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HIGIENE OCUPACIONAL
Andre Rocha - Fisioterapeuta
A definição do estudo do ambiente de trabalho e a prevenção das doenças dele originadas são objetos da higiene ocupacional, higiene industrial e higiene do trabalho.
O termo “Higiene Ocupacional” foi preferido internacionalmente para definir o campo de atuação desta ciência, após conclusões extraídas durante a Conferência Internacional de Luxemburgo, ocorrida de 16 a 21 de junho de 1.986. O evento contou com a participação de representantes da Comunidade Econômica Européia – CEE, da Organização Mundial da Saúde – OMS, da Comissão Internacional de Saúde Ocupacional e da American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH.
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Dentre as definições conhecidas e mais amplamente difundidas, podemos citar:
A definição dada pela American Industrial Hygiene association –AIHA, segundo a qual a higiene ocupacional é a “ciência que trata da antecipação,reconhecimento, avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem- estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente”.
De acordo com o conceito preconizado por Olishifski, a higiene ocupacional é tida como “aquela ciência e arte devotada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de riscos ou estresses ambientais originados no, ou a partir, do local de trabalho, os quais podem causar doenças, prejudicar a saúde e o bem- estar, ou causar significante desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos de uma comunidade”. Andre Rocha -
Fisioterapeuta
A definição da American Conference of Governmental Industrial Hygienist – ACGIH: “ ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade”.
O termo higiene ocupacional, que abrange a modalidade industrial, é considerado o mais amplo pelos órgãos especializados, incluindo a Fundacentro, razão pela qual sua utilização tem sido preferida. No entanto, a nosso ver, o termo higiene do trabalho poderá ser igualmente aplicado, pois contempla – além do trabalho subordinado(empregos) – os trabalhos autônomos, avulso, estatutário, etc.
A higiene ocupacional é a ciência que atua no campo da saúde ocupacional, através da antecipação, reconhecimento,avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir danos à saúde dos trabalhadores, observando-se também o impacto ao meio ambiente.
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O trabalhador exposto em um ambiente insalubre (contaminado por agentes físicos, químicos ou biológicos) pode vir a desenvolver uma doença, que o incapacitará para o trabalho. Se isso acontecer, ele será afastado do trabalho, e, após o tratamento, poderá estar novamente em condições de trabalhar, retornando ao mesmo local onde contraiu a doença. Provavelmente voltará a ficar doente, desta vez, porém, mais rapidamente até que fique totalmente incapacitado para o trabalho.
Agindo assim, tratamos a consequência, que é a doença, e não a causa básica fundamental, que é a exposição em ambiente contaminado.
Teremos agora que tratar também o ambiente e para isso devemos fazer um reconhecimento para saber quais os agentes prejudiciais presentes nesse ambiente de trabalho, fazer uma avaliação para saber se existe risco à saúde e adotar uma medida de controle.
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Ambiente Insalubre
ReconhecimentoAvaliaçãoControle
Ambiente Salubre
Trabalhador Doente
Diagnóstico Tratamento de
Cura
Trabalhador Sadio
exposição
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Reconhecimento
Estudo do processo,
visitas preliminares, entrevistas
com trabalhadores,
avaliações preliminares
Avaliação
EstratégiaMetodologiaAmostragem
AnáliseInterpretação
Controle
Fonte, Percurso
Trabalhador
HIGIENE OCUPACIONA
L
+ + =
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RECONHECIMENTO:
Essa primeira etapa da higiene ocupacional é muito importante, pois se um agente tóxico não for reconhecido, não será avaliado nem controlado. Se na etapa de reconhecimento descobrirmos que as concentrações ou exposições estão muito acima dos limites de exposição, iniciamos logo a etapa de controle, pois avaliar um ambiente de trabalho dessa ordem é desperdiçar recursos da empresa, pois enquanto estivermos fazendo avaliação, estamos investindo dinheiro sem que o trabalhador se beneficie desse investimento. Após estabelecidas medidas de controle, iremos fazer uma avaliação para verificar se as medidas adotadas foram suficientes para adequar o ambiente de trabalho. Esta etapa envolve a identificação e a explicitação dos riscos existentes no ambiente de trabalho.
As informações necessárias nesta etapa são: A determinação e localização das possíveis fontes geradoras Trajetórias e meios de propagação
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Caracterização das atividades e do tipo de exposição Identificação das funções e determinação do número de
trabalhadores expostos ao risco Obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível
comprometimento da saúde do trabalhador relacionados aos riscos identificados.
