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AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: AS DIMENSÕES DO OLHAR DO EDUCADOR
FLORÊNCIO, Jaqueline Sousa⃰1
DEL GROSSO, Mônica2 POLETTO, Lizandro 3
RESUMO:O presente trabalho se propõe a analisar a avaliação na Educação Infantil, abordando a perspectiva do educador diante deste processo avaliativo, voltado aodesenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos. São citados diversos autores, de diferentes países, todos com experiências reconhecidamente bem-sucedidas nesse campo. No Brasil, buscou-se a legislação e as orientações dos órgãos que trabalham com esse nível de ensino. Para melhor se entender a jornada da Educação Infantil, foi feita uma breve apresentação histórica, em seguida, são apresentados estudos da importância da avaliação, nesta etapa de ensino, para o desenvolvimento do aluno como também do educador. Ressalta-se o olhar atento do professor como principal mecanismo avaliativo, assim como, os instrumentos usados pelo mesmo para realizar as avaliações, com o objetivode agregara aprendizagem e a suas ações pedagógicas. Palavras-chaves: Avaliação.Educação Infantil.Educador.História da Educação.
ABSTRACT: This study aims to analyze the evaluation in early childhood education, addressing the perspective of the educator before this evaluation process focused on the development of children 0-5 years. Several authors from different countries, all with successful experiences in this field are recognized cited. In Brazil, it sought to legislation and guidelines of the agencies who work with this level of education. To better understand the journey of early childhood education was made a brief historical presentation, then are presented studies of the importance of evaluation in this stage of education to the development of the student as well as the educator. In order to emphasize the watchful eye of the teacher as the main evaluation mechanism, as well as the instruments used by it to perform the evaluations, with the aim of adding learning and their educational activities. Keywords: Assessment. Early Childhood Education. Educator. EducationHistory.
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, faz-se necessário um passeio pela história acerca do surgimento das
instituições de Educação Infantil, que decorre justamente por uma demanda do adulto,
1 Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser 2 Professora M.Sc. Mônica Del [email protected] 3 Professor M.Sc. Orientador, Faculdade Alfredo Nasser. [email protected]..
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pois,com a entrada da mulher no mercado de trabalho, surge a necessidade de um espaço para
deixar os filhos. A preocupação com a Educação Infantil, até o século XVII, era inexistente.
Nesse espaço, a criança era vista como um adulto em miniatura, de modo que suas
vestimentas e atividades eram as mesmas do adulto, compartilhando, inclusive, trabalho,
brincadeiras, jogos e festas. Essa concepção começa a se modificar quando a sociedade passa
a colocar a criança no centro da família que, juntamente com a escola, assume a
responsabilidade pela formação dessa criança, garantindo sua sobrevivência e sua preparação
para a vida.
Historicamente, a concepção de Educação Infantil era assistencialista, poistratava-sede
uma política de educação, que visava às medidas preventivas para combater os problemas
infantis. A preocupação estava voltada para os cuidados da higiene e da segurança pública e
pouco valorizava o trabalho orientado à educação e ao desenvolvimento intelectual e afetivo
da criança. No Brasil, recentemente, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, LDB 9394/96, a Educação Infantil deixa de ser um direito da mulher para
ser um direito da criança. É importante ressaltar que a legislação da educação vigente
apresenta a avaliação como ponto fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem do
educando, explicitada no Art. 31 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB: “Na
educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”
(BRASIL, 1996, p. 12).
As determinações legais trouxeram um significativo avanço na Educação Infantil que,
uma vez normatizada, refletiu diretamente nos sistemas escolares, que foram impulsionados a
se adequarem para a oferta desse nível de ensino e melhorar sua qualidade, que passa a ser
avaliada sistematicamente. Analisando o texto da lei, compreende-se que essa avaliação deve
ser, portanto, de acordo com a situação vivenciada pelo aluno, observada e registrada pelo
professor. Este sim deverá ser preparado para efetuar os registros e ter domínio sobre as
teorias do desenvolvimento infantil, compreendendo o momento e as necessidades de cada um
de seus alunos. O professor deve ser o facilitador para que novas descobertas sejam realizadas
por suas crianças e, ao mesmo tempo, o espectador, que vai assistir esse momento de
descoberta,não de forma passiva, e sim estimular, permitir, incentivar e proporcionar
situações que promovam o desenvolvimento.
Nas Diretrizes da Política Nacional de Educação Infantil, a avaliação é citada como
parte das propostas pedagógicas, em que devem ser explicitadas as concepções, as diretrizes
referentes à metodologia do trabalho pedagógico, “[...] prevendo a avaliação como parte do
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trabalho pedagógico, que envolve toda a comunidade escolar” (BRASIL, 2006, p. 18).
Portanto, os processos de formação deverão contribuir não somente para a aquisição de
conhecimentos sobre a infância e as atividades pedagógicas, mas também para o
desenvolvimento da sensibilidade do educador e do compromisso com a transformação da
realidade educacional. A temática aborda a avaliação na Educação Infantil mediante a
perspectiva do educador na progressão da prática pedagógica, uma avaliação correlacionada
com o fazer reflexivo diário do professor, para identificar se a prática educativa está
alcançando os objetivos previstos do ensino. Nesse enfoque, a avaliaçãorequer uma
metodologia de coleta e processamento de informações, capaz de delinear e oferecer
informações úteis para o julgamento de ações e direcionamento de novas ações; um
instrumento que alimenta o fazer do professor cotidianamente, aperfeiçoando o processo de
ensino e de aprendizagem.
A literatura apontaque o uso da avaliação, pelos professores de Educação Infantil, tem
sido equivocado, pois os mesmos encontram dificuldade para colocar em prática esta ação
avaliativa diariamente. Esse acompanhamento pode ser efetuado com o uso de instrumentos
como a observação e os registros individuais da criança, através dos quais é possível que o
professor examine suas dificuldades, seus avanços e suas conquistas. Tal prática avaliativa
pode estar atrelada à incompreensão dos professores que trabalham com as crianças, seja
porque desconhecem as necessidades delas em cada idade e de cada etapa de seu
desenvolvimento, seja porque desconhecem o sentido processual da avaliação.
