Biocombustíveis: Auge ou Ameaça para a Biocombustíveis: Auge ou Ameaça para a
Agricultura AlimentarAgricultura Alimentar
XVI CONFERÊNCIA REGIONAL ACI AMÉRICASXVI CONFERÊNCIA REGIONAL ACI AMÉRICAS
San José, Costa Rica, 22 de julho de 2008
MissãoMissão
Representar e fortalecer o Cooperativismo Brasileiro, promovendo sua identidade e reconhecendo
sua diversidade.
VisãoVisão
Ser referencial do Cooperativismo Brasileiro, de suaidentidade, estimulando a intercooperação e ampliando sua participação sócio-econômica.
Fonte: IV Seminário de Tendências – 2005; Elaboração: GEMERC/ OCB.
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
O Cooperativismo Hoje
Fonte: Unidades Estaduais e OCB; Base: Dez/2007; Elaboração: GEMERC/OCB
Exportações: 3,3 Bilhões
PIB: 6% Faturamento: R$ 72,2 Bilhões
7.672 cooperativas (107%)
7.687.568 associados (163%)
250.961 empregados (109%)
Variação %
1994/2007
26 Estados da Federação 01 Distrito Federal Municípios: 1.751
Sistema Cooperativista
Evolução das Exportações das Cooperativas - consideração da taxa de câmbio
Sistema Cooperativista
Fonte: MDIC/SECEX – Dez.2007
1.304
2.003
2.254
2.832
3.301
1,952,18
2,44
2,933,07
0,0
500,0
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3.000,0
3.500,0
2003 2004 2005 2006 2007
Período Analisado
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1,21,41,61,82,02,22,42,62,83,03,2
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$-1)
Exportações (US$ milhões) Valor do Dólar à Venda
Principais Grupos de Produtos Exportados
Sistema Cooperativista
Fonte: MDIC/SECEX – Dez.2007
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Abordagens
Tendência de alta nos preços das commodities agropecuárias.
Elevação da demanda por alimentos no mundo.
Incremento nos preços do petróleo.
Análise da Matriz energética.
Panorama biocombustíveis e grãos
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Preços dos alimentos em alta
Nos dois últimos anos o aumento dos preços dos alimentos levantou preocupações em relação à situação alimentar e nutricional das pessoas nos países em desenvolvimento e a inflação generalizada.
Destaca-se que os preços reais estão ainda abaixo do seu ápice observado em meados de 1970, contudo, as cotações atingiram elevações significativas.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Preços dos alimentos em alta
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320
Apr May June July Aug Sept Oct Nov Dec Jan Feb Mar Apr
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2007 2008
Período Analisado (Anos)
Ind
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AO
Pre
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lim
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s
Carne Lacteos Cereais Óleos e Gorduras FAO Index
Figura 1. Índice FAO de preços dos Alimentos, no período compreendido entre os anos de 2000 e 2008.
Fonte: FAO (2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Preços dos alimentos em alta
O índice FAO consiste de uma média de preços referentes a seis grupos de commodities, abrangendo-se a análise de preços no cenário internacional.
Em 2007, o índice da FAO mostrou um crescimento de 23,55% em relação ao ano anterior.
Analisando-se o mês de abril, em 2008 o índice apresentou um crescimento de 38,63% com relação a 2007.
Para o ano de 2006 a evolução observada foi de 8,61%.
Os produtos lácteos, carnes, cereais, óleos e gorduras têm experimentado aumento dos preço.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Preços dos alimentos em alta
Câmbioy = -0,026x + 2,9976
R2 = 0,9343
Preço Soja
y = 0,0302x2 - 1,4814x + 43,22
R2 = 0,8573
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08
Período Analisado (Anos)
Pre
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1,50
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3,15
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(R$.
US
$-1)
Preço Soja Câmbio
Figura 2. Comportamento do preço real da soja, ao longo do período analisado (base junho de 2008)
Fonte: Série soja (CEPEA/ESALQ, 2008); Série IGP-DI (FGV, 2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Preços dos alimentos em alta
O comportamento do preço real da soja mostrou uma queda abrupta entre abril de 2004 e abril de 2006.
• Nota: variações cambiais.
A partir de 2006, os preços reais elevaram-se significativamente, passando de R$ 22,18, em abril, para R$ 47,97 em junho de 2008, alta de 116,28%.
