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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DA EMOÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA Por: Betânia de Fátima Santos Pereira Batista Orientador Prof. Marta Pires Relvas Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA EMOÇÃO NO PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA

Por: Betânia de Fátima Santos Pereira Batista

Orientador

Prof. Marta Pires Relvas

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA EMOÇÃO NO PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Neurociência Pedagógica

Por: . Betânia de Fátima Santos Pereira Batista

AGRADECIMENTOS

...Agradeço a Deus por todos os momentos

desta jornada. A minha família por toda ajuda e

compreensão e em especial a minha filha pelo

carinho e a mão amiga...

DEDICATÓRIA

...Dedico a minha família, meus amigos e meus

alunos pelo incentivo...

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo evidenciar a importância da Educação

Emocional no para o desenvolvimento integral do educando e a contribuição da

Neurociência favorecendo esse novo olhar pedagógico. O trabalho esclarece a

importância do aspecto emocional que é, em parte, responsável pela matriz

cognitiva das crianças. O capítulo I destaca a contribuição das pesquisas da

neurociência no processo ensino aprendizagem. Os capítulos II e III são compostos

de informações adquiridas a partir de pesquisas sobre emoções e a importância da

inteligência emocional no contexto educacional.

Palavras-chaves: cérebro, neurociência, emoção, processo ensino

aprendizagem.

METODOLOGIA

O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica, direcionada por consulta de

autores e publicações que tratam do tema cito: Roberto Lent, Eric R. Kandel, António

Damásio, Marta Relvas, Celso Antunes, entre outros, de modo a coletar dados

suficientes para uma análise detalhada afim de que todas as possibilidades sejam

consideradas, confrontadas e avaliadas.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A neurociência e o processo ensino

aprendizagem 11 CAPÍTULO II - Como funciona o cérebro 20

CAPÍTULO III – Emoção e aprendizagem 39

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

ÍNDICE 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

8

INTRODUÇÃO

“A emoção sempre considerada irracional, na verdade, é o produto da lógica do

mesmo cérebro que pensa racionalmente”. (Marta Relvas)

O conceito de educação, por consenso, é caracterizado como ensino,

instrução: cortesia; civilidade; ação ou efeito de educar (-se). Outra definição é o

desenvolvimento das capacidades humanas, visando à integração social. A

educação é, e sempre foi a esperança de transformação, exercido com liberdade,

favorecendo a solidariedade, o viver comunitário, com amor e respeito entre as

pessoas..

A educação brasileira está baseada em princípios lineares e os currículos e

seus conteúdos assentam-se nos processos intelectuais e cognitivos, deixando de

lado os fatores emocionais. Com o advento do paradigma da complexidade, muito

se tem comentado sobre a necessidade da educação desenvolver saberes sobre os

diferentes aspectos que compõem o ser humano, especialmente no sentido de

formá-lo para a vida plena.

As emoções é um tema que vem ganhando grande destaque no cenário

educacional, devido a sua importância no desenvolvimento do indivíduo, e no

processo educativo. Entender como se dão esses processos psíquicos pode

contribuir, para que o aluno do ensino fundamental alcance um aprendizado

expressivo.

A escola tem algo importante a oferecer aos seus alunos. Para tanto, torna-se

necessário entender o significado, a função e a importância da emoção para o

desenvolvimento integral da criança.

9

As pesquisas de vários neurocientistas investigam o processo de como o

cérebro aprende e conhecer seu funcionamento fundamental, pois a aprendizagem e

educação estão ligadas ao desenvolvimento do cérebro, o qual é moldável aos

estímulos do ambiente.

10

CAPÍTULO I

A NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM.

“O ser humano nos é revelado em sua complexidade: ser, ao mesmo

tempo, totalmente biológico e totalmente cultural. O cérebro, por meio do

qual pensamos, a boca, pela qual falamos, a mão, com a qual escrevemos,

são órgãos totalmente biológicos e, ao mesmo tempo, totalmente culturais.

O que há de mais biológico – o sexo, o nascimento, a morte – é, também, o

que há de mais impregnado de cultura.” (MORIN,2002, p.128)

A neurociência é um ramo de estudo recente, agrupando Neurologia,

Psicologia e Biologia. Muitos aspectos da fisiologia, bioquímica e estruturas do

sistema nervoso de invertebrados e o cérebro de vertebrados foram esclarecidos. O

desenvolvimento de técnicas modernas para o estudo da atividade cerebral durante

a realização de tarefas tem permitido uma investigação mais precisa dos circuitos

durante seu funcionamento.

1.1 – Neurociência: uma breve história

Na antiguidade, o ser humano já correlacionava a mente com a cabeça

(cérebro), pois quando alguém sofria uma pancada na cabeça e desmaiava, a

relação estava evidenciada.

Fatos Importantes

• 7000 anos atrás – trepanação – “saída de maus espíritos”.

• 5000 anos atrás – coração como sede de espírito e memória.

• Hipócrates (460 – 379 a.c) – Sede das emoções – localizava a mente no cérebro.

• Aristóteles (384 – 322 a.c) – afirmava que a mente tinha a sua sede no coração,

não atribuindo nenhum papel ao cérebro, a não ser o de esfriar o sangue.

11

• Galeno (130 – 200 d.c) – O cérebro comandava as sensações e o cerebelo

comandava o movimento – ventrículos cerebrais.

• 1596-1650 – Descartes = encéfalo X mente

• Século XVIII – divisão do sistema nervoso – Na virada do século XVIII, o cientista

italiano Luigi Galvani e o biólogo alemão Emil Du Bois – Reymond mostravam que

os músculos se contraem quando os nervos são estimulados eletricamente, e que o

cérebro é capaz de gerar eletricidade. Essas descobertas acabaram com a idéia de

que os nervos comunicavam-se com o cérebro através do movimento de fluidos.

1758-1828 – Franz Gall – acreditava que o cérebro é uma máquina sofisticada que

produz comportamento, pensamento e emoções, e que o córtex cerebral é na

verdade uma série de órgãos com diferentes funções.

• 1824-1880 – Paul Broca – declarou que a linguagem tinha uma localização precisa

no córtex cerebral humano.

• 1876 – Carl Wernick – confirmou uma área da linguagem, responsável pela

compreensão.

• 1834-1902 – Friedrich Goltz – fez experimentos com cachorros, convicto de que o

intelecto não poderia ser confinado a porções discretas do cérebro.

• 1870 – David Ferrier – Fez estimulações precisas no córtex de macacos.

Apenas no final do século XIX, com os estudos do médico italiano Camillo

Golgi e do histologista espanhol Santiago Ramón y Cajal, foram descritas em

detalhes a estrutura das células neurais.

1.2 - Descobertas sobre o encéfalo no XIX

- O encéfalo se comunica com o corpo por meio de nervos.

- O encéfalo apresenta partes diferentes identificáveis e provavelmente executam

diferentes funções.