Mediante os questionamentos existentes sobre a função da avaliação na Educação
Infantil e a forma como as mesmas têm sido conduzidas pelos educadores desta etapa da
educação, assim, propôs-sea realização de um estudo sobre a prática avaliativa do processo de
ensino e de aprendizagem nesse nível de ensino, delimitando o problema de pesquisa, da
seguinte forma: comoocorrem as práticas de avaliação realizadas peloeducadorna Educação
Infantil, diante do desafio do próprio professorobservar o seu aluno por si só?
Esta pesquisa, portanto, tem como objetivo analisar como os professores da Educação
Infantil realizam a avaliação da aprendizagem, para acompanhar o desenvolvimento da
criança nessa etapa educativa. De forma específica, busca-se descrever a prática avaliativa
desses profissionais de Educação Infantil e identificar os instrumentos utilizados pelas escolas
no processo de ensino e aprendizagem.
Considerando a importância desta pesquisa, justifica-se a possibilidade de refletir
sobre as práticas avaliativas na Educação Infantil, partindo da dinâmica visualizada pelo
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educador, no acompanhamento do desenvolvimento da criança e no fato de que a avaliação
está voltada para observação como mecanismo de construção do saber:
Este artigo está dividido da seguinte forma: no primeiro tópico, foi feita uma breve
contextualização histórica da Educação Infantil, em âmbito internacional e nacional; e, o
segundo tópico traz as práticas de avaliação no processo ensino e aprendizagem na Educação
Infantil, bem como os instrumentos utilizados pelo professor para acompanhar o
desenvolvimento da criança e também as dificuldades encontradas pelo educador no processo
avaliativo feita pela observação.
2HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na Europa, a transição do feudalismo para o capitalismo promoveuma reorganização
social, em que o modo de produção deixou de ser doméstico para o sistema fabril, com a
substituiçãodas ferramentas por máquinas eda força humana pela motriz. Está mudança,
acelerada no modelo de produção, causou a revolução industrial,fato que fez a classe operária
se submeter ao regime das máquinas e das fábricas. O impacto ocasionado pela revolução
permitiu a entrada da mulher no mercado de trabalho, modificando o sistema familiar,
principalmente no que diz respeito a educação dos filhos.
De acordo com Marx (1986), a maquinaria permitiu se fazer uma classe trabalhadora
com menor força física e com mais flexibilidade, dando abertura às mulheres e às crianças nas
fábricas. Este novo conceito de aproveitamento do capital das forças de trabalho inseriu todos
os membros da família do trabalhador, independente da idade ou do sexo.Assim, o
trabalhador passou não mais vender somente sua força de trabalho,mas também de sua
família.
Houve um aumento crescente no número de trabalhadores e as fábricas criaram leis
para estabelecer a produção de acordo com o que se almejava.Uma dessas leis foi estabelecer
dois turnos de trabalho:uma de seis horas e outra de quatro horas ou as duas turmas fariam
cinco horas. Com essa lei, os homens, em parte, foram substituídos pelas mulheres e as
crianças, porém o pai não queria aceitar vender o trabalho realizado no período parcialpor um
valor inferior do que eles recebiam pelo período integral. Outro problemaexistente eram as
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péssimas condições de trabalho, destacando-se a falta de respeito como o principal fator que
atingiu, em larga escala, as mulheres que se submetiam aos ditames do capital: “[...]o capital
achava nelas, as mulheres e moças despidas, muitas vezes em conjunto com homens,
perfeitamente de acordo com seu código moral” (MARX, 1986, p. 451).
Com a participação dos pais na produção capitalista e as precariedades evidentes nas
indústrias,as crianças ficaram sem cuidados. Mediante a alteração na estrutura familiar e
social, as mães operárias não tinham com quem deixar os filhos e passaram a utilizar o
trabalho das mães mercenárias, que vendiam seus serviços, oferecendo abrigo e cuidados
básicos. Com o aumento em grande massa de fábricas,se torna necessária uma forma mais
formal de atender as crianças.Então, as mulheres da comunidade propunham atividades de
canto,de memorização de rezas e, também, auxiliavam no desenvolvimento de bons hábitos
de comportamento e na integração das regras morais.
Criou-se uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos às crianças, reunidas em maior número, aos cuidados de uma única, pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a pouca comida e higiene, gerou um quadro caótico de confusão, que terminou no aumento de castigos e muita pancadaria, a fim de tornar as crianças mais sossegadas e passivas. Mais violênciae mortalidade infantil (RIZZO, 2003, p. 31).
Segundo a autora acima, existia uma preocupação eminente das famílias de classe
baixa em como iriam sobreviver, sendo assim, os maus tratos e o desprezo com as crianças se
fizeram aceitos no contexto social. As crianças ficavam abandonadas nas ruas, vistas com um
estorvo, que sujava e degradava a sociedade. Como eram frequentes as mazelas contra as
crianças, algumas pessoas, preocupadas com a infância das mesmas, por filantropia,
resolveram acolhê-las.
Com o objetivo de zelar e proteger, surgiram as primeiras instituições nos Estados
Unidos e Europa, que se encarregavam das crianças enquanto as mães iampara o trabalho.
Estas instituições mudaram o conceito familiar, trazendo controle e centralidade, e diante de
tais transformações as instituições expandiram.
A sociedade ocidental, de acordo com Didonet (2001), baseia-se no trinômio:mulher –
trabalho – criança. O enfoque era assistencialista, voltado à higiene, alimentação, guarda e aos
cuidados físicos, e as instituições detinham vários nomes como:escolas, jardim de infância,
creches, maternais, entre outros.
A princípio, as questões infantis estavam mais voltadas ao assistencialismo e à
custódia, porémKuhlmann (2001)salienta que existia uma preocupação por parte das
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instituições não apenas com cuidados, mas com a educação, a apresentando como pedagógica
desde seu início. Ele traz como modelo a “Escola de tricotar”, criada na França, em meados
de 1769, por um pastor, onde era atendida crianças de dois a seis anos de idade. O trabalho
proposto pela escola era realizado pelas mulheres da comunidade que, enquanto cuidavam das
crianças, as ensinavam a tricotar e a ler a bíblia, de forma a desenvolver princípios morais,
como também a identificação do alfabeto e apropriaçãode uma boa dicção.
