dieta 100% concentrado com grÃo de milho inteiro...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
DIETA 100% CONCENTRADO COM GRÃO DE MILHO INTEIRO PARA TERMINAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO
GUARAPUAVA
2011
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
DIETA 100% CONCENTRADO COM GRÃO DE MILHO INTEIRO PARA TERMINAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO
Projeto de Pesquisa apresentado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Produção de Bovinos de Corte da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Mikael Neumann
GUARAPUAVA
2011
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Título: Dieta 100% concentrado com grão de milho inteiro para terminação de bovinos de corte em confinamento
Instituição Executora: Universidade Tuiuti do Paraná
Órgão Executor: Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão - PROPPE
Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Produção de Leite
Duração: 18 meses Município: Guarapuava - PR Equipe: Alunos: Jônatah Marin Beltrame Robson Kyoshi Ueno Orientador: Prof. Dr. Mikael Neumann – Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇAO.......................................................................... 06
2. OBJETIVOS....................................... ....................................... 08
3. REVISÃO DA LITERATURA........................... .......................... 09
4. MATERIAL E MÉTODOS.............................. ............................ 28
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................... ....................... 29
6. CONCLUSÃO....................................... ..................................... 31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................... .................... 32
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1. INTRODUÇÃO
Nos sistemas de produção animal, mais especificamente na terminação de
bovinos em confinamento, a cultura do milho é caracterizada como fonte de alimento
fundamental aos animais devido ao seu alto teor energético e elevada produtividade
de energia digestível por hectare, pois a fase terminação exige maior concentração
de nutrientes na dieta para que o animal possa apresentar desempenho satisfatório,
proporcionando maior controle da produção, qualidade de acabamento nas carcaças
e padrão nos cortes cárneos.
De acordo com a CONAB (2010), a cultura do milho tem apresentado nas
ultimas safras elevados estoques remanescentes de ano para ano, resultante do
aumento considerável da oferta ao passo que a demanda cresceu em ritmo menor,
razão para as quedas ocorridas nas cotações. O histórico de baixos preços,
acrescidos da incerteza do mercado futuro fazem com que o cultivo e
comercialização do grão apresentem-se num cenário desestimulado, porém é o fator
que instiga a busca por alternativas que auxiliem o produtor agregar valor a
“commoditie”, ou seja, corroborar a possibilidade de transformação do produto
agrícola (grão) em produto pecuário (carne).
Recentemente nos sistemas de confinamento tem-se observado o surgimento
de dietas com pouca ou isenta participação de forragens, sendo estas constituídas
totalmente (100%) de ingredientes concentrados. Logo, a dieta 100% concentrado
utilizada na terminação de bovinos em confinamento refere-se à ração isenta de
fibra proveniente de alimentos volumosos, promovida pela exclusão total desta
fração na dieta, onde o grão de milho inteiro compõe cerca de 80% da dieta sendo o
restante composto por um núcleo protéico, vitamínico e mineral.
Embora, para muitos pecuaristas, represente uma novidade, a tecnologia é
praticada desde a década de 70 nos países Norte Americanos, sendo que em nosso
continente é mais explorada em países visinhos como a Argentina, onde é utilizada
amplamente por questões climáticas que impossibilitam a produção constante de
volumosos, porém o milho é de baixo custo e abundante possibilitando o
confinamento de novilhos com tenra idade e baixo peso para poupar as matrizes da
inanição pela escassez de forragem (GRANDINI, 2009).
Outro fator que tem contribuído para a adoção desta prática é a
independência do processo de obtenção de forragens, o grande problema relatado
pela maioria dos confinadores está no momento de produzir o alimento volumoso
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para os animais que serão confinados, visto que a confecção de silagens ou o corte
do volumoso exige equipamentos e maquinários mais caros e específicos, além de
extensas áreas para produzi-los. Também se observa que a necessidade de
estrutura de armazenamento, planejamento antecipado e a ocorrência de problemas
com maquinários e mão-de-obra no momento do corte da lavoura para produção de
silagem, são fatores limitantes e desestimuladores para alguns confinadores. Sendo
que, os erros que ocorrem nesta fase promovem a baixa qualidade da forragem
conservada, trazendo como conseqüência perdas econômicas imensuráveis na
maioria das vezes, gerando frustrações e insucesso no confinamento.
Os entraves observados na produção e conservação de alimentos volumosos
somados ao preço acessível dos insumos comumente utilizados na composição dos
alimentos concentrados fornecidos nos confinamentos são fatores que tem
propiciado a utilização de dietas com maior proporção de alimentos concentrados,
essa alternativa pode trazer benefícios sobre o desempenho dos animais, custos de
produção e operacionalização do confinamento. A tecnologia 100% concentrado traz
como proposta baixar os gastos com dietas elaboradas, bem como, diminuir os
custos operacionais na sua confecção e distribuição aos animais. Da mesma forma,
a mão de obra, tempo de confinamento, desperdícios de alimentos, investimentos
em máquinas e instalações serão racionalizados, com reflexo positivo na
rentabilidade da atividade. Além disso, o milho na forma de grão permite que o
produtor trabalhe com especulações de mercado como estratégia econômica, ou
seja, tendo a oportunidade de faturar o milho em forma de grão ou carne conforme a
melhor rentabilidade do momento, estratégia impossibilitada quando o milho é
colhido para silagem.
A dieta 100% concentrado tratar-se de uma tecnologia inovadora ao nosso
sistema produtivo e que pouco se sabe a respeito devido à escassa produção de
trabalhos de pesquisa sobre este tipo de alimentação para bovinos em terminação.
É importante ressaltar que esta tecnologia vem sendo empregada recentemente
pelos pecuaristas em nosso país, geralmente de forma amadora, por acreditar que
proporciona algumas vantagens relacionadas ao desempenho e eficiência animal,
melhorias no rendimento e acabamento das carcaças, baixo investimento em infra-
estrutura e principalmente contribuir com a eficiência operacional da propriedade
rural, além de permitir ao produtor lançar mão de estratégicas econômicas, podendo
trabalhar com especulações do mercado.
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2. OBJETIVOS Em busca de elucidar os resultados que podem ser obtidos com a adoção da
prática, o Núcleo de Produção Animal da Universidade Estadual do Centro-Oeste
(NUPRAN-UNICENTRO) em parceria com a Cooperativa Agrária Agroindustrial,
Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão
(COOPERALIANÇA) e Sindicato Rural de Guarapuava realizou um experimento com
o objetivo de avaliar o desempenho e custos de produção de novilhos terminados
em confinamento alimentados com dieta convencional contendo silagem de planta
inteira de milho e concentrado ou dieta 100% concentrado com grãos de milho
inteiro.
