falstaff - theatro municipal de são paulo de 2014

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GIUSEPPE FALSTAFF VERDI

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Page 1: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

GIUSEPPEFALSTAFF

VERDI

Page 2: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
Page 3: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

FALSTAFFÓpera em três atos

Música de Giuseppe Verdi

Libreto de Arrigo Boito

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theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 2

Abril 2014

Nova montagem do Theatro Municipal de São Paulo

William Shakespeare 450 anos de nascimento

Giuseppe Verdi

Falstaff

12 sábado 20h

13 domingo 18h

15 terça 20h

17 quinta 20h

19 sábado 20h

20 domingo 18h

22 terça 20h

24 quinta 20h

Page 5: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Direção Musical e Regência

Direção Cênica, Cenografia e

Desenho de Luz

Cenografia

Figurinos

Regente do Coro

Falstaff

Ford

Fenton

Dr. Caius

Bardolfo

Pistola

Alice Ford

Nannetta

Mrs. Quickly

Mrs. Meg Page

John Neschling

Davide Livermore

Giò Forma

Gianluca Falaschi

Bruno Greco Facio

Ambrogio Maestri

Nelson Martinez

Rodrigo Esteves

Luca Salsi

Marco Frusoni

Blagoj Nacoski

Saverio Fiore

Stefano Consolini

Diógenes Randes

Saulo Javan

Virginia Tola

Adriane Queiroz

Rosana Lamosa

Lina Mendes

Elisabetta Fiorillo

Romina Boscolo

Denise de Freitas

Luciana Bueno

12 15 17 19 22 24

13 20

12 17 2o 24

13 15 19 22

12 15 19 22 24

13 17 20

12 15 19 22

13 17 20 24

12 15 19 22 24

13 17 20

12 15 19 22 24

13 17 20

12 15 19 22

13 17 20 24

12 15 19 22

13 17 20 24

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Programa sujeito a alterações.

Page 6: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 4

Na Taberna da Jarreteira, o Dr. Caius se retira indignado, de-

pois de acusar Bardolfo e Pistola, os dois criados de Falstaff,

de embebedá-lo para roubá-lo. Sem dinheiro para pagar a

conta da taberna, Falstaff pede aos servos que levem suas

cartas de amor às mulheres de Ford e Page. Ambos se re-

cusam, alegando que a tarefa está abaixo de suas honras, e

são enxotados pelo patrão com uma vassoura.

Na casa de Ford, Alice e Meg Page comparam as cartas

idênticas que receberam de Falstaff, do qual decidem se vingar,

com a participação de sua amiga Quickly. Enquanto isso, Bar-

dolfo e Pistola contam os planos de seu empregador a Ford, que

também planeja desforra. Separadamente, homens e mulhe-

res tramam contra Falstaff, ao mesmo tempo que Fenton e Nan-

netta (filha de Ford) aproveitam para levar adiante seu namoro

clandestino: o pai prefere que a moça se case com o Dr. Caius.

Ainda na taberna, Falstaff recebe os fingidos pedidos de per-

dão de Bardolfo e Pistola, que conduzem à sua presença

Quickly. Ela anuncia ao nobre que Alice poderá recebê-lo

naquela tarde, das duas às três horas.

Depois da partida de Quickly, é a vez de Falstaff falar com

Ford, que se apresenta como o Senhor Fontana, apaixonado

por Alice Ford. Ele propõe a Falstaff que a seduza, para facilitar

que a dama posteriormente seja sua, algo com que o fidalgo

concorda prontamente, comunicando que já tem encontro mar-

cado com ela – o que deixa Ford/Fontana enfurecido.

Falstaff é recebido por Alice na casa de Ford, e seus ga-

lanteios são interrompidos por Meg e Quickly, que anunciam a

ato I

ato II

Intervalo 25'

Sinopse

Sinopse baseada no libreto

original de Arrigo Boito.

Page 7: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

aproximação do marido enciumado. O sedutor é inicialmente

escondido atrás de um biombo, sendo introduzido em um

cesto de roupas sujas quando Ford e seus asseclas procuram

por ele. Ouve-se um beijo atrás do biombo: Ford tem a expec-

tativa de desmascarar Falstaff e a esposa, mas descobre que

os enamorados furtivos são Nannetta e Fenton. Alice ordena

que o conteúdo do cesto de roupas seja lançado no rio Tâmisa,

e contempla, com o marido, Falstaff a se debater nas águas.

Depois de se lamuriar de suas vicissitudes, Falstaff recebe, na

Taberna da Jarreteira, a visita de Quickly, marcando um novo

encontro com Alice – dessa vez, em um carvalho, na floresta

de Windsor. Reza a lenda que um caçador teria se enforcado

na árvore, tornando-a assombrada por duendes e feiticeiras.

Dessa vez, a conspiração contra o nobre envolve todos

os personagens. Paralelamente, Ford trama o casamento da

filha com o Dr. Caius, enquanto as mulheres tentam arranjar

para que Nannetta se case com Fenton.

Falstaff entra, disfarçado, com uma galhada de veado na

cabeça, e chega a se encontrar com Alice, que logo o deixa

sozinho. O nobre é atormentado por Nannetta, fantasiada

de fada, que evoca seu séquito e começa a atormentar o fi-

dalgo. Finalmente, os presentes se revelam e denunciam as

culpas de Falstaff, que assume a derrota.

Ford toma a filha pela mão e anuncia seu noivado com o Dr.

Caius, aceitando fazer o mesmo com um casalzinho incógnito

que lhe é apresentado por Alice. Descobre, para seu espanto,

que Bardolfo estava disfarçado de Nannetta, e que o outro ca-

sal era formado pela filha e Fenton. Curva-se ao destino e aben-

çoa os apaixonados, enquanto Falstaff puxa a fuga final, em

que todos cantam a moral da história: “Tudo no mundo é burla”.

ato III

Intervalo 20''

Page 8: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
Page 9: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Estreia mundial

9 de fevereiro de 1893 no

Teatro alla Scala de Milão

Regente Edoardo Mascheroni

Victor Maurel (Sir John Falstaff), Emma

Zilli (Alice Ford), Antonio Pini-Corsi (Ford),

Edoardo Garbin (Fenton), Giovanni Paroli

(Doutor Caius), Paolo Pelagelli-Rossetti

(Bardolfo), Vittorio Arimondi (Pistola),

Adelina Stehle (Nannetta), Virginia Guerrini

(Meg Page), Giuseppina Pasqua (Quickly)

Primeira apresentação no Brasil

24 de agosto de 1893 no Teatro São José

Regente Cleofonte Campanini

Antonio Scotti (Sir John Falstaff), Eva

Tetrazzini (Alice Ford), Achille Moro (Ford),

Giuseppe Cremonini (Fenton), Roberto

Ramini (Doutor Caius), Carlo Vanni

(Bardolfo), Leopoldo Cromberg (Pistola),

Cesira Ferrani (Nannetta), Ida Rappini (Meg

Page), Maria Judice Costa (Quickly)

Primeira apresentação no Theatro

Municipal de São Paulo

03 de outubro de 1916

Regente Giuseppe Baroni

Giacomo Rimini (Sir John Falstaff), Rosa

Raisa (Alice Ford), Armand Crabbé (Ford),

Tito Schipa (Fenton), Angelo Algos (Doutor

Caius), Sinay Maury (Bardolfo), Gaudio

Mansueto (Pistola), Ninon Vallin-Pardo

(Nannetta), Adelina Roessinger (Meg Page),

Giuseppina Bertazzoli (Quickly)

Mais recente apresentação no

Theatro Municipal de São Paulo

Abril de 2008

Orquestra Sinfônica e Coro Lírico

Municipal de São Paulo

Regente Rodolfo Fischer

Diretor Cênico José Possi Neto

Licio Bruno/Douglas Hahn (Sir John

Falstaff), Laura de Souza (Alice Ford),

Leonardo Estévez (Ford), Marcos Paulo

(Fenton), Paulo Queiróz (Doutor Caius),

Sérgio Weintraub (Bardolfo), Pepes do

Valle (Pistola), Flávia Fernandes (Nannetta),

Edinéia de Oliveira (Meg Page), Regina

Elena Mesquita (Quickly)

Page 10: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 8

”Prefiro ShakeSPeare a todoS oS outroS autoreS dramáti-

coS, sem exceção dos gregos”, Verdi escreveu certa vez a

Antonio Somma, que seria seu libretista em Un Ballo in Mas-

chera. Naquela época (1853, o emblemático ano de estreia

de Il Trovatore e La Traviata), o compositor se sentia algo em

débito com o Bardo: o Macbeth, de 1847, embora bem-suce-

dido, chegou a receber críticas de que o compositor não en-

tendera Shakespeare, e sofreria profundas revisões em 1865,

enquanto Rei Lear (para o qual Somma chegou a ser convi-

dado a escrever o libreto) ficaria como um projeto acalen-

tado e jamais concretizado.

O dramaturgo britânico seria, contudo, o principal foco

do período tardio de Verdi. Embora parecesse firmemente

decidido a “pendurar as chuteiras” em 1871, depois de Aida,

o compositor se sentiu estimulado a voltar a compor óperas

depois de seu editor, Giulio Ricordi, convencê-lo a conhecer,

em 1879, o vêneto Arrigo Boito (1842-1918).

Representante do movimento artístico conhecido como

Falstaff de Giuseppe Verdi Irineu Franco Perpetuo

Irineu Franco Perpetuo

é jornalista e tradutor,

colaborador do jornal Folha de

S. Paulo, da Revista Concerto

e correspondente no Brasil da

revista Ópera Actual (Barcelona).

Page 11: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Scapigliatura (do italiano scapigliato, cuja tradução literal se-

ria “descabelado”), que planejava renovar a cultura italiana

da segunda metade do século XIX por meio da absorção de

influências estrangeiras, como a poesia de Baudelaire e a

música de Wagner, Boito era também um compositor, cuja

ópera Mefistofele é ainda hoje ocasionalmente apresentada.

Seus principais talentos, contudo, eram de libretista.

Como assinala William Weaver em Verdi and his Italian Li-

brettists, “diferentemente da maioria dos outros libretistas de

Verdi, Boito era um intelectual e, pelos padrões culturais ita-

lianos da época, um cosmopolita. Viajara (sua mãe era uma

condessa polonesa) e conhecia línguas”.

Com Verdi, ele compartilhava o amor por Shakespeare –

que conhecia não no original inglês, mas graças à tradução

francesa de François-Victor Hugo (filho do autor de Os Mi-

seráveis). E acabou convencendo o compositor a trocar a

aposentadoria pela adaptação de uma obra-prima shakes-

peariana. O resultado foi Otello, estreado com sucesso no

alla Scala de Milão, em 1887.

Intenso e sofisticado, Otello tinha tudo para ser o fe-

cho de ouro de uma carreira gloriosa. Porém, em seguida,

Boito apresentou ao compositor um projeto com vários in-

gredientes para seduzi-lo. Tratava-se de uma nova adapta-

ção de Shakespeare. E, dessa vez, uma chance de acertar as

contas com a comédia.

Pois, embora houvesse episódios cômicos no Rigoletto

e La Forza del Destino (cujo frade Melitone pode ser visto

como uma espécie de ancestral verdiano de Falstaff), o com-

positor não escrevia uma comédia desde sua segunda ópera,

Un Giorno di Regno (Um Dia de Reinado), de 1840 – seu

único fracasso.

Assim, depois dos habituais queixumes sobre a idade

excessiva e o impacto sobre sua saúde física e mental que a

composição de uma nova ópera poderia ter, Verdi se lançou

ao trabalho. No final de 1890, aos 77 anos de idade, ele es-

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creveu ao crítico Giulio Monaldi: “Quis escrever uma ópera

cômica por 40 anos, e conheço As Alegres Comadres há 50;

[…] contudo, os habituais 'poréns' que estão em todo lugar

sempre me impediram de satisfazer tal desejo. Agora Boito

resolveu todos os 'poréns', e escreveu para mim uma comé-

dia lírica que não tem nada a ver com nenhuma outra. Estou

me divertindo ao escrever a música; sem nenhum tipo de

plano, e nem sei se vou concluí-la”.

O trabalho avançou, com Verdi envolvido, com o per-

feccionismo de sempre, não apenas em todos os detalhes

da composição, mas também da apresentação de sua nova

obra. Depois de diversos ajustes, a estreia aconteceu no

alla Scala de Milão, em 9 de fevereiro de 1893. Em 10 de

outubro do mesmo ano, Verdi completaria seu 80º aniver-

sário. Embora sua popularidade tenha ficado um pouqui-

nho atrás com relação a blockbusters verdianos como La

Traviata ou Aida, Falstaff foi saudada desde o início como

uma obra-prima, a derradeira e suprema realização de um

mestre da arte lírica.

Um dos mais célebres personagens shakespearianos, Sir

John Falstaff aparece em nada menos do que três criações

do Bardo: A História de Henrique IV, A Segunda Parte de Hen-

rique IV e As Alegres Comadres de Windsor. E, embora não

entre em cena, é mencionado ainda em A Vida de Henrique V.

Fanfarrão, inescrupuloso e covarde, Falstaff surge nas

peças históricas de Shakespeare como a “má companhia”

que aparentemente está desencaminhando Hal, o príncipe

herdeiro da Inglaterra – o qual, depois de ascender ao trono

como Henrique V, repudia seu antigo companheiro de far-

ras, em um gesto que simboliza sua mudança de tempera-

mento e caráter.

As Alegres Comadres de Windsor teria sido encenada

para comemorar a condecoração, em 1597, de George Ca-

A sabedoria cega por amor

Page 13: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

rey, patrono da companhia de teatro de Shakespeare, com a

Ordem da Jarreteira (Order of the Garter), a mais antiga or-

dem de cavalaria da Inglaterra – basta lembrar que um pe-

daço da peça (e da ópera) se passa na Taberna da Jarreteira

(Garter Inn). Uma teoria mais divertida vem do século XVIII:

As Alegres Comadres de Windsor teriam sido encomenda

da Rainha Elizabeth I, desejosa de ver Falstaff enamorado.

Trata-se da única comédia elisabetana de Shakespeare

ambientada em Londres, com maior proporção de prosa

com relação a verso do que em qualquer outra peça do au-

tor, linguagem coloquial e alusões a fatos conhecidos do pú-

blico de seu tempo. O argumento central, girando em torno

das tentativas frustradas do protagonista em seduzir duas

mulheres casadas, e o ciúme de um dos maridos, vem da

tradição italiana, brotando possivelmente de Il Pecorone (O

Bronco), coletânea de 50 novelas de Giovanni Fiorentino, es-

crita no século XIV, e publicada em 1558, que serviu como

base também para O Mercador de Veneza.

Shakespeare urde uma trama de nada menos que onze

intrigas e contra-intrigas, muitas das quais simultâneas. E o

personagem-título sofre uma significativa modificação com

relação ao mentor das esbórnias de Henrique V.

Embora haja a crença de que o dramaturgo possa ter se

inspirado em um colega de pena contemporâneo, o escri-

tor Robert Greene, de comportamento dissoluto, para criar o

personagem, costuma-se ver como sua fonte principal uma

figura histórica: John Oldcastle, líder do movimento político

e religioso Lollard, que pedia reformas na Igreja. Amigo de

Henrique V, foi perseguido por heresia, e executado em 1417.

Shakespeare teria inicialmente batizado seu anti-heroi de

John Oldcastle, porém, devido a queixas de um descendente

dele, Lord Cobham, teria sido forçado a mudar o nome para

Falstaff – dessa vez, em “homenagem” a outra personalidade

histórica, Sir John Fastolf, líder militar da Guerra dos Cem

Anos cuja reputação permanece manchada até hoje pelas

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Croqui de

Page 15: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

acusações de covardia na derrota inglesa diante dos france-

ses comandados por Joana D'Arc na Batalha de Patay (1429).

Em Shakespeare's Festive Comedy, Cesar Lombard Bar-

ber aponta para as características físicas essenciais de Fals-

taff: seu “microcosmo é guiado por um nariz vermelho 'que,

como um farol, avisa todo o resto de seu pequeno reino,

homens, às armas' (citação da segunda parte de Henrique

IV)”. Já a barriga é a sua “insígnia de ofício”. Na opinião do

estudioso, tais características associariam-no a Baco e ao

“personagem de pantomima da Terça-Feira Gorda (Shrove

Tuesday)”. Como consequência direta desse raciocínio, tal-

vez não seja completamente descabido, no Brasil, ver Fals-

taff como uma espécie de Rei Momo.

Em Shakespeare's Comedies, Bertrand Evans, por seu

turno, enfatiza a metamorfose de um personagem que se,

em Henrique IV, fora “abençoado acima de tudo com uma

visão verdadeira de si mesmo”, aqui aparece em todo seu

ridículo por ser sempre, literalmente, o último a saber de

todas as intrigas da peça. Evans atribui tal mudança à legen-

dária exigência da Rainha: “um pedido para mostrar Falstaff

apaixonado era um pedido para vê-lo feito de bobo por ou-

tros”. Assim, “um homem maravilhosamente circunspecto, de

grande sabedoria, que é exibido em momento de profundo

desconhecimento, no fim só pode parecer bobo”. E Falstaff,

“da estirpe de Rosalinda e Próspero” (ambos distinguidos

pela astúcia: a primeira, em Como Gostais e, o segundo, em

A Tempestade), vê-se condenado a “desempenhar o papel

de Bottom” (personagem transformado em asno nos Sonhos

de Uma Noite de Verão).

Como seria de se esperar, Verdi não foi o primeiro compo-

sitor a se encantar com o potencial operístico do persona-

gem shakespeariano. Rival (porém não assassino) de Mozart,

Antonio Salieri (1750-1825) estreou seu Falstaff, ossia Le Tre

Um sorriso sábio

para o mundo

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theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 14

Burle (Falstaff, ou As Três Piadas) em Viena, em 1799, en-

quanto o irlandês Michael William Balfe teve seu Falstaff, em

italiano, apresentado com êxito em Londres, em 1838.

Hoje em dia, tais criações estão completamente fora

do repertório, não constituindo mais do que curiosidades.

A única outra adaptação da peça de Shakespeare que fre-

quenta ocasionalmente os palcos de ópera é Die lustigen

Weiber von Windsor, estreada em Berlim, em 1849, pelo ale-

mão Otto Nicolai (1810-1849).

Entre críticos e musicólogos, a partitura de Verdi, que

começa com uma alusão à forma sonata na primeira cena

do primeiro ato, e conclui com uma grande fuga na cena fi-

nal, tem sido louvada como uma das maiores realizações do

compositor.

Inserindo a ópera na grande tradição cômica italiana de

Cimarosa e Rossini, os estudiosos vêem nela, como talvez em

nenhuma outra criação verdiana, a forte presença de auto-

res da tradição austro-germânica.

Assim, Charles Villiers Stanford, depois de ouvir a estreia

da ópera, declarou Beethoven como sua influência princi-

pal: “o estudo de perto dos quartetos e sonatas para piano

fez-se evidente em toda a parte; o compositor da 'Walds-

tein' é o ancestral dessa grande criação”. Em Kobbé – o Li-

vro Completo da Ópera, o Conde de Harewood escreve que

“há na escrita dos ensembles uma cintilação, uma rapidez de

movimento, uma vivacidade expressiva e uma economia de

meios que não se via desde Mozart”. E Julian Budden, em

seu ambicioso estudo sobre as óperas de Verdi, destaca que

“não apenas a orquestra de Falstaff é idêntica à de Meister-

singer [a ópera cômica de Wagner], com um piccolo além

de duas flautas e um terceiro trompete; como os primeiros

atos de ambas as óperas terminam com um ensemble dese-

nhado em linhas bastante similares”.

Teríamos aqui então Verdi como um compositor que

soube assimilar e digerir as influências estrangeiras, sem que

Page 17: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

sua linguagem perdesse o caráter individual ou “nacional”.

Por isso, de uma perspectiva histórica, Massimo Mila afirma

que, em Falstaff, Verdi “afinou e modernizou sua linguagem

musical, permitindo-lhe levar a bom termo e por sua conta

essa grande manobra histórica que foi o resgate da música

italiana de seu estancamento no provincialismo e sua inser-

ção na circulação da cultura europeia”.

“Talvez o nível mais imediato de diferença entre Fals-

taff e todas as óperas anteriores de Verdi seja a tendência da

música a responder ao elemento verbal do drama com um

detalhamento sem precedentes. Em boa parte da partitura,

especialmente nos grandes duetos e monólogos, o ouvinte

é bombardeado com uma diversidade assombrosa de ritmos,

texturas orquestrais, motivos melódicos e recursos harmôni-

cos”, descreve Roger Parker, em seu artigo sobre Falstaff para

The New Grove Book of Operas.

Parker crê que essa “literalidade exagerada” poderia

truncar uma ópera trágica, mas serve às maravilhas em uma

cômica, para “preencher o espaço musical com uma varie-

dade infinita de cores”. Com a imaginação criativa do com-

positor estimulada por novos aspectos que apenas um meio

como a comédia poderia oferecer, a ópera, nas palavras do

autor, “nos deixa com uma imagem musical que é o reflexo

exato das famosas fotografias de Verdi nos últimos anos: um

velho de cartola, com olhos que viveram uma vida de lutas,

lançando um sorriso sábio na direção do mundo”.

Page 18: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 16

falStaff, ou maiS PreciSamente Sir John falStaff, é uma

das mais famosas criações de William Shakespeare. Harold

Bloom, por exemplo, considera que ele e Hamlet são os prin-

cipais personagens de toda a obra do poeta, o que sem dú-

vida é um pouco exagerado. Mas a história de Falstaff é em

si tão interessante quanto a sua figura. Era parte da tradição

o fato de o príncipe Hal, futuro Henrique V, ter tido uma ju-

ventude bastante desregrada, e se ter transformado quase

que miraculosamente no momento em que herdou a coroa,

para se tornar o mais perfeito rei-cavaleiro. A esse respeito

há toda uma coleção de documentos, onde são encontrados

os vários episódios que se tornaram parte do retrato geral

que dele tinham os ingleses durante o reinado de Elizabeth I.

Foi nos historiadores (então chamados cronistas) como

Edward Hall (1497–1547) e Raphael Holinshed (1529–1580)

que Shakespeare encontrou a base histórica para suas pe-

ças Henrique IV, 1 e 2, onde nasce o personagem Falstaff. A

não ser pela informação geral de suas pândegas juvenis, é

Falstaff de William ShakespeareBarbara Heliodora

Barbara Heliodora é tradutora,

diretora e foi crítica teatral dos

jornais O Globo e Jornal do Brasil.

Page 19: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

no precário texto de uma peça chamada The Famous Victo-

ries of Henry V que Shakespeare encontra três companheiros

identificados do jovem príncipe, sendo o mais importante

chamado Sir John Oldcastle, mas que não era nem gordo

e nem velho, e menos ainda espirituoso. Tanto o príncipe

quanto o seu amigo são muito mais comprometidos com o

crime, e Sir John estimula o príncipe em sua contínua ânsia

pela coroa, que o faz não só desejar a morte do pai constan-

temente, como até mesmo chegar a só recuar no último mo-

mento, quando já está com a faca apontada para a garganta

do rei, quando este está doente.

O texto das Famous Victories parece ser o produto da

memória de vários atores, que armaram essa única versão

hoje conhecida para apresentar a peça, muito popular, pelo

interior da Inglaterra, durante o longo período (1592-94) em

que os teatros londrinos ficaram fechados por causa da epi-

demia de peste bubônica. Mas apesar dos defeitos, o texto

contém, superficialmente, todo o enredo das duas peças de

Shakespeare sobre Henrique IV. Nas mãos de Shakespeare

o que aparece é uma versão indizivelmente aprimorada de

uma mistura do vaidoso e covarde Miles Gloriosus − O Sol-

dado Fanfarrão, de Titus Maccius Plautus (230 a.C. - 180 a.C.)

− da comédia romana (e suas várias versões na commedia

dell'arte), com os antigos personagens alegóricos do teatro

medieval como o Vício e o Boas Companhias, típicos desen-

caminhadores de jovens. A essa mistura Shakespeare juntou

o que conhecia das tavernas e do submundo londrino, seus

hábitos e seu vocabulário, assim como tudo aquilo que so-

bre esse tipo de vida cantavam as mais populares baladas.

Falstaff, que com sua costumeira falta de modéstia diz

de si mesmo "eu sou não só espirituoso eu mesmo, mas a ra-

zão para que o espírito apareça em outros homens", e sem

dúvida boa parte de sua capacidade para encantar vem de

sua alegria, assim como de sua ocasional capacidade de rir

de si mesmo e de ter consciência de seus erros e sua corrup-

Page 20: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 18

ção. E seu sucesso foi imediato e absoluto; dentro de pouco

tempo já houve, na corte, quem apelidasse o inimigo de Fals-

taff, e que o apelido pegasse, para desespero da vítima.

Uma das eternas questões que marcam os estudos

shakespeareanos é a de Shakespeare ter planejado desde

o primeiro momento escrever duas peças sobre Henrique

IV e o príncipe Hal, ou se só o sucesso da primeira o tenha

levado a criar a segunda. Só falamos aqui desse problema

porque, provavelmente, no final da segunda parte, Shakes-

peare teria de apresentar a cena em que o príncipe repudia

o antigo companheiro de farras. Nela Falstaff aparece sob

uma luz bem mais condenável e corrupta do que na primeira.

Quando as duas peças sobre o rei Henrique IV foram

escritas, o personagem se chamava Sir John Oldcastle, e foi

talvez pelo fato de o gordo cavaleiro ter comportamento

ainda mais vergonhoso nessa segunda parte que só de-

pois de ela ter sido apresentada é que Henry Brooke, Lord

Cobham, descendente de um histórico e heróico Sir John

Oldcastle, reclamou contra o uso do nome para persona-

gem tão desmoralizado. As devidas pressões foram usadas

e Shakespeare mudou o nome de seu divertido mau-caráter

para Sir John Falstaff, alusão ao nome do cavaleiro John Fas-

tolf, de carreira brilhante e meritória, até a batalha de Patay,

na França, da qual fugiu, ou pelo menos retirou sua tropa ao

ver a situação totalmente perdida. Esse já tinha aparecido

na obra de Shakespeare, na primeira parte de Henrique VI,

onde é visto perdendo a Ordem da Jarreteira, como acon-

teceu na vida real, muito embora mais tarde ele tenha sido

perdoado e tido o nome novamente honrado.

Falstaff, seja qual for o nome pelo qual é tratado, virtu-

almente adquiriu vida própria, tamanha a sua popularidade.

Nas duas peças que lhe deram fama, 1 e 2 Henrique IV, o sol-

dado fanfarrão, sejam quais forem seus pecados ou crimes,

tem em seu brilho e humor a justificativa para que o príncipe

seja seu amigo e o proteja em seus freqüentes conflitos com

Page 21: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
Page 22: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 20

a lei. E o sucesso, quando as peças foram apresentadas na

corte, foi tamanho que vive até hoje a tradição de que foi a

própria Rainha Elizabeth quem disse que gostaria de o ver

apaixonado. Reza também a tradição que em duas semanas

Shakespeare escreveu a comédia, que deveria ser apresen-

tada na corte por ocasião de uma solenidade de concessão

da Ordem da Jarreteira.

Fora de seu universo de mau guerreiro e bom aprovei-

tador, a verdade é que o Falstaff de As Alegres Comadres de

Windsor pode ter seus encantos, mas não se iguala ao das

duas peças originais, pois fica mais tolo e menos esperto. O

que nos leva, então, à sua terceira encarnação, que é como

o Falstaff de Arrigo Boito/Giuseppe Verdi. O libreto enxuga

a ação, corta o segundo fracasso do gordo herói junto à es-

perta Sra. Ford, corta um dos pretendentes à mão de Anne

(agora Nannetta), para fazer a trama caber nas dimensões e

no tom de uma ópera alegre e tão espirituosa quanto o Fals-

taff original se gabava de levar os outros a serem.

Verdi é manifestamente admirador de Shakespeare e,

portanto, é bem possível e até provável que tenha partido

dele a ideia de incluir, na trama de sua adaptação de As Co-

madres, uma das mais famosas falas de Falstaff em Henrique

IV, sua fascinante dissertação sobre a inutilidade da honra, que

o gordo e covarde cavaleiro vê como atributo geralmente

restrito aos mortos, assim, nada desejável para um apaixo-

nado apreciador da vida como ele. É claro que a fala adquire

uma dimensão muito maior quando é dita no campo de ba-

talha, aquele mesmo em que o gordo cavaleiro vai se fazer

de morto e, passado o perigo, levantar-se e dar um golpe no

Henry Hotspur que o príncipe matou, e se apresentar como

sendo ele o responsável pela morte. Mas como os planos de

Falstaff para conquistar as alegres, bem casadas e fieis coma-

dres de Windsor, o desprezo pela honra não fica deslocado.

Única obra de Shakespeare que se passa em um am-

biente de classe média, As Alegres Comadres de Windsor

Page 23: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

mostra, mais do que qualquer outra, o quanto o poeta era

um inglês de seu tempo, nascido ele mesmo em universo bem

semelhante àquele que optou por apresentar na única obra

que escreveu de encomenda para a corte, o que muito de-

põe a respeito de seu bom senso, de seu amor ao mundo hu-

mano que o cercava. Sir John pode ter a ilusão de poder fazer

conquistas fáceis graças à sua superioridade social, para ser

derrotado pelo juízo, o bom senso e também o senso de hu-

mor daqueles que se mostram perfeitamente capazes não só

de enfrentá-lo mas até mesmo de se divertir à custa dele. Por

sorte, a personalidade daquela figura que tanto sucesso al-

cançara nas peças históricas, tinha todas as fragilidades que,

em Falstaff, libreto e música tão bem aproveitam.

No Falstaff de Verdi o personagem de Shakespeare real-

mente tomou nova vida, sem dúvida também por estar am-

parado por música da mais alta qualidade; na ópera ele tem

o brilho, o humor, que o tornaram tão famoso, muito em-

bora seja fundamental lembrar que, por mais que ele deva

à dupla Boito/Verdi, ainda assim é graças à criatividade de

Shakespeare que ele existe, pois sua personalidade origi-

nal é que seduziu Verdi, a ponto de se igualar a Macbeth ou

Otelo como fonte de inspiração.

Page 24: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 22

Quando falStaff eStreou no teatro Scala de milão, em 9

de fevereiro de 1893, foi acolhido com enorme sucesso e

entusiasmo por um público que não podia acreditar no que

acabara de ver e ouvir. A ópera era um milagre de frescor,

de talento e sabedoria musical. Os críticos, que comparece-

ram em massa, admiraram sobretudo a capacidade de re-

cuperar o espírito da ópera buffa italiana, por um músico

à beira dos oitenta anos e que tinha escrito, quase como

um passatempo, uma das máximas obras primas de todos

os tempos.

O sucesso foi tamanho que, na plateia, ao final da repre-

sentação, aconteceram verdadeiras situações de histeria po-

pular: o compositor foi chamado ao palco 30 vezes e, à saída

do teatro, a multidão desatou os cavalos da sua carruagem

e a puxou até o Grand Hotel de Milão, sua residência. De-

pois de 54 anos de presença contínua nos teatros de ópera

do mundo todo ele não poderia ter fechado o seu percurso

artístico de um modo melhor e mais estrepitoso.

O Don Giovanni TrapalhãoLuis Pellegrini

Luis Pellegrini é jornalista,

escritor, tradutor e diretor de

redação da revista Planeta.

Page 25: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Verdi tinha setenta e seis anos quando aceitou o con-

vite do velho amigo compositor e libretista Arrigo Boito para

compor uma ópera cômica desbragada, baseada em As Ale-

gres Comadres de Windsor, de William Shakespeare. As he-

sitações e reticências foram muitas, quase totais. Mas Boito

não desistiu e desencadeou uma verdadeira campanha de

sedução até conseguir vencer a resistência do maestro que,

até então, acreditava ter encerrado a carreira com o grande

sucesso de sua ópera anterior, Otello, estreada no alla Scala

em 5 de fevereiro de 1887.

Uma carta de Boito, enviada a Verdi em 9 de julho de

1889, foi definitiva para convence-lo: “Só existe um modo de

encerrar a carreira melhor que com Otelo: é fechá-la vitorio-

samente com Falstaff. Depois de ter feito rebombar todos os

gritos e lamentos do coração humano, sair de cena com uma

imensa gargalhada hilária. A Terra vai estremecer!” No dia

seguinte Verdi respondeu de forma breve e decidida: “Caro

Boito, Amém; que assim seja!... Não pensarei mais nos obs-

táculos, na idade, nas doenças!”

Obstáculos, idade avançada, doenças: seriam preocupa-

ções sinceras ou caprichos de artista? Nas imagens daquela

época que restaram ele parece um velho vigoroso, de olhar

vivo e penetrante, a coluna dorsal bem ereta e a expressão

orgulhosa, cheia de vitalidade.

