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Edição Diária 7256 | Salvador, quinta-feira, 20.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos
RESISTÊNCIA POPULAR
Demissões em série nos bancos.Mais de 10 milPágina 3
A luta dos trabalhadores contra o neoliberalismo continua. Hoje, os brasileiros voltam às ruas para protestar contra o estado de exceção no país.
A luta não paraEntre as pautas da manifestação, que em Salvador acontece às 15h, no Campo Grande, o Fora Temer, Diretas Já e repúdio à reforma da Previdência. Página 4
Governo Temer conspira contra o Estado democrático de direito. Uma política equivocada, que penaliza a população e beneficia apenas as elites
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 20.07.20172 CAIXA
Empresa tem de explicar processo de reestruturaçãorEDAçã[email protected]
joão ubaldo
Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933
O BANCÁRIO
Empregados cobram reunião
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e rafael Barreto - reg. SrTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
O CLIMA na Caixa é de indig-nação total. De surpresa, a di-reção da instituição financeira anunciou um novo processo de reestruturação. As medidas preveem o fechamento de 131 unidades internas e administra-tivas, o corte de mais de 5 mil empregados e perdas de função.
Diante do cenário desrespei-toso, a Comissão Executiva dos Empregados pressiona o banco
por negociação urgente. Mas, até o momento, não houve res-posta. A falta de diálogo fere, inclusive, o acordo aditivo, que consta que qualquer tipo de re-estruturação deve ser discutida com os bancários.
As mudanças foram infor-madas através de mensagem enviada pelo Conselho Dire-tor, na segunda-feira. A pre-visão, segundo o documento, é de que sejam finalizadas em março de 2018.
Além de fechar unidades e postos, a reestruturação deve reduzir o número de departa-mentos de 424 para 293 e pode tirar as gratificações de cerca de 500 bancários.
CONVÊNIODONADANY
Parceria firmada entre o Sindicato dos Bancários da Bahia e o res-taurante Donadany garante aos sindicalizados desconto de 10% no quilo do almoço. O estabelecimento oferece vantagens para os clientes que obtiverem peso do prato igual ou superior a 400 gramas. É garan-tido um refresco do dia ou uma Coca-Cola de 200 ml.
A Donadany fica na rua do Rosário, nº 6, Centro, ao lado do cursinho Universitário, telefones: 2137-2738 ou 99150-7348 (Whatsapp).
Gestores da Caixa em defesa do SindicatoALéM de acabar com os direitos dos cidadãos, a agenda neolibe-ral imposta pelo governo Temer quer destruir as formas de or-ganização dos trabalhadores. A intenção é clara. Deixar o indi-víduo sozinho para reivindicar aumento salarial, segurança, pa-gamento de horas extras, férias, melhores condições de trabalho.
Os sindicatos estão sob forte ataque, assim como a Justiça do Trabalho. Preocupados com a situação e os prejuízos causados pela reforma trabalhista, os gestores da Caixa participaram de reunião na AGECEF-BA
(Associação dos Gestores da Caixa), na terça-feira. A rede sindical dos bancários é referência em todo o país.
A categoria é a única com uma Convenção Coletiva de Trabalho Nacional. Graças ao poder de mobilização, garantiu nos últimos anos mais de 20% de aumento real nos pisos e ver-bas salariais e PLR.
O novo cenário exige muito mais unidade, com ações bem articuladas em conjunto. O alerta foi dado pelo presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO PARA DELEGA-DO SINDICAL NO BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A
O Sindicato dos Bancários da Bahia, CNPJ/MF sob nº 15.245.095-0001-80, com endereço na avenida Sete de Setembro, 1001, Mer-cês, Salvador, Bahia, CEP 40060-000, por seu presidente abaixo assinado, faz saber que no período de 21 a 29 de agosto de 2017, das 9h às 18h, nas Unidades do Banco do Nordeste do Brasil S/A da base territorial desta entidade, realizará eleição para o preen-chimento dos cargos de Delegado Sindical, gestão 2017 a 2018. As inscrições ocorrerão no período de 24 de julho de 2017 até às 18h do dia 7 de agosto de 2017 através do e-mail [email protected]. A eleição será direta e secreta, sendo eleito o candidato que obtiver o maior número de votos. Em caso de em-pate, será realizada nova eleição em 48 (quarenta e oito) horas en-tre os 2 (dois) candidatos mais votados e, persistindo o empate, será eleito o candidato com maior tempo de associado à entidade.
