diversidade e inclusão no chulc, sabia que · 2019-05-22 · intervenção bifocal em grupos...

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Autores: Fátima Gomes *; Isabel Santos**; Sara Martinho ***; Susana Correia *; Carolina Barca * *Enfª Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria ** Terapeuta da Fala *** Enfermeira Contactos: Clinica de Pedopsiquiatria do HDE - Fátima Gomes 213596555/917973627 Data de realização: 13 de Maio de 2019 MUITAS CULTURAS UM GRUPO Diversidade e inclusão no CHULC, sabia quena consulta de pedopsiquiatria no HDE existem grupos terapêuticos de pais e crianças?... VÁRIAS LINGUAS Intervenção bifocal em grupos terapêuticos de pais e crianças com perturbação da linguagem/ socialização INTRODUÇÃO: A aprendizagem de competências sociais inicia-se na infância , primeiro na família e depois noutros contextos. O ambiente familiar e mais tarde o escolar são contextos privilegiados para o desenvolvimento das capacidades comunicativas e linguísticas das crianças, necessárias a um futuro desempenho social e académico. Crianças com competências discursivas limitadas podem ter competências sociais comprometidas no processo de interação e desenvolvimento global. GRUPOS TERAPÊUTICOS Início em 2014, com o objetivo de dar nova resposta às famílias com crianças com perturbações no desenvolvimento da linguagem. Grupo de CRIANÇAS Mediador da relação e do pen- samento, enquadrando um tra- balho ao nível simbólico que inclui também o treino linguís- tico; Grupo de PAIS Tornar explicitas dúvidas e inquietações relacionadas com o desenvolvimento dos filhos; Promover o diálogo, a re- flexão, e partilha de expe- riências que fortaleçam o seu papel de pais. Critérios de Inclusão Crianças dos 3 aos 6 anos com perturbação da linguagem/socialização (perturbação da linguagem, mutismo seletivo, perturbação dos sons e da fala, gaguez). Pelo menos um dos pais assume compromisso de frequentar o grupo de pais. Os grupos são constituídos por pais e crianças portuguesas e migrantes com nacionalidades e culturas diferentes; Os dois grupos funcionam em simultâneo, em espaços separados e ambos com dois tera- peutas, com periodicidade semanal e duração de 1h30m. Desenvolvem-se numa pers- petiva émica. A mudança de língua é um dos principais problemas que a população migrante tem de enfrentar. É um espaço que promove a ex- pressão de vivencias dos pais para a construção de uma narrativa nova e mais positiva que contempla as suas características culturais. Para além das crises caracterís- ticas do ciclo de vida das famí- lias, as famílias migrantes estão sujeitas a crises provocadas pe- la sua situação de migrante, que provocam descontinuidades e grandes mudanças na estrutura familiar. Estas adversidades desafiam as fa- mílias , bem como os profissionais que com elas trabalham a promo- ver os seus processos de resiliên- cia . É um encontro em volta de um mes- mo objetivo - desenvolvimento das suas crianças-independentemente das diferenças de origem e de padrões de interação no papel da parentalidade. GRUPOS MULTICULTURAIS Ampliar e maximizar resultados Articulação com educadores dos jardins de infância; Em 2017, com o programa GABIP– Almirante Reis com participação no eixo da multicul- turalidade iniciou-se trabalho em parceria e consultoria de forma continuada e calendariza- da; A parceria foi determinante na constituição de Grupo Multiculturais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esta metodologia possibilitou criar laços, melhorar a socialização e estimular o desenvolvimento das crianças, assim como favorecer o nível de confiança dos pais face a eles próprios, ao grupo e às instituições envolvidas; Este trabalho de acompanhamento promoveu o estabelecimento de fronteiras mais satisfatórias e tranquilizadoras entre a cultura e a língua de origem, e a cultura e língua do país de acolhimento. Bibliografia: Frumholz M., La Thérapie de Langage Comme Lieu de Médiations Éducatives, Revue de Recherches en Éducation, 1996, 17:213-277; Vidigal M.J., Intervenção Terapêutica em Grupos de Crianças e Adolescentes, Trilhos Editora (2006); Dubois G., Imaginaire et Thérapie du Langage, Elsevier-Masson (2001); Johnson N., Moffatt J., Smith K., White C., A Guide to Early Intervention Group Therapy, Ridge Meadowns Child Development Centre Society (2012). Moro, M (2015) Psicoterapia transcultural da migração, Revista Scielo, volume 26, número 2, 186-192. léandonu, G (2003) Apoio terapêutico aos pais, Climepsi Editores, Lisboa.

