Antologia – Premium II
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Antologia
Premium II
Poesias & Textos
Antologia – Premium II
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Copyright 2015 (1ª Edição) Todos os direitos desta Edição reservados aos autores. Impresso no Brasil Printed in Brazil
Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907
Projeto Editorial Diagramação :
Antônio Ramos da Silva
Capa: UQC – comunicação Visual Ltda
Revisão técnica e ortográfica: dos autores.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
ISBN –
PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO
Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980) sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).
A634 Antologia premium II : poesias & textos / Adriana Garda de
Souza … [et al.]. – 1. ed. – [S.l.] : Bookess, 2015.
150 p.
ISBN: 978-85-
1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira –
Miscelânea. I. Souza, Adriana Garda de Souza. II. Título.
CDD: 869.98
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Adriana Garda de Souza
Antônio Ramos da Silva
Gilmar Voltolini
Carmine Mônaco
Elisabete Leite
Ana Maria Vavassori
Rose Bona
Célio Gilberto Silva
Antologia
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Poesias & Textos
1ª Edição
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Está obra é um projeto da Academia de
Letras Infanto Juvenil para Santa
Catarina integrando escritores,
Alagoano, Carioca, Catarinense,
Gaúcho e Napolitano. Intercambio
cultural de ideias retratados em
poesias, pensamentos e textos.
“Reunir Escritas é Possível”.
A educação tem raízes amargas,
mas os seus frutos são doces.
Aristóteles
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Sumário
Apresentação: (5)
Poesias & Textos:
Adriana Garda de Souza (7/22)
Antônio Ramos da Silva (23/38)
Gilmar Voltolini (39/54)
Carmine Mônaco (55/70)
Elisabete Leite (71/86)
Ana Maria Vavassori (87/102)
Rose Bona (103/118)
Anete Vargas Bitencourt (119/134)
Célio Gilberto Silva (135/150)
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Adriana Garda de Souza
Nasceu em 4 de Novembro de 1965, na cidade de Florianópolis (SC).
Vive e trabalha em Nova Trento (SC).
Engenheira Agrônoma, Poetisa e Ativista Cultural.
Graduou-se em Agronomia, pela instituição UFSC – Universidade
Federal de Santa Catarina (1988).
Atua como Enóloga. Lecionou por muitos anos, as disciplina de química e geografia na Escola de Educação Básica Francisco
Mazzola, na cidade de Nova Trento (SC). Foi professora também no
Programa EJA – “Educação de Jovens e Adultos e Correção de Fluxo”. Atuou de 2005 a 2010, como Engenheira Agrônoma, no
município de São João Batista (SC), no projeto “Microbacia2”. Foi Colunista da Revista “Passa Temposia”, por três anos, na coluna
“Reflexão do Cotidiano”. Faz parte da diretoria da ALB/SC - Academia de Letras do Brasil para Nova Trento (SC), onde ocupa o
cargo de Secretária.
Contato: [email protected]
Páginas: Facebook: https://www.facebook.com/dripgss?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/adrianagarda/
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O perfume
Fúria insana.
Rancor visceral.
Odor de madeira com fundo floral.
Quimeras ideias
quisera... fossem dela!
Humor dilacera, a alma intera.
Odor que infesta com notas de areia
marinho e sensual.
A marca tatua para sempre a imagem
destilando,
evaporando. Vida, siga essa viagem.
Sentida na pele
chamas acesas liberam fumaça;
aromas inocentes,
tonta e inebriada, sufoca,
imola,
abrasada.
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A canção que me faz bem
Estou tentando segurar,
minha vida tocar,
mas não vou agüentar
sem você para me apoiar.
Sem chão eu vou ficar!
Você é meu norte.
Meu rumo.
Sinto tua falta.
Vê se não some!
Onde está você
com a resposta que preciso?
Onde esta você?
Já estou sem saber
qual é o caminho.
Não consigo mais ficar
sem falar contigo!
Me trás tua canção,
o meu melhor abrigo!
Lembra que fomos feitos
de verdade e emoção.
Sei que posso contar,
que se um dia eu gritar
você virá.
Me ouvirá!
Então vem. Canta neném
com teus agudos e graves
a canção que me faz bem!
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Frêmitos
Meu corpo sedento de não vividos amores
me atraem de novo , me trazem aqui!
Odores, olhares, na pele o tremor.
Na busca de um rosto, me trazem aqui!
Procura insana que a alma não sacia.
De olhar em olhar, o frêmito de ti!
Quero. Não quero, não sei!
O que úmidos anseios.
Tremores ligeiros.
Tão sutis, são intensos
passam por mim.
Será um alguém?
Delírio sem nome.
Paixão sem ninguém!
Tempo que passa.
Angustia que fica!
A boca entrea bre
expressar sem conseguir,
o que só toques
olhares e gozos,
enfim, poderá definir!
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Carnevale
Ponha a máscara colorida, e a fantasia.
Vá ao encontro de seu Arlequim, Colombina.
Flerte com o Pierrot, aumenta a estima!
Noturnos olhares, sorrisos, desfilam.
No corpo enverga, bela e feminina.
A alma sôfrega aspira etílica bebida!
Leve esquece as dores, vive amores!
Clichê não teme; desarma altivez.
Deixa o momento ter as rédeas uma vez.
Para que tanto orgulho, machucada?
Tudo passa e não cultiva mágoas.
Ferida estanca. Folia levanta!
Seja senhora em sua postura.
Faça com seu par, bela figura.
Vai bailar.
Cantar.
Cansar em amar...
Quando quarta de cinzas.
Chegar.
Tire a vestimenta da utopia!
Envergue renovada,
a máscara do dia.
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Chuva
Chuva que vem descendo forte... silvada.
Estrondo, depois da tormenta, suave calma.
Um torpor que inebria desaguar tudo então,
camisa suada e alma lavada!
Como palavras atrozes gritadas em toda direção
sem saber o porquê sem ninguém ter razão.
Assim é. Sempre assim é!
Começa com agitação se sabe se intui,
na virada do tempo não tema não.
Não trema a mão!
Depois que passa vem cheiro de chão.
Odor de passado. Vazia sensação.
Serena com o silvo agora leve.
Lava, lava, lava a estrada.
Deixa a vida mais calma!
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Remanso
Ela acompanha
sinuosa orla.
Sente o corpo cansar.
Não se abala fácil
a próxima onda virá.
Ela está a esperar.
Chega e se joga ao mar.
Ela é guerreira.
Na vida, jogadora.
Nada barra sua luta.
Em sua mente tudo no lugar.
Quem se interpor
sua lealdade perderá.
Não volta.
Não há tempo.
Não sofre.
Já não há lamento.
Amou tanto!
Para que sofrimento?
Viver é seu lema.
Puro elemento.
Sem dúvidas...
com sentimento.
Consentimento!
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Caminho com você ao meu encontro
Eu quero as respostas agora,
não me importa se vai magoar, se vou sofrer!
Estou cansada de esperar para viver
de ir lutar pelo que quero pra valer.
Esse caminho que já venho trilhando,
de qualquer modo não me poupou de topadas.
Quis pegar um atalho, uma via que achei mais rápida,
mas cheguei numa encruzilhada!
Agora que preciso saber para onde vou me mover.
Não encontro nenhuma placa. Uma sinalização.
Vou precisar parar sentar e pensar.
Não vou prosseguir até encontrar
a resposta que toque minha alma , meu coração!
Tentei evitar a dor, driblar o sonho com ilusão,
mas quando se chega nesse ponto; não tem mais não,
ou se vive com verdade ou encara a solidão!
Você me alertou de cara! Você acertou na lata!
Você me avisou e entendeu!
Então vem! Senta comigo vamos dar uma parada!
Enquanto a gente fala, deu o tempo; veio o sinal!
Você decifra pra mim!
Você me estende a mão para prosseguir!
Vamos ao nosso encontro.
O caminho está aí!
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Intensa emoção
Preciso saber. Preciso entender
porque fico fora da razão.
Não consigo me ligar, só quero estar contigo
encontrar teu corpo amigo.
Pura sedução!
Esse amor que me enlouquece
tão sem juízo, às vezes nem percebe,
penso em ti.Teu sorriso.
Tua voz me entorpece!
Preciso sentir como anda o teu humor.
Te provoco todo dia.Intensa emoção arrancar.
Machuca coração!
Não foi assim que aprendi.
Ninguém me avisou.
Essa vontade voraz de onde veio;
quando chegou?
Quando chego perto algo estranho acontece
é como se o tempo dissesse: é um engano!
Não confunda esse amor, não venere.
Faço em silêncio, por esse amor uma prece!
Ciúme. Tanta gente! Que encrenca.
Ilusão! Viver de querer a tua atenção!
Chegou de mansinho... ai, mas veio pra ficar!
Jeitinho de menino; homem feito pra se amar!
Sorriso de malícia. Doce perdição!
Ai que delícia! Minha louca tentação.
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Superar
A mata úmida escorrega o passo,
mas me empenho.
Quero subir teu monte ao máximo.
Durante o percurso me deparo com água corrente.
Paro para refletir sobre a água, me refletir na água.
Narciso morreu assim, se mirava se admirava.
Uma flor, lenda, linda e debruçada.
A razão é atingir o cume, o cimo.
Para mim é motivo de superação;
fugaz prazer de superar a dor.
Ficar a olhar os seixos de pedras gastos;
emoção de tempo de contemplação.
Dividida, sempre, razão ou emoção?
Continuo.
Empenho valorado por nova energia.
Penso que ando em fase de caminhos de pedras;
doce reflexão, teu tempo se foi... deixo-te!
A mata se abriu, campo se fez, vento me fustiga,
desperto e horizonte infinito se descortina!
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O vento e o movimento ("in memoriam" - Querida cunhada e irmã
Célis Teresinha Simão)
Queria escrever uma letra que não falasse de tristeza.
Pensei em poder lembrar-se de algo que só me faz sorrir.
Andei nos trilhos da vida para conseguir
e achei esse vagão parado nessa estação....
Entrei! Vou tentar. Vou embarcar.
Sair dessa nebulosa tormenta de ilusão!
Embarquei com saudade de um tempo em que era feliz.
Esse sentimento fez um movimento
e o vagão me trouxe um vento....
Num intenso desejo o vento me fez sorrir!
Tentei adivinhar o que o vento
e o movimento diziam para mim.
Perguntei para meu coração
e então foi que entendi.
Está chegando o momento.
É agora que vou achar.
Esse vento e movimento
querem de novo me levar.
Meu sonho se perdeu na viajem de ida.
Só vou parar quando o coração falar.
Está tudo aí. Pode recomeçar!
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Manifesto do contato com a ligação
Perder o ponto de parada buscando nas estradas, pensando
nas mancadas minhas. Meu pensamento elege! Quando se quer algo
muito forte, o universo nos testa. Enquanto era só momento, tudo
era festa! Ou não? Às vezes a dor se manifesta! Demorar a chegar, ou
queimar a largada? Qual a mensagem que me cabe decifrar? Qual
chave abrirá a porta desse mundo em que quero entrar! Tento seguir
o que minha intuição ditar, mas como se percebe? A tal força de
mesma intensidade e que tinha que para eu retornar, não aparece!
Onde estará? Teste. Testando. Testamento e testemunha!
De que adianta, penso que o momento é agora, mas, minhas
ligações? Não retornas. Qual é o enigma? Pura coincidência ou, no
entanto, o que era pra ser?! Não é a verdade, e o que era ilusão seria
o encanto!
Quebrada a corrente de sedução, de magia e o que era tabu.
Secreto, se revela! Pela lei natural que me contaram, só assim
aconteceria, senão seria fraqueza, utopia! Então me responde: foi por
querer ou não? Na parte que te cabe fica a questão, era isso que
procuravas em mim ou não?
Desligo a outra parte em questão, mas seguindo a tradição,
me responda. O que ocorre de fato, então?! Curiosidade. Pretensão.
Abuso de liberdade. Já sabes. Sou assim, então. Contas as chamadas
ou não?Cercear um amigo; passar do ponto. Pura ansiedade.
Necessidade de autoafirmação?Por que não! Quem pode responder
com precisa exatidão?Não atender faz parte de manter o acordo.
Respeito, não passar do ponto não!
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Estância do Bem Querer
Vou enlevada no sonho que me leva em pensamento,
carregado como vento para esse pago distante
que de tão grande se perde a olhar o horizonte!
Que saudade pampa querida. Pampa do meu coração!
De minha bela infância fosse também parte importante
que no tempo já vai tão longe perdida nas carreiradas
e de novo buscada em tristes noites vazias.
Volto para esse tempo passado onde em teu campo vivia.
Livre em teu verde prado; corria, corria, corria.
Hora passava e noite já vinha
semeando o céu de estrelas...
tão grandes igual não via.
Voltava então ao repouso, cansada,
em sonhos me entregava,
inspirada no que contigo sentia.
Hoje de ti vivo distante
querência de minha vida,
outra jamais nunca houve
de beleza infinita.
Guardo teu campo na memória,
e quando posso volto a te ver;
quando a saudade machuca
sei como te achar.. vou te rever.
Sigo a estrada do vento,
rincão de meu viver.
Me espera que estou chegando,
estância do bem querer!
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Meu pago do coração
Conhecer o Rio Grande,
de minha mãe o rincão!
Com alegria,
em tom de vaneira,
bateu o meu coração.
Ver de perto essa querência,
que imensa emoção.
Vai me levar quem eu gosto,
ver herança e tradição!
Quantas lindas cidades há!
Montes e verdes prados,
vejo ovelhas a pastar.
Só falta descer uma serra,
estamos quase lá!
Na descida linda visão,
ladeando o Rio Lageado,
como corredor azulado
vejo hortênsias em profusão!
Começa a chuva, estrada de chão,
lá fora escuridão!
Na lama o carro a deslizar,
como potro chucro,
que só laço forte consegue domar!
Ao longe fraca luzinha,
um povoado de casinhas, iluminadas ao luar!
Chegamos pago distante,
aqui visse crescer aquela que me deu nome!
Meus avôs nessas terras lutaram
e por onde passaram suas marcas deixaram!
Povo hospitaleiro, que herdaram
que é dar valor, por aquilo que conquistaram!
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A quem possa interessar
Sou pessoa que gosta de pessoa.
Somente quando encontra algo de partilhar.
Algo de trocar! E esse algo não é palpável.
Não se pode comprar!
Vem de dentro, intuição!
São encontros de almas que raras vezes são vista.
Encontram-se na jornada.
Pena que muitas vezes se afastam por força mesquinha.
Às vezes só a confiança,
quando a alma não é mais criança,
não garante a companhia!
Desconfiar é joio no meio do trigo!
Se acharmos que vale o trabalho, vamos separar!
Tento pensar que no fim das contas
só o que de bom colhemos iremos levar!
Difícil elogiar, pois teremos um preço a pagar!
O medo do envolvimento, melhor na brincadeira levar!
De todos os sentimentos, amizade sincera em primeiro lugar!
Vão essas mal traçadas linhas a que possa interessar!
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Antônio Ramos da Silva Nasceu em 19 de setembro de 1960 na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). É Professor, Radialista, Escritor, Ativista Cultural, Historiador e Poeta. Graduou-se em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva –
FADEPS – Curitiba (PR) (1984). Pós graduou-se em Gestão Financeira, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987). Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil
para Santa Catarina Municipal de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação Internacional de Poetas para São Bento do Sul. Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não”, e “Oficina de
Poetas” em São Bento do Sul (SC). Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de
Literatura e Artes - 2013. Publicou: 30 títulos, entre poesias, textos, diálogo e história.
Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs
https://www.facebook.com/groups/659480440734716/
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Sua voz
Ouvir-te Oh! Meu amor.
É como o meu ser, se conectasse a velocidade da luz
em melodias e sons e sentir meu interior emergir. Voz que encanta e me seduz num bailar de silabas soltas;
num entrelaçar de uma paixão envolta.
Seus sons. Oh! Meu amor.
Aquele que sorrateiro foge de teus lábios
como brisa leve, e repousa em meus ouvidos
como labaredas de fogo. Deixa meu corpo fervido
e me chicoteia suavemente. Abriga-me em tua doce euforia.
Quero ser melodia; num arranjo só me inebria.
Faça-me frequência e única sintonia.
Seu som me capta e de amor castiga.
Varre as malditas palavras que não ouso escutar:
Infelicidade, dissabores, desarmonia.
Eu não canto decepção estagnada; aquela que fazeis dele pranto e no canto da alma se fez pó.
Não quero mais desamor
disso eu tenho dó.
Vida se canta numa nota só. Amor!
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Banheira sem sais
Chovem lágrimas.
(finas gotas cristalizadas).
O tempo chora lento.
Arrebento; ouço sentimentos invernais.
Um deserto nas mãos.
Aflição guardada no peito. Água doce banheira sem sais.
Poesia banha no leito. Em brasa a saudade arde.
Não há caminho e nem eito numa busca covarde.
Avessos de mim revirados.
Passado de ti esquecido.
Trago-te no coração tragado.
Desilusão que me invade sorvem água, impurezas...
dos meus olhos resguardados.
Solitários, derrama na face esquecida.
Frases de poemas amarrotados; bebida amarga; engolida solidão.
Não há remédio que cure feridas
de uma perdida e picante ilusão.
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Ser real
Se pudesse
esfoliar a alma;
rasgar a roupa, tirar a fantasia.
Desnudar o corpo. O que será que sobraria?
Voltar ao ventre...
e em nascente silêncio ficasse sugando o liquido que somos.
Energia realmente.
A essência! A fragrância.
Sem casca.
Grafado
Disseste que sentes faminta, quer por que quer
minha pele sorvida.
Habitat onde escreveras o teu amor.
Na duvida despetalei as margaridas. Escolhi o meu querer.
Nem pensei.
Não me perdi. Nem quis adivinhar.
Na pele grafei :
"Amor por ti".
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Caricia
No rastro de saliva em meu corpo deixado.
Banhaste um dilúvio de felicidade temperado.
