ed.06

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PUB Ginásio Clube de Santo Tirso dá trunfos no Campeonato Regional de Natação AUTÁRQUICAS 2009 Adelino Moreira, candidato à Junta de S. Martinho do Campo José Costa, candidato à Junta de Roriz Paulo Ferreira, candidato à Assembleia Municipal Café com... Birilio PUB ex-jogador de futebol p.10 ACTUALIDADE Director: VítorCarneiro 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA p.03 MERCADO MUNICIPAL QUE FUTURO? p.24 ESCÂNDALO EM SANTO TIRSO Câmara celebra contrato por ajuste directo à irmã e à mulher do chefe de Divisão do Desporto p.12 p.20 ENTREVISTA Vasco Espinheira “Queremos continuar a fazer música” p.04 p.09 “Nós (comerciantes) é que estamos a segurar o mercado, senão isto já tinha ido” _Delfina Miranda, 66 anos, comerciante p.05

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PUB

Ginásio Clube de Santo Tirso dá trunfos no Campeonato Regional de Natação

AUTÁRQUICAS 2009

Adelino Moreira,candidato à Junta de S. Martinho do Campo

José Costa,candidato à Junta de Roriz

Paulo Ferreira,candidato à Assembleia Municipal

Café com...

Birilio

PUB

ex-jogador de futebolp.10

ACTUALIDADE

Director: VítorCarneiro8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

p.03

MERCADO MUNICIPALQUE FUTURO?

p.24

ESCÂNDALOEM SANTO TIRSOCâmara celebra contrato por ajuste directo à irmã e à mulher do chefe de Divisão do Desporto

p.12

p.20

ENTREVISTA

Vasco Espinheira“Queremos continuar a fazer música”

p.04

p.09

“Nós (comerciantes) é que estamos a segurar o mercado, senão isto já tinha ido”

_Delfina Miranda, 66 anos, comerciante

p.05

Page 2: ed.06

| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA2 santo tirsohoje

Editorial

NÚMEROS ÚTEISFARMÁCIAS

Farmácia Caldas da SaúdeAreias252862730

Farmácia PopularSão Martinho do Campo252843260

Farmácia FerreiraSão Tomé de Negrelos252941166

Farmácia SalutarSanto Tirso252852247

Farmácia FariaSanto Tirso252830150

Farmácia CoutinhoAves252941290

Farmácia das FontaínhasAves252 871 960

Farmácia MonteiroAgrela229681227

Farmácia Silva E DamiãoVilarinho252841479

Farmácia NevesMonte Córdova252898600

Farmácia Leite CoelhoLamelas229681027

Farmácia Santa CristinaSanta Cristina Couto252858849

Farmácia de RebordõesRebordões252833065

Farmácia de RorizRoriz252881850

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTO TIRSO252 830 400

CENTRO DE EMPREGO252 858 080

BOMBEIROS

Santo Tirso (vermelhos)252 858 548

Tirsenses (amarelos)252 830 500

Vila das aves252 820 700

GNR

Vila das Aves252 873 276

Santo Tirso252 808 250

PSP

Santo Tirso252 851 635

POLÍCIA MUNICIPAL252 860 345

PROTECÇÃO CIVIL808 201 056

HOSPITAL DE SANTO TIRSO252 830 700

CENTROS DE SAÚDE

Santo Tirso252 809 750

Caldas da Saúde252 866 404

Monte Córdova252 898 197

Negrelos252 870 040

Vila das Aves252 870 700

São Martinho do Campo252 841 128

Lamelas252 860 670

CRUZ VERMELHA252 851 680

TIRAGEM4000 exemplares

PROPRIEDADEEDITIRSOPublicidade, Marketing e Comunicação, Lda Rua de Cedofeita, Ed. São Domingos, Loja 34795-460 São Martinho do CampoNIPC : 508 901 014

Registada na CRC de Santo Tirson.º 314/2009Capital Social: € 5 000,00tel. 252 843 524fax 252 843 [email protected]

DIRECTORVítor Carneiro

REDACÇÃORafael Gomes

COLABORADORESAbílio LimaAndreia CostaAmadeu GonçalvesAntónio AzevedoJosé Carlos SousaJosé Pedro Miranda (PSD)

Manuel MonteiroMiguel MartinsVera Silva (CDU)Vitor Lemos

[email protected]

COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃOTiago Martins | Jorge Matos

IMPRESSÃOGRÁFICA DO DIÁRIO DO MINHO, LDARua Cidade do Porto - Parque Industrial GrundigLote 5 Fracção A4700-087 Braga

DEPÓSITO LEGAL294286/09

O gesto é tudo. Este era o título de um concurso televisivo da RTP de há uns bons anos atrás. Passaram os anos,

mas o título parece mais actual que nunca.Uma imagem vale mais que 1000 palavras. A comunicação não verbal é hoje determinante na comunicação dos políticos. Por mais que verbal-izem, há gestos e expressões que os contrariam fortemente. Nunca digas que desta água não beberás. Ou, no melhor pano cai a nódoa. Os ditados afinal ainda contam e perseguem todas as gerações. Mesmo aqueles que se acham imunes aos ditados e detentores de toda a linha de máquinas da verdade.O país atravessa um tempo único: o de ser liderado por um governo de maioria, mas incriv-elmente minoritário na motivação, na capacidade de empreender, de inverter o estado de coisas

do país real. As oposições assumiram as rédeas da decisão, da não decisão. O governo transfor-mou-se na equipa da indecisão.E no país real, no país da “first life”, as pessoas aspiram pela verdade. Mesmo que mais dolorosa, sempre a verdade. Enquanto isso, alguns vivem momentos de êxtase mediáticos, de vibração digital, como se o mundo fosse uma lâmpada mágica. Mas não é!Este é o mundo das terras que, em 2009, não têm saneamento, nem abastecimento de água, das terras que ainda assistem ao despejar de lixo nos rios, das ETAR que não funcionam, mas custam milhões, das crianças que não têm espaços para se divertir, das crianças que têm de nascer nas ambulâncias, das decisões que demoram anos, dos idosos que não têm conforto, dos jovens que fogem.Este mundo é real e está bem próximo de nós!

@[email protected]

ACTUALIDADE

A Assembleia de Credores da Camac aprovou, a 1 de Julho, o plano de viabilização da empresa. O tão esperado plano de recuper-ação engloba um investimento de quatro milhões de euros, estando prevista para Setembro, a retoma da actividade laboral. No entanto e apesar de comummente aceite, 23 trabalhadores reprovaram o plano de viabilização.

Em declarações proferi-das à Agencia Lusa, Justino Pereira, membro do Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Norte (Sinorquifa) classificou a

aprovação do plano como “uma nova esperança para os trabal-hadores” apontando para 110 o número de trabalhadores que, numa primeira fase, a empresa poderá vir a empregar. “A expec-tativa é que, ao fim de seis meses, a Camac possa estar a laborar com 250 trabalhadores”, adiantou Justino Pereira. O delegado sindical explicitou, ainda, que, no decorrer da sessão de Assembleia de Credores, a administração da Camac garantiu estar prestes a concretizar-se “a entrada de um novo parceiro”, facto tido como indispensável à execução do

plano de viabilização. Segundo os trâmites do plano, o novo parceiro deverá proceder à injecção de um milhão de euros na empresa sedeada em Santo Tirso.

Recorde-se que a empresa de pneus Camac suspendeu a actividade laboral há cerca de 10 meses atrás, na sequência da desvalorização da libra e consequente congestionamento do mercado britânico, principal cliente da empresa.

De momento, estima-se que a Camac acumula dívidas na ordem dos 4,7 milhões de euros.

Credores da Camac aprovam Plano de ViabilizaçãoO plano de recuperação envolve um investimento estatal de quatro milhões de euros. A administração da Camac garantiu estar quase acertada a entrada de um novo parceiro para a empresa.

ACONTECEU EM BURGÃES

Mais uma vez, o INEM é notícia pelas piores razões. Em Burgães, uma viatura médica demorou cerca de uma hora para acorrer a uma situação de emergência, cujo desfecho redundou na morte da vítima. Ao que se apurou, quando a vítima conhecida por “Torres” se “sentiu mal”, a família chamou a am-

bulância dos bombeiros que foram céleres a prestar auxílio. Face à gravidade da situação, foi, im-ediatamente, chamada a viatura

médica sendo que a mesma demorou cerca de uma hora para chegar ao local. Entretanto, a vítima já tinha falecido.

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3 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

Actualidade

A Câmara de Santo Tirso adjudicou, por ajuste directo, serviços à empresa da mulher e da irmã do chefe de Divisão do Desporto. De acordo com a informação disponibilizada em sites sobre transparência na adminis-tração pública, os serviços adjudicados, cujo valor ascende a 72.557 euros (cerca de 15 mil contos), depreendiam-se com “apoio Técnico às Actividades Desportivas do Complexo Desportivo Municipal”.

Estes serviços foram adjudicados pela Câmara, em 11 de Dezembro de 2008, à empresa Paula & Teresa – Parques de Diversão Infantil, Lda., também conhecida por “brincadeiras e companhia” e de que são proprietárias Paula Maria Ribeiro de Sousa Matos e Teresa Maria Carvalho de Matos Espírito Santo, respectivamente esposa e irmã de Vítor Manuel Carvalho Matos (Chefe de Divisão da Área de Desporto). Para todos os efeitos e enquanto chefe de divisão, Vítor Matos tutela o Pavilhão Municipal.

Apesar de ter conhecimento da ilegali-dade, a Câmara de Santo Tirso nada fez para a corrigir a situação. Recorde-se que a leg-islação em vigor não permite às autarquias procederem à adjudicação de serviços ou à contratualização de empresas cujos sócios sejam familiares directos de funcionári-os, como é o caso. Ao fazê-lo, a Câmara Municipal encetou uma clara violação da lei, principalmente do Estatuto Disciplinar dos funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local (Decreto-Lei 413/93 de 23 de Dezembro), facto que pode,

no limite, constituir fun-damento de cessação da comissão de serviço.

Segundo apurou o santo tirso hoje, a empresa Paula & Teresa não integrava, no quadro das suas ac-tividades, as competên-cias necessárias para prestar o serviço adjudi-cado tal como se pode verificar nos próprios estatutos a que acedeu este jornal e onde se pode ler: “A sociedade tem por objecto parque de diversão infantil e actividades de tempos livres. Organização de festas para crianças: aniversários, natal, carnaval. Espaços de jogos dedicados a ocupar e divertir crianças com acompanha-mento de monitores”. Nos mesmos estatutos não se vislumbra qualquer referência a activi-dades desportivas sendo que os monitores e animadores não detinham quaisquer com-petências nem formação na área desportiva.

Além disso e ao que apurou o santo tirso hoje, a empresa “Paula & Teresa” encerrou a sua actividades cerca de 3 meses depois da referida adjudicação.

Contactada a Câmara, a mesma refere que os serviços contratados a esta empresa

foram prestados no período de Dezembro de 2008 a Maio de 2009 e compreenderam a contratação de 19 monitores para prestar apoio em várias modalidades desportivas, no âmbito do Pavilhão Desportivo Municipal. O presidente Castro Fernandes e o vereador do desporto não quiseram comentar a situação, tendo remetido para o gabinete jurídico da câmara que refere, em comunicado, “o contrato de prestação de serviços em causa não foi adjudicado à esposa de nenhum fun-cionário com funções de dirigente, mas sim a uma sociedade comercial, pessoa colectiva.

Câmara celebra contrato por ajuste directo à família do chefe de Divisão do Desporto

ESCÂNDALOEM SANTO TIRSO

Site sobre transparência na administração pública (http://transparencia-pt.org/) “trai” Câmara de Santo Tirso.

Alirio Canceles, PSD

Contactado o Presidente do PSD Alirio Canceles, o mesmo lamentou esta situação que considerou de extrema gravidade, mas que não acha estranho, face ao clima de compadrio patente, resultado de 27 anos de gestão do mesmo partido e das mesmas pessoas que criaram a alimenta-ram pequenos grupos de interesse. O PSD deseja e exige que o Presidente Castro Fernandes explique os meandros deste negócio que envolveu largos milhares de euros do erário público.

José Alberto, CDU

“Infelizmente, já nos habituamos ao compadrio que em Portugal grassa, ou seja que as pessoas que tem algum poder de decisão não respeitam minimamente a lei e que atribuem sem concurso público a competência e a execução de negócios que podem gerar algum ganho e tudo através de compadrio de índole familiar e amigável. A meu ver, o que isto pode significar é que mais do que nunca, o eleitorado precisa tirar elações destes comportamentos e enfim condenar naturalmente quem as pratica, não aprovando estas medidas. O grande problema é que estes casos não são no-ticiados nem são dados ao conhecimento e, portanto, eu diria que estamos perante um caso em que enfim, como diz o povo e passo a expressão, toda a gente gosta de mamar na teta alheia”.

Decreto-Lei n.º 413/93 de 23 de Dezembro

Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local,

Artigo 4.ºOs titulares de órgãos, funcionári-os e agentes não podem benefi-ciar, pessoal e indevidamente, de actos ou tomar parte em contratos em cujo processo de formação intervenham órgãos ou serviços colocados na sua directa depend-ência ou sob sua directa influên-cia.…Artigo 6.º1 – Considera-se equiparado ao interesse dos titulares de órgãos, funcionários e agentes, nas situações previstas nos artigos 3.º e 4.º do presente diploma, o interesse:a) Do seu cônjuge, não separado de pessoas e bens, dos seus as-cendentes e descendentes em qualquer grau e dos colaterais até ao 2.º grau, bem como daquele que com ele viva nas condições do artigo 2020.º do Código Civil;b) De sociedade em cujo capital detenha, directa ou indirecta-mente, por si mesmo ou conjunta-mente com os familiares referidos na alínea anterior, uma partici-pação não inferior a 10% nem superior a 50%.

2 – É considerado, para os efeitos do presente diploma, como interesse próprio do titular de órgão, funcionário ou agente o interesse de sociedade em cujo capital ele detenha, directa ou indirectamente, por si mesmo ou conjuntamente com os famil-iares referidos na alínea a) do número anterior, uma participação superior a 50%.

Apesar dos nossos contactos não conseguimos obter declarações do CDS até ao fecho da edição.

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA4 santo tirsohoje

Actualidade

Em ano de eleições, Santo Tirso passa ao lado da crise. Este ano, as tradicionais festas de S. Bento voltam a ser recordadas e celebradas, com as ornamen-tações a contemplarem pela primeira vez algumas das artérias citadinas, usualmente, votadas ao esquecimento.

Os dois espectáculos musicais, previstos para os dias 10 e 11, contam com dois dos mais caros e mediáticos artistas

portugueses. No dia 10, a Praça do Municio vai ser pequena para receber João Pedro Pais. Já no dia 11, o homem das multidões, Tony Carreira, promete “paralisar” o concelho.

Também o cortejo Etnográfico, que se realiza de dois em dois anos, marcará a tarde do dia 12 de Julho. Não faltam, assim, motivos para os Tirsenses usufruírem do seu concelho nos próximos dias, 10 11 e 12 de Julho.

FESTAS DE SÃO BENTO

A Câmara Municipal de Santo Tirso, em conjunto com cinco entidades privadas, apre-sentou a 29 de Junho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, um projecto de recuperação das margens do Rio Ave. Incidindo num percurso de 800 metros, o projecto envolve a execução de um percurso pedonal e clicável que ligue Santo Tirso ao Parque Urbano da Rabada.

Na elaboração e sustentação deste projecto de Parceria de Regeneração Urbana (PRU), a Câmara Municipal contou com a colaboração da Fundação de Santo Thirso, a Escola Profissional Agrícola Conde

de São Bento, o Café do Rio, o Clube de Pesca Desportiva Além Rio e a Associação Desportiva e Recreativa Nossa Senhora da Torre.

Segundo Castro Fernandes, Presidente da Câmara municipal, o projecto baptizado “Recuperar as Margens do Rio Ave”englobará, igualmente, o arranjo da frente ribeirinha, de caminhos e trilhos assim como um centro de inter-pretação ambiental.

O projecto, ainda sem data marcada, acarreta uma verba orçamental de 10 milhões de euros dos quais 70% será co-financiado pelo FEDER.

Projecto de 10 milhões de eurosvisa recuperação das margens do Ave

AS MAIS CARAS DE SEMPRETony Carreira e João Pedro Paissão cabeças de cartaz

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

(GRATUITA)

A Junta de Freguesia de São Martinho do Campo, em parceria com a ANJE (Associação Nacional dos Jovens Empresários), vai disponibilizar nas suas instalações as diversas acções de formação, iniciando o próximo curso no dia 14/07/2009:

Atendimento Telefónico – 25 Horas

As acções de formação decorrerão em horário pós-laboral (19/23 horas) e conferem direito a um certificado de formação.

Os interessados poderão efectuar as suas inscrições na Secretaria da Junta de Freguesia.

Os formandos terão direito ao pagamento do subsídio de alimentação por cada sessão, cujo valor é igual ao praticado na administração pública (4,03€).