AVALIAÇÃO
É uma etapa importante por ser uma ferramenta de prevenção de doenças do trabalho,pois, se o ambiente for saudável, possivelmente não teremos doenças profissionais, e se a avaliação ambiental não for feita ou realizada de maneira inadequada, só descobriremos essa falha quando o trabalhador adoecer – e aí já será tarde demais. Além da avaliação quantitativa, temos também a avaliação qualitativa com o mapa de riscos.
Existe uma responsabilidade muito grande quando se faz uma avaliação ambiental, pois se houver falha na estratégia ou na metodologia, o trabalhador correrá riscos de estar em ambiente insalubre, sem que a empresa tenha tomado os devidos cuidados.Andre Rocha -
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MEDIDAS DE CONTROLE
Após o reconhecimento e a avaliação vem a etapa de controle
desses agentes, que deve ser feita preferencialmente através de
medidas de engenharia, protegendo o ambiente de trabalho.
De modo geral para todos os agentes as medidas de controle
devem ser adotadas priorizando-se a sua eficiência, isto é, em
primeiro lugar as que se referem à fonte, seguidas das que se
referem ao percurso e finalmente as relativas aos trabalhadores.
Fonte (geração)
Percurso (propagação)
Trabalhador (recepção)
Medidas relativas ao ambiente
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Adotamos primeiro as medidas relativas à fonte, pois se
ela não produzir contaminantes não teremos problemas,
porém se as medidas de controle adotadas na fonte não
forem suficientes, iremos impedir que estes
contaminantes se espalhem pelo ambiente através das
medidas de controle no percurso; e se estas ainda não
forem suficientes , deveremos adotar a última linha de
defesa que é a relativa ao trabalhador.
Andre Rocha - Fisioterapeuta
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Histórico da higiene ocupacional
Ao longo dos anos houve sempre quem se preocupasse com a saúde dos trabalhadores, de forma que foram tomadas algumas iniciativas bastante modestas, mas sem o rigor técnico-científico necessário. Na época da Revolução Industrial, na Inglaterra, além de não se utilizar medidas de controle, o regime de trabalho às vezes chegava a doze ou até dezesseis horas diárias. Algumas iniciativas de prevenção das doenças do trabalho foram tomadas, como mostramos a seguir.• 1556 - O pesquisador alemão Georgius Agricola, ou Georg
Bauer, divulgou em sua obra De re metallica (Dos metais) – publicada postumamente – a situação dramática dos trabalhadores em minas subterrâneas e descreveu métodos de prevenção de doenças utilizando a ventilação.• 1700 - Bernardino Ramazzini – publica, em Modena, na Itália, o livro, escrito em latim, Demorbis artificum diatriba (As doenças dos trabalhadores), que descrevia um grande número de doenças originadas dentro dos ambientes de trabalho.• 1910 - A doutora Alice Hamilton, nos Estados Unidos, manifestou a preocupação com as doenças ocupacionais e a avaliação dos agentes e com o seu controle.
1914 - Criação da National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), órgão de pesquisa em Segurança e Saúde no Trabalho. Atualmente a metodologia de avaliação da exposição ocupacional utiliza no mundo toda a metodologia por ela estabelecida.
1938 - Criação da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), uma Associação dos Higienistas do Governo Americano e que desenvolve pesquisas sobre os Limites de Exposição Ocupacional para os agentes físicos, químicos e biológicos e Índices Biológicos de Exposição (IBE).
1939 - Criação da American Industrial Hygienists Association (AIHA).
1946 - Após oito anos de pesquisas, a ACGIH já possuía uma listagem de 148 substâncias com limite de exposição.
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1966 - Criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Fundacentro, como um compromisso do Brasil perante a Organização Internacional do Trabalho (OIT) de investimento em Segurança e Medicina do Trabalho.
1969 - Início das atividades da Fundacentro.
1978 - O Ministério do Trabalho em 8/6/1978 elabora a Portaria nº 3.214 com 28 Normas Regulamentadoras sobre segurança e medicina do trabalho.
1987 - Criação da International Occupational Hygiene Association (IOHA), dedicada ao desenvolvimento da higiene ocupacional.
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•1992 - Introdução do mapa de riscos, possibilitando a participação dos trabalhadores no reconhecimento e na avaliação qualitativa dos ambientes de trabalho.