Agora beba o amor que me deste e dirija sem controle. Escreve-me com tua língua e apague os vestígios
das palavras que te afastam de mim. Folheia-me...
Sombra
Sombra nua.
Sombra vazia
esparramada na rua.
Sombra tua.
Sombra fria
morre esquecida na rua.
Sombra vazia de mim.
Nua vazia tua fria
na rua a crua sombra
esparramada esquecida
num vazio sem fim.
Escala
Apeguei-me tão a ti .
Virei uma nota só. Teu!
Só você me toca.
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Estou
Se existo. Vivo e me surpreendo. Minha alma deixa me ir além.
Atenção
Mantenha a nobreza até quando os vidros da tua alma quebrar.
Frasco
Tua essência deixa o meu mundo perfumado.
Trem da alegria
Jamais me encontrará no solo pobre da depressão.
Refugiarei a minha tristeza na tua alegria.
Real
O romantismo nunca acabará.
O amor que ficou mais concreto e virou substrato.
Argumento
Um mundo sem palavras as fadas perdem as asas. A magia e a vida
somem em sílabas áfonas nas abas da escuridão.
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Aproveite
Viver é uma arte tolerante; aceita erros e tentativas.
Nada
Nascemos de mãos vazias; regressamos da mesma forma.
Livre-se
Liberta -te!
Siga o fluxo
do coração.
Balanço
Quando o amor cresce a alma silencia.
Sol Vente!
Se medito. Solvo. Não resolvo, derreto.
Tornado
A felicidade é tão devastadora que só tem: mente alma e coração.
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Livro
Quando me lês eu adormeço livre.
Superlativo
O que configura a maturidade espiritual é a relatividade da doação e
condução de bênçãos. Onde há ecoa há ação.
De onde para onde
Não desista daquilo que te faz feliz,
mas se depender de outrem a tua felicidade,
persistir sim, desde que exista pelo menos uma trilha
que poderá levar-te a uma estrada.
Faço o teu para os outros.
O que sobrar é teu.
O berço macio da vida é a nossa paz interior.
Lago manso onde repousa a nossa realidade.
Beleza
A inversão da essência pela aparência, a razão do ser humano
sucumbirá perante o espetáculo intenso que é viver se m alma.
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Missão cumprida
A estampa de um sorriso com a Alma nunca se apaga; exala o que os
olhos captam e o que o coração traduz; em ondas que extasia o
existir.
Asas
Podes até estar com os pés no chão, mas o meu amor em voo faz
alçar um coração sem asas.
Controle
Uma enfermidade não se origina na matéria. É da matéria para o
campo das emoções, mente e espiritualidade. Aprofunde-se e
equilibre esse trio.
Colo
Nos braços frágeis de um abraço me nega e acalma os medos,
aconchego que adormeci a solidão.
Lucidez
Teu beijo destila minha razão. Percorro curvas e labirintos de olhos
cerrados, fatidicamente embriagados e totalmente extasiados; única
ressaca que me deixa sóbrio.
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Pluma
Dance e libere os movimentos como um cisne deslizando na lâmina
da água. Saber tocar-te com as pontas dos dedos é possuir plumas
que me dará asas.
Roupa
Tu que és esse doce aroma errante, que se faça de ti poesias.
Só de ti são os meus dias; visita que me veste a solidão.
Ilusão
A ilusão só pode ser vivência por um momento lapso e nunca
preencher um vazio interior com coisas que estão fora do nosso
alcance.
Atrás da porta
Outrora tudo é tão intenso que a aurora espia de longe, deixando-
nos anoitecer, nem as palavras sabem o que dizer escondendo-se
atrás da porta ouvindo-nos sussurrar.
Estica
A velhice é uma condição de quem não consegue esticar o tempo.
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Tua falta
Feche teus olhos
e me diz o que vês.
O vazio sombrio,
a escuridão sem fim...
Essa é minha vida sem você.
Apagada,
solitária,
infeliz assim.
Prometa-me
Uma doce mentira
é melhor que uma
irônica verdade.
Prometa-me.
Diz que sim!
Deixa-me ser o que te sinto.
Ter o que te escrevo.
Moldurar o ter e o ser
ao meu modo.
Sê-lo-ei feliz!
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Silêncio
Todo o silêncio
têm o ruído leve da alma.
Uma melodia latente
comungada dos sentimentos.
São ecos mudos somente
audíveis a quem encosta
no coração os ouvidos.
Calor
Uma clara lua,
tom áureo com o azul escuro da meia-noite;
deleita-me com os afagos na sombra,
mãos que o amor retoma os seus direitos
quando me deito em aquarela,
desenhando-me nu, no corpo dela.
Duvidoso
O mentiroso
é vítima do eu e meu;
e um carente refugiado
do seu inferior... Eu.
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Solitária janela
Aquartelei minha alma a eternidade.
Escrevi o amor nas arestas do coração.
Em perene partida semeei o adeus
num pedaço de chão.
Ah! Quanta saudade.
Olho para trás aquela solitária janela.
Triste e abandonada.
Espelho das horas quietas.
Lenta a vida carrega.
Acendo o tênue pavio em espera.
Trafega, navega nos meus desertos e mares.
De carona na vida
Ilha-me os sentimentos tragados.
Elos
O que atrai não é a casca e sim a composição. Uma árvore frondosa
se cortada podemos aferir a sua maturação.
Oxigênio
Não dê apenas um suspiro.
Pinte o teu sorriso com o batom da vida.
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Verão
Extasiei-me ao beijar o mar;
a beira debrucei-me.
O sol refletido no rosto.
Ao vento, cabelos a bailar.
Em teus olhos fixei.
Ali me vi em ti.
Doces lábios beijei,
era mais do que podia ter.
Nada ficou por dizer.
Foi o que queria saber.
Queria-te mais que tudo,
mas não pode ter.
Dei por mim nos teus lábios.
Recolhi palavras tuas
e vesti frases tão nuas
dum amor que sois sábios.
Meu eu
Se descascarmos as fantasias o que fica é a energia de que somos realmente
feitos, a essência.
Teu espaço
Até em silêncio você demonstra que existe. Estar sozinha é mera condição.
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Feliz
A felicidade não é um ponto no espaço. É o destino.
Retina
O melhor silêncio é uma bela declaração de olhos.
Excelência e paz
Toda luz que nos olhos estampamos; é uma onda eletromagnética
que captamos; que prove a alma. Magnetismo sutil e denso que
move as nossas emoções secretas; ora harmonizadas, ora fútil e
volátil; e por elas somos guiados. Nessa longa viagem oposta
entre a busca e o equilíbrio. É que acendemos a vida.
Sábio
A sabedoria é uma energia impessoal; imanta e magnetiza a mente,
através de um ensinamento ou um pensamento que não se dissolve
com o tempo, liberta apontando nova trilha.
Antologia – Premium II
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Gilmar Voltolini
Nasceu em 27 de Outubro de 1955, na cidade de Rio do Sul (SC). Filho de Artur Voltolini e de Lídia Nogueira Albanos. Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Advogado, Administrador, Poeta e Ativista Cultural. Iniciou seus estudos na Escola Reunida João Romário Moreira em Rio Cerro II, bairro de Jaraguá do Sul (SC). Migrou com a família em meados de 1.965 para o balneário de Barra Velha (SC), matriculando-se no Grupo Escolar Astrogildo Odon de Aguiar. Durante o ano de 1.974 prestou serviços à Pátria no 13o. Batalhão de Caçadores (62o.BI) em Joinville (SC). No ano seguinte concluiu o científico no Colégio Estadual Celso Ramos. Graduou-se em Administração de Empresas, pela instituição Faculdade de Ciências Sócio-Econômicas de Joinville (1990). Bacharel em direito em pela instituição UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina (2014). Pós graduou-se em Produção de Textos e Gramática, pela instituição UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville. Atualmente é diretor cultural da Sociedade Literária São Bento do Sul. Sócio fundador da USBE – União São-bentense de Escritores. Foi colunista do Jornal Evolução em São Bento do Sul (SC). É titular da cadeira 25 da Academia Paranocatarinense de Letras. Estreou na literatura com o livro “Entre o Amor e a Razão”, (1998). “Respingos do Mar”, (2000) e “Flor de Camomila”, (2003).
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Antologia – Premium II
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Antologia – Premium II
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Espelho da alma
O rosto é o espelho da alma.
Os olhos são as janelas, mas cuidado,
elas podem ser as grades de uma prisão.
Navegando num mar de ondas calmas,
foi o que vi antes de me aprofundar no azul das suas retinas.
Fui entrando com cautela, como quem sonda terreno
desconhecido em noite de puro breu.
Nas águas profundas a maresia entorpecia minha alma,
narcotizando meus sentidos,
enquanto a brisa insuflava as velas dum coração hirto
pelo choque repentino do seu olhar.
Deixei levar-me, pois estava hipnotizado e surpreso,
de encontro às rochas escarpadas sedentas do rubro líquido venoso.
Os olhos são as janelas da alma,
mas se transformaram numa prisão,
as grades não as vi quando fui atraído.
Quis sair, já era tarde.
Prisioneiro sem libelo acusatório. Adormeci.
Sonhei com a liberdade, dos campos floridos de jasmim
com o velejar ao lado das aves sem ninho
de viver sem as dores do amor de amar sem sentir culpa.
Acordei, era hora de ir trabalhar. Trânsito congestionado,
pista da direita interrompida, mais um conserto sem aviso.
Pedestre atravessando fora da faixa.
Gás carbônico asfixiando o bebê no carrinho.
Quis voltar para o meu sonho, mas não consegui.
O sonho é a fuga da alma para voos de plena liberdade.
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A tangerina e o marimbondo
O tempo que tenho para escrever antes que o sono se torne
maior que a minha vontade de ficar acordado é tênue. O mundo lá
fora está escuro, exceto as ruas iluminadas da nossa cidade. Do outro
lado do mundo já é dia. Em qualquer parte do mundo sempre é dia,
na terra ou no mar.
Enquanto o dia demora a chegar para quem está acordado, a
noite é um instante que só é percebido quando o galo do vizinho;
não estou dizendo que o vizinho é galo, até pode ter sido no
passado. Todo bom galo tem também o seu dia de panela. Ser
acordado pelo galo do galinheiro do vizinho tem um quê de
nostalgia.
Naquela época galos despertadores, o pirilampo não
brincava com sapo. A sua língua esticava mais que beiço de cavalo
relinchando. Judiação era ouvir o lamento dos batráquios sendo
engolidos pelas cobras.
Na frente de casa tinha um pé de tangerina, não carregava
muito e as mais bonitas ficavam bem acima de qualquer marmanjo.
Subir em árvore não é difícil. O complicado é descer com segurança.
Certo dia... achei um ninho de marimbondos no beiral da
casa, estava enorme demais e antes que caísse na minha cabeça,
resolvi arrancá-lo com uma vara de bambu, deveria ter colhido as
tangerinas. Minhas orelhas ficaram vermelhas e inchadas, pior foi
descobrir que os marimbondos sobreviventes sumiram e foram para
o pé de tangerina.
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Uns dias mais tarde quando subi para colher a mais bonita
que estava bem na copa. Sei que subi, mas não sei como desci; só me
lembro que as orelhas doíam e a cabeça parecia enrugada.
Pode ter sido algum tipo de retaliação dos marimbondos,
mas comi a tangerina com um gosto diferente. Havia um prazer de
vitória, mas nunca mais derrubei ninho de vespa e jamais subi em
árvore com laranja madura, sem antes procurar por s inais de vespas
ou marimbondos.
Anos mais tarde ouvi uma música que dizia: “laranja
madura na beira da estrada está bichada Zé ou tem marimbondo no
pé”, com certeza quem a escreveu sabia o que estava dizendo. Não
sei se há alguma diferença entre vespa e marimbondos, mas sei que
as suas ferroadas doem muito. Não há laranja que valha a pena. O
que vale mesmo e ouvir o zunido do bicho roçando os ouvidos antes
das picadas.
Quem nunca subiu num pé de árvore ou derrubou um ninho
de marimbondos não sabe o prazer que há nisso. E o risco de ser
picado? Quando somos crianças não calculamos os riscos, sabemos
que o que conta realmente é o prazer da corrida para escapar. Às
vezes elas nos alcançavam outras não. O galo está quase cantando. Já
é madrugada. O sol está nascendo lá pelos lados do oceano atlântico.
Logo ele bate na janela.
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A dúvida da galinha
O galo e a galinha estavam discutindo problemas
domésticos, quando a galinha saiu com uma pergunta no mínimo
curiosa. Por que será que as pessoas quando brigam entre si,
utilizam o nome da nossa família? Ouvi a dona de casa falar mal da
vizinha. Que ela é isso e aquilo, e no final ainda esbravejou: essa vaca
é uma galinha. Além de nos colocar na discussão, ainda a chamou de
vaca. Tudo bem, vaca é vaca, mas por que galinha? Não consigo
entender. Afinal de contas vivemos para o galinheiro, não
discutimos com ninguém, e quando você arrasta as asas para as
outras, faço de conta que não vejo; tudo para manter a harmonia no
galinheiro. Penso comigo e até fico contente, enquanto esse galo
come as franguinhas eu posso ficar sossegada, não preciso fingir que
estou com dor de cabeça. Mesmo tendo pena, não me troco por
nenhuma dessas pessoas. Vivermos com um único galo. Temos
muita vergonha na cara, nenhuma de nós pula a cerca ou tenta se
aproximar de outro frangote, e veja que no terreiro do lado tem um
galo que vive tentando nos levar para o seu terreiro. Aqui nesse
poleiro, só você, galo velho pode ser considerado sem vergonha. Não
tem pudor algum. Outro dia vi você colocando um galinho novo
para correr, e como isso não bastasse, tentou subir em cima dele. Por
sorte ele conseguiu fugir pulando o cercado, nunca mais voltou.
Em outra briga, fiquei com medo, a dona Lala disse que ia
torcer o pescoço da galinha, e arrancar as suas penas, corri e pus a
salvo no ninho me fingindo de galinha choca, você sabe, ninguém
gosta de comer carne de galinha choca. Mas depois finquei mais
aliviada quando o marido disse que não era para ela se preocupar, a
vizinha não era tudo aquilo que tentava vender. Foi então que meu
coração começou a sossegar, a final de contas ela não estava falando
de nós, mas daquela vaca, ah! Desculpe-me.
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Preciso descobrir porque nos colocou na discussão. Ela falou
com tanta raiva, parece que somos desprezíveis ou coisa pior.
Qualquer dia vou ciscar no terreno da outra, só para ver se descubro
alguma coisa. Acho melhor você não ir. Deixe tudo como está. Não
vamos procurar encrenca, depois no outro lado tem o Tonicão, galo
que não respeita nem a mãe. Por aqui está tudo muito bem, por
enquanto sou eu que mando nesse galinheiro; tem uns galinhos
querendo aparecer, mas se eles bobearem; derrubo as cristas deles,
sem dó e nem piedade. Você não se importa comigo mesmo, só se
preocupa com as galinhas e os franguinhos. E ainda por cima quer
expulsar os outros machos que aparecem de outros cantos. Cada
macho procure o seu lugar, aqui mando eu e comigo não tem xixi
minha nega, mudou de pena, vou logo me aproximando, se der
mole, os pintinhos saem a minha cara. Não permito que ninguém
além de mim cante de galo no meu galinheiro.
Afinal de contas? Por que elas nos colocam nas suas brigas?
Somos exemplos nesse mundo animal, se alguém trai, são elas as
vizinhas e você galo sem vergonha. Mal ouviu a última palavra e já
saiu correndo atrás de um rabo de pena. Sem pena, a franguinha saiu
batendo as asas cacarejando, já sou uma galinha (no bom sentido).
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Espumas brancas das ondas
Do tapete de espumas brancas das ondas do mar aos campos
verdejantes nas montanhas de ar rarefeito. O colibri que voa de boca
em boca (flor) e retira seu néctar adocicado que lhe dá energia e
impulsiona seu minúsculo ser. A flor não reclama a perda da sua
doçura, porque sabe que o bico do beija-flor é o falo fecundador que
espalha a vida.
Das espumas brancas das ondas do mar as lágrimas dos
olhos mais cobiçados (da mulher amada) à beleza do céu azul que
contrasta com o branco da gaivota que flutua ao sabor do vento que
vem distante, fresco ou aquecido e às vezes frio, mas sempre
indispensável ao seu voo.
Das espumas brancas das ondas do mar às manchas de
sangue derramado das feridas, às vezes vidas ceifadas no mar ou na
areia. Por mais branco que seja o branco, o vermelho do sangue
sempre é mais forte, porque a vida sempre será mais forte qu e as
ondas que morrem na praia.
Das espumas brancas das ondas do mar ao lenço branco de
despedida manchado de rímel dos olhos fartos de lágrimas, pois a
lágrima sempre abunda com facilidade dos corações apaixonados.
Das espumas brancas das ondas do mar que batem nas
pedras, e não desistem jamais da empreitada, pois sabem de
antemão que mesmo sofrendo nas pontas afiadas, pedra sempre será
pedra e água pode ser água hoje, amanhã se tornar bruma e em
seguida água novamente, limpa e cristalina como asa de libélula, ou
ainda salgada com gosto de lágrima.
Das espumas brancas das ondas do mar que molham os pés
das crianças, lava a areia do corpo e refresca a pele. E o amor é
sempre amor, na juventude ou na maturidade. Acima de tudo
enquanto houve vida, nessa e na outra que será eterna.
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Das espumas brancas das ondas do mar que refletem a
claridade do sol e ofusca olhos desprotegidos, e ninguém está
protegido da luz (do amor) em canto algum do universo se tiver
amado pelo menos uma vez, aos brutos que não amaram, mas foram
amados pelas suas mães. Se todo homem perdoasse como as mães,
não haveria pedido de perdão sem resposta conciliadora.
Das espumas brancas das ondas do mar onde inicia a
jornada da frágil jangada aos espinhos nos pés dos índios descalços
que caçam nas matas quase extintas.
