este jornal publica os retratos de todos os seus assignantes -a-bbah, o...

22
ANUO VI RIO DE JANEIRO, QUARTA-FEIRA, 16 DE 11 ARCO DE 1910 V 339 Q-^—¦ffPHIIg,ii——lll-i--------M-----------«-«---M--M-----M-_-Mi_M__WM ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O VAIDOSO Éportancia e ficava muito satisfeito quando /|» \ % \ \ [*^_X^-J- 1 O _ rdj.illudido pela semelhança,fazia-lhe con- ^| \ '—v /j-_. ^f^i) Havia antigamente na Pérsia um nego- f jÇ/J ,i ^^f^VTHLífc ^^N. ^V*''"'^ ,„ "^"^"i _ - _. cante chamado I__a/i, que se parecia ______ vl-*i/ ^/^JCT^. ^ \ ?) U™ eítuda"te'<.ue conhecu «•«. caso.diss_Q _?m° Grão Vi.ir do império. / ^SJ? ^%TVjlb ^\ Y°s ami»f i ~ Vo"? \uere;? ver c.omo ,eu ,dou"O **' iiuK_,i.. / TfM/ '"v_v ^*~N 'uma cacetada em _i_&aA e elle ainda se declara"r \ J*-v "*->. -J-K-r-ir ^sj£ 1 -l) Os outros receitaram a aposta e o estudante, semi i'M\ü ^^í* ^^vKi li «h. Jmais demora, dirigindo-se a-_7;6aA, deu-lhe uma tre-1 ' B, V A L~/* M_ (jj 5) Abbah voltou-se furioso e o estudante disse- lhe : Ah meu senhor, perdòe-me, eu pensei que o senhor era o Grào Vizir, de quem eu queria me vingar, por que. elle me recusou um emprego. b)—«Ah, o senhor pensou que eu era o Grào Vi- zir r Então está muito bem,não tem de que sedes- culpar.» E ainda tratou o estudante muito bem.

Upload: others

Post on 20-Mar-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

ANUO VI RIO DE JANEIRO, QUARTA-FEIRA, 16 DE 11 ARCO DE 1910 V 339-^—¦ffPHIIg ,i i—— lll-i--------M-----------«-«---M--M-----M-_-Mi_M__WM

ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES

-A-BBAH, O VAIDOSO

Éportancia

e ficava muito satisfeito quando /|» \ % \ \ [* ^_X^-J- 1 O _rdj.illudido pela semelhança,fazia-lhe con- ^| \ '—v /j-_. ^f^ ZÇ

i) Havia antigamente na Pérsia um nego- f jÇ/J ,i ^^f^VTHLífc ^^N. ^V*''"'^ ,„ "^"^"i

_ - _¦ _.cante chamado I__a/i, que se parecia ______ vl-*i/ ^/^JCT^. ^ \ ?) U™ eítuda"te'<.ue conhecu «•«. caso.diss_ Q_?m° Grão Vi.ir do império. / ^SJ? ^%TVjlb ^\ Y°s

ami»f i ~ Vo"?

\uere;? ver c.omo ,eu ,dou "O**' iiuK_,i.. / TfM/ '"v_v ^*~N 'uma cacetada em _i_&aA e elle ainda se declara "r

\ J*-v "*->. -J-K-r-ir ^sj£ 1 -l) Os outros receitaram a aposta e o estudante, semi i'M\ *£ ü^^í* ^^vKi li «h. Jmais demora, dirigindo-se a-_7;6aA, deu-lhe uma tre-1 ' B, V A L~/* _ (jj

5) Abbah voltou-se furioso e o estudante disse-lhe : — Ah meu senhor, perdòe-me, eu pensei queo senhor era o Grào Vizir, de quem eu queria mevingar, por que. elle me recusou um emprego.

b)—«Ah, o senhor pensou que eu era o Grào Vi-zir r Então está muito bem,não tem de que sedes-culpar.» E ainda tratou o estudante muito bem.

Page 2: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

JUSTIÇA E CASTIGO O TICO-TICO

<*&*^ _=_ 1 I—;>_—a ~~ -——-1) Isso passou-se ha muito tempo, na Edade Media.

Um bello dia a marquez do Valle Negro, andando acaçar, morreu ferido por um javali.

2) Seu filho /leitor devia herdar seu titulo e fortuna, mas haviamm».prediçâo exi-gihdo que, para isso, o joven I/eilor fosse passar uma noite sósinho em uma torreabandonada e ahi bebesse um filtro mágico que o devia deixar adormecido durantedous dias.

3) Chegando á torre, viu em uma vasta sala variasarmaduras vasias, que pareciam fantasmas, /leitorbebeu o philtro mágico...

4) ...e adormeceu. Então, entraram 5) Discutiram diversos modos de matal-o edous fidalgos traidores, que queriam as- acabaram resolvendo atiral-o em um subter-sassinar o joven marquez, para roubar- raneo da torre,onde elle morreria de fome.lhe a fortuna e o titulo.

6) Abriram a entrada do subterrâneo e iamatirar nclle o infeliz moço, quando uma dasarmaduras moveu-se...

7) .. .e caminhou para os fidalgos traidorescom gesto ameaçador. Os fidalgos tentaramdefender-se, mas a figura armada. .

8) ... encheu-os de terror e os miseráveis cahi-ram dc joelhos murmurando : — Perdão I

9) Mas, uma voz terrível exclamou : — «Não haperdão para os traidores Ia £ matou os dous lidai-

saf sinos.

10) Nesse momento, o joven marquez voltou asi e vendo aqucllas duas figuras perguntou-lhes :«Quem são ?»

IDA primeira figura respondeu :—l*"n sou a Justiça 1 A segunda disse :— Fu sou o Castigo. E desapparecc-ram ambas.

Page 3: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICOEXPEDIENTE

EDIÇÃO DE 24 PAGNASA empreza d'0 Malho publica todas as quartas-feiras

O Tico-Tico, jornal illustrado paracreancas.no qual collaboram escriptores e desenhistas de nomeada.

Redacção, escriptorio e officinas, rua do Ouvidor.n. 101 e Rosário, n. 173.

mm-LÍw

Im-.

m\j@\jê

Meus netinhos:Vamos hoje tratar da celebre

phrase ou citação italiana: - E pur simuovcl* cuja traducção é; «E noemtanto ella se move ! »

A quinze de fevereiro de 1564nasceu em Piza, no grão-ducado deToscana, o homem que se tornoumais tarde o maior gênio da Itália.

Galileu, cujo pai era musico, co-meçou aprendendo o desenho e musica; mas, em breveattrahido pelas mathematicas, abandonou tudo, começandoa estudar mecânica. Seus pais fizeramn-'o estudar medi-cina e philosophia. Foi então que, quando ainda na Univer-sidade de Piza, em 1583 — tinha elle dezenove annos —descobriu uma lei de physica importantíssima, isochronis-mo do pêndulo. Entrando uma vez na cathedral, havia nota-do o movimento de uma lâmpada suspensa á abobada eque havia sido deslocada, de sua posição de equilíbrio pelapessoa que a accendera. Depois de demorada observa-cão, viu, que por desiguaes que fossem os arcos do cir-culo descriptos pela lâmpada em seu movimento deoscillação, ella os descrevia em tempos iguaes.

Com effeito, considerando uma massa pesada B, sus-pensa por um fio em A, em repouso, essa massa se dirige

para o centro daterra, isto é, se-gue a linha verti-cal A,B. Si levar-mos amassa paraCea abandonar-mos, cila volveráá B; mas, devidoá força adquirida,passará esse pon-to, chegando atéC; nesse pontopara, volta e vaiaté B, isto é.nãomais em C e con-linuaassim o mo-vimentochamadooscillação dopcn-dulo feita n'uratempo, mais oumenos longo, se-gundo a resisten.cia opposta aoponto dc suspen-são A. E' precisoacerescentar quea resistência doar faz diminuir a

amplitude das oscillações, mas a duração não varia. AI-guns annos mais tarde Galileu foi admittido como profes-sor de mathcmatica em Piza, si bem que tivesse aprendidoessa sciencia sósinho. Por esse tempo, meus netinhos, rei-nava a theoria de Aristóteles, soberana absoluta: tudo seresumia no movimento circular. Galileu, com suas expe-riencias sobre o pêndulo, emprehendeu uma serie de expe-riencias sobre a queda dos corpos, descobrindo a lei quepublicou sob o titulo : Lei da queda dos corpos. Infelizmente, porém, os partidários das doutrinas dc Aristóteleseram muitos e moveram-lhe uma campanha tenaz.

Pouco depois admittia Galileu a idéia engendraaa poiCopernico, isto é, que a Terra se movia em torno do Sol, enão este em torno delia,como se acreditava, c mandavam

B

que se acreditasse, os livros religiosos. O clero revoltou-secom isso e o grande physico teve que deixar Piza.

O Senado de Veneza abriu-lhe a universidade de Padua,onde professou dezoito annos mathematicas com incompa-ravel sapiência, publicando trabalhos sobre astronomia,mathematicas e outras sciencias, que lhe trouxeram repu-taçãoem todo o mundo. Em 1010 Galileu ensinava em Elo-rença as doutrinas de Copernico, não sem perigo, pois,Giordano Brunofôra queimado em lOOO.porordem dalnqui-sição e a commissão do Index suspendia a publicação do

(ft

Epur si muove\

livro de Copernico até que fosse corrigido,prohibindo todasas obras em que existisse essa theoria.

O papaUrbano VIIIestimava Galileu e o defendiacontraa animosidade da Egreja,composta de jesuítas e sectários dadoutrina de Aristóteles. Vendo o grande physico a difficul-dade que havia para propagar suas idéias escreveu os Dia-logos sobre os dous grandes syslemas do mundo, onde, nãoé preciso dizer, reuniu argumentos favoráveis ás suastheorias, desprestigiando as de Aristóteles e ridicularisandoseus partidários. Os aduladores de Aristotelesforamtercomo papa, dizendo que Galileu o havia incluído no numerodos partidários de Aristóteles c, portanto, ridicularisado.O papa deu ouvidos aquclla turba de bajuladores e entre-gou o grande physico ao c'e.-o. De balde procurou o duquede Toscana salval-o; mas o Santo Officio ou Inquisição man-dou para Roma o grande sábio, sob pena de cxcommu-nhão, si bem que tivesse a avançada idade de 70 annos.Galileu poz-se em caminho e chegou a Roma a 13 de Ja-neiro de 1083. Foi preso no castello dos inquisidores, ondepermaneceu até o seu primeiro interrogatório.

Que soffrimentos, meus netinhos, não deviam ter assai-lado o pobre velho durante as longas permanências e com-parecimentos diante do tribunal do Santo Officio, ondetodas as suas descobertas e theorias, cincoenta annos detrabalhos, foiam ridicularisadas eescarnecidas por homensque só tinham como argumento : que os livros santos cs-tavam em contradicção com suas asserções. A 21 de Junhofoi pronunciada a sentença e salva a vida ¦ dc Galileu,tendo sido seus livros prohibidos e elle obrigado a ficarprisioneiro, sob as ordens do papa, tendo além disso quepagar uma multa fabulosa.