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- Lesões no encéfalo podem causar desorganização das sensações, movimentos e

pensamento, podendo levar à morte.

- O encéfalo opera uma máquina e segue as leis da natureza.

Na virada do século XX, a pesquisa de Cajal levava à proposta de uma nova

teoria: a chamada Teoria Neural, que entende o sistema nervoso como um conjunto

de células individuais, especializadas segundo a região do cérebro, e organizadas

ordenadamente em um sistema complexo.

Os progressos observados nas áreas de neuroimagem e da neurofisiologia

permitiram correlacionar localização e função, resultando na identificação e

diagnóstico de grande parte dos distúrbios que agora sabemos reconhecer.

Atualmente os estudos da neurociência são divididos em níveis:

- Neurociências Celulares – quantos tipos de neurônios existem; como um neurônio

influencia outros; como é o desenvolvimento fetal.

- Neurociências de sistemas – analisam informações sensoriais; formam percepções

do mundo externo; tomam decisões e executam movimentos.

- Neurociências comportamentais – como os sistemas neurais trabalham juntos;

como agem as drogas que alteram a mente; regulação do humor e comportamento;

comportamentos específicos de cada gênero.

- Neurociências cognitivas – compreensão dos mecanismos neurais responsáveis

pelas atividades mentais superiores do homem, como a consciência, a imaginação e

a linguagem.

Segundo LENT (2010), os profissionais que lidam com o sistema nervoso são

de dois tipos: os neurocientistas que fazem pesquisas científicas em neurociências e

os profissionais da saúde, que tem como objetivo preservar e restaurar o

desempenho funcional do sistema nervoso.

13

1.3 – Destacando a neurociência cognitiva

A neurociência cognitiva estuda nossa memória, os pensamentos e as formas

de aprendizado. O estudo do planejamento, do uso da linguagem e das diferenças

entre a memória para eventos específicos, e a memória para a execução de

habilidades motoras, são exemplos da análise do nível cognitivo.

Segundo Kandel, num conceito mais amplo, a neurociência cognitiva é:

Uma combinação de métodos de uma variedade de campos – biologia

celular, neurociência de sistemas, neuroimagem, psicologia cognitiva,

neurologia comportamental e ciência computacional – deram origem a uma

abordagem funcional do encéfalo denominada neurociência cognitiva.

(KANDEL e cols, 2003.p.382)

Ainda para Kandel, ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de

2000, a neurociência atual é a neurociência cognitiva, “um misto de neurofisiologia,

anatomia, biologia desenvolvimentista, biologia celular e molecular e psicologia

cognitiva.” (KANDEL e cols, 2003.p.1165)

1.4 – A aprendizagem e a neurociência

A aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do

ambiente, ativa a sinapse (região em que ocorre a transformação do estímulo

elétrico em estímulos químicos, mediados pelos neurotransmissores) tornando-as

mais ativas. A cada estímulo novo, a cada repetição de um comportamento que

queremos que seja consolidado temos circuitos que processam as informações, que

deverão ser consolidadas.

O aprendizado é um processo contínuo, incessante, que nos acompanha

durante toda a vida. A conscientização de que conhecimentos da neurobiologia

podem ser aplicados de maneira positiva no ambiente escolar deve provocar novas

formas de trabalhar o processo ensino e aprendizagem, desde que seja respeitada a

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velocidade de aprendizado de cada aluno e suas limitações. Isso tudo requer

mudanças de atitudes, como uma nova forma de preparar as aulas e a criação de

aulas mais estimulantes.

É fato que a neurociência passa a nos desvendar aquilo que desconhecíamos,

até então, sobre aprendizagem, pois ela estuda o sistema nervoso central e sua

complexidade, através de bases científicas, dialogando também com a educação,

através de uma nova área, a neuroeducação que entende o cérebro como um órgão

“social”, passível de ser modificado através de intervenções pedagógicas. Nessa

ótica, cumpre frisar que aprendizagem não significa somente assimilar conteúdos,

muito menos memorizar conjuntos de regras (RELVAS, 2009.p.56), sustenta que “o

conceito de memória vai muito além do poder de recordar”. Isso nos leva a crer que

os inúmeros casos de dificuldades para aprender e para se concentrar que circulam

com mais freqüência no ambiente escolar sejam referentes às práticas

metodológicas que não contemplam o aprendizado, mas a absorção de conteúdos.

A ação pedagógica que não tem como base as possibilidades de

aprendizagem e desenvolvimento do período de formação, nem se utiliza dos

instrumentos culturais e não se apóia nas formas de pensamento do educando será

sempre uma ação pedagógica com pouca chance de êxito.

Tendo ciência desse fato, se faz necessário ao educador o conhecimento das

condições básicas como: respeitar e compreender que o processo de aprendizagem

se dá por meio da integração entre corpo, emoção e cognição, com o objetivo de

favorecer a apropriação particular da realidade; entender que o desenvolvimento é

um processo particular que se transforma como resultado das contínuas

reorganizações que ocorrem nas várias interações que o sujeito estabelece; o

15

funcionamento da mente e do cérebro necessitam da experiência, como também

beneficiam-se da mesma.

O processo de aprender é múltiplo. Não há uma única forma de resolver um

problema. Aprendemos pela realização de sistemas, cuja efetivação é função do

contexto sócio-cultural. Do ponto de vista biológico, a configuração de redes neurais

se constituirá em função do conjunto de experiências do indivíduo. Vários

neurocientistas apontam para a individualidade do desenvolvimento dizendo que

cada cérebro é diferente do outro, ou seja, que há um desenho sináptico para cada

indivíduo, semelhante à impressão digital, que é única para cada um de nós. O

desenvolvimento é considerado por muitos neurocientistas como função do meio.

Em outras palavras, o desenvolvimento é simultaneamente orgânico e social.

É necessário considerar que toda pessoa quando exposta às situações

motivadoras de ensino, é capaz de aprender e avançar em relação a seus padrões

anteriores de desempenho e aprendizagem.

1.5 – Teorias do desenvolvimento e aprendizagem.

“O conhecimento está naturalmente ligado à vida fazendo parte da

existência humana. A ação de conhecer está presente simultaneamente nas

ações biológicas, cerebrais, espirituais, culturais, lingüísticas, sociais,

políticas e históricas, por isto, o ser condiciona o conhecer, que ao mesmo

condiciona o ser.” (PETRAGLIA, 1995, p.71)

Cada teoria do desenvolvimento apóia-se em diferentes concepções do ser

humano e do modo como ele aprende. Essas teorias dependem, também, da visão

de mundo existente em determinada situação.

A teoria Inatista do desenvolvimento, também conhecida pelos nomes de

nativista, é inspirada nas premissas do idealismo filosófico, isto é, um modo de

pensar especulativo e não científico.

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O idealismo filosófico parte do princípio que a consciência é que determina a

vida. A consciência é considerada a base e não o produto da atividade humana,

nada existe fora do homem. O mundo real é um simples fenômeno da consciência.

