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04/09/2011
Residencial popular em Heliópolis tem grife Arquiteto Ruy Ohtake, famoso internacionalmente e autor de prédios de destaque da capital paulista, assina projeto para conjunto habitacional na segunda maior favela do Brasi
Com mais de 120 mil habitantes, Heliópolis é a maior favela da capital e a segunda
maior do país, atrás apenas da Rocinha, no Rio de Janeiro. Com quase um milhão de
metros quadrados, localizada na região do Ipiranga, Zona Sul, seu nome já foi
sinônimo de região violenta e sem urbanização. Essa realidade já está mudando.
Um exemplo é o Conjunto Residencial Heliópolis, condomínio com 23 prédios e 18
apartamentos cada no coração da favela. Cada edifício tem quatro andares e os
apartamentos são de 52 metros quadrados. Duas unidades no térreo de cada prédio
são reservadas para idosos ou cadeirantes. O projeto é de Ruy Ohtake, arquiteto de
renome internacional. Ele assina, por exemplo, o projeot do hotel Unique e do
Instituto Tomie Ohtake.
O cronograma original das obras previa a entrega das unidades no final de 2010, mas
devido a atrasos o conjuno residencial deverá ser habitado apenas em outubro. Oito
dos blocos já estão em fase de acabamento e mais oito deverão ser entregues até o
final do ano, permitindo que 350 famílias mudem para o local.
O professor de artes e capoeira Jurandir Francisco da Silva, o Didi, de 42 anos, é um
dos futuros moradores do conjunto e está radiante com a casa nova. "Antes ninguém
queria deixar os barracos para que construíssem o residencial. Os apartamentos são
lindos. Agora todo mundo quer vir morar aqui", falou Didi. O professor vive em um
apartamento pago com o bolsa-aluguel (programa da Prefeitura de auxílio à moradia
popular) em Heliópolis desde que perdeu seu barraco durante uma enchente, há três
anos.
"Esse projeto diferenciado quebra o paradigma de que pobre tem de morar de
qualquer jeito", disse Antônia Cleide Alves, presidente da Unas (União de Núcleos
Associações e Sociedades de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco). "Muitas das
famílias que vão morar lá são oriundas de palafitas que desabaram nas enchentes. E
ainda no mesmo projeto o córrego será canalizado, eliminando mais um problema do
bairro", disse Antônia.
Urbanização / Segundo a Prefeitura, as ações da Sehab (Secretaria Municipal de
Habitação) em Heliópolis, por meio do Programa de Urbanização de Favelas,
começaram em 2005 e a previsão da conclusão total, que além do término das obras,
inclui regularização fundiária e integração ao bairro do Ipiranga, está prevista para o
final de 2024. De 2005 até agora, foram investidos R$ 470 milhões em Heliópolis e
entregues 834 unidades habitacionais, sendo que há outras 2.855 em andamento, cuja
previsão de entrega tem prazo estimado para julho de 2013, afirmou a Prefeitura por
meio de nota.
Arquiteto utiliza linhas curvas e tons vibrantes
Ruy Ohtake nasceu em São Paulo em 1938 e se formou em Arquitetura pela FAU-USP
em 1960. Filho da artista plástica Tomie Ohtake, o arquiteto inclui em seus trabalhos
formas arredondadas e cores de tons vibrantes, presentes em outras construções que
fez no bairro de Heliópolis, como o Centro Cultural, uma biblioteca e três escolas, além
de outros projetos.
350
famílias vão morar no Conjunto Residencial Heliópolis, na Zona Sul
Obras em Heliópolis atendem 18 mil casas
De acordo com a Prefeitura, a maioria das ações de urbanização concluídas e em
andamento foi direcionada ao contrato firmado para a Gleba K, a maior de Heliópolis,
que concentra mais de 60% dos 18 mil domicílios da área. Além disso, as glebas A e N,
que, juntas, somam cerca de 3 mil domicílios, também receberam intervenções. A
favela é dividida em 14 glebas.
