dossier de imprensa - ulisboa · 2018. 11. 13. · da arquitetura nacional procuram um olhar sobre...

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XXI Triennale International Exhibition Milan 2016 Portugal 02 Apr — 12 Sep Dossier de Imprensa

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    Nota Informativa

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    Objects After Objects, Representação Portuguesa na XXI Trienal de MilãoO Ano da Arquitetura e Design Portugueses

    A Triennale di Milano é o evento de arranque de um ano grande para a arquitetura e design portugueses. O projeto Objects After Objects propõe uma reflexão sobre a prática do projeto contemporâneo, a sua radicalização, o seu ensino, a produção, a sua dimensão criativa, económica e política, logo a partir de abril e até setembro. A Conferência de Imprensa, promovida pelo Ministério da Cultura, acontece a 23 de março, pelas 15:00 horas, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

    No mesmo ano em que o trabalho de Álvaro Siza é celebrado na Bienalle di Venezia di Architettura, em Itália; em que o Pritzker português é homenageado numa exposição no MAXXI, em Roma; em que decorre a mostra Les Universalistes. Architecture Portugaise 1965 -2015 na Cité de l’Architecture, em Paris; e que o regresso a casa, a fechar o ano, é marcado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa, um largo conjunto de eventos inicia-se com a Representação Portuguesa na Trienal de Milão.

    O Pavilhão de Portugal, com uma área de 225 m2, situa-se no emblemático Museu Nacional da Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci. A presença portuguesa, que destaca práticas emergentes da arquitetura e design, diferencia-se por ser a única a envolver uma escola superior de design, por ter uma presença de arquitetura efémera autoconstruída no exterior e por apresentar uma programação disseminada, com eventos paralelos em espaços diversos em Milão e Portugal.

    Um título é como um pórtico, mediador da nossa entrada num determinado espaço, físico ou conceptual, síntese possível de um problema dado a ser analisado. Com que somos então confrontados no título da XXI Trienal Internacional de Milão: 21st Century. Design After Design? Tratar-se-á de pensar o design, na segunda década de um novo século, relevando as mudanças internas e externas à prática crítica do design que reconfiguram a própria disciplina.

    A programação portuguesa na XXI Trienal Internacional de Milão parte deste enquadramento crítico e sintetiza um programa curatorial em torno do título Objects After Objects. Através deste programa procura suscitar-se uma problematização ampla sobre a prática do projeto contemporâneo, a sua radicalização, o seu ensino, a produção, a sua dimensão criativa, económica e política.

    Os Objetos Depois dos Objetos conduzem-nos, assim se espera, a Sujeitos Depois dos Sujeitos: ao sujeito histórico (a atualidade da história para a prática projetual), ao sujeito presente (que se identifica, desde logo, com os curadores, as suas propostas, escolhas, narrativas) e ao sujeito futuro, aquele que poderá assumir o legado e prolongar o sentido de responsabilidade da concretização que se anuncia.

    Objects After Objects, comissariado por José Bártolo, com curadoria de Roberto Cremascoli e Maria Milano, é promovido pelo Governo de Portugal, através do Ministério da Cultura, com organização da ESAD Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos e ESAD IDEA Investigação em Design e Arte.

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    A programação portuguesa será apresentada no Museu Nacional da Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci, de 2 de abril a 12 de setembro de 2016.

    OBJECTS AFTER OBJECTS — MÓDULOS EXPOSITIVOS

    O Objeto ReinventadoUma reflexão sobre o objeto, o seu uso e reuso e a sua reinterpretação na relação entre o corpo e o espaço, com ponto de partida em três workshops, orientados pelos arquitetos Paolo Deganello e João Mendes Ribeiro e pelo designer Fernando Brízio. A produção daí resultante dá origem a um conjunto de objetos inéditos, realizados pelos estudantes da ESAD, no âmbito do Mestrado em Design de Interiores.

    c o n v i da d o s e pa r t i c i pa n t e s pao lo d e g a n e l lo , j oão m e n d e s r i b e i r o , f e r n a n d o b r í z i o , vâ n i a r ov i s c o , e st u da n t e s e s a d—c u r a d o r i a d e m a r i a m i l a n o