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3. REVISÃO DA LITERATURA DIETA 100% CONCENTRADO COM GRÃO DE MILHO INTEIRO PA RA A
TERMINAÇÃO DE BOVINOS EM CONFINAMENTO
3.1 CONCEITO
Devido ao avanço do manejo nutricional no Brasil, trabalhos vêm sendo
publicados visando o esclarecimento das dietas e de novas tecnologias
desenvolvidas nesta área, porém têm-se encontrado uma grande divergência entre
os autores quanto ao conceito e titulação dessas dietas conforme o nível de inclusão
de concentrado. Onde alguns citam certas denominações que generalizam as
características da ração, não levando em consideração se há ou não inclusão da
fração volumosa, como: “Dietas a Base de concentrado; Dietas de Alto Concentrado;
Dieta de Alto Grão; Dieta de Grão Inteiro, etc.”. Como sugestão, deixemos estes
conceitos para as rações que tem como características a baixa inclusão de
volumosos (entre 5 e 20% do total da matéria seca).
Neste caso, propõe-se firmar como conceito de dieta 100% concentrado com
grão de milho inteiro para a terminação de bovinos em confinamento referindo-se a
ração onde existe a exclusão total da fração volumosa da dieta, composta por
núcleo protéico, vitamínico e mineral (15 a 20%) e grãos de milho inteiro (75 a 80%
do total de matéria seca ingerida), o qual confere a efetividade física para ruminação
da dieta.
3.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Devido evidentes transformações em que vive a pecuária brasileira,
principalmente com o crescimento dos grandes confinamentos, mais que nunca, há
necessidade de desenvolver estratégias nutricionais com altos níveis de
concentrados com o intuito de promover a melhoria no desempenho produtivo,
manipulação na deposição de gordura de acabamento e marmoreio com efeitos no
crescimento da carcaça e na qualidade de carne de animais confinados (SILVA,
2009).
O uso de dietas a base de milho inteiro e sem fonte de volumosos de fibra
longa, ou mesmo volumoso algum, vem de encontro a este conceito, uma vez que
além de buscar aumento no desempenho produtivo, também promove a
oportunidade de “democratização” no sistema de confinamento de bovinos. Onde
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não são necessários, portanto, grande volume de mão-de-obra, bem como gastos
com óleo diesel ou aquisição e manutenção de máquinas e implementos, o que
facilita a adoção deste modelo também por pequenos e médios produtores, que não
precisarão investir em estrutura como no confinamento tradicional. Esta tecnologia
vem sendo utilizada em nosso país e consiste em uma interessante opção para os
produtores, especialmente em regiões onde não há volumoso ou há grande
dificuldade em produzir silagem.
Em contrapartida, o grande problema relatado pela imensa maioria dos
confinadores está no momento de produzir o volumoso para os animais que serão
confinados. A confecção de silagens ou o corte da cana-de-açúcar, por exemplo,
exige equipamentos e maquinários cada vez mais caros e específicos, além de
extensas áreas para produzi-los. Também se observa que o planejamento
antecipado necessário e os problemas comumente ocorridos com maquinários e
mão-de-obra tanto no plantio como no corte da lavoura que servirá como fonte de
volumoso no confinamento tem desestimulado alguns confinadores. Lembrando
ainda que o custo de movimentação de volumosos chega a ser 4 vezes superior ao
custo de movimentação de concentrados. Gastos com mão-de-obra e maquinários
no dia-a-dia do confinamento, que em muitos casos pode chegar a custar R$
0,60/cabeça/dia, podendo inviabilizar o confinamento em algumas fazendas
(SARTOR, 2008).
Embora a técnica esteja sendo atualmente utilizada no Brasil, a tecnologia
remonta a década de 70 nos EUA e mais recentemente introduzida na América do
Sul, especificamente na Argentina. Por questão de secas contínuas que assolaram
parte daquele país (Argentina), onde o milho de baixo custo e abundante, falta de
possibilidade de produção de volumosos e peso vivo final ao abate inferior a 360 kg
resultaram no confinamento de animais de tenra idade e baixo peso (bezerros 90
kg), com isto poupando as matrizes (vacas) de morte por inanição (GRANDINI,
2009), objetivando como vantagem justamente tirar o máximo benefício de
conversão alimentar, sem emprego de processamentos mais modernos.
Propõem-se assim, baixar os gastos com dietas elaboradas, bem como,
diminuir os custos operacionais na sua confecção e distribuição aos animais. Da
mesma forma, em conseqüência disto, a mão de obra, tempo de confinamento,
desperdícios de alimentos, investimentos em máquinas e instalações serão
racionalizados, com reflexo positivo na rentabilidade da atividade.
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Devido ao recente aparecimento em nosso sistema de produção, esta
tecnologia ainda é praticada de forma amadora em nosso país, onde existe enorme
carência de pesquisas visando o aprimoramento para as nossas condições,
tornando-a viável economicamente.
3.3 COMPOSIÇÃO DA DIETA
Os alimentos são classificados de acordo com a Associação Americana
Oficial de Controle de Alimentos (AAFCO) e o Conselho Nacional de Pesquisas dos
EUA (NRC, 1996) e adaptada por F.B. MORRISON: a) Alimentos volumosos - são
aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores em fibra ou em água.
Possuem menos de 60% de NDT e ou mais de 18% de fibra bruta (FB) e podem ser
divididos em secos e úmidos como fenos e pastagens; b) Alimentos concentrados -
são aqueles com alto teor de energia, mais de 60% de NDT, menos de 18% de FB,
sendo divididos em: b.1) Energético: alimentos concentrados com menos de 20% de
proteína bruta (PB); origem vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, polpa cítrica;
origem animal - sebos e gordura animal; b.2) Protéicos: alimentos concentrados com
mais de 20% de PB; origem vegetal - farelo de soja, farelo de algodão, farelo de
girassol, soja grão, farelo de amendoim, caroço de algodão, cama de frango; origem
animal - farinha de sangue, de peixe, carne e ossos (sendo esta última atualmente
proibida pelo Ministério Agricultura para uso em ruminantes); b.3) Minerais -
compostos de minerais usados na alimentação animal: fosfato bicálcico, calcário, sal
comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio, etc.; b.4) Vitaminas -
compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis; b.5) Aditivos - compostos de
substâncias como antibióticos, hormônios, probióticos, antioxidante, corantes, etc.; e
b.6) Outros alimentos - aqueles que não se classificam nos itens anteriores
(TEIXEIRA, 1998).
A ração 100% a base de concentrado que neste se refere foi constituída por
75 a 80% de grãs de milho inteiro e 15 a 20% de núcleo protéico, vitamínico e
mineral.
• Grão de Milho: Segundo TEIXEIRA (1998) o milho, dentre os grãos de
cereais é o mais largamente empregado, rico em energia e pobre em proteína,
principalmente lisina. É rico em pró-vitamina A (betacaroteno) e pigmentantes
(xantofila). Baixos teores de triptofano, lisina, cálcio, riboflavina, niacina e vitamina D.