Das espumas brancas das ondas do mar, onde o peixe morre
e serve de alimento ao pescador, que sem pena sacia a fome da sua
prole.
Das espumas brancas das ondas do mar onde o maninim se
enterra na areia fofa que pisada pelos pés descalços dos enamorados ;
deixam marcas profundas.
Das espumas brancas das ondas do mar que trazem garrafas
com mensagem de pedido de socorro. Estou perdido numa ilha
distante junto da pessoa amada, onde abunda água de coco e frutas,
por favor, não me procurem jamais.
Das espumas brancas das ondas do mar repletas de água
viva, aos sons das baleias arpoadas em alto mar.
Das espumas brancas das ondas do mar, início a vida e que
hoje tão vilipendiada, não vê outra saída a não ser lamentar.
Das espumas brancas das ondas domarem aos homens que
lutam pela vida, onde o corpo adoece e a alma se liberta com a
morte, porque a morte é assim do jeito das ondas do mar, às vezes
mansas, outrora agitadas, mas não deixam de existir.
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O pássaro de peito amarelo
A mulher chegando a casa com o marido vê um pássaro no
gramado do jardim e diz: olha meu bem que sabiá bonito de peito amarelo. E o marido, no final do dia, cansado, mas ainda com um
pouco de paciência respondeu: o pássaro que você diz ser um sabiá é
um bem-te-vi. Ambos são parecidos, têm penas, voam, são pássaros, mas os seus cantos são bem diferentes. Cada um com o seu estilo
próprio embelezam a natureza. Já os quero-queros são teimosos não gostam de dividir seus espaços com ninguém. Parecem mais com os
seres humanos.
Muita água vai correr no Rio Buschle até o dia que as
pessoas comessem a melhorar. Talvez o mais crítico no momento seja a desfragmentação da família e dos jovens sem rumo. Todos querem
viver o momento, mas não sabem aonde chegar. As drogas ilegais e legais têm contribuído assustadoramente com os índices de
acidentes, mortes, descaminhos. Parece que as pessoas não conseguem mais se divertir se não tiver ingerido alguns goles
misturados com êxtase, isso sem falar no “fumo”, carreira de pó e
outras “cartelas”. Por mais que a repressão tenha retirado de circulação alguns elementos, outros surgem com forças redobradas.
Precisamos conscientizar educar. Não é fácil quando os filhos sequer ouvem os pais.
A sociedade tem evoluído muito nos mais diferentes
segmentos, conforto doméstico, medicina, tecnologia, já nos aspectos morais e éticos a coisa seguiu um caminho inverso.
Precisamos resgatar o estilo de vida dos anos sessenta, onde o bate-papo franco entre amigos e no seio da família fazia a
diferença. Não é preciso que as pessoas estejam bêbadas ou quase para conseguirem se “soltar” ou adquirirem coragem para dizer o
que pensam e estejam prontas para ouvir algumas verdades necessárias. Não há dúvidas, o pássaro era um bem-te-vi.
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Antes que o dia termine
Antes que o dia termine, Catherine olha para o céu e pensa.
Gostaria de ter visto o dia amanhecer, pois havia saído da cama perto do meio dia. Tudo que é deixado para depois, vai ficar para
sempre no passado como algo não realizado. Tenho pressa porque antes que o dia termine preciso ver uma infinidade de coisas,
pessoas e até mesmo aquele João-de-barro que caminha pelo
calçadão sem medo de ninguém. Dá inveja ver um ser tão singelo, um pássaro, que não tem medo de pessoas, nem do gato ou do
cachorro.
Antes que o dia termine, uma bala perdida pode antecipar o fim de qualquer um que esteja na linha de fogo dos insensatos que
brigam por coisa alguma a não ser pelos seus egoísmos exacerbados que os conduzirá a lugar algum.
Antes que o dia termine preciso terminar de ler um livro, ou os inúmeros livros que ficaram para trás ou foram preteridos por
culpa da televisão, bicho bisonho que a todos arrasta para uma poltrona ou para uma cadeira de consultório médico. Depressão, mal
que muita gente tem e acha que é ansiedade de não saber como tudo será no outro dia.
Antes que o dia termine preciso correr para tomar o último gole de água fresca e sem cloro que escorre da fonte da praça. Correr, jogar
bola, nem que seja bola de qualquer coisa, preciso jogar bola. Fazer boca (buraco no chão) e brincar com pecas. Armar arapuca para
pegar rolinha. Subir na goiabeira e escolher a goiaba mais bonita e mais vermelha por dentro que os beiços da mulher amada em noite
de lua de mel. Soltar pipa, correr atrás de caranguejo, jogar
pedrinhas redondas no rio e vê-las ricochetear por inúmeras vezes. Tomar banho de chuva, comer pinhão assado na brasa. Rodar a
baiana e pôr para fora tudo que não foi dito, inclusive: eu te amo perua.
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Pescar o maior peixe, roubar do vizinho a laranja mais bonita e poder dizer sem culpar alguma: que coisa mais gostosa do mundo
é uma laranja roubada.
Não se esquecer de levar o cachorro para passear, perder alguns minutos com a loira mais bonita do bairro e tentar levá-la ao
cinema. Comprar pipoca, chupar sorvete. Olhar para o céu e gritar, ufa! Ainda bem que deu tempo para tudo isso.
O dia começa a amanhecer e começo tudo novamente. Porque a vida é tudo isso e um pouco mais. Todo dia termina e
começa no momento que nos damos conta que estamos vivos. Para alguns o dia pode não amanhecer ou terminar antes que o sol se
esconda por trás das montanhas sem matas do século XXI.
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A moça do cabelo duro
Moça do cabelo duro que anda pela calçada, com pressa de ir
a lugar algum. Não trabalha e nem recebe dos cofres públicos. Se trabalhasse ou recebesse algum trocado vestir -se-ia melhor. Sua
indumentária assemelha-se a maltrapilho. Seus cabelos se foram lavados o foram pela chuva. Sabão ou sabonete, xampu nem sabe o
que isso quer dizer, talvez acredite que seja algo para comer.
Comida, dessas de encher a barriga ela não vê e nem come há muitos dias.
Será que tem sonhos? Talvez nem durma direito, deitar-se
onde? Se sua casa é o mundo e o seu abajur as estrela? Será que
acredita que algum dia a sua vida vai melhorar; apaixonar-se, casar,
ter filhos? Atravessa a rua sem medo, não teme carro parado e nem
em velocidade. Se alguém buzina, nem faz sinal de reprovação. Total
indiferença. Ninguém repara nela, quem sabe essa crônica a torne
conhecida, não; ela já é conhecida, sim! Nós a conhecemos. Mas
fazemos de conta que não a vemos. É um ser anônimo, mas existe,
tem sentimentos, sente frio, seu nome só ela o sabe. Seus pais estarão
vivos ou morreram? Ver uma filha nessa aflição matá-los-ia de dor.
Assim caminha a nossa semelhante, de vitrine em vitrine
imaginando-se dentro de roupas novas, lavadas. Não bate nas portas
e nem pede coisa alguma, mas anda com pressa. Para onde vai?
Procura por alguma coisa, ou anda para fugir da miséria ou do
cheiro que exala quando passa.
Pobre criatura, que terá feito em outras vidas para receber
tamanho carma? Prefiro acreditar que esteja rastejando para merecer
o céu, pois ela o merece mais que todos nós, que andamos de carro
com os vidros fechados e isofilmados para não vermos o seu pedido
de ajuda.
Antologia – Premium II
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Não, ela não pede ajuda, seu pedido vê-se em seus modos,
seus olhos cabisbaixos. Não encara ninguém. Medo, vergonha ou
simplesmente humildade.
Moça do cabelo duro, com alma, aura, espírito. Ser,
semelhante ao que denominamos Deus. Deus que nos perdoe
tamanha indiferença. Indiferença que não mata, ajuda a sofrer. Não
aniquila e nem nos afronta porque somos assim, desse jeito
indiferente aos sofrimentos que não sentimos. Atiramos uma moeda
que cai no bueiro, não faria nenhuma diferença mesmo, pois o valor
do metal não compraria nem uma fatia de pão, produziria sim uma
lágrima diante da nossa solidariedade.
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Sapos e pererecas
Sapo é bicho de sangre frio e como isso não bastasse; é feio,
mas não incomoda ninguém. Onde eles vivem há pouco inseto. Grilo
não se mete à besta e minhoca esperta fica imóvel.
Certo dia ao chegar a casa à noite, fui abrir o portão de
correr. O desgraçado travou, com raiva coloquei toda energia que
havia restado nos músculos cansado depois de um dia de trabalho,
finalmente cedeu. Fechei-o novamente, porém estava mais leve. Na
manhã do dia seguinte, ao sair, vi a desgraça que tinha feito, havia
um sapo morto, estraçalhado entre as roldanas e o trilho do portão.
Que merda! Pensei eu, porque não gritou, se sapo gritasse,
teria lhe salvo a vida. Depois daquele funesto acidente, toda vez que
o portão tranca pulo por cima. Gosto dos sapos, porque eles não
reclamam de nada, mesmo quando estão sendo amassados e mortos.
Não dá nenhum grunhido, um gritinho sequer. Se ao menos
coaxassem alto em momento de perigo, nem assim. Morrem como
heróis, não desses que têm medo do inimigo e saem correndo,
melando as cuecas.
Em outra ocasião encontrei um sapo morto, você pode
pensar que sapos morrem todos os dias, e isso é verdade, mas aquele
estava seco e com a boca costurada. Não dá para entender que
existam pessoas que costure boca de sapo, dizem que é mandinga.
Antes da costura, introduzem a foto de algum desafeto ou o nome
escrito num papel para fazer-lhe mal. Como um sapo com a boca
costurada, morrendo de fome e sede pode prejudicar alguém? Mas o
sapo tem que conviver com o seu estigma.
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Vivo não faz mal a pessoa alguma, mas o condenam a morte
para prejudicar pessoas. Um paradoxo.
Hás uns dez anos, mantive como animal de estimação uma
perereca. Ela entrou num cômodo da casa ainda filhote, ou seria
mais adequado dizer pererequinha. Enfim a perereca cresceu.
Toda vez que acendia a luz ela se metia numa fresta e ficava
somente com os olhos de fora. Esse convívio pacífico durou alguns
meses, não que ela fosse perigosa, mas todos sabem que pererecas
grudam nas pessoas, mesmo sendo inofensiva, sentia certo medo.
Numa noite ela desapareceu, toda vez que passo pela casa
me lembro dela grudada na parede, talvez tenha saído para procurar
outro abrigo, ou simplesmente criou asas e saiu voando. Animais de
estimação não deveriam morrer apenas criar asas e se libertar para
voos de plena liberdade.
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Carmine Mônaco
Nasceu em 28 de Outubro de 1966, na cidade de Nápoles (IT). Vive e trabalha em Roma (IT). Cientista Político, Escritor, Poeta e Ativista Cultural.
Graduou-se em Ciência Política pela Universidade de Nápoles Frederico II.
Atualmente é Editor e Escritor na Empresa LiberArti – Social Reader Writer Artist. Idealizador e proprietário do site LiberArti.
Livros publicados
Narrativa:
“Vangelo secondo Di Pietro”, Napoli 1994. “La Leggenda del Buddha Indeciso”, Napoli 1997 e “Amori magicomici”, Napoli 1998.
Teatro:
“The Black Strawberry”, 2010. “Più Sodoma che Gomorra”, 2010. “Gli amanti di mia madre sono i miei amanti”, 2009 e “The Joy Smith Show”, 1992. Contato:
[email protected] Página:
www.liberarti.comTel. (+39) 338.88.11.711 – Email: [email protected]
Antologia – Premium II
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Antologia – Premium II
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O mal em excesso De Carmine Mônaco
Tradução: Maria Cristina Alves Dias
Do nada não restam sobras,
nada foi dado, nada recebido.
O mal em excesso,
ao contrário,
transborda quanto mais se é dado
de volta.
Assim, por ódio demais,
todo mundo volta ao seu vazio,
os dedos na foto
não são uma mão verdadeira, a presa não tem raízes
e finalmente cai.
Antologia – Premium II
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Dificilmente ácido De Carmine Mônaco
Tradução: Maria Cristina Alves Dias
É ácido muriático o quinto toque sem resposta
da quinta chamada derradeira, o desprezo ostentado,
na frente e por trás das cenas, a quinta que faz com quem sabe lá quem.
Dificilmente Beethoven.
É ácido muriático o nu realizado para agradar aos outros
em busca de confirmações de uma nua realidade teórica,
de nuas ideias elementares, corpo nu nas mãos de quem sabe lá quem.
Dificilmente Pitágoras. É ácido muriático o seu sexo
à distância, de cidade em cidade,
os orgasmos gritados, egoístas, egocêntricos, solitários,
puros amplexos animais sem qualquer busca de quem sabe lá o quê.
Dificilmente Moby Dick.
É ácido muriático o ódio que me joga na cara
para se divertir e desfrutar do silêncio que me gela, vacina que transmuta a carne em couraça,
os órgãos internos em aço fundido. E a língua em uma flecha aguda
que posso afundar, quase sem mais dor, no seu ácido muriático e descobrir que, agora,
por mais que seja quente, por mais que me cave por dentro,
dificilmente é amor.
Antologia – Premium II
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Você pode me perdoar? De Carmine Mônaco
Tradução: Maria Cristina Alves Dias
Sim, eu admito, eu dei você por conquistada como o grão dá por assimilada a terra na qual afunda as suas raízes, a água e a luz do Sol que o nutrem, a mão que o colhe para fazer o pão. Eu confesso, eu dei você por conquistada como os cavalos que correm ao longo dos campos, sentem cada folha de grama, o vento entre as crinas, os torrões que são levantados sob suas patas, os caminhos do retorno e a quietude do descanso, como parte de si e uma só coisa com o Todo.
Você tem razão, eu dei você por conquistada, como o coração que sinto pulsar
sem poder contar as batidas, como o sangue que circula nas veias,
como o ar que respiro sem pensar nos pulmões que se enchem e na própria vida.
É verdade, eu dei você por conquistada como o rio que atinge a foz e não sabe do seu nascimento, que não sabe ter um fim no mar, mas somente beija a terra que atravessa e as suas margens, beija-a com os mesmos lábios da nascente à foz, sob os olhos da mesma floresta.
Sim, eu dei você por conquistada com se fosse parte de mim, como sei que tenho braços, pernas,
olhos e boca, como sei que tenho uma mente e uma alma sem a qual não vivo: você.
Eu dei você por conquistada porque você é grão, raiz, terra, mão, pão e campo,grama, vento, torrões, caminhos e quietude, o eu e o Todo, e coração, sangue, ar e pulmões, vida, rio, mar, lábios, nascente e foz, floresta, corpo, mente e alma. Você pode me perdoar por isso?
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Gotas e furacões De Carmine Mônaco
Tradução: Maria Cristina Alves Dias
Há furacões que chegam e levam tudo embora, redemoinhos metálicos poderosos como Deus.
grandes e inchados como nações em armas. Implacáveis em suas guerras não declaradas,
arremessam no ar, família, trabalho, casa, carro, jardim e garagem, pra fora, longe,
em um outro continente, deixando você
sangrando, só e nu.
Há furações que chegam com o sol, doces e delicados como uma brisa.
Esperando somente que abra o seu coração para apunhalar você com uma única gota de chumbo
que deixa tudo intacto, sem cor e inútil. família, trabalho, casa, carro, jardim e garagem
e matam somente você.
Há furacões que sacodem tudo a sua volta,
as vigas se abalam, os muros tremem, flashes de luz infiltram entre as fendas e os pregos,
e os estrondos do trovão sacodem as estruturas. Mas você continua a lavar os seus pratos,
enxugá-los e colocá-los um sobre o outro, porque sabe que não está ali por você,
não é o seu furacão.
Há gotas que chegam com calma,
batem a sua porta com gentileza e docemente pronunciam o seu nome.
E você não pode fazer outra coisa a não ser abrir.
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Uma lágrima sombria escorre no princípio e envolve você como uma mosca para levá -lo embora
porque te ama, te ama verdadeiramente por ambos, e talvez você queira somente ficar onde está,
sangrando, sozinho e nu.
Há gotas e furacões que chegam juntos, doces e violentos, feitos de relâmpagos e mel,
gigantescos exércitos de nuvens,
abelhas e gafanhotos, você sai para olhá-los, estão bem juntos,
são feitos um para o outro, você puxa pra cima a gola do casaco,
já chove a cântaros mas não importa, você acende um cigarro contra o vento,
as suas mãos tremem, é adrenalina,
você senta nos degraus da varanda, exala o seu veneno branco
em pequenas fumaças desfiadas e os desafia a matar você,
fumo, gotas e furacões.
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A arte do chá, da guerra e do adeus De Carmine Mônaco
Tradução: Maria Cristina Alves Dias
Miku se aproxima com uma bandeja. Seus olhos parecem esculpidos
em uma noite clara, coberta pelos quentes reflexos do âmbar. Veste um quimono maravilhoso, um modelo susohiki branco pérola com
bordados florais de um tom mais escuro, que emergem no vestido como flores de lótus recém-projetadas. Traz à cintura o obi, uma
larga faixa de seda azul celeste com uma flor de losangos de cristal
bordada sobre a curva, que nasce sob o seio e a envolve em torno às costas. Muitas garotas ocidentais roubá-la-iam, deixando-a nua e
febril no meio da neve. A maquiagem no rosto é leve e exalta a sua beleza, não a esconde. A sua elegância não é ostensiva, de fato, é
única, assim como a única forma verdadeira de elegância é não ostentar. Todo o resto é ficção, artifício, ridículo.
