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Disciplina de Parasitologia Curso de Medicina 2016 Profa. Dra. Juliana Quero Reimão Aula 04/02/16: Introdução à Parasitologia

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Disciplina de Parasitologia Curso de Medicina

2016

Profa. Dra. Juliana Quero Reimão

Aula 04/02/16: Introdução à Parasitologia

Page 2: Disciplina de Parasitologia •O que é? •Estudo de parasitas e doenças parasitárias (MeSH, 2016)*. • Parasitas, hospedeiros e vetores e a relação entre eles •Neste curso

Parasitologia

• O que é?

• Estudo de parasitas e doenças parasitárias (MeSH, 2016)*.

• Parasitas, hospedeiros e vetores e a relação entre eles

• Neste curso vamos nos concentrar em 3 grandes grupos de parasitas:

1. Protozoários (amebas, flagelados, ciliados e esporozoários)

2. Helmintos (vermes achatados e cilíndricos)

3. Artrópodes (insetos e aracnídeos vetores ou ectoparasitas)

• Engloba os seguintes Filos

• Filo Protozoa (Reino Protista)

• Filos Nematoda, Annelida, Platyhelminthes e Arthopoda (Reino Animal)

*Mesh (Medical Subject Headings) é o dicionário de termos médicos usado pela Biblioteca Nacional de Medicina (NML)

dos Estados Unidos utilizado para a indexação de artigos no PubMed.

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Porque estudar Parasitologia?

Biologia celular e molecular

Evolução

Bioinformática e bioestatística

Bioquímica Ecologia

Genética

Imunologia

Integração entre as áreas do conhecimento

• Conhecimentos fundamentais para o diagnóstico, compreensão da patologia, epidemiologia, terapêutica e profilaxia das doenças parasitárias.

• Doenças crônicas. • Elevada morbidade e mortalidade

• Doenças graves em imunocomprometidos.

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Epidemiologia

• Embora as infecções parasitárias ocorram globalmente, a maioria ocorrem em regiões tropicais, onde há pobreza, falta de saneamento e higiene pessoal.

• Baixo interesse da indústria farmacêutica.

• Tratamento geralmente não é acessível ou é ineficaz/ausente.

• Não existem vacinas eficazes.

Doenças tropicais negligenciadas

(NTDs).

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Distribuição global das NTDs • 149 países e territórios

• 534 mil mortes/ano

• 1 bilhão de pessoas afetadas por mais de uma NTD

Savioli, 2010.

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Prevenção e controle

• Estratégias

• Intervenção em massa e educação comunitária intensa.

• Exemplos

• Melhoria do saneamento

• latrinas

• tratamento da água

• esgoto

• Controle de vetores

• pulverização das casas

• drenagem

• aterro

• Tratamento em massa

• Áreas com elevada endemicidade

• Parasitoses intestinais

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Principais parasitoses humanas • Protozooses

• Tripanosomíase

• Leishmanioses

• Tricomoníase

• Giardíase

• Amebíase

• Malária

• Toxoplasmose

• Criptosporidiose, ciclosporíase, isosporíase e microsporidioses

• Helmintoses

• Esquistossomose

• Fasciolose

• Teníase e cisticercose

• Hidatidose e echinococose

• Himenolepíase

• Ascaridíase

• Ancilostomíase

• Larva migrans

• Angiostrongilíase

• Estrongiloidíase

• Enterobíase

• Trichuríase

• Filaríase

• Ectoparasitoses

• Pediculose

• Ftiríase

• Miíase

• Acaríase

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Principais parasitoses humanas

Doença População sob risco (106)

Nº de casos (106)

Mortalidade (103)

Malária >2100 270–400 1120

Doença do sono >60 0,3–0,5 49

Doença de Chagas 120 17 13

Leishmaniose 350 12 57

Esquistossomose 600 >200 15

Filariose linfática 1000 120 0

Protozoários intestinais 3500 450 65

Geo-helmintos 4500 ~3000 17

Knox. Open Infect. Dis. J. (2010).

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+ + + -

- + - -

Interações entre os seres vivos

Definições

• Parasitos

• Organismos invertebrados que vivem sobre ou dentro de outro organismo (o hospedeiro) e se beneficiam em detrimento do outro (MesH, 2016).

Mutualismo

Competição Predação

Parasitismo Herbivoria

Predação

Parasitismo Herbivoria

• Parasitismo

• Relação ecológica desarmônica interespecífica onde se observa uma dependência metabólica, ou seja, um organismos vive às custas de outro.