Destinatários: Adultos (> 18 anos) Empregados ou Desempregados, com o 3º Ciclo concluído (9º ano de escolaridade), podendo ainda participar quem tiver o 12.º ano.

Junta de Freguesia de São Martinho do Campo, 03/07/2009.

O Presidente da Junta

Adelino A. M. Moreira

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Em Junho de 2000 Castro Fernandes apresentou a Jorge Sampaio (à data Presidente da República) o projecto para a requalificação das margens do ave.

É oficial. Adelino Moreira assumiu, no passado domingo 5 de Julho, a sua recandidatura à presidência da Junta de Freguesia de São Martinho do Campo. O esperado anúncio ocorreu durante um arraial popular or-ganizado pelo PSD, no Parque

de Espinho. Perante cerca de 500 pessoas, o actual Presidente da Junta campense assegurou que caso vença as eleições, pretende cumprir o mandato até ao fim. Adelino Moreira recordou, ainda, o rol de obras executadas no decurso do seu mandato, sa-

lientando que “obras como a re-modelação do cemitério, a requali-ficação do Parque de Espinho ou as pavimentações de rua” não beneficiaram de qualquer apoio camarário.

Adelino Moreiraanuncia recandidatura

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5 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

Entrevista

Vasco, o que o traz cá a Santo Tirso?

Bem… antes de tudo, sou do

Porto e a cultura não tem fron-teiras muito menos por alguns minutos de viagem porque hoje a viagem do Porto até Santo Tirso faz-se rápido. Por isso, o que me traz aqui é a apresentação do programa cultural do João Abreu e claro manifestar o meu apoio. Tive o prazer de ser aluno do Dr. João Abreu, na Faculdade, no curso de Marketing e para ser muito honesto é um daqueles poucos professores que deixam a sua marca. No meu caso, marcou-me pela sua simplicidade, objectividade e pela amizade que criou naquele grupo de alunos, na altura na Fernando Pessoa. Deu-nos ensinamentos, ferra-mentas e conselhos para conseg-uirmos fazer coisas interessantes e vingarmos independentemente da área que escolhemos. No que diz respeito aos Blind Zero, a banda começou exactamente no ano em que o Dr. João Abreu era o meu professor. Havia mais dois elementos da banda que eram alunos dele e lembro-me perfei-tamente que quando chegava ao fim da aula, íamos falar com o Dr. João Abreu e pedir-lhe conselhos sobre marketing musical, por exemplo. Deu-nos a cana de pesca para que aprendêssemos a pescar…

Mas… não sendo de Santo Tirso, o Vasco faz questão em apoiar a candidatura de João Abreu. Tem algum interesse específico no concelho e neste caso na cultura ou é meramente por convicções pessoais?

Eu já trabalho na área da música há muitos anos e posso lhe dizer que já fiz várias coisas em Santo Tirso. Conheço gente de Santo Tirso, conheço bandas e pessoas míticas do concelho como é o caso do Zé Costa – já fui varias vezes ao Carpe Diem … Uma das bandas que eu gostava, há anos atrás, eram os Ecos da Cave assim como toda aquela geração do Rock Rendez-Vous. Por isso, sempre houve uma relação com Santo Tirso.

Além disso, não posso deixar de apoiar uma pessoa em quem confio, em quem acredito e que me ensinou bastante. É quase como aquela velha máxima: se ele é bom para mim, provavel-mente pode ser bom para muita gente. Acima de tudo, apoia-se as pessoas e a vontade de quem se propõe a alcançar novas metas. Acredito plenamente que o Dr. João Abreu é uma pessoa ex-tremamente capaz. O seu curricu-lum fala por ele. É essa a minha visão enquanto ex-aluno e amigo: acredito que ele pode trazer grandes mudanças para Santo Tirso.

Falemos mais sobre a sua banda, os Blind Zero. Estão a comemorar 15 anos de existên-cia, não é verdade? Qual é o balanço que faz, após tantos anos de carreira?

Se me perguntares quantos discos já gravei, não sei ao certo mas penso que a resposta rondaria os 10 discos, assim por alto, incluindo os especiais, os acústicos e até as experiencias electrónicas com os Mind Da Gap. Além disso, penso que sempre fomos muito honestos nas coisas que fizemos e nunca tivemos medo de exposição. Há 15 anos atrás, tal como hoje, muitas bandas preparavam-se exaustivamente para lançarem um disco, faziam cerca de quatro anos de banda e só depois é que se sentiam confortáveis para gravarem as maquetes e, ainda assim, alteravam constantemente as coisas. Com os Blind Zero sucedeu sempre o oposto. Cada disco era como que um Polaroid. Em 94 e 95, lançamos o Trigger; em 98 já foi algo completamente diferente – o Redcoast e por ai fora. É essa capacidade que nós tivemos em nos apaixonar-mos por cada sonoridade e ora éramos uma banda de rock como a seguir explorávamos electrónica e depois tocávamos em acústico. Essa capacidade que tivemos em revisitar e buscarmos constante-mente por mudanças foi e ainda é aquilo que nos mantêm interes-sados e motivados em continuar. Quando uma banda apresenta

uma fórmula e depois limita-se a seguir e explorar a fórmula até a exaustão, acaba por se tornar aborrecida. Por exemplo, imagina que descobres que uma pintura é bonita com preto e vermelho, não é por isso que vais pintar sempre com as mesmas cores. Tudo depende da tua imaginação e na música passa-se o mesmo. Nós nunca quisemos seguir regras nem modas, apenas os nossos ouvidos e a vontade de um colectivo fechado numa sala de ensaios, cinco pessoas a perseg-uirem o que gostem. Se o publico gostar, ficamos muito contentes mas se isso não acontecer, nós continuamos a seguir o nosso caminho porque naquele momento é aquilo que queremos. A verdade é que nunca levámos a música como um negócio apesar de também o ser. A arte do negócio aqui será tentar vender aquilo em que tu acreditas e desejas fazer e talvez tentar colmatar uma lacuna no mercado. Se assim não fosse, nós já tínhamos feito muitas coisas de modo diferente. Essa é também uma forma de motivação.

Quando começou, alguma vez sonhou atingir essa dimensão?

É evidente que não. Comecei

a tocar nas chamadas bandas de garagem e assim permaneci durante muitos anos. Hoje, é como se tudo continuasse igual. Continua a ser exactamente aquela mesma sensação porque

nada muda a não ser a exposição. Tu continuas fechado numa sala de ensaios com os teus amigos durante longas horas, continuas a fazer os mesmos concertos e a sentir o mesmo prazer quando tocas num grande palco. Ainda ontem (19 de Junho), confirmamos a nossa actuação no Sudoeste e uma das primeiras coisas em que toda a gente falava era que íamos tocar novamente com os Faith No More e perante um público de grande dimensão. Por acaso, os Faith No More foram a banda com que, pela primeira vez, subimos a um palco grande de um festival. Tivemos a oportunidade de os conhecer e falar com eles … por isso, como podes ver, ainda existe essa paixão pelas pessoas que fazem música, por ver concertos e ouvir coisas novas.

Em 15 anos de Blind Zero, qual o momento que mais o marcou?

Vários… tudo começou com

um momento que considerámos quase hilariante. Nós ganhámos o primeiro Termómetro Unplugged, o que não deixa de ser estranhís-simo. Éramos uma banda com três meses de existência e estávamos a concorrer com bandas como os Alucinogéneos que, na atura, era uma das principais bandas portu-guesas e que fazia as primeiras partes todas dos concertos inter-nacionais. Também ganhámos aos Ornato Violeta entre outras bandas que acabaram por dar

origem a importantes bandas do Porto. O júri era formado por pessoas altamente competentes, lembro-me do António Sérgio e do Henrique Amaro assim como Álvaro Costa. São daquelas figuras de proa da música em Portugal e seguramente, de toda essa nova geração, alguns dos mais entendidos sobre música… eu cresci a ouvir António Sérgio e ouvi-lo dizer que os Blind Zero são uma boa banda e ainda por cima ganharmos o concurso foi um momento inesquecível. A partir daí fomos atingindo várias metas: o primeiro disco, o primeiro festival em que depois de estarmos remetidos a uma garagem, damos por nós a tocar num Super Bock Super Rock, diante de milhares de pessoas e junto a nomes como os os Faith No More e os Cure. São bandas que seguimos a vida toda...

Depois, muito mais tarde, também vencemos o prémio MTV – foi a primeira vez que uma banda portuguesa recebeu aquele prémio internacional. Por isso, a história dos Blind Zero está recheada de grandes momentos… os primeiros festivais que fizemos lá fora, por exemplo, chegarmos a Espanha ou Itália e depararmo-nos com uma reacção francamente positiva por parte de um público que nada sabe acerca de nós, simplesmente gostam ou não. São sempre momentos im-portantes…

“Queremos continuar a fazer música”

Vasco Espinheira (Blind Zero)

Actualmente a comemorar 15 anos de carreira, a mítica banda de rock Blind Zero encontra-se a preparar um novo álbum - “Luna Park”. O single do disco, “Slow Time Love” ocupa já o quinto lugar da tabela de airplay nacional e, pelos vistos, promete dar muito que falar. Em entrevista concedida ao Santo Tirso Hoje, Vasco Espinheira Gomes, fundador e guitarista desta afamada banda portuense, fez o balanço de 15 anos ininterruptos de música.

“Nós nunca quisemos seguir regrasnem modas, apenas os nossos ouvidos...”

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA6 santo tirsohoje

Entrevista Vasco Espinheira (Blind Zero)

Numa época em que as novas bandas são cada vez mais con-cebidas como projectos, é raro vermos uma banda alcançar a marca dos 15 anos. É difícil manter uma banda unida e garantir a continuidade de um conjunto durante tantos anos?

É extremamente difícil. Basta

pensarmos que bandas com 15 anos ou mais há de facto muito poucas. Eu só me lembro dos Xutos com 30, dos Clã que tem entre 14 e 15, os GNR e os Da Weasel… De resto têm todas menos de 10 anos. Acho que os cinco anos de ex-istência é capaz de ser aquela marca em que as coisas seguem ou quebram. E é complica-do por diversas razões. Primeiro porque, a nível musical, normalmente, a fonte seca muito rapi-damente. Depois há também uma questão importante e que é um dos motivos pelos quais muitas bandas deixam de existir – a questão dos egos. Quando começa a haver problemas de egos dentro de um grupo, a morte é certa e breve. No nosso caso, somos todos amigos e respeitamo-nos. Sempre tivemos o cuidado de atribuir e dividir funções entre todos de forma a partilharmos de um objectivo comum. É uma forma de manter a motivação e é por isso que continuamos a sentir exactamente o mesmo prazer quando tocamos ao vivo que há 15 anos atrás. Criámos uma família à volta dos Blind Zero e a nossa banda não se resume a cinco ou seis pessoas, é muito mais do que isso, é toda aquela

estrutura que se estende desde a equipa técnica que nos segue desde o inicio e que começou a aprender connosco. Hoje muitos dos nossos técnicos são refer-enciados como os melhores do país e isso constitui um motivo de orgulho.

Em sua opinião, num mundo tão incerto como o da música, qual é a fórmula do sucesso?

Antes de tudo, a pessoa tem de saber exactamente aquilo que quer. Para mim, há duas re-alidades completamente difer-

entes, a artística e a comercial. Por vezes, é possível encontrar um meio-termo mas aí também entra o talento e a sorte. Agora… se uma pessoa se quer dedicar à música porque acredita na sua arte, haja mercado ou não, deve apostar ir para a frente e tentar ser coerente, desde o primeiro momento, dentro daquilo que produz. Deve tentar rodear-se de talentos e falo desde o designer do disco, a equipa de som, etc.

Portugal está cheio de grandes bandas e de projectos que estão na garagem e aí vão ficar porque, muitas vezes, nem sabem como demonstrar o seus trabalhos ou porque até nem acreditam sufi-cientemente naquilo que fazem.

Depois há sempre aquela máxima de Inglaterra que é: uma

banda é o número de amigos que têm. E isso é verdade. Se tocas num bar, tu começas a receber o dinheiro dos teus amigos. E se tu não consegues convencer os teus amigos a ir todos os dias aos teus concertos, então provavelmente vai ser difícil convenceres outras pessoas. É por ai que se tem de começar. Qualquer banda tem de começar pelo seu núcleo de amigos e a seguir, apostar na sua rua, na sua cidade, no seu país e por aí fora. Penso que essa será a fórmula. Na verdade é muito simples, começa por aí e claro é preciso ser coerente acima de

tudo.

Qual é o futuro que perspectiva para os Blind Zero?

Ao fim de 15 anos, porquê mudar aquilo que tem sido fundamental

para nós? O futuro passa sempre por conseguirmos arranjar alter-nativas e soluções que continuam a motivar quem está dentro da sala de ensaios. Queremos continuar a fazer música e ouvir tudo aquilo que está a acontecer a nossa volta. O papel de um músico também envolve a ca-pacidade de absorver aquilo que o rodeia e seguidamente retratar e recriar a sua visão através de uma obra. É algo que considero essencial e que não faltará nos Blind Zero… gostámos de arriscar e, muitas vezes, realizamos coisas que muitos acham impos-sível só que os impossíveis não existem. Como por exemplo, realizar 13 concertos em 13 horas em três cidades, num camião de 18 metros com o trânsito parado e

a polícia a passar multas (risos). É daquelas histórias que, se calhar, os teus filhos ou netos hão-de contar aos amigos. Com os Blind Zero, sempre foi assim, fazemos aquilo que nos apetece e penso que é assim que vai continuar.

Considera que é possível chegar ainda mais longe?

A nível musical, acredita-se

sempre que é possível chegar mais longe até porque de disco para disco, sentimos e gostamos cada vez mais do que estamos a fazer. Agora quanto a concertos e no que às vendas diz respeito, penso que no primeiro ano de Blind Zero atingimos provavel-mente o topo. Editámos um disco de rock, em inglês, em Portugal e que veio a ser disco de ouro. Por isso, pergunto-te: o que é que há mais para fazer? Não há mercado para mais. Aliás, eu digo sempre o mesmo: se os Radiohead, os Queens of Stone Age ou os Muse fossem portugueses, estou certo que iriam vender exactamente aquilo que os Blind Zero venderam e davam os mesmos concertos que os Blind Zero, os The Gift ou os Moonspell dão. Iriam fazer o mesmo porque o mercado é este, não há um circuito de bares como em Inglaterra ou de salas como em Espanha. Portugal ainda tem muitas lacunas neste aspecto.

Porque é que uma banda por-tuguesa e que até canta inglês não pode ter mais projecção in-ternacional?

Porque não tem dinheiro.

A resposta é simples. Porque nenhuma banda portuguesa tem

a capacidade monetária de poder fazer o investimento necessário para poder ir lá para fora. Eu lembro-me que uma vez, fomos convidados pela maior editora independente na Austrália, salvo erro, em Victoria. Na altura, mos-traram-me o e-mail do Presidente da editora a dizer que estava inter-essadíssimo em apostar e editar os Blind Zero na Austrália. Como é óbvio, começamos a ver quanto é que custava as viagens de avião para a Austrália. Tínhamos que ir lá quatro ou cinco vezes para marcarmos reuniões e só as viagens equivaliam ao orçamento de que dispomos para fazer um disco… automaticamente não foi possível seguir em frente.

Até agora, em Portugal, só algumas bandas conseg-uiram internacionalizar-se. Há os Moonspell que arriscaram tudo e foram para a Alemanha. Apanharam toda a estrutura musical daquele país tal como se fossem uma banda alemã, com um manager alemão, uma agência na Alemanha e começaram a montar todo o seu suporte imaginário partindo da Alemanha para o mundo. Conseguiram e tenho todo o respeito e admiração por eles, por terem feito as coisas tão bem feitas. Depois há ainda o caso dos The Gift e que é a prova da per-sistência. Lutaram, tentaram, dis-pararam para todos os lados para ver onde é que conseguiam furar, dentro das suas capacidades, e neste momento é com muito orgulho que vou para Espanha e entro numa loja e ouço os The Gift a passarem na rádio. Quanto a nós, Blind Zero, já consegui-mos editar em Espanha alguns discos e já fizemos lá alguns

“...continuamos a sentir ex-actamente o mesmo prazer quando tocamos ao vivo que há 15 anos atrás.”

www.blindzero.net

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7 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

Entrevista Vasco Espinheira (Blind Zero)

festivais sendo que, entretanto, mudámos para uma editora multi-nacional e tivemos que rever tudo outra vez. E lá está, uma banda em Espanha, para sobreviver, tem que apostar em concertos e alugar salas. Não pode estar a espera que uma sala a contrate. É completamente diferente do que se passa cá. Por isso é que a capacidade das bandas portu-guesas em se internacionalizarem é mínima, a não ser que falemos, por exemplo, em Mariza. Está no campo da World Music que é um campo bem distinto e que, provavelmente, recebe subsídios estatais e com dinheiro tudo se faz. De resto, temos uma lista extensa de bandas que fracas-saram quando tentaram expandir-se para fora. Podem, possivel-mente, dar um concerto ou outro fora, na Grécia ou na Hungria por exemplo, porque é extremamente fácil. Escolhes um país, alugas uma sala e pronto. Já quanto ao resto, é preciso acompanhamen-to, um agente local e uma quanti-dade de pessoas que depois te vão potenciar uma ida para lá com distribuição discográfica e com divulgação nas rádios. Não há dinheiro para estas coisas.