É considerado alimento concentrado energético padrão, constitui a base energética
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da dieta de várias espécies animais, deve ser isento de fungos, micotoxinas,
pesticidas, sementes tóxicas. É composto de amido (> 60%), casca (6,5%), glúten
(10%), gérmen (8,5%), água (15%), apresenta baixo teor de fibra em detergente
neutro (FDN) (< 10%), composição esta que pode ser melhor observada no Quadro
1. O processamento do grão pode alterar o seu valor nutritivo pela moagem,
gelatinização, floculação e laminação, mudando o local e a intensidade de digestão.
Neste caso é mantida sua forma natural visando prevenir distúrbios metabólicos
relacionados a digestão e promover efetividade física para a ruminação.
Quadro 1: Composição química média do grão de milho e seus componentes
Fonte: TOSELLO (1987).
• Núcleo: Sua composição é variável conforme a formulação realizada,
mas em geral deve conter: 37% de proteína bruta; 2% de estrato etéreo; 7% de
matéria fibrosa; 10% de matéria mineral; 1% de NNP (uréia pecuária). Seus
ingredientes variam em: Farelo de soja; farelo de soja integral (grãos tostados); grão
de milho; casca de soja; calcário calcítico; uréia pecuária; fosfato bicálcico; cloreto
de sódio; premix mineral; farelo de trigo; aditivo promotor de crescimento; aditivo
anti-oxidante.
Uma vez que o milho comporá entre 75 a 95% da dieta, e o teor de amido
deste ingrediente situa-se na faixa de 70%, temos que o maior componente de
energia será de carboidrato não estrutural, compondo 52 a 66% da dieta
(GRANDINI, 2009).
A adequação de dietas contendo milho grão inteiro, prima pelo ajuste da
fração mínima de fibra, cuja função, neste caso, é exercer um efeito mais físico ou
mecânico do que nutritivo. O principal objetivo da fibra nessas dietas é promover a
ruminação, a salivação e a conseqüente estabilidade ruminal para evitar eventuais
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distúrbios metabólicos, e reduzir a taxa de consumo, sem afetar o resultado
produtivo (SARTOR, 2008).
O mesmo autor cita que o ponto chave deste tipo de alimentação está na
conversão alimentar, pois com aproximadamente 125 kg de dieta consumida pelos
animais, consegue-se uma arroba liquida de carcaça engordada. Considerando o
milho a R$ 0,40/kg (R$ 24,00/sc) e o núcleo a R$ 1,85/kg teremos uma arroba
engordada no confinamento com custo de R$ 77,19.
3.4 ADAPTAÇÃO DOS ANIMAIS A DIETA
Bovinos recém chegados a confinamentos passam por inúmeras mudanças
fisiológicas ou adaptações à medida que estes são aclimatados ao ambiente do
confinamento. Essas adaptações incluem reposição da água corporal perdida,
estabelecimento ou melhora da imunidade contra vários patógenos comuns,
estabelecimento da estrutura social na baia, e adaptação dos microorganismos no
rúmen para utilizar novos alimentos (BROWN; MILLEN, 2009).
Segundo os mesmos autores, as bactérias ruminais respondem rapidamente
as alterações nos alimentos por se reproduzirem a intervalos comumente menores
que 60 minutos. No entanto, protozoários requerem tempo maior para a população
dobrar. Embora alguns bovinos sejam capazes de consumir grandes quantidades de
amido quase que imediatamente sem conseqüências adversas, mudanças graduais
no rúmen de um ambiente de digestão de fibra (ou degradação de carboidratos
estruturais) para outro de digestão de amido (ou degradação de carboidratos não
estruturais) são desejáveis para saúde e desempenho máximos dos animais
mantidos nas baias. Essa mudança gradual tem como objetivo dar aos
microorganismos do rúmen, que produzem produtos finais desejáveis ou regulam a
taxa de fermentação, uma oportunidade de se estabelecerem, enquanto minimiza a
chance de crescimento demasiado de microorganismos ruminais menos desejáveis.
Isso geralmente está ligado às rações usadas no período de adaptação, que é um
dos mais críticos durante o período de alimentação, mesmo este representando
menos de 20%, aproximadamente, do tempo total de cocho para a maioria dos
bovinos confinados.
O protocolo de adaptação esta representado no Quadro 2, conforme
recomendações das empresas fabricantes do núcleo.
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Quadro 2: Protocolo de adaptação à dieta 100% concentrado.
DIAS FORNECIMENTO DE
VOLUMOSO
FORNECIMENTO DA MISTURA
(80:20, milho+núcleo)
1o e 2o À vontade 0%
3o e 4o À vontade 0,8% do peso vivo
5o e 6o À vontade 1,6% do peso vivo
7o por diante 0% À vontade
Entretanto, existem relatos que animais mais jovens e provenientes manejo
com suplementação alimentar ("creep-feeding"), apresentam melhor adaptação e
desempenho frente aqueles que nunca tiveram contato com cocho e/ou
concentrado.
Para amenizar problemas relacionados a adaptação dos animais Castro
(2009), de maneira informal recomenda a utilização da técnica denominada pelo
mesmo de “Confinamento a pasto sem volumoso”. Ainda retrata que no
confinamento sem volumoso, quando desenvolvido em sistema tradicional de
engorda confinada em currais, sem adaptação prévia, os animais sentem bastante a
mudança da dieta com volumoso para dieta sem volumoso (milho grão
inteiro). Visando aprimorar este sistema, surgiu a técnica de manter os animais a
pasto, permitindo o acesso dos bois ao volumoso (“pasto”) durante o período de
adaptação. Neste sistema, os animais são mantidos a pasto, com lotação de 30 a 40
cabeças por hectare, dependendo da quantidade de forragem disponível. O objetivo
desta alta taxa de lotação é permitir a disponibilidade de forragem apenas durante a
adaptação dos animais à nova dieta na primeira quinzena do confinamento. Após o
período de adaptação, os animais podem permanecer no pasto (piquete) ou em
currais de confinamento. O importante é que não haverá mais forragem disponível.
São feitos dois tratos diários. O consumo de alimento gira em torno de 8,5
kg/cabeça/dia (2% de peso vivo). Enfatiza ainda que o sistema apresenta vantagens
em relação ao semi-confinamento, no qual a possibilidade de ocupação do pasto é
de uma cabeça por hectare contra 30 a 40 cabeças por hectare do “confinamento a
pasto” (Castro, 2009).
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Desta forma, os animais não passam mais por uma mudança abrupta na
dieta, pois há uma alteração progressiva do pasto para a dieta de milho inteiro, fator
que contribui para a redução dos custos do período de confinamento (Castro, 2009).