A 22 de Junho teve logar a ceremonia expiatória, emque o illustre sabio.de joelhos, no convento de Saintc-Mi-nerve, teve que ler o que se segue :«Eu Galileu com setentaannos de idade, de perfeito juizo e ajoelhado diante de suaseminências, tendo escripto e publicado um livro ondeexpuz que o sol é o centro do mundo e que a Terra gyracm torno deite, abjuro e maldigo os erros supracitados. Juroque para o futuro nada aífirmarei de semelhante e detestoa heresia do movimento da terrae.se descobrir alguémque sustente tal erro, o denunciarei ao santo tribunal da In-quisição.» Dizem então que Galileu, levantando-sc,exclama-ri,batendo com o pé: «ff pur si muore«. E no emtanto semove.Esse protesto eloqüente, meus netinhos,atravessou osséculos e permanece como o traço vingador da sciencia edo saber, sobre a ignorância e o obscurantismo.

Vovô

Page 4: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO

!

*à ¦"~S*áf ! ' "*""****^

ILTOX rASCOAL, íl;ho do Sr. Ale-xandre Pascoal,estimado cavalheiro

morador em Mendes, Est. do Rio.

HL -' ¦'l^mm^ JmÊÊkm mm\\tL^^m\\\

V

MARIA DO CARMO, uma das nossas mais ardentes admiradoras, re-sidenle em S. Paulo»

mmWÈ~*"--

11IT.TON — Tem qualro annos doedade c é sobrinho do Sr. AntônioNavarro Lucas, que resido naBalilo.

Laura Fonseca—Quer dizer queas soluções devem vir acompa-nhadas dos vales, que você en-contrará no interior d'0 Tico-Tico, á margem de uma das pa-ginas coloridas. Recorte-os cui-dadosamente e colie-os nas so-luçÕes, que nos enviar.

—Henrique Maura—Envie ou-tra, que será publicada.—Domingos Brait Filho, Ja-cinto Queluz, Oscar Magro, Vi-cente Oliveira, Gustavo Milanol,

Orlando Brait, Paulo Lopes, Lúcio Maria da Silva, JoãoJosé, Joaquim Vianna, Guilherme Ramos, R. Cerqueira,Felix Great, Jean Combeau—Não podemos satisfazer o pe-dido que nos fazem, porque, agradando-lhes, iremosprejudicar milhares de leitores, que já possuem os roman-ces de que faliam.

Raul Cyrillo—Deve leval-os á Companhia.Olga Gabriel Mocauchar—Recebido o trabalho ; será

publicado. Damos-lhe parabéns pelo brilhante exame,que fez, desejando que tudo lhe corra como espera.

. José Campos Junior—Recebemos os desenhos e vãoser publicados. Por outra vez não os faca em papel decôr.

Hamilton Neiva—O seu retrato já foi publicado.Aricio Guimarães Fortes—Espere a sua vez. Tenha pa-

ciência ; os trabalhos que nos são enviados são muitos.Antônio Jayme Dias—As suas perguntas não servem,

pois não vieram acompanhadas das soluções respectivas.José F. Marques—Achámos o retrato, e que deve sahir

no próximo numero.—Recebemos e vão ser examinados os trabalhos remet-

tidos pelos nossos leitores : Julieta Granado, Jatyr Sercjo,Ida de Azevedo Correia, Maria Emilia Pinto Silveira, JuiúMaciel, Manuel de Almeida Sobrinho, Antônio Pedro Ad-vincula, Alice Sarmento, Jefferson cTAvila Junior, HildaPassos Cardoso, Guiomar Maciel, Thereza de Gouveia,Joaquim A. Lopes Junior, Alonso Velho, Marieta RibeiroArmando Diniz, Maria da Candelária Diniz, Álvaro deMello, Antônio Guimarães, Enrico Fernandes da Motta,AÍmerinda Costa, Edgar Brazil, Álvaro Olivier, José Ben-tley, Conceição Menezes,Vera M. Santoro,Romildo Ribeirode Queiroga, Vicente Garcia e Brinaldo R. de Queiroga.

Para evitar atrasos no serviço,só acceitamos a collabo-ração (contos, versos etc. que nos fôr enviada de accôrdocom o seguinte : 1-—As laudas devem ser escriptasde umsó lado. 2'—A collaboração, qualquer que seja, deve serassignada com o verdadeiro nome do auetor, e vir separa-da de quaesquer outros trabalhos.

-LÊR COM ATTENÇAO-;Os clientes que não puderem virão consultório, serão

attendidos em domicilio sem augmento de preçoAOS QUE PRECISAM DE DENTADURAS

Muitas pessoas que precisam de dentaduras, devido á exigul-dade dos seus recursos, sao, muitas vezes; forçadas a procurarproflssionacs menos hábeis, que as llludem cm todos os sen-lidos, pois esses trabalhos exigem multa pratica e conheci-mentos especiaes.

Para evitar tflM prejuízos c facilitar a todos obter dentaduras,dentes a pivot, coroas de ouro, bridge-work, cic.o que hade mais perfeito nesse gênero, resolveu o abaixo asslgnado reduziro mais possivel a sua antiga labclla de preços, que ficam d'csscmodo ao alcance dos menos favorecidos da fortuna. No seuantigo consultório, á rua Seto de Setembro n. 60, dí informa-çOes completas a todos que as desejarem. Acena e fazfunecionanperfeitamente qualquer dentadura, que não esteja bem nabocca e concerta as que se quebrarem, por preços insujnificante*.

DR. SÁ REGO (Especialista)Rua7 deSetembron. 84modcrno

* EJM FRENTE AO EDIFÍCIO D'0 PAIZ ,

gjrSA.' mW

A lalontosa menina ODETTE M. DEBARROS, ftVri do negociante d'es(apraça Sr. coronel Custodio Barrosda Silva. O Tico Tico tem em Odetíauma das sua» mais sinceras admira-doras.

/V .Jr

Jm\mm\\\

O Interessante nUBKM, filhlnho doSr. Alfredo Dounecher, que resideem Todos os Santos.

,f

-mmrmf

MARIO VEIGA, Interessante menino,morador em Mendes. Mario temapenas 15 mezes c <S filho do coronelBenedicto Veiga.

Page 5: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO

/l r\r \WmÊrÈm il\

li ^^^fc^^^^^

&mtwtmA CAIXA D'A-

GUA PARAA COZINHA-A

TINAA. PANELLA

A fig'. 1 mos-tra a caixa d'a-gua aberta e ar-mada.

Comecem de-calcando o dese-nho (cajxa aber-ta) tendo todo ocuidado de indi-caras linhas pon-tuadas, bem co-moassuaslinhaspretas maiores,que se cncon-tram no alto do

desenho com as letras b b.Esses traços pretos são incisões a fazer, pelas quaes

passarão as duas pequenas peças que estão embaixo dodesenho, igualmente marcadas pelas lettras b b.

A tina compõe-se simplesmente de uma tira e de umfundo. A tira, uma vez cortada, é posta em circulo, fa-zendo entrar a alça a nas duas incisões a (bordos da tina).

/©U.

Tina prom-pia-

^rrfaty nii..,.__. ,_,

« /À w.? w ¦: ' ~W//f

I111L ¦ '¦» ^^. , . "HV.('ll((í,U IMM.f I II II 1,^,1... 1,1 1— I '////'//

í •- \ ;./ v \ v

-•¦. & íísj «7 Lvl¦/. !

F;'g. — ^4 caixa d'a gua armada e aberta

Dobrando o papelão pelas linhas pontuadas e introdu-zindo as alças nas incisões, terão feito a caixa d'agua-

A parte escura junta ás incisões édestinada a ser colladapor dentro da ou-tra parte, de maneira que, uma vez con-struida a caixa, não apparece.

Num dos lados da caixa encontra-sedesenhada á penna uma circumferencia,no meio da qual existe uma linha a.Faça uma incisâo nessa linha, para nellaintroduzirem a parte sombreada da tornei-ra até o ponto a.

Bordos da tina

Depois de terem cortado a rodella do fundo, façampenetrar pela parte superior da tina.

A tina deve ser collocada sobre a caixa d'aguaEis agora o modelo

para uma panella, pe-Io qual poderão fazermuitas outras. Paratel-as maiores ou me-nores basta augmen-tor ou diminuir o mo-delo.

Afigura ao lado mostra a pa-nella aberta, para armar tal comoé preciso decalcar.

As linhas pontuadas dão a me-dida do fundo. Aslinhas em raios, quese acham em tornodo circulo pontua-do, são incisões afazer com canivetede ponta fina. Le-vamtem essas par-tes, e com um pou-co de colla col-lem a tira, que de-ve ter a altura dapanella, em tornod'esta,

Estando bemfeita podem collo-car no seu interior migalhas de pãopouco d'agua e poderão assim fazersopinha para a bo-neca, que não a re-jeitará com certeza.

Para imitar aágua podem collo-car no interior dacaixa um pouco deareia fina,o que pro-duzirá magnífico ef-feito.

Carece portan-to d'uma abertura, por onde possa des-prender-se a areia; isto pode ser feito mui-to facilmente, collocando um pequeno tubopor traz da torneira.

A tina deve ser feita com papelão for-te ou com esse papel prateado que envolve

dando-lhe o aspecto de alluminio. Pode

MV"

A panella aber Ia

umuma

'Mm0^

A panella prompla

para isso cortar o

A torneira dacaixa d'a gua

o chocolate,também ser augmentada, sendo precisofundo cm ponto maior.

A panella deve ser construída pelo modelo que da-mos, e as beiradas bem presas, para que se não vol-tem.

Feitos cuidadosamente, estes objectos são muito inter-essantes.

Q^^^^£)^X^)^£)&€)

Page 6: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO 6

. ._•¦.;.

. t"íY¦-át 7\->$*>¦Y%£Y?V_. *•»

.*_*'.*.5..?

.*.>-a.Y

. ..*,Xi•_"\«:.3c.\>\<MVMY.

.í '?;. ¦¦!..$: «. S

?

v?

.7.,_YY

:?:

7:V

1 Cl

%YY:?:

. ?

Casa Colombo^8___5_fi______vsfl_B M_f-_iMráBMfl__aM ____________¦____¦ 9^^^^K__9________fl_____h,

GRANDES ARMAZÉNS DE ARTIGOS PARA HOMENS, MENINOS E MENINASSECÇÃO DE MENINAS

^&YY$k^ /h/™Mi:Y'^Y-Wt^. fm

(ff/MMWwr nW&MêfWJ

mÊÊmi

Grrande variedade de vestidinlios desde o simplesvestido do preço de __>$__>00 ao fino vestido

de seda, desde o avental bordado de 3$000 aofino oliapéri, e tudo o que diz com o

artijro de menina

Todos os artigos comprados nos armazéns da Casa Colombo repre-sentam o sen valor e serão recebidos e restitnida a respectiva "impor-tancia quando não agradem.

AVENIDA CENTRAL, 111, 113 E 115 RUA DO OUVIDOR, 110, 112 E 114RIO DE JANEIRO

VANTAGENS QUE OFFERECE A CASA COLOMBOUma assignatura dc 0 mezes do jornal A ILLUSTRAÇAO, a todo o freguez ou freg-ueza que com-

prar 250$U00. Uma assignatura dc l anno, a quem comprar 500S000.Uma assignatura dc G mezes do jornal O MALHO, ao freguez cujas compras forem de IOOSOOO.