Suas mãos leves colocam na mesa de bambu uma chaleira que parece
matizada de terra, um antigo tetsubin, e dois copos. Observo os
contrastes entre a delicadeza das porcelanas, a resistência da chaleira de ferro forjada pelas mãos endurecidas dos artesãos de Nanbu, os
sinais precisos de seus sábios reparos, o olhar discreto de Miku, nunca direto, mas plenamente consciente de tudo à sua volta. Suas
mãos suaves movem-se lentamente, com sabedoria, desenhando origamis no ar. Eu respiro o perfume das flores que aquelas mãos
prepararam com habilidade em um belo ikebana... E eu entendo que,
na realidade, não há contrastes: cada coisa está no seu lugar, em harmonia com as outras.
Aqui, revivo o mesmo sentimento de beleza e de perfeição vivido, admirando a arte, a arquitetura e os lugares da Antiga Grécia. Eu o
experimentei primeiro, percorrendo o jardim construído com tal cuidado como a parecer uma obra-prima da natureza, com as suas
lanternas cobertas de musgo, a corrente de água e as maravilhosas
plantas e flores capazes de fazer você esquecer, em poucos minutos, a cidade e a confusão para mergulhar no silêncio e na meditação.
Antologia – Premium II
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Eu o experimento agora, fixando o olhar sobre os sinais dos meus reparos interiores, agora que sinto uma serena melancolia, um calor
que derrete o gelo dos dois últimos anos de solidão, assombrada pela presença de sombras e simulacros de pessoas que não existem na
realidade.
Eu não sei dizer como, mas alguma coisa desperta em mim a recordação da minha onipotência infantil, sepultada há décadas sob
o pó da derrota e do sofrimento.
Eu me lembro de acreditar-me capaz de tudo.
Lembro-me de ter tido confiança na vida, em mim mesmo, nos outros, e como tudo isso constituía um algo inteiro.
Lembro-me de como o retribuir aquele amor e o ser amado eram a mesma indissolúvel coisa.
Eu me lembro de ter sido muito amado e de que eu não tinha medo. Recordo-me de que não podia respirar, de que o ar não conseguia
encher os meus pulmões e de que eu fazia todo o possível para manter aquele ar que entrava o maior tempo possível, até assoviar
como um fole, até expandir dramatica mente o peito: eu era asmático.
Recordo-me de que aqui em Nanbu, na ilha de Honsh, a asma não
existe. Talvez não seja verdade, mas me tranquilizo.
Miku é um nome belíssimo, o seu som é doce, mas não conheço o seu significado. Eu lhe pergunto, ela pega uma caneta e um pedaço de
papel de arroz e escreve o seu nome na escrita Kanji:??. Então, me explica em inglês que Mi significa “ainda não”, enquanto que Rai
tem vários significados. Pode querer dizer “próximo”, ou então
“vir”, mas também “causa”, ou ainda “tornar-se”.
«Esta escrita?? Significa “futuro”, lido, porém, de modo diferente: Mirai», diz ela. Enfim, a firma: «Seguramente, podemos interpretar o
significado como “o futuro que deve ainda chegar”». Lembro-me de ter acreditado no futuro. Eu me recordo com clareza,
mas não consigo lembrar-me quando comecei a parar de acreditar.
Antologia – Premium II
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Quando, quando eu cresci? Quando foi que eu percebi que não era onipotente?
Talvez quando eu comecei a amar. Quando descobri ser dependente
dos outros para muitas coisas, para o calor, para a alegria, para as risadas, para as palavras belas e doces, para a profundidade dos
sentimentos, para minha própria sobrevivência. Quando comecei a esperar amor em troca do meu amor.
Quando me descobri disposto a fazer qualquer coisa para ser aceito e ser amado, até mesmo mudar e me tornar qualquer outra coisa ou
qualquer outro.
E o que eu experimentei, no entanto, quando pensei que poderia morrer por amor? Medo, revolta, fraqueza... Nojo de mim mesmo?
Nada disso. Era apenas um modo para recuperar aquela onipotência:
podia de novo fazer qualquer coisa por amor, até mesmo morrer, então eu era de novo onipotente. Ou não?
Não.
Miku aproxima-se, coloca um lenço de papel branco na lapela da roupa, abre um chaire, os aromas do chá espalham-se por toda parte,
escolhe algumas folhas que derrama na chagama e começa a fervê-lo,
dizendo: «A arte mais difícil do mundo é apreciar as coisas simples”. A arte do chá está entre as mais simples».
Eu podia escolher a física quântica, mas teria sido fácil demais. «Para apreciar as coisas simples, é preciso aprender a renunciar ou,
ao menos, a suspender todo o nosso conflito e a superar, se não sabemos esquecer, todas as nossas dificuldades”. Mesquinharia e
prodigalidade são ambas um obstáculo à contemplação da
simplicidade. Os samurais fizeram da cerimônia do chá um elemento fundamental do Caminho, o código de conduta que regulava a vida
dos guerreiros em todo o seu aspecto. Eles deixavam as suas espadas do lado de fora desta sala, a cha shitsu, para gozarem o seu perfeito
equilíbrio e a harmonia com o jardim ou com o resto da casa.
Antologia – Premium II
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Apreciavam a vista de chabana, talvez uma única flor colocada na tokonama, aquele pequeno espaço onde você pode admirar os rolos
de calígrafos, e finalmente tomavam um gole do seu chá, meditando».
Alguma coisa me deixa perplexo. Talvez movimento demais. Enquanto eu degustava um requintado kaiseki, tento imaginar os
samurais que entram na sala, sentam-se na posição ritualística e seguem em silêncio e com grande concentração o ritual do chá. O
canto de um rouxinol e o escorrer do riacho que atravessa o jardim
distraem-me. Experimento um sentimento de inveja daquela concentração que eu não consigo nunca obter. Talvez porque seja
uma coisa intimamente ligada à seriedade.
Quando criança, eu teria gostado muitíssimo de me tornar um samurai. Também quando rapaz, eu não me envergonho de dizê-lo,
seguia as aventuras de Lupin III, porque me agradavam as façanhas
de Goemon Ishikaya, o hábil samurai descendente de uma antiga família de ladrões. Os outros, Lupin III e Jigen, faziam-me rir muito,
é verdade, mas não me fascinavam; então, havia a esplêndida Fujiko, que me agradava muitíssimo, mas era, por assim dizer, um tipo
“incontrolável”; o inspetor Zenigata enternecia-me porque se assemelhava a meu pai, irremediavel mente honesto e sempre
derrotado nas suas tentativas de fazer e ter justiça, enquanto ele,
Goemon, ele era tudo aquilo que eu queria ser: calmo, determinado, corajoso, infalível. Exceto por um detalhe: ele odiava as mulheres e
Fujiko mais do que qualquer outra. Odiava-a porque ela era egoísta, antissocial, capaz de amar somente três coisas: dinheiro, joias e a si
mesma, e se servia da sua deslumbrante beleza somente para alcançar os seus objetivos. Ela tinha dois grandes, maravilhosos,
seios: o seu nome, Fujiko, quer dizer precisamente “Picos gêmeos”.
Era ótima ao fazê-los dançar entre as mãos, fazendo-os oscilar para cima e para baixo, e depois girar para a direita e para a esquerda, até
hipnotizar Lupin, que naquele ponto fazia qualquer coisa que ela quisesse. Quanto tinha desejado a katana de Goemon, a Zantetsu-ken,
a “espada que corta o ferro”! Na realidade, podia cortar qualquer coisa: exércitos, tanques, navios, aviões, arranha-céus, cidades
inteiras, planetas, sistemas solares, exceto o purê de batatas.
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Era um impedimento simbólico: é assim que se reduz o coração em amor, como um purê, e nenhuma espada pode cortá-lo, por isso
Goemon recusava-se a amar, mas como eu podia saber disso então? Agora me contentaria até mesmo com um bisturi.
«Os samurais dedicavam muitíssimo tempo à arte da concentração, o fundamento de qualquer arte», Miku me diz. Faço um esforço para
prestar mais atenção às suas palavras. «No tempo que passavam na sala, esqueciam a guerra, renunciavam
à batalha e se dedicavam inteiramente à contemplação do belo”.
Acho que pra você tenha chegado o momento de seguir o Caminho deles. Pelo menos, sob este aspecto.»
Os seus gestos lentíssimos fascinavam-me. Miku está mergulhada
em uma verdadeira e própria meditação intimamente ligada às práticas Zen. A estrita observância das regras garante que nada
perturbe a serenidade e a harmonia do rito. Os meus joelhos doem e
a perna esquerda começa a formigar. Em silêncio, também eles. Miku começa a encher as taças com o gyokuro, o chá das grandes
ocasiões, denso, com uma cor verde brilhante, cheio de reflexos nos quais é fácil perder-se enquanto a olho em silêncio e sinto crescer em
mim um sentimento de intimidade e de profundo respeito. Cada gesto é um ato de sensibilidade e graça destinado a purificar o
espírito e a colocá-lo em harmonia com a natureza. Ela é abençoada
de poder repetir todos os dias esse ritual, porque “a repetição” é um modo de compreender os profundos significados escondidos em
cada pequeno gesto e chegar assim à “iluminação”. É absolutamente necessário dar a conhecer isso aos trabalhadores em linhas de
montagem. Enquanto me entrega o primeiro copo, ela me explica que o chá em
forma densa se chama koicha e é feito para degustação do hóspede
mais importante (nesse caso, eu, por falta de outros hóspedes) que toma alguns poucos goles e passa para o próximo. Ao bebê -lo, me
dou conta que tem um sabor forte de erva. Procuro segurar cada sensação o maior tempo possível e ampliá-las, então entrego o copo,
que ela recebe com a mão direita, segundo o ritual, e o apoia lentamente sobre a palma esquerda, admirando a beleza.
Antologia – Premium II
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Sempre com a mão direita faz girar o copo em sentido anti-horário, escolhe o lado mais bonito e o põe para fora, finalmente degusta o
chá também ela. Depois de ter bebido, limpa o ponto sobre o qual apoiou os lábios (coisa que me desagrada um pouco), recoloca o
copo na posição inicial e me entrega de novo. Desta vez, compreendi as regras e as respeito também eu, com precisão. Quando lhe entrego
de novo o copo, Miku repete a sua parte do ritual, que agora é perfeito, e por fim o entrega de novo.
Depois de uma longa pausa de silêncio, ela me explica: «O mestre
reconhecido da cerimônia do chá foi Sen no Riky, que fez disso uma verdadeira e propriamente dita forma de arte”. O seu gosto p elo belo
e o seu pensamento fizeram-no tão famoso que foi escolhido para servir dois dos três generais que lutaram pela unificação do Japão,
entre 1500 e 1600, Oda Nobunga e Toyotomi Hideyoshi».
Eu já tinha lido alguma coisa sobre eles em um volume de his tória
do Japão, mas não posso passar sem me perguntar se teriam podido vencer Goemon, mesmo todos os dois juntos.
«Riky estabeleceu os princípios fundamentais do rito: serenidade, harmonia, silêncio e quietude interior, e perfeita sintonia com a
natureza”. Se hoje, como hóspede, você se sentou no lugar de honra, perto do tokonama, é porque Riky estabeleceu assim há séculos. Se
não há hóspedes, naquele lugar senta-se o chefe da família.
Retribuo o conhecimento transmitido a mim com uma inclinação do corpo e permaneço em silêncio, esperando. Espero conseguir fazer o
silêncio dentro de mim e eu me rendo ao encanto misterioso daquele lugar, à inacreditável beleza da sobriedade. Não há nada, mas é tão
belo! Gostaria de afogar naquele nada as minhas mesquinharias , os meus rancores e os meus erros, as minhas preocupações e os meus
objetivos, para me dar uma forma de tentar alcançar a Perfeição
através das minhas imperfeições. E talvez chegar ao fundo de alguma coisa, para mudar.
Na verdade, me bastariam a serenidade e a força para cortar os pesos
mortos, as fontes de dor. «O Caminho dos samurais para a cerimônia do chá começava
quando estes deixavam as suas espadas do lado de fora da sala.»
Antologia – Premium II
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«Eu não consigo, Miku», confesso de uma vez, como para libertar-me de um peso enorme. «Eu não consigo, não sou capaz disso.»
«É por isso que agora você é somente um homem que luta. Para se tornar um verdadeiro guerreiro, você deve aprender a escolher as
suas batalhas e, sobretudo as guerras que valem realmente a pena serem combatidas. Você deve aprender a escolher as pessoas e as
coisas que circundam você, e a viver em harmonia com elas. Deve aprender a confiar nas pessoas e nas coisas que escolher.
Somente assim poderá chegar ao ponto de deixar a sua espada do
lado de fora da casa e tomar o chá junto com elas, vivendo plenamente o momento.»
«Você tem razão, algumas pessoas, algumas coisas, é melhor perdê-las que encontrá-las.»
«Você tem certeza disso? Se você exclui o sofrimento que elas causaram ao seu coração, permanece ainda a sua opinião? E se esta
dor fosse nada mais que o fruto do normal fluir dos acontecimentos,
das mudanças inevitáveis, de coisas que você não pode mudar, estas coisas, estas pessoas, não trouxeram alegria à sua vida, ainda que
por um tempo limitado? Não ficou feliz nesses momentos? Não se tornou, graças também a eles, uma pessoa melhor? E você não seria
mais pobre, se não os tivesse vivido?» «Não, não: Fujiko é mesmo uma idiota!», gostaria de dizer, mas ao
invés disso, respiro profundamente, balanço a cabeça: «Sim. Talvez
sim. Ou talvez seja somente verdade que nada dura, nada acaba, nada é perfeito.»
«Ou talvez sejam verdadeiras ambas as coisas.» Mas... Por acaso, ela conhece Fujiko? Não ouso perguntar-lhe.
Eu tenho de ser honesto comigo mesmo: ela tem razão. O ponto é
que alguns acontecimentos e algumas pessoas machucaram-me
porque não foram como eu queria. Porque não fui capaz de entender e aceitar desde o início a sua verdadeira natureza e os seus
propósitos. Eu me enganei, eu me empurrei para o enganador mundo de mâyâ e as suas alucinações trazem dor inevitavelmente...
Mas se pode sair dele.
Antologia – Premium II
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Lembro-me do sentimento de beleza triste que tinha tido ao observar uma esplêndida flor de cerejeira em Fukuoka, no princípio de abril.
«Você sabe que agora estamos quebrando a regra do silêncio, não é?», Miku me pergunta.
«Sim, eu percebo e peço desculpas.» «Não, não é necessário. Estamos ambos fazendo progressos, não há
nada para se desculpar. Mas o silêncio, a solidão, a concentração, são preciosos para conseguir a libertação do mundo material e a
evolução do espírito em direção a uma vida mais simples: não se
chega à verdadeira compreensão através das palavras ou da linguagem, mas somente através da prática do Caminho.
E isto os samurais sabiam perfeitamente.» Miku levanta-se para preparar o usuka, pega algumas poucas folhas
de chá da natsume e derrama desta vez no testsubin. Enquanto repete o ritual, seguindo com o olhar movimentos que repercutem no
tempo e no espírito, ela me diz: «A arte do chá, a arte da guerra e a
arte do adeus são a mesma coisa.» Esta frase cria finalmente o silêncio dentro de mim. A força destas
palavras provocam o vazio interior, varrem como um flash as minhas ilusões, os enganos dos sentidos. Começo finalmente uma
verdadeira meditação e consigo até mesmo resistir à excitação causada pela força e pela beleza daquilo que eu estava
experimentando. Vejo aquela espada que o samurai deixa do lado de
fora do recinto e finalmente vejo que é mesmo a partir daquele gesto que faz sentido todo o caminho, iniciado a partir de ainda mais
longe: pelo cercar-se de coisas e de pessoas que permitem que você deixe sua espada fora do recinto.
Entendo que é chegado o momento de deixar para trás os meus erros e as minhas ilusões. Fujiko foi feita assim, eu errei, então cabe a mim
ir embora. Devo dizer adeus aos seus seios maravilhosos,
esplêndidas ilhas de creme cobertas com flores e morangos, às suas mãos de menina e às suas garras de bruxa, à sua boca de mel e fel, à
sua língua de veludo e vidro quebrado, às suas mentiras verdadeiras e às suas verdades mentirosas, às suas coxas de seda e à sua
armadilha de aço, às suas seduções hipnóticas. Não há mais nenhuma possibilidade de construir alguma coisa e não há nada o
que reconstruir.
Antologia – Premium II
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Não posso fazer outra coisa a não ser retomar o meu Caminho, que me agrada ou não. Depois, do sofrimento que estou vivendo e que
continuarei a sentir por muito tempo ainda, restará a lembrança dulcíssima de uma mulher que eu realmente amei. Alguma coisa
para por de lado para a velhice, na ausência de uma pensão do ladrão. Ao final da cerimônia, Miku recolhe os copos e os leva para
fora da sala. No seu retorno, com uma inclinação do corpo, ela me diz que o ritual acabou e me acompanha para fora, ao longo do
caminho do jardim. Um rouxinol deixa o seu ramo e se lança com
um som agudo em direção à porta do jardim. Miku o segue com o olhar e conta que adora o seu canto, que ele põe três ou quatro ovos
que choca com imenso amor, mas que também tem impedido outras aves de reproduzirem porque vão perturbar a eclosão dos outros.
É quase impossível fazê-lo reproduzir em cativeiro, mas ela conseguiu: tem um método seu. Enquanto caminhamos, ela me diz
ainda: «Quando os meus pais quiseram que eu aprendesse a arte do
chá, eu não fiquei feliz, eu a tinha como algo do passado, anacrônica. Preferia os manga em copos, bules e rituais que me pareciam mais
feitos para uma gueixa que para uma mulher moderna, mas quando comecei, não parei mais. Vivi momentos terríveis na minha vida, e
esta arte ajudou-me a superar a dor e a compreendê-la como parte da vida, não como a vida, cuja beleza é sempre imperfeita,
impermanente e incompleta.