    Extemporary CapsuleIniciativa de microarquitetura em regime de autoconstrução, suporte à instalação expositiva da representação portuguesa na Trienal de Milão. Na sua génese está a ideia de um projeto que se vai configurando através do ato de fazer. Participam cerca de trinta estudantes da ESAD e do Politecnico di Milano. O workshop que dá origem aos projetos insere-se no seguimento de uma prática pedagógica contínua e integrada no programa de Mestrado em Design de Interiores, coordenado por Maria Milano.

    pa r t i c i pa n t e s

    e st u da n t e s e s a d + e st u da n t e s p o l i t e c n i c o d i m i l a n o—c u r a d o r i a j oão c r u z e pao lo m e st r i n e r

    Novas Práticas em ArquiteturaExemplos emergentes de arquitetura nacional, correspondentes a práticas de projeto comprometidas com o real e operantes num contexto de intervenção social e performativa. Uma reflexão sobre o papel profissional do arquiteto; sobre a arquitetura enquanto ferramenta para enfrentar os problemas sociais ligados à cultura projetual contemporânea; sobre a disponibilidade e abertura necessárias para repensar o seu papel e potencialidade.

    a r q u i t e to s/at e l i e r s c o n v i da d o s j qt s / j oão q u i n t e l a e t i m s i m o n , at e l i e r m o b / t i ag o s a r a i va e a n d r e i a s a l av e s s a , b e r n a r d o r o d r i g u e s , ca n r a n / cata r i n a a l m a da n e g r e i r o s e r i ta a l m a da n e g r e i r o s , fa h r 02 1.3/ f i l i pa a l m e i da e h u g o r e i s , m o r a davag a — p e d r o cavac o l e i tão e m a n f r e d e c c l i , n u n o a b r a n t e s , p e d r o b a n d e i r a , p e d r o r o g a d o , s a m i a r q u i t e c to s / i n ê s v i e i r a da s i lva e m i g u e l v i e i r a .—c u r a d o r i a d e r o b e r to c r e m a s c o l i

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    Novas Práticas do DesignProjetos considerados representativos de formas projetuais emergentes no âmbito do design português, através da quais os temas da autoria, da produção, da participação e da economia política do design podem ser pensados. Uma aproximação ao modo como jovens designers vêm repensado setores produtivos tradicionais em Portugal (como o vidro, a cerâmica ou o mobiliário), valorizando a experimentação, a inovação estética e a responsabilidade social.

    d e s i g n e r s c o n v i da d o s a n d r é t e o m a n , f e r n a n d o b r í z i o , g a l u l a , j oa n a s a n to s b a r b o s a , j o r g e ca r r e i r a , l u í s n a s c i m e n to , m a n u e l a m a r a l n e t to , m a r c o s o u s a s a n to s , m a r t i n h o p i ta , r au l c u n ca , s a m u e l r e i s , s u s a n a s oa r e s , to n i g r i lo , v i to r ag o st i n h o—c u r a d o r i a d e j o s é b á r to lo

    13 HabitatsConjunto de entrevistas realizadas nos lugares do quotidiano de grandes personalidades da arquitetura nacional portuguesa. Os objetos são parte indispensável da paisagem doméstica: livros, objetos de uso quotidiano, coleções de arte, cadeiras, mesas, tapetes, poltronas e sofás são presenças silenciosas que, satisfazendo as exigências do habitar, medeiam a relação entre o homem e o espaço. Neste sentido, as casas de todos são povoadas por estas presenças. As 13 entrevistas realizadas nas residências ou nos lugares do quotidiano de grandes personalidades da arquitetura nacional procuram um olhar sobre a sua forma de habitar, contribuindo para a compreensão profunda do nosso estar no mundo.

    a r q u i t e to s c o n v i da d o sa da l b e r to d i a s , a l e x a n d r e a lv e s c o sta , á lva r o s i z a , e d ua r d o s o u to d e m o u r a , g o n ça lo by r n e , j oão m e n d e s r i b e i r o , j o s é a d r i ão , j o s é ca r lo s lo u r e i r o , j oão l u í s ca r r i l h o da g r aça , j o s é m a n u e l ca r va l h o a r aú j o , m a n u e l a i r e s m at e u s , m a n u e l g r aça d i a s , s é r g i o f e r n a n d e z .—c u r a d o r i a d e m a r i a m i l a n o e r o b e r to c r e m a s c o l i

    press kitwww.esad.pt/documents/154/press-kit-triennale-2016.zip

    + infomilan2016.esad.ptwww.triennale.org/en

    facebookfacebook.com/esad.matosinhosfacebook.com/LaTriennale

    hastags#21triennale#LaTriennale#objectsafterobjects

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    XXI Triennale International Exhibition Milano 201621st Century. Design After DesignPortugal Objects After Objects