Também há a questão dos publishings que incidem sobre os direitos autorais. Normalmente, os publishings grandes ficam com 50% da verba que vai valer, em direitos de autor, a tua música e avançam-te esse dinheiro para tratares das reuniões e entre-vistas, para comprares festivais e concertos. Por exemplo, em Inglaterra, as bandas compram uma tour. Imagina que queres comprar uma tour com os Muse, é possível. São as próprias agências que negoceiam e, ba-sicamente, aquilo que estás a comprar é um lugar no autocarro, os técnicos de som deles, a tua alimentação e estadia. Assim, as coisas funcionam de maneira completamente diferente porque o circuito é grande e tu ali sabes que vais fazer uma tour com os Muse, que vais tocar 40 datas perante um grande público, que vais vender merchandising, etc. Foi exactamente isso que os Moonspell fizeram, começaram a fazer datas, subiram no escalão e hoje, já não são a banda de

abertura, estão no topo. Outra banda que fez o mesmo

e de modo muito inteligente é os Fonzie. Apostaram no mercado asiático, no Japão e Singapura, por exemplo, e conseguiram impor-se… só que a questão de fundo será sempre a mesma: não existe, em Portugal, vontade de expor os produtos nacionais a não ser futebol e fado. Já agora, gostava de referir o exemplo sueco que na minha opinião é o melhor de como fazer e promover música num contexto europeu. O

governo sueco entendeu que os ABBA eram um bom investimento para o país e, de facto, os ABBA meteram a Suécia no mapa. Só os rendimentos que os ABBA geraram constituíram uma parte considerável do Produto Interno Bruto da Suécia. Como é óbvio, todos quiseram seguir as pisadas dos ABBA e as próprias escolas passaram a encarar a música de modo diferente, deixaram de se limitar ao ensino de flauta e tentaram perceber o que é que os miúdos queriam aprender. Mostraram música aos mais novos e montaram salas de ensaio. Hoje em dia, se pensares na quanti-dade de bandas suecas, seja de que género for, que nasceram dessa geração e que tornaram a Suécia num dos países mais emergentes e interessantes na

área da música... Tudo partiu de uma abertura por parte do governo e de uma vontade em potencializar e expor a música sueca.

Voltando aos Blind Zero, fale-nos um pouco sobre o seu novo álbum?

Para este disco, decidimos fazer as coisas de modo com-pletamente diferente. Até a data costumávamos compor, gravar, lançar o single e seguidamente

o disco. Neste trabalho, o processo foi mais in-teractivo. À medida que íamos compondo e fazendo as coisas, íamos mostrando os re-sultados. Nesse sentido, mal começámos a compor os temas, escol-hemos imediatamente o single. Chama-se Slow Time Love e foi produzido por Nuxo, o nosso baixista, e gravado e produzido por nós. Avançámos com o single, à frente de tudo. Felizmente, estamos em quinto lugar no top de airplay nacional sendo que, neste momento, estamos a compor os restantes temas do disco. Portanto, estamos em fase de gravação e as coisas estão a acontecer… O mais engraçado foi que conseguimos estabelecer,

antes de tudo, qual o conceito que queríamos explorar para este disco, o Luna Park. Como sabes, um luna park é um parque de diversão, trata-se de uma palavra absolutamente mundial e que é usada desde 1903, penso eu, em tudo o que é parque de diversões no mundo. Há luna parks es-palhados por todo o mundo e o próprio conceito de um parque de diversões para adultos nunca foi explorado em música. Além disso, há toda uma quantidade de emoções que se vive num parque

de diversões, desde a alegria ao medo, há toda essa adrenalina e acho que isso se espelha na nossa música, esses sentimentos são a essência de grande parte das nossas letras. Por isso, os temas tanto podem ser muito alegres como muito rápidos e intensos, podem ser densos, pretendem explorar esta analogia entre música e parques de diversões. Para todos os efeitos, já temos uma roda gigante de quatro metros em metal no nosso palco

assim como uma quantidade de objectos para fazermos o nosso próprio parque de diversões. Ainda há pouco tempo, fizemos grandes concertos na queima das fitas, no Porto e em Famalicão e quem lá esteve ficou com uma primeira amostra do que está para vir… vamos lá ver como é que vai acabar. Ainda não há nenhuma data concreta mas o disco sairá entre Setembro e Outubro.

Como descreve o processo criativo da banda?

Nós sempre funcionamos com diversos processos criativos. Em 99% dos casos, aquilo que nós fazemos é: compomos as músicas e depois o Miguel faz as letras. No que concerne a composição das músicas, temos diversas soluções, tanto pode ser através de uma jam em que nos reunimos numa sala de ensaios e a música surge a partir do trabalho de toda a gente ou então trazemos bocados e pedaços de músicas elaborados em casa e desatamos a analisar e trabalhar a música em conjunto. É muito interessante porque, numa jam, tanto pode não se conseguir nada como de repente pode surgir algo de incrível. Desta forma, conseguimos explorar diversas sonoridades e aquilo que, de bom, cada um tem para oferecer, o que serve também para abrir horizontes. É que, nor-

malmente, quando fazes uma música, imaginas e contextualizas-te dentro de um universo muito próprio e vais tentar es-tabelecer as tuas refer-ências e influencias para tentares situares as pessoas dentro do teu imaginário. Além disso,

todos tocam vários instrumentos pelo que é mais fácil estares em casa, tocares teclado e criares uma harmonia para futuramente apresenta-la à banda e explora-la em conjunto. Por isso, está a ser um disco que parte das ideias de cada um e depois esse imaginário é estendido a todos de modo a ser explorado. Vai ser um disco muito mais aberto do que o anterior.

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“...a questão de fundo será sempre a mesma: não existe, em Portugal, vontade de expor os produtos nacionais a não ser futebol e fado.”

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA8 santo tirsohoje

Castro Fernandes candidato pelo PSDepois da entrevista com João Abreu, damos continuidade à ronda de entrevistas

aos candidatos à Câmara Municipal.

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Curiosidades da campanha Descubra as diferenças...

Apesar da insistência, Castro Fernando, candidato pelo Partido Socialista à Câmara Municipal de Santo Tirso, não se disponibilizou para a entrevista que o santo tirso hoje pretende fazer a todos os candidatos à Autarquia Tirsense. O santo tirso hoje, lamenta e repudia a atitude de Castro Fernandes que constitui um desrespeito pelas Tirsense e pela imprensa livre e independente. Na próxima edição o entrevistado será José Graça candidato pelo CDS/PP.

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9 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

O que o leva a candidatar-se à presidência da Junta de Freguesia de Roriz?

Em primeiro lugar, porque sou uma pessoa de convicções e gosto muito da minha terra. Foi aqui que eu nasci, que eu cresci e que estabeleci as minhas raízes quer a nível profissional como familiar. Uma vez que sou militante do PSD, também faço isto por amor ao partido mas essencial-mente por amor à minha terra. Desde já lhe digo que foi uma decisão bastante difícil de tomar. De qualquer forma encaro-a na perspectiva de que posso fazer mais e melhor pela minha terra, assegurando uma gestão mais racional dos meios e dos recursos que estão ao nosso dispor em prol de todos os habitantes de Roriz sem distinção.

Mas o que entende por “mais e melhor”?

Eu reconheço que tem sido feito alguma obra em Roriz mas também lhe afianço que, como disse anteriormente, pode-se fazer mais e melhor apostando numa gestão adequada dos recursos. Como sabe o slogan do nosso opositor é “Temos Obra” e, de facto, foi feito alguma obra mas é bastante obvio que muita coisa está mal feita e ainda por cima, esbanjando o dinheiro que é de todos. No caso de Roriz, por exemplo, a Estrada Municipal 209-2 que foi totalmente remod-elada e que penso ser a menina dos olhos deste mandato, tem realmente erros que considero graves em termos de construção e a nível da funcionalidade. Em todo o troço que atravessa a freguesia de Roriz, a estrada está cheia de ratoeiras nas bermas e que são um perigo constante, há locais que quando chove, a água não se escoa porque as sarjetas ou as caixas estão mais altas do que o piso, há aí sítios sem concordância com as ruas, cheios de lombas e vagas que acarretam perigo. Também temos na parte sul, à entrada do lado de Negrelos, a chamada curva do Bessa e que agora virou a maior aberração criada por esta obra. É o cancro desta Estrada Municipal. Depois de cortada aquela parte da via, ficou ali uma zona escura, uma zona em que já ninguém passa, uma zona que virou lixeira, orientada para a delinquência onde se praticam actos de prostituição e droga. A meu ver, as partes sobrantes desta obra carecem de uma boa gestão para além de serem mal aproveitadas. Mas além da

Estrada Municipal, podemos falar de outras coisas. O que acontece é que, hoje, a freguesia de Roriz confina-se essencialmente ao centro que é aquela parte da Junta de Freguesia, do cemitério e a parte ali do cruzeiro entre o lar e a Igreja. Quanto ao resto, dá a impressão que é uma zona de reserva agrícola, ninguém se lembra que os habitantes do Alto de Fontão, os habitantes do Alto de Samoça, os habitantes do Fundo de Macabio, os habitantes do Fundo de Virães estão como que abandonados à sua sorte. As ruas estão completamente atoladas e nunca são limpas, as bermas estão imundas. Portanto fica-se com a impressão que a freguesia se confina ao centro mas Roriz é muito mais do que isso e os habitantes de Roriz merecem bem mais. (...) Eu sou apologista de que as coisas devem ser bem-feitas. É essa a minha opinião e um dos lemas que me leva a apre-sentar esta candidatura – é além de tentar fazer mais, fazê-lo bem feito, faze-lo para a posteridade, apostando na qualidade.

Tendo o conta o rápido cresci-mento das freguesias de concelhos circunvizinhos, será correcto afirmar que Roriz está a perder o “comboio” do desen-volvimento?

Em alguma parte, sim. Nós já fomos uma freguesia com algum nível de crescimento quando comparado com outras fregue-sias vizinhas mas agora, nota-se que estamos a perder a oportu-nidade de as acompanhar. Isto nota-se particularmente no que toca à fixação da população. Uma freguesia, tal como uma cidade, só pode crescer se forem criadas as condições de atracão para as pessoas se fixarem e aí formarem o seu núcleo habita-cional, o seu emprego ou criarem o seu negócio, formar-se toda uma estrutura que enriqueça e engrandeça a terra. Penso que, neste momento, é isto que não está a acontecer na nossa terra. As pessoas nem sequer têm onde construir a sua habitação. Pessoalmente, conheço pessoas que gostariam de cá ficar e de construir mas por uma série de impedimentos de ordem buro-crática ou relacionados com a própria logística dos procedimen-tos da região por exemplo na invi-abilidade de construção em certos terrenos, essas pessoas são obrigadas a migrar para fregue-sias vizinhas como São Martinho do Campo ou Vila das Aves, inclu-sivamente para fora do concelho. (...) E tudo isto porque não se

aposta numa politica de cativar as pessoas para investir aqui. Nós temos uma freguesia que prima pela riqueza ambiental mas não faltam aqui terrenos excelentes para construir e em que podemos criar mais-valias e riqueza para a nossa gente só que, se calhar por falta de vontade política, estamos a menosprezar o potencial da terra. Temos gente empreend-edora e muitos argumentos por explorar mas o que é certo, é que neste momento muitos jovens casais acabam por abandonar a freguesia porque não existem outras soluções.

Caso seja eleito, quais serão as suas prioridades?

Olhe, eu sou uma pessoa com espírito de vitória e quando me meto nas coisas é por convicção. Eu quero ser, acima de tudo, um amigo e um conselheiro, quero ser aquela pessoa que está ao serviço de todos os habitantes de Roriz. Vou tentar fazer com que esta candidatura e, eventual-mente, a concessão da liderança dos destinos desta terra sejam um factor de união para a nossa gente. Nunca hei-de distinguir ou perseguir ninguém ao contrário do que, infelizmente, tenho notado e digo isto com alguma mágoa: actualmente, há pessoas e in-stituições que são protegidas e outras que são perseguidas. Eu não quero ser assim, pretendo que a junta seja um elo de ligação entre todos, particulares e colec-tividades. Bom...Dito isto e indo directa-mente à questão que me colocou, temos que ter em conta que Roriz é uma freguesia com necessi-dades emergentes diferentes do comum. É uma freguesia bastante dispersa e de facto, tenho de reconhecer que é uma freguesia difícil com características geográ-ficas e demográficas adversas mas eu sou uma pessoa que conhece muito bem a sua terra. Sei por exemplo que as pessoas do Alto de Fontão têm neces-sidades bem diferentes das do Fundo da Costa ou Macabio. As pessoas da Coutada e de Samosa também tem necessidades muito próprias e urgência de coisas distintas. No entanto, penso que haverá igualmente aqui alguns pontos comuns e transversais a todos e que acentuam o emergir desta candidatura e que passarão, porventura, pela conclusão da rede de abastecimento de água. De momento está a 50 % e a freguesia está assim há anos sendo que os sítios onde a água não chega são aqueles onde ela é mais necessária. Também o

saneamento básico é uma das promessas de longa data e sei que é uma das necessidades fundamentais para o desenvolvi-mento da freguesia, até porque não são poucas as pessoas que não tem condições para ter os resíduos em suas habitações ou comércios. Outra questão que considero urgente, a nível de infra-estruturas e até olhando ao redor para algumas freguesias vizinhas, é cativar mais a nossa juventude por exemplo com a construção de um pavilhão gimno-desportivo… ou porque não até pensar numa piscina? É claro que não vamos entrar em projectos megalómanos mas não faltam aí freguesias com dimensões mais reduzidas do que Roriz e que já tem essas infra-estruturas. Outro projecto que gostaria de desenvolver, e que se enquadra nessa aposta de cativar e atrair pessoas para a terra, é a criação de um parque de lazer. Nós temos aqui tantas paisagens e recursos naturais e penso que seria mais uma forma de con-tribuir para a fixação dos nossos habitantes e chamar pessoas de fora e com isto incentivar os nossos pequenos comerciantes.

Sendo que já demonstrou, pub-licamente, o seu apoio à can-didatura do Dr. João Abreu, considera que a sua candidatu-ra à Junta também se enquadra neste projecto de mudança ap-resentado pelo PSD de Santo Tirso?

Com certeza e para começar vou-lhe já dizer que penso que precisa muito mais Santo Tirso que o PSD ganhe as eleições au-tárquicas do que o contrário. Eu conheço o Dr. João Abreu de há muitos anos e sei o tipo de pessoa que ele é. Pode acreditar em mim quando lhe digo que Santo Tirso precisa que ele ganhe. O Dr. João Abreu é o candidato certo para o Concelho. É uma pessoa com uma visão acima da média e que, antes de tudo, põe os interesses do colectivo acima de quaisquer interesses particulares. E não estou, aqui, a elogia-lo por elogiar. É realmente uma pessoa com uma personalidade forte e sei que aquilo que ele promete, cumpre. Não é pessoa de fazer promessas ao desbarato nem de cair no puro oportunismo eleitoralista. É um candidato sério dotado de uma visão clara das coisas e com uma forma de estar na vida que, estou convencido, farão dele um bom Presidente de Câmara para Santo Tirso e todos os tirsenses. Não tenho dúvidas de que Santo Tirso perderá uma grande oportunidade se não apoiar e votar em massa na candidatura do Dr. João Abreu. Santo Tirso deve agarrar esta oportunidade porque, porventura, poderá não aparecer tão cedo uma pessoa com argumentos e virtudes semelhantes.

Autárquicas 2009“posso fazer mais e melhor pela minha terra” José Costa, Candidato à Junta de

Freguesia de Roriz

PERFIL

José Maria Alves da Costa, 45 anos, natural e residente em Roriz, casado, pai de 2 filhos,

Profissão: Técnico Oficial de Contas, Inscrito na DGCI, e Mediador de Seguros, inscrito no ISP. Exerce a sua actividade por conta própria, com gabinete aberto ao público na Freguesia de Roriz.

A nível associativo, foi Presidente da Associação de Pais da Escola da Ribeira durante três mandatos, Secretário-geral da União Desportiva de Roriz durante três mandatos, Presidente do Grupo de Jovens de Roriz durante dois mandatos, fundador do convívio e do Clube de Fontão sendo que também integrou várias Comissões de Festas e do Carnaval.