Salvador, Bahia, 18 de julho de 2017.
Augusto Sérgio Vasconcelos de OliveiraPresidente
Sindicato reforça, em reunião na AGECEF-BA, necessidade de unidade
o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 20.07.2017 3EMPREGO
Empresas investem ainda em planos de demissão. Só corterAFAEL BArrETo [email protected]
Pior. bNb e Caixa devem perder até 6,5 mil bancários
joão ubaldo
joão ubaldo
Bancos cortam 10.752 postos de trabalho
A LUTA pela igualdade sala-rial das mulheres ganha cada
O SISTEMA financeiro ataca os trabalhadores de todos os lados. Dentro das organiza-ções, o emprego está cada dia mais difícil. Pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Emprega-dos e Desempregados) revela que 10.752 postos de trabalho foram fechados apenas no pri-meiro semestre de 2017.
Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil tiveram saldo negativo de 6.030 vagas. A Cai-xa foi responsável por menos 4.429 postos, o maior número do setor bancário.
O pior é que o cenário que se avizinha é de mais des-monte. Bradesco, Banco do Nordeste e Caixa estão com planos de demissão em anda-mento. A expectativa é de que sejam cortados, só nos bancos públicos, cerca de 6,5 mil em-
Ação de bonificação de férias no BanebOS FUNCIONÁRIOS do extinto Baneb es-tão atentos ao proces-so de número 0141800-80.2001.5.05.0013, sobre a ação coletiva de boni-ficação de férias. Segun-do cálculos do Tribunal Regional do Trabalho, foi comprovado o depósito e convertida a penhora no valor de R$ 3.371.573,78 para a ação.
No entanto, o Sindica-to dos Bancários da Bahia esclarece que o valor está ainda em juízo da 13ª Vara do Trabalho de Salvador. O próximo passo do pro-cesso é a notificação do banco sobre a execução, que poderá ainda recor-rer à decisão dentro de um prazo de cinco dias, se-gundo artigo 884 da CLT.
Assim como o Sindica-to também terá igual pra-zo posterior para rebater as tentativas do banco.
pregos, 1.500 no BNB e 5.000 na Caixa. Desrespeito com os trabalhadores e com o desen-volvimento nacional.
Discriminação continua. Mulheres ganham menosvez mais apoio público no país. Mas, nos bancos, o processo é
inverso. De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), as bancárias admitidas no sis-tema financeiro entraram rece-bendo ainda menos do que as que saíram em comparação aos homens, o que aumentou a desi-gualdade de gênero.
Enquanto as 10.811 mu-lheres desligadas no primeiro semestre de 2017 ganhavam 78,3% (R$ 6.519,00) da remu-neração média dos homens, as que agora assumem os pos-tos (5.375) embolsam apenas 68,2% (R$ 3.576,00) do salário dos homens recém-contratados no mesmo período.
Pelo visto, igualdade de opor-tunidades passa longe.
Se continuar como está, só restarão cadeiras nas agências, sem bancários
As 10.811 desligadas entre janeiro e junho de 2017 recebiam, em média, 78,3% da remuneração dos homens
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 20.07.20174
SAQUE
RESISTÊNCIA POPULAR
Hoje, acontece manifestação em Salvador, a partir das 15h, contra a retirada de direitosroSE LIMA [email protected]
O Brasil não pode se calar
SOMENTE com forte mobiliza-ção popular, o brasileiro pode-rá evitar ainda mais perdas. O Congresso Nacional está dispos-to a tudo para atender a agenda neoliberal e Temer, envolvido
em escândalos de corrupção, se-gue intocável na presidência da República. Não dá para aceitar calado. É preciso reagir.
As manifestações de rua são fundamentais para denunciar
ao mundo os abusos cometi-dos pelo Executivo, Legislativo e Judiciário. Em Salvador, hoje, acontece passeata, com saída do Campo Grande, às 15h.