De acordo com a sua visão, existiam outras instituições que atendiam essa perspectiva
de cuidar e promover a educação moral e intelectual às crianças. “[...] o seu papel não foi
somente o de guardar a pequena infância popular, mas, em nome de um projeto educativo, de
disputar esta clientela às guardiãs de quarteirão” (KUHLMANN JR., 1998, p. 8). O foco
destas instituições era retirar estas crianças das ruase dos perigos oferecidos pelas mesmas e
lhes oferecer uma condição de desenvolvimento cognitivo e também de boas maneiras.
Mediante ao olhar histórico, a Educação Infantil é vista desde sua origem como uma
instituição especificamente pedagógica, desvinculada das questões físicas da criança. Porém,
o primeiro jardim de infância criado por Frobel, em Blankenburgo, em meados de 1840,
demonstrava uma preocupaçãoem cuidar como também de educar as crianças, propiciando
uma mudança no contexto familiar, para que pudessem cuidar melhor dos filhos.
Os estudos que atribuem aos Jardins de Infância uma dimensão educacional e não assistencial, como outras instituições de educação infantil, deixam de levar em conta as evidências históricas que mostram uma estreita relação entre ambos os aspectos: a que a assistência é que passou, no final do século XIX, a privilegiar políticas de atendimento à infância em instituições educacionais e o Jardim de Infância foi uma delas, assim como as creches e escolas maternais (KUHLMANNJR., 1998, p. 26).
Somente no início do século XVII surgiram as primeiras preocupações com a
educação das crianças, resultantes da valorização e do reconhecimento adquirido pelas
mesmas no meio em que viviam.Desse modo, ocorreram mudanças no quadro educacional
através do surgimento do sentimento de infância, pois na Sociedade Antiga a criança era
tratada como miniadulto e educada pala própria família até os sete anos de idade. Com o
surgimento das primeiras preocupações a respeito da Educação Infantil, apareceram as
primeiras propostas educativas, que contemplaram a educação da criança de zero a seis anos.
A partir de então, a educação passa a ser mais pedagógica e menos empírica ea criança
começa a ser alguém merecedor de cuidados, escolarizada e preparada para uma atuação
futura.No entanto, as classes sociais permanecem separadas e há uma discriminação de ensino
entre ricos e pobres. No final do século XIX, foram criadas as primeiras instituições voltadas
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para o atendimento das crianças pobres e, posteriormente, surgiram os Jardinsdeinfância
públicos para as crianças ricas.
O Brasil, diferentemente dos países europeus e norte-americanos, apresentava, no
princípio, creches, asilos e orfanatos exclusivamente com o caráter assistencialista, de forma
aoferecer auxílio às mulheres que trabalhavam fora e às viúvas. Outro fator que contribuiu
para o aparecimento desse tipo de instituição foi a necessidade de acolher órfãos
abandonados, que eram vistos como uma vergonha por se tratar de mães solteiras, sendo que
as crianças “[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois somente essas tinham do que
se envergonhar e motivo para se descartar do filho indesejado” (RIZZO, 2003, p. 37). Neste
período, a sociedade não agregava ao homem a responsabilidade de assumir a
paternidade;esta sociedade patriarcal buscava artifícios para remediar os problemas dos
homens. Não se tinha um conceito específico sobre a criança, pois a mesma era “[...]
concebida como um objeto descartável, sem valor intrínseco de ser humano” (RIZZO, 2003,
p. 37).
Durante décadas, se criaram válvulas de escape para atender às crianças das classes
menos favorecidas.Um dos atendimentos à infância mais duradouros no Brasil, que se iniciou
antes das creches,foi a Roda dos excluídos ou enjeitados,que recebeu esta denominação por se
tratarde um local onde se deixavam os bebês abandonados ea construção da mesma era em
forma cilíndrica, dividida ao meio e anexada em janelas das casas de misericórdia. A mãe ou
outro parente colocava a criança no tabuleiro, girava a roda, puxava a corda paraavisar que
havia um bebê na rodeira e saía rapidamente para preservar sua identidade. Apesar dos
movimentos criados contra a essa prática, ela perdurou por mais de um século, sendo a única
instituição de assistência às crianças rejeitadas no Brasil.Somente no século XX, em meados
de 1950, que se extinguiu, sendo o último país a acabar com o sistema da roda dos enjeitados
(MARCÍLO, 1997).
No final do século XIX, o país vivia o período da abolição da escravatura, o que gerou
o aumento da migração para os centros urbanos; e, o início da República, de forma que
surgiram algumas iniciativas de proteção à criança, visando diminuir o alto índice de
mortalidade infantil. Assim, criaram creches coordenadas por ações filantrópicas, sem o apoio
governamental, sendo que, até no momento,esse trabalho assistencialista era realizado apenas
nas casas de Misericórdia. Na transição do século XIX para as primeiras décadas do século
XX, a implantação de creches e jardins de infância no Brasilsofreu as tendências jurídico-
policiais, que propunha a infância moral esquecida, a médico-higienista e a religiosa:todas
buscavam diluir a mortalidade infantil no âmbito familiar enas instituições de atendimento à
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infância. Na realidade, cada instituição “[...] apresentava as suas justificativas para a
implantação de creches, asilos e jardins de infância, onde seus agentes promoveram a
constituição de associações assistenciais privadas” (KUHLMANN JR., 1998, p. 88).
A Educação Infantil levou muito tempo para se desvincular do caráter que a pontuou,
desde o início, como assistência social.Essa demora foi de quase um século – o primeiro
jardim da infância foi inaugurado em 1895, em São Paulo. Mudanças estruturais começaram
somente na década de 1970, quando o processo de urbanização e a inserção da mulher no
mercado de trabalho levaram a um aumento significativo na demanda por vagas em escolas
para as crianças de 0 a 6 anos.Como não haviam políticas bem definidas para o segmento, a
expansão de instituições de Educação Infantil nessa época foi desordenada e gerou um
atendimento precário, feito por profissionais sem nenhuma formação pedagógica.
Somente em 1922 surgiram regulamentações sobre o atendimento à criança, com o
movimento de renovação pedagógica conhecido como Escola Novista, que discutia as práticas
educacionais, porém atendia somente às crianças das classes mais favorecidas. Até meados do
século XX, se presta atendimento às crianças em creches, escolas maternais, jardins
deinfância, parques infantis e classes pré-primárias.Com o ingresso da mulher no mercado de
trabalho, percebe-se cada vez mais a necessidade de mais instituições, principalmente de
período integral, porém,nestaépoca, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 4024/61), que inclui os maternais, jardins de infância e pré-escolas no
sistema de ensino.