As abstrações é que produzem fenômenos particulares, reais e concretos. As

generalizações são consideradas como causas imutáveis. De modo geral, esta

teoria baseia-se na crença de que as capacidades básicas do ser humano como:

personalidade, valores, comportamento e formas de pensar são inatas, isto é, já se

encontram prontas. O destino individual de cada ser humano já estaria determinado

antes do nascimento.

Para esta teoria o desenvolvimento é pré-requisito para a aprendizagem, com

isso, o processo educacional pouco altera as determinações inatas. Os processos

de ensino só podem se realizar à medida em que o ser humano estiver maduro para

efetivar determinada aprendizagem.

Outra teoria é a ambientalista, que busca sua inspiração na filosofia empirista

que considera a experiência como fonte de conhecimento e na filosofia positivista –

objetividade e neutralidade no conhecimento da realidade humana.

A teoria ambientalista, também chamada behaviorista ou comportamental,

atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas,

privilegiando a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos

de comportamento. Esta teoria preocupa-se em explicar os comportamentos

observáveis do ser humano, desprezando a análise de outros aspectos da conduta

humana, tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a

fantasia, entre outros. Também defende a necessidade de medir, comparar, testar,

experimentar e controlar o comportamento e desenvolvimento, objetivando controlar

o comportamento do indivíduo.

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As teorias interacionistas do desenvolvimento apóiam-se na ideia de interação

entre o organismo e o meio. A aquisição do conhecimento é entendida como um

processo de construção contínua do ser humano em sua relação com o meio.

Organismo e meio exercem ação recíproca. Novas construções dependem das

relações que estabelecem com o ambiente numa dada situação.

Dentre as teorias interacionistas destacam-se: a teoria interacionista Piagetiana

e a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.

Jean Piaget (1896-1980), foi um especialista em psicologia evolutiva e

epistemologia genética com preocupações eminentemente epistemológicas, numa

perspectiva interdisciplinar. Elaborou a Teoria Psicogenética, mostrando que o

indivíduo no desenvolvimento da inteligência, passa por mudanças qualitativas

desde a infância até a adolescência, no uso desta em suas ações (período sensório-

motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais).

Segundo Piaget, o conhecimento resulta de uma inter-relação entre o sujeito

que conhece e o objeto a ser conhecido. O processo do conhecimento na teoria

Piagetiana se dá a partir de esquemas de ação/assimilação, mobilizados através da

ação do sujeito sobre o conhecimento ou operações mentais, que são as ações que

se realizam no plano mental. Esses esquemas vão se tornando mais complexos na

medida em que o processo de maturação biológica, as experiências, as trocas

interpessoais e transmissões culturais vão se tornando mais complexas na vida do

sujeito. Para Piaget todo organismo vivo procura manter um estado de equilíbrio ou

de adaptação com seu meio, agindo de forma a superar perturbações na relação

que se estabelece com o meio.

Ainda para Piaget, o desenvolvimento cognitivo do ser humano ocorre através

de constantes desequilíbrios e equilibrações. O aparecimento de uma nova

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possibilidade orgânica no indivíduo ou a mudança de alguma característica do meio

ambiente, por mínima que seja, provoca a ruptura do estado de repouso, da

harmonia entre organismo e meio, causando um desequilíbrio. Piaget denominou

acomodação o mecanismo de ampliação ou modificação de um esquema de

assimilação. Essa articulação interna acontece por sucessivos processos de

assimilação de novos esquemas, confrontando com esquemas anteriores,

acomodação de esquemas mais complexos, resultando num processo de

adaptação. Piaget observa que, ainda que os detalhes dos movimentos assimilativos

ou acomodativos vão variando, há uma inviabilidade em sua apresentação, em

qualquer processo de adaptação de todo ser vivo. Estas constantes proporcionam o

vínculo fundamental entre a biologia e a inteligência.

Lev Semiono-Vitsky Vygotsky (1896-1934) sustenta que todo conhecimento é

construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Para Vygotsky, as origens

da vida consciente e do pensamento abstrato deveriam ser procuradas na interação

do organismo com as condições de vida da espécie. A origem das mudanças que

ocorrem nas pessoas está na interação entre estas, a sociedade, a cultura e a sua

própria história. Esse mesmo sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque além

de construir conhecimentos, se constitui a partir de relações intra e interpessoais.

Ele participa ativamente da construção de sua própria cultura e de sua história,

modificando-se e provocando transformações com os demais sujeitos com que

interage.

“Vygotsky defende a ideia de contínua interação entre as mutáveis

condições sociais e a base biológica do comportamento humano. Partindo

de estruturas orgânicas elementares, determinadas basicamente pela

maturação, formam-se novas e mais complexas funções mentais, a

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depender da natureza das experiências sociais a que as crianças se acham

expostas.” (Oliveira, 2010, p.56)

Para Vygotsky a linguagem, a partir da sua função comunicativa, permite ao

indivíduo formular conceitos e, portanto, abstrair e generalizar a realidade, através

de atividades mentais complexas. Essa capacidade de generalizar e abstrair,

incluindo os objetos, outros seres, ou mesmo ações, permite que seu pensamento

conceitual e proposicional seja flexibilizado.

O significado da palavra transforma-se ao longo do desenvolvimento do sujeito,

evoluindo porque integra novos sentidos, novas conotações.

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CAPÍTULO II

COMO FUNCIONA O CÉREBRO

“Será que saber como o cérebro funciona é importante para a forma como

vivemos a nossa vida?

Sem qualquer dúvida, em especial se, para além de saber quem somos

presentemente, nos preocuparmos com o que poderemos vir a ser.”

(DAMÁSIO. 2010,p.50)

O cérebro situa-se no sistema nervoso. O sistema nervoso é o mais complexo

dos sistemas do corpo humano e ainda hoje muitas das suas características e

potencialidades é um mistério. Divide-se em sistema nervoso central e sistema

nervoso periférico.

O sistema nervoso central desempenha necessariamente as tarefas

associadas ao processamento e coordenação das informações. Divide-se em duas

partes: a espinal medula e o encéfalo. A espinal medula é um centro coordenador

das atividades reflexas, sendo assim, um mecanismo de defesa contra agressões do

meio porque suas respostas são rápidas e ocorrem antes de qualquer decisão

cerebral, é um centro condutor porque conduz os impulsos provenientes do cérebro,

e que para elas são direcionadas. Já o encéfalo localizado no interior do crânio,

protegido por um conjunto de três membranas(meninges) é o coordenador da

atividade voluntária, isto é, dos atos conscientes, intencionais e que exigem

planificação e deliberação. É dividido em quatro partes:

- Telencéfalo – formado pelo córtex cerebral, externamente e, por uma

substância branca internamente. Ele nos capacita a realizar ações como ler,

escrever, interpretar e criar. O córtex cerebral é o responsável pela capacidade de

realizar as funções mentais superiores. Tem duas áreas funcionais, as áreas

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primárias ou sensoriais – recebem e produzem informação sensorial -, e as áreas

secundárias ou psicosensoriais – processam as informações.