3.5 TIPO DE ANIMAL
BROWN e MILLEN (2009), participaram como colaboradores em um estudo
envolvendo grupos genéticos (4 baias com 5 novilhos castrados/baia para cada
grupo genético). Novilhos Angus (Bos taurus) e Brahman (Bos indicus) castrados
foram alimentados até estarem completamente terminados (adaptados por 21 dias a
dieta com 89% de concentrado baseada em milho grão floculado) e as glândulas
pituitárias e outros tecidos foram coletados no abate. Novilhos Angus consumiram
em média diariamente 1,68 kg mais matéria seca (P=0.004), apresentaram maior
ganho de peso diário (P = 0,05; 1,53 vs. 1,28 kg/dia), pior conversão alimentar (P =
0,05; 6,13 vs. 5,67), melhor classificação da carcaça (P=0,05), e melhor maciez de
carne (P = 0,04) que novilhos Brahman. O desempenho de crescimento destes
grupos genéticos foi associado ao fato de novilhos Angus terem apresentado
maiores pesos de pituitária anterior (1,67 vs. 0,97 g) e da glândula pituitária como
um todo (2,11 vs. 1,27g) que novilhos Brahman. No entanto, não seria adequado
fornecer a mesma dieta final oferecida para bovinos com maiores porcentagens de
sangue Zebu, para aqueles sem influência Bos indicus.
Com relação à idade GOROCICA-BUENFIL & LOERCH (2005),
desenvolveram um experimento para determinar o efeito da idade de bovinos e nível
de forragem na dieta utilizando milho grão inteiro ou triturado em confinamento, onde
as idades avaliadas foram, animais desmamados com 254 kg e de um ano com 477
kg. No experimento total, o ganho de peso diário, conversão alimentar, rendimento e
classificação de produção da carcaça, não foram afetados pelo processamento do
milho. Animais com menos tempo na alimentação cresceram mais rapidamente e
eficientemente quando foram alimentado com milho triturado, enquanto que os com
mais tempo na alimentação tiveram maior ganho de peso diário e conversão
alimentar, quando alimentado com milho integral. Para dietas de baixa forragem,
bovinos alimentados com milho integral ganharam peso 6% mais rápido do que
aqueles alimentados com milho triturado. Para dietas de alta forragem e alimentação
de milho integral, o ganho de peso diário foi 6,1% menor.
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3.6 CARACTERÍSTICAS DIGESTIVAS
3.6.1 Ingestão de matéria seca (IMS)
Está bem estabelecido, baseado em dados de pesquisa, que existe uma
relação linear entre calorias de energia consumidas por unidade de peso vivo e
concentração energética da dieta. À medida que a concentração de energia na dieta
aumenta, bovinos geralmente consomem mais energia por unidade de peso
metabólico. No entanto, proporcionalmente, menos ração é consumida à medida que
o conteúdo energético da dieta aumenta. Portanto, esperamos que a IMS seja
reduzida à medida que bovinos confinados são adaptados, partindo de uma dieta
com 40% de forragem contendo aproximadamente 1,9 Mcal de energia líquida de
manutenção/kg para outra com 91% de concentrado contendo aproximadamente 2,2
Mcal de energia líquida de manutenção/kg (BROWN; MILLEN, 2009).
GRANDINI (2009) cita: Ingestão × Densidade Energética = Energia de
Manutenção + Energia de Ganho
No exemplo abaixo (Figura 1), representa uma simulação de três dietas
distintas para o mesmo ganho de peso animal, o que retrata muito bem a sugestão
acima. Sendo que para as situações 1, 2 e 3 as quantidade de ingestão (matéria
original) seriam respectivamente 20, 15 e 10 kg, sugerindo que a densidade
energética da dieta é responsável pelo consumo de alimento. Uma clara visão de
que custo por kg de alimento não diz nada além do preço em si, é preciso
reconhecer a conversão como indicador de custo/benefício.
Figura 1: Definição de diferentes tipos de dietas para o mesmo ganho de peso.
Fonte: GRANDINI (2009)
A maior eficiência no uso de dietas de alta energia pode ser explica
principalmente por dois fatores, segundo GRANDINI (2009):
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• Os requerimentos energéticos para ganho e manutenção têm em suas
equações o coeficiente de metabolizabilidade como indicativo de eficiência no uso
(aproveitamento) da energia ingerida, este em especial é vinculado a concentração
energética, sendo assim quanto maior a concentração energética da dieta mais
eficiente ela se torna, e por conseguinte menor a ingestão necessária para o mesmo
ganho.
• A proporção acetato:propionato, que em dietas tradicionais situa-se na
relação 3:1 e em dietas de alta energia na relação 1:1. A gliconeogênese para
bovinos de corte é cada vez mais revisada e conclui-se que tem praticamente a
mesma escala de importância que para monogástricos. A maior parte (40 a 70%) do
carbono precursor da gliconeogênese dos ruminantes é derivado do ácido
propiônico e aminoácidos glicogênicos, menos de 10% da glicose total necessária é
absorvida via trato intestinal, sendo assim os produtos finais da fermentação ruminal
são de extrema relevância.
Efeitos da forma física da forragem no tempo de retenção e enchimento
ruminal mostram-se pequenos quando baixo nível de fibra é usado na alimentação.
Depressão na digestibilidade associada com moagem fina de volumoso de alta
qualidade está relacionada à diminuição da taxa de digestão. Queda na
digestibilidade em alto consumo está relacionada ao tempo mais curto de retenção
ruminal. Portanto, o consumo de dietas com alta forragem pode ser uma função da
quantidade e taxa de digestão da parede celular potencialmente digestível e a
liberação de resíduos indigestíveis (potencialmente digestível e indigestível) através
do rúmen. Resíduo alimentar pode escapar do rúmen pela digestão ou passagem,
para ocorrer o consumo adicional quando o enchimento limita o consumo. Dessa
forma, o consumo do alimento pode afetar a digestibilidade através de curto tempo
de retenção no rúmen e baixa taxa de digestão (SHAVER et al.,1986).
3.6.2 Volume ruminal
O volume ruminal está ligado ao peso corporal, varia de 15 a 21% do peso
corporal. A relação concentrado:volumoso e o nível de ingestão são também
importantes modificadores do volume ruminal, como pode ser observado no Gráfico
1, (OWENS E GOETSCH, 1988).
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Gráfico 1: Efeito da relação concentrado:volumoso na dieta sobre o volume ruminal
(adaptado de OWENS E GOETSCH, 1988).
O processo de adaptação aos grãos geralmente envolve mudanças
recíprocas na relação concentrado:volumoso da dieta através de um período de
tempo. Conforme OWENS E GOETSCH (1988), a ingestão de forragem tem maior
impacto sobre o volume ruminal que a ingestão de concentrado, devido a isto, o
maior volume ruminal e massa tecidual são acompanhadas de maior consumo de
energia pelos tecidos gastrointestinais. Embora o trato gastrointestinal, fígado, rins, e
baço representem uma pequena porção do peso corporal, estes são tecidos
metabolicamente ativos e consomem mais de 50% da energia usada para
manutenção do corpo como um todo.
Entende-se então, que animais alimentados com mais concentrado na dieta
consomem menos energia para sua manutenção e promovem maior rendimento de
carcaça ao abate.