• Unilateralidade de benefícios.

• O hospedeiro fornece nutriente e abrigo para o parasito, que promove danos ao hospedeiro.

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Classificação dos parasitos

• Segundo o local do parasitismo

1. Endoparasitas

• Permanecem no interior do organismo hospedeiro.

2. Ectoparasitas

• Permanecem na superfície corpórea do hospedeiro

• Pele, pelos e cavidades naturais.

Sarna na pele

Ascaris lumbricoides em intestino humano

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Classificação dos parasitos

• Segundo a especificidade parasitária

1. Estenoxenos

• Afetam somente uma espécie hospedeira ou um grupo de espécies muito próximas.

2. Eurixenos

• Apresentam ampla variedade de hospedeiros.

Taenia saginata Toxoplasma gondii

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Classificação dos parasitos

Heteroxenos: necessitam passar obrigatoriamente por dois ou mais hospedeiros

Parasitas monoxenos

Solo

(forma de resistência)

Só há participação de um hospedeiro.

Parasitas heteroxenos

Participação de mais de um hospedeiro.

• Segundo o tipo de ciclo biológico

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Classificação dos parasitos

• Segundo seu mecanismo de transmissão

1. Parasitos transmitidos entre pessoas devido ao contato pessoal ou objetos de uso pessoal (fômites).

• S. scabiei, P. pubis, P. humanus, T. vaginalis

2. Parasitos transmitidos pela água, alimentos, mãos sujas ou poeira.

• E. histolytica, G. lamblia, T. gondii, H. nana, ovos de T. solium (cisticercose), A. lumbricoides, T. trichiura, E. vermicularis.

3. Parasitos transmitidos por vetores ou hospedeiros intermediários.

• Leishmania sp., T. cruzi, Plasmodium sp., S. mansoni, T. solium, T. saginata, W. bancrofti, O. volvulus.

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Hospedeiro intermediário (porco)

Hospedeiro definitivo (homem)

Classificação dos hospedeiros

1. Hospedeiro definitivo

• Apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase sexuada.

2. Hospedeiro intermediário

• Apresenta o parasito em fase larvária ou em fase assexuada.

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Classificação dos vetores

1. Mecânico

• Quando o agente etiológico não se multiplica ou se desenvolve no vetor, esse serve de transporte ao parasito.

2. Biológico

• Quando o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve no vetor.

3. Inanimado ou fômite

• Quando o parasito é transportado por objetos, tais como seringa, roupas, talheres, etc.

Pulga veiculando ácaros Plasmódio e Anopheles

• Vetor • Artrópode, molusco ou veículo

que transmite um parasito entre dois hospedeiros.

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Relação parasita-hospedeiro

• Principais ações do parasito sobre o hospedeiro

1. Mecânica: Ação obstrutiva devido à migração

• Ex.: enovelamento de Ascaris lumbricoides no intestino delgado humano

2. Espoliativa: O parasito retira nutrientes do hospedeiro

• Ex.: competição alimentar entre helmintos e o hospedeiro

3. Inflamatória: Devido aos produtos do metabolismo parasitário

• Ex.: Formação de granulomas pelos ovos de Schistosoma mansoni

a) Destruição do parasito (cura)

b) Limitação da população parasitária (equilíbrio)

c) Respostas inflamatórias (necrose, fibrose, granulomas)

• Alteram a fisiologia do hospedeiro doença/morte

Ascaris lumbricoides

Granuloma hepático cusado por ovo de Schistosoma mansoni

Ancylostoma duodenale

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Relação parasita-hospedeiro

• Coevolução

• O hospedeiro fornece várias das necessidades metabólicas e fisiológicas do parasita.

• Processos metabólicos não essenciais à sobrevivência do parasito foram perdidos (houve redução do material genético).

• Os mecanismos de defesa do hospedeiro evoluíram à medida que os parasitas se especializaram.

adaptações parasita hospedeiro

sistema imune

evasão

• Vários genes, relacionados a atividades metabólicas e fisiológicas foram perdidos

• Os parasitas sofreram redução do material genético

• A coevolução originou coadaptações entre parasitos e hospedeiros.

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Relação parasita-hospedeiro

• Os parasitos, ao interagirem com o hospedeiro, sofreram adaptações morfológicas e biológicas ao longo do processo evolutivo.