O trabalho demolidor do tempo, no entanto, não pou-

para Verdi. O mundo a seu redor estava desabando; um a

um, os velhos amigos partiam, levados pela idade ou pela

doença. Em carta a um amigo, ele escreve: “E assim, um após

o outro, todos estão partindo. De todos que conheci em Mi-

lão na minha juventude não sobrou quase ninguém. Dois ou

três, no máximo”. Sua rotina de vida, nesses anos, reduzira-se

a longas permanências para curas medicinais nas Termas de

Montecatini, em companhia das veteranas sopranos Giusep-

pina Strepponi, sua esposa, e Teresa Stoltz, velha amiga. Du-

rante o inverno ia a Gênova, hospedando-se no Palácio do

Page 26: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 24

Príncipe, pertencente à família Doria Pamphili; no verão, per-

manecia em sua propriedade rural em Sant’Ágata.

O que, realmente, o teria levado a renunciar à sua pa-

cata e confortável rotina de músico aposentado para se de-

dicar de corpo e alma à composição de uma nova ópera,

dificílima, genial, inovadora, repleta de uma juventude e vi-

gor difíceis de serem encontrados até mesmo em autores

muito jovens? A resposta está contida na própria obra, na

metáfora que ela representa, na simbologia dos seus perso-

nagens e de tudo aquilo que eles fazem.

Falstaff não é apenas um legado artístico de Giuseppe

Verdi: é, sobretudo, o seu testamento anímico. A obra onde

ele declara e deixa explícita a sua visão de mundo, tudo

aquilo que ele percebeu e concluiu ao longo da sua larga e

profícua existência. Falstaff é uma imensa e terrível tragédia

que surge nas vestes de comédia buffa.

Quem é Falstaff? Em cena, o personagem aparece como

um fanfarrão de meia idade, gordo, desengonçado, apro-

veitador, mitômano, ególatra, de moralidade duvidosa, não

exatamente maldoso ou cruel, mas capaz de provocar algum

sofrimento nos outros. É um desses tipos primários, de ego

inchado, com uma visão falsa a respeito de si mesmo, com

pouca consciência de limites; sobretudo, como é destituído

de visão do outro, tenta continuamente seduzir os outros –

sobretudo as mulheres – para provar que existe e tem algum

valor. Falstaff se parece com alguém que conhecemos, al-

guém com quem, hoje como sempre, cruzamos ao caminhar

pelas ruas, ou sentado na mesa ao lado em nossos escritó-

rios. Ele é o protótipo do homem comum, deseducado, frá-

gil, solitário e perdido na voragem do seu próprio narcisismo

barato. Um menino crescido que, apesar do peso dos anos e

da gordura que o reveste, apesar do crânio seboso e quase

pelado, permanece um menino em sua psique. Alguém que,

muito mais que relho e chibata, precisaria de compreensão,

ajuda e amparo.

Page 27: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

O que ele recebe, no entanto, está bem longe disso. Na

trama da ópera, após cometer alguns desmandos típicos

de pequeno delinquente, ele comete um erro fatal: tenta

seduzir, ao mesmo tempo, duas mulheres espertalhonas.

Sem saber que elas são amigas íntimas, manda para am-

bas a mesma carta de amor, sem mudar uma vírgula sequer.

Apesar de serem casadas, as duas comadres recebem com

entusiasmo aquela carta recheada de galanteios. Mas esse

entusiasmo vira animosidade quando percebem que o Don

Giovanni trapalhão mandou para ambas a mesma missiva. E

decidem nele aplicar uma punição exemplar. Graças a seus

estratagemas, desenvolvidos na trama da ópera, o sedutor

vai parar dentro de uma arca cheia de roupa suja que é ati-

rada, afinal, num esgoto que conduz a sujeira ao rio Tâmisa.

Ele quase perde a vida nessa aventura.

A punição seria mais que suficiente, mas assim não pen-

sam as comadres vingadoras. Tomadas pelo prazer da vin-

gança, decidem prosseguir na “lição” a Falstaff. Convencem

a população inteira da aldeia a participar de uma encenação

capaz de levar qualquer um ao manicômio. Trabalhando as-

tutamente sobre a vaidade pueril do sedutor, marcam com

ele um encontro amoroso no meio da noite escura, nas pro-

ximidades do cemitério. E quando Falstaff está lá, sozinho, à

espera da amada, os aldeões começam a surgir a seu redor,

fantasiados de bruxas, fantasmas, fadas e duendes, vampi-

ros, mortos-vivos e demônios. O que era no início a fruição

jocosa de um simples prazer de vingança, transforma-se num

irrefreável delírio de crueldade coletiva. Aterrorizado e es-

condido no fundo de uma cova, Falstaff é agora apenas o

bode expiatório de toda uma comunidade empenhada na

catarse de seus próprios maus sentimentos.

É Giuseppe Verdi que, ainda uma vez, escancara para

nós a sua opinião sobre o mundo e o homem. Ninguém es-

capa ao delírio da crueldade, nem sequer o casal de jovens

enamorados, Fenton e Nannetta, que durante a maior parte

Page 28: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 26

da trama se mantém mais ou menos puros e alheios ao que

está acontecendo. Mas após cantar uma das mais belas árias

de amor de toda a história da ópera como gênero músico/

teatral (Dal labbro il canto estasiato vola), Fenton reúne-se à

sua Nannetta e ambos, respectivamente fantasiados de fan-

tasma e de fada, reúnem-se à turba para aterrorizar Falstaff

nas imediações do cemitério.

Para Verdi, todos, no fundo, em maior ou menor medida,

são Falstaffs, sem exceção, irmanados na incapacidade de

controlar os próprios sentimentos e pulsões. Nisso sua es-

colha difere daquela de William Shakespeare. Para o grande

dramaturgo inglês, Sir John Falstaff não é de modo algum

uma figura apenas cômica; não é somente um cavaleiro de-

cadente da declinante Idade Média que, reduzido agora à

figura patética de um anacronismo vivo, tenta conduzir uma

existência de parasita à custa dos burgueses ingleses enri-

quecidos. O Falstaff shakespeariano é um filósofo dono de

uma sabedoria trágica e consciente das incongruências da

vida, da honra e das noções éticas convencionais. Um filó-

sofo que, ao final, com ironia superior, percebe existir na lou-

cura uma prerrogativa universal: “Tudo no mundo é burla,

o homem nasceu enganador, no seu cérebro há mais safa-

deza que razão”.

Foi sobretudo na condição da ambivalência do trágico

e do cômico, dos limites flutuantes entre essas duas formas

de gênero dramático que Verdi, nos seus anos de alta ma-

turidade, se aproximou ainda mais de Shakespeare. Como

para o bardo inglês, o caminho que Giuseppe Verdi teve de

percorrer para adquirir tais conhecimentos foi muito duro e

difícil, da mesma forma que foi duro e difícil o desenvolvi-

mento do seu caminho criativo como artista.

E, como todo artista de primeira grandeza, Verdi perce-

beu que a própria experiência da vida é o modo mais eficaz

para se colher em profundidade a realidade humana com

toda a sua trama de paixões. A sua extensa obra é, integral-

Page 29: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

mente, expressão de uma visão trágica do mundo, com to-

dos os seus ápices luminosos e os seus abismos escuros. A

glória e o horror sempre juntos, de braços dados.

A excepcionalidade de Falstaff talvez resida na constante

serenidade que paira sobre toda essa ópera, por mais inquie-

tantes que sejam as situações descritas ao longo da trama.

Mas trata-se de uma serenidade de oitava superior, nunca

caracterizada por um otimismo rasteiro e despreocupado.

Longe disso, uma serenidade que aparece como avesso do

trágico, com o qual se liga indissoluvelmente, como o yin se

liga ao yang, e vice versa, no taoísmo da China. Em Falstaff,

Verdi exibe uma sorridente superioridade, um desejo quase

explícito de explicar a vida como uma comédia e o sorriso

como o último recurso do homem sábio.

Page 30: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
Page 31: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
Page 32: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 30

Não necessariamente, mas apesar de ser originalmente

ambientada no século 15, há margem para deslocar a ação

para outro ponto no tempo. Um diretor cênico sensível e

aberto a entender a partitura encontrará o Verdi leitor de

Shakespeare, apaixonado pela obra do Bardo. Neste caso,

o diretor deve agir como um tradutor da obra verdiana/

shakespeareana.

Tentei me aproximar ao máximo do palco elisabetano. Creio

que, caso interferisse na leitura que Verdi faz de Shakespe-

are com um excesso de subjetividade, com minhas interpre-

tações, com muitos elementos cênicos, isso penalizaria a

música. Já tinha essa preocupação quando montei Otello

e considero necessário dar um espaço vazio à criação ver-

diana/shakespeareana para que ela aflore. Partindo dessa

ideia, quis fazer um teatro dentro do Theatro.

Quatro perguntas

para o diretor cênico

Davide Livermore

Quais foram as suas

escolhas nesta montagem?

O libreto de Falstaff

permite especialmente

alguma flexibilidade ao

diretor cênico?

O que o público deve

esperar dessa montagem

inédita de Falstaff?

Page 33: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Você pode olhar alguns elementos do cenário/figurino e pen-

sar “esta é uma montagem punk de Falstaff”. Não é. É uma

montagem inglesa de Falstaff. Há uma série de elementos de

diversos aspectos da cultura inglesa, que é riquíssima: old en-

glish, punks, engravatados da City londrina. A cultura inglesa

é incrível em uma série de aspectos, tem algumas linhas divi-

sórias borradas, tem humor. Ela é anarco-monarquista. Qual

monarca celebraria seu 50° aniversário de reinado como a Eli-

zabeth II fez, com o guitarrista do Queen, Brian May, tocando

o Hino Inglês, em pé sobre o Palácio de Buckingham? Ou que

participaria do show de abertura dos Jogos Olímpicos de Lon-

dres como ela fez, com aquela montagem com o James Bond,

na qual a Rainha chega ao estádio de paraquedas? Shakespe-

are conseguiu ver isso. Verdi também.

Sim! Se posso dizer que tenho orgulho de ser conterrâneo

de alguém, esse é Verdi. Assim como o Bardo, ele era um

homem aberto, com uma visão muito à frente de seu tempo,

um sujeito totalmente internacional, que vivia independente

das amarras impostas pela tradição, pelo espírito gregário.

Infelizmente, sinto que hoje na Itália há algo que sufoca a

criação artística, sempre numa tentativa de enquadrar as coi-

sas dentro de critérios pré-definidos. Mais de 100 anos após

sua morte, Verdi é uma luz que desfaz as trevas.

Quais as razões para

deslocar a ação do

século 15 para o século

20 e fazer uma série de

referências à cultura pop

e underground? Qual foi

o efeito almejado?

Então, esses elementos

estão já na obra de

Shakespeare e Verdi?

Page 34: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

William Shakespeare

(1564-1616)

Giuseppe Verdi

(1813-1901)

Arrigo Boito

(1842-1918)

Page 35: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Teatro alla Scala de Milão,

local da estreia da

ópera Falstaff

Edoardo Mascheroni,

o regente da estreia

(1852-1941)

Page 36: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Cartaz da apresentação

em Trieste com o

elenco original

Johann Heinrich Füssli

(1741-1825): Falstaff in

the laundry bascket

(1792)

Page 37: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Adolf Schrödter

(1805-1875):

Falstaff und sein Page

(1841)

Page 38: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 36

1564 Batismo de William Shakespeare no dia 26 de abril, na

cidade de Stratford-upon-Avon, Inglaterra. A data de

nascimento do bardo é desconhecida.

1597 Primeira aparição da personagem Falstaff na obra de

William Shakespeare, na peça Henrique IV, parte 1. A

personagem aparece também na segunda parte de

Henrique IV, composta em 1599.

1602 Publicação de As Alegres Comadres de Windsor, peça de

William Shakespeare que serviu de base para criação de

Falstaff pelo libretista Arrigo Boito.

1813 Nascimento de Giuseppe Verdi no dia 10 de outubro, na

cidade de Roncole, próximo a Parma, na Itália.

1842 Após a morte dos filhos, seguida da morte da primeira

esposa, e do fracasso de público da ópera Un Giorno di

Regno, Verdi entra em reclusão e resolve abandonar a

carreira lírica. Com a insistência de Bartolomeo Merelli,

empresário do Teatro alla Scala e amigo do compositor,

ele decide voltar a escrever. Sua próxima ópera

Nabucco, é um estrondoso sucesso. O coro Va, Pensiero,

cantado pelos escravos hebreus, se torna um símbolo

da ocupação austríaca da Itália, fazendo de Verdi um

símbolo do Risorgimento.

Shakespeare,

Verdi e Falstaff

Page 39: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

1842 Nascimento de Arrigo Boito no dia 24 de fevereiro, na

cidade de Pádua, na Itália.

1881 Primeira colaboração entre Boito e Verdi: o libretista

revisa Simon Boccanegra e a nova versão tem grande

êxito.

1887 Estreia Otello, com libreto de Arrigo Boito, baseado na

peça homônima de Shakespeare.

1893 Estreia Falstaff, última ópera de Verdi, com libreto de

Arrigo Boito, baseado nas peças Henrique IV, parte 1 e 2,

e As Alegres Comadres de Windsor de Shakespeare.

1901 Morre de Giuseppe Verdi, no dia 27 de janeiro, em sua

suíte do Grand Hotel de Milão. Seu amigo, o regente Arturo

Toscanini, organiza um coro com mais de 800 pessoas que

entoa Va, Pensiero, em homenagem ao compositor.

Page 40: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 38

Meg Page Hilde Rössl-Majdan

Dr. Caius Gerhard Stolze

Bardolfo Murray Dickie

Pistola Erich Kunz

Filarmônica de Viena

CBS/Sony

Gravações de Referência

Regente Claudio Abbado

Falstaff Bryn Terfel

Ford Thomas Hampson

Alice Ford Adrianne Pieczonka

Fenton Danill Shtoda

Nannetta Dorothea Röschmann

Quickly Larissa Diadkova

Regente Leonard Bernstein

Falstaff Dietrich Fischer-Dieskau

Ford Rolando Panerai

Alice Ford Ilva Ligabue

Fenton Juan Oncina

Nannetta Graziella Sciutti

Quickly Regina Resnik

Regente Herbert von Karajan

Falstaff Tito Gobbi

Ford Rolando Panerai

Alice Ford Elisabeth Schwarzkopf

Fenton Luigi Alva

Nannetta Anna Moffo

Quickly Fedora Barbieri

CDs

Meg Page Stella Doufexis

Dr. Caius Enrico Facini

Bardolfo Anthony Mee

Pistola Anatoly Kotcherga

Filarmônica de Berlim

Deutsche Grammophon

Meg Page Nan Merriman

Dr. Caius Tomaso Spataro

Bardolfo Renato Ercolani

Pistola Nicola Zaccaria

Philharmonia Orchestra

EMI

Page 41: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Regente Carlo Maria Giulini

Diretor Cênico Ronald Eyre

Falstaff Renato Bruson

Ford Leo Nucci

Alice Ford Katia Ricciarelli

Fenton Dalmacio González

Nannetta Barbara Hendricks

Quickly Lucia Valentini-Terrani

Regente Daniele Gatti

Diretor Cênico Sven-Eric Bechtolf

Falstaff Ambrogio Maestri

Ford Massimo Cavalletti

Alice Ford Barbara Frittoli

Fenton Javier Camarena

Nannetta Eva Liebau

Quickly Yvonne Naef

DVDs

BLU-RAY

Meg Page Brenda Boozer

Dr. Caius John Dobson

Bardolfo Francis Egerton

Pistola William Wilderman

Orchestra and Chorus of the Royal

Opera House Covent Garden

Warner Classics

Meg Page Judith Schmid

Dr. Caius Peter Straka

Bardolfo Martin Zysset

Pistola Davide Fersini

Orchester der Oper Zürich & Chor

der Oper Zürich

C Major

Page 42: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 40

L'interno dell'Osteria della

Giarrettiera. Una tavola, un gran

seggiolone, una panca. Sulla tavola i

resti di un gran desinare, parecchie

bottiglie e un bicchiere. Calamaio,

penne, carta, una candela accesa.

Una scopa appoggiata al muro.

Uscio nel fondo, porta a sinistra.

(entrando minaccioso)

Falstaff!

(senza abbadare alle vociferazioni

del Dr. Cajus, chiama l'Oste che si

avvicina)

Olà!

(più forte di prima)

Sir John Falstaff!

(al Dr. Cajus)

Oh! che vi piglia?

(sempre vociando e

avvicinandosi a Falstaff, che non gli

dà retta)

Hai battuto i miei servi!...

(all'Oste, che esce per eseguire

l'ordine)

Oste!

un'altra bottiglia di Xeres.

(come sopra)

Interior da taverna da

Jarreteira. Uma mesa, uma grande

poltrona, um banco. Sobre a mesa,

os restos de uma grande refeição,

muitas garrafas e um copo. Tinteiro,

penas, papel, uma vela acesa. Uma

vassoura apoiada na parede. Saída

ao fundo, porta à esquerda.

(entrando ameaçador)

Falstaff!

(sem atentar para as vociferações

do Dr. Caius, chama o taverneiro

que se aproxima)

Olá!

(mais alto do que antes)

Sir John Falstaff!

(para o Dr. Caius)

Oh! O que te deu?

(sempre vociferando e

aproximando-se de Falstaff, que não

lhe dá atenção)

Você bateu nos meus servos!…

(ao taverneiro, que sai para atender

o pedido)

Taverneiro!

outra garrafa de xerez!

(como acima)

Ato I

Primeira Cena

Atto I

Scena Prima

Dr. Cajus

Falstaff

Dr. Cajus

Bardolfo

Dr. Cajus

Falstaff

Dr. Cajus

LIBRETO Falstaff

A ação original ocorre em Windsor, Inglaterra, no reinado de Henrique IV, no início do século 15.

Page 43: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Hai fiaccata la mia giumenta baia,

sforzata la mia casa.

(con flemma)

Ma non la tua massaia

Troppa grazia!

Una vecchia cisposa.

Ampio Messere, se foste venti

volte

John Falstaff Cavaliere

vi sforzerò a rispondermi

Ecco la mia risposta:

ho fatto ciò che hai detto.

E poi?

L'ho fatto apposta.

(gridando)

M'appellerò al Consiglio Real.

Vatti con Dio. Sta zitto

o avrai le beffe;

quest'è il consiglio mio.

(ripigliando la sfuriata contro Bardolfo)

Non é finita!

Al diavolo!

Bardolfo!

Ser Dottore.

(sempre con tono minaccioso)

Tu, ier, m'hai fatto bere.

(Si fa tastare il polso dal Dr. Cajus)

Você destroçou minha jumenta baia,

arrombou minha casa...

(com fleuma)

Mas não a sua empregada.

Quanta graça!

Uma velha remelenta.

Grão-Mestre, mesmo se fosse vinte

vezes

John Falstaff Cavaleiro,

eu o forçaria a responder-me.

Eis a minha resposta:

fiz aquilo que você disse.

E então?

E o fiz de propósito.

(gritando)

Apelarei ao Conselho Real.

Vá com Deus. Fique calado

ou zombarão de você;

esse é o meu conselho.

(retomando a fúria contra Bardolfo)

Não terminei!

Vá para o diabo!

Bardolfo!

Senhor Doutor.

(sempre com tom ameaçador)

Você, ontem, me fez beber.

(Dá o pulso para o Dr. Caius tomar)

Falstaff

Dr. Cajus

Falstaff

Dr. Cajus

Falstaff

Dr. Cajus

Falstaff

Dr. Cajus

Falstaff

Dr. Cajus

Bardolfo

Dr. Cajus

Bardolfo

Page 44: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 42

Pur troppo! e che dolore!...

Sto mal. D'un tuo pronostico m'assisti.

Ho l'intestino Guasto.

Malanno agli osti

che dan la calce al vino!

(mettendo l'indice sul proprio naso

enorme e rubicondo)

Vedi questa meteora?

La vedo.

Essa si corca rossa così ogni notte.

(scoppiando)

Pronostico di forca!

M'hai fatto ber, furfante, con lui...

(indicando Pistola)

...narrando frasche;

poi, quando fui ben ciùschero,

m'hai vuotato le tasche.

(con decoro)

Non io.

Chi fu?

(chiamando)

Pistola!

(avanzandosi)

Padrone.

(sempre seduto sul seggiolone

e con flemma)

Hai tu vuotate le tasche a quel

Messere?

Infelizmente! E que dor!...

Estou mal. Dê-me um prognóstico seu.

Meu intestino está arruinado.

Malditos os taverneiros

que põem cal no vinho!

(metendo o indicador sobre o próprio

nariz, enorme e avermelhado)

Está vendo este meteoro?

Estou vendo.

Ele fica vermelho assim toda noite.

(descontrolando-se)

Prognóstico de forca!

Você me fez beber, malandro, com ele...

(apontando para Pistola)

...narrando bobagens;

depois, quando fiquei bem bêbado,

você me esvaziou os bolsos.

(com decoro)

Eu não.

Quem foi?

(chamando)

Pistola!

(avançando)

Patrão.

(sempre sentado na poltrona

e com fleuma)

Você esvaziou os bolsos desse

Senhor?

Dr. Cajus

Bardolfo

Dr. Cajus

Bardolfo

Dr. Cajus

Falstaff

Pistola

Falstaff

Page 45: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Dr. Cajus

Pistola

Dr. Cajus

Pistola

Dr. Cajus

Pistola

Dr. Cajus

Pistola

Dr. Cajus

Pistola

Dr. Cajus

(scattando contro Pistola)

Certo fu lui. Guardate.

Come s'atteggia al niego

quel ceffo da bugiardo!

(vuotando una tasca del

farsetto)

Qui c'eran due scellini

del regno d'Edoardo

E sei mezze-corone.

Non ne riman più segno.

(a Falstaff, dignitosamente

brandendo la scopa)

Padron, chiedo di battermi

con quest'arma di legno.

(al Dr. Cajus con forza)

Vi smentisco!

Bifolco! tu parli a un

gentiluomo!

Gonzo!

Pezzente!

Bestia!

Can!

Vil!

Spauracchio!

Gnomo!

Germoglio di mandragora!

(enfurecendo-se com Pistola)

Claro que foi ele. Vejam.

Como se prende à negação

esse focinho de mentiroso!

(esvaziando um bolso

do gibão)

Aqui havia dois xelins

do reino de Eduardo

e seis meias-coroas.

Não ficou nem sinal.

(para Falstaff, brandindo

dignamente a vassoura)

Patrão, peço que me bata

com esta arma de madeira.

(para o Dr. Caius com força)

Desminto você!

Caipira! Está falando com um

cavalheiro!

Tolo!

Pedinte!

Besta!

Cachorro!

Vil!

Espantalho!

Gnomo!

Broto de mandrágora!

Page 46: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 44

Chi?

Tu.

Ripeti!

Si.

Saette!!!

(al cenno di Falstaff, Pistola

si frena)

Ehi là! Pistola!

Non scaricarti qui!

(chiamando Bardolfo che

s'avvicina)

Bardolfo!

Chi ha vuotato le tasche a quel

Messere?

(subito)

Fu l'un dei due.

(con serenità, indicando il

Dr. Cajus)

Costui beve, poi pel gran bere

Perde i suoi cinque sensi,

poi ti narra una favola

Ch'egli ha sognato mentre

dormì sotto la tavola.

(al Dr. Cajus)

L'odi?

Se ti capaciti, del ver tu sei

sicuro.

I fatti son negati.

Vattene in pace.

Quem?

Você!

Repita!

Sim.

Moleques!!!

(a um sinal de Falstaff, Pistola

contém-se)

Opa! Pistola!

Não vá se descarregar aqui!

(chamando Bardolfo, que se

aproxima)

Bardolfo!

Quem esvaziou os bolsos daquele

Senhor?

(repentino)

Foi um dos dois!

(com serenidade, apontando para o

Dr. Caius)

Ele bebeu, e depois de muito beber

perdeu seus cinco sentidos,

e então nos contou uma fábula

com que sonhou enquanto

dormia sob a mesa.

(para o Dr. Caius)

Está ouvindo?

Se compreender, terá certeza da

verdade.

Os fatos estão negados.

Vá em paz.

Pistola

Dr. Cajus

Pistola

Dr. Cajus

Pistola

Falstaff

Dr. Cajus

Bardolfo

Falstaff

Page 47: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Giuro che se mai mi ubbriaco

ancora all'osteria

Sarà fra gente onesta,

sobria, civile e pia.

(Esce dalla porta di sinistra)

(accompagnando buffonescamente

fino all'uscio il Dr. Cajus e

salmodiando)

Amen.

Cessi l'antifona. Le urlate in

contrattempo.

L'arte sta in questa massima:

"Rubar con garbo e a tempo".

Siete dei rozzi artisti.

A...!

(si mette ad esaminare il conto che

l'Oste avrà portato insieme alla

bottiglia di Xeres)

Sei polli: sei scellini,

trenta giarre di Xeres: due lire;

tre tacchini...

(a Bardolfo gettandogli la borsa)

Fruga nella mia borsa.

Due fagiani, un'acciuga.

(estrae dalla borsa le monete

e le conta sul tavolo)

Un mark, un mark, un penny.

Fruga.

Ho frugato.

Juro que se voltar a me embebedar

na taverna,

será entre gente honesta,

sóbria, civilizada e piedosa.

(Sai pela porta da esquerda)

(acompanhando comicamente

até a saída do Dr. Caius,

salmodiando)

Amém!

Pare com a antífona. Gritam em

contratempo.

A arte está nesta máxima:

"Roubar com garbo e na hora certa".

Vocês são artistas rudes.

A…!

(põe-se a examinar a conta que

o taverneiro trouxe junto à

garrafa de xerez)

Seis frangos: seis xelins;

trinta jarras de xerez: duas liras;

três perus...

(para Bardolfo, jogando-lhe a bolsa)

Procure na minha bolsa.

Dois faisões, uma anchova...

(extrai da bolsa as moedas

e as conta sobre a mesa)

Um mark, um mark, um penny.

Procure.

Procurei.

Dr. Cajus

Bardolfo Pistola

Falstaff

Bardolfo Pistola

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Bardolfo

Page 48: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 46

Fruga!

(gettando la borsa sul tavolo)

Qui non c'è più uno spicciolo.

(alzandosi)

Sei la mia distruzione!

Spendo ogni sette giorni dieci

ghinee!

Beone!

So che se andiam, la notte,

di taverna in taverna,

Quel tuo naso ardentissimo

mi serve da lanterna!

Ma quel risparmio d'olio

tu lo consumi in vino.

(con flemma)

Son trent'anni che abbevero

quel fungo porporino!

Costi troppo.

(a Pistola)

E tu pure.

Oste! un'altra bottiglia.

Mi struggete le carni!

Se Falstaff s'assottiglia

Non è più lui, nessuno più l'ama;

in quest'addome

C'è un migliaio di lingue che

annunciano

il mio nome!

(acclamando)

Falstaff immenso!

(come sopra)

Enorme Falstaff!

Procure!

(jogando a bolsa sobre a mesa)

Aqui não tem mais nenhum troco.

(levantando-se)

Você é a minha perdição!

Gasto a cada sete dias dez

guinéus!

Beberrão!

Sei que se vamos, à noite,

de taverna em taverna,

esse seu nariz ardente

me serve de lanterna!

Mas essa economia de óleo,

você a consome em vinho.

(com fleuma)

Há trinta anos que rego

esse fungo púrpura!

Você custa demais.

(para Pistola)

E você também.

Taverneiro! Outra garrafa.

Vocês destroem minhas carnes!

Se Falstaff emagrecer,

não seria mais ele, ninguém o amaria;

neste abdome

há milhares de línguas que

anunciam

o meu nome!

(aclamando)

Imenso Falstaff!

(como acima)

Falstaff enorme!

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Pistola

Bardolfo

Page 49: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(guardandosi e toccandosi l'addome)

Questo è il mio regno. Lo ingrandirò

Falstaff immenso!

Enorme Falstaff!

Ma é tempo d'assottigliar l'ingegno.

Assottigliam.

V'è noto un tal, qui del paese

che ha nome Ford?

Si.

Si.

Quell'uomo é un gran

borghese...

Più liberal d'un Creso.

È un Lord!

Sua moglie é bella.

E tien lo scrigno.

È quella! O amor! Sguardo di stella!

Collo di cigno! e il labbro?

Un fior. Un fior che ride.

Alice é il nome,

e un giorno come passa mi vide

Ne'suoi paraggi, rise.

M'ardea l'estro amatorio

Nel cor. La Dea vibrava

raggi di specchio ustorio.

(pavoneggiandosi)

(olhando-se e tocando seu abdome)

Este é o meu reino. Eu o engrandecerei.

Imenso Falstaff!

Falstaff enorme!

Mas é hora de aguçar o engenho.

Agucemos!

Conheceram um tal, daqui da aldeia,

cujo nome é Ford?

Sim.

Sim.

Aquele homem é um grande

burguês...

Mais liberal do que um Creso.

É um Lord!

Sua mulher é bela.

E cuida do cofre.

É ela! Oh, amor! Olhar de estrela!

Pescoço de cisne! E o lábio?

Uma flor! Uma flor que ri.

Alice é seu nome,

e um dia, ao me ver passar

por suas paragens, riu.

Me ardeu a inspiração apaixonada

no coração. A Deusa lançava

raios de espelho ustório...

(apavonando-se)

Falstaff

Pistola

Bardolfo

Falstaff

Bardolfo Pistola

Falstaff

Bardolfo

Pistola

Falstaff

Pistola

Bardolfo

Falstaff

Pistola

Falstaff

Page 50: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 48

Su me, su me, sul fianco baldo,

sul gran torace,

Sul maschio pie',

sul fusto saldo, erto,

capace;

E il suo desir in lei fulgea sì

al mio congiunto

Che parea dir:

"Io son di Sir John Falstaff".

Punto.

(continuando la parola di Bardolfo)

e a capo. Un'altra;

Un'altra?

... un'altra,

e questa ha nome Margherita.

La chiaman Meg.

È anch'essa dei miei pregi

invaghita.

E anch'essa tien le chiavi dello

scrigno.

Costoro saran le mie Gioconde

e le mie Coste d'oro!

Guardate. Io sono ancora

una piacente estate

Di San Martino.

A voi, due lettere infuocate.

(Dà a Bardolfo una delle due lettere

che sono rimaste sul tavolo)

Tu porta questa a Meg;

tentiam la sua virtù.

(Bardolfo prende la lettera)

sobre mim, sobre o valente flanco,

sobre o tórax grande,

sobre o pé masculino,

sobre o robusto torso, escarpado,

capaz;

e o seu desejo nela refulgia, tanto,

ao estar perto de mim,

que parecia dizer:

"Eu sou do Sir John Falstaff".

Ponto.

(continuando a fala de Bardolfo)

Parágrafo. Uma outra...

Uma outra?

...uma outra,

e esta tem como nome Margarida.

Chamam-na de Meg.

E ela também está atraída por meu

prestígio.

E ela também tem as chaves do

cofre.

Essas serão as minhas Giocondas

e a minha Costa Dourada!

Olhem: sou ainda

um agradável verão

de San Martino.

Para vocês, duas cartas ardentes.

(Dá a Bardolfo uma das duas cartas

que ficaram sobre a mesa)

Você leva isto para Meg;

tentemos a sua virtude.

(Bardolfo pega a carta)

Bardolfo

Falstaff

Bardolfo Pistola

Falstaff

Pistola

Falstaff

Page 51: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Già vedo che il tuo naso arde

di zelo.

(a Pistola, porgendogli l'altra lettera)

E tu porta questa ad Alice.

(ricusando con dignità)

Porto una spada al fianco.

Non sono un Messer Pandarus.

Ricuso.

(con calma sprezzante)

Saltimbanco.

(avanzandosi e gettando la lettera

sul tavolo)

Sir John, in quest'intrigo

non posso accondiscendervi.

Lo vieta...

(interrompendolo)

Chi?

L'Onore

(vedendo il paggio Robin che

entra dal fondo)

Ehi! paggio!

(poi subito a Bardolfo e Pistola)

Andate a impendervi. Ma non più

a me.

(al paggio che uscirà correndo

con le lettere)

Due lettere, prendi, per due

signore.

Já estou vendo que seu nariz arde

de ciúmes.

(a Pistola, oferecendo a outra carta)

E você leva esta para Alice.

(recusando com dignidade)

Levo uma espada no flanco.

Não sou um alcoviteiro.

Me recuso.

(com calma desdenhosa)

Saltimbanco.

(avançando e jogando a carta

sobre a mesa)

Sir John, nesta intriga

não posso lhe ser condescendente.

Me impede...

(interrompendo-o)

Quem?

A honra.

(vendo o pajem Robin que

entra pelo fundo)

Ei! Pajem!

(prontamente para Bardolfo e Pistola)

Podem ir para a forca. Mas não

comigo.

(para o pajem que sairá correndo

com as cartas)

Duas cartas, tome, para duas

senhoras.

Pistola

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Page 52: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 50

Consegna tosto, corri, lesto, va!

(rivolto a Pistola e Bardolfo)

L'Onore! Ladri!

Voi state ligi all'onor vostro,

voi!

Cloache d'ignominia,

quando, non sempre, noi

Possiam star ligi al nostro.

Io stesso, sì, io, io,

Devo talor da un lato

porre il timor di Dio

E, per necessità, sviar l'onore,

usare

Stratagemmi ed equivoci,

Destreggiar, bordeggiare.

E voi, coi vostri cenci

e coll'occhiata torta

Da gattopardo e i fetidi sghignazzi

avete a scorta

Il vostro Onor! Che onore?!

che onor? che onor! che

ciancia!

Che baia!