Itaquera é berço para oportunidadesItaquera é berço para oportunidadesItaquera é berço para oportunidadesItaquera é berço para oportunidades
Maior fluxo de visitantes deve aumentar oferta de serviços até 2014. E centros de capacitação profissional vão atrair investimentos
Gustavo Coltri
Onde hoje se vê um terreno baldio na Rua Tomazzo Ferrara,em Itaquera, o jovem Danilo de Almeida enxerga uma oportunidade.
Na propriedade de aproximadamente 800 metros quadrados da qual é herdeiro, ele pretende montar um estacionamento e aproveitar o movimento do futuro estádio do Corinthians - em construção a pouco mais de um quilômetro dali.
"A região vai bombar.O mundo inteiro está de olho", ambiciona o rapaz de 24 anos, que atua como calculista em uma imobiliária em Santos.
Recentemente, ele procurou o Sebrae-SP na tentativa de obter orientação para montar o negócio. "Também estou buscando um investidor." De fato, o bairro da zona leste está em transformação. Além do equipamento esportivo, o futuro Polo Institucional de Itaquera, em
construção pela Prefeitura, deve, nos próximos anos, incrementar a infraestrutura da área e gerar novas oportunidades a empreendedores.
Para o coordenador do Centro de Estudos em Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas, Tales Andreassi, a prestação de serviços deve oferecer as primeiras chances de negócio na área: "Depois da inauguração do estádio, vão surgir estabelecimentos como restaurantes e estacionamentos para dar conta do aumento do fluxo de pessoas nos dias de jogos e eventos".
De olho na Copa do Mundo de 2014, a franquia UNS Idiomas também prevê ações para a região:" Desenvolvemos um material chamado Winners para prestadores de serviços,como é o caso de taxistas", diz o diretor de novos negócios da empresa, Carlos Coelho.Com 30 unidades na cidade, a UNS está em processo de expansão e avalia pedidos de novas escolas. "Em São Paulo, a grande procura de áreas para novas unidades é na zona leste, especialmente em Itaquera e nas regiões do entorno." Polo. Se o evento esportivo mais importante do futebol mundial deve trazer os primeiros efeitos de desenvolvimento, o Polo Institucional de Itaquera gerará resultados no longo prazo.O projeto, situado em uma área de 140 mil m² em frente à estação Corinthians- Itaquera do Metrô, prevê para os próximos anos instalações como centros de formação profissional, uma incubadora de empresas, uma rodoviária e novas vias de acesso.
"Os R$ 400 milhões destinados à estrutura viária farão uma diferença", estima o chefe da Assessoria Técnica de Operações Urbanas da Secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Lisandro Frigerio.
Até 2012, a região também deve ganhar uma unidade da Faculdadede Tecnologia( Fatec).O polo ainda contará com um centro do Senai, que vai oferecer cursos nas áreas de mecânica, eletrônica e saúde.
"Esses projetos vão atrair para a região empresas que precisam de mão de obra qualificada, mas ainda é difícil saber como será a transformação,porque tudo ainda está em uma fase inicial", comenta a consultora do Sebrae-SP Maria Alice Moreira.
Ela lembra que os bons resultados devem ser sentidos de forma gradual.
"Se o perfil do bairro muda,novas empresas são atraídas. Com o passar do tempo, outras companhias surgirão para atender às primeiras", completa Andreassi.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), Fabio Pina, a operação urbana é um importante instrumento para tornar a área um polo de atratividade: "Também pelo zoneamento e por incentivos ficais, pode-se criar uma condição que evite o efeito pendular de deslocamento", avalia.
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Empreitada solo 1.240 É o número de formalizações de microempreendedores individuais feitos em 2011 na subprefeitura de Itaquera. O comércio varejista de vestuário e acessórios e a prestação de serviços de estética lideram os novos pedidos de inscrição.