«Este é o princípio fundamental do Wabi Sabi. A nós, resta aceitá -la assim como é e sermos gratos por vivê-la, mesmo quando deixa em
nós cicatrizes que nos fazem parecer aquela chaleira que você admirava tanto, e que hoje é muito mais bonita que há vinte anos e
que há cem anos, também graças aos seus sinais de reparos sofridos.» Permaneço em silêncio, na porta do jardim, meditando nas
suas palavras. Eu a olho, ela se despede com uma inclinação do
corpo dizendo: «Lembre-se, doce Goemon: a Zantetsu-ken pode cortar qualquer
coisa, exceto o purê de batatas.» A minha espada aqui fora não existe, mas uma coisa é certa: Miku
conhece Fujiko! Eu hesito na porta. O vento bagunça os meus cabelos e tenta arrancar-me um pedaço do quimono. O rouxinol se lança no
trânsito.
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Maria Elisabete da Silva Leite Barbosa
Nasceu em 24 de Maio de 1957, na cidade de Maceió (AL). Filha de Jessé Horácio Leite e Lourinete Gomes da Silva Leite. Vive e trabalha em Recife (PE). Professora, Poetisa e Ativista Cultural. Graduou-se em Letras Português/Inglês, pela instituição UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco (1989). Pós graduou-se em Coordenação Pedagógica, pela instituição FACHO - Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (2010). Aposentada como professora da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, onde ocupou o cargo de Gestão Escolar. Trabalha atualmente na Escola Estadual Gilberto Freyre, Recife (PE), como professora do Ensino Fundamental II. Aprovada no processo de Certificação Ocupacional para as funções de representação de Diretor Escolar e Diretor Adjunto da Rede Estadual de Ensino Público (2012). Participou do FOCO IAS – Diretores de Escola do Programa Gestão Nota 10 (2010). Trabalha e desenvolve projetos culturais ligados à poesia. Publicou em 2015 “1ª Antologia Vivendo Criança”. Contato:
[email protected] Página:
Facebook: https://www.facebook.com/betybleite?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/mariaelisabete
Antologia – Premium II
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Antologia – Premium II
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A carta
Em uma arrumação diária
Ao armário do quarto
Deparei-me com um objeto antigo
Uma frasqueira velha de viagem.
Esquecida em um canto qualquer
Abandonada sem ser utilizada
Refleti se deveria abrir naquele momento,
Para que voltar ao passado?
Se o presente é agora, mas abri calada
Quase nada tinha de importante,
Fotos antigas, desbotadas, chaves velhas,
E um anel de formatura sem uso.
Observei direito, no fundo, estava uma carta,
Amarrada por uma fita rosa e amarelada pelo tempo
Emocionei-me e acelerei a leitura com tristeza,
Uma inesperada lágrima na face rolava.
A caligrafia rabiscada, inconfundível,
Era de alguém que conhecia e gostava
O texto bonito falava de cada um dos filhos,
Dizendo que os amava de verdade,
Chorava, soluçava enquanto a leitura continuava,
No final estava por mamãe assinada
Apertei-a contra o peito
Feliz em saber que muito fui amada.
A carta continuou guardada na frasqueira,
Mas que agora embeleza, o mais lindo lugar da casa.
Antologia – Premium II
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Amor e paixão
Amor é um sentimento imenso
Que invade a alma da gente
Aloja-se no coração intenso
Queima como fogo ardente
Perdoa, protege e torna-se extenso.
Enquanto paixão é emocional e avassalador
Que inebria o corpo de desejos e causa prazer
É sentimento efêmero e provocador
Que causa ciúmes, mágoa e faz sofrer
Levando o casal ao sofrimento e desamor.
Enquanto amor é seguro de verdade
Distante cresce com grande veemência
É construído com firmeza e liberdade
Com momentos eternos e com abrangência
Entre amigos é fraterno e com lealdade.
Amor é o que sobra após o término da paixão
Não basta amar tem que se doar por completo
Não deixar a chama acesa se apagar no coração
Respeitar-se mutuamente para ficar predileto
Desnudar-se por inteiro e se entregar com emoção.
Antologia – Premium II
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Amor frenesi
Amor que chegou sem permissão
É avassalador, completo e diferente
Invadiu o coração com grande emoção
Um vulcão em erupção permanente.
Amor que é como fogo ardente
Sentimento puro que causa queimou
Um tesouro que aceito contente
Deixando-me em estado de pleno ardor.
Que é constituído por eternos momentos
Não é paixão é amor completamente real
Intenso e constituído por outros sentimentos
É um delicioso alimento e nutritivo cereal.
É um amor diferente e indescritível
Um diamante em estado bruto
Que impulsiona como combustível
De grande valor sentimental e absoluto.
Amor novo que contagia
Que a cada dia cresce e faz fluí
Provoca emoção e eterna alegria
Um amor escaldante, frenesi.
Antologia – Premium II
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Amo-te amor
Amo-te como o renascer a cada estação
Como a brisa suave ao cair da tarde
O desabrochar da rosa na sua plena perfeição
Tu és a minha outra cara metade
Que completa minh’alma com satisfação.
Amo-te a cada hora, minuto e segundo
Sem limites nada a exigir e com liberdade
Um amor infinito, sincero e profundo
Uma paixão forte e repleta de vontade
Que desejo expressar para todo mundo.
Amo-te como nunca amei ninguém na vida
Um amor intenso, completo e verdadeiro
Tu és um bálsamo que alivia minha ferida
Meu eterno e perfeito companheiro
Um saboroso mel que adoça a bebida.
Amo-te nas horas das tristezas e alegrias
No átimo da doença, da aflição e saúde
Nos momentos de emoções e euforias
Com veemência, presteza e amiúde
Apoiando-te nas derrotas e nas vitórias.
Amo-te no agradável aroma das flores
Nas coisas significativas da vida
Como uma aquarela cheia de cores
Em toda nossa felicidade merecida
Amar-te-ei de muitas maneiras e sabores.
Antologia – Premium II
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Eu Fênix
Entre murmúrios e gritos
Encontrar-te-ei perdido na imensidão
Dos nossos desejos
Viajo no tempo
Pergunto ao vento
O exato momento dos beijos
Sentimento calorífero
Olho no olho
Tocando o corpo
Cheiro saboroso do suor no rosto
Desejo infinito como as estrelas no céu
E as areias da praia do mar
Transfigurar-me-ei diante de teu olhar
Um encontro pessoal
Despindo-nos em uma entrega total
Nossos corpos ardentes
Eu como uma fênix em chamas
Na hora do acasalamento
Em pleno ato de pureza
De um amor só nosso
Verdadeiro
Por inteiro
Como uma progressão geométrica crescente
A todo instante
Mesmo distante
Inerte quando te vejo
Na volúpia dos nossos momentos apaixonados
Com veemência e beijos.
Antologia – Premium II
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Minha janela
Da minha janela contemplo feliz a natureza
O despertar das aves e seu cantar magnificente
Pairando no ar com todo seu esplendor e pureza
O raiar do sol no horizonte com seu brilho ardente
E o surgir de um novo dia com perfeição e beleza.
Da minha janela sinto o aroma da terra molhada
A brisa suave da manhã em minha face contente
Envolvida pelo cenário fico a imaginar calada
Devaneando esse momento eterno e presente
A observar os carros que trafegam pela estrada.
Da minha janela surgem reminiscências da vida
Relatos sentidos e eternizados na memória
Momentos envolventes de uma paixão querida
Registros vividos que construíram uma história
Fatos significativos tornaram-me amadurecida.
Da minha janela observo toda cidade
Seus abundantes monumentos edificáveis
Muito verde e áreas livres de verdade
Rios com águas límpidas e potáveis
Um sonho que almejo com toda vontade.
Da minha janela vejo gente e esperança
Pessoas que conversam nas ruas com emoção
Crianças que brincam felizes com confiança
Pais e filhos que se respeitam com amor no coração
Um mundo que anseio de igualdade e segurança.
Antologia – Premium II
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Paixão diferente
A noite surgia tranquila no horizonte
O luar contribuía para uma reflexão
As estrelas iluminavam a estrada à frente
Um aperto profundo comprimia o coração
Enquanto devaneios viajavam no tempo
Fazendo breves questionamentos ao vento
De como encontrar uma verdadeira paixão
Uma paixão intensa realmente diferente
Serena, profunda e bela como um colibri
Construtiva sem regras muito definidas
Que se localize na natureza do frenesi
Dessa que arrebenta a alma de emoção
E que faz o sangue pulsar forte o coração
Daquela que tranquiliza e o amor fluí
O vento não respondeu as indagações
Porque o tempo resolveu atrasar o vento
E adiantar a chegada da paixão almejada
Permitindo a invasão do esperado momento
E aquele sentimento confuso do passado
Evaporou-se rapidamente como por acaso
Deixando livre o espaço desse novo contento
As alegrias renascem neste novo tempo
E a real paixão agita ardentemente a vida
Sentimento que agora é presente, o amor!
Expulsando a dor em outros tempos sentida
A felicidade jorra como água na fonte
Fazendo sentir a relva na subida ao monte
Permitindo-me uma vida novamente vivida.
Antologia – Premium II
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Paradoxo da paixão
A paixão chegou devagar
Instalou-se sem avisar
Foi amor à primeira vista
Sem nenhuma razão
Apoderou-se do meu coração
Eras um conquistador
Tua beleza me extasiou
Deixou-me em transe
Com inspiração para compor
Uma paixão paradoxal
Extremamente carnal
Eu sonhadora
Admiradora das artes
Teu corpo sensual
Foi atração fatal
Procurei o meu pensar
Já não conseguia encontrar
Não havia explicação
Nossos momentos
Provocaram uma comoção
Agora somente um propósito existia
Unirmos em fantasias
Nossos corpos em delírios
Sem nenhum compromisso
O que era apenas distração
Tornou-se intenso de verdade
Amor de carne e osso
Cheio de vontades
Resta apenas dizer
Não consigo mais te esquecer.
Antologia – Premium II
82
Porto seguro
Navegando no infinito do oceano
Em um frágil barco de papel
Na tentativa de encontrar meu porto seguro
Enfrentando águas turbulentas
Ondas imensas
Sem achar o caminho que busco
Em um barquinho apertado
Imaginário
A esmo
Perdida na imensidão
Do vazio
Velas velhas e molhadas
Estragadas pelo tempo
Sem responderem ao vento
Dificultando o trajeto certo
Que me leve ao lugar correto
Dentro do seu coração que muito quero
O barco todo encharcado
Sem a mínima condição
De conduzir-me a paragem almejada
Agora a chuva cai forte
Tornando-se complexo achar o norte
Repentinamente o sol ressurgi no horizonte
O mar fica calmo
O barco se apruma no rumo
Seguindo sozinho ao real destino
De sentir o meu bem amado
Meu porto seguro
Que tanto procuro.
Antologia – Premium II
83
Presságio
Envolvida na brisa suave do entardecer
Adormeci com o embalo da rede
Entre flashes de devaneios e realidade
O surpreendente acontecia
Acordei a chorar
Calafrios no corpo quente
Um pressentimento anormal
Um ruído estrépito
No silêncio de final de tarde
Alguém predizia um fato a sussurrar
Procurei escutar com exatidão
Mas o som ensurdecia a voz e não permitia
Premonição ou realidade
Devaneios que não aconteciam
Presságio entre o sonhar e acordar
Sentia-me inerte
Intrusa naquele instante
Será que estava a sonhar!
Ouvi a porta levemente fechar
Corri desesperadamente pra te encontrar
E no quarto não consegui achar
Abri armários e tudo vazio
Deduzi que os sonhos eram reais
Na escrivaninha um bilhete dizia
Nada mais resta até um dia
Envolvi-me por um imenso vazio
E acordei de verdade
Não era presságio e sim realidade.
Antologia – Premium II
84
Reconstrução
Mergulhei no âmago da minha alma
Somente encontrei interstícios
Arestas inacabadas
Traços indefinidos
Linhas sem intersecções entre pontos
E superfícies sem encontros
Quase tudo teria que ser reescrito
Observei-me com precisão
Tentando achar o real motivo
Da separação
Ignorava -me por inteira
Desconhecendo a razão verdadeira
Busquei outra estratégia
E com um compasso
Fui desenhando traços
Moldando-me novamente
Reconstruindo-me por dentro
Tornando-me de novo gente
E aos poucos fui sentindo-me contente
Razão, coração e pulmão já se formavam novamente
Fui traçando novas curvas
Medindo distâncias
E com uma aquarela
Dei nuances as arestas
Tudo ficou colorido
Completamente reconstruído
Voltei a sentir-me viva
Sorrindo pra vida
Uma felicidade merecida.
Renascida!
Antologia – Premium II
85
Ser Poeta
Ser poeta é tecer versos com vontade
Poeta não escreve apenas infelicidades
Sofrimentos
Tristezas
Desamores
Poeta reescreve verdades
Momentos eternizados
Felicidades
Amores da alma
Histórias de vida
Com coragem.
Poeta não é louco
Nem alienado
É bravo guerreiro
Sonhador
Escritor da realidade
Tecelão de palavras
Verdadeiro conhecedor da vida
Histórias que fluem do âmago.
Ser poeta é ter um dom
Que toca o coração
E que sabe expressar sentimentos com estilo
Que retrata experiência comum a todos
Com beleza e harmonia
Mensagens reflexivas
Reescrevendo vivências de mundo com confiança.
Ser poeta é ter a felicidade
De saber escrever com arte!
Antologia – Premium II
86
Vestida a caráter
Vestida a caráter pra doar-me aos nossos desejos
Toda de branco pra desnudar-me por inteira
Formosa e cheirosa a esperar por seus beijos
Na volúpia frenética que me deixa faceira
Imaginando-me em seus braços com festejos.
Vestida a caráter vou estar te aguardando
Para juntos eternizarmos os nossos instantes
Longos beijos e carícias trocaremos nos amando
No embalo eufórico dos abraços constantes
E nas nuvens iremos permanecer dançando.
Vestida a caráter quero te amar sem limites
A olhar seu corpo esbelto como uma estátua esculpida
Entre flashes reais e fictícios estaremos felizes
Entregando-nos a uma paixão como nunca sentida
Para concretizarmos uma felicidade merecida.
Vestida a caráter vou ficar cheia de emoção
Amar-te-ei sem censura e nenhuma maldade
Sensual pra entregar-me de coração
Na busca da nossa verdadeira felicidade
Em um ambiente repleto de sedução.
Vestida a caráter o vejo entrando divinamente
O toque das suas mãos envolvendo meu corpo ofegante
Esquecemos tudo ao nosso redor completamente
Para vivermos esse momento escaldante
Onde a felicidade se torna presente.
Antologia – Premium II
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Viver é...
Viver é lutar a cada instante
Não fugir ao combate
Com veemência constante
Nem deixar à cena no debate
E lutar pra manter-se confiante.
Viver é aprender com abnegação
Seu ofício mesmo na dor
Valorizando a mais leve emoção
Vivendo uma vida real com amor
Porque a aptidão supera a comoção.
Viver é enfrentar a roda da vida
Subidas e descidas constantes
Enfrentando com brios as derrotas
Girando e girando a todo instante
E tomar como lição as vitórias.
Viver é recriar-se pelos meios da verdade
Com muita fé e esperança
Aproveitando o bom da vida com vontade
Para levar os dias com confiança
E encarar a vida com liberdade.
Viver é buscar novas perspectivas
Aprendendo com os tropeços da vida
Conquistando novos projetos e quebra de paradigmas
Para escrever uma nova historia merecida
E ser feliz sobre medida.
Antologia – Premium II
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Ana Maria Vavassori
Nasceu em 19 de Outubro de 1969, na cidade de Joinville (SC). Vive e trabalha em Joinville (SC).
Professora Universitária, Escritora e Analista de Sistemas. Graduou-se em Análise de Sistemas – Tecnólogo em Processamento de Dados, pela instituição FURB - Universidade Regional de Blumenau (1990). Pós graduou-se em
Licenciatura em Ensino – Metodologia do Ensino, pela instituição CEFET- PR – Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (1993). Fez mestrado em Ciências da Computação, pela instituição UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (2009).
Professora Universitária e Analista de Sistemas, Analista de mídias sociais. Palestrante
e coordenadora de Seminários voltados aos jovens de ensino médio e universitário.
Líder de projetos sociais, atuante na defesa da mulher que sofre violência doméstica.
Secretária da AMAI - Associação de Moradores e Amigos/Itaum. Conselheira
convidada do UBS - Conselho de Saúde/Itaum. Liderança política e ideológica,
defendendo o exercício real de cidadania e a coerência de quem busca mudanças
significativas voltadas ao bem comum.
Contato:
[email protected] Páginas e Blog:
http://anasvavassori.blogspot.com.br/ Facebook: https://www.facebook.com/ana.vavassori
Bookess: http://www.bookess.com/profile/mariamariavavassori
Antologia – Premium II
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Antologia – Premium II
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Sou bem nascida Tempos atrás uma "amiga" me que sou "elitista" e preconceituosa!
Silenciei, pois como sempre digo a interpretação é livre! E as pessoas
julgam-me porque tenho cara de "bem" nascida e lhes digo que nasci bem mesmo, numa família de valores dignos, na qual aprendi desde
cedo à noção de certo e errado, uma família modesta que veio da "roça" lá de Luis Alves, aonde nossos antepassados aportaram
quando vieram da Itália atrás de um mundo novo no pós-guerra. Uma família grande, que posteriormente veio buscar novas
oportunidades em cidades vizinhas como Guaramirim e Joinville, uma família cujo pai era caminhoneiro e andava pelas difíceis
estradas desse país conquistando o sustento de suas quatro filhas, e
com o suor do seu rosto pagou nossos estudos nos melhores colégios, sem bolsa de estudo ou bolsa sei lá o que, um pai que nos
cobrou dedicação e apreço pelo ensino e nos ensinou o valor das pessoas e sentimentos, e cada vez que ele saia para uma viagem ao
Acre, por exemplo, meu coração de criança doía de ficar por 21 dias sem ver meu pai, e ele nos dizia: obedeçam a sua mãe e comportem-
se! Beijava cada uma e saia, e quando chegava sempre trazia doces
porque nos telefonava (telefonar era um privilégio na época) para saber se estávamos nos comportando como ele havia pedido! Então
quero dizer que sou bem nascida sim, porque meus países nos criaram bem e meu pai ralou muito pelas estradas da vida para nos
dar boa e valorosa educação, e não sou melhor do que ninguém, apenas eu sou grata por tudo que aprendi e creio que o mundo
ficaria mais habitável se todos fizessem sua parte, e trabalhassem
efetivamente para um mundo melhor e mais digno para todos! No trabalho árduo e na educação construiremos um país mais digno
para todos, e se isso é ser "bem nascida" eu sou sim, nascida numa família valorosa que desde muito antes de minha pessoa vir ao
mundo, já sabiam os valores de dignidade dos "bem nascidos" independente de nascer em solos Brasilis ou não!