Può l'onore riempirvi la pancia?

No. Può l'onor rimettervi uno

stinco?

Non può.

Nè un piede? No. Nè un dito?

Nè un capello? No.

L'onor non é chirurgo.

Che é dunque? Una parola.

Che c'è in questa parola?

C'è dell'aria che vola.

Bel costrutto!

L'onore lo può sentire chi é

morto?

No. Vive sol coi vivi?...

Neppure: perchè a torto

Entregue logo, corra, rápido, vá!

(virado para Pistola e Bardolfo)

A honra! Ladrões!

Vocês estão ligados à sua honra,

vocês!

Cloacas de ignomínia,

quando, nem sempre, nós

podemos estar ligados à nossa.

Eu mesmo, sim, eu, eu,

devo às vezes colocar de lado

o temor a Deus

e, por necessidade, desviar a honra,

usar

estratagemas e equívocos,

manobrar, bordejar.

E vocês, com seus trapos,

com o olhar torto

de leopardo e gargalhadas fétidas,

têm como escolta

a sua honra! Que honra?

Que honra? Que honra! Conversa

fiada!

Que gozação!

A honra pode encher sua pança?

Não. A honra pode reparar suas

canelas?

Não pode.

E um pé? Não. E um dedo?

E um cabelo? Não.

A honra não é cirurgião.

O que é então? Uma palavra.

O que há nesta palavra?

Há ar, que voa.

Bela construção!

A honra, pode senti-la quem está

morto?

Não. Vive somente com os vivos?...

Tampouco: pois de qualquer maneira

Page 53: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Segunda Cena

Scena Seconda

Meg

Alice

Lo gonfian le lusinghe,

lo corrompe l'orgoglio,

L'ammorban le calunnie;

e per me non ne voglio!

Ma, per tornare a voi, furfanti,

ho atteso troppo.

E vi discaccio.

(Prende in mano la scopa e

insegue Bardolfo e Pistola che

scansano i colpi correndo qua

e là)

Olà! Lesti! Lesti!

Al galoppo! A galoppo!

Il capestro assai bene vi sta.

Ladri! Via! Via di qua!

Via di qua! Via di qua!

(Bardolfo fugge dalla porta a sinistra.

Pistola dalla porta del fondo, non

senza essersi buscato qualche colpo

di granata, e Falstaff lo insegue)

(Giardino. A sinistra la casa di

Ford. Gruppi d'alberi nel centro

della scena. Alice, Nannetta, Meg,

Mrs. Quickly, poi Mr. Ford, Fenton,

Dr. Cajus, Bardolfo, Pistola. Meg e

Mrs. Quickly da destra. S'avviano

verso la casa di Ford e sulla soglia si

imbattono in Alice e Nannetta che

stanno per uscire)

(salutando)

Alice.

(come sopra)

Meg

incham-no as lisonjas,

corrompe-o o orgulho,

contaminam-no as calúnias;

e isto para mim não quero!

Mas, para voltar a vocês, tratantes,

esperei demais.

E os expulso.

(Pega a vassoura com as mãos e

persegue Bardolfo e Pistola, que

evitam os golpes correndo daqui

para lá)

Olá! Rápido! Rápido!

A galope! A galope!

O cabestro cai muito bem em vocês!

Ladrões! Saiam! Saiam daqui!

Saiam daqui! Saiam daqui!

(Bardolfo foge pela porta da

esquerda. Pistola pela porta do

fundo, não sem levar alguns golpes

de vassoura, e Falstaff o persegue)

(Jardim. À esquerda, a casa de

Ford. Grupos de árvores no centro

da cena. Alice, Nannetta, Meg, Mrs.

Quickly e depois Mr. Ford, Fenton,

Dr. Caius, Bardolfo, Pistola. Meg e

Mrs. Quickly à direita. Caminham

rumo à casa de Ford e encontram-se

com Alice e Nannetta, que estão de

saída, à soleira)

(saudando)

Alice!

(como acima)

Meg!

Page 54: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 52

(salutando)

Nannetta.

(a Meg)

Escivo appunto. Per ridere con

te.

(a Mrs. Quickly)

Buon dì, comare.

Dio vi doni allegria.

(accarezzando la guancia di

Nannetta)

Botton di rosa!

(ancora a Meg)

Giungi in buon punto.

M'accade un fatto da

trasecolare.

Anche a me.

(avvicinadosi con

curiosità)

Che?

(avvicinandosi)

Che cosa?

(a Meg)

Narra il tuo caso.

Narra il tuo.

Narra! Narra!

Promessa di non ciarlar.

Ti pare?

(saudando)

Nannetta!

(para Meg)

Estava mesmo saindo. Para rir com

você.

(para Mrs. Quickly)

Bom dia, comadre.

Deus lhe dê alegria.

(acariciando a bochecha de

Nannetta)

Botão de rosa!

(ainda para Meg)

Chegou num bom momento.

Aconteceu-me um fato

inacreditável.

A mim também.

(aproximando-se com

curiosidade)

O quê?

(aproximando-se)

O que foi?

(para Meg)

Conte seu caso.

Conte o seu.

Conte, conte!

Prometa não fazer fofoca.

Imagine!

Meg

Alice

Quickly

Alice

Meg

Quickly

Nannetta

Alice

Meg

Nannetta Quickly

Alice

Meg

Page 55: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Oibò! Vi pare?

Dunque: se m'acconciassi a entrar

ne' rei

Propositi del diavolo, sarei

Promossa

al grado si Cavalleressa!

Anch'io

Motteggi.

(cerca in tasca, estrae una lettera)

Non più parole,

Ché qui sciupiamo la luce del sole.

Ho una lettera.

(cerca in tasca)

Anch'io.

Oh!

(dà la lettera a Meg)

Leggi.

(scambia quella di Alice)

Leggi.

(leggendo la lettera di Alice)

"Fulgida Alice! amor t'offro..."

...Ma come?

Che cosa dice?

Salvo che il nome

La frase é uguale.

(ripete la lettera di Meg)

"Fulgida Meg, amor t'offro..."

"...amor bramo."

Ora essa! Imagine!

Então: se eu me enfeitasse para

entrar nos

reais propósitos do diabo, seria

promovida

ao grau de Cavaleira!

Eu também.

Está brincando.

(procura no bolso, tira uma carta)

Chega de palavras,

estamos desperdiçando a luz do sol.

Tenho uma carta.

(procura no bolso)

Eu também.

Oh!

(dá a carta a Meg)

Leia.

(dá a sua a Alice)

Leia.

(lendo a carta de Alice)

“Fúlgida Alice! amor lhe ofereço...”

Mas como?

O que está dizendo?

Salvo o nome,

a frase é igual.

(lendo a carta de Meg)

"Fúlgida Meg, amor lhe ofereço..."

"...amor desejo."

Quickly

Alice

Meg

Alice

Meg

Alice

Nannetta Quickly

Alice

Meg

Alice

Meg

Page 56: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 54

Qua "Meg", là "Alice"

È tal e quale,

"Non domandar perchè, ma dimmi..."

"...t'amo"

Pur non gli offersi cagion.

Il nostro caso é pur strano.

(tutte in un gruppo addosso alle

lettere, confrontandole e

maneggiandole con curiosità)

Guardiam con flemma.

Gli stessi versi.

Lo stesso inchiostro.

La stessa mano.

Lo stesso stemma.

(leggendo insieme ciascuna sulla

propria lettera)

"Sei la gaia comare,

il compar gaio "son io,

e fra noi due facciamo il

paio."

Già.

Lui, lei, te.

Un paio in tre.

"Facciamo il paio in un amor

ridente"

"di donna bella e d'uom..."

Aqui “Meg”, lá “Alice”.

É tal e qual,

"Não pergunte por quê, mas me diga:..."

"...amo você."

Mas nunca lhe dei razão.

O nosso caso é mesmo estranho.

(todas em grupo ao redor das

cartas, confrontando-as e

manejando-as com curiosidade)

Vamos olhar com calma.

Os mesmos versos.

A mesma tinta.

A mesma mão.

O mesmo brasão.

(lendo juntas, cada uma sua

própria carta)

"Você é a alegre comadre,

o compadre alegre sou eu,

e aqui entre nós dois formamos um

par."

É.

Ele, ela, você.

Um par de três.

“Formamos um par em um amor

risonho”

“de uma bela mulher e um homem..."

Alice

Meg

Alice

Meg

Quickly

Meg

Alice

Quickly

Nannetta

Alice Meg

Alice

Nannetta

Quickly

Alice

Page 57: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

"...appariscente..."

"Ma il viso tuo su me

risplenderà

Come una stella sull'immensità."

(ridendo)

Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

"Rispondi al tuo scudiere,

John Falstaff Cavaliere."

Mostro!

Monstruo!

Dobbiam gabbarlo.

E farne chiasso.

E metterlo in burletta.

Oh! Oh! che spasso!

Che allegria!

Che vendetta!

Quell'otre, quel tino!

Quel Re delle pance,

Ci ha ancora le ciance

Del bel vagheggino.

E l'olio gli sgocciola

Dall'adipe unticcio

E ancor ei ne snocciola

La strofa e il bisticcio!

Lasciam ch'ei le pronte

Sue ciarle ne spifferi;

Farà come i pifferi

Che sceser dal monte.

Todas Tutte

Alice

Todas Tutte

Alice

Quickly

Meg Nannetta Alice

Alice

Nannetta

Alice

Nannetta

Quickly

Meg

Alice

"... vistoso..."

"Mas o seu rosto sobre mim

resplandecerá

como uma estrela sobre a imensidão."

(rindo)

Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha!

"Responda ao seu escudeiro,

John Falstaff Cavaleiro."

Monstro!

Monstro!

Devemos enganá-lo.

E fazer um estardalhaço.

E expô-lo ao ridículo.

Oh, oh! Que divertido!

Que alegria!

Que vingança!

Aquele odre, aquela tina!

Aquele Rei das panças,

e que ainda tem a conversa fiada

de um belo galanteador.

E o óleo pinga

da sua gordura sebosa

e ele ainda recita

versos e jogos de palavras!

Deixemos que ele desembuche

suas frases feitas;

fará como os pífaros

que descem da montanha.

Page 58: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 56

Vedrai che, se abbindolo

Quel grosso compar,

Più lesto d'un guindolo

Lo faccio girar.

Quell'uomo é un cannone!

Se scoppia, ci spaccia.

Colui, se l'abbraccia,

Ti schiaccia Giunone.

Ma certo si spappola.

Quel mostro a tuo cenno

E corre alla trappola

E perde il suo senno.

Potenza di un fragile

Sorriso di donna!

Scienza d'un agile

Movenza di gonna!

Se il vischio lo impegola

Lo udremo strillar,

E allor la sua fregola

Vedremo svampar.

Se ordisci una burla,

Vo' anch'io la mia parte.

Conviene condurla

Con senno, con arte.

L'agguato ov'ei sdrucciola

Convien ch'ei non scerna;

Già prese una lucciola

Per una lanterna.

Che il gioco riesca

Perciò non dubito;

Per coglierlo subito.

Bisogna offrir l'esca

E se i scilinguagnoli

Sapremo adoprar,

Vedremo a rigagnoli

Quell'orco sudar.

Un flutto in tempesta

Vocês verão que, se eu enganar

aquele compadre gordo,

mais rápido do que um moinho

o farei girar.

Aquele homem é um canhão!

Se dispara, a nós é que lança!

Aquele lá, se abraçá-la,

derrota a sua Juno.

Mas certamente se derrete

aquele monstro a um aceno seu,

e corre para a armadilha

e perde o juízo.

O poder de um frágil

sorriso de mulher!

A ciência de um ágil

movimento de saia!

Se ele morder a isca,

o ouviremos estrilar,

e então o seu desejo

veremos se dissipar.

Se você planeja uma burla,

também quero fazer parte.

Convém conduzi-la

com juízo e com arte.

Da emboscada em que vai cair

convém que ele não suspeite;

Já confunde um vagalume

com uma lanterna.

Que o jogo funcionará,

disso não duvido;

para pegá-lo rápido,

precisa oferecer a isca.

E se o bom papo

soubermos utilizar,

veremos então como um regato

aquele gordo suar.

Uma grande onda na tempestade

Meg

Nannetta

Quickly

Page 59: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Gittò sulla rena

Di Windsor codesta

Vorace balena.

Ma qui non ha spazio

Da farsi più pingue;

Ne fecer già strazio

Le vostre tre lingue.

Tre lingue più allegre

D'un trillo di nacchere,

Che spargon più chiacchiere

Di sei cingallegre.

Tal sempre s'esilari

Quel bel cinguettar.

Così soglion l'ilari

Comari ciarlar.

(S'allontanano. Mr. Ford, Dr. Cajus,

Fenton, Bardolfo, Pistola entrano,

parlando a bassa voce e

brontolando)

(a Ford)

È un ribaldo, un furbo, un ladro,

Un furfante, un turco, un vandalo;

L'alto dì mandò a soqquadro

La mia casa e fu uno scandalo.

Se un processo oggi

gl'intavolo

Sconterà le sue rapine,

Ma la sua più degna fine

Sia d'andare in man del diavolo.

E quei due che avete accanto

Genti son di sua tribù,

Non son due stinchi di santo

Né son fiori di virtù.

(a Ford)

Falstaff, sì ripeto, giuro,

Per mia bocca il ciel v'illumina,

Contro voi John Falstaff rumina

lançou sobre a arena

de Windsor

uma voraz baleia.

Mas aqui não há mais espaço

para tornar-se mais gordo;

tamanho é já o estrago

feito por suas três línguas.

Três línguas mais alegres

do que um trinado de castanholas,

que são mais faladeiras

do que seis papagaios.

Que sempre seja alegre

aquele belo tagarelar.

Assim é que soam as felizes

comadres a conversar.

(Afastam-se. Mr. Ford, Dr. Caius,

Fenton, Bardolfo e Pistola entram,

falando com voz baixa e

resmungando)

(para Ford)

É um patife, um velhaco, um ladrão,

um tratante, um turco, um vândalo;

outro dia causou um estrago

em minha casa e foi um escândalo.

Se hoje um processo lhe

entabulamos,

vingaremo-nos dos seus roubos,

mas fim mais digno ele terá

se nas mãos do diabo terminar.

E os dois que estão ali no canto

são gente com a mesma atitude,

não têm feitio de santo

nem são flores de virtude.

(para Ford)

Falstaff, sim, repito, juro,

por minha boca o céu os ilumina,

contra vocês John Falstaff rumina

Dr. Cajus

Bardolfo

Page 60: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 58

Un progetto alquanto impuro.

Son uom d'arme e quell'

infame

Più non vo' che v'impozzangheri;

Non vorrei, no, escir dai gangheri

Dell'onor per un reame!

Messer Ford, l'uomo avvisato

Non é salvo che a metà.

Tocca a voi d'ordir l'agguato

Che l'agguato stornerà.

(a Ford)

Sir John Falstaff già v'appresta,

Messer Ford, un gran pericolo.

Già vi pende sulla testa

Qualche cosa a perpendicolo.

Messer Ford, fui già un armigero

Di quell'uom dall'ampia cute;

Or mi pento e mi morigero

Per ragioni di salute.

La minaccia or v'è scoperta,

Or v'è noto il ciurmador.

State all'erta, all'erta, all'erta!

Qui di tratta dell'onor.

(a Ford)

Se volete, io non mi perito

Di ridurlo alla ragione

Colle brusche o colle buone,

E pagarlo al par del merito.

Mi dà il cuore e mi solletica,

E sarà una giostra gaia,

Di sfondar quella ventraia

iperbolico-apoplettica.

Col consiglio o colla spada

Se lo trovo al tu per tu,

O lui va per la sua strada

O lo assegno a Belzebù.

Un ronzio di vespe e d'avidi

um projeto um tanto impuro.

Sou homem de armas e aquele

infame

quer apenas envenená-los.

Não queria, não, deixar a compostura

e a honra por um reino!

Senhor Ford, o homem avisado

está a salvo só pela metade.

É seu dever tramar a emboscada

de que o emboscado desviará.

(para Ford)

Sir John Falstaff para vocês prepara,

Senhor Ford, um grande perigo.

Sobre sua cabeça já se dependura

um ameaçador artigo.

Senhor Ford, eu já fui escudeiro

daquele homem de grossa cútis,

agora me arrependo e me corrijo

por razões de saúde.

A ameaça é por vocês agora conhecida,

agora conhecem o enganador.

Fique alerta, alerta, alerta!

É a sua honra, meu senhor!

(para Ford)

Se quiserem, não hesito

de levá-lo à razão,

por bem ou por mal então,

e pagar de acordo com seu mérito.

Me traz coragem e causa cócegas,

e será um duelo alegre,

arrebentar aquela barrigona

hiperbólica-apoplética.

Com conselhos ou com a espada,

se encontrá-lo cara a cara,

ou ele segue seu caminho,

ou a Belzebu eu o envio.

Um zumbido de vespas e de ávidos

Pistola

Fenton

Ford

Page 61: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Calabron brontolamento,

Un rombar di nembi gravidi

D'uragani é quel ch'io sento.

Il cerebro un ebro allucina

Turbamento di paura

Ciò che intorno a me si buccina,

È un sussurro di congiura.

Parlan quattro e uno ascolta;

Qual dei quattro ascolterò?

Se parlaste uno alla volta

Forse allor v'intenderò

(a Pistola)

Ripeti.

(a Ford)

In due parole: L'enorme Falstaff

vuole

Entrar nel vostro tetto,

Beccarvi la consorte,

Sfondar la cassaforte

e sconquassarvi il letto.

Caspita!

Quanto guai!

(a Ford)

Già le scrisse un biglietto...

(interrompendolo)

Ma quel messaggio abbietto

ricusai.

Ricusai.

Badate a voi!

Badate!

zangões um sussurro,

um retumbar de nuvens carregadas

de tempestade é o que escuto.

O cérebro um ébrio alucina,

um medo profundo chama;

isto ao meu redor como uma buzina

é um sussurro de grande trama.

Falam quatro e um escuta;

qual dos quatro devo escutar?

Se falasse um de cada vez,

talvez assim eu viesse a concordar.

(para Pistola)

Repita.

(para Ford)

Em duas palavras: o enorme Falstaff

quer

entrar sob seu teto,

mordiscar sua consorte,

arrombar a caixa forte

e destruir o seu leito.

Cáspite!

Que problema!

(para Ford)

Já lhe escreveu um bilhete...

(interrompendo-o)

Mas recusei aquela mensagem

abjeta.

Recusei.

Tenham cuidado!

Cuidado!

Pistola

Dr. Cajus

Ford

Bardolfo

Pistola

Bardolfo

Pistola

Bardolfo

Page 62: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 60

Falstaff le occhieggia tutte,

Che siano belle o brutte,

Pulzelle o maritate.

Tutte! Tutte! Tutte! Tutte!

La corona che adorna

D'Atteòn l'irte chiome

Su voi già spunta.

Come sarebbe a dir?

Le corna.

Brutta parola!

Ha voglie voraci il Cavaliere.

Sorveglierò la moglie.

Sorveglierò il messere.

(rientrano da sinistra le quattro

donne)

Salvar vo' i beni miei

Dagli appetiti altrui.

(vedendo Nannetta)

È lei

(vedendo Fenton)

È lui

(vedendo Alice)

È lei

(vedendo Ford)

È lui

(vedendo Alice)

Falstaff fica de olho em todas,

sejam bonitas ou feias,

solteiras ou casadas.

Todas! Todas! Todas! Todas!

A coroa que adorna

a cabeleira eriçada de Atteon

sobre vocês já desponta.

O que está dizendo?

Os chifres.

Palavra feia!

Tem desejos vorazes o Cavaleiro.

Vigiarei a mulher.

Vigiarei o senhor.

(retornam pela esquerda as quatro

mulheres)

Quero salvar meus bens

dos apetites de outro.

(vendo Nannetta)

É ela.

(vendo Fenton)

É ele.

(vendo Alice)

É ela.

(vendo Ford)

É ele.

(vendo Alice)

Pistola

Bardolfo Pistola

Bardolfo

Ford

Bardolfo

Ford

Dr. Cajus

Ford

Fenton

Nannetta

Ford

Alice

Dr. Cajus

Page 63: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Meg

Alice

Nannetta

Alice

Meg

Alice

Quickly

Alice

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta Fenton

É ela.

(vendo Ford)

É ele.

(vendo Ford)

Se ele soubesse!

Olhem!

Esquivemo-nos dos seus passos.

Ford é ciumento?

Muito.

Silêncio.

Tenhamos cuidado.

(Alice, Meg e Quickly saem

pela esquerda. Nannetta fica.

Ford, Dr. Caius, Bardolfo e Pistola

saem pela direita. Fenton fica)

(com voz baixa)

Psiu, psiu, Nannetta.

(colocando o indicador nos lábios)

Ssshhh.

Venha cá.

(olhando ao redor com cautela)

Calado. O que você quer?

Dois beijos.

Depressa.

È lei

(vedendo Ford)

È lui

(vedendo Ford)

S'egli sapesse!

Guai!

Schiviamo i passi suoi.

Ford é geloso?

Assai.

Zitto

Badiamo a noi.

(Alice, Meg e Quickly escono

da sinistra. Resta Nannetta.

Ford, Dr. Cajus, Bardolfo e Pistola

escono da destra. Resta Fenton)

(a bassa voce)

Pst, pst, Nannetta.

(mettemdo l'indice al labbro)

Sss.

Vien qua

(guardando attorno con cautela)

Taci. Che vuoi?

Due baci.

In fretta

Page 64: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 62

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

(Si bacciano rapidamente).

Labbra di foco!

Labbra di fiore!...

Che il vago gioco sanno d'amore.

Che spargon ciarle,

Che mostran perle,

Belle a vederle,

Dolci a baciarle!

(tenta di abbracciarla)

Labbra leggiadre!

(difendendosi e guardandosi

attorno)

Man malandrine!

Ciglia assassine!

Pupille ladre!

T'amo!

(fa per baciarla ancora).

Imprudente, no.

Sì... due baci.

(si svincola)

Basta.

Mi piaci tanto!

Vien gente.

(si allontanano l'uno dall'altro, mentre

ritornano le donne)

(Beijam-se rapidamente)

Lábios de fogo!

Lábios de flor!

Que sabem o jogo vago do amor.

Que dizem fofocas,

que mostram pérolas,

belas ao se ver,

doces ao se beijar!

(tenta abraçá-la)

Lábios graciosos!

(defendendo-se e olhando

ao redor)

Mãos malandrinhas!

Olhar assassino!

Pupilas ladras!

Amo você!

(tenta beijá-la de novo)

Imprudente, não.

Sim... dois beijos

(solta-se)

Basta.

Gosto tanto de você!

Vem vindo gente.

(se afastam um do outro, enquanto

retornam as mulheres)

Page 65: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(cantando allontanandosi)

"Bocca baciata non perde

ventura"

(continuando il canto di

Fenton, avvicinandosi alle

altre donne)

"Anzi rinnova come fa

la luna"

(Fenton si nasconde dietro gli

alberi del fondo).

Falstaff m'ha canzonata.

Merita un gran castigo.

Se gli scrivessi un

rigo?...

Val meglio un'ambasciata.

Si.

(a Quickly)

Da quel brigante

Tu andrai. Lo adeschi all'offa

D'un ritrovo galante con me.

Questa é gaglioffa!

Che bella burla!

Prima, per attirarlo a noi,

Lo lusinghiamo...

E poi?

... e poi gliele cantiamo in

rima.

(cantando ao se afastar)

"Boca beijada não perde a

ventura"

(continuando a canção de

Fenton e aproximando-se das

outras mulheres)

"Pelo contrário, se renova, como faz

a lua"

(Fenton se esconde atrás das

árvores ao fundo)

Falstaff zombou de mim.

Merece um grande castigo.

E se lhe escrevesse uma

mensagem?…

É melhor uma embaixada.

Sim.

(para Quickly)

Até aquele bandido

você irá. Seduza-o com a oferta

de um galante encontro comigo.

Essa é boa!

Excelente embuste!

Primeiro, para atraí-lo até nós,

o iludimos…

E depois?

...e depois daremos a ele o que

merece.

Fenton

Nannetta

Alice

Meg

Alice

Nannetta

Alice Quickly

Alice

Quickly

Nannetta

Alice

Nannettta

Alice

Page 66: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 64

Quickly

Alice

Meg

Alice

Meg

Alice

Nannetta

Alice

Nannetta

Alice

Meg Quickly

Alice Nannetta

Meg

Quickly

Meg

Fenton

Nannetta

Fenton

Non merita riguardo.

È un bove.

È un uom senza fede.

È un monte di lardo.

Non merta clemenza.

È un ghiotton che scialacqua

Tutto il suo aver nel cuoco.

Lo tufferem nell'acqua.

Lo arrostiremo al fuoco.

Che gioia!

Che allegria!

Che gioia!

(a Quickly)

Procaccia di far bene la tua parte.

Chi viene?

La c'è qualcun che spia.

(Escono rapidamente da destra

Alice, Meg, Quickly. Nannetta resta,

Fenton le torna accanto)

Torno all'assalto.

Torno alla gara. Ferisci!

Para!

Não merece um olhar.

É um boi.

E um homem sem fé.

É um monte de toucinho.

Não merece clemência.

É um glutão que desperdiça

tudo o que tem com seu cozinheiro.

Vamos mergulhá-lo na água.

Vamos assá-lo no fogo.

Que felicidade!

Que alegria!

Que felicidade!

(para Quickly)

Procure fazer bem a sua parte.

Quem está vindo?

Tem alguém ali espiando.

(Saem rapidamente pela direita

Alice, Meg e Quickly. Nannetta fica,

Fenton se aproxima dela)

Volto ao ataque.

Volto à luta. Fira!

Para!

Page 67: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(Si slancia per baciarla. Nannetta

si ripara il viso con una mano

che Fenton bacia e ribacia; ma

Nannetta la sollea più alta che

può Fenton ritenta invano di

raggiungerla con le labbra)

La mira é in alto.

L'amor é un agile Torneo,

sua corte

Vuol che il più fragile

Vinca il più forte.

M'armo, e ti guardo.

T'aspetto al varco.

Il labbro é l'arco.

E il bacio é il dardo

Bada! la freccia

Fatal già scocca

Dalla mia bocca

Sulla tua treccia.

(Le bacia la treccia)

(annodandogli il collo

colla treccia)

Eccoti avvinto.

Chiedo la vita!

Io son ferita,

Ma tu sei vinto.

Pietà! Facciamo

La pace e poi...

E poi?

(Lança-se para beijá-la; Nannetta

protege o rosto com uma mão,

que Fenton beija sem parar, mas

Nannetta a eleva o mais alto

que pode e Fenton tenta em vão

alcançá-la com os lábios)

A mira é para o alto.

O amor é um ágil torneio,

sua corte

quer que o mais frágil

vença o mais forte.

Me armo e olho para você.

Ficarei de tocaia.

O lábio é o arco.

E o beijo é o dardo.

Cuidado! A flecha

fatal já dispara

da minha boca

rumo à sua trança.

(Beija a trança dela)

(envolvendo o seu pescoço

com a trança)

Eis que está preso.

Imploro pela vida!

Eu estou ferida,

mas você está vencido.

Piedade! Façamos

as pazes e depois...

E depois?

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Page 68: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 66

Se vuoi, ricominciamo.

Bello é quel gioco

Che dura poco. Basta.

Amor mio!

Vien gente. Addio!

(fugge da destra)

"Bocca baciata non perde ventura".

(di dentro rispondendo)

"Anzi rinnova come fa la luna"

(Rientrano dal fondo Ford, Dr. Cajus,

Bardolfo, Pistola)

(a Ford)

Udrai quanta egli sfoggia

Magniloquenza altera.

Diceste ch'egli alloggia.

Dove?

Alla Giarrettiera.

A lui mi annuncerete,

Ma con un falso nome;

Poscia vedrete come

Lo piglio nella rete.

Ma... non una parola.

In ciarle non m'ingolfo.

Io mi chiamo Bardolfo.

Io mi chiamo Pistola.

Siam d'accordo.

Se quiser, recomeçamos.

Belo é aquele jogo

que dura pouco. Basta.

Meu amor!

Vem vindo gente. Adeus!

(foge pela direita)

"Boca beijada não perde a ventura"

(de dentro, respondendo)

"Pelo contrário, se renova, como faz a lua"

(Regressam do fundo Ford, Dr. Caius,

Bardolfo e Pistola)

(para Ford)

Você ouvirá o quanto ele ostenta

uma alterada grandiloquência.

Você disse que ele está alojado.

Onde?

Na Jarreteira.

Para ele você me anunciará,

mas com um nome falso;

depois você verá como

o pego com minha rede.

Mas… nem uma palavra.

Em fofocas não me envolvo.

Eu me chamo Bardolfo.

Eu me chamo Pistola.

Estamos de acordo.

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Bardolfo

Ford

Pistola

Ford

Bardolfo

Pistola

Ford

Page 69: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Bardolfo

Pistola

Ford

Bardolfo Pistola

Ford

Dr. Cajus

Pistola

Ford

L'arcano custodirem.

Son sordo e muto.

Siam d'accordo tutti.

Sì.

Qua la mano.

(Si avanzano nel fondo Alice,

Nannetta, Meg, Quickly)

(a Ford)

Del tuo barbaro diagnostico

Forse il male é assai men barbaro.

Ti convien tentar la prova

Molestissima del ver.

Così avvien col sapor

ostico

Del ginepro e del rabarbaro;

Il benessere rinnova

L'amarissimo bicchier.

(a Ford)

Voi dovete empirgli il calice,

Tratto tratto, interrogandolo,

per tentar se vi riesca

Di trovar del nodo il bandolo.

Come all'acqua inclina il

salice,

così al vin quel Cavalier.

Scoverete la sua tresca,

scoprirete il suo pensier.

(a Pistola)

Tu vedrai se bene adopera

L'arte mia con quell'infame.

E sarà prezzo dell'opera

S'io discopro le sue trame.

O arcano guardaremos.

Sou surdo e mudo.

Estamos de acordo todos.

Sim.

Aqui, a mão.

(Aproximam-se ao fundo Alice,

Nannetta, Meg e Quickly)

(para Ford)

Do seu bárbaro diagnóstico

talvez o mal seja menos bárbaro.

Convém a você tentar a prova

molestíssima da verdade.

Assim se dá com o desagradável

sabor

do gengibre e do ruibarbo:

a amaríssima bebida

o bem-estar renova.

(para Ford)

Vocês devem encher o seu cálice,

sem parar, interrogando-o,

para tentar conseguir

encontrar o “x” da questão.

Como até a água inclina-se o

salgueiro,

ao vinho inclina-se esse Cavaleiro.

Descobrirão a sua treta,

revelarão seu pensamento.

(para Pistola)

Você verá se funciona bem

a minha arte com aquele infame.

E terá valido a pena

se eu descobrir as suas tramas.

Page 70: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 68

Se da me storno il ridicolo

Non avrem sudato invan.

S'io mi salvo dal pericolo,

L'angue morde il cerretan.

(a Ford)

Messer Ford, un infortunio

Marital in voi si incorpora;

Se non siete astuto e cauto

Quel sir John vi tradirà.

Quel paffuto plenilunio

Che il color del vino imporpora

Troverebbe un pasto lauto

Nella vostra ingenuità.

(fra sè)

Qua borbotta un crocchio

d'uomini,

C'è nell'aria una malia.

Là cinguetta un stuol di femine,

Spira un vento agitator.

Ma colei che in cor mi nomini,

Dolce amor, vuol esser mia!

Noi sarem come due gemine

Stelle unite in un ardor.

(a Meg)

Vedrai che, se abbindolo

Quel grosso compar.

Più lesto d'un guindolo

Lo faccio girar

(ad Alice)

Se il vischio lo impegola

Lo udremo strillar,

E allor la sua fregola

Vedremo svampar.

(ad Alice)

E se i scilinguagnoli

Se de mim eu desviar o ridículo,

nosso suor não terá sido em vão.

Se eu me salvar do perigo,

a serpente morde o charlatão.

(para Ford)

Senhor Ford, um infortúnio

marital o ameaça,

se não for astuto e cauto

aquele Sir John o trairá.

Aquela lua cheia gorducha

que a cor do vinho torna púrpura

encontrará um pasto abundante

na sua ingenuidade.

(para si)

Aqui resmunga um bando de

homens,

há no ar um encantamento.

Ali gorjeia uma multidão de mulheres,

sopra um vento agitador.

Mas aquela que no coração me chama,

doce amor, quer ser minha!

Nós seremos como duas estrelas

gêmeas unidas em um ardor.

(para Meg)

Vocês verão que, se eu enganar

aquele compadre gordo,

mais rápido do que um moinho

o farei girar

(para Alice)

Se ele morder a isca,

o ouviremos estrilar,

e então o seu desejo

veremos se dissipar.

(para Alice)

E se o bom papo

Bardolfo

Fenton

Alice

Meg

Nannetta

Page 71: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Sapremo adoprar,

Vedremo a rigagnoli

Quell'orco sudar

Tal sempre s'esilari

Quel bel cinguettar;

Così soglion l'ilari

Comari ciarlar.

(Ford, Dr. Cajus, Fenton, Bardolfo,

Pistola escono)

Qui più non si vagoli...

(a Quickly)

Tu corri all'ufficio tuo.