Na década de 1970 houve um processo de municipalização de educação pré-escolar
pública, conforme exposto abaixo:
O aumento da demanda por pré-escola incentivou, na década de 70, o processo de municipalização da educação pré-escolar pública, com a diminuição de vagas nas redes estaduais de ensino e sua ampliação nas redes municipais, política intensificada com a aprovação da Emenda Calmon à Constituição Nacional (1982), vinculava um percentual mínimo de 25% das receitas municipais a gastos com o ensino em geral. Em 1972 já havia 460 mil matrículas na pré-escola em todo país(OLIVEIRA, 2002, p. 110).
O avanço da industrialização e a inserção da mulher no mercado de trabalhoacelera a
demanda de atendimento à infância. Diante deste aumento, iniciam-se os conflitos e, de
acordo com Haddad (1993), os movimentos feministas mudaram a direção das instituições de
atendimento à criança, pois as feministas propunham que tanto as creches como as pré-escolas
deveriam atendertodas as mulheres, indiferente da classe econômica e da necessidade de se
trabalhar fora. Essas instituições mudaram o direcionamento, passaram a defender uma
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educação compensatória, pois as mesmas auxiliariam na superação das precariedades sociais,
nas quais a criança pequena era submetida.
Esses movimentos culminaram na participação governamental, que aumentou o
número de instituições e passou a gerir as mesmas. O discurso do poder público em defesa
das crianças carentes se dá mediante ao fato da concepção que eles têm de infância, já que
eles visualizavam esta fase da vida de forma homogênea e padronizada. Este conceito aborda
que as crianças das classes menos favorecidas são tidas como “[...] carentes, deficientes e
inferiores na medida em que correspondem ao padrão estabelecido; faltariam a essas crianças
privadas culturalmente, determinados atributos ou conteúdos que deveriam ser nelas
incutidos” (KRAMER, 1995, p. 24). Com a finalidade de superar as deficiências
educacionais, da saúde e nutrição a pré-escola sanaria tais carências, impulsionando a uma
mudança social, já que buscaria democratizar a educação.
Ambas as funções podem ser desmistificadas. Ao nível da primeira função, considera-se a educação como promotora da melhoria social, o que é uma maneira de esconder os reais problemas da sociedade e de evitar a discussão dos aspectos políticos e econômicos mais complexos. A proposta que ressurge, de elaborar programas de educação pré-escolar a fim de transformar a sociedade no futuro, é uma forma de culpar o passado pela situação de hoje e de focalizar no futuro quaisquer possibilidades de mudança. Fica-se, assim, isento de realizar no presente ações ou transformações significativas que visem a atender às necessidades sociais atuais (KRAMER, 1995, p. 30).
A procura por atendimento na Educação Infantil não é mais só das mães das classes
populares, mas também das mães da classe média.Esse aumento levou as instituições a se
preocuparem com o caráter pedagógico no atendimento às crianças. Os profissionais que
prestavam serviços às instituições da Educação Infantil não precisavam de formação em
graduação e a escolarização dos mesmos era bem baixa. Porém, a mudança na mentalidade da
população já estava passando por alterações, pois deixa-se a visão de assistência social para
um dever do estado e um direito da família. Assim, a escolaridade pública enfrentou alguns
conflitos para se tornar função do Estado, de acordo como ressaltado a seguir:
Lutas pela democratização da escola pública, somadas a pressões de movimentos feministas e de movimentos sociais de lutas por creches, possibilitaram a conquista, na Constituição de 1988, do reconhecimento da educação em creches e pré-escolas como um direito da criança e um dever do Estado a ser cumprido nos sistemas de ensino(OLIVEIRA, 2002, p. 115).
A Educação Infantil, até o final da década de 1970, não era garantida pelo governo e
muito pouco se fez nos termos legislativos. Na década de 1980, vários setores sociais como a
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comunidade acadêmica, população civil, pesquisadores da área da infância, entre outros se
organizaram para buscar a conscientização do direito da criança a uma educação de qualidade,
desde seu nascimento. ParaBittar (2003, p. 30), este esforço coletivo buscavaassegurar na
Constituição, “[...] os princípios e as obrigações do Estado com as crianças”. A força que
estes movimentos adquiriram fez com que a Assembleia Constituinte incluísse a creche e a
pré-escola no sistema educativo, e esta inserção se deu mediante a Constituição Federal de
1988, no Art.208, Inciso IV: “[...] O dever do Estado para com a Educação será efetivado
mediante a garantia de oferta de creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de
idade” (BRASIL, 1988, p. 35).
Foi somente com a Constituição que as crianças de zero a seis anos de idade
adquiriram seus direitos como sujeitos e as instituições de ensino passaram de caráter
assistencialista para desenvolver uma responsabilidade educacional. Após dois anos da
aprovação da Constituição Federal de 1988, foi aprovado o Estatuto da Criança e do
Adolescente, Lei 8.069/90, que ao regulamentar o Art. 227 da Constituição Federal, incluiu a
criança nos direitos humanos. Essa lei deve ser vista muito além de uma conquista jurídica,
pois:
Inseriu as crianças e adolescentes no mundo dos direitos humanos. O ECA estabeleceu um sistema de elaboração e fiscalização de políticas públicas voltadas para a infância, tentando com isso impedir desmandos, desvios de verbas e violações dos direitos das crianças. Serviu ainda como base para a construção de uma nova forma de olhar a criança: uma criança com direito de ser criança. Direito ao afeto, direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de conhecer, direito de sonhar. Isso quer dizer que são atores do próprio desenvolvimento(FERREIRA, 2000, p. 184).
Na década de 1990 houve uma grande evolução dentro da área da Educação Infantil,
com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990,que detinha o direito
das crianças, incluso a educação. Com aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, o
Ministério da Educação, entre 1994 e 1996, publicou vários documentos importantes
nomeados: “Política Nacional de Educação Infantil”.Estes documentos estabeleceram as
diretrizes pedagógicas e de recursos humanos, com o propósito de expandir o número de
vagas e a promoção da qualidade desse nível.
