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UNESPAR- UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANA CAMPUS- FAFIUV

COLEGIADO DE GEOGRAFIA

NILMAR FERNANDO JEVOUSKI

CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE

ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

UNIÃO DA VITÓRIA

2011

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NILMAR FERNANDO JEVOUSKI

CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE

ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

Trabalho Final de Estágio Supervisionado (TFES) apresentado como requisito de avaliação final para a obtenção do titulo de Licenciado em Geografia, pela UNESPAR- Campus Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras (FAFIUV). Orientador: Prof. Dd. Marcos Antonio Correia

UNIÃO DA VITÓRIA

2011

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“Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos”.

(Millôr Fernandes)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força e paciência na execução deste

trabalho.

A minha família que sempre estimulou a educação para a realização de

nossos sonhos.

Ao meu pai Mário, que em vida sempre apoiou e incentivou meus estudos.

A minha mãe Albarina, que sempre acreditou no meu sucesso, me apoiando

para que eu pudesse concretizar mais uma etapa da minha vida.

Ao meu irmão Nilson e minhas irmãs Suzane e Geovane, que sempre me

apoiaram com palavras e gestos de carinho.

Aos ex-colegas de trabalho da agencia do IBGE em União da Vitória,

Santana, Hiran, Macedo e Rusinek pela força e também pelo material disponibilizado

para a elaboração deste trabalho.

Aos meus companheiros da FABER- Fanfarra Bernardina, que de uma forma

ou de outra, sempre estão ao meu lado dando uma força.

Ao meu orientador Profª Ms. Marcos Antonio Correia, pela assessoria e

atenção na orientação, mesmo não nos entendendo no inicio do curso, pudemos

durante a faculdade mudar os conceitos de cada um tornando-se amigos.

A Profª Ms. Alcimara A. Föestch, pela correção e auxilio na elaboração do

relatório de estagio, pela atenção durante os quatro anos e pela orientação de

alguns trabalhos de Iniciação Cientifica e Simpósio.

Aos demais professores do Colegiado de Geografia da Faculdade Estadual

de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória pela contribuição e conhecimento

repassado, todos tiveram importante parcela na minha formação.

A todos aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para o meu

sucesso.

Finalizo agradecendo aos meus amigos e colegas de curso, que estiveram ao

meu lado no momento mais triste da minha e sem eles não teria dado a volta por

cima. MUITO OBRIGADO !!!

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CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO

PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS - SC

JEVOUSKI, Nilmar Fernando Jevouski (FAFIUV)

Orientador: Professor Ms. Marcos Antonio Correia RESUMO O presente trabalho tem como foco o Censo Demográfico, sua importância no ensino e como o seu resultado influencia a vida das pessoas. Também chamado de recenseamento, ele é uma importante fonte de informações sobre a situação de vida da população. Em âmbito nacional, o primeiro censo foi realizado no ano de 1872, seguido pelos de 1890, 1900 e 1920. O órgão oficial responsável pela elaboração e execução dos censos desde 1936, é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os censos demográficos são planejados para serem executados nos anos de final zero, ou seja, a cada dez anos. Desta forma, no ano de 2010 o IBGE realizou seu XII Censo Demográfico, que se constituiu um grande retrato da população brasileira. Todo o planejamento público e privado dos próximos anos terá como embasamento seu resultado. Entretanto, a maneira como é planejado e executado um censo é desconhecida pela grande maioria das pessoas. A presente pesquisa procura tornar claro esse processo, a mesma desenvolveu-se como fruto da experiência do autor nas atividades referentes ao Censo 2010. Mesclando o estágio e a parte teórica, foi desenvolvido em conjunto com os educandos um recorte estatístico na localidade de São Pascoal, interior do município de Irineópolis- SC. O mesmo contou com a discussão e definição dos temas a serem pesquisados na própria comunidade escolar, os alunos do Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder é que indicaram quais perguntas seriam trabalhadas.

PALAVRAS CHAVE: censo demográfico, geografia quantitativa, ensino.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

1. ANTECEDENTES DA GEOGRAFIA QUANTITATIVA 10

2. A GEOGRAFIA E O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

17

2.1 ESTATÍSTICA: UMA BREVE ABORDAGEM 21

2.2 CENSO 2010: UM RETRATO DE CORPO INTEIRO DO BRASIL 22

3. FORMAÇÃO E OCUPAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS-SC 26

3.1 LEVANTAMENTO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO DA COMUNIDADE DE SÃO PASCOAL

30

4. RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR 36

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS 41

REFERÊNCIAS 43

ANEXOS 45

APLICAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA NO ENSINO 56

INTRODUÇÃO 57

5. OBJETIVOS 59

6. UM RETRATO DO CENSO EM SALA DE AULA 60

7. METODOLOGIA 68

8. PLANOS DE AULA 70

8.1 AULA 01/05 71

8.2 AULA 02/05 74

8.3 AULA 03/05 77

8.4 AULA 04/05 80

8.5 AULA 05/05 83

9. RESULTADOS 85

REFERÊNCIAS 87

ANEXOS 89

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho, desenvolvido na área do ensino de Geografia, atende a

uma exigência do departamento de Geografia da FAFIUV, a elaboração e a

apresentação deste Trabalho Final de Estagio Supervisionado permite aos

acadêmicos atingir o objetivo da graduação.

Todas as instituições de Ensino Superior em Território Nacional são

subordinadas ao MEC e são regidas pela lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996

que estabelece as Diretrizes e Bases da educação nacional.

Em seu Cap IV. Art 43. § 3º diz que: a finalidade do ensino superior é

incentivar o trabalho de pesquisa e investigação cientifica, visando ao

desenvolvimento da ciência e tecnologia, assim sendo, ao desenvolver uma

pesquisa na área do ensino da geografia, colabora-se para o entendimento do

homem sobre meio em que vive.

Estamos em uma época em que a velocidade e o volume das informações é

grande, e todos os acontecimentos acabam tendo grande visibilidade na mídia como

foi o caso do Censo Demográfico, que no Brasil é realizado sob a responsabilidade

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE.

A pesquisa desenvolveu-se com o intuito de repassar aos educandos: o modo

que uma pesquisa dessa magnitude influencia suas vidas; a maneira como é

planejada e executada; e a importância de responder ao recenseador informações

mais próximas da realidade, pois os recursos e investimentos na comunidade

dependem dessas respostas.

No ano de 2010 o IBGE visitou todos os domicílios brasileiros coletando

informações que irão retratar o país pela próxima década. Os recenseamentos

constituem uma importante fonte de informações sobre a situação de vida da

população brasileira, produzem informações que influenciam na definição de

políticas públicas e privadas.

Interpretar a forma como é planejado e executado um Censo Demográfico é

de fundamental importância para compreendermos a forma como os dados

estatísticos surgem e a importância que eles têm. Esses levantamentos nos

fornecem diversas informações sobre os habitantes: a quantidade, o sexo, a idade, o

local de nascimento, local de moradia, emprego, alimentação, saúde, e etc.

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Em sala de aula os resultados são usados como matéria prima, pois tanto os

professores como os autores de livros didáticos fazem uso dos dados obtidos ao

criarem tabelas estatísticas e gráficos populacionais.

A estatística apesar de ser um ramo da matemática, já deu e ainda continua

dando grande suporte ao ensino da geografia, a Geografia Neopositivista também

chamada Geografia Quantitativa apóia-se em métodos estatísticos e matemáticos

para seus estudos, a utilização dos mesmos no auxilio do estudo geográfico iniciou

no final da Segunda Guerra Mundial.

No referencial Bibliográfico, buscou-se num primeiro momento rever os

antecedentes da geografia quantitativa, no Brasil um dos precursores dessa nova

geografia foi o próprio IBGE que dando suporte ao planejamento estatal brasileiro

utilizou-se de vários estudos quantitativos ao longo da sua existência.

Dando seqüência, foi dada atenção ao conceito de estatística e também aos

aspectos estruturais e metodológicos da realização do Censo 2010 na região de

União da Vitória, Paraná. Pois a experiência pessoal do autor influenciou a escolha

deste tema para o presente trabalho.

Segue-se com uma retrospectiva histórica e aspectos geográficos da área de

pesquisa, iniciando pela formação do município de Irineópolis, da localidade de São

Pascoal e encerrando com uma descrição do Núcleo Escolar Adolfo Konder.

Na parte pratica desta pesquisa, em que se utilizou método empírico, foi

escolhida primeiramente a turma em que seria desenvolvido o estágio, devido a

temática escolhida se encaixar no planejamento pedagógico-curricular da 6ª série/ 7º

ano, onde são trabalhados os conceitos demográficos, a turma escolhida para o

desenvolvimento foi a 6ª série I do Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder,

Irineópolis- Santa Catarina.

No decorrer da atividade de estágio foram abordados vários conteúdos, mas

com ênfase no Censo Demográfico, foi repassada a maneira como o IBGE se

prepara para a coleta e seleciona os temas a serem abordados nos domicílios. Após

foi solicitado aos educandos que sugerissem algumas perguntas que integraram um

questionário escolar, e em seguida, o mesmo foi aplicado a varias turmas da escola.

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1. ANTECEDENTES DA GEOGRAFIA QUANTITATIVA

Segundo Moreira (1985, p. 14) em sua lembrança mais remota a geografia

“nasceu” entre os gregos, junto com a filosofia, história e o teatro, apoiando a

expansão comercial grega na forma de relatos de povos, e mapas feitos para servir

ao comércio e ao Estado.

Nascendo em meio às outras ciências a geografia serviu como base de

sustentação às navegações e ao comércio, pois resumia-se em descrições e

registros de rotas dos povos. Os povos antigos utilizaram os conhecimentos

geográficos para explorar e povoar continentes.

Atribui-se a Humboldt e Ritter o fato de a geografia ganhar o status de ciência.

Considerados como seus fundadores esses autores preocuparam-se em definir um

objeto e um método específico à geografia. (Gomes, 1996, p. 165)

Dentre as heranças deixadas pelos fundadores está a dualidade de uma

ciência que posteriormente dará origem a dois ramos distintos: a geografia geral

direcionada para medições de distâncias, cálculos de dimensões terrestres, entre

outros e a geografia regional com estudos de regiões, povos, culturas. Somente

após os estudos desses dois a Geografia deixou de ser um mero “saber” para se

tornar uma verdadeira ciência.

Conforme Moreira (2008, p.18) apesar do avanço em tornar a geografia uma

ciência moderna, durante um longo tempo após os trabalhos de Humboldt e Ritter, a

Geografia caiu num ostracismo, perdendo espaço no meio científico.

No final do século XIX a geografia inicia uma nova fase que ficou conhecida

como Geografia Clássica. A Geografia divide-se em Geografia Física e Geografia

Humana. A primeira pela aplicação das leis da física, biologia e matemática

explicaria os processos e acontecimentos ligados diretamente à natureza

(geomorfologia, climatologia e biogeografia). A segunda buscará o estudo da relação

entre os seres humanos e o ambiente em que vivem, abordando o uso que o homem

faz do meio físico.

Em meio a uma serie de fatores, mais precisamente no período pós-guerra, a

Geografia Clássica não conseguia responder a algumas indagações, e novas

soluções foram testadas, era preciso refletir sobre a natureza teórico-metodológica

da Geografia, a fim de responder as novas questões postas pela sociedade.

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A Geografia Clássica, cujos princípios eram a observação, descrição e explicação dos fenômenos da paisagem, fundamentada no positivismo clássico, não conseguia mais responder às transformações causadas pela Segunda Guerra Mundial. O impacto do pós-guerra na economia e na sociedade fez com que os geógrafos repensassem sobre a natureza teórico-metodológica da Geografia tendo em vista sua maior cientificidade para responder às novas questões postas pela sociedade. O movimento de renovação refletiu a inquietação metodológica entre os geógrafos que viam no positivismo lógico o caminho para a análise da realidade. (Pessoa, 2008 p. 01)

Com a evolução do pensamento geográfico chegamos em um ponto em que

velhas idéias são retomadas e trabalhadas com nova roupagem. Falamos da teoria

positivista que ressurge aliada à matemática, caracterizando a nova Geografia. O

impacto do pós-guerra na economia e na sociedade fez com que a Geografia e os

geógrafos saíssem da Universidade para disputar espaço com outras áreas do

conhecimento, dentre elas o planejamento e a crítica social.

Nesse momento a Geografia, reconhece o método matemático como único

capaz de chegar a uma verdade. Surgiu então uma nova corrente de pensamento

na geografia e que passou a ser denominada de Geografia quantitativa e teorética.

Sobre essa nova expressão, Christofoletti, nos informa:

Ao se analisar a literatura relacionada com as novas tendências geográficas, percebe-se que diversos adjetivos foram sendo propostos para qualificá-la. Entre eles, dois ganharam maior realce: geografia quantitativa e geografia teorética. A primeira expressa a aplicação intensiva de técnicas estatísticas e matemáticas nas analises geográficas e o procedimento quantitativo pode ser considerado entre as características básicas da nova geografia. A segunda salienta o aspecto teórico e metodológico, subentendendo e englobando os processos de abstração necessários às etapas da metodologia cientifica e da explicação. (Christofoletti ,1982 p. 17)

A Geografia quantitativa tomou como base a idéia de que a transferência de

teoria e conhecimentos de um campo para o outro só se torna possível através de

uma linguagem única, ou seja, a matemática. Portanto, se a matemática é a

linguagem das ciências em geral deve ser também a da Geografia. Faz-se uso para

tanto de técnica estatística para garantir a exatidão e confiabilidade dos resultados.

Faissol (1978, p. 32) afirma que a nova Geografia, ou Geografia teorética, se

caracterizou principalmente pelo traço positivista no que se refere à busca de

explicações científicas e à formulação de leis, aceitando uma profunda unidade

entre as ciências e a possibilidade de transferência de teoria de um campo para o

outro.

Nesta ótica, só a matemática poderia ser legítima como instrumento de

conhecimento, abrindo também a possibilidade de aplicação de lei nas ciências

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sociais. A matemática é considerada por muitos a linguagem da ciência visto que ela

facilita a comparação entre variáveis.

O autor já citado ainda enaltece a função da mesma na geografia:

A matemática e a Estatística, associadas, têm trazido à Geografia uma contribuição não só operacional, mas também conceitual e lógica. Dois exemplos podem ser citados, evidentes e simples: o uso dos conceitos da teoria dos conjuntos para operacionalizar e classificar o conceito de região e o uso de um modelo probabilístico epidemiológico, para descrever a operação do processo espacial/ regional. (Faissol, 1987 p. 29)

Nesse momento a geografia passa usar a matemática e a estatística em seus

estudos, mas não perdendo sua identidade, pois sua principal área e objetivo ainda

era a análise espacial.

Alem do uso de técnicas matemático-estátisticas houve uma forte busca por

teorias para a Geografia, fato este que Faissol também ressalta:

[...]ela ficou marcada pela denominação de Nova Geografia, fruto ao mesmo tempo da novidade que era o uso de técnicas estatísticas e algoritmos computacionais, que as implementavam, e do fato de que ela seguia uma rotina, já alcançada em outras Ciências Sociais, de formulação de testes de hipóteses e teorias. (Faissol, 1987 p. 21)

Havia grande preocupação em criar teorias, pois as mesmas explicariam a

realidade que segundo o autor segue uma rotina.

Gomes (1996, p.229) aponta que a revolução crítica ocorrida na década de

cinqüenta surge como uma reação ao caráter essencialmente descritivo da

Geografia, influenciada basicamente pela Geografia francesa. As ciências, em geral,

passavam por um processo de mudança em suas bases epistemológicas na busca

de acabar com a incerteza e indeterminações presentes. O retorno ao racionalismo

se dá através de um positivismo crítico, ou neopositivismo. A precisão metodológica

aparece em reação à intuição e ao indeterminismo. Era a tentativa de transformar

Geografia moderna uma disciplina rigorosa e científica.

