exegese de atos 4.23-31

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO DO NORDESTE MEMORIAL IGREJA PRESBITERIANA DA CORÉIA CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA EXEGESE DE ATOS 4.23-31 André Aloísio Oliveira da Silva Trabalho apresentado ao Rev. Tiago Canuto Baía para avaliação na disciplina Exegese do Novo Testamento 2. TERESINA Maio de 2013

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Page 1: Exegese de Atos 4.23-31

SEMINÁRIO TEOLÓGICO DO NORDESTE

MEMORIAL IGREJA PRESBITERIANA DA CORÉIA

CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA

EXEGESE DE ATOS 4.23-31

André Aloísio Oliveira da Silva

Trabalho apresentado ao Rev. Tiago

Canuto Baía para avaliação na disciplina

Exegese do Novo Testamento 2.

TERESINA

Maio de 2013

Page 2: Exegese de Atos 4.23-31

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SUMÁRIO

1. TRADUÇÃO DA PASSAGEM ......................................................................................... 3

2. ESTRUTURA DA PASSAGEM ........................................................................................ 4

3. EXPOSIÇÃO DA PASSAGEM ......................................................................................... 5

4. ESBOÇO DO SERMÃO ................................................................................................... 7

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1. TRADUÇÃO DA PASSAGEM

23

Mas sendo soltos, foram para os seus e relataram tudo o que os principais sacerdotes

e os anciãos lhes disseram. 24

E eles, ouvindo, unanimemente levantaram a voz a Deus e disseram: Soberano

Senhor, tu que fizeste o céu e a terra e o mar e tudo o que neles há, 25

que disseste por meio do Espírito Santo, pela boca de nosso pai Davi, teu servo: Por

que se enfureceram os gentios e os povos imaginaram coisas vãs? 26

Levantaram-se os reis da terra e os príncipes se reuniram no mesmo lugar contra o

Senhor e contra o seu Ungido. 27

Porque verdadeiramente se reuniram nesta cidade contra o teu santo servo Jesus, ao

qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e povos de Israel, 28

para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predestinaram que se havia de

fazer. 29

E agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos falar a tua

palavra com toda ousadia, 30

enquanto tu estendes a tua mão para fazer cura e sinais e maravilhas por meio do

nome do teu santo servo Jesus. 31

E tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos, e todos foram cheios

do Espírito Santo e falavam a palavra de Deus com ousadia.

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2. ESTRUTURA DA PASSAGEM

vv.23-24a: Ocasião da oração: autoridades proíbem o falar no nome de Jesus

vv.24b-30: Conteúdo da oração

v.24b: Invocação da autoridade suprema, o Deus soberano e criador

vv.25,26: Salmo 2: autoridades contra o Senhor e contra o Seu Ungido

vv.27,28: Situação presente: autoridades contra Jesus, o Ungido do Senhor

vv.29,30: Súplica: ousadia para falar a palavra de Deus e milagres por meio do

nome de Jesus

v.31: Resposta à oração: terremoto, enchimento com o Espírito e concessão de ousadia

para falar a palavra de Deus

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3. EXPOSIÇÃO DA PASSAGEM

A grande verdade ensinada por Lucas nesta passagem é que Deus, a autoridade

suprema, responde à oração que pede por ousadia para falar em nome de Jesus durante a

perseguição das autoridades. Isso pode ser observado pelos seguintes fatos.

Primeiro, pela ocasião da oração. O contexto dessa passagem envolve os capítulos 3 e

4, no qual o nome de Jesus é central. O nome de Jesus curou um paralítico por meio de Pedro

e João (3.6), dando ocasião a que Pedro falasse no nome de Jesus (3.16) e o número de

discípulos aumentasse para cinco mil homens. Por conta disso, Pedro e João são presos e

interrogados pelas autoridades quanto ao nome pelo qual curaram o paralítico (4.7). Pedro

responde que a cura foi feita em nome de Jesus (4.10), o único nome pelo qual se pode ser

salvo (4.12). Diante disso, as autoridades os proíbem de falaram e ensinarem em nome de

Jesus (4.17,18), o que Pedro e João se negam a obedecer. Depois de serem ameaçados, Pedro

e João são soltos. Finalmente, em 4.23, depois de serem soltos, Pedro e João relatam aos seus

(os outros apóstolos e talvez outros discípulos) tudo o que os principais sacerdotes e anciãos

lhes haviam dito: a proibição de falar e ensinar em nome de Jesus (4.17,18) e as ameaças

(4.21). Isso os leva a orar a Deus em relação a esse assunto (4.24a). Portanto, a ocasião da

oração é o fato de as autoridades terem proibido os apóstolos de falarem no nome de Jesus e

os ameaçado.