Uma assignatura de 1 anno, ao freguez cujas compras forem de SÍOOSOOO.Uma assignatura annual d'A LEITURA PARA TODOS, ao freguez cujas compras forem de IOOSOOO.Uma assignatura dc 0 mezes do jornal O TICO-TICO, a todo o freguez que comprar acima da quantia de

IOOSOOO. Uma assignatura dc l armo, quando as compras forem de 200SO0O.

¦¦¦'¦;¦

? .

IK'4

?:

:*?.

: .

K

lPO

_

.?_

>:

¦¦.?"?; ¦-->•-«.- -¦;-?• ;?; ¦¦^'4v '?;¦-

Page 7: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO

'WÊsm fml^^v i&s<s ^SmM / W/ff~>v- Sír

1^ |£^.% ;A PRINCEZA PRIMAVERA

A princeza Primavera nascera sob uma má estreila;possuidora de todas as graças e de uma enorme fortuna era,no entanto, muito infeliz.

* Seus pais faziam-n'a vigiar, pois a princeza era tãocaprichosa, esperta e rabugenta, que raro era o dia emque não lhe acontecia alguma desgraça.¦¦ O príncipe e a princeza cobriam-n'a de carinhos, ren-das e brinquedos, mas Primavera partia as bonecas quandoestava zangada, alirando-as ao chão.

Não supportava uma admoestação de sua mãi, por me-nor e mais justa que fosse.

Resolveram, então, entregal-a a uma ama, Rosa Preta,não se importando mais com ella.

—Ha de corrigir-se quando crescer—dizia a princeza,entre suspiros, i

—Talvez—respondia o pai—se lhe desses uma palmadaquando ella procede mal...

—Isso seria matal-a !... —retorquiu a princeza.—Oh I não... oh 1 não.. .—continuou o príncipe—pai-

madas não matam I...—Então dá você (..".—Não faltava mais nada. Para depois me vires cen-

surar ?...—Ao par d'esses pequeno defeitos, ella tem tantas

qualidades boas...—accrescentoua princeza...—Sim, sim... tem qualidades... oh Iprocurando bem achamos... sim... deve-as ter.

—E' bonita I...—Deve ser ; mas com os cabellos re-

voltos, as faces sempre coradas pela raiva,olhos irritados, não se pode vêr bem.Só se mudar... Emfim!...

—Ha de mudar I — repetia a princeza.—Ha de—repetiam os cortezãos, mor-

dendo os lábios para não sorrirem — pois aprinceza é muito bôa.

Todos temiam tel-a um dia como sobe-rana.

Um dia foram dizer-lhe que seu pai esua mãi haviam fallecido, victimados poruma terrível epidemia, que assolava o paiz.

A princeza chorou tanto e tão alto, queo rei da Bohemia, que por alli passava, per-guntou em altas vozes: '

* —Rosa Preta, ha trez dias que ando ca-çando na floresta e sempre que me dirijo para estes ladosouço chorar e soluçar. Nâo sei do que se trata...

—E'a princeza Primavera,que chora a perda de seus pais.—E' verdade—respondeu o rei—ouvi fallar nisso; mos-tra-mc essa menina.

Rosa Preta foi buscar a princeza, e depois de a tercomposto um pouco, levou-a ao rei, não sem lhe recom-mendarque o cumprimentasse.

O rei procurou fallar-lhe, mas em vão ; Primavera levouas mãos aos olhos, e enrolou-se como um ouriço cacheiro ;Rosa Preta teve que pedir desculpas ao rei por essa faltade educação...

—Como podes gostar delia ?—perguntou o rei.—Gosto-a porque ella me ama I—respondeu Rosa Preta.— E como sabes que ella te ,ama ?—Sei, soube sempre, sem saber porque... No en-

tanto, um dia como um lobo rondava minha cabana, ellapoz-se a gritar de traz da porta : «Foge vai, para o celleiro,pois quando elle me tiver comido,te deixará em paz I» -.'..

—Felizmente, os cães chegaram a tempo e, com meumarido, mataram o lobo. Vede pois que ella me ama 1

O rei da Bohemia fallou-jhe então : *—Escuta, Rosa Preta; amanhã deves levar-me a prin-

cezinha, fallarei comtigo, e veremos o que fazer por.. .•A propósito como se chama ella ?—Primavera. Haviam-n'a alcunhado de Dôr, porque so

desgostos a perseguem ; detestam-n'a ; querem-lhe mal. Eella chora, chora desesperada, como uma fonte de lagfy-mas 1, <-

: Primavera ouvia tudo.—Pelo que vejo, ella é muito infeliz, acerescentou o

rei... »" ¦—E' I... Querem tirar-lhe o throno e deixar-lhe só-

mente os olhos para chorar, mas, emquanto eu fór viva, teráem minha casa pão e cama—disse Rosa Preta.

— Verei tudo isso I—exclamou o rei—Não deixes delevar-me a princeza.

A princeza Pri-mavera não poude irno dia seguinte, poisadoecera. Mandaramchamar uma velhacurandeira, Gertru-

íí hfr*ms \ Yk • i^m/ / nR1w_sr \\ Jff^* /\_v

/.V ]ul«=__l \wi/rrYiTííi1_i^<? 7^^-_4 Ml! A H_H_J_

V-MÍ* _|_W&\^ ________/jK^mÈí f/____C^O< _V_f

// * \ V,NS__»

^ 2fct_iS5PJ^^«//¦ fS i,. ) ¦' WrvfS ^_

\ ^^_^_ ______!r rT^W/

m3>Primavera partia as bonecas, ati-

rando-as ao chão...des, e esta applicou-lhe um em-plastro, de maneira que dous diasdepois estava ella de pé.

Rosa Preta conduziu a meninaa casa dó rei; porém, por mais que

lhe pedisse, não poude conseguir que ella cumprimentasseo rei. Este, encolerisado, gritou : «Rosa Preta, essa me-nina precisa de uma bôa lição ; vou dar-lh'a I»

Apezar d'isso, Primavera brincou o resto do dia noparque e á noite recolheu-se muito cansada. Puzeram-n'anuma bôa cama e ella ahi passou esplendidamente a noite.

No dia seguinte, ao despertar, ficou muito surprehen-dida encontrando-se numa choça, que não conhecia em

Page 8: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO

A princeza Primavera levou a mão aos olhos e nãorespondeu ao rei...

torno, havia muitas arvores,—castanheiros, carvalhos, sal-gueiros,—tudo em desordem.

Primavera poz-se a gritar :Por que mudámos de casa ? Preferia a nossa cabana.

onde ao menos ha uma mesa e cadeiras.E começou a gritar :

Rosa !... Rosa I...Immediatamente, viu apparecer um barbadao inúito

feio,que lhe dirigiu as seguintes palavras :

ti KaaM

V'--o* Xír

_« ^ __________ ______Fi

^m~^sW^ I_^/'__!-Al*j*____ ^A ^s_

//r^^*^T_>^^_-^_^—

mi ©Iwk * -—^ ^~^!w0"""':'""l",%

A velha curandeira Jez um emplasto...Primavera, não griles tão alto, Rosa Preta não

vem, nem virá, porque se acha muito longe d'aqui. Estássó commigo, e ficarás por muito tempo.

A princeza assim levantou-se com altivez e disse-lhe :Vai buscar minha ama I Não te esqueças que sou a

filha do principe.Ora I o reino não te pertence mais , teus inimigosliraram-n'0. O rei da Bohemia queria recolher-tc em suacasa e casar-te com seu filho, mas, não quizeste cumpri-

mental-o, choraste e gritaste o dia todo. Elle mandou tuaama trabalhar no campo como castigo, por ter-te educadotão mal e disse-me : «Paciência, leva para ti a princeza ;procura fazer d'ella alguma cousa bôa; por mim, não aquero ver, nem ouvir, perturba-me a cabeça I

Primavera começou a chorar copiosamente. A' noite ovelho que a tinha deixado chorar e lastimar-se á vontadeaccendeu o fogo, fritou -um pedaço de carne, cozinhoualgum.s castanhas e disse á princeza.Estás disposta a não comer mais ? Se tens que co-mer amanrã, dou-te um conselho, come hoje, pois serásobrigada como uma tola a pedir-me comida.

Primavera não respondeu ; chorava sempre.Então o velho, dando-lhe algumas folhas seccas e um

lençol, disse-lhe:Durma bem. Bôa noite I

Passou para outro quarto, junto ao cubículo de Prima-vera, e ao fechar a porta, exclamou ; ¦

—Até amanhã; não te esqueças de que me chamo Pa-ciência.

A princeza, não vendo claridade alguma, atirou-sesobre as folhas,gemendo cm altas vozes. Procurou dormirmas . ão poude, porque estava com o estômago vasio. Pro-curou então, ás apalpadellas, em torno, para vêr se encon-trava a panella e algumas castanhas.

E pensava:

Primavera viu apparecer um velho barbado...

—Comerei tão pouco que esse tal Paciência não seaperceberá.

Mas,era tão grande a fome, que, pouco a pouco,comeuo que existia, dormirdo em seguida.

Quandodespertou viu um raio deluz através da cumieiramas, como não lhe viessem abrir a porta, decidiu-se achamar seu visinho.

—Paciência I Queres abrir-me a porta ?—Já lavou !—respondeu o velho—e abriu-lhe a porta.—Olé I olé I não sabia que havia ratos aqui ; come-

ram o resto do meu jantar.Primavera não sabia mentir, e disse :

Fui eu que comi, estava com fome IOhl então é differente !. .. Aqui tens leite e pão;

podes comer á vontade.A princeza comeu.Quando terminou virou-se para o velho e disse:

Meu bom Paciência, leva-me para o reino de meupai ; alguém me receberá sem duvida... ou conduz-mc ácasa de Rosa Preta, minha ama, ou mesmo ao paláciodo rei da Bohemia; cumprimental-o-hei.

Isso não pode ser—exclamou o velho—estamos amuitas léguas dc teu reino; o rei da Bohemia é encanta-do, e assim como uma fada. — Nunca ouviste fallar cmfadas _

Pois bem, elle fez-nos atravessar os ares e nãopodemos voltar sem elle.Ser-nos-hiam precisos quatro annospara voltarmos ao teu paiz. E, além d'isso,cllc disse-me quenão te receberia emquanto não perdesses o habito que tensde chorar e gemer por qualquer cousa. .

Page 9: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICOOh I— disse ella entre soluços — se nós é preciso

andar quatro annos, andemos; partamos immediatamente INunca I — exclamou o velho—parte só se quizeres

e procura o caminho; cncontral-o-has se não fores comidapelos lobos. Eu não me movo daqui. O rei disse-me quese eu o desobedecesse faria como já fez ha tempos a uirvelha ; crescer-me-hia o nariz mais um palmo.Isso não énada, bom Paciência ; teu nariz é já tãofeio que um palmo a mais não te enfeiaria o rosto,c noentanto, alcançaríamos o caminho.

Não sabes—resmungou o velho—o que é ter sempreum nariz dentro do copo, na comida, contra um prato !E além d'isso acho meu nariz bem bonito. Quero partirtambém mas não o farei emquanto não debulhar todo ofeijão, que o rei mandou.

Onde está elle ? — perguntou a pobre Primavera.—Vamos começar I

Mostrarei onde está, se me quizeres acompanhar.

Primavera seguiu-o, chorando, e depois de uma horapararam deante de um grande edifício.

