economia da educação pedro telhado pereira paulo oliveira 13 e 15/5/2003
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Economia da Educação
Pedro Telhado PereiraPaulo Oliveira13 e 15/5/2003
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Nesta aula e na próxima vamos discutir a eficiência das despesas em Educação em Portugal• Relembremos o conceito de eficiência
“ausência de desperdício ou a utilização dos recursos económicos que produz o nível máximo de satisfação possível, sendo dados os factores de produção e a tecnologia” (Samuelson and Nordhaus).
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Ou seja
• Iremos tentar responder à pergunta:Seria possível obter a mesma educação com menos custos?
OuSeria possível obter mais educação com os mesmos custos?
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Comecemos pelo relatório do FMI
“The Efficiency of Education Expenditure in Portugal”
prepared byBenedict Clements
December 1999
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O relatório começa por referir
• A baixa participação dos portugueses na educação.mesmo nas classes mais jovens
• Alta taxa de reprovaçãomesmo no primeiro ciclo do básico
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Olhemos agora para a despesa em Educação• Em percentagem do PNB é alta em
comparação com a média da OCDE.
Portugal 5,7%
OCDE 5,0%
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Em termos de despesa por aluno em PPP
Menor em todos os níveis de ensino
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Mas maior no nível superior que
Portugal 6073
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Em termos de PNB per capita
• Maior em Portugal do que na OCDE
Com excepção do secundário
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Alto custo no primário devido• Baixos rácios professor aluno (escolas rurais)• As autoridades locais não querem encerrar estas
escolas
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Os altos custos podem resultar dos altos salários dos professores?• Verdade em termos de PNB per capita
• Mas falso em termos de PPP
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As altas despesas em termos de PNB per capita
• resultam
das despesas de pessoal
não das outras despesasos professores queixam-se de falta de material e espaço
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Em termos de desempenho escolar• Altas taxas de reprovação
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Segundo dados do Ministério da Educação• No ano escolar 1995/1996 só 31% das
pessoas de 17 anos estava no 12º ano ou no Ensino Superior.
• Grande percentagem de população no ensino recorrente e nocturno, com alta taxa de insucesso.
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• A probabilidade de os alunos terminarem os seus estudos não está correlacionada com as despesas a nível de região.
• Existe um desempenho melhor nas escolas privadas do que nas públicas
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• O melhor desempenho nas escolas privadas está associado a um menor custo – maior rácio estudantes/professores.
• Em conclusão, apesar de estar atrás do OCDE, parece que se está a caminhar no sentido da convergência .
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No Ensino Superior
• Parece que já se convergiu para a média da OCDE
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Mas ainda persistem problemas no Ensino Superior
• Altas taxas de repetição – no primeiro ano 19 a 24%
• Altas taxas de abandono – 50% em 1993.
• Não adequação entre as formações e a procura no mercado de trabalho – grande % em Humanidades.
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Desempenho em exames internacionais• Melhor que a média em leitura
• Pior que a média em Matemática e Ciência.
• As repetições parecem não levar a um melhor desempenho.
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Resultados no mercado de trabalho• Altas taxas de rendibilidade e crescentes
nos anos recentes, mostram queapesar dos grandes aumentos da
oferta de pessoas com mais educação
os aumentos de procura por este tipo de pessoas foi maior, o que levou a aumentos dos seus salários em relação aos dos sem educação.
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Vamos agora discutir o problema da eficiência
Evaluating efficiency in the Portuguese education sector
Miguel St. Aubyn
ISEG – UTL
January 2003
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Vejamos o exemplo apresentado por St. Aubyn• Valores fictícios para os países A, B e C
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"free disposal hull analysis" (FDH)
• A e B estão sobre a fronteira de eficiência. C é ineficiente.
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Podemos medir a ineficiência de C de duas maneiras• C podia atingir o mesmo valor do
indicador com menos despesa – não mais que 1000.
• C podia atingir um valor superior do indicador com a mesma despesa – pelo menos 75.
