epidemiologia e profilaxia j.a.l.marinho – 2012 divisões da epidemiologia: descritiva analítica...
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Epidemiologia e Profilaxia
J.A.L.Marinho – 2012
Divisões da Epidemiologia:
• Descritiva• Analítica• Construtiva
Ah, o mundo é quanto nós trazemos.Existe tudo quanto existo.Há porque vemos.E tudo é isto, tudo é isto
Fernando Pessoa
Q u em ?
O n d e?
Q u an d o?
O q u ê?
Descritiva
Q u a is as o p çõ esd e so lu ção d o p ro blem ae su as co n seq uên c ias?
Q u a is as co n se qu ên c ias?
Q u a l a força d e a sso c iaçãoen tre o fa to o bse rvado
e o ag ravo à s aú d e?
C o m o?
P or qu ê?
Analítica
O es tu d o so m aao co n hec im en to
ex is ten te?
Construtiva
Divisões da Epidem iologia
A Epidemiologia se processa em etapas
Epidemiologia Descritiva: O quê?
Categoria de conhecimento
Objeto de Estudo:
Evento (fato) Novo ou Caso;
Atualização de Eventos Conhecidos.
Uniformiza as observações e notificações; Permite análise de dados com menor nível de viés; Reduz a sobrecarga dos laboratórios; Aumenta a concordância nas inferências de
diagnóstico e de resultados do tratamento ou solução do problema colocado para estudo.
Importância da definição de Caso ou Evento
Epidemiologia Descritiva: Quando?
Avalia a cronologia dos agravos (Eventos).
Indispensável nas inferências sobre: • Comportamento Endêmico ou Epidêmico;
• Influência climática;
• Influência socioeconômica;
• Influência demográfica.
Epidemiologia Descritiva: Quando?
A – Sazonalidade: As variáveis independentes são as estações do ano; meses, semanas, dias da semana, horas do dia.
Características das variáveis independentes:• Pluviosidade• Temperatura• Floração e polinização• Ambientes contaminados freqüentados para lazer• Comportamentos de lazer que favorecem traumatismos
e morte
Alterações na temperatura e no tempo: efeitos diretos e indiretos sobre a
saúde Processo mediador Resultados na saúde Efeito direto: Exposição a extremos térmicos; Alteração em freqüência e intensidade de
outros eventos climáticos;
Alteração nas taxas de morbidade e
mortalidade Mortes, lesões, alterações psicológicas;
Alterações das necessidades na infraestrutura de saúde pública.
Efeitos indiretos: Perturbações dos sistemas ecológicos: 1. Expansão e aumento da atividade de
vetores e parasitas infecciosos 2. Alterações ecológicas locais de agentes
infecciosos transmitidos por água e alimentos.
3. Redução da produtividade de alimentos
(especialmente cereais) devido a alterações de clima e pragas doenças associadas.
4. Elevação do nível dos mares:
desalojamentos e danos às infraestruturas.
5. Poluição do ar (incluindo polens e esporos). 6. Deslocamentos sociais, econômicos e
demográficos por efeitos na economia, infraestrutura e suprimentos de recursos.
1. Alterações nas extensões geográficas e
aumento das incidências de doenças parasitárias e de transmissão por vetores.
2. Alterações na incidência de diarréia e
outras doenças infecciosas. 3. Desnutrição e fome: afeta o
desenvolvimento e crescimento das crianças.
4. Risco aumentado de doenças infecciosas,
distúrbios psicológicos e conflitos sociais.
5. Asma e alergias; outros distúrbios respiratórios agudos e crônicos; mortes.
6. Ampla variação de conseqüências na
saúde pública: alterações na saúde mental; doenças infecciosas; conflitos civis (guerras).
Haines et al. Environment and health:
Global climate change and health. CMAJ 2000; 163(6): 729-34
Aumentos na temperatura e saúde
Estima-se aumento de 5 vezes o número de dias quentes com temperatura superior a 30o.
•Aumento dos níveis de concentração de fumaça: Risco para a saúde de indivíduos susceptíveis.
Há correlação entre temperatura e mortalidade, com curva em “U” A elevação da temperatura, durante o inverno e à noite:
•Surtos de doenças infecciosas transmitidas por vetores.
•Obs: temperaturas elevadas diminuem a vida dos mosquitos/vetores, mas aumentam a rapidez de maturação dos vírus, dentro de variação viável para o mosquito e o patógeno.
Epidemiologia Descritiva: Quando?
Estimativas por modelo matemático sobre conseqüências do aquecimento da terra:
• Substancial aumento na transmissão da malária;• Crescimento da densidade de algas na superfície da água: Dinaflagelados mais tóxicos Refúgio para o Vibrio cholerae com potenciais surtos de cólera nas
costas, como do México e América do Norte.• Crescimento da população de roedores: estiagem e diminuição de seus predadores,
Pode propagar doenças como hantavírus, como aconteceu em 1993 nos EEUU e, mais recente, os surtos em Argentina, Bolívia, Chile, Canadá e Paraguay, sem esquecer o Brasil que também já registra a doença.