Antologia – Premium II
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O Amor sempre será o melhor presente Esse ano foi um ano de enfrentamentos e eu que achei que encontrar o amor seria sinônimo de alegrias constantes, aprendi que o amor é o
maior mestre de todos, você aprende amando e quem você ama te
encaminha na direção exata mesmo que você não compreenda. Sempre agi com amor e sempre ensinei as outras pessoas assim, e
quando eu me deparei com um homem que age comigo como sou com as pessoas, fiquei estupefata... Por ser acostumada a fazer tudo,
e sendo eu tão lógica e decidida, sou pouco confrontada e quando acontece, sou boa no enfrentamento. Mas porque raios eu não
consigo ser tão eficaz com esse homem? Porque o amo, e então
precisei desconstruir meu castelo, pois nunca fui uma princesa e nem tão pouco esperava o príncipe encantado, mas quando me vi
apaixonada sucumbi à tentação de querer ver tudo com olhos de mulherzinha. Obviamente! Eu quebrei a minha cara em mil
pedacinhos, esperneei, me debati e relutei para tentar escapar de meus próprios sentimentos. Apliquei minha própria fala: aceita, que
dói menos! E então a aceitação envolve a renúncia e deixar o controle
para outrem, coisa inédita para essa que vos escreve, mas fui desapegando do meu ego, pois a premissa do amor é a liberdade.
Soltei as amarras de meu próprio coração e deixei ir, para que pudesse vislumbrar meus próprios desejos. Não foi fácil, e ainda
sinto todo o sangue do meu corpo gelar nas veias quando penso nisso, chorei e sofri as dores de minhas escolhas, mas depois de tudo
fica a certeza de que amar é muito mais do que estar junto, é o
reconhecimento de que sentimento nenhum supera encontrar aquele coração que tem sintonia com o seu e, mesmo que não esteja aqui me
ensina a ser melhor do que poderia ser . Com a proximidade dos anos revejo os últimos, pois o conheci a poucos dias deles e desde então
evolui mais em dois anos do que nos outros 42 emocionalmente, e isso é, e será sempre o melhor presente que poderia ganhar.
Antologia – Premium II
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Ame-se e tudo será mais simples Sempre me preocupa o que as pessoas deixam de fazer por conta das regras e padrões impostos pela hipócrita sociedade na qual estamos
inseridos. Eu fui uma adolescente gordinha, mas nunca deixei de
fazer aquilo que queria por esse motivo, sempre gostei de quem sou e sempre ouvi a frase: que rosto lindo você tem, porque não
emagrece? Muitas vezes chorei de indignação e raiva por conta disso, mas com o tempo aprendi que não importa o que os outros
pensam e sim o que sou, por algum motivo, sou precoce. Nasci prematuramente, comecei a primeira faculdade aos 17 anos e formei-
me com 21 anos num curso meio masculino para o dourados anos 80,
início de 90, “Processamento de dados’, que hoje chamamos de “Ciência da Computação”. Então vivenciei o preconceito pelo peso, o
preconceito por ser mulher numa profissão que até então era ”masculinizada, o preconceito por escolhas minhas que eram bem
nítidas para mim e nem por isso fáceis de enfrentar. E preocupa-me esse tipo de exclusão que as pessoas fazem e o sentimento de dor que
provocam deixando cada vez mais as inseguras, as jovens meninas,
que ainda não compreendem que nosso criador é um artesão magnânimo e não trabalha em linha de produção, e nas peculiares
diferenças estão os valorosos detalhes de uma obra de arte! O importante é ser feliz do seu jeito e deixar que todos sejam felizes a
sua maneira. Ame a si mesmo e então serás generoso com teu próximo!
Antologia – Premium II
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Maternidade e a vida por aí... Os homens em geral não possuem habilidade para entender o sentimento de mãe, pois conhecemos nossas "crias" e cada reação
daquela alma e coração, pois já fomos uma só no mesmo corpo e
nenhum homem por mais capacitado que seja pode compreender tal sentimento. Pais são diferentes e homens que não vivenciaram a
paternidade não fazem noção do sentimento envolvido, um filho ou filha nos muda de uma maneira única, só quem tem sabe, o restante
são conjecturas de quem analisa de fora a maternidade e educação das crianças, eduquei muitos filhos alheios e muitos já estão na
universidade, que lá chegaram sem ter noção de hierarquia e
disciplina, e como professora para ter melhor rendimento de uma turma inteira os disciplinei a contento, e não preciso levantar a mão
para ninguém para me impor e nem para minha própria filha, mas parece que os homens possuem real dificuldade em entender a
questão, talvez porque paternidade se dá pelo prazer para o homem, a mulher carrega a vida dentro do seu próprio corpo e literalmente
"rasga" o mesmo para dar a vida ao filho, e tira do seu seio o
alimento que o faz forte, portanto não cabe aqui nenhuma palavra mais, pois por melhores pais que um dia você consiga ser, jamais
compreendera o amor dessa mãe que criou, ama e educa sozinha sua bela cria. Nós mulheres em sua maioria somos assim. O restante é
apenas teoria daqueles que vêem o "processo" de fora!
Antologia – Premium II
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Laços de família Ontem na hora do almoço conversava com meu pai e minha filha sobre política como fazemos sempre, e como sempre falamos de
história e muitas outras coisas que permeiam nossas conversas
quando estamos os três juntos. Nenhum lugar no mundo seria tão bom e eficaz do que quando vivenciamos esses momentos e assim
como eu, minha preciosa adora ouvir a experiência de vida de meu pai. Eu sempre me encantei com a perspicácia de meu pai que
observa sabiamente a vida, quando nos conta histórias da época em que era caminhoneiro pelas estradas desse nosso país , quando as
estradas eram tortuosas e como meu pai lembra detalhadamente dos
fatos políticos vivenciados que lemos nos livros de história, meu nono Giuseppe e me avô Alberto partiram cedo, mas lembro das
coisas que me contavam, e fico duplamente feliz por ouvir meu pai e ver os olhinhos brilhantes de curiosidade da minha filha desde
pequena, quando escuta o avô falar... Ontem ela terminou o almoço dizendo: eu Aprendo mais com meu avô do que nas aulas de
história. Não desmerecendo os professores, mas isso não tem
dinheiro no mundo que pague e eu valorizo isso que chamamos de valores de família, coisa que anda meio fora de moda e que anda em
falta por aí, mas aqui temos de sobra e esse é o caminho.
Encantamento Um encantamento ocorre pelos cinco sentidos... Enche os olhos por nos brindar com a visão do querer, permeia nosso olfato com o
cheiro do prazer, nos permite sentir o toque que nos puxa para o outro, e a sonora melodia que invade os pensamentos quando
ouvimos quem queremos e finalmente o paladar que nos faz perder
a noção de mundo e tocar o céu com os beijos de quem amamos.
Antologia – Premium II
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Desabafo cotidiano Quando você faz o seu trabalho com competência e seriedade; desperta a admiração das pessoas e a ira dos incompetentes que
vivem olhando para todos os lados procurando alguém para usar de
escada, pois na sua mediocridade vive chorando as mágoas dizendo que todos lhe puxam o tapete. O que essas pessoas não
compreendem é que quando trabalhamos de verdade não temos tempo para ficarmos em cima de um tapete, gente que trabalha se
movimenta e tem atitude, outras apenas olham a banda passar e querem ainda aproveitar-se da sombra alheia, esquecendo-se de que
o tempo beneficia apenas aqueles que ousam sair da sua zona de
conforto e arregaçar as mangas e fazer história.
Prece pelo discernimento
Que Deus não me permita desistir das pessoas mesmo quando se mostram incapazes de compreender a importância da aplicabilidade
de suas palavras, que não adianta combater preconceito com preconceito ainda maior. Que as pessoas compreendam que o certo
não se modifica, só porque acha que suas ideias prevalecem aos que pensam diferentes. Que o respeito seja a premissa no embate e que
para se fazer diferença no mundo; precisamos olhar o ponto de vista
alheio com generosidade principalmente quando pensam diferente de nós. Somente assim criaremos condições dignas de u m futuro
melhor para todos, pois viver em sociedade vai muito além daquilo que aparentamos ser, nossa essência fala mais alto, então que
sejamos dignos na amplitude da palavra e generosos na vivência do dia a dia...
Antologia – Premium II
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Cadê a tampa dessa panela? Hoje enquanto cozinha o frango com pimentões que eu adoro estava pensando que embora tenha várias panelas em casa, eu sempre
procuro uma panelinha para cozinhar que não tem tampa, é uma
panela de ferro e gosto dela, me afeiçoei a ela, as carnes que preparo acho que fica mais saborosas naquela panela, mania minha por certo,
mas quando termino de cozinhar e procuro a tampa para que a comida não esfrie, vêm a indignação: cadê a tampa dessa panela?.
Ela não tem tampa, preciso sempre providenciar outra tampa de outra panela, e nesse momento eu a olho e compreendo seu
momento, de se sentir agoniada quando lhe querem colocar a tampa
"alheia", pois ela sozinha me proporcionou todo o cozimento adequado e saboroso ao meu prato e agora no final das contas quero
abafá-la com uma tampa alheia? Ok Panelinha querida! Estou providenciando uma tampa exclusiva para você que não seja de
ninguém e sim destinada a você, e então imagino o sabor dos próximos pratos que prepararemos juntas eu, você e a aquela tampa
que é sua por merecimento...
Educação vem de berço Justiça seja feita, temos muitos problemas na educação, mas antes do
governo, há que se observar que quando a 'família' melhorar a qualidade das ações que lhe cabe, todas as outras partes se
encaixarão melhor no contexto, não teremos governos mais atentos à educação sem família mais atentas a seus filhos, e em consequência
os professores poderão melhorar a qualidade daquilo que lhes cabe
que é o conhecimento. Assim vira efeito dominó positivo em vez de derrubar as peças, levantaremos uns aos outros e vislumbraremos
melhores governos, melhores serviços e melhores humanos.
Antologia – Premium II
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Reflexo de quem? Não sou apenas o espelho que reflete, mas o desejo e atitude da mudança que almejo. Ser espelho de quem nos trata bem é
relativamente fácil, porém as pessoas comumente se acostumam com
o bom "tratamento" e então deixam de cuidar do outro, espelhando assim o sentimento. Agora se eu decido ser quem sou, nesse mundo
de desapegos constantes, eu choro algumas vezes, mas sigo no meu caminho validando aquilo que trago em meu coração, permitindo
minha evolução e crescimento, e mesmo quando meu coração magoa-se, depois das lágrimas caírem, tenho a certeza de que não
agiria diferente só porque não sou compreendida, pois quem decide
meu caminho sou eu, e eu escolho o amor, assim em maiúsculo sempre.
O Amor é libertador O amor é libertador, deixa livre o ser amado para estar aonde quiser.
A paixão emburrece o indivíduo, o deixa dependente do outro e o desejo de ter a necessidade de controle, no amor nos sentimos livre , e
liberdade damos em troca, para que quando juntos estivermos seja em plenitude absoluta. A paixão é possessiva enquanto o amor não
sufoca, não aperta, apenas zela pelo outro em seu querer mais puro
na certeza de que estarão sempre unidos por laços invisíveis de afeto em plena sintonia com o universo do outro.
Antologia – Premium II
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Verdades sobre meu querer Para elucidar minha fala de que consigo tudo que eu quero, cedo ou tarde eu consigo sempre o que quero! Mas isso não se aplica ao
amor, pois o amor não é querer por querer, o amor é bem-querer e
quando é real não exige nada em troca, nem mesmo a reciprocidade. É amor e ponto final! Portanto não pode o amor ser objeto de poder
ou posse...
Republicando o amor O homem que eu amo me deixa livre porque está certo de que apesar de tantas possibilidades é unicamente em seus braços que me
encontro e reencontro minha paz. O homem que eu amo conhece cada defeito meu, mas recorda-se de cada qualidade que me torna
única para ele. O homem que eu amo me faz rir como criança para
depois me lembrar que sou sua mulher. O homem que eu amo entende que sou forte e corajosa, mas ele é meu porto seguro e
divide comigo cada ideia e entusiasmo. O homem que eu amo sabe que eu adoro futebol, mas que mesmo em times opostos nos
respeitamos e adoramos essa pequena transgressão futebolística. O homem que eu amo sabe que amo rock e que cada música fica
perfeita na sua voz quando canta para mim. O homem que eu amo
sabe o quanto é precioso para mim e acima de tudo compreende que só discuto com quem me importo e que o amo mesmo quando estou
profundamente irritada com ele. O homem que eu amo sabe que me irrita. O homem que eu amo sempre me aponta a direção correta,
encontra caminhos que só ele conhece. O homem que eu amo faz rimas idiotas que me fazem rir com palavras bobas. O homem que
eu amo me encanta com suas observações irritantes. O homem que
eu amo é o rei da mímica. O homem que eu amo é tão parecido comigo que me irrita, eu já disse que ele me irrita? Ele me irrita e me
tira do sério, mas eu o amo mesmo assim...
Antologia – Premium II
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Frase mais doce Eu sinto um calor que transborda e aquece minha alma cada
segundo que penso em você. Coração que bate no peito num ritmo
que desconheço, mas que reconhece o seu. Seus olhos complementam os meus e sua voz termina minha frase mais doce e
quando sais de perto de mim não vais por completo, pois estás aqui dentro na parte mais certa daquilo que sou...
Gratidão Gratidão é a melhor forma que temos de encarar nossa existência e
os percalços do dia a dia. Mesmo quando os dias tornam-se difíceis eu procuro agradecer, penso que tudo que nós vivenciamos torna
nos melhores, e isso inclui os problemas e dificuldades. Sou grata,
pois a mulher que me tornei devo a cada problema que enfrentei, pois se meu caminho fosse sós flores certamente não teria
conhecimento da força que possuo.
Não sou uma princesa de contos de fada Não sou uma princesa de contos de fada, pois não me encontro presa no alto de um castelo e nem tão pouco estou deitada em sono
profundo esperando o príncipe chegar de cavalo branco. Como num grande tabuleiro de xadrez, na vida, sou a rainha soberana de meus
atos e posso caminhar em qualquer direção, na certeza de que estarei
sempre cuidando de todo o "tabuleiro" , assim como a grande maioria de nós "Rainhas", agimos salvaguardando nosso Rei, para
que o jogo da vida nos traga a vitória.
Antologia – Premium II
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Encontros Durante muito tempo eu quis encontrar o amor e o procurei em cada
canto, busquei nas pessoas aquilo que estava em mim, e então entendi que a única pessoa no mundo que vai entender sou eu
mesma, por isso tenho um caso de amor comigo e sou fiel aos meus sentimentos e dedicada em tudo que faço, detestaria me decepcionar.
Então eu sigo firme no caminho que defini, sou determinada e se me
digno a fazer algo, o farei com esmero e dedicação. Trago nos olhos a alegria de quem sempre amou com intensidade e aquele sorriso de
canto de boca de quem sabe na pele o amor que provocou. Não procuro mais o amor, eu o tenho em mim e o divido com aqueles que
cruzam meu caminho, não me sinto sozinha com tanto por fazer, e se um dia o amor de outro me encontrar, eu saberei que aquele coração
que bate no mesmo ritmo que o meu encontrou o caminho de volta para o que é seu pela eternidade.
Agitação diária
Tem dias que a coisa não anda e quando anda é de maneira tão rápida e desajeitada que desanda tudo que a gente arrumou para se
encaixar em nossa vidinha, as certezas são amontoadas no canto da lixeira, as vontades esquecidas na gaveta do armário, os desejos
ficaram lá no armário da cozinha, ai a gente procura olha em volta, quer ter a confirmação que talvez esteja na casa errada e que por isso
tudo parece fora do lugar. Mas não, a casa é certa e talvez quem
esteja fora de contexto somos nós, sou eu, são meus sentimentos empoeirados pela vontade de fazer bonito e deixar tudo tão
ajeitadinho com naquele romance que acho que vou publicar no dia que quem sabe tiver coragem de lê-lo sem chorar e admitir que nesse
meu dia a dia desajeitado eu sou mais feliz que aquela mocinha do romance que encontrou seu príncipe encantado e sorriu .
Antologia – Premium II
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O pensamento eleva a natureza do ser A única forma de evolução real é o conhecimento. Conhecimentos de
técnicas, habilidade e principalmente o autoconhecimento que fará o
indivíduo entender o que pode fazer sua real capacidade de evolução e aprendizado. Há milênios, se não tiver exagerando os
governos incutem na cabeça das pessoas que precisam obedecer cegamente e trabalhar arduamente, trabalhar enobrece, mas a
maioria esquece-se de pensar e refletir nas condições que vivem se podem melhorar e como fazê-lo, reclama daquilo que nem conhecem
porque todo mundo faz igual, não ousam pensar diferente porque "não adianta" e então vivem no conformismo exacerbado daquela
sociedade “vitimizada” que há muito inverteu os valores de
dignidade e justiça e enaltece o "coitadismo" dos menos favorecidos. Atualmente existe apoio ao ensino, mas nunca houve incentivo real
para o aproveitamento e poucos são o que compreendem que a dedicação faz a diferença, lógico que estudar em boas escolas retorna
em qualidade específica na vida do indivíduo, mas isso se dá realmente se esse mesmo indivíduo aproveitar essa condição com
dedicação e afinco, então a qualidade do indivíduo é mais
importante, sua dedicação e busca pelo conhecimento é que fazem a real diferença. O governo é ruim, mas se nossa vontade for boa
crescemos e podemos levar outros conosco, e apesar do cenário no final das contas quem faz a diferença é a determinação de cada um,
reclamar é fácil, sair da zona de conforto e agir parece difícil para aqueles que não aprenderam a PENSAR. O pensamento eleva a
natureza do SER!