Surgem também novas ideias e concepções para Educação Infantil com a proposta de
uma nova Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96), que se tornou um marco para Educação
Infantil, por tornar a mesma a etapa inicial da Educação Básica, sendo um atendimento
público obrigatório. Após a Leide Diretrizes e Bases da Educação, LDB n° 9394/96, em seu
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Art. 2, que diz: “[...]inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício de cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996, p. 1), muitas
discussões sobre formação do profissional foram realizadas junto a algumas reformas no
ensino, a necessidade por atendimento as crianças só vem aumentando diante da estrutura
capitalista atual e as instituições vêm experimentando diversas metodologias e formas de
estimulação por meio de atividades lúdicas.
É notório o grande avanço no que diz a respeito aos direitos da criança
pequena.Embora não seja obrigatória, só a partir dos quatro anos de idade, a Educação Infantil
se tornou um direito, com o objetivo de promover condições adequadas para o
desenvolvimento do bem-estar, abordando o desenvolvimento físico, emocional, motor, social
e intelectual. Não há como negarque a Educação Infantil passou por vários desafios, desde o
século XIX até os dias atuais, mas este caminho, cheio de lutas e conquistas, ainda não
acabou.A busca da valorização da área é constante, se fazendo necessários muitos estudos
teóricos, discussões entre profissionais e a própria sociedade.
3MEIOS DE AVALIAR AS CRIANÇAS
Aeducação é um processo contínuo e cultural do ser humano, em quea infância se
caracteriza dentro de uma categoria histórica e social de direitos, que reflete uma prática
educativade qualidade, respeitando as especificidades da criança. A partir de uma visão
holística, as instituições infantis como creches e pré-escolas devem estar de acordo com o Art.
10 da Resolução n°5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil, no que diz a respeito a avaliação nas séries iniciais: “As
instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do
trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de
seleção, promoção ou classificação[...]” (BRASIL, 2009, p. 4). Assim, a prática avaliativana
Educação Infantil, realizada no contexto escolar, deverá respeitar cada momento da vida da
criança, no seu tempo de ser e desenvolver. Como forma de garantia aos direitos da criança, a
avaliação permite o acompanhamento da criança em suas conquistas, dificuldades e
possibilidades,apresentadas durante as realizações das atividades propostas, em que as
metodologias de ensino devem ser criadas,voltadas para o desenvolvimento físico, intelectual,
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psicológico e social, sendo necessário se registrar, como uma forma de acompanhamento do
processo de desenvolvimento do aluno.
Porque é importante registrar? O ato de conhecer é importante? Então está implícito o conhecimento como ato social a que esse educador faz história. Não existe sujeito do conhecimento sem apropriação de história. É o registro que historifica o processo para a conquista do produto histórico. Possibilita também a apropriação e socialização do conhecimento e a construção da memória, como história desse processo(FREIRE, 1996, p. 5).
Desta forma, o registro é um mecanismo avaliativo que se torna um elemento
indissociável do processo educativo, que é formulado por um conjunto de ações que tem
como função a observação e o acompanhamento, como meio de orientar e redirecionar o
processo pedagógico, que tem como princípio a melhoria da ação educativa, de forma a
envolver a criança, a professora e a instituição. Não há um instrumento de avaliação capaz,
por si só, de detectar a totalidade do processo de conhecimento de uma criança.Por isso, é
necessário criar métodos e instrumentos diversificados para atender o desenvolvimento e a
aprendizagem de cada aluno. É importanteque se defina instrumentos específicos para se
avaliar nas séries iniciais, considerandoas singularidades e diferenças analisadas em cada
proposta pedagógica que a criança participa.
A avaliação na Educação Infantil é uma exigência legal e faz parte do planejamento
escolar, porém não se estabelece a forma que deve ser registrada. Assim, pratica-se a
avaliação informal, pois não há provas ou trabalhos para se receber uma nota,a qual promove
ou retém o aluno. A avaliação informal é subjetiva e comportamental, em que se avalia os
juízos de valor, construídos nas relações diárias entre professor e aluno. A LDB nº 9394/96,
Seção II, Art. 31, que se refere àEducação Infantil, diz: “[...] a avaliação far-se-á mediante o
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo
para acesso do ensino fundamental” (BRASIL, 1996, p. 12).
O professor utiliza os registros para escrever suas observações relativas ao
desenvolvimento da criança.Esses registros são periódicos e podem ser feitos por semestre,
trimestre ou bimestre, o que depende do modelo adotado pela instituição de ensino.
Aavaliação será feita com base no acompanhamento, observação e registro do educador em
relação ao desenvolvimento e progressos de seus alunos. Cada criança tem que ser avaliada
individualmente, respeitando a diferença existente de cada umno seu processo de ensino e
aprendizagem. Destaforma, para termos um registro significativo, em que o foco é a criança,
em seu desenvolvimento, afirma-se:
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Os registros de avaliação significativos procuram documentar e ilustrar a história da criança no espaço pedagógico, sua interação com os vários objetos do conhecimento, sua vivência com os adultos e outras crianças que interagem com ela. Como história individual, devem esses registros registrar trajetórias peculiares, curiosidades, avanços e dificuldades próprias de cada criança respeitando o seu “ser” diferente dos outros. Diferenças entre elas entendidas como normais e não como desvantajosas(HOFFMAM, 2000, p. 51).
Avaliar a Educação Infantil requer repensar o preparo dos profissionais, os recursos
disponíveis, as diretrizes defendidas, os indicadores usados para promovê-la ainda mais como
ferramenta para o desenvolvimento infantil, pois avaliar é detectar mudança e
desenvolvimento e essa investigação não deve ser de julgamento, mas de contribuição para a
busca de uma proposta pedagógica bem delineada. O professor possui o papel principal na
constatação dos registros, pois ele é quem avalia o estudante, tendo diante de si a capacidade
de determinar o futuro escolar de seu aluno, no caminho do sucesso ou do fracasso escolar. A
avaliação não pode determinar a capacidade de realização do aluno, rotulando-o.Cabe ao
educador ir bem além dos contextos burocráticos ou da satisfação dos pais e teruma
visãoatenta, frente ao dia a dia das crianças.Esse olhar deve estar voltadoa todas áreas do
conhecimento, vendo cada aluno e suas dificuldades e habilidades.
