centro de Estudos
e Pesquisas Políticas, Históricas e
das Organizações (CEPPHOR), em
2014, foram gerados aproximada-
mente 5,3 milhões de toneladas de
farinhas e óleos, provenientes da re-
ciclagem de resíduos bovinos, aví-
colas, suínos e pescados.
De acordo com o estudo, só
na avicultura, a farinha de penas e
vísceras corresponde a 62% dos pro-
dutos reciclados, seguida da produ-
ção do óleo de aves, que responde
por 23% do total de resíduos recicla-
dos no segmento. Segundo registros
do Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento (Mapa), a pro-
dução da farinha de penas cresceu
desde 2010, passando de 4,1% para
4,6% em 2014.
Para a gerente de Gestão e
Projetos da ABRA, Cátia Macedo,
um dos grandes beneficiados pelo
processo de reciclagem dos resí-
duos orgânicos é o meio ambiente.
“No Brasil, há mais de 100 anos, o
setor de Reciclagem Animal é ator
importantíssimo na sustentabilidade
da cadeia da carne nacional, impe-
dindo que volumes significativos de
coprodutos de origem animal sejam
impropriamente destinados ao meio
ambiente”, afirma.
Meio Ambiente
45sindiavipar.com.brSindiavipar
Além de sustentável, este
procedimento também é benéfico
para outros setores. “Ao mesmo
tempo gera emprego, renda e divisas
para o país sendo um setor consoli-
dado na economia brasileira. Exem-
plo de sustentabilidade econômica,
social e ambiental é certo afirmar-
mos que a cadeia de produção de
carnes perderia a sustentabilidade se
o setor de reciclagem animal deixas-
se de existir”, completa.
Resíduos sólidosNão são apenas os produtos
de origem animal que podem – e de-
vem – ser destinados corretamente.
Os resíduos sólidos gerados pela in-
dústria, como, no caso da avicultura,
embalagens de isopor onde o frango
é embalado e comercializado, por
exemplo, também necessitam de um
descarte adequado. Em 2012, a Se-
cretaria de Recursos Hídricos e Meio
Ambiente do Paraná (Sema), convo-
cou as empresas paranaenses a apre-
sentarem planos que viabilizassem a
Logística Reversa no Estado. Desde
então, a Federação das Indústrias do
Estado do Paraná (Fiep), trabalha em
conjunto com seus sindicatos filiados
para a viabilização desses projetos.
Segundo o gerente de meio
am biente e sustentabilidade da Fiep-PR,
Rafael da Costa, os benefícios da Logís-
tica Reversa abrangem setores ambien-
tais, sociais, econômicos e legais. “O
projeto é importante porque permite
a reinserção dos resíduos de pós-con-
sumo em novos ciclos produtivos. Esta
prática, por consequência, possibilita
tanto postergar a vida útil dos aterros
sanitários quanto reduzir a extração de
matérias-primas”, explica.
Com o objetivo de facilitar a
implantação do projeto por seus as-
sociados, o Sindicato das Indústrias
de Produtos Avícolas do Estado
do Paraná (Sindiavipar) assinou
contrato de Logística Reversa com
o Sindicato das Indústrias de Ca-
caus e Balas, Massas Alimentícias
e Biscoitos de Doces e Conservas
Alimentícias do Estado do Paraná
(Sincabima). O que permite a cons-
trução do programa com custos re-
duzidos no segmento e permite que
as indústrias avícolas se adequem a
legislação, evitando multas.
Produção de Farinhas e Gorduras de Aves Mapa/2014
Produto Total (toneladas) Participação (%)
Farinha de Pena e Víscera 779.735 61,86
Farinha de Víscera 101.239 8,03
Farinha de Pena 57.880 4,59
Farinha de Aves 31.239 2,48
Farinha de Fígado e Pulmão 73 0,01
Óleo de Aves 290.240 23,03
Total Geral 1.260.406 100
Fonte: Adaptação ABRA, a partir de dados fornecidos pelo MAPA
Ao mesmo tempogera emprego, renda
e divisas para opaís sendo um
setor consolidadona economia
brasileiraCátia Macedo, gerente de gestão e projetos da ABRA
46 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Notas e registros
Produção da Cobb-Vantress estáalinhada à sustentabilidade
Aves com alta conversão
alimentar, excelente ganho de peso
diário e que consomem menor
quantidade de recursos para ge-
rar a mesma quantidade de carne.
Estes são os pilares da produção
de aves pela Cobb-Vantress, líder
mundial no fornecimento de matri-
zes de frangos de corte e em espe-
cialização técnica no setor avícola.
Assim, oferecendo ao mercado
reprodutoras eficientes e que ge-
ram bons resultados a partir de
uma quantidade cada vez menor
de alimento, a empresa pretende
contribuir cada vez mais para a
sustentabilidade do planeta.
“A avicultura, como uma
das atividades do agronegócio
que mais consomem recursos,
principalmente naturais, tem o de-
ver de fazer a sua parte a fim de
garantir a sustentabilidade do pla-
neta”, afirma Jairo Arenazio, di-
retor-executivo da Cobb-Vantress
para a América do Sul.