•1994 - Criação da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO). Modificação NR- 9 transformando-a em um programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA), que é um programa de higiene ocupacional e introduziu o conceito prevencionista do nível de ação, isto é, se a concentração ambiental atingir a metade do limite de exposição, a empresa é obrigada a introduzir medidas de controle.
No Brasil tivemos ainda a criação de muitas entidades ligadas à segurança e à saúde do trabalho, como listamos a seguir:
Senac Ambiental Universidade de São Paulo (USP) Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (ABPA). Departamento de higiene do trabalho do Serviço Social da
Indústria (SESI). Instituto Brasileiro de Segurança (IBS). Associação Brasileira dos Profissionais em Higiene e
Segurança do Trabalho (Abraphiset). Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho
(Apaest). Santa Casa de São Paulo Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho (Fundacentro). Universidade Federal da Bahia (UFBA). Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais(APHO).
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Tipos de Risco Baseados nos Agentes Ambientais Ocupacionais
Riscos Químicos
Riscos Físicos
Riscos Biológicos
Ricos Ergonômicos Ricos de Acidentes
Poeira Ruído Vírus PosturaIncorreta
Máquinas sem proteção
Fumos Vibração Bactérias Trabalho físico pesado
Choques elétricos
Névoas Umidade Protozoários Treinamentoinadequado
Ferramentas defeituosas
Vapores Pressões Anormais
Fungos Jornada prolongada Equipamento inadequado
Gases TemperaturasExtremas
Bacilos Trabalho noturno Perigo de incêndio
Produtos químicos em geral
Radiação Ionizante
Parasitas Conflitos, tensões emocionais
Material fora de especificação
Substânciaquímicas
Radiação não Ionizante
AnimaisPeçonhentos
Desconforto Armanezamento inadequado
Fumaças Monotonia Arranjo físico deficiente
Combustívelem geral
Responsabilidade excessiva
Edificações perigosas
INTRODUÇÃO
O tipo de agente físico presente nos ambientes de trabalho está ligado diretamente ao processo de produção.
TABELA 1. AGENTES FÍSICOS NO AMBIENTE DE TRABALHO
1) Ruído
2) Vibrações Mecânicas
3) Temperaturas extremas
4) Radiações Ionizantes
5) Radiações Não-Ionizantes
6) – Pressões Atmosféricas Anormais
Ruído e vibrações estão presentes em inúmeras atividades, principalmente nas indústrias de processamento químico como refinarias e petroquímicas, na indústria de calderaria, tecelagem, automobilística entre outras. O ruído excessivo pode provocar além da surdez profissional condutiva ou neurosensorial, outros efeitos chamados não-auditivos, que deixarão a pessoa nervosa, irritada, sofrendo de insônia, tendo como consequência dificuldades de comunicação e de socialização.
As temperaturas extremas estão presentes na forma do calor produzido na indústria siderúrgica, metalúrgica, fundições, etc. e na forma de frio nos frigoríficos, indústria alimentícia e no comércio de produtos perecíveis. A sobrecarga térmica provoca efeitos danosos aos trabalhadores, agredindo o sistema respiratório, circulatório e endócrino.
O trabalhador estará exposto a radiações ionizantes em ambientes como hospitais, onde se realiza técnicas de radiodiagnóstico e radioterapia, e entidades de pesquisa e produção de fontes radioativas, na exploração mineral de materiais radioativos, nos serviços de inspeção de equipamentos de radiografias e gamagrafias. A exposição a esse tipo de radiação pode provocar vários tipos de câncer e o conseqüente encurtamento da própria vida, causando efeitos mutagênicos e teratogênicos, que serão repassados para gerações futuras.
As radiações não-ionizantes, como as radiofrequências e as microondas, ocorrem nas atividades de radiodifusão, radionavegação, nas atividades de secagem de materiais e colagem de plásticos. As radiações de infravermelho estão presentes nas atividades industriais, como soldagem e fusão de metais, e nas atividades a céu aberto, como as rurais. As radiações ultravioleta estão nas operações de soldagem a arco, em salas de esterilização e na indústria gráfica.
Quanto à radiação de raio laser, existe um grande número de aplicações desse tipo de radiação nas impressoras, nas telecomunicações e na medicina em vários tipos de cirurgias.
As radiações não-ionizantes, como as radiofrequências e as microondas, produzem aquecimento localizado, provocando lesões internas no organismo. As radiações de raios infravermelho provocam queimaduras e sobrecarga térmica, e as radiações ultravioletanas faixas B e C são cancerígenas, sendo a faixa C totalmente bloqueada pela camada de ozônio, bastante ameaçada nos últimos tempos, e cuja redução poderá aumentar sensivelmente os casos de câncer de pele.