Vo' ch'egli miagoli

D'amor come un micio.

(a Quickly)

È intesa.

Sì.

È detta.

Domani.

Sì. Sì.

Buon dì, Meg.

Nannetta, buon dì.

Addio.

Buon dì.

soubermos utilizar,

veremos então como um regato

aquele gordo suar.

Que sempre seja alegre

aquele belo tagarelar.

Assim é que soam as felizes

comadres a conversar.

(Ford, Dr. Caius, Fenton, Bardolfo

e Pistola saem)

Nada de vagar mais por aqui…

(para Quickly)

Corra para o seu trabalho.

Quero que ele mie de amor

como um gatinho.

(para Quickly)

Concorda.

Sim.

Assim será.

Amanhã.

Sim. Sim.

Bom dia, Meg.

Nannetta, bom dia.

Adeus.

Bom dia.

Quickly

Alice

Nannetta

Alice

Quickly

Nannetta

Alice

Quickly

Alice

Quickly

Nannetta

Meg Nannetta

Page 72: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 70

Alice

Alice Meg

Alice Meg

Quickly Nannetta

Alice

Todas

Tutte

Ato II

Primeira Cena

Atto II

Parte Prima

Bardolfo Pistola

Falstaff

Bardolfo Pistola

Bardolfo

Vedrai che quell'epa

Terribile e tronfia si gonfia.

Si gonfia.

Si gonfia e poi crepa.

"Ma il viso mio su lui

risplenderà..."

"Come una stella

sull'immensità"

Ah! Ah! Ah!...

(s'allontanano ridendo)

Fine del Primo Atto.

(L'interno dell'Osteria della

Giarrettiera, come nell'atto primo.

Falstaff sempre adagiato nel suo

gran seggiolone al suo solito posto

bevendo il suo Xeres. Bardolfo e

Pistola verso il fondo accanto alla

porta di sinistra. Poi Mrs. Quickly)

(cantando insieme e battendosi il

petto in atto di pentimento)

Siam pentiti e contriti.

(volgendosi appena verso

Bardolfo e Pistola)

L'uomo ritorna al vizio,

La gatta al lardo...

E noi, torniamo al tuo servizio.

(a Falstaff)

Padron, là c'è una donna

Verão que aquela pança

terrível e metida se incha.

Se incha.

Se incha e depois racha.

"Mas o meu rosto sobre ele

resplandecerá...

“... como uma estrela

sobre a imensidão!"

Ah! Ah! Ah!…

(Afastam-se rindo)

Fim do Primeiro Ato

(Interior da taverna da Jarreteira,

como no primeiro ato. Falstaff

sempre acomodado na sua grande

poltrona, no mesmo lugar, bebendo

seu xerez. Bardolfo e Pistola mais

ao fundo, próximos da porta da

esquerda. E Mrs. Quickly)

(cantando juntos e batendo

no peito, em ato de arrependimento)

Estamos arrependidos e contritos.

(mal voltando-se para

Bardolfo e Pistola)

O homem retorna ao vício,

a gata ao toucinho...

E nós, voltamos ao seu serviço.

(para Falstaff)

Patrão, tem aí uma mulher

Page 73: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

que à sua presença

pede para ser admitida.

Que entre.

(Bardolfo sai pela esquerda e regressa

logo, acompanhando Mrs. Quickly)

(inclinando-se profundamente para

Falstaff, que permanece sentado)

Reverência!

Bom dia, boa mulher.

Se Sua Graça permite,

(aproximando-se com grande respeito

e cautela)

se Sua Graça permite,

eu queria, secretamente,

dizer-lhe quatro palavras.

Concedo-lhe a audiência.

(para Bardolfo e Pistola, parados

ao fundo, espiando)

Saiam.

(saem pela esquerda, fazendo

gestos de escárnio)

(inclinando-se novamente e

aproximando-se mais do que antes)

Reverência! A dama…

(com voz baixa)

Alice Ford...

che alla vostra presenza

Chiede d'essere ammessa.

S'inoltri.

(Bardolfo esce da sinistra e ritorna

subito accompagnando Mrs Quickly)

(inchinandosi profondamente verso

Falstaff il quale é ancora seduto)

Reverenza!

Buon giorno, buona donna.

Se Vostra Grazia vuole,

(avvicinandosi con gran rispetto

e cautela)

Se Vostra Gracia vuole,

Vorrei, segretamente,

dirle quattro parole.

T'accordo udienza.

(a Bardolfo e Pistola, rimasti nel

fondo a spiare)

Escite.

(escono da sinistra facendo

sberleffi)

(facendo un altro inchino ed

avvicinandosi più di prima)

Reverenza! Madonna

(a bassa voce)

Alice Ford...

Page 74: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 72

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

(alzandosi ed accostandosi a

Quickly premuroso)

Ebben?

Ahimè! Povera donna!

Siete un gran seduttore!

(subito)

Lo so. Continua.

Alice

Sta in gran agitazione

d'amor per voi; vi dice

Ch'ebbe la vostra lettera,

che vi ringrazia e che

Suo marito esce sempre

dalle due alle tre.

Dalle due alle tre.

Vostra Grazia a quell'ora

Potrà liberamente salir ove dimora

La bella Alice!

Povera donna!

le angosce sue

Son crudeli! ha un marito

geloso!

(rimuginando le parole di Quickly)

Dalle due alle tre.

(a Quickly)

Le dirai che impaziente aspetto

Quell'ora. Al mio dovere non

mancherò.

Ben detto. Ma c'è un'altra

ambasciata

per Vostra Grazia.

(levantando-se e encostando-se

em Quickly solícito)

O que tem?

Ai de mim! Pobre mulher!

Você é um grande sedutor!

(rápido)

Sou. Continue.

Alice

está muito agitada

com o amor por você; manda dizer

que recebeu sua carta,

que lhe agradece e que

seu marido sai sempre

das duas às três.

Das duas às três.

Sua graça a essa hora

poderá livremente subir aonde mora

a bela Alice!

Pobre mulher!

Suas angústias

são cruéis! Tem um marido

ciumento!

(remoendo as palavras de Quickly)

Das duas às três.

(para Quickly)

Diga a ela que impaciente espero

essa hora. Ao meu dever não

faltarei.

Muito bem. Mas há outra

embaixada

para Sua Graça.

Page 75: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Fale.

A bela Meg,

um anjo que apaixona quem a olha,

também ela o saúda

muito amorosamente;

diz que seu marido

raramente está ausente.

Pobre mulher!

Um lírio de candura e de fé!

Você enfeitiçou todas.

Bruxaria não há,

mas sim um certo encanto pessoal

de minha parte... Diga: uma

sabe da outra?

Jamais! A mulher nasce astuta.

Não tema.

(procurando na sua bolsa)

Agora quero remunerá-la...

Quem semeia graças, colhe amor.

(extraindo uma moeda e

dando-a a Quickly)

Pegue, Mercúrio-fêmea.

(dispensando-a com um gesto)

Saúde as suas damas.

Me inclino.

(Sai)

(sozinho)

Alice é minha!

Vá, velho John, vá, vá por seu caminho.

Parla.

La bella Meg ,

un angelo che innamora a guardarla,

Anch'essa vi saluta

molto amorosamente;

Dice che suo marito

é assai di rado assente.

Povera donna!

un giglio di candore e di fe'!

Voi le stregate tutte.

Stregoneria non c'è,

Ma un certo qual mio fascino

personal!... Dimmi: l'altra

Sa di quest'altra?

Oibò! La donna nasce scaltra.

Non temete.

(cercando nella sua borsa)

Or ti vo' remunerar...

Chi semina grazie, raccoglie amore.

(estraendo una moneta e

porgendola a Quickly)

Prendi, Mercurio-femina.

(congedandola col gesto)

Saluta le tue dame.

M'inchino

(Esce)

(solo)

Alice é mia!

Va, vecchio John, va, va per la tua via.

Page 76: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 74

Questa tua vecchia carne

ancora spreme

Qualche dolcezza a te.

Tutte le donne ammutinate insieme

Si dannano per me!

Buon corpo di Sir John,

Ch'io nutro e sazio,

Va, ti ringrazio.

(entrando da sinistra)

Padron, di là c'è un certo

Messer Mastro Fontana

Che anela di conoscervi;

offre una damigiana

Di Cipro per l'asciolvere

di Vostra Signoria.

Il suo nome é Fontana?

Sì.

Bene accolta sia

La fontana che spande

Un simile liquore!

Entri.

(Bardolfo esce)

Va, vecchio John, per la tua via.

(Ford travestito entra da sinistra,

preceduto da Bardolfo che si ferma

all'uscio e s'inchina al suo passaggio

e seguito da Pistola, il quale tiene

una damigiana che depone sul

tavolo. Pistola e Bardolfo restano

sul fondo. Ford tiene un sacchetto

in mano)

(avanzandosi dopo un grande

Esta sua velha carne

ainda traz

para você alguma doçura.

Todas as mulheres amotinadas juntas

perdem-se por mim!

Corpo bom de Sir John,

que eu nutro e sacio,

vá, eu agradeço.

(entrando pela esquerda)

Patrão, tem aí um certo

Senhor Mestre Fontana

que anseia por conhecê-lo;

oferece um garrafão de vinho

de Chipre para o café da manhã

de Sua Senhoria.

Seu nome é Fontana?

Sim.

Bem-vinda seja

a fonte que derrama

um licor assim!

Entre.

(Bardolfo sai)

Vá, velho John, pelo seu caminho.

(Ford disfarçado entra pela

esquerda, precedido por Bardolfo,

que para à porta e se inclina à sua

passagem, e é seguido por Pistola,

o qual tem um garrafão de vindo

que coloca sobre a mesa. Pistola e

Bardolfo ficam ao fundo. Ford tem

na mão um saquinho)

(aproximando-se depois de inclinar-se

Bardolfo

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Ford

Page 77: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Bardolfo

Pistola

profundamente para a Falstaff)

Senhor, que o céu o proteja!

(retribuindo a saudação)

Que o proteja também, senhor.

(sempre muito cortês)

Eu sou,

na verdade, muito indiscreto,

e peço-lhe perdão,

se, sem cerimônias,

aqui venho desprovido

de mais longos preâmbulos.

Você é bem-vindo.

Em mim, você vê um homem

que tem uma grande abundância

das riquezas da vida;

um homem que gasta e reparte

como melhor lhe apraz

em sua extravagância.

Me chamo Fontana!

(indo apertar sua mão

com grande cordialidade)

Caro senhor Fontana!

Eu gostaria de

conhecê-lo muito mais.

Caro Sir John,

desejo falar confidencialmente

com você.

(sussura para Pistola no fundo,

espiando)

Atento!

(sussurra para Bardolfo)

Silêncio!

inchino a Falstaff)

Signore, v'assista il cielo!

(ricambiando il saluto)

Assista voi pur, signore.

(sempre complimentoso)

Io sono,

Davver, molto indiscreto,

e vi chiedo perdono,

Se, senza cerimonie,

qui vengo e sprovveduto

Di più lunghi preamboli.

Voi siete il benvenuto.

In me vedete un uomo

ch'ha un'abbondanza grande

Degli agi della vita;

un uom che spende e spande

Come più gli talenta

pur di passar mattana.

Io mi chiamo Fontana!

(andando a stringergli la mano

con grande cordialità)

Caro signor Fontana!

Voglio fare con voi

Più ampia conoscenza.

Caro Sir John,

desidero parlarvi in

confidenza.

(sottovoce a Pistola nel fondo,

spiando)

Attento!

(sottovoce a Bardolfo)

Zitto!

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theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 76

Bardolfo

Pistola

Bardolfo

Pistola

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Guarda! Scommetto! Egli va dritto

Nel trabocchetto.

Ford se lo intrappola...

Zitto!

Zitto!

(a Bardolfo e Pistola)

Che fate là?

(a Ford, col quale é rimasto solo)

V'ascolto.

Sir John, m'infonde ardire

Un ben noto proverbio popolar:

si suol dire

Che l'oro apre ogni porta,

che l'oro é un talismano,

che l'oro vince tutto.

L'oro é un buon capitano

Che marcia avanti.

(avviandosi verso il tavolo)

Ebbene. Ho un sacco si

monete

Qua, che mi pesa assai.

Sir John, se voi volete

Aiutarmi a portarlo...

(prende il sacchetto e lo depone

sul tavolo)

Con gran piacer...

non so, davver,

per qual mio merito, Messer.

Ve lo dirò.

Olhe! Aposto que ele vai direto

para a armadilha.

Ford o ludibria...

Silêncio!

Silêncio!

(para Bardolfo e Pistola)

O que fazem aí?

(para Ford, que ficou sozinho)

Estou ouvindo.

Sir John, me inspira coragem

um bem conhecido provérbio popular:

costuma-se dizer

que o ouro abre qualquer porta,

que o ouro é um talismã,

que o ouro vence tudo.

O ouro é um bom capitão

que marcha adiante.

(avançando rumo à mesa)

Muito bem. Tenho um saco de

moedas

aqui, que me pesa demais.

Sir John, se você quiser

me ajudar a carregá-lo...

(pega o saquinho e o coloca

sobre a mesa)

Com grande prazer...

não sei, na verdade,

qual é o meu mérito, Senhor...

Eu os direi para você.

Page 79: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Há em Windsor uma dama,

muito bela e graciosa;

chama-se Alice,

é mulher de um certo Ford.

Estou escutando.

Eu a amo e ela não me ama:

lhe escrevo, não responde;

a olho, não me olha;

a procuro e se esconde.

Por ela desperdicei tesouros,

esbanjei presentes sobre presentes,

idealizei, tramando,

o sonho das ocasiões.

Ai de mim! Tudo foi em vão!

Fiquei sobre a escada,

negligenciado, com a boca seca,

cantando um madrigal.

(cantarolando em tom de brincadeira)

"O amor,

o amor que nunca nos dá trégua,

até que a vida..."

“... ele destrói.

É como a sombra...

...há quem fuja...

...persiga…”

“E quem o persegue...

... foge.

O amor, o amor!”

E este madrigal

aprendi a preço de ouro.

Este é o destino fatal

do mísero amante.

O amor, o amor,

C'è a Windsor, una dama,

bella e leggiadra molto.

Si chiama Alice;

é moglie di un certo Ford.

V'ascolto.

Io l'amo e lei non m'ama;

le scrivo, non risponde;

La guardo, non mi guarda;

la cerco e si nasconde.

Per lei sprecai tesori,

gittai doni su doni,

Escogitai, tramando,

il vol delle occasioni.

Ahimè! tutto fu vano!

Rimasi sulle scale,

Negletto, a bocca asciutta,

cantando un madrigale.

(canterellando scherzosamente)

"L'amor,

l'amor che non ci dà mai tregue"

"finchè la vita...

..."strugge.

È come l'ombra...

" c'è chi fugge..."

"...insegue,,,"

"E chi l'insegue..."

"...fugge"

L'amor, l'amor!

E questo madrigale

l'ho appreso a prezzo d'or.

Quest'è il destin fatale

del misero amator.

L'amor, l'amor

Page 80: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 78

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Che non ci dà mai luogo a

lusinghe?

Essa non vi die' mai luogo a

lusinghe?

No.

Ma infin, perchè v'aprite

a me?

Ve lo dirò:

Voi siete un gentiluomo

prode, arguto, fecondo,

Voi siete un uom di guerra,

voi siete un uom di mondo...

(con gento d'umiltà)

Oh!...

Non vi adulo,

e quello é un sacco di monete

Spendetele! Spendetele!

sì, spendete e spandete

Tutto il mio patrimonio!

Siate ricco e felice!

Ma, in contraccambio,

chiedo che conquistiate Alice!

Strana ingiunzion!

Mi spiego: quella crudel beltà

Sempre é vissuta

in grande fede di castità.

La sua virtù importuna

m'abbarbagliava gli occhi:

La bella inespugnabile dicea:

"Guai se mi tocchi"

Ma se voi l'espugnate,

poi, posso anch'io

que não nos dá nunca espaço para

ilusões?

E ela nunca lhe deu espaço para

ilusões?

Não.

Mas, enfim, por que se abre

comigo?

Eu lhe direi:

você é um cavalheiro

pródigo, arguto, fecundo,

você é um homem de guerra,

você é um homem do mundo…

(com humildade)

Oh!

Não o estou adulando,

e isso é um saco de moedas:

Gaste-as! Gaste-as!

Sim, gaste e espalhe

todo o meu patrimônio!

Seja rico e feliz!

Mas, em troca,

quero que você conquiste Alice!

Estranha imposição!

Me explico: aquela cruel beldade

sempre viveu

em grande voto de castidade.

A sua virtude inoportuna

me deslumbrava os olhos:

A bela inexpugnável dizia:

“Ai de você, se me tocar!”

Mas se você a expugnar,

depois eu também posso ter

Page 81: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

sperar:

Da fallo nasce fallo e allor...

Che ve ne par?

Prima di tutto, senza complimenti,

Messere,

accetto il sacco.

E poi, fede il cavaliere,

Qua la mano!

farò le vostre brame sazie.

(stringendo forte la mano a Ford)

Voi, la moglie di Ford possederete.

Grazie!!

Io san già molto innanzi;

(non c'è ragion ch'io taccia

Con voi) fra una mezz'ora

sarà nelle mie braccia.

Chi?...

Alice. Essa mandò dianzi una...

confidente

Per dirmi che quel tanghero

di suo marito é assente

Dalle due alle tre.

Dalle due alle tre.

Lo conoscete?

Il diavolo

Se lo porti all'inferno

con Menelao suo avolo!

Vedrai! Te lo cornifico netto!

se mi frastorna

Gli sparo una girandola

di botte sulle corna!

esperança:

da falha nasce outra falha e então...

O que lhe parece?

Antes de tudo, sem lisonjas,

Senhor,

aceito o saco.

E depois, palavra de cavaleiro,

eis aqui a minha mão!

Farei que seus desejos se saciem.

(apertando forte a mão de Ford)

Você, a mulher de Ford possuirá.

Obrigado!

Eu já estou muito adiantado;

(não há razão para que me cale

com você) dentro de meia hora

estará em meus braços.

Quem?

Alice. Ela me mandou há pouco uma…

confidente

para me dizer que o cafona

do seu marido está ausente

das duas às três.

Das duas às três.

Você o conhece?

O diabo

que o carregue para o inferno,

com Menelau, seu avô!

Você verá! Claro que vou corneá-lo!

Se me perturbar,

lhe desço um monte

de pancadas sobre os cornos!

Page 82: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 80

Ford

Quel Messer Ford é un bue!

Un bue! Te lo corbello,

Vedrai! Ma é tardi.

Aspettami qua.

Vado a farmi bello.

(Piglia il sacco di monete ed esce

dal fondo)

(solo)

È sogno o realtà?... Due

rami enormi

Crescon sulla mia testa.

È un sogno? Mastro Ford!

Mastro Ford! Dormi?

Svegliati! Su! Ti desta!

Tua moglie sgarra

e mette in mal assetto

L'onor tuo, la casa ed il tuo letto!

L'ora é fissata, tramato

l'inganno;

Sei gabbato e truffato!...

E poi diranno

Che un marito geloso é un

insensato!

Già dietro a me nomi d'infame

conio

Fischian passando;

mormora lo scherno.

O matrimonio, inferno!

Donna: Demonio!

Nella lor moglie abbian fede i

babbei!

Affiderei

La mia birra a un Tedesco,

Tutto il mio desco

A un Olandese lurco,

La mia bottiglia d'acquavite

a un Turco,

Non mia moglie a se stessa.

Esse Senhor Ford é um bobo!

Um bobo! Vou enganá-lo,

você vai ver! Mas está tarde.

Espere-me aqui.

Vou me arrumar.

(Pega o saco de moedas e sai

pelo fundo)

(sozinho)

É um sonho ou é realidade?… Dois

ramos enormes

crescem sobre minha cabeça.

É um sonho? Senhor Ford!

Senhor Ford! Está dormindo?

Acorde! Rápido! Desperte!

Sua mulher está cometendo um erro

e colocando em maus lençóis

a sua honra, a casa e o seu leito!

A hora está marcada, tramado está

o engano;

você será enganado e trapaceado!…

E depois dirão

que um marido ciumento é um

insensato!

Já, por trás de mim, nome de

infame cunho

assoviam ao passar,

murmura o escárnio.

Oh, matrimônio, inferno!

Mulher: Demônio!

Em sua mulher confiam os bobos!

Confiaria

minha cerveja a um alemão,

toda a minha mesa de jantar

a um holandês comilão,

minha garrafa de aguardente

a um turco,

mas não minha mulher a si mesma.

Oh, sorte obscena!

Page 83: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Aquela palavra feia

volta ao meu coração:

Ah, os chifres! Os chifres!

Mas não escapará de mim! Não!

Sujo, réu,

epicúrio danado!

Primeiro os uno

e depois o pego. Perco a cabeça!

Vingarei a afronta!

Fincado para sempre esteja

o ciúme no fundo do meu coração.

(regressando pela porta do fundo.

Tem um novo gibão, chapéu e

bastão)

Eis-me aqui. Estou pronto.

Me acompanha um momento?

Eu o deixo no caminho.

(Saem: quando chegam à

porta fazem gestos de

gentileza para ceder a

precedência da passagem)

Primeiro você.

Primeiro você.

Não, estou na minha casa.

(retirando-se um pouco)

Passe.

(retirando-se)

Por favor...

Está tarde. A hora marcada se

aproxima.

O laida sorte!

Quella brutta parola in cor mi torna:

Le corna! Bue! Capron! le fusa torte!

Ah! le corna! le corna!

Ma non mi sfuggirai! no! sozzo, reo,

Dannato epicureo!

Prima li accoppio

E poi lo colgo. Io scoppio!

Vendicherò l'affronto!

Laudata sempre sia

Nel fondo del mio cor la gelosia.

(rientrando dalla porta del fondo.

Ha un farsetto nuovo, cappello e

bastone)

Eccomi qua. Son pronto.

M'accompagnate un tratto?

Vi metto sulla via.

(Si avviano: giunti presso

alla soglia fanno dei gesti

complimentosi per cedere la

presedenza del passo)

Prima voi.

Prima voi.

No, sono in casa mia.

(ritirandosi un poco)

Passate.

(ritirandosi)

Prego...

È tardi. L'appuntamento

preme.

Page 84: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 82

Non fate complimenti...

Passate!

Prego!

Passate!

Prego!

Ebben; passiamo insieme.

(Prende il braccio di Ford sotto il

suo ed escono a braccetto)

(Una sala nella casa di Ford. Ampia

finestra nel fondo. Porta a destra,

porta a sinistra e un'altra porta

verso l'angolo di destra nel fondo

che esce sulla scala. Un'altra scala

nell' angolo del fondo a sinistra.

Dal gran finestrone spalancato si

vede il giardino. Un paravento

chiuso sta appoggiato alla parete

sinistra, accanto ad un vasto camino.

Armadio addossato alla parete

di destra. Lungo le pareti, un

seggiolone e qualche scranna. Sul

seggiolone, un liuto. Sul tavolo, dei

fiori. Alice, Meg, poi Quickly dalla

porta a destra ridendo. Poi Nannetta)

Presenteremo un "bill",

per una tassa

Al parlamento, sulla gente grassa.

(entrando)

Comari!

Ebben?

Não faça gentilezas...

Passe!

Por favor!

Passe!

Por favor!

Muito bem, passemos juntos.

(Toma o braço de Ford sob o

seu e saem de braços dados)

(Uma sala na casa de Ford. Janela

ampla ao fundo. Porta à direita, porta

à esquerda e outra porta na direção

do canto direito do fundo, que dá

para a escada. Outra escada no canto

do fundo, à esquerda. Do grande

janelão escancarado vê-se o jardim.

Um biombo fechado está apoiado

na parede esquerda, ao lado de uma

chaminé larga. Armário encostado

na parede da direita. Ao longo das

paredes, uma poltrona e algumas

cátedras. Sobre a poltrona, um

alaúde. Sobre a mesa, flores. Alice,

Meg, e depois Quickly, estão rindo

na porta à direita. Depois, Nannetta)

Apresentaremos um "bill",

para imposto,

ao Parlamento, sobre gente gorda.

(entrando)

Comadres!

E então?

Ford

Falstaff

Ford

Falstaff

Ford

Ford Falstaff

Segunda Cena

Parte Seconda

Alice

Quickly

Alice

Page 85: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Meg

Quickly

Alice

Quickly

Alice Meg

Quickly

Alice

Meg Alice

Quickly

Alice

O que acontece?

Será derrotado!

Brava!

Dentro em pouco lhe faremos a festa!

Muito bem!

Caiu de cabeça no laço.

Conte-me tudo, depressa.

Depressa.

Junto ao albergue

da Jarreteira

peço para ser admitida

na presença

do Cavaleiro, secreta mensageira.

Sir John se digna

a conceder-me audiência,

me acolhe estúpido,

em pose malandra:

"Bom dia, boa mulher."

"Reverência."

Ante ele me inclino

muito obsequiosamente

e depois passo às notícias apetitosas.

Enfim, em resumo,

acreditou que ambas estejam

enamoradas

de sua beleza.

(para Alice)

E logo vocês o verão aos seus pés.

Quando?

Che c'è?

Sarà sconfitto!

Brava!

Fra poco gli farem la festa!

Bene!

Piombò nel laccio a capofitto.

Narrami tutto, lesta.

Lesta.

Giunta all'Albergo

della Giarrettiera

Chiedo d'essere ammessa

alla presenza

Del Cavalier, segreta messaggera.

Sir John si degna

d'accordarmi udienza,

M'accoglie tronfio

in furfantesca posa:

"Buon giorno, buona donna"

"Reverenza"

A lui m'inchino

molto ossequiosamente,

poi passo alle notizie ghiotte.

Infin, per farla spiccia,

Vi crede entrambe

innamorate cotte.

Delle bellezze sue.

(ad Alice)

E lo vedrete presto ai vostri pie'.

Quando?

Page 86: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 84

Oggi, qui, dalle due alle tre.

Dalle due alle tre.

(guardando l'oriolo)

Son già le due.

(accorrendo subito all'uscio del

fondo e chiamando)

Olà! Ned Will!

(a Quickly)

Già tutto ho preparato.

(Torna a gridare dall'uscio verso

l'esterno)

Portate qui la cesta del bucato.

Sarà un affare gaio!

Nannetta, e tu non ridi?

Che cos'hai?

(avvicinandosi a Nannetta ed

accarezzandola)

Tu piangi? Che cos'hai?

Dillo a tua madre.

(singhiozzando)

Mio padre...

Hoje, aqui, das duas às três.

Das duas às três.

(olhando para o relógio)

Já são duas!

(correndo para a porta aos

fundos e chamando)

Olá! Ned! Will!

(para Quickly)

Eu já preparei tudo.

(voltando a gritar da porta para

fora)

Tragam aqui o cesto de roupa.

Será uma feliz tarefa!

Nannetta, e você, não ri?

O que você tem?

(aproximando-se de Nannetta e

acariciando-a)

Está chorando? O que você tem?

Diga para sua mãe.

(soluçando)

Meu pai...

Quickly

Meg

Alice

Quickly

Alice

Nannetta

Page 87: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Ebben?

Mio padre...

(scoppiando in lacrime)

Vuole ch'io mi mariti al Dr.Cajus!!

A quel pedante?!

Oibò!

A quel gonzo!

A quel grullo!

A quel bisavolo!

No! No!

No! No!

Piuttosto lapidata viva..

Da una mitraglia di torsi di cavolo.

Ben detto!

Brava!

Non temer.

(saltando di gioia)

Evviva!

Col Dottor Cajus non mi sposerò!

O que foi?

Meu pai...

(soluçando, às lágrimas)

Quer que eu me case com o Dr. Caius!!

Com aquele pedante?

Nossa!

Com aquele tonto!

Com aquele burro!

Com aquele bisavô!

Não! Não!

Não! Não!

Antes ser sepultada viva...

Por uma metralha de talos de couve!

Muito bem dito!

Brava!

Não tema.

(saltando de alegria)

Viva!

Com o doutor Caius não me casarei!

Alice

Nannetta

Alice

Quickly

Meg

Alice

Nannetta

Alice Meg Quickly

Nannetta

Alice

Quickly

Meg

Alice

Nannetta

Page 88: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 86

(Intanto entrano due servi portando

una cesta piena di biancheria)

(ai servi)

Mettete là.

Poi, quando avrò chiamato,

Vuoterete la cesta nel fossato.

Bum!

(a Nannetta)

Taci.

(poi ai servi che escono)

Andate.

Che bombardamento!

Prepariamo la scena

(corre a pigliare una sedia e la

mette presso al tavolo)

Qua una sedia.

(corre a pigliare il liuto e lo

mette sulla tavola)

Qua il mio liuto.

Apriamo il paravento.

(Nannetta e Meg corrono a prendere

il paravento, lo aprono dopo

averlocollocato fra la cesta e il camino)

(Entram neste momento dois criados

carregando um cesto cheio de roupa)

(aos criados)

Ponham ali.

Depois, quando eu os chamar,

esvaziem o cesto no fosso.

Bum!

(para Nannetta)

Cale-se.

(depois, aos criados que saem)

Andem.

Que bombardeio!

Preparemos a cena.

(corre para buscar uma cadeira e a

coloca perto da mesa)

Aqui, uma cadeira.

(corre para pegar o alaúde e o

coloca sobre a mesa)

Aqui, o meu alaúde.

Abramos o biombo.

(Nannetta e Meg correm para pegar o

biombo, abrem-no depois de teremo

colocado entre o cesto e a chaminé)

Alice

Nanneta

Alice

Nannetta

Alice

Nannnetta

Alice

Page 89: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Bravissime! Così. Più aperto

ancora

Fra poco s'incomincia la commedia.

Gaie comari di Windsor!

é l'ora!

L'ora di alzar la risata sonora!

L'alta risata che scoppia,

che scherza,

Che sfolgora, armata

Di dardi e di sferza!

Gaie comari, festosa brigata!

Sul lieto viso

Spunti il sorriso,

Splenda del riso- l'acuto fulgor!

Favilla incendiaria

Di gioia nell'aria,

Di gioia nel cor.

(a Meg)

A noi! Tu la parte

Farai che ti spetta.

(ad Alice)

Tu corri il tuo rischio

Col grosso compar.

Io sto alla vedetta.

(a Quickly)

Se sbagli ti fischio.

Io resto in disparte

Sull'uscio a spiar.

Bravíssimas! Assim. Mais aberto

ainda.

Daqui a pouco começa a comédia.

Alegres comadres de Windsor!

Chegou a hora!

A hora da sonora risada!

A grande risada que estoura,

que brinca,

que fulgura, armada

de dardos e de chibata!

Alegres comadres, festiva brigada!

Sobre o rosto feliz

apareça o sorriso,

Resplandeça do riso o agudo fulgor!

Faísca incendiária

de alegria no ar,

de alegria no coração.

(para Meg)

A nós! Você fará a parte

que te espera.

(para Alice)

Você corre o seu risco

com o compadre gordo.

Eu fico de vigia.

(para Quickly)

Se você se enganar, assovio.

Eu fico à espreita,

à porta, para espiar.

Meg

Quickly

Alice

Nannetta

Page 90: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 88

E mostreremo all'uomo che

l'allegria

D'oneste donne ogni onestà

comporta.

Fra le femmine quella é la più ria

Che fa la gattamorta.

(che sarà andata alla finestra)

Eccolo! È lui!

Dov'è?

Poco discosto.

Presto.

A salir s'avvia.

(prima a Nannetta,

poi a Meg)

Tu di qua. Tu di là!

Al posto!

Al posto!

(esce correndo)

Al posto!

(Alice si sarà seduta accanto al

tavolo, avrà preso il liuto toccando

qualche accordo)

(entra con vivacità: vedendola

suonare, si mette a canterellare)

E mostraremos aos homens que a

alegria

de mulheres honestas toda

honestidade comporta.

Entre as fêmeas, a mais perversa

é a santa do pau oco.

(que está ao lado da janela)

Aqui está! É ele!

Onde?

Um pouco distante.

Rápido.

Vai começar a subir.

(primeiro para Nannetta,

depois para Meg)

Você, por aqui. Você, por lá.

A postos!

A postos!

(sobe correndo)

A postos!

(Alice se senta junto à

mesa, pega o alaúde e toca

alguns acordes)

(entra com vivacidade e, ao vê-la

tocar, põe-se a cantarolar)

Alice

Quickly

Alice

Quickly

Nannetta

Quickly

Alice

Nannetta

Meg Quickly

Falstaff

Page 91: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

"Alfin t'ho colto,"

"Raggiante fior,"

"T'ho colto!"

(prende Alice pel busto. Alice avrà

cessato di suonaree si sarà alzata)

Ed or potrò morir felice.

Avrò vissuto molto

Dopo quest'ora di beato amor.

O soave Sir John!

Mia bella Alice!

Non so far lo svenevole,

Nè lusingar, nè usar frase fiorita,

Ma dirò tosto un mio pensier

colpevole.

Cioè?

Cioè:

Vorrei che Mastro Ford

Passasse a miglior

vita...

Perchè?

Perchè? Lo chiedi?

Saresti la mia Lady

E Falstaff il tuo Lord!

Povera Lady inver!

Degna d'un Re.

"Por fim a encontro,”

“Radiante flor,

“Colhi você!"