Como casa genética
mais antiga do mundo, a Cobb
tem como principal negócio o
melhoramento genético de suas
aves. Assim, com base em mais
de 50 características diferentes,
as aves com o pedigree da Cobb
são selecionadas e reproduzidas,
de forma a estender para toda pro-
gênie/cadeia características impor -
tantes que contribuem para a sus-
tentabilidade. Mais informações:
cobb-vantress.com
Empresa engajada socialmente
A Vaccinar, uma das líderes
do mercado de saúde e nutrição ani-
mal do país, buscando fazer o me-
lhor uso das leis de incentivo fiscal,
seleciona projetos voltados para a
qualidade de vida das pessoas e da
comunidade em geral para prestar a
sua colaboração e se posicionar como
empresa socialmente responsável,
contribuindo para a melhoria de vida
de indivíduos em situação de vulne-
rabilidade. Este ano, a Companhia
apoia 11 projetos, distribuídos entre
hospitais, fundações, APAEs e outras
instituições reconhecidas e atuantes.
Segundo a gerente de
Mar keting da Vaccinar, Adriana Rocha,
o Programa de Incentivo Fiscal da
Companhia foi planejado para contem-
plar o máximo de projetos possíveis, em
conformidade com a verba disponível.
“A Vaccinar é uma das pouquíssimas
empresas que conseguiram direcionar
100% de sua verba a todos os projetos
elegíveis, incluindo os menos conhe-
cidos, como o Programa Nacional de
Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa
com Deficiência (PRONAS) e o Progra-
ma Nacional de Apoio à Atenção On-
cológica (PRONON). Para isso, a Com-
panhia se organizou sistematicamente”,
enfatiza a gestora. Mais informações:
vaccinar.com.br
47sindiavipar.com.brSindiavipar
Em 2016, a SKG Equipa-
mentos comemora 17 anos de mui-
to trabalho. A empresa, que iniciou
suas atividades em junho de 1999,
em Chapecó (SC), atualmente é o
maior e mais importante Distribui-
dor da Mundial S.A. no Brasil, sen-
do parceira da marca na fabricação
e finalização de ferramentas e equi-
pamentos. Hoje, a SKG vende para
os principais frigoríficos do Brasil
e possui uma carteira com mais de
500 clientes ativos do ramo no país.
A empresa é formada por
um time de especialistas em mate-
riais de corte para frigoríficos. No
seu portfólio, comercializa máquinas
de afiação, facas, tesouras, lâminas
de serras, fitas e discos de cortes
oferecendo produtos com o melhor
Custo x Benefício do mercado. Ain-
da destacam-se a qualidade e dura-
bilidade de fio, a rapidez, facilidade
para afiação, menor desgaste do me-
tal, mais tempo entre as afiações e
maior vida útil das lâminas.
A visão da SKG é foco to-
tal nos clientes e nos parceiros de
negócio. Buscando sempre o cres-
cimento orgânico e sustentável da
empresa. Para isso, fornece sem-
pre os melhores produtos aliados
aos serviços de pré e pós-vendas.
Focando no treinamento constan-
te dos colaboradores e criando um
ambiente agradável nas relações
de trabalho.
SKG Equipamentos celebra aniversário
A Vetanco do Brasil, pela
15ª vez consecutiva, participou
do Simpósio Brasil Sul de Avi-
cultura, realizado entre os dias 5
e 7 de abril, no Centro de Cul-
tura e Eventos Plínio Arlindo de
Nês em Chapecó (SC). Ao todo,
a empresa trouxe para o evento
30 convidados de outros países,
sendo eles clientes, representan-
tes comercias e colaboradores de
suas filiais do Uruguai, Argenti-
na, América Central, Colômbia,
entre outros.
No dia 6, em paralelo às
atividades do SBSA, a Vetanco
realizou um evento que se deno-
minou: 1ª Mesa Redonda: Ciência
e Indústria – A aplicação do co-
nhecimento científico na prática
avícola. O evento proposto pela
Vetanco consistiu em colocar os
vários atores da atividade avícola
para debater temas pré-estabele-
cidos em forma de debate.
Outro ponto de desta-
que do SBSA 2016 foi o stand
da Vetanco no VIII Poultry Fair
que sempre está de portas aber-
tas aos amigos. O tema do stand
foi o Gamaxine, novo produto da
Vetanco. O Gamaxine ganhou 4
cervejas artesanais alusivas ao seu
lançamento, que puderam ser de-
gustadas pelos visitantes do stand.