A nível político é militante do PSD há cerca de 30 anos, foi Presidente do Núcleo de Roriz do PSD durante dois mandatos e fez parte da Comissão Política Concelhia do PSD de Santo Tirso. É membro da Assembleia Distrital do PSD do Porto.

leia a entrevista completa emwww.santotirsohoje.com

No dia 5 de Julho, o PSD de Santo Tirso apresentou o seu candidato à presidência da Junta de Freguesia de Roriz. A escolha recaiu sobre José Costa, técnico oficial de contas e natural da localidade.No âmbito da sua apresentação, o STH entrevistou José Costa acerca dos propósitos da sua candidatura.

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA10 santo tirsohoje

Café com...Birílio

Esta quinzena, o santo tirso hoje tomou café com António Carvalho, sobejamente conhecido por Birílio. Esta antiga glória do F. C. Tirsense fez, em tempos, correr muita tinta nos jornais desportivos da zona norte. Outrora apelidado de “endiabrado” ou ainda de “O Carrasco do Boavista”, após um célebre confronto de má memoria para os axadrezados, o extremo esquerdo Birílio é hoje uma referência incontornável na história do desporto rei em Santo Tirso. Da sua ficha pessoal, constam as conquistas de quatro campeonatos regionais e treze anos de carreira ao serviço do Tirsense. Sessenta e dois anos depois do seu primeiro jogo, uma certeza permanece: Birílio joga benzinho até mesmo com as palavras.

De Cabeceiras para Santo Tirso

Eu sou natural de Cabeceiras de Bastos. Vim para aqui, ainda era criança, porque o meu pai era dentista e veio trabalhar para Santo Tirso. A vida começou a correr-lhe bem e então foi buscar toda a família a Cabeceiras de Bastos. Na altura viemos para uma casa na Praça Conde de São Bento, onde ainda hoje resido. Fui fazendo a minha vida cá e por isso, hoje, com quase 70 anos posso dizer que sou mais tirsense do que Cabeceirense, não é?

Diziam que eu jogava benzinho Eu andava na escola e já toda a rapaziada dizia que tinha habilidade para o futebol.

Acabei por tentar a minha sorte e o primeiro jogo que fiz pelo Tirsense foi pelos juniores, com 17 anos, em Vila do Conde. Ganhámos por 2-1 e esses dois golos foram marcados por mim e por um colega meu. Fiquei todo contente e depois no ano seguinte, veio para cá treinar a equipa do Futebol Clube Tirsense, o Artur Sousa Pinga. Para mim, foi o melhor treinador português de sempre. Na altura, o Pinga precisava de um extremo esquerdo mas eu não chutava nada com o pé esquerdo. Então, ele habituou-me a jogar sempre na ponta esquerda e se eu chutava com o pé direito, ele ralhava-me. Comecei a jogar com os dois pés e tanto jogava na ponta esquerda como na ponta direita. Todos diziam que eu jogava benzinho, é que comigo era quase certo haver golos. Raramente não marcava um golo. Era aos dois, três, quatro em cada jogo. Joguei no Tirsense até aos 30 anos. Decidi sair porque depois dos trinta muita gente já me dizia: “ó pá vai-te embora que já não jogas e tal”. Eu como era casado, não queria que a minha mulher ouvisse essas coisas. Depois o meu pai empregou-me na Câmara e por lá me mantive.

Eu quando ia para o campo, dava tudo… estando o Tirsense a ganhar por três ou quatro ou estando a perder por três ou quatro. Dava sempre tudo o que tinha. Depois, como era muito acarinhado, tal como ainda hoje sou, pela população de Santo Tirso, eu tinha que retribuir com boas prestações no campo. Nunca me esquecerei de um jogo contra o Boavista em que ganhámos por 4-0. Fui eu que marquei esses quatro golos de toda a maneira e feitio, perante centenas e centenas de especta-

dores e olhe que o Boavista tinha um grande guarda-redes, mais tarde transferiu-se para o Porto. Mas nós também tivemos aqui atletas fantásticos que se fosse hoje, haveriam de valer milhares e milhares de contos. Eu já nem falo em mim mas nos meus colegas, alguns já falecidos e de que tenho muita pena porque se fosse hoje seriam senhores do futebol e ganhariam muito dinheiro, é pena… Eu, por exemplo, nunca ganhei um tostão no futebol a não ser quando havia prémios. Quando marquei os quatro golos

ao Boavista, o Dr. Edgar Botelho Moniz ofereceu-me um prémio de 50 escudos e eu, meu amigo, fui para o Porto passear e gozar. Fora isso, o meu pai é que me dava tudo… era um pai excep-cional.

De resto fui quatro vezes campeão regional, eram títulos que se ganhava e nós adoráva-mos isto. Naquela época, vinha muita gente ver os jogos e em relação aos tempos de agora, tínhamos muito público, principal-mente em casa.

Quando ia para o campo dava tudo

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Café com...

A maior alegriaEu sou benfiquista e digo-lhe

uma coisa, uma das minhas maiores alegrias foi ir jogar ao Estádio da Luz ainda não tinha o terceiro anel. Eu e os meus colegas entramos em campo com a bandeira do Tirsense e assim que pisei o relvado fiquei branco (risos). Perdemos aquele jogo por 4-0 e no final peguei na bola do jogo e

fui pedi-la ao director do Benfica. Ele levou-me ao balneário e os jogadores todos do Benfica assinaram a bola. É uma das melhores recordações que tenho, primeiro por ter jogado contra um clube com o qual simpatizo bastante e depois porque os jogadores autografaram-me a bola. Então, eu trouxe a bola para Santo Tirso e o meu amigo é capaz de não acreditar no que lhe vou dizer: passado 15 dias, nós estávamos a fazer um treino e já não havia bolas de futebol no Tirsense. Eu fui buscar a bola do Benfica que estava guardada em casa e jogámos com essa bola. Quando no final pego na bola, já não restava nenhum nome e eu fiquei desconsolado, desde aí nunca mais pedi bolas a ninguém.

De facto gosto muito do Benfica, para você ver até que ponto, a minha mulher foi atleta do Benfica em voleibol e atletismo. Ofereceram-lhe um emblema do Benfica em brilhantes mas quem anda com ele, sou eu (risos). Ainda hoje, gostaria de jogar futebol mas a vida é assim, não pode ser.

Foi deixar de jogar futebol. Acabei a minha carreira no Tirsense e disse que não jogava mais. Um dia, apareceu-me, aqui em Santo Tirso, um grande jogador do Vitória de Guimarães, o Caiçara e que veio conversar comigo para ir jogar para o Felgueiras. Eu disse que não e que estava cheio de futebol mas ele insistiu e na brincadeira respondi que ia, caso me pagassem um tanto. Para o meu espanto, visto que aqui nunca ganhei dinheiro, telefonaram-me dois dias depois a dizer que aceitavam a minha proposta e então lá apareci a Felgueiras. Joguei lá uma época. Mais tarde com a rapaziada, resolvemos ir a Setúbal tirar a carteira profis-sional de treinador de futebol. Consegui e ainda hoje a tenho essa carteira em meu poder. Acabei por ir treinar o Paredes e o Pedrouços mas, mais tarde, um grande amigo que era tenente da polícia pediu-me para ir treinar o Custóias. Aceitei e treinei o Custóias durante três anos. Se quer que lhe diga, meu amigo, o Custóias é um clube pelo qual ainda agora nutro muita simpatia e respeito porque é um clube, embora regional, com uma consciência enorme. Nunca me falharam em rigorosamente nada. Por vezes, ao domingo, ainda me apetece ir ver o Custóias a jogar. Depois desta experiencia, deixei completamente o futebol.

A maior tristeza

A prova dos 100 metros

Eu como tinha muita velocidade, com 18/19 anos, fui concorrer pelo Tirsense à prova dos 100 metros no Estádio do Lima. Como era a minha primeira prova, enchi-me de coragem e consegui ganhar. Fiquei tão contente. Era uma alegria indescritível, estava tão emocionado que não sabia de onde me vinham tantas lágrimas. Bem… naquela altura, tínhamos uma equipa de atletismo fantástica aqui em Santo Tirso. No final da tal prova, o somatório dos pontos de equipas como o F.C Porto e a Académica, juntas, não conseguia bater os pontos da nossa equipa. Depois desse dia, fiz ainda muitas provas, algumas ganhei, outras perdi mas dessa primeira prova nunca me esquecerei.

Quando os grupos brasileiros vinham para Portugal, mais pro-priamente para Santo Tirso, a Câmara recebia esses grupos. Eles ficavam hospedados

na Escola Agrícola e eu, enquanto fun-cionário da Câmara, era convidado pelo Presidente da altura para andar com eles. Era eu que arranjava apresentações para eles fazerem os seus festivais por exemplo a Viana, a Santarém, a várias cidades e basicamente eu andava com eles de manhã a noite. Uma vez, ao des-pedir-me deles

no aeroporto, disseram-me que, mais tarde, iam mandar-me uma lembrança. Eu disse que não queria mas passado uma semana, recebi um convite e uma passagem de avião para ir ao Brasil. Eu adorei e sabe que mais: há 19 anos que vou ao Brasil. Quando os grupos bra-sileiros chegavam aqui, era eu que os ia buscar ao aeroporto, era eu que os levava a todo o sítio. Hoje, amanhã e sempre andei com eles por Portugal inteiro. Então, um dia decidiram oferecer-me o título de Primeiro Cidadão Honorário do Rio de Janeiro e, claro, fiquei bastante agradecido e contente. Devo-lhe dizer que devo à Câmara o facto de ter conhecido o Brasil, mais concretamente o Rio de Janeiro, São Paulo e Santos. Devo-o à Câmara porque trabalhei lá 40 anos.

Primeiro Cidadão Honorário do Rio de Janeiro

Os jogadores mais marcantesDos jogadores que mais me marcaram aqui no Tirsense… devo

realçar António Falcão. Veio do F.C. do Porto e foi o melhor de todos. Infelizmente já faleceu. Nunca me esquecerei também de nomes como Catolino, Araújo, Álvaro, Prazeres, Fernandes, Arriaga que veio do Sporting Clube de Portugal. Quanto a jogadores que admirei… não é por ser adepto do Benfica mas o melhor jogador de todos os tempos, para mim, foi Eusébio. Nunca tive o prazer de jogar contra ele mas já o vi várias vezes ao vivo. Era um jogador excepcional. Mas também houve grandes jogadores cá em Santo Tirso… o grande Festa, do tempo dos magriços, foi um defesa de categoria e temos outro também daqui da terra, o Ferreirinha que treinou o Tirsense e foi jogador do F.C do Porto. Há também o Samuel, um rapaz que jogava na Académica e que agora está cá em Santo Tirso. Estes jogadores marcaram-me bastante.

Além do jogo com o Boavista e que já referi, lembro-me muitas vezes do meu primeiro jogo. Foi em Famalicão e ganhamos por 2-1. Fui eu que marquei o primeiro golo ao grande guarda-redes Santana. Mas há muitos jogos que me deixam saudades, por exemplo, o jogo contra o Chaves – chovia que Deus a dava e nós fomos ganhar ao Chaves por 2-1.

Marquei um golo e o Virgílio Pitanga marcou outro de livre… esse rapaz também já faleceu. São estas coisas que me entristecem porque estou convencido que os jogadores de agora não tem aquela ca-maradagem e aquele espírito de amizade que havia no nosso tempo.

Jogos memoráveis

O Tirsense Este ano, tivemos um bocadinho de infelicidade.

Podíamos ter subido mas acabou por não acontecer. Já lá andei e sei como essas coisas são. São todos rapazes amorosos e alguns são de fora mas vêm para cá e dão tudo por tudo. Eu durante este campeonato, para não lhe mentir, só não fui ver o jogo contra o Arco de Valdevez. De resto, fui ver todos os jogos. E sabe que mais? Não troco

ir ver o Tirsense a jogar por qualquer jogo do Benfica quer seja no Porto, Guimarães, Braga ou o que quer que seja. Por isso, apelo a todos os tirsenses para que mais do que nunca, apoiem o F. C. Tirsense, dentro e fora do campo, para que esta época seja em grande. Estou convencido que com a direcção, os treinadores e adjuntos que temos, todos unidos, esta época vamos fazer um campeonato muito bom e possivelmente havemos de subir de divisão.

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA12 santo tirsohoje

MERCADO MUNICIPALQUE FUTURO?

O Mercado Municipal de Santo Tirso, edifício consid-erado como um dos ex-líbris da cidade e do Concelho de Santo Tirso, debate-se pela so-brevivência. Mergulhado numa fonte de apreensão e perspec-tivas duvidosas, os utilizadores (clientes) e comerciantes do mercado continuam à espera de soluções credíveis que assegurem a manutenção e viabi-lidade do mesmo.

Dotado de uma apelativa arqui-tectura, localizado no coração da cidade e numa zona que convida, quer pela centralidade, quer pelo facto de integrar um espaço onde, com excepção da segunda-feira, abunda o estacionamento, este equipamento, outrora pujante, definha e afunda-se num mar de incertezas.

Actualmente, o Mercado Municipal não reúne as necessári-as condições de conforto, nome-adamente nos meses de Outono e Inverno. Em algumas lojas, são já evidentes os sinais de degradação provocados por in-filtrações, estando hoje desajus-tadas e desadequadas daquelas que são as mais elementares ne-

cessidades dos seus utilizadores e comerciantes. Estes factos têm contribuído para o progres-sivo esvaziamento do mercado e constituem factores de repulsão. Também os valores cobrados pela Câmara Municipal para a cedência dos espaços revelam-se fortemente penalizadores, acentuando a fuga dos lojistas. A situação vivida pelos comer-ciantes que ainda resistem no Mercado Municipal é angustiante, temendo-se que, a curto prazo, alguns dos poucos que ainda restam, seguindo o exemplo de muitos, abandonem o seu lugar no mercado.

O Mercado Municipal, espaço de tradições e, durante décadas, privilegiado pelas populações para fazerem as suas compras, revela-se, agora, como um espaço inerte, quase “fantasma”. O esforço da sua manutenção é da responsabilidade da Câmara Municipal que, apesar de sucessi-vas demandas por parte dos com-erciantes, ainda não desenhou qualquer estratégia para viabilizar e assegurar o futuro deste impor-tante equipamento.

O santo tirso hoje procurou nos sites dos partidos sediados em Santo Tirso e encontrou uma Nota de Imprensa do PSD (http://www.psdstirso.com/), onde era proposto o seguinte: “…a Câmara deve tomar medidas urgentes, que no imediato passem por baixar os valores cobrados pelos espaços disponibilizados, estimulando a sua ocupação e com isso a diversidade da oferta de produtos, que seja feita uma intervenção, tendo em vista o redimensionamento e reorganização do mercado bem como a implementação de um modelo de gestão e de exploração mais dinâmica e profissional”. No mesmo documento o PSD defende ainda que “neste novo modelo de gestão para além da venda dos produtos como pescado, carnes e charcutaria e outros produtos alimentares e não alimentares, deveria ser criada uma zona para os produtores (…) No que respeita ao redimensionamento e reor-ganização do Mercado Municipal, afigura-se como fundamental a criação no piso inferior de espaços de natureza lúdica e cultural, bem como a criação de uma praça de alimentação”.

O Mercado Municipal está, hoje, votado ao esquecimento. Frequentado por um reduzido número de clientes, este edifício, outrora enérgico e dinâmico, enfrenta agora a desertificação e a iminente debandada dos comerciantes que, dia-a-dia, resistem numa derradeira tentativa de segurar este histórico e emblemático espaço.

É certo que, hoje, as populações têm mais oferta, sendo que podem encontrar noutros espaços os produtos que são comercializados no Mercado. A quebra gradual no poder de compra que o concelho de Santo Tirso vem registando nos últimos anos também se tem feito sentir na actividade e na dinâmica deste espaço. As populações de Santo Tirso querem e merecem ter no Mercado Municipal um espaço atractivo e confortável. Os poderes que tutelam o Município podem e devem encontrar soluções para devolver a este espaço a pujança e a dinâmica de outros tempos.

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Fernando Rego, 46 anos, comerciante

A crise toca a todos e o mercado está em baixo. Podiam fazer qualquer coisa porque há muitos lugares vazios devido às taxas serem um bocado elevadas. É só gente a sair mas não entra ninguém - como vê, está tudo vago. Já que o mercado está tão vazio, podiam fazer qualquer coisa, esta-belecer aqui uma entidade social, algo que atraísse gente. Na central de camionagem, existe a loja do cidadão, cá no mercado podiam montar algo de semelhante… Lá fora, aluga-se uma loja com melhores condições e com rendas mais baratas. É que temos aqui lojas com rendas de 500 euros por mês enquanto lá fora arranja-se uma loja com tudo o que é preciso e ao menos pode-se lá ir quando se quer. Já no mercado, na parte de dentro, depois de certas horas ou ao domingo por exemplo, não há possibilidades de lá entrar porque não temos chave. Se acontecer alguma coisa e a gente precisar de vir cá, bem que se estraga tudo. Além disso, sei que em muitos mercados as rendas são mais baratas e não se paga a água. Nos aqui pagamos facturas muito altas de água.