Os relatórios de avaliação alcançam o seu significado primeiro à medida que ultrapassam a função burocrática, para expressar com objetividade e riqueza o processo vivido por alunos e professores no processo educativo. O que lhe dá fundamento é o cotidiano da criança acompanhado pelo professor através de anotações de suas descobertas, de suas falas, de conquistas que venha fazendo nas diferentes áreas do desenvolvimento(HOFFMAM 2000, p. 67).
A chegada da criança ao sistema de ensino requer um cuidado especial, para que a
mesmaseja incluída ao processo educativo.Esse atendimento merece um olhar cuidadoso e
uma escuta atenciosa, em que o trabalho pedagógico deve ser realizado, incorporando muitos
jogos e brincadeiras, com o intuito de trabalhar a imaginação, a espontaneidade e os aspectos
constitutivos da infância. De acordo com Roza (1999), as atividades lúdicas são importantes
para organização da realidade psíquica das crianças, pois estabelecem as relações do sujeito
com o mundo, propiciando uma função de interpretação de seu contexto sociocultural.
Sendo assim, a avaliação se torna ainda mais complexa, de forma a ser vista como um
processo contínuo, realizado a todo tempo pelas ações da criança, sujeito às vicissitudes, não
só da criança como dos profissionais e da instituição. Através da observação atenta e
constante, é possível analisar as interações realizadas pelas crianças, sendo esta troca de
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conhecimento mais uma metodologia de avaliação, já que não interessa observar o que a
criança consegue realizar sozinha somente, como também, o que ela consegue com ajuda de
outros, de modo que auxilie ir além de suas possibilidades imediatas. As atividades coletivas
são necessárias para o crescimento da criança.
Consequentemente, tem a possibilidade de afirmar-se em suas próprias convicções e, conforme o caso, quando a criança ainda não tem total domínio sobre o que julga conhecer, ela pode procurar mais dados para firmar sua compreensão sobre o assunto. Assim, em qualquer interação a influência é recíproca. Essa compreensão é importante para que não se valorizem alguns alunos e estigmatizem outros. O trabalho em conjunto desenvolve o auxílio mútuo e cria uma nova intersubjetividade, resultante dos diversos aspectos presentes nas interações desencadeadas pelo grupo, através da linguagem, da compreensão dos objetivos da atividade, das resoluções de problemas; a contribuição de cada um interfere na do outro, redimensionando o conhecimento anteriormente presente(COSTA, 1997, p. 69).
Quando duas crianças se ajudam, instigam-se mutuamente a buscar informações que
possam auxiliá-las na realização das atividades;elas exercem influências mútuas e de forma
diferenciada, conforme o nível de desenvolvimento psíquico de cada uma, abrangendo não
apenas os aspectos cognitivo, afetivo e linguístico, como também o campo socioafetivo. Uma
das melhores formas de avaliar uma criança é através da observação de suas brincadeiras,pois
elas se expressam livremente, demonstrando diversas habilidades sociais, cognitivas eafetivas.
Dessa forma, ressalta-se o valor da observação da brincadeira infantil:
A avaliação através das brincadeiras oferece aos educadores uma rica fonte de informações acerca do desenvolvimento infantil, pois quando brincam as crianças manifestam ações relativas à resolução de conflitos; experimentam papéis e desenvolvem um conjunto de habilidades: pensamento crítico, conteúdo significativo, formação cultural, conectar ideias, fazer escolhas, conviver com pessoas diferentes, ter visão globalizada, enfim, é uma forma de desenvolver as bases de sua personalidade(CARNEIRO 2010, p. 26).
O processo de avaliação na Educação Infantil requer uma observação sensível e
permanente do professor para compreender as crianças e dar resposta adequada a cada
situação, pois a finalidade dessa avaliação não é reprova-lá, mas acompanhar seu
desenvolvimento. Nesse processo avaliativo, o professor deve não apenas detectar os
obstáculos que a criança apresenta como também encontrar caminhos que levam essas
crianças a vencer esses obstáculos durante esse percurso. Não importa se é através de roteiros,
fichasindividuais, relatórios, cadernos com anotações individuais, são documentos que o
educador utiliza com uma postura de mediador do conhecimento, formando sujeitos críticos,
autônomos, capazes de si imporem e lutarem por seus ideais mediante o seu saber. Ressalta-se
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que os Indicadores de Qualidade para a Educação Infantil (IQEI) não são objetivos (medidas
quantitativas), são indicadores subjetivos, nos quais os professores, por meio da observação
da realidade escolar, devem imprimir um valor subjetivo, definindo assim, se determinada
realidade é ou não de qualidade. Desde já, pode-se observar que a falta um parâmetro
avaliativo para este período de ensino implica em uma dificuldade para educador avaliar seus
alunos.Claro que a grande maioria acompanha a metodologia implicada pela própria
instituição de ensino, mas estes métodos nem sempre tendem a atender todos os alunos, de
forma a deixar explícita a necessidade do professor buscar sempre investigar qual o melhor
meio de avaliar seu aluno.
A própria elaboração de mecanismos de avaliação são procedimentos formais e
subjetivos que fazem parte da construção da realidade. Tal elaboração compõe um ângulo,
selecionado pelo observador, que neste caso é o papel intitulado ao educador.Entretanto,
entende-se que, do ponto de vista avaliativo, seria talvez menos perverso fornecer dados
objetivos para os professores realizarem a avaliação na Educação Infantil, pois se teria uma
direção determinada sem muitas lacunas. Segundo os IQEI, a qualidade de uma instituição de
Educação Infantil depende de diversos fatores: valores subjetivos dos indivíduos;tradição de
uma cultura;conhecimentos científicos em relação à aprendizagem e desenvolvimento das
crianças;contexto histórico, social e econômico no qual a escola se insere; e, por fim, os
direitos adquiridos das mulheres e a responsabilidade coletiva pela educação das crianças
(BRASIL, 2009). Conforme o documento,
[…] a qualidade pode ser concebida de forma diversa, conforme o momento histórico, o contexto cultural e as condições objetivas locais. Por esse motivo, o processo de definir e avaliar a qualidade de uma instituição educativa deve ser participativo e aberto, sendo importante por si mesmo, pois possibilita a reflexão e a definição de um caminho próprio para aperfeiçoar o trabalho pedagógico e social das instituições (BRASIL, 2009, p. 14).