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Anos de Estudo esperados (1999)
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Resultados internacionais
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St. Aubyn sobre os resultados de Clements:• “Recent research by Clements (1999) applied FDH analysis
to evaluate the efficiency of educational expenditure in Portugal. In this study, two output indicators were considered:
• (i) the ratio of secondary graduates to population at typical graduation age;
• (ii) the scores on eight-grade exams in TIMMS (1996).
• Different inputs were used, namely:• (i) Spending per student in purchasing power parities;• (ii) Educational expenditure to GDP, adjusted for population
structure or for student enrolment as a share of the population.
• With different combinations of inputs and outputs, results were always in favour of an inefficient performance of the Portuguese educational sector. “
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Resultados de St. Aubyn
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Expenditure loss ranking
Graduation rate loss ranking
Expenditure loss (%)
Efficient expenditure(1000 US$ ppp)
Graduation rate loss
Efficient graduation rate
Japan 1 1 0.00% 43.63 0.00 95.99
Greece 1 1 0.00% 28.43 0.00 82.71
Czech Republic 1 1 0.00% 23.43 0.00 80.04
Germany 4 4 9.72% 43.63 2.71 95.99
France 5 5 10.21% 43.63 9.41 95.99
Belgium (fl.) 6 6 11.31% 43.63 11.77 95.99
Portugal 7 11 13.24% 28.43 ? 26.71 82.71
United States 8 10 16.75% 43.63 22.47 95.99
Spain 9 8 24.63% 28.43 15.61 82.71
Sweden 10 9 29.16% 43.63 16.70 95.99
Switzerland 11 7 34.35% 43.63 12.43 95.99
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Conclusão:
• Com o nível de despesa de Portugal, um rácio de graduação de 82,71% podia ter sido atingido. A perda vertical é 26,71, a maior da amostra.
• A perda em termos de despesa é de cerca de 13,24 % da despesa realizada – Portugal podia ter atingido este nível de graduação com menos despesa.
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Com os resultados do PISA
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Expenditure loss ranking
PISA result loss ranking
Expenditure loss (%)
Efficient expenditure(US$ ppp)
PISA result loss (%)
Efficient PISA result
Japan 1 1 0.0% 53255 0.0% 543
Korea 1 1 0.0% 30844 0.0% 541
Czech Republic 1 1 0.0% 21384 0.0% 500
Hungary 1 1 0.0% 20277 0.0% 488
Poland 1 1 0.0% 16154 0.0% 477
Mexico 1 1 0.0% 11239 0.0% 410
Sweden 7 12 0.2% 53255 5.6% 543
Ireland 8 10 0.6% 30844 5.0% 541
Italy 9 22 12.4% 53255 12.7% 543
Norway 10 16 13.7% 53255 7.6% 543
Portugal 11 23 15.5% 30844 14.8% 541
Spain 12 21 16.0% 30844 10.1% 541
Switzerland 13 15 17.1% 53255 6.7% 543
b Denmark 14 19 19.1% 53255 8.4% 543
United States 15 18 20.9% 53255 8.1% 543
Greece 16 17 21.8% 21384 8.0% 500
Austria 17 11 25.4% 53255 5.4% 543
Germany 18 20 26.5% 30844 10.0% 541
United Kingdom 19 9 27.9% 30844 2.4% 541
Australia 20 8 30.9% 30844 2.1% 541
Finland 21 7 32.0% 30844 0.2% 541
Belgium 22 13 33.4% 30844 6.2% 541
France 23 14 38.9% 30844 6.2% 541
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Conclusão e recomendações de St. Aubyn e ClementsO sistema Português apresenta grande
ineficiência por isso recomendam:• Aumento do pré-escolar.• Rendimento mínimo e obrigação das
crianças irem à escola.• Consolidação do primeiro ciclo do básico.• Aumento do ensino profissional.
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• Necessidade de monitorização e avaliação do desempenho.
• Revisão das políticas salariais e de gestão.
• Objectivos explícitos por escola.• Maior flexibilização a nível dos quadros de
escola.• Na Universidade – aumento de propinas
acompanhado por aumentos nas bolsas.• Evitar o abandono precoce e desenvolver
a aprendizagem ao longo da vida.