Assunção Rego, 41 anos, comerciante

O mercado precisa que façam qualquer coisa… Quem deve tratar disso é a Câmara. É preciso atrair gente cá para dentro porque nós assim não conseguimos. Daqui a pouco, nós nem vamos conseguir pagar a renda porque isto nem dá para as despesas. Era porem aqui alguma coisa que chamasse povo. Só na parte de cima do mercado, há dez lojas vazias.

Virgínia Martins, 45 anos, comerciante

É uma pena o que está acontecer. O mercado é muito bonito e não é em qualquer lado que se encontra um mercado destes mas está tudo muito parado. As pessoas haviam de aderir ao comércio tradicional porque temos tudo, temos fruta, legumes, carne e peixe mas os clientes parecem preferir as grandes superfícies. Depois é claro...nós não trabalhando, temos que fechar. Pagando rendas, água e luz, não há possibilidades de suportar as despesas todas. Acho que a câmara deveria fazer uma inovação aqui, criar qualquer coisa aqui no mercado… é o que estamos sempre a debater – que o mercado está a ir abaixo mas a Câmara não está a fazer nada por isto. As rendas baixaram um pouco mas para nós, não havendo movimento, ainda é muito.

Delfina Miranda, 66 anos, comerciante

Trabalho aqui há 39 anos. Dantes, o mercado estava mais deteriorado mas a gente vivia melhor. Agora estamos numa crise muito grande e mal suportamos as despesas. Isto está parado e estamos quase a ir embora porque ninguém

aguenta. As despesas são muito grandes e como o senhor vê, não entra aqui ninguém. O culpado é quem deixou abrir lojas con-correntes lá fora, a poucos metros do mercado. Por isso, o senhor Presidente da Câmara desgraçou-nos neste aspecto – deixar abrir lojas lá fora. Eles podem ter os seus comércios como nós mas havia de ser tudo cá dentro. Agora pôr lá fora e desgraçar o mercado quando, ainda por cima, estamos a pagar rendas razoáveis. Eu sou das que vou embora porque não dá para aguentar. Já vendi bem e agora não vendo porque lá fora, aqui ao lado, há portas abertas. Eles abram ao fim de semana e nós na segunda estamos cá mas o pessoal já comprou. Afinal o que é que estamos aqui a fazer? Eu falo por mim e pelas minhas colegas, o mercado está na ruína. Era passar o comércio da zona para o mercado. Só nós é que estamos a segurar o mercado, senão isto já tinha ido mas consta-nos que eles, na Câmara, querem é fechar isto. E posso lhe dizer o meu nome, Delfina Miranda – eu não tenho medo de falar!

Irene Borges, 52 anos, comerciante

Estou de acordo com o que os meus colegas disseram. Apenas, ainda, ninguém referiu que para nós, a segunda-feira é o pior dia da semana. Chegámos à uma da tarde e vamos embora porque isto está um caos e não entra uma pessoa. Normalmente a segunda-feira deveria ser o melhor dia mas os clientes chegam à porta, espreitam, vêem todas as lojas fechadas e voltam para trás. Vêem mais lojas fechadas do que abertas e nem se dirigem à gente. Aqui atrasado, houve aqui um programa, o Praça da Alegria. Chegaram aqui os senhores para filmar, o apresentador - o Hélder Reis - chegou à porta principal e nós, todos contentes, a pensar que talvez fosse desta que entrasse mais gente para o mercado… mas eles, coitados, assim que espreitaram, saíram logo. Foram para o meio da feira fazer a festa deles. Eles não contavam em depararem-se com o mercado deserto. E pronto, é pena porque é um mercado bonito, bem situado e de facto, está muito esquecido. Por aquilo que eu vejo, acho que eles querem acabar com isto.

António Barros, 48 anos, agente public-itário (cliente)

Já frequento este espaço desde 79. Isto está um bocado abatido e a tendência é para piorar. É pena… as pessoas precisam de vender mas a concorrência é muita e tudo isso leva as pessoas a comprar menos no mercado. Se houvesse mais abertura por parte dos governos e dos presidentes de câmara, mais interesse por parte dessa gente que tem cursos superiores e tiraram tudo aos desgraçados, não é? Era tentar, ao menos, criar mais postos de trabalho e ver se isto melhorava porque isto está muito perigoso.

Maria Matos, 59 anos, comerciante

Vim para aqui com onze anos. Continuo cá mas nunca vi o mercado numa situação destas. Antigamente, o mercado estava sempre cheio e até vinham as batateiras de Famalicão fazer cá os domingos, sim porque isto até ao domingo estava aberto. Agora, é esta clausura que o senhor vê… Somos meia dúzia de comerciantes: há um talho de porco, três peixarias, duas frutarias, uma florista e uma padaria da Pantir, não há mais nada. O senhor Presidente da Câmara podia nos botar a mão, quem mais do que ele nos pode ajudar? Ele andou a passar tantas licenças para abrir tanta coisa lá fora… eu já nem digo os supermercados mas aos pequenos comerciantes, podia manda-los aqui para dentro… estão aqui muitos lugares vazios sem ninguém e eu, nesta idade, com quase 60, a pagar 200 e tal euros por mês e sem direito, sequer, ao fundo de desemprego. Se isto arrebentar, vou-me embora, assim sem nada. É que este mercado está vazio mas se eu visitar outros mercados, em Famalicão, Vila do Conde, Povoa e por aí fora, os mercados estão cheios de gente. (…)

O elevador nunca funcionou e nós quando queremos trazer cargas para dentro, temos de carregar caixas, sacos e tudo e mais alguma coisa às costas, sabe Deus às vezes sem poder. Entretanto, eles fazem aqui banquetes e jantares. De vez em quando, vem para aqui conjuntos de música e nós somos obrigados a arrumar as tendas para eles virem para aqui e isto estar aberto até as tantas da manhã. Eu nunca vi tal coisa em lado algum... as rendas são exorbitantes e dantes nós não pagávamos água nem luz, agora pagamos tudo o que se pode imaginar. Por exemplo, eu uso um pequeno espaço fora da loja e ainda estou a pagar 20 euros por mês por este bocadinho. Por isso, eles estão a con-tribuir para fechar um património antigo do concelho e é uma pena. Em todas as terras vê-se um mercado. O que era preciso era mandar gente cá para dentro, talhos, peixarias, frutas, mas eles querem tudo lá fora e não mandam ninguém para aqui. O povo assim não precisa de vir aqui, tem tudo lá fora e à porta. O mercado está em risco de acabar e nós estamos a dar as últimas…

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VOZ DO POVOacerca do mercado municipal

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Concelho

A Assembleia Municipal, realizada a 30 de Junho, tinha tudo para ser uma das mais tran-quilas de todo o mandato, isto por força da ordem de trabalhos, cujos pontos prometiam ser pacíficos. No entanto e contra todas as ex-pectativas, o deputado e líder do PSD local Alírio Canceles aprovei-tou o período que antecede a ordem do dia e desferiu um violento e inesperado ataque ao Presidente da Câmara, Castro Fernandes. Na sua intervenção e a propósito de um estudo do INTEC, amplamente divulgado pelos jornais locais e subjacente ao lema “Os melhores Concelhos para Viver”, Alírio Canceles acusou o Presidente da Câmara de ter escondido a verdade das populações numa atitude que reputou ser “o maior embuste da democracia em Santo Tirso”, con-

siderando ainda que “o recurso a montagens e à fabricação de notícias, para manter o poder a qualquer custo, constituem práticas de regimes totalitários”.

Recorde-se que pelo segundo ano consecutivo, a Câmara Municipal investiu cerca de vinte mil euros num estudo encomen-dado ao INTEC e que envolveu 20 dos 308 Municípios de Portugal, facto que levou o presidente dos “laranjas” a considerar que o referido estudo não é representa-tivo, não podendo por isso os seus resultados, dentro de um quadro comparativo, merecer qualquer credibilidade. Em sua intervenção, Alírio Canceles não se ficou por aí e acusou Castro Fernandes de realizar montagens “misturando os resultados de 2008 com os de 2009, numa clara tentativa de enganar os Tirsenses”, tendo

citado alguns exemplos, como é o caso do indicador Economia e Emprego. “Neste indicador, no estudo divulgado em 2008, Santo Tirso aparece em 5º lugar, nos 6 melhores e num estudo que envolveu apenas 11 Municípios. Em 2009, Santo Tirso nem sequer aparece nos 10 melhores, dos 20 Municípios que acederam fazer o estudo, e o que fez V. Ex.ª para contornar esta dificuldade? Escondeu o resultado de 2009 e misturou com outros indicadores de 2009 o resultado de 2008”, declarou Alírio Canceles.

Outro exemplo apontado pelo deputado depreende-se com o indicador Ensino e Formação: “em 2008 ficamos em 2º lugar, mas em 2009 não passamos do 8º lugar, o que para o INTEC significou ficar na linha de água, e o que diz a publicidade paga com os nossos

impostos? Santo Tirso foi o vice-campeão no ensino e formação”, facto que Canceles considerou totalmente falso.

Num tom irónico, o deputado do PSD aproveitou o momento para questionar Castro Fernandes acerca dos restantes indicadores: “porque razão o Senhor Presidente da Câmara não divulgou todos os indicadores? (Turismo, Cultura, Ambiente, Diversidade, Tolerância e Segurança) Afinal, de que tem medo o Senhor Presidente da Câmara? Porque escondeu a verdade? Então, não temos obra? Pelo vistos, não temos mesmo”. Registe-se que nestes indica-dores, o Concelho de Santo Tirso não figura entre os dez primeiros, sendo que o estudo envolveu, apenas, 20 Municípios.

Motivo de realce merece também a intervenção do presi-

dente da Junta de Vila das Aves, Carlos Valente. O autarca das Aves subiu ao púlpito para acusar Castro Fernandes de não respeitar os Avenses, a propósito da visita de trabalho efectuada pelo Presidente da Câmara a Vila das Aves, uma visita que ficou marcada pela não inclusão do executivo da Junta.

Uma vez concedida a palavra ao presidente camarário, Castro Fernandes escusou-se a prestar qualquer comentário, isto apesar do deputado Alírio Canceles ter solicitado ao Presidente da AM que instigasse o Presidente da Câmara Municipal a esclarecer os deputados.

_RJ

Assembleia Municipal

Alírio Canceles denuncia “maior embuste da democracia em Santo Tirso” Em sessão de Assembleia, o deputado social-democrata endereçou críticas arrasadoras ao propalado estudo do INTEC.

O Partido Socialista das Aves, numa conferência de imprensa que contou com a presença do Presidente da Concelhia Socialista e da Câmara Municipal, Castro Fernandes, apresentou o seu candidato à Junta de Freguesia de Vila das Aves. Segundo fontes da estrutura do PS Avense, a escolha inicial recaiu sobre Helena Miguel, actual deputada do PS na Assembleia de Freguesia. A referida escolha não mereceu, no entanto, a concordância dos seus pares. A aposta em Luís Lopes, casado com Helena Miguel, também não fugiu á polémica, tendo alguns militantes “batido com a porta”. Polémicas á parte, o candidato Luís Lopes, nas curtas declarações que produziu, referiu que tudo fará para devolver a democracia às Aves e que se empenhará para que a colaboração entre as instituições mudem, sempre na defesa dos interesses da Freguesia.

Por sua vez, Castro Fernandes justificou a escolha de Luís Lopes, evidenciando o seu percurso político e afirmando que “este é o homem certo para o lugar certo”. “Com Luís Lopes na Junta, teremos condições únicas para fazer um trabalho ímpar em Vila das Aves”, ressalvou ainda.

ESCOLHA DE LUÍS LOPES GEROU DISCÓRDIA NA ESTRUTURA DO PS AVENSE Recebido pelo folclore do

Rancho da Reguenga e com a presença de Rogério Frião, o Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Castro Fernandes,

deslocou-se à Freguesia da Reguenga onde presidiu à in-auguração de duas obras na freguesia, o Entroncamento da Quinta (Beneficiação) e a Rua 25

de Abril (arranjo urbanístico). Acompanhado pela Vereadora

Ana Maria Ferreira e por vários técnicos camarários, Castro Fernandes inaugurou as obras de requalificação do entroncamento da Quinta orçada em € 80 000, da Rua da Baixia, onde foram investidos € 20 000 e da Rua 25 de Abril que custou aos cofres da autarquia € 168 000.

Em declarações endereçadas aos presentes, Castro Fernandes e Rogério Frião relembraram outros investimentos, agrade-cendo a contribuição de alguns proprietários de terrenos sem os quais estas obras não poderiam ser executadas. Recorde-se que a intervenção na Rua 25 de Abril, executada em várias fases, fora iniciada há mais de quatro anos.

CASTRO FERNANDES NA REGUENGA PARAINAUGURAR OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO

Castro Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, acompanhado pela Vereadora da Acção Social, Júlia Godinho e por vários técnicos camarários, deslocou-se à Freguesia de Guimarei, onde presidiu à inauguração da Rua da Degodinha, da nova Sala de Convívio para Idosos e de uma Carrinha de Apoio à Acção Social da Junta de Freguesia de Guimarei.

Castro Fernandes em Guimarei

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Livre ArbítrioOs artigos que se seguem são da inteira responsabilidade dos seus autores

Eleições ou cheque em branco.Quem o merece?

Ela está aí e pronta para começar. É a “guerra” das eleições.

Esta agora não será um barómetro como foram as europeias. Esta é a verdadeira “guerra”. É a “guerra” do poder.

Para a maioria dos autarcas deste país, estas eleições, por ser a última, tem um condão muito especial, não ser “corrido”. Por isso, espera-se uma “guerra” com incursões desmedidas e despropor-cionadas às realidades locais e pelas últimas divul-gações Santo Tirso estará no topo destas descon-formidades.

Como a legislação do limite de mandatos não salvaguarda quaisquer responsabilidades de pro-cedimentos, esta “guerra” poderá ter resultados nefastos e imprevisíveis para as economias locais e pelo que está a ser divulgado, as de Santo Tirso não escaparão e esse tortuoso imponderável.

Nas autarquias, actualmente, encontram-se alguns presidentes obcecados pelo poder e sabendo que nada têm a perder, e que a sua responsabilidade se esvazia após as eleições, não terão quaisquer escrúpulos em hipotecar tudo e todos, incluindo o futuro do concelho, para alcançarem os seus objec-tivos – não perder o poder.

Nesta “guerra”, pelo poder, vamos assistir às maiores barbaridades na utilização e aplicação dos dinheiros públicos que, sem dó nem piedade, grande parte vai ser aplicado na propaganda eleitoral, para daí tirarem benefícios pessoais e par-tidários, em detrimento das necessidades de uma sociedade sedenta de quase tudo e que pagam os seus impostos para nada terem.

Na generalidade são os que dizem não estarem agarrados ao cargo que tem comportamentos doentios, tornando-se pretensiosos. Regra geral, tentam minorar os focos de discórdia controlando todos os meios de informação e comunicação ao seu alcance, para omitir o desagrado dos seus munícipes. Esta obsessão pelo poder está a trans-formar alguns autarcas em maníacos do conheci-mento, perversos e desequilibrados.

Nestas eleições, nalguns concelhos deste país, a “guerra” pelo poder vai, também, pôr à prova os talentos de alguns dos candidatos, sendo certo que, enquanto uns irão usar as suas faculdades ao serviço da coisa pública, outros (obcecados pelo poder) usá-la-ão na arte das promessas, dos projectos, e da mentira, independentemente do prejuízo causado ao concelho e seus munícipes.

Todos sabemos que na política o que hoje é verdade amanhã pode ser mentira, e há concelhos em que a frase assenta como uma luva. A prová-lo está o facto de há meia dúzia de meses atrás alguém ter referido que o dinheiro não chegava para tudo, quando o “tudo” que se mendigava era uma migalha de “parte” do que hoje se promete gastar.

São estas atitudes que me leva a concluir que é preferível entregar o “cheque” a pessoa desconhec-ida, que ao conhecido que, reconhecidamente, não tem capacidade para o aplicar.

_Vítor Lemos

Na última crónica que aqui escrevi, desafiei as forças políticas locais, que têm vontade e alguma possibilidade de assumir o poder, a apresentarem-se aos Tirsenses com humildade, com honesti-dade e com verdade, mais do que com promessas muito falaciosas que, como sabemos, são sempre vãs e vazias de conteúdo.

Falei de programas, de calendários e de objectivos. Por isso me sinto na obrigação de hoje avançar com uma proposta prática, que seja elucidativa e talvez uma imagem daquilo que queria dizer.

Perguntar-me-ão, porquê “2012” para título desta crónica..?? “Odisseia em Santo Tirso”..?? Estranho..!! O que tem isso a ver com o assunto..??

Para mim, e julgo que para a grande maioria dos da minha geração, o célebre filme – “2001 – Odisseia no Espaço” – baseado na obra de Arthur C. Clark e realizado em 1968 por Stanley Kubrick, foi um marco na construção da nossa identidade.

Pela qualidade e visão de futuro, pela abordagem filosófica sobre o homem e a sua atitude perante a evolução da humanidade, ele ficou para a história do cinema como uma verdadeira obra-prima.