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Page 1: Diversidade e inclusão no CHULC, sabia que · 2019-05-22 · Intervenção bifocal em grupos terapêuticos de pais e crianças com perturbação da linguagem/ socialização INTRODUÇÃO:

Autores: Fátima Gomes *; Isabel Santos**; Sara Martinho ***; Susana Correia *; Carolina Barca * *Enfª Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria

** Terapeuta da Fala *** Enfermeira

Contactos: Clinica de Pedopsiquiatria do HDE - Fátima Gomes 213596555/917973627

Data de realização: 13 de Maio de 2019

MUITAS CULTURAS

UM GRUPO

Diversidade e inclusão no CHULC, sabia que…

na consulta de pedopsiquiatria no HDE existem grupos terapêuticos de pais e crianças?...

VÁRIAS LINGUAS

Intervenção bifocal em grupos terapêuticos de pais e crianças com perturbação da linguagem/socialização

INTRODUÇÃO: A aprendizagem de competências sociais inicia-se na infância , primeiro na família e depois noutros contextos. O ambiente familiar e mais tarde o escolar são contextos privilegiados para o desenvolvimento das capacidades comunicativas e linguísticas das crianças, necessárias a um futuro desempenho social e académico. Crianças com competências discursivas limitadas podem ter competências sociais comprometidas no processo de interação e desenvolvimento global.

GRUPOS TERAPÊUTICOS

Início em 2014, com o objetivo de dar nova resposta às famílias com crianças com perturbações no desenvolvimento da linguagem.

Grupo de CRIANÇAS

Mediador da relação e do pen-samento, enquadrando um tra-balho ao nível simbólico que inclui também o treino linguís-tico;

Grupo de PAIS

Tornar explicitas dúvidas e inquietações relacionadas com o desenvolvimento dos filhos;

Promover o diálogo, a re-flexão, e partilha de expe-riências que fortaleçam o seu papel de pais.

Critérios de Inclusão Crianças dos 3 aos 6 anos com perturbação da linguagem/socialização (perturbação da

linguagem, mutismo seletivo, perturbação dos sons e da fala, gaguez). Pelo menos um dos pais assume compromisso de frequentar o grupo de pais.

Os grupos são constituídos por pais e crianças portuguesas e migrantes com nacionalidades e culturas diferentes;

Os dois grupos funcionam em simultâneo, em espaços separados e ambos com dois tera-peutas, com periodicidade semanal e duração de 1h30m.

Desenvolvem-se numa pers-petiva émica.

A mudança de língua é um dos principais problemas que a população migrante tem de enfrentar.

É um espaço que promove a ex-pressão de vivencias dos pais para a construção de uma narrativa nova e mais positiva que contempla as suas características culturais.

Para além das crises caracterís-ticas do ciclo de vida das famí-lias, as famílias migrantes estão sujeitas a crises provocadas pe-la sua situação de migrante, que provocam descontinuidades e grandes mudanças na estrutura familiar.

Estas adversidades desafiam as fa-mílias , bem como os profissionais que com elas trabalham a promo-ver os seus processos de resiliên-cia .

É um encontro em volta de um mes-mo objetivo - desenvolvimento das suas crianças-independentemente das diferenças de origem e de padrões de interação no papel da parentalidade.

GRUPOS MULTICULTURAIS

Ampliar e maximizar resultados Articulação com educadores dos jardins de infância; Em 2017, com o programa GABIP– Almirante Reis com participação no eixo da multicul-

turalidade iniciou-se trabalho em parceria e consultoria de forma continuada e calendariza-da;

A parceria foi determinante na constituição de Grupo Multiculturais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esta metodologia possibilitou criar laços, melhorar a socialização e estimular o desenvolvimento das crianças, assim como favorecer o nível de confiança dos pais face a eles próprios, ao grupo e às instituições envolvidas; Este trabalho de acompanhamento promoveu o estabelecimento de fronteiras mais satisfatórias e tranquilizadoras entre a cultura e a língua de origem, e a cultura e língua do país de acolhimento.

Bibliografia: Frumholz M., La Thérapie de Langage Comme Lieu de Médiations Éducatives, Revue de Recherches en Éducation, 1996, 17:213-277; Vidigal M.J., Intervenção Terapêutica em Grupos de Crianças e Adolescentes, Trilhos Editora (2006); Dubois G., Imaginaire et Thérapie du Langage, Elsevier-Masson (2001); Johnson N., Moffatt J., Smith K., White C., A Guide to Early Intervention Group Therapy, Ridge Meadowns Child Development Centre Society (2012). Moro, M (2015) Psicoterapia transcultural da migração, Revista Scielo, volume 26, número 2, 186-192. léandonu, G (2003) Apoio terapêutico aos pais, Climepsi Editores, Lisboa.