3.6.3 Dinâmica ruminal
O processo de digestão ruminal é uma seqüência dinâmica e sinérgica de
eventos que influenciam a fermentação do produto final e distribuição de fontes de
carboidratos pós-ruminal. O grau pelo qual este processo se manifesta no sistema é
altamente dependente do tipo e quantidade da fonte de carboidrato consumida pelo
animal, a taxa e extensão da digestão é componente crítico no processo. Outros
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fatores que influenciam a digestão são os processamentos de grão, a redução no
tamanho da partícula e taxa de passagem da partícula (NOCEK & TAMMINGA,
1991).
Nesse contexto, CARTES & GROVUM (1990), afirmaram que o consumo do
alimento e a salivação são aspectos importantes da função e produção ruminal.
Portanto, as funções do rúmen envolvem: digestão fermentativa, absorção e a
movimentação da ingesta através do retículo-rúmen para o intestino delgado. Em
vista disso, a função ruminal inclui motilidade para mistura do conteúdo no rúmen,
ruminação, eructação, microbiologia, bem como, fluxo sanguíneo epitelial,
integridade e desenvolvimento.
De acordo com HEINRICHS & KONONOFF (2002), o comprimento adequado
das partículas de forragem é necessário para função apropriada do rúmen. Tamanho
reduzido da partícula de forragem mostra diminuição no tempo de mastigação e
causa uma tendência à diminuição do pH do rúmen. Paralelamente, quando
partículas alimentares são longas demais, os animais selecionam mais a ração, e
por último, a dieta consumida é muito diferente do que a originalmente formulada.
Nesta circunstância, a distribuição do tamanho da partícula na ração total é mais
importante do que a proporção de partículas maiores. Em dietas com predomínio de
forragens o pH do fluído ruminal situa-se entre 6,2 e 7,0, enquanto dietas baseadas
em concentrados resultam em valores de 5,5 a 6,5, sendo a digestão da celulose
inibida quando o pH atinge valores inferiores a 6,0, o que pode prejudicar a
digestibilidade da dieta (CAMPOS et al., 2007).
A fibra tem sido reconhecida como um ingrediente necessário na dieta para
muitas espécies animais herbívoras, sendo importante para a função ruminal normal
de ruminantes. A qualidade da fibra varia de acordo com a fermentabilidade,
tamanho da partícula e capacidade tampão. Portanto, fibra insolúvel grosseira é
adequada para o estímulo da função ruminal. Isto corresponde a fibra indigestível
em detergente neutro (FDN) da forragem, assim, a FDN é a medida preferida para
alimentação de ruminantes em programa de formulação das dietas (VAN SOEST et
al., 1991b).
Porém, formulação de ração baseada em FDN, embora permitindo um dos
mais importantes objetivos do balanceamento da ração, o qual é definir o limite
superior da proporção volumoso: concentrado, não considera a diferença sutil da
fibra que está associada com a cinética da digestão e passagem e com as
20
características físicas. A característica física da fibra se torna crítica quando a
tentativa é definir o limite mais baixo aceitável para a proporção de volumoso:
concentrado em rações. FDN mede as características químicas da fibra, mas não as
características físicas tais como: tamanho da partícula e densidade. A FDN pode ser
usada efetivamente para definir o limite mais baixo da proporção de volumoso:
concentrado quando misturas simples de forragens longas ou picadas
grosseiramente são misturadas com concentrados de baixa fibra para formular
ração. Todavia, a FDN é menos efetiva na formulação de ração quando forragem
finamente picada ou fonte de fibra não forrageira (FFNF) são usadas (MERTENS,
1997).
A fibra fisicamente efetiva (Ffe) é a fração do alimento que estimula a
atividade de mastigação. A mastigação, em troca, estimula a secreção de saliva.
Tampões bicarbonato e fosfato na saliva neutralizam os ácidos produzidos pela
fermentação da matéria orgânica no rúmen. O balanço entre a produção da
fermentação ácida e secreção tampão é o maior determinante do pH ruminal. Baixo
pH ruminal pode diminuir a IMS, digestibilidade da fibra e produção microbiana.
Dessa forma, diminui a produção de carne e o aumento dos custos dos alimentos.
Dietas devem ser formuladas para manter adequado pH ruminal e a variação no pH
será minimizada pelo manejo da alimentação. Portanto, a fração da matéria orgânica
que é fermentada no rúmen varia grandemente entre as dietas (MICHAEL, 1997).
Fibra indigestível em detergente neutra fisicamente efetiva (FDNfe) é
diferenciado da fibra indigestível em detergente neutra efetiva (FDNe) na base da
seguinte definição. A FDNfe está relacionada às características físicas da fibra
(primariamente ao tamanho da partícula) que influencia a atividade da mastigação e
a natureza bifásica do conteúdo ruminal (esteira flutuante das grandes partículas em
uma união de líquidos e pequenas partículas). A FDNe está relacionada à soma total
da habilidade de um alimento para substituir a forragem ou volumoso na ração,
assim que a percentagem de gordura no leite produzido pela vaca ingerindo a ração
é efetivamente mantida. Portanto, a FDNfe relaciona somente às propriedades
físicas da fibra, dessa forma, a FDNfe é um termo e conceito mais restrito do que a
FDNe (MERTENS, 1997).
De modo distinto a definição da FDNfe e FDNe ajuda a esclarecer a resposta
animal que é usada para avaliar a efetividade da fibra. Assim, a resposta animal
associada com a FDNfe é a atividade da mastigação. A FDNfe de um alimento é o
21
produto da concentração da FDN e o fator da efetividade física (pef). Por definição,
pef varia de 0, quando a FDN não é efetiva em estimular a atividade de mastigação,
e 1, quando a FDN é completamente efetiva na promoção da mastigação. Portanto,
a FDNfe está relacionada à concentração da fibra, tamanho da partícula e redução
do tamanho da fibra, à formação de esteira ruminal, a qual pode ser um fator crítico
para a seletividade da fibra retida no rúmen, determinando a dinâmica da
fermentação ruminal, passagem e estimulação da ruminação. A FDNfe também, está
relacionada à saúde ruminal, porque o pH ruminal e o padrão de fermentação
podem ser a função de produção tampão da saliva, durante a ingestão e ruminação
(MERTENS, 1997).
Conforme KONONOFF et al. ( 2003), o separador de partícula do Estado da
Pensylvania (PSPS) é um método útil para estimar o tamanho de partícula de
forragem e ração mistura total (TMR). O principal objetivo de analisar o tamanho de
partícula é avaliar a distribuição dos alimentos que o bovino vai consumir. POPPI et
al. (1985) concluíram que partículas retidas em uma peneira de 1,18 mm têm uma
alta resistência à passagem através do rúmen de bovinos e carneiros. Portanto, de
acordo com MERTENS (1997), um simples sistema para estimar a FDNfe através de
medidas químicas e físicas no laboratório pode ser baseado na concentração de
FDN e proporção da partícula retida na peneira de 1,18 mm. Assim, supondo-se que
a pef é igual à proporção de partículas retidas na peneira de 1,18 mm, a FDNfe pode
ser estimada pela multiplicação da concentração de FDN pela proporção de
partículas retidas na peneira.