Talvez, por me fazer recordar um tempo em que o homem discorria sobre as suas perplexidades, recupero o título de um filme que foi, de uma forma elevada e inovadora, quem projectou para uma data, nessa altura não muito longínqua, mas o suficiente para poder ser considerada como um objectivo, a compreensão para a realidade e para o nascimento de um homem novo.

Daí que, em minha opinião, podemos muito bem neste momento utilizá-lo para a tarefa que temos pela frente. Esta será a nossa Odisseia…

Em 2012 teremos não muito longe daqui, mais propriamente na cidade de Guimarães, a Capital Europeia da Cultura. Um facto só por si relevante e marcante para a nossa região.

A dimensão e visibilidade, nacional e internacional, que este evento terá, o seu significado e a atracção turística que produzirá, é só por si um facto de que não nos podemos alhear. Direi mesmo que será a nossa derradeira oportunidade de nos afirmarmos como Comunidade. De mostrarmos do que somos capazes.

Neste momento já estarão em campo os planos das actividades a ter lugar. E, Santo Tirso, como cidade vizinha não pode, digamos, “perder este comboio”. Volto a dizer, este deve ser considerado como o nosso marco. O marco da viragem. O momento que devemos fixar como objectivo para a re-viravolta do nosso Concelho, a oportuni-dade para reganharmos a nossa auto-estima, para mostrarmos o que temos de bom, válido e digno.

Porquê..?? Porque se o fizermos, obrigamo-nos a concentrar os nossos esforços e o nosso trabalho numa meta bem definida. Não poderemos continuar a deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. Não poderemos continuar a adiar a resolução dos nossos problemas.

Esta será uma oportunidade única, disponível a curto prazo. Sejamos capazes de a aproveitar. Sejamos capazes de a ganhar, como o verdadei-ro projecto-âncora para o relançamento

dum futuro novo.Definido o objectivo, nasce a re-

sponsabilidade de o atingir. Logo, temos que começar a avançar com programas de acção e calendários de intervenção.

Para isso, há que reunir os nossos melhores e chamar competências externas para nos ajudarem e asses-sorarem para connosco montar o que tem que ser feito. Ou seja, a construir programas e estabelecer calendários. Tudo para cumprir objectivos e prazos…

Tudo começará a fazer sentido e a mobilização aparecerá…

Se falamos de Capital por uns meses, falamos de cultura, falamos de turismo, falamos de gastronomia, falamos de comércio, numa palavra falamos de desenvolvimento…

O tempo urge, dois anos e meio passam muito depressa…

O tempo perdido nestes últimos anos é atirado à nossa cara… O que é que andamos a fazer..?? O que fizeram os que tinham o poder..??

Depressa… Cine-Teatro a funcionar e Teatro Brazão preparado para receber os actores, Parque da Rabada ligado à cidade, com as margens urbanizadas e prontas para as actividades de entreten-imento e de rua, novas instalações ho-teleiras a funcionar, o ‘Golf do Pisão’ ao serviço do Concelho, a promoção da nossa história, das nossa artes e das nossa termas em acção. E… tudo o mais…

Para uma terra que não parece estar habituada a fazer… Vai mesmo ser uma autêntica Odisseia…

_Carlos Almeida [email protected]

Uma Opinião à Margem ”2012 - Odisseia em Santo Tirso”

A “guerra” das eleições

Carta ao directorA Vila dos Pacóvios

Pacóvios… foi o que a Junta de Freguesia fez dos seus fregueses. Parabéns ao Partido Comunista Português pela apresentação do projecto e que a Junta do PS concretizou querendo os louros só para si. Até parece que a terra é deles. Ao não informar a população da data do agendamento, soube a população de tal distinção através da Rádio Vizela – a eles, o meu (nosso) muito obrigada pela informação.E agora, o que ganhamos ou perdemos?- Pelo que diziam, era preferível sermos uma freguesia boa do que uma vila fraca (palavras da Junta PS) e agora, isto traz mais responsabilidades? A ver vamos…- Aquele arruamento da Sra. Da Livração, da Rua da Manguela, da Rua do Falcão… parece da idade do ferro…- A tão falada estrada de Paradela que já leva muitos anos de prometida- A piscina que já tivemos. Era particular mas tínhamos.- A falta de um programa cultural a começar pelo ensinamento de música, é que o futuro vem aí a frente.- E os saneamentos? Mas a preços justos. E a água? É que já ninguém confia na água que tem nos poços.Mas ainda há muito mais, muito mais…

Manuel Fernando Carneiro da Cunha

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Poder TriPartido

Vera SilvaDeputada da CDU na Assembleia

Municipal

Até à hora do fecho da edição não foi recebido o texto do Partido Socialista( )

Este espaço é destinado aos partidos com representação na Assembleia Municipal

Caros leitores

Mais uma vez venho junto de vós expor o que entendo ser necessário para uma com-preensão clara do que é a CDU e os interesses que defende uti-lizando, tanto quanto possível, uma linguagem simples, clara e objectiva. Foi-me entregue a responsabilidade de utilizar o espaço que o Santo Tirso hoje concede à CDU enquanto sua representante na Assembleia Municipal, tarefa que tento cumprir com humildade e clareza. Já me acusaram de falta de agressividade nos meus textos mas enquanto for minha, esta responsabilidade, o tom não será alterado.

A coincidência ou não da data das eleições autárqui-cas e legislativas foi motivo de preocupação e discordância entre as várias forças concor-rentes. Segundo o nosso ponto de vista imperou o bom senso

ao serem marcadas em datas diferentes o que possibilita um melhor esclarecimento aos votantes do que se trata em cada uma delas. Daqui ressalta um pormenor interessante por parte de quem defendia a ne-cessidade de fazer poupança dado estarmos a atravessar uma grande crise com desem-prego, pobreza, falta de infra-estruturas, acessibilidades do terceiro mundo, assistência médica caótica, ensino sem professores e professores sem ensino e por aí adiante.

Mas onde falta o dinheiro? Aos ditos grandes partidos, onde se encontra o que queria poupar fazendo coincidir as duas eleições, não é com certeza!

Entendemos escandaloso, para não dizer criminoso, o que vemos no que respeita a publi-cidade. Quanto não custam os outdoors espalhados por todos os cantos? Somos pobres ou

ricos? Olhando para o viver das maiorias somos muito pobres. Olhando para os outdoors somos super ricos. É no mínimo uma falta de vergonha e respeito por quem nada tem. Que estes tirem as conclusões lógicas é o que esperamos…

Um outro assunto que queremos aqui trazer é o que se passa com a cobrança da taxa do saneamento e resíduos sólidos que até agora eram cobradas por uma empresa e passaram a sê-lo directamente pelos Serviços Municipalizados. Nada temos a opor a esta alteração, pelo contrário, con-cordamos, só uma coisa é que não podemos aceitar que é o que se passa com o pagamento das facturas por débitos directos ou por multibanco. Ao receber a factura estranhamos o porquê de ela não ser liquidada de acordo com as instruções expressas para este fim.

Dirigimo-nos ao balcão

indicado na nova factura já munidos do NIB bancário para

procedermos a novas in-struções. Qual não é o nosso espanto depois de nos deslo-carmos durante a hora de expe-diente, muito complicado para quem trabalha, além dos custos que isso comporta, ao não nos darem uma explicação razoável para o sucedido como nos infor-marem que não podiam receber instruções para pagamento por débito directo. “Talvez da próxima vez já seja possível” - responderam-nos.

Como é possível isto acontecer no fim da 1ª década do 3º milénio do nosso cal-endário? Tanta publicidade cara tantos jantares e passeios e não se consegue um programa que facilite quem tem de pagar as suas taxas? Esta administração tem mesmo de mudar!

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Dúvidas e Perguntas informáticas:

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17 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

Poder TriPartido

Uma Sessão na Assembleia Municipal

No passado dia 30 de Junho ocorreu mais uma Sessão Ordinária da Assembleia Municipal com 7 pontos de ordem de trabalhos previstos e realiza-dos e sendo Sessão Ordinária houve lugar ao Período Antes da Ordem do Dia (PAOD).

Desde já, caras leitoras e leitores, foi das sessões mais rápidas e mais calmas que vi nos últimos 4 anos.

Como sabem, a “organiza-ção das autarquias locais com-preende uma Assembleia dotada de poderes deliberativos e um órgão executivo colegial perante ela responsável”, sendo que a Assembleia Municipal “é o órgão deliberativo do Município e é con-stituída por membros eleitos di-rectamente em número superior

ao dos presidentes das juntas de freguesia que a integram”, sendo que tal vem descrito nos artigos 239º e 251º da Constituição da República Portuguesa. Assim, a Assembleia Municipal é o órgão fiscalizador, por natureza, do órgão executivo que é a Câmara Municipal.

No nosso Município a maioria parlamentar (e tendo em conta o número de presidentes de Junta de Freguesia eleitos) tem perten-cido ao Partido Socialista, sendo que é muito difícil fazer oposição, pois por ideias que se tenham e que se possam propor, normal-mente, por serem iniciativas que não vêm do lado do poder são lit-eralmente chumbadas.

Ora, no PAOD, nesta vez tivemos duas intervenções, as duas vieram da nossa bancada.

Começou por intervir o deputado municipal Alírio Canceles que se referiu a um estudo efectuado pelo INTEC (Instituto de Tecnologia Comportamental) e respeitante ao ano 2008, em que referiu que a Câmara Municipal de Santo Tirso, com o dinheiro de todos os seus contribuintes, resolveu gastar mais de 20.000 € num estudo promovido por essa entidade, que envolveu somente 20 dos 308 municípios existentes em Portugal sob o lema “ Os melhores municípios para viver”. Efectivamente nem faz sentido propagandearem por esse preço, ainda por cima somente nos com-parando a outros 19 municípios. Mesmo assim, nesse ranking de 20, no campo da saúde ficamos por um 9º lugar e no que respeita à Diversidade, ao Turismo, Cultura, Ambiente, Tolerância e

Segurança nem nos melhores 10 (leia-se de 20) aparecemos! No entanto quiseram passar a imagem que estamos no topo do mundo junto da imprensa local (com publicidade paga).

O Presidente do nosso executivo municipal, presente nesta Assembleia Municipal e com direito a responder deu como resposta: nenhuma.

A seguir falou o Presidente da Junta de Freguesia da Vila das Aves, Carlos Valente, referindo-se a duas situações concretas passadas na sua freguesia: uma deliberação do executivo camarário de 14 de Outubro de 1999 numa atribuição de um subsídio à Junta Freguesia local sobre a Quinta dos Pinheiros e que nunca e em tempo algum chegaram a receber (diga-se que Carlos Valente tem sido incan-sável a defender os interesses dos avenses). Uma outra, e para espanto nosso, referiu-se a uma visita oficial do Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso à freguesia da Vila das Aves, no passado dia 02 de Junho, e em que a Junta de Freguesia da Vila das Aves nem foi convidada, nem tem conhecimento. Compreendemos que por vezes as pessoas possam ter diferenças, mas são das mais elementares regras da boa educação política (quer se goste ou não) que numa visita oficial do Presidente da Câmara Municipal, obrigatoriamente a Junta de Freguesia tem que ter conhecimento. Noblaisse oblige!!!

A resposta dada pela Câmara Municipal a este legítimo repre-sentante do povo: nenhuma.

Bom, entramos na ordem do dia e dos 7 pontos da ordem de

trabalhos, 5 foram de votação directa, sendo que 4 foram aprovados por unanimidade e 1 por maioria dos deputados presentes. Ou seja, afinal também há pessoas que pensam no bem da terra, além de quem está no poder, pois se votam favoravelmente é porque acreditam na bondade das propostas. Destaquemos três que foram levadas a votação nesta Assembleia Municipal.

A primeira já tinha sido levada a uma outra sessão da AM, e merece-nos a todos consider-ação, pois trata-se de aprovação da desafectação do domínio público municipal de uma área de terreno de 2.571 m2, na rua do Picoto, na nossa freguesia de Santo Tirso para a construção da nova Esquadra da PSP.

Outro ponto da ordem de trabalhos que queremos destacar foi na aprovação/ratificação da não actualização e redução em 15% das taxas de ocupação de terrado na feira semana de Santo Tirso, embora previamente a aprovarmos esta proposta, ques-tionamos a Câmara Municipal acerca da dívida ao Município existente pelos feirantes actual-mente, pois muitas dificuldades deverão ter com toda a crise que envolve esta nossa região. E que com a mudança da feira semanal de Santo Tirso para outro local, que consequências directas existirão para esses mesmos feirantes? Não será esta proposta um simples remendo, quando se deveria repensar e agir o comércio como um todo?

Todos compreendemos, no entanto, o espírito desta proposta, o Presidente do executivo municipal também nos respondeu

(embora não nos tenha dado o melhor esclarecimento) e a proposta foi aprovada.

Por fim, a destacar a aprovação por maioria, do Protocolo celebrado entre a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Refojos tendo como objecto a gestão, conservação, reparação e limpeza do cemitério localizado naquela freguesia, isto é, delegaram-se competên-cias numa Junta de Freguesia. Completamente de acordo.

O raciocínio é este: preten-demos cada vez mais delegar competências nos Municípios, pois estes melhores que ninguém, sabem gerir os inter-esses das suas gentes, estão mais próximos das pessoas. Ora, também deveria o executivo municipal de Santo Tirso es-tabelecer regras de parceria, sólidas, contínuas e transpar-entes (ditos Protocolos), sem poderes arbitrários (pois ao não fazê-lo, quem são preju-dicados não são as Juntas Freguesia, mas as pessoas que habitam nas respectivas freguesias) com todas as 24 freguesias do nosso Concelho. Ainda não entendo (a título de exemplo) porque não fizeram um Protocolo como este com a Junta de Freguesia de São Martinho do Campo?

Mais que intenções e projectos, a acção e compreen-são fazem-se na gestão diária das autarquias. E não queiramos à última da hora apresentar 1001 projectos que nunca saberemos se ficarão somente nesse papel das intenções.

A ver vamos...

José Pedro MirandaDeputado do PSD na Assembleia Municipal

Olho na Câmara Revele o seu olhar crítico.Envie as suas imagens para [email protected]

Câmara “ÀS ARANHAS”

Exmº senhores

Resido na Avª São Rosendo, e continua espantado com o desnorte

que reina nos nossos serviços Camarários a propósito da

demolição de parte do edifício do Cineteatro, que passo a explicar:

Fase 1 – A Câmara suprimiu o passeio

Fase 2 – A propósito da noticia do santo Tirso hoje, a Câmara repôs

o passeio usando para o efeito madeira de qualidade duvidosa que

acabou por também colocar em perigo os transeuntes

Fase 3 – A Câmara retirou a madeira e colocou grades de

protecção lateral

E eu pergunto, com tantos engenheiros e arquitectos, é assim tão

difícil encontrar uma solução para um problema tão simples?

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA18 santo tirsohoje

Opinião Pública

Um dos mais destacados membros da banda do Grémio Artístico Thyrsense era o hábil clar-inista António Joaquim Carneiro, o “MARIANITA”.

Com seus filhos foi um dos melhores executantes da banda, onde tocaram, além de outros, o “Mestrinho” e o “Corcunda”.

O Grémio funcionou durante trinta anos no edifício onde actual-mente está a Auto-Ras Pneus, na praça Conde de S. Bento. Andava em construção, este edifício, em 1893 e deveria ter gabinete de leitura com os melhores jornais portugueses e estrangeiros.

Em 5 de Julho de 1903, aquela banda fundiu-se com os Bombeiros que se transferiram, então, para esse edifício, vindos da rua lateral.

A banda do Grémio deu muitos concertos nos coretos das praças e a Câmara alugava cadeiras ou “poisos”, em dias de música, a 30 reis por cabeça, debaixo de muitas críticas: “Neste marchar nada nos surpreende se amanhã virmos pelas esquinas, à imitação das caixinhas das almas, umas caixinhas com um dístico, im-plorando da caridade pública uma esmolinha para ajudas das despesas do concelho ou para pagar aos padeiros qualquer for-necimento de rosca eleitoral.”

A vida, em Santo Tirso, foi sempre de uma pacatez impres-sionante. Qualquer pequeno distúrbio fazia com que os

tirsenses ansiassem pelo relego da normalidade.

Deram-se uns tiritos nos outeiros marginais ao rio Ave, durante as lutas liberais. As feiras francas anuais, realizadas em dias festivos, conseguiram, muitas vezes, ultrapassar em brilho os rotineiros mercados semanais, porque o povo costumava sortir-se para o ano todo de tecidos e outros bens não perecíveis. Durante a vida do Conde reali-zaram-se umas festas a S. Bento que trouxeram à vila milhares de forasteiros, alguns tripulando um balão. Certos carnavais tirsenses tiveram renome por todo o norte do país. Os bailes de Verão da Casa de Chá quase chegaram a fazer furor, mas foram fogo-fátuo.