• Nota: a partir de 2006, foi observado um desalinhamento entre a cotação do dólar e os preços reais da soja, devido a uma elevação significativa no valor da saca da soja. Em contrapartida, a cotação do dólar continuou na trajetória de redução.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Preços dos alimentos em alta
As elevações de preços descritas são explicadas por diversos fatores:
• Elevação da demanda no âmbito mundial.
• Aumento dos preços do petróleo.
• Crescimento dos preços dos insumos (fertilizantes e agroquímicos)
• Conseqüente aumento dos custos de produção agrícola.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Aumento da Demanda por Alimentos
O aumento da demanda por alimentos no mundo é explicado por dois fatores principais:
• Crescimento populacional.
• Crescimento econômicos e melhoria na renda dos consumidores .
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
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Período Analisado (Safras)
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99 =
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Soja Milho Trigo Arroz
Figura 3. Índice do consumo doméstico de soja, milho, arroz e trigo - países em desenvolvimento (1998/99 a 2007/08)
Fonte: USDA (2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
Fonte: USDA (2008)
90,0
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1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08
Período Analisado (Safras)
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99 =
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Soja Milho Trigo Arroz
Figura 4. Índice do consumo doméstico de soja, milho, arroz e trigo - países desenvolvidos (1998/99 a 2007/08)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
No período amostrado o USDA apresentou a evolução do balanço de oferta e demanda das commodities agrícolas, determinado principalmente pelas mudanças na configuração da economia mundial.
Nos países em desenvolvimento o consumo de soja, arroz e trigo cresceram, respectivamente, 84,7%, 9,4% e 10,4%, patamares acima das variações registradas pelos países ricos.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
Destaca-se que o milho se caracterizou como uma exceção, devido à significativa evolução da demanda nas economias desenvolvidas, fato esse associado à produção de etanol nos Estados Unidos.
O incremento do consumo doméstico de alimentos, com destaque para os países emergentes, está associado à elevação da renda per capita nos últimos anos.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
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Período Analisado (anos)
PIB
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PIB
(%
)
PIB per capita Crescimento PIB
Figura 5. Evolução do Produto Interno Bruto Chinês, em valores totais e per capita.
Fonte: CCIBC (2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Aumento da Demanda por Alimentos
No período visualizado, o PIB per capta chinês apresentou um crescimento de 537,68%, passando de US$ 345,00 em 1991 para US$ 2.200,00 em 2007.
A taxa de crescimento da economia foi positiva no período, com um valor de 11,40%.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
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0,000,501,001,502,002,503,003,504,004,505,005,506,006,507,007,508,008,50
Mundo África Ásia Europa América Latina eCaribe
América do Norte
Períodos Visualizados
Bilh
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2005 2030
Figura 6. População mundial e por regiões, em 2005 e a projeção para 2030.
Fonte: MAPA (2007)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Fonte: RAIS/MTE - Dez/2006
Aumento da Demanda por Alimentos
Associado ao incremento do consumo alavancado pela renda, as projeções do crescimento populacional mostram a tendência de manutenção das pressões sobre o balanço de oferta e demanda de commodities agropecuárias.
A população mundial passará de 6,50 bilhões de habitantes em 2005 para 8,30 bilhões na estimativa para 2030.
A Ásia é o continente mais populoso, com 3,90 bilhões de habitantes e uma projeção de 5,00 bilhões em 2030, o que representa um crescimento de 28,21%.
A África apresentará uma taxa de 66,67%, passando de 0,90 bilhões de habitantes em 2005 para 1,50 bilhões em 2030.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Aumento da Demanda por Alimentos
De acordo com o cenário de crescimento populacional, das tendências do envelhecimento da população e da urbanização, da elevação da renda e do consumo, as pressões sobre os preços dos alimentos serão mantidas.
Esse cenário justifica esforços para promover a expansão da oferta agrícola global, incluindo apoio aos produtores dos potenciais países e a queda de barreiras comerciais pelos países desenvolvidos,
Desse modo, serão ampliados os mercados para uma parcela considerável dos emergentes, competitivos na produção, até então, primária.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Preço do Petróleo
O aumento nos preços dos alimentos é agravado com a influência indireta da alta do petróleo nos insumos agrícolas, devido aos seus derivados que são utilizados na agricultura, resultando em redução na margem dos produtores rurais.
O preço de produtos como o arroz, o trigo e a soja relaciona-se ao aumento no custo do barril de petróleo, que também ocasiona o aumento dos agroquímicos e, conseqüentemente, o aumento dos alimentos.
Seu reflexo sobre a inflação e efeito sinérgico sobre vários setores justificam a análise da matriz energética mundial.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Preço do Petróleo
Quebra de paradigma: a questão petróleo é estrutural, não mais conjuntural!