As situações de pressões atmosféricas anormais podem ocorrer em atividades como as de construção civil, em trabalhos com tubulões pressurizados e na atividade de mergulho. O trabalho em ambiente pressurizado faz com que os gases se dissolvam no sangue e nos tecidos, exigindo, após o término da atividade, uma descompressão por estágios e em alguns casos extremamente demorados, em função da pressão e do tempo de exposição. As pressões anormais têm aplicação também na medicina através da oxigenoterapia hiperbárica em casos em que os tratamentos convencionais não têm se mostrado eficientes.
Agente Tipo Efeitos
LT Medidas de Controle
RuídoContínuo ou intermitente ou de impacto
85 Db(A) p/8 horasDose <ou= 100%130 Db(C)(impacto)
Auditivos:-surdez
Não Auditivos:- Irritação. Insônia, dores de cabeça e aumento da pressão arterial
-Enclausuramento acústico -Isolamento (distancia/ tempo)-Atenuadores e Silenciadores- Manutenção dos equip.- Acomp. Audiométrico- Protetores Auriculares
VibraçãoLocalizada de corpo inteiro
- Articul. Ósseas -Necrose das extremidades
Aceleração x Freqüência
-Materiais isolantes, sistemas absorvedores
Agente Tipo Efeitos
LT Medidas de Controle
Temperatura Extremas
Calor IBUTG (ºc) (calor)
Sobrecarga térmica Cãibras de calorAlteração do Sistema Circulatório Respiratório e Endócrino
- Ventilação, mecanização, barreiras térmicas (radiante), reposição hídrica e salina, regime trabalho/descanso, condicionamento do ar, aclimatização, roupas isolantes e refletivas.
Radiações Ionizantes
ParticuladaEletromagnética
Câncer, leucemia, alterações genéticas e embrionárias, envelhecimento precoce, catarata
2,5 mR/hDose = 5 Rem/ano(50 mSv)
-Blindagem, distancia, limitação do tempo, monitoramento, hemogramas, sinalização e isolamento de áreas, roupas protetoras e alteração de procedimentos operacionais
Frio Vaso Constrição, congelamento
Tbs (ºc) (frio)
Agente Tipo Efeitos
LT Medidas de Controle
Radiações nãoionizantes
Rad.Freq.MicroondaInfraverm.VisívelUltravioletaLaser
Varia com densidade de energia e freqüência
Dores de Cabeça, Sensação auditiva aquecimento, queimaduras, câncer de pele, danos na retina, conjuntivite
- Blindagem- Óculos especiais- Ambiente bem iluminados- Isolamento (tempo/distancia)- Limitação no tempo de exposição- Barreira refletiva- Áreas sinalizadas e restritas
Pressões Anormais
HiperbáricaHipobárica
Sist.Circulatório e Respiratório, sangramento e ruptura de tecidos, trauma barométrico
Tabela de descompressão
-Estágios de compressão e descompressão-Limitação da idade e nº de compressões - Ventilação e acompanhamento médico
RUÍDO
Estamos, hoje em dia, expostos constantemente a níveis elevados de
ruído seja no trânsito, nos momentos de lazer ao ouvir música
em volume muito alto, como também no ambiente de trabalho. Em se
tratando de ambiente ocupacional, a exposição a níveis altos de ruído
pode levar o trabalhador a perdas auditivas irreversíveis. Mas o que vem a ser ruído?
Conceituação de ruído (do ponto de vista da higiene ocupacional):
O ruído é o fenômeno físico vibratório com características indefinidas
de variações de pressão (no caso, ar) em função de frequência, isto é, para uma dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões.
Em resumo, defini-se como som qualquer conjunto de vibrações ou
ondas mecânicas que podem ser ouvidas.
Efeitos do ruído para a saúde
O ruído industrial está presente em quase todas as atividades industriais e pode ser um indicativo de manutenção deficiente das máquinas, acarretando folgas, vazamentos, vibrações que comprometem a saúde de uma parcela significativa dos trabalhadores expostos a esse ambiente.
Esse ruído provoca dois tipos de efeitos: auditivos e não – auditivos.