O que os tirsenses sempre gostaram foi de se juntar, em pequenos grupos, cavaque-ando. Poderiam ter usado a célebre alfaia do marceneiro, mas no botequim do Friães, com bilhares e loja de barbeiro, no café Aurora e no Progresso, no salão dos bombeiros, na farmácia do Alexandrino, no Jacinto Ferreira, à porta da Marizé, na pensão da Sê Laurinda, no Silveira, no Rato ou no Caroço, sempre se juntaram brigadas de conversadores.

Os homens que privilegiassem o “tufa-tufa béu-béu” demanda-vam outras paragens: em Santo Tirso, chegou a haver vinte e seis tabernas!

Até a oficina do macanjo

Alberto Marianita, durante anos, reunia alguns rapazes divertidos.

«Havia uma revista em que entrava o Alberto Marianita. Esse era um sapateiro onde é a casa Paciência, na Praça Camilo Castelo Branco», contaram.

«Ali, eram tudo casas térreas até à casa que era da nossa prima Rosa Cruz que está muito em ruínas. Eram tudo casas baixas de rés-do-chão e ele morava mesmo no lugar onde está essa casa Paciência.»

«Era um sapateiro que era “chapa ganha chapa batida”.»

«Ele – o Marianita – fazia anos todas as quartas-feiras.

– Eu faço anos todas as quartas feiras. Nasci no dia da feira de Famalicão, dizia.

Deitava meias solas e, para ir buscar as meias solas ao Fontes, calçava os sapatos do freguês. Ia, tirava um sapato do pé, tirava a medida da sola, a altura de botar meias solas e a vida dele era aquela.

Tinha piadas muito boas e como ele tinha piadas muito boas, o nosso primo saía do escritório e ia para ali, onde passava o tempo.

Às vezes chegava lá um tipo, batia à porta – ele estava a trabalhar – e chegava lá um pobre e ele começava logo com esta piada:

– Quanto é que está aí?– É um pobrinho velho. (É

natural que sendo popular à época pronunciar “emprovecer” no sítio de empobrecer, também não admira que a visita tenha proferido “provinho” velho, ou, melhor, “probinho”!).

- Beba novo, seu sacana! – trovejou o da sovela. O dar dói e o chorar faz ranho!

O pobre ouvia aquilo e punha-se a mexer.

Há quem diga que a locali-dade de Provesende, no concelho de Sabrosa, teve o seu nome originado da corruptela de pobre em «prove».

«Uma ocasião qualquer havia o capitão Salvador Guimarães, que era o mestre da música de Infantaria 6, veio para aí e tomou conta da confraria dos Senhor dos Passos e, como não tinha que fazer, pegava no livro debaixo do braço e ia fazer a cobrança dos irmãos do Senhor dos Passos… acho que se descobria ao passar pelas alminhas e ajoelhava às cruzes que encontrava nas veredas.»

O primo e os amigos estavam lá, na oficina do bate-solas e ele entrou e:

– Boa tarde, mestre.É que esse Alberto Marianita

também era músico, tocava clarinete.

– Boa tarde, senhor capitão. Como passou?

– O senhor não é irmão do Senhor dos Passos?

– Não, eu sou irmão do Carlos e da Carolina.

– Ó mestre, é que eu venho cobrar.

– Mas a mim não. Cobre a quem quiser. Eu só tenho o Carlos e a Carolina e mais nenhum irmão.

Isto era constantemente. Uma ocasião o Cândido

Rocha, pai, que sofria muito dos calos, usava sempre umas botas de chagrin pelas quais tinha uma estimação medonha:

– Ó mestre! Vê lá, não me estragues as botas!

– Ó sr. Rocha, por amor de Deus, eu vou já buscar as solas.

– Olha que eu tenho um bocadinho de pressa delas, porque eu tenho aqui umas, mas são novas – comprava sempre

aquilo no Porto – mas são novas e estão a magoar-me.

– Pronto, pronto, senhor Rocha, de caminho pego nelas.

O riso do primo, como ele o mordesse entre os beiços, reben-tou-lhe pelos narizes… estúpido espirro que quase ia desmas-cará-los frente ao Cândido. Eles punham-se muito sérios e, lá dentro, recomeçava a risota.

– Vê lá as botas – ainda juntou o sr. Rocha.

– Amanhã está pronto, senhor.Mas o sr. Rocha tinha mais

dois pares de sapatos.– Bem te entendo, mas não

tenho copas! Tu tens muito dinheiro e tens muito calçado – cacarejou o artista. – Amanhã, amanhã! – gritou a ponto de ser ouvido pelo cliente.

O Alberto Marianita, que tinha acabado de acepilhar meias solas d’oitro, calçou as botas do Cândido Rocha para ir pelas solas ao Fontes.

«O Cândido Rocha entrou pela porta dentro – nunca me posso esquecer, eram 3 horas e meia da tarde… isto num Sábado… – entrou pela porta dentro a dizer que queria as botas porque ao outro dia tinha um casamento, que queria as botas.»

– Ó mestre, já estão prontas as minhas botas?

– Anda-se com elas, senhor Rocha, anda-se com elas, anda-se com elas. Esteja descansado, senhor Rocha, hoje ainda descalço as botinhas na sua casa.

«Eles dizem que passavam lá bocadinhos, mas bocadinhos agradáveis.»

_Amarí[email protected]

Interlúdio V

ANDA-SE COM ELAS, SR. ROCHA. ANDA-SE COM ELAS!

No âmbito da prestação das informações mais relevantes da actividade municipal no período compreendido entre 9 de Abril 17 de Junho, o Presidente da Câmara Municipal foi muito poupado nas palavras. Relativamente ao que qualificou como sendo “o essencial do que aconteceu na actividade autárquica” nesse período de tempo, Castro Fernandes limitou-se a apresen-tar à Assembleia Municipal uma listagem das medalhas de Honra, Mérito e Dedicação Municipal que decidiu atribuir, bem como, os subsídios a algumas Juntas de Freguesia e outras entidades públicas municipais.

Será apenas isto “o essencial do que aconteceu na actividade autárquica”?

Será apenas isto o “temos OBRA!” que tanto apregoa?

É difícil de acreditar, mas se é Castro Fernandes quem o afirma…sou forçado a concluir que este Presidente de Câmara sai muito caro aos munícipes!

Será que a restante activi-dade camarária relevante esteve de férias? Terá ficado contagiada pela ressaca do partido socialista face ao desaire que sofreu nas eleições europeias?

Não, Castro Fernandes quis ensaiar um período de gestão do silêncio preparando os próximos actos eleitorais.

Foram deliberadamente ignoradas e afastadas do debate, matérias incómodas à gestão presidencialista da câmara.

Tendo sido suscitados pedidos de informação sobre a restante actividade municipal, no período de tempo em análise, não conseg-uimos obter mais do que silêncios

comprometedores ou respostas evasivas.

Denunciamos e repudiamos, mais uma vez, esta situação, porque entendemos que não nos podemos demitir do papel fiscali-zador da actividade municipal que nos compete.

Em detrimento da Assembleia Municipal, o Presidente da Câmara está a reforçar a utili-zação de outros métodos, mais dispendiosos e duvidosos, para informar, selectivamente, as suas decisões políticas e a forma como gere (mal) os destinos da autarquia.

_ José Manuel MachadoDeputado na Assembleia Municipal eleito na

lista do PPD/PSD

Envie as suas opiniõespara a seguinte morada:

EditirsoRua de Cedofeita, Loja 34795-460 S. Martinho do Campo

Ou por email para:

[email protected]

Pontos de VistaAssembleia Municipal de Santo Tirso - 30 de Junho 2009

Silêncios Comprometedores e Omissões Estranhas

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19 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

Opinião Pública

Afonso Henriques Herdeiro do Condado

Afonso Henriques mais tarde Rei de Portugal começou por herdeiro do condado, tendo obtido o cognome de “O Conquistador” e foi um monarca que deu marcas na vida de bem governar o território “Estado” português há nove séculos atrás que se completam em Agosto próximo. Homem inteligente e ousado, astuto e aventureiro, vitorioso e conhecedor do travo amargo da derrota foi hábil negocia-dor. Foi o edificador do estado mais velho da Europa. Sem dúvida um monarca que deixou marcas na história e no país.

Dizem que teve algumas divergências com a mãe mas nem tudo que se diz pode ser verdade.

O Direito de Voto da Mulher em Portugal

Em Março de 1911 foi promulgada a Lei Eleitoral onde era in-stituído o voto e reconhecido apenas a cidadãos portugueses com mais de 21 anos e que soubessem ler, escrever, e fossem chefes de família, o que quer dizer que a mulher ficaria sem o direito de voto.

A 28 de Maio desse ano realiza-se eleições para a Assembleia Nacional Constituinte e valendo-se da omissão da legalidade sobre sexo e chefe de família, a médica cirurgiã Beatriz Ângelo (1877-1911) defendeu o direito a votar, invocando a sua qualidade de chefe de família, uma vez que era viúva e mãe de uma filha.

A lei não previa que o chefe de família fosse uma mulher e como tal Beatriz votou e no ano seguinte a lei foi alterada e especi-ficando que o chefe de família era do sexo masculino e poder votar. Democracias escuras que só deu direito de voto à mulher a partir de 1931.

Em pé de igualdade só viu os seus direitos em 1976 iguais ao homem.

Ter esta relíquia dos primeiros tempos a voto em colecção é sem dúvida uma raridade no coleccionismo português.

_Luís Araújo

Concurso de Montras

Muita gente vem ás festas da cidade e acompanha todo o programa das Festa de S. Bento e o concurso de Montras mas o que não sabem é quem foi o fundador do concurso.

Luís Araújo entendendo que nas outras cidades havia os concursos de montras e nós por cá nada tínhamos nesse campo, optou por levar a efeito o primeiro concurso. Nos anos seguintes, a pedido de entidades das festas passou os direitos para a comissão que passou a gerir o tema esquecendo-se o seu fundador. Uma injustiça, pois o nome de Luís Araújo está ligado ás Montras em Santo Tirso nas Festas de S. Bento, justiça é justiça.

O SILÊNCIO, NUNCA !

A democracia permite, que, no acto de votar, se faça uma revolução. A revolução silenciosa e pacífica, mas que muda, que pode mudar tudo.No acto de votar, nenhum constrangimento, nenhum medo, nos condiciona.No resultado, nenhum risco de perseguição, para quem votou.É a liberdade do acto secreto. A liberdade, reconhecida na dignidade do acto de escolha. A liberdade de ser. Depois, há outra liberdade - a liberdade de fazer.É preciso que nos reconheçam a nossa liberdade de ser. Mas essa dignidade só se cumpre, quando nos deixam fazer, realizar, cumprir o nosso sonho, a nossa missão. Ora, é ao poder que devemos exigir condições para cumprir a nossa missão pessoal, com o emprego, a casa, a família, a realização pessoal. Se falha o emprego, a casa, a família, a realização pessoal, falha o poder. Para isso, temos de ter opinião. Temos de exigir. Temos de ter condições.

Por isso, toda a liberdade é pouca. Porque só na liberdade se cumpre a missão de cada um.E a liberdade conquista-se, exigindo condições ao poder. Se o poder as não sabe dar, é porque não sabe ser poder e não pode ser poder.

Temos de falar ! Não podemos admitir alguém ou algum poder, que não respeita a liberdade e a democracia.Ou que não respeita os direitos. Ou que se rodeia de quem não sabe respeitar os direitos.Ou que tolera colaboradores que não apresentam soluções e se limitam a levantar problemas.Indiferentes aos direitos dos cidadãos, aos dramas pessoais, ao sofrimento, que provocam.Temos de falar, sempre ! Mesmo que se neguem a escutar, ou finjam não ouvir, devemos falar.Se a resposta dos que devem escutar, for o silêncio, então, devemos falar, ainda mais.Se eles não quiserem ouvir, devemos falar mais alto. Mas o silêncio, nunca!

O poder é do povo e da lei. A lei não é monopólio de ninguém, nem de nenhum partidoÉ preciso falar. Falar sem medo, falar abertamente, dizer o que se pensa e o que se quer.É preciso saber usar a liberdade. A liberdade não é só que nos deixem ser. É, também, que nos deixem fazer.Temos de exigir do poder, para cada problema, uma solução.Se só sabem levantar problemas, nós temos as soluções.

Queremos, do poder, o saber que produz o bem comum. Há os que querem o seu bem, mesmo contra o bem comum. Há os que querem o seu bem, contra o bem, seja de quem for. Nós, queremos que todos sejam tratados da mesma maneira, sem incompetência ou demência.Nós queremos o bem de todos. Somos democratas. Somos pela igualdade de direitos.

É a hora do pensamento e da acção, da afirmação dos homens livres.É a hora dos líderes nas ideias, nos projectos e no entendimento da liberdade.É a hora do povo, no saber, na escolha, na prática da liberdade.É a hora da democracia e do respeito pelos direitos de cada umÉ a hora de cada um de nós perguntar - : que posso fazer pela minha terra ? A resposta é - : Votar ! Que votem os descontentes, os desempregados, os pais que querem melhor para os seus filhos, os avós que querem mais para os seus netos, os que perderam a esperança, mas não perderam a dignidade de ser.

Que, nunca mais, o poder seja mais poder que direito.Que, nunca mais, o poder seja o medo, o desemprego, o empobrecimento, a ruína para alguém.É a hora de se cumprir a democracia. È a hora das soluções, em vez dos problemas.

Em cada cidadão, um homem livre.Em cada gesto, um passo de humanidade.

_Fernando Pires de Lima

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA20 santo tirsohoje

Desporto

GCST conquista três medalhas nos Campeonatos Regionais de Infantis

Tiago Coelho sagrou-se Vice-Campeão Regional nos 200 m Bruços

Decorreram no passado fim-de-semana, de 3 a 5 de Julho, na Piscina Municipal de Campanhã (Porto), os Campeonatos Regionais de Infantis, nos quais o Ginásio Clube de Santo Tirso se fez representar pelos atletas Ana Paula Araújo, Duarte Magalhães Pinto, João Pedro Barroso, Miguel Filipe Pinto e Tiago Sobral Coelho.

O destaque principal vai para o atleta Tiago Sobral Coelho que, além de se sagrar Vice-Campeão Regional aos 200 m Bruços, subiu, ainda, ao terceiro lugar do pódio nas provas de 200 m Estilos e de 100 m livres, terminando na quarta posição as provas de 100 m Mariposa e 400 m Estilos. Também os atletas João Pedro Barroso e Miguel Filipe Pinto estiveram muito próximos de um lugar no pódio em algumas das suas provas. Todos os atletas mostraram desenvolvimentos muito positivos, com melhorias significativas dos seus melhores tempos, contribuindo para o sucesso da participação do GCST nestas provas.

Os resultados completos e várias análises mais detalhadas destes Campeonatos estão disponíveis no site da Natação do GCST em http://gcstnatacao.wordpress.com.

Recorde-se que os Campeonatos Nacionais de Infantis realizar-se-ão em São João da Madeira, de 24 a 26 de Julho. Estas constituem a última prova desta época sendo que os atletas João Pedro Barroso e Tiago Sobral Coelho conseguiram obter Tempos de Acesso, tendo nalgumas provas aspirações legítimas a posições de destaque.

Parabéns a todos pelas evoluções tidas ao longo desta época, e boa sorte aos dois atletas que representarão o GCST nos Campeonatos Nacionais!

_Fernando Vale/GCST

NATAÇÃO

Adeus “Lobo”

No passado dia 01 de Julho de 2009 faleceu o Sr. Francisco Silva, mais conhecido nas lides futebolísticas como LOBO. Foi Director da Associação Recreativa de São Martinho, fez parte da 1ª Equipa da A.R.São Martinho, inscrita pela 1ª vez na Época 1964/1965 no 1º Campeonato de Amadores da A. F. PORTO, e que se sagrou CAMPEÃO, naquela que foi a 1ª Equipa Campeã dos Campeonatos de Amadores da A.F.PORTO.

Deus lhe dê um eterno descanso.

_Edmundo CostaSócio nº 163

Francisco Silva - sexto a contar da esquerda (de joelhos)

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21 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

DesportoNATAÇÃO

Ginásio Clube de Santo Tirso alcança 6 pódios nos Campeonatos Regionais Juvenis/Absolutos

Estafeta feminina Vice-Campeã Regional nas provas de 4x50m Livres e 4x50m Estilos

A Piscina Municipal de Famalicão foi palco dos Campeonatos Regionais de Juvenis/Absolutos PL, que decorreram de 25 a 28 de Junho, e nos quais o GCST se fez representar por 8 atletas.

Os principais destaques vão para os dois títulos de Vice-Campeãs Regionais Absolutos conquistados pela Equipa feminina (Helena José, Maria José, Mariana Almeida e Rute Teixeira), nas estafetas de 4x50 m Livres e 4x50 m Estilos. Também a atleta Mariana Almeida se sagrou individualmente Vice-Campeã Regional Absolutos na prova dos 100 m Livres, tendo ainda subido ao terceiro lugar do pódio por três vezes, nas provas dos 50 m Livres, 50 m Bruços e 100 m Bruços. Para além das atletas já referidas, participaram também nestes Campeonatos as atletas Ana Lírio, Maria Oliveira, Mónica Coelho e Sara Pinto, todas com participações positivas. Os resultados completos e várias análises mais detalhadas destes Campeonatos estão disponíveis no site da Natação do GCST em http://gcstnatacao.wordpress.com.