    23/3, 15:00Palácio Nacional da Ajuda, LisboaConferência de Imprensa - Apresentação da Representação Portuguesa intitulada Objects After Objects na XXI Triennale di MilanoSecretária de Estado da Cultura Isabel Botelho Leal, Comissário José Bártolo,Curador Roberto Cremascoli

    31/3 Museo della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci, MilãoAbertura à Imprensa - XXI Triennale di Milano

    1/4 La Triennale di Milano, MilãoInauguração Oficial - XXI Triennale di MilanoPrimeiro Ministro italiano, Diretor da Triennale,Presidente da Câmara de Matosinhos, Comissários

    2/4 Museo della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci, MilãoAbertura ao Público - XXI Triennale di Milano17:00 Apresentação de Matosinhos City of Design Comissário José Bártolo, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos Guilherme Pinto

    14/4, 17:00 La Triennale di Milano/ Biblioteca del Progetto, MilãoThe Reinvented Object / The Reinvented City - Talk, Launch & Lunch — Talk Adalberto Dias, João Luís Carrilho da Graça, José Bártolo, Maria Milano, Paolo Deganello, Roberto Cremascoli e Rui Moreira; moderação de Guta Moura Guedes — Launch Revista Pli Arte & Design - Design After Design, por José BártoloPublicação da Câmara Municipal do Porto - Porto Before Porto, por Guilherme Blanc— Aperitivo com vinhos portugueses

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    TextosCuratoriais

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    Objects After Objectspor José Bártolo

    A vigésima primeira edição da Trienal de Milão terá lugar entre abril e setembro de 2016 sob o mote 21st Century. Design After Design e assumidamente revisita, numa perspetiva crítica da história da Trienal e da sua relevância para a cultura projetual internacional, a edição XIV dedicada ao tema do Grande Número (Greater Number) e moralidade, curada por Giancarlo de Carlo, inaugurada a 30 de Maio, no Palazzo dell’Arte, e imediatamente ocupada, encerrada e destruída por estudantes em protesto.

    Marcando, simultaneamente, o fim das grandes narrativas modernas e o início de um contexto difuso onde produção, participação, consumo e protesto podem surgir associados, sob o lastro da T68, essa trienal fantasma surgiu de uma particular discursividade, onde a negação se apresenta como condição de construção da afirmação, a destruição como condição da construção, os destroços como as bases da construção. Sendo uma exposição sem objetos e sem sujeitos, invisível, fantasmática, a T68 gerou objetos desses não-objetos, sujeitos desses não-sujeitos – uma ideia de design depois do design.

    O objetivo da XIV Trienal era o de se posicionar face a uma profunda crise social e económica, não obstante a coexistência de discursos neoliberais optimistas quanto a um crescimento económico de um mercado crescentemente global. O tema do Grande Número foi proposto por De Carlo como capaz de tratar esta dicotomia. A sua origem remetia-nos para o contexto dos CIAM (e para o conceito de Habitat for the Greatest Number, trabalhado por Candilis Josic Woods), mas evocava igualmente os programas sociais e económicos em desenvolvimento experimental em países destruídos pela segunda guerra mundial e em algumas colónias do norte de África.

    Confrontando-se com a ideia de crise e refletindo sobre possíveis formas da sua superação, a exposição de 68 começou a ser desenhada a partir de três ideias centrais: Mistakes, Information e Perspectives.

    A definição curatorial da edição XXI, revisitando a T68, prolonga, igualmente, um trabalho de inquirição sobre a prática projetual contemporânea, na sua relação com o passado (a história) e com o futuro (a ideia de utopia) que, por exemplo, a exposição The Syndrome of Influence (Triennale Design Museum, Milão, 2013) já havia trabalhado, colocando jovens designers a refletir sobre a atualidade das propostas dos principais protagonistas da rutura com o projeto moderno em Itália, como Ettore Sottsass ou Vico Magistretti. Esta exposição incluía duas reflexões, produzidas por Enzo Mari e Mario Bellini, sobre a crise do design italiano dos anos 70 e 80, que lançava pistas para uma análise mais ampla de uma certa crise do design e, consequentemente, a necessidade da sua redefinição disciplinar, adaptada a novos modelos teóricos, de ensino, de produção e comércio – um Design após o fim do Design.