Alguns pontos que devem ser ressaltados pois marcaram o contexto

geográfico nesse período foram: a substituição da descrição da paisagem pela sua

matematização; a substituição das pesquisas de campo pelos trabalhos em

laboratórios utilizando computadores, e a matematização da linguagem geográfica.

Esta nova filosofia, a geografia quantitativa, propunha a criação de modelos ou de

fórmulas matemáticas para melhor explicar os fenômenos geográficos.

Para Moraes (1981, p.95) alguns fatores tornaram o instrumento de pesquisa

da Geografia defasado, tais como a expansão do capitalismo, a urbanização se

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expandia de forma acelerada, o êxodo rural contribuía para o crescimento das

cidades implicando numa crise das técnicas tradicionais de análise. Estas não

davam mais conta nem da descrição nem da representação dos fenômenos da

superfície terrestre.

Oliveira nos mostra mais alguns pontos da renovação citada:

a natureza da renovação na Geografia pode ser abordada sob tríplice aspecto: a integração no contexto científico, a utilização da linguagem matemática e o desenvolvimento de teorias geográficas. Dentro desta colocação, tanto a teorização, como a quantificação se apresentam como aberturas de perspectivas para a ciência geográfica. Convém esclarecer que esta renovação é muito mais filosófica que técnica. Os autores têm chamado a atenção para o fato que a quantificação é um meio, que leva à teorização ou dela provém, e não um fim sem si mesma (Oliveira,1973 p.11)

Temos assim, os principais pontos que caracterizaram a passagem de

uma Geografia Clássica para uma Moderna, o comportamento tradicional,

considerado defasado e antiquado, sendo substituído pela exatidão conseguida

através da revolução quantitativa.

As técnicas desenvolvidas pelos estatísticos acabaram seduzindo os

geógrafos neopositivistas, que passaram a empregá-las sistematicamente em seus

trabalhos, ao falar sobre o uso da estatística, dos métodos quantitativos e dos

modelos teóricos.

Claval (1982, p. 10-11) mostra que o movimento enriqueceu-se em duas

direções, pois alem dos modelos emprestados da economia os investigadores

aprenderam a usar algumas proposições da sociologia e psicologia, construindo a

partir destes novos modelos, assim descobriram a grande contribuição que a

estatística pode dar aos demais estudos e passaram a usar cada vez mais os

métodos quantitativos.

Durante o período em que surgiu a nova geografia, percebe-se que as demais

ciências também estavam em busca de novos modelos e a contribuição que os

números davam foram logo percebidos.

Em Andrade vemos mais detalhes da nova geografia:

A Nova Geografia rompeu com a Geografia Clássica [...], apresentando formulações nomotéticas que facilitavam o uso da estatística. Condenou, no ensino, o uso das excursões, das aulas práticas de campo por achar desnecessário a observação da realidade, substituindo o campo pelo laboratório, onde seriam feitas as medições matemáticas, os gráficos e tabelas sofisticadas, procurando visualizar a problemática através de desenhos e diagramas. Uma ala intitulou-se de Teorética, para quebrar qualquer vínculo com os trabalhos empíricos, afirmando-se inteiramente comprometida com a reflexão teórica. (Andrade, 1987 p.107)

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Os trabalhos de campo, característicos da Geografia Tradicional foram

substituídos por novos instrumentos e o grande número de dados, (variáveis e

informações disponíveis), obrigou os geógrafos neopositivistas a o usarem

computadores.

O advento de modernos computadores está tornando possível a utilização de técnicas e métodos estatísticos de análise, de tipo multivariado, que em um processo de classificação, usando taxonomia numérica, produz um sistema regional baseado em mais objetividade de critério. (Galvão; Faissol, 1970, p. 10)

Becker (2009, p. 24) cita que o movimento de renovação da Geografia se deu

principalmente nos países anglo-saxônicos, tendo destaque os EUA e a Inglaterra,

expandindo logo por outros países. No Brasil, esse movimento começou no final da

década de sessenta e início dos anos setenta, alguns geógrafos mais progressistas

aderiram e a mesma acabou se instalando em instituições oficiais, onde se praticava

a pesquisa ou o ensino da Geografia.

A chamada “revolução quantitativa” da geografia fez sua escalada no Brasil tendo como base o IBGE. Sua introdução e aplicação representavam uma resposta da comunidade de geógrafos ao desafio da crescente ascensão dos economistas como assessores do poder. Com a instauração do regime militar, os economistas assumiriam a orientação do planejamento do país, o que refletiria na própria composição do IBGE. Com o estatuto de Fundação e o economista Isaac Kerstenetzky na presidência, o órgão se tornaria interdisciplinar. Doravante, economistas, sociólogos, antropólogos e analistas de sistemas figurariam ao lado de estatísticos e geógrafos. Neste novo quadro, o IBGE deveria fornecer, com rapidez, estatísticas mais precisas e sofisticadas, bem como os mapas do funcionamento dos sistemas. (Galvão; Faissol 1970, p.09)

Foi através dessa ligação com o planejamento que se desenvolveu a

geografia quantitativa no IBGE, porta pela qual fez seu ingresso e sucesso no Brasil

dos anos 1970.

Camargo (2009, p. 35) informa de que não haveria outro terreno mais fértil

para florescer a geografia quantitativa no Brasil do que o IBGE. Os geógrafos

trabalhavam em conjunto com economistas e estatísticos na formulação e discussão

dos questionários censitários, a nova atitude se revelava uma boa maneira para

desenvolver-se uma integração da geografia e estatística, e que formalizasse a

convergência das duas atividades na apresentação de um retrato do país

No Brasil vários foram os pontos que contribuíram para que a geografia

Neopositivista enraizasse. No primeiro momento, esteve diretamente ligada ao

Departamento de Geografia do IBGE.

A preocupação dos geógrafos e dos técnicos dessa instituição foi voltada para os problemas da regionalização. E nisso havia razão de ser, pois o

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pós-guerra trouxe o desenvolvimento urbano-industrial e a conseqüente manifestação do êxodo rural em nosso país. Daí o aparecimento de graves desequilíbrios regionais, demandando a ação planificada do Governo Federal. A importância de uma Geografia científica, munida de um arsenal de teorias e procedimentos técnicos (quantitativos), vai se delinear, então, quando o planejamento estatal, voltado para a escala das regiões, passa a necessitar de uma compreensão mais objetiva e racional do sistema espacial brasileiro. Em verdade, podemos verificar que, historicamente, a prática do planejamento sempre encontrou um corpo técnico aliado junto ao IBGE e ela foi providencial para que uma Geografia de cunho neopositivista encontrasse no país o ambiente adequado para a sua manifestação e amadurecimento. (Camargo; Reis Junior 2004 p. 363)

O IBGE deu suporte a grandes projetos promovidos pela esfera executiva

pois as ações dependiam de informações próximas da realidade, assim os

processos de colonização ao interior do país e o planejamento de redes rodoviárias

levaram em conta estudos regionais, definição de limites e divisas, assim o órgão

alinhou-se naturalmente com a tendência à quantificação em Geografia.

O IBGE realizava cursos de aperfeiçoamento para professores e, em muitos deles, se ofereciam disciplinas e métodos quantitativos na Geografia, do que resultou uma difusão de interesses. Uma vez retornando, tais pesquisadores, por já estarem cientes da necessidade de reformulações teóricas e metodológicas na Geografia, assumiam, naturalmente, o papel de difusores de sua versão neopositivista na cena doméstica. A eles caberia promover a reciclagem dos geógrafos ainda não familiarizados com essa Nova Geografia. (Faissol, 1989 p. 30)

O instituto também se preocupou em enviar seus geógrafos ao exterior para

que estes fizessem cursos de aperfeiçoamento e até mesmo pós-graduação o que

possibilitou uma maior proliferação de idéias alinhadas a Nova Geografia.

Camargo & Reis Junior (2004, p. 366) nos mostram que a divulgação da Nova

Geografia contou ainda com veículos de informação produzidos pelo IBGE. São dois

os mais conhecidos pela comunidade geográfica a “Revista Brasileira de Geografia”

(RBG) e o “Boletim Geográfico” (BG).

A RBG teve seu primeiro número lançado em 1939, e acabou sendo a

publicação que deu mais publicidade à Geografia Quantitativa no Brasil, com a

publicação de vários artigos ajustados a essa linha. O Boletim Geográfico também

teve grande importância para a modernização da Geografia na cena nacional tendo

como publico professores das escolas secundárias.

Realçando a importância do IBGE para o desenvolvimento e a divulgação da

ciência geográfica no Brasil, Faissol nos diz:

a minha verdade e a minha pretensão de legitimação é de que o Departamento de Geografia do IBGE tem um crédito perante a geografia brasileira, crédito que a fase quantitativa, que este mesmo Departamento

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implantou no Brasil,saiu acrescentando [...] por isso mesmo, parece-me necessário destacar o papel inovador que este Departamento de Geografia do IBGE teve no desenvolvimento da Geografia brasileira, a começar pela sua própria existência, e pelo que ele se constituiu como a maior massa, em quantidade e em qualidade, de pesquisa geográfica feita no Brasil. (Faissol, 1989, p. 23)

Vale ressaltar que o IBGE não foi o único centro difusor da Geografia

Neopositivista no Brasil contou com a colaboração do Departamento de Geografia

da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, São Paulo. No ano de

1971, é fundada em Rio Claro a “Associação de Geografia Teorética” (AGETEO),

que publicou duas revistas científicas. A primeira delas foi denominada de “Boletim

de Geografia Teorética” (BGT), sobre ela Christofoletti nos diz: "Eis uma nova

publicação destinada a abordar o tema Ciência Geográfica. Seu principal objetivo

consistirá na divulgação e discussão dos aspectos teóricos da Geografia, dando

também destaque a técnicas quantitativas que estão sendo empregadas em

pesquisas.” (Christofoletti et al., 1971, p. 3).

Desse modo, o Departamento de Geografia de Rio Claro adquiriu importância

na cena nacional.

Também foi palco de estudos quantitativos o curso de Geografia da Unesp, localizada em Rio Claro, onde, ao lado dos estudos urbanos, desenvolveram-se, principalmente, estudos agrários ou de localização das principais culturas. Neste centro universitário foram produzidas numerosas teses de doutorado e dissertações de mestrado utilizando os métodos quantitativos. Seu prestígio tornou-se nacional, sendo a sua pós-graduação uma das mais procuradas, atraindo estudantes de todo Brasil, contribuindo para a difusão do neopositivismo e da teoria dos sistemas. Em Rio Claro foi fundada em 1971 a Associação de Geografia Teorética, que publica um Boletim, que já chegou ao número 30, em que a metodologia estatística é bastante difundida, e livros nessa mesma linha de pensamento. (Andrade 1987 p. 109)

Realçando a importância de Rio Claro como epicentro difusor da Geografia

Quantitativa, Faissol nos diz: “O Departamento de Geografia da Universidade de Rio

Claro onde destacaram Christofoletti, Ceron, Lívia de Oliveira, entre outros, foi, sem

dúvida, outro importante centro, e, logo, muitos outros passaram a utilizar técnicas

quantitativas, principalmente a análise fatorial e/ou enveredar por elucubrações

teóricas.” (Faissol, 1989 p. 24)

Nos apontamentos de Cassab (2009, p. 07) percebe-se que nesse período

em que ocorreu a revolução teorética-quantitativa o ensino da geografia no Brasil foi

pautado por interesses governamentais, visto que estávamos em governo militar e a

geografia escolar foi considerada instrumento ideológico pois o objetivo era o

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enaltecimento das riquezas da nação e o método de ensino ainda era a

memorização.

Ibidem (2009) aponta um ensino da geografia fortemente marcado pela

característica teorética-quantitativa.

O golpe de 1964(...) transforma o ensino da geografia em mais uma das ferramentas ideológicas do governo militar. O ensino da geografia adequa-se a nova política educacional que agora se volta para a segurança e o desenvolvimento. Nesse momento, as concepções de conhecimento presentes nos currículos refletem o caráter racionalista e compartimentalizado do conhecimento. A compreensão era de que o desenvolvimento do país vincula-se a formação de profissionais técnicos. A escola se torna o lugar de formação da mão-de-obra que serviria as indústrias em expansão. A educação escolar reduz-se ao treinamento de profissionais capazes dominar as técnicas do trabalho fabril (...) Durante um bom tempo a Geografia se resumiu a apresentar, através de dados numéricos, tabelas e gráficos, a grandeza natural e o desenvolvimento econômico do país. Servia para mostrar como o Brasil caminhava em direção ao seu destino manifesto: transformar-se em potencia econômica. (p. 09)

Vesentini (1984) quanto ao ensino sob o domínio da Nova Geografia escreve

que: “a função do ensino da geografia, nesse contexto, é a de difundir uma ideologia

da Pátria, do Estado-Nação, tornar essa construção histórica como “natural”, dar

ênfase não à sociedade (aliás, esta deve sempre ser vista como “comunidade”, e os

“problemas normais” que surgirem “serão inevitavelmente resolvidos pelo Estado”,

com as “leis” ou com os “planejamentos”) e sim a terra.” (p. 33-34)

Os autores de livros didáticos são influenciados pelos modelos estatísticos e

matemáticos. Barbosa (2006) nos conta que a Nova Geografia compactua com tais

valores e objetivos, vinculando a importância do Estado frente à organização do

espaço, principalmente o espaço organizado por meio dos estudos e dos

planejamentos.

Assim, a população em geral não precisava se preocupar com nada envolvendo o território, já que o mesmo era gerido por pessoas altamente capacitadas para planejar e executar, desta forma não havia contradição, pois tudo era questão de tempo até o Estado organizar todo o território. a divulgação do pensamento Teorético-Quantitativo foi realizada de forma sistemática e contínua por quase duas décadas. Influenciando a postura metodológica dos autores de livros didáticos e dos próprios professores de Geografia, que tiveram sua formação sob os auspícios de tais teorias geográficas. (Barbosa 2006, p. 06)

Os números estão inseridos fortemente na geografia escolar,os alunos alem

de aprenderem números e gráficos aprendem que o Estado é que deve planejar os

espaços e geri-lo de forma adequada, para isso precisam de dados estatísticos.

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2. A GEOGRAFIA E O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA

Não se consegue falar e muitos menos estudar a geografia no Brasil sem citar

a relevante importância do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com suas

variadas pesquisas identifica e analisa o território, conta a população e mostra como

a economia evolui através do trabalho e revelando como as pessoas vivem.

A dificuldade de se obter informações estatísticas constantes e padronizadas

e a necessidade de se conhecer melhor o território nacional do ponto de vista

geográfico e cartográfico estão na origem do IBGE.

Penha (1993, p. 78), nos diz que o mesmo foi fruto de um processo político

em favor da centralização, burocratização e racionalização do estado em prol da

urbanização e industrialização a partir da década de 30, sua criação refletiu de forma

significativa, o papel que os levantamentos estatísticos e a pesquisa geográfica

poderiam desempenhar no tocante à administração do imenso território brasileiro,

em via de integração socioespacial.

Antes do IBGE existiram outros institutos de estatísticas, recebeu este nome em 26 de janeiro de 1938, formado pela junção do Conselho Nacional de Estatística, do Conselho Brasileiro de Geografia e o Serviço Nacional de Recenseamento. A data oficial da criação do Instituto, no entanto, é 29 de maio de 1936, quando foram regulamentadas as atividades do Instituto Nacional de Estatística. (Gonçalves 1995, p. 32):

Valverde1 apud Evangelista, (2007) acrescenta outro aspecto:

a criação do instituto em 1938 se dava numa época em que era prevista uma nova guerra na Europa, o que acabaria afetando a rede de trocas entre os países, e o Brasil não dispunha de um acervo sistematizado de informações quanto às suas reais potencialidades no campo comercial, produtivo, agrícola, etc. Em termos formais, a criação do IBGE foi antecedida pela formação do Instituto Nacional de Estatística em 1934, e respectiva instalação definitiva em maio de 1936 com o nome Conselho Nacional de Estatística no intuito de organizar os dados disponíveis em bases censitárias, assim como coordenar as futuras atividades voltadas para a captação de dados no Brasil. Outro órgão importante na formação do IBGE foi a criação, em 1937, do Conselho Nacional de Geografia que junto ao conselho anterior geraram aquele instituto. Em suas primeiras décadas de funcionamento esteve diretamente subordinado à Presidência da República. (Evangelista, 2007 p. 05)

A subordinação a que se refere o autor pode ser explicada pelo suporte do

IBGE ao planejamento territorial feito pelo governo brasileiro.