Em condições ideais não mais do que 8% do material deverá ser retido na
peneira superior. Assim, a orientação de avaliação para TMR para bovinos de alta
produção é de 2 a 8% das partículas na peneira superior (>19 mm), 30 a 50 % na
peneira do meio e peneira inferior (19 a 1,67 mm), e não mais do que 20% no fundo
da peneira (<1,67 mm) (HEINRICHS & KONONOFF, 2002).
Para manter a digestão da fibra e produção microbiana máxima, um pH
ruminal de 6,2 ou acima é necessário, o qual por sua vez requer no mínimo 20% de
FDNe na dieta. Níveis de FDNe recomendados para bovinos confinados são: dieta
de alto concentrado para maximizar a eficiência alimentar (bom manejo de cocho e
inclusão de ionóforos), o nível mínimo necessário de FDNe é de 5 a 8% da MS da
dieta. Dietas misturadas (manejo de cocho variável e sem ionóforos), o nível mínimo
necessário de FDNe é de 20% da MS da dieta. Dieta de alto concentrado para
22
maximizar a digestão da FDN e ou produção de proteína microbiana, o nível mínimo
necessário de FDNe também é de 20% da MS da dieta. Portanto, tamanho de
partícula, densidade e grau de hidratação, são os maiores fatores na determinação
da efetividade da FDN em manter o pH acima de um nível acidótico. Então, cortar,
triturar e peletizar forragem reduzem a efetividade da FDN. Portanto, grãos
processados (quebrado, laminado, triturado e floculado) têm mais baixos FDNe do
que grãos secos e inteiros (PRESTON, 1998).
Ruminantes necessitam de forragens em suas dietas para maximizar a
produção e manter a saúde sustentando um ambiente estável no rúmen. A
habilidade da forragem para estimular a mastigação foi investigada extensivamente
por causa da relação entre mastigação e o fluxo de tampão salivar no rúmen, o qual
é necessário para neutralizar a fermentação ácida (BAILEY & BALCH, 1961).
3.6.4 Digestão do amido
Conforme HENRIQUE et al. (2007), o principal componente energético do
grão de milho é o amido, que, nos ruminantes, pode ser fermentado no rúmen ou no
intestino grosso ou digerido enzimaticamente no intestino delgado.O amido quando
fonte maior de energia chama a atenção na compreensão dos locais de digestão,
influenciado pelo nível de processamento, interação com nível de fibra, e taxa de
passagem.
A questão do processamento de grãos tem sido debatido por muitos
nutricionistas por anos, e contraditoriamente, dados relatados na literatura e
princípios históricos estariam limitando o uso de milho inteiro em dietas de
confinamento (GOROCICA-BUENFIL & LOERCH, 2005). No entanto, GAEBE et al.
(1998) citaram que a maioria dos métodos de processamento de grãos tem como
principal objetivo melhorar a disponibilidade do amido, que resulta em aumento da
digestão e eficiência alimentar. Em dietas para gado confinado, o processamento de
grão pode melhorar a eficiência alimentar de 3 a 5% para o grão de milho e 8 a 15%
para o grão de sorgo, conseqüentemente maximizando a fermentação do amido
ruminal.
A digestão do amido no trato digestivo total (DAT), usualmente está acima de
95%, embora o grau do processamento altere este número consideravelmente. A
digestão ruminal no DAT é alta para muitas espécies de grãos, exceto para grãos de
milho e sorgo, muito utilizado para grandes ruminantes, especialmente bovinos. O
23
coeficiente de digestibilidade classifica os métodos de processamentos, do menor
para maior da seguinte forma: integral, laminado, moído, alta umidade e floculado a
vapor. A digestão de amidos de milho e sorgo no DAT de bovinos ocorre em média
80% no rúmen (OWENS et al., 1986).
OWENS (2005a) trabalhando em revisão de 180 diferentes dietas (volumoso
em quantidade pequena, mas presente) para animais da raça Holandesa, encontrou
taxas de digestão de amido sempre maiores no rumem e menores a nível intestinal,
tanto para milho inteiro e milho processado em moinho de rolo. Analisou também a
influência das variações de: ingestão, taxa de passagem, proteína bruta e nível de
amido sobre a digestão do amido total. Observando que variações dietéticas de 1%
da Proteína Bruta, taxa de passagem (Kp) e variação na quantidade de amido,
influenciaram respectivamente em 5,8%, 2,5% e -0,1% na digestão de amido total.
Na mesma base de dados, ainda avaliando digestão de amido, mas somando
animais com aptidão de corte e novilhas, encontrou valores de digestão total de
amido nos processamentos tipo milho úmido, milho floculado a vapor, milho rolado e
inteiro de 99,2%, 99,1% , 91% e 87,1% respectivamente. Sendo de pouco valor a
digestão pós ruminal do amido referente a partículas de grande tamanho,
provavelmente por escaparem dos processos de ruminação. (OWENS, 2005b).
Quadro 3: Impacto do processamento de milho sobre a extensão e local da
digestão do amido de milho, por estimativa de regressão frente a oferta de amido
alimentar e fluxo intestinal.
Fonte: Adaptado de OWENS (2005b).
Com dieta de alta proporção de forragem, a digestão do amido tende a mudar
de local, porém, alto consumo de amido não tem consistentemente reduzido a
digestão no rúmen ou no intestino delgado. De qualquer forma a digestibilidade do
amido no DAT é usualmente muito alta, e o local da digestão pode indiretamente
alterar o lugar e extensão da digestão dos componentes da parede celular. Estas
interações podem explicar uma porção de efeitos associativos negativos entre grãos
24
e forragens. Logo, se o amido passa pelo rúmen a uma dimensão que excede 70%
de sua digestibilidade, o amido que escapa melhora a eficiência energética de
produção dos animais ruminantes (OWENS et al., 1986).
Entretanto, GALYEAN et al. (1979) estudaram o tamanho da partícula,
extensão e local da digestão da matéria seca e amido em novilhos alimentados com
dietas a base de milho, verificaram que o milho inteiro tem menor digestibilidade
ruminal (70,8%) do que o amido do milho triturado (91,7%). Além do mais, a
digestão do amido no trato total é mais baixa (88,2%) para o milho integral do que
para 3,18 mm (94,55), 4,76 mm (93,7%) e 7,94 mm (93,5%). Por outro lado, a
digestão do amido no intestino é geralmente baixa, particularmente para grãos
triturados. Assim, a alteração na semente integral, pela mastigação mostra-se
necessária para maximizar a digestão total do amido.