(Segura Alice pelo corpete. Alice

para de tocar e se levanta)

E agora poderei morrer feliz.

Terei vivido muito

depois desta hora de amor feliz.

Oh, suave Sir John!

Minha bela Alice!

Não sei me fazer de melindroso,

nem lisonjear, nem usar frases floridas,

mas direi logo meu culpado

pensamento.

Que é?

É este:

gostaria que o Senhor Ford

passasse para uma vida

melhor...

Por quê?

Por quê? Quer saber?

Você seria minha "Lady"

e Falstaff seu "Lord".

Pobre "Lady" na verdade!

Digna de um rei.

Page 92: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 90

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

T'immagino fregiata del mio stemma,

Mostrar fra gemma e gemma

La pompa del tuo sen.

Nell'iri ardente e mobile dei rai

Dell'adamante,

Col picciol pie' nel nobile

Cerchio d'un guardinfante

Risplenderai!

Più fulgida d'un ampio arcobaleno.

Ogni più bel gioiel mi nuoce e

spregio

Il finto idolo d'or.

Mi basta un vel legato in croce,

un fregio al cinto

e in testa un fior.

(si mette un fiore nei capelli)

(per abbracciarla)

Sirena!

(facendo un passo indietro)

Adulator!

Soli noi siamo

E non temiamo agguato.

Ebben?

Io t'amo!

Voi siete nel peccato!

(avvicinandola)

Imagino você enfeitada com meu brasão,

mostrar entre gema e gema

a pompa de seu seio.

Na íris ardente e móvel dos olhos

do diamante,

com o pequeno pé no nobre

cerco de um guardainfantes,

você resplandecerá!

Mais fúlgida que um grande arco-íris.

Cada linda joia me faz mal e

desprezo

o falso ídolo de ouro.

Me basta um véu unido em cruz,

um enfeite na cintura

e na cabeça uma flor.

(coloca uma flor nos cabelos)

(tentando abraçá-la)

Sereia!

(dando um passo para trás)

Adulador!

A sós estamos

e não tememos armadilhas.

E então?

Amo você!

Você está em pecado!

(aproximando-se dela)

Page 93: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Sempre l'amor l'occasione azzecca.

Sir John!

Chi segue vocazion non pecca.

T'amo! e non é mia colpa...

(interrompendolo)

Se tanta avete vulnerabil polpa...

Quand'ero paggio

Del Duca di Norfolk ero sottile,

Ero un miraggio

Vago, leggero, gentile, gentile.

Quello era il tempo

Del mio verde Aprile,

Quello era il tempo

Del mio lieto Maggio,

Tant'ero smilzo, flessibile e snello

Che avrei guizzato attraverso un anello.

Voi mi celiate.

Io temo i vostri inganni.

Temo che amiate...

Chi?

Meg.

Colei? M'è in uggia la sua faccia.

Non traditemi, John...

Mi par mill'anni

D'avervi fra le braccia.

Sempre o amor a ocasião aproveita.

Sir John!

Quem segue sua vocação não peca.

Amo você! E não é minha culpa...

(interrompendo-o)

Se você tem tão vulnerável polpa...

Quando era pajem

do Duque de Norflok, eu era sutil,

era uma miragem

vaga, leve, gentil, gentil.

Aquele era o tempo

do meu verde abril,

aquele era o tempo

do meu ledo maio,

eu era tão magro, flexível e ágil,

que poderia atravessar um anel.

Está zombando de mim.

Temo os seus enganos.

Temo que você ame...

Quem?

Meg.

Ela? Antipatizo com sua cara.

Não me traia, John.

Me parece que há mil anos

espero tê-la entre meus braços.

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Page 94: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 92

(rincorrendola e tentando di abbracciarla)

T'amo...

(difendendosi)

Per carità...

(la prende attraverso il busto)

Vieni!

(dall'antisala gridando)

Signora Alice!

(abbandona Alice e rimane turbato)

Chi va là?

(entrando e fingendo agitazione)

Signora Alice!

Chi c'è?

Mia signora!

C'è Mistress Meg e vuol

parlarvi,

Sbuffa... strepita, s'abbaruffa...

Alla malora!

E vuol passare e la trattengo a stento.

Dove m'ascondo?

Dietro il paravento.

(Falstaff si rimpiatta dietro il paravento.

(perseguindo-a e tentando abraçá-la)

Amo você...

(defendendo-se)

Por caridade…

(a toma pela cintura)

Venha!

(da ante-sala, gritando)

Senhora Alice!

(solta Alice e fica perturbado)

Quem está aí?

(entrando e fingindo agitação)

Senhora Alice!

O que foi?

Minha senhora!

Aí está a Senhora Meg e quer falar

com você,

bufa… berra, cria confusão…

Que hora ruim!

Ela quer entrar e custei a impedir.

Onde me escondo?

Atrás do biombo.

(Falstaff se refugia atrás do biombo.

Alice

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Alice

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

Alice

Page 95: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Quando Falstaff é nascosto, Quickly

fa cenno a Meg che sta dietro l'uscio

di destra: Meg entra fingendo

d'essere agitatissima. Quickly torna

ad escire)

Alice! che spavento!

Che chiasso! Che discordia!

Non perdere un momento.

Fuggi!...

Misericordia! che avvenne?

Il tuo consorte

Vien gridando "accorr'uomo!"

Dice...

(presto a bassa voce)

Parla più forte

... che vuol scannare un uomo!

Non ridere.

Ei correva

Invaso da tremendo

Furor! Maledicendo

Tutte le figlie d'Eva!

Misericordia!

Dice che un tuo ganzo hai

nascosto;

Lo vuole ad ogni costo

Scoprir...

Quando Falstaff se esconde, Quickly

faz sinal para Meg de que ele está

atrás da saída da direita. Meg entra

fingindo estar agitadíssima. Quickly

volta a sair)

Alice! Que espanto!

Que rumor! Que discórdia!

Não perca um momento!

Fuja!...

Misericórdia! O que acontece?

O seu consorte

vem gritando "acudam homens!"

Ele diz...

(rápido, com a voz baixa)

Fale mais alto.

... que quer esganar um homem!

Não ria.

Ele corria

invadido de tremendo furor!

Maldizendo a todas

as filhas de Eva!

Misericórdia!

Diz que um seu amante você

escondeu,

e quer a qualquer custo

descobrir…

Meg

Alice

Meg

Alice

Meg

Alice

Meg

Alice

Meg

Page 96: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 94

(ritornando spaventatissima e

gridando più di prima)

Signora Alice!

Vien Mastro Ford! Salvatevi!

È come una tempesta!

Strepita, tuona, fulmina,

Si dà dei pugni in testa,

Scoppia in minacce ed urla...

(a Quickly a bassa voce

e un poco allarmata)

Dassenno oppur da burla?

(ancora ad alta voce)

Dassenno. Egli scavalca

Le siepi del giardino...

Lo segue una gran calca

Di gente... é già vicino...

Mentr'io vi parlo ei valca

L'ingresso...

(di dentro urlando)

Malandrino!!!

Il diavolo cavalca

Sull'arco di un violino!!

(dal fondo gridando volto a

chi lo segue)

Chiudete le porte!

Sbarrate le scale!

Seguitemi a caccia!

Scoviamo il cignale!

(entrano correndo il Dr. Cajus e Fenton)

(retornando assustadíssima e

gritando mais do que antes)

Senhora Alice!

Está vindo o Senhor Ford! Salve-se!

Parece uma tempestade!

Berra, estrondeia, fulmina,

esmurra a própria cabeça,

explode em ameaças e grita...

(para Quickly em voz baixa

e um pouco alarmada)

Fala sério ou está brincando?

(de novo em voz alta)

Falo sério. Ele está pulando

a cerca do jardim...

E o segue um grande tropel

de gente... já está perto...

Enquanto falo com você, ele

atravessa a entrada...

(de dentro gritando)

Malandrinho!

O diabo cavalga

sobre o arco de um violino!

(do fundo, gritando voltado a

quem o segue)

Fechem a porta!

Barrem as escadas!

Sigam-me na caça!

Descubramos o porco-do-mato!

(entram correndo Dr. Caius e Fenton)

Quickly

Alice

Quickly

Ford

Falstaff

Ford

Page 97: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Correte sull'orme, sull'usta.

(a Fenton)

Tu fruga negli anditi.

(irrompono)

A caccia!

(a Bardolfo e Pistola, indicando

la camera a destra)

Sventate la fuga!

Cercate là dentro!

(Bardolfo e Pistola si precipitano

nella camera coi bastoni levati)

(affrontando Ford)

Sei tu dissennato?

Che fai?

(vede il cesto)

Chi c'è dentro quel cesto?

Il bucato.

Mi lavi!! rea moglie!

(consegnando un mazzo di chiavi al

Dr. Cajus)

Tu, piglia le chiavi,

Rovista le casse, va.

(rivolgendosi ancora ad Alice)

Corram atrás das pegadas, do cheiro.

(para Fenton)

Você procure nos corredores.

(irrompem)

À caça!

(para Bardolfo e Pistola, indicando

o quarto à direita)

Impeçam a fuga!

Procurem lá dentro!

(Bardolfo e Pistola precipitam-se no

quarto com os bastões levantados)

(enfrentando Ford)

Perdeu o juízo?

O que está fazendo?

(vê o cesto)

O que tem dentro daquele cesto?

A roupa suja.

Me lave! Mulher culpada!

(entregando um maço de chaves ao

Dr. Caius)

Você, pegue as chaves,

reviste os cofres, vá.

(voltando-se de novo para Alice)

Bardolfo Pistola

Ford

Alice

Ford

Alice

Ford

Page 98: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 96

Ben tu mi lavi!

(dà un calcio alla cesta)

Al diavolo i cenci!

(gridando verso il fondo)

Sprangatemi l'uscio del parco!

(estrae furiosamente la biancheria dalla

cesta, frugando e cercando dentro, e

disseminando i panni sul pavimento)

Camice... gonnelle...- Or ti s

guscio,

Briccon! - Strofinacci!

Via! Via! Cuffie

rotte! - Ti sguscio. - Lenzuola...

berretti da notte... - Non c'è...

Che uragano!!

(correndo e gridando, dalla porta

a sinistra)

Cerchiam sotto il letto.

Nel forno, nel pozzo, nel bagno,

sul tetto, in cantina...

È farnetico!

Cogliam tempo.

Troviamo modo

com'egli esca.

Que bom que você me lava!

(dando um chute na cesta)

Para o diabo com esses trapos!

(gritando para o fundo)

Tranquem a saída do parque!

(extrai furiosamente a roupa da cesta,

tateando e procurando dentro, e

espalhando os panos sobre o chão)

Camisas... saias… Agora vou achar

você,

patife! Trapos!

Fora! Fora! Toucas podres!

Eu vou achar! Lençóis…

gorros de dormir… Não está!…

Que furacão!

(correndo e gritando, pela porta

à esquerda)

Procuremos debaixo da cama.

No forno, no poço, no banheiro,

sob o teto, na cantina…

Está frenético!

Ganhemos tempo.

Encontraremos um modo

para ele sair.

Alice Meg Quickly

Ford

Alice

Quickly

Alice

Page 99: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Meg

Alice

Falstaff

Alice

Meg

Falstaff

Quickly

Meg

Falstaff

Quickly

Nel panier.

No, là dentro

non c'entra, é troppo grosso.

(corre alla cesta)

Vediam; sì, c'entro, c'entro.

Corro a chiamare i servi.

(esce)

(a Falstaff, fingendo sorpresa)

Sir John! Voi qui? Voi?

(entrando nella cesta)

T'amo

Amo te sola... salvami!

salvami!

(a Falstaff, raccattando i panni)

Svelto!

Lesto!

(accovacciandosi con grande sforzo

nella cesta)

Ahi!...Ahi!...Ci sto...Copritemi...

(a Meg)

Presto! colmiamo il cesto.

(Fra tutte due in gran fretta ricacciano

la biancheria nel cesto. Nannetta e

Fenton entrano da sinistra)

No cesto.

Não, lá dentro

ele não entra, é gordo demais.

(corre para a cesta)

Vejamos; sim, entro, entro.

Corro para chamar os servos.

(sai)

(para Falstaff, fingindo surpresa)

Sir John! Você aqui? Você?

(entrando na cesta)

Amo você!

Amo você somente… me salve! me

salve!

(para Falstaff, catando os panos)

Esbelto!

Rápido!

(enfiando-se com grande esforço

na cesta)

Ai!… Ai!… Consegui… Me cubram…

(para Meg)

Depressa! Enchamos o cesto.

(As duas, muito apressadas, enfiam

a roupa suja no cesto. Nannetta e

Fenton entram pela esquerda)

Page 100: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 98

(sottovoce, con cautela a

Fenton)

Vien qua.

Che chiasso!

(avviandosi al paravento: Fenton

la segue)

Quanti schiamazzi!

Segui il mio passo.

Casa di pazzi!

Qui ognun delira

Con vario error.

Son pazzi d'ira...

E noi d'amor.

(Lo prende per mano, lo conduce

dietro il paravento e vi si

nascondono)

Seguimi. Adagio.

Nessun m'ha scorto.

Tocchiamo il porto.

Siamo a nostr'agio.

Sta zitto e attento.

(abbracciandola)

Vien sul mio petto!

(em voz baixa, com cautela, para

Fenton)

Venha aqui.

Que barulho!

(escondendo-se atrás do biombo:

Fenton a segue)

Quanto cacarejo!

Siga meus passos.

Casa de loucos!

Aqui todos deliram

com erros vários.

Estão loucos de ira...

E nós de amor.

(Toma-o pela mão, o conduz

para trás do biombo e se

escondem)

Siga-me. Devagar.

Ninguém me descobriu.

Chegamos ao abrigo.

Estamos cômodos.

Fique calado e atento.

(abraçando-a)

Venha para o meu peito!

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Nannetta

Fenton

Page 101: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Il paravento...

...sia benedetto!

(urlando di dentro)

Al ladro!

(come sopra)

Al pagliardo!

(entra, attraversando di corsa la sala)

Squartatelo!

Al ladro!

(incontrando Bardolfo e Pistola)

C'è?

No.

(a Bardolfo)

C'è?

Non c'è, no.

Vada a soqquadro la casa.

(Bardolfo e Pistola escono da

sinistra)

(dopo aver guardato nel camino)

Non trovo nessuno.

Eppur giuro

O biombo...

... seja bendito!

(gritando de dentro)

Ao ladrão!

(como acima)

Ao libertino!

(entra, atravessando a sala correndo)

Esquartejem-no!

Ao ladrão!

(encontrando Bardolfo e Pistola)

Ele está?

Não.

(para Bardolfo)

Ele está?

Não está, não.

Arruínem a casa.

(Bardolfo e Pistola saem pela

esquerda)

(depois de ter olhado a chaminé)

Não encontro ninguém.

Pois juro

Nannetta

Nannetta Fenton

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Pistola

Ford

Bardolfo

Ford

Dr. Cajus

Ford

Page 102: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 100

Che l'uomo é qua dentro.

Ne sono sicuro!

Sicuro! Sicuro!

Sir John! Sarò gaio

Quel dì ch'io ti veda dar calci a

rovaio!

(slanciandosi contro l'armadio e

facendo sforzi per aprirlo)

Vien fuora, furfante! T'arrendi!

O bombardo le mura!

(tenta d'aprire l'armadio con le chiavi)

T'arrendi!

Vien fuora! Codardo! Sugliardo!

(dalla porta di destra, di corsa)

Nessuno!

Cercatelo ancora!

T'arrendi! Scafandro!

(Riesce finalmente ad aprire

l'armadio)

Non c'è!

(aprendo a sua volta la cassapanca)

Vieni fuori!

Non c'è!

(gira per la sala sempre cercando

e frugando)

que o homem está aqui dentro.

Estou seguro,

seguro, seguro!

Sir John! Ficarei feliz

no dia em que o vir ter o que

merece!

(lançando-se contra o armário e

fazendo esforços para abri-lo)

Venha para fora, malandro! Renda-se!

Ou bombardeio os muros!

(tenta abrir o armário com as chaves)

Renda-se!

Venha para fora! Covarde! Libertino!

(da porta direita, correndo)

Ninguém!

Procurem-no ainda!

Renda-se! Sem-vergonha!

(Consegue finalmente abrir o

armário)

Não está!

(abrindo, por sua vez, o banco)

Venha para fora!

Não está!

(gira pela sala sempre procurando

e tateando)

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Bardolfo Pistola

Ford

Dr. Cajus

Page 103: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Pappalardo! Beòn! Bada a te!

(come un ossesso aprendo il

cassetto del tavolino)

Scagnardo! Falsardo!

Scagnardo! Falsardo! Briccon!!

(Nannetta, Fenton si danno un

bacio sonore)

(sottovoce, guardando il paravento)

C'è.

C'è

(avviandosi pian piano e cautamente

al paravento)

Se t'agguanto!

Se ti piglio!

Se t'acciuffo!

Se t'acceffo!

Ti sconquasso!

T'arronciglio come un can!

Ti rompo il ceffo!

Guai a te!

Prega il tuo santo!

Glutão! Beberrão! Tenha cuidado!

(como um possuído abrindo a

gaveta da mesa)

Cachorro! Falsário!

Cachorro! Falsário! Patife!

(Nannetta e Fenton dão-se um

beijo sonoro)

(em voz baixa, olhando o biombo)

Está!

Está!

(aproximando-se bem devagar e

com cautela do biombo)

Se eu agarro você!

Se pego você!

Se aferro você!

Se apanho você!

Arrebento você!

Arrasto você como um cão!

Quebro a sua cara!

Cuidado!

Reze ao seu santo!

Ford

Dr. Cajus Ford

Ford

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Page 104: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 102

(accanto alla cesta, a Meg)

Facciamo le viste

D'attendere ai panni;

Pur ch'ei non c'inganni

Con mosse impreviste.

Finor non s'accorse

Di nulla; egli può

Sorprenderci forse,

Confonderci no.

(accanto alla cesta, a Quickly)

Facciamogli siepe

Fra tanto scompiglio.

Ne' giuochi il periglio

È un grano di pepe.

Il rischio é un diletto

Che accresce l'ardor.

Che stimola in petto

Gli spirti e il cor.

Se te piglio!

Se t'acciuffo!

Se t'agguanto!

Se t'acciuffo!

Se t'agguanto!

(rientrando da sinistra)

Non si trova.

(rientrando con alcuni del vicinato)

Non si coglie.

(do lado do cesto, para Meg)

Vamos fingir

que cuidamos dos panos;

para que ele não nos engane

com movimentos imprevistos.

Até agora não se deu conta

de nada, ele pode

surpreender-nos talvez,

mas não nos confundir.

(do lado do cesto, para Quickly)

Façamos obstáculo

entre tanta desordem.

No jogo, o perigo

é um grão de pimenta.

O risco é um deleite

que acrescenta o ardor,

Que estimula no peito

o espírito e o coração.

Se pego você!

Se aferro você!

Se agarro você!

Se aferro você!

Se agarro você!

(voltando pela esquerda)

Não se encontra.

(voltando com alguns vizinhos)

Não se pega.

Quickly

Meg

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Ford

Bardolfo

Pistola

Page 105: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Ford

Bardolfo

Dr Cajus Ford Pistola

Falstaff

Quickly

Falstaff

Meg

Quickly

Ford

Bardolfo

Ford

(a Bardolfo, Pistola e loro

compagni)

Pss... Qua tutti.

(sottovoce con mistero,

indicando il paravento)

L'ho trovato.

Là c'è Falstaff con mia moglie.

Sozzo can vituperato!

Zitto!

(sbucando colla faccia)

Affogo!

(ricacciandolo giù)

Sta sotto, sta sotto...

Affogo!

Or questi s'insorge

Se l'altro ti scorge sei morto!

Sta sotto! Sta sotto!

Urlerai dopo.

Là s'è udito il suon d'un bacio.

Noi dobbiamo pigliare il topo

Mentre sta rodendo il cacio.

Ragioniam....

(para Bardolfo, Pistola e seus

companheiros)

Pss… Aqui, todos!

(à meia voz, com mistério,

indicando o biombo)

Eu o encontrei.

Ali está Falstaff com minha mulher.

Sujo cão vituperado!

Silêncio!

(aparecendo com o rosto)

Me afogo!

(enfiando-o de volta para baixo)

Fique aí dentro, fique aí dentro...

Me afogo!

Agora ele aparece.

Se o outro avistar você, está morto!

Fique aí dentro! Fique aí dentro!

Gritará depois.

Ouviu-se ali o som de um beijo.

Devemos pegar o rato

enquanto rodeia o queijo.

Pensemos...

Page 106: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 104

(a Nannetta)

Bella! Ridente!

Oh! come pieghi

Verso i miei prieghi

Donnescamente!

Come ti vidi

M'innamorai,

E tu sorridi

Perchè lo sai.

(a Fenton)

Mentre qui vecchi

Corron la giostra,

Noi si sottecchi

Corriam la nostra.

L'amor non ode

Tuon nè bufere,

Vola alle sfere

Beate e gode.

...colpo non vibro

Senza un piano di battaglia.

Bravo.

Un uom di quel calibro

Con un soffio ci sbaraglia.

La mia tattica maestra

Le sue mosse pria registra

(a Pistola e a due compagni)

Voi sarete l'ala destra.

(para Nannetta)

Bela! Risonha!

Oh! Como se rende

aos meus pedidos

femininamente!

Ao ver você

me enamorei,

e você sorri,

porque sabe disso.

(para Fenton)

Enquanto estes velhos

lutam a justa,

nós, escondidos,

cuidamos de nós.

O amor não ouve

trovão, nem temporal,

voa às esferas

felizes e goza.

... golpe não dou

sem um plano de batalha.

Bravo!

Um homem desse calibre

com um assovio se desbarata!

A minha tática mestra

seus movimentos registra.

(para Pistola e dois companheiros)

Vocês ficarão à direita.

Fenton

Nannetta

Ford

Os outros Gli Altri

Dr. Cajus

Ford

Page 107: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Todos os outros Tutti gli altri

Dr. Cajus

Nannetta

Fenton

Falstaff

Meg

Falstaff

Quickly

Falstaff

Meg

Falstaff

(a Bardolfo e al Dr. Cajus)

Noi sarem l'ala sinistra

(agli altri compagni)

E costor con pie' gagliardo

Sfonderanno il baluardo.

Bravo, bravo, Generale.

Aspettiamo un tuo segnale.

Lo spiritello

D'amor, volteggia.

Già un sogno bello

D'Imene albeggia.

(rispondendo sotto la biancheria)

Son cotto!

Sta sotto!

Che caldo!

Sta sotto!

Mi squaglio!

Il ribaldo vorrebbe un ventaglio.

(supplicante, col naso fuori)

Un breve spiraglio

Non chiedo di più.

(para Bardolfo e Dr. Caius)

Nós ficaremos à esquerda.

(aos outros companheiros)

E estes com pés valentes

romperão o baluarte.

Bravo, bravo, general!

Esperamos um sinal seu.

O espírito

do amor volteia.

Um belo sonho de Himeneu

já alveja.

(respondendo sob as roupas)

Estou cozido!

Fique embaixo!

Que calor!

Fique embaixo!

Me derreto!

O canalha gostaria de um leque!

(suplicante, com o nariz para fora)

Um breve respiro,

não peço nada mais.

Page 108: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 106

Ti metto il bavaglio se parli.

(ricacciandolo sotto la biancheria)

Giù!

Tutto delira

Sospiro e riso.

Sorride il viso

E il cor sospira.

Dolci richiami d'amor.

Fra quelle ciglia

Vedo due fari

A meraviglia

Sereni e chiari.

(al Dr. Cajus, accostando

l'orecchio al paravento)

Senti, accosta un po' l'orecchio!

Che patetici lamenti!!

Su quel nido d'usignuoli

Scoppierà fra poco il tuon.

(a Pistola)

È la voce della donna

Che risponde al cavalier.

(a Ford, accostando

l'orecchio al paravento)

Sento,sento,

Sento, intendo e vedo chiaro

Delle femmine gl'inganni;

(a Bardolfo)

Ma fra poco il lieto gioco

Coloco uma mordaça em você, se falar.

(empurrando-o para baixo das roupas)

Pra baixo!

Tudo delira,

suspira e ri.

Sorri o rosto

e o coração suspira

doces reclames de amor.

Entre aqueles olhos

vejo dois faróis

maravilhosamente

serenos e claros.

(para o Dr. Caius, encostando a

orelha no biombo)

Escute, encoste um pouco a orelha!

Que patéticos lamentos!

Sobre esse ninho de rouxinóis

estalará dentro em pouco o estrondo.

(para Pistola)

É a voz da mulher

que responde ao cavaleiro.

(para Ford, encostando a

orelha no biombo)

Escuto, escuto,

escuto, entendo e vejo claro

das mulheres os enganos.

(para Bardolfo)

Mas dentro em pouco uma dura lição

Quickly

Meg Quickly

Nannetta

Fenton

Ford

Bardolfo

Dr. Cajus

Pistola

Page 109: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Vizinhos

Gente del vicinato

Meg

Quickly

Falstaff

Alice

Falstaff

Meg Quickly

Falstaff

Meg Quickly

Turberà dura lezion.

Egli canta, ma fra poco

Muterà la sua canzon.

S'egli cade più non scappa,

Nessuno più lo può salvar.

Nel tuo diavolo t'incappa;

Che tu possa stramazzar!

(a Quickly)

Parliam sottovoce

Guardando il Messer

Che brontola e cuoce

Nel nostro panier.

(a Meg)

Costui s'é infardato

Di tanta viltà.

Che darlo al bucato

È averne pietà.

(sbucando e sbuffando)

Ouff... Cesto molesto!

(che é rientrata e avvicinata alla cesta)

Silenzio!

Protesto!

Che bestia restia!

(gridando)

Portatemi via!

È matto furibondo!

perturbará o ledo jogo.

Ele canta, mas dentro em pouco

mudará a sua canção.

Se ele cair, não mais escapará,

ninguém o poderá salvar.

Encare o seu diabo,

que você caia por terra!

(para Quickly)

Falemos baixo,

vigiando o senhor

que reclama e cozinha

em nosso cesto.

(para Meg)

Ele se fartou

de tanta vileza,

que dar-lhe uma lavada

é ter dele piedade.

(aparecendo e bufando)

Uff.. Maldita cesta!

(que voltou e aproximou-se do cesto)

Silêncio!

Protesto!

Que besta empacada!

(gritando)

Levem-me embora!

Está louco furibundo!

Page 110: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 108

Aiuto!

Dimmi sem'ami!

Sì, t'amo!

T'amo!

(agli altri)

Zitto! A noi! Quest'è il momento.

Zitto! Attenti! Attenti a me.

Dà il segnal.

Uno... Due... Tre...

(rovesciando il paravento)

Non é lui!!!

Sbalordimento!

È il finimondo!

Ah!

(a Nannetta, con furia)

Ancor nuove rivolte!

(a Fenton)

Tu va pe' fatti tuoi!

L'ho detto mille volte:

Costei non fa per voi.

Falstaff

Fenton

Nannetta

Fenton

Ford

Dr. Cajus

Ford

Dr Cajus

Todos Tutti

Alice Meg Quickly

Nannetta Fenton

Ford

Socorro!

Diga se me ama!

Sim, amo você!

Amo você!

(aos outros)

Silêncio! Vamos! Este é o momento!

Silêncio! Atentos! Atentos a mim.

Dê o sinal.

Um... dois... três.

(derrubando o biombo)

Não é ele!!!

Que assombro!

É o fim do mundo!

Ah!

(para Nannetta, com fúria)

De novo novas revoltas!

(para Fenton)

Vá cuidar da sua vida!

Eu já disse mil vezes:

ela não é para você.

Page 111: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Bardolfo Pistola

Ford

Bardolfo Pistola

Ford

Dr Cajus Pistola Bardolfo

Companheiros

Compagni

Quickly

Alice

Nannetta Meg Quickly

(Nannetta sbigottita fugge e Fenton

esce furibondo)

(correndo verso il fondo)

È là! Ferma!

Dove?

Là! Là! Sulle scale.

Squartatelo!

A caccia!

Che caccia infernale!

(Tutti gli uomini salgono a corsa

la scala del fondo)

Ned! Will! Tom! Isaac!

Su! Presto! Presto!

(Nannetta rientra con quattro servi

e un paggetto)

Rovesciate quel cesto

Dalla finestra nell'acqua del fosso..

Là! Presso alle giuncaie

Davanti al crocchio delle lavandaie.

Sì, sì, sì, sì!

(ai servi, che s'affaticano a

(Nannetta amedrontada foge e

Fenton sai furibundo)

(correndo até o fundo)

Está ali! Pare!

Onde?

Ali! Ali! Nas escadas.

Esquartejem-no!

À caça!

Que caça infernal!

(Todos os homens saem correndo

pela escada ao fundo)

Ned! Will! Tom! Isaac!

Vamos! Rápido! Rápido!

(Nannetta regressa com quatro

servos e um pequeno pajem)

Esvaziem esse cesto

pela janela na água do fosso…

Lá! Perto dos juncos

diante do monte de lavadeiras.

Sim, sim, sim, sim!

(para os servos, que se esforçam

Page 112: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 110

sollevare la cesta)

C'è dentro un pezzo grosso.

(al paggetto)

Tu chiama mio marito;

(a Meg)

Gli narreremo il nostro

caso pazzo.

Solo al vedere il Cavalier

nel guazzo

D'ogni gelosa ubbia sarà

guarito.

(ai servi)

Pesa!

(ai servi)

Coraggio!

Il fondo ha fatto crac!

Su!

(La cesta é portata in alto)

Trionfo!

Trionfo! Ah! Ah!

(La cesta, Falstaff e la biancheria

capitombolano giù dalla finestra)

para levantar o cesto)

Aí dentro tem um figurão gordo.

(para o pajem)

Você, chame meu marido;

(para Meg)

Narraremos para ele o nosso

caso louco.

Somente ao ver o Cavaleiro no chão

molhado

ele estará curado de todo ciúme

maníaco.

(para os criados)

Pesa!

(aos servos)

Coragem!

O fundo fez "crack"!

Vamos!

(o cesto é levado ao alto)

Triunfo!

Triunfo! Ah! Ah!

(O cesto, Falstaff e a roupa suja

caem pela janela)

Nannetta

Alice

Quickly

Alice Meg

Nannetta

Nannetta Meg

Quickly

Alice

Nannetta Meg

Quickly

Page 113: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Che tonfo!

Che tonfo!

Patatrac!

(gran grido e risata di tutti:

immensa risata di Alice, Nannetta,

Meg e Quickly. Ford e gli altri

uomini rientrano: Alice vedendo

Ford la piglia per un braccio e lo

conduce rapidamente alla finestra)

Fine del Secondo Atto

(Un piazzale. A destra l'esterno

dell'Osteria della Giarrettiera

coll'insegna e il motto: "Honny

soit qui mal y pense". Una panca

di fianco al portone. E' l'ora

del tramonto. Falstaff, poi l'Oste)

(seduto)

Ehi! Taverniere!

Mondo ladro. Mondo rubaldo.

Reo mondo!

(entra l'Oste)

Taverniere: un bicchier di vin caldo.

(L'Oste riceve l'ordine e rientra)

Io, dunque, avrò vissuto tanti anni,

audace e destro Cavaliere,

Que tombo!

Que tombo!

Patatrac!

(grande grito e risadas de todos;

imensa risada de Alice, Nannetta,

Meg e Quickly. Ford e os outros

homens regressam: Alice, vendo

Ford, o toma por um braço e o

conduz rapidamente até a janela)

Fim do Segundo Ato

(Uma praça. À direita, o exterior

da taverna da Jarreteira com um

letreiro e o mote: " Honny soit qui

mal y pense". Um banco ao lado

do portão. É a hora do por do sol.

Falstaff, depois o taverneiro)

(sentado)

Ei! Taverneiro!

Mundo ladrão. Mundo canalha.

Mundo culpado!

(Entra o taverneiro)

Taverneiro, um copo de vinho quente.

(O taverneiro recebe a ordem e sai)

Eu, então, vivi tantos anos,

audaz e destro cavaleiro,

Alice

Nannetta Meg

Todas Tutte

Ato III

Primeira Parte

Atto III

Parte Prima

Falstaff

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theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 112

per essere portato in un canestro

E gittato al canale co' pannilini biechi,

Come si fa coi gatti

e i catellini ciechi.

Che se non galleggiava per me

Quest'epa tronfia,

Certo affogavo. Brutta morte.

L'acqua mi gonfia.

Mondo reo. Non c'è più

virtù.

Tutto declina.

Va, vecchio John, va,

va per la tua via; cammina

Finchè tu muoia.

Allor scomparirà la vera

Virilità del mondo.

Che giornataccia nera!

M'aiuti il ciel! Impinguo troppo.

Ho dei peli grigi.

(ritorna l'Oste portando su

d'un vassoio un gran bicchiere

di vino caldo)

Versiamo un po' di vino

nell'acqua del Tamigi!

(Beve sorseggiando de assaporando.

sbottona il panciotto, si sdraia,

ribeve a sorsate, rianimandosi

poco a poco)

Buono. Ber del vino dolce

e sbottonarsi al sole,

Dolce cosa!

para ser levado numa cesta

e jogado no canal com os trapinhos,

como se faz com os gatos

e os cachorrinhos cegos.