Este contexto faz com as projeções e a possibilidade da elevação da participação de energias renováveis como mitigação da dependência dos combustíveis fósseis e reestruturação da matriz de combustíveis.
O Brasil possui viabilidade econômica para a exploração do potencial agrícola para a produção de energias renováveis, destacando-se a produção de etanol e de biomassa, mesmo considerando as novas projeções de crescimento.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
O preço do milho no mercado internacional, impulsionado pelo seu uso para a produção de etanol pelos EUA causaram um aumento nos preços de arroz, soja e trigo.
Muitos dos produtores desses alimentos redirecionaram sua produção para milho, o que causou uma diminuição nos estoques dos outros cereais, causando aumento do preço desses produtos.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
1.075 1.043 1.7251.786 2.578
17.109 16.933
22.637
18.773 26.005
27.15826.718 43.401 45.370 53.989
55.052 49.58275.727 75.90461.822
57 281 285
6.4903.331 5.102
6.735 8.581
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Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Período Analisado
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ção
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Bio
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sel
2005 2006 2007 2008
Figura 7. Produção mensal de Biodiesel no Brasil, de janeiro de 2005 a março de 2008
Fonte: ANP (2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
A produção de biocombustíveis mostrou um crescimento significativo, com uma produção de 69,00 mil metros cúbicos em 2006 e de 402,73 mil metros cúbicos em 2007, incremento de 483,64% ao longo dos dois últimos anos
No ano de 2008, visualiza-se o incremento na produção de biodiesel nos meses de janeiro a março, o que resulta em projeções de continuidade nas taxas de crescimento da produção brasileira.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
12.716
11.69511.285
14.372
15.399
13.869
13.022
10.593
11.536
12.623
14.809
15.413
15.936
17.763
11.515
12.68512.590
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Período Analisado
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Pro
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Álcool Açúcar
Figura 9. Produção brasileira de álcool e de açúcar a partir da cana-de-açúcar
Fonte: UNICA (2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
A produção dos produtos do setor sucroalcooleiro apresentou oscilações no período estudado, porém, a partir da safra 2000/01 foi observada uma tendência de elevação das quantidades produzidas.
A produção de álcool passou de 10,59 milhões de metros cúbicos, na safra 2000/01 para 17,76 milhões na safra 2006/07.
No mesmo período, a produção de açúcar passou de 16,25 milhões de toneladas para 29,68 milhões.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
Fonte: CONAB (2008)
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19911992
19931994
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20072008
Período Analisado (Anos)
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Grã
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Produção de Grãos Produção de Cana-de-Açúcar
Figura 10. Evolução da produção brasileira de grãos e de cana-de-açúcar ao longo dos anos.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
Analisando-se a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar no Brasil, não há correlação direta com os preços dos alimentos, fato esse explicado pela elevação da produção das commodities agrícolas, independentemente da produção de etanol.
A produção nacional de etanol não resultou em queda nas quantidades de grãos produzidos internamente. Dessa forma, a cultura da cana-de-açúcar não concorre em área com as demais culturas, visto o ritmo acelerado de crescimento de grãos.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
y = 4505,7x + 51424
R2 = 0,91
y = -3,05x4 + 107,66x3 - 1131,3x2 + 3939,3x + 34268
R2 = 0,93
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Período Analisado (Safras)
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Grã
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)
Área Plantada Produção de Grãos
Figura 11. Produção brasileira de grãos e área plantada, entre as safras 1990/91 e as projeções para a safra 2007/08
Fonte: CONAB (2008)
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
A produção agrícola apresentou tendência de crescimento linear ao longo dos anos, passando de 57,90 milhões de toneladas em 1990/91 para 143,28 milhões nas projeções da safra 2007/08, evolução de 147,46%.
Já a área plantada apresentou oscilações no período analisado, mostrando um crescimento de 24,29%, o que revela o incremento da produtividade agrícola no Brasil nas últimas décadas.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
Fonte: CONAB (2008)
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Período Analisado (Anos)
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Pastagens Grãos Cana-de-Açúcar Café Frutíferas e Olerícolas
Figura 12. Evolução da área destinada à produção de grãos, cana-de-açúcar, carne, frutíferas e olerícolas, ao longo dos anos.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos As áreas destinadas às pastagens apresentam preponderância absoluta em relação às demais utilizações da terra, destacando-se a diminuta participação das áreas com cana-de-açúcar.