Paciência, tirando uma chave do bolso, tentou abrir aporta, o que só conseguiu depois de um quarto de hora detrabalho. Quando a porta se abriu, Primavera avistou umenorme celleiro, cheio até o tecto de feijão secco.

Quantos são precisos ? — pcrguutou elle.Todos cs que ahi estão 1Olha meu caro Paciência ; acho melhor pôr-mo-

nos a caminho já.Muito agradecido ; não quero meu nariz augmen-tado. E' melhor debulhar. Mas, se quizeres ajudar-me, aca-remos mais cedo.

Primavera respondeu-lhe com arrogância :Uma princeza não foi feita para debulhar feijões,

fal-o sosinhol E's muito necio; quando se possue umnariz tão ridículo, um pouco mais não perturba e, se essetal rei da Bohemia o augmentasse, poderias cortar o quetivesses a maior.

Vou debulhar 1 Vou debulhar ! — retorquiu o velho,pondo mãos á obra.

No fim de uma hora exclamou :Vou procurar que comer; dou-te de conselho que

não desejes debulhar o feijão, aprendas a cumprimentar,

Tomou uma vagem, abriu-a, uma outra, outra ainda,uma t.erceira.

— E não diminue I — exclamou ella.Pouco dspois voltou o velho, trazendo pão, queijo e

uma bilha com agua. Primavera dispoz-se a comer. Em-

:!_f___i f^^^"^T_i. * m___I^*.

tfi__í232"^__^ ___jTar-aa__s_-rZ ^ ^"^" "r^NCttf.^

— Vái chorar para longe 1—excl mou o velho...

quanto ella comia o bom homem debulhava, dizendo comseus botões :

Quanto mais debulho mais tenho que debulhar iMas, já diminuiu... parece querer intrigar-me este feijão.

Fui eu que debulhei — respondeu Primavera enco-lerisada.

Então — disse elle — se me ajudares, dentro cmpouco estará tudo acabado.

Porém Primavera começou a chorar, dizendo:Nunca ! Nunca ! Morreremos antes de terminar 1

E. com as lagrymas a cahir, começou a de-bulhar.

A' noite, como estivesse muito cansada,foi dar um passeio na floresta.

Paciência acompanhou-a. Andaram, anda-ram muito, até que o velho, dirigindo-se aprinceza, disse:

—Já é tempo de volvermos a casa. Vamosdeitar-nos cedo para acordar logo ao raiar odia c continuarmos a nossa tarefa.

Vá para o diabo o tal feijão do rei ! —gritou a princeza.

Paciência não respondeu e ambos comeramsem dizer uma palavra. No dia seguinte puze-ram-se novamente a trabalhar e, como o velhocontinuasse a não responder ás suas palavras,Primavera perguntou-lhe :

Ficaste mudo, Paciência?Não:— respondeu elle, mas, como só

me diriges insultos não ouso responder a pes-sõa tão pouco educada.

A princeza desatou num pranto angustioso.Bom! bom !—disse o velho—não posso

ouvir ninguém chorar sem motivo, vou darum passeio I

— Si fores—disse a princeza entre soluços,—nãodebulharás e nunca mais sahiremosd'aqui 1

—Pois Primavera I Não gosto de pessoasque só vivem era prantos por qualquer cousa ;ou acabas de chorar ou então eu não^ continuoa trabalhar.

A princeza viu-se obrigada a fazer cessarsuas lagrymas.

Primavera viu deante delia um celleiro cheio de feijão secco.

pois logo que cnegarmos deante do rei elle te mandaráembora e debulharás com certeza cousa peior.

Assim que Paciência virou as costas, Primavera come-çou a chorar, dizendo :

— Sou a princeza, mais infeliz, que existe no mundo INunca houve creatura mais desgraçada do que eu 1 Mas,se esse velho se demora d'essa forma, nunca mais acabaráde debulhar os feijões I

No dia seguinte, Paciência disse a Primavera :Quando ouço cantar junto a mim, trabalho com maia

vontade e mais depressa.Creio que não me vaes pedir que cante para te sei

agradável I —respondeu-lhe a princeza com arrogância.Não estou pedindo que cantes 1üebulha um pouco mais depressa, homem 1

Não posso; só se tú cantassesl..-

Page 10: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO IO

/.

Rosa Preta levou-lhe caixas com roupas...Primavera calou-se; mas, no dia seguinte, despertou

cantando.-- ,E o velho debulhava tão depressa, tão ligeiro, que as

vagens diminuíam rapidamente.A princeza, vendo que a obra ia ás mil maravilhas,

cantou tudo o que sabia, até que o velho lhe disse:Chega, princeza, chega I Vou contar-te uma historia;

se me quiscres ouvir irei mais rapido;senão...Primavera ouviu pacientemente uma historia muito

comprida, tão comprida que, quando Paciência a deu porfinda, ella.dormia a somno solto.

O velho despertou-a.Estamos na hora de jantar !

A princeza comeu bem e dormiu melhor.No dia seguinte o velho apresentou à Princeza uma

camisa rasgada, dizendo-lhe:Toma esta agulha com linha, cose-lhe os cotovcllos,

que eu não entendo de costura.—Não faltava mais nada — disse a princeza em prantos.

. -- Vai paraodiabo — exclamou o velho. — Vai choraronde eu não ouça e não trabalharei emquanto a camisa nãoestiver cosida.

Primavera, vendo-se sosinha, resolveu coser o que lhepedia Paciência.

* •Todos os dias Paciência exigia da Princeza um novo

serviço. Dcsfarte aprendeu ella a ler, escrever, contar e oque era extraordinário é que o feijão diminuía rapida-

de folhas,Rosa Preta, que lhe sorria. Atirou-se nos braçasda ama, que a abraçou alegremente.

—Se continuares a chorar, vêr-me-hei obrigada a aban-donar-te novamente; mas vejo que estás muito alegre.

O rei mandou-me para te fazer companhia e para tereconduzirão seu paiz, quando ióres alegro e bôa.

Primavera tinha grande dôr pensando no seu passado;mas contentou-se em suspirar duas ou trez vezes só-mente.

Rosa Preta tinha levado caixas com roupas e enfeites;fez a toilette da pequenina princeza, que muito a ajudou,pois já sabia pentear-se e vestir-se.

A princeza tevegrande prazer cm debulhar o feijão comseu vestido de velludo, e cm breve o celleiro estava vazio.

•• «Havia aberto a ultima vagem. O velho Paciência bei-

jou-lhe a mão, muito contente. No mesmo instante appa-receu uma bella carruagem, puxada por dous magníficoseavallos ricamente ajaezados; o rei da Bohemia saltou delle eincontinenti, Primavera fez-lhe um bello cumprimento, tô-mando as saias na mão.

Orei cumprimentou-a, dizendo:—Estás tão risonha e graciosa que é preciso esquecer

o teu alcunha—a Dor—Vou apresentar-te "a meu filho, o

bello príncipe ; elle queria casar-se com .uma^moça quesoubesse trabalhar e fazer cumprimentos á um monarcha,o que não é muito fácil.

Ao mesmo tempo dar-te-ha a fortuna a que tens direito,a mandado de teu pai, que se acha muito bem em seu pa-lacio c que lhe cedeu o reino.

Vamos! vamos I teus pais estão vivos; demol-os pormortos, para te acostumares a trabalhar, a contar comtigomesma e a seres agradável, sem o que acabarias detestadapor todos os que te cercam.

Primavera não coube em si de contentamento eteve tanta alegria em saber que seus pais estavam

I IM S^^^^^fej í I

mWmm^È^rH

^^^Ifii&géULÁ. lsÉ!aâsir"5H&L>o;,> r^SCrdO^Mr^ ^"""'^

Primarei a fez sem pensar, mas rindo cumprimentou o rei.

mente. Aprendeu ainda acumprimentar c a dansarcom toda a perfeição.

Por fim já não chorava nem se lastimava; acabou mes-rno por esquecer que cra Princeza c habituou-se a cantar,a rir, a dansar e, quanto mais cantava erria, mais diminuíao numero de feijões a debulhar.

Um dia, ao levantar-sc, encontrou, perto de seu leito

vivos, que se esqueceu das suas desgraças.Pouco tempodepois casou-se com o filho do rei, que a adorava e viveainda hoje muito feliz e contente, sem nunca se quei-xar da sorte.

Teve uma filha muito bonita, á qual deu o nome deRosa Alegre.

E, todas as vezes que passava deante de uma plantaçãodc feijão, arrancava alguns c debulhava-os.

Page 11: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

n i a» tu wi/i &O DOCE ESCONDIDO O TICO-TICO

l) No outro dia Lulú e Zezé tinham comprado um doce 2) ...esconderam-o debaixo do sofá e ficaram muito quietos 3) Mas imaginem que a Pequenina veiu jogando bola e tantoiam comel-o mas vendo que Vovó se approximava com Peque- disfarçando. Vovô até ficou desconfiado de os vér tão quietos, a jogou que a bola foi parar debaixo do sofá.nina e não querendo dar-lhes um pedaço do doce...

4) A menina—já se sabe—tratou de se metter também em 5)—Que é que vocês estavam fazendo aqui?—Nada não senhor 6)—Ah 1 vocês não estavam fazendo cousa alguma? Entãobaixo do sofá para apanhar a bola. Vovó estava pergun- responderam Lulú e Ze/.ê. Neste momento a Pequenina sahiu de este doce não é de vocês? E dividiu o bolo com a Pequenina,tando aos netinhos... baixo do sofá trazendo além da bola o doce que encontrara. comendo-o todo, para castigo da sovinice dos netinhos.

¦V_A_______5

PARA O CONCURSO V II.

-v_-______-_PARA O CONCURSO W. I li

Page 12: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

0'-».V "<• "a —•'- — ,l3A —^vui-iv sp vui8v<s M^^^>~^?£<^j^±~VjryKr~ ~*' * ':' \Vóx

^"' I JgÈ ^MJj^ÉL.JÜJú:^Jit^ ^\*&S

^"'— lü SF^n^w'':i "I

?"¥'i \\^M':''^íi'íJ -, zzro-s/ mMm :«V A . *$ ¦¦'¦,?li " ""'"""f/T^

1) Dous sujeitos, que já não gostavam um do outro, entraram um dia em uma ponte,ao mesmo tempo, cada um por sem lado.

2) Encontraram-se exactamente no meio, que era muito estreito e não permittia quepassassem ambos ao mesmo tempo. ttm;

,.a 'ST'" ' V ...

3) Tornava-se, pois, necessário, que um dos dous voltasse, sahisse da ponte para darpassagem ao outro; mas nem um nem ou.ro quizeedero caminho-; atracaram-se...¦

4) ...co resultado foi que cahiram ambos dentro d'agua, tornando um banho forçadoe estragando as roupas. Ahi está no que dão as teimas.

Page 13: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

w VT\\ -w

\

¦fn-g-yw--- —.» .-.¦;¦¦-.-.- -.--:... ,...-v. :..»..>¦

X_-____,_f__7<__^. ¦<* -^C?X________? J>JB rJ7r<>J^ÍD^y^^rJL^JLt:J^KJl^4C>^¦ AGINA.—A RAINHA. ELEONOFtA DE CASTEL-L.O Fagina de armar— Vçtew

SR Bitoliotíieoa, cLO TICO-TICO

seu colossal visinho, o Amazonas, pode-se dizer que o rio Orenoque bem mereceo appellido de «Soberbo» que lhe foidado por Júlio Verne.