    Sendo uma proposta recorrente, filiando-se a condições conjunturais tendencialmente marcadas pelo contexto económico, a ideia de um starting from zero é quase ontologicamente constitutiva da reflexão projetual. No início dos anos 90, a ideia de um fim da história, declarada por Francis Fukuyama, constituía-se como um apressado

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    diagnóstico que traduzia, erroneamente, a reflexão de Lyotard sobre o fim das grandes narrativas ocidentais, eloquentemente exposto em O Pensamento Pós-Moderno. No contexto italiano, Gianni Vattimo dá expressão ao pensiero debole sobre o qual se poderia consolidar narrativas fortes, operantes e pragmáticas. Da debilidade, nasceria, afinal, a fundamentação para um pensamento atuante, associado a um realismo crítico ou a um pragmatismo utópico.

    Design After Design convida-nos, deste modo, a um certo exercício arqueológico. Começa por nos fazer recordar o título da seminal obra editada por John Thackara, em 1988, Design After Modernism. O design, tal como a arquitetura e diversas outras disciplinas, viram a sua definição canónica, moderna, ser posta em causa a partir dos anos 70. Profundas transformações sociais, económicas e tecnológicas, pareciam exigir uma redefinição dos princípios teóricos e dos modelos orientadores da prática projetual. A introdução de John Thackara, intitulada Beyond the Object in Design, atualizava neste âmbito disciplinar transformações geradas por uma desmaterialização das práticas, pela passagem do objeto a interface, pela gradual relevância do software em detrimento do hardware. Os discursos em design radicalizavam-se, particularmente no contexto italiano e britânico, politizavam-se e circulavam em torno de narrativas de crise e da sua fracassada ultrapassagem.

    Evocava-se Marshall Berman, All That Is Solid Melts Into Air, e a leitura cibercultural de Michel Serres parecia crescentemente operativa no contexto de um design produtor de objetos-quase-sujeitos e de sujeitos-quase-objetos.

    Se no campo da arquitetura, a ultrapassagem dos debates pós-modernos, deu lugar, no final do século XX e início do século XXI a um intenso debate teórico, protagonizado por autores como Michael Hays, George Baird, Reinhold Martin, que nos conduziram sucessivamente da arquitetura crítica para a arquitetura pós-crítica e desta para o pós-pós-crítico a que Martin designa, também, por utopia realista, no campo do design o debate teórico centrou-se, essencialmente, numa certa dissecação da crise de que a conferência e posterior publicação Design Beyond Design, editada por Jan Van Toorn se constituiu como destacado exemplo.

    Design After Design parece gravitar algures entre a atualização de premissas de Design After Modernism e de Design Beyond Design numa certa tensão entre passado e futuro, entre o projeto moderno e a sua superação, entre a crise e a sua superação, entre a superação das antinomias e o reconhecimento das polaridades que caracterizam o contexto contemporâneo: norte/sul, centro/periferia, local/global, vanguarda/retaguarda, ideologia/utopia, sujeito/objeto.

    É neste contexto que a XXI Trienal nos confronta com um conjunto de questões de investigação:

    How does the figure of designer change in this nee scenario?How is it possible to focus on the complex ecosystem that is emerging from the contrast between the reasoning behind mass production and that of new forms of Post-Fordist organisation?What things, what cities, what communites do we want to leave our heirs?What design after design?Why design after design?

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    Where design after design?When design after design?

    A programação portuguesa na XXI Trienal parte destas questões e sintetiza um programa curatorial em torno do título Objects After Objects. Na nossa conceção ocidental, de raiz dicotómica, não há objeto sem sujeito, nem sujeito sem objeto. Os objetos após os objetos evocam, por isso, sujeitos após sujeitos. Evocam o sujeito histórico (e as narrativas históricas – como a da T68 – que, qual bela adormecida, aguardam o beijo do presente para despertarem na sua atualidade), evocam o sujeito presente (aquele que age, que pensa, que partilha, que questiona, o presente e no presente) e evoca um sujeito futuro, um ator vindouro.

    Indissociável, na sua conceção e produção, da ESAD Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, a representação de Portugal na XXI Trienal tem permanentemente presente a ideia de escola e de ensino e, também aí (ou sobretudo aí) reside a ideia de futuro, do espaço que o presente projeta – e neste tempo constrói-se, ou dever-se-á construir, lugar para a esperança.