A produção de etanol a partir da cana-de-açúcar não apresentou influência na produção de alimentos, devido à ausência de competição por área e pela eficiência do Brasil no setor.
As evoluções na produção de commodities energéticas e não energéticas, bem como o incremento das produtividades e as projeções de potencial agrícola revelam o equívoco da associação da produção brasileira de biocombustíveis nas pressões sobre os preços dos alimentos no mundo.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
Fonte: CONAB (2008)
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Agricultura Pastagem e terras não usadas
Figura 13. Análise da disponibilidade de terras aráveis nos principais países
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos O Brasil possui potencial para se consolidar como o maior país agrícola do mundo devido à disponibilidade de terras aráveis. Sua produção de agrícola está presente em 62,98 milhões de hectares, sendo ainda disponível 330,82 milhões de hectares de pastagens e terras não utilizadas.
Os EUA aparecem na segunda posição, sendo o atual maior produtor mundial em termos de quantidades produzidas.
Quando se observa as áreas em uso, a Índia e a China apresentam montantes superiores de áreas destinadas à produção agrícola.
A Rússia possui potencial de se alavancar a produção interna, com possibilidade se incorporar 164,73 milhões de hectares para a produção agrícola
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
Fonte: FAO (2008); ICONE (2008)
5.5005.300
3.800
3.125
2.500
7.000
0
1000
2000
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5000
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7000
Cana - Brasil Beterraba -UE
Cana - India Milho - EUA Mandioca -Tailândia
Trigo - UE
Países e Plantas Utilizadas
Pro
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Figura 14. Análise da produtividade na produção de álcool por hectare plantado
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
A produção de álcool no Brasil apresenta maior produtividade, com uma quantidade produzida de 7 mil litros por hectare.
O milho nos EUA mostra uma produtividade de 3,80 mil litros, redução de 45,71% quando comparada à cana-de-açúcar no Brasil.
O balanço energético do etanol brasileiro produzido a partir da cana-de-açúcar é 4,50 vezes superior em relação ao do etanol produzido de beterraba e de trigo.
Analisando-se o etanol de milho, a relação de superioridade a favor do produto brasileiro é de aproximadamente sete vezes (ICONE, 2008).
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos Ressalta-se que com a elevação nos preços do petróleo, os EUA adotaram a estratégia de subsidiar os agricultores que cultivam a energia, a partir da cultura do milho.
Dessa forma, esses mesmos agricultores nos EUA têm cultivado milho em detrimento da soja e do trigo e, em função dos subsídios, aproximadamente 30% da produção de milho será destinada para a produção de etanol no mundo ao longo de 2008.
Considerando-se as quantidades utilizadas de milho para a produção de etanol e a baixa produtividade por hectare, a produção de etanol nos EUA podem estar contribuindo para a pressão nos preços dos alimentos, porém com intensidade abaixo do efeito observado pelas elevações da demanda e pelas altas no preço do petróleo no mundo.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Biocombustíveis e Produção de Grãos
A perda devido às enchentes nos EUA está estimada em 30%, o que resultará em níveis inferiores nos estoques das principais commodities agrícolas e, consequentemente, pressões nos preços mundiais (ZAFALON, 2008).
A projeção na redução da produtividade de milho é de 3,29%, passando de 161,00 sacas por hectare para 155,70 na safra 2008/9 foi resultado do excesso de chuvas, logo, a continuidade dos efeitos climáticos extremos sobre o plantio e a germinação do produto pode influenciar em novas baixas na produtividade.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Conclusão
A elevação da renda, do crescimento populacional, do consumo, das variações nos preços do petróleo e as condições climáticas influenciaram diretamente nas cotações das commodities agrícolas e na inflação dos países.
O Brasil se apresenta com capacidade potencial para expandir a oferta dessas commodities, devido a eficiência do agronegócio e da disponibilidade de área para se consolidar como o principal país agropecuário, seja para a produção de alimentos ou para a produção de biocombustíveis.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Conclusão
Destacam-se as barreiras comerciais, os subsídios dos países desenvolvidos, a infra-estrutura precária brasileira e sua dependência dos insumos importados como os fatores responsáveis pela elevação dos custos de produção agrícola e, consequentemente, perda de renda dos produtores rurais.
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Mensagem Final
A agricultura de energia não é Ameaça para a agricultura de alimentos.
Mas, a conjunção das duas ocupará o Auge das decisões importantes
do século XXI!
Biocombustíveis: Auge ou Ameaça?
Obrigado!
Renato Nobile
Secretário Executivo da OCB
E-mail: [email protected]
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(61) 3325-5500