Antologia – Premium II
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Sentimentos Sentimentos são para sentir, então quando precisamos falar demais sobre eles é porque eles não são recíprocos ou reconhecidos
igualmente. Então nos é dada uma oportunidade única de guardá -lo
s em nós mesmos, sem angústia, sem dor e nem tão pouco amargura. Porque o amor é um presente que você dá ao outro e que ele aceita se
for de seu interesse, porque se aceitá -lo só porque você sente é como usar uma roupa que não lhe cabe, você sem aperta nela ou tropeça
por ser grande demais. E se você usar algo que lhe aperta por muito tempo vai lhe causar desconforto, e vai te fazer sufocar, pois o amor
não é um sentimento de via única, ele precisa ir e vir para encontrar
sua magnitude, não dá para amar sozinho, faz mal e sufoca igualmente. Por maior que seja esse sentimento a única maneira
saudável de vivenciá-lo é desapegar do mesmo, deixar fluir e ir soltando aos poucos os laços que te prendiam a pessoa que você ama
e então quando os laços forem se desfazendo e a liberdade bater no seu rosto, finalmente você vai entender que o amor é bem mais
significativo que as qualidades do outro, do qu e os desejos que ele
provoca em você, o amor é leve e permite que você ame a pessoa mais importante da sua vida, você mesmo!
Dia da Sogra Hoje 28 de abril é dia da sogra e apesar não ser mais casada. Eu
quero registrar a boa sogra que tive e que me cuidou como filha quando engravidei da minha preciosa, dona Sueli partiu para o céu
quando minha preciosa filha tinha pouco mais de um ano, mas foi uma sogra abençoada, uma mãe abençoada e uma avó que se
preocupava com sua netinha desde quando estava na barriga da
mamãe aqui. Que os anjos de Deus te cuidem aí no céu Dona Maria Sueli Demarche e obrigada pela sogra que foi é por ser avó da minha
preciosa Ana Maria Vavassori.
Antologia – Premium II
103
Rose Bona
Nasceu em 1 de abril de 1971, na cidade de Timbó (SC). Vive e trabalha em São Bento
do Sul (SC).
Administradora, Escritora e Poetisa.
Graduou-se em bacharelado em Ciências Econômicas pela UNIVILLE – Universidade
da Região de Joinville (2002) e Pós graduou-se em Comércio Exterior pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná – PUCPR (2007).
Também tem se dedicado a escrita de pensamentos publicados em blogs e sites de grande repercussão.
Publicou: “Doce Encanto” (Diálogo, 2012), “Silêncio Áfono” (Poesias, 2013), “ Abraça-me” (Frases, 2013), “Outubro Rosa” (Frases, 2014), “Libera-te” (Frases, 2014), “Essência do Silêncio” (Frases, 2015) e “Além Mar da Palavras” (Frases 2015).
Contatos: [email protected] [email protected]
Blog e Páginas: https://www.blogger.com/profile/10208570132662741983 http://www.liberarti.com/utenti.cfm?id=4142&rose_bona http://sitedepoesias.com/poetas/Rose+Bona
http://www.bookess.com/profile/rosebona/
Antologia – Premium II
104
Antologia – Premium II
105
Quando a saudade aperta, em silêncio meu pensamento te busca; fecho os olhos, ouço nossas canções, sinto em meus olhos um beijo
teu trazido pelo vento e assim adormeço.
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O que parece verdadeiramente fortalecer a vida a dois é a descoberta de que existe mais do que só essa vida em comum. Enxergar a
intimidade é a essência.
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A reciprocidade é a alma de todo relacionamento. É dela que
emanam as delícias e as tormentas. É tudo aquilo que agrada aos olhos, acaricia o tato e desperta o sexto sentido.
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Dentro de você repousa o poder de encontrar respostas para as
grandes questões da vida. Permita que suas perspectivas se expandam e provoque uma profunda transformação interior para
viver em sua plenitude.
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Pessoas são como músicas. Algumas; gostamos desde o início, outras
depois de um tempo. São feitas sempre para serem ouvidas e compreendidas e outra toca nossa vida para ser a especial, que é a
nossa trilha sonora.
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Que o seu dia seja alegre como o canto dos pássaros, perfumado
como as flores do teu jardim, e aquecido como o calor do sol.
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Antologia – Premium II
106
Que em nosso coração tenhamos doses generosas de amor e fé, e que
possamos partilhar carinho, sinceridade e amor com muita luz e
positividade, assim criamos abundância e alegria para todos a nossa
volta.
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Poesia em Flor! Nem precisa escrever apenas contemplar. Em
silêncio, olhar com demora, intuir o mistério que nela reside. Não
precisa perguntas, nem respostas... a beleza me basta e por um instante me distrai...
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Viver a vida com alegria é a melhor maneira de transformar o ambiente onde estamos inseridos.
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O tempo passa, o que é importante fica; nem que sejam apenas marcas.
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Temos sonhos comuns a serem vividos em várias dimensões e em várias imaginações. Abre-se o dia disposto a ser belo e firmar nossa
existência. Seremos unos e felizes.
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A vida é uma viagem, percorremos mares de águas intermináveis que muitos navegam sem ver o belo e a incompletude de algo que
podemos sentir na textura dos ventos. O frescor que é a vida.
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Antologia – Premium II
107
Carinho e bondade é a receita para a vida e a natureza se torna bela.
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Há momentos em que as tribulações acontecem em nossas vidas e
não podemos evitá-las; mas estão ali por algum motivo. Só quando
ultrapassamos iremos entender porque estavam ali.
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Saudade daquela estação. Parecem passos em lento regresso... no entanto, tudo fragmentado, mas Deus nos reserva grandes surpresas,
e poderá compor novamente um belíssimo mosaico.
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O mais difícil de uma canção não é começar; é inevitável. Terminá-la é o que se anseia; por isso não deveria! Quando uma canção termina,
finda a razão de buscar inspiração para escrever uma nova linha.
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Vivemos em tempos em que é preciso acordar novos sentidos e olhar para dentro de nós. Momentos de descobrir -se, reconhecer-se, afinal,
ser é mais importante do que aparecer.
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Quando despertamos para a vida com alegria no olhar, a vida torna-se um espetáculo formoso, cheio de novas luzes, novas cores e novos
horizontes; em sincronia com o espiritual em busca da verdade que habita o nosso "eu interior"; um princípio que rege tudo e se move na
dimensão da luz.
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Antologia – Premium II
108
Repensar faz bem para encontrar novos rumos e ter maior discernimento.
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Há momentos em que nossa alma se comunica em silêncio e o corpo expressa a melodia que está em nós.
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Mistério, o elemento mais bonito da vida.
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Às vezes basta apenas um olhar e o coração faz um registro alcançado pela equivalência de igualdade, capazes de amar um ao
outro como partes de um todo.
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Música é a melodia da nossa alma. É o movimento do sentir com o existir, capaz de nos transportar para lugares longínquos, que nos
faz recordar momentos e nos leva a imaginação de outros.
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Do amor sublime de Dona Lilli... ilumino-me com as pérolas de uma
prece; ouço em silêncio o que ela me diz ao coração. Entrego -me nos braços suaves da esperança e da saudade. Miríades de astros
brilhantes comporão um diadema de luz! Meu beijo de luz para
minha estrela no céu...
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Enigmática? Às vezes estou. Outras? Quero ser.
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Antologia – Premium II
109
Leitura é o sabor de viver. É a interação com as pessoas e com o mundo que perpassa a nosso ser.
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Admirar é crescer em todos os sentidos.
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Contemplar, atuar, doar, bendizer, crescer, viver e sentir a presença
de Deus em cada ato de sua vida...
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Ao longo do caminho um momento na alma pode durar para
sempre...
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A virtude está no bem que fazemos ao próximo. Então, sejamos por
essência amor e caridade.
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Aprendi que a dor deve servir a uma finalidade maior. Existe uma
missão na vida e essa missão é enriquecida pela dor. Já perdi bens preciosos. A fé é a coragem de um continuar...
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O que nos compete fazer, não é recusar todos os impulsos e todos os hábitos, mas aceitar os quais são bons e o que podemos amar
apaixonadamente...
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Antologia – Premium II
110
A única coisa que nos pertence é o dom divino de amarmos. Quanto mais exercitamos esse dom; mais felizes e realizados viveremos...
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Um momento de meditação e terás qualidade de inteligência no
coração.
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Sofrer faz parte, buscar a felicidade também é necessário...
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Se nossa imaginação não tem limites... então, viajo em pensamento
para encontrar-te...
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Não é necessário omitir alegria de viver. Sempre há um novo dia.
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Saudade sem limite que só se acalma quando adormeço e um
sentimento repousa no coração.
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Não há verdadeiro equilíbrio de paz e alegria, senão na conformidade daquilo que se é.
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Beleza não é poder. Saúde é! Sem força e energia não há beleza.
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Antologia – Premium II
111
Deixo um pouco do meu eu nas marcas da areia para você encontrar
um pouquinho de mim.
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Cada momento pode se tornar tão luminoso se você dispor a vida de
tal maneira como uma poesia espontânea do amor.
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A música é a forma mais eficaz para se atingir o que se tem de mais
profundo na alma e na sua paz espiritual. Aonde a palavra não
chega à música alcança.
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A nossa fé interior é uma energia poderosa que todos deveríamos chamar de “força do entusiasmo”, ou, a essência do “gigante
adormecido". Desperte esta força interior, acredite no seu talento e na sua capacidade realizadora. Acredite mais em você.
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Que possamos enxergar além da beleza física. Que possamos ver uma luz de brilho incessante e de harmonização intensa.
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Saudade é uma marca colorida deixada por belezas delineadas com amor, com sentimento raro de se ver, mas eterno em ser. Você mãe é
nosso anjo que brilha e resplandece no céu. Amaremos-te eternamente!
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Antologia – Premium II
112
Neste universo misterioso não há distância para estarmos conectados.
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A natureza é uma linguagem. Contemple e verás que até mesmo uma simples folha que voa calmamente com o vento traz harmonia e
paz.
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A confiança é igual um cristal, que quando quebrado não há mais
conserto. Acaba a segurança e o relacionamento desaba.
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Ousar no amor é abandonar os desafios passageiros e limitados e
entrar em comunhão com a pessoa amada, ou com alguém que se possa vir amar.
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Se meu olhar não brilha? Que o seu seja sempre igual uma
estrelinha! Toda vez que eu avistar no céu, embora distante, encontro
seu olhar na imensidão, e ao me deitar fecho os olhos permitindo em
pensamentos você estar em meus braços e neles eu adormeço.
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Viver é mutação. Evoluindo e transcendendo os limites que nos são
impostos por ela. Viver é correr riscos e desafios. Declare sempre
amor a si. Viver é sublime. Viver é amar.
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Antologia – Premium II
113
Cumplicidade e respeito sempre juntos. Respeitar a individualidade
do outro, ceder quando necessário, apoiar quando preciso.
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Acredito em fragmentos de felicidade, ou seja; pequenos momentos
em que você se esquece de tudo que é ruim. Então se você tem mais
fragmentos de felicidade do que coisas ruins, logo você é feliz.
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Sensibilidade não é apenas percepção; consiste em ver o que ainda
não existe. Não é olhar o imaginário somente, e sim, construir momentos mágicos ao nosso coração no presente. Aguçando os
sentidos, pois num pequeno detalhe ela desenhará a fragilidade da vida.
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Sempre surgirão oportunidades. Evidentemente que temos que conduzir para tê-las.
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Criar é uma virtude que diferencia o homem. Você tem capacidade de criar, transformar, de se aperfeiçoar e de surpreender.
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Há momentos em que é preciso olhar bem devagar para dentro de
nós; deixar que o coração fale; entender nossos avessos, e, só assim, viver e reviver aquele momento marcante.
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Antologia – Premium II
114
Temos um mundo para construir bem, e esse mundo, antes de tudo, somos nós.
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Embora tenhamos aptidão para ser livre, a liberdade é rara, porque
não aprendemos a utilizá-la.
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Liberdade é fidelidade a nossa real natureza, na luta contra a inércia,
que nos parece natural.
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Em dias difíceis a aceitação e amor-próprio são essenciais para que, a
viagem da vida seja mais leve e mais feliz.
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Antes de agir, é preciso aprender a ser. Só quem aprende a ser pode
comandar seus atos, ser livre.
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Saber amar para existir inteiramente, é uma aptidão humana fundamental, mas nunca foi e nunca será fácil realizá-la.
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No tempo existem estações, e nelas, posso encontrar grandes emoções.
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Antologia – Premium II
115
O bom educador não é aquele que não tem problemas, e sim, aquele que por ter problemas, está no nível dos outros e compreende
melhor o que deve fazer.
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A verdadeira felicidade está na descoberta refletida e na satisfação
desejada das verdadeiras necessidades, utilizando para tanto o cérebro em toda a sua plenitude.
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O amor universal se estende não só através do espaço, mas através do tempo a toda humanidade.
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Dê chance aos seus sentimentos e intuições, e sinta que até as
pequenas conquistas dão oportunidades de você ser feliz.
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Prazer é o jeito com que vivemos e vemos a vida feita de pequenos
momentos e surpresas repentinas. Prazer são todos os estados de espíritos juntos.
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Viver sorrindo é uma dádiva. Trabalhar sorrindo é uma
transformação. Ensinar sorrindo é um milagre.
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Há pessoas que são luzes, é questão de sentir e a alma reconhece.
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Antologia – Premium II
116
Observo a luz da lua a dançar através do seu rosto e eu, tento
instintivamente encontrar o caminho do amor dentro da noite,
enquanto você tenta decifrar-me.
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A inocência nos permite ver um mundo mais suave, mais tranquilo e nos facilita em muitos casos, a compreensão de certas atitudes e
maneiras de conduzir a vida com moral e ética.
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Às vezes nos identificamos em uma citação; porém, muitas vezes somos nós uma frase, um pensamento, um verso ou um livro que
alguém lê ou quer ler.
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Na maioria de nossos dias estamos tão ocupados correndo perdidos
na confusão, que não nos damos tempo para as alegrias, esquecendo-
nos que um sonho pode se tornar realidade e nem o percebemos.
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Muitos momentos eternizados que trazem saudades e o querer estar
por perto mais uma vez.
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Era como se eu não o houvesse entrevisto em meio a uma névoa que agora se dissipava revelando a perfeição do seu rosto. E, ao olhar
bem dentro dos teus olhos encontrei-me e assim o amor se fez.
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Antologia – Premium II
117
A cada amanhecer o dia renova o convite para uma justa admiração por tudo o que Deus nos oferece através da natureza.
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Tudo é questão de sintonia: a delicadeza é um traço da alma, a
leveza é um dom, o silencio é sábio.
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Devemos amar ao próximo como a nós próprios, respeitando as diferenças. É a diferença que nos faz amável, e desta, necessitamos
para nos completar.
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Quando os sentidos se harmonizam existe equilíbrio e a vida nos
sorri.
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Sensibilidade são emoções mensageiras que estão dentro de nós, ao
entendê-las transpomos.
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A ternura do teu olhar dispensa o silêncio de palavras. É só você e eu
na minha ilha de esperança, e o mundo a nossa volta desaparece.
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Música é o encontro do amor, dos sonhos e do desejo. Rouba meu
coração em cada nota musical e eu serei para ti canção.
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Antologia – Premium II
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Pedaços de sonhos, esperança, fragmentos de uma vida espalhados no ritmo mais que imperfeito dos dias passados... pedaços de mim
flutuando no infinito.
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O tempo determina um período longo de amadurecimento, e nos faz
perceber diferenças marcantes.
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Em sincronia com o universo, ouço atentamente o som do mar.
O vento invisivelmente vem tocar o meu rosto, e uma faixa de luz
tênue eleva o meu olhar para o céu a contemplar a lua por entre as
estrelas. Lágrimas escorrem pela face recordando doces momentos
vividos ali.
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O mar e o vento cantam, e a minha alma silencia. É o som do
Universo nos convidando para dançar. Mãos que se entrelaçam.
Abraço que envolve. Corações que se aquecem, olhar intenso feito
lua iluminando a escuridão. Tudo é mágico... e num voo suave por
entre as estrelas, a paz vem habitar o coração.
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Antologia – Premium II
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Anete Vargas Bitencourt
Nasceu em 21 de Junho de 1964, na cidade de Alegrete (RS). Vive e trabalha em Campo Grande (MS).
Enfermeira e Poetisa.
Estudou na instituição FACSUL – Faculdade Mato Grosso do Sul.
Atua na área da saúde. Participou do lançamento de um livro a convite, ”Contada 5”. (2012).
Apaixonada por literatura e principalmente pela poesia ; ao passar
por entre pedras em caminhos difíceis, encontra estrelas radiantes
que iluminam, brilham aos poucos como milagre; transformando em tapete reluzente sua inspiração amadora em uma poetisa de
verdade.
Premium II concede esse premio de primeira obra a essa obra prima amante da poesia e da natureza, contada e cantada em seu habitat
natural.
Contato: [email protected]
Páginas: Facebook: https://www.facebook.com/anete.vargasbitencourt?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/anetevargas/
Antologia – Premium II
120
Antologia – Premium II
121
Nos enlaces de seus beijos
As batidas de seu coração
descontroladas,
junto ao meu
nos enlaces de seus beijos.
Te tenho por inteiro
na intensa emoção do amor.
Nossas energias se captam,
o desejo do amor,
da liberdade.
Tudo se tem
entre dois apaixonados.
Sintonizamos o amor
que brota das entranhas
escaldantes;
das vertentes ardentes.
As gotas da essência do amor
como o néctar das flores.