1 Entrevista concedida por Valverde em maio de 1994, publicada em 2007 por Evangelista, H. de A. Disponível in

http://www.feth.ggf.br/geoquant.htm Acesso em 10/06/2010.

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Almeida nos mostra os segmentos da geografia no Brasil:

Durante as décadas de 40 e 50 a Geografia brasileira estava dividida em dois grandes segmentos. O que produzia conhecimento para uso na estrutura de ensino, com a formação e o aperfeiçoamento do corpo docente, e o novo segmento voltado para a estruturação do sistema de planejamento territorial, do qual o IBGE passou a ser o principal agente, tanto pelo lado da Estatística, quanto pela Geografia, Geodésia e Cartografia. No entanto, apesar desta aparente dicotomia, ambos sempre estiveram em perfeita conexão, em virtude de suas origens comuns. Entre meados dos anos 30 até o início dos 40, a criação quase simultânea dos cursos formais de Geografia, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, até a estruturação do sistema de planejamento territorial do governo federal no IBGE, foram processos gestados por uma estrutura organizada pelo governo Vargas [...] Portanto, a Geografia da universidade e a do sistema de planejamento no Brasil nasceram juntas e foram organizadas tecnicamente no Rio de Janeiro. (Almeida,2004 p. 41)

O vinculo da Geografia com as idéias de desenvolvimento, no contexto das

questões urbanas e industriais aproximou o IBGE do núcleo de decisões do poder

federal durante vários governos.

O IBGE foi criado durante o governo Getúlio Vargas com a promessa de ter

seus cargos preenchidos por concursos, mas não foi isso que ocorreu num primeiro

momento.

A ação das famílias foi muito forte no preenchimento dos principais cargos da instituição. Como estas, geralmente, usufruíam boas condições educacionais, o preenchimento realizado não chegava a prejudicar a qualidade dos serviços, pelo contrário. Até final de 1960 o grau de relacionamento social era fundamental na viabilização de projetos profissionais. Os passeios em comuns, participação de batismos, aniversários eram ingredientes na chamada família ibgeana. Hoje este quadro mudou, a família, por sua vez, encontra-se cada vez mais nuclearizada, o próprio IBGE virou fundação ao final da década de 60; as relações de trabalhos passaram a ser realizada sob o regime da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, e torna-se mais freqüente o número de concursos tendo os aprovados seus nomes registrados no Diário Oficial . (Evangelista, 2007 p. 06)

Com o intuito de obter maior autonomia para suas atividades, em 13 de

fevereiro de 1967, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foi transformado

em Fundação.

Dentre as múltiplas atividades feitas pelo IBGE, destaca-se os Censos

Demográficos, que por abranger todo o território nacional acaba tendo mais

visibilidade por parte da população. E os seus resultados são utilizados tanto pelo

governo para definir políticas publicas, como por empresas e universidades para

estudos.

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Faissol (1978, p. 145) define o censo, também chamado de recenseamento,

como sendo uma pesquisa que possibilita a coleta de várias informações, como o

número de habitantes, as condições de moradia, e vários outros quesitos, já a

palavra “censo” tem sua origem no latim "census", que significa conjunto de dados

estatísticos dos habitantes de determinado espaço.

O censo já era feito na Antigüidade, os chineses e romanos elaboraram os

primeiros conhecidos.

O censo, também chamado de recenseamento, já era feito na Antigüidade, os chineses e romanos elaboraram os primeiros conhecidos. Pelo que se tem notícia, o Censo mais antigo é o da China. Em 2238 a.C., o imperador Yao mandou realizar um censo da população e das lavouras cultivadas . A finalidade deste trabalho na época era militar e fiscal, quanto mais homens existissem mais impostos arrecadados e mais numeroso e forte seria o poder bélico. Quem se recusava a prestar informações ou prestasse-as de forma errônea tinha como punição a morte. No Oriente, os mais antigos são os hebraicos e o Censo de Israel no tempo de Moisés (cerca de 1700 a.C.). Os egípcios realizavam censos anualmente no século XVI a.C. E os romanos e os gregos já realizavam censos por volta do século VIII a IV a.C. Em 578-534 a.C., o imperador Servo Túlio mandou realizar um censo de população e riqueza que serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para o exercício dos direitos políticos e para o pagamento de impostos. Os romanos fizeram 72 censos entre 555 a.C. e 72 d.C. (Manual do Recenseador, 2009 p. 05)

Falando em censos romanos, não se pode deixar de citar um dos mais

importantes fatos para o cristianismo, o nascimento de Jesus Cristo2. A Bíblia conta

que São José e a virgem Maria saíram de Nazaré, na Galiléia, para Belém, na

Judéia, para responder ao censo ordenado por César Augusto, foi enquanto

estavam na cidade que Jesus nasceu.

No continente americano, conforme nos conta Azevedo (1990, p. 08) antes

mesmo de Cristóvão Colombo chegar, os Incas já possuíam um registro numérico de

dados da população em "quipus", sistema de cordas feitas de lã ou algodão onde a

posição do nó e a sua quantidade, indicavam valores numéricos segundo um

sistema decimal. As cores do cordão, indicavam o item que estava sendo contado,

sendo que existia uma simbologia própria de cores para cada atividade- agricultura,

exército, população, etc.

2 (Lucas cap. 02, vers. 01-07) ”Naqueles tempos apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o

recenseamento de toda a terra. 2 Este recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. 3.Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. 4. Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, 5. para se alistar com a sua esposa Maria, que estava grávida. 6. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. 7. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria. Bíblia Sagrada (1982 p. 1228)

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Segundo dados extraídos do livro “IBGE: um retrato histórico” o território

brasileiro teve sua primeira contagem nacional realizada no ano de 1872, ainda sob

a monarquia governada por Dom Pedro II, a escravidão ainda existia e o meio mais

eficiente de percorrer as dimensões continentais do País era montado em um

cavalo, a população na época quase chegou á 10 milhões de habitantes.

A data-base estabelecida para a coleta de dados foi 1º de agosto de 1872, e os recenseadores saíram a campo distribuindo os formulários e preenchendo-os, no caso de o entrevistado ser analfabeto, o que era uma ocorrência bastante comum no Segundo Reinado. A adesão popular superou as expectativas. Já existiam os jornais, mas, como uma boa parte dos brasileiros era analfabeta, não havia nada que pudesse mobilizar a população e conscientizá-la de que o Censo era algo positivo. (Gonçalves, 1995. p.06)

O primeiro censo é tido pelos estudiosos como um bom recenseamento, com

resultados bem razoáveis e próximos da realidade da época e recebeu o nome de

Recenseamento da População do Império do Brasil. O questionário aplicado foi bem

simples mas traduziu a realidade daquele momento.

Os índios foram excluídos desta primeira pesquisa pois no século XIX, o acesso às tribos indígenas ainda era muito precário, e o número de tribos hostis ao “homem branco” era muito grande, principalmente no Norte e Centro-Oeste do Brasil. Foram contabilizados apenas caboclos (filhos de índio com branco) já aculturados. A apuração deste primeiro censo foi realizada no Rio de Janeiro e seus resultados foram divulgados após quatro anos. O próximo Censo seria em 1882 mas não ocorreu. Em 1889 chega o fim do Império e a Proclamação da República, os próximos censos foram realizados em 1890, seguido de outro em 1900. Em 1910 não foi realizado retornando em 1920. Em 1930 também não houve censo mas o de 1940 inicia então uma nova fase nas pesquisas populacionais do Brasil com a contribuição do renomado demógrafo italiano Giorgio Mortara, e organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.(Ibidem, 1995. p.07)

Como visto anteriormente, apesar de existirem vários órgãos e conselhos

estatísticos, no ano de 1930 não houve censo devido à revolução que levou Getúlio

Vargas ao poder e isto causou uma carência enorme de informações.

O Recenseamento Geral de 1940 começou junto com o próprio IBGE

englobando sete levantamentos: demográfico; agrícola; industrial; comercial; social;

de serviços; de transportes e comunicações.

Os censos demográficos têm periodicidade decenal, são planejados para

serem executados nos anos de final zero, cabe aqui lembrar que a única exceção foi

o censo demográfico da década de 90 que teve sua realização no ano de 1991

devido a problemas de planejamento e orçamento. Seguindo esta regra, o 12º censo

realizado no Brasil foi o de 2010.

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2.1 ESTATÍSTICA: UMA BREVE ABORDAGEM

A Estatística é uma parte da Matemática que fornece métodos para a coleta,

organização, descrição, análise e interpretação de dados, viabilizando a utilização

dos mesmos na tomada de decisões. Segundo Toledo ; Ovalle (1985, p.13), ela tem

ampliado a sua participação na linguagem das atividades profissionais da

atualidade, já que os números e seus significados traduzem, de forma objetiva, as

questões do cotidiano, propiciando análises com base em fatos e dados.

A palavra estatística lembra à maioria das pessoas recenseamento, as duas

não deixam de estar interligadas mas possuem diferença.

Os censos existem há milhares de anos e constituem um esforço imenso e caro feito pelos governos, com o objetivo de conhecer seus habitantes, sua condição socioeconômica, sua cultura, religião, etc. Portanto, associar estatística a censo é perfeitamente correto do ponto de vista histórico, sendo interessante salientar que as palavras: estatística e estado têm a mesma origem latina: status . A estatística é também comumente associada às pesquisas de opinião pública, aos vários índices governamentais, aos gráficos e às médias publicados diariamente na imprensa. (Correa, 2003 p. 07)

É possível distinguir duas concepções para a palavra “estatística”, A autora

acima citada ainda nos mostra a diferença de significados entre o plural e o singular

da palavra:

no plural (estatísticas), indica qualquer coleção de dados numéricos, reunidos com a finalidade de fornecer informações acerca de uma atividade qualquer. Assim, por exemplo, as estatísticas demográficas referem-se aos dados numéricos sobre nascimentos,falecimentos, matrimônios, desquites, etc. As estatísticas econômicas consistem em dados numéricos relacionados com emprego, produção, vendas e com outras atividades ligadas aos vários setores da vida econômica. No singular (Estatística),indica a atividade humana especializada ou um corpo de técnicas, ou ainda uma metodologia desenvolvida para a coleta, a classificação, a apresentação, a análise e a interpretação de dados quantitativos e a utilização desses dados para a Tomada de decisões.(Correa, 2003, p. 07):

Toledo ; Ovalle (1985, p.15) apresentam a definição de alguns termos muito

utilizados em estatística tais como: População- todos os elementos a serem

pesquisados; Amostra- um subgrupo de elementos extraídos de uma população;

Parâmetros- é uma medida referente a uma característica da população. Estatística-

é uma medida numérica que descreve uma característica de uma amostra.

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2.2 CENSO 2010: UM RETRATO DE CORPO INTEIRO DO BRASIL

O presente trabalho de pesquisa tem como pano de fundo a experiência do

autor como um dos agentes envolvidos na execução do Censo Demográfico 2010.

Nesta seção serão abordadas as características técnicas e metodológicas utilizadas

pelo IBGE no planejamento e realização do Censo em 2010.

Em 2010 foi possível responder o censo pela Internet, bastava solicitar ao

agente uma senha de acesso e depois acessar ao questionário eletrônico na pagina

do Censo 2010. Os temas pesquisados foram: Características do Domicílio,

Emigração, Migração Interna e Imigração Internacional, Sexo, Idade Cor ou Raça,

Etnia, Língua Falada, Religião, Registro de Nascimento, Deficiência, Educação,

Deslocamento para Estudo e Trabalho, Nupcialidade, Trabalho e Rendimento,

Fecundidade, Mortalidade.

As atividades do Censo começaram a ser desenvolvidas em 2008, pois nos

dois anos que antecederam à etapa de coleta de dados, o IBGE preparou e

atualizou os mapas e croquis dos 5.565 municípios e 20 mil localidades, vilas e

povoados. Neste período foram planejados e definidos os perímetros dos Setores

Censitários que constituem a área de trabalho de coleta dos Recenseadores.

A definição de Setor Censitário encontramos na publicação destinada ao

treinamento de recenseadores, Manual do Recenseador (2009, p. 19) que nos diz :

Setor Censitário é a unidade de controle cadastral formada por área contínua,

contida em área urbana ou rural, cuja dimensão e número de domicílios permitam ao

Recenseador cumprir suas atividades dentro do prazo estabelecido para a coleta.

Consta no Manual de Elaboração da Base Territorial IBGE (2008, p 05) que a

mesma é um conjunto de mapas e cadastros, contendo informações de diversas

áreas (estados, municípios, distritos, bairros e quarteirões), importantes para o

recenseador na realização da coleta de dados e na divulgação dos resultados das

pesquisas.

A atualização dos mapas foi dividida em varias etapas sendo a primeira delas

foi em municípios com até 20.000 habitantes. Denominada Modulo I esta etapa

contou com a utilização de um software desenvolvido para atender as necessidades

específicas da Base Territorial, o GEOBASE. Com este programa e tendo como

base imagens georreferenciadas dos municípios, foram incluídas no mapa novas

ruas, excluídas as inexistentes, também foi realizado o ajuste da geometria

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(arruamento e setores) e a associação das faces de quadra com os cadastros

estatísticos.

Na Agencia de União da Vitória3, sete dos nove municípios estavam incluídos

no Módulo I: Bituruna, Coronel Domingos Soares, Cruz Machado, General Carneiro,

Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória, na época de realização destes trabalhos

o insumo de imagens georreferenciadas não era completo, possuíam imagens

adequadas e atuais apenas os municípios de Bituruna e Coronel Domingos Soares.

Nos demais municípios onde não haviam recursos como imagens orbitais ou

aerolevantamentos foi necessário o levantamento da malha urbana com outro

programa, o IBGE Móbile GIS que utiliza os recursos do Sistema de Posicionamento

Global (GPS).

O Manual do IBGE Móbile GIS (2008, p. 05) o define como um programa que

adquirido pelo IBGE foi customizado para atender as demandas dos Censos 2007 e

agora teve novas funcionalidades implementadas para auxiliar nos trabalhos da

Base Territorial para o Censo 2010. O aparelho funciona da seguinte maneira: ele

tem a função Caminho, onde o usuário ativa e percorre determinada distancia com

ele ligado, durante o percurso é registrada uma seqüência de pontos de

coordenadas conhecidas, que representam o caminho percorrido pelo usuário. O

trajeto pode ser feito caminhando, ou com carro, moto e bicicleta.

Nos municípios com mais de 20.000 habitantes, Módulo II, o IBGE contratou

empresas para a realização das atualizações cartográficas, cabendo aos técnicos do

Instituto apenas a adequação com os padrões técnicos e conferência em campo do

trabalho realizado pelas mesmas.

Foram criadas em todos os estados e municípios as Comissões de Geografia

e Estatística, que como propósitos acompanhar os trabalhos do Censo 2010 e

também integrar o IBGE a comunidade local garantindo o desenvolvimento da coleta

de dados.