Assim, percebe-se que a lógica da avaliação se instala na escola como modos de
regular a atuação dos professores, de forma a definir o contorno do que se transmite e de
como a escola se organiza. O avanço individual se tornou eficiência padronizada e, com isso,
o desempenho individual é medido por padrões externos do aluno através de tarefas
predeterminadas; a criança é eficiente quando seu desempenho atende às demandas do
aparatoe a liberdade do indivíduo “está confinada a seleção dos meios mais adequados para
alcançar uma meta que ele não determinou” (MARCUSE, 1999, p. 78). Porém,o ato de avaliar
na Educação Infantil tem que estarvoltado no sentido de acompanhar e organizar métodos
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pedagógicos para ofertar atividades que possibilitem os alunos adquirirem habilidades e
conhecimentos ao longo do tempo nesse nível de ensino e desenvolverem todas as suas
capacidades mediante a individualidade de cada um, dentro da perspectiva de que cada aluno
seja avaliado por si só, não por parâmetros intitulados pela instituição.
O professor que trabalha com a Educação Infantil precisa ter uma mente aberta ao
avaliar um aluno, de maneira que não se destaque os seus erros, mas, sim, o grau de
dificuldade encontrado por ele naquela atividade. Assim, a princípio, cria-se atividades que
sejam necessárias para o desenvolvimento da criança, podendo avaliar o seu avanço, mediante
a mesma. Através de ações mediadoras, o educador tem como não apenas verificar o que ela
realizou, mas planejar novas atividades, que auxiliem no seu desenvolvimento cognitivo. A
avaliação deve ser constante e, portanto, “um instrumento de reconhecimento dos caminhos
percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos” (LUCKESI, 1984, p. 15).
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) define a avaliação
como um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de
aprendizagem oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças, com
funções de acompanhar, orientar, regular e redirecionar o processo educativo. Conforme
relatam Ciasca e Mendes (2009), a legislação da educação vigente apresenta a avaliação como
ponto fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem do educando, sendo que o Art.
31 da LDB, estabelece: “Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento
e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental” (BRASIL, 1996, p. 12). Para que o professor possa por em prática a
concepção de construção de conhecimento a partir do ato avaliativo, este terá que fazer uma
reflexão de sua vida pessoal e profissional, ou seja, ver a avaliação como meio de
reconstrução de conhecimento, de história de vida, que vai lavrar toda uma visão de homem e
de mundo.
É importante pensar na subjetividade da avaliação na Educação Infantil, de forma a
pensar nos mecanismos utilizados pelo professor ao avaliar e, principalmente, na forma que
será feito o registro desta avaliação. O educador precisa ter um olhar multifacetado e
desenvolver várias linguagens para observar seus alunos, em suas várias dimensões, sendo
necessários vários instrumentos que auxiliem neste trabalho. Tendo em vista que cada criança
se desenvolve de uma forma diferenciada,é preciso estar atento em suas múltiplas formas de
ser, pensar e expressar, avaliando-as em diferentes situações. É nítido que a avaliação na
Educação Infantil se dá mediante a observação e o papel do professor é de mediador do
conhecimento. Define-se que:
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O significado primeiro e essencial da ação avaliativa mediadora são o “prestar muita atenção” nas crianças, nos jovens, eu diria “pegar no pé” desse aluno mesmo, insistindo em conhecê-lo melhor, em entender suas falas, seus argumentos, teimando em conversar com ele em todos os momentos, ouvindo todas as suas perguntas, fazendo-lhes novas e desafiadoras questões “implicantes”, aténa busca de alternativas para uma ação educativa voltada para a autonomia moral e intelectual(HOFFMAN, 2001, p. 34).
O registro da avaliação pode ser feito de diversas formas: através da escrita, de vídeos,
fotografias e gravações de áudio.Esse processo de escrita pode ser realizadopor meio de
relatórios, roteiros fechados, fichas individuais, entre outros. Quanto às formas de registro,
Barbosa (2004) defende a utilização de relatórios na avaliação infantil, argumentando que
constituem instrumentos utilizados pelos professores para registrar as observações das
crianças, as situações, as experiências e os diversos aspectos do grupo, dos alunos
individualmente e de seus processos, tanto na aprendizagem quanto no âmbito relacional e de
grupo. Destaca a importância deste instrumento, por expressar a memória do trabalho
realizado com a turma e porque se constitui em um ponto de referência para o planejamento e
a avaliação do trabalho.
Grande parte dos professores de Educação Infantil se vê preso ao ato de preencher as
fichas, único mecanismo de avaliação usado.Essas fichas sãomuito objetivas e impossibilitam
grandes relatos discursivos. A ficha apresenta um registro com finalidade em si mesma, não
auxilia no projeto de reflexão nem tão pouco de transformação da ação pedagógica.Ciasca e
Mendes (2009, p. 303)criticam a ficha argumentando que “além de se reduzir ao registro,
frequentemente, esse instrumento de avaliação surge isolado, descontextualizado do cotidiano
das crianças e do projeto pedagógico elaborado pelo professor ou pela instituição”. É notório
que as fichas se constituem em um instrumento limitado, que divide a avaliação em alguns
eixos:movimento, música, artes visuais, linguagem oral e escrita, matemática, natureza e
sociedade.
Um dos instrumentos mais utilizados pelos educadores, nesta faixa etária, é o
portfólio, documento que permite o diálogo entre professor e aluno de forma aabordar com
amplitude o desenvolvimento das competências do educando. É uma ferramenta pedagógica
que permite a utilização de uma metodologia diferenciada e diversificada de acompanhamento
e avaliação do processo de ensino e aprendizagem, que ocorre não desprezando atenção à
carga de afetos inerente à situação de aprendizagem. Seu caráter compreensivo, de registro
longitudinal, permite detectar dificuldades e agir em tempo hábil, ajudando o aluno a
melhorar, além de possibilitar a exposição dos trabalhos realizados aos pais ou interessados.
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É evidenciada a necessidade que se tem de capacitar os professores para realizar a
avaliação com maior apropriação dos elementos avaliativos na Educação Infantil.Essa forma
de avaliar, na primeira fase da educação,é muito mais intensa e com características que
deveriam ser comuns à avaliação nos diversos níveis de ensino,poispossibilita o
acompanhamento do processo educativo; e,pretende avaliar o alcance dos objetivos
educacionais eidentificar a necessidade de novas intervenções, os avanços e dificuldades de
cada aluno em relação ao processo de aprendizagem. Para Luckesi (2005), o papel da
avaliação está focado na aprendizagem, em que tem que tomar decisões voltadas para a
melhoria do desempenho do educando. Desse modo, a avaliação tem que ser dinâmica, um
instrumento em que todos possam aprender o que é necessário para seu desenvolvimento,
conforme um ato democrático.
4CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do levantamento teórico, foi possível analisar o caminhar das instituições de
Educação Infantil, trajetória essa marcada inicialmente pela preocupação com amortalidade
infantil e o avanço de várias doenças, que atingia mais a classe menos favorecida, que tinha
seus filhos deixados à mercê da boa sorte. A Educação Infantil passou por uma longa jornada
para se impor como parte do sistema educacional.Através de estudos,foi constatado que, com
a implantação da República, surgiram os primeiros jardins de infância e creches, que, a
princípio, atendiam apenas a elite. O processo de urbanização e industrialização impulsionou
a inserção da mulher no mercado de trabalho ea procura por esses serviços só aumentou, de
forma a gerar uma desestrutura familiar, pois as crianças não eram bem cuidadas.Assim, viu-
se a necessidade de ter locais para oferecer estes cuidados. No princípio, as creches foram de
grande conquista, porém as mesmas não ofereciam nenhum tipo de funçãoeducacional; eram
apenas “depósitos de crianças”. Analisando ainda essa trajetória, nota-se que por um bom
tempo a Educação Infantil se fez apenas como assistencialista.A redemocratização do país e o
surgimento de políticas educacionais infantis, tais como a Constituição Federal, o ECA, a Lei
de Diretrizes e Bases (LDB nº 9394/96), o Referencial Curricular Nacional e Diretrizes
Nacionais para a Educação Infantil, asseguraram não apenas o acesso àEducação Infantil
como também orientaram quanto às especificidades afetivas, cognitivas e emocionais que as
crianças necessitam pedagogicamente.
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Um dos principais objetivos deste trabalho foi compreender como as professoras
desenvolvem o processo de avaliação da aprendizagem com crianças de zero a cincoanos,
verificando as concepções de avaliação, que norteiam suas práticas pedagógicas, e os
instrumentos eprocedimentos que utilizam para avaliar a aprendizagem das crianças. O
significado da avaliação é a observação das crianças no ambiente escolar e a verificação dos
seus conhecimentos.Destaca-se que a avaliação é um processo muito importante paraas
professoras, que não conseguem relacionar a sua prática com a teoria,apenas realizam a
avaliação como forma de cumprir regulamentose não com a finalidade de educar, de ampliar o
seu conhecimento. Enfatiza-se que a avaliação é muito importante para o desenvolvimento da
criança, pois,por meio dela, o professor ajuda a criança a trabalhar suas dificuldades e repensa
sua atividade pedagógica. Nesta etapa de ensino, os processos avaliativos dever ser pautados
na organização pedagógica e, principalmente, na capacidade do educador de estaratento às
descobertas, potencialidades e a forma como as crianças pensam neste momento tão especial,
em que as crianças a todo tempo agem, brincam, perguntam, enfim se socializam.
Aavaliação na Educação Infantil utiliza a observação como mecanismo primordial
para verificar o desenvolvimento do aluno, o que se torna difícil mediante a atividade
permanente do educador, que deve acompanhar cada conquista de seu aluno através do ato de
registrar para avaliar as crianças. Não é possível avaliar uma criança se não houver
observação e o registro, sendo muito importante realizá-lo diariamente, pois assim o professor
lembrará de anotar os detalhes que serão importantes para verificar o desenvolvimento da
criança. A avaliação deve auxiliar as professorasno decorrer do seu trabalho, porém é notória
a complexidade que se instala ao redor desse processo avaliativo, pois existe uma incerteza
por parte das educadoras em como proceder esta avaliação sem delimitar o seu próprio aluno.
Na busca da compreensão acerca de se avaliar um ser humano nessa fase, o professor deve
direcionar sua prática com um olhar sensível às constantes mudanças e oportunizar condições
para a aprendizagem do seu aluno, desenvolvendo a questão social, afetiva, biológica e
cognitiva.Esse trabalho é um processo diário, estabelecido na LDB, através da observação e
registro, a serviço do professor para diagnosticar, repensar sua prática pedagógica e propor
intervenções que contribuam para o alcance dos objetivos traçados.
Foram analisados os instrumentos utilizados na prática pedagógica de avaliação da
Educação Infantil, em que a função deles é imprescindível paraconstar as dificuldades
encontradas e novas possibilidades para realização de atividades, que possibilitem a
aprendizagem. O educador pode usar vários mecanismos para fazer sua avaliaçãopor meio de
registros como fichas avaliativas, portfólios, roteiros, entre outros, porém os estudos
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evidenciaram que nem todos esses mecanismos funcionam de forma significativa no processo
avaliativo, tendo uma certa dúvida quanto à eficácia das fichas, que são feitas a título de
cumprimento de regras e não apresentam um espaço pra se referir ao aluno em um todo. O
portfólio é um instrumento adotado por muitas professoras quese utilizam dele para registrar
os momentos de aprendizagem das crianças, com fotos, desenhos, gravação, etc, sendo este
um dos melhores recursos avaliativos. O portfólio nem sempre éutilizado para essa finalidade,
pois ele é um instrumento de registro das atividades das crianças e algumas professoras se
preocupam mais em fazer o portfólio para apresentar aos pais ou fazer exposição, do que usá-
los como mecanismo de avaliação.
Percebe-se que as professoras têm dificuldades de realizar a avaliação e quenão
possuem programas de orientação continuada que aprofundem mais a compreensão do
processo avaliativo, a fimque possam desempenhar a verdadeira função da avaliação e ajudar
no desenvolvimento das crianças. É preciso oferecer cursos e orientações pedagógicas para as
professoras sobre a avaliação na Educação Infantil, para que realmente possam avaliar a
aprendizagem das crianças. Conclui-se, portanto, que o presente trabalho sobre a avaliação
infantil é um assunto complexo, que requer uma atenção maior e mais estudos.Assim, poderá
contribuir para o avanço desse recurso na melhoria do desenvolvimento do aluno e do próprio
educador, refletindo sobre a avaliação neste período tão especial da vida.
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