A não ser o Amazonas, nenhum outrorio apresenta a fcrça e o aspecto mages-toso do Orenoque.

Nelle e em torno d'elletudo é immenso.Florestas emmaranhadas, de arvores

enormes, formam comoque uma moldurade esmeraldas de um lado e outro dogigantesco curso d'agua que os indige-nas chamam Rio-Rei. Quando chega aestação das chuvas o rio transborba deseu leito, produz a inundação, ei gapo,transformando as terras baixas que mar-geam o rio em um lago que tem a esten-são de cento e vinte mil kilometros qua-drados.de onde só emergem os cimos dascolunas e das arvores.

Na época do gapo ' toda a navegação

fica suspensa. O rio,dividido em centenasde braços, torna-se urri dedalo, onde só seatrevem a navegar alguns indios ichtyo-phagos, que vivem sobre as arvores pes-cando, caçando, numa existência primi-tiva e quasi sempre abreviada pelasfebres.

O impaludismo é geral entre essas tri-bus,que já o consideram como cousa na-tural e absolutamente sem importância.

Ora.no principio do mez de Agosto,umtrimestre depois do cataclysmo da Marti-nica, terminava um gapo no Orenoque.

O rio, com excepção de alguns pontos,tinha voltado a seu leito natural e as pi-rogas, lanchões ou balanceitos, (barcosde pequenas dimensões recomeçavam acursar as águas barrentas.

Poucos kilometros acima da villa Ypu-ro estava a botearia, estabelecimentosingular, como não se encontra em outraqualquer parte do mundo.

Na primeira parte de seu curso o rionão é navegável senão por pequenos bo-tes de fundo chato. A partir de Ypuro aprofundidade augmenta. Assim a navega-ção modela-se pelas exigências do rio.

Acima de Ypuro botes pequenos e le-ves; para baixo embarcações de maiortone'agem, capazes de resistir a forçacrescente das águas.

A botearia é o porto em que as merca-dorias e passageiros passam dos botespequenos para os grandes

Nesse ponto ha um hotel e botequim,onde se encontram todas as espécies deálcool: mescal, aguardente, gin, whisky,cognac, genebra e juripe, muito aprecia-do pelos indios, que são em geral os re-madores do alto.

Ahi, emquanto os remadores discutem,embriagam-se e fazem sem pressa a bal-deação das cargas, os passageiros espe-ram no hotel, o momento de partir.

Mas no dia a que nes referimos não ha-via trabalho na botearia. Apenas umaembarcação grande e pesada estava amar-rada ao porto, esperando os botes quedeviam vir de cima. Alguns indios car-regadores jogavam, sentados na mar-gem, á espera de trabalho.

O hotel que se compunha de pavimen-to térreo e sobrado, parecia vazio. Atra-vez das janellas sem vidros viam-se oscortinados, indispensáveis naquella re-gião de mosquitos, cobrindo os leitos.

Nenhum viajante estava alli naquelledia.

Na sala do pavimento térreo, que era amais importante do estabelecimento, es-tavam dous homens sentados junto auma mesa, sobre a qual havia uma gar-rafa pequena com rotulo inglez e outramaior, cercada de palha, contendo vinhode Syracusa.

O bebedor de gin era louro e imberbe;o bebedor de vinho era, ao contrario,muito moreno, de pequena estatura comcabellos e bigode inteiramente pretos.—By God (por Deus) que aborrecimen-to é estar aqui a matar o tempo,meu caroCandi.

Isso disse o inglez. O outro saboreouum gole de vinho, fechou os olhos comjm ar satisfeito e respondeu .:

—Qui va piano va sano,' qui. va'sano valontano (Quem vai devagar vai bem,quem vai bem vai longe) meu caro Crabb.Hoje não ha Viajantes. Tenho prazercom isso porque já estou cansado de fa-zer de hoteleiro aqui.

—Ahi — replicou o inglez—mas lordOlivio quando nos collocou aqui foi paraque ficássemos no caminho da fortuna.

—Não digo ocontrario;mas aquio caloré tamanho que eu desejaria estar já ricopara poder voltar á Europa. *

—Paciência... Paciência—disse d" in-glez. A fortuna ha de vir.

o_.CD<caDHZK><WQWufa<Sotawoí_<ca

ÔmU

aQVi___.oa

VIVI©

OS SEMEADORES _DE GELO 25

Minha mãi reflectiu um pouco e disse:Só se tu conseguires apresentar-te

a elles como um Salvador. Além da pro-phecia que diz que a independência doslncas será feita por uma princeza da raçareal ha que annuncia a presença do Sai-vador e ordena que todos os lncas obe-deçam a esse homem. Mas as tradiçõesaffirmam que o Salvador far-se-á reco-nhecer praticando um grande milagre.

Deveras?! —exclamou meupai—masentão talvez seja possível... eu sou chimi-co, asciencia faz cousas maravilhosas queos indios podem tomar como milagre...

Mas é preciso fazer uma cousa im-possível—disse minha mãi—Oslivros san-tos affirmam que o Salvador, o homem aquem os sacerdotes devem obedecerapresentar-se-á deante de uma fonte deagua quente, chamada Gervil, que ha nasegunda caverna do temelo. E a fontedeixará de correr transformando-se essaagua em pedra. Depois,o homem se diri-,gira á quinta columna.a contar da fontepara a direita e segurando uma cabeça detigre, que alli está esculpida em pedra,puxará por ella. Immediatamente abrir-se-á uma porta no logar da columha — aporta dos subterrâneos onde nunca en-trou creatura humana desde a derrotados lncas, O homem que fizer esse pro-digio será reconhecido como chefe pelossacerdotes, que lhe obedecerão como es-cravos.

XI

0 AR LIQUIDO

Júlio ouviu esssa longa narração .comoum sonho. Dedicado até então aos estudosscienficos, elle sentia-se agora transpor-tado em plena poesia.

Aquella historia dolorosa parecia umconto de fadas.

O templo mysterioso do Incal, as tra-dicções as supersticiosas de sacerdotes in-aios, respeitadas através de muitos secu-los, todas essas visões extranhas, conta-das deante do vulcão furioso tudo issoperturbava-lhe o espirito.

Stella calou-se c ficou pensativa e im-movei. Depois disse:

. — Agora já o senhor sabe porque mo-

.tivo meu pai passou tantos annos pro-

curando uma combinação capaz dc con-ter e aprisionar o ar liquido.

Ar liquido ! — exclamou Juho — E'verdade. Até admira que eu não tivessereconhecido logo o ar liquido nesse fluidoazul pallido, que vi nas bolas de vidro.

Não são de vidro — disse Stella —ovidro não resistiria á pressão formida-vel doar liquido. Essas bolas são de umacomposição nova que meu pai inventou.

Ora, o senhor, que é engenheiro, nãoignora decerto que o or liquido,restituidosubitamente, liberdade, produz um friode duzentos gráos abaixo de zero.

E' exacto. -Não julga que esse frio será suffi-

ciente para transformar cm gelo, e por-tanto em pedra, a agua da fonte deGervil no templo de Incal.

Comprehendo—disse Júlio— Seupai queria ir lá e fazer-se obedecer pelossacerdotes para libertar sua filha.

E' isso.Mas era preciso encontrar um meio de

transportar o ar liquido, encontrar umrecipiente solido.

Resistente ás pressões, mas redu-zindo-se a pó impalpavel ao menor cho-que um pouco violento.

Perfeitamente... Vejo agora a utiü-dade do algodão, que protegeu as es-pheras de vidro.

E o joven engenheiro continuou comenthusiasmo:

—O que seu pai não conseguiu executarirei eu fazer. Sim, senhorita. Realisar oultimo desejo da infeliz victima, resti-tuir-lhe sua irmã desconhecida, cuja pre-sença, cuja ternura lhe servirão de con-solo... prometto consagrar toda a minhaexistência a essa empreza sagrada. Parti-remos quando quizer.

O rapaz erguera-se ; parecia promptopara partir, para lutar.

Sentia-se com força e energia desme-didas ao pensar que poderia restituir umairmã á pobre orphã.

Demais, sua dedicação estava agoraperfeitamente justificada. Quem poderia,libertar a captiva das trahições lncas, seStella tivesse desapparecido, como todosos seus, na torrente vulcânica.

A moça fitava-o com olhar enterne-cido, como que para agradecer seu en-thusiasmo. Entretanto, conservou-se sen-tada e com um gesto convidou o enge-

Page 14: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

86 Bitoliotlieoa. cio TICO-TICOnheiro para retomar o logar a seulado.

Para que . — perguntou elle.Porque o senhor por emquantoapenas conhece metade do que devesaber.

Metade?...Sim. O senhor já nada ignora dos

projectos de meu pai.Sim.Masfalta-lhe conhecer osprojectosdo

Sr. Olivio de Avarca.Júlio estremeceu.A imagem do terrível chefe dos bandi-

dos apresentou-se a seus olhos e com ellaas de Crabbe Candi, seus pais adoptivos,pelos quaes sentia ao mesmo tempo gra-tidão affectuosae horror.

Sua physionomia tornou-se sombria eguardando silencio o rapaz sentou-se denovo ao lado de Slella.

Esta começou a sua narração assim :Olivio é engenheiro, como já lhe

disse. Sua bonita figura, sua inteíligen-cia., sua elevada posição social impressio-naram meu pai, que o encontrou em umareunião diplomática realisada em Taba-tinga, entre representantes do Peru, doBrazil e da Venezuela. Teria o traidoradivinhado alguma cousa. Meu pai teriatrahido uma parte de seu segredo—con- ¦versando ?

Ignoro-o.. Mas pouco tempo depois Olivio apre-sentou-se na fazenda de meu pai; mos-trou enthusiasmo extraordinário peloestudo de mestreRoland,como elle dizia.

Sem desconfiança, meu pai, satisfeitode ter um companheiro para o labora-torio, pois que meus irmãos interessavam-se mais pela agricultura do que pelachimica, tornou-se muito amigo deOlivio.

Sua confiança cegou-o. Elle quiz as-sociar Olivio á obra de libertação, e con-fiou-lhe uma parte do segredo dos Incas.

Pouco tempo depois, um grupo desoldados venezuelanos,commandados porOlivio, penetrava no templo de Incate.Mas, por mais que batesse na quinta co-lumna, por mais que puxasse o focinhodo tigre de palha, nenhuma abertura ap-pareceu a seus olhos.

Sem duvida é necessário que a fontecesse de deitar água para que o meca-nismo funecione.

Furioso por nada conseguir, o traidorvoltou á casa de meu pai, aceusando-odc lhe ter oceultado uma parte do segre-do. Ameaçou-o de o mandar prender senão lhe indicasse o meio de penetrar nassalas do thesouro, o colossal thesouro,que,dizia cllc, devia pertencer ao Estado.

O Estado, tal como elle entendia, era ogovernador da província, era seu irmãoPedro.

O Estado era principalmente elle pro-prio.

Meu pai viuvo, havia apenas algunsmezes, affírmou que nada mais sabia.

Depois,perseguido sem cessar e temen-do sempre por sua e pela nossa vida, to-meu o partido de fugir. E foi aqui naMartinica que nos refugiamos- aqui foique meu pai, consagrando-se dia e noitea seus estudos e experiências, descobriuha seis mezes as propriedades de umamistura vitrea capaz de resistir as maisaltas pressões.