A comissão deveria acompanhar as atividades censitárias e auxiliarem para

que os problemas fossem sanados com antecedência e não prejudicassem a coleta

de dados ou gerassem mais tarde questionamentos nos resultados. As comissões

3 As informações aqui contidas foram obtidas junto a Agência do IBGE em União da Vitória, Paraná, localizada

na Av. Interventor Manoel Ribas, 134 3º and.-Sala 35. A mesma é responsável pela cobertura estatística em 9

municípios: Bituruna, Coronel Domingos Doares, Cruz Machado, General Carneiro, Palmas, Paula Freitas, Paulo

Frontin, Porto Vitória, e União da Vitória.

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eram formadas por autoridades e representantes de organizações dos municípios

que poderiam de alguma forma colaborar com os trabalhos.

Nos primeiros meses de 2010 foram instalados os postos de coleta em todos

os municípios brasileiros, o numero de contratados em cada um deles variava de

acordo com o numero da população. Basicamente ele era assim formado: um

Agente Censitário Municipal (ACM) responsável pela coleta no município, um Agente

Censitário Administrativo (ACA) responsável pela parte administrativa e burocrática,

e os Agentes Censitários Supervisores (ACS), estes responsáveis pela pré-coleta,

etapa em que todas as vias do quadro urbano dos municípios foram percorridas com

o objetivo de conferencia dos mapas e também anotando as condições físicas das

ruas (quantidade de arvores, pavimentação, bueiros, etc), e durante a coleta de

dados cada ACS tinha sob sua responsabilidade em media 6 recenseadores.

A coleta iniciou no dia 1º de agosto pois a noite de 31 de julho para 1º de

agosto de 2010 foi definida como a data de referência. Isto significa que várias

perguntas que constavam nos questionários teriam que obter respostas,

considerando este corte no tempo. Segundo este critério, todas as pessoas que se

encontravam vivas na data de referência são recenseadas, por exemplo: nascidas

após 31/07/2010 não foram recenseadas e falecidas após 31/07/2010 foram

recenseadas.

Todas as questões investigadas foram produtos de amplas consultas e debates com representantes da sociedade brasileira e órgãos técnico-governamentais. Para registrar os dados sobre as características dos domicílios e de seus moradores, dois tipos de questionários foram utilizados: o da Amostra - questionário que continha um volume maior de perguntas aplicado em domicílios selecionados aleatoriamente; e o Básico - questionário simplificado aplicado nos demais domicílios. Isto ocorre porque seria muito demorado coletar todas as informações em todos os domicílios. Assim foi utilizada a Amostragem onde uma parte dos domicílios é selecionada, de forma que seja representativa das características dos domicílios como um todo e de seus respectivos moradores. (Manual do Recenseador, 2009 p. 21)

O responsável pelas entrevistas é chamado de Recenseador que é a pessoa

selecionada e treinada pelo IBGE para preencher os questionários, ele deve visitar

todas as residências da sua área de trabalho para realizar a entrevista e coletar os

dados dos moradores.

O Recenseador estava vinculado a um supervisor que lhe dava as

informações necessárias para a execução de suas tarefas, além de lhe fornecer os

instrumentos de trabalho: o Crachá que servia como identificação junto ao

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entrevistado; o Computador de Mão onde foram feitos os registros dos dados: o

mapa digital e impresso do setor: e o Registro de Endereços, onde foram registradas

todas as informações referentes aos endereços das unidades visitadas pertencentes

ao setor censitário. O mesmo tem a obrigação de manter o sigilo das informações

coletadas, quebra de sigilo implicaria dispensa imediata do trabalho e processo

criminal.

As informações coletadas no Censo são confidenciais e utilizadas

exclusivamente para fins estatísticos e não poderão ser objeto de certidão e nem

terão eficácia jurídica como meio de prova. Algumas leis dispõem sobre a

obrigatoriedade e asseguram sigilo das informações coletadas.

A Lei n. 5.534, de 14 de novembro de 1968, dispõe sobre a obrigatoriedade

de prestação de informações estatísticas e assegura o caráter sigiloso das

informações prestadas. O texto do Art. 1º. estabelece que toda pessoa natural ou

jurídica de direito público ou de direito privado que esteja sob a jurisdição da lei

brasileira é obrigada a prestar as informações solicitadas pelo IBGE, visando a

execução do Plano Nacional de Estatística.

A não prestação de informações nos prazos fixados ou a prestação de

informações falsas constitui infração sujeito à multa de até 10 salários mínimos, e de

até o dobro desse limite quando reincidente.

Os investimentos de recursos são definidos com base no numero de

habitantes.

Os resultados servem como subsidio para cálculos que definem os recursos financeiros a serem transferidos do Governo Federal para cada estado e município; determinam a representação política de cada região pois são com base nos números populacionais que são definidos os números de deputados federais, estaduais e vereadores de cada estado e município; com eles torna-se possível conhecer a estrutura da força de trabalho em cada município; os números servem com base para políticas públicas de saúde, educação e habitação, determinando, por exemplo, onde são necessários. os hospitais, centros de saúde, escolas e moradias. (Manual do Recenseador, 2009 p. 07)

Varias campanhas publicitárias foram feitas para que as pessoas

colaborassem pois os resultados serão as principais fontes de dados dos municípios

pela próxima década, sendo a única pesquisa a visitar todos os domicílios são

coletadas informações que possibilitam o estudo, o planejamento e a tomada de

decisões de caráter político, econômico, social e educacional.

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3. FORMAÇÃO E OCUPAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS-SC O Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder situa-se na localidade de São

Pascoal, município de Irineópolis/ SC, neste capitulo serão abordados aspectos

históricos, geográficos e estruturais do local de pesquisa.

Segundo dados extraídos do livro Santa Catarina em Números (2010, p. 11)

Caetano de Valões juntamente com familiares fundou em 1885 um povoado que

mais tarde passou denominar-se Valões, à época da Fundação estava sob o

dominio do Estado do Paraná, mas era pretendido pelo Estado de Santa Catarina.

Seu território sofreu com as consequências da Questão de Limites, entre

Paraná e Santa Catarina, bem como, as da guerra sertaneja do Contestado. Suas

terras passaram definitivamente para Santa Catarina com a convenção de limites

assinada em 20 de outubro de 1916. Mais tarde, em 1921 a localidade foi elevada a

categoria de Distrito de Porto União-SC.

Quanto aos aspectos étnicos e culturais da formação do município:

Os usos e costumes desta gente estão mesclados por várias culturas oriundas de grupos indígenas que ali se fixaram, bem como caboclos, tropeiros, europeus descendentes de poloneses, ucranianos, italianos, alemães e também, bucovinos. A presença de indígenas ainda está marcada pelos sinais encontrados em cavernas de difícil acesso no interior do município, alguns costumes primitivos ainda são usados, tais como: o modo de cultivar a terra por meio de queimadas antes do plantio, outros costumes foram passados na alimentação até mesmo para os homens brancos europeus, o uso quase que diário de comer feijão, cozinhar a mandioca, ou ainda a coleta, sapeco e a reunião em volta de uma fogueira a fim de saborear o pinhão. Dos tropeiros, os costumes presentes em várias famílias se encontram o hábito de degustar o chimarrão em torno do fogão de lenha e uma boa prosa entre os familiares e amigos que sempre se mostram solícitos e prontos para hospedar uma visita. Junte-se a estes os costumes, as tradições dos caboclos, chegados às lendas e contos que mais uma vez aproximam as pessoas em torno de um fato que “vara a noite”. Um percentual de 80% do povo irineopolitano é formada por descendentes que chegaram ao município no final do século XIX e no início do século XX, deles herdou-se parte da cultura, da religiosidade, de hábitos alimentares mais sofisticados para a região, bem como tradições e crenças (Prust 2007 p. 15)

As terras foram povoadas por imigrantes e descendentes de alemães,

poloneses e italianos, que trouxeram e aplicaram os seus conhecimentos, auxiliando

assim no seu desenvolvimento, e até hoje seus costumes e sua cultura fazem-se

notar na localidade.

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A sua emancipação politico-administrativa, deu-se através da Lei nº 820 de 23

de abril de 1962, verificando-se a sua instalação em 22 de julho do mesmo ano.

Neste mesmo ato, passou-se a chamar Irineópolis, em homenagem ao comerciário,

banqueiro e industrial Sr. Irineu Bornhausen, este natural de Itajaí-SC líder político

em sua região, governou o estado catarinense de 1951 à 1956.

FIGURA 02– Estado de Santa Catarina: destaque para o município de Irineópolis FONTE: (http://irineopolis.sc.gov.br/conteudo/geo/item=112, 26 jul. 2011)

Irineópolis segundo os dados do Censo 2010 possui 10.450 habitantes,

destes 6.929 vivem em domicílios rurais e apenas 3.521 em perímetro urbano. Com

área de 591,29 Km² e Densidade demográfica de 17,67 hab./ Km² é um dos 293

municípios que integram o estado de Santa Catarina. Distante 342 km de

Florianópolis, faz parte da região conhecida como planalto norte catarinense, possui

um clima classificado como Mesotérmico úmido, sem estação seca, com

temperatura média de 17°C. Seus municípios limítrofes são Porto União, Timbó

Grande e Canoinhas em Santa Catarina e Paula Freitas no Paraná.

O município de Irineópolis é formado por um centro urbano, cinco bairros, um

distrito e por várias localidades rurais. No espaço urbano encontram-se os bairros:

São Francisco, Nossa Senhora Aparecida, Valões, Jardim Brand e Loteamento

Plugge.

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FIGURA 03 – Área Rural do município de Irineópolis. FONTE: IBGE adaptado por Paiter & Miotto (2010)

Com 762 metros acima do nível do mar, o relevo do município se constitui em

várzeas e planaltos pertencentes a Serra Geral do estado de Santa Catarina. Os

pontos mais elevados do município são: a Serra do Tamanduá com 1.193 metros e a

Serra Grande com 1.143 metros de altitude. Na Serra Grande esta localizada a

pedreira municipal de onde grande quantidade de pedra de basalto é extraída e

utilizada pelos órgãos governamentais na pavimentação de vias.

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FIGURA 04 – Quadro Urbano do município de Irineópolis. FONTE: Satélite Alos (ntp://w3.geobase.ibge.gov.br, 26 jul. 2011) Adaptado pelo Autor

O acesso principal é pela SC-460, denominada Rodovia Oscar Eugênio

Grossl, no ano de 2011 foi concluída a pavimentação asfáltica do acesso secundário

denominado Rodovia Municipal João de Paula Cubas, o município ainda conta com

uma balsa, que faz a travessia do Rio Iguaçu, ligando o município catarinense à

Paula Freitas-PR. No setor ferroviário ainda restam os trilhos da extinta RFFSA que

teve importante função no desenvolvimento regional e esta a muitos anos

desativada

A educação no município de Irineópolis dispõe de rede pública estadual e

municipal. A rede estadual conta com a Escola de Educação Básica Horácio Nunes

com Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

A rede municipal conta no espaço rural com as escolas multisseriadas: e com

dois núcleos: na comunidade de Rio Branco - Núcleo Educacional Guilherme

Bossow, e na comunidade de São Pascoal o Núcleo Escolar Presidente Adolfo

Konder.

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3.1 LEVANTAMENTO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO DA COMUNIDADE DE SÃO

PASCOAL

FIGURA 05 – Localidade de São Pascoal- Irineópolis. FONTE: Satélite Alos (ntp://w3.geobase.ibge.gov.br, 26 jul. 2011) Adaptado pelo Autor

A história da Unidade Escolar confunde-se com a da própria localidade em

que esta inserida, sendo impossível dissociá-las.

Conforme os apontamentos de Nicoluzzi (2003, p. 03), por volta de 1900 a

família de Francisco dos Anjos formou um pequeno povoado que mais tarde

transformou-se numa localidade chamada "Campina dos Anjos".

Quando aqui chegaram compraram da Empresa Lumber, 80 alqueires de terra e os dividiram entre seus sete filhos. Estas terras foram compradas através de contratos, com a venda da erva-mate e madeiras que eram retiradas das áreas próximas da estrada que estava sendo feita para a construção da ferrovia. Poderiam ser retiradas madeiras de até 15 km à esquerda e à direita da construção da estrada. O governo era quem ordenava a retirada dessas madeiras. Das outras áreas era autorizada apenas a retirada da erva-mate, e de arvores que caiam com tempestades ou com o seu tempo de existência. A erva-mate era vendida para a cooperativa de valões, sendo o proprietário o senhor Olipio Ortiga. Com o decorrer do tempo outras famílias foram chegando, destaque para a chegada da família valões. Todos que aqui chegaram fizeram contratos com a Lumber e tomaram posse de suas terras. Com a abertura das estradas para a construção da ferrovia, houve conflitos com a família valões e os empreiteiros da Lumber porque a estrada passava pelo meio do terreno que havia comprado. Neste conflito houve quatro mortes, então a família Valões

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foi expulsa da localidade pelos empreiteiros da Lumber e voltaram para a vila de Valões. (Nicoluzzi, 2003 p. 03)

Em 1910 aproximadamente na época da construção da rodovia, muitos filhos

de colonos que residiam ali trabalhavam nesta construção para ganhar dinheiro, em

1914 já existia a linha do trem.

Por volta de 1940 foi construída a estação ferroviária, facilitando o transporte dos moradores da comunidade e o comércio. Na época existia uma casa de comércio que mais tarde funcionaria como hotel, lanchonete e salão de baile. A luz elétrica era tocada a roda d´agua. Tinha um moinho de trigo e arroz que pertencia ao seu João. Nesta mesma época foram construídas duas serrarias uma pertencente a família Crestani, existente até os dias de hoje. Por aqui passavam tropas com mais de duzentas cabeças de gado zebu. Esses gados eram trazidos pelos tropeiros da cidade de Palmas/ PR, conduzido por um marinheiro que seguia em frente avisando a passagem das tropas. Em São Pascoal passavam a noite para descansar, as tropas eram deixadas nas fazendas próximas. Em 1960 foi construída a BR 280, mas só em 1963 foram construídas as pontes. (Nicoluzzi, 2003 p. 04)

Conforme a mesma autora, nos anos de 1930 devido a grande quantidade de

crianças moradoras da colônia que nessa época era denominada “Oco”, devido a

grande quantidade de àrvores de imbuia de grande porte e ocada, os agricultores

uniram-se e construíram uma escola, alem de contratarem um professor oriundo da

Polônia, chamado André Wall.

Com o crescimento da população em 1931 começou a funcionar a escola feita pelos moradores onde se chamava Sociedade Construtiva, iniciou com 64 alunos com idade de 06 a 14 anos, o professor era o senhor André Wall. O professor era pago pelos pais de alunos, cada pai pagava "mirréis" sendo dois e cinqüenta por aluno. As aulas eram ministradas das 08 as 16 horas com intervalo para almoço. As matérias que estudavam eram : Língua Portuguesa e Polonesa, Aritmética e Latim, Musica com violino, cantos e poesias e principalmente teatro e doutrina. O professor foi mandando por um consultor de Curitiba. A escola era mantida pelo governo polonês, de lá eram mandados livros em polonês. As sementes de arvores frutíferas, principalmente a de pêra e outras eram mandadas para ser feito plantio na escola e comunidade. A primeira missa foi rezada na escola pelo Padre Franciscano Cirilo Stroki. Era rezada a missa uma vez por mês e a escola era considerada uma sociedade, nos finais de semana tinha apresentação de teatro, corais, domingueiras e bailes. Todos os eventos eram com fins lucrativos para a construção de uma nova escola. Os músicos vinham de Pinheiros, município de Canoinhas. No dia 27/04/1953 foi inaugurado um novo prédio, o terreno foi doado pela família Niedzivieski no qual se encontra até nos dias de hoje. A escola velha ficou para servir de moradia para os professores. (Nicoluzzi, 2003 p. 05)

A autora ainda nos informa que em 1942 chegou a imagem do Santo

Padroeiro da comunidade, doado pela família do senhor Saul Crestani, este santo foi

escolhido pelo padre da época chamado Emilio e também a partir desta data nossa

comunidade passou a se chamar São Pascoal. O santo ficou na escola e as missas

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eram rezadas na mesma até 1942, onde a igreja foi construída neste mesmo ano, no

terreno que fora doado pelo casal José e Maria Minikoski. A igreja era de madeira e

foi construída com a ajuda dos moradores da comunidade. Mais tarde foi construído

o pavilhão com a doação de madeira da primeira escola.