- Diencéfalo – formado por duas partes principais: tálamo e hipotálamo.

• Talámo – grande conjunto ovóide de núcleos localizados bilateralmente acima

do tronco encefálico. Atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para

o córtex cerebral. É responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas

do cérebro onde devem ser processados. O tálamo também está relacionado com

alterações no comportamento emocional, que decorre não só da própria atividade,

mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico.

• Hipotálamo – O hipotálamo é essencial para a sobrevivência do indivíduo e da

espécie porque a integração dos comportamentos e das funções orgânicas pelo

hipotálamo é necessária para a continuação da existência. Tem como função a

manutenção da homeostase, comportamento de comer, reprodutivos e defensivos,

expressão emocional de prazer, raiva, medo e aversão, regulação dos ritmos

arcadianos, regulação endocrinológica do crescimento, do metabolismo e dos

órgãos reprodutores.

- Cerebelo – é formado por dois hemisférios que desempenham papel significativo

no que diz respeito à coordenação dos movimentos e na manutenção do equilíbrio.

- Trono Encefálico – dividido em três partes: bulbo – ponte – mesencéfalo

• Bulbo – no bulbo localizam-se os centros respiratório e vasomotor. Ocorre no

bulbo a decussação das pirâmides, onde o trato motor denominado cortiço-espinal

cruza a linha média e leva informação motora para a metade controlateral da sua

origem. Ex.: O hemisfério cerebral direito leva a informação motora para o lado

esquerdo do corpo.

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• Ponte – A ponte conecta o tronco encefálico ao cerebelo e ao córtex. Pela

ponte percorrem tractos importantes tais como o córtico-espinal lateral, espino-

talâmico lateral. O primeiro relaciona-se com as informações motoras dirigidas para

os membros e tronco. O segundo relaciona-se com informações sensitivas

dolorosas, táteis e térmicas.

• Mesencéfalo – O mesencéfalo liga-se ao diencéfalo por meio dos pedúnculos

cerebrais. Quando secciona-se o mesencéfalo transversalmente, pode-se observar a

substância negra do mesencéfalo, formada por neurônios que contém melanina.

Dorsalmente, observa-se quatro eminênias arredondadas, os colículos superiores e

inferiores. Essas massas estão relacionadas com informações visuais e auditivas.

O sistema nervoso periférico conduz a informação da periferia para os centros

nervosos e as respectivas respostas para a periferia. É constituído pelos nervos que

são representantes dos axônios(fibras nervosas) ou dos dentritos(fibras sensitivas).

São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do

organismos com o sistema nervoso central. Diferente do sistema nervoso central, o

sistema nervoso periférico não se encontra protegido pela barreira

hematoencefálica. Divide-se em sistema nervoso autônomo e sistema nervoso

somático.

O sistema nervoso autônomo é constituído por nervos motores que conduzem

impulsos do sistema nervoso central à musculatura lisa de órgãos viscerais,

músculos cardíacos e glândulas. É dividido em duas partes: Simpático e

Parassimpático. O sistema nervoso simpático prepara o organismo para o

estresse(fuga ou luta) e o sistema nervoso parassimpático estimula atividades

relaxantes(repouso).

23

O sistema nervoso somático é formado por nervos motores que conduzem

impulsos do sistema nervoso central á musculatura estriada esquelética. Determina

ações conscientes como: andar, falar, abraçar, etc.

Nosso cérebro é um emaranhado de bilhões de neurônios, cada um ligado a

outros por milhares de sinapses. O cérebro controla o que pensamos, sentimos e

também nossos movimentos. Os cérebros humanos são diferentes uns dos outros,

adaptado a cada indivíduo, dependendo da forma como é usado, das experiências

vividas, dos conhecimentos acumulados e da quantidade de funções cognitivas

desenvolvidas.

Os elementos básicos que constituem o sistema nervoso são os neurônios,

células nervosas responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio.

Um neurônio é formado por quatro elementos fundamentais: corpo celular, dendrito

e axônio.

- Corpo Celular – parte celular onde está o núcleo. Centro de controle do

funcionamento do neurônio. Nessa região são sintetizados os neurotransmissores.

- Dendritos – região do neurônio que recebe os estímulos, seja do meio ambiente,

seja de outros neurônios, seja dos órgãos internos. Possuem grande superfície de

recepção de estímulos que serão enviados ao corpo celular.

- Axônio – prolongamento do citoplasma. O impulso nervoso recebido pelos

dendritos é convertido pelo corpo celular em corrente elétrica e esta percorre o

axônio até atingir os telodendros (extremidades do axônio) que fazem conexão com

outras células nervosas, com células musculares ou com células glandulares.

Os neurônios são divididos e classificados segundo sua forma e função. Quanto à

forma são multipolares, bipolares, unipolares e pseudounipolares. Quanto à função

são motores (eferentes), sensoriais (aferentes) e interneurônicos.

24

O sistema de informações veiculada pelos neurônios forma um circuito elétrico

designado por influxo nervoso. A conexão de um neurônio para o outro chama-se

sinapse. O influxo transita porque a fenda sináptica(espaço entre os neurônios) é

preenchida por neurotransmissores, que são substâncias químicas segregadas

pelas vesículas sinápticas. A cada nova informação recebida, sinapses são criadas e

configuram-se novas redes entre os neurônios, que guardam informações

separadas, mas conectadas entre si. Esses circuitos são ativados sempre que uma

dessas informações é requisitada. Para que isso aconteça, as informações precisam

estar guardadas como memória de longo prazo.

Outro elemento básico do sistema nervoso são as células da glia, ou neróglia,

que desempenha uma série de funções auxiliares fundamentais para permitir o

funcionamento dos neurônios. Existem diferentes tipos de neuroglias, cada uma com

funções especializadas, como: proteger o tecido nervoso, auxiliar e reparar as

células, agir como fagócitos e regular a composição dos líquidos.

O cérebro humano pesa aproximadamente 1,4kg e contém cerca de 3,5 bilhões

de neurônios. Está dividido em dois hemisférios. O hemisfério direito controla a

formação de imagens, as relações espaciais, as percepções das formas, das cores,

das tonalidades afetivas e o pensamento concreto. O hemisfério esquerdo é

responsável pelo pensamento lógico, linguagem verbal, discurso, cálculo e memória.

Os dois hemisférios trabalham coordenadamente, desempenhando papéis

complementares.

O córtex que cobre cada hemisfério apresenta quatro regiões ou lobos

cerebrais, separados por fendas.