Os efeitos auditivos são muito conhecidos e podem ser classificados em: Deslocamento temporário do limiar auditivo Surdez profissional (condutiva ou neurossensorial)
O deslocamento temporário do limiar auditivo, ou seja, a surdez temporária devido à fadiga auditiva ocorre após um exposição prolongada a níveis altos de ruído, mas que se recupera no decorrer do tempo de descanso.
Consequências patológicas
Hipoacusia Transitória
Caracterizada por uma exposição curta de minutos,horas ou dias em níveis elevados de ruído ou barulho entre 90 e 120 decibéis.
Surdez Profissional
A surdez profissional caracteriza-se pela sua irreversibilidade e bilateralidade, estando associada à existência de lesão do órgão de Corti e será provocada da seguinte maneira:
a) Exposição prolongada, por meses ou anos, de indivíduos suscetíveis em níveis elevados (90 – 120 dB), provocando perda progressiva da audição, inicialmente para frequências de 4.000 Hertz e, aos poucos, para frequências vizinhas;
b) Exposição repentina a ruídos estrondosos, provocando rutura da membrana do tímpano com lesão do ouvido médio por explosivos ou estampido de arma de fogo (150 – 160dB).
O deslocamento permanente do limiar auditivo, também chamado de
surdez profissional, pode ser de origem condutiva(ruptura de tímpano,
Ossículos ou outra estrutura de condução) ou neurossensorial,
quando ocorre a destruição dos órgãos ciliados de Corti. A perda
condutiva mostra um audiograma com perdas similares em todas as
frequências , enquanto a perda neurossensorial apresenta, nesse teste,
a chamada gota acústica, que representa uma perda da capacidade
auditiva muito grande, em torno da frequência de 4.000Hz (hertz).
Os efeitos não – auditivos são os fisiológicos e os psicológicos, que se
traduzem por: dor de cabeça, irritabilidade, vertigens, cansaço
Excessivo,insônia, dor no coração e zumbido na orelha. Esses efeitos
foram pesquisados em inquérito de queixas dos trabalhadores
Expostos a níveis de 100dB(A).
O ruído intenso altera a condutividade elétrica do cérebro,
provocando queda na atividade motora, reduzindo, dessa forma, a
capacidade de atenção e concentração com a consequente queda da
Produtividade.
As técnicas de controle do ruído ou barulho vão se aperfeiçoando e derrubando o mito que este risco e suas consequências são inerentes a certas ocupações. Existem medidas de controle do ruído que são implementadas antes da construção e instalação de uma indústria, tais como zoneamento, projeto adequado e distribuição adequada das fontes do barulho.
Outra medidas de prevenção do ruído podem ser relativas ao meio ambiente, à trajetória e ao homem.
As relativas ao meio ambiente podem ser dos seguintes tipos:
Eliminação ou atenuação do ruído na fonte
a) Troca da operação ruidosa por outra não ruidosa, isto é, substituição da rebitagem pela solda.
b) Manutenção da mesma operação, eliminando ou atenuando os ruídos existentes (insonorização de máquinas e operações).
Isolamento a distância ou no local
a) Segregação: Execução da mesma operação ruidosa em local distante das demais operações prejudicando um menor número de trabalhadores.
b) Enclausuramento: O local onde se realiza a operação ruidosa é circundado por material de baixa transmissibilidade na estrutura das paredes limitantes do recinto , impedindo que o ruído se propague para as demais dependências do ambiente de trabalho.
Absorção do som
Emprego de materiais absorventes no revestimento das superfícies limitantes do recinto ( teto, parede e pisos ), com o intuito de absorver o ruído produzido.
As relativas à trajetória são:
Segregação no espaço
Confinamento
Barreiras
Tratamento acústico das superfícies refletoras
As relativas ao homem compreendem:
Finalidades preventivas e médico – legais
Exame otológico admissional
Exame audiométrico periódico
Tratamento dos trabalhadores que apresentarem problemas de audição e, conforme o caso, afastamento do trabalho em operações ruidosas quando houver elevação precoce do limite de audibilidade.
Uso de equipamento de proteção individual. A utilização de protetores para o ouvido e cabeça como tampões, conchas e capacetes podem proporcionar uma redução de 20 a 35 decibéis na audição dos ruídos.
É geralmente, necessário, para se obter resultados satisfatórios na prevenção das lesões auditivas pelo ruído, empregar conjuntamente várias medidas preventivas recomendadas.
Temperaturas extremas
Níveis anormalmente elevados de temperatura e umidade.
1) Ocorrência
Indústria têxtil, tinturarias, altos fornos, minerações, indústria metalúrgica, fundições, cerâmicas, trabalho ao ar livre, etc.