Também de realçar que a Estafeta feminina conseguiu obter Tempo de Admissão aos Campeonatos Nacionais (TAC) na Estafeta de 4×50 m Livres, juntando-se à Mariana Almeida que já havia alcançado TAC a várias provas individuais. Assim sendo, teremos este ano a maior presença do GCST em Campeonatos Nacionais Juvenis/Absolutos PL, que, esta época, se irão realizar de 18 a 21 de Julho na Piscina Municipal de Faro. Parabéns!

_Fernando Vale/GCST

CONSTRUIR É DIFICIL, DESTRUIR É FACIL!

“Campo de futebol em relva sintética”QCA III – MEDIDA 3.10 DESPORTO

É incompreensível que, neste país, casos destes ainda se passem e com frequência.

O Coordenador Nacional do Desporto e o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto emperram a obra, já aprovada e ratificada em 14 de Março de 2007, deixando a UNIÃO DESPORTIVA E SOCIAL DE RORIZ de mãos atadas, face aos compromissos assumidos.

A obra orçada em cerca de um milhão e trezentos mil euros, que tinha apoio comunitário de quinhentos mil euros, poderá ficar agora na gaveta, prejudicando uma Associação do Vale do Ave, onde impera o desemprego, a crise social, a droga e a falta de espaços de lazer para a juventude e para a população em geral ocupar os seus tempos livres.

Nem mesmo com o reconhecimento da Instituição de Utilidade Pública e posteriormente, Instituição Particular de Solidariedade Social “IPPS”, viu esta Associação reconhecidos os mais altos valores e sacrifícios efectuados para atingir os seus objectivos. Recebemos a comunicação (não escrita) da sua exclusão definitiva, no passado dia 29 de Junho de 2009, pelas 18.30 horas (o fecho em Portugal para a QCA III é 30 de Junho de 2009) aos apoios comunitários e outros, somente e tão só por passarmos a ser uma IPPS, quando na candidatura efectuada, se lê em categorias de beneficiários: “Associações sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública” e objectivos: “Contribuir para a inserção e integração sociais nomeadamente das minorias éticas e sociais; promover e desenvolver o deporto enquanto valor de melhoria da qualidade de vida das populações; generalizar a possibilidade do acesso à prática desportiva”

Quem andaremos a enganar? Quem nos quer enganar? O porquê desta situação, quando corremos mundos e fundos para conseguir a tão desejada obra com dimensão local e regional, perdendo-se com isto investimento de fundos comunitários.

De batalha em batalha, conseguimos que instituições oficiais emitissem diversos pareceres jurídicos, todos favoráveis à nossa causa, ou seja, é-nos dada razão mas por vontade de um qualquer arquitecto e de um Senhor Secretário de Estado que alinhou e nos retirou o que é nosso por direito próprio!

Quem sairá beneficiado, no meio disto tudo?

Perante tudo isto, uma certeza temos, que perdeu Portugal investimento comunitário, que perdeu o Concelho de Santo Tirso, que perdeu a Freguesia de Roriz e que perdeu de uma forma clara a Juventude e o Apoio Escolar envolvente.

Aguarda-se respostas, pois foi já intentada no Tribunal uma Providência Cautelar para repor o que é de direito e pertença desta Associação.

O Vice-Presidente da UDSRoriz

Isaque José M. Rodrigues

NOTA: Estranhamos o silêncio e a falta de empenhamento da Junta de Freguesia de Roriz e da Câmara Municipal de Santo Tirso, na pessoa dos seus Presidentes - Jorge Leal e o Engº Castro Fernandes na defesa de tão importante OBRA.

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| 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA22 santo tirsohoje

PassatemposSudoku

As ideias são como as pulgas, saltam de uns para os outros, mas não picam a todos.

Bernard Shaw“Ken Ken

Como Jogar

As regras para jogar KenKen são bastante simples:Para um enigma 4x4, preencher com os números de 1 a 4. Não repita o mesmo número em qualquer linha ou coluna.Os números em cada conjunto fortemente delineadas de quadrados, chamada gaiolas, devem combinar (em qualquer ordem) para produzir o alvo número no canto superior da gaiola usando a operação

Aconteceu a 8 de Julho

Pen

sam

ento

A 8 de Julho de 1497 partia a expedição liderada por Vasco da Gama, que viria a descobrir o caminho marítimo para a Índia.

O projecto do caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II. Tinha por objectivo a redução de custos das trocas comerciais com a Ásia e monopolizar o comércio das especiarias.A expedição foi ordenada já no reinado de D. Manuel I, sucessor de D. João II, mantendo-se o plano original.

A armada de Vasco da Gama era composta por três naus – São Gabriel, São Rafael e Bérrio - e um navio de mantimentos com provisões para três anos - biscoitos, feijão, carnes secas, vinho, farinha, azeite, salmoura e artigos de botica.

A nau São Rafael era comandada por Paulo da Gama, irmão de Vasco da Gama.

A expedição terminou a 12 de Julho de 1499 com a chegada da nau Bérrio ao Rio Tejo, comandada por Nicolau Coelho.

Vasco da Gama não acompanhou a chegada a Lisboa, tendo preferido ficar com seu irmão, gravemente doente, na Ilha Terceira.

Dos navios que formavam a armada apenas a São Rafael não regressou. Esta foi queimada por não haver tripulação capaz de a manobrar no regresso, consequência da morte de cerca de metade da tripulação devido a doenças, como o escorbuto.

matemática indicada.Gaiolas com apenas uma caixa devem ser preenchidas com o número alvo no canto superior.Um número pode ser repetido dentro de uma gaiola, desde que não se encontra na mesma linha ou coluna.

EMBRULHARUM

PRESENTEUSARCOMO

TOALHAFAZER

UMAVIÃO

...

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Santo Tirso “conVida” os jovens?

Sim 14%

Não 86%

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23 | 8 DE JULHO DE 2009 | ANO 0 N.º 6 | QUINZENÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITAsanto tirsohoje

Agrela Café AgrelenseCafé Antigo Café Europa Café Pica Pau Café São Pedro Mini-Mercado MoranguitoPadaria ArtesanalPão Quente Cruzeiro

Água LongaCafé Califórnia Café Maracana Café Snack Bar São Roque CRP de Água LongaMercearia Conde Pastelaria Pão Quente Trigo de Sonho LdaSupermercado MAG

Areias Café Cidade na AldeiaCafé DanijúCafé MoreiraCafé Vieira Cafetaria GenovaClínica Médico DentáriaELSANUSFoto MalheiroFutebol Club das CaldasPão Quente das CaldinhasPão Quente de AreiasPizzaria NoddyPosto Galp SandôpaTalho Ideia Favorita

Burgães Café Burganense Lda Café D´AvelhaCafé DavidsonCafé RamadaMercados AvelinoPosto da Cepsa

GuimareiMini-Mercado Oliveira

Lama Café Encontro Café Santo António Padaria Cafetaria Pão de Mel

Lamelas Café Primavera

Café Salgada Pão Quente Sonho Meu

Monte CórdovaAssociação Recreativa de CavanasBar JovemCafé GonçalvesCafé HortalCafé Juventude Café LoboCafé MaiaCafé Mercearia Moreira Café Restaurante MoreiraCafé Universal MadeilealMini-Mercado CarneiroMini-Mercado MeroucinhosPão Quente Panisilva Petisqueira Santa Luzia

RebordõesAssociação Recreativa de RebordõesCafé Bem Estar Café HermesCafé VergadelaMini-Mercado (Loja Nova)Pastelaria Pão Quente 5 TorresQuiosque M&MQuiosque Padrão

RefojosCafé Casa Gomes Café Salão Café São Cristovão

ReguengaCafé Castro Café Santa Maria Rancho Típico Sta Maria da Reguenga

RorizCafé Alberto Costa Café ArgolaCafé Central Café Chico Neves Café de FontãoCafé São JorgeCafé São Pedro Mini-Mercado Caldas

Santa Cristina do CoutoCafé BarrosCafé CostaCafé do Bairro Café Grilo Café PereiraCafé Quim D´AdegaCafé SafariCafé Snack Bar TarrioMina d´Água, café restaurante Lda

Mini-Mercado MerouçosPão Quente PantirPosto Galp (São Roque)

Santiago da CarreiraCafé Conde Café Pedra Azul Café Santiago O Nosso Café Posto BP

Santo TirsoBABBUS - Quiosque e PapelariaPosto Galp (Auto-reparadora Picoto)Posto RepsolQuiosque D. DinisQuiosque da Central de CamionagemQuiosque ManetaQuiosque MartinsQuiosque MascotinhaQuiosque UniversalQuisque e Café - Laços de CulturaQuiosque do CC Carvalhais

São Mamede de NegrelosCafé Brasil Café Casa de Pasto OlivalQuiosque Central + Café MeloSanto Sabor CaféSupermercado Elizabete Nunes

São Martinho do CampoCafé Beira RioCafé Francisco BessaCafé SuperstarCafé Rompante Café VenezaCasa Leão Quiosque AvenidaScamSnack Bar Restaurante Padernes

São Miguel do CoutoCafé São Miguel Mini-Mercado AndradeMini-Mercado Sâo RosendoPantirRicardo´s Café

São Salvador do Campo Marcearia AbreuPão Quente Doce Bela VistaPão Quente Maripão

São Tomé de Negrelos Associação Recreativa de NegrelosCafé Adeskavir Café das Pombinhas Café Devesa

Café Giovani Café Nova York Café Santo António Casa do Povo Rio Vizela Padaria São Tomé Pão Quente Bela Vista Papelaria FernandesSupermercado Matias

SequeiróAssociação Recreativa de SequeiróBar KinaCafé BouçasCafé LarCafé Ponto de EncontroCafé RegoPosto de Combustível (Top Tire)Quiosque A.M.

Vila das AvesCafé Europa Café LuvazimCafé Nova Geração Café Nunes Café PalácioCafé Snack-Bar Sampaio Café Santo André Café SenegalCafé Snack Bar P-1 Café Surpresa Café TrovadorElipaper - Papelaria e LivrariaPapelaria BelitaPapelaria CCPosto Combustível Alves BandeiraPosto Galp (T.F.Geste)Quiosque das AvesQuiosque PoldrãesQuiosque Troféu

VilarinhoCafé Brothers Café CarvalhoCafé LamelaCafé LareiraCafé Juventude Café Nova Geração Café Pastelaria 2000Café Soares Café Toca do LoboMercado Senhora da LivraçãoPão Quente Vila Boa Quiosque Pôr Do SolSede do Futebol Clube de VilarinhoSupercado Rompante

Avidos (Famalicão) Supermercado Sousa

Famalicão)Casa Carlos

santo tirsohojeESTES SÃO OS LOCAIS ONDE PODE ENCONTRAR O SEU JORNAL

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Sudoku Ken Ken

SOLUÇÕES (passatempos p.22)

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PSD APOSTA EM PAULO FERREIRAPARA A ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Alírio Canceles, presi-dente do PSD de Santo Tirso apresentou o Cabeça de Lista à Assembleia Municipal. Paulo Ferreira foi a escolha do partido para este desafio. A experiência política, autárquica e profissional do ex-presidente da CPS foram salientadas por Alírio Canceles, que manifestou o regozijo do PSD por “contar com um dos seus mais valiosos activos neste projecto” e que “conduzirá à vitória nas próximas eleições autárquicas”. Marco António, presidente da Comissão Politica Distrital, alinhou pela mesma tónica e lembrou o excelente trabalho desenvolvido por Paulo Ferreira enquanto subdirector da Segurança Social do Distrito do Porto. O Presidente distrital consi-derou Paulo Ferreira “um militante de eleição” e afirmou ter a certeza que “com Paulo Ferreira a candi-datura à Câmara ficará mais forte por isso mas capaz de derrotar o partido socialista” que acusou de “autismo, prepotência” e de ter conduzido “Santo Tirso para a cauda do desenvolvimento".

Por sua vez, João Abreu centrou a sua intervenção na ne-cessidade de uma liderança es-clarecida na Assembleia Municipal e da importância deste órgão na democracia participativa do concelho, deixando algumas críticas à forma como tem sido desrespeitada pelo actual poder socialista: “muitos membros da Assembleia são apenas vozes do pensamento da Câmara e do seu Presidente”. O candidato à Câmara apontou, ainda, Paulo

Ferreira, de quem foi colega no Instituto Nun’Alvres como “um homem com perfil, percurso e condições para assegurar uma nova postura de liderança na Assembleia Municipal”, realçando o seu amor à terra.

O candidato laranja aprovei-tou, de igual modo, a ocasião para acentuar as apostas da sua candidatura, elencando um conjunto de prioridades, à frente das quais está o emprego, através de uma séria aposta na revitali-zação e renovação do tecido in-dustrial, bem como a aposta forte na geração e atracção de micro-empresas. João Abreu salientou, ainda, a importância do reforço das condições de efectivo apoio social às famílias numerosas, carenciadas e às pessoas sem mobilidade, e ainda dos idosos, apontando a Unidade Móvel de Saúde, a Oficina Social, o Cartão do Idoso, o Arrendamento Jovem como iniciativas do seu programa.

Seguidamente, o candidato alertou para “a necessidade de olhar para o Turismo e

para a gestão integrada dos recursos existentes”. “Se temos montanha, rios, golfe, termas, boa comida, simpatia, monumen-tos, se estamos perto do Porto e do aeroporto, se estamos a 15 minutos de quase tudo, e não temos turistas, é porque algo vai muito mal no reino desta gestão socialista… Em 27 anos não con-seguiram devolver a Santo Tirso a marca turística que outrora teve”, declarou.

Dada a palavra ao candidato à AM, Paulo Ferreira, partilhou com os presentes as três razões que o “obrigaram” a aceitar este desafio: “orgulho de ser Tirsense; Serviço à Terra; Acreditar na Mudança”. E prosseguiu: “É que isto de ser Tirsense está-me no sangue para o bem e para o mal e é para toda a vida”

Num discurso incisivo e emotivo, Paulo Ferreira não poupou as palavras e apelou à mudança: “Não podemos passar a vida a dizer mal, a criticar sem propor soluções e sem actuar ac-tivamente na concretização das

mesmas.Todos os Tirsenses, sem excepção, estão fartos de ouvir que Santo Tirso parou no tempo; que Santo Tirso se encontra há muito tempo num estado de marasmo e estagnação profundo; que Santo Tirso é o campeão do desemprego a nível nacional; que Santo Tirso perde, ano após ano, importância económica no contexto português; que todos os dias fecham empresas em Santo Tirso, independentemente da sua dimensão, micro, pequenas, médias e grandes empresas; que não se instalam novas empresas em Santo Tirso por falta de diversos tipos de incentivos por parte do poder autárquico; que a população de Santo Tirso está envelhecida, que os jovens são obrigados a sair do concelho para estudarem, porque não há Ensino Superior, para trabalhar-em, porque não há emprego, até para se divertirem, porque não há cineteatro e outros equipamentos de recreio e lazer e o mais grave de tudo, para viverem, porque não encontram cá habitação barata; os

tirsenses estão fartos de ouvir que existe em Santo Tirso escassez de equipamentos sociais para as nossas crianças e idosos; que Santo Tirso perdeu competitivi-dade relativamente aos concelhos vizinhos com os consequentes reflexos negativos no nosso comércio tradicional, pratica-mente falido; que Santo Tirso tem desperdiçado as suas enormes potencialidades turísticas; que Santo Tirso perdeu a materni-dade onde eu nasci, as urgências médico-cirúrgicas, o Serviço de Finanças na Vila das Aves, a EDP, etc., etc., etc. BASTA!”. “…É que os Tirsenses gostam de Santo Tirso e querem continuar a viver cá. Não querem ter motivos para sair do concelho”, disse, ainda, Paulo Ferreira. O candidato dos “laranjas” à Assembleia Municipal finalizou a sua intervenção dizendo de forma clara “…porque, Caras Amigas e Caros Amigos, eu acredito na mudança, é preciso, a meu ver, merecer-se chegar ao poder e isto consegue-se quando

se tem as melhores ideias, os melhores projectos, as melhores medidas e as melhores propostas e eu acredito que as propostas do Dr. João Abreu, o nosso Candidato à Câmara Municipal são as mais adequadas para um Santo Tirso com futuro. Conheço o Dr. João Abreu há muitos anos. Fomos colegas de turma vários anos. É um homem sério e compe-tente e sei que tem as melhores propostas para o desenvolvimento do concelho”.

_RJ

A apresentação da candidatura contou com a presença de Marco António Costa, Trindade Vale e Virgílio Macedo, membros da direcção distrital do PSD. Num discurso carregado de emoção, Paulo Ferreira afirmou-se decidido a encetar uma mudança.

Autárquicas 2009