- Lobo frontal – Córtex pré-frontal – está relacionada com as funções superiores

representadas por vários aspectos comportamentais humanos. Recebe impulsos

25

nervosos dos lobos parietal e temporal por meio de feixes de longas fibras de

associações situados no giro cíngulo. Lesões bilaterais da área pré-frontal

determinam a perda da concentração, diminuição da habilidade intelectual e déficit

de memória e julgamento. Incluem-se três giros frontais: o giro orbital, a maior parte

do giro frontal medial e, aproximadamente, a metade do giro cíngulo.

- Lobo Temporal – Possui funções situadas em porções diferentes. A parte posterior

está relacionada com a recepção e a decodificação de estímulos auditivos, que se

coordenam com impulsos visuais; a parte anterior está relacionada com a atividade

motora visceral (olfato e gustação) e com alguns aspectos de comportamentos

instintivos.

- Lobo Parietal – Está relacionado à interpretação, á integração de informações

visuais (provenientes do córtex occipital) e às somatossensitivas primárias,

principalmente o tato. A lesão do córtex primário occipital determina perda do campo

visual, enquanto as lesões do lobo parietal resultam em perda do conhecimento

geral, inadequação do reconhecimento de impulsos sensoriais e falta de

interpretação das relações espaciais (visual espacial e motora).

- Lobo Occipital – Esta região realiza a integração visual a partir da recepção dos

estímulos que ocorre nas áreas primárias, leva informações para serem apreciadas

e decodificadas nas áreas secundárias e de associação visual. Estes centros visuais

são conectados por fibras intra-hemisféricas ao córtex do parietal do mesmo lado,

bem como as outras áreas corticais, tais como: ao lobo temporal, para outras

atividades integradoras. Além da integração intra-hemisférica, as áreas parietais

direita e esquerda e temporais posteriores são conectadas por meio do corpo

caloso, comunicando os dois hemisférios pelas fibras comissurais inter-hemisféricas.

26

2.1 – Sistema Límbico

O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as

funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro tem

formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios. Ele possui

várias estruturas e cada uma delas tem suas funções, como: hipotálamo, tálamo,

amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo.

2.2 – Áreas de comunicação

O hemisfério dominante em 98% dos humanos é o hemisfério esquerdo, é

responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Enquanto o

hemisfério direito é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade. Nos

canhotos as funções estão invertidas. O hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois

nele localiza-se duas áreas especializadas: a Área de Broca (B), o córtex

responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke (W), o córtex

responsável pela compreensão verbal.

• Área de Wernicke: É na zona onde convergem os lobos occipital, temporal e

parietal que se localiza a área de Wernicke, que desempenha um papel muito

importante na produção de discurso. É esta área que nos permite compreender o

que os outros dizem e que nos faculta a possibilidade de organizarmos as palavras

sintaticamente corretas.

• Área de Broca: É a parte do cérebro humano responsável pelo

processamento da linguagem, produção da fala e compreensão. Possui este nome

em homenagem ao médico do século XIX Paul Broca.

O corpo caloso localiza-se no fundo da fissura inter-hemisférica, ou fissura

sagital, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisféricos cerebrais.

Essa estrutura, composta por fibras nervosas de cor branca (feixes de axônios

27

envolvidos em mielina), é responsável pela troca de informações entre as diversas

áreas do córtex cerebral.

2.3 – Plasticidade Cerebral

“A plasticidade cerebral é o ponto culminante da nossa existência, e seu

desenvolvimento se dá ao longo da vida. Deste desenvolvimento, depende

todo o processo de aprendizagem e, também, de reabilitação das funções

motoras e sensoriais.” (Marta Relvas, 2009, pág.49)

A Plasticidade Cerebral é a capacidade do cérebro de se remodelar em função

das experiências do indivíduo. A flexibilidade do cérebro permite criar novas

sinapses e ligações entre os neurônios, e esta plasticidade permite que se aprenda

toda a vida.

Segundo Lent (2013), Plasticidade Cerebral é a propriedade que o sistema

nervoso tem de alterar a sua função ou a estrutura em resposta às influências

ambientais que o atingem.

2.4 – O cérebro e a memória

“A memória tem a qualidade peculiar de ser incompleta, e mesmo assim, a

totalidade de experiências de vida acumulada é imensa. Apesar da grande

quantidade de informação guardada em nossos cérebros, continuamente

adquirimos novas informações e formamos novas memórias.”

(Gazzaniga.2010)

A memória é o processo dinâmico que consiste na decodificação,

armazenamento e recuperação de conteúdos da memória ou de informação.

Adquirimos e armazenamos informação para a utilização nas mais diversas

situações da vida. Do ponto de vista fisiológico, essa capacidade é resultado de

modificações na circuitaria neural em função da interação do indivíduo com o

ambiente. A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro, ela é

28

um fenômeno biológico e psicológico envolvendo união de sistemas cerebrais que

funcionam juntos.

A memória influencia inúmeros processos mentais, como a linguagem, a

escrita, a inteligência, etc. Existem vários processos de memória fundamentais ao

ser humano. Destacam-se três tipos:

- Memória Sensorial – é a capacidade de os nossos sentidos visuais e auditivos

perceberem a informação, de forma a existir continuidade à nossa percepção. As

informações obtidas pelos sentidos são retidas por um curto espaço de tempo. Se a

informação não for processada, perde-se, se for processada passa para a memória

a curto prazo.

- Memória de curto prazo – também chamada de memória de trabalho ou memória

ativa, tem a capacidade de codificar um número limitado de informações por um

curto período de tempo. As informações da memória de curto prazo se forem

processadas, passam para a memória de longo prazo.

- Memória de longo prazo – é um tipo de memória alimentada por informações da

memória de curto prazo que são codificadas em símbolos. A informação enviada é

transformada à medida que vai sendo integrada. A memória de longo prazo retém as

informações durante horas, meses ou durante toda a vida.

O hipocampo é uma estrutura essencial no processo de consolidação da

memória; é crítico para a memória espacial, navegação, consciência, memória

episódica, associação, etc. No hipocampo existem inúmeros neurônios de

reconhecimento episódico que nunca foram ativados e que estão estreitamente

conectados às células de novidades. Quando um evento ocorre pela primeira vez,

ele ativa um desses neurônios, e sua estreita conexão com a célula de novidade nos

proporciona a sensação de novidade. Porém, essa intensa ativação alarga a

29

conexão entre o neurônio e a célula de novidades. Dessa maneira, nas próximas

vezes que o mesmo evento ocorrer a sensação de novidade será cada vez menor,

pois o neurônio que agora reconhecerá sempre esse episódio estará cada vez

menos conectado com a célula de novidade.

As lesões na região do hipocampo podem ter efeitos devastadores, pois podem

destruir a memória retrospectiva do indivíduo. Tudo se torna novo, é preciso

reaprender tudo outra vez.

30

CAPÍTULO III

EMOÇÃO E APRENDIZAGEM

“A emoção é a primeira opinião que o cérebro emite sobre o assunto,

baseado em toda a experiência que acumulou ao longo dos anos. Por isso,

por mais que pareça paradoxal, elas são perfeitamente lógicas. Como são

rápidas e personalizadas são valiosas, sobretudo quando o tempo é curto.”