• El Niño•Aquecimento incontrolado e extensas queimadas da floresta
•Fumaça: disseminação de doenças respiratórias. •Inundações e deslizamentos de terras e encostas: aparecimento de clusters de doenças transmitidas por água, insetos e roedoras (cólera, malária, dengue, leptospirose).
Haine et al. Environment and health: Global climate change and health. CMAJ 2000; 163(6): 729-34.
Epidemiologia descritiva: Quando?Epidemias
100 x período do início no risco sob População
odeterminad período num população numa novos casos de No. Ataquede Taxa
100 x cantatos de total No..
tempo de intervalo no primários casos de contatos entre casos de No. Secundário Ataquede Taxa
100.000) ente,(habitualm 10risco) (em exposta Populaçãoperíodo num novos casos de No. nxIncidência
Epidemiologia descritiva: Quando?Curvas Epidêmicas
Epidemiologia descritiva: Quando?Epidemias
• Nível Endêmico
• Estimativa da data de exposição à fonte epidêmica
• Relatório final
Epidemiologia descritiva: Onde?
Espaço geográfico da ocorrência1 – Eventos isolados
2 – Eventos agrupados
3 – Distribuição urbano-rural
4 – Movimentos migratórios
Epidemiologia descritiva: Quem?
Reúne as propriedades intrínsecas e extrínsecas da população estudada :
1 – Idade2 – Sexo3 – Hereditariedade4 – Etnia5 – Hábitos de vida6 – Estado civil7 – Ocupação8 – Fatores socioeconômicos
1ª Infância
2ª Infância
Adolescência
Adulto Jovem
Adulto Idoso
Idoso
Mais Idoso
A Estrutura Etária é determinante de necessidades em saúde
Fonte: Document of the World Bank. Becoming Old in an Older Brazil. April 2011 18Dr. Marinho. V Conferência
Municipal de Saúde de Itajubá
Brasil: Um século de transição demográfica. Alerta para planejar e gerir necessidades na saúde e
suporte social presentes e futuras.
Dr. Marinho. V Conferência Municipal de Saúde de Itajubá
19
Prob
abili
dade
de
ter
Saúd
e pl
ena
Idade (anos)
Sobrevivência com saúde funcional
Sobrevida e capacidade funcional ou saúde plena são afetadas pela idade.
Dr. Marinho. V Conferência Municipal de Saúde de Itajubá
20
Mulheres – Instituição Mulheres – População Homem – Instituição Homem - População
Source: IPEA/SEDH/MDS/CNPq
Fomentar centros de acolhimento para idosos, públicos e privados, é uma
necessidade.
30% 20% 10% 0% 10% 20% 30%
80+
75-79
76-74
77-69
60 -64
Idade
Fonte: Document of the World Bank. Becoming Old in an Older Brazil. April 2011
Condições socioeconômicas e a saúde
• Renda per capita em paridade com o poder de compra e a expectativa de vida.
• Gestão dos recursos na Saúde
• Investimento em saúde e a expectativa de vida
Condição Socioeconômica e Expectativa de Vida
Condição Socioeconômica: Riqueza não é suficiente; a Gestão apropriada de recursos na
saúde é necessária à Expectativa de Vida
Investimento em saúde e Expectativa de Vida:Grandes investimentos não significa melhores
resultados
20,70%
8,00%
5,30%
9,30%
5,40%
51,40%
até 500 501a 800 801 a 1000 1001 a 1500 1501a 2000 > 2000
Itajubá: Renda Familiar, 2000
[1] Salário Mínimo (SM) em 2000, até maio, 136,00 R$500,00 = 3,7 SM R$800,00 = 5,9 SM R$1.000,00 = 7,4 SM R$1.500,00 = 11 SM R$2,000,00 = 14,7 SM
16,3
18,1
12,8
19,5
13,1
7,5
4,5
8
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
< 500 500-800
800-1000
1000-1500
1500-2000
2000-2500
2500-3000
>3000 R$
Estratos de Renda Familiar: Itajubá, 2005
Epidemiologia Analítica
Q u e m ?
O n d e?
Q u an d o?
O q u ê?
Descritiva
Q u ais as o p ç õ esd e solu ção d o p ro blem ae su a s co n seq uê n c ias?
Q u ais as c o n sequ ên c ia s?
Q u al a força d e ass o c iaç ãoen tre o fa to o bs ervado
e o ag ravo à saú d e?
C o m o?
P or qu ê?
Analítica
O e s tu d o s o m aao co n hec im en to
e x is te n te?