Em 1946 a escola passou a se chamar Escola Reunida Governador Adolfo

Konder de São Pascoal.

Com a 2º Guerra mundial a Escola Sociedade Instrutiva passou por grandes

mudanças, devido ao fato da escola estar no domínio do governo polonês. Mais de

200 livros escritos em língua polonesa existentes na escola foram distribuídos pela

vizinhança, a escola passou ao domínio do governo brasileiro e com estas

mudanças foi contratada outra professora.

A população da comunidade aumentou com o decorrer dos anos, e a

necessidade de uma escola maior foi surgindo, até que em 1960, o Decreto Estadual

1104/1960 criou o Grupo Escolar Presidente Adolfo Konder, e no dia 19 de agosto

de 1960 foi inaugurada a nova escola, pelo governador Heriberto Hulse, sendo

Secretário da Viação e Obras Públicas Engenheiro Heitor Ferrari, Secretario de

Educação e Cultura Dr Victor Peluso Otto H. Engres. Tinha duas salas de aula,

gabinete da direção, portaria e casa residencial para o diretor. O nome da escola foi

dado em homenagem ao bacharel, jornalista, diplomata, deputado federal,

governador de SC e presidente do congresso e do partido republicano catarinense,

senhor Adolfo Konder.

No decorrer dos anos o número de alunos foi aumentando e de professores

tambem, sendo que em 1978 a escola tinha 104 alunos e 05 professores.

Desenvolviam-se várias atividades como trabalhos manuais confeccionados

para exposição nas salas de aula, no final de ano para ser visitados e avaliados

pelos pais e visitantes.

Em 1987, com o apoio ocorreu a criação da Pré-Escola, que funcionava em

prédio separado da escola sob o comando do município, mais tarde passou a ser

vinculado ao Sistema Estadual de Ensino. (PPP Núcleo Adolfo Konder 2010)

No ano de 1991 houve a extensão de 5ª e 6ª série do então Colégio Estadual

Horácio Nunes, localizado na sede do Município. Em 1994, a Prefeitura Municipal

autorizou a criação do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries de forma gradativa,

sendo abertas num primeiro momento matrículas para as turmas de 5ª e 6ª série.

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No ano de 1997 iniciou-se uma movimentação por parte das Comunidades

dos Km 07, 08, 13, 16, 18 e 20, Localidades de Rio Preto, Colônia Liczkoski, Serra

Chata e São Pascoal, professores e autoridades locais para o processo de

nucleação das Escolas Multisseriadas. Tal movimentação tinha como objetivo

principal a melhoria da qualidade de ensino. Martine ; Fagundes (2002, p. 07) citam

o objetivo do sistema de nucleação, que é: assegurar ao maior número de crianças

o acesso a turmas unisseriadas em escolas-núcleo, com melhor estrutura física,

melhores condições didático-pedagógicas e serviços de apoio a estudantes. Então,

através da Lei Municipal 911/1998 de 21 de Outubro de 1998, foi autorizado o

funcionamento do Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder, atendendo a Educação

Infantil e as Séries Iniciais do Ensino Fundamental.

O município adotou a nucleação, em função de mudanças nas políticas da educação ocorridas nos âmbitos federal e estadual. Da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) decorrem adaptações necessárias à oferta de Educação Básica para a população rural, além de provocar mudanças na distribuição de recursos municipais, estaduais e federais. Em Santa Catarina, Secretaria de Educação e Desporto, no bojo da descentralização do ensino no estado, apresenta o projeto de nucleação. Nesse contexto, a estratégia de nucleação adotada pelo município tinha duas justificativas: a otimização econômico-financeira – propiciada com o fechamento das pequenas escolas das comunidades que ofereciam as séries inicias do ensino fundamental – e o cumprimento da LDB, com a oferta das séries finais para crianças rurais, antes ofertadas apenas no “meio urbano” do município por uma Escola Estadual. (Paiter ; Miotto, 2010 p. 03)

Para que houvesse a Nucleação, vinte escolas do meio rural foram fechadas

para a criação de dois Núcleos Escolares. Uma das etapas do processo de

nucleação foi o fechamento de pequenas escolas do meio rural agrupando em uma

só, denominada Escola Núcleo.

A primeira nucleação em Irineópolis ocorreu em 1998, originando o Núcleo

Escolar Presidente Adolfo Konder, com nove escolas desativadas. E a segunda no

ano de 2005, com doze escolas dando origem ao Núcleo Guilherme Bossow.

O mapa a seguir mostra as pequenas escolas no campo que foram

desativadas para a formação das duas nucleações e as escolas hoje existentes:

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Figura 06: Escolas do Município de Irineópolis: As multisseriadas e nucleações Fonte: IBGE adaptado por Paiter & Miotto (2010)

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Com um número considerável de alunos e atendendo a inúmeros pedidos da

Comunidade Escolar no ano de 2002, finalmente foram implantadas as Séries Finais

do Ensino Fundamental e atendendo à reivindicações de pais e mães das

comunidades que compõe o Núcleo, no dia 01 de Outubro de 2003 com o Decreto

1298/2003 criou-se a Creche. (PPP Núcleo Adolfo Konder, 2010 p. 05)

No ano de 2011 a Unidade Escolar completa os seus 51 anos de história e de

trabalho em comunidade. Com a união de escolas multisseriadas ao Núcleo e

disponibilidade de transporte escolar gratuito, a diversidade de alunos é grande, e

que chegam de diversas comunidades tanto da sede como do interior, são elas: Km

07, Km 08, Km 13, Km 14, Km 16, Km 18, Km 20, Rio Preto, Colônia Liczkoski, Serra

Chata, Aparecida dos Pardos, Areal, São Pascoal e Irineópolis.

A clientela atual é de 450 alunos matriculados, distribuídos da Creche à 8ª

Série do Ensino Fundamental, além de turmas da Educação de Jovens e Adultos

que funcionam no período Noturno.

O Quadro Pedagógico- Administrativo é composto por 29 profissionais, sendo

04 Auxiliares de Serviços Gerais, 01 Atendente de Creche, 01 Estagiária, 01

Assistente de Educação, e 22 Docentes. Possui ainda 01 profissional habilitada em

Atendimento Educacional Especializado que atende alunos inclusos e com

dificuldade de aprendizagem, em alguns dias da semana a escola conta com o

atendimento de 01 Psicóloga e 01 Fonoaudióloga.

Várias atividades complementares são ofertadas: turma de reforço, dança

country, dança polonesa, fanfarra e o PETI- Projeto de Erradicação do Trabalho

Infantil, onde alguns alunos no contra- turno freqüentam os projetos.

Atualmente a escola conta com 10 salas de aula, Biblioteca integrada à Sala

de Informática, Hall de Entrada, Sala de Professores, Secretaria, Direção,

Almoxarifado, Depósito, Cozinha, Lavabo para Professores, Lavabo para Serventes,

Banheiros Masculino e Feminino, Sala de Vídeo integrada ao Refeitório e Sala de

Apoio Pedagógico.

Como suporte ao trabalho de Gestão Escolar, o N. E. Presidente Adolfo

Konder conta ainda com uma Associação de Pais, Mestres e Funcionários e um

Grêmio Estudantil comprometidos com o bem-estar da Comunidade Escolar, bem

como o progresso e constante busca pela qualidade de ensino da Unidade Escolar.

(Núcleo Adolfo Konder, 2011)

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4. RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR

A presente pesquisa realizada com o título de Censo Demográfico: Um

Recorte Estatístico na comunidade escolar de São Pascoal, município de Irineópolis/

SC. Foi aplicada no estágio em sala de aula com o tema “População: Censo

Demográfico”. Tendo como uma das finalidades despertar nos discentes o apreço e

maior interesse pela sua própria comunidade.

A sala de aula é o local propicio para que o aluno tenha a oportunidade de

manter contato com um mundo diferente daquele em que ele está inserido, mas isto

não significa que o mesmo tenha que abandonar o seu local de vivência, o

profissional do magistério, em especial o do ensino da geografia, deve ter a vontade

e a sensibilidade em relacionar a escala global com local e local com a global.

Os recenseamentos constituem uma importante fonte de informações sobre a

situação de vida da população brasileira, produz informações que influenciam na

definição de políticas públicas e privadas ao longo da década. A temática escolhida

se encaixa no planejamento pedagógico e curricular da 6ª série/ 7º ano, por isso o

estágio o trabalho de pesquisa ocorreram simultaneamente junto aos alunos da 6ª

série I do Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder, na localidade de São Pascoal,

município de Irineópolis- Santa Catarina.

Interpretar a forma como é planejado e executado um Censo Demográfico é

de fundamental importância para compreendermos a forma como os dados

estatísticos surgem e a importância que eles têm. Esses levantamentos nos

fornecem diversas informações sobre os habitantes: a quantidade, o sexo, a idade, o

local de nascimento, local de moradia, emprego, alimentação, saúde e etc.

No decorrer da atividade de estágio o tema foi abordado juntamente com os

seguintes conteúdos: Evolução do número populacional brasileiro; O crescimento

natural ou crescimento vegetativo: Natalidade/ Mortalidade; Densidade Demográfica;

Fluxos Migratórios: Imigração/ Emigração; Pirâmide Etária; Distribuição de renda no

Brasil.

Além de compreender os números do Censo é fundamental que os alunos

tenham noções sobre a evolução demográfica do país; a alteração pela qual a

estrutura familiar passou nas ultimas décadas, a influência dos europeus na

constituição do país; as pirâmides etárias.

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A forma como se obtém o número de habitantes de um país ou de uma

região, desperta curiosidade nos alunos, aproveitando foi elaborado em conjunto

com os alunos uma pesquisa na comunidade escolar tendo como base os

procedimentos utilizados na execução do Censo Demográfico 2010.

Durante a parte pratica foi mostrado aos alunos o planejamento do Censo

através do uso de TV e DVD, onde foi exibido um vídeo produzido pelo IBGE que

instruiu recenseadores no CENSO 2010, nele foram apresentados de maneira

adequada às etapas e como são elaboradas as perguntas que compõe os

questionários, e foi contada em detalhes a rotina de um recenseador.

Durante o filme também foi destacado o modo que o Censo afeta nossas

vidas, pois ele serve como base para investimentos públicos e privados nos

municípios. Após a exibição do DVD e explanação do docente foi entregue aos

alunos um questionário, visando à simulação da coleta de um Censo.

Foram apresentados aos alunos dois questionários do Censo: o da Amostra e

o Básico e explicado aos mesmos, quando cada um deles era aplicado. Todas estas

atividades serviram como base para que os educandos elaborassem perguntas que

integraram um questionário para ser aplicado na escola.

Figura 07: Questionário proposto pela aluna L. Z.

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A infinidade de perguntas que foram sugeridas foi grande, portanto foram

selecionadas as mais relevantes, visto que um questionário extenso cansa tanto o

entrevistado quanto o entrevistador. Assim sendo, o questionário final e aplicado aos

alunos de 5º ano 4 à 8ª série foi o seguinte:

Figura 08: Questionário preenchido pelas alunas D. P. e J. S. ambas de 8ª série.

4 Devido à implantação do Ensino Fundamental de 9 anos, o 5º ano equivale à antiga 4ª série

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4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A intenção do trabalho proposto era finalizar as atividades de estágio aliando

a parte teórica-bibliográfica com a parte pratica do Estagio Supervisionado

simulando um Censo Escolar.

Como visto anteriormente o censo tem todo um planejamento que o antecede

e nesta pesquisa não foi diferente, os alunos estudaram como os números

influenciam suas vidas, como são obtidos e tiveram a oportunidade de auxiliar neste

“mini-censo” desenvolvido e aplicado na comunidade escolar.

Contando com a colaboração da direção e dos demais docentes cedendo

parte de suas aulas, foram aplicados 150 questionários no dia 30/05/2011.

Para que a aplicação dos mesmos não tenha sido em vão seguem algumas

considerações à respeito das respostas obtidas nesta pesquisa empírica.

01. Quantas horas estuda por dia?

02-Demora quanto tempo para chegar na escola?

03-Pratica algum esporte?

04- Faz quantas refeições por dia?

05- Qual a matéria que você mais gosta?

06-Qual a matéria que você menos gosta?

07- Qual time você torce?

08- Quais seus programas de TV e apresentador (a) favoritos?

09- Curte que tipo de música?

10- Qual seu cantor ou banda favorita?

11- O que você faz no final de semana?

Tabela 01 – Perguntas que integraram o questionário

A primeira pergunta foi selecionada para conferir o tempo em que os alunos

estudam fora da escola todos os dias, houve erros de interpretação pois na

formulação da mesma não ficou claro se o tempo a que se referia, era o passado na

escola ou em casa. Vale lembrar que o estudo em casa deve ser uma tarefa

contínua, pois auxilia na fixação e aprendizagem dos conteúdos.

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Na segunda pergunta foi possível perceber algumas características do local,

pois mesmo com a nucleação do estudo ainda existe uma variação grande de

distancias das residências, alguns demoram 05 min. enquanto outros 01h30min.

Estamos em uma época em que os jovens passam mais tempo em frente ao

computador e televisão, mas a realidade encontrada na localidade é outra, 132

alunos declararam que praticam esportes e os mais citados foram futebol, vôlei,

basquete. Os que não praticam ou não declararam somam 18 .

O ideal é que as pessoas realizem 05 ou 06 refeições por dia5, nos

questionários vimos que 43 alunos fazem de 01 a 03 refeições, 96- fazem 04 ou

mais; e não fazem ou responderam 11 alunos.

Dentre as disciplinas que os alunos mais gostam destaca-se educação física

como a mais citada e das menos apreciadas as três mais citadas foram: Matemática,

Língua Portuguesa e História.

O futebol faz parte da cultura brasileira e na comunidade escolar não seria

diferente, os times com maior numero de torcedores foram: Corinthians, Flamengo e

Vasco.

A Televisão faz parte do lar de milhões de brasileiros e o programa mais

lembrado pelos alunos foi “O melhor do Brasil6” e em seguida “Malhação7”.

Quanto ao estilo musical dos alunos o “Sertanejo Universitário” despontou

como o mais votado, não é um gênero diferente mas apenas uma variação do

sertanejo clássico destaca-se pelas músicas empolgantes, de fácil memorização e

bastante interação com o público.

Quando o assunto é cantor (a) preferido (a) destacam os que estão

atualmente na mídia como Justin Bieber, Luan Santana, Grupo Restart e Paula

Fernandes

As atividades que praticam durante o final de semana são as mais variadas

mas contextualizadas com o local de vivência respostas como nadar, caçar, namorar

ajudar os pais na lavoura e ir para rodeios.

5 Informação Extraída do artigo- Hábitos Saudáveis de Vida- Disponível in:

http://www.copacabanarunners.net/habitos-saudaveis.html Acesso em 07/09/2011

6 O Melhor do Brasil é um programa de televisão brasileiro, transmitido nas tardes de sábado da Rede Record, e

apresentado por Rodrigo Faro. Fonte: r7.com/omelhordobrasil

7 Malhação é uma série adolescente brasileira, produzida e exibida pela Rede Globo desde 24 de abril de 1995,

contando, até 2011, com 19 temporadas. Fonte: globo.com/malhacao

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar essa pesquisa pode-se perceber a mudança na mentalidade dos

alunos quanto ao Censo Demográfico pois muitos não imaginavam que uma simples

visita de um agente do IBGE na sua residência poderia ter tanta importância.