(Relvas, 2010, p.111)

As emoções têm despertado o interesse de muitos pesquisadores nos últimos

anos. Atualmente o estudo das emoções não se limita apenas ao conhecimento

subjetivo do ser humano, ele passa a assumir um papel fundamental na evolução

biológica e social do ser humano. As pesquisas recentes demonstram que as

emoções estão na base de tomada de decisão das ações humanas.

A palavra é originária do latim “emore”, onde o e (variante do ex) significa “fora”

e “movere” significa “movimento”. Do ponto de vista psicológico as emoções podem

ser entendidas como um conjunto de reações fisiológicas e psicológicas, provocadas

por estímulos internos, pensamentos, recordações ou provocadas por estímulos

externos vindos do ambiente. Já no ponto de vista biológico, a “emoção pode ser

definida como um conjunto de reações químicas e neurais subjacentes à

organização de certas respostas comportamentais básicas à sobrevivência dos

animais.” (Lent, 2008, p.254). Alguns aspectos sobre as emoções são importantes

em relação a esse conceito: há um substrato neural organizador das respostas aos

estímulos emocionais e da percepção da emoção, há também sua função biológica,

já que as respostas comportamentais, ao se ajustarem a situações específicas,

aumentam as chances de sobrevivência.

31

Ao longo da vida qualquer indivíduo aprende a lidar com uma variedade de

situações emocionais, criando um conjunto de hábitos emocionais para as situações

que se adapta melhor ou pior. Muitas reações emotivas dependem da

aprendizagem, da educação, do ambiente sociocultural e da idade de quem as

experimenta.

As emoções do ser humano são classificadas em três tipos: emoções

primárias, emoções secundárias e emoções de fundo.

As emoções primárias são consideradas inatas ou reflexas, estas são comuns

a todos os seres humanos, independente de fatores sociais ou socioculturais, o seu

aparecimento não depende da aprendizagem. Deste grupo fazem parte as emoções

básicas ou elementares, como: raiva, alegria, tristeza, nojo, medo e surpresa.

As emoções secundárias ou sociais são mais complexas que as primárias,

dependem de fatores e variáveis socioculturais. Estas podem variar amplamente

entre culturais e/ou sociedade. São exemplos dessas emoções a culpa, a gratidão,

vergonha, ciúme, etc.

As de fundo estão relacionadas com o bem-estar ou com o mal-estar interno.

São induzidas por estímulos internos, com origem em processos físicos ou mentais,

levando o organismo a um estado de tensão ou relaxamento, fadiga ou energia.

Estas emoções expressam-se em alterações musculoesqueléticas, refletindo-se em

variações na postura dos movimentos.

3.1 – Teorias sobre as emoções

Várias interpretações sobre as emoções se organizaram em diferentes

hipóteses, mas nenhuma delas atende todos os aspectos das emoções.

O primeiro a abordar a emoção em suas pesquisas foi Charles Darwin (1809-

1882). Segundo Darwin as emoções desempenham um papel adaptativo

32

fundamental na história da espécie humana, sendo determinantes na nossa

capacidade e sobrevivência.

Em 1884 o psicólogo e filósofo americano William James (1842-1910) e o

psicólogo dinamarquês Carl Lange (1834-1900) consideravam que “as emoções são

experimentadas a partir da percepção das alterações fisiológicas no organismo”

(Lent, 2008, p.255). Segundo esses teóricos, a emoção acontece após o córtex

receber sinais sobre alterações fisiológicas, declarando que “sentimos tristeza

porque choramos e não porque nos sentimos tristes” (Lent, 2008).

O fisiologista americano Walter Cannon (1871-1943) questionou a teoria de

James-Lange, argumentou que as respostas corporais não seriam diversas o

suficiente para promover diferentes emoções e que podemos vivenciar as emoções

mesmo que nenhuma mudança fisiológica seja produzida (Lent, 2008). Em 1929,

Walter B. Cannon definiu a emoção como um mecanismo de preparação do

organismo diante de situações e emergências, mediante a elevação do nível

energético, a focalização da atenção e disposição para agir.

Os neurofisiologistas Walter Cannon e Philip Bard, na metade do século XX

formularam uma nova teoria, aceita até hoje. Segundo a teoria, quando o indivíduo

se encontra diante de um acontecimento que o afeta, o impulso nervoso chega

primeiro ao tálamo, e a partir desse ponto, a mensagem se divide. Uma parte vai

para o córtex cerebral, originando experiências subjetivas de medo, alegria, etc.

Outra parte dirige-se para o hipotálamo. Segundo essa teoria, a experiência

emocional e as reações fisiológicas são simultâneas.

Em 1937 o anatomista norte-americano James Papez (1883-1958) propôs que

a emoção não é função de centros cerebrais específicos, mas de um circuito

formado por quatro estruturas básicas, interligadas por feixes nervosos: o

33

hipotálamo e seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo e seus corpos, o

giro cingulado e o hipocampo. Segundo James Papez a experiência da emoção era

determinada inicialmente pelo córtex cingulado, e depois por outras áreas corticais.

Em 1949, Paul McLean ampliou a teoria de Papez, adicionando novas

estruturas ao sistema: os córtices orbitofrontal e o médio frontal (área pré-frontal), o

giro parahipocampal, a amígdala, o núcleo mediano do tálamo, a área septal, os

núcleos basais do prosencéfalo e a formação do tronco cerebral. Essas estruturas

foram denominadas sistema límbico.

Todas estas áreas formam circuitos neuronais importantes para a emoção e

reações emocionais. O hipocampo também está relacionado a memória e o

aprendizado.

O neurocientista António Damásio (1996) formulou a hipótese do marcador-

somático, sugerindo uma inter-relação entre processos cognitivos e emocionais.

Para Damásio a emoção é a combinação de um processo mental de avaliação,

simples ou complexas, com respostas dispositivas a esse processo, em sua maioria

dirigidas ao próprio corpo, resultando num estado emocional do corpo, mas também

dirigidas ao próprio cérebro, ocasionando acréscimos de alterações mentais.

Atualmente os cientistas que pesquisam sobre as emoções concordavam com

a perspectiva sistêmica em se tratando da emoção. Observam que os componentes

de uma emoção exercem efeitos recíprocos uns com os outros. Essas observações

têm a ver com o modo como as respostas do sistema nervoso autônomo as

expressões faciais, cognições e crenças contribuem para a intensidade de uma

emoção.

3.2 – Afetos, sentimentos e emoções.

34

Os afetos são um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a

forma de emoções e sentimentos, acompanhados da impressão de dor ou prazer, de

satisfação ou insatisfação, etc. O afeto está sempre relacionado à uma ideia e nem

sempre são conscientes.