    Objects After Objectspor Maria Milano

    É uma exposição que conjuga intervenientes heterogéneos, mas fortemente relacionados entre si: uma escola com o seu papel formativo e com a sua vocação investigativa e propositiva; a indústria e um conjunto de empresas que hoje se confrontam com novos paradigmas e novas profissionalidades ligadas à arquitetura e ao design; os profissionais, arquitetos e designers, projetistas/artesãos, que também graças à crise descobrem novas formas de se relacionar com o fazer projeto.Hoje as realidades produtivas convencionais convivem com as realidades híbridas, entre artesanato e indústria, entre pequena série e grande série, num panorama onde todos os cenários são possíveis. E num contexto social, político e ambiental de grande crise que não parece vir a retroceder.

    Em Portugal nunca houve uma indústria desenvolvida, o artesanato sempre conviveu com realidades produtivas caracterizadas por um grande nível de manufatura, mas pouco valorizadas pelo design, que sempre foi considerado um derivado da arquitetura e uma sua consequência.

    O design português é, em grande parte, ainda representado pelos mestres da arquitetura que, pela dificuldade em encontrar manufatos, mobiliário e complementos produzidos industrialmente, durante a ditadura, continuando uma tradição que perdura até aos nossos dias, têm desenvolvido um projeto de objetos e mobiliário fortemente ancorado a um espaço específico.

    A nova geração de designers confronta-se, porém, com um paradigma pós-industrial que, por um lado, legitima novas práticas de projeto e novos processos e, por outro, orienta para uma forte incidência no real, no social e nas problemáticas ambientais.

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    Estas novas práticas são apresentadas, através de uma seleção de trabalhos significativos de estudantes e por uma seleção de trabalhos de jovens profissionais, arquitetos e designers, que tendo assimilado a herança dos mestres da cultura projetual portuguesa, estão agora a ultrapassá-la, na tentativa de olhar para horizontes futuros.

    A liderança da Representação Portuguesa na XXI Triennale di Milano foi dada à ESAD, uma escola que há muitos anos tenta reaproximar o design e a arquitetura. Nesta procura, um papel fundamental tem espectado ao curso de Design de Interiores; e não por acaso, considerando que o design nasce e se desenvolve a partir da cultura arquitetónica e considerando que a arquitetura nasce para satisfazer o desejo de habitar do homem, intrinsecamente ligado ao sentido do interior a ideia de espaço contido e protetivo, mas também ao papel mediador do objeto como extensão do corpo que se relaciona e habita o espaço.

    As exposições apresentadas, algumas delas resultado de práticas pedagógicas presentes na ESAD há muito tempo, sublinham a importância do processo como ação que se torna forma, determinado o seu uso. É o caso do módulo expositivo A Viagem, resultado de um workshop orientado por Fernando Brízio.

    O tema do reúso é introduzido como valor sustentável, mais atual do que nunca no contexto de crise económica e ambiental, por um conjunto de objetos que são o resultado de um workshop orientado por Paolo Deganello, que vê neste tema um importante recurso concetual capaz de legitimar o projeto, desde o objeto até à arquitetura.

    Através de uma cultura de projeto, que parte do habitar para chegar ao design e à arquitetura, repropomos o papel do corpo físico e psicológico na relação com o objeto e o espaço, no módulo expositivo The Object like a Body Extention, resultado de um workshop orientado por João Mendes Ribeiro, arquiteto e cenógrafo, com a coreografia de Vânia Rovisco, onde o objeto/espaço é interpretado como extensão natural do corpo, ganhando forma e significado com a sua ação e movimento.O projeto Extemporay Capsule repropõe um processo projetual capaz de reaproximar a mão e a mente, o fazer do projetar, saber desde sempre pertencente ao homem artesão. Neste processo de autoconstrução o resultado formal é resultado de uma ação que não é a ação de um sujeito único e unívoco, mas de uma multiplicidade de sujeitos (30 estudantes) que se realizam assumindo-se individualmente como seres múltiplos.

    Por fim, uma série de 13 entrevistas, revelam a cultura do habitar de 13 mestres da arquitetura portuguesa, que se expõem numa conversa, questionando-se sobre o sentido do habitar, sobre a ideia de conforto, sobre a felicidade e a sua relação com a arquitetura, demonstrando que o habitar se configura e ganha forma partindo das necessidades ancestrais do homem cujas funções primárias se realizam através de um sistema de objetos que medeia a sua relação com o espaço.