Procurou-se aqui sanar dúvidas dos alunos de maneira pratica, pois os

resultados estão constantemente na imprensa e livros didáticos mas não fica claro a

forma como são obtidos os dados. Surge muita curiosidade quanto a organização,

metodologia e logística de uma operação censitária de grande porte como esta,

cerca de 200 mil pessoas estiveram envolvidas direta ou indiretamente no Censo

2010, sendo o maior contingente de pessoas mobilizadas em épocas de paz.

A parte pratica da mesma foi realizada com grande parte dos alunos oriundos

da zona rural do município de Irineópolis, assim os resultados obtidos refletem o

local de vivencia dos mesmos, ressalta-se aqui a participação dos alunos durante o

processo, os de 6 série que participaram das aulas e também do restante da

comunidade escolar que respondeu ao questionário proposto.

Os questionários do censo têm perguntas formuladas por uma equipe de

estudiosos, e muitas vezes as perguntas acabam sendo genéricas ao contrário

deste trabalho em que os próprios sujeitos é quem escolheram os temas a serem

pesquisados.

Os resultados encontrados aqui neste recorte estatístico não têm a intenção

de comparar a referida comunidade com outra, mas sim ilustrar o processo de

preparação de um Censo Demográfico.

Os autores que serviram de base para essa pesquisa demonstram enfoques

com relação à contribuição do IBGE à geografia e à própria sociedade em geral, pois

com suas múltiplas atividades e pesquisas, o Instituto oferece um retrato da situação

demográfica e sócio-econômica do nosso país.

Ao enfocar o referido tema buscou-se um instrumento de diferenciação no

ensino da geografia, pois nos livros didáticos as informações sobre os

recenseamentos são poucas ou em muitos casos, o mesmo nem é citado. Neste

trabalho os educandos tiveram a oportunidade de sair da escala global chegando na

escala do local, analisando os dados de sua própria escola.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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Agentes do IBGE em atividade do CENSO 2010; Acervo do autor

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APLICAÇÃO DO PROJETO DE

PESQUISA NO ENSINO

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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa realizada com o título de "Censo Demográfico: Um

Recorte Estatístico na comunidade escolar de São Pascoal, município de Irineópolis/

SC", foi aplicada no estágio em sala de aula com o tema “População: Censo

Demográfico”, tendo como uma das finalidades despertar nos discentes o apreço e

maior interesse pela sua própria comunidade.

A sala de aula é o local propício para que o aluno tenha a oportunidade de

manter contato com um mundo diferente daquele em que ele está inserido, mas isto

não significa que o mesmo tenha que abandonar o seu local de vivência, o

profissional do magistério, em especial o do ensino da geografia, deve ter a vontade

e a sensibilidade em relacionar a escala global com local e local com a global.

Estamos vivendo em um momento em que todas as informações correm o

mundo de maneira rápida e ágil, e a escala local acaba sendo deixada para trás,

pois dificilmente os livros didáticos abordam problemáticas regionalizadas, assim o

aluno torna-se bem informado mas mal formado, sem consciência de seu papel de

cidadão e muito menos sabendo como o seu espaço interage com os demais

formando sua Pátria.

Os recenseamentos constituem uma importante fonte de informações sobre a

situação de vida da população brasileira, produzem informações que influenciam na

definição de políticas públicas e privadas ao longo da década. A temática escolhida

se encaixa no planejamento pedagógico e curricular da 6ª série/ 7º ano, por isso o

mesmo foi desenvolvido junto aos alunos da 6ª série I do Núcleo Escolar Presidente

Adolfo Konder, na localidade de São Pascoal, município de Irineópolis- Santa

Catarina.

Interpretar a forma como é planejado e executado um Censo Demográfico é

de fundamental importância para compreendermos a forma como os dados

estatísticos surgem e a importância que eles tem. Esses levantamentos nos

fornecem diversas informações sobre os habitantes: a quantidade, o sexo, a idade, o

local de nascimento, local de moradia, emprego, alimentação, saúde, e etc.

No decorrer da atividade de estágio o tema foi abordado juntamente com os

seguintes conteúdos: Evolução do número populacional brasileiro; O crescimento

natural ou crescimento vegetativo: Natalidade/ Mortalidade; Densidade Demográfica;

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Fluxos Migratórios: Imigração/ Emigração; Pirâmide Etária; Distribuição de renda no

Brasil.

A grade curricular do município de Irineópolis disponibiliza 03 aulas semanais

para a geografia e em conjunto com a Direção e Equipe Pedagógica da Unidade

Escolar ficou acordado que para o acadêmico seria oferecido 02 aulas conjugadas

por semana.

As aulas foram dadas no período de 29 de abril a 27 de maio do ano letivo de

2011. O estagio foi desenvolvido em uma sala de 6ª (sexta) série do ensino

fundamental do período matutino, composta por 26 alunos: 15 do sexo masculino e

11 do sexo feminino, juntamente com o professor regente Edílson Prust.

A forma como se obtém o número de habitantes de um país ou de uma

região, desperta curiosidade nos alunos, o que justifica a escolha deste tema para

ser trabalhado no estágio: O Censo Demográfico.

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5. OBJETIVOS

5.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar em conjunto com os alunos uma pesquisa na comunidade

escolar tendo como base os procedimentos utilizados na execução do

Censo Demográfico 2010.

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender a população de um país analisando a maneira

como essa população está distribuída pelo território, a proporção de

homens e mulheres, a de jovens, adultos e idosos; e a maneira como a

riqueza está distribuída entre seus habitantes.

Interpretar a forma como é planejado e executado um Censo

Demográfico, identificando e entendendo os indicadores estatísticos

que influenciam a tomada de decisões publicas e privadas na

comunidade local.

Definir a importância do IBGE e dos dados de suas pesquisas na

iniciativa publica e privada, identificando a maneira como os Censos

são planejados e executados.

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6. UM RETRATO DO CENSO EM SALA DE AULA

A geografia escolar sofre várias críticas por parte dos alunos pois alguns

professores a transformaram em matéria que cobra a "decoreba", onde o objetivo é

o de decorar números, dados sociais, nomes de países, nomes de acidentes

geográficos, etc.

Sem dúvida, é de fundamental importância o conhecimento de nomes,

definições, tópicos, datas e características particulares destes, mas não se deve

ficar refém dos mesmos .

Como aponta Vesentini (1992a, p.17) esta característica não é atual e está

relacionada ao próprio surgimento da geografia escolar brasileira, na época em que

se afloravam as grandes guerras mundiais, a meta da Geografia ensinada nas

escolas era a de difundir uma ideologia patriótica e nacionalista, transmitindo a idéia

de que a forma estado-nação era natural e eterna; apagando da memória coletiva

as formas anteriores de organização espacial, enaltecendo assim o nosso estado-

nação.

A geografia escolar surge embasada no patriotismo e no nacionalismo, para

que isso desse certo, achou-se necessário utilizar-se de uma visão descritiva no

ensino da Geografia. A intenção era que por meio das características de um

determinado país, dando muita ênfase aos aspectos naturais e nos aspectos

positivos, pudesse formar pessoas com grande devoção ao seu próprio país. Não se

pode negar que numa época em que o mundo estava em combate era

imprescindível um batalhão cada vez maior de pessoas dispostas a defender a ferro

e fogo sua tão preciosa nação. Era importante evitar a fragmentação do território e

as escolas do Brasil serviram para esse propósito.

Vlach (2004, p.189) alega que as bases da Geografia escolar estão ligadas à

formação do Estado Alemão. No Brasil, a geografia escolar expande-se por meio de

duas disciplinas escolares: História Brasileira e Língua Nacional, pois os textos

enfatizavam a descrição do território, a dimensão e as belezas naturais brasileiras,

entretanto as dificuldades enfrentadas pela população eram esquecidas, como fome,

miséria, violência e corrupção.

Vesentini (1992a,) explica o que considera um grande passo para o progresso

do ensino da Geografia, a Geografia Critica:

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Trata-se de uma geografia que concebe o espaço geográfico como espaço social, construído, pleno de lutas e conflitos sociais [...] Essa geografia radical ou crítica coloca-se como ciência social, mas estuda também a natureza como recurso apropriado pelos homens e como uma dimensão da história, da política. No ensino, ela se preocupa com a criticidade do educando e não com “arrolar fatos” para que ele memorize. (p.22)

Vale lembrar que muitos professores que se intitulam críticos ainda estão

mergulhados nas práticas tradicionalistas. A prática mais comum é utilizar o livro

didático como única fonte de conhecimento a ser trabalhada em sala de aula, prática

que permanece desde o inicio da geografia escolar no Brasil.

Vesentini (1992b) menciona uma mudança no ensino da geografia escolar,

em seu texto O método e a práxis, que “vem ganhando corpo a idéia de que há uma

transição da geografia escolar tradicional – descritiva, mnemônica, compartimentada

– para uma geografia crítica” (p.44).

O ensino da Geografia deve estimular no aluno a vontade de descobrir sua

realidade, pois a escala local e as transformações no lugar de vivência dos mesmos

é que o afeta diretamente, não apenas decorar nomes de rios, planaltos e outros

aspectos da paisagem.

Vesentini (1995, p.18), salienta que o ensino de Geografia deve estimular no

aluno a vontade de descobrir o mundo em que vive, enfocando as questões

ambientais e as relações sociedade/natureza, visto que com a globalização, estes

temas adquiriram um novo significado e infelizmente nem sempre o livro didático

consegue tratar com o enfoque necessário esses aspectos.

O uso do livro didático juntamente com o discurso do professor constitui a

maneira mais habitual de se ensinar Geografia. Em muitos casos por falta de tempo

ou até mesmo interesse, o livro acaba sendo o principal e único recurso utilizado

pelo professor durante as aulas. Ele pode ser vilão ou herói, depende de como o

professor se utiliza do mesmo, é de grande importância a coerência do professor ao

utilizá-lo em sala de aula, pois o livro didático continua sendo uma ferramenta

importante no processo de ensino-aprendizagem.

Para Vesentini (1996, p.221) apud Quintão & Albuquerque (2009, p. 09), o

professor pode e deve comparar manuais, ele sempre tem liberdade, nos países

democráticos, de escolher o manual que quiser (no caso dos Estados Unidos até de

elaborar um, o seu, na gráfica da escola), e os alunos podem e devem pesquisar um

tema em vários livros alternativos. Mas apregoar que o bom professor não deve usar

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livros didáticos, como fazem algumas propostas curriculares recentes, é um absurdo

educacional e até cultural.

Plans (1969 pg 21) comenta sobre a importância de existir uma aula sem livro

didático:

O estudo do ambiente local favorece extraordinariamente o emprego de métodos pedagógicos activos. Considerando como ponto de partida da iniciação geográfica do aluno, o seu valor baseia-se na criação de um método de pensamento que o habitua ao exame objectivo de factos concretos. Os conhecimentos puramente livrescos resultam, forçosamente, esquemáticos e pobres (p. 21)

Um dos diferenciais no ensino partindo do local de vivência do aluno, é que

ele não tem um molde especifico, o professor é quem define o que aproveitar e

como aproveitar, estimulando assim sua própria criatividade, abrir um livro didático e

seguir rigorosamente o conteúdo não precisa de uma pessoa que passou anos na

faculdade para fazê-lo, qualquer sujeito alfabetizado conseguiria.

Deve-se deixar bem claro neste momento que os estudos devem partir do

local e não apenas limitar-se ao mesmo, pois mesmo que o local tenha os mais

variados elementos ou características, ele não consegue reunir em si todos os

aspectos geográficos do globo. Por exemplo, um aluno que mora no nordeste,

incapaz de compreender o que esta fora do alcance da experiência pessoal, teria

enorme dificuldade em imaginar o clima do sul brasileiro. A utilização da escala local

tem um limite e ela tornando-se repetitiva acaba sendo mais um dos artifícios do

ensino jogado fora.

O aluno ao estudar algo de seu convívio passa a ser agente e não apenas

telespectador, deixa de ser aquele monólogo do professor para ser uma discussão,

tornando a aula ativa, cada tema ou situação é como uma bola de neve, onde cada

um sente-se importante e quer expor aos seus colegas o quanto conhece ou o que

ouviu falar sobre o assunto discutido. Neste momento o professor deve ser como um

mediador e lapidar aquele conhecimento do aluno que muitas vezes é tendencioso

ou sem pé nem cabeça.

Uma das etapas da contextualização do conteúdo fica a cargo do professor,

que deve realizar constantemente estudos que levem em conta o meio, para que o

conteúdo ensinado não seja apenas um discurso, e sim prático ligado á vida

cotidiana da comunidade. Deve levar os educandos a interpretar textos, fotos,

mapas, paisagens, problemas sócio-espaciais, agindo dessa forma o ensino da

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geografia desperta maior interesse nos alunos e ganha até mesmo mais espaço no

sistema educacional pois não será apenas a geografia da sala de aula, aquela em

que vários itens devem ser decorados mas sim uma disciplina com maior valor social

colaborando na formação da comunidade.

Para que o aluno torne-se construtor de seu conhecimento, o professor tem

que ser o elo entre os conteúdos e a realidade permitindo assim que eles possam

entender as relações existentes no seu ambiente de convívio, e também fora dele.

Ressalta Fantinel (2000, p. 18), que na escola o conhecimento e a

aprendizagem devem acontecer de forma continua, já que o processo de

aprendizagem deve estimular o aluno a atuar na construção do seu próprio

conhecimento, em um processo contínuo de relação com o mundo material e com as

formulações teóricas acerca desse mundo.

O ensino de Geografia deve despertar o interesse do aluno a investigar sua

realidade, procurando dados, organizando e realizando atividades que ajudem na

compreensão da realidade que o rodeia, sendo essa uma referência para o

entendimento e a compreensão de outros espaços. Além disso, por meio da

Geografia podem-se perceber as várias relações que se estabelecem entre os

lugares e entender as relações do passado com o presente.

Como enfatiza os PCNs (2001, p. 15), a geografia permite compreender como

diferentes sociedades interagem com a natureza na construção de seu espaço, as

singularidades do lugar em que vivemos, o que diferencia e o aproxima de outros

lugares e, assim, adquirir uma consciência maior dos vínculos afetivos e de

identidade que estabelecemos com ele.

Em vários momentos de nossas vidas sabemos de coisas do mundo,

admiramos paisagens maravilhosas, nos deslumbramos por cidades distantes,

temos informações de acontecimentos exóticos ou interessantes de vários lugares

que nos impressionam, mas não sabemos o que existe e o que está acontecendo na

nossa vizinhança.

Carvalho (1925, p.06) enfatiza: "Em todo e qualquer assumpto de geographia,

o meio em que vive o alumno deve ser escolhido como assumpto principal de estudo

e as noções sobre outras regiões devem ser accrescentadas como informações

supplementares e comparativas."

Estudar e compreender o lugar em geografia, significa entender o que

acontece no espaço onde se vive, além das suas condições humanas ou naturais.

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Muitas vezes as explicações podem estar fora, sendo necessário buscar motivos

tanto internos quanto externos para se compreender o que acontece em cada lugar.

Para Santos (1996, p. 273) cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma

razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente, ou seja, compreender

o lugar em que vive permite as pessoas conhecer a sua história e conseguir

entender as coisas que ali acontecem no presente e acontecerão no futuro.

Todo lugar possui história e características próprias, que muitas vezes são

negligenciadas pelas pessoas, em muitos casos dá-se maior atenção ao global

esquecendo do local. A escala local é aquela que mais afeta as pessoas, é na

comunidade que todos vivem, relacionam-se, namoram, estudam, trabalham.

Nesse sentido a disciplina Geografia não deve apenas estudar e analisar os

acontecimentos globais, mas também a realidade do aluno, o local e a região na

qual ele vive, onde ele está inserido, onde ele mantém relações. A partir dessa visão

do local para o regional ele constrói a sua própria visão de mundo. Ao tentar levar

em conta essa realidade e, na medida em que se considera viável aplicar uma

abordagem apoiada no universo real em que o estudante vive, buscam-se práticas

que facilitem o estudo dessa realidade, para que seja transposta e compreendida em

todas as suas relações.