Elle contava offerecer esse segredo ásciencia e—concluiu tristemente Stella —esse segredo foi roubado.

O relatório que meu pai redigira paraenviar á Academia de Sciencias des-appareceu de nossa casa. Nósjulgamol-operdido. Mas agora sei quem o roubou.

Olivio ?Sim. Essa cretura maldita vai trans-

formar em instrumento dc morte o des-cobrimento admirável que no espiritodo sábio deveria ser uma fonte de bene-ficios para a humanidade.

Ah—exclamou Júlio — é essa a sortede muitas substancias preciosas... To-nicas nas mãos de um medico, ternam-seveneno nas mãos de um bandido. Mastenha confiança. Vamos emprehender aluta-, havemos de ; vencer e sua irmã lheserá restituida.

Stella estendeu-lhe as mãos.Júlio apertou-as com fervor.E ficaram assim immoveis, silenciosos,

em doce effusão no meio do deserto decinzas entre o vulcão ainda fumegante ea cidade cm ruínas.

SEGUNDA PARTEO VENENO AZUL

IA Balearia de Teffan

Embora não seja tão extenso, tão im-ponente, nem tenha o volume d'agua do

OS SEMEADORES IDE GELO S7

.^_E_kV-?___________l

__B-^__________St___ ^^___________________

H_É__^____________B n ¦§¦. %________!_B_________S___L:__. »' i3í^__ ._* __?** ' pÃI-_Nr^__&__¦-'"'' _____¦ ' i_ ________¦___¦*f^iv ii__é?íri IP...1 ¦ t. ..'..' WÊ !_ _________ :'_ft__ j_^k^k^n^n^nw EmEi ___________P___, 8

Ü JÍ_f _____^l* Bt^-j-JP-_-._"''' «Pj__I__>_hI£ _ _Jp______l

jk\'-J •¦• ' &'' tÉ_______l__ — _Stff*" Bí~^^ .Br^^*i______P-'*^

fEh\ ^^^B^'-^r4í':;*V^2SSft _________ flT^^JE

____.'^_mI*¦=*¦* __________________!

_____t_!_^_______k_!________j

__¦_____¦ )h Ü V- -"" ^^Vit *^3f __ sí^ \f*sr-^

-,^«í-__i_* 1 5j^

^______B_^^L__l_rJ^P^^^^

Dous homens bebiam ngim e vinho de Syracusa

Page 15: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

17 O TICO-TICOA NOSSA PAGINA DE ARMAR

A rainha Eleonora de Castella

As princezas de Castella distinguiram-se em todas ascortes da Europa, nos tempos gloriosos em que o reino deCastella y Aragon só tinha no mundo duas nações rivaesem poderio e gloria — a Hollanda e Portugal. Nesse tempoa França era um reino pequeno e enfraquecido pelasconstantes lutas entre o rei e seus fidalgos, a Inglaterra eraum paiz insignificante, a Itália dividida em varias republi-cas, reinos e ducados, que se guerreavam sem cessar.

Varias princezas de Castella foram notáveis. Brancade Castella foi rainha de França e mãi de S.Luiz. Eleonorade Castella desposou Francisco I, o rei e cavalleiro e foiduplamente rainha, pela situação e pela elegância.

O seu vestuário, que hoje reproduzimos em nossa pa-gina de armar, é dos mais bellos e dá bem idéia da vidaluxuosa d'aquella epocha, que decorreu do anno de 1498a 1558.

Eleonora dedicava grandes cuidados ao seu vestuário.Irmã do opulento imperador Carlos V, viuvado rei de Por-tugal, fora educada nos hábitos faustosos das cortes de Ara-gon e Lisboa. Seu segundo marido, Francisco I, era tam-bem grande apaixonado do luxo e queria vel-a sempreapparatosamente vestida.

Foi Eleonora de Castella quem inventou a modas dasmangas com aberturas, pelas quaes appareciam folhos deurna segunda manga interior.

,' Aliaz o vestuário feminino era nesse tempo bastantecomplicado.

Compunha-se em primeiro logar de uma basquina—espécie de corpete justo que ia dos hombros até a cintura.Ahi começava a vestugale, saia de baixo, que era feita depanno rijo e com muita roda. Sobre a vestugale estendiampannos de preço, com bordados. Esta parte do vestuáriochamava-se coita.

Sobre a basquina e a cotia collocavam então o vesti-do, que era decotado em quadrado, com mangas muitolargas e aberto de um lado sobre a cotia.

E' esse vestuário que nós vamos recortar e armar.No nosso desenho a basquina, a vestugale e a coita

formam uma só peça. Assim foi desenhado para facilitaro trabalho de nossos leitores. Depois de recortado o ves-tido collem frente com costas, pelos lados e só até os pontosmarcados com as lettras D e E, deixando sem colla o de-cote.

Dos pontos marcados com as lettras A — B para baixopodem collar inteiramente írente com costas.

. Collado o vestido, conforme indicamos, erifieiu nelle obusto.

De um lado do vestido ha um espaço em branco. Allideve sercollada a mão direita da rainha, que está feita em

desenho separado. Collem sua mão só pela renda dopunho, deixando a mão sem colla, para que sc possa col-locarnella o leque de plumas ou o livro de missa.

Tratemos agora das jóias, que naquella epocha eramindispensáveis a uma senhora elegante.

As jóias mais usadas eram trez : o collar, que nessetempo se chamava carcan e o jaseran, que se prendia sobreo corpete, e, finalmente, os padre-nossos, espécie de rosa-rio, que se passava na cintura, deixando-o cahir até os pés,onde terminava em um ornato de pedras preciosas.

Os dous pedaços de collar devem ser collades pelastirinhas brancas que têm nas extremidades. O jazeran, queestá desenhado abaixo do livro de missa, deva ser colladoapenas pelas extremidades sobre o vestido, logo abaixedo decote. O padre-nosso deve ser collado também apenaspela extremidade, na cintura do vestido, de modo que caiaaté os pés.

Os dous penteados devem ser collados só pelos lados,para que possam collocar na cabeça da boneca.

O interessante me-nino RENATO MEL-CHER. Apezar deter 10 mezes de edade,

já é um dos ardentesadmiradores do tra-vesso Chiquinho.

Reside em Mendes,Estado do Rio.

ADÃO NETOA perfeição em calçados para

creançasEncontram-se em todos os depósitos

POR ATACADO

RUA DA ALFÂNDEGA, I 9 I -Rio de Janeiro

fYs-%?*^,

T_^fl_íÍ_»

^itfiiCo-Sf>-t V Hi'4 ii \£'

jpcAvm, v\t¦lUuSlRÈNèM, /K

ESPARTILHOSELEG ANTES

A PREÇOS RAZOÁVEIS-YsVke"Th me e

•EflateaDE 25$ POR 2QS

Usem o espartiÚNICA RECEBEDORA

CASA RAUNIER172, OUVIDOR

4ÊSÊím

'éà YHJi' K ¦/?'¦'">i \

Js^=^_, i' Yw I.UaSIRENI^P

-> PARI . cr r0"«t,pnoitE JS

FaustineDE 35$ POR 28$

Page 16: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO 18

SOMNO ITVTEÍfcífcO-MÜPIT^O

Qüe dorminhocol Espera um pouco que já acordas.

gg^fb^rp—f]—n—R~~R—TF

— Pum 11

im\^^x?Yiu^^^^// li . 11 l—li i

O CASTIGO INJUSTOOnde metteu Mario o seu livro novo de colégio? Elle,

que foi sempre tão cuidadoso, tão cioso dos seus objectosescolares, a ponto de ser considerado pela professora umdos mais ajuizados meninos de sua classe,porque appareciaagora em casa, sem livro, e sem dar noticia satisfatória decomo o perdera?

Em vão a mãi de Mario o interrogava. Elle respondiasimplesmente:

—Perdi.—Mas onde, como ?—Não sei mais, mamai: não posso dizer...E perturbava-se. A mãi dc Mario, habituada sempre a

ver no filho um exemplo de cuidado e dc amor aos livros,tinha razão para duvidar que o menino tivesse, com efteito,perdido o livro. Mesmo porque a perturbação de Mario eraevidente.

Decidida pois a descobrir qual o motivo que obrigvaseu querido filho a sahir da rigorosa norma de condueta,que causava inveja ás outras rnãis, D. Emma, prometteucastigar o pequenino Mario se elle,dentro de 24 horas, nãoconfessasse o destino dado ao livro,

E fechou—com que sacrifi-cio!—ofilhonumquarto — atéque elle se resol-vesse a fazer aconfissão.

Mario cami-nhou de cabeçabaixa para o cas-tigo. Acaso po-dia elle dizer ?Seu raciocíniodizia que não.Mario julgavater commetticíoum feio crime.E era por issoque, por maisque sua mãi in-sistisse, elle di-zia sempre terperdido o livro.

Mas era umamentira. Ora,Mario não sabiamentir. Nuncatinha aprendidoessa horrívelcousa. Por issoperturbava-se,corava na pre-sença de D. Em-mae dava assimindicio certo deque não estavadizendo a ver-dade.

No emtanto,Mario podia con-fessar sem pejoo que fizera.Pra-ticára uma dasma i s b e liasacções que umaalma infantilpód-e praticar.Fora nesse mes-mo dia á voltado collegio. En-contrára na ruao seu pequeninocollega Arthurchorando.. .Por-que ? Arthur erapobre. Muito in-telligente, muitoquerido dospro-fessores, nuncanas aulas deramotivo para amais leve repre-hensão. Mascomo fora ap-provado, em

companhia de Mario, no 2- livro de leitura, cra obrigadoa levar no dia seguinte o 3-. Infelizmente a família dobondoso Arthur era tão pobre que nem esse livro poudecomprar-lhe. E era por isso que elle se via, naquelle des-consolo, chorando na rua. Foi nessa situação que Marioo foi encontrar.

Arthur tudo confessou ao collega. E terminou dizendoque não ia ao collegio no dia seguinte :—Por que? |—Porque, sem livro, não posso estudar e receio umareprchensão... Mario não teve duvida. O seu minúsculomas generoso coração fallou mais alto do que todas asconveniências.

Estendeu o livro novo que a sua mãi lhe comprara na-quclle dia :

—Pega, Arthur.—E tü? —perguntou Arthur, admirado?—Eu tenho outro...Não era verdade. Mas Mario preferiu mentir a ver

soffrer por mais tempo o seu querido companheiro.Está explicado, pois, porque Mario não quiz confessar'

a sua mãi o destino dado ao livro novo. Preferiu soffrer ocastigo calado c com perda dos presentes, que lhe estavam

(Desenho de José Campos Júnior, S. Paulo)

Page 17: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

19 O TICO-TICOpromeltidos, pois o dia seguinte era o do seu annivérsarionatalicio.

D. Emma, a sua mãi, comprara, na cidade, na véspera,um macaco d'este tamanho, de pellucia escura, um moto-cycle e um pequeno automóvel. Mario ia perder tudo issose não confessasse o que fizera do livro.

Imaginem vocês a tortura da pobre creança.Como era a primeira falta em que Mario era apanhado,

D. Emma resolveu castigal-o, com magua, mas severa-mente, afim de que essa falta não se reproduzisse.

E fel-o passar toda a noite fechado no quarto escuro.No dia seguinte, que surpreza para D. Emma ! Logo

cedo bateu um menino á porta. D. Emma accorreu.—Quem é?