Maior atenção a alta produção por animal e melhora na eficiência da
produção têm estimulado o uso de alta energia na dieta, mas a eficiência teórica
esperada da conversão alimentar, freqüentemente, não tem sido obtida por causa de
fatores desconhecidos que limitam a utilização dos nutrientes. Um dos muitos
fatores que afetam a eficiência de conversão é a diminuição da utilização do amido
em alto consumo de alimento (WHEELER & NOLLER, 1977).
3.6.5 Estabilidade ruminal
Dietas com altos níveis de concentrado tornam-se problemáticas, pois podem
causar problemas como acidose, timpanismo, ruminite, paraqueratose e abscesso
hepático. Também demandam mão-de-obra qualificada e monitoramento dos
animais (SILVA, 2009).
O aprimoramento nas práticas de manejo em confinamento, até mesmo a
utilização de algumas substâncias aditivas como alguns antibióticos reduzem,
porém, não eliminam a ocorrência de timpanismo em bovinos confinados. O
timpanismo pode reduzir a lucratividade da atividade por comprometer o
desempenho animal ou mais diretamente por induzir a morte. Em confinamento está
associado com a ingestão de grandes quantidades de grãos de cereais rapidamente
fermentados e desestabilização da população microbiana do rúmen. De modo que,
carboidratos rapidamente fermentados permitem a proliferação de bactérias ácidos-
tolerante (Streptococcus bovis e Lactobacillus spp) e produção de quantidades
excessivas de fermentação ácida, resultando em um pH ruminal excessivamente
25
baixo, e isto prejudica a motilidade ruminal favorecendo assim a maior produção de
gases e acumulo dos mesmos. Portanto, o adequado manejo da dieta e até mesmo
a utilização de aditivos pode ser um fator fundamental no controle do timpanismo
(CHENG et al., 1998).
Variações foram observadas por THOMPSON et al. (1965) no que diz
respeito ao pH ruminal, o qual se manifesta em valores mais inferiores para novilhos
alimentados com ração totalmente concentrada sem feno quando comparado aos
novilhos alimentados com ração contendo feno longo e triturado. Os valores para pH
foram 5,7, 6,3 e 5,9 para novilhos alimentados com nenhum feno, feno longo e
moído, respectivamente.
A acidose aguda ou crônica, de modo geral é causada pela ingestão
excessiva de carboidrato prontamente fermentado e são importantes problemas para
produção. Em dietas ricas em concentrado, ocorrem freqüentemente durante a
adaptação, por outro lado, a acidose crônica pode continuar durante todo o período
de alimentação. Na acidose aguda, há acidez ruminal, ocorre aumento acentuado na
osmolaridade e acúmulo de glicose. Isto pode danificar a parede ruminal e intestinal,
diminuir o pH do sangue e causar desidratação que pode levar a morte. Outros
fatores como laminite, polioencefalomalácia e abscesso hepático, freqüentemente
estão associados à acidose. Mesmo, após os animais recuperarem de um episódio
de acidose, a absorção dos nutrientes pode ser retardada (OWENS et al., 1998).
Os principais sintomas de acidose são: anorexia, diarréia, muco nas fezes,
desidratação, incoordenação, e algumas vezes a morte. As principais mudanças
fisiológicas observadas em animais com acidose são o aumento do nível de ácido
lático no sangue e rúmen, redução no pH do rúmen e do sangue, aumento da
pressão osmótica no rúmen, destruição das bactérias gram negativa e proliferação
das bactérias gram positiva no rúmen, redução na contagem de protozoário, ruminite
e remoção do epitélio ruminal, estase ruminal, redução do pH da urina, desidratação
e hemoconcentração (ELAM, 1976).
Como estratégia as de controle de acidose podemos lançar-mão da utilização
de aditivos que inibem os microorganismos produtores de ácido láctico, estimulando
a atividade de bactérias utilizadoras de lactato ou protozoários ruminal que
consomem amido. A inoculação microbiana capaz de inibir a glicose ou acumulação
de lactato a um menor pH ajuda prevenir a acidose. Quantidade mais alta de
forragem na dieta, menor processamento de grão e restrição alimentar podem
26
reduzir a incidência de acidose, porém, estas práticas freqüentemente diminuem o
desempenho e a eficiência econômica (OWENS et al., 1998).
O abscesso hepático é causado secundariamente ao foco primário de
infecção ocorrido na parede ruminal, a qual é danificada pela acidificação ou
penetração de objetos estranhos susceptíveis à invasão e colonização de
Fuseobacterium necrophorum. Após ocorrer a colonização, as bactérias entram para
o sangue ou podem causar abscesso na parede ruminal e subseqüentemente
derramar êmbolos bacterianos para a circulação porta. Estas bacterias ao entrarem
na corrente circulatória são filtradas pelo fígado, momento no qual se estabelece a
infecção e formação do abscesso (NAGARAJA & CHENGAPPA, 1998).
Entretanto, alguns estudos têm relatado nenhuma diferença na incidência de
abscesso hepático com 0% ou 3 a 15% de forragem na dieta durante toda fase de
terminação (KREIKEMEIER et al., 1990; STOCK et al., 1990). Alem disso, também é
desconhecido porque bovinos em alguns currais de confinamento podem ter uma
baixa incidência de abscesso hepático, enquanto que nos currais adjacentes com os
mesmos alimentos outros animais têm a ocorrência extremamente alta (NAGARAJA
& CHENGAPPA, 1998). Segundo os mesmos autores o fígado corresponde
aproximadamente 2% do peso da carcaça, isto representa uma perda financeira
significativa. Entretanto, o maior impacto causado pelo abscesso hepático é a
redução no desempenho influenciando na produção de carcaça. Bovinos com
abscesso hepático reduzem o consumo, o ganho de peso, diminuem a eficiência
alimentar e reduzem o rendimento de carcaça. Além disso, a ruptura acidental de um
abscesso e contaminação de uma carcaça com pus causam prejuízos a mesma e
interrompem o fluxo do frigorífico, prejudicando a linha de abate e causando dessa
forma perdas de tempo e trabalho.
3.6.6 Perdas de amido fecal
Animais que consomem dietas de baixa proporção de forragem tem maior
ingestão de matéria seca, a qual, conseqüentemente, pode resultar em uma taxa de
passagem mais rápida causando com isto, maior escape de amido no rúmen. O
amido não digerido no intestino delgado ou fermentado no intestino grosso sai nas
fezes. Assim, dieta de alta forragem tem consumo mais baixo de amido, e também
potencialmente, taxa de passagem mais lenta no rúmen conduzindo à maior
digestibilidade da dieta pela perda reduzida de amido e de outros materiais
27
potencialmente digestíveis no intestino e fezes. Como conseqüência a fermentação
no intestino pode ser reduzida, resultando em maior pH fecal em vacas que
consomem dietas de alta forragem (IRELANPPERRY & STALLINGS, 1993).