Antologia – Premium II
122
As luzes da cidade
Lá nos arranha-céus
as luzes da cidade,
brilham como estrelas.
Pontinhos pequenos luminosos,
Ofuscantes
nos confins do horizonte
se perdem como estrelas.
No céu infinito iluminando
dando vida,
luz em sua existência.
A cidade dorme em silêncio
entre um barulho e outro distante
quebrando o silêncio ocasional.
Na penumbra da noite silenciosa,
o vento faz companhia,
trazendo o cheiro da brisa
das madrugadas frias,
lapidando
pensamento no tempo.
Antologia – Premium II
123
Chão de estrelas
Ao passar por entre pedra
em caminhos difíceis...
Encontro estrelas radiantes
que iluminam brilham
aos poucos como milagres;
transformando
em tapetes reluzentes.
No caminhar mais pesado
leves passos cintilantes.
Por entre pedras...
a passar levo
meu pedaço de esperança
neste chão
encantado e brilhante.
Antologia – Premium II
124
Verão
Daí me um verão eterno
grandioso e fascinante.
Onde o calor esquenta
o coração eternamente;
e o por do sol, gigante
colorido e radiante.
Grandes momentos
em tempo de calor.
Com leve toque do vento
a passar dando leveza
no profundo e grande encontro;
da paz interior de nossa alma,
em momento atroz.
Carona com as nuvens.
Pego carona com as nuvens,
onde o vento sopra longe
até o mais alto lugar;
bem perto do por do sol
onde o colorido é fascinante,
emocionante, grande flutuante;
nos horizontes deste céu imenso.
Vou até o fim dos confins
em tempo vence o espaço.
Vou de carona com as nuvens sem parar...
Antologia – Premium II
125
Vidas partidas
Em vidas partidas,
de amores perdidos
Em tempo de atrás,
longos dias jamais esquecidos
Petrifica, congela,
nas frias tempestades de amor.
Dias de desamor
que o tempo deixou no coração.
Concretizando histórias
de uma vida que se vai...
na vastidão do tempo
como fagulhas ao vento
Antologia – Premium II
126
Noite aveludada
À noite aveludada,
descansa na penumbra.
Ao lento tempo
vai aos poucos
se despedindo.
Na escuridão do espaço
onde o tempo
move a paisagem;
transformando aos poucos
o anoitecer.
Descansa ao longe.
Lento tempo
em segundos a mudar.
Na grande escuridão do breu
a noite vai se despedindo
aos poucos no infinito céu.
Antologia – Premium II
127
Beleza Natural
Beleza natural,
perfeitas formas,
figuras pintadas
como se fosse tela
inacreditável beleza única.
Real sua perfeição,
lugares diferentes.
Em seu estado físico natural,
sua luz seus raios solares
diferentes se formam
a todo momento.
No esplendor por entre a relva
a natureza acorda,
adormece sempre com seu encanto
a enfeitar suas obras,
naturalmente natural.
Antologia – Premium II
128
Araras
Seus gritos lá do alto
das grandes copas fazem festas,
alegram por onde passam.
Nas tardes de um lindo
dia ensolarado
vejo bater suas asas
festivas a descansar.
Em sua passagem
temporária a voar
Deixam rastros
de penas a flutuar.
Na grama da relva verde
um sopro do vento a levitar.
Pousando em lugares diferentes
alegrando quem notar.
A alegria destas aves
nas alturas, no ar.
São sempre bem-vindas
a todo lugar.
Antologia – Premium II
129
Pegadas na areia
São tantas que nem sei,
só sei que lá deixei ...
e cruzar entre tantas mais
para sempre vão ficar.
Nesta imensa praia...
pegadas, secas, molhadas
são para sempre pegadas
na areia gelada.
Sem fazendo, desfazendo,
simplesmente esquecidas.
Deixadas quem sabe
serem notadas...
Até mesmo faladas apreciadas
no mais leve solto caminhar.
Neste lindo lugar,
pegadas na areia seca,
quente, fofa, fina, branca,
que o vento faz soprar.
Ventando leve, forte se perdendo...
se achando no mais longe deste lugar...
Antologia – Premium II
130
Lua cheia
Lua é luz magia
que faz da escuridão
o maior clarão.
Escondendo
se fazendo brinquedo,
entre uma nuvem e outra,
brinca de esconde- esconde
em noite de luar.
Magia que nos dias
de lua cheia faz sonhar,
apaixonar;
pois tudo é lindo, claro...
nesta noite de luar.
Antologia – Premium II
131
Sol
Que todo dia
nasce neste lindo céu,
enviando seus raios
até mesmo
no mais profundo do infinito...
Ilumina,
obscuras das entranhas
do mais profundo.
È vida, luz,
tudo que conduz,
enche de felicidade
nossas vidas.
Sempre bem vindo!
Esquenta até mesmo o mais frio.
Brilha todo dia,
seu esplendor,
calor neste imenso universo;
onde a vida sobrevive
nesta gigante morada verde.
Antologia – Premium II
132
Sofrimento
Não aceitando o sofrimento
não perco tempo;
pois as horas são importantes
não posso sair da realidade.
Fico perdido,
acho; luto;
quero ser forte
nada tira este esforço que faço,
pois esqueço,
lembro,
fico como louco perdido.
Sem ter saída
vejo que estou perdido,
vencido pelo cansaço,
pelas dores, enfermidades...
que acabarão, quando me for.
Então ressuscitarei novamente
ainda que for...
onde não existirá mais dor;
encontrarei a luz.
Antologia – Premium II
133
Árvore Centenária
A tanto lá esta grandiosa maravilha,
idosa como muitos não tem a sorte.
São túmulos onde guarda
segredos incontáveis há tanto tempo neste lugar.
Seu tronco velho rachado, com rugas do tempo passado.
Impossíveis não serem notadas
há muito lá está com seu esplendor.
Grandeza, frescor, encanto como uma estrela,
neste precioso lugar.
Com sua presença no ar,
pura como noite de brisa escura.
Nas frias madrugadas,
longa centenária sem ela a história não há.
Conto existência, verdadeira testemunha viva.
Que alegria ver-te preservada assim,
pois linda, lembrança se tem desta grandiosa centenária.
Abrigo perfeito para aves extintas
sendo morada para tantas mil.
Sua altura esconde, protegem aves lindas,
a vida sobrevive nesta maravilhosa morada.
És descanso para muitos imigrantes,
vindo de longe aqui pousar.
Ah! Se eu pudesse lá no alto também morar,
nos braços desta centenária no ar!
Antologia – Premium II
134
Tenso de mais
Com sua presença
sinto minha alma agitar,
descontrola meu coração
que bate, forte,rápido sem parar,
na ânsia do desejo desabrochar.
Fico tensa de mais
ao embriagar-me
com seu doce perfume.
Sua presença forte, marcante,
deixa meus pensamentos fervilhar.
De tanta emoção, perco o chão,
mas não perco meus sentimentos
que eleva meu coração,
na mais pura emoção
de com você estar.
Antologia – Premium II
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Célio Gilberto Silva Codinome Tulipa Negra
Nasceu em 17 de Fevereiro de 1951, na cidade de Florianópolis (SC). Funcionário público aposentado vive e trabalha em São José (SC). Poeta, Produtor de Show e
Ativista Cultural. Cursou Ensino fundamental no Colégio Francisco Tolentino. Ensino médio no Colégio Governador Ivo Silveira. Ensino superior na UDESC.
Foi policial militar do 4º Batalhão de Policia Militar de Santa Catarina. Funcionário do Serviço de Processamento de Dados da Caixa Econômica Federal.
Célio é um dos ícones de Santa Catarina da Literatura. Foi presidente da AESGF - Associação de Escritores da Região da Grande Florianópolis. É um grande incentivador de novos talentos literários. Destaca-se por sua cordialidade, simplicidade, companheirismo, amizade, carisma, competência e bem-viver. É dele
esta frase: “Quem não encontra tempo para dialogar com a incerteza, certamente, não saberá distinguir o ponto e a ora certa, para ultrapassar os obstáculos do viver”. Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro (2013), concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de Literatura e Artes
(2013). Homenageado pela AESGF com a medalha que leva o seu nome (2013). Têm sete livros editados entre eles “Orações em poesias”. “Sonhos e Ilusões”. Contato:
[email protected] Páginas:
Facebook: https://www.facebook.com/celiogilberto.silva?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/celiogilbertosilva
Antologia – Premium II
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Antologia – Premium II
137
Pura exibição
Hei cara! Joguei a vida em um abismo.
Aprofundei-a... no barraco da desorientação, pois me droguei insatisfeito.
Prostitui-me sem proteção. Cara! Vinguei-me do destino ingrato. Fui idiota e matei por pura exibição. Só que na prisão delinquente não tenho futuro pertinente, pois ironicamente... o viver me aleijou da liberdade, da felicidade... que exigi da solidão.
Cara! A sorte é uma roleta russa
que gira mostrando o crescer. Entretanto...
diz que no mundo inconsequente; a morte pode ser o querer,
pois basta anestesiarmos o tempo para conquistarmos o sofrer.
Cara! Atrás das grades... só se vegeta o agora. Perseverar... é mera bajulação.
Cara! Lá não existe a compensação da esperança.
Expectativas... para quem mora além do negro portão
quando infringimos o futuro assassinamos a voz da razão.
Hei cara!
Antologia – Premium II
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Rio seco
Busquei água...
no rio seco
para irrigar a floresta devastada,
para matar a sede do tempo;
criar vida na terra massacrada.
Busquei água...
no rio seco
para apagar o fogo que queimava a bicharada,
para fermentar o solo;
fazer crescer a prosperidade esperada.
Todavia!
O rio continuava seco.
Não tinha peixe.
Estava sujo.
Seu leito agonizava.
Busquei água...
no rio seco.
Água da chuva que não chegou...
para aliviar a dor do trabalhador;
do homem de mãos queimadas.
Busquei água no rio seco.
Antologia – Premium II
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Meu calvário
Um dia! Tive que confessar-me. Réu de belas sacanagens. Disse ter crimes cometidos... em nome da tal libertinagem.
Fui réu... da desqualificada solidão!
Por viver na marginalidade. Por pisar as estradas da cretina liberdade
já que pessoas honestas... não aplaudiam a minha leviandade.
Fui réu... da irreconhecível vida serena. Assassino do meu lazer, pois vivi com a boemia... as madrugadas do bel prazer.
Fui réu... de muitos sorrisos, de corpos esbeltos,
pernas sedutoras, mas me decepcionei com as mentiras...
explicitas! Nos desejos da falsidade.
Eu! Confesso ter sido réu... da luxúria de certos rebolados, dos decotes provocantes. Subsídios das minhas maldades.
Fui réu... dos meus dilemas,
das cruciantes difamações, mas quando encontrei você.
Dei um chega prá lá na desilusão. Fui réu... dos meus anseios, do que as drogas me proporcionaram, mas em Deus me achei. Fugi do meu calvário.
Antologia – Premium II
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Cara lavada
Meu rosto!
Indica sofrimento.
Decepção.
Rotula a indignação.
Minha dor!
Tripudia a razão.
Estou triste.
Sozinho.
Desesperado,
pois busco vida...
onde a morte se manifestou.
Meu rosto!
Exprime mensagens.
Enigmas.
Melodramas da grande paixão
deixando escrito no livro do viver
histórias de um aperto de mão;
de um beijo melindrado
roubado naquele portão.
Já que conjuga na linha do horizonte
o grande verbo da reconstrução.
Meu rosto!
É o crepúsculo presente...
Antologia – Premium II
141
O pão da vida
O pão da vida! Eu fermentei semeando carinho.
Amor. Fidelidade. Prosperidade com proteção.
Entretanto!
Em teus seios; suguei... a essência da vitalidade.
O pão da vida eu imortalizei abraçando o grande viver,
degustando o néctar da fertilidade. Já que em teus braços; temperei ...
a felicidade com alegria...
pelo amor que conquistei. Felicidade que administrei...
quando comecei a me alimentar com o pão da vida; imolado.
Untado por Jesus! Que morreu para nos salvar.
Felicidade que abracei...
quando passei a caminhar as estradas do sonho sereno.
Sem as ilusões fantasiar; já que saquei o sol
querendo a lua namorar. Dizendo ao universo; enciumado,
que na terra... Eles!
Sol e lua iriam morar. O pão da vida eu abençoei
fazendo-me respeitar pedindo a Deus proteção
para o câncer não me matar.
Antologia – Premium II
142
Eu frustração
A dor da solidão!
Preencheu os espaços vazios
que estava a espera...
a mais perfeita paixão.
Só que depois de tanta angústia
nem mesmo o vento
refresca a minha alma,
ameniza a tristeza...
que mistifica minha razão.
Que faz do meu coração
um barco a deriva.
Um náufrago sem rumo,
sem ilusão.
A dor da desilusão!
Afunda a perspectiva...
na lama da incompreensão.
No penhasco do viver...
sem possibilidade de salvação.
Credo cruzes!
Que frustração.
Antologia – Premium II
143
Bela mulher
Oh! Bela mulher.
Venha!
Enrosque-se na esperança.
Assuma a sua atração.
Venha!
Aposte nesta paixão
que arde em teu peito...
conclamando o meu coração.
Os meus beijos ardentes...
para nos fundir na emoção.
Venha!
Vamos viver o presente.
A felicidade existente.
O desejo proeminente...
que abrasa nossos corpos.
Oh! Bela mulher.
Venha!
Doa-me essas curvas perfeitas.
Meu amor acalanto.
Comece a desfrutar.
Antologia – Premium II
144
Busquei em você
Busquei.
Busquei em você...
o meu infinito perdido.
O amor...
para a minha sede de ódio.
O acalanto...
para a minha noite mal dormida.
Busquei em você...
em seu corpo em sua alma.
O descanso...
para o meu cansaço
A alegria...
para a minha tristeza.
O sol...
para as minhas trevas.
A verdade...
para as minhas mentiras.
A euforia...
dos meus momentos.
A paz...
para os meus tormentos.
O futuro para o meu hoje.
O equilíbrio...
para a minha neurose.
Antologia – Premium II
145
Busquei em você...
um sentimento maior.
Um ideal...
para a minha sobrevivência.
A plenitude...
dos meus desejos.
A razão...
de meu caminhar.
Busquei em você...
O meu mundo.
O meu perdão.
A minha fé.
Em você...
busquei a minha sorte
a minha vida.
O azul do meu céu nublado.
Em você...
busquei Deus.
Felicidade.
Harmonia.
Infelizmente!
Tudo você me negou.
Antologia – Premium II
146
Rotina desordeira
Hoje!
Não vou trabalhar.
Vou descansar.
Vou dar um tempo.
Jogar ao desleixo...
a rotina desordenada.
A maratona encrenqueira.
A nudez caracterizada...
que cascateia o meu caminhar.
Sem prepotência!
Vou valorizar o meu viver.
Dar credibilidade aos sonhos.
As ilusões!
Que fantasiam o meu labutar.
Confiante!
Vou degustar o sabor do meu sucesso.
Agasalhar da inveja!
Para poder oferecer aos amigos (a)...
a alegria da felicidade conquistada.
Orgulhoso!
Vou sentar meus pensamentos...
na cadeira de balanço da saudade passageira.
Vou priorizar nas lembranças...
as batalhas festivas das minhas verdades.
Hoje! Sorrindo...
vou deixar meus sentimentos chorarem.
Antologia – Premium II
147
Com carinho!
Vou afastar do coração.
Da alma soluçante
a tristeza da solidão.
O sofrer do arrependimento.
O desgosto da covardia.
Sem representações!
Vou negociar com a paz
a minha guerra interior.
O tormento da minha sede de amor.
Hoje!
Sem ter que cansar os músculos.
O raciocínio dos neurônios.
A sabedoria da sensibilidade.
A inteligência das realizações.
Vou deitar meus desejos...
na rede consciente das minhas buscas.
Do futuro idealizador!
E bater um papo legal com Deus.
Vou conversar sobre a hipocrisia...
que deturpa o poder da fé.
Vou conversar sobre a ganância.
Que engambela a sorte.
Que mistifica a realidade.
Com Deus! Vou falar do amor.
Do nobre sentimento...
que o vento descarado arrebatou.
Antologia – Premium II
148
Vou falar da paixão.
De tesão...
que o mar envergonhado sugestionou.
Vou falar da amizade.
De atrações...
que o rio desiludido congelou.
Sem mágoas!
Vou beatificar a lua.
Coroar o sol.
Dar brilho as estrelas mortas.
No céu desprotegido...
Eu quero afugentar o temporal da dor.
Hoje!
Não vou trabalhar.
Vou ficar de papo para o ar.
Marcar bobeira.
Deitar de barriga para cima...
vendo a chuva cair para a terra ajudar.
Hoje!
Não quero me incomodar.
Vou viver!
As angústias desmedidas...
dos meus inquietos filhos.
As brincadeiras infantis...
dos meus abençoados netos.
Os traumas cruciantes...
Dos meus queridos irmãos.
Antologia – Premium II
149
Vou viver!
Os desenganos da minha família.
Os atropelos das minhas pretensões...
para descobrir as reais possibilidades.
Hoje!
Com Deus eu vou papear.
Vou falar a Ele dos meus sentimentos.
Das doenças que querem me matar.
Hoje!
Sem restrições...
vou prestar atenção.
No pássaro que canta.
No sapo que coaxa.
No meu cão vira lata que late.
Abana a calda...
satisfeito.
Alegremente...
Com o meu carinho despretensioso.
Vou ficar de olho aberto.
No réptil que se arrasta.
Na gaivota que mergulha.
Na selvageria do ser humano.
No animal irracional que perdido no frio!
Da selva de concreto morre.
Torna-se prisioneiro do seu não habitar.
Antologia – Premium II
150
Hoje!
Deus e eu vamos conversar.
É só por isso que não vou trabalhar.
Já que vamos procurar soluções.
Tentar qualificar o viver.
Este planeta destruído!
Onde a PAZ e o AMOR
deverão predominar.
HOJE!