E se não flutuasse por mim

esta enorme pança,

na certa me afogaria. Feia morte.

A água me incha.

Mundo culpado. Não existe mais

virtude.

Tudo declina.

Vá, velho John, vá,

vá por sua via, caminhe

até que você morra.

Então desaparecerá a verdadeira

virilidade do mundo.

Que jornada negra!

Ajude-me o céu! Engordo demais.

Estou com cabelos brancos.

(regressa o taverneiro levando

numa bandeja um grande copo

de vinho quente)

Derramemos um pouco de vinho

sobre a água do Tâmisa.

(Bebe sorvendo e saboreando.

Desabotoa o colete, deita-se, bebe

aos sorvos, reanimando-se aos

poucos)

Que bom! Beber vinho doce

e abrir os botões ao sol,

que coisa doce!

Page 115: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Quickly

Falstaff

Quickly

Falstaff

O bom vinho dispersa a

tétrica loucura

do desconforto, acende

o olho e o pensamento, do lábio

sobe ao cérebro e ali

desperta o pequeno operário

dos trinados; um negro grilo

que vibra dentro do homem ébrio.

Trina cada fibra no coração,

o alegre éter ao trinado

desliza e o alegre globo

desequilibra uma demência

trinadora!

E o trinado invade o mundo!…

(inclinando-se e interrompendo

Falstaff)

Reverência! A bela Alice...

(levantando-se e enfurecendo-se)

Para o diabo você e sua bela Alice!

Estou com o saco cheio!

Estou com o bucho cheio!

Você está errado…

Uma ova! Sinto ainda as corneadas

daquele bode ciumento!

Ainda estou com os ossos quebrados

por ter ficado curvo,

como uma boa lâmina

de Bilbao, no espaço

de uma merendeira!

Com aquele tufo! E aquele calor!

Um homem com a minha têmpera,

Il buon vino sperde le

tetre fole

Dello sconforto, accende

l'occhio e il pensier, dal labbro

Sale al cervel e quivi

risveglia il picciol fabbro

Dei trilli; un negro grillo

che vibra entro l'uom brillo

Trilla ogni fibra in cor,

l'allegro etere al trillo

Guizza e il giocondo globo

squilibra una demenza

Trillante!

E il trillo invade il mondo!...

(inchinandosi e interrompendo

Falstaff)

Reverenza. La bella Alice...

(alzandosi e scattando)

Al diavolo te con Alice bella!

Ne ho piene le bisacce!

Ne ho piene le budella!

Voi siete errato...

Un canchero! Sento ancor le cornate

Di quell'irco geloso!

Ho ancor l'ossa arrembate

D'esser rimasto curvo,

come una buona lama

Di Bilbào, nello spazio

D'un panierin di dama!

Con quel tufo! E quel caldo!

Un uom della mia tempra,

Page 116: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 114

Che in uno stillicidio

continuo si distempra!

Poi, quando fui ben cotto,

rovente, incandescente,

M'han tuffato nell'acqua. Canaglie!!!

(Alice, Meg, Nannetta, Ford, Cajus,

Fenton sbucano dietro una casa, or

l'uno or l'altro spiando, non visti da

Falstaff)

Essa é innocente.

Prendete abbaglio.

Vattene!

La colpa é di quei fanti

Malaugurati!

Alice piange,

urla, invoca i santi.

Povera donna! V'ama. Leggete.

(Estrae di tasca una lettera. Falstaff la

prende e si mette a leggere)

(nel fondo sottovoce agli altri,

spiando)

Legge.

(sottovoce)

Legge.

Vedrai che ci ricasca.

L'uom non si corregge.

que numa monotonia

contínua se destempera!

Depois, quando estava bem cozido,

brasil, incandescente,

me enfiaram na água. Canalhas!

(Alice, Meg, Nannetta, Ford, Caius

e Fenton aparecem de trás de uma

casa, espiando, sem serem vistos

por Falstaff)

Ela é inocente.

É um erro.

Vá embora!

A culpa é daqueles garotos

desgraçados!

Alice chora,

grita, invoca os santos.

Pobre mulher! Ela ama você. Leia.

(Tira do bolso uma carta. Falstaff a

pega e começa a ler)

(no fundo, à meia-voz, aos outros,

espiando)

Ele lê.

(à meia-voz)

Ele lê.

Vejam como ele recai.

O homem não se corrige.

Quickly

Falstaff

Quickly

Alice

Ford

Nannetta

Alice

Page 117: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Meg

Dr. Cajus

Ford

Falstaff

Quickly

Falstaff

Quickly

Ford

Quickly

(para Alice)

Esconda-se.

Relê.

Relê. Engole a isca.

(relendo em voz alta)

"Esperarei por você no parque Real,

à meia-noite.”

“Você virá disfarçado

de Caçador Negro”

“No carvalho de Herne."

O amor ama o mistério.

Para revê-lo, Alice,

vale-se de uma lenda popular.

Aquele carvalho

é um lugar de tragédia.

O Caçador Negro foi suspenso

em um ramo seu.

Existe quem creia em sua aparição…

(Dá o braço a Quickly e

apressa-se para entrar com ela

na taverna)

Entremos.

Lá se discute melhor.

Conte-me seus caprichos.

Quando o toque da meia-noite…

Cai sobre nós.

... escuro se espalha

(ad Alice)

Nasconditi.

Rilegge.

Rilegge. L'esca inghiotte.

(rileggendo ad alta voce)

"T'aspetterò nel parco Real,

a mezzanotte"

"Tu verrai travestito

da Cacciatore nero"

"Alla quercia di Herne"

Amor ama il mistero

Per rivedervi Alice,

si val d'una leggenda Popolar.

Quella quercia

é un luogo da tregenda.

Il Cacciatore nero s'è impeso

ad un suo ramo.

V'ha chi crede vederlo ricomparir...

(Prende per un braccio Quickly e

s'avvia per entrare con essa

all'osteria)

Entriamo.

Là si discorre meglio

Narrami la tua frasca.

Quando il rintocco della mezzanotte...

Ci casca.

...cupo si sparge

Page 118: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 116

Alice

Nannetta

Meg

Alice

Alice Meg

Nannetta

Alice

nel silente orror,

sorgon gli spirti vagabondi

a frotte...

(avanzandosi con tutto il crocchio,

comicamente e misteriosamente

ripigliando il racconto di Mrs Quickly)

Quando il rintocco della mezzanotte

Cupo si sparge nel silente orror,

Sorgon gli spirti vagabondi

a frotte

E vien nel parco il nero Cacciator.

Egli cammina lento, lento, lento,

Nel gran letargo della sepoltura.

S'avanza livido...

Oh! Che spavento!

Già sento il brivido della paura!

(con voce naturale)

Fandonie che ai bamboli

Raccontan le nonne

Con lunghi preamboli,

Per farli dormir.

Vendetta di donne

Non deve fallir.

S'avanza livido e il passo converge

Al tronco ove esalò

l'anima prava.

Sbucan le Fate.

Sulla fronte egli erge

Due corna lunghe, lunghe, lunghe...

no silencioso horror,

surgem os espíritos vagabundos

aos bandos...

(avançando com todos os

outros, cômica e misteriosamente

retomando a história de Mrs. Quickly)

Quando o toque da meia-noite

escuro se espalha no silencioso horror,

surgem os espíritos vagabundos

aos bandos

e vem ao parque o Negro Caçador.

Ele caminha lento, lento, lento,

na grande letargia da sepultura.

Avança lívido...

Oh! Que susto!

Já sinto o calafrio do medo!

(com voz natural)

Fábulas que aos meninos

contam as avós

com longos preâmbulos,

para fazê-los dormir.

Vingança de mulheres

não deve falhar.

Avança lívido e o passo converge

para o tronco de onde exalou

a alma perversa.

Surgem as Fadas.

Sobre a fronte ele ergue

dois chifres longos, longos, longos…

Page 119: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Ford

Alice

Ford

Alice

Meg

Fenton

Alice

Nannetta

Alice

Nannetta

Alice

Brava.

Quelle corna saranno la mia gioia!

(a Ford)

Bada! tu pur mi meriti

Qualche castigatoia!

Perdona. Riconosco i miei demeriti.

Ma guai se ancor ti coglie

Quella mania feroce

Di cercar dentro il guscio d'una

noce

L'amante di tua moglie.

Ma il tempo stringe

e vuol fantasia lesta.

Affrettiam.

Concertiam la mascherata.

Nannetta!

Eccola qua!

(a Nannetta)

Sarai la Fata Regina delle Fate,

in bianca veste

Chiusa in candido vel, cinta

di rose.

E canterò parole armoniose.

(a Meg)

Tu la verde sarai Ninfa silvana,

Brava!

Esses chifres serão a minha alegria!

(para Ford)

Cuidado! Pois você ainda merece

algum tipo de castigo!

Perdoe. Reconheço meus erros.

Mas cuidado se ainda o toma

essa mania feroz

de procurar dentro da casca de uma

noz

o amante de sua mulher.

Mas o tempo ratifica

e quer a fantasia veloz.

Apressemo-nos.

Concertemos a mascarada.

Nannetta!

Eis-me aqui!

(para Nannetta)

Você será a Fada Rainha das Fadas,

com branca veste

fechada em cândido véu, cercada

de rosas.

E cantarei palavras harmoniosas.

(para Meg)

Você será a verde Ninfa selvagem,

Page 120: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 118

E la comare Quickly una befana.

(Scende la sera, la scena si oscura)

A meraviglia!

Avrò con me dei putti

Che fingeran folletti,

E spiritelli,

E diavoletti,

E pipistrelli,

E farfarelli.

Su Falstaff camuffato in manto e

corni

Ci scaglieremo tutti...

Tutti! Tutti!

...e lo tempesteremo

Finch'abbia confessata

La sua perversità.

Poi ci smaschereremo

E, pria che il ciel raggiorni,

La giuliva brigata

Se ne ritornerà.

Vien sera. Rincasiam.

L'appuntamento é

alla quercia di Herne.

È inteso.

A meraviglia!

Oh! che allegro spavento!

e a comadre Quickly uma bruxa.

(Cai a noite, a cena escurece)

Que maravilha!

Terei comigo meninos

que fingirão ser duendes

e espiritozinhos,

e diabinhos,

e morcegos,

e borboletas.

Sobre Falstaff camuflado com

manto e chifres

nos atiraremos todos…

Todos! Todos!

... e o atormentaremos

até que confesse

a sua perversidade.

Depois nos desmascaremos

e, antes que o céu se ilumine,

a alegre brigada

retornará.

Vem a noite. Voltemos para casa.

O encontro é

no carvalho de Herne.

Entendido.

Ah, maravilha!

Oh! Que susto alegre!

Nannetta

Alice

Meg Nannetta Fenton

Alice

Meg

Alice

Fenton

Nannetta

Page 121: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Alice Nannetta Fenton

Meg

Alice

Ford

Dr. Cajus

Alice

Meg

Ford

Addio.

Addio.

(Alice, Nannetta, Fenton escono

da sinistra: in questo momento

Mrs Quickly esce dall'osteria

e vedendo Ford e il Dr. Cajus

che parlano, sta ad origliare

sulla soglia).

(a Meg)

Provvedi le lanterne.

(a Cajus)

Non dubitar, tu sposerai

mia figlia.

Rammenti bene il suo travestimento?

Cinta di rose, il vel bianco e

la vesta.

(di dentro a sinistra gridando)

Non ti scordar le maschere.

(di dentro a destra gridando)

No, certo.

Nè tu le raganelle!

(continuando il discorso col

Dr. Cajus)

Io già disposi La rete mia.

Sul finir della festa

Verrete a me col volto

ricoperto

Adeus.

Adeus.

(Alice, Nannetta e Fenton saem

pela esquerda: neste momento,

Mrs. Quickly sai da taverna

e, vendo Ford e o Dr. Caius

conversando, põe-se a escutar

da soleira).

(para Meg)

Prepare as lanternas.

(para Caius)

Não duvide, você se casará com

minha filha.

Lembra-se bem do seu disfarce?

Cercada de rosas, o véu branco e

a veste.

(de dentro, à esquerda, gritando)

Não se esqueça das máscaras.

(de dentro, à direita, gritando)

Não, claro.

Nem você das pererecas!

(continuando o discurso com

o Dr. Caius)

Já dispus da minha rede.

Ao findar a festa,

vocês virão até mim com o rosto

coberto,

Page 122: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 120

Dr. Cajus

Quickly

Nannetta

Quickly

Nannetta

Alice

Quickly

Segunda Parte

Parte Seconda

Essa dal vel, tu da un mantel

fratesco

E vi benedirò come due sposi.

Siam d'accordo.

(esce)

Stai fresco!

(Esce rapidamente da destra

gridando)

Nannetta! Ohè! Nannetta! Ohè!

(di dentro a sinistra, allontanandosi)

Che c'è? Che c'è?

Prepara la canzone della Fata.

È preparata.

(di dentro a sinistra)

Tu, non tardar.

(come sopra, più lontana)

Chi prima arriva, aspetta.

(Il parco di Windsor. Nel centro, la

grande quercia di Herne. Nel fondo,

l'origine di un fosso. Frone foltissime.

Arbusti in fiore. E'notte. Si odono gli

appelli lontani dei guardiaboschi. Il

parco a poco a poco si rischiarirà coi

raggi della luna)

ela com um véu, você com um traje

de frade,

e eu os abençoarei como dois esposos.

Estamos de acordo.

(sai)

Que cara de pau!

(Sai rapidamente pela direita

gritando)

Nannetta! Ei! Nannetta! Ei!

(de dentro, à esquerda, afastando-se)

O que foi? O que foi?

Prepare a canção da Fada.

Está preparada.

(de dentro, à esquerda)

Você, não tarde.

(como acima, mais distante)

Quem chegar primeiro, espera.

(O parque de Windsor. No centro,

o grande carvalho de Herne. Ao

fundo, o início de um fosso. Folhagem

espessíssima. Arbustos em flor. É noite.

Ouvem-se os chamados distantes

dos guardas florestais. O parque aos

poucos ficará claro com os raios da lua)

Page 123: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(solo)

Dal labbro il canto estasiato vola

Pe' silenzi notturni e va lontano

E alfin ritrova un altro labbro

umano

Che gli risponde colla sua parola.

Allor la notte che non é più sola

Vibra di gioia in un accordo arcano

Come altra voce al suo fonte rivola.

Quivi ripiglia suon, ma la sua cura

Tende sempre ad unir chi lo disuna.

Così baciai la disiata bocca!

Bocca baciata non perde ventura.

(di dentro, lontana e avvicinandosi)

Anzi rinnova come fa la luna.

Ma il canto muor

nel bacio che lo tocca.

(Nannetta vestita da Regina delle

Fate. Alice, non mascherata

portando sul braccio una cappa e in

mano una maschera. Mrs Quickly in

gran cuffia e manto grigio da befana,

un bastone e un brutto ceffo di

achera in mano. Poi Meg vestita con

dei veli e mascherata)

(a Fenton)

Nossignore! Tu indossa questa cappa.

(aiutato da Alice e Nannetta ad

indossare la cappa)

Che vuol dir ciò?

(sozinho)

Do lábio o canto extasiado voa

pelos silêncios noturnos e vai longe

e ao fim encontra um outro lábio

humano

que lhe responde com sua palavra.

Então a noite, que não está mais só,

vibra de alegria em um acorde arcano,

como outra voz, à sua fonte regressa.

Ali retoma o som, mas sua cura

tende sempre a unir quem o desuna.

Assim beijei a desejada boca!

Boca beijada não perde ventura.

(de dentro, distante e aproximando-se)

Antes se renova, como faz a lua.

Mas o canto morre

no beijo que o toca.

(Nannetta, vestida de Rainha das

Fadas. Alice, sem máscara, levando

sobre o braço uma capa e na

mão uma máscara. Quickly, com

uma grande touca e manto cinza

de bruxa, um bastão e uma feia

carranca na mão. Depois, Meg

vestida com véus e mascarada)

(para Fenton)

Não, senhor! Você veste esta capa.

(ajudado por Alice e Nannetta a

colocar a capa)

O que quer dizer isso?

Fenton

Nannetta

Fenton

Alice

Fenton

Page 124: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 122

Nannetta

Alice

Nannetta

Alice

Fenton

Alice

Quickly

Meg

Alice

(aggiustandogli il cappuccio)

Lasciati fare.

(porgendo la maschera a Fenton)

Allaccia.

(rimirando Fenton)

È un fraticel sgusciato dalla

Trappa.

(aiutando Fenton ad allacciare la

maschera)

Il tradimento che Ford ne minaccia

Tornar deve in suo scorno

e in nostro aiuto.

Spiegatevi

Ubbidisci presto e muto.

L'occasione come viene scappa.

(a Mrs Quickly)

Chi vestirai da finta sposa?

Un gaio Ladron nasuto

che aborre il Dr. Cajus.

Ho nascosto i folletti lungo il

fosso.

Siam pronte.

Zitto. Viene il pezzo grosso.

Via!..

(ajustando o capuz)

Relaxe.

(oferecendo a máscara para Fenton)

Coloque.

(olhando para Fenton)

É um passarinho que escapou da

armadilha.

(ajudando Fenton a prender a

máscara)

A traição com que Ford nos ameaça

se voltará como desprezo para ele

e como ajuda para nós.

Expliquem-se.

Obedeça rápido e mudo.

A ocasião, como vem, escapa.

(para Mrs. Quickly)

Quem se vestirá de falsa esposa?

Um alegre ladrão narigudo

que aborrece o doutor Caius.

Escondi os duendes ao lado do

fosso.

Estamos prontas.

Silêncio. Está vindo o figurão.

Fora!...

Page 125: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Meg Quickly Nannetta Alice

Falstaff

Alice

Fora, fora, fora, fora!

(Todos fogem com Fenton pela

esquerda. Falstaff, com dois chifres

de cervo na cabeça e enrolado num

amplo manto. Depois Alice. Depois

Meg. Enquanto Falstaff entra em

cena, soa a meia-noite)

Um, dois, três, quatro,

cinco, seis, sete golpes,

oito, nove, dez, onze,

doze. Meia-noite.

Este é o carvalho. Deuses,

me protejam! Júpiter!

Você, por amor a Europa

se transformou em touro;

carregou chifres.

Os deuses nos ensinam a modéstia.

O amor metamorfoseia

um homem em uma besta.

(escutando)

Ouço um suave passo!

(Alice aparece ao fundo)

Alice! O amor a chama!

(aproximando-se de Alice)

Venha! O amor me inflama!

Sir John!

Via! Via! Via! Via!

(Tutte fuggono con Fenton da

sinistra. Falstaff con due corna di

cervo in testa e avviluppato in un

ampio mantello. Poi Alice. Poi Meg.

Mentre Falstaff entra in scena, suona

la mezzanotte)

Una, due, tre, quattro,

cinque, sei, sette botte,

Otto, nove, dieci, undici,

dodici. Mezzanotte.

Questa é la quercia. Numi,

proteggetemi! Giove!

Tu per amor d'Europa

ti trasformasti in bove;

Portasti corna.

I numi c'insegnan la modestia.

L'amore metamorfosa

un uom in una bestia.

(ascoltando)

Odo un soave passo!

(Alice comparisce nel fondo)

Alice! Amor ti chiama!

(avvicinadosi ad Alice)

Vieni! l'amor m'infiamma!

Sir John!

Page 126: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 124

Sei la mia dama!

Sir John!

(afferrandola)

Sei la mia dama!

O sfavillante amor!

(attirandola a sè con ardore)

Vieni! Già fremo e fervo!

(sempre evitando l'abbraccio)

Sir John!

Sono il tuo servo!

Sono il tuo cervo, imbizzarrito.

Ed or piovan tartufi,

rafani e finocchi!!

E sian la mia pastura!

E amor trabocchi! Siam soli...

No. Qua nella selva densa

Mi segue Meg.

È doppia l'avventura!

Venga anche lei!

Squartatemi

Come un camoscio a mensa!

Sbranatemi!!

Cupido alfin mi ricompensa.

Io t'amo! t'amo!

(di dentro)

Aiuto!

Você é a minha dama!

Sir John!

(agarrando-a)

Você é a minha dama!

Oh, faiscante amor!

(apertando-a contra si com paixão)

Venha! Já tremo e fervo!

(sempre evitando o abraço)

Sir John!

Sou seu servo!

Sou seu cervo, embezerrado.

E agora chovam trufas,

rábanos e funchos!

E que sejam meu pasto!

E que o amor transborde! Estamos sós...

Não. Aqui na densa selva

me segue Meg.

É dupla a aventura!

Venha ela também!

Esquartejem-me

como uma corça à mesa!

Destrocem-me!

O Cupido ao fim me recompensa!

Eu amo você! Amo você!

(de dentro)

Socorro!

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Meg

Page 127: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Alice

Meg

Alice

Falstaff

Alice

Falstaff

Nannetta

Fadas Le Fate

Falstaff

(fingindo pânico)

Um grito! Ai de mim!

Lá vem o pandemônio!

(Foge)

Ai de mim! Fujamos!

(assustado)

Onde?

(fugindo)

Que o céu perdoe o meu pecado!

(escondendo-se perto do tronco

do carvalho)

O diabo não quer que eu seja danado.

(de dentro)

Ninfas! Elfos! Sílfides! Sereias!

O astro dos encantamentos

no céu surgiu.

(Aparece no fondo, entre as

folhagens)

Surjam! Sombras serenas!

Ninfas! Sílfides! Sereias!

(jogando-se de cara contra

a terra, totalmente estirado)

São as Fadas.

(fingendo spavento)

Un grido! Ahimè!

Vien la tregenda!

(Fugge)

Ahimè! Fuggiamo!

(spaventato)

Dove?

(fuggendo)

Il cielo perdoni al mio peccato!

(appiattendosi accanto al tronco

della quercia)

Il diavol non vuol ch'io sia dannato.

(di dentro)

Ninfe! Elfi! Silfi! Sirene!

L'astro degli incantesimi

in cielo é sorto.

(Comparisce nel fondo fra le

fronde)

Sorgete! Ombre serene!

Ninfe! Elfi! Silfi! Sirene!

(gettandosi colla faccia contro

terra, lungo disteso)

Sono le Fate.

Page 128: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 126

Chi le guarda é morto.

(Nannetta vestita da Regina delle

Fate. Alice: alcune Ragazzette vestite

da Fate bianche e da Fate azzurre.

Falstaff sempre disteso contro terra,

immobile)

Inoltriam.

(scorgendo Falstaff)

Egli é là.

Steso al suol.

Lo confonde il terror

(tutte si inoltrano con precauzione)

Si nasconde

Non ridiam!

Non ridiam!

Tutte qui, dietro a me.

Cominciam.

Tocca a te.

(Le piccole Fate si dispongono in

cerchio intorno alla loro Regina)

Sul fil d'un soffio etesio

Scorrete, agili larve;

Quem as olha está morto.

(Nannetta, vestida de Rainha das

Fadas. Alice: algumas mocinhas

vestidas de Fadas brancas e de

Fadas azuis. Falstaff sempre estirado

contra a terra, imóvel)

Avancemos.

(descobrindo Falstaff)

Ele está lá.

Estirado no chão.

O terror o confunde.

(todas avançam com precaução)

Se esconde.

Não vamos rir!

Não vamos rir!

Todas aqui, atrás de mim.

Comecemos.

É sua vez.

(As pequenas Fadas se dispoem

em círculo em torno de sua Rainha)

Sobre o fio de um sopro de vento

escorram, ágeis espectros;

Alice

Nannetta

Alice

Nannetta

As Fadas Le Fate

Alice

As Fadas Le Fate

Nannetta

As Fadas Le Fate

Rainha das Fadas

La Regina delle Fate

Page 129: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

As Fadas

Le Fate

Rainha das Fadas

La Regina delle Fate

As Fadas

Le Fate

Rainha das Fadas

La Regina delle Fate

As Fadas Le Fate

entre os ramos um brilho césio

da aurora lunar aparece.

Dancem! E que o passo brando

meça um brando som.

As mágicas acoplando

bailados à canção.

A selva dorme e dispersa

incenso e sombra; e parece,

no ar denso, um verde

refúgio no fundo do mar.

Erremos sob a lua

escolhendo flores das flores,

cada corola no coração

porta a sua fortuna.

Com os lírios e as violetas

escrevamos nomes arcanos,

das mãos das fadas

germinam palavras,

palavras iluminadas

com pura prata e ouro,

poemas e encantamentos.

As fadas escrevem com flores.

(enquanto vão colhendo flores)

Movamo-nos uma a uma

sob a aurora lunar,

até o carvalho escuro

do Negro Caçador…

As fadas escrevem com flores.

... até o carvalho escuro

Fra i rami un baglior cesio

D'alba lunare apparve.

Danzate! e il passo blando

Misuri un blando suon.

Le magiche accoppiando

Carole alla canzon.

La selva dorme e sperde

Incenso ed ombra; e par

Nell'aer denso un verde

Asilo in fondo al mar.

Erriam sotto la luna

Scegliendo fior da fiore,

Ogni corolla in core

Porta la sua fortuna.

Coi gigli e le viole

Scriviam de' nomi arcani,

Dalle fatate mani

Germoglino parole,

Parole illuminate

Di puro argento e d'or,

Carni e malie. Le Fate

Hanno per cifre i fior.

(mentre vanno cogliendo fiori)

Moviam ad una ad una

Sotto il lunare albor,

Verso la quercia bruna

Del nero Cacciator....

Le fate hanno per cifre i fior.

...verso la quercia bruna

Page 130: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 128

Bardolfo

Pistola

Falstaff

Quickly

Nannetta Alice Meg

Coro

del Nero Cacciator.

(Tutte le Fate colla Regina mentre

cantano si avviano lentamente

verso la quercia. Dal fondo a sinistra

sbucano: Alice mascherata, Meg

da Ninfa verde colla maschera, Mrs

Quickly da befana, mascherata.

Sonon precedute da Bardolfo, vestito

con una cappa rossa, senza maschera,

col cappuccio abbassato sul volto

e da Pistola, da satiro. Seguono:

Dr. Cajus, in cappa grigia, senza

maschera, Fenton, in cappa nera,

colla maschera, Ford, senza cappa

nè maschera. Parecchi borghesi

in costumi fantastici chiudono il

corteggio e vanno a formare gruppo

a destra. Nel fondo altri mascherati

portano lanterne di varie fogge)

(intoppando nel corpo di Falstaff)

Alto là!

Chi va là?

Pietà!

(toccando Falstaff col bastone)

C'è un uomo!

C'è un uom!

C'è un uom!

do Negro Caçador.

(Todas as fadas com a rainha,

enquanto cantam se aproximam

lentamente em direção ao carvalho.

No fundo, à esquerda, aparecem:

Alice mascarada, Meg de Ninfa

verde com máscara, Mrs. Quickly de

bruxa, mascarada. São precedidas

por Bardolfo, vestido com uma capa

vermelha, sem máscara, com o capuz

abaixado sobre o rosto, e por Pistola,

de sátiro. Seguem: Dr. Caius, de capa

cinza, sem máscara, Fenton, de capa

negra, com máscara, Ford, sem capa

nem máscara. Alguns burgueses

em costumes fantásticos fecham

o cortejo e vão formar um grupo à

direita. No fundo, outros mascarados

carregam lanternas de várias formas)

(tropeçando no corpo de Falstaff)

Alto lá!

Quem vai lá?

Piedade!

(tocando Falstaff com o bastão)

É um homem!

É um homem!

É um homem!

Page 131: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Ford

Pistola

Bardolfo

Bardolfo Pistola

Falstaff

Ford

Quickly

Coro

Alice Nanneta Meg

Coro

Bardolfo

Alice

Nanneta

Cornudo como um boi!

Redondo como uma maçã!

Grande como uma nau!

(tocando Falstaff com o pé)

Levante-se, vamos!

(levantando a cabeça)

Tragam-me uma grua!

Não consigo.

É pesado demais!

Está podre!

Está podre!

É impuro!

É impuro!

(com os grandes gestos de um bruxo)

Que se faça o esconjuro!

(o Dr. Caius gira como quem procura

alguém. Fenton e Quickly escondem

Nannetta com seus corpos)

(à parte, para Nannetta)

Evita o seu perigo.

O doutor Caius já a procura.

Encontremos um esconderijo.

Cornuto come un bue!

Rotondo come un pomo!

Grosso come una nave!

(toccando Falstaff col piede)

Alzati, olà!

(alzando la testa)

Portatemi una grue!

Non posso.

È troppo grave.

È corrotto!

È corrotto!

È impuro!

È corrotto!

(con dei gran gesti da stregone)

Si faccia lo scongiuro!

(il Dr. Cajuss'aggira come chi cerca

qualcuno. Fenton e Quickly nascondono

Nannetta colle loro persone)

(in disparte a Nannetta)

Evita il tuo periglio.

Già il Dottor Cajus ti cerca.

Troviamo un nascondiglio.

Page 132: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 130

Quickly

Bardolfo

Falstaff

Duendes Folletti

Diabos Diavoli

Alice Meg Quickly

Falstaff

(Si avvia con Fenton nel fondo della

scena, protetta da Alice e Quickly)

Poi tornerete lesti al

mio richiamo.

Spiritelli! Folletti!

Farfarelli! Vampiri! Agili insetti

Del palude infernale!

Punzecchiatelo!

Orticheggiatelo!

Martirizzatelo

Coi grifi aguzzi!

(Accorrono velocissimi alcuni

ragazzi vestiti da folletti, e si

scagliano su Falstaff. Altri

folletti, spiritelli, diavoli sbucano

da varie parti)

(a Bardolfo)

Ahimè! tu puzzi

Come una puzzola.

(spingendolo e facendolo

ruzzolare)

Ruzzola, ruzzola, ruzzola, ruzzola!

Pizzica, pizzica,

Pizzica, stuzzica,

Spizzica, spizzica

Pungi, spilluzzica,

Finch'egli abbai!

Ahi! Ahi! Ahi! Ahi!

(Se afasta com Fenton no fundo da

cena, protegida por Alice e Quickly)

Depois vocês voltam rápido, ao

meu chamado.

Espíritos! Duendes!

Borboletas! Vampiros! Ágeis insetos

do pântano infernal!

Piquem-no!

Urtiquem-no!

Martirizem-no

com focinhos pontudos!

(Correndo velozes vêm alguns

rapazes vestidos da duendes, e

jogam-se sobre Falstaff. Outros

duendes, espíritos, diabos aparecem

de vários lugares)

(para Bardolfo)

Ai de mim! Você fede

como uma doninha!

(empurrando-o e fazendo-o

rolar)

Rola, rola, rola, rola!

Belisque, belisque,

belisque, palite,

futuque, futuque,

punja, lambisque,

até ele latir!

Ai! Ai! Ai! Ai!

Page 133: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Duendes Folletti

Diabos Diavoli

Alice Meg Quickly

Falstaff

Duendes Folletti

Diabos Diavoli

Diabos Diavoli

Falstaff

Mulheres Donne

Agitemos chocalhos,

matracas e castanholas!

Que de esguichos e de barro

esse odre se manche!

Metamo-lhe os pés,

dancemos uma dança,

dancemos a farândola

sobre a ampla barriga.

Mosquitos e moscardos,

voem sobre a pista

com dardos e alfinetes!

Que ele arrebente de ira!

Belisque, belisque,

belisque, palite,

futuque, futuque,

punja, lambisque,

até ele latir!

Ai! Ai! Ai! Ai!

Batam nele, instiguem-no

dos pés ao cocoruto!

Esganem, espremam!

Retirem dele o desejo!

Belisque, belisque, a unha lhe enfie!

Rola, rola, rola, rola!

Que ele arrebente, que arrebente,

que arrebente de ira!

Rola! Rola!…

Ai! Ai! Ai! Ai!

Belisque, belisque…

Scrolliam crepitacoli,

Scarandole e nacchere!

Di schizzi e di zacchere

Quell'otre si macoli.

Meniam scorribandole,

Danziamo la tresca,

Treschiam le faràndole

Sull'ampia ventresca.

Zanzare ed assilli,

Volate alla lizza

Coi dardi e gli spilli!

Ch'ei crepi di stizza!

Pizzica, pizzica,

Pizzica, stuzzica,

Spizzica, spizzica,

Pungi, spilluzzica

Finch'egli abbai!

Ahi! Ahi! Ahi! Ahi!

Cozzalo, aizzalo

Dai pie' al cocuzzolo!

Strozzalo, strizzalo!

Gli svampi l'uzzolo!

Pizzica, pizzica, l'unghia rintuzzola!

Ruzzola, ruzzola, ruzzola, ruzzola!

Ch'ei crepi, ch'ei crepi

Ch'ei crepi di stizza!

Ruzzola! Ruzzola!...

Ahi! Ahi! Ahi! Ahi!

Pizzica, pizzica...

Page 134: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 132

Cialtron!

Poltron! Ghiotton!

Pancion! Beòn! Briccon!

In ginocchion!

(Lo alzano in quattro e lo obbligano

a star ginocchioni)

Pancia ritronfia!

Guancia rigonfia!

Sconquassa letti!

Spacca-farsetti!

Vuota-barili!

Sfonda-sedili!

Sfianca-giumenti!

Triplice mento!

Di' che ti penti!

(Bardolfo prende il bastone di Quickly

e dà una bastonata a Falstaff)

Ahi! Ahi! mi pento!