TJm menino modestamente vestido,mas muito limpinho,apresentou-se com um livro:

—Que deseja?p—erguntou de novo a mãi de Mario.—Chamo-me Arthur, minha senhora e sou companheiro

de Mario. Como minha mãi não pudesse dar o 3- livro,Mario, que é bom, me deu o seu. Mas vim entregal-o amandado de minha mãi,que felizmente hoje poude comprarum para mim, e,em nome d'ella venho agradecer, como seme tivesse aproveitado do livro.

D. Emma pegou do volume que estendia o pequenoArthur, dando um sentido beijo na face da creança. Em se-guida, comprehendendo tudo, lavada em lagrymas, foiabraçar e beijar soffregamente o seu querido Mario quesoffrera o castigo tão injustamente.

Em compensação os presentes de annivérsario foramem muito maior numero e Mario teve até um pequeno.eroplano, o seu sonho de muito tempo...

José

GALERIA DE HOMENS CELEBRESHUGO CAPETO

Os capetos constituíam a terceira raça de reis de França,começando por Hugo Capeto. Ella se dividia em Capetosdirectos, de Hugo Capeto a CarlosIV, o Bello (987—1328);Capetos Valois, de Philippe VI a Henrique III (1328 —1589); Capetos Bourbons, de Henrique IV a Luiz Philippe(1589—1848).

Hugo Capeto, filho mais velho de Hugo, o Grande,

CCL**f*ÍJZ,

v /__S»^___!h

Hugo Capeto

duque de França, conde de Paris e Orleans, abbade deSaint-Martin, de Tours, de Saint-Denis e de Saint-Germain,isto é, dispendo dos rendimentos e da influencia de quatrodas mais ricas abbadias, tomou a resolução de fazer-serei, tomando então o titulo, que seu pai havia desprezado.O duque de Bourgogne era seu irmão; o conde de Norman-dia, cunhado.

Esses príncipes, reunindo em Senlis os principaessenhores e bispos de França, rejeitaram Carlos dc Lorena,

cuja estreita alliarç.i com a Allema-nha faziam-n'o ter como um estran-geiro, e proclamaram Hugo Ca-peto, que foi sagrado em Noyon.A França rompeu assim definitiva-mente com aAllemanha.

O reinado de Hugo era protegidopelos deuses; dizem que, tendo ellemandado construir uma capellapara S. Valery, o santo lhe appare-cera e dirigira-se a elle :

— Tu e teus descendentes serãcreis até a geração mais afastada.

O nome de rei, no décimo século, representava umpoder real muito pequeno; eis porque o fim da dynnastiacarlovingiana esse acontecimento — o apparecimento deuma terceira raça— não causou grande espanto .

Em breve, porém, começou a opposiçãc; todos os grandes senhores de França não tinham podido comparecer áassembléa de Senlis. Hugo decidiu-se a perseguir os parti-darios de Carlos de Lorena. Este moveu-lhe formidávelguerra, que durou até 2 de Abril de 991,epocha em que umatraição poz termo a essa contenda.

Carlos foi entregue a Hugo pelo bispo de Laon e en-cerrado numa prisão, onde falleceu no anno seguinte.

Hugo foi menos feliz na Aquitania.Contam que ordenara ao conde Perigard, Adalberto,

que sitiava Tours, a desistir da empreza e que Adalberto,não obedecendo, mandou-lhe um mensageiro com as se-guintes palavras:— Quem te fez conde ? Quem te fez rei ?

Depois de muitas guerras, consentiu Hugo Capeto emassignar a carta passando o governo ao filho de seu com-petidor, Carlos de Lorena.

Retirando-se para suas terras, ahi viveu ainda algunsannos; veiu a fallecer em 998, com a edade de 43 annos.

asseiar a vontadeSom. esforço

Sem. jp&x*igolSó na bicyclete HUNT, a mais leve, a mais suave, a mais forte

Vendas a dinlieiro e prestações semanaes de gj&OOOcom sorteio na

CASA GARANTIA 3 RUA DO THEATRO 3onde ha luxuosas bícyclettes

de meninos e menin

Page 18: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO 20

é>

1** uj*B ^k'.. c «*! ¦ vKr? >B Bf1 **r^<&'

K"l VÍí"* * ^"^^ ^^&n"J^ÈÍ*^[*£'« * ** J^tf^^v^*J.J

ri "* '>^fe^. -*^B BUB^V . y^B »vi * í[ 3* i^B Sk v v*v*v^^v ^flfl c*fc_t

.'.'- r- *s-j*!*''. \ VI1 1

Olhai para o futuro de vossos filhos«¦¦—*«mr«f t-ji 11 iii^MB^Tn^JM^i ¦¦¦¦ 1 ¦ g^^mc-nu^

Dai-lhes Morrhuina (principio activo do óleo deligado de bacalhau, de

COELHO BARBOSA & C. -™A™iB5R8,io4assim os tomareis fortes e livres de muitas

moléstias na juventude

&

I4

WkwiCl - ¦ ^-*N (Ml

1 ^®j:II

NAIR CARDOSO MARTINS,graciosa e intelligente assignante d'0 Tico-Tico

Chamamos a attenção dasEmas. familias para a

Pedra Poderosa Milagrosa—vinda daCosta d'África

As informações sobre essa prodigiosapedra só podem ser ministradas aos pro-prids pretendentes, sendo o seu custo 20$,ou, tambem, pelo correio os pedidos tei-tos por cartas assignadas pelos próprios,incluindo a quantia de 21$ em vale postal.O resultado d'essa poderosa pedra verifi-ca-se dentro do prazo de 15 dias, parafechar o corpo, complicações em seus ne-gocios, realisar aquiilo que desejar paraafastar as ambições, para a união do lar,para casamentos atrasados, para ser felizem jogos de azar, emfim para afastar osinimigos ambiciosos, retirar tentações epaixões.

Curam-se todas as moléstias incuráveis.Todos os pedidos devem se dirigirão

Sr. Estranja.38—RUA DA QUITANDA—38

Esquina da rua Sele de Setembro —Das 10 ás 6 horas da tarde.

RIO DE JANEIRO

SOBERANOSTÀO FOItTES COMO A LEI

São os mais perfeitos calçados parahomem

-o~j- VENDAS POR ATACADO •!--?-191, RUA DA ALFÂNDEGA, 191

RIO DE JANEIRO

FELICITAÇÕESNo dia 5 do corrente fez annos a nossa querida apre-

ciadora Maria do Carmo Dias Leal. Maria, além de muitospresentes e cartões, recebeu a visita de innumeros câmara-dinhas seuse nossos.

—Completou 9 annos de edade, no dia 10 do correnteo nosso amiguinho Gaspar de Souza Braga. Enviamos-lheum abraço.

—Japyr A. Gomes, nosso leitor assíduo, fez annos a 11do fluente.

—Completou 12 annos, a 5 do corrente, a nossa assídualeitora Glaura üariozo, residente nesta capital.

ft*

*

#»<-•>#*

«*<•

**S

QUEIRA LER?!!!..Um par de calçado para senhora

POR l$500ü!#frfr Só na conliecic-aa- &##

CASA MEPHISTOPHELES

RUA DA CARIOCA N. 12A fregueza que durante a semana pagara quàn-

tia acima, receberá quatro cartões numerados quecorrerá com a dezena do primeiro prêmio da lote-ria da Capital Federal á extrahir-se na quinta-feirada semana próxima, após aquella do pagamento.

Todas as freguezas premidadas receberão umpar de calçado do mais fino e moderno, a escolher,tendo o mesmo direito aquellas que não forem du-rante 25 semanas.

DE DIA OU DE NOITE

*I**1«

«**

#

***»

*«o««**

Positivamente! Semo menor vislumbre depreconicio commcr-ciai 1

E' a única casa —verdadeiramente cs-pccial para retratarcreanças, devido aoseu systema privile-giado I

E' impossível acompetência eu acomparação 1

Bellissima natura-lidade e semelhança 1

Impossível o ine.ximento IUõ, RUA SETE Dl

rr\c

^M^lr ™***-G^SVisitai a sua Exposição.SETEMBRO 145

PHOTOGRAPHIA LETERRE

DERMOLINFALLIVEL NOS DARTHROS, CCZEMAS, EMPIGENS

Ê TODAS AS MOLÉSTIAS DE PELLE

» UltU » T0D1S M PHMIICIIS E BROMMIS

1

W£T ^**«

1 fy J

T+zmfr**\ nossa graciosa e in-

telligcnte leitora1GNAGINIIA BAR-

REIRAapezar de paraense, resi-

de actualmenteem Lisboa, de onde nos

enviouseu retratinho

^Mí

Page 19: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

21 O TICO-TICO

ONDE L5TA o (-ATo?j

%p **QBkwRESULTADO

DO

CONCURSO N. 436

RESPOSTAS CERTAS

1-—Lina-Anil2-—Pacifico3-— Cá-fé4-—Vencido5-—TeclaA quarta e a quinta

perguntas tinham maisde uma decifração;por isso, incluímos no

sorteio todas as soluções que recebemos. Foi este o resul-tado do sorteio :

1- premio—10$Amerieo Andrade Magalhães

de 13 annos de edade, residente em Bananal—E. de S.Paulo.2- premio—10$

Maria Dolores dos Santosde 10 annos de edade e moradora á rua Floriano Peixoto,Capital.

Enviaram-nos soluções :Silvestie Barbosa Veiga, Maria Joanna Santos, Américo

Andrade Magalhães Gomes, Lúcia Silva Costa, JandyraRocha Pinto, Zelia-Cavalcanti, Zaira Cavalcanti, AntônioFerreira da Costa, Francisco Coelho e Mello, Alberto Ri-beiro Gomes, Iracema Rosa, Carlos Alberto Barroso, Wal-demar Mera Barroso, Maria de Lourdes de Salles, Mariada Candelária Diniz, Tete Xavier, Maria Dolores dos San-tos, Paulo de Vasconcellos R. Mac-Cord, Maria do CarmoDias Leal, Donguinha Dial Leal, Hamilton Peçanha, Mariode Oliveira Brandão, Stella da Silva Nazareth, AugustoCoimbra Luz, José Vasconcellos, Maria da Cruz, A. G.Castro, Ubyrajara Camargo, Antônio Dias, Klé F. Gaio,Carmita Dias Leal, Dudú Dias Leal c muitos outros, cujosnomes não damos por absoluta falta de espaço.

RESULTADO DO CONCURSO N. 424

m ijii

Bastante animado este concurso ; o sorteio entre todasas soluções deu em resultado:

1° premio—101000.dose Fontes

residente na capital de Sergipe, rua das Laranjeiras n. 190e de 11 annos de edade.

2o premio—ÍOSOOOAlda Peixoto de Mello

de 9 annos de edade, residente á rua Municipal n. 65, Mogydas Cruzes.