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    Objects After Objectspor Roberto Cremascoli

    A Triennale di Milano, criada em 1923, é um dos principais eventos internacionais dedicados à arte, design e arquitetura. A sede da Fundação La Triennale é no Palazzo dell’Arte, projeto de Giovanni Muzio de 1933. A presença de Portugal naquele palácio foi assídua ao longo dos anos e ao longo das várias edições da exposição internacional, que chegou ao numero 21.

    A Trienal do Grande Número foi o título da XIV edição da Exposição Internacional Triennale di Milano de 1968. Giancarlo De Carlo foi o curador de uma exposição que não chegou a abrir. Duas horas antes da inauguração foi ocupada e quase inteiramente destruída: 30 de Maio 1968.

    Um grupo de contestatários e estudantes consideravam não apenas o evento, mas sobretudo a instituição, demasiado burgueses. Daquela exposição conhece-se muito sobre a ocupação, sobre o squatter, mas pouco se sabe sobre as obras, os pavilhões e os ambientes pensados por Arata Isozaki, Alison e Peter Smithson, Shadrach Woods, Aldo van Eyck, o grupo Archigram, Archizoom, Gyorgy Kepes, Hans Hollein, Renzo Piano, entre outros. Uma exposição nunca visitada pelo público, que se centrava nas obras enquanto processo, na arquitetura enquanto ambiente e na recusa do objeto enquanto mercadoria.

    A sociedade que a exposição do Grande Número apresentava, declinada do ponto de vista demográfico, do consumo dos recursos ambientais, da produção industrial, das revoluções urbanas, foi vítima de si mesma: uma manifestação por parte do público que, de forma premeditada, destruiu a exposição. O que se poderia considerar uma performance, um happening, transformou-se numa ocupação falhada.Após a intervenção das forças da ordem, com a expulsão dos ocupantes a 11 de junho, Giancarlo De Carlo escreve no jornal l’Unità: “As exposições são como castelos de cartas, desmoronam-se com pouco ou nada”.A XXI Triennale recomeça a partir daquelas cartas. Também Objects After Objects, o projeto de Portugal.

    O ano que acabou foi protagonizado pela palavra refugiado. Temo que será a mesma a protagonizar aquele que começou e os outros a seguir. Espero que haja uma palavra coprotagonista no futuro que por aí se vai construindo, e que esta seja tolerância. Espero que os profissionais da arquitetura e do design sejam tolerantes. Menos efeitos especiais, menos megalomanias à volta daquelas profissões. Espero também que haja menos retórica e demagogia na utilização das palavras refugiado e tolerância. Tolerância, disponibilidade, partilha, generosidade e curiosidade para tornarmos todos menos egoístas e abertos ao diálogo.

    É preciso reconsiderar o papel profissional do arquiteto/designer e considerar a arquitetura/design como uma ferramenta para enfrentar os problemas sociais ligados à cultura projetual contemporânea. Para tentar procurar uma outra forma de conceber a arquitetura/design temos de ser disponíveis e abertos ao alargamento do nosso saber sobre o papel da arquitetura/design e sobre as potencialidades do arquiteto/designer.

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    promotorRepública PortuguesaMinistério da Cultura Direção-Geral das Artes

    organizaçãoESAD IDEA Investigação em Design e Arte

    parceiros institucionaisCâmara Municipal de Matosinhos Câmara Municipal do Porto

    apoio institucionalaicep Portugal Global

    mecenasRAR ImobiliáriaDesign FactorySofalcaSoftlightEcomotti SPA

    comissárioJosé Bártolo

    curadoresMaria MilanoRoberto Cremascoli

    curadores convidadosFernando BrízioJoão CruzJoão Mendes RibeiroPaolo MestrinerVânia Rovisco

    coordenação geralSérgio Afonso

    coordenação pedagógicaJoana Santos

    coordenação editorial e programáticaAndreia Garcia

    gestão de projetoMargarida Antunes

    produção executivaDavid Marques

    design expositivoRAR/Design Factory

    design gráficoInês Nepomuceno

    web designDiogo Vilar

    pressMafalda Martins

    local officeFlavia Chiavaroli

    SUPPORTED BY ORGANISED BY

    SPONSORSMEDIA PARTNERPARTNERS

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