A mobilização é nacional. Os trabalhadores denunciam a retirada de direitos, com a sanção da reforma trabalhis-ta. A nova relação de traba-lho imposta por Temer e pelo mercado é uma espécie de es-cravidão moderna, na medida em que eleva para até 12 horas a jornada, acaba com direitos como férias e 13º salário, in-
viabiliza o acesso à Justiça e enfraquece os sindicatos, dei-xando o cidadão sozinho para negociar com as empresas.
Aprovada a reforma traba-lhista, as atenções dos parlamen-tares se voltam para as alterações na Previdência. A proposta aca-ba com a aposentadoria de mi-lhões de brasileiros. A pauta das manifestações inclui ainda a de-fesa do ex-presidente Lula, con-denado a nove anos e meio de prisão pelo juiz de primeira ins-tância Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato.
A quem interessa tirar Lula do jogo em 2018PARECE Teoria da Conspira-ção. Mas não é. O império nor-te americano está em guerra, embora não declarada, com a América Latina. O objetivo é acabar com as forças populares que reduziram as desigualdades no continente. No Brasil, con-ta com a ajuda das elites, que nunca aceitaram dividir espaço com a população negra e pobre. O juiz Sérgio Moro é a sua re-presentação mais fiel.
Do quadro político da direi-ta - o pai foi um dos fundado-res do PSDB - e muito antenado
com as linhas de ação dos Es-tados Unidos, usa o argumen-to do combate à corrupção, que permeia o Brasil desde 1.500, para ganhar apoio da massa.
Assim, não mediu esforços para condenar Lula. Passou por cima da lei e usou métodos con-denáveis, como a tortura psico-lógica. A parcialidade do juiz tucano é nítida. Ao mesmo tem-po em que promove uma verda-deira caçada ao ex-presidente, Moro poupa os correligioná-rios, como o senador também tucano Aécio Neves.
PASMOSO Em qualquer país sério do mundo, jamais um ministro da suprema corte e presidente da Justiça eleitoral vai ousar querer ser protagonista do processo político. Mas, no Brasil pós golpe, Gilmar Mendes, que integra o STF e preside o TSE, tem o desplante de ocupar a mídia comercial para propor a substituição do presidencialismo pelo parlamentarismo. E o mais grave, em parceria com um senador, no caso José Serra (PSDB-SP), citado em várias delações da Lava Jato e acusado de ter recebido R$ 23 milhões em esquema de caixa 2.
PERSEGUIÇÃO O juiz Sérgio Moro, aquele mesmo que mandou soltar a jornalista Cláudia Cruz, mulher de Cunha, não satisfeito com a condenação de Lula mesmo sem provas, resolveu penalizá-lo ainda mais. Determinou o bloqueio de pouco mais de R$ 600 mil de saldo do ex-presidente em quatro bancos – Caixa, Bradesco, Itaú e BB – três imóveis e dois veí-culos. Sem nenhuma justificativa plausível. Depois ainda tem quem negue que seja perseguição.
OUTRO Mais um importante veículo de comunicação eu-ropeu, a revista alemã Der Spiegel, afirma em criteriosa re-portagem, que o ex-presidente Lula foi condenado em um jul-gamento político. É o terceiro em uma semana. Dois jornais conservadores, o espanhol El País e o suíço Le Soir, também já tinham publicado matéria com o mesmo teor.
GOLPISTA Ex-reitor da UnB (Universidade de Brasília), o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) começa a pagar a conta pela associação ao golpismo. Na terça-feira, teve de suspender o lançamento de um livro na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) porque os estudantes não permitiram, cha-mando-o de “golpista” e de “traidor da educação”.
INSISTÊNCIA Apoiadora e signatária do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mesmo sem ficar comprovado crime de responsabilidade, a Ordem dos Advogados do Bra-sil anuncia a renovação do pedido de impeachment também para Temer. Já havia feito, mas o presidente da Câmara Fede-ral, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nem levou em consideração. Ao que parece, a OAB, que já jogou papel importante na defesa da democracia, perdeu o rumo.