Uom frodolento!

Indolente!

Vagabundo! Glutão!

Pançudo! Beberrão! Patife!

De joelhos!

(Levantam-no os quatro e

obrigam-no a se ajoelhar)

Pança inflada!

Bochecha inchada!

Destroça-camas!

Rompe-corpetes!

Esvazia-barris!

Afunda-assentos!

Desanca-jumentos!

Queixo triplo!

Diga que se arrepende!

(Bardolfo pega o bastão Quickly

e dá uma bastonada em Falstaff)

Ai! Ai! Me arrependo!

Homem fraudulento!

Dr. Cajus Ford

Bardolfo Pistola

Homens Uomini

Ford

Alice

Bardolfo

Quickly

Pistola

Meg

Dr. Cajus

Ford

Bardolfo Pistola

Alice Meg Quickly

Falstaff

Homens Uomini

Page 135: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Alice Meg Quickly

Falstaff

Homens Uomini

Alice Meg Quickly

Falstaff

Homens Uomini

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

As Mulheres Le Donne

Homens Uomini

Falstaff

Diabos Diavoli

As Mulheres Le Donne

Falstaff

As Mulheres Le Donne

Falstaff

Diga que se arrepende!

Ai! Ai! Me arrependo!

Homem turbulento!

Diga que se arrepende!

Ai! Ai! Me arrependo!

Cabrão! Aproveitador! Fanfarrão!

Perdão!

(com a cara muito próxima à

de Falstaff)

Reforma a sua vida!

Você fede a aguardente!

Senhor, torne-o casto!

Pança inchada!

Mas salve-lhe o abdômen.

Belisque, belisque, belisque!

Senhor, torne-o casto!

Mas salve-lhe o abdômen.

Castigue-o, Senhor!

Mas salve-lhe o abdômen.

Di' che ti penti!

Ahi! Ahi! mi pento!

Uom turbolento!

Di' che ti penti!

Ahi! Ahi! mi pento!

Capron! Scroccon! Spaccon!

Perdon!

(colla faccia vicinissima alla faccia

di Falstaff)

Riforma la tua vita!

Tu puti d'acquavita.

Domine fallo casto!

Pancia ritronfia!

Ma salvagli l'addomine.

Pizzica, pizzica, pizzica!

Domine fallo guasto!

Ma salvagli l'addomine.

Fallo punito Domine!

Ma salvagli l'addomine.

Page 136: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 134

Pancia ritronfia!

Globo d'impurità! Rispondi.

Ben mi sta.

Monte d'obesità! Rispondi.

Ben mi sta.

Otre di malvasia! rispondi.

Così sia.

Re dei panciuti!

Va via, tu puti.

Re dei cornuti!

Va via, tu puti.

Furfanteria!

Ahi! Così sia.

Gagliofferia!

Ahi! Così sia.

Furfanteria! Gagliofferia!

Ed or che il diavol ti porti via!!

Pança inchada!

Globo de impureza! Responda!

Por mim, está bem.

Monte de obesidade! Responda!

Por mim, está bem.

Odre de malvasia! Responda!

Assim seja.

Rei dos pançudos!

Fora, você fede.

Rei dos cornudos!

Fora, você fede.

Patifaria!

Ai! Assim seja.

Galhofaria!

Ai! Assim seja.

Patifaria! Galhofaria!

E agora que o diabo o leve embora!

Homens Uomini

Falstaff

Homens Uomini

Falstaff

Homens Uomini

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Bardolfo

Falstaff

Homens Uomini

Falstaff

Dr. Cajus Ford

Bardolfo Pistola

Falstaff

Dr. Cajus Ford

Bardolfo Pistola

Bardolfo

Page 137: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(Nella foga del dire gli casca

il cappuccio)

(rialzandosi)

Nitro! Catrame! Solfo!!

Riconosco Bardolfo!

(violentissimamente contro Bardolfo)

Naso vermiglio!

Naso bargiglio!

Puntuta lesina!

Vampa di resina! Salamandra!

Ignis fatuus! Vecchia alabarda!

Stecca di sartore!

Schidion d'inferno!

Aringa secca!

Vampiro! Basilisco!

Manigoldo! Ladrone!

Ho detto. E se smentisco

Voglio che mi si spacchi il cinturone!!

Bravo!

Un poco di pausa. Sono stanco.

(a Bardolfo, gli dice a bassa voce)

Vieni, Ti coprirò col velo

bianco.

(Mentre il Dr. Cajus ricomincia a

cercare e cercando esce, dalla

parte opposta, Quickly e Bardolfo

scompaiono dietro gli alberi

del fondo)

(Na fúria do grito cai

o seu capuz)

(levantando-se)

Nitro! Alcatrão! Enxofre!

Reconheço Bardolfo!

(violentamente contra Bardolfo)

Nariz vermelho!

Nariz peludo!

Pontuda sovela!

Chama de resina! Salamandra!

Fogo fátuo! Velha alabarda!

Vareta de alfaiate!

Agulha do inferno!

Arenque seco!

Vampiro! Basilisco!

Bandido! Ladrão!

Eu disse. E se minto,

quero que me caia o cinturão!

Bravo!

Um pouco de pausa. Estou cansado.

(para Bardolfo, em voz baixa)

Venha. Vou cobrir você com o véu

branco.

(Enquanto o Dr. Caius recomeça

a procurar e sai procurando, do

lado oposto, Quickly e Bardolfo

desaparecem atrás das árvores

ao fundo)

Falstaff

Todos Tutti

Falstaff

Quickly

Page 138: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 136

(ironico a Falstaff)

Ed or, mentre vi passa la scalmana,

Sir John, dite:

il cornuto Chi é?

(smascherandosi)

Chi é?

Vi siete fatto muto?

(dopo un primo istante di

sbalordimento andando

incontro a Ford)

Caro signor Fontana!

(interponendosi)

Sbagliate nel saluto,

Questo é Ford, mio marito.

(ritornando)

Cavaliero...

Reverenza...

Voi credeste due donne

così grulle,

Così citrulle,

Da darsi anima e corpo

all'Avversiero,

Per un uom vecchio, sudicio

ed obeso...

...con quella testa calva...

...e con quel peso!

(irônico para Falstaff)

E agora, enquanto passa a sua inquietação,

Sir John, diga:

o cornudo quem é?

(desmascarando-se)

Quem é?

Acaso ficou mudo?

(depois de um instante de

abalo andando ao

encontro de Ford)

Ah! Caro senhor Fontana!

(interpondo-se)

Você errou a saudação,

este é Ford, meu marido.

(retornando)

Cavaleiro...

Reverência...

Você acreditou em duas mulheres tão

tolas,

tão bobas,

a ponto de entregar alma e corpo ao

Diabo,

por um homem velho, sujo

e obeso…

... com essa cabeça calva...

... e com esse peso!

Ford

Alice Meg

Alice

Falstaff

Alice

Quickly

Falstaff

Quickly

Meg Quickly

Alice Meg Quickly

Page 139: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Ford

Falstaff

Alice

Ford

Todos Tutti

Falstaff

Todos Tutti

Ford

Falam claro.

Começo a me dar conta

de ter sido um asno.

Um cervo.

Um boi.

(rindo)

Ah! Ah!

É um monstro raro!

Um cervo! Um boi!

Ah! Ah!

(que retomou a sua calma)

Todo tipo de gente ordinária

zomba de mim e se vangloria disso;

mas, sem mim, esses com tanta presunção

não teriam uma migalha de sal.

Sou eu quem os faz espertos.

A minha argúcia cria a argúcia dos

outros.

Que bravo!

Pelos deuses!

Se eu não estivesse rindo, o

despedaçaria!

Mas basta. E agora me escutem.

Coroaremos a bela mascarada

com as bodas da

Rainha das Fadas.

(O doutor Caius e Bardolfo, vestido

Parlano chiaro.

Incomincio ad accorgermi

D'esser stato un somaro.

Un cervo.

Un bue.

(ridendo)

Ah! Ah!

È un mostro raro!

Un cervo! Un bue!

Ah! Ah!

(che avrà riacquistato la sua calma)

Ogni sorta di gente dozzinale

Mi beffa e se ne gloria;

Pur, senza me, costor con tanta boria

Non avrebbero un briciolo di sale.

Son io che vi fa scaltri.

L'arguzia mia crea l'arguzia

degli altri.

Ma bravo!

Per gli Dei!

Se non ridessi ti sconquasserei!

Ma basta. Ed ora vo' che

m'ascoltiate.

Coronerem la mascherata bella

Congli sponsali della

Regina delle Fate.

(Il Dr. Cajus e Bardolfo, vestito da

Page 140: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 138

Regina delle Fate col viso coperto

da un velo, s'avamzano lentamente

tenendosi per mano. Il Dr. Cajus ha

la maschera sul volto)

Già s'avanza la coppia degli sposi.

Attenti!

Attenti!

Eccola, in bianca vesta

Col velo e il serto delle rose in testa

E il fidanzato suo ch'io le disposi.

Circondatela, o Ninfe.

(Il Dr. Cajuse Bardolfo si collocano

nel mezzo: le Fate li circondano)

(presentando Nannetta chi ha un

gran velo celeste che la copre tutta.

Fenton ha la maschera e la cappa)

Un'altra coppia

D'amanti desiosi

Chiede d'essere ammessa

agli augurosi connubi!

E sia. Farem la festa doppia.

Avvicinate i lumi.

(I folletti guidati da Alice si

avvicinano colle loro lanterne)

Il ciel v'accoppia.

Giù le maschere e i veli.

Apoteosi!

Todos Tutti

Ford

Alice

Ford

de Rainha das Fadas e com o rosto

coberto por um véu, avançam

lentamente de mãos dadas. O Dr.

Caius põe a sua máscara sobre o rosto)

O par de noivos já se aproxima.

Atentos!

Atentos!

Ei-la, em branca veste,

com o véu e a coroa de flores na cabeça

e o seu noivo, com quem a casarei.

Rodeiem-na, oh, Ninfas!

(O doutor Caius e Bardolfo colocam-se

no meio: as Fadas os rodeiam)

(apresentando Nannetta com um

grande véu celeste que a cobre toda.

Fenton está de máscara e capa)

Outro casal

de amantes desejosos

quer ser admitido

nas felizes bodas!

Que seja. Faremos uma festa dupla.

Aproximem as luzes.

(Os duendes guiados por Alice se

aproximam com suas lanternas)

O céu os une.

Tiram as máscaras e os véus.

Apoteose!

Page 141: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(rapidamente Fenton e il Dr. Cajus

si tolgono la maschera; Nannetta e

Bardolfo il velo)

(ridendo tranne Ford e il Dr. Cajus)

Ah! Ah! Ah! Ah!

(riconoscendo Bardolfo,

immobilizzato dalla sorpresa)

Spavento!

(sorpreso)

Tradimento!

(ridendo)

Apoteosi!

(guardando l'altra coppia)

Fenton con mia figlia!!

Ho sposato Bardolfo!!

Ah! Ah!

Spavento!

Vittoria!

(tranne Dr. Cajus e Ford)

Evviva! Evviva!

Oh! Meraviglia!

(avvicinandosi a Ford)

L'uom cade spesso nelle reti ordite

Todos Tutti

Dr. Cajus

Ford

Os outros Gli altri

Ford

Dr. Cajus

Todos Tutti

Dr. Cajus

As mulheres Le donne

Todos Tutti

Ford

Alice

(rapidamente Fenton e o Dr. Caius

tiram a máscara; Nannetta e

Bardolfo o véu)

(rindo, menos Ford e o Dr. Caius)

Ah! Ah! Ah! Ah!

(reconhecendo Bardolfo,

imobilizado pela surpresa)

Que susto!

(surpreso)

Traição!

(rindo)

Apoteose!

(olhando para o outro casal)

Fenton com a minha filha!

Casei-me com Bardolfo!

Ah! Ah!

Terror!

Vitória!

(menos Caius e Ford)

Viva! Viva!

Oh! Maravilha!

(aproximando-se de Ford)

O homem sempre cai nas redes urdidas

Page 142: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 140

Dalle malizie sue.

(ironico a Ford)

Caro buon Messer Ford,

ed ora, dite: Lo scornato chi è?

(accenna al Dr. Cajus)

Lui.

(accenna a Ford)

Tu.

No.

Sì.

(accenna a Ford e al Dr. Cajus)

Voi.

(accenna pure a Ford e

al Dr. Cajus)

Lor.

(mettendosi con Ford)

Noi.

Tutti e due.

(mettendo Falstaff con Ford e Cajus)

No. Tutti e tre.

(a Ford, mostrando Nannetta

e Fenton)

Volgiti e mira quelle ansie leggiadre.

por suas malícias.

(irônico para Ford)

Caro bom Senhor Ford,

e agora, diga: o descornado quem é?

(aponta para o Dr. Caius)

Ele.

(aponta para Ford)

Você.

Não.

Sim.

(aponta para Ford e para o Dr. Caius)

Vocês.

(aponta também para Ford e

o Dr. Caius)

Eles.

(juntando-se a Ford)

Nós.

Todos os dois.

(juntando Falstaff com Ford e Caius).

Não. Todos os três.

(para Ford, apontando para

Nannetta e Fenton)

Volte-se e veja essas formosas ânsias.

Falstaff

Ford

Dr. Cajus

Ford

Dr. Cajus

Bardolfo

Fenton

Dr. Cajus

Falstaff

Alice

Page 143: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

(a Ford, giungendo le mani)

Perdonateci, padre.

Chi schivare non può

la propria noia

L'accetti di buon grado.

Facciamo il parentado

E che il ciel vi dia gioia.

(tranne il Dr. Cajus)

Evviva!

Un coro e terminiam la scena

Poi con Sir Falstaff,

tutti, andiamo a cena.

Evviva!

Tutto nel mondo é burla.

L'uom é nato burlone...

Tutto nel mondo é burla.

L'uom é nato burlone,

La fede in cor gli ciurla,

Gli ciurla la ragione.

Tutti gabbati! Irride

L'un l'altro ogni mortal.

Ma ride ben chi ride

La risata final.

(cala la tela)

FINE

(para Ford, segurando sua mão)

Perdoe-os, pai.

Quem não pode se esquivar

de sua própria moléstia,

que a aceite de bom grado.

Façamos o casamento

e que o céu lhes dê alegria.

(menos o Dr. Caius)

Viva!

Um coro e terminemos a cena.

E depois, com Sir Falstaff,

todos, saímos de cena.

Viva!

Tudo no mundo é burla.

O homem nasceu burlão...

Tudo no mundo é burla.

O homem nasceu burlão,

a fé no seu coração vacila,

vacila também a sua razão.

Todos enganados! Riem

uns dos outros todos os mortais.

Mas ri melhor quem ri

por último.

(cai a cortina)

FIM

Nannetta

Ford

Todos Tutti

Falstaff

Ford

Todos Tutti

Falstaff

Todos Tutti

Page 144: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Denisede Freitas

Luca Salsi

JohnNeschling

Nelson Martinez

RominaBoscolo

Bruno Greco Facio

Virginia TolaDavide Livermore

Saulo Javan

AmbrogioMaestri

Page 145: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

RosanaLamosa

StefanoConsolini

Adriane Queiroz

Lina Mendes

DiógenesRandes

Marco Frusoni

Blagoj Nacoski

Saverio FioreLuciana Bueno

ElisabettaFiorillo

RodrigoEsteves

GianlucaFalaschi

Page 146: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 144

A formação da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

remonta a 1921, dez anos após a inauguração do Theatro Mu-

nicipal, por meio da Sociedade de Concertos Sinfônicos de

São Paulo. Em mais de 90 anos de história, a Orquestra to-

cou sob a regência de maestros como Mstislav Rostropovich,

Ernest Bour, Maurice Leroux, Dietfried Bernett, Kurt Masur,

Camargo Guarnieri, Armando Belardi, Edoardo de Guar-

nieri, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Sergio Mag-

nani, além de vários compositores regendo suas obras,

como Villa-Lobos, Francisco Mignone e Penderecki. Solis-

tas de renome se apresentaram com o grupo, como Magda

Tagliaferro, Guiomar Novaes, Yara Bernette, Salvatore Ac-

cardo, Rugiero Ricci, dentre muitos outros. Desde o início

de 2013, a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo tem

como diretor artístico o maestro John Neschling.

O Coro Lírico foi criado em 1939 por iniciativa do prefeito

Prestes Maia, sob a coordenação do Maestro Armando Be-

lardi, então diretor artístico do Theatro Municipal.

As 16 óperas que marcaram sua temporada de estreia

foram preparadas pelo maestro Fidélio Finzi.

Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titu-

lar e, a partir da oficialização do grupo, em 1951, esteve sob a

regência dos maestros Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Ele-

azar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Hei-

tor Villa-Lobos, Roberto Schnorremberg, Marcello Mechetti e

Fábio Mechetti.

Entre 1994 e 2013, o Coro Lírico esteve sob o comando

de Mário Zaccaro, período no qual recebeu os prêmios de

Melhor Conjunto Coral, pela APCA, em 1996, e o prêmio Car-

los Gomes, na categoria ópera, em 1997.

Desde dezembro de 2013, o grupo é dirigido por Bruno

Greco Facio.

Orquestra

Sinfônica

Municipal

de São Paulo

Coro Lírico

Municipal

de São Paulo

Page 147: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo, John

Neschling voltou ao Brasil após alguns anos em que se de-

dicou à carreira na Europa, e depois de ter durante 12 anos

reestruturado a Osesp, transformando-a num ícone da mú-

sica sinfônica na América Latina.

Durante a longa carreira de regente lírico, Neschling

dirigiu musical e artisticamente os Teatros de São Carlos

(Lisboa), St. Gallen (Suíça), Bordeaux (França), Massimo de

Palermo (Itália), foi residente da Ópera de Viena (Áustria) e

se apresentou em muitas das maiores casas de ópera da Eu-

ropa e dos EUA, em mais de 70 produções diferentes. Diri-

giu ainda, nos anos de 1990, os teatros municipais do Rio de

Janeiro e de São Paulo.

Como regente sinfônico, tem uma longa experiência

frente a grandes orquestras dos continentes americano, eu-

ropeu e asiático. Suas gravações têm sido frequentemente

premiadas e o registro de Neschling para a Sinfonia N.1 de

Beethoven foi escolhido pela revista inglesa Gramophone

como um dos melhores da história. No momento, se pre-

para para gravar o terceiro volume das obras de Respi-

ghi pela gravadora sueca BIS, frente à Filarmônica Real de

Liege, Bélgica.

Neschling nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e sua for-

mação foi brasileira e europeia. Seus principais mestres fo-

ram Heitor Alimonda, Esther Scliar e Georg Wassermann

no Brasil, Hans Swarowsky em Viena e Leonard Bernstein

nos EUA.

É membro da Academia Brasileira de Música.

Davide Livermore estudou canto lírico e atuou como tenor por

dez anos, até 1998, quando direcionou suas energias criativas

para a direção cênica. Durante sua carreira, dirigiu importan-

tes produções de ópera em vários teatros da Itália, como o Te-

atro del Maggio Musicale de Florença, Teatro Regio de Turim,

John Neschling

Regente

Davide Livermore

Direção Cênica, Cenografia

e Desenho de Luz

Page 148: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 146

Teatro San Carlo de Nápoles, Teatro Carlo Felice de Gênova,

Teatro La Fenice de Veneza, e em outros países, como Opera

Company da Filadélfia e a Opéra de Montpellier.

Atua como diretor artístico do Cineteatro Baretti, em Tu-

rim, e leciona educação musical e canto na Escola do Teatro

Stabile da mesma cidade. Em fevereiro de 2013, foi nome-

ado diretor artístico do Centro de Perfeccionamiento Plácido

Domingo do Palau de les Arts de Valência, Espanha.

Nas últimas temporadas, Davide Livermore dirigiu La

Bohème na Opera Company da Filadélfia e no Palau de les

Artes de Valência, na qual também realizou uma nova monta-

gem do Otello de Giuseppe Verdi, e As Bodas de Fígaro, de

Mozart, no Teatro Colón de Buenos Aires e no Teatro Carlo

Felice de Gênova, dentre outras óperas. Neste ano, ele diri-

giu esta montagem inédita de Falstaff no Theatro Municipal

de São Paulo, e dirigirá Carmen, de Bizet, no Teatro Carlo Fe-

lice de Gênova, e Narciso, de Scarlatti, no Innsbrucker Fes-

twochen der Alten Musik.

Nascido em Roma, trabalhou com alguns dos mais presti-

giados diretores da cena teatral, como Arturo Cirillo, Cristina

Pezzoli, Antonio Latella, Davide Livermore, Pierpaolo Sepe,

Alessandro Gassman, Giuseppe Marini, Walter Le Moli. Sua

entrada no mundo da ópera ocorreu a partir da parceria ar-

tística com Cirillo: Falaschi assinou o figurino da montagem

de Alidoro, de Leonardo Leo, no Teatro Valli de Reggio Emilia

e de Napoli milionaria!, de Nino Rota, no Festival de Martina

Franca. Colaborou no Trítico de Puccini no Teatro Comunale

de Módena, espetáculo sob a direção de Cristina Pezzoli, para

quem também desenhou o figurino de Mãe Coragem, de Ber-

tolt Brecht. Com Davide Livermore, colaborou com o figurino

na bem-sucedida encenação de Don Giovanni de Mozart no

Teatro Carlo Felice de Gênova. A parceria entre os dois foi re-

petida na montagem da peça Peter Pan de James Barrie no

Gianluca Falaschi

Figurinos

Page 149: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Teatro Due de Parma; das óperas A Filha do Regimento, de

Donizetti, no Teatro Verdi di Trieste e L’Italia del destino, de

Luca Mosca, no Teatro del Maggio Musicale de Florença. É

professor de Figurinismo na Accademia d’Arte Drammatica

Silvio D’Amico. Recebeu o Prêmio Abbiati de 2013 pelo figu-

rino de Ciro in Babilonia, de Rossini, produzido para o Rossini

Opera Festival, com direção de Davide Livermore.

Paulistano, graduado em composição e regência pelas Fa-

culdades de Artes Alcântara Machado, estudou sob a orien-

tação dos mestres Abel Rocha, Isabel Maresca e Naomi

Munakata. No ano de 2011 assumiu a regência do Collegium

Musicum de São Paulo, tradicional coro da capital, dando

continuidade ao trabalho musical do maestro Abel Rocha.

Por 11 anos dirigiu o Madrigal Souza Lima, trabalho res-

ponsável pela formação musical de jovens cantores e regen-

tes. Durante 2010 foi preparador do coro da Cia. Brasileira

de Ópera, projeto pioneiro do maestro John Neschling que

percorreu mais de 20 cidades brasileiras com a ópera O Bar-

beiro de Sevilha, de Gioachino Rossini.

A convite do maestro Neschling, tornou-se regente titu-

lar do Coral Paulistano em fevereiro de 2013; em dezembro

do mesmo ano assumiu a direção do Coro Lírico do Theatro

Municipal de São Paulo.

Natural de Pavia, norte de Itália, Ambrogio Maestri teve sua

carreira alavancada após brilhar como Falstaff em apresenta-

ção regida por Riccardo Muti e com direção artística de Gior-

gio Strehler, que fazia parte das festividades do centenário

da morte de Verdi. Desde então, é muito requisitado pelos

mais importantes teatros de ópera do mundo todo. Sua re-

lação com Muti o levou a interpretar, no Teatro alla Scala de

Milão, alguns papeis verdianos bastante emblemáticos: Iago

Bruno Greco Facio

Regente do Coro

Ambrogio Maestri

Barítono

Page 150: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 148

em Otello, Renato em Um Baile de Máscara, Don Carlo di Var-

gas em A Força do Destino e Giorgio Germont em La Traviata.

Convidado de famosas companhias de ópera do mundo

todo, como a Metropolitan Opera, Ópera de Paris, Covent

Garden e Staatsoper de Vienna, Maestri continua seu per-

curso verdiano, atuando em montagens de Il Trovatore, Aida,

Simon Boccanegra, Rigoletto e Nabucco. Aclamado tanto

pelo público como pela crítica, Maestri é um dos barítonos

mais reverenciados do cenário internacional.

Nos últimos quatro anos, Maestri se dedicou a papeis

de óperas de Puccini e do Verismo, participando de monta-

gens de Tosca, Pagliacci e Cavalleria Rusticana em teatros de

Viena, Munique, Zurique, Salzburgo e Tóquio. Durante sua

carreira, foi dirigido por grandes regentes e diretores cêni-

cos como Zubin Mehta, Daniele Gatti, Daniel Oren, Franco

Zeffirelli, Robert Carsen, Graham Vick, Peter Stein e Bob Wil-

son, dentre outros.

Nascido em Cuba, Nelson começou a carreira operística aos

19 anos, tendo, desde o início, êxito em teatros de todo o

mundo, interpretando uma grande variedade óperas italia-

nas e francesas, bem como zarzuelas espanholas e cubanas.

Nelson tem uma voz de barítono verdiano altamente

dramática, combinando um legato elegante com musicali-

dade inteligente, além de uma presença de palco dominante.

Em 2001, Nelson se mudou para os EUA, onde continua

sua carreira operística, atuando com companhias de ópera

de várias cidades americanas, como Saint Louis, Knoxville,

Miami, Nova Jersey, Baltimore, dentre outras, e de vários pa-

íses, como Espanha, França, China, Rússia, Coréia e México.

No universo verdiano, Nelson Martinez interpretou o papel

principal em Rigoletto, na Ópera Nacional da Grécia, em Ate-

nas, e a personagem título em Nabucco, na Florida Grand

Opera de Miami.

Nelson Martinez

Barítono

Page 151: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Aclamado pela beleza de sua voz e rica expressão de suas

interpretações, tem intensa carreira internacional brilhando

nos palcos de Madri, Bilbao, Valencia, Tóquio, Monte Carlo,

Mallorca, Pamplona, Sicilia, Cagliari, Buenos Aires, Spoleto, Rio

de Janeiro, São Paulo, Manaus, Belo Horizonte, Belém, entre

outros. Venceu por duas vezes o Prêmio Carlos Gomes como

melhor cantor e gravou na Espanha pela EMI e RTVE e, no Bra-

sil, pela Algol e Biscoito Fino. Representou papeis principais

em óperas como Don Carlo, Nabucco, Macbeth, Fastaff, Um

Baile de Máscaras, Il Trovatore, La Traviata, de Verdi; Fausto,

Romeu e Julieta, de Charles Gounod; I Pagliacci, de Leonca-

vallo; La Bohème e Tosca, de Puccini; O Cavaleiro da Rosa, de

Richard Strauss; Canções das Crianças Mortas, A Canção da

Terra, de Gustav Mahler.

Nascido em San Secondo Parmense, na Itália, Luca Salsi es-

treou no Teatro Comunale de Bolonha em A Escada de Seda

de Rossini, em 1997. Desde então, estabeleceu uma carreira

internacional apresentando-se em importantes teatros do

mundo, como o Metropolitan de Nova York, Teatro alla Scala

de Milão, Teatro Colón de Buenos Aires, Washington Opera,

Los Angeles Opera, Staatsoper de Berlim, Teatro Regio de

Parma, Teatro Lirico de Cagliari, Teatro Carlo Felice de Gê-

nova e Teatro San Carlo de Nápoles.

Trabalhou com importantes regentes, como Mark Elder,

Gabriele Ferro, Daniele Gatti, Plácido Domingo, Gustavo

Dudamel, Riccardo Muti, Renato Palumbo, Donato Renzetti,

Emanuel Villaume e Alberto Zedda; e prestigiados diretores

de cena, incluindo Daniele Abbado, Robert Carsen, Hugo De

Ana, Giuseppe Patroni Griffi, Antony Minghella, Lamberto Pu-

ggelli, Maurizio Scaparro e Franco Zeffirelli.

Nos últimos anos, interpretou Don Carlo em A Força

do Destino, seguido de outros importantes papeis verdia-

nos: Macbeth e Nabucco, ambos sob a regência de Riccardo

Luca Salsi

Barítono

Rodrigo Esteves

Barítono

Page 152: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 150

Muti, o papel principal em Rigoletto, Ford em Falstaff, Conte

di Luna em Il Trovatore e Ernani em Don Carlo. Além disso,

atuou como Marcello em La Bohème, Sharpless em Madama

Butterfly, de Puccini, Fígaro em O Barbeiro de Sevilha, de

Rossini, e Valentin no Fausto de Charles Gounod.

Natural de Santa Fé, Argentina, Virginia tem em seu reper-

tório diversas obras sinfônicas e operísticas e se apresentou

em importantes teatros, como o Palau de les Arts Reina So-

fia de Valência, Ópera de Monte Carlo, Nederlandse Opera

de Amsterdã, Teatro Colón de Buenos Aires, Ópera de Lau-

sanne e Den Norske Opera de Oslo.

Apresentou-se diversas vezes com Plácido Domingo

pela Ásia, Europa e América do Norte. Interpretou a Con-

dessa de Almaviva em As Bodas de Fígaro e Fiordiligi em

Così fan Tutte, de Mozart, Violetta em La Traviata e Desde-

mona em Otello, de Verdi, Mimì em La Bohème, de Puccini,

Micaela em Carmen, de Bizet, Rosina em O Barbeiro de Se-

vilha, de Rossini, Valencienne em A Viúva Alegre, de Franz

Lehár, Margarita em Mefistófeles, de Arrigo Boito, e Nedda

em I Pagliacci, de Leoncavallo.

Destacam-se em sua discografia as gravações de Don

Rodrigo e de Milena, obras do compositor argentino Alberto

Ginastera.

A paraense Adriane Queiroz desenvolve sua carreira na Eu-

ropa, principalmente na Alemanha, onde integra o ensemble

de solista da Staatsoper de Berlim. Formada em canto pelo

Conservatório Carlos Gomes, foi selecionada pela concorrida

Academia de Música de Viena, onde se diplomou em ópera e

atuou sob a direção de maestros como Barenboim, Nagano,

Rene Jacobs, dentre outros. Cantou também com a Filarmô-

nica de Berlim a Oitava Sinfonia de Mahler, com Pierre Bou-

Virginia Tola

Soprano

Adriane Queiroz

Soprano

Page 153: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

lez, gravada pela Deutsche Grammophon.

Em seu repertório operístico encontramos títulos como

As Bodas de Fígaro, A Flauta Mágica, Così fan Tutte, Don Gio-

vanni, Turandot e Carmen. Cantou Rosalinde, na opereta O

Morcego, na Semperoper de Dresden.

Paralelamente, realiza um trabalho de divulgação da

música brasileira. Em 2011, gravou um álbum com Canções

de Camargo Guarnieri. Ano passado, estreou a opereta O Es-

tudante Mendigo, de Karl Millöcker, no festival de Mörbisch,

Áustria, que também foi gravada e lançada pelo selo Oehms.

Reconhecida como uma das mais importantes sopranos bra-

sileiras, Rosana Lamosa é convidada frequentemente a atuar

em palcos do Brasil e do mundo, tendo se apresentado em

importantes teatros como o Carnegie Hall de Nova York e o

Concert Hall de Seul. Interpretou Mélisande em Pelléas et

Mélisande, de Debussy, Mimì em La Bohème, de Puccini, Vio-

letta em La Traviata e Gilda em Rigoletto, de Verdi, Susanna

em As Bodas de Fígaro, de Mozart, Marie em A Filha do Re-

gimento, de Donizetti, e o papel princial em Manon, de Mas-

senet. Além disso, se apresentou como Cecy em O Guarani,

de Carlos Gomes, no Teatro São Carlos de Lisboa, no papel

principal em Armide, de Gluck, no Buxton Festival, na Ingla-

terra e como Gilda em Rigoletto na Michigan Opera House.

Recebeu o Prêmio APCA de melhor cantora em 1996 e

o Prêmio Carlos Gomes em 1999 e 2002. Em 2009 recebeu

a Ordem do Ipiranga do Governo de São Paulo, por servi-

ços prestados à arte e à cultura. Gravou as Canções de Amor

de Claudio Santoro, a ópera Jupyra de Francisco Braga com

a Osesp, as Bachianas Brasileiras N. 5 de Villa–Lobos com a

Nashville Symphony Orchestra, Canções de Gilberto Mendes

e Missa de N. Sra. da Conceição de José Mauricio Nunes Gar-

cia com a OSB.

Rosana Lamosa

Soprano

Page 154: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 152

Nascida em Niterói, ainda pequena Lina foi solista no Thea-

tro Municipal do Rio de Janeiro nas óperas Tosca, de Puccini,

Rigoletto, de Verdi, e A Flauta Mágica, de Mozart. Interpre-

tou Nedda na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo, e foi solista

em Maroquinhas Fru-Fru de Ernst Mahle, La Canterina de

Haydn, Un Mari à La Porte de Offenbach e em Orfeu e Eurí-

dice de Gluck.

No centenário do Theatro Municipal de São Paulo, inter-

pretou Gilda na ópera Rigoletto, sob regência de Abel Ro-

cha. Naquele mesmo ano, viveu Ninette da ópera O Amor

das Três Laranjas de Prokofiev, no Theatro Municipal do Rio

de Janeiro, sob regência de Isaac karabtchevsky.

Em 2010, Lina foi convidada a participar do Schleswig

Holstein Musik Festival, passando por diferentes cidades da

Alemanha, sob regência de Rolf Beck, Christopher Hogwood,

Stefan Parkman, Bobby McFerrin e Christoph Eschenbach.