Andrade (1994, p.23) conceitua a Geografia como uma ciência comprometida

em tornar o mundo perceptível e explicável para os alunos, permitindo que eles

constatem as transformações que ocorreram e que ocorrem no espaço, para

entender a relação entre a sociedade e a natureza, e perceber que o homem atua

sobre esta, transformando-a.

Dentre todas as ciências, a que tem subsídios e acaba sendo a responsável

por tornar a realidade conhecida é a Geografia, e para isto deve utilizar-se de todos

os seus ramos, abordando tanto aspectos físicos quanto humanos do espaço. Não é

obrigação do professor transformar a sala de aula em um grupo de mini-geógrafos,

se isto acontecer é perfeito, mas o objetivo é transformar aquelas crianças e jovens

em cidadãos conhecedores do local onde vivem.

Não se pode ter a geografia apenas como mais uma matéria no currículo

escolar, onde ela é abordada apenas em sala de aula, deve-se levar ela para a sala

de casa. Estamos constantemente vivendo a Geografia, dia e noite, desde o dia em

que nascemos, moramos num determinado lugar, vivemos numa sociedade,

transformamos a natureza através do trabalho para obter o que nos interessa. Essa

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ciência não trata apenas de aspectos naturais, ela também envolve aspectos

humanos, como o trabalho, o relacionamento entre as pessoas de uma comunidade,

e as relações das pessoas com o meio ambiente.

Os PCNs (2001, p.32) enfatizam que o estudo da paisagem local/global não

deve se restringir à mera constatação e descrição dos fenômenos que a constituem.

Será de grande valia pedagógica explicar e compreender os processos de

interações entre a sociedade e a natureza, situando-as em diferentes escalas

espaciais e temporais, comparando-as, conferindo-lhes significados.

Deve-se explorar a imaginação dos alunos para que mesmo sentados em

suas carteiras eles consigam descobrir o mundo, levando em conta sua própria

comunidade afinal a Geografia é uma ciência dinâmica voltada para a realidade, não

é uma ciência morta, parada, preocupada apenas com os aspectos físicos, rios,

serras, tipos de clima e vegetação.

A geografia nos leva a ver a realidade, desenvolve nossa capacidade de

observar, analisar, interpretar, criticar a realidade, é essa a verdadeira finalidade do

estudo geográfico.

A Geografia envolve o ser humano e seu local, um não está separado do

outro, as suas relações estão interligadas e os conhecimentos das pessoas

adquiridos nas séries iniciais do ensino escolar, podem influenciar o modo de viver

de uma geração, aprimorando assim a sua cultura.

Vesentini (2008) nos fala sobre o conhecimento a ser alcançado no ensino:

[...] não se localiza no professor ou na ciência a ser "ensinada" ou vulgarizada, e sim no real, no meio em que aluno e professor estão situados e é fruto da praxis coletiva dos grupos sociais. Integrar o educando no meio significa deixá-lo descobrir que pode tornar-se sujeito na história (p. 15)

Não se pode deixar de lado o grande volume de informações que recebemos

diariamente através da Internet, TV, Rádios, Jornais e etc. O profissional do ensino

deve usar e abusar dos mesmos mas com foco no local de vivência do aluno, afinal

vivenciamos geografia constantemente e todas as coisas e fatos ao nosso redor são

preciosas fontes para o estudo da geografia.

Em vários momentos da vida escolar o conteúdo “População” é abordado,

seja em forma de números, gráficos, textos e até mesmo as características físicas e

emocionais da mesma, uma das características da sociedade em que vivemos são

as diferenças entre as condições de vida das pessoas: há grupos sociais que tem

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maior conforto que outros pois seus rendimentos são melhores, as diferenças

sociais e econômicas em nosso país ainda são marcantes.

Ao estudar números ou dados estatísticos deve-se ter em mente que eles

expressam realidades momentâneas e estão sujeitas a grandes mudanças, por isso

devem ser comparados com o passado, é inútil por exemplo, repassar aos alunos

quantos habitantes existem atualmente em sua região sem comparar com os

números anteriores.

As DCEs de geografia do Paraná (2008) lembram como ao longo dos tempos

os números foram utilizados em sala de aula:

A partir dos anos de 1950 e por algum tempo, os conceitos de sociedade e população foram tomados como sinônimos. Priorizou-se quantificar a população local e global, cujos dados eram publicizados nas memoráveis pirâmides etárias dos diversos países, suas taxas de natalidade, mortalidade, crescimento vegetativo, população economicamente ativa, etc. Esses dados serviam às políticas estatais de planejamento e de investimento público e privado. Na escola e nos materiais didáticos, porém, recebiam uma abordagem estritamente descritiva e quantitativa, hoje considerada insuficiente para analisar, compreender e intervir no espaço geográfico (p.67)

As informações a respeito das condições socioeconômicas da população

brasileira que nos chegam por meio da dos meios de comunicação são baseadas

em recenseamentos e o numero deve servir como suporte para uma compreensão

mais profunda da realidade, não apenas a quantidade que representa.

No Brasil, o órgão responsável pelo censo, que é realizado a cada dez anos,

e por levantamentos de dados e informações sobre a sociedade, a economia e o

espaço geográfico é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse

órgão faz parte do governo federal, integrado ao Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão. Entre suas múltiplas atividades e pesquisas, identifica e

analisa o território, conta a população, mostra como a economia evolui através do

trabalho e da produção industrial. Anualmente, o IBGE realiza uma pesquisa

domiciliar, a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Os resultados do Censo Demográfico constituem um instrumento fundamental

para os governantes direcionarem suas políticas através das informações que

possibilitam o estudo, o planejamento e a tomada de decisões precisas de caráter

político, econômico, social e educacional.

Segundo informações do site do IBGE, a população registrada no Censo 2010

é de 190.732.694 de pessoas, pesquisadas em aproximadamente 60 milhões de

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domicílios. Estiveram envolvidas nessa operação estatística aproximadamente 200

mil pessoas que realizaram trabalhos de pré-coleta e coleta de dados, supervisão,

apoio administrativo, informática e apuração dos resultados, considerado o maior

contingente de pessoas mobilizadas em épocas de paz.

As informações foram obtidas por meio de entrevista presencial feita pelo

Recenseador ou via Internet com um questionário preenchido pelo próprio morador.

Jevouski (2010) lembra que os dados obtidos em 2010 acompanharão nosso

país durante a próxima década. A importância dos censos para a Geografia deve ser

ressaltada, o qual pelo fato de ser oficial é a única pesquisa que visita todos os

domicílios, fornece vários subsídios para elaboração de estudos, sobretudo em

demografia, alem de ser a base sobre a qual deverá se assentar todo o

planejamento publico e privado dos próximos anos.

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7. METODOLOGIA

Durante as aulas foi utilizado o Livro Didático disponibilizado a 6ª série mas

como dito anteriormente, procurou-se relacionar os temas com a escala local e o

acadêmico tomou a liberdade de usar de recursos adicionais que auxiliaram no

processo.

No dia 29 de abril, inicio do estágio- Na primeira e na segunda aula, dando

continuidade ao livro didático o conteúdo programático foi a População Brasileira,

onde se buscou compreender a evolução da população brasileira através dos anos,

com abordagem e interpretação dos fatores envolvidos, tais como: imigração, taxas

de natalidade e mortalidade.

A aula iniciou com a análise de duas imagens, em uma a típica família do

século passado: marido e mulher com muitos filhos, e na outra: casal com poucos

filhos, os alunos apontaram diferenças entre as fotos e foi estimulado que cada um

explicasse a existência desta diferença. Vários fatores foram lembrados pelos

mesmos,tais como a melhoria nas condições de vida e os gastos que uma família

numerosa tem.

Também foi visto um gráfico que representava o crescimento da população

brasileira entre os anos de 1872 a 2010 e neste momento que surgiu a imigração

para discussão, pois alguns são descendentes de imigrantes e contaram que

familiares ainda seguem os costumes europeus.

No dia 06 de maio, terceira e quarta aulas de estágio, foi analisada uma

tabela que continha a população relativa de vários paises e foi feita uma

comparação com o numero do Brasil. Também foi utilizado de um mapa temático do

IBGE que contém a densidade demográfica de todas as religiões brasileiras e em

conjunto com os alunos foram formuladas possíveis causas da aglomeração

populacional e de vazio demográfico aproveitando para listar os principais fluxos

migratórios. O quadro de giz foi utilizado para explicar a turma as partes de uma

pirâmide etária (base, corpo, ápice), destacando a brasileira e fazendo comparação

tanto na área social como na econômica com a de outros paises. O livro didático

ainda trazia uma reflexão sobre a distribuição de renda em alguns paises do mundo,

e fez se necessário explicar aos alunos o conceito de População Economicamente

Ativa.

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71

Dia 13 de maio, quinta e sexta aula do estágio, o IBGE entrou em pauta com

a apresentação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística suas pesquisas e

em especial o Censo Demográfico.

O planejamento do Censo foi demonstrado aos alunos com a utilização de TV

e DVD onde foi exibido um vídeo produzido pelo IBGE para instruir os

recenseadores no CENSO 2010, nele foram apresentados de maneira adequada às

etapas e como são elaboradas as perguntas que compõe os questionários, o

acadêmico por ter experiência na área contou em detalhes como era a rotina de um

recenseador.

Durante o filme também foi destacado o modo que o Censo afeta nossas

vidas, pois ele serve como base para investimentos públicos e privados nos

municípios. Após a exibição do DVD e explanação do acadêmico foi entregue aos

alunos um questionário, visando à simulação da coleta de um Censo.

Dia 20 de maio, sétima e oitava aula do estágio, cada aluno apresentou

pontos característicos da visita do recenseador em seu domicilio. E com base no

que foi estudado anteriormente toda a turma avaliou o processo, se foi razoável ou

ocorreram falhas. Para complementar as abordagens sobre a entrevista presencial,

foram levados até a sala de aula os instrumentos de trabalho que cada recenseador

tinha em mãos. Colete, Crachá, Boné e Mapas de Setores.

Foram apresentados aos alunos dois questionários do Censo: o da Amostra e

o Básico e explicado aos mesmos, quando cada um deles era aplicado. Todas estas

atividades serviram como base para que os alunos elaborassem perguntas que

integraram um questionário para ser aplicado na escola.

No dia 27 de maio, durante as duas ultimas aulas do estágio os alunos

responderam ao questionário sugerido por eles e realizaram uma avaliação

constituída de questões numeradas de 01 a 12, sendo 08 objetivas de múltipla

escolha, 03 dissertativas e uma com sentenças afirmativas, para serem julgadas

(verdadeiro ou falso). As notas dos alunos foram, posteriormente, repassadas ao

professor regente de classe.

Page 72: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

72

PLANOS DE AULA

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Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Campus de União da Vitória – FAFIUV

Colegiado de Geografia

Formulário de Plano de Aula 01/05

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICO : Nilmar Fernando Jevouski

COLÉGIO: Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder

MUNICÍPIO: Comunidade de São Pascoal, Irineópolis , SC

PROFESSOR REGENTE: Edílson Prust

SÉRIE: 6 I

DATA: 29/04/2011

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

2.1- Evolução do número populacional brasileiro;

2.1.2- País populoso x Pais povoado;

2.1.3 -Densidade Demográfica;

2.1.4 -Países mais populosos do mundo;

2.2. -O crescimento natural ou crescimento vegetativo;

2.2.1- O fator Mulheres independentes;

2.2.2 -A imigração de estrangeiros para o Brasil.

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74

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Compreender a evolução da população brasileira através dos anos, abordando e interpretando seus principais fatores.

3.2 Objetivos específicos:

Detectar as diferenças entre a estrutura familiar do século anterior com a da atualidade;

Analisar o crescimento da população brasileira entre os anos (1872-2010);

Comparar o número da população e a densidade demográfica do Brasil com os demais países do mundo;

Calcular e compreender os Índices de Crescimento Vegetativo;

Estabelecer a relação existente entre o novo espaço da mulher na sociedade e a queda no crescimento natural; Identificar a importância e participação dos imigrantes na constituição da população

brasileira;

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula inicia com a análise de duas imagens, em uma temos a típica família

do século passado: marido e mulher com muitos filhos, e na outra: casal com

poucos filhos, onde os alunos deverão detectar as diferenças e apontar sugestões

do porquê existir esta diferença. Após será feita a analise e comparação dos dados

contidos em um gráfico que representa o crescimento da população brasileira entre

os anos de 1872 a 2010. Neste contexto serão abordadas a forma e importância da

imigração para nosso país. A análise dos dados tornará possível a comparação do

numero brasileiro com o numero da população de outros paises discutindo os

conceitos de Densidade Demográfica e de Pais Populoso e Povoado.

Ao abordar o crescimento natural do Brasil será feito com os alunos o cálculo

do Índice de crescimento vegetativo e serão explicados os fatores que nele

influenciam. Para que o novo espaço da mulher seja compreendido será feito

durante a aula leitura de uma história em quadrinhos e de um texto que retrata esta

situação.

Page 75: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

75

5. RECURSOS DIDÁTICOS

Fotos;

Gráficos e Tabelas;

História em quadrinhos;

Livro Didático.

Quadro-de-giz;

Texto

Voz;

6. AVALIAÇÃO

Os alunos pesquisarão em casa a estrutura de suas famílias e identificarão a

característica dela. A atividade que cada um trará na próxima aula é a seguinte:

DESCUBRA QUANTOS FILHOS SUAS BISAVÓS E AVÓS TIVERAM E O

NÚMERO DE IRMÃOS DELES. OS RESULTADOS ENCONTRADOS SÃO

SEMELHANTES À TENDÊNCIA NACIONAL OBSERVADA NAS FOTOS?

7. BIBLIOGRAFIA

NEVES, Margarida de Souza. Imigrantes: sonho e realidade in A ordem é o progresso: o Brasil de 1870 a 1910. São Paulo: Atual, 2004.

PEROZIM, Lívia. Estudam mais e ganham menos. In Educação, ano 8, n 96. São

Paulo: Segmento, abril 2005.

BOLIGIAN, Levon. [et al.] Geografia: Espaço e Vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano. 3ed. reform. - São Paulo: Atual, 2009

Page 76: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

76

Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Campus de União da Vitória – FAFIUV

Colegiado de Geografia

Formulário de Plano de Aula 02/05

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICO : Nilmar Fernando Jevouski

COLÉGIO: Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder

MUNICÍPIO: Comunidade de São Pascoal, Irineópolis , SC

PROFESSOR REGENTE: Edílson Prust

SÉRIE: 6 I

DATA: 06/05/2011

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

2.1.- Densidade demográfica das grandes regiões brasileiras;

2.1.2- Fluxos migratórios;

2.2- A distribuição por sexo e idade- Pirâmide Etária;

2.2.1 Distribuição desigual de renda no Brasil;

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Compreender a população de um país analisando a maneira como essa população está distribuída pelo território, a proporção de homens e mulheres, a de jovens, adultos e idosos; e a maneira como a riqueza está distribuída entre seus habitantes.

3.2 Objetivos específicos:

Comparar a distribuição da população brasileira calculando a densidade demográfica das regiões;

Perceber as diferenças entre países populosos e povoados;

Listar e discutir os principais fluxos migratórios externos e internos;

Interpretar e extrair dados de uma pirâmide etária;

Analisar a pirâmide etária brasileira;

Identificar a distribuição desigual de renda entre a população e suas causas.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula inicia-se com a analise de uma tabela que contem a população relativa de

vários países e será feita uma comparação com o número do Brasil. Utilizando-se

de um mapa temático do IBGE que contem a densidade demográfica de todas as

religiões brasileiras serão formuladas possíveis causas da aglomeração

populacional e vazio demográfico, e discutindo assim, os principais fluxos

migratórios.