Enviaram-nos soluções os nossos camaradinhas:Elisa Cavalcanti, Nair de Souza Keler, Ary Sampaio,

Osman S. do Nascimento, Annibal M. Paula Lima, StellitaFreitas Barbosa,Luiz Marques de Andrade,Melita Schweitzer,Zoraido Lima, Edgar Brazil, JoaoEdde, Carlos Faria, MariaPacca, Djanira Guimarães, Waldemiro Dutra, Paulo Ri-cardo Vieira, Antônio Pedro Advincula, Zayde Câmara.Maria Brand de Mello, Hamilton Peçanha, Benedicto Pi-nheiro de Lima, Zaira Cavalcanti, José Fontes, Glap-hyraViegas, Paulo Lima, Francisco Barbosa de. Castro,Hoche Neger Segurado, Haydée Nobre Ventura, DÍnorahCarvalho de Oliveira, Joaquim Gonçalves Lema, ArlindoAraujo Vianna, Leopoldo Brascher, Guiomar Maciel, Ar-mando Diniz, Romildo Ribeiro de Queiroga, Brivaldo Ri-beiro de Queiroga, J. F. de Paula Aguiar, Maria PaulaFleury Curado, Alda Santos, Alba Fonseca, Manuel Ro-drigues, Dalka Braga, Amélia Braga, Dagmar Braga, Sil-vino dc Faria Filho e muitos outros, cujos nomes daremosquando tivermos espaço.

CONCURSO N. 411

TARA OS LEITORES D'ESTA CAPITAL E DOS ESTADOS

L L i

UMA DAS SOLUÇÕES ENVIADAS

O concurso, que hoje apresentamos, é um bocadinhomais difficil; mas nós contamos com a sagacidade dosnossos leitores; por isso, mãos á obra ! Consiste elle emvocês lerem aqui o nome de um estreito que separa douscontinentes.

Daremos,por sorteio, dous prêmios, de 10$ cada um, ássoluções certas que nos forem enviadas de accordo corn onosso aviso. As soluções devem estar aqui, na redacção,até o dia 12 de Maio.

CONCURSO n. 442

PARA OS LEITORES DA CAPITAL E DOS ESTADOS PRÓXIMOS

1-— Qual é o mineral, que,se lhe tirarmos uma lettra, ogallo tem ?

(Enviada pela nossa collaboradora Zuleida Pinto,Capital)

2-—Qual é cidade de Minas que é ave?(Enviada pela menina Heloísa da Rocha Werneck.3- —Qual é o animal perigoso, que, se lhe trocarmos

uma lettra, fica um outro animal muito manso ?(Enviada pelo menino Francisco Pereira Lopes, Cam-

pinas)

Page 20: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO 224—Qual é nome de mulher, que,dividido em dous,dá

uma flor e uma outra mylher ?(Enviada pelo menino Agenor Simões Araujo)5-—Qual é a pândega que é composta de uma fazenda

e um movei ?(Enviada pelo menino João José da Silva)Daremos dous premios de 10$ cada um, por sorteio,

aos amiguinhos que nos enviarem respostas certas até odia 20 de Março.

AVISOAs soluções para os nossos concursos devem vir AS-

SIGNADAS pelos nossos amiguinhos, com as suas RESI-DENCIAS, EDADES e acompanhadas dos respectivos VA-LES.

Pedimos aos nossos leitores, que, quando nos enviaremsoluções, o façam em papel separado de quaesquer outrostrabalhos.

ERRATA—No numero anterior no concurso n. 439 adata de encerramento é 5 de Maio e nâo como sahiu.

CONCURSOS ATRAZADOSDamos aqui os nomes dos amiguinhos, que nos envia-

ram soluções para vários concursos, mas que não entraramno sorteio, por terem vindo fora do prazo.

Carlos Stiebler Sobrinho, Romildo Ribeiro de Quei-roga, Brivaldo Ribeiro de Queiroga, Antoninho Moderno,Haydée Câmara, Maria da Candelária Diniz, Nelson Gamade N., Carlos Alberto Mera Barroso, Walter Martins, Lu-cinda Borges Neumão da Câmara, Julieta Leal, ArlindoMariz Garcia, Ubyrajara Accioly Corroa, Augusto Portu-gal, Paulette Fleury, Annibal Lima, Constância Teixeira,Rosalia de Paula Aguiar, Lucien Aguenaur e Maria Krie-ger.

.-¦•¦¦Vi.—DO— -¦ '

RIO GRANDE do SUl!de ü. NORONHA

E UM'MARAVILHOSO PREPARADO

CONTRA ASMOLESTIASpo PEITO.

E'0 REMÉDIO das CRIANÇAS,

I NAO CONTEM 0PI0-0 SEU

SABOR i DELICIOSO

APPfíOMDOPELA D.GERAC.de SAÚDE PUBLICA %

AVENDANAS BÔASPHARMPCIASE DROGARIAS^ 7

O illuslrado Dr. Cas-tro Menezes atlestao seguinte :

«Attesto quetenho administra-do nos casos debronchites — comespecialidades emcreanças — o «Pei-toral de Guaco doRio Grande doSul» do pharma-ceutico L. Noro-nha, preparadoque produz sem-pre optimo effeito.

Dr. CastroMenezes.*

deposito geral: Drogaria Matos, Saldanha & C.' RUA SETE DE SETEMBRO 81 — Rio de Janeiro

Vocês hão de julgar.queestou lendo algum poema oualgumdiscurso.não é?—Poisenganam-se : eu estou len-do cousa muito mais impor-tante, estou lendo o que demais verdadeiro se tem es-cripto aié hoje :—A saúdeda mulher è o único prepa-rado, que cura as moléstiasdas senhoras, e o Bromil osupra summo dos remédioscontra tosses, curando-as ra-dicalmcnte em 24 horas 11

O Leite Maltado de Horlick não é um remédio, mas „um alimento concentrado e de bom paladar, em forma de„pó, composto de leite de vacca puro e rico, combinado comum extracto de cevada e trigo.

Para adultos. Comebebida de mesa é muitamais nutritivo e salubdo que» o café, chà otJca cá a.

Os que viajam ou trabalham, acharão este preV *-'parado muito conveniente 2f!para tomar entre as re^-feições, ou quando uma^refeição inteira seria de .mais. E' tambem muito \recommendado para mais 'que amammentameparaas pessoas edosas é umbom nutritivo,dando forçaao systema como dieta.

Para convalescentes*Como o Leite Maltado deHorlick é muito nutri-tivo e ao mesmo tempomuito agradável ao pala-

dar, solúvel e facilmente digcrivel.faz uma excellente dietapara os convalescentes de Febre Typhoide e outras febres.Pneumonia ou Tuberculose, assim como para Dyspepsia,Catarrhos do estômago ou intestinos, Prisão de ventre chronica ou Diarrhéa, e outros casos em que uma dieta salubreé de uma importância vital. Uma chicara d'este nutritivoalimento, tomada antes de recolher-se ao leito, produz umsomno profundo e salubre.

Para creanças. O Leite Maltado de Horlick, devidoá sua natureza peculiar e á sua composição, é, sem duvida,o preparado mais satisfactorio para as creanças,cujas mais,não as podem amammentar.ou quando estão desmamando.As suas propriedades chimicas, physicas e physiologicasassemelham-se muito ás do leite de mulher.

P. J. CHRISTOPH, «gente geralRua General Câmara, 145 (antigo 123)

A' venda nas principaes drogarias, pharmacias e casas de comestivei»

UMA CONVERSA APROVEITADAEntrei em uma confeitaria para tomar um sorvete e notei que

em uma das mesas estavam agrupadas uma porção de moças dafina sociedade, chies, alegres e prazenteiras, discutindo sobre qual-quer cousa e chamando a attençào de todos quantos alli se achavam.

Sentei-me perto d'ellas, e vi, então, que fallavam dos preços dacasa A PORTA LARGA, no LARGO DE S. FRANCISCO DE PAU-LA, N. 4 e das suas mercadorias finíssimas, que ultimamente estavamsendo vendidas por um preço imcomparavel.

As luvas de pellica branca, com trez botões, para senhora, devi-do á grande baixa da pellica na Europa, ao preço de jgooo; comquatro botões, a 4§ooo; com dous botões, para homem, a 4JI000. $

Estive alli algum tempo, e dirigi-me duvidoso aos Srs. ARAUJO.-& LIMA, donos d'aquelle estabelecimento, que me mostraram tam-bem um rico sortimento de leques, desde o preço de 500 rs. eluvas decòr, mitaines de seda e fio de Escossia, perfumadas de todas as qua-lidades, grampos para chapéus, e muitas outras cousas, tudo por pre- ,ços insignificantes, • «¦»

'*!

O portadorde 23 coupons, eguaes ao presente, terádi-reito a õOsellos, no escriptorio da Companhia Ingleza deBrindes Etiquetas, d rua Uruguayana, n. 113

Page 21: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO VIAGEM PELO INFINITOHISTORIA MARAVILHOSA -/-L^àWt

\quelles enormes obuzcs não tinham..m matar gente. Eram ocos e serviamlevar cartas a outros planetas.

2) Os habitantes de Saturno tinham ligadopor um cabo telegraphiço o seu satellite maispróximo.

.'Ji Para observar os planetas mais distantesellc tinham telescópios tão podero>os quecom elles podiam vér até as moscas da Terra.

4) A' vista de tão aperfeiçoados apparelhoso Dr. Theodoro teve um accesso dc indigna-cão contra o airaso da Terra e partiu o seuóculo.

5) o peior é que os saturniains. que tudogostam de estudar, lembraram-se de abril-opara vêr como o seu corpo era feito pordentro. E já estava o sábio mais morto doque vivo. . .

iíi . . .quando acordou e viu-se deitadoem uma bòa earrra, tenoo deante de si arainha Ariella.que lhe offerecia um caldo.

O PassaraTheodoro setempestade

se o seguinte: Quando o Dr.vira perdido no ar, no meio da'u ; arrastava o seu balão. . .

IS) . . .foi atirado em cima de uma chaminé.O sábio, atirado ao chão pelo choque, partiraa cabeça e perdera os sentidos.

9)/Mas fora recolhido por umatratara muito bem. Entretanto,febre, o sábio julgava viajar pelna moça que o tratava. . .

familia que ono delírio da

os ares e via

10) ...e que era filha da dona da casa, umarainha dos ares. Depois de curado e são, oPr, Theodoro não sabia como agradeceraquella boa familia.

II) Mas, notandoque tomara amisade ámora e que ella também sympathisava comelle, peü.u-a em casamento. . .

1:2) ...e casou com a linda moça, que sechamava Maria, mas que elle continuou a cha-mar Ariella, em lembrança da viagem que(izera em sonhos. ,,, .,

Page 22: ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIGNANTES -A-BBAH, O …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1910_00232.pdf · 2012. 8. 21. · o papa, dizendo que Galileu havia

O TICO-TICO AS DESVENTURAS DO CHIQUINHOChiquinho ajudando mamai (Fim)

*1_T/?\\i,* /$_L--Mamai sahira para arranjar creada. Chiquinho, pensando que ia fazer um bonito,

metteu-se a arrumar a casa sósinho para adeantaro serviço. E,depois de muitos desastres,indolavar a loijça, quebrou...

.. .a melhor saladeira da casa. Depois foi limpar o fogão e ficou em tal estado quequando mamai chegou com a creada nova...

J<

_oJla_í.

0-Q

.. .chegou a chorar de desespero. A creada, pensando que Chiquinho era um selvagem,fugiu a correr e o resultado...

. ..foi que, apezar de todo o seu desejo de ajudar mamai, Chiquinho só adeantou darmuito prejuízo e ir para o quarto sem tomar chá.