Nos últimos anos, cantou o papel de Nannetta, trechos

da ópera Falstaff na sala de música de câmara do Teatro Re-

gio de Parma; interpretou Liberty na ópera Ça Ira, de Roger

Waters, no Theatro Municipal de São Paulo; como Blonde,

participou da ópera O Rapto do Serralho de Mozart. No Pa-

lácio das Artes, em Minas Gerais, interpretou Oscar da ópera

Um Baile de Máscara de Verdi.

Marco Frusoni estreou em 2008 no Teatro dell’Opera de

Roma em La Camerata Bardi, espetáculo que traça um per-

curso da ópera de Claudio Monteverdi a Andrea Morricone.

No mesmo ano participou da apresentação da Missa de Gló-

ria, de Puccini, na Basílica de San Frediano em Lucca, com

a Orquestra de Torre del Lago, que fez parte da celebração

dos 150 anos do nascimento do compositor.

No ano seguinte, no Teatro dell’Opera de Roma, inter-

pretou Gabalo na estreia mundial de Il Re Nudo, de Luca

Lombardi. Em Spoleto foi o protagonista de Il Cuoco e La

Lina Mendes

Soprano

Marco Frusoni

Tenor

Page 155: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Madama de Giuseppe Sigismondi e, em Teramo, Cassio, em

Otello de Verdi, com Renato Bruson.

Nos últimos anos, atuou no papel de Fenton, no Falstaff,

e Alfredo, La Traviata, de Verdi, como Lord Riccardo Percy em

Anna Bolena, de Donizetti, Rinuccio em Gianni Schicchi e Ro-

dolfo em La Bohème, ambas de Puccini, como Don Josè na Car-

men de Bizet, junto a Alberto Gazale, tendo se apresentado

em diversos teatros de Milão, Modena, Pisa, Livorno e Verona.

O macedônio Blagoj Nacoski, após ter estudado em Skopje

e Florença, estreou em 2003 no Teatro dell’Opera de Roma,

no papel de Arturo, em Lucia di Lammermoor de Donizetti.

Desde então, se apresentou nos mais prestigiados teatros do

mundo: Teatro del Maggio Musicale de Florença, Teatro Carlo

Felice de Gênova, Festival de Salzburgo, Concertgebouw de

Amsterdã, Bayerische Staatsoper de Munique, Teatro Regio

de Parma, Opernhaus de Zurique, Ópera de Frankfurt, Teatro

Verdi de Trieste, Teatro La Fenice de Venezia, Teatro Lirico de

Cagliari, Staatsoper de Stuttgart, dentre outras.

Atuou no papel de Ferrando em Così fan Tutte, Tamino

em A Flauta Mágica, Don Ottavio em Don Giovanni, Bel-

monte em O Rapto do Serralho, Scipione em Il sogno di Sci-

pione, de Mozart; Ernesto em Don Pasquale, Nemorino em

O Elixir do Amor, de Donizetti; Lindoro em L’Italiana in Algeri,

Don Narciso em Il Turco in Italia, Almaviva em O Barbeiro de

Sevilha, de Rossini; Fenton em Falstaff, de Verdi; Elvino em

La Sonnambula, de Bellini; Peter Quint em A Volta do Para-

fuso, Lysander em Sonho de um Noite de Verão, de Britten.

Paralelamente às suas atuações operísticas, Blagoj Na-

coski também se dedicou à música sinfônica, tendo se apre-

sentado no Il Quirinale, o palácio presidencial italiano; foi o

tenor solista na Sinfonia N.9 de Beethoven, além de ter can-

tado várias vezes o Messias de Händel e a Missa em Si Me-

nor de J. S. Bach em Roma, Florença e Bolonha.

Blagoj Nacoski

Tenor

Page 156: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 154

Em 2013, Denise de Freitas brilhou como Azucena em Il Tro-

vatore, de Verdi, no Festival do Teatro da Paz, e como Fricka

em As Valquírias, de Richard Wagner, no Theatro Municipal

do Rio de Janeiro. Em 2012, cantou Waltraute em O Crepús-

culo dos Deuses, de Richard Wagner, no Theatro Municipal

de São Paulo.

Recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor cantora em

2004, 2009 e 2012. Apresentou-se na ópera Yerma em Ber-

lim, Paris e Lisboa. Seu repertório inclui Dalila, Compositor

(Ariadne), Mère Marie (Diálogo das Carmelitas), Cherubino,

Nicklausse (Les Contes d'Hoffmann), Siebel (Fausto), O Ra-

poso (Raposinha Esperta), além de Suzuki, Laura, Adalgisa e

Charlotte. Apresentou-se sob a regência dos maestros Isaac

Karabtchevsky, Luiz Fernando Malheiro, John Neschling, Silvio

Viegas, Fabio Mechetti, Jamil Maluf, Marcelo de Jesus, Rafael

Frühbeck de Burgos, J. Pons, K. Martin, C. Villaret e R. Arms-

trong. E atuou sob a direção de Jorge Takla, Aidan Lang, Carla

Camurati, Lívia Sabag e André Heller. Estudou com L. Prioli e

se aperfeiçoou com C. Green, P. McCaffrey e com S. Sass.

Estreou em O Barbeiro de Sevilha como Rosina, sob direção

de Enzo Dara. Desde então tem se apresentado como Car-

men (Carmen), Donna Elvira (Don Giovanni), Lola (Cavalleria

Rusticana), João (João e Maria), Suzuki (Madama Butterfly),

Meg Page (Falstaff), Katisha (O Mikado), Giulietta (Os Contos

de Hoffmann), Aksinya (Lady Macbeth de Mtzenski), La Cene-

rentola (Cenerentola), Romeo (I Capuleti e I Montecchi), Mãe

(Poranduba), Teresa (Magdalena), Mãe/ Xícara Chinesa/Libé-

lula (O Menino e os Sortilégios de Ravel), Miss Jessel (The

Turn of the Screw) e Mãe, na estreia de O Menino e a Liber-

dade, de Ronaldo Miranda. Foi Suzuki, em Madama Butterfly,

na Royal Opera Canada e solista no Glória de Vivaldi, Mes-

sias de Händel, Requiem de Verdi, Missa em Dó Menor de

Mozart, Missa em Dó Maior e Nona Sinfonia de Beethoven e

Denise de Freitas

Mezzo-Soprano

Luciana Bueno

Mezzo-Soprano

Page 157: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Lobgesang de Mendelssohn. Estudou com Pier Miranda Fer-

raro (Itália) e Leilah Farah, e atualmente desenvolve repertó-

rio com Ricardo Ballestero.

A carreira de Elisabetta Fiorillo tem início com a conquista

do primeiro prêmio no Concurso Mattia Battistini di Rieti, em

1983, destacada por sua qualidade de mezzo-soprano dra-

mática, típicamente verdiana. É no universo deste composi-

tor que ela se desenvolve, tendo se apresentado nos mais

importantes teatros italianos, como o La Fenice de Veneza,

o San Carlo de Nápoles, o Regio de Turim, o Comunale de

Florença; aplaudida por sua interpretação de Eboli em Don

Carlos, Amneris em Aida, Preziosilla em A Força do Destino,

Ulrica em Um Baile de Máscaras e, sobretudo, de Azucena

em Il Trovatore, essa última interpretada também em Viena

e Mônaco com regência de Zubin Mehta e na Opernhaus de

Zurique com Riccardo Chailly.

Elisabetta é presença frequente em teatros europeus,

como a Deutsche Oper de Berlim, a Staatsoper de Hamburgo,

a Bayerische Staatsoper de Munique e o Liceu de Barcelona.

Destacam-se em sua discografia o Requiem de Guiseppe

Verdi, lançado pela Deutsche Grammophon, La Gioconda,

de Ponchielli, pela EMI, e L’Arlesiana de Francesco Cilea, pela

Bongiovanni.

Depois de ter estudado em Turim, Veneza e Siena, Romina

Boscolo foi para a Salzburgo e, sob a orientação de Christa

Ludwig, foi apresentada ao universo mahleriano; sua estreia

cantando o ciclo Kindertotenlieder foi recebida com muito

entusiasmo. Aos 20 anos, estreou no palco dramático como

Ramiro em La Finta Giardiniera de Mozart, no Teatro Gustavo

Modena de Gênova. Anos depois, interpretou pela primeira

vez uma personagem protagonista, como Isabella em A Ita-

Elisabetta Fiorillo

Mezzo-Soprano

Romina Boscolo

Mezzo-Soprano

Page 158: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 156

liana em Argel, no Teatro Carignano de Turim. Em 2005, rece-

beu o primeiro reconhecimento internacional com o Prêmio

Jovem Promessa do Concurso Renata Tebaldi em San Marino.

Nos anos seguintes alcançou sucessos em concertos,

como no Réquiem de Dvorák, Édipo Rei de Stravinsky, Sta-

bat Mater de Pergolesi e algumas estreias operísticas como

Adalgisa em Norma, Maddalena em Rigoletto, Ottavia em

L'incoronazione di Poppea de Claudio Monteverdi.

Dentre os trabalhos recentes e futuros, destacam-se

Il Trítico pucciniano em Colônia, Falstaff em Sassari e Jesi,

Gianni Schicchi de Puccini em Parma e o Messias de Hän-

del em Bari.

Saverio fez sua estreia em 1998 na ópera Il fortunato inganno

de Gaetano Donizetti, no Festival della Valle D’Itria; desde

então, participou de montagens de La bohème, Madama

Butterfly, Don Pasquale, La traviata, Don Carlo e Werther. Em

2009, estreou no Festival de Salzburgo com Riccardo Muti.

Foi muito aclamado em Lucia di Lammermoor no Teatro del

Maggio Musicale de Florença e no Parsifal em Valência, am-

bas montagens com regência de Lorin Maazel.

Cantou em importantes teatros da Itália, como o Tea-

tro Filarmonico in Verona, o Teatro La Fenice de Veneza, Tea-

tro dell’Opera de Roma, e com grandes maestros como Seiji

Ozawa, Renato Palumbo e Zubin Mehta.

No último ano, se apresentou em Florença e em Roma e

para este ano está escalado a participar de montagens de Na-

bucco em Salzburgo, Aida, Rigoletto, Gala Verdi em Verona, I

Pagliacci em Cagliari, Nabucco e Simon Boccanegra em turnê

pelo Japão com o Teatro dell’Opera de Roma.

Nascido em São Paulo, Diógenes Randes recebeu seu pri-

meiro pepel no Theater Freiburg aos 24 anos e, naquele te-

Saverio Fiore

Tenor

Diógenes Ranges

Baixo

Page 159: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

atro, interpretou por três anos importantes papeis como

Sarastro, na Flauta Mágica, Banco em Macbeth, Sparafucile

em Rigoletto, Guglielmo em Così fan Tutte e Timur em Turan-

dot. Anos mais tarde, Diógenes fez parte da Staatsoper de

Hamburgo, onde atuou em importantes óperas de Mozart,

Wagner, Verdi, Puccini e Palestrina.

Recentemente, Diógenes Randes foi ouvido interpre-

tando Gurnemanz em Parsifal, em Manaus, Padre Guardiano

em A Força do Destino, em Barcelona, Daland em O Holan-

dês Voador, em Tóquio, como Pistola em Falstaff e como

Colline em La Bohème em Toulouse, Hans Foltz em Os Mes-

tres Cantores de Nuremberg e Fafner em O Ouro do Reno,

em Bayreuth. Atuou sob a regência de grandes maestros

como Claudio Abbado, Riccardo Chailly, Daniele Gatti, Mau-

rizio Benini e Christian Thielemann.

Reconhecido pela crítica como um dos grandes artistas de

ópera do Brasil, tem se apresentado nas principais casas de

concerto do país, como a Sala São Paulo, o Theatro Munici-

pal de São Paulo, Theatro São Pedro, Teatro Tobias Barreto,

Teatro Santa Isabel, entre outros. Gravou a Sinfonia Amerín-

dia, de Heitor Villa-Lobos, com a Osesp, interpretou Padre

José em Magdalena, de Villa-Lobos, Bonzo em O Rouxinol,

de Stravinsky, Ramphis em Aida, de Verdi, Dulcamara em

O Elixir do Amor e Don Pasquale, ambas de Donizetti e Si-

mone em Gianni Schicchi, de Puccini. Integrou o elenco da

Cia. Brasileira de Ópera e cantou o papel de Bozo na es-

treia da ópera Dulcinéia e Trancoso, de Eli-Eri Moura. Ou-

tras performances incluem Salieri, em Mozart & Salieri, de

Rimsky-Korsakov, O Homem dos Crocodilos, de Arrigo Bar-

nabé, O Franco Atirador, de Weber, Don Giovanni e As Bo-

das de Fígaro, de Mozart, Alcina, de Händel, Escamillo em

Carmen, de Bizet, e Treemonisha, de Scott Joplin. Em 2002,

venceu o Concurso de Canto Villa-Lobos, em Araçatuba.

Saulo Javan

Baixo

Page 160: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 158

Formado pelo Teatro Comunale de Bolonha, sob orientação

do Maestro Paride Venturi, Stefano Consolini iniciou pronta-

mente uma carreira brilhante. Foi residente de alguns tea-

tros e festivais internacionais, como o Teatro Indipendente

de Santa Fé, na Argentina, Sava Center, de Belgrado, Teatro

Nazionale da Tunísia, Festival de Santander, apesar de ter

concentrado sua carreira principalmente na Itália, onde can-

tou em importantes teatros: Teatro alla Scala, Teatro Massimo

de Palermo, Teatro Donizetti de Bérgamo, Teatro dell’Opera

de Roma, Teatro Carlo Felice de Gênova, Teatro La Fenice de

Veneza, Teatro Comunale de Bolonha, Teatro Verdi de Trieste,

Teatro Regio de Turim e Teatro San Carlo de Nápoles. Seu re-

pertório é vasto, incluindo La Traviata, Um Baile de Máscara,

Il Trovatore, Rigoletto, Nabucco e Falstaff, de Verdi; Tosca,

Turandot, Manon Lescaut, La Bohème e Madama Butterfly,

de Puccini; A Falsa Simples e Le Nozze di Figaro, de Mo-

zart; Lucia di Lammermoor, de Donizetti; A Viúva Alegre, de

Franz Lehár; Orfeu no Inferno, de Jacques Offenbach, den-

tre outros.

Stefano Consolini

Tenor

Page 161: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
Page 162: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 160

Maio e Junho

Carmen Georges Bizet

Mai qui (29) às 20h, sáb (31) às 20h

Jun ter (03 / 10), qua (11) qui (05 / 11) e

sáb (07) às 20h, dom (01 / 08) às 18h

Theatro Municipal de São Paulo

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Regência Ramón Tebar

Direção Cênica Filippo Tonon

Cenografia Juan Guillermo Nova

Carmen Rinat Shaham / Luisa Francesconi

Don José Thiago Arancam / Fernando Portari

Escamillo Rodrigo Esteves / David Marcondes

Micaela Lana Kos / Andrea Aguilar

Frasquita Marta Torbidoni

Mercedes Malena Dayen

Dancairo Francis Dudziak

Remendado Rodolphe Briand

Morales Norbert Steidl / Vinícius Atique

Zuñiga Massimiliano Catellani

Setembro

Salomé Richard Strauss

ter (09 / 16), qui (11 / 18) e sáb (06 / 20) às 20h

dom (14) às 18h

Theatro Municipal de São Paulo

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Regência John Neschling

Direção Cênica Livia Sabag

Cenografia Nicolás Boni

Figurinos Veridiana Piovezan

Desenho de Luz Wagner Pinto

Coreografia Ana Paula Mastrodi

Salomé Nadja Michael / Alexandrina Pendatchanska

Herodes Peter Bronder / Jürgen Sacher

Herodias Iris Vermillion / Alejandra Malvino

Jochanaan Steven Mark Doss / Michael Kupfer

Theatro Municipal de São Paulo

Temporada Lírica 2014

Page 163: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Narraboth Stanislas De Barbeyrac / István Horváth

1º Judeu Paulo Chamié–Queiroz

2º Judeu Rubens Medina

3º Judeu Eduardo Trindade

4º Judeu Miguel Geraldi

5º Judeu Sérgio Righini

1º Nazareno Carlos Eduardo Marcos

2º Nazareno Sérgio Weintraub

1º Soldado Marcos Carvalho

2º Soldado Paulo Menegon

Capadócio Jonas Mendes

Pajem de Herodias Elaine Martorano

Escravo Elisabeth Ratzersdorf

Outubro

Cavalleria Rusticana / I Pagliacci

Pietro Mascagni / Ruggero Leoncavallo

ter (21 / 28), qua (29), qui (23) e sáb (18 / 25) às 20h

dom (19 / 26) às 18h

Theatro Municipal de São Paulo

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Regência Ira Levin

Direção Cênica (Cavalleria Rusticana) Pier

Francesco Maestrini

Direção Cênica (I Pagliacci) Francesco Micheli

Cenografia Juan Guillermo Nova

Santuzza Tuija Knihtlä / Elena Lo Forte

Turiddu Giancarlo Monsalve / Marcello Vannucci

Alfio Angelo Veccia / Francesco Landolfi

Lola Luciana Bueno

Mamma Lucia Lídia Schäffer

Canio Walter Fraccaro / Richard Bauer

Nedda Inva Mula / Marina Considera

Tonio Angelo Veccia / Francesco Landolfi

Beppe Daniele Zanfardino / Saverio Fiore

Silvio Davide Luciano / Norbert Steidl

Novembro / Dezembro

Tosca Giacomo Puccini

Nov sáb (29) às 20h | dom (30) às 18h

Dez ter (02 / 09), qui (04 / 11) e sáb (06 / 13) às 20h

dom (07 ) às 18h

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Regência Oleg Caetani

Direção Cênica Marco Gandini

Floria Tosca Amanda Echalaz / Ausrine Stundyte

Mario Cavaradossi Marcelo Alvarez / Stuart Neill

Scarpia Roberto Frontali / Nelson Martinez

Cesare Angelotti Massimiliano Catellani

Sacristão Saulo Javan

Spoletta Luca Casalin

Programação sujeita a alterações.

Page 164: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 162

FALSTAFF

Regente Assistente

Michelangelo Mazza

Pianistas Correpetidores

Anderson Brenner

Paulo Almeida

Rafael Andrade

Atores

Alex Bingó

Alexandra Ucanda

André Madrini

Andréia Ferriello

Felipe Barros

Gabriel Castilho

Giballin Gilberto

Helena Cukier

Henrique Rizzo

Leila Bass

Nubia Cabral

Renan Sant'Anna

Renato Caetano

Victor Gomes

Washington Lins

Cenografia

Giò Forma

Assistente de Cenografia

Nathalie Deana

Produção de Cenografia

Praxinoscópio Produções

Cenográficas

Coordenação de

Execução Cenográfica

Renato Theobaldo

Roberto Rolnik

Equipe de Projeto

Eduardo Orelana

Isabel Vieira

Lua Gimenez

Mara Feres

Marcela Costa

Marina Peev

Samara Cardoso

Sheila Campos

Tamyris Alves

Modelistas

Nilda Dantas

Judite de Lima

Elizangela Dally

Tandara Hoffman

Alfaiates

Betto Rigor

Miguel Arrua

Costureiras

Antonio Fernandes

Claudineia Cavalcante

Cristina França

Dilma de Oliveira

Dirlene Emilio

Ivete Dias

Josefa Maria Gomes

Lucia Medeiros

Laurita Machado

Aderecistas

João Carlos Silva

Beto Casal de Rey

Edu Paiva

Estagiários

João Paulo Bertini

Ana Oliveira

Rogério Pinto

Nina Nuerenberger

Renata Candido

Rosana Rocha

Gabriela Menacho

Juliana Neves

Diego Rocha de Carvalho

Aderecistas

Allan Torquatto

André Vizotto

Assistentes

de Aderecista

Alicio Silva

Karen Luizi

Michael Costa Almeida

Nery Mordoch

Rúbia de Campos

Cenotécnicos

João Ferreira de Oliveira

Pedro Lino de Oliveira

Produtor de Cenografia

Marcos Terra

Serralheiros

José Gomes dos Santos

David de Souza Oliveira

Diogo Junior V. de Jesus

Samuel de S. Nascimento

Secretaria Administrativa

Any Ribeiro

Assistente de Produção

Dhones R. dos Santos

Visagista

Simone Batata

Assistente de Visagismo

Tiça Camargo

Maquiadores

Alina Peixoto

Bia Bombom

Bruno Cezar

Caroline Gonzaga

Diogo Souza

Elisani Souza

Giulia Piantino

Gleice Diana

Inais Tereza

Sinopse e gravações

de referência

Irineu Franco Perpetuo

Tradução do Libreto

e Legendas

Hugo Casarini

Croquis dos figurinos

Gianluca Falaschi

Page 165: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Roney Stella*

Hugo Ksenhuk

Luiz Cruz

Marim Meira

Agnelson Gonçalves**

Tuba

Gian Marco de Aquino*

Harpa

Jennifer Campbell*

Paola Baron*

Piano

Cecília Moita*

Percussão

Marcelo Camargo*

César Simão

Magno Bissoli

Sérgio Coutinho

Thiago Lamattina

Tímpanos

Danilo Valle*

Márcia Fernandes*

Violão

Vitor Garbelotto**

Gerente da Orquestra

Paschoal Roma

Assistentes

Yara de Melo

Manuela Cirigliano

Inspetor

Carlos Nunes

Montadores

Alexandre Greganyck

Paulo Broda

* Chefe de naipe

** Músico convidado

Flautas

Cássia Carrascoza*

Marcelo Barboza*

Andréa Vilella

Cristina Poles

Renan Dias Mendes

Michel de Paula**

Oboés

Alexandre Ficarelli*

Rodrigo Nagamori*

Marcos Mincov

Victor Astorga**

Clarinetes

Luís Afonso Montanha*

Otinilo Pacheco*

Diogo Maia Santos

Domingos Elias

Marta Vidigal

Fagotes

Fábio Cury*

Marcos Fokin*

Matthew Taylor*

Marcelo Toni

Osvanilson Castro

Renato Perez**

Trompas

André Ficarelli*

Luiz Garcia*

Eric Gomes da Silva

Rogério Martinez

Vagner Rebouças

Flavio Vilela Faria**

Mario Rocha**

Trompetes

Fernando Guimarães*

Marcos Motta*

Breno Fleury

Eduardo Madeira

Albert Santos**

Trombones

Gerson Nonato**

Kleberson Buso**

Karen Crippa**

Violas

Alexandre De León*

Silvio Catto*

Abrahão Saraiva

Tânia de Araújo Campos

Adriana Schincariol

Bruno de Luna

Cindy Folly Farias

Eduardo Cordeiro

Eric Schafer Licciardi

Jessica Wyatt

Pedro Visockas

Roberta Marcinkowski

Tiago Vieira

Everton de Souza**

Violoncelos

Mauro Brucoli*

Raïff Dantas Barreto*

Mariana Amaral

Alberto Kanji

Charles Brooks

Cristina Manescu

Joel de Souza

Maria Eduarda Canabarro

Moisés F. dos Santos

Sandro Francischetti

Teresa Catto

Ana Chamorro**

Contrabaixos

Taís Gomes*

Sanderson Cortez Paz

Adriano Costa Chaves

Miguel Dombrowski

Ricardo Busatto

Vinicius Frate

Walter Müller

André Teruo**

Orquestra Sinfônica

Municipal de São Paulo

Diretor Artístico

John Neschling

Primeiros-violinos

Martin Tuksa (spalla)

Pablo De León (spalla)

Maria Fernanda Krug

Fabian Figueiredo

Adriano Mello

Fábio Brucoli

Fábio Chamma

Fernando Travassos

Francisco Ayres Krug

Heitor Fujinami

John Spindler

José Fernandes Neto

Liliana Chiriac

Mizael da Silva Júnior

Paulo Calligopoulos

Rafael Bion Loro

Sílvio Balaz

Victor Bigai

Segundos-violinos

Andréa Campos*

Laércio Diniz*

Nadilson Gama

Otávio Nicolai

André Luccas

Dajvan Caetano

Edgar Montes Leite

Evelyn Carmo

Helena Piccazio Ornellas

Oxana Dragos

Ricardo Bem-Haja

Sara Szilagyi

Ugo Kageyama

Wellington R. Guimarães

Page 166: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 164

Prefeitura do Município

de São Paulo

Prefeito

Fernando Haddad

Secretário Municipal

de Cultura

Juca Ferreira

Fundação Theatro

Municipal de São Paulo

Direção Geral

José Luiz Herencia

Diretora de Gestão

Ana Flávia Cabral S. Leite

Instituto Brasileiro

de Gestão Cultural

Presidente do Conselho

Cláudio Jorge Willer

Diretor Executivo

William Nacked

Diretora Técnica

Isabela Galvez

Diretor Financeiro

Neil Amereno

Diretor Artístico

John Neschling

Diretora de Produção

Cristiane Santos

Direitos Autorais

Olivieri Advogados

Associados

Diretoria Geral

Assessora

Maria Carolina G. de Freitas

Secretárias

Ana Paula S. Monteiro

Marcia de Medeiros Silva

Monica Propato

Diógenes Gomes

Eduardo Paniza

Jang Ho Joo

Luis Orefice

Marcio Martins

Miguel Csuzlinovics

Roberto Fabel

Sandro Bodilon

Baixos

Claudio Guimarães

Fernando Gazoni

Jessé Vieira

José Nissan

Josué Silva

Leonardo Amadeo Pace

Marcos Carvalho

Orlando Marcos

Rafael Thomas

Sérgio Righini

Assistente

Cristina Cavalcante

Inspetora

Eugenia Sansone

Montador

Alfredo Barreto de Souza

Coro Lírico do

Theatro Municipal

Regente Titular

Bruno Greco Facio

Regente Assistente

Sérgio Wernec

Pianistas

Marcos Aragoni

Marizilda Hein Ribeiro

Sopranos

Adriana Magalhães

Berenice Barreira

Claudia Neves

Elaine Moraes

Elayne Caser

Elisabeth Ratzersdorf

Graziela Sanchez

Huang Shu Chen

Ivete Montoro

Jacy Guarany

Juliana Starling

Marcia Costa

Angélica Feital

Maria Antonieta Soares

Milena Tarasiuk

Monique Corado

Marivone P. Caetano

Marta Mauler

Nadja Sousa

Rita de Cassia Polistchuk

Rosana Barakat

Sandra Félix

Mezzo-Sopranos

Elisa Nemeth

Erika Mendes Belmonte

Heloísa Junqueira

Keila de Moraes

Juliana Valadares

Maria Luisa Figueiredo

Mônica Martins

Contraltos

Celeste do Carmo

Claudia Arcos

Clarice Rodrigues

Elaine Martorano

Lidia Schäffer

Magda Painno

Mara Dalva de Alvarenga

Margarete Loureiro

Maria José da Silveira

Vera Ritter

Tenores

Alex Flores de Souza

Antonio Carlos Britto

Dimas do Carmo

Eduardo Pinho

Eduardo de Góes

Eduardo Trindade

Fernando de Castro

Gilmar Ayres

Joaquim Rollemberg

José Silveira

Luciano Goés

Luiz Antonio Doné

Marcello Vannucci

Márcio Lucas Valle

Miguel Geraldi

Paulo Chamié Queiroz

Renato Tenreiro

Rúben de Oliveira

Rubens Medina

Sérgio Sagica

Valter Felipe

Valter Estefano Mesquita

Barítonos

Alessandro Gismano

Ary Lima Jr.

Daniel Lee

Davi Marcondes

Page 167: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

Lindinalva M. Celestino

Maria Auxiliadora

Maria Gabriel Martins

Marlene Collé

Nina de Mello

Regiane Bierrenbach

Tonia Grecco

Central de Produção

"Chico Giacchieri"

Coordenação de Costura

Emília Reily

Acervo de Figurinos

Marcela de Lucca M. Dutra

Assistente

Ivani Rodrigues Umberto

Acervo de Cenário

e Aderecista

Aloísio Sales

Expediente

José Carlos Souza

José Lourenço

Paulo Henrique Souza

Diretoria de Gestão

Lais Gabriele Weber

Carolina Paes Simão

Cristina Gonçalves Nunes

João Paulo Alves Souza

Juçara A. de Oliveira

Juliana do Amaral Torres

Oziene O. dos Santos

Paula Melissa Nhan

Vera Lucia Manso

Assistência

Administrativa

Alexandro R. Bertoncini

Seção de Pessoal

Cleide Chapadense da Mota

Antonio Oliveira Almeida

Alexandre N. Pinheiro

Aristide da Costa Neto

Cláudio Nunes Pinheiro

Cristiano T. dos Santos

Edival Dias

Ermelindo T. Sobrinho

Julio de Oliveira

Lourival F. Conceição

Marcelo Luiz Frosino

Paulo Miguel Filho

Rodrigo Nascimento

Thiago Panfieti

Assistentes

Elisabeth de Pieri

Ivone Ducci

Contrarregras

Alessander de O. Rodrigues

Bruno Farias

Carlos Bessa

Eneas Leite

Marcelo Luiz Frosino

Piter Silva

Sandra Satomi Yamamoto

Chefe de Som

Sérgio Luis Ferreira

Operadores de Som

Guilherme Ramos

Daniel Botelho

Kelly Cristina da Silva

Chefe de Iluminação

Valéria Lovato

Iluminadores

Alexandre de Souza

Igor Augusto F. de Oliveira

Luciano Paes

Fernando Azambuja

Ubiratan Nunes

Camareiras

Alzira Campiolo

Arquivo Artístico

Coordenadora

Maria Elisa P. Pasqualini

Assistente

Ana Raquel Alonso

Arquivistas

Ariel Oliveira

Guilherme Prioli

Karen Feldman

Leandro José Silva

Leandro Ligocki

Copista

Ana Cláudia Oliveira

Ação Educativa

Aureli Alves de Alcântara

Centro de Documentação

Chefe de seção

Mauricio Stocco

Equipe

Lumena A. de Macedo Day

Diretoria de Produção

Produção Executiva

Anna Patrícia Araújo

Rosa Casalli

Produtores

Aelson Lima

Pedro Guida

Miguel Teles

Nathalia Costa

Assistente de Produção

Arthur Costa

Palco

Chefe da Cenotécnica

Aníbal Marques (Pelé)

Técnicos de Palco

Antonio Carlos da Silva

Cerimonial

Egberto Cunha

Sofia Amaral Ramos

Bilheteria

Nelson F. de Oliveira

Diretoria Artística

Assessoria de

Direção Artística

Stefania Gamba

Luís Gustavo Petri

Clarisse De Conti

Secretária

Eni Tenório dos Santos

Coordenação de

Programação Artística

João Malatian

Diretor Técnico

Juan Guillermo Nova

Assistente de

Direção Técnica

Giuseppe Cangemi

Diretor de Palco Cênico

Ronaldo Zero

Assistente de Direção

de Palco Cênico

Sabrina Mirabelli

Assistente de Direção

Cênica Residente

Julianna Santos

Segunda Assistente

de Direção Cênica

Ana Vanessa

Assistente de Direção

Cênica e Casting

Sérgio Spina

Figurinista Residente

Veridiana Piovezan

Produção de Figurinos

Fernanda Câmara

Page 168: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014

theatro municipal de são paulo_temporada 2014_pg 166

José Luiz P. Nocito

Solange F. França Reis

Tarcísio Bueno Costa

Parcerias

Suzel Maria P. Godinho

Contabilidade

Alberto Carmona

Cristiane Maria Silva

Diego Silva

Luciana Cadastra

Marcio Aurélio O. Cameirão

Meire Lauri

Compras e Contratos

George Augusto

Rodrigues

Jessica Elias Secco

Marina Aparecida Augusto

Infraestrutura

Marly da Silva dos Santos

Antonio Teixera Lima

Cleide da Silva

Eva Ribeiro

Israel Pereira de Sá

Luiz Antonio de Mattos

Maria Apª da C. Lima

Pedro Bento Nascimento

Therezinha P. da Silva

Almoxarifado

Nelsa A.Feitosa da Silva

Bens Patrimoniais

José Pires Vargas

Informática

Ricardo Martins da Silva

Renato Duarte

Estagiários

Victor Hugo A. Lemos

Yudji A. Otta

Arquitetura

Lilian Jaha

Estagiários

Marina Castilho

Vitória R. R. Dos Santos

Seção Técnica

de Manutenção

Edisangelo R. da Rocha

Eli de Oliveira

Narciso Martins Leme

Estagiário

Vinícius Leal

Comunicação

Editor e Coordenador

Marcos Fecchio

Editor assistente

Gabriel Navarro Colasso

Mídias Eletrônicas

Desirée Furoni

Assessoras de Imprensa

Amanda Sena

Daniela Oliveira

Design Gráfico

Kiko Farkas/ Máquina

Estúdio

Designer Assistente

Ana Lobo

André Kavakama

Atendimento

Michele Alves

Impressão

Imprensa Oficial do

Estado de São Paulo

Agradecimentos

Escarlate

Hotel Marabá

Page 169: Falstaff - Theatro Municipal de São Paulo de 2014
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co-realização

patrocínio

apoio

Organização Social de Cultura do Município de São Paulo

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MUNICIPAL. O PALCO DE SÃO PAULO