Com base na pirâmide etária brasileira existente no livro didático, será feita uma

abordagem das partes da pirâmide (base, corpo, ápice) comparando a mesma com

a de outros paises tanto na área social quanto econômica.

Para abordar a desigualdade na distribuição de renda será discutido o conceito

de População Economicamente Ativa e análise de um texto sobre o tema.

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5. RECURSOS DIDÁTICOS

Gráficos;

Livro Didático;

Mapa Temático

Quadro-de-giz;

Tabelas;

Texto;

Voz.

6. AVALIAÇÃO

Com base nas pirâmides etárias da população da Etiópia e Itália. Destaque:

1. As principais diferenças na forma: 2. A pirâmide que representa maior expectativa de vida e maior proporção de

adultos: 3. A pirâmide que representa maior taxa de natalidade. 4. Qual das duas mais se distingue da pirâmide brasileira? Explique as

diferenças.

7. BIBLIOGRAFIA

BOLIGIAN, Levon. [et al.] Geografia: Espaço e Vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano. 3ed. reform. - São Paulo: Atual, 2009

CORREIO DO BRASIL, “Concentração de renda no Brasil é imensa.” In 15/05/2008. Obtido em: <www.correiodobrasil.com.br> Acessado em 14/11/2008.

IBGE, Mapa Brasil – Densidade Demográfica. 2007.

Page 79: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Campus de União da Vitória – FAFIUV

Colegiado de Geografia

Formulário de Plano de Aula 03/05

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICO : Nilmar Fernando Jevouski

COLÉGIO: Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder

MUNICÍPIO: Comunidade de São Pascoal, Irineópolis , SC

PROFESSOR REGENTE: Edílson Prust

SÉRIE: 6 I

DATA: 13/05/2011

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

2.1- O que é o IBGE: a Importância e sua história;

2.2- Aspectos históricos do censo demográfico;

2.2.1- Censo 2010: procedimentos técnicos, logísticos e estruturais.

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Interpretar a forma como é planejado e executado um Censo Demográfico, identificando e entendendo os indicadores estatísticos que influenciam a tomada de decisões publicas e privadas na comunidade local.

3.2 Objetivos específicos:

Qualificar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas como o principal provedor de dados sobre o país;

Mostrar aos alunos o surgimento do Censo e a evolução na coleta dos dados estatísticos;

Listar as principais características metodológicas e operacionais do Censo 2010.

Especificar o modo como foi elaborado o questionário para a coleta.

Estabelecer a maneira e importância que o Censo tem sobre nossas vidas;

Mostrar o modo como o recenseador realiza a entrevista;

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula inicia-se com uma indagação aos alunos: o que é IBGE? Espera-se

que os mesmos apresentem idéias e opiniões, utilizando-se delas será apresentado

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que com suas múltiplas tarefas

fornece as informações que servem como sustentação de vários estudos, e tem

como principal pesquisa o Censo Demográfico.

O planejamento desta operação será abordado com a ajuda de um vídeo

institucional, produzido pelo IBGE para instruir os recenseadores no CENSO 2010,

nele é apresentado de maneira adequada como são elaboradas as perguntas que

compõe os questionários, e também rotina de um recenseador é simulada,

apresentando assim a maneira como o é realizada a coleta.

Durante o filme será destacado modo que o Censo afeta nossas vidas, pois ele

serve como base para investimentos públicos e privados nos municípios.

Após a exibição do DVD serão revistos os pontos mais importantes e será

entregue aos alunos um questionário elaborado pelo acadêmico, simulando a coleta

de um Censo.

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5. RECURSOS DIDÁTICOS

Manual do Recenseador;

Quadro-de-giz;

Revista

TV e DVD

Voz;

6. AVALIAÇÃO

Alem de levarem para casa e preencherem o questionário proposto pelo

acadêmico, os alunos pesquisarão se suas residências foram visitadas pelo

recenseador e as características da entrevista realizada.

7. BIBLIOGRAFIA

BOLIGIAN, Levon. [et al.] Geografia: Espaço e Vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano. 3ed. reform. - São Paulo: Atual, 2009

IBGE, Revista Vou te Contar – A revista do Censo nº 17 jul/ago 2010

_____ Manual do Recenseador, 2010

_____ DVD Treinamento Coleta Censo 2010, Recenseador Vídeo e Slides-Parte/ 01

Page 82: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Campus de União da Vitória – FAFIUV

Colegiado de Geografia

Formulário de Plano de Aula 04/05

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICO : Nilmar Fernando Jevouski

COLÉGIO: Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder

MUNICÍPIO: Comunidade de São Pascoal, Irineópolis , SC

PROFESSOR REGENTE: Edílson Prust

SÉRIE: 6 I

DATA: 20/05/2011

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

2.1- A entrevista nas residências;

2.2- O material de trabalho do recenseador;

2.2.1- Questionários Básicos e de Amostra do Censo 2010;

2.3- Questionário Escolar;

Page 83: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Formular questionários para serem aplicados na própria comunidade escolar de São Pascoal.

3.2 Objetivos específicos:

Detectar o modo como foi realizada a entrevista do Censo no domicílio de cada aluno;

Compreender os casos em que são aplicados os questionários Básicos e o de Amostra;

Identificar eventuais erros e falhas na cobertura censitária;

Conhecer o material de trabalho utilizado pelos recenseadores;

Discutir que informações são importantes para um Censo na Escola Listar quais as estatísticas que cada aluno gostaria de saber sobre a sua escola;

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula inicia com a intervenção de cada aluno apresentando pontos

característicos da visita do recenseador ao seu domicilio. E com base no que foi

estudado anteriormente toda a turma terá condições de avaliar o processo, se foi

razoável ou ocorreram falhas. Para complementar a abordagem sobre a entrevista

presencial, o acadêmico levará até a sala de aula os instrumentos de trabalho que

cada recenseador tinha em mãos.

Após serão apresentado aos alunos dois questionários do Censo: o da

Amostra e o Básico e explicado aos mesmos, quando cada um deles foi aplicado.

Todas estas atividades servirão como base para que os alunos elaborem um

questionário para ser aplicado na escola, cada um terá a oportunidade de sugerir

um item que fará parte do mesmo.

Page 84: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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5. RECURSOS DIDÁTICOS

Colete do Recenseador

Croquis de setores;

Descrição de Setores;

Quadro-de-giz;

Questionário Amostra;

Questionário Básico;

Texto;

Voz;

6. AVALIAÇÃO

Cada aluno deverá formular uma questão para integrar o questionário escolar.

7. BIBLIOGRAFIA

BOLIGIAN, Levon. [et al.] Geografia: Espaço e Vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano. 3ed. reform. - São Paulo: Atual, 2009

IBGE, Revista Vou te Contar – A revista do Censo nº 17 jul/ago 2010

_____ Manual do Recenseador, 2010

Page 85: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR

Campus de União da Vitória – FAFIUV

Colegiado de Geografia

Formulário de Plano de Aula 05/05

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICO : Nilmar Fernando Jevouski

COLÉGIO: Núcleo Escolar Presidente Adolfo Konder

MUNICÍPIO: Comunidade de São Pascoal, Irineópolis , SC

PROFESSOR REGENTE: Edílson Prust

SÉRIE: 6 I

DATA: 27/05/2011

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

2.1- Evolução demográfica (1872-2010);

2.2- IBGE;

2.2.1-Censo demográfico 2010.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Elaborar uma pesquisa na comunidade escolar tendo como base os procedimentos utilizados na execução do Censo Demográfico 2010.

Page 86: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

86

3.2 Objetivos específicos:

Interpretar os fatores que influenciam no crescimento populacional;

Definir a importância do IBGE e dos dados de suas pesquisas na iniciativa publica e privada;

Reconhecer a maneira como os Censos são planejados e executados.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

Finalizando as atividades de estágio, os alunos terão duas aulas para responder a

uma avaliação

5. RECURSOS DIDÁTICOS

Folha de sulfite;

Quadro de giz;

Voz;

Caneta;

Lápis.

6. AVALIAÇÃO

A Prova será constituída de questões numeradas de 01 a 12, sendo 08

objetivas de múltipla escolha, 03 dissertativas e uma com sentenças afirmativas,

para serem julgadas (verdadeiro ou falso)

7. BIBLIOGRAFIA

BOLIGIAN, Levon. [et al.] Geografia: Espaço e Vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano. 3ed. reform. - São Paulo: Atual, 2009.

IBGE, Revista Vou te Contar – A revista do Censo nº 17 jul/ago 2010.

_____ Manual do Recenseador, 2010.

Page 87: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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9. RESULTADOS

O Estagio Supervisionado realizou-se no Núcleo Escolar Presidente Adolfo

Konder no município de Irineópolis, Estado de Santa Catarina, na turma 6ª I, do

ensino fundamental, no turno matutino, turma esta composta por vinte e cinco

alunos, nos dias 29-04-2011 até o dia 27-05-2011, tendo como Professor regente de

classe na disciplina de Geografia o professor Edílson Prust.

Durante o Estágio pode-se perceber a grande quantidade de informações e

curiosidades que os alunos possuíam sobre o Censo Demográfico, afinal em 2010

todos receberam visitas do recenseador e queriam partilhar com a sala a experiência

vivida.

Nas duas primeiras aulas do estágio (29/04), dando continuidade ao conteúdo

do professor regente de classe, o tema em questão foi a evolução do numero

populacional brasileiro, com ampla participação dos mesmos apontando causas do

aumento da população e também da diminuição do numero de filhos por família. Em

conversa com os alunos percebe-se a diferença na constituição de suas famílias,

têm muitos tios e poucos irmãos, confirmando a tese abordada durante a aula de

que o atual panorama socioeconômico não favorecem as famílias numerosas.

Durante a aula do dia 06/05, dando continuidade ao assunto da aula anterior,

trabalhamos o novo espaço da mulher na atualidade, que sai para trabalhar e

retarda o nascimento dos filhos, espera adquirir estabilidade financeira ou até

mesmo por falta de vontade de ser mãe. Os alunos participaram listando as

principais profissões em que as mulheres estão se destacando, desde motorista até

policial. Também foi passado a turma como que é feito a distribuição de uma

população por sexo e idade, a Pirâmide Etária. Foi explicado no quadro de giz as

partes da mesma (base, corpo, ápice) e feita comparação da brasileira com a de

outros paises.

A aula do dia 13/05, caracterizou-se por deixar em segundo plano o livro

didático, foi usado um material elaborado pelo IBGE, a exibição de um DVD

semelhante ao usado no treinamento dos recenseadores manteve os alunos calmos

e ainda mais interessados pelo conteúdo.

No dia 20/05, pôs se em prática tudo aquilo visto anteriormente, com a

elaboração por parte dos alunos de um questionário escolar, cada um sugeriu 10

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perguntas que foram selecionadas pelo acadêmico que compôs um questionário

destinado a alunos do 5º ano, 6ª série, 7ª série e 8ª série do Ensino Fundamental.

A proposta foi desenvolvida com grande empenho dos alunos, vale ressaltar a

colaboração dos mesmos com o acadêmico, o fato desempenhar a função de

Secretário nesta mesma Unidade Escolar favoreceu o andamento das atividades.

O estágio em sala de aula não é apenas uma obrigação, mas também um

desafio para os concluintes do 4º ano de geografia, anteriormente nunca tinha me

imaginado na regência de uma classe, sem dúvida nenhuma os 4 anos em que

estive no Ensino Superior me tornaram capaz e habilitado para estar a frente de uma

turma, não foi do dia para a noite mas sim um processo gradativo em que cada

disciplina e professor tiveram importante papel neste avanço. Após mais esta etapa

de estágios cumprida posso afirmar que quero ser professor de geografia.

Page 89: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

89

9. REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. C. Uma Geografia para o século XXI. Campinas: Papirus, 1994.

BRASIL - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. 2001.

Parâmetros Curriculares, Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental: temas transversais. Brasília, MEC, Secretaria de Educação Fundamental

BOLIGIAN, Levon. [et al.] Geografia: Espaço e Vivência: a organização do

espaço brasileiro, 7º ano. 3ed. reform. - São Paulo: Atual, 2009. CARVALHO, Delgado de. Methodologia do Ensino Geographico – Introdução

aos Estudos de Geographia Moderna. Tomo I, Petrópolis, RJ: Typographia das Vozes, 1925.

CORREIO DO BRASIL, “Concentração de renda no Brasil é imensa.” In

15/05/2008. Disponível In: http://www.correiodobrasil.com.br> Acessado em 14/11/2008.

FANTINEL, L. M. Práticas de campo em fundamentos de geologia

introdutória: papel das atividades de campo no ensino de fundamentos de geologia no curso de geografia. Campinas: Inst. Geociências UNICAMP. 2000. (Dissert. mestrado em Educação Aplic. Geociências).

IBGE –Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Resultados do Censo

Demográfico 2010. Disponível in http://www.censo2010.ibge.gov.br/ Acessado em 03/04/2011

_____, Revista Vou te Contar – A revista do Censo nº 17 jul/ago 2010 _____, Mapa Brasil – Densidade Demográfica. 2007. _____ Manual do Recenseador, 2010 _____ DVD Treinamento Coleta Censo 2010, Recenseador Vídeo e Slides-

Parte/ 01 JEVOUSKI, Nilmar Fernando. Censo Demográfico: Um recorte estatístico

na comunidade escolar do bairro Rio d´areia. V Simpósio de Geografia Impressões Geográficas Regionais Departamento de Geografia-FAFIUV nov. 2010

NEVES, Margarida de Souza. Imigrantes: sonho e realidade in A ordem é o

progresso: o Brasil de 1870 a 1910. São Paulo: Atual, 2004. PEROZIM, Lívia. Estudam mais e ganham menos. In Educação, ano 8, n

96. São Paulo: Segmento, abril 2005. QUINTÃO Altemar de F. B. , ALBUQUERQUE, Maria A. M. de . Desafios e

Perspectivas do Ensino de Geografia no Brasil. Disponível in

Page 90: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

90

http://www.agb.org.br/XENPEG/ artigos/GT/GT2/tc2%20(9).pdf Acessado em 03/04/2011

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção.

São Paulo: Hucitec, 1996 VESENTINI, José William. (Org.) Geografia e Ensino – textos críticos.

Campinas: Papirus, 1989. _________, ___________. Para uma geografia crítica na escola. Editora do

Autor São Paulo, 2008. __________, ________ Geografia crítica e ensino. In VESENTINI, José

William. Para uma Geografia Crítica na Escola. São Paulo: Ática, 1992a __________, _______. O método e a práxis (Nota polêmica sobre a

Geografia tradicional e Geografia Crítica). In. VESENTINI, José William. Para uma Geografia Crítica na Escola. São Paulo: Ática, 1992b.

___________, _______. O ensino de Geografia para o século XXI, Caderno

Prudentino de Geografia (17). Presidente Prudente: AGB, jul. 1995. __________. _______. O novo papel da Escola e do ensino de Geografia

na Época da Terceira Revolução Industrial. Terra Livre – Geografia, política e cidadania, nº 11/12. São Paulo, AGB, 1996.

VLACH, Vânia Rubia. O ensino de Geografia no Brasil: uma perspectiva

histórica. In. VESENTINI, José William (Org.). O ensino de Geografia no século XXI. Campinas, SP: Papirus, 2004.

PLANS, Pedro. Didáctica da geografia. Porto. Livraria Civilização,1969.

Page 91: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

91

ANEXOS

Page 92: CENSO DEMOGRÁFICO: UM RECORTE ESTATÍSTICO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃO PASCOAL, MUNICÍPIO DE IRINEÓPOLIS – SC

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TV com conteúdo do Censo 2010

Aluno Desenvolvendo atividade proposta

Atividade em grupo: Meninas

Atividade em grupo: Meninos

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Questionário composto por itens sugeridos pelos educandos

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Desenho elaborado por alunas a pedido do educador


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