2) Mecanismos biológicos de termo regulação
A atividade do centro nervoso, localizada no hipotálamo provocando vasodilatação cutânea e sudorese.
3) Modo de ação
Aquecimento do ar e calor radiante
4) Consequências patológicas
a) Desconforto térmico levando à fadiga
b) Prostração térmica: distúrbio dos mecanismos circulatórios de termo regulação
c) Câimbra do calor: perda excessiva de cloreto de sódio e água
Prevenção
a) Quanto ao meio serão de naturezas, segundo predomine calor convencional ou calor radiante:
Ventilação geral diluidora ou local exaustora, quando se deseja controlar valores de temperatura do ar; umidade relativa ou velocidade do ar.
Anteparo contra calor radiante. Os anteparos podem ser construídos de materiais refletores ou absorventes.
b) Quanto ao trabalhador
Exame admissional : preferir indivíduos jovens, recusar obesos, idosos, portadores de cardiopatias etc.
Aclimatação para os não habituados
Exames médicos periódicos para avaliar as condições dos trabalhadores.
Revezamento e intermitência do trabalho
Higiene pessoal: roupas leves de material poroso e apropriadas. Proibição da ingestão de bebidas alcoólicas. Refeições balancedas.
Água em abundância.
Níveis Anormalmente Baixos de Temperaturas
a) Ocorrência
Câmaras frigoríficas, fábricas de produtos em conserva, açougues,fábricas de gelo e sorvetes, pescadores,etc.
b) Modo de ação
Resfriamento do ar, fontes negativas de calor radiante.
c) Consequências patológicas
Geladuras ou queimaduras pelo frio
Lesões locais mais frequentes:
Congelamento dos membros
Pés de imersão
Ulcerações do frio ou frieiras
d) Prevenção
Seleção profissional: no exame admissional de saúde afastar portadores de labilidade neurovegetativa;
EPI, alimentação hipercalórica, proibição do uso de álcool e cigarros e
Aclimatação progressiva.
Pressão Atmosférica Anormal
Princípios Gerais:
a) A pressão que o ar exerce sobre todos os corpos devido a seu peso é a pressão atmosférica.
O organismo humano recebe sobre a sua superfície uma pressão correspondente a 1,03 quilos por cm² , a qual é uniformemente transmitida a todo o corpo ( ao nível do mar: 1.03 quilos/ cm² =
760mmHg).
Cada um dos gases que compõem a atmosfera exerce uma pressão parcial que é proporcional a sua percentagem no ar atmosférico:
O 2 20,95%
CO 0,04%
N 2 + Gases Nobres 79, 01
(Gases Nobres 0,9 a 1,0% )
Estes gases dissolvem-se no plasma sanguineo e essa dissolução depende da pressão parcial de cada um.
Baropatias são doenças causadas devido à variação da pressão atmosférica.
Classificação das Baropatias:
Hiperbarismo: fenômeno consequente ao aumento da pressão atmosférica.
Hipobarismo: fenômeno consequente à diminuição da pressão atmosférica.
1) HIPERBARISMO
Pressão anormalmente elevada
Ocorrência
Trabalhos sob a água ( escafandristas “homens – rãs” mergulhadores e trabalhos em caixões pneumáticos).
Consequências
Intoxicação pelos gases que compõem normalmente a atmosfera quando a pressão parcial dos mesmos excede certos limites.
Exemplos
Oxigênio : Intoxicação aguda ( em pressões superiores a 3,5 atmosferas)
Nitrogênio : embriaguês das profundidades ( em pressões superiores a 3,5 atmosferas).
Descompressão brusca
Ocorrência
Volta à superfície após trabalho em caixões pneumáticos e ascensão rápida dos mergulhadores.
Consequências
O nitrogênio é pouco difusível, formando bolhas que se localizam em várias partes do organismo:
a) Articulares: dores em uma ou mais articulações, geralmente nos joelhos e ombros
b) Cutâneas: Prurido de intensidade variável, afetando principalmente o tronco e a parte central dos membros
c)Equimoses em diversas partes do corpo , principalmente as justa-articulares
d) Nervosas: lesões embólicas medulares e cerebrais
e) Pulmonares: tosse, dores torácicas e sensação de constricção retro esternal.
Cardíacas: choque e morte; Ósseas- necrose avascular dos ossos dos membros/ A maioria dos acidentes ocorre até 3 horas depois de terminada a descompressão.