A adaptação é a marca do parasitismo

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Tipos de adaptações parasitárias

1. Adaptações morfológicas

a) Degenerações

• Perda ou atrofia de órgãos

• Ausência de asas (pulgas e percevejos)

• Ausência de aparelho digestivo (cestóides)

b) Hipertrofia

• Principalmente em órgãos de fixação, resistência, proteção e reprodução

• Órgãos de fixação (ventosas e acúleos)

• Patas curvas e garras (carrapatos)

2. Adaptações biológicas

a) Aumento da capacidade reprodutiva

• Grande quantidade de ovos, cistos ou outras formas infectantes

• Ascaris lumbricoides (~200 mil ovos/dia)

• Schistosoma mansoni (~ 2000 mil cercárias/dia)

b) Hermafroditismo e partenogênese

• Cestóides (órgãos masc. e fem. presentes em cada proglote)

• Strongyloides stercoralis (fêmea partenogenética)

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Mecanismos de defesa do hospedeiro

Imunidade inata Imunidade adquirida

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A evolução do sistema imune Imunidade inata Imunidade adquirida

Fagócitos Células NK Anticorpos Linfócitos T e B

Invertebrados

Esponjas + - - -

Anelídeos + + - -

Artrópodes + - - -

Vertebrados

Elasmibrânquios peixes cartilaginosos)

+ + + (IgM) +

Teleósteos (peixes ósseos)

+ + + (IgM) +

Anfíbios + + + (2 ou 3 classes) +

Répteis + + + (3 classes) +

Aves + + + (3 classes) +

Mamíferos + + + (7 ou 8 classes) +

Abbas, 2008.

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Tamanho e localização dos parasitos

Leishmania/macrófago Plasmodium/eritrócito T. cruzi/miócito T. gondii/diversas células

S. mansoni/sistema porta hepático

A. lumbricoides/ intestino delgado F. hepatica/fígado T. solium/cérebro

Exemplos

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• Parasitos intracelulares • Após a entrada na célula (endocitose ou fagocitose) eles podem usar as seguintes

estratégias para sobreviver e replicar:

Mecanismos de evasão

Trypanosoma cruzi

Leishmania spp.

Toxoplasma gondii

Alberts, 2010.

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Mecanismos de evasão

1. Reclusão intracelular

• Os parasitos se escondem dentro das células

• Evitam o contato com anticorpos e complemento

• Ex.: Plasmodium dentro de eritrócitos

2. Cobertura com moléculas do hospedeiro

• Evitam seu reconhecimento como “não próprio”.

• Ex: Cestóides e trematóides

3. Conversão de forma de vida

• Quando ocorre a ativação da imunidade celular, formam cistos

• Ex.: Toxoplasma gondii (taquizoítos bradizoítos)

Macrófagos infectados com Leishmania

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Mecanismos de evasão

4. Variação antigênica

• Expressam diferentes antígenos de superfície

• Ex.: Glicoproteína variável de superfície (VSG)

de Trypanosoma brucei

5. Descamação de superfície

• Eliminam os complexos antígeno-anticorpo formados

• Ex.: Fasciola hepatica e Schistosoma mansoni

6. Se escondem em locais imunologicamente privilegiados

• Locais onde a circulação de linfócitos é menos intensa

• Acesso mais restrito à anticorpos e ao sistema complemento

• SNC, articulações, testículos, placenta, olho e cérebro

• Ex.: Toxoplasma gondii

7. Secretam enzimas

• Clivam anticorpos

• Ex.: Schistosoma mansoni e Fasciola hepatica

• Anti-oxidantes

• Filárias

Toxoplasmose cerebral (bradizoítos)

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Parasitismo e patogenicidade

• Patogenicidade

• Capacidade de produzir lesões no hospedeiro

• Não é caráter obrigatório dos parasitos

• Os parasitas podem ser:

1. Inofensivos (ex. amebas e flagelados do intestino)

2. Oportunistas (ex. imunodepressão)

3. Normalmente patogênicos (Ex. leishmaniose visceral)

• Fatores que determinam o aparecimento de lesões

1. Virulência do parasito

• Capacidade de produzir uma doença mais ou menos grave

2. Carga parasitária

3. Localização no hospedeiro

4. Resposta imune do hospedeiro

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Parasito

Hospedeiro

Ambiente

• Idade

• Sexo

• Genética

• Comportamento

• Condição nutricional

• Infectividade

• Patogenicidade

• Virulência

• Carga parasitária

• Qualidade do ar/água/alimentos

• Temperatura/umidade

• Relevo/altitude

• Pluviosidade

• Outros…

A tríade epidemiológica

Vetor

Aumentar a resistência do hospedeiro

(ex: vacinação)

Eliminar o agente e/ou o vetor

(ex: uso de pesticidas)

Tornar o ambiente hostil ao agente e/ou vetor

(ex: armazenamento de alimentos em temperaturas baixas)

Estratégias de prevenção

• A transmissão e a manutenção de uma doença são resultantes da interação entre o agente, o meio ambiente e o hospedeiro.