Saiba mais em: vetanco.com.br
Vetanco participa do SBSA e Poultry Fair
48 sindiavipar.com.br Sindiavipar
Para mais informações, acesse: sindiavipar.com.br
Estatísticas
PARANÁFRANGOEXPORTAÇÃO
Mês 2015 2016
Janeiro 129.710.339 142.175.554
Fevereiro 117.911.518 142.060.791
Março 144.003.531 156.152.728
Abril 133.053.028 148.268.092
Acumulado 524.678.416 588.657.165
Mês 2015 2016
Janeiro 580.598 549.295
Fevereiro 462.212 591.283
Março 643.305 637.252
Abril 569.656 625.626
Acumulado 2.255.771 2.403.456
2016 kg US$
Janeiro 112.381.319 156.421.311
Fevereiro 104.799.606 143.510.467
Março 150.240.880 205.536.685
Abril 156.074.610 218.697.410
Acumulado 523.496.415 724.165.873
2016 kg US$
Janeiro 2.620.553 5.639.538
Fevereiro 2.698.209 5.472.994
Março 3.106.895 6.287.571
Abril 3.210.210 7.295.276
Acumulado 11.635.967 24.695.379
ABATE (cabeças)
PARANÁPERUABATE (cabeças) EXPORTAÇÃO
Fonte das tabelas: Sindiavipar / Secex
Participação do Paraná nas exportações do Brasil - Acumulado / kg
Principais destinos da carnede frango do Paraná - Acumulado / Ton
China 68,6 mi
Japão 39,4 mi
Áfricado Sul
42,1 mi
Emirados Árabes 40,2 mi
100,3 miArábiaSaudita
Paraná 523.496.415
35,74%
Brasil 1.464.660.239
Frango Sabor Caipira
SIP 0003-A | SISBIIvaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br
PARANÁReferência em produção, exportação e sanidade avícola
Abatedouro CoroavesMaringá - coroaves.com.brSIF 2137
Avenorte Avícola Cianorte
SIF 4232Cianorte - guibon.com.br
JBS Foods
SIF 2677Jaguapitã - jbs.com.br
Agroindustrial Parati
SIF 2010Umuarama - agroparati.com.br
Agroindustrial ParatiRondon - agroparati.com.brSIF 3925
Frango DM
SIF 270Arapongas - frangoagosto.com.br
Frangos Pioneiro
SIF 1372Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br
Jaguafrangos
SIF 2913Jaguapitã - jaguafrangos.com.br
Granjeiro Alimentos
SIF 4087Rolândia - frangogranjeiro.com.br
SIF 603
Unitá - Cooperativa CentralUbiratã - unitacentral.com.br
SIF 1876
Agroindustrial São JoséSanta Fé
JBS Foods
SIF 2227Jacarezinho - jbs.com.br
JBS FoodsRolândia - jbs.com.brSIF 1215
BRF
SIF 424Carambeí - brf-br.com
Noroeste Paranaense
Centro Ocidental Paranaense
Centro Oriental Paranaense
Sudoeste Paranaense
Norte Central Paranaense
Norte Pioneiro Paranaense
exportaçãogeral
exportaçãopara UE
Fábricade ração
Abatedouros Incubatóriosexportação para ChinaAbate Halal
SIF 664
Aurora AlimentosMandaguari - auroraalimentos.com.br
GTFoods
SIF 1860Paraíso do Norte - gtfoods.com.br
GTFoods
GTFoods
SIF 1880
SIF 3773
Paranavaí - gtfoods.com.br
Terra Boa - gtfoods.com.br
GTFoods
SIF 4166Maringá - gtfoods.com.br
Marco AviculturaTamarana
IntegraMaringá - unifrango.com
SIF 7777Santo Inácio – jbs.com.brJBS Foods
Granja Econômica AvícolaCarambeí - granjaeconomica.com.br
JBS Foods
SIF 530Lapa – jbs.com.br
Metropolitana de Curitiba
Coopavel Coop. Agroind.
SIF 3887Cascavel - coopavel.com.br
BRF
SIF 716Toledo - brf-br.com
Globoaves
SIF 1672Cascavel - globoaves.com.br
Oeste Paranaense
C. Vale Coop. Agroindustrial
SIF 3300Palotina - cvale.com.br
Coop. Agroindustrial Lar
SIF 4444Medianeira - lar.ind.br
Copacol Coop. Agroind. Consolata
SIF 516Cafelândia - copacol.com.br
Coop. Agroindustrial Copagril
SIF 797Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br
Globoaves AgroavícolaCascavel - globoaves.com.br
Avícola CarminattiSanto Antônio do Sudoeste avicolacarminatti.com.br
BRF
SIF 1985Dois Vizinhos - brf-br.com
BRF
SIF 2518Francisco Beltrão - brf-br.com
Vibra Agroindustrial
SIF 3170Itapejara do Oeste - vibra.com.br
Vibra Agroindustrial
SIF 2212Pato Branco - vibra.com.br
DIP Frangos
SIF 2539Capanema - dipfrangos.com
Avícola Pato Branco Pato Branco - avicolapb.com.br
Granja RealPato Branco - granjareal.com.br
Gralha Azul AvícolaFrancisco Beltrão - gaa.com.br
Pluma AgroavícolaDois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br
JBS Foods
SIF 2694C. Mourão - jbs.com.br
sindiavipar.com.br facebook.com/sindiavipar
Capanema - dipfrangos.com