Os sentimentos são as emoções processadas pela razão humana; são

duradouros e estáveis, em geral são experiências particulares, que não podem ser

observadas por outras pessoas. As emoções estão na base dos sentimentos, são

instintivas, acontecem a passam, podendo voltar desde que um estímulo as

provoque. As emoções acontecem principalmente no sistema límbico e os

sentimentos perpassam pelo lóbulo frontal do cérebro. Dessa maneira os

sentimentos aproximam-se de uma emoção.

Os componentes das emoções são:

- Cognitiva – acontece quando toma-se conhecimento do fato, se não houver

conhecimento deste não se expressa nenhuma emoção.

- Avaliativa – é feita uma avaliação da situação em função de interesses e valores

pessoais.

- Fisiológica – manifestações orgânicas e corporais.

- Expressiva – expressões corporais, mostrando ao outro as emoções.

- Comportamental – estado emocional que provoca determinado conjunto de

comportamentos.

- Subjetiva – está relacionada com o que o indivíduo sente a nível emocional,

associado a um estado afetivo.

As emoções se distinguem dos sentimentos. Segundo António Damásio

(Revista Veja, 2013):

“A emoção é um conjunto de todas as respostas motoras que o cérebro faz

parecer no corpo em resposta a algum evento. É um programa de

35

movimentos como a aceleração ou desaceleração do batimento do coração,

tensão ou relaxamento dos músculos e assim por diante. Existe um

programa para o medo, um para a raiva, outro para a compaixão, etc. Já o

sentimento é a forma como a mente vai interpretar todo esse conjunto de

movimentos. Ele é a experiência mental daquilo tudo. Alguns sentimentos

não tem a ver com a emoção, mas sempre têm a ver com os movimentos do

corpo (Revista Veja, 2013).”

3.3 – Os teóricos da educação e a emoção.

É unânime a convicção de diversos autores que a emoção interfere na

retenção de informações e que os sentimentos podem estimular o aprendizado,

intensificando a atividade de redes neurais e fortalecendo suas conexões sinápticas.

Grandes teóricos da educação, como: Vygotsky, Piaget e Wallon, enfatizam em suas

teorias a estreita relação entre afeto e cognição, fazendo referência ao papel da

emoção para o processo ensino aprendizagem.

Vygotsky é categórico ao afirmar que a compreensão completa do pensamento

humano só é possível quando se compreende o aspecto emocional no

desenvolvimento humano e que a cognição e a afetividade são uma unidade: o afeto

interfere na cognição e vice-versa. Segundo Vygotsky:

“A afetividade é um elemento cultural que faz com que tenha peculiaridades

de acordo com cada cultura. Elemento importante em todas as etapas da

vida da pessoa, a afetividade tem relevância fundamental no processo

ensino aprendizagem no que diz respeito à motivação, avaliação e relação

professor e aluno (1998, p.42).”

Piaget considerava o desenvolvimento intelectual como tendo dois

componentes: o cognitivo e o afetivo, sendo assim, o desenvolvimento cognitivo está

paralelo ao desenvolvimento afetivo, também menciona que a emoção pode

36

influenciar positivamente ou negativamente o processo de aprendizagem. Segundo

Piaget:

“O sentimento dirige a conduta ao atribuir um valor aos seus fins (...). A

afetividade é caracterizada por suas composições energéticas, com cargas

distribuídas sobre um objeto ou um outro (cathexis) segundo as ligações

positivas ou negativas. O que caracteriza, pelo contrário, o aspecto

cognitivo das condutas e as suas estruturas (apud SALTINI,2008,p.13).”

Para Wallon a afetividade e a inteligência são fatores que se entrelaçam,

acredita que a educação da emoção deve ser incluída entre os propósitos da ação

pedagógica. Ainda para o teórico, o movimento é a base do pensamento e as

emoções é que dão origem à afetividade. Segundo Wallon:

“O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses

aspectos tenha identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão

integrados que cada um é parte constitutiva dos outros. Sua separação se

faz necessária apenas para a descrição do processo. Uma das

conseqüências dessa interpretação é de que qualquer atividade humana

sempre interfere em todos eles. Qualquer atividade motora tem

ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva tem

ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias

afetivas e motoras. E todas essas ressonâncias têm um impacto no quarto

conjunto: a pessoa (Apud ALMEIDA, 2012, P.17).”

3.4 – Inteligência emocional

Pensar em inteligência e educação nos dias atuais é pensar nas emoções do

educando, como uma possibilidade importante para melhoria da qualidade no

processo ensino e aprendizagem.

O conceito de inteligência emocional definida inicialmente em 1990 por Peter

Solovey e John Mayer e mais tarde teve grande divulgação por Daniel Goleman.

37

Para Solovey e Mayer, inteligência emocional é a habilidade de perceber seus

próprios sentimentos e emoções, bem como os sentimentos e emoções alheios, de

distingui-los e de utilizar essas informações como guia para suas ações e seus

raciocínios (Solovey, Mayer 1990,apud. Chabot, 2005,p.96).

Solovey considerando que a primeira definição não contemplava todos os

aspectos da inteligência emocional propõe uma definição mais ampliada:

“A inteligência emocional é a habilidade que permite perceber, apreciar e

expressar corretamente nossas emoções; a habilidade para sentir e/ou

gerar sentimentos quando estes facilitam nossos raciocínios; a habilidade

para compreender as emoções e os conhecimentos emocionais; e a

habilidade para administrar as próprias emoções no intuito de favorecer o

crescimento emocional e intelectual.” (Solovey.1997, apud Chabot.2005

p.97)

Para Daniel Goleman a inteligência emocional evidencia a maneira como as

pessoas lidam com suas emoções e com as das pessoas ao seu redor. Segundo

Goleman a inteligência emocional é a “capacidade de reconhecer nossos próprios

sentimentos e os de outrem, de nos motivar e de administrar nossas emoções, seja

internamente seja em nossas relações com outras pessoas (Goleman. 1995,apud

Chabot, 2005. P.96).”

Daniel Goleman distingue a inteligência emocional em cinco áreas de

habilidades:

- auto – conhecimento emocional – reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre.

- controle emocional – habilidade de lidar com seus próprios sentimentos.

- auto – motivação – dirigir suas emoções a serviço de um objetivo.

- reconhecimento de emoções em outras pessoas.

- habilidade nos relacionamentos inter-pessoais.

38

As três primeiras habilidades estão relacionadas a inteligência intrapessoal (se

associa ao auto conhecimento e à auto estima) e o restante à inteligência

interpessoal (ligada a empatia). Essas duas inteligências agrupam-se nas

competências a que o psicólogo Haward Gardner chamou de pessoais.