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Hospedeiro Parasita

Ambiente

Doença

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Outros conceitos importantes • Endemia

• Presença constante de uma doença em uma população de determinada área geográfica.

• Epidemia

• Ocorrência de uma doença em uma população, caracterizada por uma elevação progressiva, inesperada e descontrolada, ultrapassando os valores endêmicos ou esperados.

• Pandemia

• Epidemias que ocorrem ao mesmo tempo em vários países.

Endemia Epidemia

me

ro d

e c

aso

s

Tempo

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Outros conceitos importantes

• Zoonose

• Doença que é naturalmente transmitida entre

humanos e animais vertebrados. Pode dividir-se em:

1. Anfixenose

• Doença que circula indiferentemente entre humanos e animais.

• Ex.: Toxoplasmose

2. Antropozoonose

• Doença primária de animais e que pode ser transmitida aos humanos.

• Ex.: Leishmaniose

3. Zooantropozonose

• Doença primária de humanos e que pode ser transmitida aos animais.

• Ex: Esquistossomose

• Antroponose

• Doença exclusiva de humanos.

• Ex.: Tricomíase.

SBPz, 2016.

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Outros conceitos importantes • Hábitat

• É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive.

• Ex.: A. lumbricoides tem por hábitat o intestino delgado humano.

• Ecótopo

• É o abrigo físico do animal.

• Ex.: O ecótopo dos triatomíneos são

as frestas da cafua.

• Sinantropia

• É a habilidade de certos animais

de frequentar habitações humanas.

• Ex. Triatomíneos.

• Foco natural de uma parasitose

• Local onde existem as condições

indispensáveis para o parasito.

• É representado pelo biótopo (local)

e pela biocenose (hospedeiros e vetores).

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Outros conceitos importantes

• Marcador de risco

• São atributos inevitáveis, fora da possibilidade de controle.

• Ex.: Sexo, grupo étnico, características genotípicas.

• Fator de risco

• Componentes que podem levar à doença ou contribuir para o risco de adoecimento e manutenção dos agravos de saúde.

• Seu efeito pode ser prevenido.

• Ex.: Lixo hospitalar; alimentos contaminados, água não tratada, ambiente mal ventilado ou iluminado, presença de vetores de doenças

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Outros conceitos importantes • Fase aguda

• É a fase da doença que surge após a infecção onde os sintomas clínicos são mais nítidos (febre alta, parasitemia elevada, etc).

• É um período de definição: o paciente se cura, passa para a fase crônica ou morre.

• Fase crônica

• É a fase que se segue à fase aguda, na qual o paciente apresenta sintomas clínicos mais discretos, havendo um certo equilíbrio entre os hospedeiros e o agente etiológico e, usualmente, a resposta imunológica é bem elevada.

Sem sintomas

susceptibilidade

Período de incubação

Aparecimento dos sintomas

doença clínica

morte, cura ou

incapacidade

Sin

tom

as

Tempo

Sintomas mais severos

Sintomas discretos

doença subclínica

Exposição

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Nomenclatura das Doenças Parasitárias

• Controvérsia quanto aos sufixos:

• OSE

• Kassai et al., 1988.

• Esquistossomose, ancilostomose, leishmaniose, toxoplasmose, etc.

• ÍASE

• Nomenclatura Internacional de Doenças (OMS)

• Esquistossomíase, ancilostomíase, leishmaníase, toxoplasmíase, etc.

• Adotaremos a grafia de maior eufonia

• Pronúncia mais agradável

• Segundo NEVES, D.P. Parasitologia Humana. Atheneu, 12ª Ed. (2011).

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Nomenclatura zoológica

• Importante!

• Gênero e espécie devem ser grafados em itálico ou sublinhado

• Gênero maiúsculo e espécie minúsculo

• Ex.: Trypanosoma cruzi

• Quando a espécie possui subgênero, este virá interposto entre o gênero e a espécie, separado por parêntesis.

• Ex.: Leishmania (Leishmania) infantum

• Quando a espécie possui subespécie, essa palavra virá em seguida à da espécie, sem pontuação.

• Ex.: Culex pipiens fatigans (fatigans = subespécie)

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Dúvidas? [email protected]