28
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Núcleo de Produção Animal (NUPRAN) da
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), em Guarapuava-PR, com o
objetivo de avaliar o consumo diário de alimentos, ganho médio diário e conversão
alimentar de novilhos terminados em confinamento utilizando diferentes dietas: T1 –
Dieta 100% concentrado: núcleo protéico (20%) + milho grão inteiro (80%) com
fornecimento à vontade e T2 – Núcleo Protéico + milho grão moído (5,5 kg/animal/dia
fixo entre os períodos) + silagem de planta inteira de milho à vontade visando
relação concentrado:volumoso de 55:45%. Os alimentos concentrados foram
elaborados e fornecidos pela fabrica de rações da Cooperativa Agrária
Agroindustrial, onde no T1 o Núcleo protéico constituía-se do produto comercial CAB-
38, já para o T2 a fração concentrada foi representada com um formulado
correspondente ao produto comercial RAB-19. O trabalho teve duração de 98 dias
sendo que 14 dias representaram o período de adaptação dos animais as dietas
experimentais seguidos de quatro períodos de 21 dias de avaliação.
Foram utilizados novilhos inteiros cruza Charolês, com idade média de 10
meses, peso vivo médio inicial de 350kg, alojados em baias individuais de
confinamento. Os animais foram pesados, após jejum de sólidos de 12 horas, no
início e fim do período experimental, com pesagens intermediárias a cada 21 dias,
as alimentações foram efetuadas duas vezes ao dia e o consumo voluntário foi
monitorado diariamente através da pesagem da quantidade oferecida e das sobras
do dia anterior, sendo que o ajuste no fornecimento foi realizado considerando uma
sobra de 5% da matéria seca oferecida em relação à consumida. Após o termino do
período os animais foram abatidos seguindo o fluxo normal de um abatedouro.
29
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se observar que houve redução de 12,38 kg no consumo de alimento na
matéria natural dos animais tratados com dietas composta apenas por concentrado
(7,35 kg) em relação aos que receberam silagem de milho como volumoso mais
concentrado (19,73 kg). De acordo com Van Soest (1994), o consumo de alimentos
é essencial para um bom desempenho animal, e seu controle é regido por duas
teorias: uma devido à limitação física do trato digestório e outra pelos requerimentos
fisiológicos e metabólicos do animal. Portanto, a redução no consumo de alimentos
observado em dietas com alto teor de concentrado, mais densas energeticamente,
está relacionado ao atendimento dos requerimentos de energia do animal mesmo
consumindo um volume menor de alimento, ou seja, a densidade energética da dieta
gera a sensação de saciedade pelo animal.
Tabela 1 – Médias obtidas de consumo diário de alimento na matéria natural (CAMN), ganho médio diário (GMD), conversão alimentar (CA) e análise de custos conforme as dietas utilizadas.
* Valores considerados: CAB-38: 0,85 R$/kg; milho grão: 0,40 R$/kg; RAB-19: 0,47 R$/kg; silagem de milho: 0,07 R$/kg
Com relação ao ganho médio de peso diário, animais alimentados com ração
100% concentrada apresentaram 103g a mais de ganho diário quando comparados
aos tratados com silagem mais concentrado. Na eficiência biológica de conversão
alimentar a dieta 100% concentrado (4,57 kg) apresentou melhoria em 2,1 kg em
comparação com o tratamento com silagem de milho (6,67 kg), ou seja, redução de
2,1 kg de alimento ingerido para 1 kg de ganho de peso. Os resultados obtidos para
o ganho médio diário e conversão alimentar podem ser explicados segundo Grandini
(2009) ao inferir que os requerimentos energéticos para ganho e manutenção têm
em suas equações o coeficiente de metabolizabilidade como indicativo de eficiência
no aproveitamento da energia ingerida, estando relacionada à concentração
energética da dieta, sendo assim quanto maior a concentração energética da dieta
Tratamentos Variáveis Avaliadas
100% concentrado Silagem milho + concentrado
Diferença
Milho CAB-38 Silagem RAB-19 Consumo de alimentos in natura, kg/dia
5,88 1,47 14,23 5,5 Total do CAMN, kg/dia 7,35 19,73 -12,38
GMD, kg/dia 1,564 1,461 0,103 CA, (CMSD/GMD) 4,57 6,67 -2,1
Custo da Alimentação, R$/dia* 3,61 3,59 0,02 Custo por kg de ganho de peso, R$/kg 2,31 2,46 -0,15
Custo para ganho de 5@ (150 kg) 346,50 369,00 -22,50 Dias para ganho de 5@ (150 kg) 96 103 -7
30
mais eficiente ela se torna, por conseguinte menor a ingestão necessária para o
mesmo ganho de peso.
Na análise de custos de alimentação dos sistemas, podemos observar que
apesar da dieta 100% concentrado ser mais onerosa em R$/dia (3,61) apresenta
redução de custo de 0,15 R$/kg de ganho obtido no confinamento quando
comparada a alimentação com silagem de milho mais concentrado (3,59), isto se
deve ao fato de proporcionar maior ganho de peso e boa eficiência de conversão
alimentar. Utilizando estes valores para simular uma situação de período total de
confinamento, onde os animais entrariam com peso inicial de 350 kg para atingir um
peso alvo de 500 kg para o abate, encontramos redução de R$ 22,50 do custo total
de alimentação quando empregamos a tecnologia 100% concentrado no sistema.
Também vale destacar que devido à maior velocidade de ganho de peso é possível
terminar os animais mais rapidamente, valor obtido de até 7 dias de antecipação,
proporcionando maior fluxo de lotes no confinamento e diminuição de mão-de-obra.
Relata-se ainda que não foram observados variações nas características qualitativas
da carne e carcaça dos animais terminados com 100% concentrado
comparativamente a dieta constituída de silagem de milho mais concentrado,
apresentando valores médios de 54% de rendimento de carcaça e 3,7 mm de
espessura de gordura.
31
6. CONCLUSÃO
A tecnologia de dietas 100% concentrada com grãos de milho inteiro
apresenta vantagens por reduzir o volume de alimento consumido e melhorar a
eficiência alimentar, proporcionando constância no ganho de peso dos animais
durante a terminação.
A dieta 100% concentrado promove otimização e eficiência operacional da
propriedade por tornar o manejo alimentar mais prático, uma vez que se exclui a
fração volumosa da dieta.
É de fundamental importância ressaltar que sua rentabilidade está
diretamente ligada ao preço dos insumos, principalmente do milho, em tempos como
hoje onde o mercado do milho encontra-se em relativa alta deve-se avaliar sua
viabilidade econômica, embora o mercado do boi também se encontre em situação
confortável, gerando uma relação que possivelmente viabilize a adoção da prática.
Portanto o sucesso econômico da tecnologia é sua utilização em momentos
oportunos, variando conforme a relação de mercado entre o milho e a carne.
32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABECITRUS. Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos, 2007. Disponível em: <www.abecitrus.com.br>. Acesso em: <01/03/2009>.
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