Os irmãos Daniel Chabot e Michel Chabot seguindo a perspectiva de Salovey e

Mayer, conceitua a inteligência emocional como um conjunto de competências que

permitem:

“• Identificar as próprias emoções e as emoções alheias;

• Expressar corretamente as próprias emoções e ajudar os outros a fazerem

o mesmo;

• Compreender suas próprias emoções e as emoções alheias;

• Gerir suas próprias emoções e adaptar-se às emoções do outro;

• Utilizar suas emoções e as habilidades próprias da inteligência emocional

nas diferentes esferas de atividade, especialmente para se comunicar bem,

tomar boas decisões, administrar com êxito suas prioridades, motivar-se e

motivar os outros, possuir boas relações pessoas etc (Chabot, 2005 p.98).”

Considerando o que os pesquisadores da emoção nos dizem a inteligência

emocional conjuga as áreas emocionais, afetivas e cognitivas e quando essas áreas

são bem desenvolvidas, contribuem significativamente para o sucesso escolar e

pessoal do educando.

3.5 – Educação emocional e a escola.

A escola proporciona oportunidades de transformação na vida dos indivíduos,

portanto tem um papel fundamental na formação emocional dos educandos. Tanto a

afetividade como a aprendizagem são consideradas fenômenos complexos e multi-

determinados, definidos por processos individuais internos que se desenvolvem

através do convívio.

39

A educação emocional deve ser incluída entre os propósitos da ação

pedagógica, o que sugere o conhecimento do seu modo de funcionamento.

A todo momento no cotidiano escolar se vivencia uma experiência emocional.

Segundo Relvas(psique.2012): “A criança pode experimentar sentimentos, o que o

torna aprendiz eficiente e mais confiante em si. Por isso, a sua eficácia emocional se

relaciona com a própria capacidade de lidar com seus sentimentos.

O professor dentro desse contexto é o mediador junto à criança. Ele a ajudará

a desenvolver essas habilidades e a percebê-las como importante para seu

desenvolvimento. Para Celso Antunes(2012, p.25) o alfabetizar emocional necessita

indispensavelmente de dois atributos:

“• ser conhecedor de estratégias ou situações de aprendizagens específicas para o

trabalho de Alfabetização Emocional;”

“• ser incitador de idéias, propositor de desafios, verdadeiro “garimpeiro” de

opiniões.”

Levando em consideração as observações de Celso Antunes, as estratégias

são para o desenvolvimento do educando, são ações que por meio de técnicas são

capazes de ampliar a memória e ajudar o aluno a gerir suas emoções.

Ainda segundo Antunes o alfabetizador emocional é: “essencialmente um

condutor de discussões sobre um tema selecionado, ele passa a palavra de um para

o outro aluno, sugere múltiplos desafios, debate e estrutura opiniões através de

múltiplas interações e “casos” diversos (2012 p.24).”

40

CONCLUSÃO

Antigamente a inteligência era considerada como sendo única e a verdade

apresentada era absoluta e indiscutível. Atualmente, essa visão de educação tende

a ser superada.

As novas descobertas da neurociência e as pesquisas realizadas por vários

estudiosos mudam as linhas de conhecimento neurológico sobre a mente humana e

colocam em questão processos anteriormente descritos para explicar sistemas

neurais que envolvem as emoções, a memória e a aprendizagem.

Sabe-se que as precondições cognitivas são dadas pela genética, mas este

aspecto só se desenvolve por meio da interação com o mundo. A neurobiologia

mostra que se aprende melhor quando o objeto do aprendizado tem conteúdo

emocional, por este motivo o foco de interesse, nesta pesquisa é a emoção e como

ela contribui no processo ensino aprendizagem.

A formação do caráter, a discussão sobre a moral e ética do agir humano em

relação ao mundo criado, à natureza e às pessoas é um ponto importante na

formação das pessoas. E deve ser uma preocupação tanto da família como da

escola.

A teoria da inteligência emocional se apóia nas novas descobertas

neurológicas procedidas na Universidade de Harvard e outras universidades dos

Estados Unidos que mudam as linhas de conhecimento neurológico sobre a mente

humana e colocam em questão processos anteriormente descritos para explicar

sistemas neurais que envolvem a memória, a aprendizagem, a consciência, as

emoções e a inteligência em geral.

Perceber o que o aluno sente, sem que ele o diga, constitui a essência da

empatia, uma das características fundamentais da educação emocional. A criança e

o adolescente, dificilmente, dizem em palavras aquilo que sentem, mas revelam

seus sentimentos por seu tom de voz, pela expressão facial ou por outras maneiras

não verbais.

41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANTUNES, C.Alfabetização Emocional: Novas estratégias. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. CHABOT,DANIEL MICHEL. Pedagogia emocional – Sentir para aprender. Sá editora. LENT, ROBERTO. Neurociência da mente e comportamento. Rio de Janeiro. Koogan,2013. SALTINI, CALÚDIO J.P. Afetividade e inteligência, 5.ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed, 2008. KANDEL, ERIC R. Em busca da memória: o nascimento de uma nova ciência da mente – São Paulo: Companhia das Letras, 2009. RELVAS, Marta Pires. Fundamentos biológicos da educação: despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem – 4. Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed.,2009. RELVAS, Marta Pires. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula – 2. Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed., 2010. RELVAS, Marta Pires. Que cérebro é esse que chegou à escola? As bases neurocientíficas da aprendizagem – Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012. RELVAS, Marta Pires. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva – 5. Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011. GAZZANICA, Michael S. Neurociência cognitiva: a biologia da mente/ Michael S. Gazzanica, Richard B. Ivry, George R. Mangun; tradução Angélica Rosat Consiglio. 2 ed. Porto Alegre, 2006. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Guanábora Koogan, 1998.

42

WEBSITES

DAMÁSIO, António. Sentimentos e emoções. Revista Veja, 2013. http://

veja.abril.com.br/noticias/ciência/os sentimentos são fundamentais para a sociedade

diz Antonio-damasio. Acesso, julho 2014.

WWW.fronteira.com/canalfronteiras/entrevista/ Damásio, neurociência e

neurofilosofia. Acesso, julho 2014.

WWW.scielo.br/afetividade na escola: alternativas teoricas e praticas/ acesso, julho

2014.

43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(A NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM) 10

1.1 – Neurociência: uma breve história 10

1.2 – Descobertas sobre o encéfalo no século XIX 11

1.3 – Destacando a neurociência cognitiva 13

1.4 – A aprendizagem e a neurociência 13

1.5 – Teorias do desenvolvimento e aprendizagem 15

CAPÍTULO II

(COMO FUNCIONA O CÉREBRO) 20

2.1 – Sistema Límbico 26

2.2 – Áreas de comunicação 26

2.3 – Plasticidade cerebral 27

2.4 – O cérebro e a memória 27

CAPÍTULO III

(EMOÇÃO E APRENDIZAGEM) 30

3.1 – Teorias sobre as emoções 31

3.2 – Afetos, sentimentos e emoções 33

44

3.3 – Os teóricos da educação e a emoção 35

3.4 – Inteligência emocional 36

3.5 – Educação emocional e a escola 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 43