Segundo, pelo conteúdo da oração (vv.24b-30). O formato da oração dos discípulos é

baseado na oração de Ezequias em Is 37.16-20. Os discípulos iniciam a oração invocando o

“Soberano Senhor”, que criou tudo o que existe (v.24b). Essa linguagem reconhece Deus

como a autoridade suprema, que está acima de todas as autoridades que lhes ameaçaram.

Os discípulos continuam citando os dois primeiros versos do Salmo 2, da Septuaginta,

tradução grega do Antigo Testamento (vv.25,26). Esse salmo é atribuído a Davi, chamado

“servo” (ou “filho”) de Deus, por meio de quem o Espírito Santo falou essas palavras. Nesse

salmo, reis e príncipes humanos se levantam e se reúnem contra o SENHOR e contra o Seu

Ungido, que é Davi e seus descendentes. A palavra usada para “Ungido” no texto hebraico é

Messias e na Septuaginta, Cristo. Esse termo é utilizado para se referir aos reis davídicos,

porque reis eram ungidos para assumir o seu ofício (1Sm 16.13). Deus é a autoridade suprema

que reina por meio do Seu Ungido.

Então, os discípulos aplicam o Salmo 2 à sua situação presente (vv.27,28). Eles

entendem esse salmo como messiânico (cf. At 13.33; Hb 1.5; 5.5) e tendo seu cumprimento

em seus dias. Os “reis e príncipes” do salmo são “Herodes e Pôncio Pilatos”, e os “gentios e

povos” do salmo são “gentios e povos de Israel”. Assim como essas autoridades se reuniram

no mesmo lugar contra o Ungido no salmo, assim as autoridades se reuniram em Jerusalém

contra Jesus, que é o “santo servo” (ou “santo filho”) de Deus, como Davi (v.25), e que foi

ungido por Deus com o Espírito Santo em Seu batismo (Lc 3.21,22; 4.18). Porém, Deus é o

Soberano Senhor, que estava acima das autoridades, pois tudo o que essas autoridades fizeram

havia sido predestinado por Deus pelo Seu poder (“Sua mão”) e pela Sua vontade (“Seu

propósito”). O evento descrito nesses versos é, em primeira instância, a crucificação e morte

de Jesus, pelo seguinte: 1) Pedro usa uma linguagem semelhante ao v.28 em 2.23 para falar da

morte de Jesus: “entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus”; 2) Em 3.13,

Pilatos também é mencionado, mas em relação à morte de Jesus; 3) Herodes e Pôncio Pilatos

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estiveram envolvidos na morte de Jesus (Lc 23.1-25), mas não são mencionados na recente

oposição à pregação dos apóstolos. Porém, a recente ameaça das autoridades contra o falar em

nome de Jesus era uma continuação dessa reunião contra Jesus que culminou em Sua morte.

Por isso, os discípulos continuam fazendo uma súplica a Deus (vv.29,30). Eles pedem

que Deus olhe as ameaças que haviam sido feitas contra eles (v.21) e lhes dê ousadia para

continuarem falando a palavra de Deus (em outras palavras, ensinando no nome de Jesus),

assim como tinha dado a Pedro (v.13). Os discípulos também pedem que Deus continue

fazendo curas, sinais e maravilhas por meio do nome de Jesus, como havia feito no caso do

paralítico (3.5).

Terceiro e último, pela resposta à oração (v.31). A oração dos discípulos é respondida

com um terremoto, o enchimento deles com o Espírito Santo e a concessão de ousadia para

que continuem falando a palavra de Deus. O terremoto, no Antigo Testamento, era uma

indicação de teofania (Ex 19.18. Is 6.4) e também aconteceu quando Paulo e Silas cantavam e

oravam na prisão (At 16.25,26). Foi uma indicação de que eles haviam sido ouvidos. É dito

que tremeu o lugar “em que estavam reunidos”. Enquanto as autoridades se reuniram contra o

Senhor e contra o Seu Ungido (vv.26,27), os discípulos se reuniram para pedirem ao Senhor

que continuassem falando do Seu Ungido (v.29). O enchimento com o Espírito Santo já havia

acontecido no Pentecostes (At 2.4) e agora os discípulos são novamente cheios para que

continuem falando a palavra. Finalmente, a ousadia para falar a palavra é a resposta ao pedido

feito no v.29. Essa ousadia pode ser percebida no contexto imediato posterior, onde os

apóstolos dão testemunho da ressurreição do Senhor Jesus com poder (v.33) e os discípulos,

ao invés de se apegarem aos seus bens materiais, com medo de perdê-los por causa da

perseguição, compartilham dos seus bens uns com os outros (vv.32,34-37).

Assim, de fato, Deus, a autoridade suprema, responde à oração que pede por ousadia

para falar em nome de Jesus durante a perseguição das autoridades.

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4. ESBOÇO DO SERMÃO

Tema: Oração pela pregação na perseguição

1. A perseguição contra a pregação (vv.23,24a)

2. A oração pela pregação (vv.24b-30)

3. A pregação na perseguição (v.31)