Construtiva
Divisões da Epidem iologia
Epidemiologia Analítica
Estudo de associações entre fatos observáveis, mediata ou imediatamente relacionáveis a doenças, vistas pela perspectiva da incidência sobre grupos populacionais.
Objetivos:
• Conhecer as causas ou determinantes das doenças;
• Determinar a conexão da relação causa-efeito;
•Analisar resultados tratamentos e
recuperação/reabilitação.
• Adequar medidas preventivas eficazes;
•¼ da população mundial vive com < $1 por dia.
•Segundo o Banco Mundial, os governos devem encontrar o “ponto de
equilíbrio” entre os setores público e privado para o financiamento da saúde.
•As prioridades focadas pelo banco são mobilizar a força de trabalho feminino,
ampliar a performance do sistema de saúde e assegurar a sustentabilidade na
saúde. •Há necessidade de projetos, maior
rigor na avaliação dos projetos e maior colaboração entre governo e outras
agências.
Causas de morte entre ricos e pobres (mundial)
BMJ 1999;318:933-936 ( 3 April )
The World Bank and world health
Healthcare strategy
Expectativa de vida e fertilidade conhecidas e projetadas, mundialmente.
Bases Bioestatíscas da Epidemiologia
– Medidas de OcorrênciaMedidas de Tendência Média Mediana Moda Medida de dispersão Freqüências
Absolutas Relativas Taxas ou proporções Morbidade Prevalência Incidência Mortalidade Letalidade
Epidemiologia Analítica
– Medidas de Associação
a) Tipo Proporcionalidade Risco Relativo (RR) Odds Ratio (OR) Risco Absoluto
b) Tipo Diferença Risco Atribuível (Diferença de Incidência) c) Tipos de Associação Força/Magnitude Significância Estatística Efeito dose-resposta Temporalidade Consistência de achados Especificidade da associação
Epidemiologia Analítica
Medidas de Significância
X2 (qui-quadrado): Pearson e McNiemar
Curva z normal*
Curva t Student*
Intervalos de confiança
Erros padrão
• p-valor
* = diferenças das médias
e proporções
Epidemiologia Analítica
Epidemiologia Construtiva: O estudo soma ao conhecimento
existente ?
Obrigado
Disability adjusted life years (DALYs) lost, by cause and demographic region, 1990
Cause World
Sub -Saharan
Africa India China
Other Asia and
islands
Latin America and the
Caribbean
Middle Eastern crescent
Formerly socialist
economies of Europe
Established market
economies
Population (millions)
5267 510 850 1134 683 444 503 346 798
Communicable diseases:
45.8 71.3 50.5 25.3 48.5 42.2 51.0 8.6 9.7
Tuberculosis 3.4 4.7 3.7 2.9 5.1 2.5 2.8 0.6 0.2 Sexually transmitted diseases and HIV
3.8 8.8 2.7 1.7 1.5 6.6 0.7 1.2 3.4
Diarrhoea 7.3 10.4 9.6 2.1 8.3 5.7 10.7 0.4 0.3 Childhood infections preventable by vaccination
5.0 9.6 6.7 0.9 4.5 1.6 6.0 0.1 0.1
Malaria 2.6 10.8 0.3 <0.05 1.4 0.4 0.2 <0.05 <0.05 Worm infections 1.8 1.8 0.9 3.4 3.4 2.5 0.4 <0.05 <0.05 Respiratory infections
9.0 10.8 10.9 6.4 11.1 6.2 11.5 2.6 2.6
Maternal causes 2.2 2.7 2.7 1.2 2.5 1.7 2.9 0.8 0.6 Perinatal causes 7.3 7.1 9.1 5.2 7.4 9.1 10.9 2.4 2.2 Other 3.5 4.6 4.0 1.4 3.3 5.8 4.9 0.6 0.5 Non -communicable diseases:
42.2 19.4 40.4 58.0 40.1 42.8 36.0 74.8 78.4
Cancer 5.8 1.5 4.1 9.2 4.4 5.2 3.4 14.8 19.1 Nutritional deficiencies
3.9 2.8 6.2 3.3 4.6 4.6 3.7 1.4 1.7
Neuropsychiatric disease
6.8 3.3 6.1 8.0 7.0 8.0 5.6 11.1 15.0
Cerebrovascular disease
3.2 1.5 2.1 6.3 2.1 2.6 2.4 8.9 5.3
Ischaemic heart disease
3.1 0.4 2.8 2.1 3.5 2.7 1.8 13.7 10.0
Pulmonary obstruction
1.3 0.2 0.6 5.5 0.5 0.7 0.5 1.6 1.7
Other 18.0 9.7 18.5 23.6 17.9 19.1 18.7 23.4 25.6 Injuries: 11.9 9.3 9.1 16.7 11.3 15.0 13.0 16.6 11.9